Apresentação de dissertação de mestrado

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PROXIMAÇÃO DO PODER PÚBLICO À POPULAÇÃO POR MEIO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DIEGO CAVALCANTE PUDO Universidade da Beira Interior Mestrado em Comunicação Estratégica: Publicidade e Relações Pública Faculdade de Artes e Letras Departamento de Comunicação e Arte Orientador: Prof. Dr. Joaquim Mateus Paulo Serra COVILHÃ 18 DE NOVEMBRO DE 2010

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Slides da apresentação da dissertação "Aproximação do poder público à população por meio de novas tecnologias de comunicação", como conclusão do Mestrado em Comunicação Estratégica: Publicidade e Relações Públicas, da Universidade da Beira Interior (UBI).

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APROXIMAÇÃO DO PODER PÚBLICO À POPULAÇÃO POR MEIO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

DIEGO CAVALCANTE PUDO

Universidade da Beira InteriorMestrado em Comunicação Estratégica: Publicidade e Relações Públicas

Faculdade de Artes e LetrasDepartamento de Comunicação e Artes

Orientador: Prof. Dr. Joaquim Mateus Paulo Serra

COVILHÃ18 DE NOVEMBRO DE 2010

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MOTIVAÇÃO

• Vislumbre do potencial da web 2.0 no que se refere ao uso pessoal ou profissional.

• Interesse em verificar que contribuições a internet tem gerado para o campo político na atualidade, em especial com o uso dos novos canais de comunicaçãonela existentes: as redes sociais.

• Curiosidade de comparação entre o cenário político brasileiro atual e o que se passouna campanha eleitoral de Barack Obama, em 2008.

• Poder revelar se a presença política na internet é mais que uma tendência no Brasilou se já pode ser considerada uma realidade.

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OBJETIVOS DO ESTUDO

Procura-se nesta dissertação entender como pode se dar o relacionamento mais direto entre agentes políticos e cidadãos por meio das ferramentas disponibilizadas pela internet, de forma que gere um contato mais próximo entre os lados que, historicamente,mantiveram-se praticamente segregados.

Ainda que saiba das diferenças, desde culturais, sociais e políticas, busca-se aqui fazer umparalelo entre a campanha de Barack Obama de 2008 e as atuais campanhas brasileiras.

Ainda, como mais um importante ponto do leque de objetivos, o trabalho visa entendercomo tem atuado o cidadão e o político brasileiro presentes nas redes sociais durante operíodo eleitoral de 2010.

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PÚBLICO-ALVO DA PESQUISA

Estudantes e profissionais da área da comunicação voltada à política;

Pesquisadores interessados nas redes sociais (ou redes digitais)

Enfim, o trabalho foi desenvolvido com o intuito de ser um contributo às novaspesquisas por parte de quaisquer indivíduos que entendam a internet como fulcral para o relacionamento interpessoal ou de grupos com finalidades semelhantes. Aqui,em especial, a aproximação entre cidadão e o poder público.

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RELEVÂNCIA DO TRABALHO

A internet aparece atualmente como ponto-chave na comunicação política brasileira, dividindo espaço com a televisão (que ainda permanece como principal meio). Isso foi verificado na intensidade com que políticos fizeram questão de estar presentesnas principais redes sociais e como as organizações comunicacionais apostaram na internetnas eleições de 2010.

Já não se pode deixar a internet como algo secundário quando se trata de campanha política, que agrega, consequentemente, a comunicação.

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O PODER DA INTERNET

Principais pontos entendidos como essenciais no poder da internet:

• Interatividade• Ativismo• Coletividade• Imediatismo• Praticidade de buscas• Estreitamento de laços• Liberdade autoral• Maior acesso ao conhecimento

Por fim, maior DEMOCRACIA*.

* Tema será abordado adiante.

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UM NOVO CENÁRIO

A nova sociedade da informação obriga agora o poder público, ou agentes políticos,a uma maior preparação na forma de como lidar com os cidadãos. Isso porque aumenta-seamplamente a possibilidade de críticas e questionamentos ao Poder.

É aí que vê-se uma aproximação jamais vista entre ambas as partes. A internet se torna um ambiente no qual políticos e eleitores convivem, ou seja, estão inseridos no mesmo meio.

De receptor passivo, o cidadão atua agora como um elemento importante e participativona construção do discurso político, manifestando-se em diferentes meios de forma simultânea, ocupando qualquer campo em que estejam também agentes políticos.

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DEMOCRACIA

Com tempo e obstáculos espaciais eliminados, um diálogo on-line genuíno é possívelentre qualquer número de cidadãos que desejam trocar pontos de vista.

Barnett, 1997.

Ciberdemocracia ou Democracia digital: dois termos utilizados atualmente para designara “liberdade” que se tem com a internet.

Como pressupostos da democracia estão: transparência e participação

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EM NÚMEROS

Se a internet é uma ferramenta democratizadora, quando trata-se de números, pode-sedizer que os passos rumo a um cenário democrático mundial já estão avançados.

Segundo dados da IWS (Internet World Stats), de 2009, 1,8 mil milhões de pessoas jáestão conectadas à internet. Esse número significa 26,6% da população mundial.

No Brasil, objeto de estudo do presente trabalho, cerca de 67,5 milhões de pessoas possuem acesso à internet, segundo dados da IWS, de 2009. O país é quinto no rankingmundial.

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FATOR OBAMA

Como afirma Antonio Graeff, a campanha eleitoral de Barack Obama à presidência dosEUA em 2008 simbolizou o início da era das novas tecnologias de comunicação comoferramenta política. (Embora há de se ressaltar não ter sido o mesmo o pioneiro)

Obama foi o primeiro a conseguir de forma massiva a quebra do paradigma da modernidade,onde praticamente não havia a possibilidade de interação entre político e cidadão.

Presente (de forma ativa) em quase todas as maiores redes sociais, o democrata conseguiu levantar fundos e reuniu centenas de milhares de colaboradores para sua campanha.

Os números que aparecem a seguir são ilustrações que permitem dizer que Obama seum modelo quase que obrigatório para quem pretende alcançar um sucesso similar.

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OS NÚMEROS

Arrecadações pela internet: US$ 500 milhões; 6,5 milhões de doadores

E-mail: Mais de mil milhões de mensagens enviadas; Lista de 13 milhões de endereçoseletrônicos

Assinatura de SMSs: 1 milhão de assinantes; De cinco a 20 mensagens por mês a cadaassinante

MyBarackObama.com: 2 milhões de perfis; 400 mil posts em blogs; Ajudou a organizarmais de 200 mil eventos

Outras redes sociais: 15 redes; Mais de 7 milhões de simpatizantes

YouTube: 1,8 mil vídeos; Mais de 100 milhões de visualizações

Grupos voluntários: 35 mil grupos criados; Mil deles no dia do anúncio dacandidatura

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O BRASIL

• 5º no ranking mundial de usuários da internet• 67,5 milhões de usuários• Líder mundial no que se refere aos usuários que mais passam tempo online• 6º país que mais utiliza as redes sociais

Com base nesse números já alcançados pelo Brasil, a política brasileira, como se poderiaprever, entende a internet como sendo de interesse primário para as campanhas, assumindo um novo nicho de comunicação e um dos mais importantes.

No entanto, como afirmam alguns especialistas, não se pode pensar que no Brasil ter-se-áalgo da proporção de Obama tão brevemente.

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A CAMPANHA DE 2010

Se nos anos anteriores os políticos brasileiros utilizaram a internet de forma muito básica,na campanha eleitoral de 2010 as ferramentas virtuais já foram adotadas de forma maisséria por suas equipes. Isso também se deve à nova lei que libera o uso em larga escala.

Em Abril de 2010, mais de 400 políticos já estavam registrados no Twitter, incluindo osprincipais nomes à corrida presidencial. Isso já significava na época 1.125.974 seguidores.

Deste número de políticos na rede, quem lidera são os deputados federais, que figuravamcom 253 perfis no micro-blog.

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A CAMPANHA DE 2010

Realiza-se aqui uma comparação aos números de seguidores no Twitter dos “presidenciáveis”em dois momentos distintos:

Primeira etapa – 10 de Junho de 2010 (pré-campanha)Segunda etapa – 13 de Outubro de 2010 (final de campanha)

Dilma Roussef: de 80.453 para 266.522 seguidores (aumento de 231%)

José Serra: de 251.487 para 515.077 seguidores (aumento de 105%)

Marina Silva: de 60.958 para 310.599 seguidores (aumento de 410%)

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INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA - METODOLOGIA

• Estudo de caso predominante quantitativo, com análises em certos momentos de caráterqualitativo

• Questionários a políticos (que disputaram as eleições de 2010) e cidadãos (aptos ao atode votar)

• Limitou-se a coleta de dados provenientes somente de brasileiros (políticos ou cidadãos)

• As questões apresentaram-se em sua maioria de forma fechada, permitindo a elaboração de perfis estatísticos

Aos políticos: retorno de 30 respondentes válidos (0,79% da quantidade enviada)Aos cidadãos: retorno de 76 respondentes válidos (8,9% da quantidade enviada)

O link da pesquisa foi enviado por redes sociais e e-mails.

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INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA - METODOLOGIA

• Ambos os inquéritos foram elaborados pelo sistema de questionários fornecido peloEncuestaFacil.Com

• Cada qual contou com um total de 15 questões

• Ambos ficaram disponíveis ao público pelo mesmo período: de 8 de Agosto de 2010a 15 de Setembro de 2010.

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ANÁLISES DOS RESULTADOS

• POLÍTICOS:

• 84% Homens e 16% Mulheres• 47% dos inquiridos está na faixa dos 41 aos 50 anos de idade• 57% afirma ter Ensino Superior (Graduação)• 50% afirma viver na Região Sudeste (região onde mais se verifica o acesso a internetno Brasil, com 48,1% da população)• 100% dos respondentes possuem perfis no Twitter• 73% diz estar nas redes sociais com o intuito “aproximar à população” e “conhecer oeleitor”• Sobre a influência de Barack Obama, 73% ficam com a resposta “sim” e “talvez” • 83% garante que o principal motivo da inserção nas redes sociais é a possibilidade de

interação com a população

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ANÁLISES DOS RESULTADOS

• POLÍTICOS:

• 70% revela que obteve muito retorno positivo nas redes sociais no período pré-eleitoral• 73% afirma ter certeza de que a internet é hoje fundamental na campanha de um político• 73% garante que estará presente nas redes sociais mesmo após período eleitoral• 37% diz atualizar suas redes sociais várias vezes ao dia, mas sem um programa pré-definido• 67% diz interagir com outros usuários sem que um terceiro o faça• 53% possui uma equipe de auxílio para o uso das redes sociais • 100% dos inquiridos acreditam que o eleitor possa se basear naquilo que acompanhar nas redes sociais dos políticos

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ANÁLISES DOS RESULTADOS

• CIDADÃOS:

• 61% Mulheres e 39% Homens• 59% dos inquiridos encontram-se na faixa dos 18 aos 24 anos de idade• 66% possuem o grau de Nível Superior (Graduação)• 86% vive na Região Sudeste• 96% afirma ter acesso a internet em casa• 89% está presente no Orkut; 82% no Facebook e 69% no Twitter• 48% segue ou possui políticos em suas redes sociais • 48% acredita que a inserção política nas redes sociais seja fundamental para ambosos lados; A resposta “talvez” foi assinalada por 31%• 69% vê na interação candidato – eleitor um ponto fulcral das redes sociais

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• CIDADÃOS:

• 59% dos respondentes afirmam não interagir ou pouco interagir com agentes políticospor meio das redes sociais• 40% diz ter certeza absoluta sobre a importância do papel das redes sociais no que se refere ao campo político• 37% acredita que alguns políticos têm tido algum sucesso nos discursos nas redes• 75% do total dos inquiridos assinalaram as opções “sim” e “talvez” sobre a possibilidadede mudar conceitos e preconceitos com base na rotina virtual dos políticos• 83% vê a presença política nas redes apenas como parte de uma estratégia• 44% afirma a possibilidade de colaboração nas campanhas eleitorais, seja a nível financeiro, ou por apoio e divulgação

ANÁLISES DOS RESULTADOS

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CONCLUSÃO

• A internet se apresenta hoje em dia como um grande palanque e fórum de debates ediscussões na sociedade. Isso já pode ser verificado também na área da política.

• A interatividade possibilitada pela internet gera uma nova democracia, talvez fazendo dete meio o mais democrático

• Embora o Brasil ainda passe por dificuldades no que se refere à inclusão digital, vê-secom bons olhos o futuro da internet no país, visto os registros de crescimentos expressi-vos do números de usuários nos últimos anos

• A internet gera, portanto, uma quebra de barreiras e, consequentemente, uma evoluçãoa nível socio-cultural, aproximando lados distintos historicamente

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CONCLUSÃO

• A interatividade, descentralização, ausência de normas e liberdade quase que total são os principais atrativos que tendem a transformar a internet e suas ferramentas num meio ainda mais poderoso

• A internet deu ao político e ao cidadão um campo amplamente maior para o exercício dedireitos e liberdades civis

• O cidadão passa, então, de ser passivo a ser ativo

• O político tem a possibilidade de conhecer seu público, ou ter o feedback em tempo reduzido ou até em tempo real

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CONCLUSÃO

“A necessidade de intercomunicação e informação mútua entre os sujeitos está ligadaà avaliação e adaptação com a interatividade tecnológica. Esta deve possibilitar que a população avalie a gestão, políticas e programas e que seus resultados sejam apresentados e tenham impacto na gestão.”

Macedo, 2008

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CONCLUSÃO

• Com esse estudo, afirma-se portanto, que a internet desempenha um papel fundamentalno que se refere à divulgação de dados e informações de interesse público, além de funcionar como um potencial mecanismo de indução ao voto.

• A forma tradicional de se fazer política sofre uma alteração, visto que o ser “intocável”, como se via o político, deve agora ter um diálogo com aquele que o elegeu.

• Comunicadores, estrategistas e políticos devem estar preparados para um novo modelo derelação para com o público.

• A internet não restringe tempo nem espaço aos políticos; todos têm igualdade na liberdadede suas ações

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CONCLUSÃO

Espera-se, portanto, para as eleições futuras, uma evolução positiva e uma acreditação maior dos agentes políticos em relação aos profissionais de comunicação especializados nas novas mídias digitais, que possam preparar e inserir de forma ainda mais eficaz a política no mundo virtual, proporcionando um nível de interação ainda maior entre a população e o poder público. A campanha atual foi apenas um passo rumo a um novo jeito de se fazer política.

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