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2 Anos ao Serviço da Freguesia de Carvalhal Boletim Informativo Freguesia de Carvalhal Ano III - N.º 4 - SEMESTRAL ABRIL 08 2 Anos ao Serviço da Freguesia de Carvalhal

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2 Anos ao Serviço da Freguesia de

Carvalhal

Boletim InformativoFreguesia de CarvalhalAno III - N.º 4 - SEMESTRAL ABRIL 08

2 Anos ao Serviço da Freguesia de Carvalhal

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2 Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 4

Ficha Técnica

Propriedade:Freguesia do CarvalhalRua da Filarmónica, 13-152540-357 Carvalhal-Bombarral

Director:João Manuel Gomes Mendonça

Fotocomposição, paginação e impressão:GTO-2000 - Soc. de Artes Gráficas, Lda.

Tiragem: 1000 exemplares

Distribuição:Gratuita

Freguesia de Carvalhal

Telefone e Fax262 603 351

[email protected]

Atendimento2ª a 6ª feira9h00- 13h00 14h00-17h00

Posto de Internet2ª a 6ª feira9h00- 13h00 14h00-17h00Sábado14h00- 17h00

Telefones Úteis

Biblioteca Municipal 262 609 052

Bombeiros Voluntários 262 601 601

Câmara Municipal do Bombarral 262 609 020

Cartório Notarial 262 603 665 / 609 390

Centro Saúde 262 600 130

Cons. Registo Civil 262 605 711

CTT - Correios do Bombarral 262 609 080

Estação CP (Bombarral) 262 605 601

Gabi. da Juventude e Tempos Livres 262 604 770

GNR do Bombarral 262 605 241

Museu Municipal 262 609 054 / 55

Número Nacional de Socorro 112

Posto de Turismo 262 609 053

Protecção à Floresta 117

Repartição Finanças 262 600 086

Rodoviária do Tejo 262 605 233

Tribunal 262 601 555

DEStaque.: 2 Anos de

acção executiva

.: Foi noticia em 1808

.: Saiba para onde vai

BombarralBoletim Municipal

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N.º

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Edição e Propriedade:Município de BombarralCoordenação:Gabinete de Informação, Relações Públicas e Turismo

Composição Gráfica e Impressão:

GTO 2000 - Soc. Artes Gráficas, Lda. - Bombarral

Depósito Legal: 272293/08Tiragem: 5000 Exemplares

Distribuição Gratuita

Largo do Município | 2540 - 046 Bombarral

Tel. 262 609 020 | Fax 262 609 [email protected]

Damos os parabéns ao surgimento de mais um importante meio de informação e divulgação das actividades municipais.Saiu no mês de Março o 1º número do Boletim Municipal de Bombarral. Desejamos que este seja o primeiro de muitos.

A partir de Abril consultoria jurídica todas as 1º e 3ª Sextas-Feiras das 15:00 às 19:00 de cada mês, gratuitamente, na sede da Junta de Freguesia de Carvalhal com o Dr. Carlos Silva, marcações através do tel. 262603351.

AVIS

OS

Posto de correios aberto todos os dias úteis das 9 horas às 17:00 na sede da Junta de Freguesia do Carvalhal.

Consultas Médicas todas as Segundas e Quartas-Feiras nas instalações da Junta de Freguesia. Marcações através do numero tel. 262603351.

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1º Semestre - Abril 2008 3

(João Manuel Gomes Mendonça)

Cerca de dois anos volvidos sobre a tomada de posse do Presidente e do Executivo da Junta da Freguesia de Carvalhal, considero ser esta uma altura oportuna para proceder a uma reflexão do trabalho até agora desenvolvido. Recordo que o nosso trabalho, foi e continuará a ser no sentido de tornar a nossa Freguesia mais atractiva, mais moderna e desenvolvida. Preocupamo-nos com as pessoas e o seu conforto, com a educação dos mais novos, com a cultura e o desporto e com as necessidades dos mais idosos. Foram muitas as iniciativas em que a JFC organizou, ou em parceria com as colectividades, se empenhou e apoiou, visando sempre uma melhor qualidade de vida.Todo o trabalho realizado foi desenvolvido com grande esforço e empenho por parte da Junta de Freguesia do Carvalhal, mas estamos ainda longe de estar satisfeitos.

Relembro que à cerca de dez anos esta Junta de Freguesia dispõe da mesma verba vinda do Governo Central, sabendo que a cada ano que passa o custo dos serviços e materiais aumenta e todos nós estamos mais exigentes. É com grande esforço e por vezes engenho que este executivo tenta corresponder às exigências e expectativas dos seus munícipes.

Apesar das dificuldades sentidas no dia-a-dia, não desistimos nem cruzamos os braços, aqui recordo que dando cumprimento ao Programa Eleitoral, nestes dois anos de mandato demos início a algumas actividades, entre as quais, grandes beneficiações nos caminhos rurais, onde foram aplicadas cerca de seiscentas toneladas de tout venant e neste último ano despendemos cerca de sessenta mil euros. Foram reparadas estradas que estavam esquecidas há mais de 25 anos, reparam-se pontes e colocaram-se

inúmeras manilhas em acessos a propriedades. Foi aberto à população da Freguesia um consultório médico, na sede da Junta, bem como um Posto dos C.T.T.. Editamos este Boletim Informativo com regularidade semestral. A preocupação com a educação é uma constante, não só com o pré-escolar e 1º ciclo, mas também com o incentivo à frequência do ensino superior, com a criação de duas bolsas de estudo anuais no valor de quinhentos euros.Apostamos, também, no embelezamento das nossas localidades, com novos espaços ajardinados, que pretendemos alargar. O concerto de Natal na Capela do Santíssimo Sacramento é já uma tradição.O nosso compromisso convosco é assegurar-vos que iremos continuar a desenvolver uma política de contacto directo com as pessoas e a apoiá-las na resolução dos seus mais diversos problemas. A ligação Junta – População reforçou-se notoriamente, modernizar e diversificar os serviços e as actividades é o nosso objectivo. Aproveito para anunciar o novo Gabinete de Apoio Jurídico que funcionará nesta Junta de Freguesia com consultadoria jurídica gratuita nas primeiras e terceiras sextas-feiras de cada mês e que estará disponível já no mês de Abril. O executivo desta Junta de Freguesia continua a manter um trabalho intenso para que as dificuldades e carências da Freguesia sejam atenuadas, as sua gentes mais felizes e o seu dia-a-dia menos problemático.

Caros(as) Munícipes,

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2 Anos ...

A iluminação de Natal que já vinha sendo uma presença no Carvalhal, foi alargada a todas as localidades da Freguesia. Também em época Natalícia, realizámos o concerto na Capela do Santíssimo Sacramento do Carvalhal, apostámos na continuidade da Festa de Natal das crianças das escolas da Freguesia, bem como na Festa do Idoso, descentralizando estes eventos e com preocupações na melhoria da sua qualidade.

Deixamos nota de algumas intervenções e iniciativas que tiveram lugar na Freguesia do Carvalhal nos últimos dois anos. Algumas delas, dando continuidade ao trabalho do anterior executivo, outras encetadas pelo actual executivo.

Festa de Natal das crianças do Pré-escolar e 1º ciclo da Freguesia

Oferta de prendas a todos os alunos do 1º Ciclo e Jardins de Infância da Freguesia

Convívio de Natal – crianças, pais e professores

Convívio de Natal – crianças, pais e professores

Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 4

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As boas vindas a mais um Concerto de Natal na Capela do Santíssimo Sacramento do Carvalhal

O Concerto que teve casa cheia, contou com a presença do Coro Infantil de Óbidos e dos ComSonante.

No dia 16 de Dezembro os mais idosos tiveram o seu convívio de Natal, para os animar contaram com o Rancho Folclórico – Os Fazendeiros das Gamelas, O Rancho Folclórico Belo Horizonte do Salgueiro e grupo de cantares populares D’ Antanho.

Seguiu-se a tradicional Ceia de Natal. Agradecemos a colaboração de todos, que tornam possível a realização destes convívios.

1º Semestre - Abril 2008

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Continuamos a proporcionar aos nossos munícipes passeios-convivio com regularidade

Recolha de bens essenciais para posterior doação de solidariedade para com Timor.

A Freguesia do Carvalhal comemorou o dia Mundial da Árvore, com o 1º Ciclo e os Jardins de Infância, incentivando as crianças a preservarem a natureza plantando elas mesmo a sua própria Árvore (oferecida pela JFC)

A Junta de Freguesia apoiou diversas iniciativas que chegaram de coletividades ou associações .

Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 4

Na área social realizámos diversos passeios e convívios para a população mais idosa. Na área cultural demos apoio às iniciativas apresentadas e realizadas pelas colectividades da Freguesia.

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A Freguesia de Carvalhal dispõe desde Setembro de 2007, de um Posto de Correios. Este é um importante serviço prestado, visto que lhes possibilita a expedição de cartas e encomendas, bem como o pagamento das suas contas e impostos, além de outros serviços, sem terem de se deslocar à Vila do Bombarral.

Consultório Médico na sede da Freguesia do Carvalhal

A Junta de Freguesia de Carvalhal terá à disposição da

sua população um Gabinete de Apoio

Jurídico. Funcionará nesta

Junta de Freguesia com consultadoria

jurídica gratuita nas primeiras e

terceiras sextas-feiras de cada mês e estará disponível já no mês

de Abril.

1º Semestre - Abril 2008

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8 Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 4

Uma das grandes preocupações do executivo de uma Junta de Freguesia rural, vai naturalmente para a conservação eficaz dos caminhos vicinais e para a limpeza com regularidade das localidades desta extensa Freguesia.

Arranjos e beneficiação das estradas e serventias da Freguesia

Limpeza e conservação das Aldeias Manutenção dos Cemitérios

Conservação do Património da Freguesia

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“O Junot e o ManetaDizem que Portugal é seu,É o diabo para eleE mais para quem lho deu.”

Apontamentos de História

A Batalha da Roliça 17 de Agosto de 1808

200 Anos

1º Semestre - Abril 2008

Contexto Internacional e a posição Portuguesa

Guerra das Laranjas

Em 1801 Portugal e Espanha digladiam-se na “Guerra das Laranjas”, (há historiadores que admitem este primeiro conflito, como uma primeira invasão francesa).Os antecedentes deste conflito episódico, inscrevem-se remotamente no confronto entre a França e a Inglaterra pela hegemonia no plano internacional, envolvendo a Espanha e Portugal, como respectivos estados-satélites.O governo de D. Maria I de Portugal (1777–1816) tentava equilibrar-se entre as duas potências no tabuleiro europeu, através de uma política externa pautada pela neutralidade. Nessa neutralidade, o comércio português atendia a ambos os lados em conflito. A França desejosa de romper a aliança anglo-portuguesa, e assim fechar os portos portugueses ao comércio britânico, pressionava a Espanha para invadir Portugal. A França obteve novas concessões da Espanha e em consequência, ambos os países assinaram uma Convenção (Janeiro de 1801), pela qual anunciaram um ultimado conjunto a Portugal. Embora Portugal tenha despachado um negociador para a Corte de Madrid, a contestar a intimação, a guerra foi declarada.A campanha iniciou-se a 20 de Maio de 1801 e terminou a 7 de Junho, com a assinatura do Tratado de Badajoz. Não existe na história, um desempenho tão desastrado das tropas portuguesas como na “Guerra das Laranjas”, este motivo e a curta duração do conflito deixaram-no cair no esquecimento, só lembrado

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10 Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 2

Cumprem-se no dia 17 de Agosto de 2008, 200 anos sobre a Batalha da Roliça. Mas o que aconteceu de tão importante nesse dia? Quais as implicações desse combate e como as populações desta região foram afectadas pela permanência de tão elevado número de militares nas suas terras e aldeias? Essas são as questões que tentaremos clarificar no decorrer deste ano;

pela perda de Olivença e seu termo, como saldo final da campanha.Mas a verdade é que foi o preludio para o que se seguia – As Invasões Francesas.

A Batalha de Trafalgar e o Bloqueio Continental

Em 21 de Outubro de 1805 a frota inglesa, comandada por Lorde Nelson, infligiu uma pesada derrota à sua congénere francesa, ao largo do Cabo Trafalgar, entre Cádiz e o estreito de Gibraltar. Em consequência directa deste acontecimento, Napoleão I decidiu impor aos britânicos o Bloqueio Continental. Portugal, velho aliado da Inglaterra, ficou numa situação delicada. No país residia uma importante colónia inglesa cujas actividades comerciais, sobretudo a exportação do vinho do Porto, eram fundamentais para a nossa economia. Por outro lado, o regente – futuro D. João VI - tinha consciência que, se aderisse ao Bloqueio, os navios de Sua Majestade tomariam de seguida as possessões portuguesas além-mar e só muito dificilmente as devolveriam. O país hesitava e mantinha atitudes de ambiguidade face às duas potências beligerantes. Entretanto, esboçava-se uma situação de conflito com a vizinha Espanha, aliada da França e aderente ao Bloqueio.

Tratado de Fontainebleau

O Tratado de Fontainebleau foi um acordo secreto assinado por França e Espanha em 27 de Outubro de 1807.Em 1806, depois do fracasso na tentativa de invasão à Inglaterra, Napoleão decretou o Bloqueio Continental. Portugal, tradicional aliado da Inglaterra, negou-se a acatá-lo. Napoleão então decide invadir Portugal, mas, para isso, Napoleão precisava levar as suas tropas até ao território português. Então, em 27 de Outubro de 1807, Manuel de Godoy, o Príncipe da Paz e representante do monarca espanhol e Napoleão Bonaparte assinam o Tratado de Fontainebleau, pelo qual tropas francesas entram pelo território espanhol a fim de invadir Portugal e se estabelecia a divisão de

Portugal e suas dependências por ambos os signatários.

A Primeira Invasão

Napoleão queria obrigar os portugueses a encerrar os portos aos navios ingleses (Bloqueio Continental) e acabou por ordenar o avanço dos seus exércitos, que, vindos de Espanha, entraram em Portugal em Novembro de 1807, sob o comando do general Junot. Face a esta invasão, ameaçando a sua soberania, a Família Real embarcou, às pressas, para o Brasil, no dia 27 de Novembro de 1807.A Corte e a Família Real acreditaram até ao fim numa solução pacífica para a profunda crise que abalava Portugal e a Europa. A clássica indecisão só termina no dia em que se concretiza o embarque para o Brasil, única forma de assegurar a independência do país. As últimas noticias chegadas a Lisboa, davam conta da entrada do exército francês, comandado por Junot. Entrara pela fronteira de Alcântara, estava estacionado em Abrantes e dirigia-se para Lisboa. As noticias confirmaram-se, Junot atravessara a fronteira no dia 17 de Novembro, chega a Abrantes no dia 24, onde Junot escreve uma breve missiva ao governo português e em que avisa que chegará em quatro dias a Lisboa. No dia 29 chega ao Cartaxo e a 30 de Novembro a população vê entrar na capital um exército faminto e esfarrapado liderado pelo General francês Junot. Entra por Arroios passa pelo Intendente, Mouraria e Rossio e dirige-se a Belém, onde deixa ordens para disparar contra qualquer navio que tente deixar o Tejo, o mesmo Tejo que três dias antes assistira à partida da Família Real, (deste episódio ficou a expressão “Ficar a ver Navios…”) diz-se que Junot ficou a ver navios.

Ocupação francesa e a reacção da população

Após a ocupação francesa, seguiu-se um período de violentas insurreições, de norte a sul do país, contra o invasor.Logo que Junot se instala em Lisboa, anunciou várias medidas reformadoras, no entanto a recepção do povo da capital não foi a melhor. No Castelo de S. Jorge foi hasteada a bandeira francesa, os soldados franceses concluíram a cerimónia com três vivas a Napoleão, a que a multidão respondeu com um triste sussurro, bastante demonstrativo

Boletim Informativo F. Carvalhal - N.º 4

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da raiva e indignação que agitava os portugueses. Por toda a cidade começa-se a ouvir “Viva a Portugal, Vivam as Cinco Chagas, Morra a França”. A reacção dos franceses foi violenta, causando mortes na população. Mas não é só em Lisboa que o descontentamento se faz sentir. Na região mais rica do país, da qual faziam parte três comarcas: Leiria, Torres Vedras e Alcobaça, a população era essencialmente agrícola e conviveu de perto com os dramas das invasões. Tudo foi pilhado: animais e reservas de produtos agrícolas, os franceses recorreriam até à tortura, para que os camponeses lhes revelarem onde escondiam a comida. Em 1808 a Revolta contra a ocupação francesa explode quase em simultâneo em todo o país. O primeiro levantamento deu-se no Porto, em que uma qualquer richa se transformava na “caça” aos soldados franceses, mas logo abafado pelos franceses, seguiram-se-lhe revoltas em Trás-os-Montes e Coimbra, onde se instalou um governo na cidade com o apoio dos estudantes, estas revoltas também alastraram pelo Alentejo e Algarve. Nas comarcas em redor da capital começa, também o alvoroço, pois as exigências dos franceses aí estacionados eram descomunais.Um bom exemplo é o General Loison estacionado em Alcobaça, exigia semanalmente: 12 garrafas de vinho do Porto, 3 de vinho da Madeira, doces de qualidade, 6 arreteis de velas de cera, 2 presuntos, 6 galinhas e 3 perus, 6 dúzias de ovos e 12 arreteis de açúcar.

O Desembarque Inglês e a Batalha da Roliça

Em 1808, a Inglaterra veio em auxílio dos portugueses. O desembarque das tropas britânicas deu-se perto da Figueira

1º Semestre - Abril 2008

da Foz, a 1 de Agosto. A comandá-las vinha aquele que foi uma das personagens mais influentes da história europeia deste período: Arthur Wellesley (1769-1852) futuro duque de Wellington, futuro general e futuro primeiro-ministro de Inglaterra.Por Leiria, Alcobaça e Caldas da Rainha, o exército inglês avançou em direcção a Lisboa. O primeiro embate entre franceses e ingleses foi apenas uma escaramuça no Bairro Nª. Senhora da Luz no Concelho de Óbidos, a 15 de Agosto de 1808, mas a primeira batalha foi nas colinas da Roliça. Uma divisão francesa comandada pelo general Delaborde tentou conter este avanço Inglês.No dia 17 de manhã, o exercito inglês começa a formar a sua linha de batalha: - em duas alas e o próprio comandante pelo centro. Ordenados bem treinados e disciplinados, com os seus vistosos uniformes vermelhos, bandeiras e ao som de gaitas de foles, uma força de 15 mil homens ia avançando. Apesar de impressionados com o espectáculo os franceses não baixaram os braços. Mal acontece a primeira troca de tiros e o experiente Delaborde, vendo a intenção de Sir Arthur, ordena a evacuação do planalto. As forças francesas passam pela aldeia da Roliça e dirigem-se para os altos da Columbeira para aí formarem novas linhas, esperando os ingleses. Os franceses conseguiam ganhar tempo, esperavam o apoio de Loison. Os ingleses, mais uma vez, organizam um ataque sobre as alturas da Columbeira. O coronel Lake comandou um ataque isolado em direcção a uma das principais gargantas, os seus soldados seguiram-no corajosamente e foram recebidos por um intenso fogo, onde também, o general Lake perdeu a vida. Vendo que era inevitável Sir Arthur ordena o ataque geral. Durante duas horas os ataques britânicos sucedem-se. Com a pressão a aumentar em todas as frentes, a divisão francesa com cerca de 4277 homens, decide pela retirada. No final dessa tarde, as tropas francesas exaustas, retiram em direcção de Torres Vedras. Para Sir Arthur é a sua primeira vitória em solo peninsular. O primeiro confronto entre os exércitos inglês e francês, conhecido como a Batalha da Roliça, deu-se a 17 de Agosto de 1808. Foi a primeira das vitórias inglesas, em solo peninsular, até à expulsão definitiva dos franceses, na Primavera de 1814 e após uma 2ª e 3ª invasão.

Para saber mais... “A Primeira Invasão Francesa – As Batalhas Da Roliça e do Vimeiro”

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AGENDAC U L T U R A L

5 Abril às 21:30 - Grupo Terra D’àgua com as vozes de Maria Anadon e Diana Castro

(programa evocativo a Zeca Afonso).

12 Abril às 21:30 – Cottas Club Jazz Band

19 Abril pelas 23:00 – Foulbijness (Musica Pop)

26 Abril pelas 22:00 – Fados de Coimbra

Organização:Sociedade Recreativa Sobralense

“ Abril Musicas Mil” Sede da Sociedade Recreativa Sobralense

Na C.C.D.R.S. de A-dos-Ruívos ...