Aspectos Legais da Gestão de Recursos Hídricos Compartilhados. CAP... · Projeto de Tratado de...
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Estrutura Legal e Regulatória
para a Implementação da GIRH
Aspectos Legais da Gestão
de Recursos Hídricos Compartilhados
Meta e objetivos do capítulo
Meta
A meta deste capítulo é rever o papel e a relevância das leis
internacionais na promoção da GIRH cooperativa e na prevenção de
conflitos relativos aos recursos hídricos internacionais compartilhados.
Objetivos
entender como a estrutura internacional legal e institucional interage
com a legislação a nível nacional;
entender a necessidade de reforçar a cooperação em matéria de
gestão conjunta dos recursos hídricos compartilhados, e
entender a importância e a necessidade do direito internacional dos
recursos hídricos compartilhados para a implementação bem sucedida
da GIRH.
Apresentação geral
Introdução
Acordos Internacionais da
Água
Documentos Internationais
Princípios
Conclusões
Questões
Introdução
CURSO D’ÁGUA
Não reconhecimento das fronteiras
demarcadas pelos Estados
O ciclo hidrológico
não considera os limites territoriais
Esse interesse pode criar conflitos
Os Estados têm
interesses econômicos, políticos ou estratégicos.
Existem…
Vinte e um países inteiramente dentro
de bacias hidrográficas internacionais • Necessidade de
acordos internacionais de
águas
145 nações que possuem parte
do seu território numa
bacia hidrográfica internacional
263 bacias hidrográficas
internacionais que atravessam as
fronteiras de 2 ou mais Estados
Acordos Internacionais da Água “direito internacional
de usos na navegação”
“direito internacional dos usos d’água”
Alguns acordos
Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas de
Importância Internacional (1971)
A Convenção de Combate à Desertificação (Paris,
1994)
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito dos
Usos dos Cursos de Água Internacionais para fins
distintos da Navegação (Nova York , 1997)
Documentos Internacionais
Entre outros:
• Acordos internacionais - tratados
• Decisões dos tribunais
internacionais
• Estudos e declarações feitas por
organizações não
governamentais internacionais
• Documentos de associações
internacionais de Direito
• Declarações e posições
Fontes de direito
internacional de águas
Documentos da Associação Internacional de Direito (ILA)
• Definição de rio internacional
• Soberania do Estado
• Diligência razoável
Resolução de Dubrovnik (1956)
• Regras do direito consuetudinário internacional
• Conflitos de águas internacionais
• Definição de bacia de drenagem
Regras de Helsinque sobre a utilização das águas dos rios(1966)
• Interdependência hidráulica
• Proteção de águas subterrâneas
• Gestao das águas subterrâneas e águas de superfícies
Regimento de Seul sobre águas
subterrâneas internacionais (1986)
Declarações e Posições
“Regras de Berlin”: Associação Internacional do
Direito – Conferência de Berlim sobre a Lei dos
Recursos Hídricos (2004)
Projeto de Tratado de Bellagio (1987)
A Declaração de Alicante. A Importância Global
das Águas Subterrâneas. Um convite à ação pelo
uso, a gestão e a governança responsáveis (2006)
Acordos e Princípios Internacionais
Acordos internacionais
Outros documentos
internacionais
Princípios
Princípios do Direito Internacional
O Direito Internacional é um
conjunto de regras e
princípios que regem as
relações e os acordos entre
as nações
Por meio da evolução do
direito internacional da
água, diversos princípios
foram definidos.
a) O Princípio da Equidade
Nascido na jurisprudência de
alguns Estados
As Regras de Helsinque
(1966):
A equidade reconhece o direito
ao aproveitamento razoável e
equitativo na utilização ótima e
sustentável das águas dentro da
área de jurisdição de cada
Estado.
EQUITATIVO IGUAL
“sic tutere tuo ut alienum not laedas”
b) Obrigação de não causar dano
significativo
Obriga um Estado a impedir em seu
território atividades que possam afetar
os direitos de outros Estados ou de seus
habitantes.
“sic utere tuo ut alienum non laedas”
“não faça aos outros o que não quer
quer façam com você”
Regras de Helsinque: Artigo 10
Convenção de Nova York:
Os Estados do mesmo curso d’água, ao
utilizar um curso d’água internacional
em seus territórios, tomam toda as
medidas adequadas para impedir que
causem danos significativos a outros
Estados do curso d’água.
c) Obrigação geral de cooperar
Igualdade Soberana
Benefício Mútuo
Integridade Territorial
Boa-fé
d) Princípio de intercâmbio regular de dados e
informações
Uma regra consuetudinária
indiscutível, aceita por muitos
documentos internacionais
relacionados à água
• Convenção de Nova York: duas
perspectivas diferentes, ou seja,
dados prontamente disponíveis e
dados não prontamente disponíveis
• Regras de Helsinque: Incluindo a
necessidade de informações
relevantes razoavelmente
disponíveis para evitar conflitos
entre Estados da Bacia Hidrográfica
Princípios de Direito Internacional que governam a
gestão de todas as Águas
a. Gestão participativa da
água
b. Gestão compartilhada
c. Gestão integrada
d. Sustentabilidade
e. Minimização do perigo (risco)
ambiental
Gestão participativa da Água
PARTICIPAÇÃO
Planejadores
Usuários
Formuladores de políticas
públicas
EDUCAÇÃO
Sustentabilidade
Segundo as Regras de Berlim, uso sustentável significa: “a gestão integrada dos recursos para assegurar o uso eficiente da água e o acesso equitativo a ela, para o benefício das gerações atuais e futuras , ao mesmo tempo preservando os Recursos renováveis e mantendo os não renováveis pelo máximo de tempo razoavelmente possível .”
Gestão Conjuntiva
ESTADO 1 ESTADO 2
Os Estados devem envidar todos os esforços para gerir as águas de superfície,
subterrâneas e outras águas pertinentes de forma unificada e abrangente.
Gestão Integrada
Um processo de gestão que
promove o desenvolvimento e a
gestão coordenados da água, da
terra e dos recursos
relacionados, a fim de
maximizar o bem-estar
econômico e social resultante
desse processo de forma
equitativa, sem comprometer a
sustentabilidade dos
ecossistemas vitais.
Minimizando o risco ambiental
Regras de Berlim (artigo 8):
os Estados devem tomar
todas as medidas adequadas
para evitar ou minimizar o
risco ambiental
O princípio de minimização
de riscos ambientais visa
evitar os danos à água e os
danos causados pelo uso da
água
Conclusões
Cada Estado interessado tem o direito de ter um sistema de
curso de água considerado como um todo, e ter os seus
próprios interesses considerados em relação aos de outros
Estados.
É necessário implementar a GIRH como processo de gestão
que promove o desenvolvimento e a gestão coordenados da
água, da terra e dos recursos relacionados, a fim de
maximizar o bem-estar econômico e social resultante de
forma equitativa.
É importante que os acordos internacionais da água definam
ferramentas para melhorar a verificação das obrigações e
dos direitos entre os Estados
Pense nisso
A lei representa a realidade e as necessidades da sociedade. Você
acha que os acordos internacionais da água fazem o mesmo?
Um acordo internacional sobre as águas garante a proteção dos
recursos hídricos?
Olhando para o futuro
Quais os componentes necessários para aumentar a
eficiência dos acordos internacionais sobre a água?
Quais são as principais diferenças entre um acordo e
uma declaração?
Como podem essas duas questões levar a conflitos?
Próxima sessão: Resolução Alternativa de Conflito