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Unidade 3 As mídias na Educação a Distância Você já estudou, na Unidade I, o breve histórico da Educação a Distância e, na Unidade 2, a legislação que direciona e norteia essa modalidade educacional. Agora vamos mergulhar nas mídias usadas na EaD. Nesta Unidade, o nosso obje- tivo é explorar, junto com você, as possibilidades de aprendizagem com diferen- tes tipos de mídia, especialmente em Ambientes Virtuais. Colaboração: Dulce Márcia Cruz Unidade 3 3 3

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Unidade 3

As mídias na Educação a Distância

Você já estudou, na Unidade I, o breve histórico da Educação a Distância e, na Unidade 2, a legislação que direciona e norteia essa modalidade educacional. Agora vamos mergulhar nas mídias usadas na EaD. Nesta Unidade, o nosso obje-tivo é explorar, junto com você, as possibilidades de aprendizagem com diferen-tes tipos de mídia, especialmente em Ambientes Virtuais.

Colaboração: Dulce Márcia Cruz

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Curso de Graduação em Ciências Contábeis a Distância

3.1 O UsO DE MíDiAs NA EDUCAçãO

Quando falamos em mídias na educação, logo pensamos nas mídias eletrô-nicas (TV e rádio) ou digitais (computadores e videogames). Mas também temos que considerar que “mídias” são tecnologias e podem ser tão antigas que nem nos damos conta.

O exemplo mais simples é o do livro. Uma tecnologia que está tão incorpo-rada na escola que até parece que uma nunca existiu sem a outra. Mas nem sempre foi assim. Você já pensou no livro como uma tecnologia? Então, agora começaremos a refletir sobre o seu uso.

Hoje chamamos de livro a reunião de folhas impressas – presas por um lado e montadas numa capa – contendo informações. Na história da humanidade, no entanto, os livros já foram feitos de barro, de papiro, de folhas de palmeira, de seda, de madeira, e até de pele de carneiro – a matéria-prima do famoso pergaminho. Quando chegou à Europa, vindo da China, o papel foi a matéria-prima para a invenção da imprensa por Gutemberg no século XVI. A partir daí, os livros tomaram a forma que conhecemos. Feitos de papéis costurados e, posteriormente, encapados, passaram a ser produzidos em série por um preço acessível, o que popularizou o acesso ao conhecimento.

E foi com esse formato que os livros passaram a fazer parte da escola moder-na. Tanto que o livro escrito especialmente para ensinar, como um manual didático, foi proposto por João Amós Comenius em 1657. Para Comenius, o uso do livro didático seria tão completo que dispensava, inclusive, o domínio do conhecimento do professor. Veja o que ele dizia: os professores

[...] serão hábeis para ensinar, mesmo aqueles a quem a natureza não dotou de muita habilidade para ensinar, pois a missão de cada um não é tanto tirar da própria mente o que deve ensinar, como, sobretudo, comunicar e infundir na juventude uma erudição já preparada e com instrumentos também já prepara-dos, colocados nas suas mãos. (COMENIUS, 1657)

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Leia mais sobre Comenius e o livro didático em:

http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev15/Scaff.html

Endereço acessado em: 19 set. 2007.

Muita coisa mudou depois do aparecimento do livro didático. Os professores foram deixando de ser a única fonte de conhecimento dos alunos! No entanto, particularmente no caso da Educação a Distância, o livro didático ou material impresso, escrito especialmente para a EaD, continua sendo uma fonte de co-nhecimento muito importante. Este livro que você está lendo, por exemplo, foi planejado para auxiliá-lo plenamente em seus estudos.

Por outro lado, outras mídias estão sendo incorporadas e utilizadas nas escolas, principalmente mídias audiovisuais e virtuais. Só que a utilização da maioria destas mídias, geralmente, necessita de uma capacitação de professores e alunos, para que todos se ‘“alfabetizem” neste tipo de linguagem audiovisual. Também foi as-sim com o livro didático. E em muitas escolas continua sendo: professores fazem cursos para aprender a utilizar o material didático periodicamente.

Em relação à incorporação de novas mídias, no caso do professor, o grande desafio não é apenas aprender um novo jeito de ensinar. O maior desafio será abdicar de comportamentos já cristalizados e inventar um novo papel, menos autoritário (e não menos importante) de orientar e motivar a aprendizagem! Essa transformação não será fruto de um trabalho individual, mas de um mo-vimento de mudança da própria sociedade, que irá acontecer conforme forem aparecendo e confrontando-se demandas, resistências e pressões culturais, econômicas e políticas.

Para os alunos, por sua vez, parece ser muito mais fácil entender e utilizar as novas mídias. A televisão, por exemplo, é uma mídia presente em quase todos os lares brasileiros. E todos aqueles que hoje têm menos de trinta anos pratica-mente já nasceram vendo TV! Sem contar que o computador, os videogames e, mais recentemente, os celulares e câmeras digitais já estão incorporados ao cotidiano desses jovens. E sem exagerar, tem gente hoje (inclusive com mais de 30) que não vive sem eles, não é mesmo?

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Você que é jovem (ou nem tanto...), mas que, como nós, vive em meio a essa revolução tecnológica na educação, constantemente bombardeado por informação e “tecnomodismos”... Como você dá conta de tanta in-formação? Como consegue chegar ao que interessa, sem se perder num oceano de inutilidades e excessos de dados?

Parece não ser muito simples responder a essas questões, mas é. Basta ser crítico, saber “separar o joio do trigo”. E é justamente aí que entra a contribui-ção do educador. Para os professores, muitas vezes, é preciso aprender a usar as mídias. Para os alunos, é necessário conhecer a linguagem das mídias a fim de não serem ludibriados por elas, por um lado e, por outro, para se tornarem usuários/produtores críticos e criativos. Professores e alunos; adultos, jovens e crianças; todos juntos... Todos nós devemos trocar nossas experiências para construirmos um conhecimento, crítico e eficiente, sobre a utilização e o bom aproveitamento das mais diversas mídias na educação.

No caso da Educação a Distância, o aluno precisa aprender a trabalhar com as mídias à sua disposição, isto é, utilizá-las como ferramentas de estudo e pes-quisa. Para tanto, é necessário conhecer “o que é que a mídia tem” em termos de vantagens, limites e possibilidades. No que diz respeito aos professores, entender e aceitar o potencial da mídia em suas aulas pode auxiliá-los na inte-ração com seus alunos e, a partir disso, a estarem mais capacitados para ajudá-los a aprender nesse mundo novo. Para o aluno, é a chance de explorar ainda mais um mundo já conhecido a partir de um lugar novo, o lugar de quem está em processo de aquisição de novos conhecimentos.

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3.2 As MíDiAs E sUAs CARACtERístiCAs EDUCACiONAis

Os modos de utilização das mídias na escola presencial são os mais variados. É possível, por exemplo, assistir na sala de aula a um programa de televisão gravado ou que está sendo transmitido na hora, produzir um vídeo, criar e colocar no ar um programa de rádio, aprender por um CD-ROM, participar de uma pesquisa colaborativa por meio de correio eletrônico com grupos de es-tudantes de outras escolas ou lugares espalhados pelo mundo, ou ainda, criar uma página na internet para colocar, por exemplo, o(s) resultado(s) de um projeto de pesquisa de alguma disciplina. Essas aplicações da mídia podem ser feitas dentro de uma sala de aula no ensino presencial ou servirem de base para cursos a distância.

Além do livro ou material impresso, podemos classificar as mídias que são usadas na Educação a Distância em dois tipos: 1) as analógicas ou radiodifusi-vas e 2) as digitais ou multimídias.

Essa classificação não pode ser entendida ao pé da letra, já que a digitalização dos processos comunicacionais se estende com uma crescente rapidez à pro-dução, transmissão e recepção da mídia de modo geral. Contudo, essa divisão serve para que possamos trabalhar didaticamente com uma imagem simplifi-cada de diferenciação das mídias baseadas na televisão e daquelas baseadas no computador. Não é demais ressaltar que com a tendência de convergência das mídias, em um futuro bem mais próximo do que imaginamos, essa diferencia-ção entre mídias já não seja mais aplicável.

Vamos observar agora como os diversos tipos de mídia (a partir das caracte-rísticas de cada uma) têm um ritmo próprio de produção, além de aplicações e combinações específicas, de acordo com as necessidades a serem atendidas por um curso a distância.

Está claro que um bom material para EaD advém do próprio processo de ensino/aprendizagem mediado por dispositivos utilizados na substituição da interação face a face. Ou seja, um bom material depende, fundamentalmente, da qualidade do projeto pedagógico adotado. Como as opções de mediação são variadas – material impresso, recursos audiovisuais, Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem – é interessante observarmos cada uma dessas mídias e analisarmos de que maneira elas podem ser combinadas para que possam ser utilizadas de forma integrada.

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Mídias analógicas e digitais

Antes de tudo, é preciso lembrar que uma mídia é um meio de comu-nicação, um processo, que pressupõe a existência de uma infraestrutura composta de suporte para a sua emissão, a sua transmissão e a sua recep-ção. Nesse processo, nenhuma das partes pode ser excluída ou descartada.

De maneira bem simplificada, na radiodifusão, por exemplo, a emissão é feita pela emissora de rádio ou TV, a transmissão é feita por uma rede de micro-ondas e a recepção, pela antena de um aparelho doméstico de rádio ou televisão.

A transmissão das mídias analógicas e digitais é realizada sobre os meios fí-sicos (linhas telefônicas, redes de micro-ondas ou de fi bra ótica, satélites etc.) que fornecem suporte a uma tecnologia de comunicação. Seu armazenamen-to (que também pode ser chamado de embalagem) é a maneira como o pro-duto da mídia será manuseado pelo usuário. É o formato da embalagem que permitirá não só o transporte como também a maneira de utilizar o produto simbólico resultante da mídia. Alguns exemplos de meios de armazenamento são o papel, o disquete, a fita de vídeo, o CD-ROM e o pendrive.

Com o surgimento da Web, textos escritos passaram a receber sons e ima-gens. Com isso, a comunicação escrita passou a ser mais “gráfica”, mais audio-visual. Rapidamente “a rede” expandiu-se incontrolavelmente, gerando previ-sões otimistas de que, no final do milênio, o mundo todo estaria conectado. Exageros à parte – considerando que a grande maioria dos habitantes do globo ainda não possui sequer uma linha telefônica! –, o que já foi feito até agora prenuncia mudanças que ninguém pode prever com certeza.

Certamente uma das áreas mais promissoras para o desenvolvimento de “tecno-logias da inteligência” é a educação. Principalmente em função das possibilidades que a multimídia e a hipermídia nos trazem, em termos de enriquecimento do aprendizado, unindo entretenimento, conhecimento e interatividade.

Radiodifusão é a transmissão de uma

radiofrequência . As radiofrequências são moduladas em

áudio - ondas que se propagam através do

espaço, eletromag-neticamente. É um

meio de comunicação ao qual a maioria da

população tem acesso apenas como ouvinte.

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Rádio

Características

Hoje em dia é possível ouvir rádio em casa, no carro, no computador, no mp3 e até no celular! Mas as características básicas do rádio, como um meio de comunicação, continuam as mesmas, independentemente do suporte que utilizamos para ouvi-lo ou, até mesmo, da qualidade do som. Apesar do seu potencial, o rádio tem sido pouco usado nas esco-las brasileiras, mesmo tendo sido um grande veículo de transmissão da Educação a Distância até a década de 1960. Segundo Scheimberg (1995, p. 39-57), o rádio se caracteriza basicamente por seu caráter linear e tem-poral, unidirecional, unisensorial, heterogêneo e anônimo.

Se você ficou curioso, aproveite e faça uma pausa para consultar um dicionário ou pesquisar o significado destas características do rádio.

Uma emissora de rádio emite sons que são transportados através do es-paço pelas ondas sonoras e recebidos na mesma sequência temporal em que foram emitidos, um a um, o que dá a característica de linearidade e temporalidade da mensagem radiofônica. Isso quer dizer que o ouvinte não pode reaver a mensagem que foi transmitida, que chega já orde-nada, selecionada, e não se pode escolher nem estabelecer prioridades, ordenar a sequência da informação, nem voltar ou deixá-la para outro momento. As consequências desse caráter linear são: a mensagem efê-mera, a redundância e a informação desordenada. Todas devem ser con-sideradas ao se elaborar a proposta educativa pelo rádio, de modo que se facilite e estimule a compreensão e a reelaboração dos conteúdos.

A comunicação entre as pessoas é bidirecional, ou seja, acontece por meio do diálogo. A mensagem do rádio é unidirecional, ou seja, as possibilidades de inclusão do ouvinte são mínimas e, se acontecem, es-tão definidas pelo emissor, que dá a oportunidade, limitando-a, dirigin-do-a e condicionando-a. O locutor possui o domínio do meio, conhece a programação e seus objetivos, marca o começo da comunicação com o ouvinte, coordenando-a e encerrando-a.

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O rádio pode ser ouvido individualmente em qualquer lugar ou sua audiência pode acontecer em grupo. O fato de a audiência do rádio estar dispersa em um amplo espaço geográfico, pertencente a grupos dife-rentes em todos os sentidos, define sua característica heterogênea. A possibilidade de participar da audição radiofônica por telefone, carta, ou mesmo pessoalmente, faz com que o receptor passe algumas vezes a ser, também, um emissor. Isto, porém, não é regra. Na maioria dos casos, o ouvinte permanece no anonimato. Isso acontece porque o emissor pode se tornar conhecido em alguns aspectos, mas não o ouvinte, que perma-nece anônimo. A voz do locutor chega diretamente ao ouvinte como se fosse dirigida a ele pessoalmente, individualizando a comunicação. Por apenas transmitir sons, o rádio dá relevância à capacidade imaginativa de quem escuta. O ouvinte não conhece, não vê, nem pode responder ao interlocutor, mas complementa a mensagem com tudo o que lhe in-corpora de sua imaginação e emoções. Essa dimensão imaginativa cria uma forte ligação afetiva. Por essa razão, o rádio é rico em sugestão, o que facilita a adesão e a identificação afetiva mais do que a intelectual.

O potencial educativo do rádio passa pelo uso da própria programação aberta em forma de recepção crítica, mas também está relacionado à produção de programas. Estes podem ser produzidos e apresentados para o grupo em sala de aula ou transmitidos por meio de circuitos in-ternos para toda a escola.

Uso do rádio na EaD

No modelo da UAB, o rádio não é usado como mídia de transmissão. Mas nada impede que produtos em áudio possam ser gravados e com-partilhados nas aulas presenciais, ou publicados nos AVEAs das discipli-nas do seu Curso (em arquivos de som).

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televisão

Características

A televisão e o vídeo, em termos de conteúdo e forma, podem ser ci-tados conjuntamente. A diferença é que o vídeo armazena o conteúdo da televisão e do cinema e também de outras produções, profissionais ou não. O fato de ser uma embalagem que permite portabilidade faz com que o vídeo seja utilizado de maneira diferente da televisão, que está continuamente no ar. Hoje em dia, os videocassetes estão desa-parecendo e é cada vez mais comum que as pessoas assistam em casa a filmes em DVD. Por outro lado, câmeras digitais permitem que se gravem imagens e sons, que podem ser reproduzidos num aparelho de DVD doméstico, diretamente copiados em um CD ou depois de serem editados no computador. Para facilitar, vamos chamar de vídeo o supor-te que armazena um produto audiovisual que pode ser transportado e reproduzido quantas vezes se queira.

Em termos de conteúdo estilístico e narrativo, tanto a TV como o vídeo são bastante semelhantes, suficientes para serem descritos como uma lin-guagem que explora basicamente o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais. Esse ver é entrecortado, através dos planos e ritmos visuais. Os diálogos expressam a fala coloquial, enquanto o narrador, ao vivo ou em off, “costura” as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A narração falada ancora todo o processo de significação. A música e os efeitos sonoros servem como evocação, lembrança, ilustração e criação de expectativas, antecipando reações e informações.

Televisão e vídeo também são escritos. Os textos, legendas e citações apa-recem cada vez mais na tela, principalmente nas traduções (legendas de fil-mes) e nas entrevistas com estrangeiros. A escrita na tela hoje é feita com textos coloridos, de vários tamanhos e com rapidez, fixando ainda mais a significação atribuída à narrativa falada. Assim, o que se vê na televisão e no vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita.

Moran (2002) afirma que a TV e o vídeo encontraram a fórmula de comunicar-se com a maioria das pessoas, tanto crianças como adultos, em um ritmo cada vez mais alucinante. A televisão usa uma linguagem concreta, plástica, de cenas curtas, com pouca informação de cada vez,

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com ritmo acelerado e contrastado, multiplicando os pontos de vista, os cenários, os personagens, os sons, as imagens, os ângulos, os efeitos. Os temas são pouco aprofundados, explorando os ângulos emocionais, contraditórios, inesperados. Passam a informação em pequenas doses (compactas), organizadas em forma de mosaico (rápidas sínteses de cada assunto) e com apresentação variada (cada tema dura pouco e é ilustrado com imagens, muitas vezes acompanhadas de música).

As mensagens dos meios audiovisuais exigem pouco esforço e envolvi-mento do receptor. Este tem cada vez mais opções, mais possibilidades de escolha (controle remoto, canais por satélite, por cabo, escolha de filmes nas locadoras, sites com produções audiovisuais na internet, videogames). As mensagens são dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste na afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, ao contrário da linguagem escrita, que de-senvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.

Uso da televisão na EaD

A televisão pode ser utilizada no Ensino a Distância para a transmissão de programas educativos em rede aberta ou via satélite, ao vivo ou gra-vados. A chegada da TV digital às escolas vai permitir que alunos e pro-fessores não só assistam, mas também produzam e transmitam conte-údos nos canais educativos que estão sendo implantados. Mas também é possível usar a televisão na internet como um recurso de transmissão.

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Procure enriquecer seu aprendizado assistindo aos mais diversos víde-os publicados na internet. Visite alguns sites, como o http://www.youtube.

com e o http://www.myspace.com, que permitem a publicação de pequenos filmes produzidos pelos usuários. Nestes endereços, você vai encontrar muitos vídeos bons, entrevistas das mais diversas, aulas e discussões in-teressantíssimas sobre temas da atualidade. Basta saber separar “o joio do trigo”! Assista, divulgue o que você encontrou de bom! E aprovei-te para compartilhar seu conhecimento publicando seus vídeos, aquela aula que você adorou, um comercial que figure como um exemplo per-feito de uma temática que você esteja estudando, etc.

Endereços acessados em: 19 set. 2007.

Material impresso

As duas mídias apresentadas anteriormente não estão diretamente liga-das ao seu curso. Leia agora o que disponibilizamos a respeito de mate-rial impresso e baseie-se no material que você recebeu para analisá-lo e confrontá-lo com as teorias aqui colocadas.

Características

Mesmo com todas as inovações hoje utilizadas na Educação a Distân-cia, geralmente cursos a distância são acompanhados de apostilas im-pressas. Veras (2001) comenta que, da mesma forma que o computador não eliminou o papel, as novas tecnologias não eliminaram o impresso. Nos seus mais diversos formatos – como guia de estudo, livro-texto, livro de exercícios, estudo de caso, entre outros –, o material impres-so continua a ter uma função-chave na EaD. Muito frequentemente ele não figura apenas como um “material de apoio”. Não raro (e em lugares distantes, com pouco acesso a redes informatizadas de ensino), o material impresso pode ser a única mídia a que o aluno terá acesso em um curso a distância.

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A produção do material impresso é feita normalmente dentro de uma linha de montagem. Na verdade, em um longo processo de desenvol-vimento, que envolve uma equipe formada por profissionais das mais variadas áreas. Há o conteudista (ou professor responsável pela criação do conteúdo); os tecnólogos educacionais e designers instrucionais (que fazem o desenho e a estrutura do conteúdo); os redatores e editores do texto final; programadores gráficos; especialistas em comunicação; e es-pecialistas em meios técnicos para a produção do material impresso.

Dentro da equipe, o professor conteudista é o responsável pela esco-lha do que será transformado em texto. Ao conteudista é muitas vezes pedido que escreva uma apostila básica que vai gerar o texto final que será, depois, trabalhado pela equipe citada. No entanto, é cada vez mais comum que os conteudistas também escrevam diretamente para a EaD e entreguem seus textos prontos para receberem apenas o trabalho de preparação gráfica. As etapas básicas de elaboração do material didático são, conforme Landim (1997):

» estabelecimento do programa;

» definição dos objetivos;

» redação dos conteúdos específicos;

» redação pedagógica dos conteúdos;

» digitação do texto;

» ilustração;

» revisão pedagógica;

» arte-finalização;

» revisão final técnica e pedagógica;

» validação e

» impressão gráfica.

Neder e Possari (2001) destacam quais são os componentes, a função pedagógica e a função motivacional do material impresso. Além des-tes componentes, a flexibilidade também é uma característica particular deste tipo de material, que conta muito para o seu uso na EaD. O Qua-dro 1 representa esta caracterização elaborada pelas autoras; observe:

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Componentes do ma-terial impresso

Função Pedagógica FlexibilidadeFunção Motiva-

cional

Textos escritos espe-cialmente para EaD.

Promover o diálogo entre

professor/aluno/tutor.

Meio mais flexível e

econômico.

Ritmo próprio de estudo.

Itens suplementares:

tarefas, ilustrações,desenhos, fotos, mapas, cartas,

revistas, periódicos e avaliações.

Complementar e apro-fundar o

processo de leitura do aluno.

Necessita de planejamento com

bastante antecipação.

Perguntas para auto-avaliação;

promoverreforços dos conteúdos.

Indicações bibliográficas.

Estimular o aluno para a pesquisa;

ensejar elementos teó-ricos que possibilitem a ampliação de conheci-

mento pelo aluno;contribuir para a

autonomia intelectual do aluno.

Possibilita fazer a revisão do material;

ajusta-se às carac-terísticas do aluno/

leitor.

Desenvolverautonomia intelectual;estimular a

busca de mais informações.

Quadro 3.1 – Principais características do material impresso na EaDFonte: Neder e Possari (2001.)

Um dos métodos mais utilizados como base para a redação do material impresso é o da conversação didática guiada ou orientada, de Holmberg (1995). A premissa do autor é a de que o sucesso da aprendizagem acon-tece quando é criada uma relação afetiva por meio de um texto escrito em forma de diálogo motivador, amistoso, que abra espaços para uma comunicação bidirecional entre professor e aluno.

A comunicação bidirecional é o que acontece, por exemplo, com a entrega das tarefas e dos comentários dos professores sobre o tra-balho dos alunos a partir do que é construído dentro do texto, que, segundo Holmberg (2005), deve ser estruturado de tal modo que lembre uma conversação dirigida. Para isso, desde o início, no texto deve-se deixar claro quais são os objetivos instrucionais e estabelecer uma relação amigável com o aluno, indicando a estrutura que ele vai encontrar pela frente.

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Veras (2001) nota que um dos equívocos frequentes na produção de material impresso para EaD é organizar os textos em uma estrutura linear, acreditando que os alunos vão começar a ler pelo começo do documento e seguir sua leitura até o final. Bem, na verdade, não é isso que acontece. Ler, fundamentalmente, não é um processo linear. Ao nos colocarmos diante de um texto, costumamos ler certas partes, pulamos outras e voltamos para o início para buscarmos alguma informação es-pecífica. Por essa razão, é preciso ter uma estrutura de acesso bem clara e definida, que facilite a navegação do leitor no material impresso.

Vale lembrar que o material impresso, assim como vários hipertextos mul-timídia, abre possibilidades de leituras em diversas direções. De forma algu-ma a leitura, nestes casos, pode ser baseada na (e pela) linearidade.

No Programa UAB, o material impresso tem a função de acompanhar o aluno, complementando o conteúdo do Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem. Observe, no material que você está utilizando, que tan-to a estrutura quanto a formatação foram elaboradas para facilitar a sua aprendizagem e levar você a interagir com as demais mídias utilizadas no seu Curso.

Uso do material impresso na EaD

As vantagens do uso de material impresso na EaD são muitas. Aretio (1994) ressalta algumas das principais:

» familiaridade;

» adaptabilidade ao ritmo de leitura dos alunos, que podem selecio-nar e aprofundar o que querem ler;

» facilidade de navegação, já que o acesso a partes específicas do texto é rápido e conveniente.

Há também uma série de outras vantagens. O material impresso é muito mais fácil de ser distribuído em territórios vastos como o brasi-leiro. Diferentemente das transmissões televisivas ou radiofônicas, que

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necessitam de horários preestabelecidos para a sua veiculação, o conte-údo de um livro sempre poderá ser acessado a qualquer hora e em qual-quer lugar. A sua utilização não requer qualquer tipo de equipamento especial e a sua tecnologia de produção é conhecida pelos seus usuários. Além disso, seu custo unitário é relativamente baixo, em relação à gran-de quantidade de conteúdo por ele apresentada.

As características gerais de um bom material impresso especialmente formatado para a utilização na Educação a Distância, conforme Aretio (1994), seriam:

» ostentar máxima qualidade científica;

» adequar-se ao nível, índole ou características do curso em questão;

» ajustar-se às características previsíveis do grupo destinatário;

» ser altamente flexível para se adaptar aos contextos, níveis, estilos e ritmos diferentes de aprendizagem e

» finalmente, orientar e propiciar sempre a aprendizagem autônoma de um aluno, que está distante da orientação face a face com o professor.

Leia o artigo “Características de um bom material impresso para Edu-cação a Distância (EaD)”, de Maria Umbelina Caiafa Salgado, disponível no seguinte endereço eletrônico:

http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/EaD/pgm3.htm

Acessado em: 24 set. 2007.

Lembremos que o processo de aprendizagem dos alunos é facilitado quando o conteúdo é significativo e relacionado com o seu projeto de vida, não é mesmo? Por isso, para compreender os requisitos de um bom material impresso para EaD, é necessário partirmos da análise do proces-so de ensino e aprendizagem tal como ele ocorre na educação presencial, em que o calor humano e a possibilidade de observação direta facilitam:

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• a sensibilização dos alunos para o que vai ser ensinado/aprendido;

• a apresentação do conteúdo e sua organização lógica;

• a percepção imediata pelo professor de qualquer problema quanto à compreensão do que está sendo focalizado;

• a pronta correção de enganos e erros;

• a informação ao aluno sobre seus acertos e dificuldades;

• a proposição de atividades complementares ou de reforço.

Na comunicação a distância, Perez e Castillo (1991) acreditam que o docente atua como mediador pedagógico entre a informação e a apren-dizagem dos alunos. Segundo os autores, a mediação pedagógica acon-tece através dos textos e por meio de outros materiais colocados à dis-posição do aluno. Materiais estes que precisam passar por tratamento a serviço do ato educativo.

Assim, a mediação pedagógica deve se manifestar sob vários aspectos. No tratamento temático, por exemplo, ela se manifesta a partir de um conteúdo pensado para esse objetivo, colocando a informação acessível, clara e bem organizada em função da autoaprendizagem. No tratamento pedagógico, esta mediação se realiza em função de um propósito claro: fazer com que a autoaprendizagem se converta em um ato educativo e se manifeste através de exercícios que enriqueçam o texto, buscando referên-cias na experiência e no contexto do educando. Já o tratamento formal da mediação pedagógica dá-se por meio dos recursos expressivos elaborados no material impresso. Dentre estes recursos, destacam-se a diagramação, o tipo de letras adotado (tipografia), as ilustrações, entre outros.

O material impresso que você está utilizando nesta Disciplina, assim como os outros que acompanharão todas as disciplinas do seu Curso, foi elabora-do seguindo esses parâmetros que vimos até agora. Observe nas figuras que seguem as principais formatações que revelam esses cuidados.

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Unidade 05 - Estudar e aprender em um curso à distância

5 Esta Unidade tem como objetivo principal capacitá-lo a estudar e a aprender à distância, enfatizando a importância da colaboração e cooperação neste contexto educacional. Dicas e técnicas de estudo serão apresentadas com a intenção de ajudá-lo a organizar seus estudos e melhorar seu desempenho acadêmico. Também apresentaremos a concepção que temos de Educação sobretudo de Educação a Distância, para que você perceba quais foram os pressupostos que nortearam a construção do seu Curso.

UNIDADE 5 - Estudar E Aprender Em Um Curso À Distância

“Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os homens se educam juntos, na transformação do mundo.”

PAULO FREIRE

Ao analisarmos estas frases de Freire (1997, p. 68), percebemos que só existe educação se dois ou mais indivíduos estiverem interagindo e co-laborando entre si, transformando o mundo. Ou seja, para que a apren-

colaborativo, no qual todos (e cada um) se posicionem como aprendizes e, ao mesmo tempo, estejam dispostos a trocar e a ensinar.

Na EaD acontece um processo de apropriação tecnológica do ensino. Por meio da Internet contróem-se ambientes colaborativos de aprendi-zagem, os chamados AVEAs (Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendi -zagem).

Então, em uma experiência como esta em que você se encontra, (estu-dando à distância, com seu computador conectado à Internet) é neces-sário que você esteja consciente sobre algumas questões, como veremos nas próximas seções.

você irá aprofundar algumas questões relativas à aprendizagem ao es-tudar à distância.

�.� APRENDIZAGEM Para que possamos entender como aprendemos, principalmente neste novo

contexto – EaD via Internet interativa e colaborativa – precisamos ter clareza de alguns conceitos como aprendizagem, estilos de aprendizagem, colabora-ção e cooperação.

Comecemos então pelo o que entendemos por aprendizagem. A palavra aprendizagem origina-se do latim apprehendere e designa a ação de aprender, tomar conhecimento (CUNHA, 1982, apud TORRES, 2002, p. 38). A aprendi -

seu conhecimento (TORRES, 2002, p. 38).

Aprender significa adquirir, apoderar-se. Quem aprende algo, apodera-se desse algo. Aprender é uma ação dinâmica que se estabelece entre um conhecimento já aprendido e um novo a adquirir. Assim, quem aprende algo é capaz de extrapolar esse conhecimento.

Aberturas de capítulos: sempre estarãoposicionadas em uma página par, e sãocompostas do número do capítulo, título e uma breve introdução ao tema.

Cabeçalho: dispostos na parte superior das páginas, contendo o título do livro nas páginas pares e número e título das unidades nas páginas ímpares

Respiro: espaço destinado a anotações dos alunos.

Glossários: explicações sobre siglas e conceitos que devem ser enfatizados.

Chamadas: conteúdos em destaque, como comentários dos professores, links, etc.

Escolha tipográ�ca: seleção de tipos e tamanhos de fonte que evitam o cansaço visual do leitor.

Figura 3.1 – Formatação do material impresso: capa e contracapa

Figura 3.2 – Formatação do material impresso:

capítulos, escolha tipográfica e cabeçalhos

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Curso de Graduação em Ciências Contábeis a Distância

teleconferência

Características

A teleconferência é um programa produzido em um estúdio de televi-são e recebido, via rede aberta, por parabólicas sintonizadas em canais que viabilizam o sinal adequado para a sua transmissão.

Figura 3.3 - Teleconferência: produção, transmissão e audiência

Apesar de poder ser realizada das mais variadas maneiras, o formato mais comum de uma teleconferência é o de palestras ou debates de especialistas, com a transmissão de som e imagem simultâneos, que permitam a parti-cipação da audiência no mesmo momento do programa, geralmente para perguntas ou opiniões, por meio de áudio (telefone), fax ou e-mail. Os mes-mos critérios de qualidade que se aplicam à produção de programas televisi-vos também se aplicam às teleconferências. O desenvolvimento técnico e a linguagem adotada em teleconferências, notadamente, seguem parâmetros característicos da produção televisiva.

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

A teleconferência pode ser realizada como um programa único ou, o que é mais comum, fazer parte de uma série de programas dentro de uma temática determinada, com horários predeterminados e conhecidos pela audiência, para que todos possam assistir. Estes programas também po-dem ser assistidos pelo AVEA, durante ou depois da sua realização.

Seu uso no ensino tem como função permitir que alunos obtenham educação e treinamento em sua própria comunidade, em ambientes al-ternativos (escola, local de trabalho, residência), sem a necessidade de deslocamento para a aprendizagem. Uma das suas maiores vantagens, certamente, é poder ter contato com experts mundiais, situados em qual-quer ponto do Brasil (e do mundo) e interagir com eles ao vivo!

Uso na EaD

Geralmente realizada por satélite, a teleconferência pode ser usada na Educação a Distância quando se pretende alcançar uma grande popu-lação dispersa por um largo território. Sua função, num programa de Ensino a Distância, pode ser a de difundir ou levantar questões, ou ainda esclarecer dúvidas que interessem de uma vez só a um grande número de alunos. A transmissão pode anteceder ou ser complementada com apostilas escritas, fitas de vídeo ou outros tipos de material didático. A recepção pode ser feita de forma aberta ou controlada, individualmente, ou em grupos localizados em telepostos, com a presença de tutores que animam a discussão levantada pela teleconferência.

No caso da UAB, e do nosso Curso especificamente, a teleconferência não faz parte das mídias utilizadas. Mas sempre é possível, nos polos, fazer parte de uma teleconferência, já que as salas podem ser equipadas com aparelhos de TV a cabo ou parabólicas para receber programas via satélite.

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Videoconferência

Características

Como você viu, a teleconferência consiste na geração de palestras via satélite, apresentações de expositores ou aulas com a possibilidade de interação por meio de fax, telefone ou internet. As teleconferências são transmitidas ao vivo, para um largo número de pontos geograficamente dispersos em um território.

Já a videoconferência, também transmitida ao vivo, é o meio de comunica-ção que mais se aproxima da situação convencional da sala de aula, porque possibilita a conversa em duas vias, permitindo que o processo de ensino/aprendizagem ocorra em tempo real (on-line) e possa ser interativo, com transmissão simultânea de imagem e som. Ao mesmo tempo em que o professor explica um conceito, pode acrescentar outros recursos pedagógi-cos, tais como gráficos, projeção de vídeos, pesquisa na internet, imagens bidimensionais em papel ou transparências, arquivos de computador, etc. O sistema permite ainda que o aluno das salas distantes possa tirar suas dúvi-das e interagir com o professor no momento da aula, utilizando os mesmos recursos pedagógicos para a comunicação.

A sua transmissão pode acontecer tanto por satélite, como pelo envio dos sinais comprimidos de áudio e vídeo por linhas telefônicas. Professores e alunos se comunicam pelos microfones e se veem nos monitores que mos-tram as imagens captadas pelas câmeras que fazem parte do sistema. A vi-deoconferência pode ter dois formatos: desktop ou sala. O desktop refere-se à comunicação pela internet por meio de uma pequena câmera (webcam) e de um microfone acoplado a um microcomputador. A sala de videoconfe-rência pode ter um formato semelhante ao de uma sala de aula tradicional, com as cadeiras dispostas em fileiras voltadas para frente da sala, onde, em geral, fica a mesa com os periféricos e os monitores de TV.

Uso na EaD

A Educação a Distância por videoconferência pode ser considerada uma alternativa de formação profissional, tanto para empresas que querem trei-nar seus empregados, como para instituições educacionais que querem ca-pacitar seus professores. Em termos de vantagens econômicas, a videocon-

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

ferência permite dispensar treinamento diretamente no local de trabalho ou nas instituições educacionais que possuam o equipamento necessário. O uso da videoconferência reduz os custos de transporte e de alojamento, além de evitar os deslocamentos, tanto de alunos como de professores, e a necessária substituição dos que saem para estudar.

No caso da sala voltada apenas para a transmissão, o equipamento de videoconferência e os periféricos são colocados de frente para um mo-nitor de TV, que tem acima dele a câmera da sala. O objetivo é permitir que o professor ou palestrante tenha todos os recursos audiovisuais à sua disposição, sem que tenha que se mover para isso.

O tipo mais simples de videoconferência é o que liga duas salas, ou ponto a ponto. Ou seja, as pessoas de cada sala veem as de outras salas, e a comunicação acontece diretamente, após a conexão ter sido realiza-da. A comunicação é bastante facilitada, já que todos podem ver e ser vistos, e ouvir e ser ouvidos por todos os participantes, como representa a figura que segue

Figura 3.4 – Videoconferência ponto a ponto

A videoconferência multiponto permite realizar uma reunião com um grande número de salas interligadas. A pessoa que fala tem sua imagem enviada para todas as outras salas. Por não poder ver todas as salas ao mes-

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mo tempo, o professor precisa interagir de maneira dinâmica com todos os alunos, de modo que não perca o contato com eles, principalmente os mais calados ou menos participativos. Mais que o ponto a ponto, o multipon-to traz uma série de complicações tanto técnicas quanto pedagógicas, que crescem conforme o aumento do número de salas conectadas.

Figura 3.5 – Videoconferência multiponto

Nos polos da UAB, a videoconferência faz parte da infraestrutura bá-sica das salas de aula. Por essa razão, ela poderá ser usada em diversas situações, geralmente em multiponto.

Na Educação a Distância da UAB, a videoconferência tem uma função importante: a de socialização de ideias e do espaço de diálogo. Os pro-fessores vão poder apresentar suas ideias em uma sessão com todas as turmas da disciplina ou com algumas salas de cada vez. Também vai ser possível planejar algumas sessões interativas, por exemplo, para esclare-cimento de dúvidas ou apresentação de trabalhos e/ou seminários. Os professores também poderão acompanhar os exames a partir da tela da TV e, se for o caso, esclarecer dúvidas no mesmo momento da prova.

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

É importante saber que quanto mais salas e mais alunos participarem de uma videoconferência, menos interação haverá e vice-versa. Imagine o cenário de uma videoconferência com muitos alunos participando ao mesmo tempo: menor será a oportunidade de todos falarem.

Nas aulas por videoconferência, o som e a imagem merecem atenção especial. O som é fundamental porque é o modo de se comunicar com os outros participantes da aula. A qualidade da voz está relacionada à proximidade do falante ao microfone. Ou seja, quanto mais perto do microfone você falar, melhor será a qualidade do som transmitido. Por isso, é preciso tomar cuidado com o modo como se fala, sem gritar nem falar muito baixo. Sempre é bom lembrar que falar ao microfone repre-senta uma situação embaraçosa para a maioria das pessoas, mas na Edu-cação a Distância é preciso perder a vergonha e participar! No começo é mais difícil, mas, conforme as experiências vão se sucedendo, é comum que tanto os alunos como os professores fiquem mais à vontade. Com o propósito de facilitar a conversa, provavelmente o professor vai com-binar com os alunos algumas regras de som e silêncio, para que todos saibam como participar da aula.

Assim como no ensino presencial, na EaD também existem regras para participação em discussões. Nas videoconferências, essas regras depen-dem do professor: se ele vai abrir espaço para perguntas a cada interva-lo de tempo, se prefere ser interrompido a qualquer momento em que surjam dúvidas. Também é possível definir os procedimentos durante apresentações ou participações mais estruturadas dos alunos. De qual-quer modo, como regra básica, o microfone deve ser sempre desligado quando não estiver sendo usado, para evitar um desagradável efeito de eco, principalmente em aulas multiponto. Assim, enquanto o professor fala, os alunos permanecem em silêncio (com o microfone mudo), e vice-versa. E sempre é bom se identificar na hora de falar, para que to-dos, com o tempo, conheçam os colegas pelos seus nomes.

É importante que a imagem, em uma videoconferência, seja boa. Na sala de aula, vai ser possível controlar a câmera que mostra os alunos. Quem vai fazer esse papel é o técnico ou, talvez, o tutor queira assumir essa função. É bom que a turma saiba como funciona o equipamento e

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combine com o técnico ou com o tutor como será mostrada a sala. Cada vez que um aluno falar, é fundamental que ele fique bem visível para o professor e para os outros colegas de outras salas remotas. Aliás, essa combinação é fundamental para que as sessões sejam bem organizadas e produtivas e compensem o esforço de se dirigir até a sala de aula.

Na sala de aula da UAB, também vai estar disponível um computador, que pode ser usado nas sessões de videoconferência. Muitas salas de vi-deoconferência possuem ligação com a internet. Essa facilidade permi-te que tanto o professor como os alunos possam incluir, durante a aula, a apresentação de páginas da rede, softwares, jogos, demonstrações, ar-quivos, etc. No entanto, antes é preciso testar a visualização do material que se pretende utilizar para as salas remotas, já que a definição da tela da televisão, em geral, não é a mesma do computador.

O uso de programas de software gráfico como recurso didático é muito eficaz na videoconferência. Por isso, se o professor abrir espaço para se-minários ou apresentação de trabalhos dos alunos, é bom estar prepara-do. Slides produzidos em programas como o PowerPoint ou CorelDraw podem ser apresentados através do computador ligado diretamente no sistema de videoconferência, sem necessidade de imprimir ou copiar em papel. Esses mesmos arquivos podem ser publicados no ambiente de aprendizagem, antes ou depois da apresentação, para que sejam sociali-zados com o professor e com os colegas.

Dicas para a formatação de material a ser utilizado em videoconferências

Quando você for fazer uma apresentação (em PowerPoint) em uma aula por videoconferência, procure seguir estas dicas de formatação:

• ao configurar as páginas, use a opção “Paisagem” para suas apresentações;

• cuidado com as cores dos seus slides. Use tons contrastantes: para o fundo, use preto ou azul ou verde escuro; para a frente ou texto, use branco, cinza pálido ou tons de amarelo. Não use tons de vermelho, eles “rasgam” na tela. Amarelo é uma ótima cor para destacar/iluminar o texto;

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

• use um estilo sem serifa. As fontes mais legíveis são: Arial, Futura, Lucida, Verdana e Officina;

• use negrito para enfatizar palavras;

• não use itálico (exceto para nomes científicos);

• evite a utilização de maiúscula em toda a palavra;

• utilize uma fonte maior do que 32 pontos para títulos. Utilize uma fonte maior do que 22 pontos para o texto principal. Colo-que no máximo sete palavras por linha e sete linhas por slide;

• evite embaralhar texto e imagens;

• seja breve;

• dê espaço entre as linhas para maior legibilidade e

• cheque a ortografia.

Essas dicas vão ajudar para que todos visualizem, sem dificuldade, o que vai ser mostrado. Uma outra maneira de tornar mais dinâmica e agradável uma apresentação pela videoconferência é alternar a imagem do computador para os apresentadores, mostrando a imagem da tela para ilustrar o que a fala está dizendo, mas não o tempo todo. É mais interessante ver de vez em quando o rosto de quem está falando.

Agora que você conhece como é produzida e quais são as principais características da videoconferência, observe os detalhes que vimos an-teriormente em suas aulas transmitidas nesse formato. Preste atenção nas regras estabelecidas e no seu cumprimento. Anote o que achar mais importante sobre o andamento, a transmissão e os recursos usados, para avaliá-los quando for necessário.

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3.3 EAD ViA iNtERNEt

O fascínio que a internet exerce sobre as pessoas pode estar relacionado à li-berdade e à capacidade que esta ferramenta nos oferece de nos relacionarmos com o tempo e com o espaço de uma forma muito mais flexível.

Wolton (2003) acredita que as novas tecnologias e a internet detêm a lide-rança nesse processo, alimentando no imaginário social do final do século XX mitos e utopias revolucionárias, especialmente nos jovens, encorajando o “faça você mesmo”, as capacidades de ação e criação. Segundo esse autor, três palavras são essenciais para compreender esse fascínio: autonomia, domínio e velocidade.

Navegar na internet dá ao usuário o poder de agir sem intermediários, filtros, hierarquia e em tempo real, gerando uma sensação de liberdade absoluta, livre das amarras do tempo, num infinito supermercado disponível para o consumo de informação e de comunicação.

É devido à possibilidade de diálogo, da criação de uma comunidade virtual de aprendizagem, do estabelecimento de uma comunicação em duas vias, in-dependente do tempo e do espaço, e pela facilidade da troca de todo tipo de documentos entre os integrantes de um grupo de aprendizes e professores, que a internet tem se apresentado como um promissor meio para se fazer Educação a Distância.

Em outros tempos, as coisas eram um pouco diferentes. No começo, na déca-da de 1960, a internet servia aos EUA como meio de comunicação militar em tempos de Guerra Fria. Com a apropriação social desta tecnologia, a internet pôde começar a servir diversos setores da sociedade, entre eles, a educação. A internet acrescentou aos projetos de Ensino a Distância ferramentas valiosas que, com uma exploração profunda, enriqueceram o seu conceito.

Há pouco mais de dez anos, a Internet era apenas uma nova tecnologia. Usa-da raramente nas escolas e em alguns negócios, ela exigia um grau mais eleva-do de conhecimento para navegação e alcançava mais ou menos 100 pontos de interligação no mundo. Hoje existem milhões de pontos interligados em todos os cantos mundo, um ambiente fácil, colorido, interativo e estimulante. Não há como negar que, em tão pouco tempo, um enorme crescimento e avanço abriu um vasto mundo de informação e aprendizagem!

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

As tecnologias interativas vêm evidenciando, sobretudo na Educação a Dis-tância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a inte-ração e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo. Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se altera. Podemos ter professores externos compar-tilhando as aulas, professor de fora entrando com sua imagem e voz na aula de outro professor. Com isso, há possibilidades de maior intercâmbio de saberes, uma vez que cada professor pode colaborar com seus conhecimentos específicos no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância.

Características

Entre as diversas apropriações de tecnologias para EaD, encontram-se os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEAs), que têm o objetivo de permitir que conhecimentos sejam disponibilizados a di-ferentes grupos de estudos de forma mais rica e interessante, utilizando recursos multimídia da internet. Catapan, Mallmann e Roncarelli (2006) sugerem a utilização dessa definição, acrescentando ensino ao antes chamado Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA. Para os autores, AVEAs são “sistemas que integram diversas ferramentas de comunica-ção digital, organizadas em uma proposta pedagógica”.

Para Galvis (1992, p. 52) o ambiente de aprendizagem se configura como “um sistema que fornece suporte a qualquer tipo de atividade realizada pelo aluno, isto é, um conjunto de ferramentas que são usadas em diferentes situações do processo de aprendizagem”.

Outra autora, Santos (2003, p. 224) afirma que os AVAs (ou AVEAs) “agregam interfaces que permitem a produção de conteúdo e canais va-riados de comunicação; permitem também o gerenciamento de banco de dados e o controle total das informações circuladas pelo ambiente”.

Também para o JISC ( Joint Information Systems Committee), institui-ção inglesa que oferece consultoria na área de tecnologias de informa-ção para instituições de ensino, o termo AVA (ou AVEA) refere-se aos componentes das ferramentas dos sistemas, nas quais alunos e tutores participam de vários processos de interação on-line, inclusive de ativida-des de ensino-aprendizagem.

Brandon Hall (apud Keegan et al. 2002, p.28) define um AVA (ou AVEA) como:

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Um software concebido como uma solução “tudo em um”, podendo facilitar a aprendizagem on-line numa organização. Inclui as funções de um sistema de gestão de aprendizagem para os cursos do ambiente de aprendizagem, mas poderá não estar apto a localizar cursos on-line que não tenham sido criados.

Podemos sintetizar que um AVEA é o espaço em que as interações e a fa-cilitação da aprendizagem acontecem de forma organizada, no ciberespaço.

O AVEA permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos; apre-sentar informações de maneira organizada; desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento; elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos. Isso tudo porque o AVEA não é apenas um ‘software usado no ensino’. É, sim, uma plataforma virtual peda-gogicamente elaborada para o amplo desenvolvimento da aprendizagem.

As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar. O design edu-cacional de um AVEA é revisto e reelaborado continuamente no anda-mento da atividade (ALMEIDA, 2003).

Gamez (2004, p.44) destaca que grande parte dos AVEAs hoje existen-tes, comercializados ou não, não tem a intenção de simplesmente repro-duzir o ambiente de sala de aula, transferindo-o para o espaço virtual, mas fornecer tecnologias para proporcionar aos alunos novas ferramen-tas que facilitem a situação de aprendizagem.

Para o autor, “esses ambientes procuram abranger um alcance maior de diferentes metas e estilos de aprendizagem, encorajando o aprendiza-do colaborativo baseado em recursos que permitem um maior compar-tilhamento da informação”.

Esses espaços virtuais de aprendizagem oferecem condições permanentes de interação entre os seus usuários. A hipertextualidade facilita a propaga-ção da colaboração e da cooperação entre os seus participantes, para fins de aprendizagem. A conectividade garante o acesso rápido à informação e à comunicação interpessoal, em qualquer tempo e lugar, sustentando o de-senvolvimento de projetos colaborativos. A interatividade, a conectivida-de e a hipertextualidade garantem o diferencial dos ambientes virtuais para aprendizagem individual e também em grupo.

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

Uso na EaD

A adoção desses ambientes, apoiados pelas TICs, permite que ocor-ra mais facilmente o processo de ensino-aprendizagem através da me-diação pedagógica entre os integrantes do curso (alunos, professores e agentes de EaD), geograficamente dispersos.

Para ser eficiente, um AVEA deve apresentar uma interface visual ami-gável. Com recursos gráficos e textuais bem legíveis; uma boa condição de navegabilidade entre as páginas, totalmente interativa, que atenda aos alunos de modo eficaz. Em qualquer espaço do ambiente, devem ser oferecidas contribuições que possam desenvolver as habilidades, conhe-cimentos e interesses dos seus usuários (Silva, 2001).

Obviamente, não podemos analisar os AVEAs apenas como ferramentas tec-nológicas. É necessário avaliar as concepções de comunicação e de aprendiza-gem utilizadas pelos autores e gestores da comunidade de aprendizagem.

Nesse espaço virtual, alunos, tutores e demais agentes envolvidos em pro-cessos de Educação a Distância têm acesso a conjuntos variados de ferramentas para interação e comunicação, como o correio eletrônico, chats, fóruns etc.

Algumas características importantes de AVEAs são citadas por Maia e Garcia (2000). Conforme colocado pelos autores, os AVEAs:

» oferecem independência monitorada aos aprendizes;

» enfatizam a aprendizagem;

» integram sistemas interativos e comunicativos visando a um pro-pósito educacional;

» dão suporte a diferentes estratégias didáticas que buscam a parti-cipação ativa e significativa dos alunos;

» abrangem possibilidades didáticas de aprendizagem tanto indivi-duais como coletivas;

» oferecem possibilidades de escolha sobre quais caminhos podem levar à aquisição do conhecimento;

» abrem possibilidades de exposição de opiniões e da produção inte-lectual de seus usuários e

» abrem possibilidades de acesso a outros endereços na internet, como forma de expansão e enriquecimento de conhecimentos

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Como você viu durante a oficina virtual que você fez antes de iniciarem as Disciplinas do primeiro semestre, o AVEA do seu curso é estruturado com base na Plataforma Moodle (LMS – Learning Management Sys-tem). O Moodle é um Sistema de Gestão de Aprendizagem em trabalho colaborativo que foi criado em 2001 pelo educador e cientista computa-cional Martin Dougiamas. Todo esse Sistema, vale dizer, é baseado em uma proposta pedagógica socioconstrutivista.

A plataforma educacional Moodle é, na verdade, um ambiente de có-digo aberto, livre e gratuito. É um software utilizado para produzir e gerenciar atividades educacionais baseadas na internet, disponobilizan-do: avaliação do curso, blogs, chats, diários, fóruns, gestão de conteúdos, glossário, lição, materiais educacionais, pesquisas de opinião, questioná-rios, rótulos/legendas, tarefas, workshop, etc. Com todas estas ferramen-tas, há possibilidades de aplicação em diferentes práticas pedagógicas!

Como é um programa livre (open source), ou seja, que tem seu código aberto, qualquer pessoa devidamente habilitada e com conhecimento em programação pode aprimorar e adicionar novas ferramentas ao Moodle, beneficiando os usuários do sistema. É possível “baixá-lo”, usar, modificar e distribuir conteúdo, seguindo apenas os termos estabelecidos pela General Public License – GNU. Ele pode ser executado sem nenhum tipo de altera-ção, em sistemas operacionais que suportam a linguagem PHP.

Atualmente, o Moodle possui uma ampla e diversificada comunidade de usuários em 195 países e está disponível em 70 idiomas, entre eles: alemão, árabe, catalão, chinês (simplificado e tradicional), dinamar-quês, eslovaco, espanhol (da Espanha, do México, da Argentina e outras versões caribenhas), finlandês, francês (da França e do Canadá), grego, holandês, húngaro, indonésio, inglês (GB e USA), italiano, japonês, no-rueguês, polonês, português (Portugal e Brasil), romano, russo, sueco, tailandês, tcheco e turco.

A internet e o uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem ampliam a presença da chamada “multimídia” na EaD, que aparecerau com a che-gada do computador.

A GNU, Licença Pú-blica Geral, garante a

liberdade de comparti-lhar e alterar softwares

de livre distribuição, tornando-os de livre

distribuição também para quaisquer

usuários.

PHP, atualmente, é a sigla para Hypertext

Preprocessor, mas origi-nalmente significou

Personal Home Page, e se destaca entre as

linguagens por ser multiplataforma (en-quanto outras rodam

somente em uma plataforma), ou seja,

aceita vários sistemas operacionais, como

Windows, Unix, Linux, etc. Além disso, ela é de fácil aprendizado,

pois permite a conexão direta com uma grande

quantidade de bancos de dados relacionais.

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

Para saber mais sobre Moodle, acesse http://www.moodle.org

Se você quer aprender mais sobre o conceito de “virtual’” não deixe de visitar:pt.wikipedia.org/wiki/virtual.

Sobre Ambientes Virtuais de Aprendizagem, pesquise em:http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/030tcc5.pdf

http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/072-TC-C2.htm

http://www. eca. usp. br/prof/moran/inov. htmAcessos em: 24 set. 2007.

REsUMO

Nesta Unidade, você teve a oportunidade de conhecer as diversas mídias utilizadas em EAD, bem como conhecer as suas características e as suas aplicações nesta modalidade de educação.Com certeza, você pôde constatar o quanto o material impresso é impor-tante na EaD! Ele ainda é uma das mídias mais utilizadas nesta modalidade de educação. Sem dúvida, este material marcará a sua trajetória de estudos, uma vez que a sua familiaridade em relação a ele provavelmente é maior do que com outras mídias. O material impresso será uma ferramenta indispen-sável, que irá garantir que você possa efetivamente estudar em qualquer hora e lugar!Outras mídias importantes em EaD são a videoconferência, a internet e o AVEA. Estas mídias permitirão que você interaja em tempo real (ou não!) com os seus colegas de outros polos, professores e tutores. É importante que você construa uma familiaridade com as características e as aplicações destas mídias, pois elas serão utilizadas com frequência no decorrer do cur-so. Conhecê-las irá permitir que você se sinta cada vez mais confortável e à vontade para utilizá-las!

Saiba mais

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Curso de Graduação em Ciências Contábeis a Distância

Nesta atividade, você vai retomar as suas anotações feitas na Ativida-de de Aprendizagem 3, da Unidade 2. Volte ao site da instituição par-ticipante do sistema UAB que você selecionou. A seguir, veja a relação das mídias utilizadas nos cursos e como elas são aplicadas, e compare com o que você leu nesta Unidade. Discuta com seus colegas no Fórum Atividade 4, colocando as suas opiniões sobre o uso dessas mídias na instituição selecionada: você acha que este uso está adequado? Por quê? Disserte sobre o assunto e publique seu texto no AVEA..

Para enriquecer a sua discussão no Fórum, leia o texto “Gestão e uso de Mídias em projetos de Educação a Distância”. Este artigo foi redigido pela professora Vani Kenski, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e encontra-se disponível no endereço:

http://www.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_1_n_1_dez_2005/vanikenskiartigo.pdf

Acesso em: 25 set. 2007.

Você agora já deve estar familiarizado com o AVEA do seu curso. É neste espaço virtual que as principais interações acontecem. Você concorda com essa afirmação? Por quê? A partir de suas reflexões, crie um pequeno texto (pode ser em PowerPoint, inclusive) em que você irá apresentar o AVEA a um colega que acabou de entrar no curso. Por uma razão qualquer, seu colega não tem o material impresso em mãos para saber o que é e como funciona o AVEA. Como você o introduziria nesse ambiente virtual? Quais dicas você daria para ajudá-lo a compreender rapidamente a Plataforma? Quais ferramentas do AVEA são indispensáveis para que seu colega possa interagir com os tutores, professores e com todos os colegas de Curso?

Publique seu texto no espaço específico disponibilizado no AVEA da disciplina.

Atividade de Aprendizagem 4

Atividade de Aprendizagem 5

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Unidade 3 - As mídias na Educação a Distância

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Anotaçõesd m a

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