ATENÇAO FARMACEUTICA - RELATÓRIO OFICINA

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  • 8/4/2019 ATENAO FARMACEUTICA - RELATRIO OFICINA

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    Relatrio da Oficina de Trabalho

    ATENO FARMACUTICA NO BRASIL:Trilhando Caminhos

    LOCAL: Hotel Beira Mar

    ENDEREO: Av. Beira Mar, 3113

    Fortaleza - CE

    DATA: 11 a 13 de setembro de 2001

    HORRIO: 8:00 s 18:00 h

    PROMOO E REALIZAO

    Conselho Federal de Farmcia (CFF)Federao Nacional dos Farmacuticos (FENAFAR)Ministrio da Sade (MS)Rede UNIDASecretaria Estadual de Sade do Cear (SESA/CE)Sociedade Brasileira de Farmcia Hospitalar (SBRAFH)

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    Comisso Organizadora:

    Nelly Marn Jaramillo (Coordenadora)

    Adriana Mitsue Ivama

    Bernadete Simas Macedo

    Isabel Cavalcanti Carlos

    Lcia Noblat

    Carlos Alberto Pereira Gomes

    Luiz Antonio Marinho Pereira

    Mauro Silveira de Castro

    Micheline Meiners

    Naira Vilas Boas Vidal de OliveiraNorberto Rech

    Regina SiqueiraSuzana Machado de vila

    Irene Francisca Rosa da Silva (Secretria)

    Relatores:

    Adriana Mitsue Ivama

    Lucia Noblat

    Naira Villas Boas Vidal de Oliveira

    Nelly Marn Jaramillo

    Norberto Rech

    Suzana Machado

    Endereo para correspondncia:

    [email protected]

    Dra. Nelly Marn Jaramillo

    Consultora de Medicamentos e Tecnologias

    OPAS/OMS

    Setor Embaixadas Norte Lote 19

    CEP 70294-070 Braslia-DF

    Tel (61) 426-9522 Fax: ( 61) 321 1922

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    Sumrio

    1. Apresentao...........................................................................................................5

    2. Antecedentes ...........................................................................................................6

    3. Contextualizao .....................................................................................................7

    3.1 O Farmacutico no SUS...................................................................................83.2 A busca por outros referenciais ........................................................................93.3 A transformao da realidade do pas ............................................................10

    4. Subsdios para a realizao da oficina................................................................11

    5. Objetivos ................................................................................................................12

    5.1 Objetivo Geral................................................................................................125.2 Objetivos especficos......................................................................................12

    6. Metodologia de trabalho .......................................................................................13

    6.1 Etapas do Processo ........................................................................................136.1.1 Condies Necessrias....................................................................................... 136.1.2 Preparao do Encontro ..................................................................................... 146.1.3 Sesso do Grupo Nominal (desenvolvimento).................................................... 146.1.4 Plenria ............................................................................................................... 14

    6.2 Perguntas norteadoras para os grupos de trabalho........................................14

    7. Resultados da oficina ...........................................................................................16

    7.1 Contexto da Prtica Farmacutica no Brasil ...................................................167.2 O que se entende sobre Assistncia Farmacutica ........................................17

    7.2.1 Recomendao ................................................................................................... 177.2.2 Comentrios ........................................................................................................ 18

    7.3 O que se entende por Ateno Farmacutica ..............................................187.3.1 Recomendao ................................................................................................... 197.3.2 Comentrios ........................................................................................................ 19

    7.4 Componentes da prtica profissional para o exerccio da AtenoFarmacutica no Brasil ...................................................................................19

    7.4.1 Recomendaes ................................................................................................. 207.5 Estratgias de ao para promoo da Ateno Farmacutica como parte do

    processo de ateno sade.........................................................................207.5.1 Macro-Estratgias no mbito poltico .................................................................. 21

    7.5.2 Macro-Estratgias no mbito da Organizao e Coordenao........................... 227.5.3 Macro-Estratgias no mbito da Divulgao e Informao................................. 227.5.4 Macro-Estratgias no mbito da Educao/Pesquisa......................................... 237.5.5 Macro-Estratgias no mbito Econmico ........................................................... 23

    8. Consideraes finais ............................................................................................25

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    Relatrio da Oficina de trabalho

    ATENO FARMACUTICA NO BRASIL: trilhando caminhos

    Fortaleza, 11 a 13 de setembro de 2001

    Caminhante no h caminho, faz-se caminho ao andar(Caminante no hay camino, se hace camino al andar)

    Antonio Machado

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    1. Apresentao

    A busca pela promoo da ateno farmacutica no Brasil no e no pode ser

    entendida como um evento isolado. Este movimento, que vem ganhando o centro de

    discusses entre pesquisadores, formuladores de polticas e profissionais, tem se introduzido

    no Brasil com diferentes vertentes e compresses.

    Este documento fruto da oficina de trabalho realizada em Fortaleza-CE, como

    parte das estratgias adotadas para a promoo da Ateno Farmacutica no Brasil. O

    documento traz a sntese dos entendimentos dos seus participantes, expressa atravs de

    reflexes, consensos e recomendaes.

    Os participantes recomendaram que o mesmo seja amplamente divulgado, no

    como um guia de prtica, e sim com a finalidade de subsidiar discusses em torno da busca

    de um consenso para a promoo da Ateno Farmacutica no pas.

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    2. Antecedentes

    Ao final de 2000 constituiu-se grupo de trabalho, nucleado pela OPAS, com o

    objetivo de promover a sistematizao das experincias e buscar estratgias para a

    promoo da Ateno Farmacutica no Brasil. Este grupo se reuniu pela primeira vez durante

    o III Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Farmcia Hospitalar em novembro de

    2000 em Salvador. Posteriormente, o grupo se reuniu na sede da OPAS/OMS (janeiro e julho

    de 2001).

    O grupo tem utilizado a internet como principal ferramenta para o desenvolvimento

    dos trabalhos, permitindo uma ampla participao dos segmentos interessados.

    Para que o processo fosse o mais participativo possvel, a proposta de trabalho

    adotada foi:

    a) Realizao de uma consulta atravs da pgina da OPAS1, para a apresentao de

    experincias e reflexes sobre Ateno Farmacutica;

    b) Construo coletiva de pr-consensos de conceitos e estratgias para a promoo da

    ateno farmacutica no Brasil na oficina de trabalho realizada em Fortaleza-CE,

    constantes deste relatrio;

    c) Ampla divulgao do documento de pr-consensos como instigador para a discusso

    em grupos e instituies, com o objetivo de obter contribuies para discusses

    ampliadas posteriores, principalmente:

    II Conferncia Nacional de Educao Farmacutica;

    I Conferncia Nacional de Medicamentos e Assistncia Farmacutica, com

    proposta de construo e adoo de um Consenso para a promoo da

    Ateno Farmacutica no Brasil.

    d) Seminrio Nacional de Ateno Farmacutica para disseminao do Consenso e

    estratgias para a promoo da Ateno Farmacutica no Brasil.

    e) Busca da implementao dos conceitos, estratgias e recomendaes consensuais.

    1 http://www.opas.org.br/projeto.cfm?codigo=11

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    3. Contextualizao

    Nos ltimos dez anos, desde que o conceito de ateno farmacutica foi definido

    por Hepler e Strand (1990), os progressos foram significativos. Calcula-se que cerca de vinte

    mil pacientes em todo mundo tenham sido beneficiados pela prtica da ateno

    farmacutica2.

    Esta prtica profissional est documentada, seu impacto avaliado e so

    claramente positivos os resultados publicados. De acordo com a anlise da literatura

    Pharmaceutical Care: 10 aosrealizada por Fernndez-Llims, F., Faus MJ e Martin Martin

    C3, na dcada de 90, foram publicados e posteriormente indexados nas fontes secundrias

    mais utilizadas um total de 2.510 trabalhos com a palavra-chave pharmaceutical care.

    Dentre os pases que mais contriburam na produo de trabalhos aparecem os EUA com

    1894, Reino Unido com 139, Holanda com 107, Canad com 92, Alemanha com 61, Espanha

    com 40, entre outros. Isto j d uma noo do que est acontecendo em nvel mundial nesta

    rea.

    Entretanto, devido ao limitado acesso ateno farmacutica, os nveis de

    morbidade e mortalidade associados ao uso de medicamentos no param de crescer. Nos

    EUA, o custo de doenas relacionadas ao medicamento triplicou nos ltimos cinco anos e

    atualmente excede U$ 175 Bilhes4. No Brasil, segundo os dados publicados pelo Sistema

    Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas, os medicamentos ocupam a primeira

    posio entre os trs principais agentes causadores de intoxicaes em seres humanos

    desde 1.996, sendo que em 1.999 foram responsveis por 28,3% dos casos registrados

    (SINITOX, 2000)5. Estes dados, alm de preocupantes no que se refere necessidade de

    adoo de medidas que previnam os agravos sade da populao, geram reflexos sobre os

    custos inerentes s aes desenvolvidas no prprio Sistema nico de Sade.

    Assim, fica claro que o realizado at hoje no suficiente. Um impacto duradouro

    e positivo sobre os resultados clnicos da farmacoterapia requer um compromisso bem maior

    dos farmacuticos com o uso dos medicamentos pelos pacientes, em todos os pases. Tanto

    os profissionais farmacuticos, mdicos, enfermeiros ou dentistas esto tica e moralmente

    2 STRAND, Linda M. Conferncia proferida durante o Forum 10 aos de Atencin Farmacutica em Granada, maio de 2001.3 Fernndez-Llims, Faus MJ e Martin Martin C.Anlisis de la literatura sobre Pharmaceutical Care: 10 aos. Granada:Universidad de Granada; 2001.4 STRAND, Linda M. op. Cit.5 SINITOX, Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas. Estatstica anual de casos de intoxicao eenvenenamento: Brasil, 1999. Rio de Janeiro: Fundao Oswaldo Cruz/Centro de Informao Cientfica e Tecnolgica, 2000.

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    obrigados a assegurar ao paciente a utilizao, se necessria, de uma terapia farmacolgica

    adequadamente indicada, sendo a mais efetiva, segura e conveniente possvel.

    A prtica da ateno farmacutica se desenvolveu com o propsito de otimizar os

    resultados da farmacoterapia de forma individual. Portanto, esse processo implicar, segundo

    Strand, na implantao das prticas de ateno em grande escala. Para isto, preciso maisrapidez e difuso desta prtica, com mais disciplina, do que tem sido feito at agora.

    Por outro lado, h uma srie de recomendaes internacionais, voltadas para o

    repensar do papel do farmacutico no Sistema de Ateno Sade, antes simplesmente

    considerado o responsvel pelo abastecimento de medicamentos, e atualmente como co-

    responsvel pela terapia do paciente e promoo do uso racional dos medicamentos, tais

    como os Informes das Reunies da OMS de Nova Delhi (OMS, 1988)6, de Tquio (WHO,

    1993)7, de Vancouver (WHO, 1997)8 e de Haia (WHO, 1998)9, alm do Frum Farmacutico

    das Amricas.So necessrias a definio e adoo de um modelo de prtica da ateno

    farmacutica, de acordo com o modelo de Sade do pas, pois s assim os profissionais,

    docentes e pesquisadores da rea de Farmcia e os rgos reguladores podero promover a

    ateno farmacutica de forma sinrgica.

    A harmonizao do conceito e de estratgias para a prtica da ateno

    farmacutica poder contribuir para que os profissionais envolvidos adotem um conjunto de

    novas condutas em suas prticas dirias, baseadas nas diretrizes comuns, possibilitando a

    troca de experincias e avaliao dos resultados alcanados. Alm disso, podem contribuirpara que outros profissionais que tambm proporcionam cuidados a pacientes possam

    beneficiar-se desta prtica e contribuir para melhorar a qualidade de vida do paciente e da

    comunidade e ainda podero subsidiar outros processos de mudanas na prtica da

    Farmcia, na educao, na pesquisa e na regulamentao.

    3.1 O Farmacutico no SUS

    H que se considerar todo o contexto histrico da Reforma Sanitria Brasileira e

    as lutas pela construo e consolidao do Sistema nico de Sade Brasileiro quedeterminam o modelo de ateno para o desenvolvimento da prtica da ateno farmacutica

    no nosso pas.

    6 OMS. El papel del farmacutico en el sistema de atencin de salud. Informe de un grupo de consulta de la OMS. Nueva Delhi,13 a 16 de diciembre de 1988. Ginebra: OMS; 1990.7OMS. El papel del farmacutico en el sistema de atencin de salud. Informe de un grupo de consulta de la OMS. Tokio, 31 deagosto a 3 de septiembre de 1993. Ginebra: OMS; 1995.8 WHO. The role of the pharmacist in the healthcare system: preparing the future pharmacist. Geneve: WHO; 1997.

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    Modelo de ateno pode ser entendido como a forma como se concebem,

    organizam e concretizam as aes de sade, segundo um determinado contexto histrico, em

    determinado local e com determinado conceito de sade. Envolve as concepes dos

    sujeitos, as prticas de sade e as relaes que se estabelecem neste processo,

    particularmente as relaes de poder entre os vrios atores, a utilizao das tecnologias e a

    gesto do sistema e do processo de trabalho10.

    J existem experincias pioneiras da insero do farmacutico na ateno

    sade. No entanto h necessidade de que estas experincias sejam ampliadas. O documento

    Poltica Nacional de Medicamentos estabelece como uma de suas prioridades, o

    desenvolvimento de recursos humanos para a reorientao da Assistncia Farmacutica

    (BRASIL, 1998)11. Existem diferentes interpretaes sobre os conceitos de Ateno e

    Assistncia Farmacutica e a operacionalizao e interrelao dos mesmos.

    Neste sentido, fundamental refletirmos sobre algumas questes: Que prticafarmacutica estamos exercendo/promovendo? Ela tem acompanhado a reorientao do

    modelo de ateno sade e a consolidao do SUS, de acordo com a agenda sanitria do

    pas? Podemos promover a melhoria da qualidade de vida dos usurios e da comunidade em

    geral com a adoo da prtica da Ateno Farmacutica?

    3.2 A busca por outros referenciais

    De acordo com vrios autores, vivemos um momento de crise de paradigma.

    Segundo SANTOS (1995)12

    , a crise do paradigma dominante o resultado interativo de umapluralidade de condies. O autor faz uma distino entre condies sociais e condies

    tericas e observa que: A identificao dos limites, das insuficincias estruturais do

    paradigma cientfico moderno o resultado do grande avano do conhecimento que ele

    propiciou. O aprofundamento do conhecimento permitiu ver a fragilidade dos pilares em que

    se funda.

    No campo da Farmcia, esta mudana de paradigma se reflete na mudana do

    objeto de trabalho do profissional farmacutico. Ser o foco da sua atuao o medicamento, o

    paciente ou a comunidade como um todo?

    9WHO. The role of the pharmacist in self-care and self-medication. Report of the 4th WHO consultive Group on the role of thepharmacist. Geneve: WHO; 1998.10 REDE UNIDA. Relatrio da Oficina de Sistematizao sobre Modelo de Ateno. Boletim Informativo da Rede UNIDA. V. 16; n.34; p. 3; (mai/ago) 2001.11 BRASIL. Ministrio da Sade. Poltica Nacional de Medicamentos. Brasil: Ministrio da Sade; 1999.12 SANTOS, Boaventura Souza. Um discurso sobre as Cincias. Lisboa: 1995; p. 24

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    Segundo vrios autores, entre eles Hepler, a Ateno Farmacutica nas suas

    dimenses filosfica e de atuao profissional tem sido colocada como estratgia de

    reprofissionalizao do farmacutico.

    No Brasil este processo de reprofissionalizao realmente ocorre? Caso ocorra,

    como tem se processado? Que estratgias deveriam ser adotadas para potencializar atransformao?

    3.3 A transformao da realidade do pas

    Segundo BERMUDEZ e BONFIM13, no Brasil sabe-se que os cortes promovidos

    nos gastos com sade aliados aos acrscimos nos preos dos medicamentos ofertados no

    mercado, decorrentes da incorporao de novas tecnologias e de estratgias de competio

    desvinculadas das polticas sociais, comprometem de maneira radical os programas de

    assistncia farmacutica, tradicionalmente j pouco eficientes. A carncia de insumosfarmacuticos uma realidade, sendo que muitas vezes no se consegue garantir o acesso

    aos medicamentos de uso contnuo para grupos especficos como hipertensos, diabticos,

    entre outros.

    Por outro lado, convive-se com um elevado nmero de problemas relacionados

    com medicamentos, incluindo reaes adversas a medicamentos e erros no notificados

    oficialmente, sem mencionar o nmero de internaes hospitalares relacionadas ao uso

    inadequado destes. Os esforos para a readequao de atividades e prticas farmacuticas

    objetivando o uso racional dos medicamentos pressupe a atuao profissional dofarmacutico.

    Em pases desenvolvidos, uma das principais preocupaes tem sido a

    racionalizao do uso de medicamentos, incluindo a ateno farmacutica. Enquanto isso, no

    Brasil, a principal preocupao ainda a garantia do acesso aos servios de sade e a

    medicamentos de qualidade, alm da necessidade de implantao de prticas que

    contribuam para a melhoria da qualidade de vida do paciente.

    13 BERMUDEZ, J. A.Z.; BONFIM, J. R.A. Medicamentos e a reforma do setor sade. So Paulo: HUCITEC/SOBRAVIME; 1999.p. 9.

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    4. Subsdios para a realizao da oficina

    A consulta realizada atravs da pgina da OPS foi amplamente divulgada nos

    peridicos, eventos cientficos e atravs de boletins da rea e portais dos parceiros da OPAS

    no Brasil. Foram recebidas 34 contribuies, envolvendo mais de 200 pessoas de 18 cidades

    (13 estados brasileiros), com reflexes conceituais e relatos de experincias em ateno

    farmacutica ou prticas fundamentadas na promoo do uso racional de medicamentos e

    educao para a sade. Vrias destas experincias foram desenvolvidas de forma

    multiprofissional e interinstitucional, com participao de pessoas da academia e dos servios

    (pblicos e privados e de diferentes nveis de ateno sade) e com distintos referenciais

    terico-conceituais.

    Tais contribuies foram fundamentais para o processo da construo dos termos

    de referncia e balizaram os consensos obtidos no seu desenvolvimento (veja quadro resumo

    no anexo 1).

    Considerando a diversidade de interpretaes sobre os conceitos relacionados

    ateno farmacutica e experincias, foram includas no termo de referncia desta oficina14

    sugestes de leitura, conceitos e definies constantes em documentos oficiais e/ou artigos

    de autores de referncia, com a finalidade servir de subsdio para a elaborao do pr-

    consenso. No anexo 2, encontra-se a bibliografia bsica proposta.

    14 Disponvel na pgina da OPAS: www.opas.org.br

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    5. Objetivos

    5.1 Objetivo Geral

    Elaborar uma proposta de pr-consenso para a promoo da Ateno

    Farmacutica no Brasil

    5.2 Objetivos especficos

    Propor a harmonizao de conceitos inerentes prtica farmacutica relacionados

    promoo da ateno farmacutica;

    Elaborar propostas de estratgias de ao para a promoo da ateno farmacutica no

    Brasil;

    Incentivar a criao de mecanismos de cooperao e/ou frum permanente para a

    promoo da ateno farmacutica.

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    6. Metodologia de trabalho

    Como estratgia metodolgica o grupo utilizou a tcnica de consenso denominada

    Grupo Nominal15, adaptada para atender as caractersticas do grupo da oficina. A lista dos

    participantes e o programa da oficina constam nos anexos 3 e 4.

    A Tcnica de Grupo Nominal (TGN) uma tcnica de pensamento divergente-

    convergente para a produo individual e silenciosa de idias, para discusso e

    esclarecimento em grupo, bem como para priorizao das idias por meio de votao

    independente. Esta tcnica chamada nominal porque, durante a sesso, o grupo no tem

    uma interao to grande como a que costuma haver em um trabalho de equipe.

    As tcnicas de consenso objetivam, dentre outras, sintetizar informao que

    permita obter consensos sobre critrios, programas de formao, medidas de melhoria e

    chegar a acordos. Consiste em reunir um grupo de especialistas em um assunto, tema ou

    problema na busca de opinies consolidadas e firmes, priorizando o acordo com criatividade,

    sntese, numa atitude geradora de idias.

    Na medida que se pretendia reunir em torno de 50 participantes na tentativa de

    obter consensos de definies e estratgias de interveno, a TGN, devido baixa interao,

    foi uma ferramenta eficaz, uma vez que, alguns membros do grupo eram desconhecidos entre

    si.

    Os princpios fundamentais da TGN so adequados ao que se pretendia obter

    como produto da I Oficina de Trabalho:

    A priorizao de idias refletindo uma escolha do grupo e no da hierarquia

    tendendo a um maior comprometimento do prprio grupo;

    Um processo que cria oportunidades iguais de gerao e discusso das idias de

    todos os membros, criando um sentimento de participao e membro do grupo;

    A priorizao de idias atravs de voto, evitando as influncias de presses externas;

    Enfoque no assunto e no nas pessoas.

    6.1 Etapas do Processo

    6.1.1 Condies Necessrias

    a.1. Escolha de moderadores, no caso, 4 facilitadores (um para cada grupo);

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    a.2. Seleo dos participantes voluntrios com interesses e experincias similares (em

    torno de 50);

    a.3. Convite aos participantes (divididos em 4 grupos com mais ou menos 12 pessoas);

    a.4. Logstica: sala neutra, mesas em crculo, flip chart, pincis atmicos, secretria.

    6.1.2 Preparao do Encontro

    a) Definio do objetivo da oficina;

    b) Definio e validao das perguntas pois as mesmas foram levadas a 5 ou 6 pessoas

    do mesmo nvel e especificidade do grupo nominal;

    c) Preparao do desenvolvimento da oficina;

    d) Designao dos relatores do documento final.

    6.1.3 Sesso do Grupo Nominal (desenvolvimento)

    a) Apresentao dos participantes;

    b) Apresentao da pergunta aos participantes;

    c) Resposta pelos participantes (aps silncio reflexivo, respondem pergunta

    individualmente, por escrito, 4 a 5 respostas, em frases breves);

    d) Enumerao das respostas e anotao uma a uma;

    e) Esclarecimento, fuso, explicao do significado e argumentao

    f) Seleo das respostas devidamente elaboradas que vo plenria para consenso;

    6.1.4 Plenria

    a) Apresentao dos resultados dos grupos;

    b) Esclarecimento, fuso, explicao do significado e argumentao;

    c) Obteno de consenso pela plenria.

    6.2 Perguntas norteadoras para os grupos de trabalho

    a) Qual o contexto da prtica farmacutica no Brasil?

    Objetivo: Provocar interao entre os participantes, diminuir a ansiedade das pessoas

    e verificar a viso dos participantes quanto ao contexto e o SUS

    15 JONES, J.; HUNTER, D. Using the Delphi and nominal group technique in health services research. In: POPE, C; MAYS, N(ed). Qualitative Research in Health Care. BMJ, London, 1999.

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    b) O que voc entende por Assistncia Farmacutica?

    Objetivo: Identificar as compreenses correntes, na perspectiva de possibilitar o

    estabelecimento de consensos quanto ao conceito de ateno farmacutica.

    c) O que voc entende por Ateno Farmacutica?

    Objetivo: Gerar uma proposta de conceito a ser adotado

    d) Quais so os componentes da prtica profissional que devem ser contempladospara o exerccio da Ateno Farmacutica no Brasil?

    Objetivo: Identificar os macro-componentes da prtica farmacutica para a ateno

    farmacutica e demarcar seus limites com relao a outras prticas

    e) Quais as estratgias de ao para promoo da Ateno Farmacutica como partedo processo de ateno sade?

    Objetivo: Determinar macro-estratgias para direcionar os trabalhos futuros

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    7.Resultados da oficina

    7.1 Contexto da Prtica Farmacutica no Brasil

    No que se refere ao contexto da prtica farmacutica, o processo de discusso

    buscou a identificao dos principais aspectos que a caracterizam, na perspectiva de que os

    consensos a serem obtidos na Oficina considerassem a realidade e apontassem os

    mecanismos de transformao.

    Os aspectos que caracterizam esse contexto esto apresentados a seguir e

    resultaram da compilao dos entendimentos prioritrios identificados nos diferentes grupos

    de trabalho.

    Crise de identidade profissional do farmacutico e, em conseqncia, falta de

    reconhecimento social e pouca insero na equipe multiprofissional de sade, no

    representando um referencial como profissional de sade na farmcia. Porm, existe uma

    busca de conhecimento como ferramenta para interferir no processo de melhoria da

    qualidade de vida da populao e para que haja valorizao do profissional farmacutico

    no pas.

    Deficincias na formao, excessivamente tecnicista, com incipiente formao na rea

    clnica. Descompasso entre a formao dos farmacuticos e as demandas dos serviosde ateno sade, tanto pblicos como privados e nos diferentes nveis, bem como

    daquelas referentes ao setor produtivo de medicamentos e insumos necessrios ao

    mbito da sade. Falta de diretrizes e escassez de oportunidades de educao

    continuada;

    Dissociao entre os interesses econmicos e os interesses da sade coletiva, com

    predomnio dos primeiros, resultando na caracterizao da farmcia como

    estabelecimento comercial e do medicamento como um bem de consumo, desvinculadosdo processo de ateno sade;

    Prtica profissional desconectada das polticas de sade e de medicamentos, com

    priorizao das atividades administrativas em detrimento da educao em sade e da

    orientao sobre o uso de medicamentos;

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    Ineqidade no acesso aos medicamentos, embora exista um compromisso crescente dos

    farmacuticos e de outros profissionais de sade com a garantia de acesso da populao

    s aes de ateno sade, incluindo-se a Assistncia Farmacutica, tanto no setor

    pblico como privado;

    Embora existam definies legais referentes assistncia farmacutica e poltica de

    medicamentos, h problemas referentes sua efetiva implementao, incluindo-se a

    definio de mecanismos e instrumentos para a sua organizao, avaliao e possveis

    redirecionamentos;

    Falta de integrao e unidade entre as entidades representativas da categoria e outros

    segmentos da sociedade em torno das polticas de sade;

    Neste contexto, um dos consensos definidos na Oficina caracteriza-se como umarecomendao, uma vez que indica:

    A prtica farmacutica necessita de redefinio e adequao s necessidades

    nacionais, atendendo s suas peculiaridades. Para tal redefinio essencial a discusso e a

    participao dos agentes formadores de Recursos Humanos em Sade.

    7.2 O que se entende sobre Assistncia Farmacutica

    O consenso quanto ao entendimento sobre a Assistncia Farmacutica foi o

    apresentado a seguir.

    Trata-se de um conjunto de aes desenvolvidas pelo farmacutico, e outros

    profissionais de sade, voltadas promoo, proteo e recuperao da sade, tanto no nvel

    individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e

    o seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produo de medicamentos e

    insumos, bem como a sua seleo, programao, aquisio, distribuio, dispensao,

    garantia da qualidade dos produtos e servios, acompanhamento e avaliao de sua

    utilizao, na perspectiva da obteno de resultados concretos e da melhoria da qualidade devida da populao.

    7.2.1 Recomendao

    Aprofundar a discusso sobre se a assistncia farmacutica deve ser entendida

    como poltica norteadora de polticas setoriais, incluindo a poltica de medicamentos, na

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    perspectiva de garantir o acesso da populao s aes de sadeou parte integrante da

    poltica de medicamentos.

    7.2.2 Comentrios

    O processo de discusso estabelecido na Oficina teve como um dos objetivos aidentificao das percepes quanto ao conceito de Assistncia Farmacutica,

    inclusive a partir das prticas cotidianas, na perspectiva de possibilitar o

    estabelecimento de consenso quanto ao conceito de Ateno Farmacutica. A

    promoo deste ltimo dever ser implementada a partir desta Oficina. Quanto

    Assistncia Farmacutica, o entendimento identificado na Oficina remete

    necessidade de aprofundamento das discusses, especialmente em relao ao

    conceito definido na Portaria 3.916/98, a qual estabelece a Poltica Nacional de

    Medicamentos. Destaque para o consenso nos diferentes grupos quanto ao entendimento da

    Assistncia Farmacutica como atividade multiprofissional e concebida no contexto de

    ateno integral sade, num modelo que privilegia a promoo da sade.

    Tendo em vista o objetivo fundamental de garantia da integralidade das aes de

    sade, incluindo-se o acesso com qualidade, configura-se a necessidade de reflexo

    quanto Assistncia Farmacutica como poltica, concebida enquanto conjunto de

    diretrizes gerais, de estratgias e instrumentos para a sua implantao e avaliao,

    cuja concretizao envolve o estabelecimento de interfaces com outras polticassetoriais, com a participao dos diferentes atores envolvidos. Tal necessidade foi

    explicitada no processo de discusso da Oficina, na medida em que a qualificou como

    recomendao consensual para aprofundamento posterior.

    7.3 O que se entende por Ateno Farmacutica

    O conceito de Ateno Farmacutica consensual foi o apresentado a seguir.

    um modelo de prtica farmacutica, desenvolvida no contexto da Assistncia

    Farmacutica. Compreende atitudes, valores ticos, comportamentos, habilidades,compromissos e co-responsabilidades na preveno de doenas, promoo e recuperao da

    sade, de forma integrada equipe de sade. a interao direta do farmacutico com o

    usurio, visando uma farmacoterapia racional e a obteno de resultados definidos e

    mensurveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interao tambm deve

    envolver as concepes dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-

    sociais, sob a tica da integralidade das aes de sade.

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    7.3.1 Recomendao

    Aprofundar a discusso sobre a incorporao de aes em nvel coletivo

    enquanto parte integrante da ateno farmacutica.

    7.3.2 Comentrios

    Explicitou-se o entendimento da Ateno Farmacutica como modelo de prtica

    desenvolvido no contexto da Assistncia Farmacutica, na perspectiva da integralidade

    das aes de sade.

    Houve consenso de que Assistncia e Ateno Farmacutica so conceitos distintos. Este

    ltimo refere-se a atividades especficas do Farmacutico no mbito da ateno sade,

    enquanto o primeiro envolve um conjunto mais amplo de aes, com caractersticas

    multiprofissionais.

    Embora tenha havido concordncia quanto importncia das aes de sade em nvel

    coletivo, houve dificuldade para o estabelecimento de consenso quanto sua

    incorporao como aes inerentes Ateno Farmacutica. Tal dificuldade est

    relacionada aos diferentes entendimentos quanto possibilidade de mensurao de

    resultados das aes desenvolvidas em nvel coletivo, ao contrrio do que ocorre no nvel

    individual, para o qual esto disponveis metodologias validadas. No processo de busca

    de consensos, debateu-se a possibilidade do emprego de indicadores de sade

    adequados para o acompanhamento e mensurao das aes de Ateno Farmacutica

    no nvel coletivo, o que se constitui em desafio a ser superado.

    importante ressaltar que o consenso obtido considera a promoo da sade, incluindo a

    educao em sade, como componente do conceito de ateno Farmacutica, o que

    constitui um diferencial marcante em relao ao conceito adotado em outros pases.

    Referente aos termos paciente, cliente, usurio e usurio-cidado, houve consenso

    quanto ao emprego do termo usurio, a partir das discusses em torno dos princpios e

    diretrizes do Sistema nico de Sade (SUS).

    7.4 Componentes da prtica profissional para o exerccio da AtenoFarmacutica no Brasil

    Optou-se por buscar consensos mais amplos, os quais so fundamentais para o

    posterior estabelecimento das aes mais especficas e integrantes do nvel operacional.

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    Houve consenso de que os componentes especficos gerados nos grupos constituem

    importantes subsdios para o aprofundamento das discusses, cujo processo dever ocorrer

    oportunamente. Tal aprofundamento dever buscar os consensos quanto aos elementos

    constitutivos da prtica da Ateno Farmacutica.

    Os componentes mais amplos resultantes da busca do consenso so osseguintes:

    a. Educao em sade (incluindo promoo do uso racional de medicamentos);

    b. Orientao farmacutica;

    c. Dispensao;

    d. Entrevista Farmacutica;

    e. Seguimento/acompanhamento farmacoteraputico;

    f. Registro sistemtico das atividades, mensurao e avaliao dos resultados.

    7.4.1 Recomendaes

    1. Promover o estabelecimento de interfaces da Ateno Farmacutica com sistemas de

    farmacovigilncia, dada a importncia desta integrao para a promoo da sade.

    2. Aprofundamento das discusses em torno:

    1. Do significado do termo consulta farmacutica, incluindo-se a considerao do termo

    constante no SIA/SUS para a atividade do Farmacutico;

    2. Da definio dos termos complementares da Ateno Farmacutica e processos de

    trabalho (seguimento, acompanhamento, interveno farmacutica, etc...);

    3. Da necessidade de uma legislao especfica com definio de responsabilidades;

    4. Da automedicao orientada/responsvel no contexto do auto-cuidado.

    7.5 Estratgias de ao para promoo da Ateno Farmacutica como parte do

    processo de ateno sade

    Seguindo o mesmo procedimento adotado para a definio de consensos dos

    componentes, optou-se por estabelecer consensos em torno de estratgias mais amplas para

    o desenvolvimento das aes referentes promoo da Ateno Farmacutica no Brasil. Tais

    estratgias envolveram os aspectos relativos s aes no mbito poltico, econmico, de

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    organizao e coordenao do processo de promoo, de divulgao e informao, bem

    como de educao e pesquisa.

    7.5.1 Macro-Estratgias no mbito poltico

    1. Buscar articulaes que viabilizem o envolvimento dos diferentes atores relacionadoscom a implementao da Ateno Farmacutica, especialmente dos representantes

    dos usurios, dos prestadores privados de servios de sade, dos trabalhadores e dos

    gestores do sistema de sade;

    2. Buscar articulaes que viabilizem o estabelecimento de marcos regulatrios que

    atendam a perspectiva de implementao da Ateno Farmacutica no conjunto das

    aes de sade;

    3. Sensibilizar os gestores do sistema de sade, os farmacuticos e a equipe de sade,

    no sentido da efetiva implementao da Assistncia Farmacutica, com a insero das

    respectivas aes de Assistncia e de Ateno Farmacutica, tanto no mbito do

    setor pblico como privado de ateno sade;

    4. Atuar junto aos rgos governamentais e ao congresso nacional no sentido de

    envolv-los no processo de transformao da Farmcia em estabelecimento de

    prestao de servios de sade de interesse pblico;

    5. Elaborar uma poltica de formao e desenvolvimento de recursos humanos para a

    promoo da Ateno Farmacutica, com o necessrio envolvimento do Conselho

    Nacional de Educao;

    6. Influenciar rgos governamentais, entidades e instituies de ensino para que a

    Ateno Farmacutica seja tambm norteadora e componente obrigatrio da

    formao/educao permanente do farmacutico (diretrizes/projetos pedaggicos);

    7. Atuar junto ao CNPq e demais rgos de fomento visando o reconhecimento da

    Assistncia Farmacutica como rea estratgica de pesquisa, associado ao

    estabelecimento de financiamentos para o desenvolvimento de pesquisas neste

    mbito;

    8. Exigir a atuao dos rgos/entidades para o cumprimento da legislao farmacutica

    vigente;

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    9. Articular junto ao CONASS (Conselho Nacional dos Secretrios Estaduais de Sade)

    e CONASEMS (Conselho Nacional dos Secretrio Municipais de Sade) a discusso

    da Ateno Farmacutica como parte integrante dos planos estaduais e municipais de

    Assistncia Farmacutica, inclusive utilizando-se os espaos dos seus respectivos

    fruns;

    7.5.2 Macro-Estratgias no mbito da Organizao e Coordenao

    1. Buscar mecanismos de coordenao compartilhada entre governo, organismos

    internacionais de cooperao, universidades, rgos de fomento, setor privado e

    entidades representativas dos farmacuticos, que viabilizem a promoo da Ateno

    Farmacutica, com base nas macro-estratgias apontadas na presente Oficina;

    2. Realizar seminrio nacional com representantes das entidades farmacuticas,

    Ministrio da Sade e OPAS, para apresentar os resultados desta oficina e discutir a

    implementao da Ateno Farmacutica no Brasil, aps o estabelecimento do

    consenso da Conferncia Nacional de Medicamentos e Assistncia Farmacutica;

    3. Estimular a formao de grupos, incluindo os participantes da Oficina, visando a

    disseminao e a prtica da Ateno Farmacutica, com adoo de forma de trabalho

    em rede;

    4. Realizar Oficina nacional para discusso do processo de trabalho, documentao e

    definio de indicadores para acompanhamento de tal processo, a partir dos

    consensos identificados na presente Oficina;

    5. Elaborar documento como referencial terico para orientar a implantao da Ateno

    Farmacutica no pas, baseado nos consensos identificados na presente Oficina;

    7.5.3 Macro-Estratgias no mbito da Divulgao e Informao

    1) Publicar, em portugus, textos/artigos fundamentais em Ateno Farmacutica;

    2) Criar uma lista de discusso para a disseminao de informaes, com a criao de

    uma lista de distribuio moderada;

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    3) Disseminar e disponibilizar informaes em veculos de comunicao de entidades de

    categorias, acadmicas e de sade, sobre a importncia e o impacto das intervenes

    profissionais em Ateno Farmacutica;

    4) Adotar estratgias adequadas de marketing para a promoo da Ateno

    Farmacutica, visando o comprometimento e a sensibilizao dos gestores, dos

    farmacuticos e da sociedade;

    5) Divulgar a Ateno Farmacutica em congressos, encontros, seminrios que tratem

    de temas ligados sade coletiva.

    7.5.4 Macro-Estratgias no mbito da Educao/Pesquisa

    1. Sensibilizar as instituies de ensino superior para a insero dos contedosnecessrios prtica da Ateno Farmacutica nos currculos da graduao e ps-

    graduao, recomendando que esta discusso seja inserida nas Conferncias de

    Educao Farmacutica realizadas no Brasil;

    2. promover estratgias de educao distncia em Ateno Farmacutica;

    3. promover estratgias de educao continuada no mbito da Ateno Farmacutica;

    4. incentivar a implantao da prtica de Ateno Farmacutica nas Farmcias-escolas,

    como referncia para formao dos novos profissionais;

    5. estmular o desenvolvimento de investigao cientfica em Ateno Farmacutica;

    6. realizar cursos para a formao de professores e multiplicadores.

    7.5.5 Macro-Estratgias no mbito Econmico

    1. Buscar articulaes com instituies, entidades representativas dos diferentes

    segmentos da sociedade, bem como dos gestores, nos diferentes nveis de governo,

    na perspectiva da sustentao econmica para a continuidade do processo de

    formulao e posterior implementao da Ateno Farmacutica no Brasil;

    2. Articular, junto s esferas governamentais, a criao de fundos setoriais para a

    Assistncia e Ateno Farmacutica e buscar a utilizao de recursos de fundos

    setoriais j existentes.

  • 8/4/2019 ATENAO FARMACEUTICA - RELATRIO OFICINA

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    3. Buscar financiamento, junto ao Ministrio da Sade, para a estruturao de projetos

    de Ateno Farmacutica, inclusive em grupos especiais como renais crnicos,

    transplantados e portadores de DST, AIDS, diabetes, hipertenso, tuberculose, entre

    outros;

    4. estabelecer mecanismos de interao das instituies de ensino superior e outras

    instituies e os diversos gestores do sistema de sade, buscando demonstrar o

    impacto econmico da prtica de Ateno Farmacutica;

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    8. Consideraes finais

    Ao concluir-se o presente documento, torna-se imprescindvel ressaltar que esta

    se constituiu em importante etapa do processo de construo coletiva do entendimento da

    Ateno Farmacutica como prtica profissional no Brasil.

    Este processo, compreendido como atividade coletiva de reflexo e busca de

    consensos, significou o envolvimento dos diversos atores nesta discusso, com diferentes

    entendimentos sobre o tema, com experincias e prticas distintas e oriundas da academia,

    das diferentes esferas de governo e das entidades profissionais, bem como dos servios de

    ateno sade, tanto pblicos como privados.

    O resultado positivo refletiu-se no estabelecimento de consensos entre os

    diferentes segmentos envolvidos. Isto impe a responsabilidade, tambm coletiva, da

    continuidade no processo de promoo, divulgao e reflexo em torno de tais consensos, na

    perspectiva da garantia do direito da populao Ateno Farmacutica, enquanto parte

    integrante da Assistncia Farmacutica, a qual deve estar inserida na poltica de sade do

    Brasil.

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    ANEXO 1Consulta sobre Experincias em Ateno Farmacutica

    Resumo das contribuies recebidas

    EST. CIDADE RESPONSVEL NPART

    TTULO EXPERINCIA

    CuritibaCassyano Janurio Correr

    6Implementao de um programa de AtenoFarmacutica na Farmcia USIMED em Curitiba PR.

    F

    Londrina

    Adriana Mitsue Ivama

    19

    Delineamento de Estratgias de EducaoPermanente de Recursos Humanos em Farmcia

    UFBL

    LondrinaAdriana Mitsue Ivama

    6Disciplina Especial: Introduo PrticaFarmacutica e Boas Prticas em Farmcia

    U

    PR

    Curitiba Jos Gilberto Pereira 24 Ateno Farmacutica em Hipertenso (5) e emcondies clnicas diversas (1)

    CP

    JooMonlevade

    Joslia Cintya QuintoPena Frade

    2Ateno Farmacutica a pacientes diabticos tipo2 em farmcia privada

    F

    BeloHorizonte

    Yone de AlmeidaNascimento

    15Ncleo Multidisciplinar para estudo da dor U

    Contagem Suzie Marie T. Gomes5

    Assistncia Farmacutica e PSF SMSContagem

    D

    3Ateno Farmacutica a pacientes psiquitricos A

    pd

    BeloHorizonte

    Suzie Marie T. Gomes

    2 Ateno Farmacutica a pacientes psiquitricos II Apd

    Grupo de Estudo de Ateno Farmacutica(Reflexo)

    HBeloHorizonte

    Adriano Max Reis

    A Ateno farmacutica no contexto hospitalar H

    MG

    Ouro Preto Lisiane da Silveira Ev. Ateno Farmacutica a pacientes hipertensos F

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    Ateno Farmacutica a pacientes em uso deanticoncepcionais

    D

    Ateno farmacutica Integral FGO Goinia Ilenir Leo Tuma 15

    Ateno Farmacutica a pacientes hipertensos DSalvador Mrcio Galvo

    19Reflexo conceitual U

    FSalvador Clovis S. Reis 2 Ateno (farmacutica) no uso da palavra DBASalvador Lcia Noblat e Lindemberg

    Assuno Costa2

    Disciplina de Farmcia Clnica / AtenoFarmacutica

    U

    Fortaleza GPUIM/CEFACE/UFC Ateno Farmacutica em Farmacovigilncia CFortaleza Carlos Couto de Castelo

    Brasno3

    Ateno Farmacutica FCE

    Fortaleza Luiza Kalyne AlmeidaMoreira Leal

    1Ateno farmacutica na creche-escola Aprisco S

    DF

    Braslia Emlia Vitria SilvaJos Aleixo Ptrates e SilvaCarlos Alberto Leo Vieira

    Delfino Nonato de Faria

    32

    Reflexo Conceitual C

    RibeiroPreto

    Julieta Ueta16

    Educao da populao para uso racional demedicamentos

    PSP

    SantoAndr

    Anderson Carniel Ateno Farmacutica Comunidade F

    Ateno Farmacutica no Centro de PesquisasHospit. Evandro ChagasAteno Farmacutica no CEATRIMRio de

    Janeiro

    Selma Rodrigues deCastilho eVera Lcia Luiza

    8Desenvolvimento sistema de Hipermidia

    CRJ

    Rio de

    Janeiro

    Naira Vilas Boas Vidal de

    Oliveira 1

    Reflexo conceitual N

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    Avaliao do nvel de orientao prestada nadispensao da amoxacilina...

    U

    Aplicao e avaliao de uma ficha deacompanhamento farmacoteraputico em

    pacientes com DM II.

    U

    Uso racional de antibiticos de uso restrito emambiente hospitalar

    U

    Proposta de acompanhamento farmacoteraputicona gestao

    U

    SC Tubaro Dayani GalatoPaulo Roberto BoffEugnio Rodrigo ZimmerNeves

    12

    Aplicao e avaliao piloto de protocolos deateno farmacutica em paciente hipertensos

    U

    RN Natal Cludio HenriqueBittencourt Lima daRocha

    2A doena de Alzheimer e a ateno farmacutica U

    RS Uruguaiana Emil Youssef Fares2

    Farmacutico pe em prtica projeto indito na

    rea de farmcia

    F

    PA Belm Orenzio Soler 1

    Ateno Farmacutica Uso Racional deMedicamentos em Belm: aumento de cobertura eda satisfao profissional do usurio

    S

    ES Vitria Elizoneth CamposDelorto Sessa e SilvioCsar Machado-dos-Santos

    30

    Reflexo conceitualAteno Farmacutica no Brasil

    GF

    N deEstados:

    13

    N deCidades: 18

    14 em grupo9 individuais/dupla6 no especificada

    226

    5 contribuies somente com reflexesconceituais/29 com reflexes e experincias

    (total - 34)

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    ANEXO 2

    Bibliografia Bsica Utilizada1

    BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria 3.916/98. Poltica Nacional de Medicamentos.

    Braslia: Ministrio da Sade, 1999.

    FAUS, MJ. Atencin Farmacutica como respuesta a una necesidad social.Ars

    Pharmaceutica. 41(1): 1376-143, 2000.

    HEPLER, CD e STRAND, LM. Oportunidades y responsabilidades en la Atencin

    Farmacutica. Pharm Care Esp 1999, 1:35-47.

    HEPLER, CD. Prctica y formacin farmacutica para el 2010. Farmacia Clinica 14(2):

    127-146, 1997.

    HOLLAND, RW e NIMMO, CM.Transitions, part 1: Beyond pharmaceutical care. Am J

    Health-Syst Pharm. 56:1758-1764, 1999.

    NIMMO, CM, HOLLAND, RW. Transitions in pharmacy practice, part 2: Who does what

    and why.Am J Health-Syst Pharm. 56:1981-1987, 1999.

    ORGANIZACIN MUNDIAL DE SALUD. El papel del Farmacutico en la Atencin a la

    Salud. Genebra: OMS; 1988.

    ORGANIZACIN MUNDIAL DE SALUD. El papel del Farmacutico en la Atencin a la

    Salud: Declaracin de Tokio. Genebra: OMS; 1993.

    WHO. Good Pharmacy Practice: in community and hospital settings. Geneve: WHO;

    1996.

    WHO. The role of the pharmacist in the health care system: preparing the futurepharmacist. Geneve: WHO; 1997

    .

    1

    constante no termo de referncia da Oficina de Trabalho.

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    ANEXO 3

    Participantes da Oficina

    Nome E-mail

    1. Adriana Mitsue Ivama [email protected];[email protected]. Adriano Max Reis [email protected]. Ana Claudia de Arajo Teixeira [email protected]. Anderson Carniel [email protected]. Bernadete Simas Macedo [email protected]. Carlos Alberto Pereira Gomes [email protected]. Cassyano Janurio Correr [email protected]. Clvis de Santana Reis [email protected]. Cristiane Macdo Feij [email protected]. Cristianne Gonalves [email protected]

    11. Dr. Juan Antonio Avila Illanes (Bolvia) [email protected]. Emlia Vitria Silva [email protected]. Eugenie Desirce Rabelo Nri [email protected]. Filomena Mayre Bezerra de Menezes [email protected]. Francisco Plcido Baslio [email protected]. Helena Carmem Guerra Pinheiro17. Helena Lutcia Luna Coelho [email protected]

    [email protected]. Henry Pablo Lopes Campos e Reis [email protected]

    [email protected]. Ilenir Leo Tuma [email protected]

    [email protected]. Isabel Cristina C. Cavalcanti [email protected];

    [email protected]. Janeth Oliveira da Silva Naves [email protected]. Jos Gilberto Pereira [email protected]. Joslia Cintya Quinto Frade [email protected]. Julieta Ueta [email protected]. Lisiane da Siveira Ev [email protected]. Lcia Noblat [email protected]. Luiz Antonio Marinho Pereira [email protected]. Marcio Galvo Guimares de Oliveira [email protected]. Maria Eneida Porto Fernandes [email protected]

    30. Mario Chaves [email protected];[email protected]

    31. Mauro Silveira de Castro [email protected]. Micheline Meiners [email protected]. Murilo Freitas Dias [email protected]. Naira Oliveira [email protected]. Nelly Marin Jaramillo [email protected]. Norberto Rech [email protected]. Orenzio Soler [email protected]. Regina Siqueira [email protected]. Ricardo Carvalho Azevedo S [email protected]

    40. Selma Rodrigues de Castilho [email protected]. Silvana Macdo de Morais

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:Cristianne.gon%E7%A1%[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:Cristianne.gon%E7%A1%[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    42. Silvio Csar Machado dos Santos [email protected]. Suzana Machado de vila [email protected]. Suzie Marie T. Gomes [email protected]. Wellington B. da Silva [email protected]. Yone de Almeida Nascimento [email protected]

    Facilitadores

    Nome E-mail1. Cludio Romero Pereira de Arajo [email protected]

    [email protected]. Denise dos Santos Sena [email protected]. Fernanda Ncia [email protected]. Vanessa Mendona Picano [email protected]

    mailto:[email protected];mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected];
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    Anexo 4

    Programao

    11 / 09 / 2001

    20:00 h Solenidade de Abertura

    12 / 09 / 2001

    8:00 h Dinmica

    8:30 s 10:30 h Trabalho em GrupoContexto da Prtica Farmacutica e Conceitos Relacionados AtenoFarmacutica

    10:30 s 11:00 h - Intervalo

    11:00 s 12:30 h Plenria 1

    12:30 s 14:00 h - Almoo

    14:00 s 16:30 h Trabalho em GrupoConceito relacionados com Ateno Farmacutica

    16:30 s 17:00 h Intervalo

    17:00 s 18:00 h Plenria 2

    13 / 09 / 2001

    8:00 h Dinmica

    8:30 s 10:30 h Trabalho de GrupoComponentes da Ateno Farmacutica

    10:30 s 11:00 h - Intervalo

    11:00 s 12:30 h Plenria 3

    12:30 s 14:00 h - Almoo

    14:00 s 16:30 h Trabalho de GrupoEstratgias de Ao para promoo da Ateno Farmacutica e Insero doFarmacutico no processo de ateno sade

    16:30 s 17:00 h Intervalo

    17:00 s 18:00 h Plenria final

    18:00 h Encerramento