Apostila ensino médio ginastica

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Ginástica Artística Histórico Foram os antigos gregos, os primeiros a praticar a ginástica como atividade esportiva e não apenas como forma de treinamento militar. No Império Romano e durante toda a Idade Média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, aí incluídos à caça e os torneios. Só com o Renascimento os exercícios físicos, beneficiados pela redescoberta dos valores gregos, voltaram a despertar interesse maior. No século XVIII, a ginástica era vista com um carisma artístico, sendo vulgares as exibições de escolas e associações desportivas, desenvolvendo também a sua vertente competitiva. A organização da ginástica nestes moldes e a criação das regras e aparelhos de ginástica aconteceu em 1811 na Alemanha, através da intervenção do professor Friedrick Ludwig Jahn. Este abriu o primeiro campo de ginástica de Berlim e rapidamente a idéia passou para outras cidades alemãs. O número de praticantes deste desporto aumentou exponencialmente, potenciando a exportação da ginástica para outros países. A criação da Federação Internacional de Ginástica em 1881, abriu caminho para a realização das primeiras provas internacionais da modalidade, que foram os Jogos Olímpicos de 1896. A primeira edição dos campeonatos mundiais realizou-se em Antuérpia em 1903. A complexidade dos aparelhos e das modalidades foi aumentando ao longo do tempo, nomeadamente a introdução da competição olímpica feminina em 1928. No Brasil, a ginástica surgiu no início do século XIX, trazida por imigrantes Professor Reginaldo Pazinatto 1

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Ginástica Artística Histórico

Foram os antigos gregos, os primeiros a praticar a ginástica como atividade

esportiva e não apenas como forma de treinamento militar. No Império Romano e

durante toda a Idade Média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, aí

incluídos à caça e os torneios. Só com o Renascimento os exercícios físicos, beneficiados

pela redescoberta dos valores gregos, voltaram a despertar interesse maior.

No século XVIII, a ginástica era vista com um carisma artístico, sendo vulgares as

exibições de escolas e associações desportivas, desenvolvendo também a sua vertente

competitiva. A organização da ginástica nestes moldes e a criação das regras e aparelhos

de ginástica aconteceu em 1811 na Alemanha, através da intervenção do professor

Friedrick Ludwig Jahn. Este abriu o primeiro campo de ginástica de Berlim e

rapidamente a idéia passou para outras cidades alemãs. O número de praticantes deste

desporto aumentou exponencialmente, potenciando a exportação da ginástica para

outros países.

A criação da Federação Internacional de Ginástica em 1881, abriu caminho para a

realização das primeiras provas internacionais da modalidade, que foram os Jogos

Olímpicos de 1896. A primeira edição dos campeonatos mundiais realizou-se em

Antuérpia em 1903. A complexidade dos aparelhos e das modalidades foi aumentando

ao longo do tempo, nomeadamente a introdução da competição olímpica feminina em

1928.

No Brasil, a ginástica surgiu no início do século XIX, trazida por imigrantes

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europeus, em geral mestres de dança. As aulas de dança foram o primeiro passo para a

prática de ginástica. Os homens, na mesma época, faziam ginástica no Exército, com

base em princípios da ginástica sueca.

Ginástica Artística - Provas

Esta condição, varia muito de acordo com o nível de cada competição (categorias

dos atletas); porém em geral, em cada prova se realizam dois conjuntos de exercícios:

um chamado de obrigatório, que é igual para todos os competidores e definido pelo

órgão responsável pela competição; e outro criado pelo atleta, chamado de livre,

composto por pelo menos onze partes.

O primeiro conjunto é julgado exclusivamente do ponto de vista de sua execução,

ou seja, a figura do ginasta, a fluência do desempenho e a harmonia entre as partes do

exercícios. No segundo conjunto, avalia-se o grau de dificuldade dos movimentos, bem

como a originalidade e a beleza da composição.

Cada modalidade de exercício tem regras e regulamentos próprios para a

contagem dos pontos, que são distribuídos entre as notas de Dificuldade,

Combinações/Ligações, Execução e Originalidade.

O ginasta comete falta ao cair do aparelho, perder o equilíbrio, manter as pernas

e/ou os braços encurvados, executar movimentos com pouca extensão ou desenvoltura,

fazer uma manobra extra para se equilibrar ou concluir subitamente um movimento.

Provas Masculinas

A ginástica masculina inclui o exercício de solo, barra fixa, barras paralelas,

cavalo com alça, cavalo sem alça e argolas.

A barra fixa é feito com aço polido, tem 2,4m de comprimento por 2,8cm de

diâmetro e fica a 2,5m de altura em relação ao solo. Diferentes exercícios são feitos de

forma contínua nesse aparelho principalmente à base de balanço (oscilação) e

retomadas.

As barras paralelas são duas barras de madeira (ou fibra) com 3,50m de

comprimento, colocados a uma distância que varia de 42cm a 52cm uma da outra, a uma

altura de 1,95m. Os exercícios nas paralelas combinam diversos movimentos, mas

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principalmente largadas e balanços.

O cavalo com alças é um aparelho coberto de couro, com 1,60m de comprimento,

35cm a 37cm de largura e 1,10 de altura, com duas alças de madeira de 12cm de altura

colocadas a uma distância de 40cm a 45cm uma da outra. O ginasta, seguro nas alças, faz

movimentos contínuos de balanços circulares, de tesoura e com as pernas juntas

(volteio).

O cavalo sem alça é o mesmo aparelho anterior, com quatro diferenças: retiram-se

as alças, aumenta-se a altura para 1,3m, apresenta-se um trampolim ou uma cama

elástica diante do cavalo, onde apoiam-se as mãos para saltar e terminar em posição

firme sobre um colchão posto a frente deste. Atualmente, as competições internacionais

utilizam de uma plataforma de salto (Pégasus) com outras especificações, e que é

também utilizado na ginástica feminina, em substituição ao cavalo sem alças.

As argolas são aros de madeira ou de fibra de vidro, com 18cm de diâmetro

externo, suspensas por correias de uma altura de 5,5m, elas mesmas a 2,5m do solo, e

50cm de distância entre si. A prova combina movimentos de impulso, força e

flexibilidade.

Na ginástica de solo, os exercícios são executados numa área quadrada, recoberta

por um tatame quadrado de 12m x 12m, com mais 01 metro de faixa de segurança, em

feltro ou outro material semelhante. A apresentação da série deve durar entre 50 e 70

segundos. Os exercícios exploram velocidade, flexibilidade, força e equilíbrio na

execução de saltos, giros e provas de elasticidade.

Provas Femininas

A ginástica feminina envolve exercícios em trave de equilíbrio, barras

assimétricas, cavalo sem alça, solo.

A atleta pode iniciar os exercícios na trave de equilíbrio, parada ou correndo. A

trave é de madeira forrada com espuma e coberta com couro ou vinil. Tem 5m de

comprimento por 10cm de largura e fica a 1,2m do solo. A apresentação pode durar de

70 a 90 segundos e deve incluir movimentos em toda a extensão do aparelho.

As barras assimétricas são paralelas e colocadas sobre suportes. A largura de

ambas as barras é semelhante, com 2,40m. A barra menor é ajustável e pode ficar de

1,4m a 1,6m do solo. A outra tem altura de 2,20m a 2,30m. Elas devem estar afastadas

uma da outra em pelo menos 1,00m. Neste aparelho predominam exercícios deProfessor Reginaldo Pazinatto 3

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suspensão e vôo e são utilizados como posição passageira os movimentos de apoio. A

ginasta deve trocar de barras, girando e executando movimentos elegantes e

harmônicos.

O cavalo sem alça é igual ao dos homens, só que mais baixo (1,2m). O exercício é

o mesmo, mas o cavalo é colocado transversalmente. Pode-se incluir acrobacias no

trampolim antes do salto. Assim como na ginástica masculina, já admite-se em

competições internacionais, uma nova plataforma de salto (Pégasus).

Os exercícios de solo se diferenciam dos masculinos por serem executados com

música e durarem de 70 a 90 segundos.

Ginástica Rítmica

INTRODUÇÃO

A história nos mostra que a Ginástica Rítmica é um esporte recente, muito

complexo e que teve seu início na necessidade e competência de um grande profissional

em querer desenvolver a percepção musical através de movimentos corporais

expressivos e contextualizados.

É interessante como a Ginástica Rítmica cada vez mais praticada no mundo e em

constante reestruturação procura aprimorar a estreita relação entre a perfeição técnica e

a arte de executar movimentos expressos através da música.

OBJETIVO:

Analisar através do da história o desenvolvimento da Ginástica Rítmica no Brasil

e no mundo e perceber suas características e especificidades,

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ESPORTE E O DESPORTO

O ser humano é complexo na sua constante necessidade de transformar, de

buscar o novo, o diferente e principalmente na arte de criar meios que possam ocupar o

seu tempo dando vazão ao seus sentimentos, motivando-o para continuar a viver e

perceber-se importante no percurso natural da vida . E nesta louca necessidade comete

muitos erros, mas também muitos acertos.

O esporte é um meio criado, estruturado e conquistado pelo homem para

somatizar ao seu tempo mais empolgação, brilho, socialização, determinação,

supremacia na arte de promover-se e trabalhar o próprio corpo, além da glória de sentir-

se campeão e elite no momento da disputa.

Quando falamos em desporto devemos analisá-lo como uma balança que deve

pesar o positivo e o negativo. Resultado da busca do equilíbrio interior de cada pessoa

ou grupo de pessoas que faz do esporte parte de sua vida, ou até mesmo um meio de

vida com maior ou menor qualidade e intensidade. O esporte tem a magnitude de

divertir, de arrebatar corações, de unir povos, incluir mas também tem o poder de

excluir e oprimir.

É empolgante falar de esporte, torna-se poesia, meio de vida e transcendência.

A G.R. surgiu desta necessidade básica da busca pelo novo.

GINÁSTICA RÍTMICA

Ginástica Rítmica ou G.R., é uma modalidade especificamente feminina, encanta

pelo fato de aliar a arte potencial do movimento expressivo do corpo, com a técnica da

utilização ou não de aparelhos a ela característicos, somados a interpretação de uma

música. É um esporte arte que empolga, motivado pela competição e desejo de chegar a

perfeição.

Caracterizou-se por substituir os movimentos mecânicos pelos orgânicos, os

métricos pelos rítmicos e os de força pelos dinâmicos. A leveza, o ritmo, a fluência e a

dinâmica trouxeram amplas possibilidades de se desenvolver a agilidade, a

flexibilidade, a graça e a beleza dos movimentos.

O movimento é algo inato ao ser humano. E a ginástica tem na prática dos

movimentos o seu objetivo principal. Um dos papéis da Ginástica Rítmica é ajudar no

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desenvolvimento, aprimoramento e melhoria das categorias motoras (estabilização,

locomoção, manipulação). Isto incorpora uma ampla série de experiências de

movimentos, para que as crianças desenvolvam e refinem suas habilidades motoras,

além de promover o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e social, a

Ginástica Rítmica favorece a essa compreensão, pois é uma modalidade que tem o ritmo

como um dos seus fundamentos.

A Ginástica Rítmica, visa desenvolver o corpo em sua totalidade. É

fundamentada no aprimoramento dos movimentos naturais do ser humano, no

aperfeiçoamento de suas capacidades psicomotoras, no desenvolvimento das qualidades

físicas e do ritmo, podendo também ser considerada como uma forma de trabalho físico,

artístico e expressivo.

A Ginástica Rítmica não existe a tanto tempo assim e merece de acordo com

Bárbara Lafranchi, técnica da seleção brasileira de Ginástica Rítmica a interessante

definição e interpretação: A G.R como um Esporte-arte.

Evolução histórica

Um dos primeiros relatos acerca do princípio da atividade física associada ao

ritmo vem de Russeau (1712-1778), que realizou um estudo sobre o desenvolvimento

técnico e prático da ginástica para a educação infantil. Foi por meio dos trabalhos de

Muts (1759-1839), considerado um dos pioneiros da ginástica, que se obteve o

desenvolvimento das atividades ginásticas relacionadas ao fortalecimento do indivíduo

e também com o propósito de proporcionar saúde e preparação para a guerra.

O lado artístico da Ginástica Rítmica teve suas raízes lançadas por Delsarte (1811-

1871), que caracterizou o seu trabalho pela busca da expressão dos sentimentos através

dos gestos corporais. Dalcroze (1865-1950), pedagogo suíço e professor de música,

iniciou a prática de exercícios rítmicos como meio de desenvolvimento da sensibilidade

musical através dos movimentos do corpo. Realizou diversos estudos fisiológicos dos

quais concluiu a existência da íntima relação entre harmonia dos movimentos e seu

dinamismo, entre o equilíbrio e os diversos estados do sistema nervoso central,

exercendo ampla influência na formação das escolas de dança e no desenvolvimento da

Educação Física.

Posteriormente, Bode (1881-1971), aluno de Dalcroze, apregoava que o mais

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importante era o fluir do movimento e seu caráter natural e integral. Desenvolveu-se

então, um sistema cujo o objetivo era demonstrar através dos movimentos, os diversos

estados emocionais do indivíduo. Somou-se a isto, a música, a utilização de aparelhos

com a finalidade de ornamentar a apresentação e as características femininas. Foi Bode,

considerado criador da Ginástica Rítmica, quem estabeleceu os princípios básicos da

mesma, os quais até hoje são consideradas importantes e seguidos.

Suas teorias são fundamentadas no princípio da contração e relaxamento, que é a

própria essência do movimento humano e forma a unidade do ritmo corporal. Quanto

ao espaço explorou as direções e planos em todas as suas possibilidades, o que constitui

a base da variação dos deslocamentos na ginástica rítmica atual. Introduziu a ginástica

de expressão e o trabalho em grupos, destacando a colaboração e harmonia das

participantes.

Duncan (1878-1929), seguidora de Bode, adaptou o sistema à dança e o levou a

antiga União soviética e lá iniciou o ensino desta nova atividade como esporte

independente e com manifestações competitivas.

O alemão Medau, estudou os exercícios rítmicos e iniciou a introdução de

aparelhos como a bola, as maças e o arco, dando o primeiro passo para a utilização dos

parelhos nos exercícios femininos

A prática da Ginástica Rítmica

A Ginástica Rítmica começou a ser praticada desde o final da Primeira Guerra

Mundial, mas não possuía regras específicas nem um nome determinado. Várias escolas

inovavam os exercícios tradicionais da Ginástica Artística, misturando-os com música.

A então Ginástica Rítmica, esporte independente, passa a ser chamada de

Ginástica Moderna (1962), em reconhecimento pela Federação Internacional de Ginástica

(F.I.G.). Mais tarde em 1975, passa a ser denominada de Ginástica Rítmica Desportiva,

estabelecendo-se definitivamente sua característica competitiva.

A Ginástica tornou-se um esporte olímpico oficial em 1984, somente com

competições individuais. Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, incluiu-se as

competições de conjunto.

Em 1946, na Rússia, surge o termo “rítmica”, devido a utilização da música e da

dança durante a execução dos movimentos.

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Em 1961, alguns países do Leste Europeu organizaram o primeiro campeonato

internacional da modalidade. No ano seguinte, a Federação Internacional de Ginástica

( FIG) reconheceu a Ginástica Rítmica (G.R.) como um esporte. A partir de 1963

começaram a ser realizados os primeiros campeonatos mundiais promovidos pela FIG.

Os aparelhos utilizados na Ginástica Rítmica como a corda, a bola e o arco foram os

primeiros aparelhos a serem trabalhados, as maças e a fita foram elaborados e

desenvolvidos no ano de 1966.

Em 1984, a G.R. já reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional foi

introduzidos nos Jogos Olímpicos daquele ano. No entanto, as melhores ginastas do

mundo provenientes dos países do Leste Europeu, ficaram fora da competição devido o

boicote liderado pela ex. - União Soviética. Assim a primeira medalha Olímpica do

esporte ficou com a canadense Lori Fung. Em Seul- 1988, o esporte conquistou o público

e se popularizou. Em Barcelona – 1992, Aleksandra Timoshenko, competindo pela

Comunidade dos Estados Independentes foi a vencedora. Em Atlanta – 1996, a

Federação Internacional de Ginástica (FIG) introduziu a competição de conjuntos nos

Jogos Olímpicos. A Espanha conquistou a primeira medalha Olímpica desta categoria,

ficando campeã no naipe individual a ucraniana Ekaterina Serebyanskaya. Nos Jogos de

Sidney – 2000 a Rússia confirmou seu favoritismo.

A Ginástica Rítmica no Brasil

No Brasil, a atual Ginástica Rítmica, teve várias denominações diferentes,

primeiramente denominada de Ginástica Moderna, Ginástica Rítmica Moderna, e sendo

praticada essencialmente por mulheres, passou a ser chamada de Ginástica Feminina

Moderna. E a seguir, por decisão da Federação Internacional de Ginástica, passou a

denominação de Ginástica Rítmica Desportiva, e hoje, finalmente Ginástica Rítmica.

O Brasil participou da estréia olímpica da G.R. em Los Angeles –1984 com a

ginasta Rosana Favilla, que não se classificou para a final. Em Barcelona 1992, Marta

Schonharst conseguiu a 41ª colocação entre as 43 ginastas que disputaram o evento. Nos

Jogos de Sidney, em 2000, o conjunto brasileiro conseguiu o seu melhor resultado em

uma Olimpíada ficando em oitavo lugar. Outra grande conquista do Brasil na G.R. foi a

medalha de ouro nos Jogos pan-americanos de Winnipeg, Canadá, em 1999. A Seleção

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brasileira responsável pela conquista treina na UNOPAR (Universidade do Norte do

Paraná), em Londrina, o maior centro de treinamento de G.R. no país.

Características da Ginástica Rítmica

A Ginástica Rítmica caracteriza-se pelo alto nível de exigência coordenativa das

atletas. Simetria e bilateralidade são fundamentais para seu êxito, porém existe ainda o

aspecto artístico, ou seja, as apresentações das atletas são avaliadas por árbitras,

portanto, o desempenho físico e técnico podem ser suplantados por uma interpretação

subjetiva.

A G.R tem dois naipes de competição: Individual e de Conjunto. Nos

campeonatos individuais das categorias juvenil e adulta, a ginasta obrigatoriamente

participa de quatro provas (aparelhos) dos cinco. Esses aparelhos são definidos a cada

ciclo olímpico.

Os Elementos Corporais são a base indispensável dos exercícios individuais e

conjuntos. Os elementos corporais podem ser realizados em várias direções, planos, com

ou sem deslocamento, em apoio sobre um ou dois pés, coordenados com movimentos

de todo o corpo. Fazem parte dos elementos corporais obrigatórios: andar, correr, saltar,

saltitar, balancear, circunduzir, girar, equilibrar, ondular, executar pré acrobáticos,

lançar e recuperar sendo que os exercícios devem ser acompanhados por estímulo

musical . Os exercícios são avaliados de acordo com o Código de Pontuação por árbitras

devidamente licenciadas com brevês obtidos em testes de qualificação.

Corda

Caracteriza-se por balanços, círculos, rotações, figuras com movimentos tipo "oito", lan-çamentos e capturas da corda. Os ginastas também saltam e saltam com a corda abertaou dobrada, segura por ambas as mãos. A corda é feita de linho ou material sintético;proporcional ao tamanho da ginasta.

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Arco

Os movimentos mais comuns com o arco incluem balanços, rolamentos, lançamentos ecapturas, giros, incursões no arco, rotações do arco no chão e rotações do arco ao redorda mão e outras partes do corpo. O mais impressionante aqui está nos altos lançamentose nas técnicas complexas para pegar o arco de uma forma diferente a cada momento. Oarco é feito de madeira ou plástico, possui diâmetro interior de 80-90cm e peso mínimode 300 gramas.

Bola

Ondas, círculos, lançamentos e capturas, movimentos com a bola equilibrada na mão,saltos e giros com a bola no chão e ao longo de partes do corpo são os movimentos maiscomuns desta especialidade. A bola é feita de borracha ou material sintético, e seu diâ-metro é 18-20cm e o peso mínimo é 400 gramas.

Maças

Balanços, círculos grandes, círculos pequenos, moinhos, lançamentos e capturas, e bati-das rítmicas são os movimentos mais comuns. As maças são feitas de madeira ou mate-rial sintético, com cerda de 40-50cm de comprimento, e seu peso é de 150 gramas cada; acabeça da maça deve ter no máximo 3cm. Têm a aparência de garrafas invertidas.

Fita

São incluídas nas rotinas de fitas, espirais, balanços, círculos, lançamentos e capturas, emovimentos com figuras tipo 'oito'. A fita deve permanecer em movimento constante-mente. A fita possui uma vareta que é feita de madeira ou material sintético e tem diâ-metro máximo de 1cm, por 50-60cm de comprimento; a fita é feita de cetim ou materialsemelhante com largura de 4-6cm por 6 m de comprimento; o peso da fita deve ser de nomínimo 35g.

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Ginástica LaboralHistória

A modalidade surgiu como forma de prevenção contra os problemas causados

pelas lesões de esforço repetitivo e demais distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho.

O primeiro vestígio desta idéia vem da Polônia, datado de 1925 com o nome

"Ginástica de Pausa". Anos depois, surgiu na Holanda e na Rússia. Na década de 60,

atingiu outros países da Europa e principalmente o Japão, onde ocorreu a consolidação e

a obrigatoriedade da GLC - Ginástica Laboral Compensatória. No Brasil, a semente

brotou em 1973, na escola de educação Feevale com um projeto de Educação Física

Compensatória e Recreação no qual a escola estabelecia uma proposta de exercícios

baseados em análises biomecânicas (MARCHESINI, 2001).

Foi também por volta de 30 anos atrás que um jovem médico americano tentava

fazer entender a classe médica que corridas radicais previnem os males da vida

sedentária (problemas cardíacos, obesidade, entre outros). Keneth Cooper entende ter

trazido para a medicina o conceito de exercício que dá saúde e alegria às pessoa

(MARCHESINI, 2002).

A ginástica laboral está suprindo, ao menos em partes, esta necessidade de um

"espaço de liberdade", de uma quebra de ritmo, na rigidez e na monotonia do trabalho.

Além disto, a organização do trabalho ataca primeiro e maciçamente a vida mental dos

indivíduos. O desgaste neste aspecto é bem maior devido a todo o esforço para manter-

se sob controle. Assim ao começarem a participar da ginástica, os trabalhadores

descobrem que é um momento, talvez o único do dia. Onde podem ser eles mesmos de

forma integrada, expandindo o corpo, a mente e o espírito. É possível, então, relaxar e

abrir mão do autocontrole, livres de risco de acidentes, erros e tensão decorrentes.

Podem sair das posturas automatizadas, conversar com seus colegas e desligar das

pressões aliviando o stress. A ginástica laboral preenche também uma carência de

atenção e valorização das pessoas, sendo percebida como uma diferença da empresa

para com elas e um sinal de humanização do ambiente de trabalho.Hoje parece

dispensável relacionar atividade física e promoção de saúde.

Atualmente, não se continua competitiva no mercado a empresa que não se volta

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à qualidade de vida de seus funcionários, visto que a produtividade é diretamente

proporcional à saúde do indivíduo. E é no âmbito de se promover saúde mental,

amenizando o estresse, e física, combatendo os males como sedentarismo e esforços

repetitivos que a tecnologia proporciona, é que a ginástica laboral tem sido uma

importante alavanca nesse processo.

Conceito de Ginástica Laboral

Ginástica laboral é a prática voluntária de atividade física, realizada pelos

trabalhadores coletivamente, no próprio local de trabalho, durante a sua jornada diária,

visando melhorar a condição física do trabalhador.

Tem como objetivo fortalecer determinadas musculaturas muito exigidas durante

a jornada de trabalho, o que faz prevenir problemas posturais e lesões que, além de

trazerem riscos aos funcionários, representam custos operacionais para a empresa.

Esta Ginástica não leva o trabalhador ao cansaço, por ser de curta duração. A

Ginástica Laboral contribui para a prevenção e recuperação das chamadas "doenças do

trabalho" (LER e DORT) promovendo o bem estar e melhorando as relações

interpessoais.

Atividades Praticadas

Existem hoje no mercado vários formatos de programas de ginástica laboral, e ao

se escolher um determinado tipo de programa deve ser levado em consideração a

realidade de cada empresa. Todo programa de ginástica laboral deve ser desenvolvido

após avaliação criteriosa de todos fatores do ambiente de trabalho e individual dos

trabalhadores.

O programa de ginástica laboral poderá ser aplicado em toda a empresa,

iniciando nas áreas críticas de trabalho. Os exercícios são elaborados e aplicados de

acordo com as exigências físicas laborais sobre as várias estruturas

osteomusculoligamentares dos trabalhadores. As formas de aplicação são: antes do

início das atividades de trabalho, aquecendo o corpo e preparando-o para exercer a

atividade laboral; durante a jornada de trabalho, com objetivo de distensionar e

compensar a musculatura sobrecarregada pelo trabalho; após a jornada de trabalho, com

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o objetivo de relaxar a musculatura e diminuir as tensões musculares provocadas pelo

trabalho. Segundo Marquesini (2002), há três tipos de ginástica laboral:

• Preparatória: Ginástica com duração geralmente de 5 a 10 minutos

realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem como objetivo

principal preparar o funcionário para sua tarefa, aquecendo os grupos

musculares que irão ser solicitados nas suas tarefas e despertando-os para

que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho.

• Compensatória: Ginástica com duração geralmente de 10 minutos,

realizados durante a jornada de trabalho, interrompendo a monotonia

operacional e aproveitando pausas para executar exercícios específicos de

compensação aos esforços repetitivos e às posturas inadequadas solicitadas

nos postos operacionais.

• Relaxamento: Ginástica com duração geralmente de 10 minutos, baseada

em exercícios de alongamento realizados após o expediente, com o objetivo

de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diária, evitando

o acúmulo de ácido láctico e prevenindo as possíveis instalações de lesões.

Este programa é executado por profissionais de educação física que vão às

empresas diariamente aplicar as séries de exercícios.

Todo o processo precisa ser avaliado, para isso uma equipe trimestral vai até a

empresa e realiza uma pesquisa, enfocando o posto de trabalho (ergonomia), a área

clínica, e se estão gostando do programa. Com a pesquisa pronta, é feito um

mapeamento, normalmente no formato de gráficos e tabelas, que são apresentados à

diretoria, para que avalie os resultados. Estes podem dar um novo direcionamento tanto

na aplicação dos exercícios quanto na melhoria do ambiente de trabalho.

Benefícios da Ginástica Laboral

A Ginástica Laboral propicia benefícios fisiológicos, psicológicos, sociais e

empresariais:

• Fisiológicos:

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Promove a sensação de disposição e bem estar para o trabalho.

Combate e previne doenças profissionais, sedentarismo, estresse, depressão,

ansiedade.

Melhora a flexibilidade, a coordenação e a resistência, promovendo uma maior

mobilidade e melhor postura.

Diminui as inflamações e traumas.

Diminui a tensão muscular desnecessária.

Diminui o esforço na execução das tarefas diárias.

• Psicológicos:

Favorece a mudança da rotina.

Reforça a auto-estima e melhora a auto-imagem.

Mostra a preocupação da Empresa com seus funcionários.

Melhora a capacidade de atenção e concentração no trabalho.

Desenvolve a consciência corporal.

Combate tensões emocionais.

Finalidade

A ginástica laboral tem a finalidade de melhorar a postura corporal, reduzir a

incidência de doenças como Ler e Dort, reduzir a fadiga, aumentar a disposição para o

trabalho, estimular a prática de atividade física e melhorar o clima organizacional,

através da integração dos funcionários do setor.

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