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An´ alise comparativa de plano de manutenc ¸˜ ao em coberturas inclinadas Manutenc ¸˜ ao vs N ˜ ao Manutenc ¸˜ ao Francisco Mendes Cordeiro Migueis de Matos (Licenciado) Dissertac ¸˜ ao para obter o grau de Mestre em Engenharia Civil Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques uri Presidente: Professora Ana Paula Patr´ ıcio Teixeira Ferreira Pinto Franc ¸a de Santana Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Vogal: Professora Inˆ es dos Santos Flores Barbosa Colen Maio 2015

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Analise comparativa de plano de manutencao em

coberturas inclinadas

Manutencao vs Nao Manutencao

Francisco Mendes Cordeiro Migueis de Matos

(Licenciado)

Dissertacao para obter o grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques

Juri

Presidente: Professora Ana Paula Patrıcio Teixeira Ferreira Pinto Franca de Santana

Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques

Vogal: Professora Ines dos Santos Flores Barbosa Colen

Maio 2015

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Anyone who has never made a mistake has never tried anything new.

Albert Einstein

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Agradecimentos

A realizacao da presente dissertacao deveu-se ao apoio, estımulo e simpatia de

varias pessoas a quem deixo aqui os meus sinceros agradecimentos.

Ao Professor Pedro Henriques, orientador desta dissertacao agradeco-lhe pela

motivacao e disponibilidade prestada, pelo rigor cientıfico e precisao nas correccoes

de todo o trabalho.

Aos meus pais, que me proporcionaram uma educacao de excelencia, e que em

todo este percurso me apoiaram e motivaram para que o concluısse com sucesso.

Aos meus colegas, amigos e companheiros de curso Andre, Antonio e Rui, sem

os quais nao teria sido a mesma coisa dentro e fora da universidade.

Por fim um agradecimento a equipa de GCMS pela compreensao e suporte nesta

fase final da dissertacao.

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Abstract

In the last decades , it has been noted that the building stock in Portugal exceeded the evolution of

the number of families. The situation changed from ”balanced”, in the 80s, to clearly ”surplus” in the

first decade of sec. XXI. Given this evidence, all the involved building construction partners began to

be aware of this situation and decided to make a more cautious planning, in order to minimize extra

costs.

In order to achieve the objective, it was necessary to make a study on the methods and mainte-

nance costs, making the distinction between corrective maintenance and the proactive maintenance.

It was essential to know the most used construction processes of sloping roofs in Portugal, and collect

the major anomalies, bearing in mind the materials lifetime.

Also with the purpose of raising awareness to owners and managers of our real state, it was

made a comparison between the estimated useful lifetime of the elements subject to a proactive

maintenance plan, and the elements not subject to maintenance. For that, it was used the principle

of factorial method to show the difference, which in some cases , can reach 40%.

After the presentation of maintenance plan, the costs associated have been calculated , as well as

the costs associated with not maintenance. After the comparison, it’s clear that a careful and regular

maintenance, including the periodic inspections as well as some replacements, is less expensive and

presents less risk, than the option which not include maintenance.

Keywords

Maintenance; Maintenance and inspection; roof; life cycle; proactive;

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Resumo

Tem-se vindo a verificar nas ultimas decadas que o parque habitacional em Portugal ultrapassou

a evolucao do numero de famılias. A situacao passou de ”equilibrada”, na decada de 80, para clara-

mente ”excedentaria” na primeira decada do sec. XXI. Dadas as evidencias, tentou-se sensibilizar

todos os intervenientes da construcao a optar por um melhor planeamento para minimizar os custos

extraordinarios em reparacoes .

Com o intuito de elaborar um documento eficaz e realista para a apresentacao de uma proposta

de plano de manutencao foi necessario realizar um estudo acerca das metodologias e custos de

manutencao, fazendo a distincao entre manutencao corretiva, e manutencao pro-ativa. Foi essencial

conhecer os processos construtivos de coberturas inclinadas mais correntes no nosso paıs, e reunir

as principais anomalias tendo tambem em conta os tempos de vida util dos materiais.

Ainda com o objetivo de sensibilizar proprietarios e gestores do nosso patrimonio edificado,

elaborou-se uma comparacao entre a vida util estimada para os elementos sujeitos a um plano de

manutencao pro-ativo e elementos nao sujeitos a manutencao. Foi utilizado o principio do metodo

fatorial para mostrar essa diferenca, que em alguns casos pode chegar a 40%.

Apos a apresentacao do plano de manutencao proposto, foram calculados os custos associados

ao mesmo, bem com os custos associados a nao manutencao. Durante a comparacao concluiu-

se claramente que fazer uma manutencao cuidadosa, que contemple inspecoes e substituicoes

periodicas e mais economico e acarreta menos risco que a opcao em que nao sao previstas ativi-

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dades de inspecao e limpeza.

Palavras Chave

Manutencao; plano de inspeccao e manutencao; coberturas; vida util; pro-activa;

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Indice

1 Introducao 1

1.1 Consideracoes preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2 Objetivos da dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.3 Organizacao da dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Estado da Arte 5

2.1 Consideracoes gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2 Conceitos associados a manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2.1 Significado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2.2 Manutencao, Reabilitacao e Renovacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.3 Metodologias de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.3.1 Inspecao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.3.2 Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.3.3 Manutencao pro-ativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.3.3.1 Medidas preventivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.3.3.2 Medidas preditivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.3.3.3 Manutencao de melhoramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.3.4 Manutencao corretiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.4 Parametros com influencia na eficacia da manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

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2.4.1 Vida Util . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.4.2 Nıveis de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.4.3 Processos e modelos de degradacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.5 Custos de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.5.1 Tipos de custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.5.2 Os Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.5.2.1 Custos diretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.5.2.2 Custos indiretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3 Metodologia 21

3.1 Coberturas inclinadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.1.1 Processo construtivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.1.1.1 Classificacao de coberturas e revestimentos . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.1.1.2 A telha ceramica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.1.1.3 Estrutura de suporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.1.1.4 Isolamento termico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3.1.1.5 Sistema de ventilacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.2 Principais anomalias em coberturas inclinadas revestidas de telha ceramica . . . . . . 31

3.2.1 Processo de degradacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.2.2 Caracterizacao das anomalias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3.2.3 Manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

4 Modelo 41

4.1 Atividades de manutencao e calculo da vida util . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.1.1 Atividades de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.1.2 Calculo da vida util estimada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

4.2 Custos das atividades da manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

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4.2.1 Custos diretos com manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

4.2.2 Custos diretos sem manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.3 Avaliacao do Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.4 Consideracoes finais de capıtulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

5 Conclusoes Gerais 69

5.1 Conclusao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

5.2 Desenvolvimentos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Referencias Bibliograficas 73

Appendix A Calculo do racio de componentes de uma cobertura inclinada A-1

Appendix B Tabela de custos com manutencao B-1

Appendix C Tabela de custos sem manutencao C-1

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Indice de Figuras

2.1 Definicao de conceitos fundamentais de manutencao e reabilitacao [Lopes, 2005] . . . 7

2.2 Classificacoes para manutencao de edifıcios. Adaptado de [Barbosa, 2009] . . . . . . 10

2.3 Indicacao das vidas uteis (em anos) de cada tipo de construcao, de acordo com

[RIBEIRO, 2008] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.4 Nıveis de qualidade. Adaptado de [Flores-Colen and Brito, 2003] . . . . . . . . . . . . 15

2.5 Possıveis curvas de degradacao [Flores, 2002] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.6 Custos de utilizacao, concepcao e construcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.7 Representacao da lei de Sitter. Adaptado de [HELENE, 1997] . . . . . . . . . . . . . . 18

2.8 Custos das reparacoes consoante o tipo de intervencao. Traduzido de [Brand, 1995] . 19

3.1 Exemplos de aguas [Afonso, 2013] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.2 Cobertura diferenciada. http://www.madeireiramilionarios.com.br . . . . . . . . . . . . . 23

3.3 Cobertura autoportante. [Brito and Pedro, 2001] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.4 Sistema de suporte: madeira [Brito and Pedro, 2001] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.5 Estrutura resistente em madeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.6 Estrutura de madeira com ligacoes metalicas. http://www.atelhanova.com.br . . . . . . 26

3.7 Laje estrutura continua de betao armado. http://www.geradordeprecos.info . . . . . . . 27

3.8 Estrutura de suporte descontinua em betao armado. http://obras-projeccao2000.pai.pt . 27

3.9 Isolamento termico na laje horizontal. http://www.projectista.pt . . . . . . . . . . . . . . 28

3.10 Isolamento termico segundo a vertente. Retirado de Amorim Isolamentos . . . . . . . 28

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3.11 Representacao de micro-ventilacao. http://www.ceramicatorreense.pt . . . . . . . . . . 29

3.12 Orificios de entra e saıda de ar. http://www.ceramicatorreense.pt . . . . . . . . . . . . . 29

3.13 Disposicao das ripas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.14 Contra ripado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.15 Ventilacao do desvao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.16 Curva de degradacao. Adaptado de [Hodges, 1999] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3.17 Zonas de maior incidencia de anomalias. Adaptado de [Rocha, 2008] . . . . . . . . . . 34

4.1 Grafico dos custos atualizados de manutencao em cada ano . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.2 Grafico dos custos acumulados de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.3 Grafico dos custos atualizados sem manutencao em cada ano . . . . . . . . . . . . . . 55

4.4 Grafico dos custos acumulados sem manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.5 Grafico dos custos por ano, sem manutencao, com G = 0,9 . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4.6 Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso B . . . . . . . . . . . . . . . . 59

4.7 Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso B . . . . . . . . . . . . . . . . 59

4.8 Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso C . . . . . . . . . . . . 60

4.9 Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso C . . . . . . . . . . . . . . . . 61

4.10 Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso C . . . . . . . . . . . . . . . . 61

4.11 Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso D . . . . . . . . . . . . 62

4.12 Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso D . . . . . . . . . . . . . . . . 62

4.13 Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso D . . . . . . . . . . . . . . . . 63

4.14 Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso E . . . . . . . . . . . . 64

4.15 Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso E . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4.16 Curva de degradacao. Adaptado de [Hodges, 1999] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

4.17 Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso E . . . . . . . . . . . . . . . . 66

A.1 cobertura inclinada 15m x 14m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A-2

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Indice de Tabelas

2.1 Definicoes de vida util. Adaptado de [Morgado, 2012] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3.1 Principais elementos constituintes de uma estrutura de madeira, adaptado de [APICER,

1998] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.2 Deslocamentos e deformacoes do revestimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

3.3 Anomalias devidas a degradacao do revestimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.4 Anomalias devidas a erros de execucao e de projecto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

3.5 Principais accoes de manutencao para coberturas inclinadas . . . . . . . . . . . . . . . 39

4.1 Atividades de periodicidade bi-anual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.2 Atividades de periodicidade anual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.3 Atividades de periodicidade quinquenal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.4 Atividades de periodicidade decenal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.5 Atividades de periodicidade 15 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.6 Atividades de periodicidade 20 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.7 Variacao da vida util . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

4.8 Atividades de substituicao de elementos emergentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.9 Atividades de substituicao do sistema de drenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.10 Atividades de substituicao do revestimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

4.11 Racios diferentes de 1 para elementos de coberturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

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4.12 Conversao de precos - 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.13 Conversao de precos - 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.14 Conversao de precos - 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.15 Conversao de precos - 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.16 Conversao de precos - 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.17 Conversao de precos - 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.18 Conversao de precos - 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.19 Conversao de precos - 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.20 Conversao de precos - 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.21 Aplicacao da taxa de inflacao para o ano 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.22 Total de custos anuais atualizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

4.23 Atividades de substituicao para plano de nao manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.24 Aplicacao da taxa de inflacao para o ano 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

4.25 Total de custos anuais atualizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4.26 Custos totais dos casos em estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

4.27 Periodicidades com manutencao VS sem manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

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1Introducao

Contents

1.1 Consideracoes preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2 Objetivos da dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.3 Organizacao da dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

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1.1 Consideracoes preliminares

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatıstica verificou-se nas decadas 80 e 90 do sec.

XX e na primeira decada do sec. XXI que o parque habitacional em Portugal ultrapassou a evolucao

do numero de famılias. Existia em 1981 uma situacao ”equilibrada”, em 2001 ”excedentaria” e em

2011 claramente ”excedentaria”. A tıtulo de exemplo, refere-se que em 2011, em Portugal, o numero

de casas era 45% superior ao total de famılias [INE, 2012] .

A aceleracao significativa do parque habitacional, deveu-se principalmente a contingencias socio-

economicas que a epoca se verificaram. O ritmo da nova construcao sentiu um acentuado decrescimo

podendo apontar-se com principais fatores para a constatacao desta realidade a ausencia de polıticas

que regulem a manutencao e um obstaculo a mobilizacao de meios adequados as necessidades

de manutencao ao longo da vida util de um edifıcio. Por outro lado, a falta de informacao dos re-

sponsaveis pela gestao do edificado bem como a dos proprios utentes, contribui da mesma forma

para uma excessiva degradacao do parque habitacional.

Estes fatores contribuıram para que Portugal, tenha vindo a assistir ao envelhecimento do seu

parque habitacional, atingindo muitas vezes nıveis de degradacao que levam ao desrespeito das

condicoes mınimas de seguranca e habitabilidade. Contudo, atualmente, existe uma maior exigencia

por parte dos utentes no que respeita aos nıveis mınimos de qualidade exigidos, o que deu origem

a uma melhoria da qualidade dos projetos e construcoes. Em paralelo, as preocupacoes com a

manutencao continuam a ser descuradas recorrendo-se apenas a intervencoes caso se verifiquem

problemas serios de funcionalidade e seguranca do edifıcio.

A envolvente exterior dos edifıcios, nomeadamente a cobertura, tem um papel muito importante

na manutencao global da construcao, pois sao as zonas mais susceptıveis a accao dos agentes

atmosfericos, que cada vez sao mais agressivos devido a poluicao. A hipotese da degradacao pre-

matura do sistema de coberturas ser apenas consequencia de ineficaz concepcao e execucao dos

elementos constituintes ha muito que foi descredibilizada. E certo que uma boa construcao contribui

positivamente para uma melhor conservacao, no entanto, apenas aliada a um bom planeamento de

accoes de manutencao permite garantir uma plena utilizacao dos edifıcios durante toda a sua vida

util, minimizando os custos e rentabilizando o investimento.

E neste contexto que se insere esta dissertacao de Mestrado, cujo principal objectivo e o de con-

tribuir para a sensibilizacao de todos os intervenientes no processo de construcao de coberturas de

edifıcios, abordando as tematicas acima referidas, dando especial atencao aos custos das atividades

de manutencao bem como aos custos inerentes a uma manutencao descuidada ou inexistente. Um

dos objectivos passa por dar enfase a uma manutencao pro-ativa em vez da mais correntemente

utilizada manutencao dita curativa ou reativa.

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1.2 Objetivos da dissertacao

O ambito da presente dissertacao, embora possa ser alargado a todos os elementos, enquadra-

se na manutencao de coberturas de edifıcios habitacionais abrangendo as principais metodologias

de construcao usualmente efectuadas em Portugal, para coberturas inclinadas e invertidas.

Da multiplicidade de coberturas de possıvel aplicacao em edifıcios, o estudo incidiu sobre as

coberturas inclinadas com revestimentos em telhas ceramicas.

E efectuada, sucintamente, a analise dos diversos fundamentos tecnologicos que, de alguma

forma influenciam a decisao na escolha de uma estrategia de manutencao; conceitos, que na sua

maioria, carecem de uma investigacao e desenvolvimento adequados, com vista a uma maior com-

preensao do comportamento dos elementos durante a vida util dos edifıcios.

Assim, este estudo visa a tematica da manutencao atraves da recolha de informacao, praticas

e literaturas existentes em Portugal, a partir das quais se pretendeu tracar um perfil dos processos

construtivos usuais e das actividades necessarias a uma correcta manutencao de coberturas.

Apresentam-se alguns custos de operacoes de manutencao para coberturas inclinadas de edifıcios,

com o intuito de os comparar com outro tipo de solucoes de manutencao.

Por fim, o grande objectivo desta dissertacao, visa a sensibilizacao de todos os intervenientes

envolvidos no processo de construir para a necessidade de incluir o planeamento das operacoes

necessarias a uma correcta manutencao, considerando o impacto favoravel destas praticas a curto

prazo e os seus inquestionaveis benefıcios, a longo prazo.

1.3 Organizacao da dissertacao

A presente dissertacao encontra-se subdividida em cinco capıtulos; bibliografia e anexos:

O capıtulo 1 introduz o tema e enumera os objectivos primordiais da presente dissertacao, bem

como a sua respectiva organizacao.

No capıtulo 2 sintetiza-se o estado actual do conhecimento da manutencao, esclarecendo-se o

conceito de manutencao no ambito desta dissertacao. E introduzido o significado de manutencao

bem como a distincao entre os conceitos de manutencao, reabilitacao e renovacao. Neste capıtulo

sao apresentadas e descritas as metodologias de manutencao fazendo a distincao entre manutencao

pro-ativa e corretiva. Em seguida descrevem-se os parametros com maior influencia na eficacia da

manutencao e uma introducao aos tipos de custos de manutencao diretos e indiretos.

Sao ainda abordados os conceitos teoricos e os fundamentos tecnologicos de base necessarios

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a caracterizacao dos elementos em servico que estao na base da definicao das operacoes de

manutencao e suas periodicidades, para qualquer elemento constituinte dos edifıcios. E referen-

ciada a nocao de custo global de um empreendimento e a importancia de estimar os custos de

manutencao. Por ultimo, e feita uma abordagem simplificada ao estado arte da nacional e interna-

cional.

No capıtulo 3 e caracterizado o processo construtivo de coberturas inclinadas partindo da classificacao

das mesmas e os seus revestimentos, estruturas de suporte, bem como outras componentes con-

stituintes de uma cobertura inclinada. Sao ainda expostas as principais anomalias e processos de

degradacao em coberturas inclinadas revestidas de telha ceramica por forma a introduzir o tema da

manutencao.

No capıtulo 4 efectua-se o calculo dos custos de um plano de manutencao para coberturas incli-

nadas em telha ceramica. Para isto, utilizaram-se tabelas de rendimentos e custos das intervencoes

principais a realizar no plano de manutencao proposto para coberturas inclinadas. Por ultimo, comparou-

se o custo total desse plano de manutencao, denominado Caso M, com propostas de outros planos

que nao contemplam atividades de inspecao e limpeza, de forma a determinar a melhor solucao.

No capıtulo 5, sao apresentadas as conclusoes finais desta dissertacao, bem como os eventuais

desenvolvimentos futuros para este tema.

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2Estado da Arte

Contents

2.1 Consideracoes gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2 Conceitos associados a manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.3 Metodologias de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.4 Parametros com influencia na eficacia da manutencao . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.5 Custos de manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

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2.1 Consideracoes gerais

O presente capitulo tem como objetivo reunir e caracterizar os principais conceitos ligados a

manutencao de edifıcios e para isso ir-se-a dividir em cinco sub-capıtulos.

Para caracterizar devidamente o setor vao definir-se os conceitos de manutencao, reabilitacao e

renovacao bem como o enquadramento e necessidades de manutencao em Portugal e na Europa.

Vao ainda ser apresentadas neste capıtulo as metodologias, estrategias e parametros que influen-

ciam a eficacia da manutencao. Por fim apresentar-se-ao os custos inerentes a manutencao.

2.2 Conceitos associados a manutencao

2.2.1 Significado

Segundo o dicionario da lingua portuguesa o significado de manutencao e acao ou efeito de man-

ter, administracao, conservacao, gerencia. [Priberam, 2014]

De acordo com [Silva, 1989] citado por [Barbosa, 2009] as primeiras acoes de manutencao

tiveram origem no perıodo da 2a Guerra Mundial devido as necessidades de preservar e manter

os produtos ligados a atividade da industria belica. Atendendo aos bons resultados conseguidos, o

conceito alargou-se a outros setores, nomeadamente a industria da construcao.

A manutencao aplicada a industria da construcao tem vindo a substituir o termo conservacao,

isto quando se pretende descrever todas as acoes que sao necessarias levar a cabo num edifıcio,

destinadas a manter o padrao inicial de qualidade [Calejo, 1989]. De forma semelhante, pode ler-se

na ISO [15686-1, 2011] que manutencao e a combinacao de acoes tecnicas e administrativas, que

durante a sua vida util conservam o edifıcio ou as suas componentes, num estado em que consiga

desempenhar as funcoes requeridas.

Desta forma, a manutencao aplicada a industria da construcao surge com o objetivo de garantir a

funcionalidade de todas as componentes que compoe os edifıcios por forma a que sejam mantidos

os padroes iniciais de qualidade e consequentemente seja aumentada a vida util.

2.2.2 Manutencao, Reabilitacao e Renovacao

Quando falamos da industria da construcao falamos essencialmente de duas areas, construcao

nova e reconstrucao. Entenda-se por reconstrucao o ramo da industria onde se inclui a manutencao.

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Ainda dentro da reconstrucao devem destacar-se as areas da reabilitacao e renovacao.

A reabilitacao segundo [Calejo, 1989] destina-se a melhorar o nıvel de qualidade de um edifıcio,

quase sempre por uma actualizacao do seu desempenho funcional, distinguindo-se assim do termo

manutencao, pois este, geralmente, nao verifica qualquer alteracao basica das exigencias funcionais.

Com o aumento da tecnologia as exigencias funcionais e os padroes mınimos de qualidade

tem vido a crescer. Na figura 2.1 podem observar-se as diferencas de desempenho dos conceitos

manutencao, reabilitacao e renovacao.

Figure 2.1: Definicao de conceitos fundamentais de manutencao e reabilitacao [Lopes, 2005]

Assim, de acordo com [Lopes, 2005] temos:

A- Trabalhos de manutencao: melhorar o nıvel de desempenho atual, sem exceder o nıvel de quali-

dade inicial.

B- Trabalhos de reabilitacao: alcancar o nıvel de qualidade regulamentar ou pelo menos melhorar o

nıvel inicial.

C- Trabalhos de renovacao: superar os nıveis regulamentares de qualidade.

2.3 Metodologias de manutencao

O principal objectivo da manutencao segundo [Flores, 2002], e garantir os nıveis mınimos de

qualidade exigidos e evitar a deteriorizacao dos elementos. A manutencao surge da necessidade

de optimizar o desempenho em fase de utilizacao, de modo a que os nıveis mınimos de qualidade

sejam sempre cumpridos. Neste sentido, a manutencao de edifıcios tem como objectivo prolongar

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a vida util dos edifıcios, evitando o seu envelhecimento precoce, contribuindo assim para a reducao

dos custos ao longo do tempo.

Para garantir o cumprimento do objectivo final, existem duas abordagens possıveis que podem

ser adoptadas, a manutencao preventiva ou a manutencao corretiva [Martins and Laugeni, 2005].

As accoes de manutencao de edifıcios tem um caracter preventivo, quando a sua actuacao se de-

senvolve pre-patologicamente, isto e, a priori da ocorrencia da patologia. Pelo contrario, quando as

accoes de manutencao sao exercidas apos o aparecimento de anomalias, denominamos manutencao

correctiva.

2.3.1 Inspecao

No ambito de uma manutencao preventiva, um plano de manutencao deve contemplar inspecoes.

Segundo [Leite, 2009], uma inspeccao consiste em mecanismos de avaliacao do estado de conservacao

dos elementos em analise, permitindo detectar as zonas deterioradas, como e quando realizar as

operacoes de manutencao.

Segundo [British Standard, 1986], uma inspecao realizada no ambito da manutencao deve ser

executada por forma a verificar a necessidade de execucao de operacoes de manutencao e ainda

averiguar a correcta execucao cumprido os requisitos de seguranca regulamentares.

Dependendo do tipo de estrategia definida para o plano de manutencao, as inspecoes podem

ser realizada no seguimento de uma reclamacao, para o caso de uma estrategia de manutencao

correctiva, ou realizadas de uma forma periodica, previamente definida, quando se trata de uma

estrategia preventiva [Erdly and Schwartz, 2004].

O plano de manutencao, incluindo o planeamento das inspeccoes, deve ser realizado durante

a fase de projecto devendo ser indicado o tipo de verificacoes e periodicidades das accoes de

inspeccao. [Flores, 2002] afirma que as periodicidades das inspecoes devem ser definidas depen-

dendo do comportamento do(s) elemento(s) em analise e devem ainda respeitar os seguintes perıodos:

• perıodo inicial - inspeccoes entre 2 e 5 anos, apos a construcao, com o objectivo de avaliar os

fenomenos pre-patologicos e eventuais anomalias de juventude;

• perıodo intermedio - inspeccoes periodicas 1 ou 2 anos apos as intervencoes, de modo a avaliar

o comportamento esperado do elemento. A realizacao destas inspeccoes permite verificar a

existencia de eventuais fenomenos de repatologia;

• perıodo final - inspeccoes proximas do final de cada ciclo de vida util, ou seja, (2 a 5 anos

do final). Estas inspeccoes tem o objectivo de avaliar a possibilidade de ser atingido o nıvel

mınimo de qualidade e respectiva proximidade ao estado de rotura eminente.

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Segundo a proposta de regulamento [CSOPT, 2004], uma inspecao pode ser de carater corrente,

tecnica ou especial. Numa inspecao corrente e avaliado o desempenho do edifıcio, com o objectivo

de identificar zonas mais degradadas que o esperado ou anomalias em fase inicial.

[Lopes, 2005] considera que uma inspeccao corrente passa por uma observacao visual dos

elementos em analise, verificando possıveis alteracoes as caracterısticas iniciais. Ja as inspeccoes

tecnicas centrao as atencoes na verificacao do desempenho do estado de funcionamento dos equipa-

mentos ou instalacoes.

As inspecoes especiais vao complementar as inspecoes correntes, com o objectivo de fazer a

uma analise mais detalhada com vista a melhorar o diagnostico do elemento fonte de manutencao.

Ainda segundo o mesmo autor, as inspecoes especiais nao deverao ter uma periodicidade fixa, mas

pelo contrario, devem ser realizadas sempre que se verifique a necessidade de avaliar com maior

rigor o comportamento dos elementos construtivos.

Alem dos perıodos referidos, deverao ocorrer inspeccoes nao programadas, de modo a analisar

a existencia de anomalias que coloquem em causa a seguranca. Deste modo, o planeamento de

inspeccoes deve ser constantemente avaliado e ajustado as caracterısticas reais de utilizacao por

forma a analisar a existencia de anomalias que possam por em causa a seguranca [Falorca, 2004].

2.3.2 Limpeza

Em Portugal, muitas vezes as acoes de limpeza nao sao levadas a serio, mesmo que, em geral,

se tratem das solucoes economicamente mais vantajosas, quando comparadas com intervencoes de

reparacao. Este tipo de operacao e de grande importancia para a resolucao e prevencao de algumas

anomalias, tais como acumulacao de sujidade em coberturas, devido a poluicao ou desenvolvimento

microbiologico [Ferreira, 2009b].

Para o caso das coberturas, de acordo com [Rodrıguez, 2005], as acoes de limpeza e lavagem

sao as mais utilizada durante a sua vida util.

2.3.3 Manutencao pro-ativa

De acordo com [Souza and Ripper, 1998], para executar uma manutencao pro-ativa e necessario

elaborar um plano de intervencao que contemple acoes preventivas a ocorrencia de anomalias por

forma a evitar a rotura dos elementos constituintes. As atividades de manutencao previstas neste

plano deverao atuar de forma antecipada as anomalias, de forma a garantir que o edifıcio apresente

sempre um desempenho acima do mınimo funcional aceitavel.

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Figure 2.2: Classificacoes para manutencao de edifıcios. Adaptado de [Barbosa, 2009]

[Flores, 2002] refere que embora existam os tres tipos de manutencao pro-activa (Figura 2.2),

tendo em conta o baixo grau de conhecimento inicial acerca do estado de degradacao dos elementos

em causa, e conveniente que sejam contempladas acoes de manutencao preventivas e predictivas.

De acordo com a norma NP4483, cada atividade de manutencao, devera ser documentada de

acordo com os seguintes requisitos:

• Determinar potenciais patologias e suas causas;

• Avaliar a necessidade de accoes a empregar para prevenir a ocorrencia de patologias;

• Determinar e implementar as accoes necessarias;

• Registar os resultados obtidos pelo emprego de determinada accao;

• Rever a eficacia das accoes preventivas empregadas.

Em suma, este tipo de manutencao necessita de um bom planeamento das intervencoes, para

definir periodicidades e fases de atuacao por forma a detectar a origem e eliminar potenciais patolo-

gias. Desta forma deve conseguir-se um menor numero de intervencoes garantindo assim o normal

funcionamento do edifıcio e uma reducao de trabalhos extraordinarios e dispendiosos. Todo este

planeamento deve ainda ter em conta uma cuidada gestao dos recursos e custos, para melhorar a

performance economica do mesmo.

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2.3.3.1 Medidas preventivas

A manutencao preventiva, tambem conhecida como sistematica, define-se como uma manutencao

periodica realizada em intervalos de tempos constantes e tem como objectivo a reducao de trabalhos

extraordinarios durante a vida util do(s) elemento(s) em causa [Flores, 2002].

Para determinar os intervalos de tempo entre cada manutencao sao usados os tempos de vida util

dos elementos fonte de manutencao. Este tipo de manutencao assenta em desempenhos teoricos

dos elementos fonte de manutencao.

2.3.3.2 Medidas preditivas

Segundo [Cabral, 2004] citado por [Barbosa, 2009], a manutencao preditiva, tambem designada

por manutencao condicionada, consiste na realizacao de inspeccoes visuais, como o objetivo de

avaliar o estado de conservacao do elemento fonte de manutencao. Com base nos dados reais

recolhidos a partir das inspecoes, pode optar-se de forma mais correta pelo tipo de operacoes a

realizar.

Esta vertente da manutencao pro-ativa e, em relacao a preventiva, mais evoluıda. Esta hipotese

tem tudo para ser mais economica, pois permite avaliar o desempenho dos elementos fonte de

manutencao em circunstancias reais de servico, e nao basear as substituicoes ou intervencoes ape-

nas nos pressupostos teoricos de desempenho [Lopes, 2005].

2.3.3.3 Manutencao de melhoramento

A manutencao de melhoramento consiste em modificar ou alterar as componentes do edifıcio de

modo a melhorar o seu desempenho global ou parcial. Este tipo de manutencao permite ajustar os

elementos do edifıcio a novas condicoes de funcionamento, visando a melhoria do seu desempenho

funcional [Cabral, 1998].

2.3.4 Manutencao corretiva

Para [Cabral, 1998], a manutencao correctiva, tambem designada por manutencao curativa ou

reactiva consiste, em atividades nao planeadas realizadas apos o aparecimento das anomalias no

edifıcio. Esta metodologia efetua o diagnostico a partir do grau de deterioracao do elemento. A

este tipo de metodologias de manutencao esta associada uma baixa probabilidade de investimento

a curto prazo, no entanto e esperado um custo acrescido a medio/longo prazo.

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2.4 Parametros com influencia na eficacia da manutencao

Independentemente da metodologia aplicada e necessario caracterizar os parametros que influ-

enciam o desempenho das diversas estrategias de manutencao. A analise desses parametros, que

a seguir se descrevem, e essencial para para se ter uma nocao o mais proxima da realidade, que

sera bastante importante para os calculos efetuados no capitulo 4o.

2.4.1 Vida Util

Qualquer que seja a estrategia de manutencao utilizada, vai ter sempre como base a vida util dos

elementos constituintes da estrutura ou construcao em analise. Com o objectivo de clarificar este

conceito, vai resumir-se na tabela 2.1 alguns conceitos da mesma.

Table 2.1: Definicoes de vida util. Adaptado de [Morgado, 2012]

Autores Definicao de vida util

CSOPT (2004) Define-se como o perıodo em que a respectiva estrutura nao apresenta

degradacao dos materiais, devido as condicoes ambientais, originando

a reducao da seguranca estrutural inicial.

ASTM E2136 (2004) E um perıodo de tempo apos a instalacao durante o qual todas as

partes do edifıcio atingem ou excedem valores mınimos aceitaveis

quando sujeitas a manutencao regular.

ISO 15686-1 (2000) E o perıodo de tempo apos a construcao no qual o edifıcio ou os

seus elementos igualam ou excedem as exigencias mınimas de de-

sempenho.

BRAND (1994) E o perıodo de tempo durante a qual a edificacao desempenha as

exigencias de servico que lhe foram atribuıdas, para determinadas

condicoes de utilizacao e tendo em conta o factor custo / beneficio e

a mınima afectacao ambiental.

A tıtulo de exemplo, no grafico da figura 2.3, estao representadas as vidas uteis medias (em

anos), consoante o tipo de edifıcio, de acordo com [Ribeiro, 2008]

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Figure 2.3: Indicacao das vidas uteis (em anos) de cada tipo de construcao, de acordo com [RIBEIRO, 2008]

De acordo com [Flores-Colen and Brito, 2003], a previsao da vida util pode ser avaliada atraves

dos seguintes factores:

• referencia da experiencia anterior, em construcoes, usos e condicoes climaticas similares;

• medicao da taxa natural de degradacao, tendo em conta uma utilizacao e exposicao num curto

intervalo de tempo e uma estimativa do limite da durabilidade;

• realizacao de diversos ensaios acelerados com o objectivo de reduzir a resposta a accao de

um ou mais agentes de degradacao.

A vida util de um dado elemento ou estrutura pode variar consoante diversos fatores. O metodo

que foi escolhido para determinar a variacao de vida util para os elementos de uma cobertura, foi o

metodo fatorial. Esta escolha recaiu pelo facto de este metodo, ser aquele que tem maior aceitacao

na comunidade cientıfica e aplicacao pratica, tendo em conta a sua elevada operacionalidade. Este

metodo permite estimar a vida util de um determinado produto da construcao, sob determinadas

condicoes especıficas.

Segundo [Hovde, 2002] “O Metodo Factorial e uma maneira de reunir a consideracao de cada

uma das variaveis que e susceptıvel de afectar a vida util. Pode ser usado para fazer uma avaliacao

sistematica, mesmo quando as condicoes de referencia nao coincidem totalmente com as condicoes

previstas de utilizacao. A sua utilizacao pode reunir a experiencia de projectistas, observacoes,

intencoes dos gestores, e garantias dos fabricantes, bem como dados de laboratorios de ensaios. O

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Metodo Factorial nao fornece uma garantia de uma vida util: apenas fornece uma estimativa empırica

baseada em informacoes disponıveis.”

Para que a utilizacao do metodo fatorial seja possıvel, e necessario partir de uma duracao da

vida util de referencia, obtida ou estimada em condicoes padrao. A vida util real para outro tipo de

condicoes, obtem-se realizando uma estimativa da vida util para as condicoes particulares pretendi-

das atraves da multiplicacao da vida util de referencia por uma serie de factores relacionados com

diversos aspectos determinantes para a durabilidade.

Os factores a ter em conta sao os seguintes (ISO 15686-1:2011)

• Factor A - Qualidade do material ou componente;

• Factor B - Nıvel de qualidade do projecto;

• Factor C - Nıvel de qualidade da execucao;

• Factor D - Caracterısticas do ambiente interior;

• Factor E - Caracterısticas do ambiente exterior;

• Factor F - Caracterısticas do uso;

• Factor G - Nıvel de manutencao.

Apos a consideracao destes parametros, a formula para estimar a vida util de um determinado

elemento da construcao e a seguinte:

V UE = V UR⇥A⇥B ⇥ C ⇥D ⇥ E ⇥ F ⇥G (2.1)

Onde:

VUE - Vida util estimada

VUR - Vida util de referencia

A-G - Fatores modificadores

2.4.2 Nıveis de qualidade

Os nıveis de qualidade, segundo [Flores-Colen and Brito, 2003], definem-se como o cumprimento,

ao longo da vida util, das exigencias definidas em projeto. As especificacoes tecnicas definidas em

projeto, bem como os ensaios exigidos, estao diretamente relacionados com o parametro de quali-

dade, que ira medir o grau de exigencia e a tolerancia admissıvel. A necessidade dos proprietarios

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ou utilizadores, vai ser determinante para a escolha de nıveis mais ou menos exigentes, que vao

fazer variar o orcamento e a escolha dos materiais utilizados.

Ainda segundo os mesmos autores, podem considerar-se diferentes tipos de nıveis de qualidade,

que influenciam tanto a fase de projecto como as estrategias de manutencao a adotar. Observa-se

no grafico da figura 2.4 a relacao entre o nıvel de qualidade e o tempo.

Figure 2.4: Nıveis de qualidade. Adaptado de [Flores-Colen and Brito, 2003]

Ao observar esta figura, podem verificar-se tres linha diferentes, que correspondem a tres difer-

entes nıveis de qualidade.

• Nıvel a- corresponde ao mınimo aceite por regras ou normas. Este mınimo aumenta com o

passar do tempo, a evolucao tecnologica e as exigencias dos utentes.

• Nıvel b - este nıvel esta associado ao valor inicial de qualidade previsto em projeto, nao con-

templando a degradacao.

• Nıvel c - valor do nıvel de qualidade abaixo do qual as construcoes ou elementos ultrapassam

a sua vida util.

2.4.3 Processos e modelos de degradacao

A forma como um elemento se degrada pode ser diferente de acordo com a envolvente do mesmo.

O mesmo elemento sujeito a diferentes condicoes pode apresentar um processo de degradacao

diferente. Segundo a norma internacional ISO 15686-1 (2000), as mudancas na composicao, mi-

croesrutura e propriedades de um componente ou material podem afetar o desempenho ao longo do

tempo de vida do elemento em analise. Fatores como a acumulacao de chuva ou humidade, vento,

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temperatura, poluicao e accao quımica contribuem para a degradacao progressiva da envolvente do

edifıcio.

A maior ou menor exposicao a fatores que contribuem para a degradacao de um determinado

elemento, vai afetar a durabilidade e alterar o seu modelo de degradacao. Para que se possa escolher

o modelo de degradacao mais adequado (Figura 2.5) a cada situacao, deve recorrer-se a inspecoes

e ensaios, de forma a perceber o comportamento dos elementos ao longo do tempo. Uma escolha

acertada do modelo de degradacao permite realizar um melhor planeamento economico a longo

prazo [Flores-Colen and Brito, 2003].

Figure 2.5: Possıveis curvas de degradacao [Flores, 2002]

O processo de degradacao e bastante complexo e depende de diversos factores [Lopes, 2005],

no entanto, a maioria dos autores recorre a curvas do tipo ”Forma S” e ”Convexo”.

2.5 Custos de manutencao

2.5.1 Tipos de custos

De acordo com [Neto, 2006] podem existir dois tipos de custos de manutencao:

• Custos Fixos

• Custos Periodicos

Os custos fixos sao relativos a atividades cuja frequencia de manutencao e elevada, como por

exemplo: um contrato de manutencao mensal de inspecoes ou limpeza. Ja os custos de manutencao

periodicos correspondem a custos de atividades de desgaste gradual ao longo do tempo, por exem-

plo: degradacao superficial de uma parede.

Para alem destes devem ainda ser considerados custos de reparacao pontuais, que correspon-

dem a anomalias nao previstas no plano de manutencao, como por exemplo: a quebra de uma

telha ou a algum defeito decorrente de alguma das etapas de construcao: planeamento, projecto de

construcao, fabrico dos materiais, construcao e uso corrente da construcao.

16

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Para uma correta reparacao de uma anomalia, e importante perceber qual das etapas de construcao

esta na sua origem [Dias, 2009].

Apensar que os custos de projeto, concepcao e construcao sao os mais significativos para o total

de custos de um edifıcio e um erro. Como se pode ver na figura 2.6 esses custos nao ultrapassam

os 20% do total de custos que vai desde o planeamento ate ao final da vida util [Perret, 1995].

Figure 2.6: Custos de utilizacao, concepcao e construcao

Assim sendo, o custo total actualizado, de forma simplificada, e expresso pela seguinte equacao:

(adaptado de [Dias, 2009]):

Cm =mX

j=1

CEO(1 + pE)j

(1 + a)j+

q=m/tX

q=1

CEE(1 + pE)tq

(1 + a)tq(2.2)

Onde:

• Cm - valor do custo de manutencao;

• CEO - custo de manutencao ordinaria anual;

• CEE - custo de manutencao extraordinaria apos t anos;

• pE - taxa media anual de crescimento de custos de manutencao a precos correntes;

• a- taxa de actualizacao anual nominal;

• j- numero de anos, durante os quais existe um custo de manutencao ordinaria anual;

• tq- numero de anos, durante os quais existe um custo de manutencao extraordinaria apos t

anos.

17

Page 36: Analise comparativa de plano de manutenc¸´ ao em ... · Appendix B Tabela de custos com manutenc¸ao B-1 ... 2.2 Classificac¸oes para manutenc¸˜ ao de edif˜ ´ıcios. Adaptado

Como pode ser verificado na expressao 2.2 e possıvel comparar diferentes solucoes construti-

vas para um dado edifıcio, tendo em conta, nao so os custos iniciais, mas tambem os custos de

manutencao (e de exploracao).

A periodicidade adequada das inspecoes e substituicoes dos elementos constituintes de um

edifıcio, e de extrema importancia, pois quanto mais cedo forem detectadas e corrigidas as anoma-

lias, menor sera o seu custo de reparacao. Segundo [De Sitter, 1984], os custos para a reparacao

seguem uma progressao geometrica de razao 5, ou seja, ao adiar uma intervencao fara com que o

seu custo aumente 5 vezes em relacao a uma fase anterior do problema ou anomalia (figura 2.7).

Figure 2.7: Representacao da lei de Sitter. Adaptado de [HELENE, 1997]

Os custos de manutencao podem referir-se ao edifıcio como um todo, a elementos individuais ou

ao conjunto de elementos de construcao (ex. cobertura de um edifıcio). Para uma correta analise de

custos, [Calejo, 1989] realca a importancia de se apurar se os gastos em manutencao se encontram

ou nao proximos do ponto otimo. Segundo o mesmo autor, os indicadores que melhor representam

o andamento dos custos de manutencao sao: o valor otimo do custo por ano, a evolucao dos custos

de acordo com a idade do edifıcio e a frequencia de intervencoes.

Segundo [Steel, 1985], os custos de manutencao que tem em vista um melhoramento das condicoes

existentes por forma a se adaptar as necessidades dos utentes sao em geral mais elevados que os

custos de manutencao devidos a causas de perda de durabilidade devido a patologias. Este facto

deve-se ao dinamismo que os utilizadores tem, sobretudo em edifıcios comerciais, em que o conceito

de manutencao esta geralmente associado a uma modernizacao.

18

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Na figura 2.5.1 pode ver-se que um plano de manutencao regular e permanente se torna mais

economico que uma solucao nao regular e com um maior espacamento entre intervencoes. Quanto

maior o nıvel de degradacao atingido, maior o custo de reparacao.

Figure 2.8: Custos das reparacoes consoante o tipo de intervencao. Traduzido de [Brand, 1995]

Segundo [Brand, 1995] os custos de reparacao e manutencao dos elementos construtivos de-

pendem nao so da vida util do elemento, mas tambem do seu estado de degradacao. Sempre que

ha um decrescimo na curva de degradacao do elemento, isto e, uma diminuicao do seu nıvel de de-

sempenho, e possıvel intervir estrategicamente, inicialmente por meio de uma estrategia preventiva e

mais tarde recorrendo a pequenas e grandes reparacoes. No entanto, essas intervencoes acarretam

custos, e tal como se pode visualizar na figura , quanto mais tarde se intervir, maior sera o estado

de degradacao, podendo por em risco a seguranca nao so da estrutura, mas tambem dos utentes.

Relativamente ao custo de intervencao, este sera consequentemente superior, tendo em conta o

acrescimo do grau de severidade das anomalias.

Deste modo, os custos de manutencao incluem os custos directos, sendo eles os encargos com

mao-de-obra, materiais e equipamentos e os custos indirectos, podendo ser considerados os encar-

gos da nao manutencao, meios para planeamento e gestao, indemnizacoes e coimas.

2.5.2 Os Custos

Os custos de manutencao, tal como qualquer outro custo na construcao dividem-se em custos

directos e indirectos, a excepcao dos custos de estaleiro, os quais por norma nao sao considerados

neste tipo de trabalhos de manutencao.

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2.5.2.1 Custos diretos

Para obter o custo direto de cada trabalho e necessario multiplicar a quantidade desse trabalho

pelo custo directo unitario respectivo. Duma forma analıtica, ao custo directo unitario de cada trabalho

e ainda necessario somar as componentes das despesas com o pessoal, materiais e equipamentos.

• Encargos com pessoal: sao os encargos dos valores salariais medios por hora e os tempos

medios de execucao de cada atividade de manutencao.

• Encargos com materiais: incluem o valor gasto em materiais ou produtos utilizados directa-

mente para a execucao de cada uma das atividades necessarias a manutencao. Para efetuar

o calculo do custo total em materiais, e apenas necessario saber a quantidade necessaria de

cada material e o custo por unidade desse material.

• Encargos com equipamento: sao calculados a partir dos custos por hora e do tempo necessario

a realizacao de cada um dos trabalhos.

2.5.2.2 Custos indiretos

Os custos indirectos sao a parcela dos custos totais, que dizem respeito ao funcionamento da

empresa ou entidade responsavel pela realizacao das obras.

Em geral, estes custos devem-se a:

• Despesas de administracao ou estrutura da empresa - despesas com o funcionamento da

sede, vencimentos dos dirigentes e do pessoal administrativo e tecnico de apoio, encargos

financeiros, contribuicoes e impostos e restantes encargos gerais da empresa ou entidade;

• Lucros e riscos (quando os trabalhos sao efectuados por empresas ou entidades exteriores) -

valor que representa o benefıcio que a empresa pretende obter com a realizacao dos trabalhos,

tendo em conta o factor risco que envolve as previsoes dos custos efectuados, dependente

portanto, da conjuntura e do tipo de empresa.

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3Metodologia

Contents

3.1 Coberturas inclinadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.2 Principais anomalias em coberturas inclinadas revestidas de telha ceramica . . 31

21

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3.1 Coberturas inclinadas

Em Portugal, a cobertura inclinada representa um papel importante na arquitetura. O revesti-

mento mais utilizado neste tipo de cobertura e a telha ceramica, sendo considerada muitas vezes,

como o revestimento tradicional de coberturas inclinadas [Brito and Pedro, 2001].

Neste capıtulo elaborar-se-a uma abordagem acerca das caracterısticas das coberturas incli-

nadas com revestimento em telha ceramica, as suas exigencias, estrutura resistente, isolamento

termico, sistema de ventilacao e pontos singulares/singularidades.

3.1.1 Processo construtivo

Para se considerar uma cobertura como inclinada em telha ceramica esta deve apresentar uma

inclinacao superior a 8%. Este tipo de coberturas classifica-se em funcao do numero de vertentes

que apresenta como se poder verificar nos exemplos da figura 3.1. As vertentes, correntemente

designadas por aguas, sao as superfıcies inclinadas, planas ou curvas, que constituem a cobertura

tendo como objetivo a conducao das aguas pluviais para os respetivos sistemas de drenagem por

forma a direciona-las para o exterior do edifıcio.

Figure 3.1: Exemplos de aguas [Afonso, 2013]

Considerando a estrutura de uma cobertura inclinada, segundo [APICER, 1998] existem quatro

constituintes basicos:

• Estrutura principal, constituıda pelos elementos que sustentam e dao forma a cobertura

• Estrutura secundaria, a responsavel por sustentar os elementos de revestimento da cobertura

inclinada

• Revestimentos, tem como objetivo proteger o sistema dos agentes atmosfericos

• Forro, elemento(s) de impermeabilizacao, protecao termica e acustica

Uma cobertura inclinada pode ser suportada por uma estrutura resistente executada em madeira,

elementos metalico, betao armado pre-esforcado, laje aligeirada ou ripado ceramico. Em Portugal,

como ja referido, a telha ceramica e o revestimento de uso mais corrente em edifıcios habitacionais.

22

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A presente dissertacao ira considerar como material de revestimento a telha ceramica apoiada numa

estrutura de madeira ou betao armado, por se tratarem das solucoes mais utilizadas/comuns.

3.1.1.1 Classificacao de coberturas e revestimentos

Neste ponto serao apresentadas as diferentes formas de classificacao de coberturas inclinadas

por forma a compreender-se melhor o processo construtivo. Sao elas o numero e forma de aguas, o

funcionamento estrutural e o tipo de revestimento.

A – Numero e forma de aguas

De acordo com [Brito and Pedro, 2001] as coberturas inclinadas, dependendo da tipologia e estilo

arquitetonico podem apresentar um variado numero de vertentes. Como representado na figura 3.1

podem encontrar-se solucoes com uma, duas ou quatro vertentes/aguas. Deste modo, as coberturas

inclinadas de uma agua denominam-se telheiros e formam no topo uma cumeeira, as de duas aguas

apresentam uma cumeeira na sua interseccao, as de quatro aguas podem apresentar uma cumeeira

e quatro rincoes na sua interseccao, ou num caso particular denominado pavilhao, apenas quatro

rincoes quando as vertentes se intersectam.

B – Funcionamento estrutural

O funcionamento estrutural das coberturas inclinadas pode dividir-se em dois tipos, diferenciado

e indiferenciado. Nas coberturas diferenciadas, os elementos que apoiam o revestimento descar-

regam sobre outros de maior rıgidos (Figura 3.2). Por outro lado, numa cobertura indiferenciada, ou

autoportante, e a estrutura de suporte que desempenha as funcoes de revestimento (Figura 3.3).

Figure 3.2: Cobertura diferenciada.

http://www.madeireiramilionarios.com.br

Figure 3.3: Cobertura autoportante. [Brito and Pe-

dro, 2001]

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C – Tipos e formas de revestimento

Os revestimentos de coberturas inclinadas podem ser constituıdos por diversos materiais. Em

Portugal, os mais comuns sao:

• Telha ceramica

• Chapa metalica

• Chapa de naturocimento

Alem dos diversos materiais que podem ser utilizados, pode ainda encontrar-se elementos de

revestimento planos, curvos ondulados, trapezoidais, etc. Correntemente, observa-se com frequencia

telhas ceramicas planas ou onduladas. Ja no que respeita as chapas de naturocimento estas sao

maioritariamente de uma forma ondulada.

3.1.1.2 A telha ceramica

Observando o parque habitacional portugues, verifica-se que a telha ceramica e o revestimento

de coberturas inclinadas por excelencia, podendo ser encontrada em qualquer zona do paıs. Tal

justifica-se por apresentarem diversas vantagens em relacao aos restantes materiais. Este tipo de

revestimento permite criar diversos estilos arquitectonicos, devido a variedade de formas e pecas

acessorias, apresenta uma boa qualidade estetica, elevada durabilidade, um bom desempenho a

accao dos agentes atmosfericos e um baixo custo de materia-prima [Brito and Pedro, 2001], [Garcez,

2009]

O campo de aplicacao da telha ceramica e bastante variado, englobando a maioria dos edifıcios

tradicionais, edifıcios correntes de habitacao, comercio, escritorios, edifıcios industriais antigos, igre-

jas e pavilhoes. O mercado portugues apresenta uma grande diversidade de telhas ceramicas,

tendo em conta a sua forma, coloracao e textura. De acordo com [Brito and Pedro, 2001], as tel-

has distinguem-se principalmente pelo seu encaixe e pela sua geometria. Deste modo, as telhas

ceramicas do tipo lusa, marselha, canudo, romana e plana sao aquelas que apresentam maior ex-

pressao na tecnologia de coberturas inclinadas.

As telhas marselha e lusa sao as mais utilizadas como telhas de encaixe. Esta tipologia, relati-

vamente as planas e de canal, permite melhorar a estanqueidade a agua, ar e poeiras. Por outro

lado, as telhas canudo e as telhas romanas sao as mais utilizadas como telha de capa e canal. A

telha canudo apresenta um elemento que faz, simultaneamente, de capa e canal. No entanto, tal

nao acontece na telha romana, pois apresenta dois elementos distintos, sendo que um faz de capa

e outro de canal [Lopes, 2009].

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3.1.1.3 Estrutura de suporte

A estrutura de suporte e constituıda por um conjunto interligado de elementos cujo principal

objetivo e a transicao de peso, entre as ripas de apoio do revestimento a estrutura do edifıcio.

Esta transicao da-se recorrendo a um sistema de grelhas ortogonais sucessivas. A resistencia das

pecas nas zonas inferiores da cobertura e normalmente mais elevada diminuindo ao longo da cober-

tura. [APICER, 1998]

Os materiais mais correntemente utilizados em Portugal para estruturas de suporte de coberturas

envolvem solucoes de madeira ou betao armado. Como ja referido, nesta dissertacao vai dar-se

enfase apenas a estas solucoes. Segundo [Brito and Pedro, 2001], a estrutura de madeira e uma

solucao geralmente descontınua e constituıda por um conjunto de componentes ligados entre si

(Figura 3.4). Para uma melhor compreensao das funcoes dos elemento principais das estruturas

tradicionais em madeira, estas encontram-se mais detalhadas na Tabela 3.1

Table 3.1: Principais elementos constituintes de uma estrutura de madeira, adaptado de [APICER, 1998]

Elementos constituintes Descricao

Ripas Elementos dispostos segundo as linhas de nıvel, ven-

cendo vaos de pequeno valor. Tem a funcao de suportar

todo o revestimento.

Varas Elementos que suportam as ripas, sendo, por con-

sequencia, mais resistentes do que estas. Sao execu-

tadas segundo as linhas de maior declive dos planos in-

clinados.

Madres Elementos rıgidos, colocados horizontalmente, que

vencem os vaos entre as asnas

Asnas Estruturas trianguladas que vencem os vaos maiores e su-

portam as madres. Apoiam-se pelos extremos em pare-

des ou pilares da construcao.

De acordo com [APICER, 1998] e [Rocha, 2008] as asnas sao o elemento principal da estrutura

de uma cobertura tradicional de madeira e geralmente vencem vaos entre os 6 e 7m, sobre estas,

apoiam-se as madres de seccao e espacamento dependentes essencialmente do afastamento entre

varas, do vao, distancia as asnas e das cargas aplicadas. As varas, que por sua vez se apoiam

perpendicularmente nas madres dependem igualmente da resistencia e rigidez do ripado. Na Figura

3.4 encontra-se um esquema visual da disposicao dos elementos constituintes de uma estrutura de

madeira.

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Para coberturas correntes e com inclinacoes entre 20o e 40o, o RGEU recomenda o uso de

madres com seccao mınima de 16cm x 8cm e espacadas ate 2 metros, para a utilizacao de telha lusa

ou marselha, varas de 10cm x 5cm espacadas de 0.5m ou no caso da telha canudo, espacamentos

de 0.4m com seccao de 14cm x 7cm. As ripas devem ser espacadas de acordo com a dimensao da

telha e nao devem ter seccoes inferiores a 3cm x 2,5cm.

Figure 3.4: Sistema de suporte: madeira [Brito and Pedro, 2001]

As ligacoes entre os diferentes elementos constituintes da asna, sao de elevada importancia para

o adequado funcionamento da estrutura de suporte. A ligacao entre elementos pode ser execu-

tada recorrendo-se a entalhes como o representado na Figura 3.5, chapas metalicas prensadas ou

ligacoes metalicas, como parafusos ou pregos (Figura 3.6). [Paulo et al., 2006].

Os defeitos em pecas de madeira podem ter um impacto significativo na resistencia global da

estrutura, deste modo, e de extrema importancia que sejam verificadas todas as pecas susceptıveis

de defeitos significativos, nomeadamente as pecas de maiores dimensoes. Os cuidados com o

armazenamento deve tambem ser uma preocupacao. Segundo [ATCHESON, 1995] todas as pecas

de madeira devem ser armazenadas em local seco e o mais perto possıvel do local onde irao ser

executadas, para evitar as variacoes de volume devidas as diferencas no teor em agua.

Figure 3.5: Estrutura resistente em madeira

Figure 3.6: Estrutura de madeira com ligacoes

metalicas. http://www.atelhanova.com.br

As estruturas de suporte em betao armado, permitem obter formas diferenciadas e em simultaneo

apresentam uma resistencia superior a madeira e um preco normalmente inferior ao aco. Por estas

razoes esta solucao tem ganho popularidade e conquistado um lugar cada vez mais importante na

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construcao [Apleton, 2003] segundo [Rocha, 2008]. Ao contrario das estruturas de madeira, que

para edifıcios correntes sao exclusivamente diferenciadas, no caso do betao armado estas podem

ser continuas ou descontınuas. As estruturas contınuas ou indiferenciadas de betao armado sao con-

stituıdas por numa laje inclinada, onde o elemento estrutural pode servir tambem como revestimento

(Figura 3.7). Esta solucao e geralmente utilizada quando as exigencias relativas ao isolamento e

estanqueidade sao elevadas, nomeadamente, para desvaos habitaveis.

Pelo contrario, para exigencias mais baixas, pode optar-se uma solucao descontinua constituıda

por vigas, asnas, madres, varas ou arcos. Esta solucao e em tudo semelhante a utilizada com

madeira (Figura 3.8) e e usualmente aplicada em desvaos nao habitados, armazens, pequenos

pavilhoes ou construcoes pre-fabricadas.

Figure 3.7: Laje estrutura continua de betao armado.

http://www.geradordeprecos.info

Figure 3.8: Estrutura de suporte descontinua em betao

armado. http://obras-projeccao2000.pai.pt

Relativamente as estruturas indiferenciadas, [BARTHEL et al. 2003] segundo [Morgado, 2012]

refere que a laje a executar e, na maioria dos casos, do tipo aligeirada. Este elemento, deve estar

preparado para suportar o seu peso proprio e tambem as sobrecargas relativas ao revestimento e tra-

balhos ao nıvel da cobertura. Para o caso em que a estrutura inclinada nao e utilizada como revesti-

mento e sobre ela se aplicam telhas ceramicas e necessaria a aplicacao de ripas. Geralmente, estas,

sao executadas a partir da utilizacao de argamassas, madeira, metal ou de betao (pre-fabricadas).

As telhas ceramicas sao entao aplicadas diretamente sobre as ripas e posicionadas com recurso a

pernes. Em regioes com condicoes climatericas mais intensas, nomeadamente, com ventos fortes,

pode ser necessaria a utilizacao de dispositivos complementares de fixacao.

3.1.1.4 Isolamento termico

As coberturas, devido a sua exposicao, sao o elemento onde ocorrem maiores trocas de calor,

pelo que, se torna importante a utilizacao de uma adequada solucao de isolamento termico por forma

a garantir boas condicoes de conforto termico e higiene.

Segundo [Rocha, 2008] os materiais utilizados para o isolamento devem possuir uma baixa con-

dutibilidade termica, elevada resistencia mecanica, insensibilidade a humidade e caracterısticas ad-

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equadas a superfıcie onde sao aplicadas, para garantir boa aderencia. O Regulamento das Car-

acterısticas de Comportamento Termico dos Edifıcios (RCCTE), define os requisitos mınimos que

garantem a satisfacao das condicoes de conforto termico e higiene para coberturas. O recurso a um

isolamento termico adequado contribuira, para uma reducao ou nao necessidade de utilizacao de

equipamentos de climatizacao, bem como a minimizacao de patologias derivadas de condensacoes.

Em coberturas inclinadas de telha ceramica, o isolamento termico pode ser aplicado na laje hori-

zontal como indicado na Figura 3.9 ou segundo a vertente assim como representado na Figura 3.10.

O representado na Figura 3.9 adequa-se as situacoes em que o desvao e nao habitado e onde o

Figure 3.9: Isolamento termico na laje horizontal.

http://www.projectista.ptFigure 3.10: Isolamento termico segundo a vertente.

Retirado de Amorim Isolamentos

elemento horizontal e uma laje de betao armado, pavimento de madeira ou um teto falso. Nesta

situacao, o isolante deve ser aplicado na parte superior da laje ou pavimento por forma a reduzir os

riscos de condensacao e consequentes pontes termicas. Em geral, para esta solucao, a estrutura de

suporte e diferenciada e com recurso a varas e ripas, para garantir uma boa ventilacao do desvao.

Para situacoes onde se pretende um maior nıvel de conforto para o desvao, nomeadamente,

desvao habitavel, a solucao podera passar por aplicar o isolamento segundo as vertentes. Neste

caso, a estrutura resistente pode ser indiferenciada ou diferenciada, podendo passar por uma laje

inclinada de betao armado ou uma estrutura descontinua de madeira, respetivamente.

Em estruturas de suporte contınuas o isolamento pode ser aplicado na face exterior da laje, sob

a forma de placas rıgidas com fixacoes mecanicas ou solidarizadas com colas compatıveis.Pode

tambem aplicar-se o isolante pelo interior da laje inclinada, sendo que as suas condicionantes se

assemelham as da aplicacao do isolamento la laje horizontal.

Quando a estrutura e descontınua, o isolante pode ser aplicado de forma descontınua, com re-

curso a faixas entre as varas da estrutura, ou contınua, que em geral, e colocada sob as varas. Para

a solucao de isolamento descontınua e, normalmente, necessario recorrer a pecas de ligacao para

garantir uma melhor ventilacao. Pode ser necessaria a utilizacao de contra-ripado, nos casos em que

a face superior do isolante esteja alinhada com a face superior das varas, o que pode comprometer

o encaixe apropriado do revestimento de telha ceramica.

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3.1.1.5 Sistema de ventilacao

A ausencia de ventilacao numa cobertura pode comprometer toda a construcao. Logo, e de ex-

trema importancia que exista um bom sistema de ventilacao para garantir que a diferenca de pressao

causada pelo vento forte possa ser compensada pela passagem de ar para o exterior, contrariando

desta forma a accao de succao que no limite poderia causar um levantamento de telhas. Para alem

da diferenca de pressao, a ventilacao adequada da face inferior da telha ceramica contribui para um

melhor desempenho da cobertura que se reflete num maior conforto e estabilidade termica. Uma

correta circulacao de ar contribui para a secagem da agua da chuva absorvida pela telha, evitando

desta forma, condensacoes indesejaveis e o desenvolvimento de musgos (Figura 3.11).

De acordo com [APICER, 1998] a ventilacao das coberturas de telha ceramica pode ser distin-

guida em micro-ventilacao ou ventilacao do desvao.

A – Micro-Ventilacao

A micro-ventilacao ou ventilacao da face inferior das telhas, da-se com a entrada do o ar na parte

inferior da cobertura (beiral), a uma temperatura mais baixa, sendo posteriormente aquecido devido

a perda de calor da estrutura, no inverno, ou pela radiacao da telha, no verao. Ao aquecer o ar torna-

se mais leve e sobe, saindo por uma abertura superior (Figura 3.12). Por estas razoes, torna-se

indispensavel prever entradas e saıdas de ar na cobertura. Para tal, pode recorrer-se a telhas de

ventilacao, com um mınimo de 3 por cada 10m2. Estas telhas devem ser colocadas desalinhadas

entre elas, junto ao beirado e a cumeeira. Em alternativa, podem combinar-se orifıcios de ventilacao

na zona do beirado e a utilizacao de remates no assentamento dos teloes da cumeeira, evitando o

uso excessivo de argamassas que podem condicionar a passagem do ar.

Figure 3.11: Representacao de micro-ventilacao.

http://www.ceramicatorreense.pt

Figure 3.12: Orificios de entra e saıda de ar.

http://www.ceramicatorreense.pt

De acordo com [APICER, 1998] para uma circulacao conveniente de ar, e necessario que exista

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2 a 4 cm de espaco livre sob as telhas o que corresponde a dimensao corrente das ripas. Para um

melhor desempenho e ainda necessario que as ripas sejam interrompidas de 2 a 3 cm em pontos

alternados a cada 3 ou 4 m para permitir a circulacao de ar, tal como se demonstra na Figura 3.13.

Um a solucao que oferece ainda uma melhor performance passa pela aplicacao de contra-ripas onde

assentem as ripas, estas devem ter pelo menos 2,5cm (Figura 3.14).

Figure 3.13: Disposicao das ripas Figure 3.14: Contra ripado

A micro-ventilacao e de extrema importancia pois contribui para eliminar o vapor de agua pro-

duzida no interior da habitacao, para a durabilidade das telhas sob a accao dos ciclos gelo degelo,

ajuda a conservar o ripado de madeira e, no verao diminui o aquecimento por conveccao.

B – Ventilacao do desvao

As necessidades de ventilar o desvao de uma cobertura mantem-se neste caso. Da mesma forma,

e a ventilacao que garante a durabilidade dos materiais, as condicoes de conforto termico e, quando

aplicavel, a habitabilidade do espaco.

Para desvaos nao habitados com estrutura descontınua, a ventilacao processa-se atraves da

permeabilidade natural ao ar da cobertura, atraves da accao do vento (Figura 3.15. Nos casos

em que o desvao exija nıveis de desempenho mais elevados, nomeadamente para habitacao, e

necessaria a aplicacao de uma camada de isolamento termico.

Figure 3.15: Ventilacao do desvao

30

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3.2 Principais anomalias em coberturas inclinadas revestidas

de telha ceramica

A caracterizacao das anomalias em coberturas inclinadas e uma tematica de elevada importancia,

pois segundo [ASEFA, 2003] citado por [Lopes, 2009], as anomalias em coberturas, correspondem a

25% do total das anomalias registadas nos edifıcios. Ja [HARRISON, 1996] citado por [Lopes, 2009],

refere que de todas as falhas de um edifıcio, a cobertura representa de 33% a 50% . A informacao

apresentadas por estes dois autores da entao um intervalo de valores entre 25% e 50% o que para

apenas um elemento sao numeros bastante elevados. Em complemento, segundo um estudo de

[ILOZOR et al. 2004] citado por [Morgado, 2012] as coberturas sao o segundo elemento construtivo

que apresenta maior numero de irregularidades e com maior numero de anomalias.

E tambem importante salientar o numero de edifıcios que apresenta anomalias ao nıvel da cober-

tura. FREITAS et al. realizou um estudo em 1994 ao parque habitacional de Lisboa, onde concluiu

que 60% dos dos edifıcios sofrem de falhas neste elemento construtivo.

Em coberturas inclinadas, as anomalias podem ter origem em diversos factores, entre os quais, os

que tem maior influencia para um eficaz funcionamento de uma cobertura, como em qualquer outro

elemento pertencente a envolvente exterior de um edifıcio, dependem fundamentalmente do nıvel

de concepcao e dimensionamento, da qualidade dos materiais utilizados, da execucao do sistema e

do posterior plano de manutencao. A ocorrencia de anomalias em coberturas, tem maior incidencia

nos pontos singulares, pois estes, em geral, sao os que requerem maiores cuidados na concepcao

e maiores cuidados de manutencao.

3.2.1 Processo de degradacao

Segundo a norma NP EN 13306 / 2007, define degradacao como ”Evolucao irreversıvel de uma

ou mais caracterısticas de um bem relacionado com a passagem do tempo, a duracao de utilizacao

ou a uma causa externa”

A degradacao de um elemento construtivo e algo natural e inevitavel por ser consequencia de

fatores climaticos e envelhecimento natural dos materiais. O que se pretende, em geral, e retardar o

seu desenvolvimento. Fatores, como: chuva, gelo, vento, temperatura, radiacao, poluicao devida ao

trafico ou uso indevido podem contribuir para uma degradacao prematura do sistema de cobertura.

Uma das maiores problematicas da degradacao prematura, consiste no consequente aumento de

custos que lhe esta associado. De acordo com [Hodges, 1999], as falhas ao nıvel da cobertura nao

originam, normalmente, consequencias graves, em geral, as consequencias passam pelo aumento

do aparecimento de novas anomalias. A este aumento esta associado um acrescido no custo de

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manutencao/reparacao. A cada sistema de cobertura pode associar-se uma curva de degradacao

como a da Figura 3.16, onde se pode verificar que nos ultimos anos de vida util, o decrescimo de

qualidade e muito acentuado, bem com o aumento dos custos de manutencao.

Figure 3.16: Curva de degradacao. Adaptado de [Hodges, 1999]

Para uma melhor compreensao das consequencias de cada um dos fatores de degradacao acima

mencionados, serao desenvolvidos os efeitos dos fatores mais determinantes para a degradacao do

sistema de cobertura, considerando como principais, a agua, o vento e o uso indevido.

C – Agua

Um dos principais fatores que influencia o processo de degradacao de uma cobertura e a agua,

seja na forma de chuva, vapor de agua ou neve. Quando, por defeito, anomalia ou mau dimension-

amento do sistema de drenagem, existe acumulacao de agua, pode ocorrer o desenvolvimento de

microorganismos e vegetais parasitas, o que provoca uma perda das caracterısticas de protecao dos

revestimentos, nomeadamente, deixando-os mais porosos e consequentemente acelerando o seu

processo de degradacao. Com o aumento de permeabilidade dos revestimentos, existe uma maior

entrada de agua para o interior do revestimento, podendo afetar a estrutura de suporte e os restantes

elementos do edifıcio.

Para regioes expostas a temperaturas negativas as consequencias sao ainda mais gravosas, pois

a agua existente na estrutura interna da cobertura, passa para o estado solido, e consequentemente

o seu volume aumenta. Este aumento, geralmente, contribui para uma fratura interna dos materiais,

degradando-os prematuramente e em certos casos pode mesmo dar-se a rotura total ou parcial dos

elementos afetados. A fracturacao interna origina um ainda maior aumento de permeabilidade.

A precipitacao em forma de neve, acarreta todos os problemas inerentes a chuva e as baixas

temperaturas, no entanto, como nao e facilmente escoada, representa normalmente, uma sobrecarga

32

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bastante significativa. E portanto imperativo o correto dimensionamento de todo o sistema, para

evitar a ruptura dos materiais ou mesmo da estrutura.

O vapor de agua, normalmente, tem origem do uso do edifıcio e apresenta um fluxo ascendente

que ao atravessar as diferentes camadas de uma cobertura, pode provocar a condensacao no interior

dos materiais e, consequentemente, os mesmos efeitos originados pela agua da chuva.

D – Vento

A accao do vento e um factor relevante na eficacia de funcionamento de uma cobertura inclinada,

pois ajuda a ocorrencia da ventilacao, que como ja explicado e essencial para um correto funciona-

mento de todo o sistema. Por vezes, as forcas de succao criadas pela acao do vento provocam

deslocamentos nos revestimentos de coberturas inclinadas, deixando os restantes elementos expos-

tos a agressao dos outros agentes atmosfericos, acelerando todo o processo de degradacao.

E – Uso indevido

Em diversas situacoes, os proprios utentes do imovel poderao utilizar de forma incorrecta a cober-

tura, quer por desconhecimento, quer por descuido. Deste modo, desenvolvem-se degradacoes

prematuras nas diversas zonas de uma cobertura plana, resultando por outro lado numa perda de

estanqueidade da mesma [Ferreira, 2009b].

3.2.2 Caracterizacao das anomalias

As anomalias podem ser divididas em dois grandes grupos, estruturais ou nao estruturais. Para

as anomalias nao estruturais, existem ainda tres subgrupos, as que ocorrem na superfıcie corrente

da cobertura, as que tem lugar nos pontos singulares e as que estao relacionadas com o sistema

de evacuacao de aguas pluviais. Em geral, excluindo os problemas estruturais, [Paiva et al., 2006]

segundo [Rocha, 2008], estas anomalias como devidas a accao da humidade ou devido ao desajus-

tamento face a determinadas exigencias. Pode entao afirmar-se que a estanqueidade relativamente

a humidade de precipitacao deve ser total e permanentemente garantida devendo-se para isso fazer

cumprir as seguintes condicoes:

• Estanqueidade e resistencia a agua dos revestimentos;

• Pendentes e comprimentos de sobreposicao entre pecas de revestimento;

• Disposicoes construtivas adequadas;

Como ja referido, os pontos singulares das coberturas sao as zonas mais problematicas e com

maior ocorrencia de anomalias. Por forma a demostrar a predominancia de anomalias nas zonas

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singulares das coberturas inclinadas, [Rocha, 2008] apresentou uma distribuicao das mesmas, por

zonas, e em funcao do numero total de ocorrencia. Observando a Figura 3.17, verifica-se que mais de

metade das ocorrencias de anomalias sao nos pontos singulares. O numero de anomalias ocorridas

na superfıcie corrente e no sistema de drenagem sao tambem significativos, em conjunto atingem os

40%.

Figure 3.17: Zonas de maior incidencia de anomalias. Adaptado de [Rocha, 2008]

Tambem segundo APPLETON (2003) as singularidades tem um lugar de destaque no que diz

respeito as zonas que considera com sendo as mais problematicas, nomeadamente:

• Juntas de sobreposicao entre telhas ceramicas;

• Juncoes de contorno de pecas emergentes na cobertura;

• Beirais, bordos, cumeeiras e laros com recobrimento insuficiente;

• Ligacoes do revestimento a platibandas ou paredes emergentes;

• Caleiras e tubos de queda de aguas pluviais que apresentam uma ineficaz execucao.

Por forma a agrupar as anomalias de uma forma otimizada e sem repeticoes, [Garcez, 2009]

propos uma classificacao baseada nas tipologia e aspecto visual, tendo obtido 4 grupos, condensacoes,

deslocamentos e deformacoes, degradacao do revestimento e defeitos de projecto e/ou execucao.

As condensacoes sao uma consequencia da humidade, seja esta oriunda do interior ou exterior.

Este fenomeno ocorre principalmente no Inverno por se tratar da altura do ano onde a amplitude

termica e maior, entre o interior e exterior, criando condicoes favoraveis a condensacao da humidade.

Este tipo de anomalia pode manifestar-se em zonas correntes ou localizadas, e pode ter origem no

sistemas de ventilacao, isolamento termico ou devido a inexistencia ou descontinuidade de barreira

para-vapor.

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Na Tabela 3.2, sao descritas as diversas anomalias e respectivas causas pertencentes ao grupo

dos deslocamentos e deformacoes do revestimento. Neste tipo de anomalias, as principais causas

dizem respeito a erros de execucao e/ou utilizacao. As anomalias em causa podem originar diversas

situacoes, pontos crıticos de infiltracao de agua que, consequentemente, aceleram a degradacao dos

elementos pertencentes ao sistema de cobertura, envolvente vertical do edifıcio e interior do mesmo.

Table 3.2: Deslocamentos e deformacoes do revestimento

Anomalias Causas Exemplo

Alinhamento incorreto

de elementos de

revestimento

Ineficaz colocacao dos elementos de revestimento

Manutencao inadequada

Circulacao de pessoas e cargas de forma descuidada

Inclinacao da cobertura muito acentuada e ventos

fortes

Deformacoes

acentuadas do

revestimento

Assentamento da estrutura de suporte.

Colocacao de equipamentos pesados sobre o revesti-

mento.

Circulacao de pessoas e cargas sobre o revestimento.

Manutencao ineficaz da estrutura de suporte.

Acao da temperatura e do vento.

Desprendimento de

elementos de

revestimento

Acao do vento

Inclinacao acentuada da cobertura

Ineficaz colocacao e fixacao dos elementos

Insuficiente quantidade de fixacoes mecanicas

Degradacao das pecas de fixacao

Ausencia de substituicao e manutencao de elementos

fracturados ou descolados

Na Tabela 3.3, estao descritas as principais anomalias e respectivas causas pertencentes ao

grupo de degradacao do revestimento. Como na maioria das anomalias, os erros de execucao e

utilizacao sao uma das causas possıveis, neste caso a deficiente manutencao e as accoes ambien-

tais tem tambem um papel importante na degradacao dos revestimentos.

Na Tabela 3.4, listam-se as principais anomalias, cujas a origem diz apenas respeito a erros de

execucao e/ou de projecto. Este tipo de anomalias, segundo [SILVA et al., 2003], continua a ser

bastante comum. Os pontos singulares das coberturas inclinadas nao se encontram nos projectos,

pelo que, em geral, sao resolvidos em obra a custa da experiencia e habilidade do operario. Deste

modo, os pontos singulares, sao as principais fontes de infiltracoes das coberturas existentes em

Portugal.

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Table 3.3: Anomalias devidas a degradacao do revestimento.

Anomalias Causas Exemplo

Acumulacao de

detritos

Inclinacao insuficiente da cobertura

Limpeza de detritos insuficiente

Ventilacao insuficiente das telhas

Remates cuja concepcao favorece a acumulacao de

detritos

Accoes de aves sobre as coberturas

Acumulacao de objectos devido a accoes de vandal-

ismo

Descasque

Ciclos gelo-degelo.

Ineficaz ventilacao do revestimento.

Circulacao descuidada sobre as coberturas.

Impacto de objectos pesados.

Humidificacao contınua por contacto do revestimento

com argamassas.

Desenvolvimento de

vegetacao

Inclinacao insuficiente da cobertura

Acumulacao de agua devido a presenca de detritos

Ventilacao ineficaz do revestimento

Ausencia de limpeza

Acao da radiacao solar

Diferencas de

tonalidade

Substituicao de elementos danificados por elementos

novos

Defeitos de fabrico

Accao dos agentes atmosfericos

Colonia de fungos devido a infiltracoes de agua

Fissuracao /

Fracturacao

Assentamento da estrutura de suporte

Uso indevido, nomeadamente circulacao de pessoas

na cobertura

Excesso de carga sobre as coberturas

Quantidade excessiva de fixacoes

Acao da temperatura

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Table 3.4: Anomalias devidas a erros de execucao e de projecto.

Anomalias Causas Exemplo

Defeitos nos remates

Concepcao ineficaz das zonas de remate

Aplicacao de argamassa em quantidades excessivas

nas cumeeiras e nos rincoes

Aplicacao de materiais inadequados

Recobrimento insuficiente dos rufos metalicos em

laros

Circulacao incorrecta da agua nas zonas de remates

Sobreposicao

insuficiente ou

excessiva

Espacamento incorrecto do ripado de assentamento

Execucao deficiente dos elementos de revestimento

Circulacao de pessoas e cargas sobre a cobertura

Accao do vento

Inclinacao da cobertura superior a recomendada

Manutencao ineficaz

Substituicao de elementos por outros com dimensoes

diferentes

Defeitos no

isolamento termico

Incorrecta colocacao do isolamento termico

Utilizacao de materiais incompatıveis entre si

Accao da humidade de infiltracao

Manutencao inadequada

Accao da temperatura

Defeitos no sistema

de ventilacao

Concepcao ineficaz do sistema de ventilacao

Distribuicao incorrecta dos elementos de ventilacao

Execucao ineficaz dos ripados de argamassa

Manutencao insuficiente dos revestimentos e dos ele-

mentos de ventilacao

Quantidades excessivas de argamassa nos remates

de cumeeira

Inclinacao insuficiente

ou excessiva

Concepcao incorrecta da pendente da cobertura

Execucao incorrecta da estrutura de suporte

Defeitos nas fixacoes

Mao-de-obra nao qualificada

Quantidade insuficiente ou excessiva de pecas de

fixacao

Excesso de carga sobre as coberturas

Quantidade excessiva de fixacoes

Aperto insuficiente ou excessivo das pecas de fixacao37

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3.2.3 Manutencao

A manutencao do sistema de cobertura e um parametro fundamental para garantir o eficaz fun-

cionamento da mesma. A ausencia de um plano de manutencao adequado refletir-se-a ao nıvel da

durabilidade e desempenho de todo este sistema. Com o passar do tempo, e normal que algum

dos elementos constituintes de uma cobertura inclinada, desenvolvam anomalias localizadas, que

acabam por se tornar fontes de infiltracao potenciando o aparecimento de mais anomalias/problemas.

Um dos exemplos mais frequentes e ao nıvel das telhas. Estas, por melhores caracterısticas

mecanicas que tenham, estao sujeitas ao desenvolvimento de fissuras ou fraturas. O aparecimento

deste tipo de defeito pode dever-se a uma utilizacao desadequada ou pouco cuidadosa durante a

circulacao sobre o telhado, ou fatores ambientais tais como ventos fortes ou granizo.

Outro dos fatores relevantes para a perda de estanqueidade de uma cobertura, passa pela

acumulacao de detritos, que impedem a correta drenagem das aguas pluviais, contribuindo para

o aparecimento de micro organismos, musgos ou plantas. A ineficaz drenagem provoca acumulacao

de agua que acaba por se infiltrar. E de conhecimento geral que a agua e uma das maiores cau-

sadores de anomalias nas construcoes, e por esta razao e imperativo garantir a impermeabilidade

das coberturas.

Deste modo, e importante garantir o correto funcionamento de todo o sistema de impermeabilizacao

e drenagem. Um ponto importante de qualquer plano de manutencao passa pelas acoes de inspecao.

Estes procedimentos sao simples e devem ser efectuados periodicamente por forma a minimizar as

hipoteses de ocorrencia das situacoes a cima descritas:

• Limpeza e lavagem com agua sob pressao, dirigindo o jacto de cima para baixo no sentido da

inclinacao do telhado, retirando musgos, lixos e resıduos acumulados, que podem prejudicar o

escoamento das aguas da chuva e as demais patologias referidas anteriormente;

• Inspeccao e desobstrucao dos pontos de ventilacao;

• Limpeza e manutencao de todo o sistema de evacuacao de aguas pluviais, incluindo caleiras,

algerozes e rufos;

• Substituir eventuais produtos danificados (fissurados ou partidos) e corrigir situacoes de telhas

deslocadas / levantadas;

• Verificacao das fixacoes (quando aplicavel).

O uso de quımicos para limpeza ou impermeabilizacao deve ser evitado, uma vez que pode alterar

as caracterısticas tecnicas e funcionais dos produtos.

Na Tabela 3.5 estao descritas as principais atividades de manutencao de uma cobertura inclinada,

assim com a sua periodicidade.

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Table 3.5: Principais accoes de manutencao para coberturas inclinadas

Locais de intervensao Inspecao Manutencao Substituicao

Estrutura de suporte de madeira 1 ano - 40 anos

Revestimento em telha ceramica 1 ano 1 ano 20 anos

Sistema de drenagem 6 meses 6 meses 15 anos

Sistema de ventilacao 6 meses 6 meses 15 anos

Relativamente ao refletido na tabela 3.5, refere-se o seguinte:

• A inspeccao, refere-se as operacoes de verificacao dos elementos da cobertura, devendo ser

efectuadas por um tecnico, tendo como objectivo a identificacao de patologias ou indıcios de

anomalia, deterioracoes prematuras, deficiente funcionamento de elementos, ou qualquer outro

fator que prejudique o bom funcionamento da cobertura;

• A manutencao: ingloba todas as actividades de manutencao necessarias para que os elemen-

tos mantenham o seu correcto funcionamento ao longo da sua vida util, desde actividades de

limpeza a reparacoes. Apesar da periodicidade indicada, as acoes de manutencao devem ser

sempre efetuadas aquando a deteccao de uma anomalia ou mau funcionamento. O objectivo

destas atividades e assim manter o nıvel inicial de qualidade dos elementos;

• A substituicao: representa o final da vida util do elemento, obrigando assim a sua substituicao.

E importante referir que as acoes acima descritas sao apenas as mais relevantes. Um plano de

manutencao pode definir mais pormenorizadamente todo o tipo de acoes, desde as limpezas periodicas,

substituicao de elementos de fixacao, inspecao de pontos singulares, etc.

Os valores apresentados para as periodicidades foram retirados de [Perret, 1995], [Pirla et al,

1999], [Abate et al, 2009] [Leite, 2009], [APPICER, 1998], [Barros, 2008], [Rodriguez, 2005]. Entre

os varios autores, as periodicidades apresentadas sao relativamente proximas, pelo que para esta

dissertacao foram escolhidos valores medios.

39

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4Modelo

Contents

4.1 Atividades de manutencao e calculo da vida util . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.2 Custos das atividades da manutencao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

4.3 Avaliacao do Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.4 Consideracoes finais de capıtulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

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4.1 Atividades de manutencao e calculo da vida util

4.1.1 Atividades de manutencao

Apos a anterior consulta das periodicidades para as atividades de manutencao de uma cobertura

inclinada e utilizando como base a proposta de manutencao realizada por [Ferreira, 2009a], segue-se

uma listagem das diversas intervencoes e respetivas periodicidades que vao ser consideradas para

o futuro calculo dos custos e respetiva analise de sensibilidade.

Table 4.1: Atividades de periodicidade bi-anual

Atividades Periodicidade

Inspecao e desobstrucao dos pontos de ventilacao em coberturas inclinadas

Limpeza e inspecao de caleiras, com recurso a agua corrente6 meses

Table 4.2: Atividades de periodicidade anual

Atividades Periodicidade

Inspeccao a todos os elementos de uma cobertura inclinada

Inspeccao a todos os remates com elementos emergentes em coberturas

inclinadas

Inspeccao a toda a cobertura inclinada para verificacao de verdete e

eliminacao de potencias plantas e detritos

1 ano

Table 4.3: Atividades de periodicidade quinquenal

Atividades Periodicidade

Eliminacao de verdete e detritos em cobertura de telha Lusa com recurso a

agua a pressao

Substituicao de mastique em remates em elementos emergentes

5 anos

Table 4.4: Atividades de periodicidade decenal

Atividades Periodicidade

Substituicao de remate com 25 cm de altura em elementos emergentes de

Betao, com sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de

betume asfaltico com acabamento em tinta reflectora

Substituicao de remate de 25 cm de altura em elementos emergentes de

tijolo, com sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de

betume asfaltico com acabamento a tinta reflectora, executados com arga-

massa de cimento ao traco 1:3

10 anos

42

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Table 4.5: Atividades de periodicidade 15 anos

Atividades Periodicidade

Substituicao de impermeabilizacao em caleiras de 20 cm, com sistema in-

organico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de betume asfaltico com

acabamento a tinta reflectora

Substituicao de ralo em sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas

camadas de betume asfaltico com acabamento a tinta reflectora

15 anos

Table 4.6: Atividades de periodicidade 20 anos

Atividades Periodicidade

Levantamento de Telhoes, com aproveitamento de Telhoes

Levantamento de Remates em cobertura de duas aguas, com aproveitamento

Levantamento de revestimento de telhas, com aproveitamento de telhas

Remocao de ripado simples em argamassa

Levantamento de Isolamento termico de poliestireno extrudido Ripado, incluindo seu

aproveitamento

Remocao de impermeabilizacao em sistema inorganico, incluindo tratamento de su-

perfıcie para receber nova camada de impermeabilizacao

Impermeabilizacao com sistema inorganico por colagem por macarico

Isolamento termico de poliestireno extrudido Ripado, executada com material aproveitado

do seu levantamento

Execucao de ripado simples com 5 cm de altura, em argamassa de cimento

Revestimento de telha, executada com material aproveita do seu levantamento

Assentamento de Remates com argamassa bastarda em cobertura de duas aguas, exe-

cutada com material aproveitado do seu levantamento

Assentamento de Telhoes com argamassa bastarda, executada com material aproveitado

do seu levantamento

20 anos

As periodicidades utilizadas nao sao necessariamente as mesmas que as propostas por [Ferreira,

2009a]. Cruzou-se a informacao de diversos autores e artigos, tais como, [Perret, 1995], [Pirla et al,

1999], [Abate et al, 2009] [Leite, 2009], [APPICER, 1998], [Barros, 2008], [Rodriguez, 2005], tendo-se

optado por vezes pelas opcoes mais conversativas e outras pelas mais consensuais.

43

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4.1.2 Calculo da vida util estimada

Para efetuar o calculo da vida util estimada optou-se por recorrer a uma simplificacao do metodo

fatorial. O Metodo Fatorial parte de uma vida util de referencia em condicoes padrao, que e posteri-

ormente multiplicada por fatores proximos de 1, fatores esses que estao relacionados com diversos

aspetos relevantes para a sua durabilidade.

Os factores a ter em conta sao os seguintes:

• Factor A - Qualidade do material ou componente;

• Factor B - Nıvel de qualidade do projecto;

• Factor C - Nıvel de qualidade da execucao;

• Factor D - Caracterısticas do ambiente interior;

• Factor E - Caracterısticas do ambiente exterior;

• Factor F - Caracterısticas do uso;

• Factor G - Nıvel de manutencao.

Para a estimativa da vida util de um determinado produto da construcao, deve utilizar-se a seguinte

formula:

V idautilestimada(V UE) = V idautildereferencia(V UR)⇥A⇥B ⇥ C ⇥D ⇥ E ⇥ F ⇥G (4.1)

Visto que o objetivo sera analisar duas situacoes em tudo semelhantes a excepcao do nıvel de

manutencao, vao considerar-se todos os fatores de A a F iguais a 1 fazendo-se apenas variar o

fator G. Com isto, conclui-se que a variacao da VUE depende apenas do nıvel de manutencao (G),

podendo variar entre 0,8 e 1,2 da VUR.

Na tabela 4.7 estao calculadas as vidas uteis estimadas para uma cobertura sem qualquer

manutencao, considerando-se portanto G=0,8. Como espectavel, as diferencas sao significativas.

Table 4.7: Variacao da vida util

Elemento Vida util sem manutencao (G=0,8) Vida util com manutencao (G=1,2)

Elementos emergentes 7 anos 10 anos

Revestimento 13 anos 20 anos

Sistema de drenagem 10 anos 15 anos

44

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Para alem das tabelas 4.1 a 4.6 onde se apresentam as periodicidades das atividades a realizar

num plano de manutencao, consideram-se igualmente os perıodos de substituicao dos elementos

em fim de vida util, para o caso em que nao se vai adoptar qualquer atividade de manutencao.

Nas tabelas 4.8 a 4.10 encontram-se as mesmas atividades que as propostas para o plano de

manutencao, pois trata-se do procedimento utilizado para a substituicao no final da vida util. Neste

caso, como indicado na tabela 4.7, a vida util estimada para os respetivos elementos e mais curta

devido a utilizacao de G=0,8 que corresponde a ausencia de manutencao.

Table 4.8: Atividades de substituicao de elementos emergentes

Atividades Periodicidade

Substituicao de remate com 25 cm de altura em elementos emergentes de

Betao, com sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de

betume asfaltico com acabamento em tinta reflectora

Substituicao de remate de 25 cm de altura em elementos emergentes de

tijolo, com sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de

betume asfaltico com acabamento a tinta reflectora, executados com arga-

massa de cimento ao traco 1:3

7 anos

Table 4.9: Atividades de substituicao do sistema de drenagem

Atividades Periodicidade

Substituicao de impermeabilizacao em caleiras de 20 cm, com sistema in-

organico constituıdo por 2 feltros e duas camadas de betume asfaltico com

acabamento a tinta reflectora

Substituicao de ralo em sistema inorganico constituıdo por 2 feltros e duas

camadas de betume asfaltico com acabamento a tinta reflectora

Substituicao de mastique em remates em elementos emergentes

10 anos

45

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Table 4.10: Atividades de substituicao do revestimento

Atividades Periodicidade (G=0,8)

Levantamento de Telhoes, com aproveitamento de Telhoes

Levantamento de Remates em cobertura de duas aguas, com aproveitamento

Levantamento de revestimento de telhas, com aproveitamento de telhas

Remocao de ripado simples em argamassa

Levantamento de Isolamento termico de poliestireno extrudido Ripado, incluindo

seu aproveitamento

Remocao de impermeabilizacao em sistema inorganico, incluindo tratamento de

superfıcie para receber nova camada de impermeabilizacao

Impermeabilizacao com sistema inorganico por colagem por macarico

Isolamento termico de poliestireno extrudido Ripado, executada com material

aproveitado do seu levantamento

Execucao de ripado simples com 5 cm de altura, em argamassa de cimento

Revestimento de telha, executada com material aproveita do seu levantamento

Assentamento de Remates com argamassa bastarda em cobertura de duas

aguas, executada com material aproveitado do seu levantamento

Assentamento de Telhoes com argamassa bastarda, executada com material

aproveitado do seu levantamento

13 anos

O calculo efetuado atraves do metodo fatorial, para a obtencao dos valores de vida util dos

materiais sem manutencao, preve um nıvel de qualidade equivalente aos valores que consideram

manutencao. Para um revestimento, em que e cumprido um plano rigoroso de manutencao, o valor

da vida util considerada e de 20 anos, a partir dos quais o nıvel de qualidade do revestimento esta

abaixo do mınimo de referencia funcional. Da mesma forma, para uma cobertura sem qualquer

intervencao de manutencao, o valor de vida util calculado e de 13 anos, para o mesmo nıvel de

qualidade.

Considerando os casos concretos que nao recorrem a atividades de manutencao, nao e es-

pectavel que cumpram esta periodicidade. Em regra geral, os tempos de substituicao ultrapassam

largamente os valores calculados na tabela 4.7 tendo como consequencia a degradacao do nıvel de

qualidade, o que pode significar um acrescimo de custos devidos a deterioracao prematura de outros

elementos adjacentes, nomeadamente pela infiltracao de agua. O valor destes custos adicionais e

difıcil de calcular, devido ao elevado numero de elementos que podem ser afetados e as diferencas

de preco das respetivas reparacoes.

46

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4.2 Custos das atividades da manutencao

4.2.1 Custos diretos com manutencao

Os custos diretos de qualquer atividade da construcao tem normalmente que ser somados a uma

parcela referente aos custos indiretos. Nas tabelas no LNEC, utilizadas por [Ferreira, 2009a] para

a elaboracao dos custos das atividades referentes a manutencao ou substituicao dos elementos da

cobertura, sao considerados 10% do valor da operacao como custos indiretos. Este valor refere-se

aos custos de estaleiros, que em algumas das atividades aqui realizadas nao se aplica, no entanto

optou-se por manter o acrescimo de 10% por forma a cobrir custos de possıveis atividades comple-

mentares.

O valor que se pretende obter para os custos diretos de manutencao, e em e/m2 de cobertura.

Para isso, sendo que cada atividade tem o seu preco e unidade, calculou-se tendo por base uma

habitacao media como a do exemplo dado no Anexo A, a percentagem de cada material ou atividade

em relacao a unidade de area da cobertura(m2). Esse valor foi posteriormente usado para que em

vez de se obter um custo por unidade de material, se consiga converter para m2 de cobertura.

Na tabela 4.11 estao definidos, os valores diferentes de 1, que foram utilizados para o calculo do

novo preco de cada atividade ou material. Os valores que foram recolhidos das tabelas do LNEC

para as diferentes operacoes vinham em e/unidade de atividade ou material.

Table 4.11: Racios diferentes de 1 para elementos de coberturas

Elementos constituintes Racio

Caleiras 0,27

Elementos emergentes 0,14

Ralos 0,01

Telhoes e Remates 0,07

Dando como exemplo o elemento caleiras, que se considerou como 27% do total da cobertura,

para 1 metro quadrado de cobertura temos 0,27m de caleiras. Assim, as atividades de inspecao,

reparacao ou substituicao deste elemento, que antes teriam o preco por metro de caleira, apos a

multiplicacao do fator 0,27 passam a ter o preco por metro quadrado de cobertura.

De seguida, a titulo de exemplo, serao apresentadas as conversoes para todas as atividades

previstas para o 10o ano, bem como o calculo do valor atualizado ao ano zero para o mesmo ano.

47

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Table 4.12: Conversao de precos - 1

Atividade (6 meses) Racio e/m2 e/m2 cobertura

Inspecao e desobstrucao dos

pontos de ventilacao em cober-

turas inclinadas.

1 0,15 0,15

Table 4.13: Conversao de precos - 2

Atividade (6 meses) Racio e/m de caleira e/m2 cobertura

Limpeza e inspecao de caleiras,

com recurso a agua corrente.

0,27 1,82 0,49

Table 4.14: Conversao de precos - 3

Atividade (1 ano) Racio e/m2 e/m2 cobertura

Inspeccao a todos os elemen-

tos de uma cobertura inclinada.

1 0,1 0,1

Table 4.15: Conversao de precos - 4

Atividade (1 ano) Racio e/m2 e/m2 cobertura

Inspeccao a todos os remates

com elementos emergentes em

coberturas inclinadas.

1 0,06 0,06

48

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Table 4.16: Conversao de precos - 5

Atividade (1 ano) Racio e/m2 e/m2 cobertura

Inspeccao a toda a cober-

tura inclinada para verificacao

de verdete e eliminacao de

potencias plantas e detritos.

1 0,6 0,6

Table 4.17: Conversao de precos - 6

Atividade (5 anos) Racio e/m de elementos emergentes e/m2 cobertura

Substituicao de mastique em

remates em elementos emer-

gentes .

0,14 6,15 0,88

Table 4.18: Conversao de precos - 7

Atividade (5 anos) Racio e/m de caleira e/m2 cobertura

Eliminacao de verdete e detri-

tos em cobertura de telha Lusa

com recurso a agua a pressao.

1 0,59 0,59

Table 4.19: Conversao de precos - 8

Atividade (10 anos) Racio e/m de elementos emergentes e/m2 cobertura

Substituicao de remate em ele-

mentos emergentes de betao.

0,14 14,86 2,12

Table 4.20: Conversao de precos - 9

Atividade (10 anos) Racio e/m de elementos emergentes e/m2 cobertura

Substituicao de remate em ele-

mentos emergentes de tijolo.

0,14 26,14 3,73

Nas tabelas 4.12 a 4.20 estao calculados os valores dos custos por m2 de cobertura das ativi-

dades que tem de ser realizadas no 10o ano do plano de manutencao. Contudo, visto que vao ser

49

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substituıdos no presente ano os elementos emergentes da cobertura, as atividades de inspecao dos

mesmos vao ser retiradas dos calculos.

O primeiro passo para a obtencao dos valores atualizados, devera ser a aplicacao da taxa de

inflacao para o ano em questao. Para isso, vai recorrer-se a equacao 4.2, e substituir os valores do

Custo Atual pelos valores calculados na tabelas a cima, a taxa de inflacao por 2% e o ano por 10.

CustoFuturo = Custo⇥ (1 + T.I)ano (4.2)

Para o exemplo da tabela 4.20, o custo dessa mesma atividade no 10o ano sera 4,55 e/m2 tal

como indicado na equacao 4.3.

CustoFuturo = 3, 73⇥ (1 + 0, 02)10 = 4, 55 (4.3)

Seguindo o mesmo raciocınio, na tabela 4.21 estao calculados os valores do Custo Futuro de

todas as atividades a realizar no 10o ano.

Table 4.21: Aplicacao da taxa de inflacao para o ano 10

Atividade Taxa inflacao Custo Custo Futuro

Inspecao e desobstrucao dos pontos de

ventilacao em coberturas inclinadas.

2% 0,15 0,37a

Limpeza e inspecao de caleiras, com recurso

a agua corrente.

2% 0,49 1,2 a

Inspeccao a todos os elementos de uma

cobertura inclinada.

2% 0,10 0,12

Inspeccao a toda a cobertura inclinada

para verificacao de verdete e eliminacao de

potencias plantas e detritos.

2% 0,06 0,07

Eliminacao de verdete e detritos em cober-

tura de telha Lusa com recurso a agua a

pressao.

2% 0,59 0,72

Substituicao de remate em elementos emer-

gentes de betao.

2% 2,12 2,59

Substituicao de remate em elementos emer-

gentes de tijolo.

2% 3,73 4,55

aO valor calculado tem periodicidade bienal, pelo que o valor aqui apresentado resulta de um custo atual por ano duas

vezes superior ao apresentato, visto que a atividade se realiza duas vezes em cada ano.

50

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XCustoFuturo = 0, 37 + 1, 2 + 0, 12 + 0, 07 + 0, 72 + 2, 59 + 4, 55 = 9, 62 (4.4)

Depois de calculados todos os valores para um determinado ano, neste caso o 10o, efetua-se a

soma dos mesmos chegando, como se mostra na equacao 4.4 ao total de custos para esse ano. Em

seguida, de forma inversa a anterior, sera aplicada a taxa de atualizacao para chegar ao valor de

custo atualizado para o ano 0.

CustoAtual =

PCustoFuturo

(1 + T.A)ano(4.5)

CustoAtual =9, 62

(1 + 0, 03)10= 7, 16 (4.6)

De forma analoga a do exemplo dado para o decimo ano, foram realizados os calculos para cada

um dos 40 anos deste plano de manutencao, para posteriormente serem somados com o objetivo de

encontrar o valor total atualizado que devera ser gasto com as operacoes necessarias a manutencao

da cobertura.

Table 4.22: Total de custos anuais atualizados

Ano 1 5 10 15 20 25 30 35

Total de custos atualiza-

dos (e/m2 cobertura)

1,49 2,77 7,16 8,65 70,74 2,29 11,19 2,07

Para o plano de manutencao considerado nesta dissertacao, existem atividades todos os anos,

chegando mesmo a existir inspecoes com frequencia bienal. Com isto, apresenta-se na tabela 4.22

os valores totais para os anos 1, 5, 10, 15, 20, 25, 30, e 35 isto porque estes sao os anos com

maior impacto para o total de 40 anos. Devido a inflacao e atualizacao, apesar das atividades do

ano 1 e, por exemplo, do ano 16 serem as mesmas existe uma diferenca no valor total atualizado de

cada um desses anos, sendo 1,49 e/m2 cobertura e 1,29 e/m2 cobertura respetivamente e como se

demonstra nas equacoes 4.7 e 4.8

CustoAtual =1, 54

(1 + 0, 03)1= 1, 49 (4.7)

CustoAtual =2, 07

(1 + 0, 03)16= 1, 29 (4.8)

Para terminar, como referido a cima, efetuou-se a soma de todos os valores atualizados ao ano

0 chegando-se assim ao valor total final que custara o plano a 40 anos. Esse valor e encontrado a

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partir da equacao 4.9. No entanto, para consulta dos valores de todos os anos e respetiva soma,

pode consultar-se o Anexo B.

CustoTotal =X

CustoAtual = 144, 83 (4.9)

Figure 4.1: Grafico dos custos atualizados de manutencao em cada ano

Agora, de forma ainda mais explicita, pode ver-se no grafico da figura 4.1, que o custo do ano

20 e muito superior aos restantes. Isto deve-se a necessidade de substituicao total do revestimento,

que embora seja um valor relativamente elevado em comparacao com as restantes atividades, so

e necessario realizar 1 vez por cada ciclo de 40 anos. Gracas a existencia de todas as outras

operacoes que contribuem para a manutencao da cobertura, pode garantir-se uma maior durabil-

idade para todos os elementos constituintes o que permite reducoes no numero de vezes que e

necessario substituir por completo determinado elemento refletindo-se numa diminuicao do custo

total de manutencao.

Figure 4.2: Grafico dos custos acumulados de manutencao

Enquanto que no grafico da figura 4.1 estao representadas as somas atualizadas para cada ano,

52

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com base na equacao 4.5, o grafico da figura 4.2 representa a soma de todos esses valores tal como

o realizado na equacao 4.9.

O calculo dos custos efetuado a cima pode considerar-se rigoroso, isto porque os valores e

perıodos das intervencoes estao relativamente documentados. Todos os valores de periodicidade

sao coerentes com a grande maioria dos autores consultados e desta forma pode dizer-se que se

encontram corretos. De igual modo, os valores para as operacoes foram retirados das tabelas de

rendimento do LNEC, que embora possam nao estar atualizados ou nao serem constantes indepen-

dentemente da regiao em analise, dao com certeza um valor aproximado ao real. Para esta analise, o

importante e obter valores realistas, para que os resultados finais consigam dar uma ideia verdadeira

da ordem de grandeza dos precos praticados.

Salienta-se ainda, que os valores unitarios considerados foram os mesmo para as duas analises

efetuadas, o que de certo modo retira tambem a importancia de se calcular um valor exato para os

custos por m2 de cobertura, visto que no final o valor de maior relevo sera a diferenca entre os custos

com manutencao e sem manutencao.

4.2.2 Custos diretos sem manutencao

A avaliacao dos custos sem manutencao e menos concreta que a anterior, isto porque as con-

sequencias de uma nao manutencao sao difıceis de prever. No entanto, para esta analise inicial

considerou-se um plano de nao manutencao em que o nıvel de qualidade fosse mantido. Embora

seja uma situacao pouco realista, utilizaram-se as periodicidades calculadas atraves do metodo fa-

torial, garantindo desta forma um nıvel de desempenho semelhante da cobertura ao logo do perıodo

em analise.

Os calculos efetuados para a nao manutencao seguem as periodicidades indicadas na tabela

4.23. Cada substituicao corresponde a um conjunto de atividades ja mencionadas nas tabelas an-

teriores. A principal diferenca deste plano para o anterior, e a ausencia de atividades de limpeza e

inspecao periodicas que tem como objectivo manter os varios elementos da cobertura nas condicoes

ideais por forma a diminuir as possibilidades de uma degradacao precoce.

Table 4.23: Atividades de substituicao para plano de nao manutencao

Atividades Periodicidade

Substituicao de mastique 3 anos

Substituicao de elementos emergentes 7 anos

Substituicao de sistema de drenagem 10 anos

Substituicao do revestimento 13 anos

53

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Tal como efetuado para o plano de manutencao, vai dar-se o exemplo do calculo efetuado desta

vez para o 7o ano. Em seguida, vao substituir-se os valores do custa das atividades a realizar no 7o

ano assim como a respetiva taxa de inflacao, na equacao 4.24.

CustoFuturo = Custo⇥ (1 + T.I)ano (4.10)

Na tabela 4.24 encontram-se os valores calculados a partir da equacao 4.24. De seguida, sera

calculado o somatorio dos valores inflacionados para as atividades do 7o ano que posteriormente

e atualizado ao ano 0, com uma taxa de 3%. Para efetuar este calculo, substituiu-se o valor do

somatorio dos custos apos ter sido aplicada a taxa de inflacao, assim como a taxa de atualizacao, na

equacao 4.12.

Table 4.24: Aplicacao da taxa de inflacao para o ano 7

Atividade Taxa inflacao Custo Custo Futuro

Substituicao de remate em elementos emer-

gentes de betao.

2% 2,12 2,44

Substituicao de remate em elementos emer-

gentes de tijolo.

2% 3,73 4,29

XCustoFuturo = 2, 44 + 4, 29 = 6, 73 (4.11)

CustoAtual =

PCustoFuturo

(1 + T.A)ano(4.12)

CustoAtual =6, 73

(1 + 0, 03)7= 5, 47 (4.13)

Em suma, na tabela 4.25 podem encontrar-se os valores atualizadas para os anos representativos

do plano sem manutencao. A partir destes anos, as atividades realizar-se-ao em anos multiplos a

estes, consequencia das periodicidades anteriormente calculadas. No entanto, para consulta dos

valores de todos os anos e respetiva soma, pode consultar-se o Anexo C.

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Table 4.25: Total de custos anuais atualizados

Ano 3 7 10 13

Total de custos (e/m2 cobertura) 0,85 5,47 7,34 69,71

CustoTotal =X

CustoAtual = 237, 91 (4.14)

Agora, tal como ja efetuado para o plano com manutencao, devem somar-se todos os valores

atualizados ao ano 0 por forma a obter um valor total do custo e/m2 de cobertura. Este valores esta

calculado na equacao 4.14.

Para os valores obtidos desta forma, nao e expectavel que existam custos adicionais referentes

a degradacao precoce dos materiais em questao ou adjacentes. Isto pela razao ja enunciada, de

que cumprindo estas periodicidades se mantem os mesmos nıveis de qualidade e conservacao do

plano onde foram consideradas as atividades de inspecao e limpeza. Aos suprimir estas atividades,

os materiais vao ter um maior desgaste pelo que e necessaria uma substituicao mais frequente dos

mesmos.

Considerando as condicoes descritas, representam-se os resultados anuais atualizados dos cus-

tos no graficos da figura 4.3.

Figure 4.3: Grafico dos custos atualizados sem manutencao em cada ano

As substituicoes mais frequentes dos varios elementos, refletem-se de forma drastica no preco

total do ciclo de 40 anos. Para os resultados do plano com manutencao, os anos mais dispendiosos

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foram aqueles onde foi necessario realizar a substituicao dos elementos. Para este plano, essas

substituicoes sao bastante mais frequentes.

Figure 4.4: Grafico dos custos acumulados sem manutencao

Fica explicito na figura 4.4 que manter o mesmo nıvel de qualidade recorrendo a substituicoes

tao frequentes e bastante mais dispendiosas do que atraves de um plano de manutencao como o

apresentado pela linha vermelha. E importante voltar a referir, que regra geral, quando nao existem

preocupacoes com manutencao, tambem nao sao cumpridos estes prazos, o que vai inevitavelmente

fazer baixar os custos diretos. Estes valores sao apenas teoricos.

Por outro lado, baixar o numero de substituicoes ultrapassando o tempo de vida util dos materiais,

vai baixar o nıvel de qualidade o que devera ter consequencias nos custos indiretos, ou seja, causar

a degradacao precoce dos materiais adjacentes. Esta alternativa apresenta ainda inconvenientes

diretos para os moradores, nomeadamente pela entrada de humidade ou mesmo agua para o interior

do edifıcio, podendo causar anomalias dispendiosas e de difıcil resolucao.

Por esta razao, no proximo capitulo sera efetuada uma analise de sensibilidade, onde sera con-

siderado um parametro de custos extra que ira aumentar inversamente com o nıvel de qualidade.

4.3 Avaliacao do Investimento

Para concluir a analise de custos das duas alternativas anteriormente consideradas, vao neste

sub-capıtulo alterar-se algumas das opcoes usadas. O fator que esta na origem das diferencas

de valor entre as duas opcoes, com manutencao e sem manutencao, e a vida util dos elementos

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construtivos de uma cobertura inclinada. Para cada caso, a vida util varia de acordo com os calculos

efetuados utilizando o princıpio do metodo fatorial. Ao aplicar o metodo fatorial, considerou-se em

primeira analise, o limite superior e inferior deste metodo, correspondendo a um G = 1,2 e G = 0,8

respetivamente.

Ao recorrer a esta metodologia de calculo assume-se que o nıvel de risco e igual a zero, isto e,

seja para a solucao em que foi considerado um plano de manutencao com inspecoes e limpezas

periodicas, bem como para a alternativa que recorre apenas as substituicoes dos materiais em fim

de vida util, o risco de despesas extra e mınimo e igual em ambos os casos. Por esta razao, quando

se ultrapassa o tempo de vida util calculado, o risco aumenta, aumentado a possibilidade de custos

extraordinarios ao inicialmente previsto.

Feitas estas consideracoes, vao recalcular-se todas as vidas uteis dos materiais a substituir. Para

o caso onde nao existem atividades de manutencao periodicas, foi definida a substituicao imediata-

mente no final da vida util calculada para o respetivo elemento. Na tabela 4.23, que esta novamente

representada de seguida, encontram-se as periodicidades para G = 0,8.

Atividades Periodicidade

Substituicao de mastique 3 anos

Substituicao de elementos emergentes 7 anos

Substituicao de sistema de drenagem 10 anos

Substituicao do revestimento 13 anos

Pode verificar-se a existencia de quatro tempos diferentes no que diz respeito as intervencoes

previstas para esta hipotese. E esta frequencia de trabalhos que vai ser alterada, e comparados os

resultados. Na tabela 4.26 fez-se variar o coeficiente G, sem acrescentar qualquer atividade extra

para justificar esta variacao. Na mesma tabela, estao representadas as novas periodicidades dos

trabalhos de substituicao e o respetivo custo total para cada uma das opcoes.

Table 4.26: Custos totais dos casos em estudo

Caso A B C D E M

Coeficiente 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,2

Periodicidade

3 4 4 5 5 5

7 8 8 9 10 10

10 11 13 14 15 15

13 15 17 18 20 20

Total (e) 238e 172e 168e 159e 97e 145e

Os graficos para cada um dos casos, A, B, C, D e E serao posteriormente apresentados e anal-

isados. A primeira vista, e claro que com o maior espacamento entre cada atividades de substituicao,

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o custo total direto dos 40 anos vai diminuindo, por outro lado, apenas no Caso E, com G = 1,2 ( o

mesmo que foi considerado para a hipotese com manutencao ), baixa o valor de 144,83e/ m2 de

cobertura referente ao custo total com manutencao (Caso M).

Figure 4.5: Grafico dos custos por ano, sem manutencao, com G = 0,9

O calculo dos valores representados na tabela 4.26, foi efetuado da mesma maneira que o demon-

strado para as situacoes anteriores. No grafico da figura 4.5, temos em azul o custo anual atualizado

das atividades de substituicao considerando a periodicidade calculada para G = 0,9 e a vermelho, o

custo anual atualizado das atividades previstas para o plano de manutencao, incluindo inspecoes e

limpeza tal como o previsto nesse mesmo plano.

A diferenca de custo entre o Caso B ( G = 0,9 ) e o plano de manutencao e dada pela equacao

4.15, e a principal causa para essa diferenca deve-se a substituicao total do revestimento, que no

Caso B e necessario efetuar duas vezes ao longo dos 40 anos. O valor de 28,13 e/m2 de cober-

tura representa 19,42% (calculado atraves da equacao 4.16) de aumento em relacao ao plano de

manutencao proposto.

�Custo = 172, 96� 144, 83 = 28, 13 (4.15)

28, 13

144, 83⇥ 100 = 19, 42% (4.16)

Como complemento a informacao prestada pelo grafico anterior, pode ainda observar-se o grafico

da figura 4.6 onde esta representado o custo total acumulado atualizado. Mais uma vez a cor ver-

melha representa o plano de manutencao e a cor azul o Caso B. A conclusao tirada anteriormente,

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de que a principal causa para a diferenca de valor se tratava da necessidade de substituicao total do

revestimento duas vezes num perıodo de 40 anos, ve-se confirmada neste grafico. No ano 30, ano

da referida substituicao, os custos acumulados do Caso B ultrapassam o Caso M.

Figure 4.6: Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso B

Para concluir a analise ao Caso B, e importante referir, que o valor calculado para o total dos

custos desta hipotese e o valor mınimo. Os tempos de substituicao para este caso ultrapassam o

valor de vida util para elementos sem manutencao, pelo que existe um aumento do risco, aumento

esse que se reflete num possıvel acrescimo de custo. Ao se exceder o tempo de vida util de um

determinado material, podem existir consequencias em materiais adjacentes.

Figure 4.7: Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso B

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Para compensar as possıveis intervencoes que serao necessarias em caso de problemas nao

previstos, considerou-se um valor de custo extra a comecar em 3% do valor total do Caso B. No

grafico da figura 4.7 estao alguns dos possıveis valores para o verdadeiro custo total, sendo que o

mınimo sera de 172,96e/m2 cobertura.

A analise do proximo caso e em tudo semelhante a anterior, isto por se tratar de uma hipotese

em que o valor mınimo calculado na tabela 4.26 (Custos totais dos casos em estudo) continua a ser

superior ao do Caso M. Seguindo a mesma logica no grafico da figura 4.8, a vermelho temos os

custos anuais atualizados do Caso M, e a azul os do Caso C. Mais uma vez, a superior frequencia

de substituicao, nomeadamente do revestimento, tem um grande impacto no valor total.

Figure 4.8: Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso C

A diferenca de custo entre o Caso C ( G = 1 ) e o Caso M e dada pela equacao 4.17. O valor de

23,83 e/m2 de cobertura representa 16,45% (calculado atraves da equacao 4.18) de aumento em

relacao ao plano de manutencao proposto.

�Custo = 168, 66� 144, 83 = 23, 83 (4.17)

23, 83

144, 83⇥ 100 = 16, 45% (4.18)

Ao observar o grafico da figura 4.9 constata-se mais uma vez que a segunda substituicao do

revestimento e o que faz a linha azul, correspondente ao Caso C, ultrapassar a linha vermelha que

pertence ao Caso M. Desta vez, essa atividade ja nao se da no ano 30 mas sim no ano 34. Com

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o aumento do espacamento entre substituicoes esta ultima tende a aproximar-se do ano 40, a partir

do qual deixara de contar para o ciclo em estudo nesta dissertacao.

Figure 4.9: Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso C

Tal como para o Caso B, os valores dos calculos efetuados sao valores mınimos e carecem de

uma analise mais detalhada, nomeadamente a consideracao de um parametro de valor extra para

cobrir os eventuais custos devidos a utilizacao excessiva dos materiais utilizados na cobertura.

Figure 4.10: Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso C

Considerando como custo mınimo de referencia os 168,66 e/m2 de cobertura, no grafico da

figura 4.10 apresentam-se alguns dos possıveis valores para o custo real do conjunto das atividades,

61

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incluindo as acoes extraordinarias necessarias para cobrir a degradacao excessiva causada pela

ultrapassagem da vida util dos elementos.

Para o Caso D, o custo mınimo considerado para a realizacao de uma manutencao por um perıodo

de 40 anos continua a ser superior ao do Caso M. Desta forma, todos os calculos e conclusoes sao

semelhantes aos Casos B e C.

Figure 4.11: Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso D

Figure 4.12: Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso D

�Custo = 159, 29� 144, 83 = 14, 46 (4.19)

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14, 46

144, 83⇥ 100 = 9, 98% (4.20)

Figure 4.13: Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso D

Nos graficos das figuras 4.11 e 4.12 volta a perceber-se, de forma cada vez mais tenue, que e

a ultima substituicao total do revestimento que torna esta solucao menos economica que o Caso M.

De qualquer forma, na figura 4.13, onde estao representados alguns do possıveis valores reais para

os custos totais a margem ainda e significativa.

Para finalizar, apresenta-se o Caso E onde os tempos de substituicao sao os mesmos que os

usados para o Caso M, ou seja com G = 1,2. Nesta situacao, e expectavel que o custo mınimo

total seja inferior a referencia usada de 144,83 e/m2 de cobertura. Todas as atividades sao feitas o

mesmo numero de vezes, suprimindo apenas as atividades de inspecao e limpeza.

Pode observar-se no grafico da figura 4.14 que os custos anuais sao aproximadamente os mesmo

para os anos onde existe a substituicao de materiais, sobrando um custo reduzido mas ”constante”

relativo as atividades com periodicidade anual ou semestral.

�Custo = 144, 83� 97, 72 = 47, 12 (4.21)

47, 12

144, 83⇥ 100 = 32, 53% (4.22)

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As equacoes 4.21 e 4.22 mostram os valores da diferenca de custos entre o Caso E e o Caso

M e a percentagem que essa diferenca representa para os valores totais do Caso M. Para esta

comparacao, existe uma reducao de quase um terco dos custos, o que e um valor consideravel.

Figure 4.14: Grafico dos custos anuais atualizados sem manutencao - Caso E

Mais uma vez, esta representado no grafico da figura 4.15 a comparacao do total dos custos

acumulados atualizados, entre o Caso E e o Caso M. Para esta situacao, o Caso M atinge valores

superior, pois para este exemplo ja nao existem duas substituicoes totais do revestimento como nos

anteriores. Aqui foi considerado um coeficiente G = 1,2 que tal como ja foi mencionado e o mesmo

que para o Caso M.

Figure 4.15: Grafico dos custos acumulados sem manutencao - Caso E

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Para uma situacao como esta, em que a nao manutencao apresenta valores inferiores aos calcu-

lados para o Caso M, e peremptoria a analise dos possıveis custos extra. Antes de mais, e importante

voltar a analisar o grafico da figura 4.16 (tambem presente na pagina 32), e perceber que os valores

de vida util calculados atraves do metodo fatorial sao equivalentes ao nıvel de qualidade: Suficiente.

Como se pode observar, a curva de degradacao desce de uma forma muito acentuada a partir

dessa altura, e os custos de reparacao para recuperar dos nıveis de qualidade aumentam abrupta-

mente. Enquanto que a reparacao para o final da vida util tem um custo aqui representado como 1e,

um aumento de 12% a essa vida util acarreta um custo de reparacao de 4 a 5e.

Figure 4.16: Curva de degradacao. Adaptado de [Hodges, 1999]

Com este conceito presente, apresenta-se agora o grafico da figura 4.17 que contempla as pos-

sibilidades de custo real para o total dos 40 anos, utilizado os tempos de substituicao propostos

no Caso E. O exemplo utilizado na figura 4.16 para demonstrar o aumento de custos quando se

ultrapassa o nıvel de qualidade Suficiente, ou nıvel de qualidade mınimo aceitavel, contempla um

aumento de 12% na vida util. O Caso E, considera as mesmas substituicoes que o Caso M, e isto

representa um aumento na ordem dos 50% em relacao a vida util calculada para os materiais da

cobertura que nao sejam sujeitos a qualquer atividade de manutencao.

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Table 4.27: Periodicidades com manutencao VS sem manutencao

Caso Sem Manutencao Com Manutencao

Coeficiente 0,8 1,2

Periodicidade

3 5

7 10

10 15

13 20

Com a ajuda do grafico da figura 4.17 pode encontrar-se o ponto a partir do qual o acrescimo

dos custos extra torna a solucao apresentada no Caso E menos economica que a do Caso M. Para

um acrescimo dos custos extra de 48,21% ao valor mınimo calculado de 97,72 e/m2 de cobertura

atinge-se o valor de referencia de 144,83.

Os quase 50% de aumento, podem fazer acreditar que esta solucao e a mais economica por se

considerar um acrescimo de custo demasiado elevado. Por outro lado, sabendo que a partir do valor

de vida util de um dado elemento, um aumento de 12% no tempo de utilizacao se reflete num custo

de reparacao quatro vezes superior, os 48,21% tornam-se um valor bastante plausıvel.

Figure 4.17: Grafico da variacao dos custos sem manutencao - Caso E

Vejamos para um exemplo mais concreto, a substituicao do revestimento no ano 20 tem um custo

de 70,65 e/m2 de cobertura. Esta atividade, de acordo com os calculos efetuados atraves do metodo

fatorial, deveria ter sido efetuada no 13o ano, isto representa um acrescimo de 53,8% ao tempo de

vida util.

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Se considerarmos que no final do 13o ano, 5% do valor da operacao de substituicao do reves-

timento esta destinado a reparacao de elementos adjacentes que se encontrem danificados, isto

representa 3,53 e/m2 de cobertura. Ao exceder os 13 anos da vida util do revestimento em 12%,

dever-se-ia substituir o mesmo aos 15 anos, sendo que os 3,53 e/m2 aumentam quatro vezes (de

acordo com o grafico da figura 4.16, resultando num custo de 14,12 e/m2 de cobertura.

Tendo em conta que o caso em analise propoe um aumento de cerca de 50% (53,8%) em relacao

a vida util, e assumindo a linearidade do acrescimo de custo a partir do valor de referencia (final da

vida util de acordo com o grafico 4.16), os 3,53 e/m2 que seriam gastos com pequenas anomalias,

transformar-se-iam em 58,8e/m2 de cobertura. Isto representa 83%, a mais, do valor da atividade

que se reflete num aumento de 60% do valor total destinado a manutencao para o ciclo de 40 anos.

A probabilidade dos custos extra devidos a nao manutencao da cobertura, serem superior a

144,83e(48,21% a mais que 97,72e/m2 de cobertura) e muito elevada, pois considerando ape-

nas uma das atividades com um custo associado a reparacao da envolvente de unicamente 5%

chegamos a um aumento de 60% do total.

Realizando este mesmo raciocınio para todas as atividades e nao so para a substituicao do reves-

timento, consideramos 5% dos 97,72e, como custos dedicados a reparacao de materiais adjacentes

danificados, obtemos o valor de 4,89 e/m2 de cobertura. Ao calcular o acrescimo de 50% a vida util

calculada estes quase 5 euros (4,89 e) transformam-se em 81e, que corresponde a mais de 80%

(81

97, 2⇥ 100) de custos extra. Desta forma, estima-se que para os valores considerados, o Caso E

tenha um valor real para o perıodo de 40 anos de 174,27e/m2 de cobertura.

Como conclusao, o Caso M, onde foi considerado um plano de manutencao rigoroso, com limpeza

e inspecao periodicas e nao ultrapassando os tempos de vida util calculados, e mais economico que

todos os outros apresentados, a excepcao do Caso E desde que os custos extra deste, sejam inferi-

ores a 48,21% (situacao bastante improvavel). E ainda importante sublinhar, que os constrangimen-

tos possıveis para os utilizadores/moradores, podem ser muito superiores em qualquer caso que nao

contemple inspecoes periodicas que tem como objectivo antecipar e evitar os problemas.

4.4 Consideracoes finais de capıtulo

No presente capıtulo, pretendeu-se efetuar, com base nos custos unitarios das diversas ativi-

dades necessarias a conservacao de uma cobertura inclinada em telha ceramica, uma avaliacao do

investimento por forma a encontrar a solucao mais vantajosa. Em primeira analise, calcularam-se

os tempos de vida util para os diversos casos com recurso ao metodo fatorial. A partir dos valores

calculados, determinou-se a periodicidade das intervencoes e elaborou-se um plano de manutencao.

Posteriormente, foi realizada a comparacao entre o plano de manutencao proposto (Caso M) e um

plano de manutencao que contempla apenas a substituicao dos elementos em fim de vida util (Caso

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A), tendo-se chegado a conclusao que o Caso M seria a melhor opcao.

Tendo em conta as caracterısticas pouco habituais do Caso A (substituicoes demasiado recor-

rentes por forma a manter o nıvel de qualidade igual ao do Caso M), foi necessario realizar uma

analise de sensibilidade onde foram criados os casos de B a E. Nesta analise fez-se variar a period-

icidade das substituicoes do Caso A recorrendo ao coeficiente G do metodo fatorial. Considerando

as mesmas circunstancias para todos os acasos, a medida que se aumenta o espacamento entre

substituicoes, excede-se o tempo de vida util dos diversos materiais. Ao se ultrapassar o tempo

de vida util de dado material, aumento a probabilidade de de existirem custos extra devidos a

degradacao de outros elementos da cobertura.

Por forma a ter em conta este fator de custos extra, no Caso E (unico que a partida tem custos

mais baixos que o Caso M), foi considerado um parametro variavel a comecar em 10% com o objetivo

de encontrar o valor a partir do qual o Caso E se torna menos economico que o Caso M. Chegou-se a

conclusao que para um valor de cerca de 48% de custos extra no Caso E este se torna uma solucao

menos vantajosa.

A analise efetuada neste capitulo, concluiu que o Caso M, e o mais economico e com menos

risco associado que todos os outros. O unico que inicialmente podia parecer mais vantajoso (Caso

E), revelou uma grande probabilidade de ultrapassar os 48% de custos extra, isto porque para atingir

valores mais baixos que o Caso M, teve de exceder em cerca de 50% o tempo de vida util dos

materiais, fator que de acordo com o grafico da figura 4.16 se ira refletir num custo de reparacao

muito elevado.

Em suma, conclui-se que um plano de manutencao constituıdo por atividades de inspecao, limpeza

e substituicao se torna a melhor solucao e a mais economica. E importante salientar, que os valores

calculados para os custos da nao manutencao sao dificilmente quantificaveis, no entanto, atraves do

parametro variavel de custos extras consegue chegar-se a um valor a partir do qual um solucao se

torna mais rentavel que outra.

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5Conclusoes Gerais

Contents

5.1 Conclusao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

5.2 Desenvolvimentos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

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5.1 Conclusao

Na presente dissertacao, tentou-se sensibilizar todos os intervenientes da construcao a optar por

um planeamento mais refletido para minimizar os custos extraordinarios em reparacoes e manutencoes.

Atraves da analise bibliografica, do mercado da construcao e dos conhecimentos adquiridos ao longo

do curso de engenharia civil, apresentou-se uma proposta que se considerou adequada das solucoes

tecnologicas, materiais e custos tendo sempre em consideracao a vida util dos elementos fonte de

manutencao e a periodicidade das intervencoes.

Para a apresentacao de uma proposta de plano de manutencao adequada, elaborou-se um es-

tudo acerca das metodologias e custos de manutencao, fazendo a distincao entre a pratica mais

corrente em Portugal, a manutencao corretiva, e aquela proposta nesta dissertacao, manutencao

pro-ativa. Foi essencial conhecer os processos construtivos de coberturas inclinadas mais correntes

no nosso paıs, e reunir as principais anomalias tendo tambem em conta os tempos de vida util dos

materiais.

Reunido este conhecimento, foi possıvel apresentar uma plano de manutencao pro-ativa, que

contempla acoes de manutencao que atuam antes do aparecimento de anomalias. Este tipo de

intervencao preditiva, permite evitar custos extraordinarios que sao consequencia da degradacao

excessiva dos elementos fonte de manutencao ou ainda de elementos adjacentes a estes.

Ainda com o objetivo de sensibilizar proprietarios e gestores do nosso patrimonio edificado,

elaborou-se uma comparacao entre a vida util estimada para os elementos sujeitos a um plano de

manutencao pro-ativo e elementos nao sujeitos a manutencao. Foi utilizado o principio do metodo

fatorial para mostrar essa diferenca, que em alguns casos pode chegar a 40%.

Apos o calculo das respetivas vidas uteis e da apresentacao do plano de manutencao, descrimi-

nando todas as atividades necessarias a realizacao do mesmo, efetuou-se o calculo dos custos. O

objetivo deste calculo foi poder comparar a solucao em que se considerou um plano de manutencao

rigoroso com a solucao que nao contempla manutencao. Posteriormente ao calculo dos custos para

cada um dos casos, efetuou-se uma analise de sensibilidade para uma melhor comparacao.

Durante a comparacao concluiu-se claramente que fazer uma manutencao cuidadosa, que con-

temple inspecoes e substituicoes periodicas e mais economico e acarreta menos risco que a opcao

em que nao sao previstas atividades de inspecao e limpeza. Concretamente, o caso designado

na dissertacao como Caso M, que preve uma manutencao cuidadosa dos elementos da cobertura,

tem um custo de aproximadamente 145e/m2 de cobertura para um perıodo de 40 anos. Este custo

considera-se fixo e com baixa probabilidade de desvios. Durante a analise de sensibilidade foram

estudadas varias hipoteses que nao consideram inspecoes e onde as substituicoes sao efetuadas

apos o final da vida util calculado para estes casos. O facto de nao existirem atividades de inspecao

e limpeza, reduz substancialmente a vida util esperada, e ao ultrapassar essa vida vao existir cus-

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tos extra devidos a degradacao dos elementos fonte de manutencao bem como o aparecimento de

anomalias em elementos adjacentes.

Todos os casos estudados se revelaram mais dispendiosos a partida, mesmo nao considerando

essa parcela de custo extra. A excepcao apareceu quando se efetuaram os calculos para o Caso

E, que contempla todas as substituicoes com a mesma periodicidade que o Caso M, mas exclui as

atividades de inspecao e limpeza. Para este caso foi necessario avaliar os possıveis custos extra,

para poder comparar os valores reais das duas solucoes apresentadas.

O Caso E, contabilizando apenas as substituicoes necessarias, somou um custo total de 97,72e.

Para que as atividades fossem realizadas nos tempos propostos por este caso, ter-se-ia que exceder

o tempo de vida util dos elementos em cerca de 50%. Ao ultrapassar a vida util, segundo [Hodges,

1999] os custos de reparacao para um dado elemento, aumentam abruptamente, e de acordo com

os calculos efetuados para o aumento proposto, os custos extras esperados para o Caso E sao de

cerca de 81e. Apesar da diferenca inicial do preco, obteve-se no Caso M (sujeito a uma cuidadosa

manutencao) um total de 144e/m2 de cobertura e no Caso E (nao sujeito a manutencao) 174e/m2

de cobertura.

E ainda importante referir, que os valores usados para os calculos, desde a vida util dos elementos

fonte de manutencao, aos precos de cada atividade, passando ainda pelos pressupostos utilizados

para o calculo dos custos de reparacao, sao apenas valores de referencia, que apesar de terem sido

retirados da bibliografia podem nao se encontrar atualizados ou totalmente corretos. No entanto, o

objetivo principal foi demonstrar as vantagem de um plano de manutencao versus a hipotese sem

manutencao. Todos os desvios que possam existir nos valores calculados, existem tanto de um lado

da comparacao como do outro, pelo que o resultado final se mantem inalterado, a ausencia de um

plano de manutencao para coberturas inclinadas, e mais dispendiosa e acarreta maiores riscos.

5.2 Desenvolvimentos Futuros

Um desenvolvimento importante, podera passar por se realizar um estudo semelhante, mas mais

abrangente, envolvendo todas as componentes de um edifıcio. Isto e, um plano de manutencao

que se aplique a todos os elementos, da estrutura, fachada, cobertura, etc. Se o edifıcio funcionar

como um todo, e for feito um plano de manutencao que contemple todas as areas, acredito que se

consigam precos ainda mais competitivos, seja nos materiais como na mao de obra, pois no limite, o

numero de deslocacoes ao edifıcio seria menor.

Como auxilio, seria importante a criacao de uma base de dados global dos edifıcios, que contem-

plasse um historico de anomalias ao longo do tempo, tecnicas usadas para a reparacao, possıveis

relacoes entre anomalias e custos associados. Esta lista serviria para ajudar no planeamento de

planos de manutencao futuros e para acelerar e melhorar o diagnostico aquando do aparecimento

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de anomalias.

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75

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ACalculo do racio de componentes de

uma cobertura inclinada

A-1

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Figure A.1: cobertura inclinada 15m x 14m

Por forma a obter as percentagem de material por cada m2 de cobertura, utilizou-se a cobertura

de uma habitacao media como a indicada na ficgura A.1. Esta cobertura e constituıda por:

• Duas aguas, uma com 15m x 9m e outra de 15m x 5m perfazendo um total de 210m2.

• Quatro caleiras junto aos remates laterais, duas delas de 9m e as outras duas de 5m, total-

izando 28m.

• Duas caleiras que recebem as aguas da cobertura e das caleiras laterais, cada uma delas com

15m.

• Dois ralos de escoamento.

Para realizar o calculo dos racios, dividiu-se a quantidade total de cada elemento pelo numero de

metros quadrados da cobertura. Como exemplo, nas equacoes A.1 e A.2 demonstra-se o calculo do

racio para as caleiras.

Somatorio de comprimento total de caleiras:

XCaleiras = 2⇥ (9 + 5 + 15) = 58m (A.1)

Calculo do racio:

Racio =

PCaleiras

AreaTotal

() Racio =58

210= 0, 27 (A.2)

A-2

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BTabela de custos com manutencao

B-1

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AtividadesPreço-(€/m

2)Periodicidade

Ano-01

23

45

67

89

1011

1213

1415

16

Inspeção)e)desobstrução)dos)pontos)de)ventilação)em)

coberturas)inclinadas0,15

0,50

0,30600,3121

0,31840,3247

0,33120,3378

0,34460,3515

0,35850,3657

0,37300,3805

0,38810,3958

0,40380,4118

Limpeza)e)inspeção)de)caleiras,)com

)recurso)a)água)corrente0,49

0,50

1,00781,0279

1,04851,0694

1,09081,1126

1,13491,1576

1,18081,2044

1,22851,2530

1,27811,3036

1,3563

Inspecção)a)todos)os)elementos)de)um

a)cobertura)inclinada0,10

10

0,10200,1040

0,10610,1082

0,11040,1126

0,11490,1172

0,11950,1219

0,12430,1268

0,12940,1319

0,13460,1373

Inspecção)a)todos)os)remates)com

)elementos)em

ergentes)em)

coberturas)inclinadas0,06

10

0,06120,0624

0,06370,0649

0,06760,0689

0,07030,0717

0,07460,0761

0,07760,0792

0,0824

Inspecção)a)toda)a)cobertura)inclinada)para)verificação)de)verdete)e)elim

inação)de)potências)plantas)e)detritos0,06

10

0,06120,0624

0,06370,0649

0,06620,0676

0,06890,0703

0,07170,0731

0,07460,0761

0,07760,0792

0,08080,0824

Substituição)de)mástique)em

)remates)em

)elementos)

emergentes)

0,885

00,0000

0,00000,0000

0,00000,9700

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

1,18240,0000

Eliminação)de)verdete)e)detritos)em

)cobertura)de)telha)Lusa)com

)recurso)a)água)à)pressão0,59

50

0,00000,0000

0,00000,0000

0,65140,0000

0,00000,0000

0,00000,7192

0,00000,0000

0,00000,0000

0,79410,0000

Substituição)de)remate)com

)25)cm)de)altura)em

)elementos)

emergentes)de)Betão,)com

)sistema)inorgânico)constituído)por)2)

feltros)e)duas)camadas)de)betum

e)asfáltico)com)acabam

ento)em

)tinta)reflectora2,12

100

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00002,5878

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Substituição)de)remate)de)25)cm

)de)altura)em)elem

entos)em

ergentes)de)tijolo,)com)sistem

a)inorgânico)constituído)por)2)feltros)e)duas)cam

adas)de)betume)asfáltico)com

)acabamento)a)

tinta)reflectora,)executados)com)argam

assa)de)cimento)ao)

traço)1:33,73

100

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00004,5521

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Substituição)de)imperm

eabilização)em)caleiras)de)20)cm

,)com)

sistema)inorgânico)constituído)por)2)feltros)e)duas)cam

adas)de)betum

e)asfáltico)com)acabam

ento)a)tinta)reflectora7,87

150

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

10,59760,0000

Substituição)de)ralo)em)sistem

a)inorgânico)constituído)por)2)feltros)e)duas)cam

adas)de)betume)asfáltico)com

)acabamento)a)

tinta)reflectora0,21

150

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,28900,0000

Levantamento)de)Telhões,)com

)aproveitamento)de)Telhões

0,4820

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Levantamento)de)Rem

ates)em)cobertura)de)duas)águas,)com

)aproveitam

ento)de)Remates

0,4820

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Levantamento)de)revestim

ento)de)telhas,)com)aproveitam

ento)de))telhas

8,9720

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Remoção)de)ripado)sim

ples)em)argam

assa12,55

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Levantamento)de)Isolam

ento)térmico)de)poliestireno)extrudido)

ripado)em)placas)de)30)m

m)assente)por)colagem

)pontual,)incluindo)seu)aproveitam

ento2,24

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Remoção)de)im

permeabilização)em

)sistema)inorgânico)

constituído)por)duas)camadas)de)tela)asfáltica,)incluindo)

tratamento)de)superfície)para)receber)nova)cam

ada)de)im

permeabilização

5,7720

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Imperm

eabilização)com)sistem

a)inorgânico)constituído)por)duas)cam

adas)de)tela)asfáltica)por)colagem)por)m

açarico13,81

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Isolamento)térm

ico)de)poliestireno)extrudido)Ripado)em)placas)

de)30)mm)assente)por)colagem

)pontual,)executada)com)

material)aproveitado)do)seu)levantam

ento4,54

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Execução)de)ripado)simples)com

)5)cm)de)altura,)em

)argamassa)

de)cimento)ao)traço)1:3

18,8820

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Revestimento)de)telha,)executada)com

)material)aproveita)do)

seu)levantamento,)considerando)que)1/6)do)m

aterial)é)perdido)na)fase)de)rem

oção)10,62

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Assentam

ento)de)Remates)com

)argamassa)bastarda)ao)traço)

1:1:8)em)cobertura)de)duas)águas,)executada)com

)material)

aproveitado)do)seu)levantamento,)considerando)que)2/5)do)

material)é)perdido)na)fase)de)rem

oção)0,27

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Assentam

ento)de)Telhões)com)argam

assa)bastarda)ao)traço)1:1:8,)executada)com

)material)aproveitado)do)seu)

levantamento,)considerando)que)3/10)do)m

aterial)é)perdido)na)fase)de)rem

oção)0,53

200

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Total-de-Custos-por-ano:1,4934

1,47891,4645

1,45032,7777

1,42231,4085

1,39481,3812

7,16131,3545

1,34141,3284

1,31558,6537

1,2901VAL-N

O-AN

O-0:

144,8348

B-2

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1617

1819

2021

2223

2425

2627

2829

3031

3233

3435

3637

3839

0,4118

0,4201

0,4285

0,4370

0,4547

0,4638

0,4731

0,4825

0,4922

0,5020

0,5121

0,5223

0,5328

0,5434

0,5543

0,5654

0,5767

0,5882

0,6000

0,6120

0,6242

0,6367

0,6494

1,3563

1,3834

1,4111

1,4393

1,4681

1,4975

1,5274

1,5580

1,5891

1,6209

1,6533

1,6864

1,7201

1,7545

1,8254

1,8619

1,8992

1,9371

1,9759

2,0154

2,0557

2,0968

2,1388

0,1373

0,1400

0,1428

0,1457

0,1516

0,1546

0,1577

0,1608

0,1641

0,1673

0,1707

0,1741

0,1776

0,1811

0,1848

0,1885

0,1922

0,1961

0,2000

0,2040

0,2081

0,2122

0,2165

0,0824

0,0840

0,0857

0,0874

0,0909

0,0928

0,0946

0,0965

0,1004

0,1024

0,1045

0,1066

0,1109

0,1131

0,1153

0,1176

0,1224

0,1248

0,1273

0,1299

0,0824

0,0840

0,0857

0,0874

0,0909

0,0928

0,0946

0,0965

0,0984

0,1004

0,1024

0,1045

0,1066

0,1087

0,1109

0,1131

0,1153

0,1176

0,1200

0,1224

0,1248

0,1273

0,1299

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,4414

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,7570

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,9680

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,0687

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,1799

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,1545

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,8453

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

5,5490

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

6,7641

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

14,2629

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3889

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,7133

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,7133

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

13,3289

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

18,6486

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,3285

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

8,5739

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

20,5209

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

6,7462

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

28,0547

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

15,7808

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3959

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,7886

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,2901

1,2775

1,2651

1,2528

70,7405

1,2286

1,2167

1,2049

1,1932

2,2853

1,1701

1,1588

1,1475

1,1364

11,1909

1,1144

1,1036

1,0929

1,0823

2,0729

1,0614

1,0511

1,0409

1,0308

B-3

Page 100: Analise comparativa de plano de manutenc¸´ ao em ... · Appendix B Tabela de custos com manutenc¸ao B-1 ... 2.2 Classificac¸oes para manutenc¸˜ ao de edif˜ ´ıcios. Adaptado

CTabela de custos sem manutencao

C-1

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AtividadesPreço-(€/m

2)Periodicidade

Ano-01

23

45

67

89

1011

1213

1415

Substituição*de*mástique*em

*remates*em

*elementos*

emergentes*

0,8785714293

00,0000

0,00000,9323

0,00000,0000

0,98940,0000

0,00001,0500

0,00001,1142

0,00000,0000

1,1824

Substituição*de*remate*com

*25*cm*de*altura*em

*elem

entos*emergentes*de*Betão,*com

*sistema*

inorgânico*constituído*por*2*feltros*e*duas*camadas*de*

betume*asfáltico*com

*acabamento*em

*tinta*reflectora2,122857143

70

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

2,43850,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00002,8011

0,0000Substituição*de*rem

ate*de*25*cm*de*altura*em

*elem

entos*emergentes*de*tijolo,*com

*sistema*

inorgânico*constituído*por*2*feltros*e*duas*camadas*de*

betume*asfáltico*com

*acabamento*a*tinta*reflectora,*

executados*com*argam

assa*de*cimento*ao*traço*1:3

3,7342857147

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00004,2895

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

4,92730,0000

Substituição*de*imperm

eabilização*em*caleiras*de*20*

cm,*com

*sistema*inorgânico*constituído*por*2*feltros*e*

duas*camadas*de*betum

e*asfáltico*com*acabam

ento*a*tinta*reflectora

7,87414285710

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

9,59850,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

Substituição*de*ralo*em*sistem

a*inorgânico*constituído*por*2*feltros*e*duas*cam

adas*de*betume*asfáltico*com

*acabam

ento*a*tinta*reflectora0,214714286

100

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,2617

0,00000,0000

0,00000,0000

0,0000

Levantamento*de*Telhões,*com

*aproveitamento*de*

Telhões0,48

130

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,62090,0000

0,0000

Levantamento*de*Rem

ates*em*cobertura*de*duas*

águas,*com*aproveitam

ento*de*Remates

0,4813

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,6209

0,00000,0000

Levantamento*de*revestim

ento*de*telhas,*com*

aproveitamento*de**telhas

8,9713

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,000011,6037

0,00000,0000

Remoção*de*ripado*sim

ples*em*argam

assa12,55

130

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

16,23480,0000

0,0000

Levantamento*de*Isolam

ento*térmico*de*poliestireno*

extrudido*ripado*em*placas*de*30*m

m*assente*por*

colagem*pontual,*incluindo*seu*aproveitam

ento2,24

130

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

2,89770,0000

0,0000

Remoção*de*im

permeabilização*em

*sistema*

inorgânico*constituído*por*duas*camadas*de*tela*

asfáltica,*incluindo*tratamento*de*superfície*para*

receber*nova*camada*de*im

permeabilização

5,7713

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00007,4641

0,00000,0000

Imperm

eabilização*com*sistem

a*inorgânico*constituído*por*duas*cam

adas*de*tela*asfáltica*por*colagem

*por*maçarico

13,8113

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,000017,8647

0,00000,0000

Isolamento*térm

ico*de*poliestireno*extrudido*Ripado*em

*placas*de*30*mm*assente*por*colagem

*pontual,*executada*com

*material*aproveitado*do*seu*

levantamento

4,5413

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00005,8730

0,00000,0000

Execução*de*ripado*simples*com

*5*cm*de*altura,*em

*argam

assa*de*cimento*ao*traço*1:3

18,8813

00,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,00000,0000

0,000024,4233

0,00000,0000

C-2

Page 102: Analise comparativa de plano de manutenc¸´ ao em ... · Appendix B Tabela de custos com manutenc¸ao B-1 ... 2.2 Classificac¸oes para manutenc¸˜ ao de edif˜ ´ıcios. Adaptado

1617

1819

2021

2223

2425

2627

2829

3031

3233

3435

3637

3839

0,0000

0,0000

1,2548

0,0000

1,3316

0,0000

0,0000

1,4131

0,0000

0,0000

1,4996

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,6888

0,0000

0,0000

1,7922

0,0000

0,0000

1,9019

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,2175

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,6959

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

4,2455

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

5,6599

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

6,5015

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

7,4682

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

11,7006

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

14,2629

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3191

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,3889

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,8032

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,0391

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,8032

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

1,0391

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

15,0106

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

19,4178

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

21,0014

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

27,1675

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

3,7485

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

4,8490

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

9,6556

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

12,4906

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

0,0000

23,1099

0,0000

0,0000

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Page 103: Analise comparativa de plano de manutenc¸´ ao em ... · Appendix B Tabela de custos com manutenc¸ao B-1 ... 2.2 Classificac¸oes para manutenc¸˜ ao de edif˜ ´ıcios. Adaptado

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