AH - Principal | 06 de julho de 2016

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Lajeado, quarta-feira, 6 de julho de 2016 Ano 13 - Nº 1628 Avulso: R$ 2,00 Fechamento da edição: 21h Fundado em julho de 2002 ELEIÇÕES 2016 Alterações nas formas de fi- nanciamento e redução no tem- po de campanha motivam novas estratégias para as eleições mu- nicipais. Regras foram apresen- tadas aos líderes partidários de oito municípios. Mudanças exigem inovações Página 8 Conexão SÍMBOLO OLÍMPICO: milhares de pessoas acompanharam, na manhã de ontem, a passagem histórica por Encantado e Lajeado. Jogos do Rio de Janeiro começam em 30 dias Páginas 4 a 6 Página 10 ANDERSON LOPES Comunidade abraça quartel da Brigada Militar A recorrência de crimes em Fazenda Vilanova gera reação dos morado- res. Protesto cobrando mais segurança e a reabertura do posto policial na cidade reuniu cerca de 150 pessoas. Manifestantes reivindicam mais atenção do Estado e reforçam apoio às instituições de segurança. Nublado com chance de chuva Mínima: 9°C - Máxima: 20ºC TEMPO NO VALE FONTE: CIH/UNIVATES Passagem da tocha atrai multidão no Vale SEGURANÇA PÚBLICA A 2ª Vara Criminal de Lajeado recebeu na segunda-feira denúncia do Ministé- rio Público contra quatro empresários e outros quatro funcionários da Mineração Campo Branco Ltda, responsável pela produ- ção da água mineral Do Campo. Eles são acu- sados por suposta organização criminosa, além de depósito e venda de produto alimen- tício corrompido, cuja pena varia de quatro a oito anos de prisão. Páginas 12 e 13 MP denuncia oito por adulterar água OPERAÇÃO GOTA D’ÁGUA LEITE COMPEN$ADO Operação inclui o Vale Página 14 Cinco pessoas foram presas on- tem por adicionar água, amido de milho, água oxigenada e ácido córbico no leite. DIVULGAÇÃO

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Lajeado, quarta-feira,6 de julho de 2016Ano 13 - Nº 1628

Avulso: R$ 2,00

Fechamento da edição: 21h

Fundado emjulho de 2002

ELEIÇÕES 2016

Alterações nas formas de fi-

nanciamento e redução no tem-

po de campanha motivam novas

estratégias para as eleições mu-

nicipais. Regras foram apresen-

tadas aos líderes partidários de

oito municípios.

Mudançasexigeminovações

Página 8

Conexão

SÍMBOLO OLÍMPICO: milhares de pessoas acompanharam, na manhã de ontem, a passagem histórica por Encantado e Lajeado. Jogos do Rio de Janeiro começam em 30 dias Páginas 4 a 6

Página 10

ANDERSON LOPES

Comunidade abraça quartel da Brigada MilitarA recorrência de crimes em Fazenda Vilanova gera reação dos morado-

res. Protesto cobrando mais segurança e a reabertura do posto policial na

cidade reuniu cerca de 150 pessoas. Manifestantes reivindicam mais atenção

do Estado e reforçam apoio às instituições de segurança.

Nublado com chance de chuva

Mínima: 9°C - Máxima: 20ºC

TEMPONO VALE

FONTE: CIH/UNIVATES

Passagem da tocha atrai multidão no Vale

SEGURANÇA PÚBLICA

A 2ª Vara Criminal de Lajeado recebeu na segunda-feira denúncia do Ministé-rio Público contra quatro empresários

e outros quatro funcionários da Mineração Campo Branco Ltda, responsável pela produ-

ção da água mineral Do Campo. Eles são acu-sados por suposta organização criminosa, além de depósito e venda de produto alimen-tício corrompido, cuja pena varia de quatro a oito anos de prisão. Páginas 12 e 13

MP denuncia oito por adulterar água

OPERAÇÃO GOTA D’ÁGUALEITE COMPEN$ADO

Operação inclui o Vale

Página 14

Cinco pessoas foram presas on-

tem por adicionar água, amido

de milho, água oxigenada e ácido

córbico no leite.

DIVULGAÇÃO

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2 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Editorial

A passagem da tocha olímpica ficará na memória de todos. Pessoas de diversos

municípios foram a Encanta-do e Lajeado para ver a festa do esporte. As cidades se pre-pararam, as ruas, lojas e casas estavam enfeitadas. Nenhum incidente foi registrado. Tudo ocorreu dentro da normalidade no momento em que os olhos do mundo se voltaram para a região.

Uma multidão acompa-nhou todos os movimentos da cerimônia. A emoção podia ser vista no rosto dos escolhidos no revezamento da chama. Carregado de significado, o símbolo dos jogos olímpicos tem o poder de unir a socieda-de. De fazer as pessoas esque-cerem as diferenças ideológicas e reconhecerem o momento único no qual o Vale teve opor-tunidade de presenciar.

O esporte tem esse poder. Transpõe barreiras e agrega conhecimentos. A visita de ontem ficará na história do estado. Espera-se que os jogos olímpicos sejam um marco para o país. Contribuam para o fim da polarização política e também para a unir as pesso-

as em prol de todos.Se utopia ou não, o país

precisa respirar com mais tranquilidade. A turbulência econômica e política tensiona as relações e aumenta a intole-rância. A Olimpíada vai além dos resultados. Das medalhas, das vitórias e das histórias de glória. É feita de sangue, suor e lágrimas. De superação. De acreditar no inacreditável.

Ver nos olhos de um senhor maratonista com mais de 70 anos a felicidade por fazer parte, ainda que por breves instantes, desse momento his-tórico, traduz o sentimento de muitos brasileiros. Talvez seja a única vez que os atletas do mundo inteiro estarão no país.

Se houve erros no plane-jamento, desvio de verba pública, se a bacia da Guana-bara não ficou limpa como se esperava, agora não tem como voltar atrás. O trabalho de todos, a missão das pessoas, é tornar o evento um sucesso. Assim como foi a Copa do Mun-do. Mesmo com o pessimismo de parcela da sociedade, a imagem exposta do Brasil foi aquela que nos identifica. Um povo hospitaleiro, bem humo-rado e feliz.

INDICADORES ECONÔMICOS

REDAÇÃOAv. Benjamin Constant, 1034/201

Fone: 51 3710-4200CEP 95900-000 - Lajeado - RS

[email protected]

COMERCIAL E ASSINATURASAv. Benjamin Constant, 1034/201

Fone: 51 3710-4210CEP 95900-000 - Lajeado - [email protected]

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Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Tiragem média por edição: 7.000 exem-plares. Disponível para verificação junto

ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002Vale do Taquari - Lajeado - RS

EXPEDIENTE

MOEDA COMPRA VENDA

Dólar Comercial 3,2992 3,2998

Dólar Turismo 3,2400 3,4300

Euro 3,6511 3,6518

Libra 4,2823 4,2848

Peso Argentino 0,2188 0,2189

Yen Jap. 0,0324 0,0324

ÍNDICE MÊSÍNDICE

MÊS (%)

ACUMU-LADO

ANO (%)

ICV Mes (DIEESE) 05/2016 0,67 4,25

IGP-DI (FGV) 05/2016 1,13 4,31

IGP-M (FGV) 05/2016 0,82 4,15

INPC (IBGE) 05/2016 0,98 4,60

INCC 05/2016 0,19 2,25

IPC-A (IBGE) 05/2016 0,78 4,05

BOLSAS DE VALORES

PONTOVARIAÇÃO

(%)FECHAMENTO

Ibovespa (BRA) 51842 -1,38

cotação do dia anterior até 17h45min

Dow Jones (EUA) 16.027 -1,10

S&P 500 (EUA) 1.853 -1,42

Nasdaq (EUA) 4.823 -0,82

DAX 30 (ALE) 9.533 -1,82

Merval (EUA) 11.400 0,00

Cotação do dia anterior até 17h45min, Valor econômico.

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1336.7 cotação do dia 05/07/2016

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 50,1 em 05/07/2016

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICA-DOS (%)

MÊSÍNDICE

MÊS (%)ACUMULADO

ANO (%)

TJLP 7,5

Selic 14.25%(meta)

TR 05/16 0,2043 0,9361

CDI (Mensal) 05/16 1,1074 5,4955

Prime Rate 05/16 3.25 3,25 (Previsto)

Fed fund rate 05/16 0.50 0,25 (Previsto)

Diretor Geral Adair G. WeissDiretor de Conteúdo Fernando A. Weiss

Diretor de Operações Fabricio de Almeida

Tocha carregada de simbologia

Aloísio Classmann / Deputado EstadualArtigo

Terceira pista em todas as rodovias

O ideal era termos a gran-de maioria de nossas rodovias estaduais

duplicadas, bem sinalizadas e conservadas. Isto é pratica-mente um sonho, mas tenho esperanças de que, no futuro, conseguiremos alcançar este objetivo. Enquanto isso, venho defendendo a implementação da terceira pista em pontos críticos das estradas.

Apresentei, para este fim, o projeto de lei 209/2014, que cria o Programa de Implementação da Terceira Faixa em Rodovias Estaduais. Também protocolei a emenda 18 à Lei de Diretrizes Orçamentárias(LDO), que priori-za a conservação e a implemen-tação da 3ª pista nas estradas

gaúchas. A proposta foi acolhi-da pelos colegas parlamentares em Plenário.

Ela busca dar fluidez ao tráfego e diminuir a letalida-de em acidentes nas rodovias gaúchas. A ideia é de estabe-lecer mais do que um instru-mento para escoar a produção, mas de melhora no fluxo de veículos e para proteger vidas tentando frear os altos índices de mortalidade por acidentes. Sabemos que as ultrapassagens originam um risco inerente às rodovias. O Estado não pode se ausentar da responsabilidade dos riscos de acidentes e nem dos elevados índices de aciden-tes. Caminhões, os chamados cargas pesadas, não conseguem

desenvolver uma velocidade compatível com o tráfego segui-do pelos veículos leves.

A construção de uma terceira faixa é uma saída nesses tre-chos considerados críticos. Ela é destinada aos veículos mais lentos. A potencialidade para evitar acidentes é evidente e urge que o poder público lance mão desse instrumento como mais uma política pública voltada à segurança do tráfego. Sugiro que a Secretaria Esta-dual dos Transportes realize o Programa de Implementação da Terceira Faixa começando pelos trechos das rodovias em que ocorre o maior número de acidentes, que possuam poucos pontos de ultrapassagem e

tenham aclives que reduzam drasticamente a velocidade.

Daqui para frente, qualquer rodovia a ser construída deverá ter no mínimo uma terceira faixa em seus pontos críticos. Estudo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), sobre critérios para a implantação de faixas adicio-nais sem rampas ascenden-tes das rodovias brasileiras, concluiu que 78% da variação na taxa de envolvimento de caminhões em acidentes podia ser explicada pelo tráfego em pista simples. O índice cairá apenas com a inserção de mais uma pista de rodagem. Esta é a contribuição que a terceira faixa poderá dar!

Só o treino, a disciplina e o

preparo montam os campeões. Nesse aspecto, mais uma vez, temos governos

ausentes.

O legado desses jogos perdu-rará por anos. Quem sabe a partir disso, tenha-se por parte dos governos políticas mais contundentes para formação de atletas. O esporte nacional não é mais só o futebol. Temos que formar mais desportistas. A prática interfere em diversos aspectos. Se formam cidadãos. Se forma o caráter. Aprende-se bases como o respeito, a humil-dade e o esforço.

É necessário pegar exemplos mundiais. Os Estados Unidos, Cuba, a Alemanha, o Japão. Países que acompanham o desenvolvimento das crianças desde os primeiros anos. Elas conhecem as diferentes moda-lidades e optam por aquelas que mais gostam. Para fortale-cer o quadro de esportistas, os governos instituem políticas para trabalhar as aptidões desses jovens. Esperar apenas pelo talento, acreditando que é o dom, na ideia de um toque divino para escolher os futuros medalistas, fica muito mais no campo do misticismo do que na realidade. Só o treino, a disciplina e o preparo montam os campeões. Nesse aspecto, mais uma vez, temos governos ausentes.

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Opinião 3A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Fernando [email protected]

O motivo era a tocha olímpica. O alvo era outro. O símbolo dos Jogos Olímpicos passou pelo Vale do Taquari ontem. O fogo da to-cha percorreu as ruas de Lajeado e Encantado, reunindo milhares de pessoas.

O momento histórico e inédi-to para o esporte regional teve expressões sociais e populares das mais diversas. Entre gritos, bandeiras e placas, houve até quem pediu a cabeça do presiden-te interino Michel Temer.

Força do hábito

ANDERSON LOPES

O jornalista Flávio Tavares, em sua coluna semanal na Zero Hora de domingo, revelou, ao menos para este escrevi-nhador, uma curiosidade. Escreveu que Mauro Rockenbach, o promotor linha dura com o leite, o queijo e a água do Vale do Taquari, tem raízes familiares em Progresso. Seu pai, Ênio Rockenbach, morto há pouco tempo, era natural do município onde funcionava a empresa Água do Campo.

A lista aumentou: oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público, nessa segunda-feira, pela venda de água mineral contaminada. Além dos três presos durante a Operação Gota D'Água, outros cinco nomes são arrolados na denúncia, por integrarem organização criminosa. Matéria está nas páginas 12 e 13.

A Faculdade La Salle, de Estrela, lidera pesquisa e análise sobre a desigual-

dade social, com base no gênero, renda e etnia da população local. Um amplo e específico questio-nário vai às ruas nas próximas semanas para coletar a opinião dos estrelenses a respeito dos três temas.

Pelos números já coletados pela faculdade, os homens detêm superioridade massiva sobre as mulheres em relação à renda. Para se ter uma ideia, das 18 pes-soas que recebem entre 20 e 30 salários mínimos, só aparecem homem. As mulheres apenas são maioria quando a renda nomi-nal mensal varia de um até dois

salários mínimos.A pesquisa também apresentará dados sobre o protecionismo germânico, o espaço e a abertu-ra para expressões culturais a pessoas que não são de origem alemã. Para o irmão Marcos, diretor-geral da La Salle, a ideia da pesquisa é dar luz sobre fatos e mazelas escondidas.

Mesmo com todas as recomendações e

alertas da Justiça Eleitoral, vindas do pró-

prio juiz Johnson e do promotor Fioriolli,

tem gente “brincando com fogo”. Em

Lajeado, por exemplo, circula material

impresso, entregue de casa em casa, com

conteúdo explícito de campanha eleitoral.

Isso, numa interpretação mais sensata

sob o rigor da lei, pode custar uma candi-

datura ali na frente. Para piorar, o cheiro

da tinta do material impresso parece ser

o mesmo da tinta da impressora da câma-

ra de vereadores.

Desigualdade em Estrela

Brincando com fogo CURIOSIDADE

O estado das máquinas do

Daer, em Lajeado, traduz

em larga escala a razão

pela qual nossas estradas e

rodovias estão do jeito que

estão. Esperar o que numa

situação dessas?

Esperar o quê?

ANDERSON LOPES

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4 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Um dia para ficar na história da região

As ruas de Encantado e Lajeado ficaram lotadas. A passagem da chama que representa o espírito olímpico emocionou. Esse dia único ficará para sempre na memória de 26 condutores. Desses, seis são do Vale.

Vale do Taquari

A passagem da tocha

olímpica pelo Vale do

Taquari começou com

cerca de 40 minutos de

atraso. Chegou na rua Padre An-

chieta, ponto de partida do reve-

zamento em Encantado, por vol-

ta das 10h25min.

Quem aguardava o símbolo

olímpico com ansiedade era o pri-

meiro condutor, Sandro Ben Hur

Gonçalves do Nascimento. Natu-

ral de São Borja, ele é cientista

político e foi selecionado graças a

uma promoção da Nissan – patro-

cinadora do revezamento ao lado

da Coca-Cola e Bradesco.

Além de Nascimento, a tocha

foi acessa pelas estudantes do

Instituto Estadual Monsenhor

Scalabrini, Emily Nicole Gebing

Pinheiro, Júlia Martini Dalmoro

e Larissa Klunck Veronese. Elas

foram selecionadas por meio de

concurso de redação promovido

pelo MEC.

Na sequência, a chama olímpi-

ca percorreu 2,7 quilômetros nas

mãos de outros nove condutores.

Ela parou na Praça da Bandeira,

onde houve pronunciamento das

autoridades, apresentações cultu-

rais e esportistas.

Conforme os organizadores,

mais de duas mil pessoas acompa-

nharam o evento. A administração

municipal investiu R$ 25 mil na

aquisição dos materiais utilizados

durante o revezamento.

Em LajeadoO ponto de partida do reveza-

mento foi na junção da BR-386

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5A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Reportagem: Fábio Kuhn e Ezequiel Neitzke

Passava das 10h20min

quando a tocha chegou

a Encantado. Uma mul-

tidão aguardava para

ver o símbolo olímpico.

Em Lajeado, ápice da

cerimônia ocorreu

quando a chama foi

para o Parque Professor

Theobaldo Dick.

com a avenida Senador Alberto Pasqualini. Formado por cerca de cem alunos, o grupo da Escola Estadual Pedro Scherer foi um dos primeiros a chegar no local, perto das 10h.

“É um momento único que em-polga todo mundo,” ressalta a coordenadora pedagógica, Adiles de Azevedo. A emoção aumenta-va pelo fato de os alunos Caroline Fontana Troian e Alessandro Will-ms Segalin, ambos de 14 anos, terem sido selecionados para re-cepcionar a tocha no começo do revezamento.

Com 40 minutos de atraso, o comboio da tocha – formado por 20 carros e caminhões e guarneci-do por 66 agentes da Força Nacio-nal – adentrou a avenida.

Ela foi acesa pelo primeiro con-dutor Adilvo Battisti às 11h34min. Responsável por um projeto social no bairro São Cristóvão faz mais de duas décadas, Battisti chegou a sambar com a chama.

Um dos momentos altos do re-vezamento ocorreu quando o sím-bolo olímpico chegou às mãos do patinador Marcel Stürmer. De pa-tins, o campeão mundial e tetra-

Integrante do Blindados

do Vale

Venilto Valandro

Foi uma emoção muito grande, é

um fato único, sem explicação.”

Condutores do Vale

AnapaulaGotardiSelecionada pela

Coca-Cola devido aos trabalhos volun-tários pelo Rotaract, Anapaula Gotardi foi a quarta condutora em Encantado.

Ela classifica os cer-ca de dois minutos ao lado da tocha como um dos momentos que jamais esquece-rá. “Foi emocionante. É uma honra entrar para a história sendo uma das condutoras da tocha”.

Anapaula atuou por três anos como secretária da Juventude, Desporto e Turismo de Encanta-do. Para ela, o esporte “é uma das principais ferramentas para transformar a realidade local e ajudar na constru-ção de um país melhor”.

Venilto ValandroAtleta da equipe de basquete sobre

rodas Blindados do Vale faz sete anos, Venilto Valandro foi um dos condutores em Encantado.

Indicado pela administração municipal, relata que não esperava participar deste momento histórico para o país. “Foi uma emoção muito grande, é um fato único, sem expli-cação.”

Adilvo BattistiO professor de Educação Física lajeadense foi

o primeiro condutor em Lajeado. Nos últimos 20 anos, Battisti se dedica a um projeto social no bair-ro São Cristóvão, onde ministra aulas de voleibol e futsal.

Para ele, a passagem da tocha estimula o interes-se pelas modalidades esportivas. “Como seria legal ter um atleta da região nas Olimpíadas”.

Ao finalizar o revezamento de 200 metros, o pro-fessor foi surpreendido pelos irmãos. Eles juntaram R$ 1,9 mil para comprar o símbolo olímpico. “Se não tivesse ganhado a tocha, teria me arrependido. É um momento que precisa ser eternizado”.

EZEQUIEL NEITZKE JUREMIR VERSETTI

JUREMIR VERSETTI

FÁBIO KUHN

O cientista político de São Borja, Sandro Ben Hur Gonçalves do Nascimento, foi o primeiro condutor em Encantado

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6 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

campeão pan-americano desfilou

por 200 metros entre a avenida

Alberto Pasqualini e a rua Júlio de

Castilhos.

Na rua Benjamin Constant, a

tocha chegou até a atleta Jaque-

line Weber. Acostumada a correr

contra o tempo nas provas de 800

e 1,5 mil metros, a teutoniense

teve de segurar o passo nos cerca

de 200 metros de revezamento.

Depois de contornar a Praça da

Matriz e passar em frente à Casa

de Cultura, o comboio se dirigiu

ao Parque Professor Theobaldo

Dick, Lá, milhares de pessoas se

aglomeraram, desde às 9h, para

prestigiar a chegada da tocha.

Quem teve a honra de carregá-

-la nos últimos 200 metros até a

concha acústica foi o professor e

incentivador do atletismo no Vale,

Daniel Sehn. “Esse é um símbolo

olímpico que representa a paz.

Isso que eu desejo para todos que

estão aqui: muita paz”, disse Sehn

após finalizar o percurso.

A programação seguiu com

apresentações artísticas de grupos

alemães, italianos, afros, tradicio-

nalistas e de indígenas. Eles repre-

sentaram as etnias presentes no mu-

nicípio de quase 80 mil habitantes.

Para as atividades, o Executivo

investiu cerca de R$ 10 mil em so-

norização e estrutura.

Cerimôniasurpreende público

A auxiliar de escritório, Dei-

se Hauschild, 20, acompanhou o

início do revezamento em Laje-

ado. Para ela, a entrada, na qual

os caminhões dos patrocinadores

desfilaram, divertindo o público,

chamou a atenção dos presentes.

“Estava tudo bem organizado e a

segurança estava sempre de pron-

tidão, foi muito bom participar,

superou as expectativas, acredito

que não só para mim, mas para

todas pessoas que estavam no lo-

cal.”

O lutador Felipe Mansa, 26, fi-

cou surpreso com a quantidade de

veículos que participaram da se-

gurança do evento, além das par-

ticipações do caminhão da Coca

Cola e do trio elétrico. “A hora que

a tocha passou foi bem legal por-

que é um momento único, nunca

mais conseguirei ver ela ao vivo.”

A professora Raquel Zambiasi,

20, relata que a escola onde lecio-

na se mobilizou e chegou no come-

ço da manhã ao centro de Lajeado.

“Vimos toda a organização até o

revezamento. Foi um momento

único. Ver meus alunos anima-

dos foi simplesmente incrível, até

por que acredito que não teremos

mais essa oportunidade.”

Próximos passosO revezamento segue, hoje, para

São Sepé, Caçapava do Sul,

Canguçu, Rio Grande e Pelotas.

Amanhã estará em Porto Alegre,

onde ficará por cerca de quatro

horas. Passará ainda por São Lou-

renço, Camaquã e Guaíba.

No dia 9, a tocha se despede

do RS, em Torres, depois de ficar

uma semana no estado. A chega-

da ao Rio de Janeiro, sede dos Jogos

Olímpicos, está programada para

o dia 5 de agosto.

Durante o revezamento, a cha-

ma percorrerá dez mil quilôme-

tros aéreos, 20 mil quilômetros

e passará pelas mãos de 12 mil

pessoas.

Daniel Sehn “A Olimpíada é o maior evento do planeta, e

nós aqui no Vale tivemos a oportunidade de ter a passagem da chama,” ressume o professor Daniel Sehn. Em Lajeado, ele foi a última pessoa a carregar a tocha.

Desde 2008, Sehn coordena projetos de atle-tismo em Fazenda Vilanova e na escola São José de Conventos, em Lajeado. “Não tem preço que pague isso.”

Sehn lamenta as críticas feitas à Olimpíada. Para ele, a população deve representar bem o Brasil e mostrar “o lado bom do país no exterior”.

Marcel StürmerO recordista pan-americano também se emo-

cionou ao ser o terceiro condutor da tocha na cidade. “Foi um momento ímpar porque estava com meus familiares e todo mundo que é im-portante para mim. Pessoas que viram minha carreira acontecer na cidade.”

Considerado um dos maiores patinadores da história do país, Stürmer sonha em ver a patina-ção figurando entre um dos esportes olímpicos. “Acho que a minha participação no revezamento foi um esforço para que as pessoas prestem aten-ção na modalidade.”

Jaqueline WeberA atleta da Associação Medalha de Ouro

(AME) viveu o clima olímpico em maio, quan-do participou do Campeonato Ibero-America-no de Atletismo. Na oportunidade, ela ficou na quinta colocação na prova de 800 metros.

Natural de Teutônia, Jaqueline treina desde os 9 anos e sonha em participar de uma Olimpíada. Neste ano, ela estava a 5 segun-dos do índice olímpico. Ser uma das condu-toras da tocha fez o desejo aumentar ainda mais.

DIVULGAÇÃO

FÁBIO KUHN

FÁBIO KUHN

FÁBIO KUHN

Momento da passagem da tocha pela Igreja Matriz de Encantado. Conforme os organizadores, evento reuniu mais de duas mil pessoas na manhã de ontem

Page 7: AH - Principal | 06 de julho de 2016

Política 7A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Estrela

Mesmo com três no-

mes lançados como

pré-candidatos ao

município, as inde-

finições seguem em Estrela. As

negociações no bloco situacionis-

ta estão avançadas para repetir

a coligação de 2012 em busca

da reeleição de Rafael Mallmann

(PMDB) e Valmor Griebeler (PV).

Com o ingresso do PP e do recém-

-criado PV, o grupo de situação

conta ainda com o apoio do PT,

PSDB, PTB e PSB.

Entre os opositores, duas chapas

se desenham. O nome de Aloísio

Mallmann (PSD) já tem apoio do

PDT. Agora, as legendas buscam

ampliar adesões.

De acordo com o presidente do

PSD, Everaldo dos Santos, o nome

e partido do vice já está definido,

porém, só será divulgado amanhã.

A cautela de Soares é resultado de

Legendas seguem negociações para ampliar apoio às candidaturas dos três Mallmann

Partidos costuram alianças para outubro

Pela situação, Rafael Mallmann (e) tenta a reeleição. Aloísio Mallmann é o nome mais cotado pelo PSD. Ex-vereador, Joel Mallmann deve ter Eduardo Wagner como vice

negociações ainda em aberto com

outros dois partidos, que a legenda

também não divulga.

A possibilidade de unificação

da oposição é descartada pelo pré-

-candidato do PR, Joel Mallmann.

De acordo com ele, o partido ainda

negocia o nome do vice, mas a ten-

dência é que o empresário Eduardo

Wagner, também do PR, componha

a chapa.

O partido garante ter negociações

bem encaminhadas com o DEM,

PRB e PPS, formando, assim, a outra

chapa de oposição. A aposta do blo-

co é que, apesar das três candidatu-

ras, a eleição fique polarizada entre

dois nomes.

Sobrenome Mallmann na

história da cidade

Os moradores têm certeza

quanto ao sobrenome do pró-

ximo prefeito.

Como os três pré-candidatos

assinam Mallman, isso garan-

te o quinto mandato de al-

guém dessa família.

O primeiro Mallmann a co-

mandar o município foi An-

dré, intendente entre os anos

de 1924 e 1928. Após, Gabriel

Mallman, pai do atual prefei-

to, governou em duas ocasi-

ões, entre 1973 e 1977, e de-

pois, de 1983 a 1988.

FOTOS ARQUIVO A HORA

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Cidades8 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

ELEIÇÕES 2016

Como Era Como FicaFinanciamento

Propaganda

Tempo de campanha e inscrições de chapas

Prestação de contas

Votação

Empresas podiam doar livre-mente e não havia limite para

pessoas físicas

Empresas não podem mais doar e doações de pessoas

físicas estão limitadas

Programas de rádio e televisão duravam 45 dias. Candidatos podiam pintar muros e utilizar cartazes e bonecos nas ruas

Programas de rádio e televisão duram 35 dias. Candidatos

não podem mais pintar muros e utilizar cartazes e bonecos nas

ruas. Placas e pôsters podem ter no máximo meio metro quadrado

Partidos e coligações deviam registrar candidaturas até julho e campanha tinha duração de

90 dias

Partidos e coligações devem registrar candidaturas até agosto

e campanha terá duração de 45 dias

Os candidatos entregavam ape-nas a prestação final, dois meses

pós o término do pleito

Os candidatos devem entregar a primeira prévia da prestação até

o dia 15 de setembro

Candidatos podiam ser eleitos com poucos votos caso a coli-gação ou partido superasse o

coeficiente eleitoral

Candidatos não podem ser elei-tos sem atingir no mínimo 10%

do coeficiente eleitoral

Vale do Taquari

As novas regras para o

pleito de outubro obri-

gam a uma revisão

nas estratégias parti-

dárias. Ontem, o Judiciário de

Lajeado e a Promotoria de Jus-

tiça destacaram as principais

alterações. O encontro ocorreu

três dias após o início das restri-

ções de condutas para agentes

políticos. Nele, representantes

da Justiça Eleitoral e partidos

políticos puderam esclarecer

dúvidas sobre as mudanças.

Com recursos escassos, os

candidatos vão precisar de or-

ganização e estratégia para

angariar votos. Essa é a análi-

se do marqueteiro político Mar-

cos Martineli. Responsável por

diversas campanhas nos últi-

mos 27 anos, ele avalia de for-

ma positiva as mudanças no

financiamento. “Vai ser mais

fácil conhecer o candidato de

verdade . Em vez de pirotecnia,

vai se ver pessoas de verdade.”

As doações neste ano passam

a ser restritas a pessoas físicas

e recursos do Fundo Partidário.

O limite para pessoas físicas é

de 10% da renda bruta declara-

da para a campanha. No caso

dos isentos do Imposto de Ren-

da, pode ser cedido até 10% do

limite de isenção. Na avaliação

de Martineli, o novo cenário

deve acirrar as disputas no in-

terior do estado. “O candidato

vai ter que falar mais, eles não

vão se esconder em jingles e

imagem.”

As mudanças devem obrigar

os candidatos a investirem no

corpo a corpo com os eleitores.

“Vai ser chinelo de dedo ou pé

no chão, eles vão ter que cor-

rer bastante e o que vai valer

é saber o que dizer.” O mar-

Juiz e promotor eleitoral apresentam reformulação na lei para líderes partidários

Formato das eleições desafia Judiciário

queteiro acredita em pouca

influência da política nacional

nas eleições municipais. “Não

influencia, até porque tem um

descrédito muito grande dos

políticos.”

Apesar de reconhecer a per-

da financeira com o novo mo-

delo, o marqueteiro se mostra

favorável às mudanças. “Ela

prejudica quem trabalha com

comunicação, mas em termos de

cidadão ela (nova campanha) é

melhor.” Para ele, o novo modelo

de captação de recursos também

será positivo para os partidos

que devem se organizar “sem o

dinheiro fácil das doações.”

Menos renovaçãoPara o cientista político e co-

ordenador do Comitê em Defesa

da Democracia, Benedito Tadeu

César, as mudanças eleitorais

devem ter impacto na taxa de

renovação do quadro político.

De acordo com ele, a redução

dos prazos de campanha, res-

trições doações e de publicidade

física devem dificultar a popu-

larização de novos candidatos.

O panorama se mantém mes-

mo com a tendência do uso

maior das ferramentas eletrô-

nicas. Na avaliação dele, a prin-

cipal diferença entre as mídias

física e as virtuais para as cam-

panhas está no direcionamento

das ferramentas digitais.

Enquanto os materiais físi-

cos estavam inseridos no con-

texto urbano e o eleitor tinha

uma contato involuntário, os

digitais costumam ter uma efi-

ciência maior na mobilização

de grupos com interesses pró-

ximos. De acordo ele, as novas

regras eleitorais demonstram

interesse de evitar alterações

drásticas no quadro político.

“Estas mudanças devem levar

à manutenção do que está aí.

Tanto da classe política quanto

pela maneira que se faz políti-

ca no país.”

Outro fator que pode influen-

ciar na renovação de candida-

tos, na avaliação do estudioso,

é a proibição das “vaquinhas”

virtuais para campanha.

Para o juiz responsável pela

29ª Zona Eleitoral da Comar-

ca de Lajeado, Luís Antônio de

Abreu Johnson, a escolha das

eleições municipais para a im-

plantação das minireformas é

temerária. “Este ano teremos

um grande desafio, talvez o

maior da Justiça Eleitoral. Se-

remos um grande laboratório

para essas mudanças.”

Para ele, a redução de prazos,

em comparação com o último

pleito, e mudanças ligadas às

propagandas e quotas de gê-

nero exigem mais atenção de

candidatos e dirigentes parti-

dários. Na região, estima a exis-

tência de 400 nomes registrados

para a disputa deste ano.

O prazo para campanha re-

duziu de 90 dias para 45 dias,

com início da propaganda elei-

toral marcado para o dia 16 de

agosto e o uso de rádio e televi-

são sendo vinculado por 35 dias

a partir de 26 de agosto. Ainda

na publicidade, a adesivagem

em carros deve respeitar um

limite de 50 centímetros por 40

centímetros. O uso de micro-

perfurados é limitado ao tama-

nho do pára-brisa traseiro.

Pelo calendário, as conven-

ções partidárias iniciam no

dia 20 e podem se estender até

5 de agosto. Já a apresentação

dos candidatos deve ser feita

pelo partidos nos cartórios elei-

torais até as 19h do dia 15 de

agosto.

Outra ressalva é quanto ao

comportamento durante as

pré-campanhas. Os postulantes

ao pleito podem se apresentar

como pré-candidato e a exalta-

ção de características pessoais

com menções à candidatura

pode ser feita, mas o pedido di-

reto de votos é proibido.

Para o juiz Luís Antônio Johnson, usar a eleição municipal como teste para as alterações eleitorais é um desafio

MARCELO GOUVÊA

Experiência emuma eleição

Page 9: AH - Principal | 06 de julho de 2016

Política 9A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Lajeado

Foi aprovado por unâni-midade o envio de R$ 8 mil mensais do orçamen-to da câmara para a con-

tratação de dois seguranças.Os profissionais atuarão na

vigilângia da casa onde são aco-lhidos os moradores de rua. O pe-dido foi apresentado pelos repre-sentantes do Fórum de Combate à Drogadição.

O dinheiro a ser utilizado é a sobra da verba usada na cons-trução da sede própria do Le-gislativo. O valor deve ser de-positado a partir de agosto, até dezembro.

O ofício apresentado pelos represetnantes do Fórum será enviado para a aprovação do Executivo. Esse procedimento é necessário porque os orçamentos dos dois poderes são vinculados.

Na apresentação da proposta, os integrantes do Fórum lembra-ram que o Executivo é responsá-vel por pagar o aluguel do imóvel.

Três projetos são votadosMesmo com sete propostas

aptos para votação, apenas três foram analisadas pelos parla-mentares e aprovados por unâ-nimidade. Das quatro não vota-das, duas receberam pedidos de

Profissionais serão pagos com verba da câmara

Vereadores aprovam contratação de vigias

vista, uma foi arquivada e outra segue em análise pela Comissão de Justiça e Redação.

Com duas emenadas apreseta-das, o projeto que determina o recolhimento de veículos aban-donados nas ruas do município segue em análise. O projeto será apreciado ao longo da semana e deve ser votado na próxima sessão.

A abertura de dois créditos to-talizando R$ 710 mil não foram votados em razão de pedido de vista dos parlamentares da opo-sição. Com isso, o governo conse-guiu aprovar apenas uma aber-tura de crédito, de pouco mais de R$ 1 mil.

Vinda da tocha olímpica gera polêmica

Ainda nos pronunciamentos

iniciais a vinda da tocha olímpi-ca para Lajeado foi criticada por vereadores da oposição. Os gas-tos com segurança dos governos federal e estadual foram os prin-cipais alvos dos parlamentares.

A bancada petista, apoiada por alguns peemdebistas, saiu em defesa do evento. De acordo com eles, o governo municipal teve custo baixo para a chega-da da tocha olímpica na cidade. Eles ainda ressaltaram a impor-tância do evento para dar visibi-lidade à cidade.

O cenário nacional foi o prin-cipal ponto de discórida entre os vereadores. Parlamentares de partidos contrários ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, revezaram-se em crí-ticas à petista. Do outro lado, a bancada petista na câmara saiu em defesa do governo federal.

O pedido de instalação de um posto avançado do IGP para Lajeado será debatido hoje em reu-nião com representantes do governo do Estado. A

comitiva, composta por parlamentares e demais líderes da região, se reúne a partir das 10h com os representantes do governo Sartori.

Reunião com governo estadual deve definir próximos passos do IGP

Legislativo destinará R$ 8 mil mensais até dezembro para segurança do abrigo que acolhe moradores de rua

EDUARDO AMARAL

Estado

A votação na Assembleia Legislativa (AL) que decidiria sobre o processo de cassação do deputado Mário Jardel (PSD) na por decoro parlamentar foi suspensa por uma liminar con-cedida pelo Tribunal de Justiça (TJ). A decisão atende pedido do advogado do parlamentar, Rogério Bassotto, sob alegação de que o ex-jogador não teve oportunidade de defesa.

Após ser comunicada da decisão, a presidente do Par-lamento, deputada Silvana Covatti (PP), reuniu-se com os líderes de bancadas. Na volta ao plenário, informou a sus-pensão do pleito aos parla-mentaras.

Em nota, a Silvana afirma que a votação foi suspensa “por força de medida liminar” concedida pela desembargado-ra Catarina Rita Krieger Mar-tins e que a AL recorrerá da decisão.

O processo disciplinar con-tra Jardel iniciou em novem-bro do ano passado, a partir de uma operação deflagrada pelo Ministério Público. Fo-ram apontada irregularidades

como fraudes em diárias, no-tas fiscais forjadas e manuten-ção de funcionários fantasmas no gabinete.

A desembargadora também declarou nulo o processo insta-lado no Legislativo. Segundo a decisão, a intenção é viabilizar o interrogatório do deputado. Em todas as vezes que foi con-vocado para depor na comis-são de ética, Jardel apresentou atestado de licença-saúde.

A determinação da magis-trada é de suspender o proces-so disciplinar até que a licen-ça-saúde seja encerrada ou até que seja realizada uma perícia sobre o estado de saúde do de-putado pela equipe médica do Legislativo.

“O que não pode é a auto-ridade administrativa ou ju-diciária negar ao imputado a possibilidade de produção de provas e, ainda assim, emitir decreto condenatório”, afirma a desembargadora em nota publicada no site do TJRS.

Aprovado nas comissões de Ética e de Constituição e Justi-ça, o parecer pela cassação do deputado precisa passar pelo plenário para que o mandato de Jardel seja encerrado.

Liminar do TJ suspende cassaçãodo mandato de Jardel

Estrela

O governo municipal efe-tua, nesta sexta-feira, 8, o pagamento da primeira par-cela do 13º salário aos servi-dores.

Ao todo, será quitado 40% do benefício, em operação que contempla funcionários ativos e inativos.

O montante, que já está re-servado no caixa da adminis-tração municipal, é de mais de R$ 719,2 mil. A segunda parcela, com os outros 60% do benefício serão disponibi-lizados em dezembro.

Executivo paga 1ª parcela do 13º salário

Page 10: AH - Principal | 06 de julho de 2016

Cidades10 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Fazenda Vilanova

A movimentação em di-

reção à sede da Brigada

Militar (BM) começou

por volta das 9h de on-

tem. Cerca de 150 pessoas se con-

centraram em frente à Brigada

Militar, munidas de cartazes, api-

tos e narizes de palhaço.

Os manifestantes bloquearam

a rua paralela da BR-386. O pri-

meiro a falar foi o proprietário de

um atelier de calçados que em-

prega cerca de 70 pessoas. Irrita-

do, contou como roubaram o Fiat

Strada que usava para transpor-

tar mercadorias.

Tão logo foi roubado, afirma

ter tentado comunicar para a

BM, mas não havia ninguém. De-

pois de ligar para o 190, diz que

a polícia só chegou duas horas

depois. Durante esse tempo, os

bandidos depenaram o veículo

e colocaram fogo. “Não podemos

ir trabalhar tranquilos, pois en-

quanto estamos lutando por nos-

so sustento, um vagabundo pode

vir e destruir tudo o que levamos

anos para construir.”

A sensação de insegurança mo-

tivou comerciantes, donas de casa

e proprietários de pequenas fábri-

cas a liberar os funcionários para

fazer parte do protesto. Um dos

motivos citados para o aumento

dos crimes é a proximidade da

BR-386 somada às várias estradas

alternativas pelo interior.

A dona de casa Andreia Gra-

ziela Horst, 30, conta que na

sexta-feira, no assalto ocorrido

na rodoviária, o bandido des-

ceu da moto com um revólver

na mão e encostou na cabeça

Comunidade bloqueia rua paralela à BR-386, exigindo mais policiamento ostensivo

População clama por mais segurança

da filha, de 2 anos ameaçando

atirar. “Ele engatilhou a arma

encostada na minha filha. Disse

que a deixasse e levasse o que

quisesse. Ela não dorme mais di-

reito, só fala nisso agora.”

O assaltante levou sua bolsa,

contendo cerca de R$ 30. No mes-

mo local, furtou ainda carteiras e

telefones celulares de outras pes-

soas que esperavam ônibus, entre

elas, um casal de mudos.

Um dos manifestantes conta

que enquanto estava trabalhan-

do a serra de cortar ferro Makita

foi roubada. “Foi em menos de

um minuto. Fui atrás e não achei

mais. Há muitas formas de esca-

par da cidade.”

Na opinião de outro morador,

falta investigação por parte da

de Abreu Fernandes, o movimen-

to foi pacífico e positivo para o

alerta. Depois do fechamento do

posto, no dia 11 de abril, diz que

as rondas pela cidade ainda são

feitas. Mesmo assim, admite que

o número de crimes subiu. “Em

quatro anos, tivemos quatro as-

saltos. E nos últimos três meses,

foram seis.”

Depois dos gritos de ordem e

dos desabafos, os manifestantes

aplaudiram e deram um abraço

simbólico à sede da BM, em sinal

de apoio à corporação. O protesto

durou cerca de 20 minutos.

Segundo o comerciário Vamor

Alves de Borba, é preciso apoiar

as polícias e chamar atenção dos

políticos. Afirma que haverá mais

protestos, cogitando fechar a BR-

386.

40 dias ando armado. Não vou

esperar para ser morto. Vou rea-

gir”, ameaça.

Ressalta que o sentimento de in-

segurança é coletivo e que as pes-

soas vão trabalhar com medo de

deixar as residências. “Eles sobem

na elevada e observam as casas

de cima. Sabem quando o mora-

dor sai para trabalhar.”

Abraço à sede da BMDepois das primeiras manifes-

tações, o delegado da Polícia Civil,

Daniel Gerhardt, incentivou todos

a cantar o hino nacional. Segun-

do ele, a maioria dos assaltos está

ligada às drogas, principalmente

o crack. “Algumas intervenções

devem iniciar na família.”

De acordo com o major Marcelo

Polícia Civil. Para ele, não é mais

possível esperar justiça e segu-

rança do Estado. “Nunca tive

arma, sempre fui contra, mas há A sequência de assal-tos na sexta-feira, 1º, foi o estopim para o mani-festo. A matéria publica-da nessa terça-feira no A Hora mostrou que, no mesmo dia, uma farmácia localizada em frente ao prédio da pre-feitura, e um restauran-te, junto à rodoviária, foram alvos do mesmo criminoso. Em 40 dias, a farmácia foi assaltada duas vezes, enquanto a rodoviária foi alvo de roubos à mão armada por três.

RELEMBRE

O CASO

Morador que não

quis se identi#car

Nunca tive arma,

sempre fui contra,

mas há 40 dias ando

armado. Não vou

esperar para ser

morto. Vou reagir.”

Manifestantes gritaram por mais segurança. Cerca de 150 pessoas deram um abraço simbólico na sede da BM

ANDERSON LOPES

Page 11: AH - Principal | 06 de julho de 2016

CidadesA HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016 11

Page 12: AH - Principal | 06 de julho de 2016

12 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

MP denuncia oito por organização criminosa

ÁGUA CONTAMINADA

O Ministério Público Estadual (MPE) encaminha denúncia à Vara

Criminal de Lajeado contra quatro empresários e outros quatro

funcionários da Mineração Campo Branco Ltda.

Vale do Taquari

A Justiça recebeu nessa segunda-feira a denún-cia contra oito pessoas ligadas à empresa com

sede em Progresso. Elas são acu-sadas pela Procuradoria Criminal Especializada do MPE por supos-ta organização criminosa. Três foram presas no dia 23 de junho, data em que foi deflagrada a Ope-ração Gota D’Água.

Os presos foram Paulo Moacir Vivian, Ademar Paulo Ferri e Mar-celo Colling. Os dois primeiros são

sócios da Mineração Campo Bran-co Ltda, e o terceiro atuava como químico industrial da empresa, além de ser professor na Univates.

A denúncia do MP cita ainda ou-tros dois sócios: Ermínio Vivian, irmão de Paulo Moacir, e Norberto Ferri, irmão de Ademar. Por fim, também foram denunciados os funcionários da empresa, Natan Reckziegel, Diego Pellenz e Cerilda Fátima de Oliveira.

Além de organização crimino-sa, os quatro sócios podem res-ponder pelos crimes previstos no artigo 272 do Código Penal. Eles

foram enquadrados pelo depósi-to e venda de produto alimentí-cio corrompido, cuja pena varia de quatro a oito anos de prisão.

Para os promotores responsá-veis pela investigação, Mauro Rockenbach, da area criminal, e Alcindo Luz Bastos Silva Fi-lho, da defesa do consumidor, os denunciados permitiram, de forma intencional, que a água fosse envasada e comerciali-zada mesmo sabendo da con-taminação bacteriológica por laudos solicitados pela própria empresa.

Sonegação de R$ 3,2 milhões

O delegado-adjunto da Receita Estadual de Lajeado, Fábio Ri-cardo Koefender, participou da Operação Gota D’Água em junho. Segundo ele, a empresa sonegou R$ 3,2 milhões em tributos esta-duais.

Em um dos áudios intercep-tados entre os irmãos Ferri pelo MPE, Norberto fala sobre vender “sem nota” e mandar uma “carga fria”. Com a vistoria realizada na sede da empresa durante a opera-

Investigação verificou diversas irregularidades. Desde o uso de

embalagens sujas até funcionários trabalhando com

roupas inadequadas

Operação Gota D’Água lacrou empresa de Progresso. Resultado do inquérito foi entregue à Justi-

ça. Oito pessoas foram denun-ciadas. Além dos proprietários,

o químico industrial e outros quatro funcionários tiveram os nomes adicionados ao processo.

RODRIGO MARTINI / ARQUIVO

Page 13: AH - Principal | 06 de julho de 2016

A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Entrevista

13

Reportagem: Rodrigo Martini Colaboração: Thiago Maurique

ção, a Receita acredita que mais subfaturamentos e não inclusão de notas fiscais nos lançamentos possam ser verificados.

Processo contra KokinhoConforme antecipado pelo jor-

nal A Hora, o MPE solicitou a extinção de punibilidade do in-vestigado, Vitor Hugo Gerhardt, ex-chefe da 16a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Segundo os promotores, a decisão é justifi-cada pela morte dele, no dia 26 de junho.

Conhecido na região como Koki-nho, o ex-coordenador fora afasta-do após a Operação Gota D’Água. Sobre ele, recaiam suspeitas de prevaricação. Para o MP, ele dei-xou de punir com rigor a empresa, após ter sofrido pressão por parte dos empresários, que também são ligados ao PMDB, partido que indi-cou Gerhardt ao cargo.

Eram duas provas apresenta-das pelo MP contra Kokinho. A pri-meira referente a uma multa de R$ 20 mil recebida pela empresa, e que posteriormente foi reduzida para R$ 2 mil. Os promotores cul-pam o ex-coordenador. Mas a CRS informa que tal multa fora apli-cada, de fato, pela Administração Municipal de Progresso.

A segunda prova era sobre um pedido de interdição apresenta-do em janeiro de 2016 por uma fiscal da CRS. Conforme as inves-tigações, Gerhardt só advertiu os empresários. Para o MP, ele agiu assim graças à ligação partidária. Já, para amigos e colegas, Koki-nho agiu amparado pela legisla-ção e por laudos atestando a boa qualidade do produto.

Detalhes da operaçãoA investigação iniciou após de-

núncia anônima no início do ano. Por meio de escutas telefônicas e interceptação de e-mails, os pro-motores acreditam ter desmante-lado uma organização criminosa responsável pela produção e ven-da de água contaminada.

Laudos da própria empresa já comprovaram a presença acima do permitido da bactéria pseu-domonas aeruginosa, coliformes totais, limo e mofo, além de par-tículas de sujeira. Mesmo assim, o promotor de Justiça decidiu aguardar a remessa dos docu-mentos oficiais solicitada pelo Judiciário aos laboratórios corres-pondentes.

Durante a operação, foram en-

contradas bombonas que seriam descartadas, misturadas a em-balagens para envasar, também a manipulação das tampas de bombonas sem cuidados higiêni-cos, recipientes vencidos e sujos. A água era envasada em locais sem dispositivos à prova de roe-dores e que impeçam a entrada de pragas e de impurezas, funcio-nários trabalhando com roupas impróprias, usando chinelos, sem aventais e em condições precárias de higiene. Nas prateleiras, havia ferrugem e eram revestidas de pa-pelão, em contato com rótulos e utensílios de limpeza.

Além disso, não havia sabão e toalhas descartáveis para os funcionários. Também foram ve-rificados canos abertos, buracos, trincas, área externa da indús-tria não pavimentada, com foco de poeira, terra, água estagnada, sem delimitação para o trânsito de veículos, entre outras coisas. Ainda, a Licença Sanitária, docu-mento expedido pelo Executivo de Progresso, está vencida, assim como a Licença de Operação da

Fepam, expirada em 2013.A Organização Mundial de Saú-

de estabelece que a água engarra-fada para consumo humano deve ser totalmente livre de coliformes

Áudio da conversa entre os irmãos Ferri no dia 10/6

Pingo – Alô

Norberto – O Pingo

Pingo – Ah?

Norberto – Tu tem que equacionar lá com o Diego al-

gum desconto [de duplicata] para pagar Enio, vai perder

[a casa] do Enio, cara. Tá?

Pingo – (fala sobreposta)

Norberto – (ininteligível) Porto Alegre tem que pagar

o que nós temo vendendo aqui com duplicata lá [pela

distribuidora]. [Ir] lá naquele Banco do Brasil, fazer um

desconto lá, sei lá o quê.

Pingo – Ou vou mandar vim uma carga e o Enio vende

aqui embaixo (riso), lá em cima não tem... Não entra

mais dinheiro. [Ah]

Norberto – Só um pouquinho. Tem como vender por

aqui sem nota para mandar uma carga fria para cá (inin-

teligível)? (Fala com terceiros ao fundo). - Só um pouqui-

nho. Tá [vamo ver... vamo ver isso aí]. Tá?

Pingo – Ah?

Norberto – Tá bom, vou conversar com [o Enio]. Tá

bom

Pingo – Tá.

José Boschi Schmidt

Advogado de defesa dos denunciados

Não são raros os recalls de gêneros

alimentícios provocados por

problemas variados

e pseudomonas aeruginosa, devi-do à vulnerabilidade de crianças e idosos a esses micro-organismos. A bactéria causa infecções respi-ratórias, urinárias e sanguíneas. Já a ingestão de coliformes provo-ca distúrbios gastrointestinais.

Defesa alega exageroA firma de advocacia Boschi &

Boschi, de Porto Alegre, é respon-sável pela defesa dos denuncia-dos. De acordo com o advogado José Antônio Paganella Boschi, a

prioridade foi restabelecer a liber-dade dos citados no caso. “Agora que estão todos em casa, vamos analisar os termos da denúncia.”

Ele diz que a defesa não aceita qualquer tipo de comparação com a Operação Leite Compen$ado por parte do Ministério Público. “Na-quele caso, os responsáveis teriam adicionado produtos para aumen-tar o volume ou maquiar a quali-dade do leite. Ninguém adicionou nada à água.”

Conforme o advogado, o apon-tamento do MP mostra alterações “quase imperceptíveis” em alguns itens obrigatórios para a qualida-de da água. “Isso apareceu em um ou dois laudos das dezenas de tes-tes realizados.”

Para Boschi, é preciso verificar por que ocorreram essas altera-ções. “Não significa que é o pa-drão do poço. A maioria dos testes aponta que a água é saudável.”

Ele considera a atuação do MP exagerada e afirma que a forma como a operação foi conduzida criou sérios prejuízos para a em-presas, a marca e as pessoas en-volvidas. “A fábrica está com as bombas lacradas e 30 funcioná-rios perderão o emprego.”

Para o advogado, o impacto não seria tão grande se o fato fosse tratado com a mesma naturalida-de com a qual outros produtos são retirados do mercado. “Não são raros os recalls de gêneros alimen-tícios provocados por problemas variados”, aponta.

MARCELO GOUVÊA / ARQUIVO

Argumento da defesa tenta mostrar que a água está sujeita a alterações. Para o advogado, ação do MP foi muito drástica

Page 14: AH - Principal | 06 de julho de 2016

Cidades14 A HORA · QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

Estado

A 11ª etapa da Operação

Leite Compen$ado e a

4ª etapa da Operação

Queijo Compen$ado re-

sultou em cinco pessoas presas e

oito mandatos de busca e apreen-

são. As medidas foram cumpridas

em São Pedro da Serra (quatro),

Estrela (uma), Caxias do Sul

(duas) e Novo Hamburgo (uma).

As ações investigam as ativida-

des das empresas Laticínios Roesler

e Campestre (ambas em São Pedro

da Serra), bem como da Calábria

Casa de Queijos (Caxias do Sul) e Nei

Casa do Queijo – Produtos Coloniais

(Novo Hamburgo), vendedoras de

produtos dos dois laticínios.

As operações investigam práticas

nocivas à saúde, já que os produtos

fabricados pelas duas indústrias,

das marcas Granja Roesler e Cam-

pestre, foram submetidos à análise

laboratorial e tiveram resultados

positivos para coliformes fecais e

staphyloccocus.

Foi apurada ainda a adição de

água e amido de milho no leite para

aumentar o volume, bem como o

acréscimo de água oxigenada e áci-

do sórbico (bactericida e fungicida)

para aumentar a validade dos pro-

dutos (leite de cabra e queijo).

As adulterações foram descober-

tas pelo Lanagro (laboratório do

Mapa) em análises de quatro cole-

tas de leite pasteurizado tipo C da

marca Granja Roesler com data de

fabricação em 9 de março deste ano

e vencimento em 16 do mesmo mês.

Todas tiveram o índice de crios-

copia (ponto de congelamento) fora

dos padrões, o que indica adição de

água. Análises feitas na nata da

mesma marca tiveram resultado

positivo para a presença de amido

de milho.

Venda indevida As duas empresas tinham apenas

autorização para vender produtos

na cidade onde estão instaladas,

no entanto, eram eles levados para

casas de queijo em Caxias do Sul e

Novo Hamburgo. A Fundação Es-

tadual de Proteção Ambiental (Fe-

pam) interditou o Laticínio Roesler

por falta de licenças. A Receita Esta-

dual constatou subfaturamento de

quantidades e preços de produtos,

além da comercialização sem nota

fiscal.

O MP começou a investigar as

duas empresas após receber denún-

cia sobre a utilização indevida do

selo Cispoa.

Segundo o promotor Mauro Ro-

ckenbach, o fiscal permitia que as

indústrias funcionassem e colo-

cassem produtos no mercado sem

realizar as mínimas análises neces-

sárias. “Ele tinha conhecimento de

que os laticínios recebiam, manti-

nham em depósito, processavam e

expunham à venda produtos frau-

dados e contendo bactérias.” O fis-

cal teve as funções suspensas.

“Não cometemos irregularidades”

Entre os presos, está Clóvis Mar-

celo Roesler, secretário do Instituto

Gaúcho do Leite (IGL) e integrante

do Conselho Administrativo da

Associação das Pequenas Indús-

trias de Laticínios do RS (Apil). Ele

diz que a empresa é idônea e que

“não se cometeu fraude em pro-

dutos de jeito nenhum.”

O proprietário da Nei Casa do

Queijo – Produtos Coloniais dis-

se que a operação não encontrou

nada de irregular na sede da em-

presa. “Nada foi encontrado no

nosso estabelecimento, nenhuma

irregularidade”, disse Nei Belle

Anziliero.

Também foram presos preven-

tivamente César Moacir Roesler,

Anete Maria Roesler, Antônio

Germano Royer e Selvino Dietri-

ch. O presidente da Apil, Wlade-

mir Pedro Dall’Bosco, diz que a

entidade tem total preocupação

com questões de inspeção e ino-

cuidade dos produtos dos seus

associados, inclusive, oferecendo

orientação e assessoria técnica.

Etapa cumpriu oito mandados. Um em Estrela

Operação prende cinco por vender leite impróprio

Conforme a investigação, o leite recebia adição de ácido e amido de milho para aumentar volume e tempo de validade

DIVULGAÇÃO

Page 15: AH - Principal | 06 de julho de 2016

PREMIADOS

Licrufa entrega prêmios aos melhoresCanarinho, campeão de duas categorias, recebeu a maioria dos troféus

Amador de Cruzeiro do Sul

A HORA · QUARTA-FEIRA,

6 DE JULHO DE 2016

PATROCÍNIO:

A Liga Cruzeirense de

Futebol Amador (Li-

crufa) realizou, na

sexta-feira, a festa de

encerramento do municipal –

Copa Prefeito José Manoel Rus-

chel. O evento ocorreu na casa

da equipe campeã das catego-

rias titular e aspirante, o Cana-

rinho, em São Bento. Anfitrião

da festa, o Canarinho ficou com

14 prêmios dos 31 disponíveis.

VeteranoCampeão: XV de Novembro Vice-campeão: Canarinho Treinadores destaques: Alexandre Presler (XV de Novem-bro) e Milton Weiler (Canarinho) Massagista destaque: Fábio Farias (XV de Novembro) Mesária destaque: Alana Gregory (XV de Novembro) Presidente destaque: Altair Johner (XV de Novembro) Goleador: Joaquim Weiler, o Tsuquinha, (Canarinho), com oito gols Goleiro menos vazado: Ademir José Zarth (Canarinho), com sete gols sofridos Disciplina: Bom fim

AspiranteCampeão: Canarinho Vice-campeão: XV de Novembro Treinadores destaques: Ademir Persch (Canarinho) e An-gelo Luís Lord (XV de Novembro) Massagista destaque, categoria sub-20: Fábio Farias, o Fafa (XV de Novembro) Mesária destaque, categoria sub-20: Caroline Leichtweis (Canarinho) Presidente destaque, categoria sub-20: Milton Weiler (Canarinho) Goleadores: Lucas Alberto Heuser (Independente) e Pedro Caina Chaves Silva (XV de Novembro), com sete gols cada Goleiro menos vazado: Leandro Henrique Lottermann (Canarinho), com dez gols sofridos Disciplina, categoria sub-20: Bom fim

TitulareCampeão: Canarinho Vice-campeão: Bom Fim Treinadores destaque: Felipe Wendt (Canarinho) e Michel Kich (Bom Fim) Massagista destaque: João Dessoy (Canarinho) Mesária destaque: Simoni Gerhardt (Bom Fim) Presidente destaque: Milton Weiler (Canarinho) Goleador: Edilson dos Santos (Independente), com sete gols Goleiro menos vazado: Demétrios Lorenzini (Bom Fim), com oito gols sofridos Disciplina, categoria força livre: Canarinho

FOTOS EZEQUIEL NEITZKE

Canarinho, de São Bento, ficou com 14 prêmios dos 31 disponíveis

No aspirante, o Canarinho comemorou o título ao vencer o XV de Novembro

XV de Novembro ficou com a taça na categoria veterano

Page 16: AH - Principal | 06 de julho de 2016

Lajeado,quarta-feira, 6 de julhode 2016

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