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18/12/2017 SEI/PR - 0341075 - Nota Técnica https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=400303&i… 1/19 00170.003185/2017-17 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria-Geral Secretaria Especial de Comunicação Social Secretaria de Gestão e Controle Departamento de Orientações Normativas para Comunicação Nota Técnica nº 39/2017/DENOR/SGC/SECOM/SG-PR Assunto: Instrução Normativa para disciplinar as licitações e os contratos de serviços de comunicação corporativa. Referência: processo 00170.003185/2017-17 SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Em atenção ao Despacho DENOR 0340690, de 9 de outubro de 2017, trata-se de proposta de instrução normativa com vistas a disciplinar as licitações e os contratos de serviços de comunicação corporativa, a ser observada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal - SICOM. 2. Nos termos do art. 38, inciso I, da Estrutura Regimental da Secretaria Especial de Comunicação Social da Secretaria Geral da Presidência da República - SECOM, aprovada pelo Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, compete ao Departamento de Orientações Normativas para Comunicação - DENOR elaborar estudos, notas técnicas e propostas de atos normativos sobre a legislação aplicada à comunicação e sobre as competências e os assuntos de interesse da SECOM. Compete ainda à Secretaria de Gestão e Controle - SGC, à qual o DENOR encontra-se vinculado, estimular o intercâmbio de informações e a difusão de boas práticas, no âmbito do SICOM, sobre assuntos relativos à sua área de competência, de acordo com o inciso XIV do art. 36 do Decreto em referência. ANÁLISE a) Da competência para estabelecer os parâmetros para contratação de serviços de comunicação pelo SICOM 3. Inicialmente, cumpre destacar que compete à união legislar privativamente sobre normas gerais de licitação e contratação, nos termos do artigo 22, inciso XXVII, da Constituição Federal: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 4. A característica principal da "competência privativa" é a possibilidade de delegar essa competência a outros entes federativos, diferindo, assim, da competência exclusiva, que não permite essa delegação. 5. Assim, no caso de licitação e contratação, a União tem competência para disciplinar normas gerais, as quais serão aplicáveis a todos os entes federativos. No caso da edição de normas específicas pela União, portanto, estas são direcionadas apenas às suas licitações e contratos. Portanto, as normas específicas sobre licitações e contratos também competirão aos demais entes da federação. 6. Nessa esteira de raciocínio, pode-se entender que os Decretos nº 6.555, de 8 de setembro de 2008, e nº 9.038/2017 permitem que a Secretaria Especial de Comunicação Social, por meio dos seus dispositivos abaixo colacionados, estabeleça os parâmetros necessários para a contratação dos serviços de comunicação pelo Poder Executivo Federal, à medida em que permite que a SECOM estabeleça modelos de edital para a contratação dos serviços de comunicação: Decreto nº 6.555/2008

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00170.003185/2017-17

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICASecretaria-Geral

Secretaria Especial de Comunicação SocialSecretaria de Gestão e Controle

Departamento de Orientações Normativas para Comunicação

Nota Técnica nº 39/2017/DENOR/SGC/SECOM/SG-PR

Assunto: Instrução Normativa para disciplinar as licitações e os contratos de serviços de comunicaçãocorporativa.

Referência: processo 00170.003185/2017-17

SUMÁRIO EXECUTIVO

1. Em atenção ao Despacho DENOR 0340690, de 9 de outubro de 2017, trata-se de propostade instrução normativa com vistas a disciplinar as licitações e os contratos de serviços decomunicação corporativa, a ser observada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema deComunicação de Governo do Poder Executivo Federal - SICOM.2. Nos termos do art. 38, inciso I, da Estrutura Regimental da Secretaria Especial deComunicação Social da Secretaria Geral da Presidência da República - SECOM, aprovada pelo Decreto nº9.038, de 26 de abril de 2017, compete ao Departamento de Orientações Normativas para Comunicação -DENOR elaborar estudos, notas técnicas e propostas de atos normativos sobre a legislação aplicada àcomunicação e sobre as competências e os assuntos de interesse da SECOM. Compete ainda à Secretariade Gestão e Controle - SGC, à qual o DENOR encontra-se vinculado, estimular o intercâmbio deinformações e a difusão de boas práticas, no âmbito do SICOM, sobre assuntos relativos à sua área decompetência, de acordo com o inciso XIV do art. 36 do Decreto em referência.

ANÁLISE

a) Da competência para estabelecer os parâmetros para contratação de serviços de comunicação peloSICOM

3. Inicialmente, cumpre destacar que compete à união legislar privativamente sobre normasgerais de licitação e contratação, nos termos do artigo 22, inciso XXVII, da Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administraçõespúblicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista,nos termos do art. 173, § 1°, III;

4. A característica principal da "competência privativa" é a possibilidade de delegar essacompetência a outros entes federativos, diferindo, assim, da competência exclusiva, que não permite essadelegação.5. Assim, no caso de licitação e contratação, a União tem competência para disciplinar normasgerais, as quais serão aplicáveis a todos os entes federativos. No caso da edição de normas específicas pelaUnião, portanto, estas são direcionadas apenas às suas licitações e contratos. Portanto, as normasespecíficas sobre licitações e contratos também competirão aos demais entes da federação.6. Nessa esteira de raciocínio, pode-se entender que os Decretos nº 6.555, de 8 de setembro de2008, e nº 9.038/2017 permitem que a Secretaria Especial de Comunicação Social, por meio dos seusdispositivos abaixo colacionados, estabeleça os parâmetros necessários para a contratação dos serviços decomunicação pelo Poder Executivo Federal, à medida em que permite que a SECOM estabeleça modelosde edital para a contratação dos serviços de comunicação:

Decreto nº 6.555/2008

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Art. 2o No desenvolvimento e na execução das ações de comunicação previstas neste Decreto, serãoobservadas as seguintes diretrizes, de acordo com as características de cada ação:XII - difusão de boas práticas na área de comunicação.

Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social daPresidência da República poderá estabelecer diretrizes adicionais.

Art. 4o O Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (SICOM) é integradopela Secretaria de Comunicação Social da Presidência de República, como órgão central, e pelasunidades administrativas dos órgãos e entidades integrantes do Poder Executivo Federal que tenhama atribuição de gerir ações de comunicação.

Art. 6o Cabe à Secretaria de Comunicação Social:IV - editar políticas, diretrizes, orientações e normas complementares deste Decreto;XIV - subsidiar a elaboração de minutas de editais e de projetos básicos para a contratação deprestadores de serviços de assessoria de relações públicas, de assessoria de imprensa, decomunicação digital, de promoção e de pesquisa de opinião encaminhados pelos integrantes doSICOM;

Decreto nº 9.038/2017Art. 36. À Secretaria de Gestão e Controle compete:

II - elaborar e propor, em articulação com as outras Secretarias, a edição de atos normativos eorientadores das ações de comunicação das áreas de competência da Secretaria Especial deComunicação Social;III - aprovar, em articulação com Secretaria de Publicidade e Promoção, as minutas de editais delicitação para a contratação de serviços de publicidade prestados por meio de agências depropaganda, submetidas à Secretaria Especial de Comunicação Social por meio das instituições doPoder Executivo federal;Art. 38. Ao Departamento de Orientações Normativas para Comunicação compete:

IV - elaborar e tornar disponíveis modelos de projeto básico, termo de referência, minutas e editalpara contratação de serviços de comunicação e marketing e prestar consultoria aos órgãos e àsentidades integrantes do SICOM nessas contratações;

7. Dessa forma, com a finalidade de aprimorar as normas específicas relativas à contrataçãodos serviços de comunicação pelo Poder Executivo Federal, foi elaborada proposta de textonormativo para disciplinar as contratações de empresas especializadas na prestação de serviçoscomunicação corporativa, com vistas a apoiar os integrantes do SICOM em suas contratações.8. Portanto, entende-se que, além de dirimir dúvidas de questionamentos de órgãos deauditoria, o novo instrumento normativo agregará benefícios para a Administração, ao promover maiorceleridade e segurança aos processos de contratação dos serviços de comunicação corporativa peloPoder Executivo Federal, ao possibilitar maior qualificação técnica das empresas a serem contratadas e aootimizar investimentos públicos, já que envolve, além dos valores contratuais, uma série de recursospúblicos alocados para a realização dos processos licitatórios, que em média duram em torno de 180dias, e na própria execução contratual.9. Deve-se ainda ressaltar a importância, cada vez maior, da atuação estratégica dos órgãos eentidades integrantes do SICOM, por meio das diferentes ferramentas de comunicação que, no âmbito degoverno, atendem ao princípio constitucional da publicidade e ao direito à informação, cumprindo o papelde difundir ideias e princípios, disseminar iniciativas, programas e políticas públicas, além de informar,esclarecer e orientar o público em geral, para dar conhecimento dos atos governamentais e da destinaçãodos recursos públicos. A comunicação dos integrantes do SICOM apoia, ainda, a consolidaçãodo posicionamento de governo e a mobilização da sociedade para o exercício da cidadania.

b) Da ausência de legislação especial para os demais serviços de comunicação

10. Vale lembrar que a contratação de serviços de publicidade, prestados por intermédio deagência de propaganda, pelo Poder Executivo Federal, já encontra-se disciplinada pela Lei nº 12.232, de29 de abril de 2010, e pela Instrução Normativa SECOM nº 4, de 21 de dezembro de 2010, o que garantemaior segurança jurídica aos processos de licitação de serviços de publicidade dos integrantes do SICOM.

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11. Por outro lado, as demais ferramentas de comunicação social, cujos conceitos encontram-sedispostos na Instrução Normativa SECOM nº 1, de 27 de julho de 2017, nos termos do artigo 3º, inciso III,do Decreto nº 6.555/2008, carecem de instrumento normativo específico que unifique o entendimento danatureza dos serviços de comunicação e das especificidades vinculadas à sua contratação.12. O Acórdão nº 6227/2016 - Segunda Câmara, do Tribunal de Contas da União -TCU, encaminhado à SECOM em 31 de maio de 2016, recomendou que fosse avaliada a possibilidade deadoção das boas práticas previstas na Lei nº 12.232/2010 nos processos de contratação dos serviços decomunicação digital, e que após realizados os estudos, fosse avaliada oportunidade de orientar osintegrantes do SICOM, com o intuito de incorporar essas boas práticas em suas licitações.13. Não obstante o Acórdão acima citado referir-se apenas à contratação dos serviços decomunicação digital, a SECOM entendeu pertinente estender a recomendação para a contratação dosdemais serviços de comunicação, cujos modelos de edital também passaram a agregar, por similaridade eanalogia, as boas práticas aderentes à contratação de serviços de publicidade, estabelecidas pela Lei nº12.232/2010.14. A decisão da SECOM também baseou-se na própria literatura acadêmica, que estabelececomo técnica adequada a utilização de todas as ferramentas de comunicação de forma integrada, sendo apublicidade apenas uma das ferramentas do composto de comunicação, ou composto promocional, ao ladodas relações públicas, relações com a imprensa, da promoção e, cada vez mais, da comunicação digital.

c) Da comunicação de governo

15. O correto entendimento da contextualização das ferramentas de comunicação, no âmbito daatuação tanto da iniciativa privada quanto pública, é de fundamental importância para que se possacompreender, de forma adequada, a natureza estratégica e intelectual da prestação desse serviço, que nãose alinha às características dos bens e serviços "comuns", que são constituídos por tarefas executadas deforma mecânica e com protocolos pré-estabelecidos, conforme estabelecido pela Lei nº 10.520, de 17 dejulho de 2002.

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade depregão, que será regida por esta Lei.Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aquelescujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meiode especificações usuais no mercado.

16. A comunicação social desenvolvida pelos órgãos e entidades do SICOM compreende o usointegrado das ferramentas do composto de comunicação ou composto promocional, definidas no âmbito daciência que estuda as dinâmicas de mercado, que pode ser chamada de mercadologia ou, como maisconhecida, de marketing. Contudo, o termo marketing tem sido, muitas vezes, utilizado de formainadequada, com o objetivo de expressar a construção de uma imagem falsa ou enganosa em favor dealguma coisa, pessoa ou causa.17. A expressão marketing, de origem anglo-saxônica e derivada do latim mercátus, denominaessa ciência que baseia-se nos princípios da administração (planejar, organizar, dirigir e controlar),que tem como objetivo apoiar a formatação de uma oferta adequada para um segmento mercado a seratendido. Para isso, o marketing estabelece um mix formado por 4 áreas básicas e estratégicas de atuação,denominadas 4 P's - "Produto", "Preço", "Praça" e "Promoção" -, que devem ser instituídas de formaintegrada, coerente e alinhada às necessidades e ao perfil desse mercado alvo, conforme disposto, deforma sucinta, a seguir.

no composto relativo ao "Produto", devem ser definidas as características, as opções, os diferenciaismercadológicos e todos os demais elementos relacionados à natureza intrínseca e extrínsecado produto/serviço a ser ofertado, tais como design, embalagem, atributos, benefícios, dinâmicas deuso, considerada a política de marca e o ciclo de vida do produto/serviço;no composto "Preço", são tomadas decisões relativas à política de preços, de descontos e depagamento/parcelamento, ressaltando que essas decisões devem estar adequadas ao valor doproduto/serviço, sob o ponto de vista do consumidor, ao perfil sócio demográfico ecomportamental do público-alvo e à política de marca;

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já as decisões relativas às sistemáticas de logística e de distribuição do produto/serviço, bem comoàs políticas de atendimento e de pontos de venda são tomadas no âmbito do P denominado "Praça";epor fim, para que o consumidor tenha conhecimento da existência desseproduto/serviço desenvolvido exclusivamente para atender às suas necessidades, que saiba dosbenefícios, do preço, das vantagens em relação à oferta da concorrência e de como ter acesso paracompra/usufruto, são utilizadas as ferramentas de comunicação que constituem o compostopromocional, ou o P da "Promoção".

18. Assim, percebe-se que os termos "Praça" e "Promoção" foram assim definidos para quehouvesse um alinhamento didático da nomenclatura das 4 áreas de estudo do marketing, denominadas 4P's, quando colocados ao lado do "Produto" e "Preço". 19. Cumpre ainda destacar que o marketing é salutar para as organizações e para a sociedade e,no âmbito da atuação de governo, também se aplicam as decisões estratégicas relativas à cada área deestudo do marketing, contudo o foco de atenção, ou o público-alvo, não é o cidadão enquanto consumidormas, sim, como indivíduo que usufrui de direitos garantidos pelo Estado e desempenha os deveres que,nesta condição, lhe são atribuídos. Nessa perspectiva, entende-se que:

o "Produto" de governo são os serviços públicos, os programas sociais, as políticas públicas, osinvestimentos e as obras que contribuem para o desenvolvimento do país e promovem benefíciosdiretos e indiretos para a população;o "Preço" de governo abrange, além do imposto pago por parcela da população, as condições sóciodemográficas e os pré requisitos estabelecidos para que o cidadão tenha acesso a determinadosprogramas sociais e serviços públicos.a "Praça", refere-se aos pontos de acesso aos programas de governo, ou seja, a rede de prestação deserviços públicos, os centros de atendimento ao cidadão, bem como os locais de cadastramentode potenciais beneficiários; ena mesma linha de raciocínio, a comunicação de governo situa-se no P da "Promoção", referindo-seàs ferramentas do composto de comunicação que apoiam o cumprimento do princípio constitucionalda publicidade, que garante o direito do cidadão e o dever do Estado em dar amplo conhecimentodos seus atos e da destinação dos investimentos públicos, bem como a divulgação e promoção dosserviços, programas sociais e políticas públicas colocadas à disposição da sociedade.

20. Vale destacar que, no âmbito da iniciativa privada, observa-se o acirramento cada vez maiordas relações de concorrência na disputa pela preferência do consumidor, o que promove o aprimoramentodos produtos e serviços colocados à disposição da sociedade. Já na atuação governamental, apenas algunsórgãos e entidades da Administração Indireta atuam numa relação de concorrência de mercado, como é ocaso de algumas empresas públicas ou sociedades de economia mista, tais como Banco do Brasil, Caixa,Correios, Petrobras.21. Contudo a Administração Direta, em todas as suas esferas - Federal, Estadual e Municipal -,não obstante a ausência de concorrentes, também deve primar pela qualidade na prestação dos serviçosao cidadão e pelo uso responsável dos investimentos públicos, devendo buscar atingir o maior públicopossível com menos investimentos, bem como a prática de preços justos, considerada a relação custo xbenefício, em suas contratações.22. O composto promocional ou de comunicação no âmbito da atuação governamental aindapode ser utilizado para esclarecer o cidadão com vistas a superar eventuais resistências e oposições aprojetos, atos e políticas de governo por parte de segmentos organizados da sociedade, como por exemploo Programa de Integração do Rio São Francisco e a Reforma da Previdência, que suscitam uma série demovimentos contrários à sua implementação. Também pode apoiar o envolvimento da população comtemáticas importantes e a mobilização da sociedade na adoção de comportamentos que tragam benefíciosindividuais e coletivos, como é o caso das campanhas de combate à dengue, de prevenção aos acidentes detrânsito, de vacinação, dentre outras.23. Dessa forma, a adoção do ferramental da ciência do marketing pelo governo, em todas assuas áreas de atuação, considerado o correto entendimento da palavra, visa agregar maior

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adequabilidade, qualidade e eficiência ao processo de formatação e implementação das políticas públicas edos serviços e programas disponibilizados ao cidadão, trazendo maior eficácia e transparência aos atos degoverno e à destinação dos investimentos públicos, para o correto cumprimento de sua missãoinstitucional.

d) Dos serviços de comunicação corporativa

24. Os serviços de comunicação corporativa compreendem a prospecção, o planejamento, aimplementação, a manutenção e o monitoramento de soluções de comunicação que visam apoiar o órgãoou entidade contratante no seu relacionamento com a imprensa e na sua atuação em relações públicasjunto a públicos de interesse, para difusão de ideias e princípios, posicionamento da instituição e de seusprogramas, disseminação de iniciativas e políticas públicas, ou orientação e esclarecimento da sociedade.25. O relacionamento com a imprensa abrange as ações de comunicação que reúnem estratégiasorganizacionais para promover e reforçar a comunicação dos órgãos e entidades do Poder ExecutivoFederal com seus públicos de interesse, por meio da interação com profissionais da imprensa, numaatuação democrática, diversificada e transparente, já as ações de relações públicas podem sercaracterizadas como um esforço de comunicação planejado, coeso e contínuo que tem por objetivoestabelecer adequada percepção da atuação e dos objetivos institucionais, a partir do estímulo àcompreensão mútua e da manutenção de padrões de relacionamento e fluxos de informação entre osórgãos e entidades Poder Executivo Federal e seus públicos de interesse, no Brasil e no exterior.26. O planejamento citado tem como objetivo subsidiar a proposição estratégica dassoluções de comunicação corporativa para alcance dos objetivos de comunicação e superação dosdesafios apresentados pelo órgão ou entidade contratante, no decorrer da execução contratual, edeve prever, sempre que possível, indicadores e métricas para aferição, análise e otimização de resultados.27. Para os órgãos e entidades integrantes do SICOM, torna-se cada vez mais imprescindível acontratação de serviços de comunicação corporativa, uma vez que essa ferramenta de comunicação temo potencial de agregar maior credibilidade e tempestividade às ações de divulgação de governo, na medidaem que as informações chegam ao cidadão por meio da imprensa e de formadores de opinião. Por outrolado, o papel cada vez maior da mídia, na formação da opinião pública, exige que a Administração Públicaesteja sempre atenta e à disposição para esclarecer, destacar e promover as pautas positivas da agenda degoverno.28. Vale ressaltar, ainda, que trata-se da execução de produtos e serviços queabrangem o relacionamento do órgão ou entidade com jornalistas, o envio de releases, o monitoramento eanálise de conteúdos constantes dos veículos de divulgação, a formação e orientação de autoridades paraatendimento de demandas da imprensa, a gestão da comunicação em situações de crise, entre outras açõesque, juntas e estrategicamente combinadas, potencializam uma divulgação positiva e espontânea emrelação às temáticas de atuação do contratante, pelos meios e veículos de divulgação de cunho jornalísticoou por formadores de opinião.29. Para fortalecer e consolidar um posicionamento de governo, o discurso institucional deveestar alinhado e coerente em todas as formas de comunicação dos integrantes do SICOM com o cidadão, tanto na comunicação publicitária, como nas entrevistas de autoridades, nas matérias jornalísticas, noscanais de comunicação digital, nos perfis em redes sociais e no contato direto com o cidadão.30. Contudo, não basta uma comunicação forte, eficiente e integrada, para formação da imagemde governo, já que o conteúdo disseminado na comunicação deve ser ratificado, todos os dias, pelarealidade vivenciada pela sociedade, que percebe em cada ponto de contato ou ato governamental ocompromisso, a missão e os valores de governo materializados no âmbito da prestação dos serviços e nagestão dos investimentos públicos.31. Dessa forma, percebe-se a importância de um planejamento consistente não apenas para ouso adequado das ferramentas do composto de comunicação, mas em todas as áreas básicas de estudo domarketing, já citado anteriormente.

e) Da natureza intelectual dos serviços de comunicação corporativa

32. Cumpre ainda destacar, acerca da natureza dos serviços de comunicação corporativa, queestes são predominantemente intelectuais, e não serviços comuns, devendo ser avaliadas, ainda, para a

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escolha da modalidade e do tipo de licitação, as necessidades de cada órgão e entidade, tendo em vista odisposto na Orientação Normativa nº 54 da AGU.

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 54, DE 25 DE ABRIL DE 2014 (*)

"COMPETE AO AGENTE OU SETOR TÉCNICO DA ADMINISTRAÇÃO DECLARAR QUE OOBJETO LICITATÓRIO É DE NATUREZA COMUM PARA EFEITO DE UTILIZAÇÃO DAMODALIDADE PREGÃO E DEFINIR SE O OBJETO CORRESPONDE A OBRA OU SERVIÇODE ENGENHARIA, SENDO ATRIBUIÇÃO DO ÓRGÃO JURÍDICO ANALISAR O DEVIDOENQUADRAMENTO DA MODALIDADE LICITATÓRIA APLICÁVEL."

REFERÊNCIA: Art. 1°, Lei 10.520, de 2002; art. 50, §1°, Lei n° 9.784, de 1999. Art. 6°, inc. XI, eart. 38, parágrafo único, Lei nº 8.666, de 1993; Lei nº 5.194, de 1966.

LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS

(*) Editada pela Portaria nº AGU nº 124, de 25 de abril de 2014, publicada no DOU I 2/5/2014, p.2-3

33. Isso porque, a licitação de serviços de comunicação corporativa visa a contratação deempresa especializada na prestação de serviços de assessoria em relacionamento com a imprensa e emrelações públicas, não de profissionais dessas áreas, ou mesmo de itens isolados do catálogo de produtos eserviços, na medida em que esses fazem parte de um todo, que caracteriza o objeto contratual, e devem serestrategicamente combinados, conforme as especificidades de cada demanda, caracterizando, dessa forma,a natureza predominantemente intelectual da prestação do presente serviço.34. Ora, por recomendação do Tribunal de Contas da União e do Ministério do Planejamento,Desenvolvimento e Gestão (IN nº 02/2008 e IN nº 05/2017), a Secretaria Especial de Comunicação Socialtem disponibilizado modelos de edital de licitação dos serviços de comunicação, com base nascompetências previstas nos Decretos já citados, no intuito de observar a escorreita aplicação das normasgerais de licitações e contratos.35. Assim, deve-se dizer que a Secretaria Especial de Comunicação Social considera o serviçode comunicação corporativa, conforme classificação do Direito Civil, como intangível, que é aquelechamado incorpóreo ou imaterial, que não constitui numa realidade física, ou seja, não pode ser tocado, jáque contratar um serviço de comunicação não se trata de contratar uma empresa para a construção de umaponte.36. Cumpre esclarecer que, dentro da classificação de bens intangíveis, encontram-se osdireitos do autor (Lei nº 9.610/1998) e de propriedade intelectual (Lei nº 9.279/1996).37. Segundo o artigo 7º da Lei nº 9.276/1996 “são obras intelectuais protegidas as criações doespírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecidoou que se invente no futuro”.38. Dessa forma, entende-se o serviço de comunicação como um serviço de natureza intelectualintangível e, portanto, o Ministério do Planejamento dispõe em sua Instrução Normativa o que segue:

IN nº 05/2017 – Anexo V – DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICOOU TERMO DE REFERÊNCIA[...]d.1. estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de serviço a ser contratado, de forma quepermita a mensuração dos resultados para o pagamento da contratada e elimine a possibilidadede remunerar as empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos detrabalho [...].

39. Da mesma forma, o Tribunal de Contas da União manifestou-se quanto ao serviço deassessoria de imprensa contratado pela EMBRATUR da seguinte forma (Acórdão nº 608/2011, MinistroRelator José Jorge, Embratur):

RELATÓRIOAnálise:[...]

22. A adoção de unidade de medida que permita a mensuração dos resultados é uma forma dese evitar que a Administração Pública fique à mercê do contratado, por meio da execução deum ajuste em que poderá estar remunerando a ineficiência, ao simplesmente efetuar

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pagamentos por homens x hora disponibilizados, sem que se detenha o conhecimento dequantos e quais produtos correspondentes deveriam ser entregues.23. Verifica-se, a princípio, que, para certas atividades do profissional de Relações Públicas, éinviável a mensuração dos resultados efetivamente alcançados, considerando o aspectoressaltado pelo Instituto de que certas ações objetivam visibilidade espontânea em veículos decomunicação.24. Em caso semelhante ao da Concorrência ora analisada, nos autos do TC nº 007.245/2009-9(Acórdão nº 1227/2009-Plenário), ao analisar a questão da contratração de execução indireta deserviços ser baseada na remuneração homem/mês (contratação de empresas ou consórcio deempresas para prestação de Serviços de Apoio ao Gerenciamento para Organização e Realização daCopa do Mundo de Futebol FIFA – 2014), o Excelentíssimo Ministro Relator Augusto ShermanCavalcanti fez as seguintes considerações:‘8. Passando ao exame das falhas averiguadas no edital da licitação e seus anexos, verifico, desdelogo, serem efetivamente frágeis, em sua forma atual, os critérios de medição e pagamento previstos,assim como as previsões de produtos esperados, com os respectivos prazos e níveis de qualidade. Defato, o instrumento convocatório se restringe, ao menos de maneira expressa, a prever aremuneração com base na quantidade de homens-hora utilizados, sem a especificação doscorrespondentes produtos a serem gerados.Em parte, no entanto, a ausência de previsão expressa de remuneração por produtos a seremgerados se justifica pelas circunstâncias do objeto a ser contratado. Segundo se depreende dasrespostas às oitivas e dos dispositivos da peça editalícia e seus anexos, a Administração, emboratenha conhecimento acerca das diversas áreas de atuação da empresa de consultoria a ser contratada,assim como das funções e atividades correspondentes a cada uma dessas áreas, ainda não possui umanítida visão a respeito dos prazos, inter-relações e encadeamentos lógicos entre tais funções eatividades. (...)

(...)VOTO[...]

Em princípio, considerei que algumas das irregularidades apuradas – relacionadas nos itens que seseguem – além de poderem representar riscos à competitividade do certame e à obtenção da propostamais vantajosa, poderiam também configurar prejuízos à fiscalização e ao acompanhamento docontrato, pelos seguintes motivos:4.1. previsão de contratação de serviços baseada em critério de remuneração por hora-homem, em detrimento da remuneração por resultados ou produtos obtidos, em afronta aodisposto no art. 11 da Instrução Normativa nº 2, de 2008, da Secretaria de Logística eTecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SLTI/MP.

40. Por conseguinte, tem sido um esforço traduzir o objeto contratual, que se trata de umserviço intangível, em um catálogo de produtos e serviços a serem estrategicamente combinados nodecorrer da execução contratual, de acordo com as especificidades de cada demanda, com o intuito de nãoconsiderar as horas de trabalho ou os postos de trabalho, como forma de mensurar os resultadosproduzidos pelas empresas prestadoras dos serviços de comunicação corporativa.41. Contudo, cumpre destacar que, apesar do esforço realizado pela Secretaria Especial deComunicação Social nesse sentido, deve-se considerar que a necessidade pelo serviço de comunicaçãocorporativa não é completamente previsível, visto que, muitas vezes, o planejamento realizado pelaAdministração Pública pode ser surpreendido com demandas extraordinárias que devem ser atendidas ecrises que devem ser gerenciadas com o acionamento de diversos produtos e serviços disponíveis nocatálogo do contrato, razão pela qual é imprescindível a qualificação técnica adequada da empresa a sercontratada.42. Dessa forma, vislumbrou-se a possibilidade de descrever as atividades anteriormenterealizadas pelos profissionais contratados e remunerados por postos de trabalho ou horas homem, comoprodutos e serviços de um catálogo. Com isso, buscou-se um meio de conciliar ambos os anseios: daimprevisibilidade pela necessidade do serviço de comunicação corporativa para a Administração, de umlado e, de outro, as recomendações do TCU e do Ministério do Planejamento, no sentido de planejar eutilizar outras unidades de medida.43. Entende-se, assim, que, tendo em vista que o objeto dispõe da contratação dos serviços deassessoria em relacionamento com a imprensa e em relações públicas, estes não se tratam da contrataçãoisolada de itens específicos do catálogo de produtos e serviços do edital, os quais, necessariamente,

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resultariam em prejuízo à eficiência e à qualidade dos serviços, que necessitam não apenas da qualidadetécnica em sua execução, mas também da formatação de uma uniformidade de discursos e estratégias paraque o órgão possa atuar de forma integrada na comunicação com seus públicos de interesse.44. Assim, considerando que a Secretaria Especial de Comunicação Social entende que oserviço de comunicação corporativa (de assessoria em relacionamento com a imprensa e em relaçõespúblicas) como um serviço predominantemente intelectual, deve-se ressaltar que, para esse tipo deserviço, leva-se em conta que a proposta mais vantajosa pretendida pela Administração considera a relaçãocusto x benefício, ou seja, não é aquela necessariamente menos onerosa. Além da onerosidade, aqualificação técnica da contratada tem suma importância na apreciação e julgamento das propostas.45. Nesse horizonte, o TCU apresenta vasta jurisprudência sobre o enquadramento do tipo delicitação que deve ser usado na contratação de serviços de predominância intelectual, como, por exemplo,o Acórdão 2172/2008 – Plenário:

Entendo como serviços de natureza intelectual aqueles em que a arte e a racionalidade humana sejamessenciais para a sua satisfatória execução. Não se trata, pois, de tarefas que possam ser executadasmecanicamente ou segundo protocolos, métodos e técnicas pré-estabelecidos e conhecidos. [...]Ressalto, a propósito, que os serviços de caráter predominantemente intelectual devem ser licitadoscom a adoção dos tipos de licitação de melhor técnica ou técnica e preço. (...) Tal conclusão decorredos preceitos contidos nos arts. 45, parágrafo 4°, e 46 da Lei n° 8.666/1993.

46. Ainda cumpre destacar que, em licitações de tipo “melhor técnica” e "técnica e preço", nãose ignora a realidade de preços do mercado. 47. O Egrégio Tribunal de Contas decidiu, ainda, por meio do Acórdão nº 6257/2016, TC033.681/2015-5 – 2ª CÂMARA, ratificando o posicionamento acima, da seguinte forma:

(...)Nessa linha de raciocínio, a jurisprudência do TCU aduz que a predominância do caráter intelectual ecriativo na execução dos serviços afasta o seu enquadramento na definição de serviços comunsestabelecida na Lei nº 10.520, de 2002 (v. g.: Acórdãos 601/2011, 2.471/2008, 1.092/2014, doPlenário).

Tendo, portanto, como razoável a premissa de que os serviços de comunicação digital se assemelhamaos serviços de publicidade e propaganda, e a de que a predominância do caráter intelectual ecriativo na execução dessas atividades afasta o seu enquadramento na definição de serviços comunsestabelecida pela lei, mostra-se razoável a conclusão de que a modalidade de licitação a ser utilizadana contratação dos aludidos serviços de comunicação digital deve guardar correspondência com amodalidade de licitação utilizada para as contratações dos serviços de publicidade e propaganda, desorte que a adoção de concorrência, no tipo melhor técnica, pode ser vista como regular.(grifou-se)

48. Ademais, se o serviço de comunicação digital foi entendido como similar ao serviço depublicidade, também dever ser considerado o serviço de comunicação corporativa, que abrange asferramentas relações com a imprensa e relações públicas, pois ambas versam de serviços de comunicação,vide art. 3º da Instrução Normativa nº 1, de 27 de julho de 2017, não sendo considerados serviços comuns:

Acórdão 657/2016-TCU, da 2ª Câmara:[...]o caso concreto, é importante consignar que os serviços a serem contratados (comunicaçãodigital) além de serem predominantemente intelectuais, exigem alguma dose de arte e criatividade,para a sua execução satisfatória, contudo, entende-se que caso o objeto seja devidamente detalhado eespecificado, é possível efetivar a contratação, por meio do pregão[...].

49. Tanto é assim que, por meio do Acórdão nº 1432/2017 – Segunda Câmara, a Corte deContas entendeu que a SECOM atendeu as recomendações determinadas pelo TCU e considerou comoregular a escolha do tipo “melhor técnica” para as contratações de publicidade, conforme destacado:

ACÓRDÃO Nº 1432/2017 ‐ TCU ‐ 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de 2ª Câmara,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “a”, e 169, inciso V, doRegimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 246/2011, em considerar cumprida arecomendação expedida à Secretaria de Comunicação da Presidência da República por meio do item9.2 do Acórdão 6.227/2016‐TCU‐2ª Câmara e arquivar os presentes autos (...).

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f) Do não parcelamento do objeto

50. O texto normativo dispõe, em capítulo específico, sobre o objeto da contratação dosserviços de comunicação corporativa, utilizando-se, em analogia, dos termos estabelecidos pela Lei nº12.232/2010, para as contratações de serviços de publicidade.51. Especificamente quanto ao parcelamento do objeto do contrato, de acordo com a Súmula247 do TCU, é imprescindível que a divisão do objeto seja técnica e economicamente viável, bem comonão represente perda de economia de escala, senão veja-se:

Enunciado da súmula 247 TCUÉ obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitaçõespara a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que nãohaja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista oobjetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade paraa execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a itensou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa divisibilidade.

52. No caso sob análise, diante da natureza predominantemente intelectual do serviço que seráprestado, entende-se ser do interesse público que os técnicos da futura contratada acumulem experiências ereúnam informações e conhecimentos que subsidiarão a proposição das ações a serem implementadas, porse tratar de serviço intelectual intangível e indivisível, não sendo cabível sua fragmentação, em vista denão se estar contratando itens isolados do catálogo de produtos e serviços e sim a inteligência da empresaprestadora do serviço de comunicação corporativa, que utilizará o cardápio especificado no edital paraformatar a melhor solução no enfrentamento dos desafios de comunicação apresentados pelo órgão emsuas demandas. Destaca-se que o catálogo de produtos e serviços pretende cumprir ao disposto nosAcórdãos do Tribunal de Contas da União e Instruções Normativas do Ministério do Planejamento,Desenvolvimento e Gestão quanto a utilizar unidades de medidas para mensuração de resultados, distintasdas contratações de horas-homem ou postos de trabalho.53. A contratação por item, portanto, pode resultar em risco ao erário e ser prejudicial àeficiência e à qualidade que se pretende na execução do contrato, visando atender aos princípios darazoabilidade e economicidade. A divisão do objeto e adjudicação a mais de uma empresa, no presentecaso, pode não atender ao intento do órgão.54. O órgão licitante deve possuir interesse em proporcionar a maior competitividade possívelao certame, porém, o parcelamento do objeto não se mostra razoável do ponto de vista da eficiência,tampouco financeiramente, pois é sabido que para a prestação dos serviços de comunicação corporativafaz-se necessário montar uma estrutura e alocar profissionais para a sua execução. Havendo divisão nacontratação desses serviços com diversas empresas, necessário será à disponibilização de diversasestruturas, ao invés de reduzir o custo unitário, o elevaria fazendo com que o órgão perdesse o ganho deescala.55. Da mesma forma, poderia haver prejuízo ao conjunto da prestação dos serviços. A simplescoexistência de mais de uma empresa em um processo de construção de uma solução de comunicaçãotraria dificuldades à execução, pois cada uma deteria as informações decorrentes do item sob sua execuçãoe não teria uma visão global da problemática do contratante e das possibilidades de atuação, ou seja, aestratégia ficaria fragmentada e restrita a determinados itens. Por outro lado, os interesses individuais decada contratada poderiam passar a contaminar a proposição da melhor solução e subtrair a necessáriaagilidade e eficiência.56. Isto posto, assim como a jurisprudência do TCU, denota-se que a legislação aponta pelapossibilidade do não parcelamento do objeto do contrato, desde que o órgão o justifique como necessáriopara atender ao interesse público, conforme adiante destacado:

Lei 8.666/1993:Art. 23. §1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantasparcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação comvistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação dacompetitividade sem perda da economia de escala.

57. Nesse sentido, entende-se que a exceção supracitada aplica-se ao presente caso, tendo emvista que o objeto dispõe da contratação dos serviços de comunicação corporativa que abrangem a

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assessoria em relacionamento com a imprensa e em relações públicas. Assim, não se trata da contrataçãoisolada de item do catálogo de produtos e serviços constante do edital, a qual, necessariamente,resultaria em prejuízo à eficiência e à qualidade dos serviços prestados à Administração, que necessitamnão apenas de qualidade técnica em sua execução, mas também de uma uniformidade de discursos eestratégias, para que a comunicação do órgão seja efetivamente tempestiva e integrada.58. Cabe ainda destacar que, similarmente ao serviço de publicidade, o serviço decomunicação corporativa deve ser licitado sem a segregação de itens, nos termos do previsto no artigo2º, §3º, da Lei nº 12.232/2010, qual seja:

Art. 2º. §3o Na contratação dos serviços de publicidade, faculta-se a adjudicação do objeto dalicitação a mais de uma agência de propaganda, sem a segregação em itens ou contas publicitárias,mediante justificativa no processo de licitação. Compreende-se, assim, que o serviço a ser contratado retrata a intenção de a Administração Públicaobservar as recomendações da Corte de Contas e não pode ser parcelado ou fragmentado por se tratarde serviço intelectual intangível e indivisível.

59. Entretanto, compete ao órgão licitante, com base no art. 23, §1º, da Lei nº 8.666/1993,justificar o não parcelamento do objeto da contratação de acordo com as suas necessidades e o seu perfilde atuação.

g) Da prestação continuada

60. O modelo de edital disponibilizado pela SECOM parte da premissa de que o serviço visaatender a necessidade pública permanente e contínua, razão pela qual foi prevista a possibilidade deprorrogação contratual com base no artigo 57, da Lei nº 8.666/1993. Contudo, compete a cadaórgão/entidade justificar o caráter continuado do serviço com base no disposto na legislação, em especialfundamentando se a sua interrupção compromete a prestação do serviço público ou o cumprimento damissão institucional.61. Conforme Relatório do Ministro Guilherme Palmeira, que resultou no Acórdão n° 35/2000-TCU-Plenário, "em princípio, a duração dos contratos regidos pela Lei nº 8.666/93 fica adstrita àvigência dos créditos orçamentários, ou seja, à anualidade, conforme o caput de seu art. 57. Contudo, aprópria lei abre exceções. Entre elas, figura a prestação de serviços executados de forma contínua. Nessecaso, a duração está limitada a sessenta meses, devendo ser dimensionada com vistas à obtenção depreços e condições mais vantajosos à Administração."62. Contudo, a Lei n° 8.666/1993 não conceituou, definiu ou especificou os serviços que assimpodem ser considerados. A esse respeito, prossegue o Relatório do Ministro Palmeira:63. Segundo Marçal Justen Filho (in 'Comentários à Lei de Licitações e ContratosAdministrativos', Ed. Aide, 4a edição, págs. 362/364), os serviços contínuos estão enquadrados noscontratos de execução continuada os quais impõem à parte o dever de realizar uma conduta que se renovaou se mantém no decurso do tempo.64. Já Jessé Torres (in 'Comentários à Lei de Licitações e Contratações da AdministraçãoPública', Ed. Renovar, 1994, págs. 349/351) se pronuncia sobre a matéria, afirmando que a prestação deserviços de execução continua é aquela cuja falta paralisa ou retarda o serviço de sorte a comprometera correspondente função estatal ou paraestatal. Acrescenta, ainda, que cabe à Administração, diante dascircunstâncias de cada caso e do interesse do serviço, decidir pela prorrogação dos serviços contínuos poraté 60 meses.65. A Instrução Normativa nº 5/2017, da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,Desenvolvimento e Gestão, por sua vez, definiu os serviços continuados sem relacionar quais seriam osserviços de execução continuada:

Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua são aqueles que, pela sua essencialidade,visam atender à necessidade pública de forma permanente e contínua, por mais de umexercício financeiro, assegurando a integridade do patrimônio público ou o funcionamento dasatividades finalísticas do órgão ou entidade, de modo que sua interrupção possa comprometer aprestação de um serviço público ou o cumprimento da missão institucional. Parágrafo único. A contratação de serviços prestados de forma contínua deverá observar osprazos previstos no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.

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66. Nos autos do processo pertinente ao Acórdão n° 132/2008-TCU- Câmara, o Relatório doMinistro Aroldo Cedraz assinala que:

28. Sem pretender reabrir a discussão das conclusões obtidas naqueles casos concretos, chamoa atenção para o fato de que a natureza contínua de um serviço não pode ser definida deforma genérica. Deve-se, isso sim, atentar para as peculiaridades de cada situação examinada. 29. Na realidade, o que caracteriza o caráter continuo de um determinado serviçoé sua essencialidade para assegurar a integridade do patrimônio público de forma rotineira epermanente ou para manter o funcionamento das atividades finalísticas do ente administrativo, demodo que sua interpretação possa comprometer a prestação de um serviço público ou o cumprimentoda missão institucional. 30. Nesse sentido, pode-se entender, por exemplo, que o fornecimento de passagens aéreasé serviço continuo para o TCU, já que sua suspensão acarretaria a interrupção das atividades defiscalização ínsitas ao cumprimento da missão desta Corte. 31. Na mesma linha de raciocínio pode-se também considerar que o mesmo serviço temnatureza contínua para uma instituição federal de ensino superior, já que as bancas de exame de tesesde mestrado e de doutorado exigem a participação de professores de outras instituições e,assim, a impossibilidade de fornecimento de passagens aéreas poderia inviabilizar a própria pós-graduação a cargo daquelas entidades. 32. O mesmo não ocorreria no entanto com um órgão judicial cujos integrantes nãotivessem necessidade de deslocar-se frequentemente por avião para oferecerem a prestaçãojurisdicional. Em tal situação, o serviço em foco não seria contínuo, já que não seria essencial àpermanência da atividade finalística 33. De igual modo um serviço de vigilância permanente de instalações deve serconsiderado continuo, posto que sua cessação colocaria em risco a integridade daquele patrimônio. 34. Isso não ocorre, entretanto com um serviço de vigilância contratado para um eventoespecífico, de duração determinada, que, por seu caráter eventual não pode ser considerado contínuo.

67. Por tudo isso, a Corte de Contas adota o entendimento de que a definição de um serviçocomo sendo continuado depende de suas características específicas, ou seja, depende do exame de cadacaso concreto.68. Esse entendimento está perfeitamente em linha com a lição de Ivan Luz, Ministro Eméritodo Tribunal de Contas da União, segundo o qual "o primeiro intérprete de tais normas é seu próprioexecutor, o agente da Administração competente para aplicá-las" (extraído do artigo "A Duração dosContratos de Prestação de Serviços a Serem Executados de Forma Contínua", do eminente Jorge UlissesJacoby Fernandes, publicado no Boletim de Licitações e Contratos, fevereiro/1996, página 79, e naRevista do TCU, n° 69, jul/set de 1996).69. Para justificar a necessidade contínua do objeto da contratação, é possível considerar ohistórico de necessidades do órgão com relação aos serviços de comunicação pretendidos na contratação ea relevância de tais produtos e serviços para a tomada de decisão das autoridades e para seuposicionamento junto à sociedade frente aos desafios e aos problemas de comunicação que se apresentamno cumprimento de sua missão institucional.70. Em decorrência, cabe, assim, à área técnica que exerce atividades de comunicação noórgão/entidade, a qual se utilizará dos serviços, explicitar se eles são necessários e demonstrar os motivospelos quais devem ser utilizados de forma continuada.

h) Da execução dos serviços

71. O modelo de edital para contratação de serviços de comunicação corporativa daSECOM não se adequa aos casos previstos na IN nº 05/2017 do Ministério do Planejamento,Desenvolvimento e Gestão, relativos ao regime de dedicação exclusiva de mão de obra, na execução dosserviços.72. Isso porque, segundo o artigo 17 do referido normativo, “os serviços com regime dededicação exclusiva de mão de obra são aqueles em que o modelo de execução contratual exija, dentreoutros requisitos, que: I - os empregados da contratada fiquem à disposição nas dependências dacontratante para a prestação dos serviços; II - a contratada não compartilhe os recursos humanos emateriais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de outros contratos; e III - acontratada possibilite a fiscalização pela contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dosrecursos humanos alocados aos seus contratos.”

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73. Segundo modelo de edital para “pregão eletrônico de serviços continuados semdisponibilização de mão-de-obra” da Advocacia-Geral da União, encontram-se as seguintes notasexplicativas:

Nota explicativa 2: Os serviços continuados COM disponibilização de mão-de-obra são aqueles emque, via de regra, os empregados da contratada são alocados para trabalhar continuamente nasdependências do órgão, muitas vezes com dedicação exclusiva. A execução dos serviços segue umarotina específica estabelecida e supervisionada pelo órgão. São os contratos típicos de “terceirização”(limpeza, vigilância, recepção, portaria, etc.).Já os serviços continuados SEM disponibilização de mão-de-obra são aqueles em que, via deregra, não há alocação contínua de empregados da contratada nas dependências do órgão, nemdedicação exclusiva. São exemplos comuns os serviços de lavanderia, manutenção preventiva oucorretiva de equipamentos, locação de máquinas, etc. (desde que, é claro, as necessidades do órgãonão pressuponham a disponibilização contínua ou permanente do empregado).

A distinção entre as duas modalidades é essencial. Nos serviços COM disponibilização de mão-de-obra, a União pode ser responsabilizada pelo descumprimento das obrigações trabalhistas eprevidenciárias relativas aos empregados alocados à execução contratual; daí a necessidade derígidos mecanismos de fiscalização da atuação da empresa contratada, a fim de inibir a ocorrência deirregularidades que possam resultar na responsabilização futura da Administração.Por outro lado, nos serviços SEM disponibilização de mão-de-obra (ao menos em suas configuraçõesclássicas), justamente por não haver empregados continuamente alocados à execuçãocontratual, não se verifica a possibilidade de responsabilização da União pelo descumprimentodas obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados da contratada; daí a razão daredução dos mecanismos de fiscalização contratual, a qual deve ficar restrita ao cumprimento dasobrigações relacionadas diretamente à prestação dos serviços.

74. Entende-se, portanto, que não cabe a adequação do modelo disponibilizado pela SecretariaEspecial de Comunicação Social como regime de dedicação exclusiva de mão-de-obra, visto que aSECOM estabelece o catálogo de produtos e serviços exatamente para evitar a remuneração por postos detrabalho e horas homem e, por conseguinte, a alocação de pessoas dentro das dependências dos órgãos eentidades.75. Assim, cumpre esclarecer que, no referido modelo, a execução dos serviços tem como regraa prestação nas dependências da contratada. Destaca-se adiante as orientações efetuadas em trecho domodelo de Edital disponibilizado:

5.1 A execução contratual dar-se-á por meio da prestação de serviços e fornecimento de produtos,demandados previamente pelo CONTRATANTE, via Ordem de Serviço (OS), observado o dispostonos Anexos V e V-A da Instrução Normativa MP nº 5/2017. O detalhamento do processo deexecução contratual e de demandas por meio de Ordem de Serviço será efetuado em Manual deProcedimentos editado pelo CONTRATANTE.<o contratante poderá estabelecer que, em caráter excepcional, a execução de determinadosprodutos e serviços se dará em suas dependências, numa prestação presencial e continuada, emdecorrências das características desses serviços e em prol da adequada execução contratual>5.2 Para a execução, a contratada deve obrigatoriamente possuir, além de estrutura administrativahabilitada, quantitativo suficiente de profissionais que deverão estar disponíveis para a execução dosprodutos e serviços, objeto da contratação. <se for o caso> , e que, excepcionalmente, poderão seralocados nas dependências do CONTRATANTE, por tempo determinado, de forma a atender asdemandas com a qualidade e os prazos exigidos, na prestação dos produtos e serviços constantes dossubitens <citar subitens>, do Apêndice I do presente Anexo.5.2.1 A execução pela contratada de produtos e serviços nas dependências do CONTRATANTEresulta da necessidade de maior proximidade entre as equipes e de um atendimento contínuo nãopassível de ser prestado à distância pela contratada.5.2.2 Para os produtos e serviços a serem prestados nas dependências do CONTRATANTE foramestabelecidas, ainda, especificações diferenciadas, devido à sua característica presencial, e os perfistécnicos necessários aos profissionais que ficarão responsáveis por sua execução.

5.2.3 O CONTRATANTE proverá infraestrutura básica para prestação dos produtos e serviços queserão executados em suas dependências, quanto ao espaço físico e mobiliário.5.3 Será de responsabilidade da contratada, prover aos profissionais envolvidos na execuçãocontratual, <se for o caso> dentro e fora de suas dependências, a infraestrutura necessária deequipamentos e suprimentos, constituída de acesso à Internet por meio de banda larga (com e semfio), microcomputadores, softwares, equipamento de videoconferência, ferramentas tecnológicas edemais recursos, de forma a garantir a perfeita execução contratual.

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5.4 A contratada deverá alocar a quantidade de prepostos necessária para garantir a melhorintermediação com o CONTRATANTE, observados os perfis necessários para cada atividadeconstante da execução contratual.

76. Dessa forma, entende-se que o modelo de edital disponibilizado não contempla osrequisitos da referida Instrução Normativa por entender que a prestação de serviços de comunicaçãocorporativa pode se dar de forma remota, contudo contempla a possibilidade de que o órgão estabeleçaexceções, com base na necessidade de prestação de determinados serviços em suas dependências, embenefício da Administração.77. Outrossim, no intuito de aperfeiçoar a descrição dos referidos serviços, entende-se cabível autilização de Instrumento de Medição de Resultado (IMR), na forma prevista no ANEXO VIII-A da IN nº05/2017 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, para aprimoramento das dinâmicasde pagamento da contratada, o qual encontra-se em elaboração.78. Portanto, caso seja interesse do órgão a alocação de mão-de-obra, o edital deve sofrer asadaptações necessárias para atender a legislação.

i) Dos produtos e serviços vinculados ao objeto do contrato

79. O texto normativo apresenta uma distinção entre os tipos de produtos e serviços, sendodenominados "essenciais" aqueles que contemplam a expertise básica da contratada na execução do objetodo contrato, cujos itens devem ser previamente especificados e precificados pelo contratante, em catálogoconstante do edital, com os respectivos quantitativos estimados de execução, como forma de adotar-seunidade de medida que permita a mensuração dos resultados para pagamento da contratada. Essesprodutos e serviços essenciais, não são objeto de subcontratação pela contratada.80. Em contraponto, o texto também prevê a possibilidade de execução de produtos e serviços"complementares" que contemplam itens básicos e pontuais, não passíveis de prestação pela contratada,nem de previsão pelo contratante, mas indispensáveis para a adequada execução contratual, a exemploda contratação de serviços para uma coletiva com a imprensa, ou mesmo para um treinamento de mídiatraining para autoridades. Esses itens são diretamente vinculados à solução de comunicação corporativamas precisam ser prestados por meio de fornecedores especializados, com a intermediação e supervisão dacontratada.81. Importante esclarecer que a previsão de produtos e serviços complementares, antesdenominados "não precificados", de acordo com o item 4 do Projeto Básico do edital, não têm, de formaampla, a acepção de objeto indeterminado. O objeto continua claramente determinado de acordo com odisposto no início do edital.82. Como já dito no modelo disponibilizado pela SECOM (versão 2015) o objeto dacontratação era definido da seguinte forma: "O objeto da presente concorrência é a contratação deempresa especializada na prestação de serviços de comunicação corporativa, para realização deassessoria em planejamento de comunicação, no relacionamento com a imprensa, na produção deconteúdo e em relações públicas, a serem realizados em território nacional, conforme especificaçõesconstantes do Projeto Básico, Anexos e Apêndices deste Edital."83. Atualmente, no modelo ainda sob análise da área técnica da SECOM para aprovação,encontra-se definido no subitem 3.1: "O objeto da presente concorrência é a contratação de empresaprestadora de serviços de comunicação corporativa, referentes à: a) prospecção, planejamento,implementação, manutenção e monitoramento de soluções de comunicação corporativa doórgão/entidade, no seu relacionamento com a imprensa e na sua atuação em relações públicas, emterritório nacional <se for o caso> ou internacional; b) criação e execução técnica de ações e/oumateriais de comunicação corporativa e de conteúdos multimídia, no âmbito do contrato; c) criação,implementação e desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação corporativa, destinadas aexpandir os efeitos da atuação do órgão/entidade junto à imprensa e demais públicos de interesse, emconsonância com novas tecnologias."84. No entanto, como a contratação é de uma obrigação de fazer, as soluções de comunicaçãoserão materializadas por meio da execução de produtos e serviços disponíveis no catálogo, cuja escolhaestá diretamente relacionada à proposição técnica e criativa empregada à solução de comunicação.

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85. Cumpre ressaltar, contudo, que os itens constantes do catálogo não são taxativos, não seesgotando, portanto, durante a execução do contrato. Portanto, a inclusão não tem o condão de afrontar oenunciado da Súmula nº 177 do TCU, pela razão de que, nos termos do Código Civil, o "objetoindeterminado" é diferente da "coisa incerta", cuja característica principal, segundo o art. 243, é de que “acoisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade”.86. No caso concreto, entende-se que o gênero e a quantidade das coisas passíveis de fazer sãooriundos do objeto do edital, razão pela qual se entende que não há objeto indeterminado no editaldisponibilizado pela SECOM. Assim, ainda que exista um gênero de produtos e serviços complementares,não passíveis de previsão e precificação pelo contratante, estes devem estar relacionados ao objeto docontrato e suas categorias devem ser preestabelecidas no edital. Destaca-se ainda que as despesas com osprodutos e serviços não passíveis de previsão não devem ultrapassar um limite máximo de 20% do valorda contratação.87. A considerar pelo gênero de que trata o objeto do edital, podemos afirmar, com a lição deFábio Ulhoa Coelho (2012)[1], que a expressão “coisa incerta”, em analogia à obrigação de fazer, indicaque a obrigação tem apenas aparência de objeto indeterminado. É aparentemente indeterminado, por issomesmo, determinável.88. A obrigação é de dar coisa incerta (também denominada obrigação genérica) se aindividuação do objeto da prestação tem lugar na execução. Ao constituir-se a obrigação, o seu objeto édefinido em termos genéricos. Já há, assim, demarcação da coisa a ser entregue, embora feita porparâmetros gerais. O objeto da prestação não é determinado, mas determinável; isto é, sua definiçãodepende da prática de negócio jurídico no momento da execução. O sujeito passivo encontra-se, portanto,vinculado ao ativo desde o surgimento da obrigação, tendo de entregar-lhe uma coisa definida, mas nãoainda individualizada. A individuação será feita no momento da execução; precisamente, até um poucoantes da tradição.89. Dessa forma, entende-se que se encontra mantido o princípio da igualdade de competiçãode que trata a Súmula 177 do TCU, tendo em vista que a previsão ora em comento alcança todas asempresas que participarem do certame ou vierem a ser contratadas. Além disso, beneficia, sobretudo, osórgãos e entidades, posto que essa providência proporciona-lhes uma melhor prestação de serviço quandoda ocorrência de fato superveniente, porquanto não corre o risco de quebrar a continuidade da execução doobjeto para aguardar a conclusão de procedimento licitatório apartado para suprir as necessidadesapontadas, que podem ser atendidas pela mesma espécie de empresa.90. Resta enfatizar que a previsão de produtos e serviços complementares encontra-se emsintonia com o estudo preliminar e o planejamento equilibrado da contratação, visto que procura, demaneira responsável, dar seguimento continuado às soluções de comunicação propostas pela empresa, afim de apoiar a superação dos desafios e o alcance dos objetivos de comunicação apresentados pelosórgãos/entidades no decorrer da execução contratual.91. Visto isso, conclui-se que não há meios para definir ou individualizar a coisa incerta demodo antecipado. Isso se dá em razão da impossibilidade de se pensar em soluções padronizadas decomunicação corporativa, disponíveis no mercado, em face de suas diversas variações técnicas, as quaissão dependentes diretamente da situação (problema enfrentado) no momento, do público alvo damensagem, do local da emissão, da finalidade da informação a ser divulgada e da qualidade da mensagem.Portanto, esforça-se com o acionamento de produtos e serviços complementares, que não haja interrupçãodas entregas e preserve a originalidade e qualidade das propostas de solução criativa.92. Não significa dizer que, verificada a necessidade de aquisição superveniente dessesprodutos e serviços, sua compra será feita de modo automático, sem a observância dos aspectos legais,sem a análise do seu valor de mercado e sua pertinência com a solução de comunicação sugerida pelainteligência criativa da empresa. Para execução dos produtos e serviços complementares, por meio defornecedores especializados, a contratada deverá apresentar 3 (três) orçamentos do mercado, para préviaaprovação do contratante, a exemplo da mecânica de execução das "atividades complementares", noâmbito dos contratos de serviços de publicidade, prevista no § 1º do art. 14 da Lei nº 12.232, de 2010.Outros cuidados também estão claramente disciplinados nos subitens 9.9 do Projeto Básico e 8.9 doContrato, que possuem a mesma redação, como se percebe abaixo:

Para pagamento dos Produtos e Serviços Essenciais não previstos no catálogo constante do ApêndiceI deste Anexo, dos Produtos e Serviços Complementares prestados por meio de fornecedores

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especializados e das despesas com deslocamentos de profissionais a serviço, sem prejuízo dasresponsabilidades contratuais e legais, é destinado, como limite máximo, o percentual de até XX%(por extenso) do valor estimado para a execução contratual.<recomendação: estabelecer percentualnão superior a 20% de acordo com histórico de dispêndio do contratante>

93. Como já ressaltado, as despesas não passíveis de previsão pelo contratante, como aexecução de itens não previstos no catálogo de produtos e serviços essenciais, a contratação de produtos eserviços complementares e o reembolso das despesas com deslocamentos de profissionais aserviço, encontram-se limitadas a percentual de no máximo 20% do valor contratual, o que nãodescaracterizaria o objeto contratado, levando-se em conta ainda que para a execução dessas despesasdeverá haver uma justificativa por parte do órgão/entidade, assim como uma pesquisa de mercado,conforme abaixo:

9.8 O reembolso das despesas com deslocamentos de profissionais a serviço será realizado medianteprestação de contas pela contratada dos valores envolvidos na contratação dos meios de transporte edas despesas com hospedagem e alimentação.9.8.1 As despesas descritas no subitem anterior, vinculadas à execução contratual, deverão estarprevistas em Ordem de Serviço, devidamente aprovada pelo gestor ou fiscal do contrato.

9.8.1.1 Para autorização dessas despesas, na Ordem de Serviço deverão constar as seguintesinformações:a) nome do profissional;b) finalidade da viagem;

c) datas de início e do término da viagem;d) previsão de custos para passagens;e) previsão de quantidade de diárias.

9.8.2 Para as passagens aéreas, fica definida a utilização de classe econômica para qualquerprofissional nos trechos nacionais ou internacionais.9.8.2.1 As despesas com passagens aéreas serão reembolsadas pelo CONTRATANTE no valorefetivamente desembolsado pela contratada, com base em 03 (três) orçamentos, com escolha domenor preço ou da melhor relação custo/benefício.9.8.2.2 As cotações deverão ser efetuadas junto a empresas distintas que não pertençam a um mesmogrupo societário e poderão ser realizadas nos sites das respectivas companhias aéreas.

9.8.2.3 Caso não haja possibilidade de apresentar 3 (três) cotações, consideradas as especificidadesdos deslocamentos, a contratada deverá justificar o fato, por escrito, ao CONTRATANTE.9.8.2.4 Nos deslocamentos excepcionais por intermédio de outros meios de transporte, que não oaéreo, o CONTRATANTE poderá aprovar a locomoção com base na apresentação, pela contratada,de orçamentos prévios e prestação de contas em regras similares às das passagens aéreas.9.8.3 As despesas relativas à hospedagem e alimentação serão reembolsadas pelo CONTRATANTE,por meio de pagamento de diárias, de acordo com os valores estabelecidos na legislação vigente paraa concessão de diárias no âmbito da Administração Púbica Federal nas viagens de servidores ecolaboradores eventuais a serviço.

94. Assim, dadas as peculiaridades do serviço de comunicação corporativa, admitiu-se aatualização do catálogo de produtos e serviços essenciais, em face de suas diversas variações técnicasdependentes da situação ou do problema de comunicação específico enfrentado no momento, do público-alvo e da finalidade da informação e, ainda, da possibilidade de utilização de formas inovadoras decomunicação, que surgem a todo o momento em face de novas tecnologias.95. Vale destacar que para desenvolvimento dessas formas inovadoras de comunicaçãocorporativa, destinadas a expandir os efeitos da atuação do integrante do SICOM junto à imprensa edemais públicos de interesse, o produto ou serviço precisa guardar compatibilidade com a natureza doobjeto contratual, ou seja, o objeto do contrato deve ser rigorosamente observado no decorrer da execuçãocontratual. E para execução de item não previsto no catálogo de produtos e serviços essenciais, acontratada deverá apresentar uma justificativa acompanhada das especificações técnicas e de 2 (dois)orçamentos do mercado para subsidiar a análise e aprovação do seu orçamento pelo contratante, já que oproduto ou serviço essencial, será necessariamente por ela prestado.96. Com a mesma linha de raciocínio, as categorias previamente estabelecidas no edital paraexecução de produtos e serviços complementares não esgotam a contratação dos componentes que são

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indispensáveis para a perfeita execução contratual, podendo ser ajustadas às necessidades específicas decada solução.

j) Da pesquisa de preços

97. Reitera-se com relação a este ponto, que a pesquisa de preços é um dos pontos fulcrais deuma licitação. Isso porque, com uma pesquisa de preços robusta; uma análise atenta e responsável da áreatécnica gestora e a escolha de uma metodologia adequada, chegar-se-á à vantajosidade para aAdministração Pública, evitando estipular preços máximos exorbitantes ou inexequíveis.98. Cumpre ainda reiterar as orientações disponibilizadas para os órgãos/entidades do SICOM,no modelo de edital/projeto básico para a contratação do serviço de comunicação corporativa, no quediz respeito aos produtos e serviços passíveis de prévia precificação:

Anexo I - Projeto Básico4.1 As demandas serão atendidas por meio da combinação dos produtos e serviços mais adequadospara apoiar o órgão/entidade na superação de seus desafios e alcance dos seus objetivos decomunicação, podendo ser:

a) Produtos e Serviços Essenciais: contemplam a expertise básica da licitante na execução doobjeto do contrato, sendo os itens previamente especificados e precificados peloCONTRATANTE, com os respectivos quantitativos estimados de execução, no Apêndice I desteAnexo;b) Produtos e Serviços Complementares: contemplam itens básicos e pontuais não passíveis deprestação pela contratada, nem de previsão pelo CONTRATANTE, mas indispensáveis para aadequada execução contratual, prestados por meio de fornecedores especializados, com aintermediação e supervisão da contratada, cujas categorias estão descritas no Apêndice II desteAnexo.4.2 Os Produtos e Serviços Essenciais contemplam as necessidades elementares doCONTRATANTE relativas ao objeto da contratação e estão agrupados no catálogo constante doApêndice I deste Anexo, de acordo com sua finalidade e afinidade, conforme disposto a seguir:

a) Estratégia de Comunicação; b) Assessoria de Imprensa; c) Treinamento; d) Monitoramento eAnálise; e) Produção de Conteúdos; f) Prevenção e Gerenciamento de Crises; g) Ação de RelaçõesPúblicas Digital; h) Design Aplicado à Produção de Conteúdo para Relações Públicas; ei)Atendimento. APÊNDICE I - PRODUTOS E SERVIÇOS ESSENCIAISAbaixo são elencados apenas exemplos, cabendo ao contratante a especificação dos produtos eserviços essenciais à execução contratual, com quantitativos e respectivos preços máximos, deacordo com o perfil de sua atuação, observada a Instrução Normativa MP nº 05/2017.[...]Planilha de estimativa Anual de Execução e Preços Unitários dos Produtos e ServiçosEssenciaisCabe ao órgão/entidade o preenchimento dos campos abaixo com a quantidade anual estimada para aexecução dos produtos e serviços essenciais à execução contratual, bem como dos preços unitáriosde cada um.Antes de estabelecer os preços máximos, o órgão/entidade deve realizar pesquisa de preços eencaminhar para as empresas cópia do projeto básico do objeto a ser licitado, de modo a propiciaradequada cotação dos preços, exigindo que as propostas sejam datadas e assinadas, bem comorubricadas em todas as folhas.Para subsidiar a análise dos orçamentos cotados, o contratante deverá buscar as referências dospreços praticados pela Administração Pública em relação aos produtos e serviços essenciais.

Deve observar o art. 40, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993, fazendo constar dos editais de licitação,ou de seus anexos, demonstrativo do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preçosunitários.

k) Das despesas com deslocamentos de profissionais a serviço

99. Com relação ao ressarcimento de despesas com deslocamentos, hospedagem e alimentaçãode profissionais a serviço das empresas contratadas, cumpre esclarecer que as Instruções Normativas nº

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02/2008 e 05/2017 do Ministério do Planejamento apenas preveem que os funcionários das empresascontratadas não devem ser considerados como "colaboradores eventuais do próprio órgão ou entidaderesponsável pela contratação, especialmente para efeito de concessão de diárias e passagens".100. O colaborador eventual foi previsto, inicialmente, no Decreto-lei nº 200/1967, nos seguintestermos:

“Art. 111. A colaboração de natureza eventual à Administração Pública Federal sob a forma deprestação de serviço, retribuída mediante recibo, não caracteriza, em hipótese alguma, vínculoempregatício com o Serviço Público Civil, e somente poderá ser atendida por dotação nãoclassificada na rubrica ‘PESSOAL’, e nos limites estabelecidos nos respectivos programas detrabalho”.

101. Dessa forma, tendo em vista que não há normativo que impeça de balizar o reembolso dedespesas com hospedagens e passagens aos profissionais, entendeu-se cabível a equivalência com onormativo de servidores para o reembolso de tais despesas apenas como forma de uniformizar e utilizarum parâmetro considerado razoável dentro da Administração Pública Federal.102. Isso porque, como os profissionais da contratada viajarão acompanhando servidores, seriaincabível pensar no ressarcimento superior ao que os próprios servidores recebem; ou inferior a ponto defazer com que paguem para trabalhar.103. Além disso, no modelo de edital disponibilizado pela SECOM, preferiu-se a estratégia doreembolso de despesas ao invés de embutir no custo de cada serviço contratado por ser de difícilprevisibilidade a necessidade de viagens a serviço, em vista da natureza do próprio serviço decomunicação. E, deixar de ressarcir a empresa pelos custos realizados, poderia ser consideradoenriquecimento ilícito do Estado.104. Recomenda-se, contudo, que seja apontado no Estudo Técnico Preliminar previsto no artigo20 da Instrução Normativa nº 05/2017 do Ministério do Planejamento, um planejamento das viagens aserviço que serão executadas com base no histórico da Assessoria de Comunicação Social e levando emconta os principais eventos/fatos geradores do exercício da contratação.105. Deve-se ainda lembrar que há uma limitação no modelo de edital para gastos comdeslocamento e hospedagens, conforme já mencionado anteriormente nos subitens 9.9 do Projeto Básico e8.9 do Contrato.106. Para concluir, importa esclarecer que a referência à legislação de pessoal para o reembolsodos valores ocorre tão somente em virtude de garantir um parâmetro para o controle dos gastos públicos.

l) Outros pontos de destaque

Licitações e contratos dos serviços de comunicação da empresa pública: o texto normativo tambémcontempla conteúdo relativo à nova Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, a qual disciplina deforma complementar as licitações da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias.Termo de responsabilidade: considerado o caráter sigiloso de determinadas informações edocumentos vinculados ao certame, antes de sua publicação oficial, o texto normativo oraproposto contempla exigência relativa à assinatura de termo de responsabilidade, tanto pelacomissão especial de licitação, como pela subcomissão técnica responsável pelo julgamento daspropostas técnicas, visando, assim, evitar eventuais vazamentos antecipados de informações quepossam ferir o princípio da isonomia, que garante a igualdade de condições de participação entre aslicitantes. Em decorrência desse termo, o texto ainda prevê a responsabilização, na forma da lei, poreventuais ações ou omissões da comissão especial ou subcomissão técnica que prejudiquem o cursodo processo licitatório, nos termos do capítulo IV da Lei nº 8.666, de 1993, no que couber.Fiscalização dos contratos: o conteúdo relativo à referida temática estará abordado em uma umaseção específica do novo texto normativo para tratar sobre as novas disposições editadaspela Instrução Normativa MP nº 5, de 2017, proporcionando, assim, a correta orientação dosintegrantes do SICOM em suas contratações.

107. Assim, como órgão central do Sistema de Comunicação de Governo do Poder ExecutivoFederal, a SECOM usou as regras estabelecidas pela Lei nº 12.232/2010, para criar parâmetros decontratação razoáveis para os serviços de comunicação, observando ainda a Lei nº 8.666/1993 e a

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Instrução Normativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão nº 05/2017, na proposiçãode texto normativo para disciplinar a contratação de serviços de comunicação corporativa.108. A exemplo da Instrução Normativa SECOM nº 4, de 2010, relativa à contratação dosserviços de publicidade, a nova Instrução Normativa também contemplará dois anexos, sendo o Anexo Irelativo ao roteiro para apoiar os integrantes do SICOM na elaboração do briefing, que é um importantedocumento que subsidia às licitantes na elaboração de suas propostas técnicas, e o Anexo II, que dispõesobre as informações a serem apresentadas pelas licitantes em suas propostas técnicas, as pontuaçõesmáximas de cada quesito e subquesito e, principalmente, os atributos a serem considerados pelasubcomissão técnica, de forma a agregar critérios técnicos, objetivos e uniformes, no julgamento dasmesmas. Importante destacar que, no julgamento técnico, as notas finais de cada licitante devem serjustificadas, não podendo haver diferença maior que 20% (vinte por cento) entre as pontuações atribuídaspelos membros da subcomissão técnica.

m) Das etapas de aprovação do texto normativo

109. Para aprovação dos documentos relacionados ao presente processo, entende-se pertinenteque sejam observadas as seguintes etapas:

apreciação da minuta do texto normativo, com seus anexos, e do modelo de edital pela Secretaria deImprensa - SI da SECOM, havendo adicionalmente reunião para apresentação dos principaisconteúdos e esclarecimento de dúvidas pelo DENOR;consulta interna no âmbito do SICOM, por amostragem;aprovação pelo Secretário Especial de Comunicação Social - SECOM das minutas ajustadas emdecorrência das contribuições recebidas;apreciação pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência da República - SAJ/PR dasminutas finais;assinatura da nova Instrução Normativa pelo Ministro de Estado, Chefe da Secretaria Geral daPresidência da República; epublicação da Instrução Normativa e do modelo de edital no sítio da SECOM na internet.

110. Importante ainda destacar que o Departamento de Orientações Normativas para aComunicação realizou reuniões com o Tribunal de Contas da União, especificamente com a Secretaria deComunicação, para conhecer sua contratação de apoio técnico à comunicação social realizada por meio doEdital do Pregão nº 26/2016, citado no Acórdão nº 1074/2017 (0410713) e ainda com a Secretaria deLogística, para tratar do modelo de comunicação corporativa e especificamente sobre a utilização domodelo pelo Ministério do Meio Ambiente (0411079).

CONCLUSÃO

111. Em atenção ao acima disposto e considerados os benefícios que a Instrução Normativa e omodelo de edital poderão proporcionar às licitações para contratação de serviços comunicaçãocorporativa dos órgãos e entidades integrantes do SICOM, por agregar maior segurança jurídica aosprocessos e esclarecer os constantes questionamentos dos órgãos de auditoria relativas à matéria, entende-se pertinente encaminhar a minuta da Instrução Normativa (documento 0397578) com seusanexos (documentos 0397594 e 0397605), bem como o modelo de edital de licitação de serviços decomunicação corporativa (documento 0397700) à Secretaria de Imprensa, em observância às etapaspropostas na presente Nota Técnica. À consideração superior.

SÔNIA DAMASCO DO VALE Coordenadora

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LIZA FERNANDA F. R. VILLAS-BÔAS AGRA

Diretora

De acordo. Encaminha-se o presente processo à Secretaria de Imprensa para dar início ao processo devalidação do novo texto normativo.

MARIA LÚCIA VALADARES E SILVA Secretária

Documento assinado eletronicamente por Maria Lúcia Valadares e Silva, Secretário, em30/11/2017, às 18:07, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, doDecreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Sônia Damasco do Vale, Coordenadora-Geral, em01/12/2017, às 13:40, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, doDecreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Liza Fernanda Fernandes Ribeiro Villas-Bôas Agra,Diretora, em 01/12/2017, às 15:53, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º,§ 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida informando o código verificador 0341075 e ocódigo CRC 0371B0DB no site: (https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0)

Referência: Processo nº 00170.003185/2017-17 SEI nº 0341075