Aprendizagem significativa: princípios e experiências

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Aprendizagem Significativa: princípios e experiências Natália Barros [email protected] Professora do Colégio de Aplicação-Centro de Educação – UFPE Doutoranda em História- PPGH-UFPE

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Aprendizagem Significativa em História: princípios e experiências

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Aprendizagem Significativa: princípios

e experiências

Natália [email protected]

Professora do Colégio de Aplicação-Centro de Educação – UFPE

Doutoranda em História- PPGH-UFPE

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O que a escola deve fazer para formar o aluno em conhecimentos, habilidades, valores, atitudes, formas de pensar e atuar na sociedade através de uma aprendizagem que seja significativa?

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A sabedoria mora no esquecimento

“ Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me, e ser eu...” Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

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É possível tornar o aprender e o ensinar uma aventura?

“ É preciso navegar. Deixando atrás as terras e os portos dos nossos pais e avós, nossos navios têm de buscar a terra dos nossos filhos e netos, ainda não vista, desconhecida.” (Nietzsche)

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Qual o lugar da utopia no exercício docente?

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Aprendizagem Significativa: princípios

Como favorecer a aprendizagem significativa das ciências

humanas no contexto escolar?

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Aprendizagem Significativa: princípios

Não podemos dar tudo pronto no processo de ensino e aprendizagem.

Aprender exige envolver-se, pesquisar, ir atrás, produzir novas

sínteses fruto de descobertas.

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Aprendizagem Significativa: princípios

Se os alunos não percebem que tudo está interligado e que cada tema,

assunto se relaciona com o restante, o currículo continuará uma colcha de retalhos, um mosaico fragmentado e

sem sentido.

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Aprendizagem Significativa: princípios

Uma aprendizagem significativa está relacionada à possibilidade dos

alunos aprenderem por múltiplos caminhos de forma colaborativa, permitindo o desenvolvimento de

competências e habilidades.

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Aprendizagem Significativa: princípios

Na educação o mais importante não é utilizar grandes recursos, mas desenvolver

atitudes de comunicação e afetivas favoráveis e algumas estratégias de negociação com os alunos, chegar a

consensos sobre as atividades de pesquisa e a forma de apresentá-las para a classe.

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Aprendizagem Significativa

Experiências do Ensino de História no Colégio de Aplicação

da Universidade Federal de Pernambuco

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Aprendizagem Significativa: experiências

É função social do ensino de História (e demais Ciências Humanas) formar indivíduos autônomos e críticos e levá-los a desenvolver as capacidades intelectuais e afetivas adequadas, fazendo com que trabalhem com conteúdos históricos abertos e variados e não com conteúdos fechados e determinados.

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Aprendizagem Significativa: experiências

As disciplinas História, Geografia e Sociologia compõem a Área de Estudos Sociais do Colégio de Aplicação. Seus currículos são complementares e visam o preparo intelectual para o trabalho, para o exercício da cidadania e para a formação ética e o senso crítico do educando. Os seus objetivos são pautados no desejo de educar e não apenas de transmitir conhecimentos prontos. A interdisciplinaridade é princípio norteador das ações dessas disciplinas, já que entendem como necessário e profícuo o diálogo com outras áreas do saber como a filosofia, a matemática, a economia, a literatura, a física, etc.

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NAS TRILHAS DO ORIENTE:

AS VIAGENS DE MARCO POLO E O ENSINO – APRENDIZAGEM

DA IDADE MÉDIA

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Nas trilhas do Oriente: ensino – aprendizagem da Idade Média

Como criar outras narrativas sobre a Idade Média? Como mostrar práticas sociais, políticas e culturais que fizessem com que alunos e alunas do 7º ano alargassem sua visão sobre o período, para além dos duendes, bruxas, padres e fogueiras recorrentemente considerados símbolo do mundo medieval? Como desconstruir estereótipos comumente associados ao período e despertar o senso investigativo e crítico dos/as adolescentes?

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Nas trilhas do Oriente: ensino – aprendizagem da Idade Média

As viagens do comerciante veneziano Marco Polo pelo Oriente, relatadas no seu “Livro das Maravilhas”, escrito no século XIII, foi o ponto de partida para a construção de outra medievalidade. Dentro da delimitação temporal, séculos X a XIII, nos aventuramos por outros espaços: O Império Mongol na China, a Índia Muçulmana, o Mundo Islâmico e o Japão na época dos samurais. O estudo do Oriente Medieval, através do relato de viagem, contribuiu para ampliar o horizonte mental dos adolescentes, possibilitando uma interpretação menos eurocêntrica e etnocêntrica a respeito do “outro” e mostrando a diversidade de caminhos construídos por homens e mulheres ao longo da história.

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Nas trilhas de Marco Polo

Senhores, Imperadores, Reis, Duques e Marqueses, Condes, Fidalgos e Burgueses, e todos vós que desejais conhecer as diferentes raças e as variedades das diversas regiões do globo, tomai este livro e mandai que vo-lo leiam; e nele encontrareis todas as imensas maravilhas e curiosidades da nobre Armênia e da Pérsia, dos Tártaros e da Índia e diversas outras províncias da Ásia Menor e de uma parte da Europa, desde o momento em que se parte da direção do Vento Grego, do Levante e do Tramontano; assim as descreverá nosso livro e vo-las explicará, clara e ordenadamente, como as conta Misser Marco Polo, sábio e nobre cidadão de Veneza, tal como as viram seus olhos mortais.

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Nas trilhas do Oriente: ensino – aprendizagem da Idade Média

Iniciar o estudo do medievo em outros espaços geográficos que não europeus, possibilitou o estudo da coexistência cultural, de outras formas de organizações políticas, que não a tão propalada fragmentação do poder e, ainda, permitiu aos adolescentes trabalharem com a idéia de simultaneidade na História. Ocidente e Oriente estudados com suas diferenças e semelhanças, dentro de uma mesma temporalidade.

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Nas trilhas do Oriente: registros de aprendizagem

“O livro As Viagens de Marco Polo é muito interessante e traz várias informações bem legais. Algumas coisas me chamaram mais atenção que outras, entre elas resolvi destacar, o imperador dos tártaros Kublai Khan, e o próprio Marco Polo. (...) Nos relatos da Internet surge a hipótese de Marco Polo não ter ido realmente a todos esses lugares, mas ter escrito o livro com base nos relatos de marinheiros. Contudo, na época esse seu livro foi de grande importância para que as pessoas conhecessem diferentes culturas. O livro mistura a realidade com um pouco de fantasia e na Internet existe várias versões da mesma história, então para que a pesquisa fique completa é preciso procurar ver os dois lados.” (grifo nosso)”

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Nas trilhas do Oriente: registros de aprendizagem “O desconhecido tem duas faces: a surpresa e o ataque. Surpresa

porque quando nos deparamos com o desconhecido temos admiração de estarmos tendo contato com algo novo, diferente...Só que essa diferença causa outro sentimento: o ataque, ou a defesa. Quando temos desconhecimento de algo nossa tendência é ser cautelosos com aquilo, “ficar na defensiva”. É como se vendassem os olhos.. (...) E é essa “defesa” que nos leva ao ataque ao novo. Temos nossa vida, costumes, cultura, concepção e se algo diferente, que não conhecemos, se encontrar com nossa vida, iremos censurá-lo. Marco Polo foi um dos homens que mais teve contato com o novo, e isso lhe causou os dois sentimentos que falamos acima. Polo viajou por vários lugares muito diferentes em relação ao que vivia. Conheceu pessoas, costumes, culturas “estranhos” aos seus. Mas, já que Marco Polo tinha ânsia pelo “novo”, ele não apenas criticou o que viu. Mais do que isso ele maravilhou-se com o diferente. (...)”

( grifos e aspas do próprio aluno).

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Aprendizagem Significativa no Ensino

de História

Princípios norteadores da experiência

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Princípios norteadores da experiência

Procura-se ensinar que o pedaço de mundo que é objeto de investigação da história é o passado (sobretudo o passado, mas não exclusivamente o passado);

Discussões sobre construção/desconstrução de estereótipos, preconceitos e o desafio da alteridade presentes nas aulas, incentivando os/as alunos/as a ampliarem sua visão de mundo e a exercerem o respeito às diferenças.

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Princípios norteadores da experiência

A sala de aula como laboratório de pesquisa: além da literatura - neste caso um relato de viagem - filmes e entrevistas foram recursos didáticos adotados na condução das aulas;

Procurou-se entender a sala de aula como um local onde não só se transmite informações, mas onde uma relação de interlocutores constrói sentidos e onde pode-se forjar relações sociais mais justas.

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Princípios norteadores da experiência

Espaço privilegiado, a sala de aula permite aventuras para além da transmissão de nossas heranças culturais, para além da mera reprodução. Nela o professor pode deixar o papel de simples intermediário entre pretensos (e distantes) “saber científico” e “saber escolar.”

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Princípios norteadores da experiência

A leitura dos relatos de viagem situados no século XIII permitiram não apenas o ensino dos conteúdos selecionados para a série, mas também ao sabor das aventuras do Oriente, através do contato com práticas econômicas e culturais diferentes das ocidentais, possibilitou estimular as habilidades de pesquisa, escrita e leituras dos alunos, a expressão de idéias próprias e a reflexão na forma de lidar com lugares, pessoas e práticas diversas das nossas. A leitura do Livro das Maravilhas incentivou os próprios educandos a considerarem a importância e poder das narrativas na construção do seu mundo e de sua identidade. Além claro, de tornar o ensino da História uma prática agradável e repleta de descobertas para alunos/as e professora.