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ANTIMICROBIANOS: ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES PARA PACIENTES DE 0-18 ANOS EM DROGARIA DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO Mirian Garcia Viana Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC- GO Pós-graduação em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica Instituto Pharmacológica em parceria com a PUC Goiás [email protected] Orientador: Ms. Edson Negreiros dos Santos Abstract In underdeveloped countries the infections cause 45% of the deaths. The antibiotics are used to inhibit or to destroy bacteria. Researches show more than 50% of the prescriptions of those substances are inadequate. The antibiotics’ prescription without a precise indication can end up in bacterial resistance. The objective of this article is to study the antibiotics’ prescriptions profile for patients from 0 up to 18 years old. The research is based on the prescriptions’ copies from a drugstore in Aparecida de Goiânia- Go. It’s been proved the prevail of amoxilina associated to acid elavulônico and azitromicina. The most prescribed medicines along with the antibiotics were AINES. Therefore, the rational and restrict use of antibiotics can hold the increase of the resistance rates. Resumo Em países menos desenvolvidos as infecções chegam a causar 45% das mortes. Os antimicrobianos são utilizados para inibir ou destruir bactérias. Mais de 50% das prescrições destas substâncias são inadequadas. A prescrição de antibiótico sem indicação precisa pode levar ao surgimento de resistência bacteriana. O objetivo deste trabalho é estudar o perfil de prescrições contendo antimicrobianos para faixa etária de pacientes entre 0-18 anos. A pesquisa baseou-se nas segundas vias das prescrições retidas em drogaria no município de Aparecida de Goiânia-GO. Evidenciou-se prevalência de amoxicilina associada ao ácido clavulânico e azitromicina. Os medicamentos mais

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ANTIMICROBIANOS: ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES PARA

PACIENTES DE 0-18 ANOS EM DROGARIA DE APARECIDA DE

GOIÂNIA-GO

Mirian Garcia Viana Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC- GO

Pós-graduação em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica Instituto Pharmacológica em parceria com a PUC Goiás

[email protected] Orientador: Ms. Edson Negreiros dos Santos

Abstract

In underdeveloped countries the infections cause 45% of the deaths. The antibiotics are

used to inhibit or to destroy bacteria. Researches show more than 50% of the prescriptions

of those substances are inadequate. The antibiotics’ prescription without a precise

indication can end up in bacterial resistance. The objective of this article is to study the

antibiotics’ prescriptions profile for patients from 0 up to 18 years old. The research is

based on the prescriptions’ copies from a drugstore in Aparecida de Goiânia- Go. It’s been

proved the prevail of amoxilina associated to acid elavulônico and azitromicina. The most

prescribed medicines along with the antibiotics were AINES. Therefore, the rational and

restrict use of antibiotics can hold the increase of the resistance rates.

Resumo

Em países menos desenvolvidos as infecções chegam a causar 45% das mortes. Os

antimicrobianos são utilizados para inibir ou destruir bactérias. Mais de 50% das

prescrições destas substâncias são inadequadas. A prescrição de antibiótico sem indicação

precisa pode levar ao surgimento de resistência bacteriana. O objetivo deste trabalho é

estudar o perfil de prescrições contendo antimicrobianos para faixa etária de pacientes

entre 0-18 anos. A pesquisa baseou-se nas segundas vias das prescrições retidas em

drogaria no município de Aparecida de Goiânia-GO. Evidenciou-se prevalência de

amoxicilina associada ao ácido clavulânico e azitromicina. Os medicamentos mais

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prescritos junto com antimicrobianos foram AINES. O uso racional e restrito de

antibióticos pode conter a progressão das taxas de resistência.

Introdução

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções

causam 25% das mortes em todo o mundo, sendo que, nos países menos desenvolvidos

este índice chega a 45%².

Os antimicrobianos são substâncias de origem animal ou sintética, que agindo sobre

micro-organismo irão inibir seu crescimento ou causar sua destruição, sem ocasionar danos

ao hospedeiro³. São responsáveis por 50% das despesas hospitalares, de forma que,

representam a segunda classe de drogas mais utilizadas no mundo, sugerindo um gasto de

15 bilhões de dólares ao ano com esses medicamentos¹.

Ao decidir pelo uso de antimicrobianos no tratamento, o clínico deve levar em

consideração vários aspectos quanto a evidencia de infecção, tais como: dados clínicos

(picos febris, presença de secreção purulenta), laboratoriais (hemograma com leucocitose e

desvio à esquerda) e/ou imagem. A suspeita pode ou não ser confirmada com cultura

positiva, preferencialmente isolados de materiais considerados estéreis. Caso a infecção

seja determinada pelos sinais e sintomas, faz-se necessária a procura do foco provável, pois

este auxiliará na escolha do antimicrobiano, baseado na colonização habitual, patógenos

mais comuns e penetração do antibiótico no sítio afetado¹. No entanto, pesquisas

alarmantes evidenciam que mais de 50% das prescrições de antimicrobianos se mostram

inadequadas, dois terços dos antimicrobianos são usados sem prescrição médica em muitos

países, 50% dos consumidores compram o medicamento para um dia de tratamento e 90%

compram para um período de aproximadamente três dias 4,5.

Esta não é uma realidade recente. O uso inadequado de antimicrobianos é descrito

há vários anos. Estudos ocorridos em 1970 apontaram que 62% das indicações de

antimicrobianos eram feitas à pacientes sem infecção7. Jogerst e Dippe8, em 1981,

descreveram como inadequadas 59% das prescrições destes medicamentos

Alguns fatores são contribuintes para o uso inadequado de antimicrobianos, tais

como:

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1- Dúvida do clinico ao diagnosticar entre infecção bacteriana e infecção viral, como por

exemplo em manifestações agudas febris de rotavírus e influenza, que são de evolução

clínica autolimitada, mas muitas vezes confundidas como bacterianas. Nestas situações,

antibióticos são administrados inocuamente6.

2- Ausência de Programa de uso Racional de Antimicrobianos, com implantação de

protocolos, auditoria e consultas.29

3- Pensamento errôneo de que a eficácia do tratamento depende do uso de antimicrobianos de

amplo espectro, o que pode levar a destruição da microbiota intestinal, provocando diarreia

e intolerância a medicamentos e estimulação de mecanismos de resistência, o que pode

resultar em bactérias multirresistentes e infecções com mais de um agente.29

4- Desconhecimento de doses, intervalos e diluições, o que contribui para o insucesso do

tratamento e aparecimento de reações adversas nos pacientes.29

5- Desconhecimento da população a cerca da problemática da resistência bacteriana, o que

resulta em utilização indiscriminada e automedicação.29

O organismo humano é colonizado por uma microbiota intensamente diversificada

e em vários locais, tais como: trato gastro intestinal, pele e genitália. Estes sítios sofrem

pressão seletiva pelo uso de antimicrobianos o que resulta em eliminação de parte das

bactérias existentes permitindo que os demais sobrevivam provocando um desequilíbrio.

Outro risco provocado pelo uso abusivo de antimicrobianos é o surgimento de surtos intra-

hospitalares provocados por bactérias multirresistentes. 29

A vasta utilização de antimicrobianos pode afetar significativamente a microbiota

do paciente que o utiliza, bem como, a economia microbiana dos outros pacientes³. Neste

sentido, a prescrição de um antibiótico sem indicação precisa, pode levar ao

desenvolvimento de resistência bacteriana. Um problema de saúde pública em todo o

mundo, a ponto de a OMS rotular a situação como crise global9, 10.

O surgimento de bactérias resistentes aumenta a morbidade de pacientes,

prolongam o tempo de internação e promovem custos adicionais aos serviços de saúde.

Estimativas revelam que apenas nos Estados Unidos, o custo da resistência bacteriana está

em torno de 4 a 5 bilhões de dólares por ano. Além dos fatores citados, esta situação pode

desencadear infecções severas e cruzadas1,9,11.

Dados assustadores sobre os níveis de resistência bacteriana são relatados. Em um

desses casos, observa-se que o principal patógeno associado a infecções aéreas, o

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Streptococcus pneumonae, aumentou de 2,5 para 13% seus níveis de resistência aos

derivados penicilínicos12.

No Brasil o uso indiscriminado de antibióticos levou a situações preocupantes. Em

estudo realizado na Bahia com 62 família, evidenciou-se que todos os antibióticos estão

como uma das principais substâncias presentes na automedicação.28 Em outro estudo

realizado com crianças e adolescentes, antibióticos são citados como substâncias utilizadas

em automedicação principalmente por mães. Nestas situações a maioria dos antibióticos

encontravam-se parcialmente consumidos e muitos já vencidos.35

Frente à problemática da automedicação de antimicrobianos, a diretoria colegiada

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicou a Resolução número 44 que dispõe

sobre o controle de medicamentos antimicrobianos, sob prescrição médica. Desta forma, a

aquisição de antimicrobianos no Brasil passa a ser controlada com a retenção de receita

médica.

O estudo das prescrições de antimicrobianos pode contribuir para uma análise do

atual comportamento dos clínicos frente à urgência das políticas de prescrição destas

substâncias, sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo estudar o perfil de

prescrições dos antimicrobianos para pacientes de faixa etária entre 0-18 anos, bem como,

suas características. Levando em consideração a substância prescrita e as outras

substâncias prescritas juntamente com antimicrobianos.

Métodos

Os dados para esta pesquisa foram adquiridos através das segundas vias das

prescrições médicas retidas no momento da venda do medicamento em uma drogaria

particular no município de Aparecida de Goiânia, sendo estas recolhidas e a primeira via

entregue ao paciente Este município está localizado na região metropolitana de Goiânia,

com área de 289,08 Km2 e com uma população de 455.657 habitantes (estimativa

IBGE,2010). Possui índice de desenvolvimento humano de 0,764.44

Foram analisadas 226 prescrições entre os meses de novembro e dezembro de 2012,

todas estas para pacientes nas faixas etárias entre 0-18 anos, sendo excluídas as que não se

enquadravam neste padrão.

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Investigou-se qual o antibiótico prescrito pelos médicos, bem como, as prescrições

feitas por pediatras em particular. Foi analisado o sexo do paciente. Investigou-se o tipo de

medicamento prescrito com o antibiótico.

Todos os dados foram analisados, utilizando-se o programa Microsoft Excel 2007.

Resultados

Nos meses de novembro e dezembro de 2012 foram retidas 226 receitas contendo

prescrições de antibacterianos para faixa etária de 0-18 anos em drogaria no município de

Aparecida de Goiânia.

Os antibióticos analisados puderam se divididos em 5 grupos distintos, conforme as

prescrições: penicilínicos, cefalosporínicos, macrolídeos, sulfametoxazol, e tetraciclinas.

Na figura 1 observa-se que cerca de 56,83% dos pacientes são do sexo feminino e

43,17% são do sexo masculino.

Figura 1- distribuição de sexo dos pacientes com prescrições contendo

antimicrobianos, retidas em drogaria no município de Aparecida de Goiânia.

Na figura 2 encontram-se todas as prescrições feitas para a faixa etária 0-18 anos,

por diversas especialidades médicas, tais como: pediatras, clínica geral, infectologia,

otorrinolaringologia, entre outras encontradas. Nesta figura, observa-se que amoxicilina

associada ao ácido clavulânico, foi a substância mais prescrita (36%), seguida por

azitromicina (19%), amoxicilina e cefalexina 11% cada. Nesta situação, encontraram-se

substâncias como: axetilcefuroxima, tetraciclina e eritromicina.

56,83  

43,17   feminino  

masculino  

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Figura 2- distribuição das substâncias antimicrobianas prescritas por médicos para

faixa etária de 0-18 anos em drogaria no município de Aparecida de Goiânia.

Ao analisarmos as prescrições feitas por pediatras observa-se que a maior

quantidade de prescrições continua sendo amoxicilina em associação com ácido

clavulânico (34%), seguido por azitromicina (24%), amoxicilina (17%) e cefaclor (10%),

entre outros, conforme figura 3.

A figura 4 apresenta os medicamentos prescritos juntamente com os antibióticos, os

quais estão em 127 dessas receitas (57,46%). Observa-se que os mais prescritos foram os

antiinflamatórios não esteroidais (AINES) (32%), seguidos por analgésicos não opióides

(22%), corticóides (20%), antihistamínicos + corticóides (18%). Destas substâncias, 8%

são substâncias antihelmínticas e metronidazol.

36,0%  

19,0%  

11,0%  11,0%  

8,0%  4,0%  4,0%  

1,5%  1,5%  

1,5%  1,5%  

1,0%  0,0%  5,0%  10,0%  15,0%  20,0%  25,0%  30,0%  35,0%  40,0%  

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Figura 3- distribuição das substâncias antimicrobianas prescritas por pediatras em

drogaria no município de Aparecida de Goiânia

Figura 4- distribuição das substâncias prescritas juntamente com antibióticos em

drogaria no município de Aparecida de Goiânia

AINES- Antiinflamatórios não esteroidais ANO- Analgésico não opióides

CD- corticóide ANTH+CORT-Antihistamínico+corticoide

Discussão

34,0%  

24,0%  

17,0%  

10,0%  5,0%   5,0%  

2,5%   2,5%  

0,0%  5,0%  10,0%  15,0%  20,0%  25,0%  30,0%  35,0%  40,0%  

0%  5%  10%  15%  20%  25%  30%  35%  

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Em relação ao perfil dos usuários deste estudo (faixa etária 0-18 anos), inúmeros

trabalhos revelam a predominância desta faixa etária em relação às demais.14,15,16

O maior percentual na faixa etária entre 0-18 anos, deve-se ao fator de que as

crianças apresentam o sistema imunológico imaturo, além da facilidade da transmissão de

agentes infecciosos, pois, apresentam um contato muito próximo em creches e escolas.16

Pesquisa realizada nos Estados Unidos, estimou que 7,3 milhões de atendimentos

médicos ocorreram para pacientes com idade entre 3 e 7 anos, em função de dor de

garganta, com prescrição de antibióticos em 54% dos casos.42 As infecções de via aéreas

superiores em crianças tais como: otite média aguda, faringoamigdalite e sinusite, são

responsáveis por cerca de 75% das prescrições de antimicrobianos. Deve-se ressaltar, que a

maioria das infecções respiratórias agudas em crianças, tanto nas vias aéreas superiores,

quanto nas inferiores, é de etiologia viral, e de curso bastante benigno. Observa-se,

entretanto que estas doenças são causa frequente de atendimento médico e consumo de

antibióticos.29,30

Estudo realizado na cidade de São Paulo verificou que 68% dos antibióticos

prescritos, para infecções respiratórias agudas em crianças menores de 7 anos eram

inadequados, pois, a maioria foi indicada para tratamento de resfriado comum, associada a

etiologia viral. Nos casos de otite e amidalite, os maiores problemas foram: escolha de

antibiótico de amplo espectro e/ou auto custo, tempo curto de tratamento, erros no

intervalo entre as doses ou prescrição de antibióticos ineficazes. O manejo inadequado da

terapêutica antimicrobiana tem levado a dados assustadores de resistência bacteriana.22

Trabalhos conduzidos em países escandinavos demonstram que os antibióticos são

prescritos 2 a 5 vezes mais do que a verdadeira incidência de sinusite aguda bacteriana em

crianças.23

Neste trabalho foi observado uso significativo de amoxicilina associada ao ácido

clavulânico e azitromicina para faixa etária de 0-18 anos, tanto por pediatras quanto por

outras especialidades médicas (figura 2 e figura 3).

O uso de penicilinas como fármacos mais prescritos (figura 2 e figura 3) foram

obtidos por outros autores em pesquisas com o mesmo tema.17,18 O uso predominante de

penicilinas faz parte das atuais advertências da política de uso de antibióticos, por reduzir

significativamente os custos com saúde. Estudo italiano demonstrou que o uso correto de

penicilinas é muito eficiente.19 De acordo com Júnior 39, as penicilinas constituem um dos

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grupos de antibióticos mais importantes e amplamente utilizados e, atualmente, são os

fármacos de escolha no tratamento de um grande número de infecções.  A sua atuação

inclui a inibição da transpeptidase, enzima que está localizada na membrana plasmática da

bactéria e responsável pela produção das ligações cruzadas entre os diferentes filamentos

de peptidoglicano. Essa inibição ocorre porque a penicilina forma uma ligação covalente

com o radical da serina no local da enzima. Forma-se então, o complexo do penicilinoil-

enzima que não sofre desacilação. Desse modo, a transpeptidase é inibida de modo

irreversível por esta substância, impedindo a última etapa da biossíntese da parede celular

bacteriana e causando a morte do microorganismo.39

A preocupação quanto à utilização desse grupo de antibióticos, que são fármacos de

primeira escolha quando bem indicados, está no fato de que β lactamases de amplo

espectro estão sendo encontradas com frequência cada vez maior em isolados clínicos de

bactérias, o que confere em aumento da resistência bacteriana a este grupo de fármacos.

Desta forma o problema reside no uso excessivo ou desnecessário destes fármacos.19,20,21

Situações assim acontecem, porque os médicos se sentem pressionados a prescrever

antibióticos, tanto pela expectativa dos pais e pacientes quanto pela dificuldade em se

diferenciar a etiologia viral ou bacteriana da doença resultando em prescrição profilática,

inócua do antibiótico.22,24

Os principais patógenos de origem bacteriana causadores de otite média e sinusite

são Streptococcus pneumoniae , Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. Já na

faringoamigdalite, encontra-se Streptococcus pyogenes.31

Faringoamigdalite é uma síndrome infamatória causada por diferentes tipos de

micro-organismos, com ocorrência muito comum na infância. Mesmo sendo a maioria das

infecções de origem viral ( Infuenza A e B, Adenovírus, EpsteinBarr vírus,

Citomegalovírus, Rinovírus, Enterovírus, HIV) e de curso benigno, em cerca de 15% dos

casos o Streptoccocus pyogenes, é o agente causal. As faringites estreptocócicas ocorrem

principalmente em indivíduos com idade entre 5 e 15 anos. Entre os exames que podem

diagnosticar a faringite estreptocócica estão o teste rápido e a cultura de orofaringe. As

infecções detectadas por teste rápido devem ser tratadas com antibióticos45.

Desde 1950, a penicilina V tem sido o tratamento de escolha para faringoamigdalite

estreptocócica, por fatores como: comprovada eficácia, segurança, espectro estreito e baixo

custo. Contudo, várias causas de falha terapêutica da penicilina V foram identificadas, tais

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como, falta de aderência ao regime terapêutico devido a longa duração (10 dias), paladar

desagradável e desejo de conservar o antibiótico para uso posterior 30,46.

Inúmeros estudos têm demonstrado que penicilina e amoxicilina são igualmente

efetivas contra faringoamigdalite estreptocócica. Ambas têm custo baixo. A penicilina tem

espectro estreito e poucos efeitos adversos. Por outro lado, a amoxicilina é melhor

absorvida o que resulta em nível plasmático mais elevado. Outra vantagem da amoxicilina,

em relação à penicilina V é que apresenta melhor palatibilidade, o que desta vez, auxilia no

tratamento de crianças30.

De acordo com Matos, et al. a faringoamigdalite estreptocócica deve ser tratada

com penicilina V ou penicilina benzatina, a amoxicilina é substituição aceitável.

Cefalosporinas de primeira geração são a primeira escolha, em caso de alergia não

imediata à penicilina. Os que apresentam alergia imediata, a eritromicina ou a clindamicina

são alternativas.30

O ácido clavulânico é um inibidor de β lactamase, ligando-se irreversivelmente a

esta enzima, impede a hidrólise do anel betalactâmico da penicilina e consequentemente, a

inativação do antibiótico. A associação desta substância à amoxicilina dobra o preço do

tratamento, de acordo com tabela de preços do mês de dezembro. O uso desta substância

pode causar intolerância gastrointestinal. Esta elevada utilização de amoxicilina + ácido

clavulânico em relação à amoxicilina isolada é questionável, visto que, o ácido clavulânico

é indicado para tratamento de infecções resistentes aos betalactâmicos além do fato de que,

seu uso eleva significativamente o valor do tratamento ocasionando em gastos adicionais

para o sistema de saúde, sendo assim, seu uso deve ser restrito para tratamento de infecção

recorrente.30

O segundo medicamento mais prescrito para a mesma faixa etária foi azitromicina.

Esta droga possui melhor tolerabilidade gástrica e tempo de meia vida mais prolongado,

esta última característica possibilita a ingestão de uma única dose diária de azitromicina. A

facilidade posológica desta droga vem impulsionando seu uso em vários países.30

Uma limitação relevante deste trabalho está na impossibilidade da obtenção de

informações em relação ao diagnóstico que levou à utilização dos antibióticos. Contudo,

mostra-se preocupante e excessiva a prescrição de macrolídeos.

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A eritomicina , droga precursora dos macrolídeos, apresenta boa atividade contra os

Streptococcus pneumoniae sensíveis à penicilina e contra a Moxarella catarrhalis, mas

ação limitada contra Haemophillus influenzae. Os novos macrolídeos: claritromicina e

azitromicina possuem melhor atividade contra o Haemophillus influenzae, melhor

tolerabilidade gástrica e meia vida mais prolongada30.

O tempo de meia vida mais prolongado destes novos macrolídeos possibilita a

ingestão de duas doses diárias para a claritromicina e apenas uma dose diária para a

azitromicina, em comparação com as quatro doses diárias da eritromicina. A facilidade

posológica e a melhor tolerabilidade gástrica, fizeram com que, em vários países ocorresse

um aumento do consumo destas novas drogas.30

A disponibilização farmacêutica de novos macrolídeos, tais como, a azitromicina

com posologia simples, meia vida longa e melhor tolerância do que a eritromicina,

incrementou o uso clínico de antibióticos pertencentes a esta classe. Também neste sentido,

o conhecimento da menor sensibilidade de infecções à penicilina, contribui para que os

clínicos e pediatras aumentassem a prescrição de novos macrolídeos. Como é de se esperar

o uso frequente pressionou a seleção de bactérias não susceptíveis como acontece com

outros antibióticos. O isolamento de cepas resistentes é maior em crianças do que em

adultos , o que está relacionado com o uso prévio de macrolídeos.

Existem dois mecanismos de resistência evidenciados. O primeiro consiste em

alteração do ribossoma bacteriano, com redução da afinidade aos antimicrobianos

(fenótipo MLSB) e o segundo em efluxo ativo para a retirada das drogas do citoplasma da

bactéria (fenótipo M). É observado que as cepas dotadas com o primeiro mecanismo

(fenótipo MLSB) mostram níveis elevados de resistência dos macrolídeos, o que

impossibilita a utilização destas substâncias no tratamento dos pacientes infectados.

Estudos revelam que a prescrição global de macrolídeos aumentou de 10-15%, na

década de 80, para 18% na década de 90.32,33 Em consequência deste consumo crescente, a

prevalência do Streptococcus pneumoniae resistente aos macrolídeos tem aumentado em

diversos países.30 Situação semelhante também foi relatada para Streptococcus pyogenes.34

Fatores como: alto custo e crescente resistência bacteriana vêm pesando contra o

uso de novos macrolídeos.30Durante segundo consenso sobre prevenção da febre

reumática, a Sociedade Brasileira de Pediatria, advertiu que o uso de novos macrolídeos,

tais como a azitromicina, como fármacos de primeira escolha para o tratamento de

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faringoamigdalite estreptocócica, não é recomendado, pois pode levar a um rápido

aumento da resistência bacteriana, dificultando o tratamento de pacientes alérgicos à

penicilina. 25

Estudo constatou que o uso de macrolídeos como primeira escolha para tratamento

de infecções bacterianas de vias aéreas superiores deve ser desestimulado e considerado

apenas como alternativa para pacientes alérgicos a penicilínicos.30

No presente estudo, observou-se que nas prescrições de pediatras ocorreu a

presença de cefaclor, uma cefalosporina de segunda geração, em 10% dos casos. Já nas

prescrições de outros especialistas a cefalexina, uma cefalosporina de primeira geração,

estava presente em 11% das situações. É importante salientar que o cefaclor possui

espectro de ação mais amplo do que a cefalexina, seu uso deve ser limitado aos casos de

infecções recorrentes e resistentes. Visto que, o uso deste medicamento como primeira

escolha pode contribuir para o progresso das taxas de resistência bacteriana.43

Neste trabalho, apenas duas prescrições apresentaram associação de antibióticos.

Em uma delas ocorreu a associação de claritromicina + azitromicina, situação discutível,

pois, estas substâncias pertencem à mesma classe (macrolídeos) e apresentam o mesmo

mecanismo de ação. Em outro estudo a ocorrência de prescrições com mais de um

antibiótico foi bem maior.26

Com relação aos resultados da figura 4, observa-se que os antiinflamatórios não

esteroidais (AINES) foram os medicamentos mais associados aos antibióticos, resultado

semelhante a outro estudo. Esta ampla utilização, atribui-se à sua ação, inibindo a síntese

de prostaglandinas o que proporciona alívio dos principais sintomas associados às

infecções, tais como: dor e febre. A associação de AINES aos antibióticos não é indicada,

visto que, a inflamação que acompanha a infecção é considerada uma defesa orgânica que

não deve ser inibida. Sendo assim, para alívio dos sintomas é recomendado o uso de

analgésicos não opióides ou até corticoides.26, 36

Algumas prescrições apresentaram associações com outras substâncias, tais como:

antihelmínticos e metronidazol (8%). Isto pressupõe o tratamento de duas infecções

concomitantes, o que sugere a presença de mais de um patógeno. Entretanto, não são dados

conclusivos, pois, neste estudo não houve acesso aos diagnósticos. É importante destacar

que essas associações não são usualmente relatadas nos compêndios de farmacologia,

tornando-se questionáveis.26

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Atualmente a resistência bacteriana não é apenas um problema hospitalar, mas

também em infecções comunitárias. Grande parte dos antibióticos utilizados é para

infecções comunitárias, sendo que, o volume consumido de antibióticos é a principal

pressão seletiva capaz de gerar alterações na frequência de resistência. Sendo assim,

compreende-se que o uso de antibióticos é muito importante no processo de seleção de

cepas resistentes e que o uso racional e restrito pode conter a progressão das taxas de

resistência. 27

O combate á resistência bacteriana continua sendo um desafio á ciência. Enquanto

o homem desenvolve novos antibióticos, novos mecanismos de defesa são desenvolvidos

pelas bactérias, em função do enorme potencial genético-bioquimico que possuem. Desta

forma, superam o poder inovador do homem (com toda sua biotecnologia) e resistindo à

antibiótico terapia, com um “armamento” cada vez mais poderoso, tais como, os plamídeos

e os transposons, que transferidos entre elas, conferem-lhes maior poder de defesa.40

O grande responsável pela disseminação dos genes de resistência e

consequentemente das bactérias resistentes, é sem dúvida o próprio homem. Isto se dá

pelas atitudes inconsequentes ou pela falta de informação. Têm-se observado que o uso

irracional de antibióticos tem aumentado, mesmo com todas as publicações, campanhas e

informações acerca do assunto.41

O sucesso da antibioticoterapia está relacionado ao atendimento personalizado ao

paciente. O que, remete-se na identificação das características da doença infecciosa, do

agente etiológico e dos medicamentos a serem usados no tratamento da pessoa específica.

Deve haver um enfoque integral no atendimento, para que ocorra uma boa relação médico-

paciente. O clínico deve estar fundamentado em conhecimentos específicos a cerca do uso

racional de antibioticoterapia, onde os aspectos técnicos são cada vez mais complexos,

específicos e multidisciplinares. A medicina deve ser aplicada baseada em evidências de

pesquisas com elevado grau de robustez, em estudos que se caracterizam por ensaios

clínicos randomizados e análise sistemática.1

De acordo com Mota, et al.29 o antimicrobiano ideal deve: possuir espectro de ação

mais específico possível, menor concentração inibitória mínima, maior biodisponibilidade

no determinado sítio de infecção, melhor comodidade posológica, ter compatibilidade com

o estado clínico do paciente, ser menos tóxico e de menor custo.

Conclusão

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Através dos dados obtidos neste estudo, pode-se concluir que a maioria das pessoas

que receberam tratamento com antibióticos, de acordo com as prescrições retidas são do

sexo feminino.

As penicilinas e macrolídeos são as classes farmacológicas mais prescritas neste

estudo. Os medicamentos mais utilizados pela faixa etária entre 0-18 anos foram

amoxicilina+ácido clavulânico e azitromicina.

Os medicamentos mais prescritos em associação aos antibióticos foram AINES.

Os dados obtidos nesta pesquisa evidenciam problemas relevantes na utilização de

antibióticos. Estes dados podem ser usados para promoção do uso racional de

antimicrobianos. Toda a população deve ser atingida sobre as informações de resistência

bacteriana, para que todos se sintam motivados no combate a este problema.

O farmacêutico deve estar atento à esta emergência global. Em contato direto com

a população poderá promover o uso racional de medicamentos e orientar quanto à

utilização dos mesmos. Os profissionais farmacêuticos devem ser treinados

constantemente, a fim de que, promovam o uso racional de antimicrobianos com

diminuição do uso inadequado destas substâncias.

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