APOSTILA SALA DE RECURSOS...
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CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO LATO SENSU
NUacuteCLEO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO E EXTENSAtildeO - FAVENI
APOSTILA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
ESPIacuteRITO SANTO
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EXPLANANDO SOBRE O ASSUNTO
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Segundo o Art 205 da Constituiccedilatildeo a educaccedilatildeo eacute um direito de todos e dever
do Estado e da famiacutelia seraacute promovida e incentivada com a colaboraccedilatildeo da socie-
dade visando o pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerciacutecio da
cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalho Jaacute no Art 206 diz que o ensino seraacute
ministrado com base no princiacutepio de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e perma-
necircncia na escola
Parafraseando Mantoan a escola eacute o meio mais favoraacutevel para a educaccedilatildeo de
todas as pessoas Na riqueza do conviacutevio com a diversidade eacute que haacute o verdadeiro
crescimento
Nunca o tema da inclusatildeo esteve tatildeo presente no dia-a-dia da educaccedilatildeo Cada
vez mais professores estatildeo percebendo que as diferenccedilas natildeo soacute devem ser aceitas
mas tambeacutem acolhidas como subsiacutedio para a construccedilatildeo do cenaacuterio escolar E natildeo se
trata apenas de admitir a matriacutecula dessas crianccedilas isso nada mais eacute do que cumprir
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a lei O que devemos fazer eacute oferecer serviccedilos complementares adotar praacuteticas cria-
tivas na sala de aula adaptar o projeto pedagoacutegico rever posturas e construir uma
nova filosofia educativa Aprender a conviver com as diferenccedilas eacute um crescimento
pessoal um passo nas relaccedilotildees interpessoais
A Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994 afirma que toda a crianccedila tem necessida-
des e aprendizagens uacutenicas tem direito a ir agrave escola de sua comunidade com acesso
ao Ensino Regular e os Sistemas Educacionais devem implementar programas con-
siderando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a cri-
anccedila
ldquoEscolas regulares com orientaccedilatildeo inclusiva constituem os meios mais efica-
zes de combater atitudes discriminatoacuterias criando comunidades acolhedoras constru-
indo uma sociedade inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos rdquo (DECLARACcedilAtildeO
DE SALAMANCA 1994)
Com o objetivo de tornar a escola um espaccedilo democraacutetico que acolha e garanta
a permanecircncia de todos os alunos sem distinccedilatildeo social cultural eacutetnica de gecircnero ou
em razatildeo de deficiecircncia e caracteriacutesticas pessoais o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo imple-
menta uma poliacutetica de inclusatildeo que pressupotildee a reestruturaccedilatildeo do sistema educacio-
nal Atendendo as necessidades educacionais especiais e respeitando seus direitos
a Sala de Recursos Multifuncionais favoreceraacute o processo de inclusatildeo educacional
trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular agrave que estatildeo matriculados
orientando pais e professores
De acordo com o Parecer CNECEB nuacutemero 172001
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[] Todos os alunos em determinado momento de sua vida es-
colar podem apresentar necessidades educacionais especiais e
seus professores em geral conhecem diferentes estrateacutegias para
dar respostas a elas No entanto existem necessidades educa-
cionais que requerem da escola uma seacuterie de recursos e apoios
de caraacuteter mais especializados que proporcionem ao aluno
meios para o acesso ao curriacuteculo
Aleacutem das competecircncias que os professores necessitam para proporcionar uma
educaccedilatildeo de qualidade para todos muitas vezes satildeo necessaacuterias ajudas
teacutecnicas ou equipamentos especiacuteficos (Tecnologias Assistivas) para atender agraves ne-
cessidades educacionais especiais bem como a atuaccedilatildeo conjunta de outros profissi-
onais na promoccedilatildeo da acessibilidade
A utilizaccedilatildeo das Tecnologias Assistivas (TArsquos) para o ldquoapoderamentordquo do aluno
com necessidades educacionais especiais possibilitando ou acelerando o seu pro-
cesso de aprendizado desenvolvimento e inclusatildeo social eacute uma maneira concreta de
neutralizar as barreiras causadas pela deficiecircncia e inserir esse indiviacuteduo nos ambi-
entes ricos para a aprendizagem proporcionados pela cultura
Sendo assim este material iraacute discutir sobre o conceito de sala de recursos
multifuncionais sua aplicaccedilatildeo entre outros assuntos sobre o tema
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O QUE Eacute SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
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As pessoas com necessidades educacionais especiais tecircm assegurado pela
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 o direito agrave educaccedilatildeo (escolarizaccedilatildeo) realizada em clas-
ses comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplemen-
tar agrave escolarizaccedilatildeo que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos
na escola onde estejam matriculados em outra escola ou em centros de atendimento
educacional especializado Esse direito tambeacutem estaacute assegurado na LDBEN ndash Lei nordm
939496 no parecer do CNECEB nordm 1701 na Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de
setembro de 2001 na lei nordm 1043602 e no Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de
2005
O Atendimento Educacional Especializado eacute uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiecircncia altas
habilidades ou superdotado Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais
ou seja um espaccedilo organizado com materiais didaacuteticos pedagoacutegicos equipamentos
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e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
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Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
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Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
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equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
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atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
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equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
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mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
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FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
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sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
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Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
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Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
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Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
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Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
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necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
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sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
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O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
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MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
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SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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1
EXPLANANDO SOBRE O ASSUNTO
http3bpblogspotcom_ALsXxsFtGjsTHbwLtTUG9IAAAAAAAAARYGZW14kerexos1600SDC14038JPG
Segundo o Art 205 da Constituiccedilatildeo a educaccedilatildeo eacute um direito de todos e dever
do Estado e da famiacutelia seraacute promovida e incentivada com a colaboraccedilatildeo da socie-
dade visando o pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerciacutecio da
cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalho Jaacute no Art 206 diz que o ensino seraacute
ministrado com base no princiacutepio de igualdade de condiccedilotildees para o acesso e perma-
necircncia na escola
Parafraseando Mantoan a escola eacute o meio mais favoraacutevel para a educaccedilatildeo de
todas as pessoas Na riqueza do conviacutevio com a diversidade eacute que haacute o verdadeiro
crescimento
Nunca o tema da inclusatildeo esteve tatildeo presente no dia-a-dia da educaccedilatildeo Cada
vez mais professores estatildeo percebendo que as diferenccedilas natildeo soacute devem ser aceitas
mas tambeacutem acolhidas como subsiacutedio para a construccedilatildeo do cenaacuterio escolar E natildeo se
trata apenas de admitir a matriacutecula dessas crianccedilas isso nada mais eacute do que cumprir
2
a lei O que devemos fazer eacute oferecer serviccedilos complementares adotar praacuteticas cria-
tivas na sala de aula adaptar o projeto pedagoacutegico rever posturas e construir uma
nova filosofia educativa Aprender a conviver com as diferenccedilas eacute um crescimento
pessoal um passo nas relaccedilotildees interpessoais
A Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994 afirma que toda a crianccedila tem necessida-
des e aprendizagens uacutenicas tem direito a ir agrave escola de sua comunidade com acesso
ao Ensino Regular e os Sistemas Educacionais devem implementar programas con-
siderando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a cri-
anccedila
ldquoEscolas regulares com orientaccedilatildeo inclusiva constituem os meios mais efica-
zes de combater atitudes discriminatoacuterias criando comunidades acolhedoras constru-
indo uma sociedade inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos rdquo (DECLARACcedilAtildeO
DE SALAMANCA 1994)
Com o objetivo de tornar a escola um espaccedilo democraacutetico que acolha e garanta
a permanecircncia de todos os alunos sem distinccedilatildeo social cultural eacutetnica de gecircnero ou
em razatildeo de deficiecircncia e caracteriacutesticas pessoais o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo imple-
menta uma poliacutetica de inclusatildeo que pressupotildee a reestruturaccedilatildeo do sistema educacio-
nal Atendendo as necessidades educacionais especiais e respeitando seus direitos
a Sala de Recursos Multifuncionais favoreceraacute o processo de inclusatildeo educacional
trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular agrave que estatildeo matriculados
orientando pais e professores
De acordo com o Parecer CNECEB nuacutemero 172001
3
[] Todos os alunos em determinado momento de sua vida es-
colar podem apresentar necessidades educacionais especiais e
seus professores em geral conhecem diferentes estrateacutegias para
dar respostas a elas No entanto existem necessidades educa-
cionais que requerem da escola uma seacuterie de recursos e apoios
de caraacuteter mais especializados que proporcionem ao aluno
meios para o acesso ao curriacuteculo
Aleacutem das competecircncias que os professores necessitam para proporcionar uma
educaccedilatildeo de qualidade para todos muitas vezes satildeo necessaacuterias ajudas
teacutecnicas ou equipamentos especiacuteficos (Tecnologias Assistivas) para atender agraves ne-
cessidades educacionais especiais bem como a atuaccedilatildeo conjunta de outros profissi-
onais na promoccedilatildeo da acessibilidade
A utilizaccedilatildeo das Tecnologias Assistivas (TArsquos) para o ldquoapoderamentordquo do aluno
com necessidades educacionais especiais possibilitando ou acelerando o seu pro-
cesso de aprendizado desenvolvimento e inclusatildeo social eacute uma maneira concreta de
neutralizar as barreiras causadas pela deficiecircncia e inserir esse indiviacuteduo nos ambi-
entes ricos para a aprendizagem proporcionados pela cultura
Sendo assim este material iraacute discutir sobre o conceito de sala de recursos
multifuncionais sua aplicaccedilatildeo entre outros assuntos sobre o tema
4
O QUE Eacute SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
httpbrodowskispgovbruploadsnoticiasnoticia_396_2JPG
As pessoas com necessidades educacionais especiais tecircm assegurado pela
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 o direito agrave educaccedilatildeo (escolarizaccedilatildeo) realizada em clas-
ses comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplemen-
tar agrave escolarizaccedilatildeo que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos
na escola onde estejam matriculados em outra escola ou em centros de atendimento
educacional especializado Esse direito tambeacutem estaacute assegurado na LDBEN ndash Lei nordm
939496 no parecer do CNECEB nordm 1701 na Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de
setembro de 2001 na lei nordm 1043602 e no Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de
2005
O Atendimento Educacional Especializado eacute uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiecircncia altas
habilidades ou superdotado Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais
ou seja um espaccedilo organizado com materiais didaacuteticos pedagoacutegicos equipamentos
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e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
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Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
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Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
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equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
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atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
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equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
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mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
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FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
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sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
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Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
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Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
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Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
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necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
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sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
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O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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2
a lei O que devemos fazer eacute oferecer serviccedilos complementares adotar praacuteticas cria-
tivas na sala de aula adaptar o projeto pedagoacutegico rever posturas e construir uma
nova filosofia educativa Aprender a conviver com as diferenccedilas eacute um crescimento
pessoal um passo nas relaccedilotildees interpessoais
A Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994 afirma que toda a crianccedila tem necessida-
des e aprendizagens uacutenicas tem direito a ir agrave escola de sua comunidade com acesso
ao Ensino Regular e os Sistemas Educacionais devem implementar programas con-
siderando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a cri-
anccedila
ldquoEscolas regulares com orientaccedilatildeo inclusiva constituem os meios mais efica-
zes de combater atitudes discriminatoacuterias criando comunidades acolhedoras constru-
indo uma sociedade inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos rdquo (DECLARACcedilAtildeO
DE SALAMANCA 1994)
Com o objetivo de tornar a escola um espaccedilo democraacutetico que acolha e garanta
a permanecircncia de todos os alunos sem distinccedilatildeo social cultural eacutetnica de gecircnero ou
em razatildeo de deficiecircncia e caracteriacutesticas pessoais o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo imple-
menta uma poliacutetica de inclusatildeo que pressupotildee a reestruturaccedilatildeo do sistema educacio-
nal Atendendo as necessidades educacionais especiais e respeitando seus direitos
a Sala de Recursos Multifuncionais favoreceraacute o processo de inclusatildeo educacional
trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular agrave que estatildeo matriculados
orientando pais e professores
De acordo com o Parecer CNECEB nuacutemero 172001
3
[] Todos os alunos em determinado momento de sua vida es-
colar podem apresentar necessidades educacionais especiais e
seus professores em geral conhecem diferentes estrateacutegias para
dar respostas a elas No entanto existem necessidades educa-
cionais que requerem da escola uma seacuterie de recursos e apoios
de caraacuteter mais especializados que proporcionem ao aluno
meios para o acesso ao curriacuteculo
Aleacutem das competecircncias que os professores necessitam para proporcionar uma
educaccedilatildeo de qualidade para todos muitas vezes satildeo necessaacuterias ajudas
teacutecnicas ou equipamentos especiacuteficos (Tecnologias Assistivas) para atender agraves ne-
cessidades educacionais especiais bem como a atuaccedilatildeo conjunta de outros profissi-
onais na promoccedilatildeo da acessibilidade
A utilizaccedilatildeo das Tecnologias Assistivas (TArsquos) para o ldquoapoderamentordquo do aluno
com necessidades educacionais especiais possibilitando ou acelerando o seu pro-
cesso de aprendizado desenvolvimento e inclusatildeo social eacute uma maneira concreta de
neutralizar as barreiras causadas pela deficiecircncia e inserir esse indiviacuteduo nos ambi-
entes ricos para a aprendizagem proporcionados pela cultura
Sendo assim este material iraacute discutir sobre o conceito de sala de recursos
multifuncionais sua aplicaccedilatildeo entre outros assuntos sobre o tema
4
O QUE Eacute SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
httpbrodowskispgovbruploadsnoticiasnoticia_396_2JPG
As pessoas com necessidades educacionais especiais tecircm assegurado pela
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 o direito agrave educaccedilatildeo (escolarizaccedilatildeo) realizada em clas-
ses comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplemen-
tar agrave escolarizaccedilatildeo que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos
na escola onde estejam matriculados em outra escola ou em centros de atendimento
educacional especializado Esse direito tambeacutem estaacute assegurado na LDBEN ndash Lei nordm
939496 no parecer do CNECEB nordm 1701 na Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de
setembro de 2001 na lei nordm 1043602 e no Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de
2005
O Atendimento Educacional Especializado eacute uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiecircncia altas
habilidades ou superdotado Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais
ou seja um espaccedilo organizado com materiais didaacuteticos pedagoacutegicos equipamentos
5
e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
6
Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
3
[] Todos os alunos em determinado momento de sua vida es-
colar podem apresentar necessidades educacionais especiais e
seus professores em geral conhecem diferentes estrateacutegias para
dar respostas a elas No entanto existem necessidades educa-
cionais que requerem da escola uma seacuterie de recursos e apoios
de caraacuteter mais especializados que proporcionem ao aluno
meios para o acesso ao curriacuteculo
Aleacutem das competecircncias que os professores necessitam para proporcionar uma
educaccedilatildeo de qualidade para todos muitas vezes satildeo necessaacuterias ajudas
teacutecnicas ou equipamentos especiacuteficos (Tecnologias Assistivas) para atender agraves ne-
cessidades educacionais especiais bem como a atuaccedilatildeo conjunta de outros profissi-
onais na promoccedilatildeo da acessibilidade
A utilizaccedilatildeo das Tecnologias Assistivas (TArsquos) para o ldquoapoderamentordquo do aluno
com necessidades educacionais especiais possibilitando ou acelerando o seu pro-
cesso de aprendizado desenvolvimento e inclusatildeo social eacute uma maneira concreta de
neutralizar as barreiras causadas pela deficiecircncia e inserir esse indiviacuteduo nos ambi-
entes ricos para a aprendizagem proporcionados pela cultura
Sendo assim este material iraacute discutir sobre o conceito de sala de recursos
multifuncionais sua aplicaccedilatildeo entre outros assuntos sobre o tema
4
O QUE Eacute SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
httpbrodowskispgovbruploadsnoticiasnoticia_396_2JPG
As pessoas com necessidades educacionais especiais tecircm assegurado pela
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 o direito agrave educaccedilatildeo (escolarizaccedilatildeo) realizada em clas-
ses comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplemen-
tar agrave escolarizaccedilatildeo que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos
na escola onde estejam matriculados em outra escola ou em centros de atendimento
educacional especializado Esse direito tambeacutem estaacute assegurado na LDBEN ndash Lei nordm
939496 no parecer do CNECEB nordm 1701 na Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de
setembro de 2001 na lei nordm 1043602 e no Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de
2005
O Atendimento Educacional Especializado eacute uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiecircncia altas
habilidades ou superdotado Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais
ou seja um espaccedilo organizado com materiais didaacuteticos pedagoacutegicos equipamentos
5
e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
6
Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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4
O QUE Eacute SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
httpbrodowskispgovbruploadsnoticiasnoticia_396_2JPG
As pessoas com necessidades educacionais especiais tecircm assegurado pela
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 o direito agrave educaccedilatildeo (escolarizaccedilatildeo) realizada em clas-
ses comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou suplemen-
tar agrave escolarizaccedilatildeo que deve ser realizado preferencialmente em salas de recursos
na escola onde estejam matriculados em outra escola ou em centros de atendimento
educacional especializado Esse direito tambeacutem estaacute assegurado na LDBEN ndash Lei nordm
939496 no parecer do CNECEB nordm 1701 na Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de
setembro de 2001 na lei nordm 1043602 e no Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de
2005
O Atendimento Educacional Especializado eacute uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiecircncia altas
habilidades ou superdotado Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais
ou seja um espaccedilo organizado com materiais didaacuteticos pedagoacutegicos equipamentos
5
e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
6
Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
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21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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5
e profissionais com formaccedilatildeo para o atendimento agraves necessidades educacionais es-
peciais projetadas para oferecer suporte necessaacuterio agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos favorecendo seu acesso ao conhecimento Esse atendimento
deveraacute ser paralelo ao horaacuterio das classes comuns Uma mesma sala de recursos
conforme cronograma e horaacuterios pode atender alunos com deficiecircncia altas habilida-
dessuperdotaccedilatildeo dislexia hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo ou outras necessidades
educacionais especiais
uma nova gestatildeo dos sistemas educacionais prevecirc a prioridade de accedilotildees de
ampliaccedilatildeo do acesso agrave Educaccedilatildeo Infantil o desenvolvimento de programas para pro-
fessores a adequaccedilatildeo arquitetocircnica dos preacutedios escolares para a acessibilidade Pre-
coniza tambeacutem a organizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e de serviccedilos que promovam a
acessibilidade pedagoacutegica e nas comunicaccedilotildees aos alunos com necessidades educa-
cionais especiais em todos os niacuteveis etapas e modalidades da educaccedilatildeo (ALVES
2006 p 11)
Os princiacutepios para organizaccedilatildeo das salas de recursos multifuncionais partem
da concepccedilatildeo de que a escolarizaccedilatildeo de todos os alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais realiza-se em classes comuns do Ensino Regular quando se
reconhece que cada crianccedila aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o
atendimento educacional especializado complementar e suplementar agrave escolarizaccedilatildeo
pode ser desenvolvido em outro espaccedilo escolar
6
Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
6
Frequentando o ensino regular e o atendimento especializado o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos sendo de res-
ponsabilidade da famiacutelia da Escola do Sistema e da sociedade
As Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica 2001 em seu artigo 2deg orientam que ldquoOs sistemas de
ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessi-
dades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees ne-
cessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidades para todosrdquo (Alves
2006 p11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacute-
culo dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucional-
mente para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns
Dentre as atividades curriculares especiacuteficas desenvolvidas no atendimento educaci-
onal especializado em salas de recursos se destacam o ensino de Libras o sistema
Braille e o soroban a comunicaccedilatildeo alternativa o enriquecimento curricular dentre
outros
Esse atendimento natildeo pode ser confundido com reforccedilo escolar ou mera repe-
ticcedilatildeo dos conteuacutedos programaacuteticos desenvolvidos na sala de aula mas devem cons-
tituir um conjunto de procedimentos especiacuteficos mediadores do processo de apropri-
accedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimentos
7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
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7
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais satildeo aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial temporaacuteria ou permanente
Entre eles estatildeo os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limita-
ccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das ativida-
des curriculares os alunos com dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenci-
adas dos demais os alunos que evidenciem altas habilidadessuperdotaccedilatildeo e que
apresentem uma grande facilidade ou interesse em relaccedilatildeo a algum tema ou grande
criatividade ou talento especiacutefico Tambeacutem fazem parte destes grupos os alunos que
enfrentam limitaccedilotildees no processo de aprendizagem devido a condiccedilotildees distuacuterbios
disfunccedilotildees ou deficiecircncias tais como autismo hiperatividade deacuteficit de atenccedilatildeo dis-
lexia deficiecircncia fiacutesica paralisia cerebral e outros
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar como docente
nas atividades de complementaccedilatildeo ou suplementaccedilatildeo curricular especiacutefica que cons-
tituem o atendimento educacional especializado atuar de forma colaborativa com o
professor da classe comum para a definiccedilatildeo de estrateacutegias pedagogias que favoreccedilam
o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao curriacuteculo e a sua
interaccedilatildeo no grupo promover as condiccedilotildees de inclusatildeo desses alunos em todas as
atividades da escola orientar as famiacutelias para o seu envolvimento e a sua participaccedilatildeo
no processo educacional informar a comunidade escolar acerca da legislaccedilatildeo e nor-
mas educacionais vigentes que asseguram a inclusatildeo educacional participar do pro-
cesso de identificaccedilatildeo e tomada de decisotildees acerca do atendimento agraves necessidades
especiais dos alunos preparar material especiacutefico para o uso dos alunos na sala de
recursos orientar a elaboraccedilatildeo de material didaacutetico-pedagoacutegico que possam ser utili-
zados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular indicar e orientar o uso de
8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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8
equipamentos e materiais especiacuteficos e de outros recursos existentes na famiacutelia e na
comunidade e articular com gestores e professores para que o projeto pedagoacutegico
da instituiccedilatildeo de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educaccedilatildeo
inclusiva
Tambeacutem na Sala de Recursos Multifuncionais devem estar agrave disposiccedilatildeo dos
alunos um arsenal de recursos e serviccedilos que contribuem para proporcionar ou am-
pliar habilidades funcionais de pessoas com deficiecircncia e consequentemente promo-
ver vida independente e inclusatildeo que satildeo chamadas de Tecnologias Assistivas
A CONTRIBUICcedilAtildeO DAS AJUDAS TEacuteCNICAS E DAS TEC-
NOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A APRENDIZAGEM
httpwwwvinhedospgovbrwatermarkphpid=7222
Os alunos com necessidades educacionais especiais satildeo aqueles que durante
o processo educacional apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitaccedilotildees no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
9
atividades curriculares dificuldades de comunicaccedilatildeo e sinalizaccedilatildeo diferenciada dos
demais alunos demandando a utilizaccedilatildeo de linguagens e coacutedigos aplicados ou altas
habilidadessuperdotaccedilatildeo grande facilidade de aprendizagem que os levam a domi-
nar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados direito de serem tratados
como diferentes-iguais ou seja diferente na sua individualidade na sua condiccedilatildeo de
deficiente com altas habilidades ou de superdotado iguais por interagir relacionar-
se e competir em seu meio com recursos proporcionados pelas adaptaccedilotildees de aces-
sibilidade a que se dispotildee
Para possibilitar ou facilitar o acesso agrave comunicaccedilatildeo e a informaccedilatildeo as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que segundo o ISO 9999 satildeo qual-
quer produto instrumento estrateacutegia serviccedilo e praacutetica utilizado por pessoas com de-
ficiecircncia e pessoas idosas especialmente produzida ou geralmente disponiacutevel para
prevenir compensar aliviar ou neutralizar uma deficiecircncia incapacidade ou desvan-
tagem e melhorar a autonomia agrave pessoa com deficiecircncia
De acordo com Alves (2006 p 18)
a lei ndeg 1009800 que trata das normas gerais e criteacuterios baacute-
sicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade de pessoas com defici-
ecircncia ou mobilidade reduzida dispocircs que o poder puacuteblico pro-
moveraacute a supressatildeo de barreiras urbaniacutesticas arquitetocircnicas de
transporte e de comunicaccedilatildeo mediante ajudas teacutecnicas Na re-
gulamentaccedilatildeo da lei o art 61 do Decreto ndeg 529604 definiu
ldquoconsideram-se ajudas teacutecnicas os produtos instrumentos e
10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
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21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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10
equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente proje-
tados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida favorecendo a autono-
mia pessoal total ou assistivardquo
Satildeo consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples como uma
colher adaptada ateacute sofisticados programas especiais de computador que visam a
acessibilidade
httpwwwagenciaacgovbrnoticiaswp-contentuploads201406Foto-1-foto-de-Eunice-Caetano2-580x384jpg
Muitas vezes a adaptaccedilatildeo de recursos eacute feita de maneira natural de acordo
com a necessidade e principalmente porque algueacutem se preocupou em buscar solu-
ccedilotildees raacutepidas que possibilitassem a inclusatildeo Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma crianccedila cadeirante ou um
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
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xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
11
mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sen-
tir Estes recursos artesanais pesquisados e desenvolvidos pelos proacuteprios professo-
res ou pais podem fazer a diferenccedila entre poder ou natildeo estudar junto com seus cole-
gas
As Tecnologias da Informaccedilatildeo e da Comunicaccedilatildeo vem se tornando cada vez
mais instrumentos de inclusatildeo uma vez que viabilizam a interaccedilatildeo do sujeito com o
mundo
Haacute uma grande variedade de materiais e recursos pedagoacutegicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou ateacute na sala de aula
regular entre eles destacam-se os jogos pedagoacutegicos que valorizam os aspectos luacute-
dicos a criatividade e o desenvolvimento de estrateacutegias de loacutegica e pensamento os
jogos adaptados como aqueles confeccionados com simbologia graacutefica utilizada nas
pranchas de comunicaccedilatildeo correspondentes agrave atividade proposta pelo professor livros
didaacuteticos e paradidaacuteticos impressos em letra ampliada em Braille digitais em Libras
livros de histoacuterias virtuais livros falados recursos especiacuteficos como reglete punccedilatildeo
soroban guia de assinatura material para desenho adaptado lupa manual calcula-
dora sonora caderno de pauta ampliada mobiliaacuterios adaptados e muitos outros
As Ajudas Teacutecnicas e Tecnologias Assistivas que seratildeo utilizadas tecircm que par-
tir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um Pois tecircm
a finalidade de atender o que eacute especiacutefico dos alunos com necessidades educacionais
especiais buscando recursos e estrateacutegias que favoreccedilam seu processo de aprendi-
zagem habilitando-os funcionalmente na realizaccedilatildeo de tarefas escolares
12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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12
FUNCIONAMENTO DA SALA DE RECURSOS
http4bpblogspotcom_
Definiccedilatildeo de Sala de Recursos
Eacute um serviccedilo especializado de natureza pedagoacutegica que apoia e complementa
o atendimento educacional realizado em Classes Comuns do Ensino Fundamental de
5ordf a 8ordf seacuteries (Instruccedilatildeo 0504- SEEDDEE)
Alunado
Alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ordf a 8ordf seacuteries
que apresentam deficiecircncia mental eou distuacuterbios de aprendizagem
Conceito de Deficiecircncia Mental - ldquoFuncionamento intelectual significativamente in-
ferior agrave meacutedia com manifestaccedilatildeo antes dos 18 anos e limitaccedilotildees associadas a duas
ou mais aacutereas de habilidades adaptativas comunicaccedilatildeo cuidado pessoal habilidades
13
sociais utilizaccedilatildeo dos recursos da comunidade sauacutede e seguranccedila habilidades aca-
decircmicas lazer e trabalhordquo (EDUCACENSO ndash caderno de instruccedilotildees 2007 p 39)
Conceito de Distuacuterbios de Aprendizagem - ldquoTermo geneacuterico que se refere a um
grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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grupo heterogecircneo de alteraccedilotildees manifestas por dificuldades significativas na aquisi-
ccedilatildeo e uso da audiccedilatildeo fala leitura escrita raciociacutenio ou habilidades matemaacuteticas Es-
tas alteraccedilotildees satildeo intriacutensecas ao indiviacuteduo e presumivelmente devidas agrave disfunccedilatildeo do
sistema nervoso central Apesar de um distuacuterbio de aprendizagem poder ocorrer con-
comitantemente com outras condiccedilotildees desfavoraacuteveis (por exemplo alteraccedilatildeo senso-
rial retardo mental distuacuterbio social ou emocional) ou influecircncias ambientais (por
exemplo diferenccedilas culturais instruccedilatildeo insuficienteinadequada fatores psicogeneacuteti-
cos) natildeo eacute resultado direto dessas condiccedilotildees ou influecircncias (COLLARES E
MOYSEacuteS 1992 32)rdquo
Condiccedilotildees de Ingresso
Ser egresso de Serviccedilos e Apoios Especializados de 1ordf a 4ordf seacuteries com diag-
noacutestico de deficiecircncia mental ou distuacuterbios de aprendizagem
Ser aluno da Classe Comum de 5ordf a 8ordf seacuteries com atraso acadecircmico significa-
tivo decorrente da deficiecircncia mental com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica e psicoloacutegica
realizada no contexto escolar ou em outros contextos da comunidade
14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
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14
Distuacuterbios de aprendizagem com avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
complementada com avaliaccedilatildeo multiprofissional (psicoloacutegica fonoaudioloacutegica
especialista em psicopedagogia e outros que se fizerem necessaacuterios)
PROCEDIMENTOS PARA REAVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA
EOU PSICOLOacuteGICA
httpwwwbotucatuspgovbrnewsadminSala_multifuncional4jpg
Justificativa
A poliacutetica puacuteblica da SEED desenvolve accedilotildees em conformidade com os princiacute-
pios da LDB 939496 e com a Del0203 do CEE que normatiza a Educaccedilatildeo Especial
no Estado do Paranaacute e dispotildee sobre o encaminhamento para Salas de Recursos
sendo indispensaacutevel que o aluno seja submetido ao processo de avaliaccedilatildeo multipro-
fissional no contexto escolar
15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
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15
Visando a reorganizaccedilatildeo pedagoacutegica das Salas de Recursos em consonacircncia
com a atual ldquoPoliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo
Especialrdquo do MEC a SEEDDEEIN orienta accedilotildees pedagoacutegicas em relaccedilatildeo a reavalia-
ccedilatildeo de alunos que frequentavam este serviccedilo de apoio especializado no ano 2007 e
que ainda necessitam de atendimento
Procedimentos que antecedem a reavaliaccedilatildeo
Os profissionais das escolas (equipe pedagoacutegica professores da classe co-
mum professores especializados entre outros) e equipe pedagoacutegica do NRE deve-
ratildeo analisar detalhadamente todos os instrumentos utilizados no processo de avalia-
ccedilatildeo anteriormente realizados existente na escola que ora subsidiaram o encaminha-
mento do aluno para a Sala de Recursos
Esta anaacutelise tem como objetivo justificar a necessidade de complementaccedilatildeo da
avaliaccedilatildeo resultando nas seguintes situaccedilotildees
A- Alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
B- Alunos com indicativos de distuacuterbio de aprendizagem
C- Alunos com indicativos de deficiecircncia mental
D- Alunos indicados para frequentar a SR em 2008 sem avaliaccedilatildeo no contexto es-
colar
Reavaliaccedilatildeo propriamente dita
16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
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21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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16
Avaliaccedilatildeo pedagoacutegica
O processo de avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar compreende diversas
etapas envolvendo procedimentos sistemaacuteticos atraveacutes de instrumentos tais como
observaccedilotildees entrevistas jogos anaacutelise da produccedilatildeo do aluno entre outros permi-
tindo confrontar dados resultados e tambeacutem efetuar uma anaacutelise minuciosa Todas
as informaccedilotildees possiacuteveis no decorrer do processo avaliativo devem ser registradas
priorizando-se os aspectos qualitativos sobre os quantitativos
O que avaliar
Contexto sociocultural em que se encontra inserido o aluno
Desenvolvimento motor cognitivo soacutecio afetivo e escolar do aluno
Estrateacutegias de aprendizagem utilizadas pelo aluno
Metodologia utilizada pelo professor nas intervenccedilotildees no dia-a-dia
Conhecimentos taacutecitos (preacutevios) que o aluno manifesta na sala de aula assim
como as dificuldadesnecessidades individuais em relaccedilatildeo aos novos conteuacutedos
de aprendizagem
Como avaliar
A utilizaccedilatildeo de instrumentos permite oferecer subsiacutedios agrave praacutetica pedagoacutegica
podendo ser formais eou informais como jogos testes pedagoacutegicos envolvendo as-
pectos cognitivos acadecircmicos psicomotores motores entre outros
17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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17
Existe no mercado uma diversidade de instrumentos de avaliaccedilatildeo jaacute padroni-
zados e que tecircm sua importacircncia e utilidade Natildeo se pretende desconsideraacute-los mas
atraveacutes desses oferecer diferentes caminhos que possam subsidiar a praacutetica peda-
goacutegica
Instrumentos de Avaliaccedilatildeo
Entrevistas poderatildeo ser realizadas com todos os envolvidos professor (es)
direccedilatildeo equipe pedagoacutegica familiares e o aluno em questatildeo com intuito de se
obter o maacuteximo de informaccedilotildees acerca da dificuldade apresentada Devem ocorrer
em clima de reciprocidade sob forma de relaccedilotildees dialoacutegicas
a) Com professores e equipe pedagoacutegica ndash deveraacute fornecer informaccedilotildees fidedignas
sobre a interaccedilatildeo do aluno no contexto escolar o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem as intervenccedilotildees pedagoacutegicas estrateacutegias
metodoloacutegicas e avaliativas adotadas
b) Com a famiacutelia ndash objetiva sistematizar os dados relativos agrave origem desenvolvimento
em que o aluno se apresenta assim como a estrutura e caracteriacutestica do ambiente
familiar (condiccedilotildees fiacutesicas da moradia valores em que acreditam atitudes frente agrave
vida e expectativas de futuro)
c) Com o aluno ndash para observaccedilatildeo conhecimento aproximaccedilatildeo do aluno e
reconhecimento das caracteriacutesticas individuais (capacidades
potencialidadespossibilidadespreferecircnciasinteresseshabilidades dificuldades e
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
18
necessidades individuais) que definem a forma como o aluno enfrenta as tarefas
no acircmbito escolar e familiar
Observaccedilatildeo do aluno - permite a anaacutelise do problema no contexto sendo a sala
de aula o prioritaacuterio pois eacute os loacutecus onde o aluno estaacute apresentando dificuldades
Pode-se considerar uma estrateacutegia essencial para a coleta de informaccedilotildees e
anaacutelise dos dados do contexto educacional As observaccedilotildees devem ser
sistemaacuteticas envolvendo outros espaccedilos de aprendizagem tanto no coletivo
quanto no individual na sala de aula biblioteca recreio entrada e saiacuteda do aluno
na escola educaccedilatildeo fiacutesica isto eacute em todos os momentos em que o aluno
permanece na escola Os registros devem ser feitos imediatamente apoacutes a
observaccedilatildeo
Anaacutelise da produccedilatildeo do aluno (material escolar) ndash aponta dados valiosos em
relaccedilatildeo aos meacutetodos de trabalho atitudes e interesses referentes a diversos
campos do conhecimento e da adaptaccedilatildeo em geral do aluno no ambiente escolar
As informaccedilotildees significativas podem ser coletadas nos cadernos folhas de
registro textos relatoacuterios desenhos e outras produccedilotildees realizadas no acircmbito
escolar sem perder de vista a necessidade de contextualizaacute-las
Aacutereas do desenvolvimento ndash investigar as aacutereas cognitiva motora afetiva e
social bem como conhecer as estrateacutegias utilizadas para aprendizagem como por
exemplo resoluccedilatildeo de problemas organizaccedilatildeo conceitual
Aacutereas do conhecimento ndash deveraacute enfocar aspectos relativos a aquisiccedilatildeo da
liacutengua oral escrita (expressiva e receptiva) interpretaccedilatildeo produccedilatildeo caacutelculos
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
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lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
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GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
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KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
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do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
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MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
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xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
19
sistema de numeraccedilatildeo medidas entre outros com objetivo de levantar os
conteuacutedos defasados no processo de aprendizagem
Avaliaccedilatildeo psicoloacutegica (exclusiva do Psicoacutelogo)
Esta etapa do processo de avaliaccedilatildeo no contexto escolar deveraacute ser investi-
gada de maneira formal atraveacutes de testes padronizados e informal com observaccedilotildees
jogos questionaacuterios desenhos entre outros
Aacuterea emocional ndash satildeo utilizados testes formais e informais (questionaacuterios
desenhos entre outros) que favorecem indicaccedilotildees sobre a dinacircmica do
desenvolvimento global do aluno
Aacuterea intelectual ndash utiliza-se quase sempre testes formais que satildeo padronizados
por terem recebido tratamento estatiacutestico e aplicaccedilatildeo em uma amostragem
representativa da populaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo da equipe multiprofissional
Quando houver suspeita de distuacuterbios de aprendizagem o aluno deveraacute ser
encaminhado para complementaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo pedagoacutegica no contexto escolar
aos profissionais da aacuterea psicoloacutegica fonoaudioloacutegica especialista em psicopedago-
gia e outras que se fizerem necessaacuterias
Relatoacuterio
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
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Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
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lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
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DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
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GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
20
O relatoacuterio da avaliaccedilatildeo se constitui na descriccedilatildeo de todo o trabalho realizado
pela equipe avaliadora apoacutes discussatildeo e anaacutelise qualitativa das informaccedilotildees coleta-
das Deve apresentar linguagem clara e objetiva evidenciando a natureza e a exten-
satildeo da dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento
Devem estar registrados os encaminhamentos e as intervenccedilotildees que deveratildeo
ser desenvolvidas pelo professor de sala de aula do apoio pedagoacutegico especializado
e os compromissos que a famiacutelia teraacute que assumir
As intervenccedilotildees indicadas com os resultados obtidos durante todo o processo
de avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem como objetivo orientar o processo educacional
do aluno atender as caracteriacutesticas individuais do mesmo assim como ajudar na re-
organizaccedilatildeo da praacutetica docente ateacute como uma accedilatildeo preventiva
O Relatoacuterio deveraacute ser datado e assinado por todos os avaliadores
Ficha Siacutentese
Todo o trabalho realizado durante a avaliaccedilatildeo no contexto escolar descrito no
Relatoacuterio deveraacute ser sintetizado na Ficha Siacutentese pela Equipe Avaliadora
httpsaladerecursosceciliameirelesblogspotcombr
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
21
MODELOS DE FICHAS
REQUERIMENTO PARA AUTORIZACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
_____________________________________________ abaixo assinado Diretor (a)
do (a)
__________________________________________________________________________
_______ situado
(Estabelecimento de ensino)
(a) agrave RuaAv _______________________________________ nordm ___________ Municiacutepio de
________________________________________________ vem respeitosamente requerer
a Vossa Excelecircncia que se digne conceder autorizaccedilatildeo para funcionamento neste estabele-
cimento de ensino Sala de Recursos niacutevel______ Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
turno______ Prof(a) ____________________________ viacutenculo___________(informar
QPM PSS ou SC 02) uma vez que contamos com sala disponiacutevel e espaccedilo fiacutesico adequado
educandos devidamente avaliados em consonacircncia agraves orientaccedilotildees pedagoacutegicas da
SEEDDEEIN e legislaccedilatildeo vigente conforme comprovantes em anexo
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ____
___________________________________________
Diretor do Estabelecimento
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
- 22 - - 22 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTARAtildeO A SALA DE RECURSOS
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
Visto da Comissatildeo Verificadora 1 ___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS - ANUAL
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo
Avalia-
do-
resFor-
maccedilatildeo
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
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MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
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xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
- 23 - - 23 -
NRE Municiacutepio
Estabelecimento de Ensino
Resoluccedilatildeo de Autorizaccedilatildeo da Sala de Recursos Turno
Nome do Professor
RELATOacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS RESULTADOS DA AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO
200 200
TOTAL
ALUNOS
ALTAS HABILIDADESSUPERDOTACcedilAtildeO TOTAL ALUNOS
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO
MEacuteDIO
Seacuterieano
Seacuterie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3
Nordm alunos atendidos
Nordm alunos que frequentaram a Sala de Recursos e fi-zeram aceleraccedilatildeo no ano em curso
Nordm alunos desligados da Sala de Recursos
Esta ficha deveraacute ser preenchida ano anterior ao de referecircncia (momento referencial dezembro) ano em exerciacutecio
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
24
SIacuteNTESE
AVALIACcedilAtildeO PEDAGOacuteGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
I ndash Identificaccedilatildeo do Aluno
Nome ____________________________________
Idade ____________ Seacuterie __________haacute discrepacircncia ( ) sim ( ) natildeo
Se ldquosimrdquo
a) quantas repetecircncias _______ qual seacuterie que repetiu _______
b) Reclassificaccedilatildeo ___________ para qual seacuterie __________
II ndash Motivo do Encaminhamento
III ndash Siacutentese das Aacutereas Avaliadas
a) Pedagoacutegica
b) Psicoloacutegica ()
IV ndash Encaminhamentos
V ndash Observaccedilotildees Complementares
Local e Data
_______________________________________________________________
Equipe Avaliadora
a) pedagoacutegica no Contexto Escolar Nome e Profissatildeo (assinar)
b) psicoloacutegica Nome e Profissatildeo (assinar )
() complementada ou natildeo com laudo psicoloacutegico
() Na impossibilidade de o profissional assinar esta siacutentese faz-se necessaacuterio anexar a coacutepia do
laudo com o respectivo diagnoacutestico
- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
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Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
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ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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- 25 -
RELACcedilAtildeO DE ALUNOS QUE FREQUENTAM OUTRO (S) SERVICcedilO (S)
DA MESMA AacuteREA
Serviccedilo _____________________________________________________________
Niacutevel _________________________________________________________________
Turno _____________________________________________________________________
Nome do Professor (a) ____________________________________________________
Curso de formaccedilatildeo especiacutefica ______________________________________________
Viacutenculo empregatiacutecio estadual - QPM ( ) PSS ( ) SC 02 ( ) Municipal ( )
Nome dos Alunos Data de Nascimento Data de Avaliaccedilatildeo AvaliadoresFormaccedilatildeo
_____________________________ _________ de _________________ de _______
_________________________________________
Diretor do Estabelecimento
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
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_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
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Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
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Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
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ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
1
FORMULAacuteRIO DE VERIFICACcedilAtildeO DOS SERVICcedilOS DE EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NO ENSINO REGU-
LAR
AacuteREA DAS ALTAS HABILIDADES SUPERDOTACcedilAtildeO
1 IDENTIFICACcedilAtildeO
11 Nome do Estabelecimento
______________________________________________________
12 Zona ( ) urbana ( ) rural
13 Dependecircncia Administrativa
( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular ( ) Municipalizada
14 Serviccedilo de Apoio Especializado ______________________________
a) Aacuterea ______________________________________________
b) Niacutevel ____________________________________________
15 Turno de atendimento ___________________________________
16 MuniciacutepioDistrito _______________________________________
17 Endereccedilo
___________________________________________________________________
(Rua avenida nordm)
18 DDDTelefone ________________ CEP __________________________
2 PROFESSOR
21 Nome ___________________________________ RG ____________________
22Cargo ____________________________________________________________
23 Viacutenculo empregatiacutecio estadual ( ) QPM ( )PSS ( )SC 02 ( ) Municipal
24 Curso de Formaccedilatildeo Ensino Meacutedio ____________
Superior ____________
Especializaccedilatildeo____________
25 Tempo de Serviccedilo 1ordm Padratildeo __________ 2ordm Padratildeo _____________
3 INFORMACcedilOtildeES GERAIS PARA SUBSIDIAR A ANAacuteLISE DO PROCESSO PELA SEED
31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
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31
31 Condiccedilotildees gerais do preacutedio
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
32 Do mobiliaacuterio e equipamentos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
4 Dos Aspectos Pedagoacutegicos a serem trabalhados no serviccedilo solicitado
41 Quanto agrave avaliaccedilatildeo de ingresso
a) Atende as Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas do DEEIN
______________________________________________________________________
___________
______________________________________________________________________
___________
b) No relatoacuterio constam as intervenccedilotildees a serem trabalhadas com o aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
42 Quanto ao Programa a ser desenvolvido sintetizar
a) O planejamento do professor em consonacircncia agraves especificidades do aluno
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
b) O registro sistemaacutetico dos avanccedilos dificuldades e frequecircncia do aluno
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
____________________
c) O acompanhamento da praacutetica docente pela Equipe Pedagoacutegica
_______________________________________________________________________
__________
_______________________________________________________________________
__________
5 COMISSAtildeO DE VERIFICACcedilAtildeO
51 Ato nordm ___________________ do NRE de ______________________________
52 Componentes da comissatildeo
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
_________________ RG ___________ cargo ________ assinatura __________
53 Parecer da Comissatildeo ( ) favoraacutevel ( ) desfavoraacutevel
54 Chefe do NRE
________________________________________________
(Rubrica e carimbo)
REQUERIMENTO DE RENOVACcedilAtildeO DA AUTORIZACcedilAtildeO DE FUNCIONAMENTO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
__________________________________________________ abaixo assinado
Diretor (a) do (a)
__________________________________________________ (estabelecimento de ensino) si-
tuado (a) agrave RuaAv ________________________________nordm __________________ Municiacute-
pio de ______________________________________________________ vem respeitosa-
mente requerer a Vossa Excelecircncia que se digne conceder renovaccedilatildeo da autorizaccedilatildeo para fun-
cionamento do (s) serviccedilo (s) de apoio especializado(s) abaixo relacionado(s)
1 Serviccedilo e Apoio Espe-
cializado
2 Turno 3 Autorizada pela Resoluccedilatildeo 4 Com prazo vencido
em
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de ________
______________________________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
Informar no
Item 1 = SR e Niacutevel ndash seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio
Item 2 = Turno
Item3 = Nuacutemero e data da Resoluccedilatildeo que autorizou o funcionamento
Item 4 = Prazo constante na uacuteltima Resoluccedilatildeo
REQUERIMENTO DE CESSACcedilAtildeO
EXCELENTIacuteSSIMO SENHOR SECRETAacuteRIO DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
___________________________________________________ abaixo assinado Diretor (a) do
(a)
____________________________________________________________________________
___________
(Estabelecimento de ensino)
Situado (a) agrave Rua ____________________________ nordm __________________ Municiacutepio de
____________________________________ vem requerer a cessaccedilatildeo definitiva do serviccedilo de
apoio especializado Sala de Recursos _________________ (niacutevel - seacuteries iniciais finais eou
ensino meacutedio) da Aacuterea das Altas HabilidadesSuperdotaccedilatildeo
O(s) serviccedilo(s) de apoio especializado(s) em questatildeo foi (ram) autorizado(s) para funcio-
nar atraveacutes da (s) Resoluccedilatildeo (otildees) nordm _____________ de ___________________
Nestes Termos
Pede Deferimento
___________________ _______ de ______________ de _______
_____________________________________________
Diretor do Estabelecimento
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACcedilAtildeO
NUacuteCLEO REGIONAL DA EDUCACcedilAtildeO DE _________
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL
PARECER nordm ________
O Nuacutecleo Regional de Educaccedilatildeo de ________ no uso de suas atribuiccedilotildees que lhe satildeo
conferidas pela SEED emite o presente parecer resultado da anaacutelise da referida verificaccedilatildeo
ldquoin locordquo para conceder (serviccedilo) ___________________
(estabelecimento)_________________ para atendimento de alunos na Aacuterea das Altas
HabilidadesSuperdotaccedilatildeo ____________(niacutevel - seacuteries iniciais finais eou ensino meacutedio)
turno_____ Profordf_________________ RG________ viacutenculo ______(informar se eacute QPM PSS
ou SC 02) (autorizada a funcionar pela Resoluccedilatildeo nordm ______ de ______ (se estiver solicitando
renovaccedilatildeo) )
A documentaccedilatildeo apresentada a esse NRE encontra-se em consonacircncia com as
Orientaccedilotildees Pedagoacutegicas da SEEDDEEIN e com a Legislaccedilatildeo Vigente
Sendo assim esta equipe eacute de parecer favoraacutevel ______________________
(Ao solicitado no
requerimento)
e encaminha agrave SEEDDEEIN para anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio _______ ___de_____de______
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora
(CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
________________________________
Chefe do NRE
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
Agrave SEEDDEEIN
O NRE de _______ apoacutes parecer
nordm______ fl nordm_____ encaminha o presente
protocolado ao Departamento de Educaccedilatildeo
Especial e Inclusatildeo Educacional para
anaacutelise e prosseguimento
Municiacutepio_____de___
_de_____
1___________________________________
2___________________________________
3___________________________________
Visto da Comissatildeo Verificadora (CAMPO OBRIGATOacuteRIO)
31
ARTIGO PARA LEITURA
GALVAtildeO FILHO T A MIRANDA T G Tecnologia Assistiva e salas de recursos anaacute-
lise criacutetica de um modelo In GALVAtildeO FILHO T A (Org) MIRANDA T G (Org) O
professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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professor e a educaccedilatildeo inclusiva formaccedilatildeo praacuteticas e lugares Salvador Editora da Uni-
versidade Federal da Bahia - EDUFBA 2012 p 247-266 ISBN 9788523210144
TECNOLOGIA ASSISTIVA E SALAS DE RECURSOS ANAacuteLISE CRIacuteTICA
DE UM MODELO
Teoacutefilo Alves Galvatildeo Filho
Theresinha Guimaratildees Miranda
INTRODUCcedilAtildeO
Na atualidade constata-se um raacutepido avanccedilo nas ciecircncias e nas tecnologias cuja
influecircncia como processo socioloacutegico se viu refletido no campo educacional fundamen-
talmente em dois niacuteveis mediante a introduccedilatildeo de novos recursos e de meios didaacuteticos
que apoiam o processo de ensino e aprendizagem e os conteuacutedos curriculares Na edu-
caccedilatildeo especial essas tecnologias trouxeram diversas aplicaccedilotildees para os alunos com
necessidades educacionais especiais Natildeo haacute duacutevidas sobre os benefiacutecios que esses
avanccedilos proporcionam agrave educaccedilatildeo embora se considere necessaacuterio situaacute-los em uma
perspectiva global avaliando principalmente o contexto de sua utilizaccedilatildeo
A Tecnologia Assistiva (TA) vem dar suporte para efetivar o novo paradigma da
inclusatildeo na escola e na Sociedade para Todos que tem abalado os preconceitos que as
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praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
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a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
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centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
praacuteticas e os discursos anteriores forjaram sobre e pelas pessoas com deficiecircncia No
entanto o emprego das tecnologias por mais promissor que possa ser estaacute invariavel-
mente sujeito as restriccedilotildees de ordem cultural econocircmica social e conveacutem examinar com
realismo Existe uma tensatildeo entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas proacute-
prias em mutaccedilatildeo constante) e as condiccedilotildees de sua aplicaccedilatildeo o sistema social e edu-
cacional e os modos de gestatildeo devem abrir espaccedilo agrave tecnologia em um determinado
niacutevel de desempenho
A necessidade de mudanccedila urgente e de construccedilatildeo de uma escola inclusiva
onde todos os alunos devem aprender juntos independentemente das dificuldades e
das diferenccedilas que apresentam (Declaraccedilatildeo de Salamanca 1994) cria expectativas em
todos aqueles profissionais e pais que querem romper com todas as formas de exclusatildeo
social A inclusatildeo de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular
implica mudanccedilas nas atitudes e nas praacuteticas pedagoacutegicas dos profissionais que partici-
pam do processo pedagoacutegico da organizaccedilatildeo e da gestatildeo na sala de aula e na proacutepria
escola enquanto instituiccedilatildeo
Essa mudanccedila tem como base o novo paradigma sobre o que eacute a deficiecircncia e
especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecoloacutegico de compreendecirc-la como o re-
sultado da interaccedilatildeo do indiviacuteduo que possui uma alteraccedilatildeo de estrutura e funciona-
mento do corpo com as barreiras que estatildeo impostas no meio em que vive Essa con-
cepccedilatildeo evidencia que os impedimentos de participaccedilatildeo em atividades e a exclusatildeo das
pessoas com deficiecircncia satildeo hoje um problema de ordem social e tecnoloacutegica e natildeo
somente um problema meacutedico ou de sauacutede
As grandes e mais importantes barreiras estatildeo muitas vezes na falta de conhe-
cimentos de recursos tecnoloacutegicos no desrespeito agrave legislaccedilatildeo vigente na forma como
31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
a sociedade estaacute organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua popu-
laccedilatildeo
O paradigma da inclusatildeo consolida o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) como fator imprescindiacutevel para dar suporte ao aluno com deficiecircncia que estaacute na
classe regular e promover condiccedilotildees adequadas para que ele possa ter acesso ao cur-
riacuteculo O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do curriacuteculo
dos alunos com necessidades educacionais especiais organizado institucionalmente
para apoiar complementar e suplementar os serviccedilos educacionais comuns (ALVES
2006 p15)
Posteriormente o Decreto 65712008 no artigo 1ordf sect 1ordm complementa que o aten-
dimento educacional especializado
[] eacute um serviccedilo da educaccedilatildeo especial que identifica elabora e organiza recursos
pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participaccedilatildeo
dos alunos considerando suas necessidades especiacuteficas (MECSEESP 2008) Esse
atendimento vem apresentando diferentes formas atraveacutes do tempo chegando ao for-
mato definido pelo Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial como Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) Essas salas recebem essa denominaccedilatildeo por agre-
gar em sua organizaccedilatildeo materiais equipamentos e profissionais com formaccedilatildeo para o
atendimento ao mesmo tempo de alunos com diferentes deficiecircncias transtorno global
de desenvolvimento ou superdotaccedilatildeo
Segundo o documento da SEESPMEC (ALVES et al 2006 p15) a SRM ldquoeacute um
espaccedilo para a realizaccedilatildeo do atendimento educacional especializado de alunos que apre-
sentam ao longo de sua aprendizagem alguma necessidade educacional especial tem-
poraacuteria ou permanenterdquo por meio do desenvolvimento de estrateacutegias de aprendizagem
31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
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No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
centradas em um novo fazer pedagoacutegico que favoreccedila a construccedilatildeo de conhecimentos
pelos alunos subsidiando-os para que desenvolvam o curriacuteculo e participem da vida es-
colar
Eacute na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utilizar os recursos de
TA tendo em vista o desenvolvimento da sua autonomia Poreacutem o recurso de TA natildeo
pode ser exclusivamente utilizado nessa sala mas encontra sentido quando o aluno
utiliza essa tecnologia no contexto escolar comum apoiando a sua escolarizaccedilatildeo Por-
tanto eacute funccedilatildeo da sala de recursos avaliar esta TA adaptar material e encaminhar esses
recursos e materiais adaptados para que sirvam ao aluno na sala de aula comum junto
com a famiacutelia e nos demais espaccedilos que frequenta
Neste trabalho considera-se TA a definiccedilatildeo proposta pelo Comitecirc de Ajudas Teacutec-
nicas (CAT 2007) Tecnologia Assistiva eacute uma aacuterea do conhecimento de caracteriacutestica
interdisciplinar que engloba produtos recursos metodologias estrateacutegias praacuteticas e
serviccedilos que objetivam promover a funcionalidade relacionada agrave atividade e participa-
ccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia incapacidades ou mobilidade reduzida visando sua
autonomia independecircncia qualidade de vida e inclusatildeo social
Nessa perspectiva a Tecnologia Assistiva eacute utilizada para ampliar ou possibilitar
a execuccedilatildeo de uma atividade necessaacuteria e pretendida por uma pessoa com deficiecircncia
Na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva esta Tecnologia eacute voltada a favorecer a participa-
ccedilatildeo do aluno com deficiecircncia nas diversas atividades do cotidiano escolar vinculadas
aos objetivos educacionais Satildeo exemplos de Tecnologia Assistiva na escola os materi-
ais escolares e pedagoacutegicos acessiacuteveis a comunicaccedilatildeo alternativa os recursos de aces-
sibilidade ao computador os recursos para mobilidade localizaccedilatildeo a sinalizaccedilatildeo o mo-
biliaacuterio que atenda agraves necessidades posturais entre outros
31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
No presente trabalho pretende-se conhecer a praacutetica do professor na utilizaccedilatildeo da
TA para o atendimento educacional especializado das necessidades do aluno com defi-
ciecircncia no contexto das salas de recursos como suporte para a sua inclusatildeo na escola
regular Este estudo tem caraacuteter descritivo de cunho exploratoacuterio visando tornar familiar
o tema a ser investigado e como principal finalidade analisar a realidade da praacutetica do
AEE realizado em salas de recursos de Escolas do Ensino Fundamental da rede esta-
dual de ensino Para atingir tal propoacutesito foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo
sido utilizado como instrumentos de coleta de dados a observaccedilatildeo participante em duas
Salas de Recursos entrevistas abertas e semiestruturadas com professores desses es-
paccedilos e de classes comuns e as gestoras das escolas
O estudo foi realizado nos anos de 2008-2009 no contexto de uma pesquisa de
doutorado (GALVAtildeO FILHO 2009) em duas escolas em que funcionavam as ldquoSalas de
Recursosrdquo denominaccedilatildeo agrave eacutepoca deste estudo Para uma melhor compreensatildeo dessa
anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos foi utilizada a seguinte convenccedilatildeo para identifi-
caccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo das falas dos profissionais entrevistados o gestor corresponde
a letra D o professor da sala regular a letra P o professor da sala de recurso as letras
PR sempre seguido do nuacutemero correspondente da escola 01 ou escola 02
Da anaacutelise das respostas obtidas pode-se constatar o uso limitado de recursos
de TA apesar dos professores das referidas salas manifestarem opiniotildees e expectativas
positivas para favorecer o desenvolvimento e autonomia dos alunos com Necessidades
Educacionais Especiais poreacutem declaram que natildeo tecircm formaccedilatildeo adequada para utilizar
os recursos de TA
31
SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
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SALA DE RECURSOS analisando um modelo de praacutetica
As Salas de Recursos (SR) que foram objeto deste estudo estavam estruturadas
com equipamentos e profissionais para o atendimento de alunos com deficiecircncia visual
Segundo as informaccedilotildees obtidas nas entrevistas realizadas essas salas eram organiza-
das com alunos com um uacutenico tipo de deficiecircncia Essa foi uma opccedilatildeo expliacutecita da Se-
cretaria de Educaccedilatildeo responsaacutevel pela rede puacuteblica de ensino da qual as duas escolas
estudadas faziam parte Essas SR satildeo uma proposta das poliacuteticas puacuteblicas referentes
ao apoio educacional especializado para a inclusatildeo e o suporte aos alunos com
deficiecircncia na escola regular
Na eacutepoca do estudo estava em vigecircncia desde 2007 o programa de salas de
recursos multifuncionais criado pelo MEC atraveacutes do Edital nordm 1 de 26 de abril de 2007
cujo objetivo geral era ldquoapoiar os sistemas de ensino na organizaccedilatildeo e oferta de atendi-
mento educacional especializado por meio da implantaccedilatildeo das salas de recursos multi-
funcionais nas escolas de educaccedilatildeo baacutesica da rede puacuteblica fortalecendo o processo de
inclusatildeo nas classes comuns do ensino regularrdquo Segundo o edital citado seriam implan-
tadas 500 salas de recursos multifuncionais sendo 100 para atendimento de alunos com
deficiecircncia visual (GARCIA 2008 p 19) Nesse tipo de sala seriam atendidos alunos
com todos os tipos de deficiecircncia
No entanto na realidade estudada a organizaccedilatildeo das salas era por tipo de defi-
ciecircncia havendo as escolas que eram consideradas referecircncia para determinado tipo de
atendimento Os alunos com deficiecircncia visual procuravam as escolas que tem sala de
recurso para esse tipo de deficiecircncia para garantir o apoio educacional especializado e
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facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
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da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
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dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
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o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
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a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
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II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
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a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
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CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
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bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
facilitar o seu acesso e a permanecircncia escolar Jaacute os alunos que tinham deficiecircncia au-
ditiva procuravam outras escolas cuja referecircncia era a sala de recurso para surdos e
tinham professores com formaccedilatildeo em Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) Entatildeo no
proacuteprio ato da matriacutecula que era realizada nos postos de matriacutecula eram indicadas as
escolas que tecircm esse trabalho de referecircncia para que a famiacutelia matriculasse a crianccedila
ou o jovem
O argumento utilizado para justificar essa opccedilatildeo de criaccedilatildeo de escolas de refe-
recircncia especializadas em um uacutenico tipo de deficiecircncia seria pela maior facilidade em
concentrar os recursos tecnoloacutegicos os recursos humanos e os conhecimentos especiacute-
ficos relacionados agravequela deficiecircncia em apenas algumas escolas do que dispersaacute-las
entre vaacuterias Entretanto estudiosos e pesquisadores questionavam esse criteacuterio e essa
loacutegica por diferentes motivos
Em primeiro lugar a busca de concentrar pessoas com um mesmo tipo de defici-
ecircncia provenientes de diferentes localidades e bairros em uma mesma escola mesmo
sendo uma escola de ensino regular cria de certa forma um novo tipo de ldquoescola espe-
cialrdquo ou seja uma escola comum poreacutem ldquoespecializadardquo e voltada para um uacutenico tipo de
deficiecircncia
Essa forma de organizaccedilatildeo escolar natildeo estaacute de acordo com uma proposta de
educaccedilatildeo e sociedade inclusivas que deveria organizar-se segundo a diversidade das
realidades humanas e natildeo segundo uma loacutegica de segregaccedilatildeo de compartimentagem
O ideal deve ser a convivecircncia com as diferenccedilas e as interaccedilotildees na diversidade e natildeo
a uniformidade e a separaccedilatildeo por deficiecircncias De acordo com esse enfoque uma escola
dita inclusiva poreacutem que se especialize e procure atender de forma prioritaacuteria a apenas
um tipo de deficiecircncia ainda estaria atuando segundo uma loacutegica da homogeneidade
31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
da educaccedilatildeo segregada e massificada e natildeo segundo a loacutegica da valorizaccedilatildeo da diver-
sidade
Em segundo lugar porque essa forma de organizaccedilatildeo das instituiccedilotildees escolares
inclusivas obrigaria as pessoas com uma determinada deficiecircncia a matricular-se em
escolas que estariam afastadas de suas comunidades quando as de suas comunidades
natildeo fossem ldquoespecializadasrdquo em seu tipo de deficiecircncia E essa praacutetica negaria a esses
alunos o mesmo direito dos seus vizinhos de estudarem em escolas com maiores viacuten-
culos com as suas comunidades mais proacuteximas a suas residecircncias Ou seja a real di-
versidade que existe em uma comunidade em um bairro natildeo estaria sendo assumida e
valorizada pelo sistema educacional puacuteblico daquele bairro
Nesse tipo de tentativa de inclusatildeo cabe refletir por um lado sobre as palavras
criacuteticas de Mantoan (2007 p 45 48) quando alerta que O que existe em geral satildeo
escolas que desenvolvem projetos de inclusatildeo parcial [] Essa compreensatildeo equivo-
cada da escola inclusiva acaba instalando cada crianccedila em uns loacutecus escolares arbitra-
riamente escolhidos e acentua mais as desigualdades
Por outro lado a concepccedilatildeo de o desenvolvimento humano segundo a abordagem
ecoloacutegica proposta por Bronfenbrenner (2002) que enfatiza a importacircncia da influecircncia
do contexto sobre todo o ciclo vital com o conjunto das interaccedilotildees ocorridas no mesmo
em relaccedilatildeo a pessoas objetos e siacutembolos os chamados ldquoprocessos proximaisrdquo (KOL-
LER 2004 p 339) Eacute possiacutevel perceber que essa opccedilatildeo por configurar os ambientes
escolares agrupando alunos segundo o tipo de deficiecircncia estabelece uma estratifica-
ccedilatildeo artificial e deformadora da percepccedilatildeo da diversidade que na realidade ocorre na
sociedade humana com consequecircncias relevantes para o processo de compreensatildeo
31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
dessa realidade por toda a comunidade escolar dada a relevacircncia da influecircncia da ins-
tituiccedilatildeo escolar na construccedilatildeo desse processo
Conforme alertam Koller e Lisboa (2004 p 339-340) ldquoa compreensatildeo do con-
texto da escola em todas as suas dimensotildees eacute fundamental para a anaacutelise ecoloacutegica
deste microssistemardquo dada a relevacircncia desse contexto para o amadurecimento e de-
senvolvimento principalmente em crianccedilas e adolescentes da concepccedilatildeo que construi-
ratildeo sobre o mundo que os cercam e sobre as relaccedilotildees saudaacuteveis entre os seres huma-
nos jaacute que O microssistema escolar representa para a crianccedila e o adolescente uma
oportunidade uacutenica de socializaccedilatildeo Eacute na escola que aleacutem da aprendizagem formal e do
desenvolvimento cognitivo (raciociacutenio loacutegico associativo dedutivo etc) os jovens apren-
dem a conviver cooperar compartilhar competir e buscar seu espaccedilo no contexto social
mais amplo O microssistema escolar eacute um espaccedilo para o desenvolvimento intelectual
social emocional e moral (KOLLER LISBOA 2004 p 340)
Por tudo isso depreende-se a importacircncia de que as poliacuteticas puacuteblicas e as praacuteti-
cas escolares levem em consideraccedilatildeo as questotildees acima destacadas quando se defi-
nem as opccedilotildees de distribuiccedilatildeo dos alunos por escola a forma de organizaccedilatildeo e de apro-
priaccedilatildeo dos recursos de TA e de organizaccedilatildeo das Salas de Recursos na escola inclu-
siva (GALVAtildeO FILHO 2009 pg 259)
Nas salas de recursos das escolas estudadas trabalhavam dois professores em
cada uma delas Dessas professoras duas tinham formaccedilatildeo de niacutevel superior e duas
tinham formaccedilatildeo de niacutevel meacutedio elas possuiacuteam cursos de aperfeiccediloamento especiacutefico
sobre as questotildees referentes agrave deficiecircncia visual A gente dispotildee dos recursos que estatildeo
na Sala de Recursos Essa Sala de Recursos tem uma coordenaccedilatildeo com duas profissi-
onais que satildeo do ldquonome da Instituiccedilatildeo puacuteblicardquo oacutergatildeo do governo [] A gente conta com
31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
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relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
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Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
o apoio dessas duas coordenadoras que satildeo treinadas e habilitadas para exercer esse
apoio pedagoacutegico (D2)
- Agora mesmo teve um curso sobre isso que vocecirc falou assistiva (PR1)
- Pesquisador Tecnologia Assistiva
- Sim Tecnologia Assistiva Um curso de 80 horas duas semanas onde noacutes aprende-
mos sobre o Braille Faacutecil o Dosvox ] Entatildeo a gente saiu Quando eu voltei ldquotavardquo muito
atraso na Sala de Recursos Muito trabalho atrasado Eu vejo assim que o nuacutemero de
alunos que noacutes temos eu acho que natildeo nos daacute a oportunidade de estar saindo procu-
rando investigando saber de um recurso novo que chega Aquela coisa toda A gente
fica meio limitada porque a sala de recursos eacute um corre-corre (PR1)
Em outros depoimentos pode-se perceber a anguacutestia das professoras diante das
inuacutemeras dificuldades que tecircm que enfrentar no cotidiano escolar Aqui a sala de recur-
sos eacute limitada pois os recursos satildeo escassos e o nuacutemero de alunos para atendimento eacute
muito grande Eu estou sozinha Tenho que dar conta de doze alunos ainda mais no
ensino meacutedio Cada um eacute uma coisa uma necessidade diferente Sem falar que tenho
que dar apoio a escola aos professores (PR1)
Tem professores novos que eu tenho que dar apoio na proacutepria sala de aula []
Pois tem muitos alunos que ateacute dormem Se ficarem esquecidos na sala perdem muito
da aprendizagem Entatildeo a gente tem que ficar chamando a atenccedilatildeo do professor para
essa situaccedilatildeo (PR1)
A gente fica meio limitada aqui porque a SR eacute um corre-corre para dar conta de
tanta disciplina de tantos alunos [] vocecirc fica assim muito presa com o acuacutemulo de
atividades que fica difiacutecil sair para aprender mais ou fazer um curso [] entatildeo eu digo
31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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31
a vocecirc que tem muita coisa que eu natildeo posso dizer a vocecirc que eu sei E essa falta de
conhecimento eu digo a vocecirc que eacute por essa falta de disponibilidade de tempo (PR2)
O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS SALAS DE RECURSOS
O desenvolvimento da TA e a disponibilidade de recursos no Brasil aliados aos
diversos movimentos de inclusatildeo das pessoas com deficiecircncia ganharam forccedila legal nos
uacuteltimos anos O Decreto nordm 5296 de 2 de dezembro de 2004 estabelece normas gerais
e criteacuterios baacutesicos para a promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas com deficiecircncia ou
com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Dentre esses criteacuterios destacam-se
o que preconiza
Art 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer niacutevel etapa ou modalidade puacuteblicos
ou privados proporcionaratildeo condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de todos os seus ambien-
tes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiecircncia ou com mobilidade redu-
zida inclusive salas de aula bibliotecas auditoacuterios ginaacutesios e instalaccedilotildees desportivas
laboratoacuterios aacutereas de lazer e sanitaacuterios
sect 1o Para a concessatildeo de autorizaccedilatildeo de funcionamento de abertura ou renovaccedilatildeo de
curso pelo Poder Puacuteblico o estabelecimento de ensino deveraacute comprovar que
I - Estaacute cumprindo as regras de acessibilidade arquitetocircnica urbaniacutestica e na comunica-
ccedilatildeo e informaccedilatildeo previstas nas normas teacutecnicas de acessibilidade da ABNT na legisla-
ccedilatildeo especiacutefica ou neste Decreto
31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
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31
II - Coloca agrave disposiccedilatildeo de professores alunos servidores e empregados portadores de
deficiecircncia ou com mobilidade reduzida ajudas teacutecnicas que permitam o acesso agraves ativi-
dades escolares e administrativas em igualdade de condiccedilotildees com as demais pessoas
e
III - seu ordenamento interno conteacutem normas sobre o tratamento a ser dispensado a
professores alunos servidores e empregados portadores de deficiecircncia com o objetivo
de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminaccedilatildeo bem como as respectivas sanccedilotildees
pelo descumprimento dessas normas
Uma queixa recorrente das professoras de SR entrevistadas foi referente a falta
de um maior aprofundamento na sua formaccedilatildeo Embora sendo especialistas responsaacute-
veis por SR especiacuteficas para o suporte a alunos com deficiecircncia visual nenhuma delas
dominava ou utilizava em seu trabalho algum software leitor de tela ou outro software
com o recurso de siacutentese de voz Ambas mencionavam o software Dosvox poreacutem re-
conhecendo natildeo o dominar por isso natildeo utilizavam em seus trabalhos apesar de uma
das SR jaacute dispusesse de computador e de uma impressora Braille aleacutem de 5 notebooks
recebidos jaacute haacute 8 meses do Governo Federal
Os principais recursos existentes nessas SR e que foram mencionados nas entre-
vistas satildeo
bull Duas maacutequinas Braille em cada SR
bull Kits para deficiecircncia visual recebidos do MEC com bengala reglete punccedilatildeo e sorobatilde
bull Papel para escrita em Braille
bull Impressora Braille em uma das SR
bull Computador em uma das SR
bull Cinco notebooks fornecidos pelo MEC em uma das escolas
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bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
bull Materiais para a confecccedilatildeo de graacuteficos mapas etc em alto relevo cordatildeo lixa ca-
murccedila tintas etc
Sobre os notebooks foi mencionado que alguns alunos jaacute sabiam utilizaacute-los com
o software Dosvox e podiam levaacute-los para a sala de aula Outros alunos ainda estavam
aprendendo a utilizar
Os notebooks eles podem levar para a sala de aula fazerem anotaccedilotildees Aqui noacutes
temos 5 notebooks Tem os alunos que jaacute tem muita intimidade com a informaacutetica e entatildeo
eles usam tranquilamente Mas tem aqueles que ainda estatildeo aprendendo a manusear
No caso eles tecircm atendimento no ldquonome da instituiccedilatildeo puacuteblicardquo (PR1)
Os aprendizados desses alunos referentes ao uso do computador para o trabalho
na sala de aula eram sempre feitos em instituiccedilotildees de apoio fora da escola Foram men-
cionadas duas instituiccedilotildees especializadas em deficiecircncia visual uma puacuteblica e outra pri-
vada filantroacutepica que forneciam esse apoio natildeo soacute na formaccedilatildeo referente a informaacutetica
mas tambeacutem em outros conteuacutedos e habilidades em horaacuterios diferentes da escola
-Pesquisador O que eles fazem na ldquoinstituiccedilatildeordquo
-Eles tecircm apoio pedagoacutegico tem aula de mobilidade os que necessitam de orientaccedilatildeo
e mobilidade AVDs escrita cursiva e vaacuterias outras (PR1)
Nesse caso a sala de recurso natildeo cumpre a sua finalidade e o aluno tem dois
tipos de apoio educacional especializado o fornecido pela escola que se restringe a
transcriccedilatildeo para o Braille e para a letra cursiva e da instituiccedilatildeo especializada que atende
as demais necessidades especiais desse aluno
Sobre a finalidade de uma sala de recursos com materiais especiacuteficos para su-
porte a alunos com deficiecircncia visual Bruno (1997 p 18) jaacute descrevia de forma perti-
nente em 1997 da seguinte forma Proporciona o atendimento de professor especializado
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
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xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
a alunos portadores de cegueira e visatildeo subnormal matriculados no sistema comum de
ensino ou em classes especiais Dispotildee de recursos especiacuteficos e materiais pedagoacutegicos
adequados ao processo ensino aprendizagem oferecendo apoio suplementar para su-
peraccedilatildeo das dificuldades dos alunos e orientaccedilatildeo para integraccedilatildeo em classe comum
Esse atendimento eacute prestado prioritariamente a alunos da proacutepria escola havendo va-
gas a alunos de outras unidades escolares
As atribuiccedilotildees das professoras da SR conforme satildeo entendidas pelos profissio-
nais das duas escolas estudadas englobam atividades bem especiacuteficas e limitam-se a
transcriccedilatildeo as quais ocupam segundo eles a quase totalidade do tempo disponiacutevel para
o trabalho Os alunos com deficiecircncia visual natildeo tecircm nenhuma atividade especiacutefica na
SR devido ao horaacuterio de aula deles Soacute tem 20 minutos de intervalo Natildeo tecircm horaacuterio
previsto para caacute Entatildeo aqui eacute uma sala para converter material Eacute isso Adaptaccedilatildeo de
material Agora as outras coisas que eles precisam geralmente fazem no turno oposto
na outra instituiccedilatildeo que frequentam (PR1)
Na Sala de Recursos estudada satildeo feitos dois tipos de transcriccedilotildees
1- A transcriccedilatildeo dos textos provas etc fornecidos impressos com tinta pelos professo-
res para o Braille Para a realizaccedilatildeo dessa transcriccedilatildeo os profissionais da SR utilizam
a Maacutequina Braille para possibilitar o acesso dos alunos a esses textos
2- A transcriccedilatildeo dos textos em Braille escritos pelos alunos na sala de aula utilizando
reglete e punccedilatildeo ou eventualmente na SR usando a Maacutequina Braille para tinta Essa
transcriccedilatildeo do Braille para tinta eacute feita principalmente para que os professores das disci-
plinas os quais natildeo sabem Braille possam ler essas produccedilotildees dos alunos
O baacutesico aqui na SR eacute o Braille a transcriccedilatildeo deles O aluno estaacute na sala com sua
reglete o professor da sala natildeo sabe o Braille o que eacute uma pena O ideal seria toda a
31
equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
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dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
BRASILMECSEESP Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre as necessidades
educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
ccedilatildeo Especial (SEESP) 1994
Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
31
BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
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equipe munida pelo menos do Braille para a inclusatildeo ser eficiente Aiacute os alunos escre-
vem laacute na sala trazem aqui e eu transcrevo A transcriccedilatildeo eacute feita com caneta em cima
do que o aluno escreve em Braille eacute fidedigna todos os erros que eles tecircm todas as
dificuldades que eles tiveram na escrita e na interpretaccedilatildeo a gente natildeo sonega a agente
transcreve como eles fizeram (PR2)
Os alunos vecircm aqui na SR nos intervalos para tirar duacutevidas entregar material
pegar material [] Eles entregam o material em tinta e as avaliaccedilotildees apostilas tudo eacute
traduzido aqui para o Braille Noacutes usamos a maacutequina Braille e algumas vezes o programa
de computador Eu digito o texto que eacute transformado em Braille pelo programa e imprime
na impressora Braille (PR1)
Quando eacute uma coisa muito urgente a gente grava e potildee para eles ouvirem Temos
aqui um gravador Mas essa escuta tem que ser mais em casa porque aqui eles natildeo
tecircm muito tempo A dificuldade estaacute nisso porque muitas vezes se faz a gravaccedilatildeo aqui
mas em casa eles natildeo tecircm o aparelho para ouvir a fita e em casa eles natildeo tem a possi-
bilidade de continuar o estudo (PR2)
Somente em uma das SR estudadas satildeo utilizados o computador e a impressora
Braille para a conversatildeo dos textos Entretanto mesmo nessa sala a profissional infor-
mou desconhecer os softwares que fazem a conversatildeo automaacutetica de textos no formato
digital direto para o Braille Por esse motivo essa profissional informou que tem que re-
digitar todos os textos para que os softwares fossem convertidos gradativamente para
posterior impressatildeo em Braille
O software que existe para isso eacute o Dosvox [] Existe toda a dinacircmica da infor-
maacutetica que eu natildeo tenho domiacutenio porque eu natildeo uso Estou aqui soacute com a maacutequina
Braille (PR2)
31
Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
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I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
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Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
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BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
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BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
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CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
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5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
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plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
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Tambeacutem eacute feita na SR a adaptaccedilatildeo em alto-relevo de diferentes materiais didaacuteti-
cos aos quais de outra forma os alunos cegos natildeo poderiam ter acesso Por exemplo
noacutes fazemos a adaptaccedilatildeo de mapas Noacutes usamos tinta em alto relevo Tudo em alto-
relevo E noacutes podemos usar tambeacutem materiais como cordatildeo lixa camurccedila todo material
que seja faacutecil de diferenciar pelo tato (PR1)
Eacute o desenho de uma figura um mapa uma ceacutelula um desenho que ele tenha que
ter a ideia de como eacute Noacutes fazemos em alto-relevo com tinta com cordatildeo com cola
com variadas texturas e antes dele ir para a sala a gente daacute a ideia de como eacute a figura
para que quando ele for assistir a aula ele jaacute tenha feito o mapa mental dele sobre a
figura (PR2)
E para os alunos com baixa visatildeo (antes chamada de visatildeo subnormal) eacute feita na
SR a transcriccedilatildeo dos textos impressos comuns para textos com os caracteres amplia-
dos impressos ou manuscritos Para os alunos com baixa visatildeo noacutes utilizamos a escrita
em tinta ampliada Temos aluno que tem que usar a fonte 22 Temos que ver o tamanho
correto da fonte para cada aluno Quando o professor jaacute daacute no CD direitinho a gente soacute
faz ampliar a fonte e imprimir jaacute configurado (PR1)
Para essa garota de baixa visatildeo a escola com essa histoacuteria de inclusatildeo pecou
porque natildeo tem o CCTV entatildeo eu amplio tudo a matildeo porque a escola diz que natildeo tem
tinta de impressora natildeo dispotildee de tinta para ampliar tudo Soacute imprimo a prova Entatildeo
eu tenho que fazer apostila essas coisas tudo na matildeo manuscrito mesmo com piloto
ampliando em letra maiuacutescula porque a fonte dela eacute muito alta tipo 36 40 (PR2)
Foram mencionados portanto outros recursos de TA que poderiam auxiliar ateacute
com mais eficaacutecia e autonomia aos alunos com baixa visatildeo poreacutem os professores infor-
maram que as escolas natildeo dispunham dos mesmos como as lupas e o aparelho do
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
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educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
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Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
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logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
CCTV Essas foram portanto as principais atividades de TA realizadas nas SR segundo
foram apontadas pelos profissionais entrevistados Tambeacutem houve professores de sala
de aula do ensino regular que apontaram dificuldades quanto ao suporte que eacute fornecido
pela SR por considerarem ser um suporte muito limitado conforme relatado nos seguin-
tes diaacutelogos com o pesquisador
- Quando agraves vezes eu natildeo tenho material em Braille eles (os alunos) praticamente natildeo
conseguem acompanhar a parte escrita do meu trabalho (P2)
-Pesquisador - Por que eles natildeo tecircm esse material em Braille agraves vezes
- Natildeo tem porque natildeo daacute tempo Tem uma soacute pessoa aqui na escola para isso A pessoa
passa para o Braille e eles levam para a aula Mas agraves vezes ela tem um contratempo
Eu tambeacutem agraves vezes natildeo tenho tempo de entregar na hora exata que eu deveria Porque
eu tenho 14 turmas (P2)
- Uma apostila a gente passa para a sala de Braille E aiacute ela transcreve para o Braille
para os meninos Um problema em particular eacute que natildeo vem a tempo (P1)
-Pesquisador - Vocecirc tem problemas com essa demora
-Demais Por causa do volume satildeo muitos alunos [] transcreve todo o material mas
ela eacute humana e infelizmente tambeacutem ocorrem erros de transcriccedilatildeo em algumas coisas
natildeo consegue ser fiel Jaacute aconteceu inuacutemeras vezes comigo (P1)
Aqui satildeo apontados problemas para a eficaacutecia do trabalho e para o aprendizado
dos alunos Poreacutem tambeacutem eacute possiacutevel perceber que grande parte desses problemas
apontados provavelmente poderia ser superada com a conjunccedilatildeo de alguns fatores os
quais seriam
bull melhor organizaccedilatildeo no trabalho de fornecimento e transcriccedilatildeo do material
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
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- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
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httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
bull melhor formaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela SR principalmente quanto ao uso das tecno-
logias
bull uma otimizaccedilatildeo no uso das tecnologias apropriadas disponiacuteveis
Quanto agrave dinacircmica do trabalho da SR foi referido por diferentes entrevistados
que principalmente o material em tinta a ser transcrito para o Braille como textos apos-
tilas avaliaccedilotildees etc o que configura o volume maior de trabalho a ser realizado muitas
vezes natildeo era repassado com antecedecircncia pelos professores para os responsaacuteveis
pela SR e que somente eram fornecidos ao longo do semestre na mesma ocasiatildeo em
que eram entregues aos demais alunos da sala
Com um melhor planejamento e priorizaccedilatildeo ao atendimento a esses alunos com
deficiecircncia visual grande parte desse material poderia ser repassado antes do iniacutecio do
semestre junto com a informaccedilatildeo sobre a data prevista para o seu uso em sala de aula
para que esse trabalho de transcriccedilatildeo pudesse ser realizado de forma mais planejada e
gradativa pelos profissionais responsaacuteveis evitando acuacutemulos de serviccedilos e atrasos no
fornecimento do material aos alunos
E finalmente se esses profissionais fossem capacitados para o uso dos recursos
computacionais tal utilizaccedilatildeo poderia ser otimizada nas SR facilitando muito e automa-
tizando todo o trabalho de transcriccedilatildeo de textos que eacute feito ateacute agora manualmente
um por um com a maacutequina Braille pelos profissionais da sala
Hoje existem diferentes softwares gratuitos que fazem a conversatildeo automaacutetica de
um texto comum no formato digital para o Braille aleacutem do Dosvox citado anteriormente
Os professores da sala de aula do ensino regular poderiam fornecer os textos em meio
digital para a SR como alguns jaacute fazem os quais seriam convertidos automaticamente
para o Braille Esse processo computadorizado reduziria em muito o tempo gasto em
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
mento educacional especializado na educaccedilatildeo baacutesica modalidade educaccedilatildeo especial
no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
BRASILMECSEESP Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre as necessidades
educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
ccedilatildeo Especial (SEESP) 1994
Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
31
BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
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logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
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MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
relaccedilatildeo a conversatildeo manual que eacute feita ateacute agora com a maacutequina Braille otimizando
todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR e beneficiando os alunos com
deficiecircncia visual em seu aprendizado
Essa melhor organizaccedilatildeo das atividades e economia de tempo possibilitaria uma
qualificaccedilatildeo maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais da SR podendo ser re-
forccedilado o suporte aos professores e demais profissionais da escola aleacutem do desenvol-
vimento de outras tarefas e um melhor cumprimento das atribuiccedilotildees especiacuteficas de uma
SR
Cabe registrar que as duas escolas estudadas jaacute dispunham de laboratoacuterios de
informaacutetica completos para o trabalho educacional Entretanto nenhum dos laboratoacuterios
de informaacutetica existentes nessas escolas era acessiacutevel para os alunos com deficiecircncia
Natildeo dispunham nem de adaptaccedilotildees fiacutesicas ou oacuterteses para o uso dos computadores
por parte de alunos com deficiecircncias motoras nem de adaptaccedilotildees de hardware nem
tampouco softwares especiais de acessibilidade instalados com os softwares leitores
de tela para os alunos cegos mesmo que muitos desses softwares sejam gratuitos
As atividades realizadas pelas SR portanto segundo foi relatado pelos entrevis-
tados ainda satildeo muito poucas em relaccedilatildeo agraves possibilidades de apoio que as mesmas
poderiam oferecer a escola Dentre as diferentes atribuiccedilotildees e funccedilotildees possiacuteveis dos
profissionais da SR destacam-se como referecircncias as que satildeo estabelecidas pela Re-
soluccedilatildeo nordm 4 de 2 de outubro de 2009 que institui diretrizes operacionais para o atendi-
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no artigo 13
Art 13 Satildeo atribuiccedilotildees do professor do Atendimento Educacional Especializado
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
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educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
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Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
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BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
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TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
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GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
I - Identificar elaborar produzir e organizar serviccedilos recursos pedagoacutegicos de acessi-
bilidade e estrateacutegias considerando as necessidades especiacuteficas dos alunos puacuteblico-alvo
da Educaccedilatildeo Especial
II - Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
III - organizar o tipo e o nuacutemero de atendimentos aos alunos na sala de recursos multi-
funcionais
IV - Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagoacutegicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular bem como em outros ambientes
da escola
V - Estabelecer parcerias com as aacutereas intersetoriais na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e na
disponibilizaccedilatildeo de recursos de acessibilidade
VI - Orientar professores e famiacutelias sobre os recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos promovendo autonomia e participaccedilatildeo
VIII - estabelecer articulaccedilatildeo com os professores da sala de aula comum visando agrave dis-
ponibilizaccedilatildeo dos serviccedilos dos recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade e das estrateacute-
gias que promovem a participaccedilatildeo dos alunos nas atividades escolares
De acordo com as atribuiccedilotildees elencadas pode-se ter um panorama sobre o amplo
leque de possibilidades de apoio que uma SR pode proporcionar ao aluno com deficiecircn-
cia visual e do muito que ainda haacute para ser trabalhado nas SR das escolas estudadas A
Educaccedilatildeo Inclusiva como uma dimensatildeo fundamental do projeto global da escola gera
um processo que deve envolver e responsabilizar a toda a comunidade escolar Segundo
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
BRASILMECSEESP Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre as necessidades
educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
ccedilatildeo Especial (SEESP) 1994
Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
31
BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
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Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
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Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
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logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
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MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
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MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
Mantoan (2007 p 47) comentando sobre o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da escola Esse
projeto implica em um estudo e em um planejamento de trabalho envolvendo todos os
que compotildeem a comunidade escolar com objetivo de estabelecer prioridades de atua-
ccedilatildeo objetivos metas e responsabilidades que vatildeo definir o plano de
accedilatildeo das escolas de acordo com o perfil de cada uma as especificidades do alunado
da equipe de professores funcionaacuterios e num dado espaccedilo de tempo o ano letivo
Os professores especialistas em um tipo de deficiecircncia com a Tecnologia Assis-
tiva e os recursos pedagoacutegicos especiacuteficos a ela certamente tecircm o seu papel particular
e importante nesse projeto Entretanto ainda satildeo muito fortes as sequelas do modelo
tradicional por tanto tempo hegemocircnico que percebia as pessoas com deficiecircncia como
uma responsabilidade da atenccedilatildeo uacutenica dos especialistas os quais deveriam ter as res-
postas para os seus problemas ou ateacute mesmo responder por elas Por isso eacute possiacutevel
perceber sinais de que a SR tambeacutem seja utilizada para que os gestores e professores
das salas comuns natildeo se sintam corresponsaacuteveis pela busca de soluccedilotildees para as difi-
culdades de seus alunos com deficiecircncia remetendo automaticamente essa busca de
soluccedilotildees unicamente para os especialistas da SR
Por exemplo Pesquisador - Com relaccedilatildeo a esses recursos para os alunos com
deficiecircncia visual vocecirc acredita que os professores da escola estatildeo aptos para utilizaacute-
los com seus alunos
- Eu acredito que natildeo Esses recursos baacutesicos de ordem didaacutetica e pedagoacutegica eu acre-
dito que muitos natildeo tecircm conhecimento ateacute porque eles tecircm uma seguranccedila dessa SR
dos professores que atendem essa demanda (D2)
Pesquisador - Vocecirc poderia quantificar os alunos por tipo de deficiecircncia na es-
cola Quantos alunos com cada tipo de deficiecircncia
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
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Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
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BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
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TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
31
- Natildeo Aiacute eacute com a professora ldquoMariardquo da Sala de Recursos (D1)
Estas e outras manifestaccedilotildees revelaram que para alguns educadores a busca de
respostas e de soluccedilotildees de acessibilidade relacionadas aos estudantes com deficiecircncia
natildeo eram consideradas como temaacuteticas que lhes diziam respeito tanto quanto diziam
respeito aos ldquoespecialistasrdquo e sobre as quais natildeo parecia que sentiam necessidade de
saber muito mais para poderem exercer suas atividades na escola
As inferecircncias relativas a essa realidade percebida natildeo devem levar a um julga-
mento sobre as intenccedilotildees ou da capacidade dos profissionais das escolas estudadas
nem certamente a conclusotildees fechadas sobre o efeito das SR nessas escolas Poreacutem
essa situaccedilatildeo verificada pode servir de alerta para possiacuteveis efeitos nem esperados nem
desejados da presenccedila permanente de especialista ou de SR nas escolas em projetos
e processos de inclusatildeo de alunos com deficiecircncia
Uma SR certamente eacute pensada como um importante apoio para o projeto de in-
clusatildeo de uma escola Poreacutem deve haver o cuidado para que esse apoio natildeo se torne
inadvertidamente um fator de reforccedilo das sequelas do modelo tradicional baseado no
conhecimento dos especialistas que desresponsabiliza que destitui o restante da co-
munidade escolar do seu papel de corresponsaacutevel por todo o processo podendo tornar-
se portanto um fator de exclusatildeo e de alheamento de toda a comunidade escolar da
participaccedilatildeo nesse processo de inclusatildeo
Ao contraacuterio tomando-se os devidos cuidados a SR pode ser um privilegiado es-
paccedilo de difusatildeo dos princiacutepios da Educaccedilatildeo Inclusiva na escola responsabilizando e
esclarecendo a cada um sobre o seu papel no processo para o qual todos devem tam-
beacutem conhecer mais aprender atuar criar soluccedilotildees sugerir enfim envolver-se global-
mente a partir de suas funccedilotildees especiacuteficas
31
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
31
hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
31
BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
BRASILMECSEESP Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre as necessidades
educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
ccedilatildeo Especial (SEESP) 1994
Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
BRONFENBRENNER Urie A ecologia do desenvolvimento humano experimentos na-
turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
31
BRUNO M M G Deficiecircncia visual reflexatildeo sobre a praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo
Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidecircncia da Repuacuteblica
(CORDESEDHPR) Disponiacutevel em
lthttpwwwmjgovbrsedhctcordedpdhcordeComitecirc20de20Ajudas20
TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
DECLARACcedilAtildeO DE SALAMANCA 1994 Disponiacutevel em lt
httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
demandas e perspectivas Tese (Doutorado em Educaccedilatildeo) ndash Faculdade de Educaccedilatildeo
Universidade Federal da Bahia Salvador 2009
GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
R CAIADO K R M e JESUS D M (Org) Educaccedilatildeo especial diaacutelogo e pluralidade
Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2008 p 11-23
31
KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2004
KOLLER S H e LISBOA C O microssistema escolar e os processos proximais exem-
plos de investigaccedilotildees cientiacuteficas e intervenccedilotildees praacuteticas In KOLLER S H (Org) Eco-
logia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil Satildeo Paulo Casa
do Psicoacutelogo 2004 p 337-353
MANTOAN M T E Educaccedilatildeo inclusiva orientaccedilotildees pedagoacutegicas In BRASIL Atendi-
mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
SEESPMEC 2007
MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
clusiva 2008 Disponiacutevel em httpportalmecgovbrseesparquivospdfpoliticapdf
Acesso em 17 de jun 2009
MIRANDA T G O Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos de-
safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
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CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Um dos maiores problemas apontados para a qualidade do trabalho desenvolvido
na SR foi o grande volume de material a ser transcrito para as atividades de diferentes
disciplinas o grande nuacutemero de alunos para atender e o acuacutemulo de atividades daiacute de-
correntes No entanto constata-se nesta realidade o limite na utilizaccedilatildeo dos recursos
de TA os quais poderiam minimizar a sobrecarga de trabalho das professoras O traba-
lho tambeacutem revela a importacircncia da apropriaccedilatildeo tecnoloacutegica do mediador para que este
aplique as possibilidades da TA disponiacutevel incluindo o discernimento quanto a
necessidade ou natildeo do uso do recurso sua escolha e ajustes adequados conforme as
caracteriacutesticas e preferecircncias dos estudantes com deficiecircncia
Dessa forma aumentaria a possibilidade da exploraccedilatildeo com maior versatilidade
dessas tecnologias para se criar um ambiente mais acessiacutevel e acolhedor
Os recursos de TA mencionados neste trabalho satildeo limitados agraves condiccedilotildees exis-
tentes nas salas de recursos e natildeo devem ser tomados de forma prescritiva e exclusiva
pois o emprego de suportes teacutecnico-pedagoacutegicos depende da situaccedilatildeo especiacutefica da
pessoa e do contexto histoacuterico e social no qual estaacute inserido
No estudo realizado os profissionais entrevistados responsaacuteveis pelas SR infor-
maram que natildeo dominavam o uso do computador e dos softwares especiacuteficos para alu-
nos com deficiecircncia visual o que evidencia a precaacuteria formaccedilatildeo desses professores para
as atividades a serem desenvolvidas na SR
Cabe portanto natildeo perder de vista a disparidade entre o discurso da educaccedilatildeo
para todos e o caraacuteter precaacuterio das condiccedilotildees reais que ancoram essa educaccedilatildeo Mesmo
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
princiacutepios inclusivos
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BIBLIOGRAFIA
ALVES Denise de Oliveira et al Sala de Recursos Multifuncionais espaccedilos para aten-
dimento educacional especializado Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Edu-
caccedilatildeo Especial2006 36p
BRASILMECSEESP Declaraccedilatildeo de Salamanca e linha de accedilatildeo sobre as necessidades
educativas especiais Brasiacutelia DF Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) Secretaria de Educa-
ccedilatildeo Especial (SEESP) 1994
Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
o atendimento educacional especializado regulamenta o paraacutegrafo uacutenico do art 60 da
Lei no 9394 de 20 de dezembro de 1996
BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
nadogovbrlegislacaoListaPublicacoesactionid=240147 Acesso em 16 jun 2007
Resoluccedilatildeo Nordm 4 de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educaccedilatildeo Baacutesica na modalidade Educaccedilatildeo
Especial Conselho Nacional de EducaccedilatildeoCacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em
ltportalmecgovbrdmdocumentsrceb004_09pdfgt Acesso em 3 Maio 2010
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turais e planejados Porto Alegre ARTMED 2002
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Laramara 1997
CAT 2007 Ata da Reuniatildeo VII de dezembro de 2007 Comitecirc de Ajudas Teacutecnicas Se-
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TeacutecnicasAta_VII_Reuniatildeo_do_Comite_de_Ajudas_Teacutecnicasdoc gt Acesso em
5 jan 2008
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httpportalmecgovbrseesparquivospdfsalamancapdf gt Acesso em 23 set
2012
GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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mento educacional especializado aspectos legais e orientaccedilotildees pedagoacutegicas Brasiacutelia
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
xatildeo e accedilatildeo Salvador EDUFBA 2011 p 93-106
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hoje sob a eacutegide da bandeira inclusiva satildeo muitos os entraves enfrentados pelos estu-
dantes com deficiecircncia para garantir dignidade e qualidade agrave sua educaccedilatildeo que ainda
em muitas situaccedilotildees natildeo se caracteriza de fato como inclusiva pois haacute efetivamente
muitas ausecircncias na educaccedilatildeo desses alunos Eacute necessaacuterio avanccedilar na aplicaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas que atendam e respeitem as suas especificidades e avanccedilar tambeacutem
na efetivaccedilatildeo de medidas especiacuteficas e ordinaacuterias de atenccedilatildeo agrave diversidade e propostas
de formaccedilatildeo inicial e continuada aos professores que respondam adequadamente aos
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Presidecircncia da Repuacuteblica Decreto nordm 6571 de 17 de setembro de 2008 dispotildee sobre
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5 jan 2008
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BRASIL 2004 Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004 Disponiacutevel em httpwww6se-
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GALVAtildeO FILHO Teoacutefilo Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva apropriaccedilatildeo
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GARCIA R M C Poliacuteticas inclusivas na educaccedilatildeo do global ao local In BAPTISTA C
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KOLLER S H Ecologia do desenvolvimento humano pesquisa e intervenccedilatildeo no Brasil
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MECSEESP Poliacutetica Nacional da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo In-
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Acesso em 17 de jun 2009
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safios entre as poliacuteticas e as praacuteticas in Educaccedilatildeo Especial em contexto inclusivo refle-
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