andragogia

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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SENAI LUIS FERNANDO DOS SANTOS ANDRAGOGIA DOIS VIZINHOS,04/11/2013

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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SENAI

LUIS FERNANDO DOS SANTOS

ANDRAGOGIA

DOIS VIZINHOS,04/11/2013

LUIS FERNANDO DOS SANTOS

ANDRAGOGIA

Trabalho de curso , apresentado na disciplina de

ação em saúde e segurança, na Instituição de

Ensino Senai ,Dois Vizinhos,Parana

Orientador: Prof. Marlova

DOIS VIZINHOS,04/11/2013

HISTÓRICO

A palavra Andragogia deriva das palavras gregas andros (homem)

+ agein (conduzir) + logos (tratado, ciência), referindo-se à ciência

da educação de adultos, em oposição à Pedagogia, também

derivada dos vocábulos gregos paidós (criança) + agein (conduzir)

+ logos (tratado ou ciência), obviamente referindo-se à ciência da

educação de crianças e foi originalmente formulada por um

professor alemão, Alexander Kapp, em 1833. Após cair em desuso,

o termo reapareceu em 1921 em um relatório do autor alemão

Eugene Rosenstock no qual ele argumentou que “a educação

adulta necessita de professores especiais, métodos e filosofia”,

utilizando o termo andragogia para referir-se coletivamente a essas

exigências especiais.

O que é andragogia?

Aprendizagem voltada para as características e necessidades de adultos. Do grego: andrós = homem

paidós = criança

agogo = aquele que conduz, dirige Tornar-se adulto: processo iniciado na adolescência e se consolida em geral após o período escolar.Definição psicológica do adulto: responsável pela própria vida – autodirigido.

PRINCIPIOS DA ANDRAGOGIA Nas mentes de muitos pesquisadores e praticantes do campo da

educação de adultos, a andragogia e o nome de Malcolm Knowles

ficaram intrinsecamentemente ligados. Para Knowles, a andragogia

tinha como premissa pelo menos quatro suposições cruciais sobre

as características de discípulos adultos que são diferentes das

suposições sobre discípulos infantis. Um quinto foi acrescentado

depois.

1. Auto-conceito: Conforme uma pessoa amadurece o seu auto-

conceito move-se de uma personalidade dependente em direção a

um ser humano auto-dirigido;

2. Experiência: Conforme uma pessoa amadurece ela acumula um

reservatório crescente de experiências que torna-se um recurso

crescente da aprendizagem;

3. Prontidão para aprender. Conforme uma pessoa amadurece a

sua prontidão para aprender fica orientada cada vez mais às tarefas

inerentes aos seus papéis sociais.

4. Orientação para aprendizagem. Conforme uma pessoa

amadurece suas perspectivas de tempo evoluem da aplicação

futura do conhecimento para a aplicação imediata, e

conseqüentemente a sua orientação em direção à aprendizagem

centrada em problemas e fatos concretos;

5. Motivação para aprender: Conforne uma pessoa amadurece sua

motivação para aprender torna-se interna.

COMO OCORRE A APRENDIZAGEM DO

ADULTO

Para estudar a maneira como pensa o adulto, precisamos nos apoiar em alguma teoria. A teoria que servirá de base para explicar a forma como pensa e o processo de aprendizagem do adulto é a

Epistemologia Genética.

A Epistemologia Genética de Jean Piaget tem como interesse estudar a gênese das estruturas cognitivas, explicando-a pela construção mediante a interação radical entre sujeito e objeto. Para Piaget (1983, p. 236), o desenvolvimento ocorre de forma que as aquisições de um período sejam necessariamente integradas nos períodos posteriores. É o “caráter integrativo” segundo o qual “as estruturas construídas numa idade dada se tornam parte integrante das estruturas da idade seguinte”. Ou seja, a partir do nascimento, inicia-se o desenvolvimento cognitivo e todas as construções do sujeito servem de base a outras. Piaget diz que os estádios de desenvolvimento:

- obedecem a uma ordem de sucessão constante; - apresentam idades variáveis.

O desenvolvimento cognitivo dá-se na relação com o meio, porém, ele é individual. O estádio em que um indivíduo se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois, ser confundido com o de nenhum outro indivíduo” (BECKER, 2001, p.187). Podem existir diferenças para as médias de idades entre as culturas, mas existem, também, diferenças de um sujeito para outro em uma mesma cultura. Apesar de sabermos que nem todos os adultos sejam operatório formais, aqui serão apresentadas as características do pensamento operatório-formal, já que, em média, essas são as características cognitivas encontradas a partir dos doze anos. O pensamento formal permite: refletir para além do real presente; refletir sobre possibilidades; fazer planos; elaborar “teorias”; construir “sistemas”; pensar sobre o próprio pensamento. A construção de teorias é uma necessidade para a convivência entre adultos. Enquanto os relacionamentos da criança esgotam-se nas relações interindividuais, os relacionamentos do adulto são transindividuais pois envolvem as crenças, as ideologias, as “teorias” que perpassam o mundo.

As construções operatório-formais oferecem “uma teoria das relações entre si, enquanto que o agrupamento fornecia uma teoria das relações entre a parte e o todo” (MONTANGERO e MAURICE-NAVILLE, 1998, p. 195). A adaptação ao mundo social adulto exige uma reflexão da inteligência sobre si mesma. No estádio operatório formal: - Constituem-se instrumentos de verificação experimental que permitem controlar variáveis: dentre um conjunto de fatores poder destacar um, fazendo-o variar e deixando os outros invariantes. - Surge a capacidade de formular hipóteses ou capacidade de desligar-se temporariamente da atividade concreta dando prosseguimento à atividade mental mediante um jogo puramente proposicional: é o raciocínio hipotético dedutivo. - Há uma inversão nas relações entre o real e o possível. Cria-se um mundo de possibilidades de cujo conjunto o real é apenas um setor limitado. Os instrumentos oriundos do plano das possibilidades permitem estabelecer relações entre teorias, produzindo nelas transformações. Pensamento formal e ensino: O adulto, tal qual a criança e o adolescente,não aprende ouvindo respostas prontas. Aprende resolvendo problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vive e lançando hipóteses sobre as transformações que devem ser implementadas. A escola que continuar a insistir no repasse de conteúdos prontos estará na contramão da dinâmica própria do pensamento.

Dificuldades encontrados pelo adulto

para aprender

Os fatores que podem levar ao fracasso escolar têm sido examinados por vários autores que os caracterizam de diferentes maneiras. Pamplona considera que: Os fatores que podem levar ao fracasso (ou sucesso) escolar podem ser divididos em: psicológicos, pedagógicos, neurológicos, oftalmológicos, audiológicos, culturais, econômicos, fonoaudiológicos, biológicos, e lingüísticos, fatores esses que possibilitam uma visão ampla e total do ser humano, a partir de aspectos individuais, isto é, subjetivos articulados com fatores contextuais, objetivos. (PAMPLONA, 2002, p.64) Estudos e pesquisas evidenciam que, sob a influência do modelo médico de conceituação das deficiências e incapacidades, prevalece a crença de que é no terreno individual, que se localiza as verdadeiras causas do fracasso. Se o aluno não aprende, ele deve ter limitações decorrentes de alguns problemas pessoais, subjetivos, seja uma lesão, seja uma disfunção que o incapacita ou outro problema, que exige diagnóstico clínico. Do elenco de fatores apresentados por Pamplona, (2002) sob a ótica do subjetivismo e na unidirecional idade de uma análise que considera o aprendiz como um ser histórico, poderia estar comprometido os aspectos psicológicos, neurológicos, oftalmológicos, audiológicos, fonoaudiológicos e biológicos do aprendiz, separada ou concomitantemente. 5

Apesar das críticas que se fazem às teorias que ressaltam os fatores individuais, porque não consideram as influências dos fatores externos como os pedagógicos, culturais e lingüísticos, além dos sócio-econômicos, a maioria dos nossos educadores ainda situa no educando a única responsabilidade das dificuldades de aprendizagem que manifesta. E, quando educadores ou familiares decidem procurar ajuda, a queixa, geralmente, vem acompanhada de um pseudodiagnóstico. Certamente é bem mais cômodo localizar no aluno e apenas nele as dificuldades manifestas, numa espécie de descompromisso e, como reação de Pilatos, lavando-se as mãos. De modo geral, as pessoas com dificuldades de aprendizagem ou com outras limitações são representadas no imaginário social por suas “marcas”, tomando-se a parte pelo todo. Valoriza-se a dificuldade e perde-se a pessoa em sua dimensão de integralidade. Criam-se os preconceitos e os estereótipos que desencadeiam discriminações, alicerçadas em juízo de valor, geralmente dicotômicos e que inscrevem as pessoas nas categorias de boas ou más, de melhores ou piores, de contributivos ou dependentes e assim por diante. As baixas expectativas em relação às potencialidades desses sujeitos também refletem o imaginário coletivo, inspirado, erroneamente, na idéia da dificuldade de aprendizagem como característica definitiva que os colocará, quando adultos, como cidadãos de segunda classe. 3 ADULTOS JOVENS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Segundo Smith (2001, p. 98): Sair de casa e ingressar no mundo mais amplo da faculdade ou de uma profissão pode ser difícil e estressante para qualquer pessoa jovem, e não nos surpreende que às vezes seja ainda mais difícil para o adulto jovem com dificuldades de aprendizagem realizar com sucesso essa transição. Problemas contínuos com habilidades escolares, organização, adoção de responsabilidade e estabelecimento de uma rede de apoio pessoal podem prejudicar as tentativas do indivíduo para adquirir a independência econômica e emocional. A fraca auto-imagem, com freqüência, exacerba o problema. Os estudos revelam que adultos jovens com dificuldades de aprendizagem geralmente têm menores expectativas para o futuro do que seus companheiros típicos. Eles estão menos propensos a completar uma faculdade e mais propensos a viverem em casa com seus 6

pais até a casa dos 20 e 30 anos. Quando trabalham (e muitos não trabalham os estudos revelam que apenas 50% dos adultos jovens com dificuldades de aprendizagem estão empregados de forma fixa) eles estão mais propensos a trabalhar em um turno parcial ou em empregos de menor status, com salário mínimo. Os indivíduos com sérias deficiências de linguagem, déficits de atenção e/ou hiperatividade normalmente enfrentam os maiores riscos para baixas conquistas educacionais e subemprego. Ainda assim, muitas pessoas jovens com dificuldades de aprendizagem realmente conseguem ser bem-sucedidas em empregos difíceis e em instituições de aprendizagem superior. Estudos sobre esses adultos produtivos revelam um número de fatores que parecem relacionar-se com um desempenho efetivamente bom. Entre os mais importantes estão: Autoconsciência. Os estudantes com dificuldades de aprendizagem com maiores chances de sucesso na universidade são aqueles que reconhecem suas capacidades e compreendem e aceitam suas fraquezas. Com base nisso, eles estabelecem objetivos realistas, buscam acomodações nas quais tendem a ter um bom desempenho. A compreensão realista das deficiências também está ligada ao sucesso ocupacional. Os adultos que possuem este insight escolhem profissões apropriadas e são criativos na modificação de tarefas ou no desenvolvimento de outras estratégias de compensação no emprego. Uma forte ética profissional. Os adultos de sucesso com dificuldades de aprendizagem geralmente admitem com sinceridade que tiveram de esforçar-se mais que as outras pessoas para chegar onde chegou. Essas pessoas são caracteristicamente ambiciosas, direcionadas ao objetivo, determinadas e criativas em relação à superação de obstáculos. Elas aceitam a necessidade de empregar mais tempo e esforço para o término de algumas tarefas que outras pessoas (podem não gostar de ter deficiências, mas superam o ressentimento e a autocomiseração)

Uma personalidade positiva. As características pessoais de otimismo, adaptabilidade, curiosidade e tenacidade estão fortemente associadas tanto à conquista escolar quanto ao sucesso no emprego. As pesquisas revelam que a autoconfiança (definida como a crença na própria capacidade para causar mudança) também tem um imenso impacto sobre o desempenho. Os indivíduos com uma forte ética profissional e uma atitude de “posso fazer isso” prosperam, apesar de graves deficiências e educação limitada. Embora alguns aspectos da personalidade sejam inatos, a autoconfiança e as atitudes sobre o trabalho são, com maior frequência Uma rede de apoio efetiva. O apoio dos familiares e de outras Pessoas significativas (professores, conselheiros, namorado (a), marido/esposa e outros mentores) é em geral, citado por adultos jovens com dificuldades de aprendizagem como essencial para seu sucesso. As famílias são muito importantes, no sentido de ajudarem as pessoas jovens a desenvolver visões de seu futuro, a estabelecer objetivos razoáveis e a fazer planos específicos para a conquista de tais objetivos. Tanto os familiares quanto os amigos oferecem conselhos e apoio emocional, quando os adultos encontram obstáculos ou sentem-se desanimados. Normalmente a disponibilidade desse tipo de apoio separa os indivíduos que “dão a volta por cima” dos contratempos ou das derrotas daqueles que desistem. , aprendidas com os pais e com outras pessoas . Uma experiência escolar positiva. As pesquisas demonstram que a satisfação com a experiência do indivíduo do Ensino Fundamental está relacionada às expectativas para o futuro e ao entusiasmo com a educação superior. Os estudantes que obtiveram algum sucesso no Ensino Médio tendem mais a ver a si mesmos como competentes e no controle de seus próprios destinos. A conquista escolar, as atividades extracurriculares e as interações sociais contribuem para a satisfação na escola (um aluno que tem um papel na peça da escola, uma posição no diretório estudantil e muitos amigos, por exemplo, pode sentir que tem sucesso, apesar das notas sofríveis). Porém, o trabalho árduo pode transcender as situações escolares desastrosas. Até mesmo uma olhada superficial nesta lista torna óbvio que as pessoas jovens com deficiência, mas que crescem em famílias que lhes mostram valores positivos, apóiam a individualidade e a autonomia infantil e defendem adequadamente seus direitos, têm uma imensa chance de sucesso. As pesquisas indicam que elas conseguem ter sucesso mesmo quando as forças destrutivas da

pobreza, da discriminação, as más condições de saúde e as oportunidades educacionais limitadas estão presentes. Ocasionalmente, os indivíduos sem apoio da família são capazes de encontrar mentores e modelos em outro local (pessoas jovens com características pessoais de otimismo têm uma capacidade particularmente boa de atrair pessoas que desejam ajuda-las). Entretanto, o indivíduo que não se sente amado ou aceito e que não possuem defensores e conselheiros efetivos, com freqüência, entretanto, continuam enfrentando duras batalhas em muitos aspectos de sua vida.