Arte Brasileira Sec XX-9

117
Dos anos 1970 à atualidade

description

arte, arte brasileira, arte contemporânea, arte moderna, século xx

Transcript of Arte Brasileira Sec XX-9

Dos anos 1970 atualidade

A obra de arte nos anos 70 Paradigmas antes aceitos (autenticidade, unicidade, originalidade, etc.) so profundamente questionados desde a dcada de 1950 (ou desde dad e Duchamp, para irmos mais longe), mas na dcada de 1970 que se tornam inaceitveis. O que se faz relevante, ento, a predominncia da idia sobre o objeto, pois tal operao sublinha a dimenso conceitual da obra de arte (Cristina Freire)

Anos 70 Experimentalismo. Virada do objeto para o evento. Poticas processuais (performances, situaes, intervenes, proposies, etc.). Propostas efmeras. Importncia do registro, que se confunde com a obra. Precariedade de materiais. Novos meios: xerox, arte postal, jornal, vdeo, etc. Corpo = corpo social

Letcia Parente, Made in Brasil, 1973

Proposta: gravar nas garrafas de refrigerantes (embalagens de retorno) informaes e opinies crticas, e devolv-las circulao. Utiliza-se o processo de decalque (silk-screen) com tinta branca vitrificada, que no aparece quando a garrafa est vazia e sim quando cheia, pois ento fica visvel a inscrio contra o fundo escuro do liquido Coca-Cola.

CILDO MEIRELES, Srie Inseres em Circuitos Ideolgicos

Ttulo: ZERO DOLLAR Tcnica: offset litogravura sobre papel Medida: 6,5x15,5 cm Data: 1978/1984 Comentrios:

Antnio Manuel, O corpo a obra, 1970

Antonio Manuel: depoimentoComecei a perceber a temtica do corpo. Afinal era ele que estava na rua, sujeito a levar um tiro (...) ento imaginei usar meu prprio corpo como obra. Na ficha de inscrio [do Salo Nacional de Arte MAM-RJ] escrevi como ttulo da obra meu nome, as dimenses eram as do meu corpo, etc. Fui cortado, soube que o Colares havia sido preso por quebrar um vidro do MAM com uma pedrada (...).Encontrei-o numa cela comum com vinte presos num cantinho, todo sujo. O delegado acabou libertando-o e ele foi para sua casa. Eu me dirigi ao Museu de Arte Moderna e l cheguei uma hora antes da inaugurao. Ai me veio a idia de ficar nu. Nada foi programado, a idia surgiu ali como fruto de um sentimento de asco e repulsa. (...) Tive de sumir uma semana. Fui proibido de participar durante dois anos de sales oficiais (Antnio Manuel, 1986).

Cildo Meireles, Tiradentes: Ttem-monumento ao preso poltico, 1970

Artur Barrio, Situao T/T 1, Belo Horizonte, 1970

Artur Barrio, Situaes

T.E.s Barrio impressionava os espectadores e fruidores normais, abolindo de vez a idia de contemplao, jogando a arte s ruas, aos esgotos e ao lixo (...). Das artes plsticas, Barrio passava s artes informes, aos corpos sem conformao, antiescultura e antiobjeto por excelncia (...). As T.E. eram coisas incongruentes e terrveis, ameaadoras mesmo, e sua apario inesperada e violenta podia desencadear estados anmicos ou psquicos bastante perturbadores. E era essa a inquietao que o trabalho queria alcanar em profundidade: revolver o cho da mesmice dos hbitos; impregnar os homens do estado de perplexidade e espanto (...). Era o incio do terrorismo potico de Barrio (Lygia Canongia)

Artur Barrio, trouxas ensangentadas

Artur Barrio, Livro de Carne, 1977-98

Livro de Carne Fazer um Livro de Carne uma ironia suprema (...). O livro como lugar do organizado e do saber, da legitimao do conhecimento e da fora do Logos; a carne como matria bruta e viva, puramente sensria e pulsante(...) O Livro de Carne puro paradoxo, ato de desprogramar a razo pelo absurdo, de se infiltrar nas pginas da ordem, deletando sua lei. (Lygia Canongia)

Anos 80: a volta da pintura Anos 60-70: decretada a morte da pintura. Nos 80, entretanto, o meio retorna com fora total, dominando a cena artstica no mundo todo. Para diversos artistas e crticos especialmente aqueles envolvidos nos esforos emancipatrios das dcadas anteriores - tratava-se de uma rendio ao mercado, uma negao das conquistas do passado. Centros importantes: Itlia (Transvanguarda), Alemanha (Neo-expressionismo), EUA (bad painting, graffitti). Pinturas da dcada de 80: em geral de grandes formatos (escala monumental), gestuais, de pinceladas expressivas.

Mercado abraa entusiasticamente a nova gerao de pintores; grande especulao; obras atingem preos elevados. 1982 Achille Bonito Oliva, crtico de arte italiano, escreve o texto Transvanguarda Internacional, no qual define os postulados da nova pintura.

Um dos principais tericos ligados nova pintura, Oliva admite o fim da tradio do novo ou da evoluo de estilos em arte.

Recusa das vanguardas, de sua pretenso originalidade. Ao mesmo tempo, reconhecimento de que cada obra atual se apresenta como originada de uma tradio. O crtico caracteriza o novo momento artstico como mais amarrado s produes intensas do indivduo. A presena da subjetividade deve ser entendida como harmonia da arte com motivos individuais.

Sensibilidade do artista se deslocando do eixo de um programa coletivo para voltar-se ao presente imediato. Interioridade como fonte de impulsos para a ao. Espao de atuao restrito ao espao simblico da tela: territrio da imagem. Dilogo com imagens preexistentes. Imagens originando-se a partir de duas fontes principais: 1. Imagens preservadas pela tradio (histria da arte, arte popular, banco de dados); 2. Imagens que compem o meio urbano contemporneo (indstria e mass media).

Interesse em recolher elementos de origens diversas para a confeco de um produto novo. Valor do ecletismo da Transvanguarda: juno de diferentes nveis culturais que haviam estado afastados h dcadas (a alta cultura e a baixa-cultura). Deslocamento das imagens do mass media para a lentido viscosa do tempo da produo da pintura: capacita o artista a restaurar para a imagem a profundidade que parece ter sido cancelada pela civilizao de massa.

Volta do artesanal. Presena macia do suporte, do padro decorativo. Abstrao e figurao narrativa. Nova pintura entendida como um organismo independente, construdo a partir de uma viso que encontra dentro de si mesma o prazer de sua prpria presena e as razes para sua persistncia. Autoconscincia da nova pintura em relao aos seus limites enquanto objeto de arte, sendo capaz de questionar apenas a natureza da imagem e no da arte..

Mimmo Paladino, Ronda noturna, 1982 leo sobre tela. 300 x 400 cm.

Mimmo Paladino Il visitatore della sera (ritratto di G.F.), 1985 leo sobre tela 200x155 cm

Mimmo Paladino Piccolo animale della notte, 1984 leo sobre tela e madeira 178x120 cm

Ricardo Fabbrini sobre Paladino Recuperao do passado recente (clssicos modernistas) e do passado anterior s vanguardas. Sua apreenso da histria em grande parte ficcional, uma espcie de metfora da histria da arte. Ele distribui pela tela signos arcaicos e vanguardistas: encontramos referncias pintura paleoltica, iconografia oriental, mscara africana, efgie egpcia, ao smbolo paleocristo, ao mito greco-romano e arte romnica, bem como s formas geomtricas e informais recolhidas das vanguardas internacionais So formas geomtricas que, independentemente de possveis simbolismos, adquirem uma funo ornamental Dicionrio de mundos mitolgicos, bazar de culturas, europias e no europias Crise da narrativa

Georg Baselitz, Les Jeunes filles d'Olmo II, 1981, leo sobre tela, 249 x 250 cm

Georg Baselitz, 1987 290 x290

Georg Baselitz, exposio realizada em 1996

Anselm Kiefer, Nigredo

Anselm Kiefer Emprego de diversos materiais numa nica obra. Os materiais de sua predileo so a palha, a areia, a argila e o chumbo, sempre utilizados com uma finalidade esttica e/ou simblica. Explorao extensiva de imagens mticas e histricas. Referncia aos maiores fantasmas da histria alem: o nazismo e o Holocausto. Necessidade de transcender esses terrores.

Kiefer: temas problemticos Uso de temas, cones e motivos da tradio cultural e poltica alem: Andreas Huysen: Kiefer reencena provocadoramente a saudao de Hitler em um de seus primeiros trabalhos de fotografia; (remete ) propaganda cultural do militarismo germnico; reverencia Richard Wagner, o heri cultural de Hiltler; sugere um panteo de luminares alemes em filosofia, arte, literatura e na rea militar, a maioria dos quais foram corrompidos pelo nacionalismo alemo. Ele tambm (...) pinta as estruturas arquitetnicas megalomanacas de Albert Speer como runas e alegorias do poder; invoca espaos histricos carregados de histria do nacionalismo, como Nuremberg... Fascismo fascinante.

Occupations 1969 "Besetzungen 1969

Kiefer, Anselm To the Unknown Painter Watercolor & graphite on paper, three sheets 25 x 52 1/4 inches

Kiefer, Anselm March Heath 1974

Kiefer, Os caminhos da sabedoria, 1978

"dein goldenes Haar Margarete / dein aschenes Haar Sulamith" ("teus cabelos dourados Margarete / teus cabelos de cinza Sulamita")

Anselm Kiefer, Margarethe, 1981, leo e palha sobre tela, 280 x 380 cm

Anselm Kiefer, Shulamite, 1983

Huysen (Diante das obras de Kiefer, me senti) iludido por aquele fascismo fascinante, de ter cado na estetizao do fascismo (que visava) tornar a poltica um espetculo esttico recriao da atrao esttica do fascismo no presente, que nos fora confrontao daquilo que racionalmente condenamos e rejeitamos

David Salle, Well Shake the Bag, 1980, Acrylic on canvas, 48 x 72

David Salle, Mingus in Mexico, 1990, Acrylic and oil on canvas, 244 x 312 cm

Julian Schnabel: Self-Portrait in Andy's Shadow, 1987 oil, plates and Bondo on two wood panels 103 x 72 x 10 inches overall

Julian Schnabel left: The Raft, 1982 oil, plates and bondo on wood with bronze branch 9x19 ft. right: The Patients and the Doctors, 1978 oil, plates and bondo on wood 8x9 ft.

Jean-Michel Basquiat

Jean-Michel Basquiat, auto-retrato

Jean-Michel Basquiat, Sem Ttulo, 1981

Jean-Michel Basquiat, Catharsis, 1983

Jean-Michel Basquiat, Sem Ttulo (Caveira), 1981 Acrlico e leo sobre tela, 207 x 175,9 cm

Jean-Michel Basquiat, Man from Naples, 1982

Keith Haring

Keith Haring

A nova pintura no Brasil Legitimao crtica menos precisa e menos contundente, centrando sua discusso em aspectos comportamentais de uma gerao cuja presena no circuito consagra-se com a exposio Como vai voc, gerao 80? Ao contrrio do que ocorreu na Europa, no houve, no Brasil, um corpo terico sistematizado que legitimasse a nova pintura. Ainda hoje difcil no falar da Gerao 80 como apenas um rtulo, j que inexiste uma reflexo diretamente direcionada a essa produo.

Mercado vido Viver profissionalmente de arte no Brasil sempre havia sido para poucos e estes estavam cientes de que tardariam muito para chegarem l. Entretanto, no incio dos anos 1980, principalmente no eixo Rio-So Paulo, um grupo de jovens artistas comea a ter uma vertiginosa ascenso de carreira, alavancada por exposies coletivas que marcam a reintroduo da discusso da pintura no circuito de arte brasileiro. Os artistas da Gerao 80 no foram fazer arte buscando sucesso e fama; em um dado momento, vieram pessoas de fora e se lanaram em cima deles, vendo-os como mercadoria (Dora Longo Bahia) Celebrao em torno da nova pintura. Contexto social: abertura poltica, globalizao, derrocada da esquerda.

Exposies Exposies coletivas marcantes: Entre a mancha e a figura (MAM/RJ, set. 1982); flor da pele (Centro Empresarial Rio, maio de 83); 3x4 grandes formatos (Centro Empresarial Rio, set. de 83); Brasil pintura (Palcio das Artes/BH, nov. 83); Como vai voc gerao 80? (Parque Lage/RJ, julho 84); Arte no espao (Galeria Espao/RJ, out. 84). Como vai voc megaexposio que faz um balano da arte da dcada Os textos publicados em alguns desses catlogos ou sobre tais exposices promovem alguns conceitos acerca da nova produo. Crticos mais entusiastas a respeito da nova pintura: Frederico Morais, Roberto Pontual, Marcus Lontra).

O prazer da pintura As idias que acabam consagrando-se como representativas do trabalho desses artistas desempenham um papel altamente eficiente como slogans, frases de efeito, chamarizes sugestivos, a um s tempo sedutores e transgressores(...): prazer, rebeldia, alegria, esprito libertrio (...) arte no-cerebral, etc. (Ricardo Basbaum) Marcus Lontra, 1984: Arte na cabea, nos olhos e no corao, gerao oitenta mil braos, oitenta mil planos e desejos (...) o momento presente (...) pede expanso, crescimento. hora de se romperem os limites (...) A arte se faz tambm nos muros, nas ruas, nas festas(...) conquistam novos cenrios de ao (...) nova gerao de artistas reafirma, com suas obras, sua importncia e seu valor.

Frederico Morais, 1983 (catlogo da mostra Pintura/Brasil): pintura, pois. Para o que der e vier. De preferncia sem dor. Com prazer e paixo. A pintura est a, entrando pelos poros, pelo nariz, pelos ouvidos, indo direto ao corao antes mesmo de passar pelo crebro. A pintura voltou a ser um vale-tudo. timo. Dizem que bad painting, eu a vejo linda. Dizem que feia, ultrajante, eu a sinto sensualssima. Tem seis dedos, um olho s e manca de uma perna. I love her.

Frederico Morais, 1984 (texto de para o catlogo de Como vai voc, gerao 80?): Pintura s emoo, ela tem de nascer dentro das pessoas, no estmago, no corao, s na cabea no d. O jovem artista dos anos 80 no se sente absolutamente comprometido com temas, estilos, suportes ou tendncias. A nova pintura () uma reao arte hermtica, purista e excessivamente intelectual predominante nos anos 1970.

A Gerao 80 Jorge Guinle Leonilson Leda Catunda Nuno Ramos Victor Arruda Jos Roberto Aguilar E outros...

Jorge Guinle, Diurno,1983 leo sobre tela 220,5 x 169,4 cm

Jorge Guinle, Florescer,1981 leo sobre tela 190 x 190 cm

Jorge Guinle, Copacabana me engana,1983, leo sobre tela , 190 x 340 cm

Jorge Guinle, O estandarte,1984 leo sobre tela 250,4 x 160 cm

Jorge Guinle, IL grido giallo,1986 Acrlica e colagem sobre tela 200 x 300,5

Jorge Guinle, A colher azul, 1986 leo sobre tela 100 x 200 cm

Jorge Guinle, Nos confins da cidade muda ( homenagem a Man Ray),1984 leo sobre tela 190,5 x 260 cm

Leonilson, Areo, 1982, aquarela e lpis sobre papel, 71,5 x 102,5 cm

Leonilson, O que seus olhos me dizem, 1983.

Leonilson, Sem ttulo, c.1983, acrlica sobre lona, 130,0 x 100,0 cm

Leonilson, Dois amigos, 1987, acrlica sobre tela, 87,0 x 48,0 cm

Leonilson, Rios de palavras, 1987

Leonilson, Pensamentos do corao, 1988, acrlico s/ lona, 48 x 68 cm

Leonilson, O criador de casos, 1988, acrlica sobre tela , 24,0 x 16,0 cm

Leonilson, Ningum tinha visto, c.1988 acrlica sobre madeira 146,0 x 85,0 cm

Leonilson, Sem ttulo, 1988 acrlica sobre lona 50,0 x 43,0 cm

Leonilson, O vinho roubado, 1988 acrlica sobre lona 50,0 x 36,0 cm

Leonilson, Os cuspidores de fogo, 1989 acrlica, placa de cobre sobre tela 41,0 x 27,0 cm

Leda Catunda Ona Pintada n 1, 1984 Acrlica sobre cobertor 192,5 x 157,5 cm

Leda Catunda Titulo: Jardim das vacas Ano: 1988 146 x 158 cm Tcnica: acrilico sobre tela

Leda Catunda Camisetas, 1989 acrlica sobre camisetas 220 x 190 cm

Leda Catunda, Dez camadas, 2000

XVIII Bienal, A Grande Tela

A Grande Tela Sheila Leirner, curadora, apresentou os maiores representantes internacionais da transvanguarda e do Neoexpressionismo ao lado de um grande nmero de jovens artistas brasileiros. Telas grandes eram afixadas lado a lado, com poucos centmetros de distncia entre si. Nomes consagrados ao lado de novatos. Segundo Agnaldo Farias, a tese central de Sheila Leirner era a de que artistas de todos os quadrantes compartilhavam de uma mesma cultura imagtica, o que estaria gerando resultados discutveis Ainda segundo Farias, a enorme cacofonia visual e o nivelamento arbitrrio de obras muito diversas no que tange ao seu acabamento e maturidade provocaram protestos por parte dos artistas convidados

XVIII Bienal A exposio merece ser tomada como marco simblico do arrefecimento e da falncia da pintura como algo espontanesta. A partir dela pode-se notar um esfriamento e uma consequente busca pelo refinamento tcnico, pelo controle e transposio mais depurada das questes estticas

Algumas imagens de artistas participantes da exposio Onde Est Voc, Gerao 80? CCBB/ RJ. Curadoria Marcus Lontra

Beatriz Milhazes Sem ttulo, 1985 leo sobre tela, 180x170cm

Luiz Zerbini - "Botafogo", 1988 acrlica s/ tela, 270x460cm

Luiz Zerbini

Ana Horta

Ciro Cozzolino

Jadir Freire

Luiz Ernesto

Srgio Romagnolo

Victor Arruda

Jos Roberto Aguilar

Anos 90: a emergncia do tema do corpo A derrubada dos conformismos morais e sociais [presente na arte dos anos 60-70] muda de foco [nos anos 80-90] em funo de dois fatores: aos poucos, as conquistas polticas, como a aprovao da Lei da Anistia (1979), amenizam a urgncia de uma arte coletiva, ao passo que uma nova subjetividade eclode a partir dos primeiros sinais da aids (Lisette Lagnado)

Keila Alaver, Despelamento Tronco-mulher, 1997

Rosana Paulino, Sem Ttulo, 1997

Leonilson, El Puerto, 1991

Leonilson

Nazareth Pacheco, Sem Ttulo, 1997

Tunga, Eixo Exgeno, 1985-97

Edgard de Souza

Edgard de Souza

Ernesto Neto, Nave Deusa, 1998

Marta Strambi

Adriana Varejo

Laura Lima