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UNIDADE 4 - EQUILBRIO QUMICOCAPTULO 1 O EQUILBRIO QUMICO E SUAS CONSTANTES............................................................................2 Conceito...........................................................................................................................................................................2 Introduo........................................................................................................................................................................2 O equilbrio qumico........................................................................................................................................................2 A constante de equilbrio.................................................................................................................................................5 Constante de equilbrio em termos de presses parciais..................................................................................................7 CAPTULO 2 DESLOCAMENTO DE EQUILBRIO.................................................................................................10 Introduo......................................................................................................................................................................10 Influncia da temperatura num sistema em equilbrio...................................................................................................10 Influncia da presso num sistema em equilbrio..........................................................................................................12 Influncia da concentrao num sistema em equilbrio.................................................................................................13 EXERCCIOS DE APRENDIZAGEM..............................................................................................................................14 EXERCCIOS DE FIXAO............................................................................................................................................17 EXERCCIOS COMPLEMENTARES..............................................................................................................................19

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 2

CAPTULO 1 O EQUILBRIO QUMICO E SUAS CONSTANTES ConceitoEquilbrio qumico a particular situao para a qual tendem os sistemas nos quais ocorre uma reao reversvel com todos os seus participantes com concentraes constantes.

IntroduoReao reversvel a reao que ocorre nos dois sentidos, representada por uma equao qumica com dupla seta. Observe as experincias: 1 experincia: Colocamos carbonato de clcio (slido) em um Representao: recipiente fechado. Aquecendo esse material, ele se decompe em xido de clcio (slido) e gs carbnico. Esses compostos, mantidos em contato, reagem entre si, regenerando o carbonato de clcio. 2 experincia: Colocamos xido de clcio (slido) e gs Representao: carbnico num recipiente fechado. Por aquecimento, esses compostos reagem entre si, originando carbonato de clcio (slido). Esse composto, em seguida, se decompe, originando novamente xido de clcio (slido) e gs carbnico.

O equilbrio qumicoToda reao qumica reversvel tende para uma particular situao denominada equilbrio qumico. Para voc perceber o significado de equilbrio qumico, vamos estudar mais duas experincias: 1 experincia: Colocamos, em um recipiente de 1 l de capacidade, uma mistura de 1 mol de gs hidrognio (incolor) e 1 mol de vapor de iodo (prpura) temperatura de 445 C. Feita essa mistura, medida que o tempo passa, notamos que a intensidade da colorao prpura do iodo vai diminuindo. Isso uma prova de que est ocorrendo a reao: Representao grfica Entretanto, observamos que chega um momento em que a intensidade da colorao prpura no diminui mais com o passar do tempo, sendo sempre da mesma intensidade desde que no alteremos a temperatura. Isso uma prova de que o iodo no se consome totalmente, dando-nos a impresso de que a reao parou. Com base na intensidade da colorao prpura, podemos calcular a concentrao do HI formado e as concentraes de H2 e I2 que ainda existem:

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 32 experincia: Colocamos, num recipiente de 1 l de capacidade, 2 moles de gs iodidreto (incolor) temperatura de 445 C. Feito isso, medida que o tempo passa, comea a aparecer uma colorao prpura, cuja intensidade vai aumentando. Isso uma prova de que est ocorrendo a reao: Representao grfica: A intensidade da colorao prpura aumenta at certo ponto e, da por diante, no aumenta mais, dando-nos a impresso de que a reao parou. Novamente com base na intensidade da colorao prpura podemos determinar a concentrao de I2 e H2 formados e a concentrao de HI que ainda existe:

Podemos notar que nos dois casos existem exatamente as mesmas quantidades, e assim chegamos ao mesmo estado partindo de direes opostas. A esse estado estvel damos o nome de equilbrio qumico.

Vamos tabelar a variao do nmero de moles at atingirmos o equilbrio, partindo da mistura de 1,00 mol de H2(g) e 1,00 mol de I2(g): Tempo (s) No de moles de H2(g) No de moles de I2(g) No de moles de HI 0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 t11 ... 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,2 0,2 02 ... 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,2 0,2 02 ... 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,6 1,6 1,6 ... (1) (2) (3) (1) Aqui a reao entre H2(g) e I2(g) ainda no se iniciou, da no existir ainda HI(g). (2) Aqui a reao est se processando; portanto, o nmero de moles de H2(g) e de I2(g) vai diminuindo, enquanto o nmero de moles de HI(g) vai aumentando. (3) Aqui a reao entre H2(g) e I2(g) produzindo HI(g), ocorre com a mesma velocidade com que o HI(g) se decompe novamente em H2(g) e I2(g); portanto, o numero de moles no mais se altera. Dizemos, ento, que H2(g), I2(g) e HI(g) esto em equilbrio qumico.

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 4Note, ento, que a partir do instante t8 o nmero de moles de H2(g), I2(g) e HI(g) so constantes; no entanto, as reaes continuam ocorrendo, porm com a mesma velocidade. A indicao desse sistema em equilbrio feita da seguinte maneira: Aplicando a essas reaes do equilbrio a lei de Guldberg-Waage, temos: Velocidade de formao do HI(g) Velocidade de decomposio do HI(g) A variao dessas velocidades pode ser representada graficamente:

Veja que a reao inicial tem velocidade mxima que vai diminuindo com o tempo. Entretanto, surge a reao contrria, com velocidade que vai aumentando at que, no equilbrio, essas velocidades se igualam. Observe as setas:

Utilizando materiais radiativos, os qumicos conseguem provar que, atingido o estado estvel, as quantidades das substncias no mudam, no porque a reao tenha parado, mas porque ocorrem reaes nos dois sentidos com a mesma velocidade. Desse modo, o equilbrio qumico um equilbrio dinmico e no esttico. Assim, podemos concluir que: Equilbrio qumico a particular situao para a qual tendem os sistemas em que ocorre uma reao reversvel que apresenta velocidades iguais para as reaes direta e inversa, e cujos participantes tm suas concentraes inalteradas.

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 5

A constante de equilbrioConsideremos um sistema em equilbrio, representado pela equao qumica: Reao 1 Reao 2 Suponhamos que a reao 1 ocorra Suponhamos que a reao 2 ocorra com velocidade V2. Ento, pela com velocidade V1. Ento, pela lei de lei de Guldberg-Waage, temos: Guldberg-Waage, temos:

Como o sistema se encontra em equilbrio, V1 = V2: A razo entre duas constantes uma constante: A constante Kc recebe o nome de constante de equilbrio em termos de concentraes. Ento: Constante de equilbrio (Kc) a razo entre o produto das concentraes molares dos produtos e o produto das concentraes malares dos reagentes, estando todas essas concentraes elevadas a potncias iguais aos respectivos coeficientes da equao qumica balanceada. Consideremos o sistema em equilbrio estabelecido entre H2(g), I2(g) e HI(g), admitindo que o volume do recipiente em que a reao se processa seja de 1 l. Vamos calcular o valor da constante Kc:

Note que, neste caso a constante Kc no possui unidade. Um sistema no qual se estabelece um equilbrio qumico pode ser homogneo ou heterogneo. O sistema homogneo quando os participantes do O sistema heterogneo quando os participantes do equilbrio constituem uma nica fase (monofsico): equilbrio constituem mais de uma fase (polifsico):

Observao: mistura de gases sempre homognea; entretanto, o mesmo no ocorre com uma mistura de slidos ou de lquidos.

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 6Exerccios resolvidos ER1. Escrever a equao da constante de equilbrio (Kc) para os seguintes sistemas e classific-los em sistemas homogneos ou heterogneos: Resoluo: Resoluo:

ER2. Efetuando, num recipiente fechado, a certa temperatura, a reao entre SO 2(g) e O2(g), verificou-se que, aps estabelecido o equilbrio, existiam 2 moles de SO2(g), 1,5 moles de O2(g) e 4 moles de SO3(g), Sabendo que a capacidade do recipiente de 500 ml, determinar o valor da constante de equilbrio. Resoluo:

ER3. So misturados 2 moles de H2(g) com 3 moles de Cl2(g) num recipiente fechado de V litros de capacidade, a certa temperatura. Calcular o valor da constante Kc para a formao de HCl(g) sabendo que 80% do H2(g), reagiu.

Desse modo, temos:

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 7ER4. Trs moles de gs amonaco (NH3) so colocados num recipiente. Com aquecimento conveniente, estabelece-se o equilbrio: 2NH3(g) N2(g) + 3H2(g). Calcular o grau de dissociao do NH3(g), sabendo que no equilbrio existem 2,7 moles desse gs. Resoluo: O grau de dissociao () uma grandeza que indica, em termos porcentuais, a quantidade da substncia que sofre dissociao. Podemos determinar a com a frmula: No de moles dissociados % = 100 . no de moles inicial Pelo enunciado do problema, temos:

ER5. Num recipiente de 2 l de capacidade so colocados 3,6 g de H 2O(g). Com aquecimento, estabelece-se o equilbrio: 2H2O(g) 2H2(g) + O2(g). Sabendo que o grau de dissociao da gua de 5%, calcular a constante de equilbrio Kc. Resoluo: 3,6g no de moles inicial de H2O(g) = = 0,2 18g Como o grau de dissociao de 5%, ento 5% da quantidade inicial sofre dissociao: 5 . 0,2 5% de 0,2 = = 0,01 100 Logo:

Exerccios: EA1; EA2; EA3; EA4; EA5; EA6; EA7; EA8; EA9; EA10

Constante de equilbrio em termos de presses parciaisPara os sistemas em que ocorrem participantes gasosos, costumamos expressar a constante de equilbrio em termos de presses parciais. Observe: aA(g) + bB(g) cC(g) + dD(g) Para esse equilbrio homogneo gasoso, a constante de equilbrio pode ser:

(constante em termos de concentraes molares)

(constante em termos de presses parciais)

Constante de equilbrio em termos de presses parciais a razo entre o produto das presses parciais dos produtos gasosos e o produto das presses parciais dos reagentes gasoso estando todas as presses elevadas a potncias iguais aos respectivos coeficientes na equao qumica balanceada. Podemos estabelecer uma relao entre as constantes Kc e Kp pois, com o auxlio da equao de Clapeyron, podemos expressar a presso parcial de um gs componente de uma mistura em funo da sua concentrao molar:

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 8Assim, temos:

Kc

=

Kp

. (RT) (a+b)(c+d)

ou

Kp

=

Kc

. (RT) (c+d)(a+b)

Representando (c + d) (a + b) por n, vem: Logo: Kp=Kc . (RT) n Exerccios resolvidos ER6. Escrever as equaes das constantes Kc e Kp e estabelecer a relao entre elas para os seguintes equilbrios:

ER7. Considere o seguinte sistema em equilbrio: H2(g) + Resoluo: H2(g) + Cl2(g) 2HCll(g): Cl2(g) 2HCll(g), Verifica-se que, para esse equilbrio, a certa temperatura, as presses parciais dos componentes so p = 0,5 atm, p = 0,4 atm e p = 0,6 atm. H2 Cl2 HCl Resposta: Kp = 1,8. Determinar o valor da constante Kp. ER8. Num recipiente de 2l de capacidade encontram-se 1,8 g de H2O(g), 2,0 g de H2(g), e 1,6 g de O2(g) em equilbrio, a 427C. Calcule o valor da constante Kp para o equilbrio: 2H2O(g) 2H2(g) + O2(g).

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Exerccios: EA11; EA12; EA13; EA14; EA15; EA16; EA17; EA18; EA19; EA20 Fixao: EF1; EF1; EF3.

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CAPTULO 2 DESLOCAMENTO DE EQUILBRIOIntroduoConsideremos um sistema em equilbrio, estabelecido com as espcies qumicas A, B e C: No equilbrio, as velocidades V1 e V2 so iguais e as concentraes das espcies A, B e C so constantes. Se, por algum motivo, houver alterao em uma das velocidades, haver, em conseqncia, modificao nas concentraes de A, B e C. Essa alterao em uma das velocidades provoca o que chamamos de deslocamento do equilbrio, que ser sempre no sentido da velocidade maior. Observe:

Deslocamento para a direita.

Deslocamento para a esquerda.

Deslocamento para a esquerda. Deslocamento para a direita. Entretanto, devemos notar que, aps certo tempo, o sistema volta novamente a uma situao de equilbrio, onde as velocidades das reaes so novamente iguais e as concentraes novamente constantes, porm com valores diferentes daqueles do equilbrio inicial. Mas, como se pode alterar uma das velocidades? Existem trs fatores principais que determinam o deslocamento do equilbrio: a temperatura do sistema, a presso exercida sobre o sistema e a concentrao dos participantes do sistema.

Influncia da temperatura num sistema em equilbrioO deslocamento do equilbrio provocado pela variao da temperatura regido pela lei de Vant Hoff: Num sistema em equilbrio, a presso constante, o aumento da temperatura provoca o deslocamento do equilbrio no sentido da reao que absorve calor e a diminuio da temperatura provoca o deslocamento no sentido da reao que libera calor. Ento:

{Exemplo:

O aumento da temperatura favorece a reao endotrmica. A diminuio da temperatura favorece a reao exotrmica

Esse equilbrio, a uma temperatura t1C, apresenta os trs participantes com determinadas concentraes. Se aumentarmos a temperatura para t 2C, estaremos adicionando calor e, com isso, favoreceremos a reao 2, que endotrmica, ou seja, o equilbrio se deslocar para a esquerda e, assim, uma certa parcela do H2O(g) se decompor em H2(g) e O2(g) at que o sistema entre novamente em equilbrio. Se, ao contrrio, diminuirmos a temperatura para tC, estaremos retirando calor do sistema e, com isso, favoreceremos a reao 1, que exotrmica, ou seja, o equilbrio se deslocar para a direita e, assim, certa parcela do H2(s) e do O2(g) se transformar em H2O(g) at que o sistema entre novamente em equilbrio.

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 11Observe o esquema: Equilbrio inicial (t1oC)

Aumento da temperatura

Diminuio da temperatura

(estado intermedirio: deslocamento para a esquerda sentido endotrmico)

(estado intermedirio: deslocamento para a direita sentido exotrmico)

equilbrio final (t2C) equilbrio final (t2C) Comparando as concentraes final e inicial dos Comparando as concentraes final e inicial dos participantes, temos: participantes, temos:

Sempre que houver um deslocamento do equilbrio, ocorrer um aumento das concentraes dos participantes que se formam no sentido do deslocamento e uma conseqente diminuio das concentraes dos outros participantes. Assim:

Exerccios resolvidos ER9. A figura representa as concentraes dos participantes do equilbrio: C2H4(g) + H2(g) C2H6(g) H = 32,7 kcalCompletar a figura, a partir do instante A, sabendo que houve uma diminuio da temperatura do sistema. Resoluo: A diminuio da temperatura favorece a reao exotrmica; logo, haver um deslocamento do equilbrio para a direita. Com isso, forma-se mais C2H6(g), com um consumo, evidentemente, de C2H4(g) e H2(g). Portanto, a concentrao de C2H6(g) aumentar e as concentraes de C2H4(g) e de H2(g) diminuiro at que o equilbrio se restabelea a partir de um instante B. Ento, a figura fica assim:

ER10. Considere o equilbrio: PCl5(g) PCl3(g) + Cl2(g) H = +39,5 kcal/mol. O que ocorrer com aconcentrao de PCl5(g) se a temperatura do sistema for aumentada? Resoluo: O aumento da temperatura favorece a reao endotrmica; logo, o equilbrio se desloca para a direita e, com isso, a concentrao de PCl5(g) diminui.Exerccios: EA21; EA22; EA23; EA24

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Influncia da presso num sistema em equilbrioO deslocamento de um equilbrio provocado pela variao da presso exercida sobre o sistema regido pela lei de Robin: Num sistema em equilbrio, a temperatura constante, o aumento da presso provoca o deslocamento do equilbrio no sentido da reao que se realiza com contrao de volume, e a diminuio da presso provoca o deslocamento no sentido da reao que se realiza com expanso de volume. Evidentemente, a lei de Robin s aplicvel aos sistemas em equilbrio que contenham participantes gasosos, pois so os gases que apresentam acentuada variao de volume em funo da presso exercida. Exemplo:

Aumentando a presso sobre esse sistema, favorecemos a reao 1, que ocorre com contrao de volume, havendo, portanto, um deslocamento para a direita. Se, ao contrrio, diminumos a presso, fica favorecida a reao 2, que ocorre com expanso de volume, havendo, ento, um deslocamento para a esquerda. Veja:

Exerccios resolvidos ER11. Considere o equilbrio: PCl5(g) PCl3(g) + Cl2(g) H = + 39,5 kcal/mol. O que ocorrer com a concentrao de PCl5(g) se aumentarmos a presso sobre o sistema? Resoluo: O aumento da presso sobre o sistema favorece a reao que ocorre com diminuio de volume; logo, provoca um deslocamento para a esquerda, ou seja, no sentido da formao de PCl5(g). Ento, a concentrao de PCl5(g), vai aumentar. ER12. 0 que ocorrer com as concentraes dos participantes do equilbrio abaixo se diminuirmos a presso sobre o sistema? Resoluo: Veja que as reaes ocorrem sem variao de volume. Logo, a variao da presso no altera a condio de equilbrio, ou seja, no provoca deslocamento. Portanto, as concentraes dos participantes permanecem inalteradas.Exerccios: EA25; EA26; EA27: EA28.

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Influncia da concentrao num sistema em equilbrioO deslocamento do equilbrio provocado pela variao da concentrao de um participante regido pela lei da ao das massas ou lei de Guldberg-Waage: Num sistema em equilbrio, a temperatura e presso constantes, a aumento da quantidade de qualquer participante favorece a reao que transforma (que consome) esse participante, e a diminuio da quantidade de um participante favorece a reao que forma esse participante. Exemplo: Considere um recipiente fechado, a certa temperatura, contendo as espcies H2(g), N2(g) e NH3(g) em equilbrio: N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g). Se voc, nesse recipiente: adicionar mais N2(g), ocorrer deslocamento para a direita: sentido que transforma o N2(g) em NH3(g); adicionar mais H2(g), ocorrer deslocamento para a direita: sentido que transforma o H2(g) em NH3(g); adicionar mais NH3(g), ocorrer deslocamento para a esquerda: sentido que transforma o NH3(g) em N2(g) e H2(g); retirar uma parte do N2(g), ocorrer deslocamento para a esquerda: sentido em que esse N2(g) se forma; retirar uma parte do H2(g), ocorrer deslocamento para a esquerda: sentido em que esse H2(g) se forma; retirar uma parte do NH3(g), ocorrer deslocamento para a direita: sentido em que esse NH 3(g) se forma. Exerccios resolvidos ER13. Uma substncia HA (cido) apresenta, em soluo aquosa, o equilbrio: Borbulhando gs amonaco (NH3) nessa soluo, o que ocorrer? Resoluo: O gs amonaco NH3, por ser uma substncia bsica, reage com os ons H+ produzindo ons NH3: NH3 + H NH4+. Essa reao acarreta, ento, a retirada de ons H + do equilbrio, provocando um deslocamento para a direita. Desse modo, a colorao vermelha acentuada, pois aumenta a concentrao dos ons A. ER14. No vinagre, ocorre o equilbrio: H3CCOOH H+ + H3CCOO (cido actico). Que efeito provoca nesse equilbrio a adio de uma substncia bsica? Resoluo: Certamente, a substncia bsica consome ons H+ do equilbrio. Ento, o equilbrio deslocado para a direita.Exerccios: EA29; EA30; EA31; EA32.

Observao: Suponha o equilbrio qumico estabelecido entre as espcies A, B e C: A + B C. O que ocorrer se a esse sistema for adicionado um catalisador? Conforme voc j sabe, o catalisador aumenta a velocidade da reao atravs da diminuio da energia de ativao. Quando temos um equilbrio e a ele adicionado um catalisador, este diminui a energia de ativao e, consequentemente, aumenta a velocidade das duas reaes, conforme mostram os grficos: A+B C H0

Note que o catalisador diminui igualmente a energia de ativao das duas reaes (direta e inversa) do equilbrio. Desse modo, conclumos que o catalisador no provoca um deslocamento no equilbrio.

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EXERCCIOS DE APRENDIZAGEMEA1. Classifique em homogneos ou heterogneos os sistemas onde ocorrem os seguintes equilbrios e escreva a frmula da constante de equilbrio (Kc) para cada um deles:

EA2. Num recipiente de 2l de capacidade encontra-se o seguinte sistema: N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) em equilbrio. Calcule o valor da constante K, sabendo que no equilbrio existem 2 moles de N 2(g), 4 moles de H2(g) e 1 mol de NH3(g). EA3. Trs moles de H2(g), 2 moles de Cl2(g) e 4 moles de HCl(g) encontram-se em equilbrio num recipiente de V litros de capacidade. Calcule a constante Kc do equilbrio: H2(g) + Cl2(g) 2HCl(g). EA4. Um mol de H2(g) mol de O2(g) e 2 moles de H2O(g) encontram-se em equilbrio num recipiente de 0,5 l de capacidade, a certa temperatura. No equilbrio: 2H2O(g) 2H2(g) + O2(g) determine o valor da constante Kc. EA5. Dois moles de H2(g) so misturados com 1 mol de O 2(g) num recipiente de 500 ml de capacidade. Determine o valor da constante Kc para a formao de H2O(g), sabendo que 80% do H2(g) reagiram. EA6. Num recipiente de 1l de capacidade misturam-se 2 moles de CO(g) e 2 moles de O 2(g). A certa temperatura estabelece-se o seguinte equilbrio: 2CO(g) + O2(g) 2CO2(g). Calcule o valor da constante Kc para esse equilbrio, sabendo que 90% de CO(g) reagiram. EA7. Um mol de H2O(g) colocado num recipiente de 2l de capacidade. A determinada temperatura 60% do H2O(g) sofre decomposio. Determine o valor da constante Kc para o equilbrio estabelecido. EA8. Num recipiente fechado encontram-se, a determinada temperatura, 1,8 moles de HCl em equilbrio com H2(g) e Cl2(g). Determine o grau de dissociao do HCl(g) nessa temperatura, sabendo que inicialmente foram colocados 2,0 moles de HCl no recipiente. EA9. Foram colocados x moles de HCl num recipiente e, a seguir, aquecidos a uma temperatura t. Atingida a temperatura t, estabelece-se o equilbrio: 2HCl(g) H2(g) + Cl2(g). Sabendo que no equilbrio existem 1,2 moles de HCl e que o seu grau de dissociao de 30%, calcule o valor de x. EA10. So colocados 22 g de CO2(g) num recipiente de 1,5l de capacidade. A certa temperatur, estabelece-se o equilbrio: 2CO2(g) 2CO(g) + O2(g). Determine a constante Kc desse equilbrio, sabendo que o grau de dissociao do CO2(g) de 10% nessa temperatura. Exerccio-desafio So colocados 2,0 moles de gua num recipiente fechado de 2l de capacidade. Aquecendo essa gua acima de 1.500C, estabelece-se, aps algum tempo, o equilbrio: 2H2O(g) 2H2(g) + O2(g). Calcule o valor da constante de equilbrio Kc, sabendo que a variao do nmero de moles dos participantes est registrada no grfico ao lado.

Apostila de Qumica 2 Unidade 4 Equilbrio Qumico Pagina 15EA11. Escreva as equaes das constantes Kc e Kp e a relao entre elas para os equilbrios:

EA12. Calcule o valor da constante Kp do sistema em equilbrio: N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g), sabendo que, nesse equilbrio, a determinada temperatura, as presses parciais dos componentes so pN2 = 0,5 atm, pH2 = 1,5 atm e pNH3 = 2 atm. EA13. A certa temperatura as presses parciais dos componentes, no equilbrio: 2H2(g) + O2(g) 2H2O(g), so pH2 = 0,6 atm, pO2 = 0,2 atm e pH2O = 0,8 atm. Determine o valor da constante Kp. EA14. O equilbrio H2(g) + Cl2(g) 2HCl(g) se estabelece, a 27C, com 4,0 g de H2(g), 35,5 g de Cl2(g) e 73,0 g de HCl(g), num recipiente de 1l de capacidade. Calcule o valor da constante Kp. EA15. Calcule o valor da constante Kp do equilbrio 2CO(g) + O2(g) 2CO2(g), que se estabelece, a 27C, num recipiente de 500 ml de capacidade com 4 moles de CO(g), 2 moles de O2(g) e 6 moles de CO2(g). EA16. A 27C, a constante Kc do equilbrio H2(g) + Cl2(g) 2HCl(g) vale 20. Calcule o valor da constante Kp. EA17. Calcule o valor da constante Kp a 127C, para o equilbrio: 2SO2(g) + O2(g) 2SO3(g), sabe-se que Kc = 40 l/mol. EA18. A 427C, a constante Kc do equilbrio PCl5(g) PCl3(g) + Cl2(g) vale 60 mol/l. Calcule o valor da constante Kp. EA19. A constante Kp do equilbrio 2NO(g) + O2(g) 2NO2(g) igual a 0,04 atm-1, a 147C. Descubra o valor da constante Kc. EA20. Calcule o valor da constante Kc, a 47C, do equilbrio 2ClO2(g) Cl2(g) + 2O2(g), sabendo que nessa temperatura a constante Kp igual a 0,8 atm. EA21. Dado o sistema em equilbrio, responda: N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) H = -22 kcal. a) Aumentando a temperatura, em que sentido o equilbrio se deslocar? Qual a relao das concentraes dos participantes nos equilbrios final e inicial? b) Diminuindo a temperatura, em que sentido o equilbrio se deslocar? Qual a relao das concentraes dos participantes nos equilbrios final e inicial? EA22. Dado o sistema em equilbrio, responda: N2(g) + O2(g) 2NO(g) H = + 20,8 kcal a) Aumentando a temperatura, em que sentido se deslocar o equilbrio? Relacione as concentraes dos participantes nos equilbrios inicial e final. b) Diminuindo a temperatura, em que sentido o equilbrio se deslocar? Entre os equilbrios final e inicial, qual a relao das concentraes de cada participante? EA23. Dado o sistema em equilbrio, responda: H2(g) + O2(g) H2O(g) H = 57,8 kcal. a) Aumentando a temperatura, em que sentido se deslocar o equilbrio? Relacione as concentraes dos participantes nos equilbrios inicial e final. b) Diminuindo a temperatura, em que sentido o equilbrio se deslocar? Relacione as concentraes dos participantes nos equilbrios inicial e final. EA24. Dado o sistema em equilbrio, responda: CO(g) + O2(g) CO2(g) H