ANÁLISE DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA HIDROVIA …¡lise de viabilidade... · elementos...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
DIEGO CAVALCANTE FRADIQUE RILBERT SULLIVAN NATALICIO DO NASCIMENTO
ANÁLISE DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA HIDROVIA NA LAGOA MANGUABA: ligação Marechal
Deodoro a Maceió.
MACEIÓ – AL 2018/1
1
DIEGO CAVALCANTE FRADIQUE RILBERT SULLIVAN NATALICIO DO NASCIMENTO
ANÁLISE DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UMA HIDROVIA NA LAGOA MANGUABA: ligação Marechal
Deodoro a Maceió.
Trabalho final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Msc. Roseneide Honorato Santos.
MACEIÓ – AL 2018/1
N244a Nascimento, Rilbert Sullivan Natalício do
Análise de viabilidade de implantação de uma hidrovia na lagoa
Manguaba: ligação Marechal Deodoro a Maceió
/ Diego Cavalcante Fradique, Rilbert Sullivan Natalício do
Nascimento . -- Maceió: 2018
73 f.: il.
TCC (Graduação em Engenharia civil) - Centro Universitário
CESMAC, Maceió - AL, 2018.
Orientador: Roseneide Honorato Santos
1. Modal de transporte. 2. Hidrovia. 3. Lagoa Manguaba.
4. Terminal de transporte.
I. Santos, Roseneide Honorato. II. Título.
CDU: 627.08
REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC
Evandro Santos Cavalcante
Bibliotecário CRB-4/1700
3
RESUMO
Esta pesquisa apresenta uma análise de viabilidade para implantação de uma hidrovia na Lagoa Manguaba, que interligue as cidades de Marechal Deodoro a Maceió, tendo em vista a saturação dos transportes rodoviários existentes nessas localidades e a falta de modais alternativos. A metodologia adota para construção deste estudo foi em sua primeira fase o levantamento bibliográfico, com apresentação de conceitos norteadores ao estudo, após definição da rota por meio de levantamento em campo e em seguida investigação da aceitação do modal proposto por parte da população contemplada. Foi possível realizar a caracterização dos elementos de um projeto hidroviário, confirmar que a implantação de um modal hidroviário é necessário e possui aceitação do público, além de oferecer uma alternativa para o atendimento da demanda de passageiros e proporcionar o desenvolvimento das comunidades que façam parte do entorno da hidrovia, principalmente da região onde podem ser implantados terminais, e, quanto a isto, se mostrou mais interessante para os possíveis usuários da hidrovia, a construção de terminais multimodais, o que permite a integração com o transporte rodoviário, garantindo sua manutenção, porém, de forma mais distribuída e dando alternativas aos transientes.
PALAVRAS-CHAVE: Modal de transporte. Hidrovia. Lagoa Manguaba. Terminal de transporte.
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ABSTRACT
This research presents a feasibility analysis for the implementation of a waterway in the Manguaba Lagoon, connecting the cities of Marechal Deodoro and Maceió, due to the saturation of existing road transport in these localities and the lack of alternative modes. The methodology adopted for the construction of this study was in its first phase the bibliographic survey, with presentation of guiding concepts to the study, after defining the route by means of field survey and then investigation of the acceptance of the proposed modal by the contemplated population. It was possible to characterize the elements of a waterway project, to confirm that the implementation of a waterway modality is necessary and has public acceptance, as well as offering an alternative to meet the demand of passengers and to provide the development of communities that are part of the in the vicinity of the waterway, mainly in the region where terminals can be implanted, and, in this respect, it has proved more interesting for the possible users of the waterway, the construction of multimodal terminals, which allows integration with road transport, however, in a more distributed way and giving alternatives to transients.
KEYWORDS: Modal transport. Waterway. Manguaba Lagoon. Transport terminal.
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LISTA DE FÍGURAS
Figura 01: Mapa de localização Lagoa Mundaú e Manguaba .................................. 12
Figura 02: Mapa dos rios Reno, Danúbio e Meno. ................................................... 14
Figura 03: Barragem e eclusa no rio Tietê. .............................................................. 17
Figura 04: Eclusa e canal artificial do Panamá. ........................................................ 17
Figura 05: Curso d’água. .......................................................................................... 18
Figura 06: Modais de Transportes. ........................................................................... 19
Figura 07: Terminal aquaviário de Maceió. .............................................................. 19
Figura 08: Projeto para terminal multimodal em Recife. ........................................... 20
Figura 09: Mapa da hidrovia no Rio de Janeiro. ....................................................... 21
Figura 10: Hidrovias e bacias hidrográficas do Brasil ............................................... 22
Figura 11: Eixos portuários do Brasil ........................................................................ 22
Figura 12: Diferença de embarcação marítima e fluvial ........................................... 24
Figura 13: Dimensões características de uma embarcação ..................................... 25
Figura 14: Dimensões dos canais ............................................................................ 25 Figura 15: Embarcação iate ..................................................................................... 26
Figura 16: Embarcação lancha ................................................................................. 26
Figura 17: Embarcação trawler ................................................................................ 27
Figura 18: Embarcação empurrador ......................................................................... 27
Figura 19: Embarcação catamarã ............................................................................ 28
Figura 20: Embarcação barco saveiro ...................................................................... 28
Figura 21: Embarcação ferry boat ............................................................................ 29
Figura 22: Embarcação chata .................................................................................. 29 Figura 23: Convenção básica de balizamento.......................................................... 30 Figura 24: Placas de sinalização aquaviária ............................................................ 32 Figura 25: Locação das placas de sinalização aquaviária ....................................... 32
Figura 26: Sinalização de pontes e travessias ......................................................... 33
Figura 27: Sinalização em pontes e travessias ........................................................ 33
Figura 29: Sinal Cardinal .......................................................................................... 35 Figura 30: Sinal de perigo ........................................................................................ 35 Figura 31: Sinal de águas seguras ........................................................................... 36
Figura 32: Classificação dos rios .............................................................................. 38
Figura 33: Hidrovia Marechal Deodoro x Maceió ...................................................... 46 Figura 34: Rota Hidroviária X Rota Rodoviária ......................................................... 47 Figura 35: Terminais hidroviários ............................................................................. 48 Figura 36: Terminal Centro Histórico (T1) ................................................................ 48
Figura 37: Terminal Centro Histórico (T1) ................................................................ 49 Figura 38: Distância entre T1 e T2 ........................................................................... 49 Figura 39: Terminal no Povoado Massagueira (T2) ................................................. 50 Figura 40: Terminal no Povoado Massagueira (T2) ................................................. 50 Figura 41: Distância entre T2 e T3 ........................................................................... 51
Figura 42: Terminal na Ilha de Santa Rita (T3) ........................................................ 51
Figura 43: Terminal na Ilha de Santa Rita (T3)......................................................... 52 Figura 44: Distância entre T3 e T4 ........................................................................... 52 Figura 45: Layout de um terminal multimodal ........................................................... 53 Figura 46: Terminal Laguna (T4) .............................................................................. 53
Figura 47: Terminal Laguna (T4) .............................................................................. 54 Figura 48: Sinalização proposta pelos autores ......................................................... 55 Figura 49: Sinalização ponte .................................................................................... 55
6
Figura 50: Sinalização de perigo isolado .................................................................. 56
Figura 51: Sinalização de bombordo e boreste ........................................................ 56
Figura 52: Planta baixa Lancha Escolar ................................................................... 57
Figura 53: Lancha Escolar ........................................................................................ 57
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Sexo da amostra .................................................................................... 58
Gráfico 02: Faixa etária da amostra ......................................................................... 58
Gráfico 03: Grau de instrução da amostra ............................................................... 59
Gráfico 04: Renda mensal da amostra ..................................................................... 59
Gráfico 05: Voce realiza viagem intermunicipal entre maceio e marechal? ............. 60
Gráfico 06: Meio de transporte utilizado pela amostra ............................................. 60
Gráfico 07: Voce realiza viagem com que frequencia a capital? .............................. 61
Gráfico 08: Motivo para uso do transporte intermunicipal ........................................ 61
Gráfico 09: Avaliação da atual tarifação do transporte intermunicipal ...................... 62
Gráfico 10: Nível de satisfação do modal ofertado atualmente ................................ 62
Gráfico 11: Tempo de percurso pela rota rodoviária ................................................ 63
Gráfico 12: Nível de interferencia do trânsito para insatisfação da amostra ............ 63
Gráfico 13: Sobra a necessidade de um novo modal de transporte ......................... 64
Gráfico 14: Sobre a utilização de embarcação como meio de transporte ................ 64 Gráfico 15: Sobre a importancia de um modal hidroviário ........................................ 65
Gráfico 16: Sobre terminais multimodais .................................................................. 65
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1Tema .................................................................................................................... 10
1.2 Problema ............................................................................................................ 10
1.3 Objetivos ............................................................................................................ 11
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 11
1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 11
1.4 Justificativa ........................................................................................................ 11
1.5 Referencial teórico ............................................................................................ 13
1.6 Descrição dos capítulos ................................................................................... 15
2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................................ 17
2.1 Sistema hidroviário brasileiros ........................................................................ 20
2.2 Embarcações fluviais ........................................................................................ 23
2.2.1 Embarcações fluviais para o transporte regular ............................................... 26
2.3 Parâmetros normativos adotados ................................................................... 30
2.3.1 Balizamento e sinalização náutica ................................................................... 30 2.3.2 Largura mínima do canal .................................................................................. 36 2.3.3 Vão livre ........................................................................................................... 37 2.3.4 Altura livre sob pontes e sob interferências ...................................................... 37
2.3.5 Classificação dos rios para navegação ............................................................ 37
2.3.6 Terminal aquaviário .......................................................................................... 38
2.4 Navegabilidade e impactos ambientais ........................................................... 38
2.5 Lagoa Manguaba ............................................................................................... 41
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 42
3.1 Tipo de Estudo .................................................................................................. 43
3.2 Local da Pesquisa ............................................................................................. 43
3.3 Amostra .............................................................................................................. 43
3.4 Instrumento de coleta de dados ...................................................................... 44
3.5 Métodos de tabulação dos dados .................................................................... 45
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 45
4.1 Rota favorável a hidrovia .................................................................................. 45
4.1.1 Distância e tempo de percurso ......................................................................... 46
4.1.2 Terminais .......................................................................................................... 47
4.1.3 Sinalização proposta pelos pesquisadores ...................................................... 54
4.1.4 Embarcação ..................................................................................................... 57
4.2 Resultados: aceitação e demanda para uma hidrovia ................................... 58
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68 APÊNDICES ............................................................................................................. 73 APÊNDICE A ............................................................................................................ 73 APÊNDICE B ............................................................................................................ 74
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1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país com dimensões continentais, e diversas riquezas naturais,
contudo para fazer uso destas e proporcionar o desenvolvimento de suas várias
regiões, necessitou de meios que favorecessem o transporte de pessoas e
mercadorias.
O transporte aquaviário (marítimo e hidroviário) é um dos mais antigos do mundo e ajudou a evolução de muitos povos e civilizações, que ao longo do tempo desenvolveram-se em regiões litorâneas ou próximas aos grandes rios. Assim, desde os primórdios, os transportes aquaviários além de levarem pessoas, serviram também para transferir alimentos, mercadorias e munições entre localidades, além de ser um importante instrumento de ocupação e dominação militar (SANTANA, 2008, p.1).
Com grande potencial hidrográfico e cerca de 40.000 km hidroviável, o Brasil
utiliza apenas pouco mais de 22.000 km de hidrovias, de acordo com a Agência
Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ (2017). Os fatores que contribuíram
para o esquecimento das hidrovias foi a criação da Lei Joppert na década de 40, que
conferia autonomia técnica e financeira ao DNER e precedeu a criação do Fundo
Rodoviário Nacional para expandir as rodovias que ligavam o país, de acordo com
Amante (2010). A tendência acentuou-se na década de 50, com o Governo de
Juscelino Kubitschek e o desenvolvimento da industria automobilística, quando
houve expansão significativa da malha rodoviária brasileira. Isso foi um golpe para o
transporte aquaviário fluvial.
No entanto, o transporte hidroviário interior no mundo tem destaque e papel
fundamental no desenvolvimento de países por apresentar uma série de vantagens
econômicas, sociais e ambientais em relação aos outros modais, como afirma
Santana e Tachibana (2004), uma vez que tem menor consumo de combustível,
menor peso morto necessário para transportar uma tonelada de carga útil, maior
tempo de vida útil dos veículos, menor custo de implantação, menor poluição do ar,
menor nível de ruído, menor contaminação do sítio ocupado e menores índices de
acidentes fatais.
Diante deste contexto, encontra-se o Estado de Alagoas que possui pouca
infraestrutura logística para transporte de pessoas, uma vez que circulam
essencialmente pelas vias terrestres, tornando o Estado pouco competitivo em
10
relação ao seu potencial econômico e turístico, embora possua região de lagoas
situadas na microrregião de Maceió, interligando vários municípios e seus povoados.
Neste sentido, esta pesquisa realizou uma análise para implantação de
hidrovia que interligue as cidades de Marechal Deodoro a Maceió, tendo em vista a
saturação dos transportes rodoviários existentes nessas localidades, buscando por
meio da realização deste estudo verificar o atendimento da demanda do transporte
de passageiros em critérios de tempo, qualidade e custo.
Além das vantagens logísticas na implantação de hidrovias, esse modal
favorece o crescimento turístico da região a ser implantada, sendo aqui fator de
destaque, uma vez que, o Estado de Alagoas possui considerável potencial turístico.
Dessa forma, essa pesquisa se tornou importante para a caracterização dos
elementos de um projeto hidroviário com o levantamento das vantagens e
desvantagens técnicas de sua realização, dando respaldo a escolha deste modal
como solução para atender a demanda e desafogar as vias que ligam os municípios,
objetos de estudo – Maceió e Marechal Deodoro.
1.1Tema
Análise de viabilidade de implantação de uma hidrovia na Lagoa Manguaba:
ligação Marechal Deodoro a Maceió.
1.2 Problema
O alto custo na tarifação dos transportes rodoviários somado a falta de opção
de modais que interligue o município de Marechal Deodoro a Maceió, vem afetando
diretamente a população que tem a necessidade, principalmente diária, de realizar
esse trajeto.
O valor da tarifa do transporte rodoviário é de R$5,00 por trecho, conforme a
Associação dos Transportes Complementares de Marechal Deodoro (2017). Neste
sentido uma pessoa que trabalha de segunda a sábado num ou noutro município e
recebe 01 (uma) salário mínimo, comprometeria pouco mais de 25% de sua renda,
apenas com transporte intermunicipal, impactando diretamente na renda da
população de passageiros, que não tem outra alternativa de transporte.
11
Somado a isso está a precariedade do transporte rodoviário existente, uma
vez que é comum num mercado sem concorrência se chegar a estagnação da oferta
de produto, no caso do transporte.
Dessa forma, esta pesquisa busca responder: Como resolver a demanda
crescente de mobilidade da população de usuários do transporte intermunicipal de
Marechal Deodoro, por meio de uma hidrovia?
Trazendo uma análise de implantação de um modal hidroviário que liga os
municípios de Marechal Deodoro e Maceió, tendo em vista oferecer uma alternativa
para o atendimento da demanda de passageiros e proporcionar o desenvolvimento
das comunidades que façam parte de seu percurso.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Analisar a viabilidade da implantação de uma hidrovia interligando os
municípios de Marechal Deodoro a Maceió.
1.3.2 Objetivos específicos
Averiguar as condições técnicas relacionadas a implantação da hidrovia;
Verificar os possíveis locais de implantação dos terminais portuários ao
longo do canal;
Pesquisar a demanda de passageiros cativos e eventuais do sistema.
1.4 Justificativa
Um dos mais ricos municípios alagoanos, Marechal Deodoro, está localizado
as margens das lagoas Mundaú-Manguaba. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (2010) a população estimada do município em 2017 é
12
de 52.260 habitantes, apresentando 144 habitantes/km², com índice de urbanização
de 49,53%; além disso, a cidade possui um importante polo industrial do Estado.
No entanto, parte significativa da população se desloca diariamente para o
polo industrial do município e para a cidade de Maceió. As formas de acesso a
essas localidades são por meio rodoviário, sendo a AL 101 Sul responsável pelo
acesso a capital do Estado; e a Rod. Divaldo Suruagy que oferece caminho ao polo
industrial de Marechal Deodoro. O modal rodoviário tem sido o único responsável
pela mobilidade da população, segundo a Prefeitura Municipal de Marechal Deodoro
- PMMD (2017).
É importante lembrar, ainda, que um terminal intermodal pode ser a porta de
entrada para muitos turistas que chegam à Maceió-Marechal Deodoro, uma vez que
além de oferecerem belezas naturais, Marechal Deodoro é uma cidade histórica.
Neste sentido é importante verificar que a Lagoa Manguaba com canais que se
encontram com a Lagoa Mundaú banham os dois municípios, o que torna
sugestionável uma hidrovia.
Figura 01: Mapa de localização Lagoa Mundaú e Manguaba
Fonte: Google Maps, 2018.
Os abundantes recursos hídricos possibilitam diversas atividades de
subsistência para sua população como a pesca e prestação de serviços turísticos,
conforme Arranjo Produtivo Local - APL (2014). Verificando-se, assim, a importância
da mobilidade na região, uma vez que, atende desde a população local como a
população visitante.
13
Por essas razões, justifica-se a necessidade de um estudo sobre uma
hidrovia, interligando as cidades de Maceió-Marechal Deodoro, com terminais
intermodais de passageiros, oferecendo atividades e serviços que proporcionem
maior interação com a população, e por consequência uma utilização mais eficiente,
desafogando o tráfego nas rodovias atualmente utilizadas e oferecendo a população
opção de deslocamento.
1.5 Referencial Teórico
O transporte fluvial tem sua origem já na civilização antiga e foi responsável
pelo desenvolvimento de cidades e do comércio. Com o avanço do conhecimento
humano em engenharia, foi possível a construção de canais e corredores de
navegação para o transporte principalmente de cargas comerciáveis.
De acordo com Cortez (1982, apud FOGLIATTI, 2004), chineses e egípcios,
antes mesmo da Era Cristã, já realizavam obras de infraestrutura hidroviária nos
rios, de modo a melhorar as condições de navegabilidade. No Ocidente, somente no
século X, devido a necessidade de se comercializar os excedentes da produção
gerados principalmente pelo Leste Europeu, surgiram as primeiras obras hidroviárias
com a construção de canais interligando centros de produção e consumo.
Até a Idade Média era característica da hidrovia o transporte predominante de
cargas, contudo foi com a chegada da embarcação a vapor que passou atender a
demanda de transporte de passageiros.
Segundo Hoel, Garber e Sadek (2011), foi com a introdução do barco a vapor
nos Estados Unidos no século XIX, que o transporte de passageiros por hidrovia
prosperou, uma vez que, atendeu tanto as necessidades do transporte de carga
como a de passageiros, e proporcionou transporte a baixo custo entre muitos locais
antes inacessíveis, tendo um papel fundamental na localização das cidades, uma
vez que, assentamentos eram mais propensos a ocorrer em locais com acesso a
portos, rios, lagos e córregos. Ainda hoje, a maioria das grandes cidades nos
Estados Unidos e no mundo estão localizadas próximo a hidrovias ou a grandes
lagos.
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Ao longo da história ficou evidenciado que as regiões portuárias se
desenvolveram em grandes centros comerciais e populacionais, uma vez, que se
tornava pontos importantes de encontro de aglomerados de pessoas de regiões
diferentes e isso se caracteriza até os dias de hoje.
Atualmente nos Estados Unidos, a participação do transporte hidroviário na
matriz de distribuição modal é significativamente grande (em torno de 30%) porque o
Rio Mississipi passa por extensas regiões de produção agroindustrial,
desembocando em portos localizados em pontos estratégicos para o escoamento da
produção de alimentos tanto para o mercado interno como para o exterior (Plano
Nacional de Logística e Transportes - PNLT, 2012).
Contudo as navegações interiores mais notáveis estão localizadas na União
Europeia, uma vez que possui a mais extensa hidrovia do mundo formada pelos rios
Reno, Danúbio e Meno. A figura 01 mostra os trechos dos rios: Rio Reno de Roterdã
até o Rio Meno na cidade alemã de Mainz (parte do trecho verde no mapa com 539
km); Rio Meno até Bamberg (restante do trecho verde no mapa com 384 km);
Europa Canal construído entre as cidades de Bamberg e Kelheim (trecho vermelho
no mapa com 171 km); e Rio Danúbio de Kelheim até o Mar Negro (trecho azul no
mapa com 2.411 km).
Figura 02: Mapa dos rios Reno, Danúbio e Meno.
Fonte: FLICKR, 2006.
Segundo Azambuja (2005, apud AMANTE, 2010), é na Europa, entretanto,
que se encontra os sistemas mais destacados de navegação interior no mundo,
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formado principalmente pelas bacias hidrográficas dos rios Reno e Danúbio
constituindo uma rede fluvial de aproximadamente 26.000 km. O rio Danúbio forma
um importante corredor de transporte que liga a Europa Ocidental à Europa Central
e oriental. Um canal construído em 1992 interligou os rios Reno, Danúbio e Meno,
localizado na Alemanha.
Na América do Sul destaca se a travessia pelo Rio da Prata, entre a Argentina
e Uruguai, realizada por embarcações, e consiste em uma importante rota de
transporte reduzindo a distância em cerca de 400 km quando comparado à rota
rodoviária. São embarcações ultramodernas, seus tamanhos e capacidades variam
desde barcos com 33 metros de comprimento e 235 passageiros, até barcos com
125 metros de comprimento e capacidade para 1.200 passageiros (AMANTE, 2010).
Colocando o Brasil sob perspectivas dimensionais e logísticas, a utilização
dos mais variados modais de transporte se torna necessário para atender a
demanda populacional em termo de deslocamento e transporte de mercadoria.
De acordo com Costa (2001, apud FERRINHO, 2013), o sistema hidroviário é
um importante segmento do setor de transporte de todo o mundo. Relata que todos
os países que possuem grandes dimensões, como o Brasil, refletem um problema
de transporte, pois é ele que obtém a integração e o crescimento das regiões mais
afastadas. Dentre os meios disponíveis, o que mais se destaca, com características
realmente polivalentes é a hidrovia. Esse modo de transporte é um fator estimulante
para as atividades comerciais, turísticas, industriais em relação às cidades. Ela é a
integração nacional, em sentido econômico, social e político.
Em conformidade com Alfredine e Arasaki (2009) o panorama hidroviário está
associado ao aumento da competitividade internacional. Introduzir esse meio poderá
garantir um desenvolvimento planejado e abrangente, interligando regiões e
proporcionando a movimentação de insumos, produtos e pessoas.
1.6 Descrição dos capítulos
Após as considerações iniciais apresentadas no Capitulo 1, o Capítulo 2
apresenta um breve histórico do transporte hidroviário e as características gerais de
uma hidrovia.
16
O Capítulo 3 mostra a metodologia adotada para realização desta pesquisa,
descrevendo as ferramentas e procedimentos utilizados para se chegar a análise
detalhada do modelo elaborado.
O Capítulo 4 apresenta os resultados e discussões a respeito da implantação
de uma hidrovia nas Lagoas Mundaú e Manguaba.
Na sequência são expostas as conclusões sobre os resultados do estudo e
recomendações para o seu aprimoramento futuro.
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2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para fins deste estudo se adotou os conceitos descritos a seguir, visando o
efetivo entendimento sobre sistemas hidroviários:
Balizamento – é o conjunto de balizas, bóias, barcas-faróis, objetos naturais
ou artificiais, padronizados ou não, e de faróis e faroletes que concorrem para a
garantia da segurança da navegação em uma região ou área perfeitamente definida.
Barragem – elemento estrutural, construída transversalmente à direção de
escoamento de um curso d’água, destinada a criação de um reservatório artificial de
acumulação de água..
Figura 03: Barragem e eclusa no rio Tietê. Fonte: Departamento Hidroviário SP, 2017.
Canal artificial – é aquele construído por obra de engenharia e se subdividem
em canais: Laterais, de Transposição e Marítimos.
Figura 04: Eclusa e canal artificial do Panamá.
Fonte: Mundo por Terra, 2015.
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Curso d’água – É um canal natural ou artificial através do qual a água pode
fluir e se classificam conforme a quantidade de afluentes que o forma.
Figura 05: Curso d’água.
Fonte: Covre, 2010
Eclusa – consiste no enchimento e esvaziamento com água, por
bombeamento ou gravidade, de uma estrutura com comportas nas extremidades.
Quando o nível da eclusa atinge a cota de montante ou de jusante, a respectiva
comporta é aberta para permitir a entrada ou saída da embarcação.
Hidrovias – são percursos pré-determinados para o tráfego sobre águas, as
hidrovias de interior podem ser rios, lagos e lagoas navegáveis que receberam
algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento para que um determinado tipo de
embarcação possa trafegar com segurança por esta via.
Lagoa – é um espaço aquático normalmente fechado, caracterizada pela
água doce ou salobra, dependendo da proximidade com o mar. As lagoas podem
variar em seu tamanho e são parecidas neste sentido aos lagos, embora geralmente
sejam menores que eles.
Lago – grande extensão de água cercada de terra, caracterizada pela água
doce e não possui ligação marinha.
Intermodal – caracteriza-se pela emissão individual de documento de
transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os
transportadores.
Multimodal – existe a emissão de apenas um documento de transporte,
cobrindo o trajeto total da carga ou passageiro, do seu ponto de origem até o ponto
de destino.
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Modais de transporte – são modais de transporte básicos o ferroviário, o
rodoviário, o aquaviário, o dutoviário, e o aéreo. A importância relativa de cada
modal pode ser medida em termos da quilometragem, velocidade, abrangência,
volume de tráfego e receita, podendo existir sistemas intermodais e multimodais.
Figura 06: Modais de Transportes.
Fonte: Baddini, 2013.
Sistema aquaviário – é composto de vias marítimas e interiores, bem como de
portos e terminais. Divide-se em dois subsistemas, o fluvial ou navegação de
interiores, e o marítimo, que abrange a circulação nos oceanos e mares.
Sinalização náutica –- é o conjunto de sinais náuticos visuais, fixos ou
flutuantes, externos à embarcação, especificamente estabelecidos com o propósito
de garantir uma navegação segura e econômica nas vias navegáveis.
Terminal aquaviário – edificação autorizada por órgão competente,
integrante da infraestrutura, necessário a operação das embarcações, que permitem
o embarque, desembarque e deslocamento de todos os passageiros ou cargas.
Figura 07: Terminal aquaviário de Maceió.
Fonte: APMC, 2017.
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Transporte hidroviário ou aquaviário – é o tipo de transporte que utiliza a água
como fonte de locomoção, seja rios, lagos, mares, oceanos ou canais, para
transporte de pessoas e/ou mercadorias.
Terminal multimodal – edificação autorizada por órgão competente, integrante
da infraestrutura necessária para o transporte de pessoa ou carga até o seu destino
através de uma sequência de pelo menos dois modos de transportes.
Figura 08: Projeto para terminal multimodal em Recife.
Fonte: Brandão, 2012.
2.1 Sistema hidroviário brasileiros
De acordo com Geipot (2001, apud FOGLIATTI, 2004), a participação do
modal hidroviário na matriz de transporte brasileira é bastante modesta,
representando cerca de 13,86%.
O Brasil, país de grande potencial hídrico, está desenvolvendo suas hidrovias mais tarde que aqueles países europeus e norte-americanos que utilizam, significativamente, a navegação fluvial como meio de transporte. Este atraso, contudo, faz com que o desenvolvimento das hidrovias brasileiras esteja acontecendo em um momento em que há um maior acúmulo de conhecimento científico e tecnológico sobre os impactos ambientais do transporte aquaviário, ao mesmo tempo em que aparecem equipamentos e materiais considerados mais apropriados para a construção e a operação de embarcações (PADOVEZI, 2003, p. 2).
Nesse sentido, embora de forma tardia, em relação aos países desenvolvidos
e com características propicias a implantação de hidrovias, o Brasil tem avançado no
desenvolvimento hidroviário mais preparado tecnologicamente, podendo fazer uso
de seu potencial hídrico de forma mais consciente.
21
Segundo Felipe Junior (2008, apud FERRINHO, 2013), a expansão rodoviária
foi de extrema importância para a integração do território e solidificação do mercado
interno, ao mesmo tempo em que surgem as hidrovias e terminais portuários em
vários cursos fluviais brasileiros. Como exemplo tem a Hidrovia Tiete - Paraná e dos
portos intermodais paulistas, mediante a criação de uma base infra-estrutural, como
as eclusas, canais artificiais, barragens etc.
Para integração do mercado territorial, o modal rodoviário teve grande valor,
paralelo ao modal hidroviário, por meio da formação de sua estrutura.
Todavia, segundo Alfredini e Arasaki (2009) as principais redes fluviais do
mundo se encontram no Brasil, destacando-se as hidrovias dos rios Madeira-
Amazonas, Araguaia-Tocantins, São Francisco, Paraguai-Paraná e Tietê-Paraná.
Embora tenha-se mais bibliografia de hidrovias com função de transporte de
carga, o transporte de passageiros também tem seu destaque, como destaca
Gomes (2008, apud AMANTE, 2010).
O sistema do Rio de Janeiro é o mais importante sistema de transporte
hidroviário de passageiros do país, sendo constituído por três linhas principais. Em
1998 foram transportados cerca de 22,9 milhões de passageiros, e só na linha Praça
XV-Niterói foram transportados, aproximadamente, 32% do total de passageiros que
atravessaram a Baía da Guanabara pelas hidrovias e ônibus intermunicipais,
tornando esta linha, a maior do Brasil, em número de passageiros, frota e
capacidade das embarcações.
Figura 09: Mapa da hidrovia no Rio de Janeiro.
Fonte: MAP OF RIO DE JANEIRO, 2017.
22
O modal aquaviário é fundamental para promover e integrar o país interna e
externamente. Afinal, são 8 bacias de rios navegáveis, pelo menos, 7 hidrovias e 29
terminais fluviais, como pode ser observado nas Figuras abaixo:
Figura 10: Hidrovias e bacias hidrográficas do Brasil
Fonte: BARBOSA, 2015.
Figura 11: Eixos portuários do Brasil
Fonte: FONSECA, 2015.
23
2.2 Embarcações Fluviais
As embarcações devem ter características adequadas às possibilidades de
navegação da hidrovia a que se destinam. Assim sendo, são necessários estudos
individuais visando o estabelecimento de embarcações para cada hidrovia em
particular.
Um erro comum é tentar adaptar uma dada hidrovia para um determinado tipo
de embarcação ou comboio; o correto é tornar as embarcações compatíveis com as
possibilidades da via navegável (MIGUENS, 2000).
As embarcações são classificadas conforme Norman-02 (2005) quanto ao tipo
de navegação, à atividade ou serviço em que serão empregadas e sua propulsão,
conforme Quadro 01.
Quadro 01: Classificação das embarcações
CLASSIFICAÇÃO DE EMBARCAÇÕES HIDROVIÁRIAS
NAVEGAÇÃO INTERIOR
APOIO PORTUÁRIO
ATIVIDADE
MILITAR ESPECÍFICA (EX.:
PESQUISA/DRAGAGEM)
REGULAR
TURÍSTICA
PESQUEIRA
PROPULSÃO
REMO
VENTO
MOTOR (VAPOR/DIESEL/GÁS)
Fonte: Norman-02, 2005.
De acordo com Padovezi (2003), a embarcação é dividida, para avaliação, em
três subsistemas ligados à sua concepção básica: casco, propulsão e manobras.
Também é importante que seja levada em conta a operação, já que serão focados
aspectos ambientais, de eficiência e de segurança, que, sem dúvida, são afetados
significativamente pela operação da embarcação.
24
Quadro 02: Características das embarcações
EMBARCAÇÃO VIA NAVEGÁVEL DETALHES
CASCO
RESTRIÇÕES DA VIA Profundidades, larguras, curvas
ASPECTOS AMBIENTAIS Interferência com fundo, ondas
EFICIÊNCIA DO TRANSPORTE Carga útil x Velocidade
PROPULSÃO
VELOCIDADE MÁXIMA
SEGURANÇA Paradas, condições críticas
ASPECTOS AMBIENTAIS Jato dos hélices, emissões
MANOBRAS
RESTRIÇÕES DA VIA
SEGURANÇA Condições críticas de navegação,
emergência
OPERAÇÃO
VELOCIDADE
ASPECTOS AMBIENTAIS Lastreamento, condições
ambientais
SEGURANÇA
Fonte: Padovezi, 2003
Por meio dos parâmetros de embarcações conforme pode ser visto no quadro
supra demonstrado, é possível identificar a tipologia conveniente em decorrência do
corredor navegável.
É importante perceber que em se tratando de embarcações voltadas a
navegação em hidrovias fluviais para fins de transporte de carga e/ou passageiros o
formato da embarcação é diferenciado das destinadas a navegação marítima como
podemos observar na Figura 12.
Figura 12: Diferença de embarcação marítima e fluvial
Fonte: Ratton, 2015.
Segundo Ratton (2015), as características gerais desejáveis são: calado
compatível com a hidrovia, dimensões adequadas aos raios de curvatura da
hidrovia; boa manobrabilidade; ampla visibilidade; recursos para desencalhe;
capacidade de armazenamento de combustível; tratamento da água do rio; radar;
holofote com foco direcional e ecobatímetro.
25
Quando se fala em calado da embarcação se refere a distância vertical do
fundo da embarcação até a linha d’água Figura 13.
Figura 13: Dimensões características de uma embarcação
Fonte: CAETANO, 2014.
As dimensões adequadas das embarcações para trafegar por uma hidrovia
são fundamentalmente determinadas pelas características desta. Com base nas
seguintes medidas a serem observadas Figura 14.
Figura 14: Dimensões dos canais
Fonte: Ratton, 2015.
26
2.2.1 Embarcações fluviais para o transporte regular
Existem diversas formas de embarcações, contudo para fins deste estudo é
interessante demonstrar apenas as embarcações com características para o
transporte regular:
Iate – Embarcação de esporte e/ou recreio com comprimento igual ou
superior a 24 metros. É um tipo de embarcação a motor, usado para lazer, pesca,
mergulho ou serviço.
Figura 15: Embarcação iate
Fonte: EBOAT, 2017.
Lancha – Embarcação rápida, de vários formatos e portes, com propulsão
mecânica, normalmente utilizada para transporte de pessoal ou no esporte e/ou
recreio.
Figura 16: Embarcação lancha
Fonte: ESTALEIRO, 2017.
27
Trawler – Embarcação grande, com segurança, conforto e praticidade.
Projetada e construída para enfrentar o mar e suas ondas, permanecendo longos
períodos em mar alto, arrastando redes gigantescas e transportando toneladas de
gelo e pescado.
Figura 17: Embarcação trawler
Fonte: OTRANTO, 2014.
Empurrador – Embarcação que empregam grande potência, destinada a
empurrar uma ou um conjunto de barcaças que formam um comboio. Tem alto
desempenho sob condições difíceis.
Figura 18: Embarcação empurrador
Fonte: ESTALEIRO, 2017.
28
Catamarã – Embarcação espécie de jangada podendo ser a motor ou a vela,
é formado por dois cascos paralelos e independentes, o que faz com que ela tenha
maior estabilidade. Entre estes cascos existe uma plataforma que pode conter uma
cabine.
Figura 19: Embarcação catamarã
Fonte: BOIPEBA, 2017.
Barco saveiro – Embarcação construída normalmente em madeira. Nas
originais e mais antigas até os pregos eram feitos de madeira.
Figura 20: Embarcação barco saveiro
Fonte: BOIPEBA, 2017.
29
Ferry boat – Embarcação em que a carga entra e sai dos porões na horizontal
e geralmente sobre rodas (como os automóveis, ônibus e caminhões) ou sobre
outros veículos capazes de transportar veículos e passageiros. Utilizado em viagens
curtas.
Figura 21: Embarcação ferry boat
Fonte: ESTALEIRO, 2017.
Chatas – Embarcação de fundo chato, com ou sem propulsão própria
destinada ao transporte de granéis líquidos ou secos. Quando sem propulsão, seu
movimento é provido por um rebocador ou empurrador. O mesmo que alvarenga e
batelão.
Figura 22: Embarcação chata
Fonte: NETO, 2013.
30
2.3 Parâmetros normativos adotados
Para estabelecimento da viabilidade de implantação de uma hidrovia é
indispensável não somente demanda mas, também atendimento de um conjunto de
requisitos normativos.
A navegação (estabelecimento e operação) mantida no território nacional
deve obedecer à legislação NORMAN-17 (Normas da Autoridade Marítima para
Auxílios à Navegação).
Quanto a acessibilidade dos terminais aquaviários e embarcações se fez
respaldo na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Norma técnica NBR
15450:2006 (referente à acessibilidade de passageiros no sistema de transporte
aquaviário).
Quanto a determinação das dimensões básicas da hidrovia, bem como
aspectos dimensionais das embarcações contemplaram os parâmetros relacionados
a seguir:
2.3.1 Balizamento e sinalização náutica
A direção convencional de balizamento pode ser de duas formas:
Em lagos não associados a rios, a direção convencional do balizamento será
a do sentido Norte/Sul verdadeiro;
Em rios não associados a uma baía, enseada ou estuário marítimos a
direção convencional do balizamento será sempre da foz para a nascente.
Figura 23: Convenção básica de balizamento
Fonte: Ratton, 2015
31
Quanto as normas de sinalização as dimensões dos painéis devem permitir
ao navegante identificá-los plenamente a uma distância suficiente para empreender
a ação neles indicada. Essa distância deve estar explícita no projeto de sinalização,
sendo sempre função das condições da via navegável e das embarcações que a
utilizam. Para dimensionar os painéis e seus símbolos, consideram-se as relações
indicadas na tabela abaixo, sendo que as distâncias de avistamento dos diversos
símbolos (setas e letras) poderão ser avaliadas conforme as relações estabelecidas
para a letra “T”, tomada como exemplo.
Quadro 03: Dimensões dos painéis
Fonte: Norman-17, 2008.
O painel de sinalização exibirá uma cor básica de fundo cuja finalidade é
oferecer o melhor contraste possível com o símbolo gráfico que contém a
informação relevante para o navegante. As combinações previstas são:
painel laranja ou encarnado – símbolo na cor preta;
painel na cor branca – símbolo na cor verde ou encarnada;
painel na cor preta – símbolo na cor amarela ou branca.
As cores das placas dependem da margem à qual a orientação se refere.
32
Figura 24: Placas de sinalização aquaviária
Fonte: Norman-17, 2008.
Na Figura 25, se verifica a locação de placas, onde se observa a preservação
da visibilidade e ao lado se tem a planta de localização das mesmas, oferecendo
uma visão do sentido de tráfego.
Figura 25: Locação das placas de sinalização aquaviária
Fonte: Ratton, 2015.
33
Percebe se na Figura 26, a importância da sinalização em locais de pontes e
travessias.
Figura 26: Sinalização de pontes e travessias
Fonte: Ratton, 2015.
O mesmo contexto de segurança e fluidez deve existir independente do
horário de tráfego. Neste sentido, a Figura 27 demonstra como a sinalização se
comporta em períodos diurno e noturno.
Figura 27: Sinalização em pontes e travessias
Fonte: Norman-17, 2008.
São 4 (quatro) as categorias básicas de sinais náuticos que compõem o
referido sistema: Sinais Laterais; Sinais Cardinais; Sinais de Perigo Isolado e Sinais
de Águas Seguras.
34
a) Sinais Laterais - são aqueles empregados para definir as margens de um
canal ou uma via navegável recomendada, segundo a direção convencional
do balizamento.
Figura 28: Sinais laterais Fonte: Norman-17, 2008.
35
b) Sinal Cardinal - é aquele empregado para indicar ao navegante o
quadrante da rosa-dos-ventos que possui águas seguras – norte (N), leste
(E), sul (S) ou oeste (W) –, limitado respectivamente pelas marcações
verdadeiras NW e NE, NE e SE, SE e SW, e SW e NW, tomadas a partir da
posição do sinal.
Figura 29: Sinal Cardinal Fonte: Norman-17, 2008.
c) Sinal de Perigo Isolado (Cego ou luminoso) - é estabelecido nas
proximidades ou sobre um perigo considerado isolado, que tenha águas
navegáveis em toda a sua volta.
Figura 30: Sinal de perigo Fonte: Norman-17, 2008.
36
d) Sinal de Águas Seguras (Cego ou luminoso) - é empregado para indicar a
existência de águas navegáveis em todo o seu entorno, o meio de um
canal, um ponto de aterragem ou um ponto de espera.
Figura 31: Sinal de águas seguras
Fonte: Norman-17, 2008.
2.3.2 Largura mínima do canal
De acordo com Silva (2015), a moderna técnica de navegação por empurra,
no Brasil, recomenda que a largura mínima normal deverá ser igual a 2,2 vezes a
largura total do comboio, se forem proibidos os cruzamentos e as ultrapassagens.
Quando forem permitidos os cruzamentos e as ultrapassagens, a largura mínima do
canal deverá ser igual a 4,4 vezes a largura total do comboio.
Segundo Brighetti (1999, apud SILVA, 2015), em casos excepcionais, quando
o balizamento for bastante denso em trechos retos, de pequena extensão, como
passagem de baixios, entrada de portos etc., e onde obrigatoriamente a velocidade
37
de navegação seja reduzida, as larguras mínimas para o canal podem ser reduzidas
até 1,5 vezes a largura do comboio.
Conforma Ratton (2015), as larguras desejáveis para os canais de
navegação, são:
vias de mão simples: 3,6 x larg. do comboio;
vias de mão dupla: 6,8 x larg. do comboio;
trecho reto com sinalização e balizamento: 2,2 x largura do comboio;
pontes sem cruzamento de embarcações: 4,1 x largura do comboio.
2.3.3 Vão livre
Conforme Silva (2015), no que se refere à largura dos vãos de pontes, em
trecho retilíneo de canal as faces internas dos pilares devem ter distância mínima
correspondente à largura mínima do canal mais uma folga de 5m, enquanto que nas
curvas cada caso particular deve ser avaliado.
2.3.4 Altura livre sob pontes e sob interferências
A altura livre mínima de 7m, adotada em alguns rios brasileiros, foi
insuficiente, sendo então recomendado adotar um valor em torno de 9 a 10 m, se for
não possível adotar os 15 m, recomendado como conveniente para a passagem de
grandes comboios de empurra.
2.3.5 Classificação dos rios para navegação
Segundo Alfredini e Arasaki (2009, apud SILVA, 2015), para a
regulamentação do modal hidroviário, o Plano Nacional de Vias Navegáveis
Interiores – PNVNI/1989 dividiu as hidrovias em classes, de acordo com o seu
potencial de transporte, especificando tipos de embarcações e gabaritos para a
navegação, conforme apresentado na Tabela abaixo.
38
Figura 32: Classificação dos rios
Fonte: Ratton, 2015.
2.3.6 Terminal aquaviário
De acordo com Ferreira (2005, apud MIRANDA, 2013) os terminais devem:
ser projetados viabilizando embarque e desembarque de passageiros com pequenos
volumes e separados das cargas maiores que serão transportadas; sua localização
deve ser em boas vias de acesso para o transporte rodoviário, próxima a pontos de
ônibus e táxi; os atracadouros devem prever uma atracação e saída rápida.
Segundo Miranda (2013), o projeto do terminal deve ter proteção contra sol e
chuva, segurança pública, condições de higiene, assento para os passageiros, e
qualidade dos serviços prestados ao usuário. Além disso, deve ser acessível à
portadores de necessidades especiais, conforme NBR 15450:2006.
2.4 Navegabilidade e impactos ambientais
Conforme Santana (2008) relata que em estudo sobre impactos dos
transportes sobre o meio ambiente realizado em 12 países componentes da
comunidade Europeia, comparando diferentes modais revelou que o transporte
fluvial teve menores índices de impactos ambientais, conforme pode ser visto na
Tabela 02.
39
Tabela 02: Impactos ao meio ambiente por diferentes modais de transporte
. Fonte: Frauenhofer Institute Karlsruhe (1994) apud SANTANA (2008).
Para Santana (2008) ações deverão ser integradas e coordenadas para que
os atores envolvidos com um projeto hidroviário “sustentável” possam tomar
decisões que colaborem para uma gestão ambiental certificada pela Norma NBR-
ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), são elas:
• Identificar e quantificar os aspectos e os impactos ambientais;
• Identificar as situações de riscos;
• Selecionar ações e medidas a serem realizadas quanto ao Planejamento, a Implantação, a Operação, Manutenção e a Desativação de projetos hidroviários contemplando as premissas de um Sistema de Gestão Ambiental;
• Selecionar ações e medidas a serem realizadas quanto ao controle, que envolvam também, a correção e a prevenção;
• Definir os papéis dos atores de cada nível hierárquico embasando-os com a legislação vigente para cada órgão interveniente tais como: Ministério dos Transportes (ANTAQ e DNIT) Ministério; Ministério do Meio Ambiente (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Amazônia Legal - IBAMA e Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA); Ministério da Defesa (Marinha do Brasil); Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério Público da União; Fundação Nacional do Índio - FUNAI; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, organismos estaduais e municipais, etc.
• Contemplar ações técnicas e economicamente viáveis para as soluções ecologicamente corretas. (SANTANA, 2008, p. 12 e 13)
Cabem ressaltar que para a execução de qualquer projeto de melhoramento
de um curso d’água para fins de navegação, devem ser realizados previamente
estudos hidrográficos Silva (1962, apud FOGLIATTI, 2004).
Os efeitos negativos ambientais causados pelas hidrovias podem ser
provocados por máquinas e passageiros.
40
De acordo com Padovezi (2003), os impactos ambientais que podem advir do
transporte hidroviário apresentam três níveis diferentes: os impactos de obras de
implantação e melhoria da hidrovia; os impactos da operação das embarcações; os
impactos resultantes do desenvolvimento regional provocado pela melhoria do
transporte de cargas e ou de passageiros.
As mudanças inseridas pelo homem podem gerar alterações que transformam
os estados naturais da bacia, a geometria do canal do rio e os meios de transportes,
ocasionando consequentemente confusões nos seus ecossistemas.
Segundo Sema (1998, apud FOGLIATTI, 2004), as intervenções e atividades
antrópicas realizadas na bacia hidrográfica podem alterar de maneira significativa as
condições de seus cursos d’água. A dinâmica natural destes, sem alterações
antrópicas, leva à formação de uma variedade de núcleos biológicos, estruturas e
condições especificam que, em conjunto, determinam os ecossistemas dos rios.
Os impactos ambientais do transporte hidroviário, variam de rio para rio e de
projeto para projeto. Os impactos ambientais diretos são decorrentes da obra em si:
interrupção de cursos d'água, desmatamentos, empréstimos de terra, fragmentação
de habitats ou de caminhos e abrigos utilizados pela fauna.
As hidrovias brasileiras tem poucos impactos diretos porque, praticamente,
não necessitam de canais artificiais. Os impactos indiretos são aqueles decorrentes
da operação da via de transporte, sendo os mais importantes: as operações de
manutenção – dragagem e derrocamento – a colonização agropecuária e a
instalação de comércio e indústria nas margens da via ou em artérias secundárias
Schneider (2000).
A navegação pode impactar o meio ambiente tanto no oceano como nas
hidrovias interiores.
A literatura aponta como origem desses impactos seis fontes principais: (i) descargas de rotina de água de lastro e água do porão da navegação marítima; (ii) despejo de resíduo sólido não biodegradável; (iii) derramamento acidental de óleo, tóxicos ou outra carga ou combustível nos portos e durante o trajeto; (iv) emissões de ar das casas de máquinas dos navios; (v) construção e manutenção de portos, rios e canais; (vi) dano ecológico devido à introdução de espécies não nativas transportadas nos navios. (BANCO MUNDIAL, 1997, apud SCHNEIDER, 2000, p. 38).
41
Em 28 de abril de 2000, foi sancionada a Lei nº9.966, que dispõe sobre a
obrigatoriedade da implantação de plano de emergência no terminais portuários,
águas interiores, plataformas off-shore, marinas e todo e qualquer empreendimento
sujeito a causar poluição da água por hidrocarbonetos e/ou substâncias
consideradas nocivas, tendo em vista reduzir as ocorrências de derramamentos
acidentais.
2.5 Lagoa Manguaba
Marechal Deodoro foi a primeira capital de Alagoas e berço do proclamador
da República do Brasil, o qual foi homenageado dando nome à cidade. Sua
riqueza arquitetônica datada dos séculos XVI, XVII e XVIII possibilitou que a
cidade fosse tombada pelo patrimônio histórico nacional. A cidade conta com
o maior complexo lagunar do Brasil, formado pelas lagoas de Manguaba e
Mundaú, além de abrigar diversas ilhas, destacando-se a ilha de Santa Rita, a
maior ilha lacustre do País, a qual é uma área de proteção ambiental.
As primeiras povoações da região das lagoas: nesta
época houve o desenvolvimento, como resultado da exploração de navegadores que
aportavam nas enseadas e nos ancoradouros naturais, beneficiados pelos arrecifes
próximos à costa, em busca da madeira e do Pau Brasil. Nesta época, o território era
conhecido pela referência às suas duas maiores lagoas: Mundaú e
Manguaba e foi denominado “das Alagoas”.
Na época da colonização: o ambiente lagunar serviu durante os primeiros
séculos da colonização como ponto de apoio para a penetração dos desbravadores
para o interior do território alagoano. Os rios e lagoas constituíam vias de
escoamento de mercadorias. Do ambiente lagunar, o homem aproveitou seus
recursos naturais e suas lagoas e seus canais como via de transporte.
No final do século XIX: o advento dos transportes ferroviário e rodoviário
retirou das lagoas o seu valor enquanto via de comunicação e local de
comercialização.
42
Até os anos 60 o transporte lacustre ainda se fazia presente com uma rota
que levava passageiros entre os Municípios de Maceió e Marechal Deodoro,
Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte, e vice e versa. A partir da construção e
melhoramento das estradas como a BR 316, favoreceu-se o transporte
rodoviário entre Maceió a Recife e a Aracaju passando por Satuba e a Chã
do Pilar, enfraquecendo-se, em definitivo, o uso das lagoas como via de
transporte.
Os abundantes recursos hídricos possibilitam diversas atividades de
subsistência para sua população como a pesca e prestação de serviços turísticos
como passeios, mergulhos, aulas de esportes náuticos, nado ou de simples
contemplação da natureza.
O Complexo Lagunar concentra a maior parte dos passeios náuticos. As
saídas ocorrem a partir do Trapiche em Maceió e do Porto da Barra em Barra de
São Miguel. Operadoras de turismo incluem em seus pacotes estas atividades,
contudo são meios apenas turísticos, não existindo a expansão para o transporte
regular.
3 METODOLOGIA
43
Neste item apresenta-se a metodologia que foi utilizada para a realização da
pesquisa, ou seja, o método do estudo, ferramentas para a coleta dos dados e os
parâmetros para a análise dos mesmos.
De acordo com Minayo (2001, apud FONSECA, 2002), a metodologia envolve
a escolha do espaço de pesquisa, a escolha do grupo de pesquisa, o
estabelecimento dos critérios de amostragem, a construção de estratégias para
entrada em campo, a definição de instrumentos e procedimentos para a análise dos
dados.
3.1 Tipo de Estudo
Do ponto de vista das ciências, a pesquisa foi do tipo bibliográfica e de
campo, onde foram coletados, quantificados, e registrados os dados para fins de
análise, interpretação e propostas de soluções do problema pesquisado.
O estudo pode ser caracterizado como exploratório e descritivo baseado em
levantamentos e em identificação de referencial teórico e normativo para o
estabelecimento de uma hidrovia para o transporte regular de passageiros na Lagoa
Manguaba, considerando que é fundamental para compreensão da pesquisa, a
descrição do conjunto de conceitos e parâmetros que permeiam o presente estudo.
3.2 Local da Pesquisa
Para fins deste estudo foi considerada a faixa lagunar divisória dos municípios
de Marechal Deodoro e Maceió, tornando-se imprescindível realização de visitas
para reconhecimento dos possíveis locais para implantação dos terminais portuários
dos municípios, e demais características que auxiliam na viabilidade de implantação
da hidrovia.
3.3 Amostra
44
Um dos fatores determinantes na implantação de uma nova modalidade de
transporte é a demanda, sendo assim, foi preciso quantificar, por meio de dados
fornecidos por associações e pelos órgãos da administração pública responsável, a
demanda de transportes de passageiros entre os dois municípios.
Da mesma forma, também, foi oportuno realizar uma pesquisa para
averiguação de implantação de outro sistema de transporte junto aos usuários dos
transportes ofertados atualmente e da comunidade ribeirinha afetada diretamente,
uma vez, implantada uma hidrovia na Lagoa Manguaba.
Portanto, a população foco da pesquisa foram as pessoas usuárias do
transporte intermunicipal entre Marechal Deodoro a Maceió, as associações de
transporte intermunicipal, a administração pública, pescadores e moradores da
comunidade ribeirinha.
Para determinar o tamanho da amostra foi utilizada 0,05% da população de
Marechal Deodoro, segundo o IBGE a população no ano de 2017 era 52.260
pessoas, portanto trabalhou-se com 26 pessoas.
3.4 Instrumento de coleta de dados
No estudo, a principal fonte de obtenção de dados foram os formulários
respondidos pela população ribeirinha e usuária do transporte regular intermunicipal
(Apêndice A) contendo 16 (dezesseis) questões objetivas (fechadas).
O total de formulários entregues e respondidos foram 26 (vinte e seis), igual
ao tamanho da amostra. Contudo, algumas questões não puderam ser respondidas
por parte da amostra que não faz uso do transporte intermunicipal.
Todavia, as demais questões inerentes a implantação de um modal
hidroviários puderam ser respondidos por todos, independentemente de fazerem ou
não uso de transporte entre as cidades de Marechal Deodoro a Maceió.
Durante a aplicação do formulário, foi possível explicar a proposta do trabalho
e considerar os comentários receptivos ao mesmo.
Quanto as observações das possíveis rotas para implantação da hidrovia foi
realizado travessia e reconhecimento da região e comunidades ribeirinhas.
(Apêndice B).
45
3.5 Métodos de tabulação dos dados
Após a coleta dos dados, os mesmos foram tabulados com a indicação dos
quantitativos e percentuais relativos a cada resposta das questões apresentadas no
formulário, a fim de facilitar a organização dos mesmos com o uso de gráficos. Os
dados coletados nas entrevistas semiestruturadas foram integrados ao conteúdo e
agregado no processo de análise dos dados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Rota favorável a hidrovia
46
A proposta foi elaborada tomando como ponto de partida o terminal localizado
no Centro Histórico de Marechal Deodoro (Figura 33), local onde situa-se o terminal
portuário, o que permite o aproveitamento da estrutura existente, realizando apenas
adequações, além disto, por ser uma região de grande fluxo de pessoas favorece a
concentração de passageiros que possam fazer uso do proposto transporte
intermunicipal, o que proporcionaria o estabelecimento de um terminal multimodal.
Figura 33: Hidrovia Marechal Deodoro x Maceió
Fonte: Google Maps, 2018.
Partindo deste terminal, ainda realizaria passagem por terminais hidroviários
intermediários, passando pelo Povoado Massagueira, na sequência, no Terminal
localizado na Ilha de Santa Rita e por fim no Terminal no Condomínio Laguna, onde
este último trata-se de um terminal multimodal, onde os passageiros poderiam
utilizar do transporte rodoviário para conclusão do destino até a cidade de Maceió.
4.1.1 Distância e tempo de percurso
47
A rota hidroviária proposta possui uma distância de pouco menos 15 km e a
rota, praticada atualmente, por meio das Rodovias AL 215 e AL101 Sul tem, juntas,
um percurso de quase 18 km até Maceió, como se observa na Figura 34.
Figura 34: Rota Hidroviária X Rota Rodoviária
Fonte: Google Maps, 2018.
Quadro 04: Características das embarcações CARACTERÍSTICAS
EMBARCAÇÃO
VELOCIDADE
MÉDIA ENERGIA CAPACIDADE FREQUÊNCIA
HIDROVIÁRIO 30 km/h diesel 35 pessoas 15min
RODOVIÁRIO 18 km/h diesel 31 pessoas 15min
Fonte: Autor, 2018
Tal fato possibilita a redução do tempo para realização do percurso até
Maceió. Levando em consideração a situação atual, em que por meio do transporte
rodoviário o trajeto é realizado em média no tempo superior a 1 hora.
4.1.2 Terminais
Os terminais sugeridos, para a configuração da hidrovia proposta, foram
determinados utilizando o critério de localização e densidade de passageiros e neste
sentido foram estabelecidos 04 pontos, conforme ilustrados na Figura 35.
48
Figura 35: Terminais hidroviários
Fonte: Google Maps, 2018.
O primeiro terminal (T1), fica localizado no Centro Histórico de Marechal
Deodoro, devido à grande concentração de usuários de transporte coletivo com
destino à capital Alagoana.
A área já dispõe de um píer em concreto; acesso via escadaria e rampa;
possui iluminação; apresenta uma vegetação rasteira junto ao píer e detém espaço
para implantação do terminal, como pode ser observado nas Figuras 36 e 37.
Figura 36: Terminal Centro Histórico (T1)
Fonte: Autor, 2018.
49
Figura 37: Terminal Centro Histórico (T1)
Fonte: Autor, 2018.
O segundo terminal (T2) ficou localizado a uma distância de 6 km do Centro
Histórico, como ilustra a Figura 38, situando-se no povoado Massagueira, região
bastante povoada e visitada por turistas.
Figura 38: Distância entre T1 e T2
Fonte: Google Maps, 2018.
50
A região escolhida para implantação do segundo terminal (T2) dispõe de
espaço territorial para o mesmo, conforme mostra as Figuras 39 e 40. Além disso,
trata-se de uma localidade populosa. Independente do esboço/traçado de terminal,
há elementos presentes em infraestrutura de terminais que são essenciais a
operacionalização destes, tais como: cais; píer; local de atracação do veiculo;
acesso adequado para embarque/desembarque de passageiros; postes de
iluminação; local para paradas/estacionamento de veiculo; dentre outros.
Figura 39: Terminal no Povoado Massagueira (T2)
Fonte: Autor, 2018.
Figura 40: Terminal no Povoado Massagueira (T2)
Fonte: Autor, 2018.
51
O terceiro terminal (T3) foi definido na Ilha de Santa Rita, maior ilha lacustre
do Brasil, o que a torna um ponto com considerável aglomerado de passageiros e
encontra-se a uma distância de 4,6km do terminal da Massagueira, como observado
na Figura 41.
Figura 41: Distância entre T2 e T3
Fonte: Google Maps, 2018.
A região do terceiro terminal (T3), conforme as Figuras 42 e 43, caracteriza-se
por ser ponto turístico, com bares, restaurantes, pousadas e hotéis, já instalados.
Figura 42: Terminal na Ilha de Santa Rita (T3)
Fonte: Autor, 2018.
52
Figura 43: Terminal na Ilha de Santa Rita (T3)
Fonte: Autor, 2018.
O último terminal (T4), situado na frente do condomínio Laguna está a uma
distância de 4,3km do terminal da Ilha de Santa Rita, como mostra a Figura 44.
Figura 44: Distância entre T3 e T4
Fonte: Google Maps, 2018.
O último terminal (T4) trata-se de um ponto multimodal, onde os passageiros
do transporte hidroviário terão acesso, no mesmo ambiente, ao meio de transporte
rodoviário permitindo a conclusão do trajeto até Maceió. Encontra-se na Figura 45
53
um esboço de elemento presentes na infraestrutura de terminais. Trata-se de um
esboço-proposto pelos pesquisadores nos quais não houve uma quantificação de
custo/implantação.
O terminal multimodal trata-se de uma integração entre modais, sendo
caracterizado pela existência de uma tarifa única para conclusão do trajeto
escolhido, mesmo ocorrendo o embarque e desembarque em meios de transporte
distintos, como no caso em estudo: hidrovia e rodovia.
Figura 45: Layout de um terminal multimodal
Fonte: Autor, 2018.
A Figura 46 mostra o local escolhido para o terminal (T4), a região dispõe de
espaço para implantação e fica próximo à AL 101 Sul.
Figura 46: Terminal Laguna (T4)
Fonte: Autor, 2018.
54
No espaço hachurado apresentado na Figura 47, atualmente há vegetação e
para a construção/implantação do T4 deve haver um estudo sobre o aspecto
ambiental (EIA/RIMA) contemplando ações mitigatórias/compensatória, tais como:
plantações de árvores entre outro locais, local de apoio para proteção aos animais
afugentados da região, materiais utilizados os mais sustentáveis possível,
aproveitamento de mão de obra local no momento da construção, implantação de
oficinas de conhecimento gerais relativos a gestão ambiental.
Figura 47: Terminal Laguna (T4)
Fonte: Google Maps, 2018.
4.1.3 Sinalização proposta pelos pesquisadores
O local não tem sinalização náutica, porém a rota é favorável a sua
implantação, esta sinalização disposta abaixo é para o sentido Centro Histórico -
Condomínio Laguna, conforme pode ser observado na Figura 48.
55
Figura 48: Sinalização proposta pelos autores
Fonte: Google Maps, 2018.
A Figura 49 mostra a sinalização na ponte existente. Foram implantadas dois
tipos de sinalização: sentido único na cor branco com amarelo e tráfego proibido na
cor branco com vermelho.
Figura 49: Sinalização ponte
Fonte: Autor, 2018.
56
Nos locais onde haja criação ou currais de pescado, como na Figura 50,
deverá ser implantado a sinalização de perigo isolado.
Figura 50: Sinalização de perigo isolado
Fonte: Autor, 2018.
Ao longo do trajeto da hidrovia são fundamentais a sinalização de bombordo
na cor verde e boreste na cor vermelho, como mostra a Figura 51.
Figura 51: Sinalização de bombordo e boreste
Fonte: Autor, 2018.
57
4.1.4 Embarcação
As embarcações só poderão ser selecionadas depois de outro estudo de
batimetria, para saber o nível da água, contudo para fins desta pesquisa se estimou
o uso de embarcação especifica, determinada pela NORMAM-02.
O modelo utilizado foi do tipo lancha escolar, conforme pode ser observado
nas Figura 52 e 53, comportando 35 pessoas e possuindo baixo calado, sua
velocidade de cruzeiro é de 30km/h, podendo atingir a velocidade de até 40km/h;
sua propulsão é a diesel.
Figura 52: Planta baixa Lancha Escolar
Fonte: FNDE, 2017.
Figura 53: Lancha Escolar
Fonte: FNDE, 2017.
Considerando a velocidade de cruzeiro da embarcação e o percurso da
hidrovia foi estimado o tempo de 30 minutos de navegação e mais 16 minutos de
parada para embarque e desembarque de passageiros nos terminais intermediários,
totalizando o tempo máximo de 46 minutos na hidrovia, que somado ao tempo 10
minutos de percurso na rodovia; com o veículo sendo micro-ônibus público, totaliza
56 minutos de transporte para chegada na capital.
58
4.2 Resultados: aceitação e demanda para uma hidrovia
Os formulários apresentados na metodologia (Capitulo 3), foram aplicados a
uma maioria masculina, embora este tenha sido apenas 4% a mais que o número de
mulheres, conforme ilustra o Gráfico 01, contudo tal circunstância não foi
premeditada, demonstrando apenas que o público do transporte rodoviário é
bastante proporcional quando se refere ao sexo.
Gráfico 01: Sexo da amostra
Fonte: Autor, 2018.
A amostra em estudo tem característica jovem, uma vez que, a maioria, ou
seja, 69% dos entrevistados encontram-se na faixa etária dos 25 aos 39 anos, auge
da idade produtiva, como observado no Gráfico 02.
Gráfico 02: Faixa etária da amostra
Fonte: Autor, 2018.
59
Toda a amostra é de pessoas escolarizadas, e 54% dela encontra-se com
nível superior incompleto, como informa o Gráfico 03. Foi observado durante a
aplicação do formulário que essas pessoas encontram-se cursando faculdade.
Gráfico 03: Grau de instrução da amostra
Fonte: Autor, 2018.
Quanto a renda dos entrevistados, a amostra se apresentou bem
diversificada, com pessoas que recebem de R$1000,00/mês até valores superiores
a R$ 3500,00/mês, como explica o Gráfico 04, estando de forma bem distribuída, o
que não permitiu que a pesquisa atendesse a apenas um grupo social.
Gráfico 04: Renda mensal da amostra
Fonte: Autor, 2018.
60
A pesquisa apontou que a maioria das pessoas entrevistadas, ou seja, 92%
recorrem ao uso de transporte intermunicipal (ônibus ou micro-ônibus), por pelo
menos 01 vez no mês, observar Gráfico 05.
Gráfico 05: Você realiza viagem intermunicipal entre Maceió e Marechal?
Fonte: Autor, 2018.
Da parcela usuário de transporte, foi questionado sobre qual meio de
transporte se faz uso, e neste sentido, o transporte rodoviário coletivo ganhou
destaque, uma vez que, 81% dos entrevistados recorrem a esse meio, onde destes
46% faz uso de transporte complementar e 35% uso do transporte público (ônibus)
como demonstra o Gráfico 06.
Gráfico 06: Meio de transporte utilizado pela amostra
Fonte: Autor, 2018.
61
Quando questionados sobre a frequência no uso do transporte, o maior
número de respostas remeteu ao uso diário, como revela o Gráfico 07.
Gráfico 07: Voce realiza viagem com que frequencia a capital?
Fonte: Autor, 2018.
Sendo revelado a frequência de utilização do transporte rodoviário pelos
entrevistados, se tornou oportuno verificar a motivação das viagens, o que permitiu
concluir que estudo e trabalho é a justificativa que mais se acentuou, com 46% das
réplicas, ilustrado no Gráfico 08.
Gráfico 08: Motivo para uso do transporte intermunicipal
Fonte: Autor, 2018.
62
Sobre o aspecto financeiro, verificou-se com os entrevistados sua opinião a
respeito do valor da tarifa do transporte coletivo, praticada no valor de R$ 5,00, de
acordo com a Associação dos Transportes Complementares de Marechal Deodoro
(2017). A esse respeito percebeu-se que a maioria absoluta dos usuários dessa
modalidade de transporte considera o valor elevado, observar Gráfico 09.
Gráfico 09: Avaliação da atual tarifação do transporte intermunicipal
Fonte: Autor, 2018.
Seguindo a linha de raciocínio, foi questionado sobre o nível de satisfação dos
usuário com o transporte rodoviário e diante disto foi constatado que 92% dos
passageiros encontram-se insatisfeitos, como aponta o Gráfico 10.
Gráfico 10: Nível de satisfação do modal ofertado atualmente
Fonte: Autor, 2018.
63
Sendo, então, pertinente verificar as motivações para a insatisfação
expressiva dos usuários do transporte rodoviário, sendo a primeira delas o tempo de
percurso. Evidenciando que 85% dos passageiros levam mais de 01 hora para
concluir o trajeto, conforme Gráfico 11.
Gráfico 11: Tempo de percurso pela rota rodoviária
Fonte: Autor, 2018.
E a segunda motivação referida, nada mais é do que a causa do atraso, ou
seja, o trânsito. Neste aspecto 38% dos entrevistados apontam para a causa do
atraso, tanto na chegada a Maceió, quanto na chegada a cidade de Marechal
Deodoro (retorno). Tal situação tem desencadeado situações de estresse nos
usuários, mesmo quando chegam no horário previsto ao seu destino, representando
31% da amostra, de acordo com o Gráfico 12.
Gráfico 12: Nível de interferencia do trânsito para insatisfação da amostra
Fonte: Autor, 2018.
64
Uma vez demonstrada as circunstâncias desfavoráveis que acometem o
transporte rodoviário, único meio que liga as cidades de Marechal Deodoro a
Maceió, foi questionado sobre a receptividade de um novo modal de transportes
entre as cidades, o que, de forma unânime, Gráfico 13, foi considerado necessário,
inclusive para a parcela da amostra que não faz uso do transporte de forma
frequente entre as cidades em estudo.
Gráfico 13: Sobra a necessidade de um novo modal de transporte
Fonte: Autor, 2018.
Percebendo a consciência favorável a um novo modal de transporte, foi
questionado a todos os entrevistados sobre a utilização de um meio de transporte
aquaviário (embarcação), para realizar o trajeto entre os municípios. O resultado
demonstra que a maioria, ou seja, 77% dos entrevistados, Gráfico 14, utilizariam
esse meio de transporte, sem nenhum tipo de objeção a essa alternativa.
Gráfico 14: Sobre a utilização de embarcação como meio de transporte
Fonte: Autor, 2018.
65
Um dos aspectos apontados pelos entrevistados foi a valorização das
comunidades ribeirinhas com a intensificação de embarcações como meio de
transporte, uma vez que seria necessário a implantação de terminais e, além disso,
facilitaria a mobilidade de pessoas que, atualmente, possam ter dificuldades de
chegar a algum ponto do município, e inclusive para embarcar em outro meio de
transporte. Diante disso, a totalidade da amostra, Gráfico 15, considera que a
implantação de uma hidrovia favorece a todos, tanto aos usuários regulares quanto
a comunidade beneficiada por terminais portuários.
Gráfico 15: Sobre a importancia de um modal hidroviário
Fonte: Autor, 2018.
Um entendimento verificado pela amostra em estudo diz respeito a
necessidade de pontos de integração nos terminais portuários, favorecendo de
forma mais ampla a locomoção dos usuários do modal proposto. Diante disso, todos
os usuários confirmaram a importância de existir essa integração entre os modais, o
que caracterizaria os terminais em multimodais, observar Gráfico 16.
Gráfico 16: Sobre terminais multimodais
Fonte: Autor, 2018.
66
Diante do coletado nos formulários, é possível confirmar que a implantação de
um modal hidroviário que ligue as cidades de Marechal Deodoro a Maceió é
necessário e possui aceitação do público, o que permitiria a população ter
alternativas quanto aos meios de deslocamento entre as cidades em estudo.
Além disto, foi possível perceber que tal modal tem grande potencial em
oferecer melhores condições de mobilidade, inclusive, das comunidades ribeirinhas
onde podem ser implantados terminais, e, quanto a isto, se mostra mais interessante
para os possíveis usuários da hidrovia, a construção de terminais multimodais, onde
apenas uma tarifa contemplaria o uso do transporte em seu trajeto hidroviário e
rodoviário.
A utilização de terminais de forma multimodal pode oferecer, inclusive, para o
transporte rodoviário, a garantia de manter seus serviços, contudo, de forma mais
distribuída e dando alternativas aos usuários.
67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado mostrou a necessidade de uma nova alternativa em modal
de transporte que ligue as cidades de Marechal Deodoro a Maceió, tendo em vista,
atualmente, apenas possuir o transporte rodoviário como meio para este fim.
Diante da análise de viabilidade de implantação de uma hidrovia, por meio da
Lagoa Manguaba, os usuários do transporte intermunicipal e a população do
município veem como favorável para região, e não demonstraram resistência em
fazer uso de embarcações para realizar o trajeto até a capital alagoana.
A pesquisa também demonstrou a necessidade de realizar a implantação de
terminais aquaviários e um terminal multimodal (ver página 52), de modo facilitar a
mobilidade dos usuários e garantir integração com o modal rodoviário.
Por meio da implantação da hidrovia proposta neste estudo, será possível
reduzir o tempo de percurso até Maceió, solucionando uma desvantagem oferecida
pelo transporte rodoviário, além disso, com a hidrovia será possível agregar valor e
proporcionar desenvolvimento das comunidades ribeirinhas à lagoa.
Portanto, a implantação da hidrovia é viável e trará benefícios ao município e
a população usuária, seja de modo frequente ou casual, do transporte
intermunicipal.
Sendo assim, para outros pesquisadores continuarem esse estudo, de grande
relevância para a população, precisarão: - custear a possibilidade de tornar este
curso d’água referido em hidrovia; - efetuar uma pesquisa com intermédio da PMMD
de maior abrangência (pesquisa origem-destino); - realizar/buscar estudos na
capitania dos portos sobre a topografia deste curso d’água para comprovar se há
necessidade ou não de dragagem; e, - fazer uma pesquisa de demanda para um
horizonte de 10 a 20 anos.
68
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73
APÊNDICES
APÊNDICE A
Formulário
Suas informações são importantes nesta pesquisa por trazer contribuição ao Trabalho de Conclusão do Curso
Superior de Engenharia Civil, do Centro Universitário Cesmac, cujo objetivo é realizar um estudo de viabilidade para
implantação de uma hidrovia na Lagoa Manguaba.
1.0 Qual o sexo? :
( ) Masculino ( ) Feminino 2.0 Qual a faixa etária? :
( ) 15 a 24 anos ( ) 25 a 39 anos ( ) 40 a 64 anos ( ) mais de 65 anos 3.0 Grau de instrução?
( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo 4.0 Qual a renda mensal estimada da sua família?
( ) Até R$ 1.000,00 ( ) Entre R$ 1.000,00 e R$ 3.500,00 ( ) Acima de R$ 3.500,00 5.0 Você faz uso de transporte intermunicipal entre
Marechal Deodoro e Maceió?
( ) Sim ( ) Não
6.0 Qual o meio de transporte que você utiliza?
( ) Carro/Moto próprio ( ) Transporte complementar (van) ( ) Transporte público (ônibus) ( ) Moto-taxi ( ) Bicicleta
7.0 Você faz uso com que frequência desse transporte
intermunicipal?
( ) Diariamente ( ) Até 3 vezes por semana ( ) Até 4 vezes por mês
8.0 Qual seu motivo de viagem?
( ) Estudo ( ) Trabalho ( ) Estudo e Trabalho ( ) Nenhuma das anteriores
9.0 Como você avalia o preço (tarifa) da passagem?
( ) Baixo
( ) Justo
( ) Alto
10.0 Você está satisfeito com os serviços de transporte
intermunicipal entre Marechal Deodoro e Maceió?
( ) Sim ( ) Parcialmente ( ) Não 11.0 Quanto tempo você leva durante o percurso?
( ) 10 a 30 minutos ( ) 30 a 60 minutos ( ) Mais de 1 hora
12.0 De 0 a 5, quanto o trânsito atrapalha seu
deslocamento?
( ) 0 (não atrapalha) ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 (chego atrasado às vezes / chego no horário mas muito estressado) ( ) 4 ( ) 5 (com frequência me atraso consideravelmente) 13.0 Considera importante a existente de uma nova
modalidade no transporte regular de passageiros para a
cidade?
( ) Sim ( ) Não
14.0 Você utilizaria outro meio de transporte
(embarcação)?
( ) Sim ( ) Não
15.0 Considera que a existência de embarcação como
transporte regular na Lagoa Manguaba favorece a
população usuária e ribeirinha?
( ) Sim ( ) Não
16.0 É importante ter integração nos pontos de origem e
destino entre Marechal Deodoro e Maceió?
( ) Sim ( ) Não Pesquisador:
______________________________________________
Local e data: Maceió, ____ de ___________ de _______.
74
APÊNDICE B