Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

15
Agenda * Isso tem que acabar Seminário sobre Infraestrutura debate ações para o futuro da Bahia O crescimento da Bahia aci- ma da média nacional mudou a cara dos principais municípios do estado, em especial a da ca- pital. Em menos de cinco anos, os baianos viram a cidade se transformar e expandir em ou- tra direção. Sem planejamen- to, transporte público eficaz e aumento da renda da popula- ção, o carro tomou conta das ruas, engarrafou as vias em qualquer horário do dia e tirou a paciência de quem mora por aqui. O tema ganhou destaque no primeiro seminário da segunda edição do Agenda Bahia, reali- zado na última quinta-feira, nas palestras e debates de exe- cutivos, empresários, especia- listas e autoridades públicas, que apontaram soluções para a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Salvador. Sem metrô e vias exclusivas para ônibus, Salvador tem quase quatro vezes mais auto- móveis que a média estadual, como mostrou o presidente da Fieb, José de Freitas Mascare- nhas, em sua palestra. No se- minário, especialistas defen- deram um sistema integrado de transporte público em que o pedestre tenha prioridade. Portos, outro tema do pri- meiro seminário, também não acompanharam o desenvolvi- mento do estado e ficaram de- fasados. Tanto que a Bahia tem perdido competitividade para outras regiões: os portos daqui perdem cargas da indústria e de produtores baianos para outras regiões como Pernambuco e Santos. No próximo dia 24, o tema do Agenda Bahia será Inova- ção, decisivo para criar vanta- gem competitiva para o estado. Até lá. 1 - Infraestrutura MARINA SILVA Os engarrafamentos na Avenida Paralela são constantes BAHIA BAHIA PATROCÍNIO TRADE PATROCÍNIO GLOBAL APOIO INSTITUCIONAL REALIZAÇÃO

description

Caderno produzido pela jornal Correio* com assunto abordados no 1º evento do Agenda Bahia. Tema relacionado: infraestrutura

Transcript of Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

Page 1: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

Agenda*

IssotemqueacabarSeminário sobreInfraestruturadebate ações parao futuro da Bahia

OcrescimentodaBahiaaci-madamédianacionalmudouacara dos principaismunicípiosdo estado, emespecial a da ca-

pital. Emmenosdecincoanos,os baianos viram a cidade setransformareexpandiremou-tra direção. Sem planejamen-to, transporte público eficaz eaumento da renda da popula-ção, o carro tomou conta dasruas, engarrafou as vias emqualquer horário do dia e tiroua paciência de quemmora poraqui.

O tema ganhou destaque no

primeirosemináriodasegundaediçãodoAgendaBahia, reali-zado na última quinta-feira,nas palestras e debates de exe-cutivos,empresários, especia-listas e autoridades públicas,queapontaramsoluçõesparaamobilidade urbana da RegiãoMetropolitana de Salvador.

Semmetrô e vias exclusivaspara ônibus, Salvador temquase quatro vezesmais auto-

móveis que a média estadual,comomostrou o presidente daFieb, José de Freitas Mascare-nhas, em sua palestra. No se-minário, especialistas defen-deram um sistema integradode transportepúblicoemqueopedestre tenha prioridade.

Portos, outro tema do pri-meiro seminário, também nãoacompanharam o desenvolvi-mento do estado e ficaramde-

fasados. Tanto que a Bahia temperdido competitividade paraoutras regiões: os portos daquiperdemcargasdaindústriaedeprodutoresbaianosparaoutrasregiões como Pernambuco eSantos.

No próximo dia 24, o temado Agenda Bahia será Inova-ção, decisivo para criar vanta-gemcompetitivaparaoestado.Até lá.

1 - Infraestrutura

MARINASILVA

Os engarrafamentosna Avenida Paralelasão constantes

BAHIABAHIA

P A T R O C Í N I O T R A D EP A T R O C Í N I O G L O B A L A P O I O I N S T I T U C I O N A L R E A L I Z A Ç Ã O

Page 2: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

2 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

infraestrutura*

Diretor de redação: Sergio Costa ([email protected]) Edição: Rachel Vita ([email protected]) Reportagens Luciana Rebouças ([email protected]), Luiz

Francisco ([email protected]), Maria José Quadros ([email protected])Design:MorganaMiranda ([email protected]) Tratamento de imagens Raniere

Borja Oliveira (raniere.oliveira@redebahia. com.br) e Erlanney Rocha ([email protected])

expediente

Paramantera liderançaPresidente daRede Bahiadefende pensar ofuturo do estado

Portos e infraestrutura emgeral são fundamentais paraatrairnegócios.Semisso,nemcomguerrafiscalserápossívelconseguir novos investimen-tosparaaBahia.Aafirmaçãoédo presidente da Rede Bahia,Antonio CarlosMagalhães Jú-nior, que participou da aber-tura da segunda edição do se-minário Agenda Bahia.

O primeiro seminário doevento teve como tema osproblemas da infraestruturaindustrial baiana, uma ques-tão que, para ele, precisa terseus gargalos eliminados, so-bretudo em relação aos por-tos.AntonioCarlosMagalhãesJúnior citou o caso de Per-nambuco, que tinha sua eco-nomia baseada na cana deaçúcar, mas, depois da im-plantação do Porto de Suape,já conseguiu atrair investi-mentos estimados em tornode R$ 32,4 bilhões.

O presidente da Rede Bahialembrou que a Bahia tambémdependia do cacau, que che-gou a representar 65% da ar-recadaçãodoICMS.Masapar-tirdosanos1970,vieramape-troquímica, a indústria depa-pelecelulose,aautomotivaeoagronegócio, conquistas quefizeram da economia baiana amaior de todo o Nordeste.

“É importantepensar aBa-hia para o futuro, para que

mantenha sua liderança noNordeste e sempre alcancenovas posições no país”, diz.

AntonioCarlos Júnior falouainda sobremobilidade urba-na, também debatido noAgenda Bahia, assinalandoque a estrutura montada emSalvador tem cerca de 40anos. “De lá para cá, a cidadeganhou apenas a Avenida LuisEduardo Magalhães e a pri-meira etapa da Via Portuária,em termos de obras estrutu-rantes. Enquanto isso, a po-pulação quadruplicou”, lem-brou. Para ele, a Copa de 2014deve ser vista como grandedesafio para a reestruturaçãodacidade.Alémdopresidenteda Rede Bahia, participaramda abertura do evento, o só-cio-administrador da empre-sa, Luis Eduardo MagalhãesFilho, e o governador da Ba-hia, JaquesWagner.

Seminfraestruturaeficaz noestado, nema guerra fiscalvai resolver

ANTONIO CARLOSMAGALHÃES JUNIOR,presidente da Rede Bahia

Vantagem

Desafios

Comoavançar?

- A Bahia possui posição estratégi-ca. Tem por exemplo omaior lito-ral do País.- Crescimento da economia do es-tado acima damédia nacional.- Possui a segundamaior refinariado país, tem reforço na oferta deenergia (limpa), com a inaugu-ração domaior parque eólicobrasileiro prevista paraestemês.

- EmMobilidade Urbana, criação de um sis-tema integrado de transporte- Políticas que incentivem a redução do uso doautomóvel na cidade, com frota atual de 770milveículos- Implantar uma infraestrutura industrial mo-derna, com boas rodovias, implantação de fer-rovias e hidrovias, ligando as áreas de pro-dução aosmercados e portos- Redução do tempo de espera de umnavio no Porto de Aratu, que hojechega a 30 dias, resultando emprejuízo de R$ 46milhões.

- Implementar sistema integrado de trans-porte, commetrô, trens, ônibus e ciclovias- Política urbana que pense o transporte inte-grado com a cidade e dê prioridade ao pedestre-Modernização dos portos de Aratu e Salvador,instalação do Porto Sul e demais terminais, in-clusive por parte da iniciativa privada- Investimento em infraestrutura, como ex-pansão dos aeroportos de Salvador e do in-terior- Implementação demodelo de con-cessão nos portos, permitindo aexploração do setor privado

ROBSONMENDES

Agendaemdebate

Olhe para os lados. Seja qual for a direção escolhida, você vai ver os serviços

na área de infraestrutura que a Uranus2 oferece. Sempre com qualidade,

Sinalização Vertical/Obras/Trânsito Mídia Exterior/Administração de Concessão de Mídia

Plotagens, Plantas de Engenharia P&B e Color, Implantação de Equipamento de Cópia e Plotter na Obra.

Plotagem de Transportes Públicos Lançamentos Imobiliários

A Uranus2 está em todosos pontos da cidade.

Page 3: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 3Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011

Page 4: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

4 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

*Bomba-relógioPresidente da Fiebdefende soluçãopara portos emobilidade urbanaMaria José Quadros

O presidente da Federaçãodas Indústrias do Estado daBahia (Fieb), José de FreitasMascarenhas, fez um apeloaos responsáveis pelo plane-jamento do sistema de trans-portes de Salvador para quedecidam, rapidamente, qual omodeloa ser adotadoparaen-frentar o caos do trânsito nacidade.

“Não existe um só sistema.Todos são úteis e necessários.Não podemos perder maistempo”, disse ele, em sua pa-lestranosemináriosobreote-ma Infraestrutura, logo após asessão de abertura do AgendaBahia, na quinta-feira.

Mascarenhas considera oaumento do número de auto-móveis emcirculação emSal-vador uma “bomba que estásendopreparada”paraacida-de. A média é de 16,2 carrospara cada grupo de 100 habi-

tantes, superior à média bra-sileira, de 14 automóveis/100habitantes, reflexo direto doaumento da renda, conformeressaltou.

METRÔOpresidente da Fiebacha que o que falta basica-mente emSalvador é planeja-mento geral. Isso dificulta ca-da vez mais a realização deobras necessárias, porque ocusto de desapropriação deáreas se torna cada vez maisoneroso. “Ou se planeja e re-serva as áreas, ou vamos tercustos altíssimos. É precisocuidar de Salvador enquantoainda é tempo”, advertiu JoséMascarenhas.

Essas áreas devem ser re-servadas inclusive para o sis-tema viário da cidade, já que,segundo alerta Mascarenhas,Salvador não terá viabilidadese não encontrar uma soluçãopara o seu sistema de trans-portes.

Ele lembrou o caso do Rio,que, embora tambémenfren-te problemas, já conseguiuimplantar 56 quilômetros delinhasdemetrô,utilizando-seainda de outros modais detransportes. Mas um dos mo-delos que considera mais efi-

ciente éodo sistemade trans-portes de Londres, com maisde 402 quilômetros de linhasde metrô, integrados comônibus, trens e outros mo-dais.

PORTOS Ao se referir à in-fraestrutura industrial, Mas-carenhas abordou a questãodosportos brasileiros, que es-tão defasados na comparaçãocom os mais modernos domundo. Nos portos baianos, asituação ainda émais grave.

“Aratu, o nosso porto in-dustrial, está saturado. Otempodeesperadeumnavioéde até 30 dias”, disse, citandodados da Associação dosUsuários dos Portos da Bahia(Usuport), segundo os quaisesseatrasoresultaemumpre-juízo de US$ 46 milhões porano. Isso seria suficiente paraamortizar a construção de umnovo porto, calcula.

Apesardereconhecera im-portância do Porto Sul, a serconstruído em Ilhéus, elelembra que o equipamentoservirá fundamentalmentepara escoar commoditiesagrícolas e minerais, nãoatendendo às necessidades daindústria.

Ou se planejae reserva asáreas, ouvamos tercustosaltíssimos. Épreciso cuidarde Salvadorenquantoainda étempo

NOSSOSNÚMEROS

116,2 é o número deautomóveis para cada100 habitantes em

Salvador

214 carros por grupo de100 habitantes é amédia nacional

356 quilômetros demetrô já foramimplantados no Rio

4402 é a extensão dosistema de metrô deLondres

Comoavançar?Bahia investemenos de1% do PIB em infraes-trutura. JoséMascare-nhas, presidente daFieb, defendeumais re-cursos para a expansãodos aeroportos do in-terior, modernizaçãodos portos, recupe-ração das estradas einvestimentos emferrovias.

Portos

ROBSON MENDES

Presidente da Fieb sugerea revisão do Decreto6.620/2008, que regula aconstrução de novos termi-nais privados de carga pró-pria e a implementação demodelo de concessões da ex-ploração portuária ao setorprivado. A Fieb avalia queajuste na regulação dosportos permitirá avançona estrutura,melhoriada gestão e aumentodos investimentos.

Page 5: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 5Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011infraestrutura*

Novos passosPresidente doIpea diz que Brasildeve investir paraliderar países

Maria José Quadros

O Brasil está vivendo ummomento singular. Desde agrande depressão de 1929, arecuperação econômica domundo depende dos paísesdesenvolvidos. Mas os Esta-dos Unidos, Europa e Japãonão demonstram mais capa-cidade de liderar a reestrutu-ração. Pela primeira vez, oBrasileospaísesqueaindanãosãodesenvolvidostêmqueto-mar a si esse encargo.

A reflexão é de Márcio Po-chmann, presidente do Insti-tuto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea) do MinistériodoPlanejamento.Mas, apesardo papel inédito e destacadoqueeleatribui aoBrasil e aou-tros considerados emergen-tes, Pochmann admite que opaís ainda não está devida-mente preparado para isso.Faltam investimentos.

Paraficarsomentenaques-tão da infraestrutura, temadoseminário do Agenda Bahiaaberto na quinta-feira, doqual Pochmann foi palestran-te, a falta de investimentos éum problemamuito sério. Elesedetevenaquestãodapreca-riedade dos portos, a partir deum estudo realizado peloIpea.

O Instituto levantou asmaiores deficiências dos por-tosbrasileiros, identificandoanecessidade de realizaçãoimediata de 265 obras, comcusto total estimado emR$ 43bilhões.Os recursosdeveriamser aplicados para eliminargargalos, como necessidadededragagemeimplantaçãodeacessos por via terrestre. Noentanto, o investimento teriade ser bemmaior para dotar opaís de portos modernos, nonível dos países desenvolvi-dos e de outros emergentes,como a China e a Coreia.

Mesmo reconhecendo queportos obsoletos e outras de-ficiênciasde infraestruturadoBrasil elevam o custo de ex-portação das empresas, Mar-cos Pochmann encarou comreservas a medida divulgadapela presidente Dilma Rous-seff, no início da semana pas-sada, de desonerar a folha depagamentos de quatro seg-mentos industriais exporta-dores– calçados, têxteis,mó-veis e software - como formade compensar o câmbio des-favorável e o próprio custoBrasil.

“É uma primeira experi-mentaçãoqueestásendofeita.Aavaliaçãoédequepossaviracontribuir para suavizar osefeitos do câmbio e dos jurosnos custos das empresas”,disse, manifestando o senti-mento de que alimenta dúvi-das sobre efeitos damedida.

Cerca de40% docrescimentomundialdepende doBrasil, da Índiae da China

Como avançar?Opresidente do Ipea, Marcio Pochmann, avaliou queo Brasil precisaria investir, de imediato, R$ 43 bi-lhões para resolver os principais gargalos do seu sis-tema portuário, entre eles as necessidades de draga-gem, construção de acessos terrestres e implanta-ção de equipamentos. Os recursos são para 265obras. Isso, porém, não seria suficiente, se-gundo ele, para promover amodernizaçãodos portos e colocá-los entre osmaismodernos domundo.*

INVESTIMENTO

PARA CRESCER

bilhões de reais é quantoIpea calcula de investi-mento em 265 obras paramodernizar os portos doPaís

43

ROBSONMENDES

Page 6: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

6 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

SófaltaresolverEm debate, atégoverno admiteque faltam portosmais modernos

Luiz Francisco

Comuns entre os empresá-rios, as críticas àprecariedadeeà faltade infraestruturapor-tuária ganharam a chancela

do governo estadual no pri-meiro seminário Agenda Ba-hia, realizado na quinta-feirapassada, no auditório da Fe-deração das Indústrias do Es-tado da Bahia (Fieb).

Com uma frase de efeito, osecretário da Indústria, Co-mércio e Mineração, JamesCorreia, resumiu os proble-mas enfrentados pelo setorque têm causado muitos pre-juízos à economia do estado.“Estamos vivendo um apagão

no setor portuário, mas aspessoas nãopercebemporquenão apertam o interruptor”,disse, numa comparação coma crise vivida pelo setor ener-gético há alguns anos.

Antes da declaração do se-cretário, o governador JaquesWagner reconheceu, na aber-tua do seminário, a ineficiên-cia do complexo portuário edisse que é preciso acelerar asprivatizações. “Não importase é público ou privado, o que

deve prevalecer é o interesseda sociedade”. Durante o de-bate que encerrou as ativida-des do evento pela manhã, opresidente da Fieb, José deFreitas Mascarenhas, disseque as recentes demissões detoda a cúpula do MinistériodosTransportespodemacele-rar os trabalhos de moderni-zaçãodosportos.“Ofatocon-cretoéqueprecisamosdarumnovoimpulsoaosetorportuá-rio e não podemos ficar reféns

da burocracia que nos causamuitos prejuízos”, afirmou.

Depois de lembrar que umdialutoucontraaprivatizaçãodo setor elétrico e fazer omeaculpa, JamesCorreiadissequegrandes empresas às vezesdeixam de investir na Bahiaporqueosportosnãoatendemà demanda. “Dói no governoouvir que falta infraestruturanos portos baianos. É precisomudar essa situação”, acres-centou.

Secretário cita perda de investimento

Secretário estadual da Indústria,Comércio e Mineração, James Cor-reia admitiu que algumas empresasdeixaram de investir na Bahia por-queaestruturaportuáriaéprecária.“Existem empresas de consultoriaque desaconselham as instalações(das empresas) quando analisam osnossos portos”, disse o secretário,em sua participação no debate rea-lizado no final da primeira parte doseminário Agenda Bahia sobre In-fraestrutura.

Para Correia, o governo temconsciência dos problemas: “Preci-

samosagir, só isso”.OPortodeAra-tu, o maior do estado, também foicitado negativamente pelo secretá-rio. “Recebo reclamações diárias eachoqueassoluçõesparaosproble-mas passam pela modernização dagestão”, afirmou. Segundo JamesCorreia, os portos baianos precisampassarporumacompletareestrutu-ração. O secretário defendeu a pri-vatização. “Temos de fazer o que fi-zemos no setor elétrico. Aliás, esteprocesso é muitas vezes menor doque a reestruturação feita no setorelétrico”.

Fieb defende legislaçãomaismoderna

O que tem a ver as recentes de-missões no Ministério dos Trans-portes com a modernização dosportos da Bahia? Para o presidenteda Federação das Indústrias do Es-tado da Bahia (Fieb), José de FreitasMascarenhas, as duas coisas podemestar interligadas. “A burocracia(paraarealizaçãodeobras)eramui-to grande e as demissões podemacelerar os trabalhos”, avalia.

De acordo com o presidente daFieb, o setor privado já demonstrouque deseja contribuir comamelho-ria do sistema, mas, como contra-

partida, quer uma legislação maismoderna.

Na opinião dopresidente da Fieb,mesmo com dinheiro, o governoenfrenta dificuldades para executarseusprojetos relacionadosàmelho-ria da infraestrutura. “Há muitosórgãos que, às vezes, não se enten-dem e atrapalhamo andamento dasobras”.

Ainda no debate, José de FreitasMascarenhas disse que os empresá-rios têm projetos e planos. “Elesaguardam apenas o sinal verde dogoverno”.

Mais investimento em ferrovia na Bahia

O presidente da FCA e diretor deLogística da Vale, uma dasmais efi-cientesempresasdoBrasil,MarcelloSpinelli, disse durante o debate noprimeiro seminário do Agenda Ba-hia que existemmuitos gargalos noestado. Ele admitiu que as instala-çõesdaFCAsãoprecáriasnoestado.“Os principais entraves estão loca-lizadosemSantoAmaro,Cachoeira,São Félix e no entorno de Camaça-ri”, afirmou. “Estamos empenha-dos nisso”.

Para Spinelli, a falta de infraes-truturadesestimulaosempresários.

“Para levar uma simples carga daBahia para o Sudeste, os empresá-rios têmmuitas dores de cabeça. Osmotoristas, por exemplo, não têmcompromisso com os horários e asestradassãoruinsoupéssimas.Des-sa forma, competir com quem a so-ciedade sustenta émuito difícil”.

O sucesso da Vale, empresa queestá em30países, segundooexecu-tivo,temumsegredo:oconceito in-tegrado de logística, que passa pelotriplé mina-ferrovia-porto. “Comisso, conseguimos preços muitocompetitivos”, acrescentou.

Privatização é apontada como solução

Ex-presidente da AssociaçãoBrasileira dos Terminais de Contêi-neres de Uso Público, Wady Jasminacreditaque somenteaprivatizaçãopode eliminar a ineficiência dosportos brasileiros. “Existem pro-blemas em todos os portos, mas, naBahia, a situação é muito críticamesmo”, avaliou, durante o debateno Agenda Bahia.

Jasminafirmouque,comapriva-tização,osportos serãoadministra-dos por profissionais especializa-dos. “Temos de acabar com o com-ponente político. O Brasil já perdeu

muito neste setor e, agora, chegou ahoradedaravoltaporcima”,acres-centou Jasmin, que também éex-presidente da Santos Brasil.

Wady Jasmin ressaltou que, semplanejamento estratégico, o Brasilnão terá condições de competir nomercado internacional. “A concor-rência está cada vezmais acirrada esomente os países que conseguemter eficiência no setor logístico têmsucesso”, disse Jasmin. “A Bahiaprecisa de portos mais modernos eeficientes para continuar crescen-do”, concluiu.

ROBSONMENDES

Page 7: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 7Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011infraestrutura*

Diferença no preçoInfraestruturaeficaz permitevantagem na horade competir

Luis Francisco

O presidente da FerroviaCentro-Atlântica(FCA),Mar-cello Spinelli, disse que em-presas que têm à disposiçãoestruturas logísticas de quali-dadeoferecidaspeloestadooupela iniciativa privada nãoprecisam temer a competiti-vidade. “Pode ter qualquermarco regulatório, o que so-brevive é o preço. E quem teminfraestrutura pode apresen-tar preços muito atraentes”,afirmou o executivo, em suapalestra no primeiro seminá-rio do Agenda Bahia.

Noevento, realizadonoau-ditório da Federação das In-dústrias do Estado da Bahia(Fieb), Spinelli afirmou que aferrovia que dirige, com 1.769quilômetros de trilhos, queintegram o Sudoeste da Bahiaao Porto de Aratu, poderácomplementar a Ferrovia daIntegração Oeste-Leste(Fiol), a maior esperança dosempresários baianos paraacelerar o escoamento degrãos. Ainda em sua primeiraetapade construção, a Fiol vailigar Ilhéus a Figueirópolis(TO), tendo como zona de in-fluência 49 cidades da Bahia,em um total de 1.100 km.

COMPLEMENTO “Quem dizque a Fiol vaimatar a FCAestámuito enganado ou não en-tende de logística. A FCA po-derá complementar a novaferrovia, principalmente noescoamento da produção mi-neral”, disse Spinelli, quetambém é diretor de logísticadaVale. Emsua apresentação,Marcello Spinelli afirmou queo grande crescimento daVale,a segunda maior mineradoradomundo, deve ser creditadoà logística da empresa. “Onosso sistema possui 10 milquilômetros de malha ferro-viária (44.853 vagões e 1.059locomotivas) e 12 terminaisportuários”, acrescentou.

GARGALOS O executivo in-formou que a Vale investiuUS$ 6 bilhões em infraestru-tura e logística entre 2004 e oanopassadoevaidesembolsarmais US$ 5 bilhões nas duasáreassomenteesteano.“Nos-samaior obsessão é alcançar a

liderança entre as minerado-ras de todo omundo. E vamosrealizar este sonhocommuitotrabalhoededicação”.Depoisde falar dos números da Vale,Marcello Spinelli apontou al-gunsgargalosquedificultamocrescimento econômico daBahia. “Temos problemascom rodovias, ferrovias e ae-roportos. É preciso que o go-verno dê melhores condiçõespara a iniciativa privada in-vestir nestes setores que sãofundamentais para o desen-volvimento do estado”, afir-mou.

Segundo Marcello Spinelli,a integração entre os sistemasé o aspecto mais importanteda logística. “Da produção aoescoamento final, todas asetapas devem estar interliga-das para possibilitar a criaçãode um grande diferencial, avantagemcompetitiva”, afir-mou.

Quem diz que aFiol vai matar aFCA está muitoenganado. A FCApoderácomplementar anova ferrovia

Como avançar?SegundoMarcello Spinelli, a integração entreos sistemas é o aspectomais importante dalogística. Ele admitiu que o trecho da FCA naBahia é precário, mas prometeu solução.“Da produção ao escoamento final, todasas etapas devem estar interligadas parapossibilitar a criação de um grande

diferencial, a vantagem com-petitiva”, acredita.*

NOS TRILHOS

km de trilhos: é o trecho daFCA na Bahia (do Sudoesteao Porto de Aratu)

1.769

ROBSON MENDES

Page 8: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

|9Salvador,domingo,7deagostode2011

8|

CORREIO

Salvador,domingo,7deagostode2011

infraestrutura*

infraestrutura*

Page 9: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

10 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

Cidade integradaBogotá planejou otransporte, maspriorizou tambémo pedestre

Luciana Rebouças

Bogotá, capital da Colôm-bia, aliou o planejamento doseu sistema de transporte aum ordenamento estratégicoda cidade. Fernando Paez,presidente do sistema Trans-milênio em Bogotá, movidopelo BRT (corredores exclusi-vos de ônibus), não cansou derepetiressaestratégiadurantesua palestra sobremobilidadeurbananoprimeirosemináriodo Agenda Bahia. Para Paez,alémde pensar um sistema detransporte, é necessário pen-sarnarequalificaçãodacidadee nas intervenções positivasque podem ser feitas a partirdo modelo de mobilidade ur-bana adotado. “A mobilidadeéumdireitodocidadão”,afir-ma Paez.

Os exemplos são variados.Primeiro,nãobasta terapenasuma estação de embarque edesembarque nos ônibus. Éprecisopensarnas praças enoentorno dessa região. Outroquesito exemplar no planeja-mentodeBogotáfoioquePaezchama de multimodalidade,ou seja, não se pensa apenasnos ônibus, mais na integra-çãodopedestre,dosciclistase

de outrosmeios de transportecom o Transmilênio.

“Bogotá tem 388 quilôme-tros de ciclovias e as estaçõesde ônibus contam com 1.643estacionamentos para as bici-cletas”, diz Paez. Bogotá re-gistraassimamaiorrotadeci-cloviadaAméricaLatinaenãofaltam calçadas de qualidadepara a mobilidade do pedes-tre, considerado prioritário.

FLUXOApesar de só atender26% da população, não faltaplanejamento no sistemapensado para o BRT emBogo-tá. SegundoPaez, os 84 quilô-metrosdecorredoresexclusi-vos foram pensados para lo-cais que tinham grandes en-garrafamentos e fluxo de pes-soas. Hoje, um trecho do BRTchega a transportar 45 milpassageiros por hora, o que éconsiderado uma capacidadede transporte de massa degrande porte.

Osistema jáestá sendopla-nejado há 10 anos e Paez lem-brou que esse plano tem queser pensado para alémde ges-tõespolíticas.Atualmente,elese encontra na terceira fase,que terá mais 32 quilômetrosde extensão. Ao todo, são oitoetapas de construção, que to-talizam 166 quilômetros decorredores exclusivos dentroda cidade.

Hoje,osistemajátranspor-ta 1,7 milhão de passageirospor dia, o que pode ser poucopara uma cidade de 7,2 mi-

*BRT EMBOGOTÁ

MIL pessoas deixaram oscarros em casa para usar osistema de ônibus

500

20%da população de Bogotáanda de carro e 55% usa otransporte público

45MIL passageiros por hora:é quanto transporta umalinha de BRT

lhões de habitantes, mas aju-dou a retirar 500 mil carrosdas ruas em quatro anos. “Eneste período não construí-mosmaisnenhumcorredor,oque mostra a conscientizaçãoda população”, alerta Paez.Outra propaganda que o ges-tordaTransmilênio fazdoBRTé que ele possibilitou a redu-ção das viagens em 20 minu-tos. “As passagens são pagasanteseoônibuseaestaçãoes-tãonomesmonível.Tudoparaagilizar o embarque e desem-barque dos passageiros”, jus-tifica Paez.

CUSTO Para o gestor, alémde fornecer mais velocidadeno deslocamento, os ônibusdoBRTtambémprecisamfor-necer segurança e conforto aousuário, tendo, inclusive, sis-tema de refrigeração. Isto,com tarifa de US$ 0,96 (R$1,59), que não tem nenhumsubsídio do governo. “O di-nheiro das passagens devepermitir ao sistema ser autos-sustentável. Mas aí que temoso impasse da qualidadeversusa tarifa.Ousuário quer ônibuscommais frequência,masnãoquer tarifa mais cara”, co-mentaPaezsobreodilemaen-frentado por várias cidades.

Com os investimentos queforam feitos ao longo destadécada, Bogotá tem no siste-maTransmilênio107estações,seteportaisdeintegração(queintegra diferentes tipos deônibus), sete pátios para ôni-

A Transmilêniopensou emum projetoque constróiespaçospúblicos eque prevêrenovaçõesurbanas

bus, dois estacionamentos(com1.094vagasparacarros),1.643 vagas para bicicletas.Paez ainda lembra que são 18elevadores nas estações e 16banheiros públicos.

Todo esse sistema é moni-torado através de um centrodecontrole,quepermiteaco-municação direta entre mo-toristas e controladores detráfego. “Regularizamos umsistemaque ainda tem66 em-presas informais. São impos-tos diretos garantidos paramais de seis mil trabalhado-res”, comemora Paez.

Comoavançar?

DesafioPara Paez, a cidade

tem que pensarprojeto que integre o

transporte e asmelhorias urbanas.

Tambémdeve escolherseu sistema pensandonos recursos que têm

disponíveis, paranão criar um

metrô que fiquemais 12 anos

semfuncionar.

O presidente da Transmilê-nio, empresamunicipal queutiliza BRT, sugere uma rápi-da intervenção para apro-veitar estemomento opor-tuno. Para Fernando Paez, osistema de BRT pode sercomplementar à linha demetrô já existente. Se-gundo ele, as ladeirasnão são impeditivo pa-ra a implantação doscorredores de ôni-bus exclusivos.

ROBSONMENDES

Page 10: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 11Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011infraestrutura*

Por uma soluçãoEspecialistassugerem políticaurbana pararesolver o trânsito

Luciana Rebouças

O debate sobre mobilidadeurbana, no primeiro seminá-rio sobre Infraestrutura doAgendaBahia,foicercadopela

expectativa da plateia de queos secretários Zezéu Ribeiro,daSecretariadePlanejamentodo Estado (Seplan), e JoséMattos, da Secretária de In-fraestrutura e Transporte daPrefeituradeSalvador(Setin),dessem respostas concretassobreosprojetosparaacidadee para o estado, aomenos, até2014. Mas nada ainda estavadefinido.

Marcos Galindo, diretor deInfraestrutura da Federação

das Indústrias do Estado daBahia(Fieb), foiomediadordodebate e começou fazendouma contextualização damo-bilidade urbana em Salvador.

Ele lembrou que a cidadenão pode mais pensar em umprojeto que ignore a RegiãoMetropolitana e que uma po-lítica urbana não é devida-mentepensadadesdeadécadade 50, quando existia o Escri-tóriodePlanejamentoUrbanodeSalvador(EPUS).“Tivemos

umgrandeapagãodeplaneja-mento urbano”.

Galindo lembrouque as in-tervenções devem ser focadasno transporte coletivo e nãono individual, já que a cidadejá atingiu a marca de 770 milveículos em circulação. “Te-mosumenormeadensamentode Salvador. Como essas pes-soas vão se deslocar no futurosenadaforfeito?”,fezGalindoa pergunta que todos se fazemno dia a dia do trânsito.

Quem arrancou mesmo aspalmas da plateia emdiferen-tesmomentos foi a professorado Departamento de Trans-portedaUniversidadeFederalda Bahia (Ufba) Ilce MaríliaDantas Pinto de Freitas. “Teruma política de mobilidade émuito sério.Porque,diferentedo que foi discutido no semi-náriodamanhã (aquestãodosportos baianos), nós não va-mosescoaressaspessoas”,re-sumiu a professora.

Transporte público para tirar carro da rua

AprofessoradoDepartamentodeTrânsitodaUniversidadeFederal daBahia (Ufba) Ilce Marília DantasPinto de Freitas comemorou emveramobilidade urbana sendo parte dadiscussão política nos dias atuais.“Pormuitosanos,amobilidadedei-xoudefazerpartedaagendapolíticae chegamos neste ponto”, analisou.Ela defende que os novos projetossobre o tema sejam pensados inte-grando Salvador e as outras cidadesda Região Metropolitana, sem levaremconta somenteosprazos e as ex-pectativas com a Copa de 2014.

A professora também lembrouque a falta de qualidade dos trans-portes públicos tem levado as pes-soas a se arriscar nasmotos e anda-remdebicicletasemumacidadeon-de não há nenhuma estrutura paraisso. Para ela, falta planejamento àcidade considerando um projeto detransporte com uma política ade-quada de uso do solo.

“Temosquepensarumsistemadetransporte de qualidade, que atraiaaspessoasqueusamcarro.Sãoessaspessoas que vão sustentar o siste-ma”, diz.

Integração do sistema de transporte

Os estudos técnicos e o planeja-mento devemser a base para se dis-cutir amobilidade urbana nas cida-des.ParaFernandoPaez,presidentedo sistema de transporte de BRT,Transmilênio, em Bogotá, Colôm-bia,odebate sobreomelhor sistemapara ser implantado (metrô e/ouBRT) também é importante para acidade.Oespecialista afirmouqueomodelo de mobilidade deve se ba-sear na multimodalidade, ou seja,deve integrar os diferentes sistemasde transporte que a cidade possaoferecer.

“Temqueseconsiderarocustoeotempo que as obras vão durar. Paraatender com urgência à populaçãoda cidade”, analisa.Outra questão épensar a mobilidade em sincroniacomumordenamento territorial detodaacidade,levandoemconta,porexemplo, escolas e igrejas. E aindapensar um sistema de transporteque atenda a este fluxo de passagei-ros. “É preciso transcender os par-tidos políticos, com planejamentosde anos”. O Transmilênio foi criadohá10anoseestáemsua terceira fasede planejamento.

Paralela: falta uma decisão política

No debate, o secretário de In-fraestrutura e Transporte da Prefei-tura de Salvador, José Mattos, lem-brou que a cidade tem uma políticade mobilidade urbana desde 2005,que ainda não saiu do papel. Peloprojeto, toda a rede de transporteseria integradaatravésdometrô,dotremdosubúrbioeumpossívelBRT.Questionado sobre o projeto da Pa-ralela,osecretáriocriticouautiliza-çãodetodososrecursossomenteemummodal e não deu prazo para de-finição da questão.

“Agora falta uma decisão políti-

Indefinição de projetos cria instabilidade

A necessidade de criar um siste-ma de transporte integrado entreSalvador e sua Região Metropolita-na.Éestaa justificativadeZezéuRi-beiro, secretário de Planejamentodo Estado da Bahia (Seplan), para aintervenção do estado no sistema aserescolhido.Aprefeituratinhade-finido pelo BRT, mas o estado querum projetomais amplo.

Apesardoprazocurto,deolhonaCopade2014,Ribeirodissequeain-da não há definição sobre o projetoParalela e responsabilizou a prefei-tura pela demora. “A indefinição da

prefeitura cria uma instabilidade”,reagiu o secretário.

ParaZezéuRibeiro, omodelode-vesercoerentecomanossarealida-de. “Até a definição das linhas dosônibus é bagunçada, ligando tudoqueébairroecomumafiladeônibusvazios”, diz.

SegundoRibeiro, dois pontos sãofundamentais: estender o metrô jáexistente e integrar os modelos detransporte da cidade. “Não dá maispara fazer obras para o transporteindividual”. Ele garante que asobras ficarão prontas para a Copa.

ca.OgovernadorJaquesWagnereo prefeito João Henrique preci-sam decidir”, disse. Apesar de ogoverno do estado preferir acombinaçãodosdoismodais (tri-lhoeBRT),ogoverno federalquerumprojeto que fique pronto até aCopa de 2014.

“Esteéummomentoímparpa-raSalvadoreprecisamoseliminarestes pontos críticos”, analisou osecretário. Ele também salientoua importância de chegar com ometrô até Cajazeiras e a revitali-zação dos trens do Subúrbio.

ROBSONMENDES

Page 11: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

12 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

O jogo dos sete errosO trânsito ficoucaótico na cidade.Confira de quem éa culpa pelo nó

Luiz Francisco

Os engarrafamentos nãotêmhora enem lugarpara co-meçar em Salvador. Prolife-ram pela cidade, testando apaciência de quemestá ao vo-lante.Mas,dequeméaculpa?No gráfico ao lado, é só seguiros números: são os sete errosmais comuns que resultaramemum trânsito caótico.

A professora Cira Pitombo,do Departamento de Trans-portes da Escola Politécnicada Universidade Federal daBahia (Ufba), destaca algunspontos. “Com poucos fiscaisnasruaseasconstantesgrevesdos agentes, os motoristasagemcomosefossemosdonosda cidade, parando em filasduplas ou triplas, desrespei-tando as faixas de pedestres edandocontramãoemlocaisdegrandemovimentação”,disseCira.

OS DEBATES SOBRE O FUTURO DONOSSO ESTADO JÁ COMEÇARAM .PROGRAME-SE PARA OS DEMA IS .

Fotos:A

rquivoCorreio

24 de agosto � SUSTENTABILIDADE

14 de setembro�AGRONEGÓCIO

27 de setembro� TURISMO

Saibamais no site agendabahiacorreio.com.br

P A T R O C Í N I O T R A D EP A T R O C Í N I O G L O B A L A P O I O I N S T I T U C I O N A L

A P O I O R E A L I Z A Ç Ã O

Page 12: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 13Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011infraestrutura*

*ContadesigualProdutor baianogasta R$ 156 portonelada de soja;americano, R$ 47Maria José Quadros

Se há uma questão que im-pede um maior crescimentoda economia baiana e tira osono de empresários instala-dosnoestadoéadeficiênciadeinfraestrutura. E não é paramenos.Paracolocar seuspro-dutos nas regiões Sudeste eSul, onde se concentra omer-cado consumidor do país, a1.800, 2 mil quilômetros dedistância, as empresas têmque vencer desafios de logís-tica inaceitáveisempaísesde-senvolvidos ou atémesmo emoutros considerados emer-gentes, como é o caso do Bra-sil. Os custos são altíssimos.

O problema chega a com-prometer resultados que re-presentam importantes vitó-rias da iniciativa privada. Umexemplo:oscerradosdoOesteostentam a maior produtivi-dade de soja do mundo - esteano, está batendo em56 sacospor hectare. Os Estados Uni-dos,maior produtormundial,apresenta rendimento médiode 48 sacos/ha. No entanto,essa vantagem é, em grandeparte, anulada pela precarie-dade de nossa logística.

Para escoar a produção desoja do Oeste, de 3,5 milhõesde toneladas este ano, até oPorto de Aratu, pelo menos1.500 carretas têm que rodar,durante dias, por cerca demilquilômetros de estradas malconservadas, com todos osriscos que isso envolve. Nessacomplicada operação, o pro-dutorbaianopagaUS$100(R$156)portonelada.Paraoame-ricano, levar o resultado dacolheita ao destino sai porUS$ 30/ton (R$ 46,80).

EMPATE ONEROSO Na in-dústria, a situação não é me-lhor. A planta da Ford em Ca-maçari, que recebe 40% dasmatérias-primas que utilizade estados do Sudeste, gasta

com logística o equivalente aoseucustode fabricação. “Nemo homem nem o que ele pro-duznascerampara ficarpara-dos nomesmo lugar. Precisa-mos ganhar consciência demobilidade, que é tão impor-tante quanto ter consciênciaambiental”, diz o engenheiroLuc de Ferran, consultor daindústria automotiva e ex-vi-ce presidente da Ford.

PERDASEDANOSAausênciade investimentosafetou todososportosbrasileirosnasdéca-das de 80 e 90 do século pas-sado.Nadécadaseguinte,aLei8.630/93, conhecida comoLei deModernização dos Por-tos, implementou processosde concessão das atividadesoperacionais à atividade pri-vada. À época, foram fortes asgestões e expectativas do em-presariado e de representan-tes do governo estadual emrelação ao que poderia vir aser,afinal,asaídaparaaques-tão. Mas a Bahia ficou de fora.

ESTRATÉGIA “Em18 anos devigência da lei, houve apenasuma concessão, em2000, pa-ra a instalaçãodeumterminaldecontêineres.Demodoqueasolução está na implementa-ção dessas ações, subordina-das tais ações a planejamentode curto, médio e longo pra-zos. Uma visão integrada das

intervençõesnecessárias, quegaranta a viabilidade do pro-cessodeexpansãodocomple-xo portuário”, observa o co-ordenador do Comitê de Por-tos da Federação das Indús-triasdoEstadodaBahia(Fieb),Reinaldo Sampaio.

Ele salienta ainda que, porconta desse atraso, os portosbaianos deixam de receber eoperar parte das cargas do es-tado. Perdem, por exemplo,paraosportosdePecém(CE)eSuape (PE) as exportações defrutas do Norte baiano. Noplano de desenvolvimento doPorto de Santos, a economiada Bahia está considerada co-mo área de influência desseporto.

Novo cenário com ferrovia

É certo que começa a apa-recer alguma luz no fimdotúnel. A construção, ora emandamento, da FerroviaOeste-Leste (Fiol), deverádesafogar alguns segmentoseconômicos. Umdeles é odamineração, que experi-menta novo ‘boom’mun-dial, resultado do aumentoda demanda dos emergen-tes, sobretudo da China.Tanto que a ENRC (EurasianNational Resources Corpo-ration), do Cazaquistão,sextamaior produtora de

minério de ferro domundo,já se antecipou e negocia acompra, por R$ 3,5 bilhões,de 25%da capacidade detransporte da Fiol, para ex-portar a produção de suamina de Caetité. Dona daBahiaMineração, a compa-nhia pretende transportar19,5milhões de toneladasdeminério/ano por via fér-rea até o terminal que im-plantará no Porto Sul, a serconstruído emAritaguá,mas ainda pendente de li-cença ambiental.

GANHO NAPRODUÇÃO

56sacas de soja por hectare é aprodução do Oeste baiano

48sacas é a produção média porhectare nos EUA

Page 13: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

14 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

FOTOS: ROBSONMENDES

Lula Larangeira,diretor-executivo daConstrutora Santa Helena

Público acompanha debatepor vídeo-conferência:auditório lotado na Fieb

Renata de MagalhãesCorreia, da Rede Bahia, com o

marido, Gabriel Correia

Frank Alcântara, diretorde marketing da Braskem, e

Luiz Alberto Albuquerque, diretor deMídia Impressa e Internet da Rede Bahia

Antonio Carlos Júnior, presidente da RedeBahia, e o sócio-administrador Luís

Eduardo Magalhães Filho com ogovernador Jaques Wagner

João Marcelo Coelho, superintendentede Desenvolvimento Industrial, Mauricio Castro,

superintendente de Comunicação Institucional, Robertode MIranda Musser, diretor-executivo da Fieb

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Agenda Bahia VIP*

Page 14: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

CORREIO

| 15Salvador, domingo, 7 de agosto de 2011infraestrutura*

Nilson Sarti,presidente da

Ademi, eCarlos

Magalhães,diretor de

MídiaEletrônica daRede Bahia

Horácio Brasil,superintendente do Setps,e José Mattos, secretáriomunicipal de Transportes

Darcles Oliveira, gerente deComunicação Institucional daPetrobras, e Paulo Sobral, diretorde Projetos da Rede Bahia

Wilson Andrade, diretorda Abaf, e o comandante

Paulo Baltoré

MaurícioFonseca,diretor deGestão daRede Bahia

José Mascarenhas, presidente daFieb, e o diretor-superintendente daRede Bahia, Dante Iacovone

FOTOS: ROBSONMENDES

Page 15: Agenda Bahia 2011 - infraestrutura

16 |CORREIOSalvador, domingo, 7 de agosto de 2011 infraestrutura*

BairroplanejadoEmpreendimentoda PDG concentramoradia e serviçonomesmo espaço

Luciana Rebouças

Quem vive hoje nas gran-des cidades busca o máximodetranquilidadeeconfortonodia a dia. É para atender estesclientes que, cada vez mais,surgem bairros planejadosdentro de Salvador.

A ideia é centralizar dentrode um grande terreno, apar-tamentos, equipamentos delazer (comopiscina, brinque-dotecas, salão de festas) e asmais variadas opções de ser-viços.Oconceitoédefacilida-de: se você pode comprar ali-mentos ou ir à ginástica, naárea comercial instalada den-tro do seu bairro planejado,paraquesairdecasa?Umcar-ro a menos de cada moradorpode fazer diferença no en-garrafamento.

Por estar antenado a estenovo conceito de moradia,

que a maior empresa do setorimobiliário da América Lati-na,aPDG,lançouobairropla-nejado Greenville, em Salva-dor. O impacto desta estrutu-ra com 900 mil metros qua-drados e com 50%da área to-talde terrenopreservado,nãoé só para os moradores. Se-gundo Ricardo Telles, diretorde unidade de negócios Nor-deste da PDG, ainda há umapreocupação com a infraes-trutura.“Umbairroplanejadotem comopremissa uma ocu-pação planejada com ruasadequadas, estacionamentosdefinidos e o desenvolvimen-todeviasdeacesso.NocasodoGreenville, já se encontra emfasedeprojetoaduplicaçãodaAv. Pinto de Aguiar”, disse.

Também haverá serviçosdelivery, como comidas con-geladas, entregas rápidas(farmácia, locadora, restau-rantes, pizzarias), padaria,floricultura, postagem etc,que poderão ser facilmentecontratados através da Cen-tral de Atendimento para PayperUse eDeliveries que, alémde receber e encaminhar or-dens,permiteavaliarosservi-

ços prestados.Alémdessamegaestrutura,

o Greenville acredita na con-servação ambiental e já assi-nouumTermodeAjustamen-todeConduta(TAC)garantin-do qualidade de vida aos seusmoradores.

“São previstos nove em-preendimentos, sendo quequatro já estão em obras e umem fase de lançamento. Emrelação ao meio ambiente, foifeito um TAC com os órgãoscompetentes e ele está sendorigorosamente cumprido. Te-

O Greenville funciona como um bairro, mas com facilidades: moradia, serviço e vias, tudo planejado

DIVULGAÇÃO

mos uma área de preservaçãoambiental obrigatória previs-ta neste TAC.Mas, alémdisso,por nossa própria iniciativa,dentro das áreas dos condo-mínios sempre preservamosáreasdeaté30%doterrenodocondomínio”, disse.

podem mudar o mundo.Ideias são sonhos que

Um sonho se realiza pelo talento de quem acredita que tudo é possível.

Pessoas que enxergam caminhos onde outros veem dúvidas.

E oportunidades quando todos enxergam crise.

Porque o mundo acontece da forma como olhamos para ele.

Olhar para o plástico e enxergar inovação.

Para a química e ver sustentabilidade.

Este é o papel da Braskem.

Ver o mundo com os olhos do sonhador.

E, a cada novo desafio, encarar o futuro

com confiança e se perguntar: por que não?