Arte islâmica

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Arte Islâmica Amarelo: Falas Victor Verde: Falas Samuel A expressão "arte islâmica", frequentemente julga-se estar perante uma arte desprovida de representações figuradas, constituídas unicamente por motivos geométricos e arabescos. No entanto, existem numerosas representações de figuras animais e humanas na arte islâmica, que surgem, sobretudo em contextos não religiosos. As religiões desempenharam um importante papel no desenvolvimento da arte islâmica. Neste domínio enquadra-se evidentemente a religião muçulmana. Os começos da arte islâmica (séculos VII-IX) Sabe-se muito pouco sobre a arquitetura anterior ao aparecimento dos Omíadas (meados do século VII). O edifício mais importante anterior à era omíada é sem dúvida a "Casa do Profeta" situada em Medina. A Casa do Profeta possui uma importância considerável para a arquitetura islâmica, visto que ela seria o protótipo das mesquitas de planta árabe: um pátio e uma sala hispotila para as orações. Construída em materiais degradáveis (madeira e barro), não sobreviveu ao passar do tempo. A atual Mesquita do Profeta em Medina foi construída no local onde se julga que existia a casa. É difícil distinguir os primeiros objetos islâmicos dos objetos sassânidas e bizantinos, devido ao fato de partilharem as mesmas técnicas e motivos decorativos. Conhece-se uma abundante produção de cerâmica não vidrada, na qual se enquadra uma pequena tigela presente hoje no Museu do Louvre, cuja inscrição assegura a sua inserção no período islâmico. Os motivos decorativos mais importantes são os vegetais.

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Arte IslâmicaAmarelo: Falas VictorVerde: Falas Samuel

A expressão "arte islâmica", frequentemente julga-se estar perante uma arte desprovida de representações figuradas, constituídas unicamente por motivos geométricos e arabescos. No entanto, existem numerosas representações de figuras animais e humanas na arte islâmica, que surgem, sobretudo em contextos não religiosos.

As religiões desempenharam um importante papel no desenvolvimento da arte islâmica. Neste domínio enquadra-se evidentemente a religião muçulmana.

Os começos da arte islâmica (séculos VII-IX)

Sabe-se muito pouco sobre a arquitetura anterior ao aparecimento dos Omíadas (meados do século VII). O edifício mais importante anterior à era omíada é sem dúvida a "Casa do Profeta" situada em Medina.

A Casa do Profeta possui uma importância considerável para a arquitetura islâmica, visto que ela seria o protótipo das mesquitas de planta árabe: um pátio e uma sala hispotila para as orações. Construída em materiais degradáveis (madeira e barro), não sobreviveu ao passar do tempo. A atual Mesquita do Profeta em Medina foi construída no local onde se julga que existia a casa.

É difícil distinguir os primeiros objetos islâmicos dos objetos sassânidas e bizantinos, devido ao fato de partilharem as mesmas técnicas e motivos decorativos. Conhece-se uma abundante produção de cerâmica não vidrada, na qual se enquadra uma pequena tigela presente hoje no Museu do Louvre, cuja inscrição assegura a sua inserção no período islâmico. Os motivos decorativos mais importantes são os vegetais.

Arte omíada

Durante o período omíada, ocorre o desenvolvimento da arquitetura civil e religiosa, tendo se posto em prática novos conceitos e novos plantas. Assim, a planta árabe, com pátio e sala hipostila de orações, torna-se um modelo a partir da construção da Mesquita dos Omíadas em Damasco, que servirá como referência aos construtores posteriores. A Cúpula da Rocha em Jerusalém é sem dúvida um dos edifícios mais importantes da arquitetura islâmica, marcada por uma forte influência bizantina (mosaicos, planta centrada que recorda ao do Santo Sepulcro), embora já se notem elementos tipicamente islâmicos, como os frisos com inscrições.

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PINTURA E GRÁFICA

As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa.

A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulo de outro.

Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. Ornamentos com base em citações do Corão (arabescos), espiritualismo, ausência da figura humana, abstracionismo, geometrização, padrões, motivos florais e vegetais.

Na arte, percebemos tanto as influências dos povos pré-islâmicos, como também de uma nova cultura, forjada com a construção de importantes dinastias, poderosas e vinculadas diretamente ao elemento religioso.A produção artesanal de tapetes é uma característica anterior a religião, enquanto a construção de grandes templos - Mesquitas - é posterior as conquistas justificadas pela fé.