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ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1 1. DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E RELEVANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ECOLOGIA, TECNOLOGIA, ENERGIA, POLÍTICA, ECONOMIA, SOCIEDADE, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E ARTES E LITERATURA E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS. NOTÍCIA EM: 03/01/2014 1. NEUROCIÊNCIA: PRIMEIRO PONTAPÉ DA COPA 2014 SERÁ PROMOVIDO PELA INTERAÇÃO CÉREBRO- MÁQUINA Se o dia 12 de junho de 2014 é uma data aguarda pelos fãs de futebol, o mesmo vale para os cientistas. O pontapé inicial da Copa do Mundo será dado por um jovem com paralisia que usará um exoesqueleto (esqueleto externo) projetado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. O projeto recebeu o nome de Andar de Novo. Direto ao ponto: Ficha-resumo Quem possui um corpo sem deficiências tem os movimentos, a ação e reação coordenados pelo sistema nervoso que emitem comandos para os órgãos e glândulas. Quando há um problema ou um dano físico, os sinais emitidos pelo sistema nervoso têm sua passagem interrompida. O exoesqueleto pode reverter a situação por meio da interação cérebro-máquina. O exoesqueleto de Nicolelis é uma veste robótica controlada por pensamentos. Ele funciona através de sensores que captam a atividade elétrica dos neurônios, as células nervosas, e transformam os pensamentos em comandos. Há outros animais que possuemesqueletos externos (exoesqueletos), como os insetos. Os sinais emitidos do sensor localizado nocérebro serão transmitidos em uma unidade similar a um laptop, carregada pela pessoa em uma mochila. O computador ainda transmitiria os sinais elétricos cerebrais, enquanto o exoesqueleto estabiliza o corpo da pessoa e executa o comando. No futuro, a ideia é que pacientes usem a veste como uma roupa normal, mas que teria inúmeras funcionalidades, como o Homem de Ferro. Segundo o neurocientista, para que o processo funcione com sucesso, o cérebro precisa ser retreinado por meio de estímulos que provoquem as reações necessárias para desencadear os movimentos. Em entrevista, ele descreveu melhor como funcionará a comunicação entre exoesqueleto e o cérebro. ―Além da veste, o exoesqueleto tem uma mochila, que é a central de controle, que é o cérebro do exoesqueleto que vai dialogar com o corpo do paciente. Essa central vai captar os sinais do cérebro do paciente, traduzi-los em sinais digitais para que o exoesqueleto possa entender e receber os sinais de feedback, que serão transmitidos de volta ao paciente. Essa veste vai conter todos os motores hidráulicos que vão mover o exoesqueleto e as baterias, outro componente fundamental, fornecedoras da potência para o exoesqueleto funcionar‖. As pesquisas de Nicolelis estudam a unidade básica funcional do sistema nervoso central como sendo uma população difusa de neurônios que interagem em circuitos e que o cérebro funciona como uma rede dinâmica, integrando diferentes áreas no mesmo processo. 2. Testes A partir dessa ideia, foram realizados testes com macacos rhesus. Eles receberam implantes de sensores wireless (sem fio) que enviam informações de atividade cerebral 24 horas por dia. Em um dos experimentos, um macaco aprendeu a jogar vídeo game com controle. Depois de um tempo, o controle foi substituído por um braço robótico ligado aos

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ATUALIDADES

Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1

1. DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E RELEVANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ECOLOGIA, TECNOLOGIA, ENERGIA, POLÍTICA, ECONOMIA, SOCIEDADE, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E ARTES E LITERATURA E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS.

NOTÍCIA EM: 03/01/2014 1. NEUROCIÊNCIA: PRIMEIRO PONTAPÉ DA COPA 2014 SERÁ PROMOVIDO PELA INTERAÇÃO CÉREBRO-MÁQUINA

Se o dia 12 de junho de 2014 é uma data aguarda pelos fãs de futebol, o mesmo vale para os cientistas. O pontapé inicial da Copa do Mundo será dado por um jovem com paralisia que usará um exoesqueleto (esqueleto externo) projetado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. O projeto recebeu o nome de Andar de Novo.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Quem possui um corpo sem deficiências tem os

movimentos, a ação e reação coordenados pelo

sistema nervoso que emitem comandos para os

órgãos e glândulas. Quando há um problema ou um

dano físico, os sinais emitidos pelo sistema nervoso

têm sua passagem interrompida. O exoesqueleto

pode reverter a situação por meio da interação

cérebro-máquina.

O exoesqueleto de Nicolelis é uma veste robótica

controlada por pensamentos. Ele funciona através

de sensores que captam a atividade elétrica

dos neurônios, as células nervosas, e

transformam os pensamentos em comandos. Há

outros animais que possuemesqueletos externos

(exoesqueletos), como os insetos.

Os sinais emitidos do sensor localizado

nocérebro serão transmitidos em uma unidade

similar a um laptop, carregada pela pessoa em uma

mochila. O computador ainda transmitiria os sinais

elétricos cerebrais, enquanto o exoesqueleto

estabiliza o corpo da pessoa e executa o comando.

No futuro, a ideia é que pacientes usem a veste como

uma roupa normal, mas que teria inúmeras

funcionalidades, como o Homem de Ferro.

Segundo o neurocientista, para que o processo

funcione com sucesso, o cérebro precisa ser

retreinado por meio de estímulos que provoquem as

reações necessárias para desencadear os

movimentos. Em entrevista, ele descreveu melhor

como funcionará a comunicação entre exoesqueleto

e o cérebro.

―Além da veste, o exoesqueleto tem uma mochila,

que é a central de controle, que é o cérebro do

exoesqueleto que vai dialogar com o corpo do

paciente. Essa central vai captar os sinais do cérebro

do paciente, traduzi-los em sinais digitais para que o

exoesqueleto possa entender e receber os sinais de

feedback, que serão transmitidos de volta ao

paciente. Essa veste vai conter todos os motores

hidráulicos que vão mover o exoesqueleto e as

baterias, outro componente fundamental,

fornecedoras da potência para o exoesqueleto

funcionar‖.

As pesquisas de Nicolelis estudam a unidade básica

funcional do sistema nervoso central como sendo

uma população difusa de neurônios que interagem

em circuitos e que o cérebro funciona como uma rede

dinâmica, integrando diferentes áreas no mesmo

processo.

2. Testes

A partir dessa ideia, foram realizados testes com

macacos rhesus. Eles receberam implantes de

sensores wireless (sem fio) que enviam informações

de atividade cerebral 24 horas por dia. Em um dos

experimentos, um macaco aprendeu a jogar vídeo

game com controle. Depois de um tempo, o controle

foi substituído por um braço robótico ligado aos

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sensores no cérebro do macaco. Com isso, ele

pode jogar usando apenas seus impulsos elétricos.

As experiências mostraram que os macacos

aprenderam a controlar os movimentos de ambos

os braços de um corpo virtual, também chamado

―avatar‖, usando apenas a atividade elétrica do

cérebro, comprovando a boa interação entre

cérebro-máquina.

Um dos avanços da pesquisa foi mostrar que

o sistema somatossensorial, que nos permite ter

sensações em diferentes partes do corpo, pode ser

influenciado pela visão. Ou seja, a mente se mostra

capaz de assimilar membros artificiais, como as

neuropróteses, como parte da própria imagem

corporal.

Após a Copa, as pesquisas para aperfeiçoar o

exoesqueleto continuam, com o objetivo de levar

novas possibilidades a quem precisa de mobilidade,

como deficientes físicos que sofrem de algum tipo

de paralisia ou limitações motoras e sensoriais

causadas por lesões permanentes da medula

espinhal.

3. Outros exoesqueletos

Exemplos de exoesqueletos não faltam no mundo

da ciência. De modo geral, eles são pensados para

completar a força e a mobilidade humana. As

primeiras pesquisas nos Estados Unidos, na

década de 1960, eram voltadas para o campo

militar. A ideia era aumentar a capacidade de

carregamento de quem trabalhava nos navios de

submarino; depois, na década seguinte, o

exoesqueleto seria pensado para equipar os

homens da infantaria. Atualmente, o Exército norte-

americano trabalha na produção de um

exoesqueleto para os soldados, o que traria mais

estabilidade e força, elementos vitais para o combate.

Fora desse contexto, o primeiro projeto de um

exoesqueleto foi o SpringWalk, criado pelo

pesquisador do Laboratório de Jatopropulsão da

NASA, John Dick, Califórnia (EUA), no início dos

anos 1990. O projeto de Dick cria pernas articuladas,

que reduzem a força dos humanos.

Outros projetos caminham na direção do projeto de

Nicolelis. É o caso do HAL (Hybrid Assistive Limb, ou

Membro Assistente Híbrido). Desenvolvido no Japão,

esse exoesqueleto pretende dar mobilidade às

pernas. Outra versão mais moderna inclui todos os

membros. Quem usar a veste consegue erguer cinco

vezes mais o peso que consegue carregar. A ideia é

que o HAL melhore a mobilidade de paraplégicos e

idosos e ajude trabalhadores que precisam usar a

força física a não fazê-lo em nível prejudicial.

4. DIRETO AO PONTO

A Copa do Mundo no Brasil em 2014 será iniciada

com o pontapé de um jovem paraplégico usando

um exoesqueleto. A promessa é do neurocientista

Miguel Nicolelis, que trabalha no projeto Andar de

Novo.

Com ajuda do exoesqueleto, uma veste robótica

controlada por pensamentos, os sensores captam a

atividade elétrica dos neurônios e transformam os

pensamentos em comandos.

Segundo o neurocientista, para que isso ocorra com

sucesso, o cérebro precisa ser novamente treinado

por meio de estímulos que provoquem as reações

necessárias para desencadear os movimentos.

A invenção já foi pensada para fins militares, para

auxiliar em atividades cotidianas em que é

necessária a força, e agora pode ser um avanço

para levar mobilidade a idosos e pessoas com

deficiências físicas.

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NOTÍCIA EM: 10/01/2014 INSETOS NA ALIMENTAÇÃO: ELES PODEM SER COMIDA DO FUTURO E AJUDAR A REDUZIR A FOME NO MUNDO?

Os insetos constituem o maior grupo animal da

face da Terra -- há um milhão de espécies vivas

conhecidas de um total de 30 milhões que

provavelmente existam. Esses animais

desempenham importante papel ecológico, atuando

em diversas funções: polinizadores, herbívoros,

decompositores, predadores e parasitoides. Mas

eles também possuem a fama de serem nojentos,

pragas de lavouras e de atrapalhar as pessoas em

dias de calor.

E como alimento dos seres humanos? Sim, já estão

pensando nisso. A Organização das Nações

Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

acredita que o futuro do combate à fome no mundo

está justamente no consumo desses bichinhos.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Recentemente, a FAO publicou um relatório que

analisa o potencial dos insetos na oferta de

alimentos para a humanidade. Para a organização,

os insetos podem ser utilizados como reforço na

comida de boa parte da população no futuro.

A organização calcula que quase 1 bilhão de

pessoas sofram de desnutrição atualmente. No

futuro, o cenário pode ser pior ainda. A população

mundial está estimada em 9 bilhões para o ano de

2050. E, para alimentar esse batalhão de gente, a

atual produção de alimentos precisará dobrar.

Mas a expansão das terras cultivadas e a criação de

animais não vão acompanhar esse ritmo. A solução,

acreditam os especialistas, estaria nas fazendas de

criação de insetos. Na África, um dos continentes

mais atingidos pela fome, 62% dos países têm 500

espécies de insetos comestíveis presente na região,

por exemplo.

Comparada à pecuária, a criação desses bichos

causaria um impacto ambiental muito menor. Ela

utiliza menos espaço e é mais barata. Além disso, os

insetos se reproduzem em uma velocidade maior e

emitem menos gás carbônico (causador doefeito

estufa). Outra possibilidade que esse tipo de cultivo

pode abrir é o aumento de renda familiar de

comunidades carentes, uma aposta da FAO, já que

eles poderiam ter suas próprias criações e

comercializá-las.

Uma ressalva: uma criação como essa requer a

mesma atenção zootécnica que qualquer outro

animal.

E os artrópodes apresentam ainda uma relação

eficiente entre ração e carne produzida. Estudos

recentes feitos por um grupo de pesquisadores

brasileiros mostram que os insetos têm mais carne a

ser aproveitada e podem converter 2 kg de ração em

1 kg quilo de massa. No caso do gado, são

necessários 8 kg de ração para produzir 1 kg de

carne.

5. Comer insetos, uma questão cultural

A rejeição aos insetos é uma questão cultural. Para

muitas pessoas, esse hábito é visto como um

comportamento primitivo, por isso o preconceito. Mas

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os números podem surpreender. Atualmente, mais

de dois bilhões de pessoas usam os insetos em

suas refeições diárias. A maioria em países do sul

da Ásia e regiões tropicais, como América Central,

que abrigam mais de 300 espécies de insetos

comestíveis.

O Camboja (sudeste asiático), por exemplo, possui

aranhas como iguarias tradicionais; a China aprecia

espetos de grilos e larvas de bicho-da-seda. No

México é possível degustar lagartas, ovos de

mosquito, gafanhotos e percevejos, e na Índia, o

cupim ao molho curry é prato popular.

A prática de comer insetos é chamada de

entomofagia. Durante séculos, muitos povos

incluíram insetos em seus cardápios.

Na Roma e Grécia Antiga eram comuns banquetes

repletos de larvas de besouros e de gafanhotos.

Segundo o último levantamento feito por cientistas,

em abril de 2012, existem 1.900 espécies

comestíveis de insetos. O maior grupo é o de

coleópteros (besouros), com mais de 400 espécies,

seguido por himenópteros

(principalmente formigas), com algo em torno de

300 espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e

lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas),

cada grupo com mais de 200 espécies registradas,

além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre

outros.

Os insetos podem ser consumidos em qualquer

estágio de desenvolvimento, mas a maioria dos

alimentos para consumo humano envolvem insetos

em forma de larva (em fase de desenvolvimento) ou

pupa (estágio do inseto entre a larva e o adulto),

etapas que fazem parte do ciclo dos insetos

holometábolos, ou seja, aqueles que apresentam

metamorfose completa durante o seu

desenvolvimento.

No Brasil, o ―cascudo‖ mais famoso é a saúva,

formiga que pode ser encontrada principalmente em

panelas da região Norte. O hábito é uma herança dos

índios amazônicos e dizem que o gosto lembra o de

camarão. Atualmente, apenas uma empresa

localizada em Minas Gerais trabalha com a produção

de alimentos à base de insetos no país e já

apresentou um pedido para vender insetos para

consumo humano ao Ministério da Agricultura.

Para acostumar a população a esse tipo de alimento,

em 2013, duas redes de supermercados da França

começaram a oferecer produtos testes e rodadas de

degustação. É uma forma de fazer com que as

pessoas deixem de ver estranheza num prato com

larvas, minhocas e besouros.

6. Os benefícios e as vitaminas

Comer insetos não faz mal à saúde dos humanos –

nós já utilizamos remédios feitos de insetos, por

exemplo. Esses animais são ricos em proteína,

moléculas importantes na constituição do organismo.

A proporção é vantajosa: um corpo de um inseto

pode conter até 80% de proteína (o excesso de

proteína deve-se ao sangue de temperatura fria

desses bichinhos). Além disso, eles também são

ricos em lipídeos de qualidade (gordura),

fibra, vitaminas e minerais.

O besouro, inseto mais consumido por humanos, por

exemplo, possui uma concentração de ferro mais alta

do que um bife de carne bovina. O mineral é um

nutriente importante e sua deficiência pode causar

anemia. Já o gafanhoto S. histrio, oferece vitamina D

em níveis semelhantes ao do peixe arenque, ao do

fígado de galinha cozido ou à gema do ovo. A

formiga da espécie Atta cephalotes (tanajura ou

saúva) também não fica atrás: possui mais proteínas

(42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina

(20 %).

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Mas cuidado: não dá para adotar essa iguaria no

cardápio "caçando" no jardim de casa. Assim como

os animais, os insetos podem estar contaminados

ou podem ser focos de doença e pesticidas. A

recomendação é que venham de criadores

responsáveis.

7. DIRETO AO PONTO

Um relatório recente da Organização das Nações

Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),

avaliou que os insetos podem ser utilizados como

reforço na comida de boa parte da população no

futuro. A organização calcula que hoje, quase um

bilhão de pessoas sofram de desnutrição. Em 2050,

a estimativa é que o mundo tenha 9 bilhões de

habitantes. E para alimentar esse batalhão de

gente, a atual produção de alimentos precisa

dobrar.

O problema é que a expansão das terras para a

agricultura e criação de animais não vai

acompanhar esse ritmo. A solução estaria nas

fazendas de criação de insetos, que seria mais

baratas, mais fáceis no quesito estrutural e menos

poluente do que as criações de gado.

Atualmente, existem cerca de 1.900 espécies

comestíveis de insetos, presentes majoritariamente

em regiões da Ásia e de ambiente tropical, como a

América Central. Entre os comestíveis, o maior

grupo é o de coleópteros (besouros), com mais de

400 espécies, seguido por himenópteros

(principalmente formigas), em torno de 300

espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e

lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas),

cada grupo com mais de 200 espécies registradas,

além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre

outros.

NOTÍCIA EM: 21/01/2014 ENERGIA: EXPLORAÇÃO DE GÁS E PETRÓLEO DE XISTO DEVE MUDAR CENÁRIO GLOBAL

O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e

porosa, rica em material orgânico. Em suas camadas,

é possível encontrar gás natural semelhante ao

derivado do petróleo, que pode ser destinado para o

uso como combustível de carros, geração de

eletricidade, aquecimento de casas e para a atividade

industrial. Por se encontrar comprimido, o processo

de extração do gás é complexo e requer alta

tecnologia para a perfuração de zonas profundas,

geralmente a mais de mil metros de profundidade.

Mas nos últimos anos, os Estados Unidos, o maior

consumidor de energia do mundo, têm investido na

melhoria da tecnologia de extração, o que promete

provocar uma revolução na matriz energética do país

– e no mundo.

O movimento dos EUA em busca de outra fonte de

energia no futuro caminha na direção de estudos que

apontam uma queda aguda na produção mundial

projetada de petróleo e um aumento na dependência

das fontes de combustíveis considerados fósseis não

convencionais (areias oleosas, petróleo de águas

ultra-profundas, óleo de xisto) e não convencionais

renováveis, como os bicombustíveis.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Conheça 11 fontes bizarras de energia

Fontes de energia: Carvão, petróleo, gás, água e

urânio

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Homem transforma e usa energias da natureza

Em 2000, a produção norte-americana de gás de

xisto era praticamente zero. Desde 2006 as

empresas começaram a usar a técnica da fratura

hídrica, ou fracking, que consiste na injeção de

toneladas de água, sob altíssima pressão,

misturada com areia e produtos químicos, com o

objetivo de quebrar a rocha e liberar o gás nela

aprisionado. Com a nova tecnologia e

investimentos, o gás hoje representa 16% da

demanda de gás natural. Somente em 2008, os

EUA ampliou a oferta em 50% e está investindo em

novos poços e na produção em larga escala. Em

2035, o país pode tornar-se autossuficiente com

ajuda do xisto.

A reserva americana de gás de xisto foi estimada

em 2,7 trilhões de metros cúbicos pela agência de

Informação Energética dos EUA. Essa quantidade é

suficiente para abastecer o mercado por mais de

100 anos. Os EUA também pretendem aumentar a

produção de petróleo no fundo do mar. Isso graças

ao avanço na técnica de extração a partir do xisto

betuminoso, o chamado ―shale oil‖ – hoje, a Rússia

é o país que mais possui reserva desse xisto, com

75 bilhões e barris.

A extração também deve mudar o cenário global de

energia. Há mais de 50 anos, o maior fornecedor de

recursos petrolíferos do mundo é o Oriente Médio,

fato que determinou em grande parte as relações

políticas entre os países membros da Organização

dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e

outros países árabes com alta produção de petróleo

com os EUA e Europa.

Essa nova realidade está barateando o preço dos

combustíveis nos EUA e já causa impacto nos

mercados econômicos. A produção norte-

americana de petróleo de xisto fará com que o

Brasil reduza em 60% as exportações da Petrobras

para o país em dois anos. Em 2013, a empresa

vendeu mais para a China do que para os EUA, que

durante anos foi seu maior comprador.

Riscos ambientais são altos

O xisto é considerado o combustível fóssil que menos

emite dióxido de carbono. Mas, assim como o

petróleo, a exploração do xisto também oferece

riscos ambientais e seus problemas ainda não são

totalmente conhecidos. Embora pareça ser o

caminho da autossuficiência energética para os EUA,

por exemplo, sua técnica de extração está proibida

em países como França, Bulgária e Irlanda.

A técnica de extração por fratura hídrica utiliza uma

grande quantidade de água e gera resíduos

poluentes. A atividade envolve uma fórmula contendo

mais de 600 componentes químicos e emite gás

metano (um dos causadores do efeito estufa e

aquecimento global). Um dos riscos mais graves é a

contaminação do solo e da água subterrânea.

Neste processo, pode ocorrer vazamento e as

toneladas de água utilizadas podem retornar para a

superfície contaminadas por metais e compostos

químicos usados para facilitar a extração. A ingestão

de metano diluído em água, por exemplo, pode

causar sérios problemas de saúde.

Outros riscos são a possibilidade de abalos sísmicos,

explosões e incêndios. A controvérsia ambiental

levou diversos países a proibir por lei o uso do

método, como a França, Bulgária, Irlanda, Irlanda do

Norte e alguns estados norte-americanos.

Brasil avança na exploração de xisto

No país, a técnica mais comum de extração de

combustíveis fósseis é a perfuração de poços

tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande

aposta brasileira para aumentar a oferta da matriz

energética é a exploração da camada de pré-sal no

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litoral, o que promete levar o país a autossuficiência

de petróleo e gás.

No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em

pequena escala, pela técnica de fraturação. O país

detém grandes reservas da camada de rocha e,

segundo a agência de Informação Energética dos

EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do

mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos, atrás

da China, que tem as maiores jazidas globais,

Argentina, Argélia, Estados Unidos, Canadá,

México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já a

Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP) estima que o país tenha

14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de

―shale oil‖.

Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos

destinados ao mapeamento e extração em 12

Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas,

Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia,

Maranhão, Paraná e São Paulo). A arrecadação

total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de

exploração devem começar em 2014. O Governo

Federal está avaliando o impacto ambiental da

tecnologia de fraturação.

Uma das reservas brasileiras de maior potencial

situa-se no Paraná, próxima ao Aquífero Guarani,

um dos maiores reservatórios subterrâneos de água

potável do mundo. Enquanto a exploração de xisto

no Brasil ainda está no começo, no curto prazo,

especialistas no setor avaliam que a exploração do

pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços

produzida pelo gás.

DIRETO AO PONTO

O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e

porosa, rica em material orgânico. Em suas

camadas, é possível encontrar gás natural

semelhante ao derivado do petróleo, que pode ser

destinado para o uso como combustível de carros,

geração de eletricidade, aquecimento de casas e

para a atividade industrial. O investimento dos EUA

nesse tipo de energia promete provocar uma

mudança no cenário, com o país caminhando para

uma autossuficiência energética em 2035,

reduzindo a dependência de países exportadores.

Com relação ao impacto ambiental, o xisto é

considerado o combustível fóssil que menos emite

dióxido de carbono. No entanto, assim como o

petróleo, a exploração do xisto também oferece

riscos ambientais e seus problemas ainda não são

totalmente conhecidos. Isso faz com que alguns

países proíbam a exploração do gás e gera receio

por parte de ambientalistas onde a exploração já

está em andamento.

No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em

pequena escala pela técnica de fraturação. O país

detém grandes reservas da camada de rocha e,

segundo a agência de Informação Energética dos

EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do

mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos. Já a

estimativa Agência Nacional de Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (ANP), o país possui

14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de

―shale oil‖.

Mas a exploração é pequena, já que a aposta

brasileira para aumentar a oferta da matriz

energética é a exploração da camada de pré-sal no

litoral, o que promete levar o país a autossuficiência

de petróleo e gás.

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NOTÍCIA EM: 27/01/201410h58 WIKIPÉDIA: EM FASE DE DECLÍNIO, SITE BUSCA NOVOS EDITORES PARA COMPARTILHAR O CONHECIMENTO

Houve um tempo em que o conhecimento era um

tipo de bem e era possuído por poucos. Com a

internet e o amplo acesso à informação, criou-se

um novo jeito de compartilhar o conhecimento

sobre diversos assuntos. As antigas enciclopédias,

livros que serviam de base e consulta sobre

diferentes temas, deram espaço aos mecanismos

de buscas e repositórios online. Entre eles uma

enciclopédia digital e aberta a qualquer um com

acesso à internet: a Wikipédia.

Em 2011, quando completou sua primeira década,

a Wikipédia contabilizava visitas de mais de 400

milhões de pessoas por mês, publicações em 271

idiomas e 26 milhões de acessos. Só a edição em

inglês ocupava cerca de 1,5 mil volumes de 500

páginas. A média de novos artigos criados por dia

no site era de 9.000. No entanto, a atual queda no

número de editores colaboradores preocupa os

coordenadores do projeto.

O canal que chegou a contabilizar 51.000 editores

colaboradores em 2007, seu ápice, viu esse

número cair, e, com isso, a qualidade de seu

conteúdo. Em 2013, o número de editores ativos –

que podem ser qualquer usuário -- caiu para

31.000.

O site é feito de forma colaborativa e foi criado com

a filosofia de que o conhecimento é universal.

Wikipédia é o termo resultante da junção de wiki, que

refere-se a rápido, veloz, e do sufixo grego pedia,

educação.

O conceito wiki foi criado por Ward Cunningham em

1995 e a sua filosofia consiste em manter um espaço

na web completamente aberto, onde qualquer

utilizador pode modificar, estruturar e organizar

documentos de diversas formas. É como um trabalho

sempre em progresso. Por esse motivo, a perda de

colaboradores afeta o DNA do projeto.

Declínio

Estudiosos e críticos da enciclopédia aberta dividem-

se em dois lados para explicar a chamada ―fase de

declínio da Wikipédia‖, que já dura seis anos: para

uns, as novas regras e os algoritmos de controle de

qualidade implementados em 2007 pode ser

parcialmente o responsável pela queda no número de

editores. Para outros, a questão é que os editores

mais antigos já colaboraram com tudo o que podiam,

e que agora, é preciso engajar novos voluntários.

Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipédia,

parece concordar com a segunda opção. Para ele, o

projeto precisa de atrair um novo público para fazer

progresso. Algumas iniciativas foram feitas pelo site

nesse sentido. Em 2012, uma campanha visou

engajar professores para incrementar o conteúdo. A

ideia era que docentes e alunos pesquisassem,

aprimorassem e criassem novos temas e assuntos

para inserir na enciclopédia. Projetos como esse já

acontecem em diversas instituições de ensino

superior no Egito, na Rússia, na Índia, no Reino

Unido e nos Estados Unidos. Embora tenha mostrado

resultado, a iniciativa não foi suficiente para manter o

número de editores ativos em alta.

No mesmo ano, alguns editores começaram uma

página chamada WikiProject Editor, com a ideia de

criar um espaço para ajudar os recém-chegados e

ATUALIDADES

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promover um ambiente mais amigável. Mas a

iniciativa acabou gerando queixas de assédio moral

entre os administradores.

Outro problema que envolve o site é a confiança na

informação. Para postar conteúdo, o usuário tem

que levar em conta três princípios: a

verificabilidade, o princípio da imparcialidade e o

princípio de não-incorporação de pesquisas

inéditas. Todas as informações devem ter suas

fontes citadas, de preferência mais de uma, mas

nem sempre funciona assim.

Um dos casos mais famosos é o do escritor Phillip

Roth, que teve uma informação errada sobre um de

seus livros publicada no site. Ele entrou em contato

com a Wikipédia que respondeu, pedindo uma fonte

secundária para atualizar a informação. Ou ainda, o

questionamento que o ministro Gilmar Mendes, do

Supremo Tribunal Federal (STF), fez sobre seu

perfil na enciclopédia, que acabou sendo ―trancado‖

por um usuário e virou caso de polícia, já que ele

não concordou como a disposição de algumas

informações.

A continuação do ritmo de edição da Wikipédia

depende agora de um engajamento dos novos

usuários e de como as pessoas enxergam a

importância e a responsabilidade de construir uma

enciclopédia colaborativa aberta, gratuita e com

informações com credibilidade. Como atrair

voluntários dispostos não apenas a usufruir do

serviço, mas a colaborar com a sua manutenção,

parece ser o principal desafio da maior enciclopédia

digital.

DIRETO AO PONTO

A Wikipédia foi lançada em 2001 e, desde então, trouxe uma nova proposta para compartilhar informação e conhecimento. No entanto, o site vive há seis anos uma fase de declínio que preocupa seus criadores.

O canal que chegou a contabilizar 51.000 editores

colaboradores em 2007, seu ápice, viu esse

número cair, e com isso, a qualidade de seu

conteúdo. Em 2013, o número de editores ativos –

que podem ser qualquer usuário -- caiu para

31.000.

Em 2011, quando completou sua primeira década,

contabilizava visitas de mais de 400 milhões de

pessoas ao mês, publicações em 271 idiomas e 26

milhões de acessos. Só a edição em inglês

ocuparia cerca de 1,5 mil volumes de 500 páginas.

Críticos se dividem apontando que uma mudança

no sistema do site teria provocado a queda no

número de voluntários. Para outros, os editores

antigos já contribuíram com tudo o que podiam e

agora um novo grupo de editores precisa ser

formado. Como atrair usuários dispostos não

apenas a usufruir do serviço, mas a colaborar com

a sua manutenção, é o desafio dos criadores da

maior enciclopédia digital.

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NOTÍCIA EM 04/02/2014 CIBERATIVISMO: ATIVISMO NASCE NAS REDES E MOBILIZA AS RUAS DO MUNDO

Quando você busca apoiar uma causa social, o que

faz? Provavelmente uma das primeiras coisas é

acessar a internet: fazer uma doação, compartilhar

campanhas e experiências, assinar uma petição ou

confirmar presença em algum protesto. Esses são

alguns dos exemplos de como a rede vem

ampliando o ativismo social e político e criando

novas formas de atuação e mobilização, compondo

o que é chamado de ciberativismo.

Sexting: Vingança, exposição e a intimidade

compartilhada na internet

O ciberativismo é um termo recente e consiste na

utilização da internet por grupos politicamente

motivados que buscam difundir informações e

reivindicações sem qualquer elemento intermediário

com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar

informação, organizar e mobilizar indivíduos para

ações, dentro e fora da rede. Com essas

possibilidades, todos podem ser protagonistas de

uma causa.

A internet pode ser usada ainda como um canal de

comunicação adicional ou para coordenar ações

offline de forma mais eficiente. Além disso, permite

a criação de organizações online, permitindo que

grupos tenham sua base de atuação na rede; o que

possibilita ações no próprio ambiente da rede, como

ocupações virtuais e a invasão de sites por hackers.

O autor Sandor Vegh no livro "Classifying forms of

online activism: the case of cyberprotests against the

World Bank, de 2003" (o livro, sem tradução

brasileira, é considerado uma referência sobre o

tema), comenta que as estratégias de utilização da

internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a

atuação de grupos, ampliando as técnicas

tradicionais de apoio.

Vegh cita três categorias de atuação do ativismo

online: 1) conscientização e promoção de uma causa

(por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia

que possa ter afetado a causa ou uma organização);

2) organização e mobilização (convocar

manifestações, fortalecer ou construir um público); e

3) ação e reação.

Exemplos desse tipo de ativismo vão desde petições

online, criação de sites denúncia sobre uma

determinada causa, organização e mobilização de

protestos e atos que aconteçam fora da rede,

flashmobs, hackerativismo e o uso de games com

uma função política e social.

Casos recentes

Embora as primeiras formas de ativismo online datem

do início da década de 1990,movimentos recentes

no Brasil e no mundo vêm mostrando o potencial

dessa nova forma de reorganização.

No Irã, por exemplo, em 2009, o Twitter se mostrou

um importante campo de batalha no ambiente virtual,

após a reeleição suspeita de fraude do então

presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou

protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com

comícios proibidos, a comunicação cortada, a

imprensa local camuflando o ocorrido e jornalistas

estrangeiros proibidos de ficarem no país, os

iranianos utilizaram o Twitter e o YouTube para

mostrar ao mundo o que realmente estava

acontecendo. Osprotestos da Primavera

Árabe seguiram o mesmo caminho.

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Um dos casos mais emblemáticos do século 21

talvez seja o do WikiLeaks, site criado pelo

jornalista Julian Assange que divulgou informações

sigilosas de vários países, principalmente sobre os

Estados Unidos e a Guerra do Afeganistão.

O celular e as redes sociais também se mostraram

uma poderosa "arma" nos protestos de junho de

2013 no Brasil. Apostando na dinâmica rede-rua, foi

pelo Facebook que os organizadores do MPL

(Movimento Passe Livre) conseguiram a adesão de

centenas de milhares de pessoas, sendo que boa

parte delas participou dos protestos nas ruas de

diversas cidades brasileiras. Outro grupo que

chamou atenção durante os protestos foi o Mídia

Ninja, cuja atuação foi baseada nas transmissões

ao vivo dos protestos pela internet, enquadrando-se

na primeira forma de ciberativismo proposta por

Vegh.

Hackers e games

Os hackers também ganharam um papel de

destaque dentro do ciberativismo, no que é

chamado de ativismo hacker -- ou hacktivismo,

definido com uma prática de hacking, phreaking ou

de criar tecnologias para alcançar um objetivo

social ou político. Um dos principais grupos de

hackers ativistas é o Anonymous, criado em 2003, e

que ganhou vertentes por todo o mundo.

Os games também entraram na onda do ativismo.

Uma iniciativa interessante nesse sentido é o site

Molleindustria. Com o slogan ―Games radicais

contra a ditadura do entretenimento‖, o objetivo do

site é usar a estética dos games para promover a

crítica social e política. Quem acessar o site irá

encontrar jogos sobre pedofilia e padres, a guerra

do petróleo, como gerir uma lanchonete do

McDonalds e o mais interessante: o internauta será

sempre colocado numa posição desconfortável,

para vivenciar na pele – mesmo que virtualmente –

as mais diversas situações.

DIRETO AO PONTO

Quando você quer apoiar uma causa social, o que

você faz? Uma das primeiras coisas provavelmente

é participar pela internet: fazer uma doação,

compartilhar campanhas, assinar uma petição ou

confirmar presença em algum protesto. Esses são

alguns dos exemplos de como a internet vem

ampliando o ativismo social e político e criando

novas formas de atuação e mobilização, compondo

o que é chamado de ciberativismo.

O ciberativismo é um termo recente e consiste na

utilização da internet por grupos politicamente

motivados, que buscam difundir informações e

reivindicações sem qualquer elemento

intermediário, com o objetivo de buscar apoio,

debater e trocar informação, organizar e mobilizar

indivíduos para ações e protestos, dentro e fora da

rede.

Sandor Vegh, no livro "Classifying forms of online

activism: the case of cyberprotests against the

World Bank", expões três categorias de atuação do

ativismo online: 1) conscientização e promoção de

uma causa; 2) organização e mobilização; e 3) ação

e reação.

Exemplos desse tipo de ativismo vão desde

petições online, criação de sites denúncia sobre

uma determinada causa, organização e mobilização

de protestos e atos que aconteçam fora da rede,

flashmobs, hackerativismo e o uso de games com

uma função política e social.

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NOTÍCIA EM: 07/02/2014

ROLEZINHOS: JOVENS DA "NOVA CLASSE MÉDIA" COLOCAM EM XEQUE MODELO DE INCLUSÃO SOCIAL

É um costume dos adolescentes se reunirem em

shoppings para passear. Mas quando centenas de

jovens de periferia começaram a promover

encontros em shopping centers de São Paulo, em

dezembro do ano passado, os chamados

―rolezinhos‖ viraram caso de polícia e ganharam

repercussão nacional. Além da discussão sobre a

adequação ou não do local para essas reuniões, os

rolezinhos também levantaram outra questão: a

relação entre e inclusão social desses jovens e o

consumo.

A palavra ―rolê‖ é uma gíria associada a dar uma

volta e se divertir. Os primeiros rolezinhos

aconteceram em dezembro de 2013, organizados

por cantores de funk, em resposta à aprovação de

um projeto de lei que proibia bailes nas ruas de São

Paulo (proposta que depois foi vetada pelo prefeito

Fernando Haddad).

Depois, MC‘s passaram a promover encontros ao

vivo com suas fãs, seguidos pelos ―famosinhos‖,

pessoas com milhares de seguidores nas redes

sociais, que também entraram na onda e levaram

seus fãs do Facebook aos shoppings. O objetivo

era conhecer gente nova, ser visto, paquerar, se

divertir e escutar funk ostentação, gênero musical

que mistura batidas de funk a letras sobre consumo e

marcas de luxo.

A situação que fugia da rotina habitual desses

centros comerciais causou pânico. Um dos primeiros

rolezinhos aconteceu em 7 de dezembro, no

shopping Metrô Itaquera, zona leste da capital

paulista. Convocado pelo Facebook, o evento reuniu

6.000 jovens no estacionamento. Por denúncias de

furto e temendo um arrastão, lojistas acionaram a

polícia e o shopping fechou as portas mais cedo.

No dia 11 de janeiro, novamente no shopping

Itaquera, um grupo de mil pessoas que se reunia

para um rolezinho foi reprimido pela PM, que chegou

a usar bombas de gás lacrimogêneo, bala de

borracha e spray de pimenta. Houve correria, pânico

e denúncias de furto.

Diante da divulgação de que ocorreria um rolezinho

no local, o shopping JK Iguatemi, um dos mais

sofisticados da capital paulista, conseguiu liminar na

Justiça proibindo o acesso de menores

desacompanhados e multa para quem promovesse a

mobilização. O encontro não chegou a acontecer,

mas a checagem de documentos pelos seguranças

para evitar o acesso causou polêmica.

Pela lei, nenhum tipo de estabelecimento comercial

pode adotar medidas de discriminação para evitar o

acesso de pessoas. É proibida qualquer seleção de

consumidores a partir de critérios como raça, origem

social, idade ou orientação sexual. Caso o local tome

esta atitude, pode receber processos judiciais. O

shopping pode adotar medidas de segurança, como

limitar o número de pessoas e coibir condutas ilegais

como o uso de drogas e violência.

Durante os rolezinhos de dezembro e início de

janeiro, a Associação Brasileira de Lojistas de

Shopping contabilizou uma queda de 25% no

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movimento dos estabelecimentos envolvidos. Com

medo, muita gente evitou esses lugares. Já o

fechamento das lojas e a seleção nos shoppings

despertou um debate nacional sobre violência e

segregação racial e social. Houve até ―rolezinhos

de universitários‖, protestos de manifestantes com

viés político que questionam as atitudes dos

shoppings.

Democratização do consumo?

Os encontros e as reações e eles ganharam

diferentes interpretações: seriam um pretexto para

fazer baderna e confusão, gerando prejuízos

financeiros e de imagem para os centros

comerciais; reflexo da falta de espaços públicos e

de convivência segura para os jovens, que veem no

shopping sua única saída; e, ainda, como uma

demonstração de desigualdade e elitismo da

sociedade brasileira.

Esse incômodo estaria relacionado à

democratização do consumo, reflexo da ascensão

da classe C no país. Os espaços tradicionais de

consumo, que antes eram exclusivos de uma classe

mais abastada, agora são cada vez mais ocupados

por classes emergentes. É a inserção social pelo

consumo.

Segundo o Instituto Data Popular, que traçou um

retrato dos jovens que participam dos rolezinhos,

eles pertencem fundamentalmente à classe C e têm

potencial de consumo (R$ 129 bilhões por mês)

maior do que as classes A, B e D juntas (R$ 99

bilhões por mês).

Quanto ao perfil dos consumidores que frequentam

shoppings brasileiros ele pode ser dividido em 22%

de classe A, 41% da B e 37% da C. Segundo o

último censo da Abrasce (Associação Brasileira de

Shoppings Centers), os jovens da classe C são

maioria dos consumidores nesses estabelecimentos.

Ir ao shopping é se integrar

―Tudo começou como distração e diversão: se

arrumar, sair, se vestir bem. Existe toda uma relação

com as marcas e com o consumo, num processo de

afirmação social e apropriação de espaços urbanos.

Ir ao shopping é se integrar, pertencer à sociedade

de consumo‖, avalia a antropóloga e professora da

Universidade de Oxford, na Inglaterra, Rosana

Pinheiro-Machado, ao comentar sobre a relação de

inclusão social que os jovens veem nesse novo poder

de compra.

Os números acima também refletem a ascensão de

consumo que a classe C teve nos últimos dez anos --

chamada de ―nova classe C‖. A nomenclatura teve

seu marco com a pesquisa intitulada "Nova classe

média", realizada pela FGV (Fundação Getúlio

Vargas) e divulgada em agosto de 2008. Essa "nova

classe média", ou "nova classe C", tem uma renda

entre R$1.064,00 e R$ 4.561,00 e abriga 52,67% da

população, o equivalente a quase 98 milhões de

pessoas.

Houve também aumento do salário mínimo, a

diminuição do desemprego, o aumento da linha de

crédito (parcelamento pelo cartão) e a diminuição de

impostos de algumas mercadorias pelo Governo.

Outras facetas desse grupo são a facilidade do

acesso à internet e aumento da possibilidade de

frequentar uma universidade.

Como resultado, os filhos da chamada ―nova classe

média brasileira‖ agora têm acesso a produtos que

antes não podiam comprar e valorizam produtos mais

sofisticados.

E o que eles querem consumir?

A maioria dos jovens, segundo o instituto, deseja

comprar produtos eletrônicos e a roupas da moda

ATUALIDADES

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que geram status e prestígio. A pesquisa revelou

que 15% pretendem comprar um notebook, 11%

querem adquirir um smartphone e 11% um tablet.

Bonés, roupas e tênis de grife também estão entre

os itens desejados. Os adolescentes da nova

classe C chegam a gastar R$ 1.000 em um tênis, e

mesmo assim, algumas marcas não querem sua

imagem associada a esse público.

Para os shoppings, a questão dos rolezinhos será

resolvida de duas formas. Uns vão fechar as portas

em caso de aglomeração, outros, como o Shopping

Itaquera, sinalizaram atitude diferente. Foi acertado

que o shopping será informado sobre os encontros,

não para impedir, mas organizar melhor o evento.

Já o Governo Federal promete planejar novas

políticas públicas para a juventude, em conjunto

com os Estados. Além disso, está monitorando a

internet e prepara forças policiais caso os

rolezinhos fujam do controle.

Políticas públicas

No entanto, observadores apontam que o fenômeno

dos rolezinhos coloca em xeque outras áreas e

demandas sociais, como educação, saúde e

esporte, que não apareceram na pauta das

soluções para evitar a multidão nos shoppings (em

2014, o Brasil deve ganhar mais 40 shoppings).

―A inclusão dos últimos anos foi em boa medida um

aumento do poder de compra a crédito. Os pobres

compram mais – o que é ótimo, porque eles tinham

e ainda têm acesso limitado a vários bens que

asseguram o conforto. Mas esse foi o eixo mais

marcante da inclusão. Embora a educação esteja

melhorando, a dupla do bem – que seria o mix de

educação e cultura, e o de saúde e atividade física

– não desperta igual atenção nem gera resultados

rápidos‖, escreve o filósofo Renato Janine Ribeiro

no artigo ―A inclusão social pelo consumo‖.

DIRETO AO PONTO

Adolescentes sempre se reuniram em shoppings

para passear e se encontrar. Mas quando centenas

de jovens de periferia começaram a promover

encontros em shopping sentir de São Paulo, em

dezembro do ano passado, os chamados

―rolezinhos‖ viraram caso de polícia e ganharam

repercussão nacional. Além da discussão sobre a

adequação ou não do local para estas reuniões, os

rolezinhos também apontaram para a relação entre

e inclusão social desses jovens e o consumo.

Para muitos, os encontros não passam de um

pretexto para fazer baderna e confusão. Outros

defendem que faltam espaços públicos e de

convivência para os jovens, que veem no shopping

sua única saída. Por outro lado, a tentativa de evitar

os rolezinhos refletiria um incômodo com a

democratização do consumo, reflexo da ascensão

da classe C. Os espaços de consumo, que antes

eram exclusivos para a elite, agora são ocupados

por novas classes emergentes.

O Instituto Data Popular traçou um perfil dos jovens

que participam dos rolezinhos. Eles pertencem

fundamentalmente à classe C e têm potencial de

consumo (R$ 129 bilhões por mês) maior do que as

classes A, B e D juntas (R$ 99 bilhões por mês).

Esses números refletem a ascensão de consumo

que a classe C teve nos últimos dez anos.

No caso desses jovens, o consumo parece ser visto

por eles como um caminho para a inclusão social.

Esses jovens agora têm a oportunidade de comprar

bens que antes eram inacessíveis, e assim, se

veem integrados a um grupo social do qual não

pertencem quando o assunto é educação, saúde,

emprego e esporte.

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Notícia em: 25/02/2014 NÃO ESTUDA NEM TRABALHA: CRISE ECONÔMICA E SOCIAL LANÇAM ALERTA SOBRE "GERAÇÃO NEM NEM"

Jovens que não estão trabalhando nem procurando

uma colocação no mercado e que estão fora da

escola. Esse é o perfil da chamada ―geração nem

nem‖, que inclui pessoas de 15 a 24 anos que não

trabalham nem estudam.

Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela

OIT (Organização Internacional do Trabalho)

apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-

americanos se enquadram nesse perfil. Uma

pesquisa anterior da OIT, divulgada logo no início

do ano, apontava que, de 2007 a 2012, o fenômeno

cresceu em 30 países, de uma lista de 40

analisados.

Mas se engana quem pensa que estamos falando

de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é

tema de estudos da OCDE (Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde

o final dos anos 1990. Entre 1997 e 2010, jovens

com idade entre 20 e 24 anos, que não trabalhavam

nem estudavam já eram 13% da população,

chegando a 17,6% em 2010. O que se nota hoje é

um aumento desse fenômeno.

Em Portugal esses jovens são quase meio milhão.

Na Irlanda e na Espanha a taxa dos "nem nem"

cresceu 9,4 e 8,7 pontos porcentuais desde 2007;

20% dos jovens irlandeses e espanhóis estão

nessa condição, taxa considerada ―preocupante‖

pela OIT. O Brasil está a um passo da categoria

preocupante, com 19% de jovens com esse perfil.

O fenômeno chamou tanta atenção que, em 2012,

com o alto número de jovens até 30 anos fora do

mercado de trabalho e das escolas, a italiana

Benetton criou uma campanha publicitária com

fotos de jovens e a frase "Desempregado do Ano". A

ideia era chamar atenção para a necessidade de

oportunidades de trabalho para esse grupo de

pessoas, reflexo de fatores econômicos e sociais,

mas também para um desânimo por parte dos jovens

em encontrar oportunidades de trabalho com baixa

remuneração, assim preferem ficar desempregados

até que novas possibilidades apareçam.

"A falta do acesso a oportunidades de trabalho

decente gera frustração e desânimo entre os jovens.

Há 108 milhões de razões pelas quais temos que agir

agora‖, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Fenômeno mundial

Conhecidos também pela sigla em inglês Neet

(neither in employment, nor in education or training),

esse perfil de jovens cresce por motivos diferentes

em cada país. Na maioria dos países estudados essa

é uma situação transitória e os motivos do

crescimento desse perfil de jovens variam: pode ser

reflexo de questões culturais – no México, 77% das

garotas não trabalham nem estudam e preferem se

dedicar à vida familiar--, econômicas e políticas,

como por exemplo, as recentes crises mundiais que

comprometeram a oferta de trabalho e o cenário de

instabilidade política em alguns países -- como na

Turquia e na Grécia, que após a crise e os

constantes protestos viram a taxa de desemprego

entre jovens aumentar--, e sociais, como a falta de

oportunidades ou a chegada de filhos.

No artigo ―Juventude, trabalho e desenvolvimento:

elementos para uma agenda de investigação", o

sociólogo Adalberto Cardoso, da Uerj (Universidade

do Estado do Rio de Janeiro), completa que, a

análise do fenômeno em cada país deve levar em

conta aspectos como a oferta de emprego nas

cidades, o acesso à educação e o perfil familiar por

não se tratar de um problema com respostas e

soluções iguais para todos os casos.

ATUALIDADES

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No Brasil, o fator renda é um dos que mais

influencia o crescimento de jovens com o perfil

―nem nem‖. ―Em 2000, famílias entre as 10% mais

pobres tinham 233% mais chances de ter um ‗nem

nem‘ entre os seus do que famílias entre os 10%

mais ricos. Em 2010, esse valor havia aumentado

para quase 800%. Isto é, a disponibilidade de

recursos familiares, tal como expressa pela renda

enquanto capacidade de aquisição de bens como

saúde e educação para seus membros, por

exemplo, confere um caráter de classe às

mudanças ocorridas no período, com aumento da

vulnerabilidade dos mais pobres. Isto é, é maior a

proporção de ‗nem nem‘ em 2010 entre as famílias

que, em termos relativos, tinham menores

condições materiais de dar respaldo a eles‖, diz o

artigo.

Os números na América Latina

Os números do relatório da OIT mostram que a

situação de crescimento econômico com emprego

registrada nos últimos anos na América Latina não

foi suficiente para melhorar o emprego dos jovens,

que continuam enfrentando um cenário pouco

otimista no qual persistem o desemprego e a

informalidade. Na conclusão do documento, a

organização cita que, com esse cenário, ―não é

casual que os jovens sejam defensores dos

protestos de rua quando suas vidas estão

marcadas pelo desalento e a frustração por causa

da falta de oportunidades‖.

Em todos os países pesquisados, as mulheres são

maioria entre os jovens da ―geração nem nem‖. Na

América Latina elas representam 92% desse grupo.

Ainda nos países latino-americanos,

aproximadamente 25% desses jovens (5,25

milhões) buscam trabalho, mas não conseguem

outros 16,5 milhões não trabalham, nem buscam

emprego, e cerca de 12 milhões dedicam-se a

afazeres domésticos. Os que não trabalham nem

estudam e nem se dedicam a outras atividades são

classificados de ―núcleo duro‖ e demandam uma

atenção especial dos governantes.

Na região, Honduras é o país que apresenta o maior

percentual de jovens ―nem nem‖, com 27,5%,

seguido da Guatemala (25,1%) e El Salvador

(24,2%). Os países com menor percentual são

Paraguai (16,9%) e Bolívia (12,7%).

No Brasil, mulheres negras são maioria

Entre os jovens brasileiros, 19% com idade entre 15

e 24 anos não trabalham nem estudam. No Brasil, o

número de mulheres negras nesse perfil é duas

vezes maior que o de homens, segundo o relatório da

OIT. Entre os fatores estão que colaboram para esse

número estão baixo nível social e casos de gravidez

na adolescência, o que faz com que a mulher

interrompa os estudos e, também, a atividade

profissional.

De maneira geral, não são apenas os jovens entre 15

e 24 anos que preocupam a OIT. Hoje, 13,1% dos

jovens do mundo continuam sem emprego, ou seja,

um total de 74,5 milhões de pessoas. Só em 2013, 1

milhão de jovens perderam seus trabalhos e, com os

países ainda em recuperação após a crise

econômica de 2008, a perspectiva de futuro para a

―geração nem nem‖ ainda não parece otimista.

DIRETO AO PONTO

Jovens desinteressados em procurar trabalho

devido à falta de qualificação profissional e que não

investem na formação porque também não são

atraídos pela escola. Esse é o perfil da chamada

―geração nem nem‖, que inclui jovens de 15 a 24

anos que não trabalham nem estudam.

Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela

OIT (Organização Internacional do Trabalho)

apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-

americanos se enquadram nesse perfil. Pesquisa

anterior da OIT, já apontava que, de 2007 a 2012, o

ATUALIDADES

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fenômeno cresceu em 30 países.

Mas se engana quem pensa que estamos falando

de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é

tema de estudos da OCDE (Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde

o final dos anos 1990. Para cada país o motivo do

crescimento desse perfil de jovens varia. Alguns

têm raízes culturais, em outros são reflexos de

cenários econômicos e políticos, ou sociais, como

falta de oportunidades e a chegada de filhos, um

dos pontos que faz das mulheres entre 15 e 24

anos maioria entre os ―nem nem‖.

O que se nota hoje é um aumento desse fenômeno.

Em Portugal esses jovens são quase meio milhão.

Na Irlanda e na Espanha, 20% dos jovens estão

nessa condição, taxa considerada ―preocupante‖

pela OIT. O Brasil está a um passo de entrar na

mesma categoria, com 19% de jovens com esse

perfil, segundo a OIT.

Notícia em: 28/02/2014 ÍNDIOS: DOIS PROJETOS AMEAÇAM TERRAS INDÍGENAS E ACIRRAM CONFLITOS RURAIS

Atualmente, a população indígena no Brasil soma

896,9 mil (menos de 1% da população), de 305

etnias, com línguas e costumes diferentes, o que faz

do Brasil o país com a maior diversidade cultural do

mundo. Os dados são do Censo 2010. No entanto, os

índios ainda têm frágeis direitos aos seus territórios.

Em 2014, duas propostas que visam alterar o direito

do uso da terra pelos índios voltam ao debate no

Congresso.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Uma delas é a PEC 215. De autoria do ex-deputado

Almir Sá, a proposta quer transferir para o

Congresso Nacional a função de demarcação das

terras, competência que hoje é da União, revisar

as terras já demarcadas e ainda propõe uma

mudança nos critérios e procedimentos para a

demarcação, que passariam a ser regulamentadas

por lei, e não por decreto como funciona atualmente.

Os órgãos responsáveis pelas demarcações são a

Funai (Fundação Nacional do Índio), que faz os

estudos e delimita as áreas; o Ministério da Justiça,

que faz a declaração da terra; e a Presidência da

República, que a homologa. Atualmente, segundo a

Funai, existem 645 áreas indígenas em diferentes

fases da demarcação.

Todo esse processo deveria ter sido concluído até

1993, uma vez que o artigo 67 da Constituição de

1988 dava cinco anos para a União finalizar a

demarcação das terras indígenas.

O PLP 227, de autoria do deputado Homero Pereira

(PSD-MT), quer regulamentar o artigo da

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Constituição que define áreas de interesse público

à União. De acordo com a proposta, terras que se

configurarem como assentamentos de reforma

agrária, exploração de jazidas e minerais,

construção de rodovias e ferrovias, campos de

treinamento militar, ocupações de terras

privadas até 5 de outubro de 1988, entre outros,

não serão liberadas para demarcação indígena.

Em ambas as propostas, as opiniões se dividem.

Alguns parlamentares defendem que o Congresso

participe da demarcação por se tratar de terras

públicas. Deputados ligados ao agronegócio (a

chamada ―bancada ruralista‖) avaliam que a forma

como o processo ocorre hoje ameaça a produção

agropecuária e prejudica o pequeno produtor.

Para os indígenas, as duas propostas atendem a

interesses econômicos (ameaçando suas riquezas

ambientais e minerais) e, se aprovadas, vão

dificultar a demarcação da terra, essencial para que

eles preservem seus costumes, tradições e

sustentabilidade.

A disputa constante pela terra

A maioria dos índios brasileiros (57,7%) vive em

505 terras indígenas reconhecidas pelo governo

(Censo 2010). Essas áreas equivalem a 12,5% do

território nacional, sendo que maior parte fica na

região Norte -- a mais populosa em indígenas (342

mil). Já no Sudeste, 84% dos 99,1 mil índios estão

fora das terras originárias, seguido do Nordeste

(54%).

Mesmo com a posse inalienável de suas terras

garantida por lei, são constantes os conflitos

envolvendo fazendeiros e empresários em terras

com recursos naturais e minérios, principalmente

nas áreas rurais -- onde vive a maioria da

população indígena (63,8%)— da região Norte e

dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Um dos casos mais conhecidos é o da Raposa Serra

do Sol, em Roraima, terra onde vivem 19 mil índios e

é alvo de disputa com fazendeiros e garimpeiros.

Nessa região está localizada a terra indígena mais

populosa no país: a Yanomami, com 25,7 mil

habitantes (5% do total) distribuídos entre o

Amazonas e Roraima. Já a etnia Ticuna (AM) é a

mais numerosa, com 46 mil índios, sendo 39,3 mil na

terra indígena.

Conflitos com fazendeiros

Em meio a esse impasse, os conflitos seguem

ocorrendo, em alguns casos, de forma violenta. Em

maio de 2013, a invasão de fazendas em Sidrolândia

(MS) por indígenas culminou na morte de um índio

terena. A Força Nacional chegou a ser convocada

para garantir a segurança local. Os terena

reivindicam uma área cujo processo demarcatório se

arrasta há 13 anos. Já os fazendeiros não querem

perder suas terras. O governo negocia como os

produtores a compra dos terrenos.

Em dezembro do ano passado, produtores rurais do

Mato Grosso do Sul organizaram o ―Leilão da

Resistência‖, para arrecadar recursos para impedir a

invasão de terras por indígenas. O leilão foi impedido

pela Justiça, que temia a formação de milícias. Em

2014, causou polêmica um vídeo em que o deputado

Luis Carlos Heinze (PP-RS), presidente da Frente

Parlamentar da Agropecuária, defende que os

agricultores deveriam se armar para evitar invasões

indígenas.

Com as duas propostas em andamento no

Congresso, o tema do uso da terra promete dividir

novamente representantes do agronegócio,

ambientalistas e indígenas, colocando em lados

opostos a exploração econômica, a preservação do

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meio ambiente e a preservação da cultura dos

povos tradicionais.

DIRETO AO PONTO

Em 2014, duas novas propostas no Congresso

devem colocar em evidência a questão da

demarcação das terras indígenas: a PEC 215, que

quer transferir para o Congresso Nacional a função

de demarcação das terras, competência que hoje é

da União, e o PLP 227, que visa regulamentar o

artigo da Constituição que define áreas de interesse

público à União, sobre o uso da terra pelos índios.

Hoje, os órgãos responsáveis pelas demarcações

de terra são a FUNAI (Fundação Nacional do Índio),

que faz os estudos e delimita as áreas; o Ministério

da Justiça, que faz a declaração da terra; e a

Presidência da República, que a homologa.

Atualmente, segundo a FUNAI, são 645 terras

indígenas em diferentes fases da demarcação.

Embora a população indígena tenha obtido novas

conquistas ao longo dos anos, como o Estatuto do

Índio, de 1973, e o reconhecimento na Constituição

de 1988, a disputa pela da terra ainda é fato

recorrente. São constantes os conflitos envolvendo

fazendeiros e empresários em terras com recursos

naturais e minérios, principalmente nas áreas

rurais, onde vive a maior parte da população

indígena (63,8%).

NOTÍCIA EM: 11/03/2014 Crise na Ucrânia: Um país dividido entre a Rússia e a União Europeia

Nem sempre os políticos calculam bem as

consequências de suas decisões. No caso do

presidente afastado da Ucrânia, sua última escolha

lhe custou o cargo e a tranquilidade de toda a

população ucraniana que hoje está no centro de um

conflito com a Rússia. A crise na Ucrânia começou

em novembro.

Tudo começou em novembro de 2013, quando o

então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich,

decidiu abandonar um acordo de livre comércio com

a União Europeiapara se alinhar à Rússia, país que

dominou a Ucrânia por gerações quando esta fazia

parte da União Soviética. O acordo estratégico com

os russos incluía uma ajuda financeira, descontos no

preço do gás produzido pela Rússia e comprado pela

Ucrânia e a promessa de uma zona de comércio

livre.

Desejando a integração com a União Europeia e

temendo a influência russa, parte dos ucranianos foi

às ruas para se manifestar contra a decisão. A

quebra do acordo foi o estopim para um governo que

já sofria desgastes com problemas como a economia

sem crescimento, corrupção endêmica e a falta de

reformas políticas.

O gás natural produzido pela Rússia tem papel

relevante na crise. Hoje, a Europaimporta 30% do

gás russo, número que já foi de 45%. A Ucrânia está

entre os dez países que mais consomem gás natural

no mundo e também redistribui o produto. Em seu

território, passam 80% do gás russo vendido aos

europeus por meio de seus gasodutos.

No controle dos preços do gás natural, os russos com

frequência ameaçam suspender seu fornecimento

aos ucranianos. Em 2006 e em 2009 os dois países

entraram em crise devido a um desentendimento no

valor do gás e a suspeitas de que a Ucrânia havia

desviado o gás destinado a países vizinhos. Neste

cenário, o desconto de US$ 2 bilhões anuais no

preço do gás natural oferecido pelo presidente russo

Vladimir Putin para o governo ucraniano abandonar o

acordo com a União Europeia funcionou como

atrativo.

A violenta repressão policial às manifestações fez

crescer o movimento e as críticas ao governo, e

alterou a pauta de reivindicações: os protestos não

pediam apenas o alinhamento à União Europeia, mas

também a saída do presidente. Houve invasão de

ATUALIDADES

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prédios públicos e os confrontos entre

manifestantes e policiais deixaram um saldo de

dezenas de mortes.

Após três meses de protestos, o Parlamento votou

pela destituição do presidente Viktor Yanukovich e

anunciou eleições presidenciais antecipadas para

25 de maio. Aleksandr Turchinov, presidente do

Parlamento, assumiu como presidente interino.

Países da União Europeia prometeram uma ajuda

financeira para a Ucrânia empreender reformas

econômicas e planejar as eleições presidenciais.

Refugiado na Rússia, Yanukovich defende que

continua sendo presidente do país.

Seria o fim da crise? Não exatamente. Enquanto o

Ocidente apoiava o novo governo, a Rússia criticou

o país vizinho e o governo provisório, prometendo

sanções econômicas como retaliação.

Na Crimeia, república autônoma da Ucrânia,

confrontos entre militantes prós e antirrussos

acirraram o conflito. A Rússia, que mantém uma

base naval no litoral da Crimeia, no sul, enviou

tropas militares para executarem manobras na

fronteira. O número de soldados russos no local

chegou a 30 mil.

Localizada estrategicamente ao lado do mar Negro,

a Crimeia é um Estado autônomo e 60% da

população é de origem russa. A influência do país

soviético é forte não apenas na península, mas

também nas regiões leste e sul da Ucrânia, que

mantém a língua e a cultura.

No final de fevereiro, o Parlamento em Simferopol

(capital da Crimeia) foi invadido por separatistas

com bandeiras da Rússia. Os parlamentares da

Crimeia criaram um referendo para a população

decidir se deseja pertencer à Ucrânia ou Rússia.

Historicamente, a região nunca pertenceu de fato à

Ucrânia e foi anexada durante a Guerra Fria porque a

União Soviética controlava as duas regiões. Se

aprovado pela Rússia, o referendo deve ser votado

no dia 16 de março.

Para o presidente interino da Ucrânia, a ação é ilegal,

pois pela constituição ucraniana, a decisão de rever

fronteiras só poderia ser examinada com um

referendo nacional. Turchinov ainda alertou para a

atuação similar da Rússia durante a intervenção na

Geórgia no conflito separatista da Abkházia e da

Ossétia do Sul, que têm uma grande população de

etnia russa, em 2008. A guerra com a Geórgia durou

cinco dias, e a Rússia permanece no controle da

Abkházia e da Ossétia do Sul até hoje, mesmo que a

ONU e a maioria dos países considere-os como parte

da Geórgia.

Um país com um passado de lutas

A Ucrânia é uma nação em processo de mudança.

Com 46 milhões de habitantes, o segundo maior país

da Europa tem um território maior do que a França e

foi palco de intensos conflitos ao longo da história.

No século 19, a Ucrânia foi anexada ao Império

Russo. No século 20, após a Segunda Guerra

Mundial, o país pertenceu à União Soviética e era um

dos seus principais produtores agrícolas. A região

leste sempre foi mais próxima da Rússia e a oeste,

aos poucos foi se alinhando ao Ocidente.

Em 1991, após o colapso da União Soviética, a

Ucrânia manteve relações próximas com a Rússia e

permitiu que sua frota naval operasse em águas

ucranianas. A Ucrânia também é rota para os

gasodutos russos que exportam gás natural para a

Europa.

Em 2004, os ucranianos fizeram seu primeiro grande

levante popular devido às suspeitas de fraude nas

eleições que colocaram o presidente afastado, Viktor

Yanukovitch, no cargo. As fraudes foram

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comprovadas pela justiça, e um segundo pleito deu

a vitória a Victor Yushchenko na primeira eleição

presidencial democrática do país. Durante as

eleições, o candidato chegou a ser envenenado e

sobreviveu.

Quando o antigo regime tentou anular a eleição,

milhares de pessoas foram às ruas da capital e

acamparam na Praça Maidan, em Kiev. O risco de

uma guerra civil entre a parte ocidental do país e a

oriental (reduto da Rússia) era real. O levante

pacífico foi chamado de Revolução Laranja. O

ponto de encontro também foi a Praça da

Independência de Kiev. A mesma que hoje vê uma

nova geração de jovens clamarem por novos

tempos.

DIRETO AO PONTO

A decisão do presidente ucraniano Viktor

Yanukovych, no final de 2013, de abandonar o

acordo de livre comércio com a União Europeia

para se alinhar à Rússia, país que dominou a

Ucrânia por gerações quando esta fazia parte da

União Soviética, desencadeou uma onda de

protestos no país. O acordo estratégico com os

russos incluía uma ajuda financeira, descontos no

preço do gás e a promessa de uma zona de

comércio livre.

A violenta repressão policial aos protestos fez

crescer o movimento e as críticas ao governo, e

alterou a pauta de reivindicações: os manifestantes

não pediam apenas o alinhamento à União

Europeia, mas também a saída do presidente. Após

três meses de protestos, Yanukovych foi destituído.

Aleksandr Turchinov, presidente do Parlamento,

assumiu como presidente interino.

Na Crimeia, república autônoma da Ucrânia,

confrontos entre militantes prós e antirrussos

acirraram o conflito. A Rússia, que mantém uma

base naval no litoral da Crimeia, no sul, enviou

tropas militares para executarem manobras na

fronteira. Agora, inserida no conflito, a população da

Crimeia realizará um referendo para decidir se

deseja pertencer à Ucrânia ou Rússia.

Enquanto isso, a Rússia e Ucrânia seguem sem

uma resolução para o impasse em meio aos

preparativos dos ucranianos para convocar novas

eleições presidenciais, o que pode atrapalhar os

planos do presidente russo Vladimir Putin, de se

aproximar da Ucrânia.

NOTÍCIA EM: 18/03/201417h58

FALTA DE ÁGUA: COM ALTO CONSUMO, PROBLEMA AFETA A GERAÇÃO DE ENERGIA

Basta uma redução na quantidade de chuvas que as

notícias logo chegam: vai faltar água na sua cidade.

Em março, após uma longa estiagem no verão, o

nível do reservatório do Sistema Cantareira, que

abastece a Região Metropolitana de São

Paulo, chegou a 15%, o mais baixo patamar desde

que o sistema foi construído, em 1974. O normal

para essa época seria de 60%.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Para compensar a perda do volume de água

fornecido pela empresa Sabesp, municípios

abastecidos pelo sistema adotaram medidas de

diminuição do consumo. No futuro, a situação pode

piorar. Na Região Metropolitana de São Paulo, por

exemplo, a demanda por água será 27% maior em

2035.

Além do uso doméstico (em Nova York, um cidadão

chega a gastar 2.000 litros de água potável por dia) e

público, os recursos hídricos são utilizados na

agricultura, pecuária, indústria (para fabricar 1 kg de

aço são necessários 600 litros de água) e na geração

de energia nas usinas hidrelétricas.

A geração de energia hidrelétrica, nuclear e térmica

precisa de água. No Brasil, as usinas hidrelétricas

são responsáveis por mais de dois terços da energia

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gerada no país. Assim, a falta de chuvas e a

escassez de água afetam o fornecimento de luz,

gerando apagões, racionamento entre outras

medidas. Uma recente decisão do ONS (Operador

Nacional do Sistema Elétrico) foi aumentar a

capacidade de geração das termoelétricas, que

custam mais caro. Esse custo adicional será

repassado ao consumidor brasileiro na hora de

pagar a conta de luz.

Com o crescimento da população, o inchaço

desordenado das cidades e o desenvolvimento

econômico que aumenta a demanda por recursos

hídricos, a água de qualidade é cada vez mais

escassa.

Escassez de água

A necessidade de um consumo consciente e

a escassez da água levou a ONU(Organização das

Nações Unidos) a criar em 2004 o Dia Mundial da

Água, em 22 de março.

A água é um elemento fundamental a todo ser vivo.

Mas o acesso à água potávelsempre foi um

problema para as populações do mundo. A Terra é

composta de 70% de água, a maior parte localizada

nos oceanos. Desse percentual, cerca de 3% é

formado por água doce. E grande parte dela se

encontra congelada nas calotas polares ou embaixo

da superfície do solo.

A possibilidade da escassez de água futura alerta o

Brasil para a necessidade de reduzir sua

dependência das grandes hidrelétricas. Um relatório

recente produzido pela Coppe/UFRJ, área de

engenharia da universidade, e financiado pelo

Banco Mundial, aponta para a possibilidade das

hidrelétricas em construção Santo Antonio, Jirau e

Belo Monte não gerarem a energia esperada devido

à falta de chuvas na Amazônia.

Dados da ONU de 2006 estimam que até 2050 mais

de 45% da população mundial não terá acesso à

água potável. Segundo a previsão dos organismos

internacionais, quase todos os três milhões de

habitantes que devem ser adicionados à população

mundial até 2050 nascerão em países que já sofrem

com a escassez desse recurso. As áreas mais

atingidas serão a África, a Ásia Central e o Oriente

Médio. Num futuro não muito distante, o cenário

desenhado é de países brigando mais por água e

menos por petróleo.

Vários problemas afetam a qualidade da água e

agravam o seu desperdício. No campo, as técnicas

inadequadas de irrigação e o uso abusivo de

produtos químicos afetam o meio ambiente. O

problema se agrava com o desmatamento e remoção

de áreas de vegetação e matas ciliares que protegem

os rios. Nas cidades, o lançamento de lixo e esgoto

sem tratamento podem poluir os mananciais que

abastecem a região. Sem contar ações cotidianas,

como fechar a torneira enquanto escovar os dentes,

economizar o tempo no banho, ensaboar a louça com

a torneira fechada, entre outras.

Brasil, uma potência hídrica

Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), o

Brasil é considerado a maior potência hídrica do

planeta – dados estimam que o país detenha

aproximadamente 12% da água doce do mundo.

O maior potencial hídrico do Brasil é a Amazônia. No

entanto, o uso da água para gerar energia a partir de

uma hidrelétrica implica inundar grandes áreas, o que

é visto como um problema socioambiental.

A riqueza de volume de água é garantida pelas

chuvas tropicais e por três grandes bacias:

Amazônica, São Francisco e Paraná. Além disso, o

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Brasil possui a maior reserva de água doce

subterrânea do mundo, o aquífero Guarani, que

abrange parte dos territórios da Argentina, do

Brasil, do Paraguai e do Uruguai e cruza a fronteira

de oito Estados brasileiros (Goiás, Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e já

abastece cidades próximas.

O aquífero é uma formação geológica rochosa

capaz de armazenar e ceder água subterrânea,

abastecendo poços artesanais e fontes de água

doce. Para especialistas, os aquíferos poderiam ser

uma alternativa para atender necessidades futuras

de consumo de água. No entanto, essa não é uma

solução simples.

O problema é que em quase todos os continentes,

importantes aquíferos estão sendo esgotados de

forma mais rápida que o tempo de recarga, como é

o caso da Índia, China, Estados Unidos, norte

da África e Oriente Médio, causando um déficit

hídrico mundial de cerca de 200 bilhões de metros

cúbicos por ano.

Além do risco de contaminação, cidades que estão

sob estas águas subterrâneas podem afundar com

o uso indiscriminado, com aconteceu na Cidade do

México (México) e na Califórnia (EUA). Ou seja, são

exemplos do desperdício da água e de uma

possível solução para um dos principais desafios

mundiais do século 21.

DIRETO AO PONTO

Basta uma redução na quantidade de chuvas que

as notícias logo chegam: vai faltar água na sua

cidade. Nas médias e grandes cidades brasileiras, a

falta de água já faz parte do dia a dia. Em março,

após uma longa estiagem no verão, o nível do

reservatório do Sistema Cantareira, que abastece a

Região Metropolitana de São Paulo, chegou a 16%,

o mais baixo patamar desde que o sistema foi

construído, em 1974. O normal para essa época

seria de 60%.

A água é um elemento fundamental a todo ser vivo.

Mas o acesso à água potável sempre foi um

problema para as populações do mundo. A Terra é

composta de 70% de água, a maior parte localizada

nos oceanos. Desse percentual, cerca de 3% é

formado por água doce. E grande parte dela se

encontra congelada nas calotas polares ou embaixo

da superfície do solo.

Com o crescimento da população, o inchaço

desordenado das cidades e o desenvolvimento

econômico que aumenta a demanda por recursos

hídricos, a água de qualidade é cada vez mais

escassa e passa a comprometer o fornecimento de

energia do país, ainda dependente da energia

gerada pelas grandes hidrelétricas.

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NOTÍCIA EM: 21/03/2014

Apartheid : 20 anos após seu fim na África do Sul, ele "sobrevive" em outros países

No Brasil e em boa parte do mundo,

o preconceito de raça, cor e etnia é considerado

crime. Mas o amparo da legislação não impede

episódios de racismo como o da cliente que

recentemente recusou ser atendida por uma

profissional negra, em Brasília, ou de pessoas que

não permitem negros em seus estabelecimentos e

negam qualquer tipo de direito ao outro devido à

sua cor.

Superar essa diferença racial foi um obstáculo

importante para alguns países. Um deles em

especial, a África do Sul, que durante quatro

décadas adotou um regime de segregação racial

que privilegiava a elite branca. O fim deste regime

conhecido comoapartheid completa 20 anos em

2014 e teve como um de seus principais nomes o

do ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013).

O apartheid -- palavra africana que significa

separação -- foi um regime de segregação racial

estabelecido após as eleições gerais de 1948,

quando o Partido Nacional Reunido e o Partido

Africâner venceram com a promessa de acentuar a

separação entre brancos e negros --herança do

período colonial de ocupação holandesa e britânica.

Unidas, as legendas formaram o Partido Nacional,

que governaria o país até 1994, quando Mandela

chegou à presidência nas primeiras eleições livres.

A segregação imposta pelo governo afetou todos os

espaços e relações sociais. Negros não podiam se

casar com brancos, não podiam ocupar o mesmo

transporte coletivo usado pelos brancos, não podiam

morar no mesmo bairro e nem realizar o mesmo

trabalho, nem comprar e alugar terras, entre outras

restrições. A discriminação se estendia também

aos coloured (mestiços), indianos e brancos sul-

africanos.

Novas formas de apartheid

Ao longo de toda a história, diversos povos

tradicionais e grupos étnicos sofreram perseguição.

Durante a colonização das Américas, os indígenas e

negros foram as grandes vítimas da escravidão. Na

Europa, os judeus e ciganos foram discriminados e

expulsos de muitos países, em diferentes períodos,

da Inquisição na Idade Média ao século 20, com o

nazismo alemão.

O apartheid sul-africano foi uma das leis mais recente

de separação de grupos. Duas décadas após o fim

dessa política, o apartheid vai sendo recriado em

outras formas. Atualmente, entre os povos que mais

sofrem discriminação estão os ciganos que vivem na

Europa, oriundos em sua maioria do Leste Europeu,

de países como Romênia e Bulgária. A União

Europeia estima que haja seis milhões de ciganos

nos países do bloco. A maioria vive em guetos e em

situação de pobreza extrema.

Na França, onde moram cerca de 20 mil ciganos, a

política anti-imigração iniciada com o governo de

Nicolas Sarkozy e seguida por François Hollande já

desmantelou acampamentos e expulsou centenas de

ciganos para seu país de origem. Em 2008, o premiê

italiano Silvio Berlusconi já havia iniciado uma

expulsão em massa dos ciganos do país.

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Na Grécia e Irlanda, o governo já retirou crianças

de casais ciganos que não se pareciam com os

pais. Em Portugal, dezenas de famílias de ciganos

foram removidas para assentamentos ―só para

ciganos‖. Na Itália, causou polêmica a criação do

bairro ―La Barbuta‖, construído nos arredores de

Roma. O local é rodeado de cercas e câmeras e

tende a isolar as famílias ciganas.

Na República Checa, onde vivem 200 mil ciganos,

criaram-se escolas especiais para as crianças

ciganas, que em alguns casos dividem a sala de

aula com crianças incapacitadas. Há bairros que

reúnem apenas essa população, separados do

resto e sem acesso aos mesmos direitos, e muitos

restaurantes proíbem a entrada de "romenis", na

Polônia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e

Bulgária.

Os mulçumanos também constituem outra parcela

da população de imigrantes, estigmatizada e alvo

de xenofobia na Europa. As famílias de

estrangeiros vivem concentradas nas periferias das

grandes cidades.

A crise econômica dos países europeus e o

aumento do desemprego têm levado os governos a

desmantelar aos poucos, o antigo modelo do

Estado de bem-estar social, que garante

assistência social aos desempregados. Como

consequência, os políticos têm adotado medidas

mais duras contra a imigração. E com o

crescimento da extrema direita na Europa, a

situação tende a piorar.

O apartheid sul-africano

O apartheid na África do Sul é o único caso

histórico de um sistema político onde a segregação

racial chegou ao âmbito institucional. Mesmo com

maioria de não-brancos, o país tinha no histórico

decisões que beneficiavam a minoria branca. Três

anos após sua independência, em 1913, a África do

Sul aprovou a Lei de Terras, forçando os negros

africanos a viverem em reservas e proibindo-os de

trabalharem como meeiros. As vendas ou aluguel de

terra para negros também ficaram proibidas,

limitando a ocupação dos negros em 80% da África

do Sul.

Os opositores da lei formaram o Congresso Nativo

Nacional Sul-Africano, que se tornaria o partido

Congresso Nacional Africano (CNA), banido mais

tarde pela política do Partido Nacional. Os efeitos da

Grande Depressão de 1929 e da Segunda Guerra

Mundial acarretaram problemas econômicos para a

África do Sul, convencendo o governo a aumentar

essa separação de cores.

Entre os anos 1970 e 1980, o apartheid provocou

muita violência, tanto por parte dos que se

manifestavam contra o regime quanto por parte dos

soldados, que repreendiam os protestos, além da

prisão de líderes antiapartheid, como aconteceu com

Mandela. Um episódio marcante ocorreu em 1976

quando crianças negras de Soweto, reduto pobre nos

arredores de Johanesburgo, foram alvejadas com

balas de borracha e gás lacrimogêneo enquanto

protestavam contra o ensino da língua africâner.

Como resultado, a África do Sul sofreu uma série de

embargos de outros países e ficou proibida de sediar

eventos esportivos mundiais, encerrando de vez a

ilusão de que o apartheid trouxe paz e prosperidade

para a nação.

Em 1989, Frederic. W. de Klerk assumiu a

presidência, naquele que seria o último mandato do

Partido Nacionalista. Em 1990, o novo presidente pôs

fim ao apartheid. Neste mesmo ano, Mandela, que

desde 1964 cumpria pena de prisão perpétua, foi

posto em liberdade. Nas primeiras eleições livres, em

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1993, Mandela foi eleito presidente da África do Sul

pelo CNA, e governou de 1994 a 1999.

Passadas duas décadas do fim dessa política, o

país ainda tenta igualar os padrões de vida entre

brancos e não-brancos. Hoje, com uma população

acima de 50 milhões de habitantes (Censo 2012), o

desemprego afeta 4,5 milhões de pessoas, um

quarto da força de trabalho, e o país lidera a lista

das nações com grande desigualdade de renda,

com 50% da população vivendo na linha de

pobreza, a maioria negra.

Somam-se a isso problemas como o difícil acesso

ao mercado de trabalho e também à educação

pelas camadas mais pobres e a epidemia da Aids.

O país é o mais afetado do mundo pelo vírus, o que

afeta diretamente a economia do país, ainda

governado pelo partido que levou Mandela ao poder

e que, ao longo dos anos, acumulou denuncias de

corrupção.

DIRETO AO PONTO

O fim do apartheid -- palavra africana que significa

separação -- completa 20 anos em 2014. O regime

de segregação racial estabelecido após as eleições

gerais de 1948, na África do Sul, tinha como

objetivo acentuar a separação entre brancos. A

política só seria encerrada em 1994, após décadas

de violência e violação de diretitos contra os não-

brancos, quando Nelson Mandela chegou à

presidência nas primeiras eleições livres em 1993.

O fim da separação por cor não foi suficiente para

levar o país a ter uma sociedade mais igual. Ainda

minoria, o padrão de vida dos brancos ainda é

melhor do que o dos negros, por exemplo, e o país

apresenta índices sociais problemáticos, como 50%

da população vivendo abaixo da linha da pobreza,

além do difícil acesso ao mercado de trabalho e

educação.

Se há 20 anos a África do Sul encerrava a

separação entre as raças, hoje muitos povos e

etnias continuam perseguidas e são tratadas de

modo diferenciado, como é o caso dos ciganos na

Europa, citando um exemplo.

A crise econômica dos países europeus e o

aumento do desemprego têm levado os governos a

desmantelar aos poucos, o antigo modelo do

Estado de bem-estar social, que garante

assistência social aos desempregados. Como

consequência, os políticos têm adotado medidas

mais duras contra a imigração. E com o

crescimento da extrema direita na Europa, a

situação tende a piorar.

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NOTÍCIA EM: 24/03/2014 11h04 PREMIÊ DA MALÁSIA AFIRMA QUE AVIÃO DESAPARECIDO CAIU NO OCEANO ÍNDICO

Boeing da Malaysia Airlines sumiu no dia 8 com 239

pessoas a bordo.

Premiê e empresa dizem que aeronave se perdeu e

não há sobreviventes.

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, afirmou

nesta segunda-feira (24) que o Boeing 777-200 que

fazia o voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido

desde o dia 8 de março com 239 pessoas a bordo,

caiu no Oceano Índico.

A informação foi obtida com base em uma nova

análise de dados de satélite, que apontaram que a

última localização do avião foi no sul do Índico.

Segundo o premiê, não há sobreviventes. Até agora,

porém, os destroços da aeronave ainda não foram

avistados nem localizados.

A conclusão baseia-se na última localização feita por

satélite do Boeing somada a cálculos que apontam

que, se ele não avançou mais que isso e o

combustível disponível era limitado, o avião só poderia

ter caído no mar.

A companhia aérea Malaysia Airlines enviou uma

mensagem por SMS às famílias dos passageiros,

anunciando que admite que todas as evidências

sugerem que o avião tenha caído no Oceano Índico e

que não há sobreviventes.

"Baseando-se em novas análises, concluiu-se que a

última posição do MH370 foi no meio do Oceano

Índico. Essa é uma região remota, longe de qualquer

possível local de pouso. Com muita tristeza, eu devo

informar que, de acordo com novos dados, o voo

acabou no sul do Oceano Índico", afirmou o Razak.

O premiê malaio não confirmou, entretanto, que novos

objetos avistados no mar nesta segunda-feira por

aviões chineses e australianos sejam os destroços do

voo MH370. Os objetos foram vistos em uma área 2,5

mil km ao sudoeste da cidade litorânea de Perth,

na Austrália. As buscas na região ainda continuam.

Razak disse que já informou às famílias dos passageiros

e tripulantes sobre a nova informação da queda do

avião. Segundo ele, análises de imagens de satélite e

novos dados mostram que a última posição da aeronave

foi a oeste de Perth.

"A Malaysia Airlines falou com os familiares dos

passageiros e a tripulação para informá-los. Para eles,

as últimas semanas foram dilaceradoras e sei que esta

notícia será ainda mais", acrescentou o primeiro-ministro

malaio, que prometeu oferecer mais detalhes nesta

terça-feira (25).

Parente de passageiro do avião da Malaysia Airlines se desespera após ouvir o anúncio de que a aeronave caiu no mar, no Oceano Índico (Foto: Jason Lee/Reuters)

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"Lamentamos profundamente que temos que assumir,

sem nenhuma dúvida, que o voo MH370 se perdeu e

nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu. Devemos

agora aceitar todas as evidências que sugerem que o

avião caiu no sul do Oceano Índico", acrescentou o

premiê.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", foram

ouvidos gritos e muito choro na sala onde os parentes

dos passageiros estavam reunidos em Pequim. Uma

mulher desmaiou ao receber a confirmação sobre a

queda do avião.

A Malásia acredita que o avião foi desviado

deliberadamente por alguém a bordo. Mas a ausência

de provas concretas alimentou intensas especulações e

teorias da conspiração, e atormentou as famílias dos

desaparecidos.

As principais teorias incluem sequestro, sabotagem do

piloto ou um problema em pleno ar que incapacitou a

tripulação de voo e deixou a aeronave voar no piloto

automático até ficar sem combustível.

O MH370 fez contato pela última vez no Mar do Sul da

China, a meio caminho entre a Malásia e o Vietnã. Por

razões desconhecidas, ele deu uma guinada sobre a

península da Malásia e, em seguida, voou por horas.

Buscas continuam

A companhia aérea informou que a busca multinacional,

que está percorrendo um trecho do Oceano Índico para

encontrar todos os destroços, prosseguirá "enquanto

buscamos respostas para as perguntas que

permanecem".

Uma aeronave australiana envolvida nas buscas pelo

avião desaparecido da Malaysia Airlines avistou dois

novos objetos 2,5 mil km ao sudoeste de Perth nesta

segunda-feira, informou o primeiro-ministro australiano,

Tony Abbott.

O premiê disse ao Parlamento da Austrália que um

navio do país estava perto do local onde os objetos – um

deles circular e de cor verde acinzentada e o outro

laranja e retangular – foram avistados. Abbott afirmou

esperar que os itens sejam recuperados em breve do

mar.

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"O navio HMAS Success está perto e é possível que

recolha os objetos dentro de algumas horas, ou

amanhã pela manhã no mais tardar", afirmou o

ministro malaio dos Transportes, Hishamuddin

Hussein, em entrevista coletiva em Kuala Lumpur.

Mais cedo nesta segunda-feira, um avião chinês

envolvido nas buscas também avistou alguns "objetos

suspeitos" no sul do Oceano Índico.

Segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua,

a tripulação de um avião do país também avistou dois

objetos relativamente grandes, "brancos e quadrados",

e muitos outros de menor tamanho, também de cor

branca, espalhados por um raio de vários quilômetros.

NOTÍCIA EM: 28/03/201415h07

GOLPE OU REVOLUÇÃO: HISTORIADORES EXPLICAM O QUE ACONTECEU EM 1964

Oficiais militares em frente ao Congresso 1968

A história sobre o movimento que depôs o

presidente João Goulart em 1964 tem diversas

versões. 50 anos após o acontecido, historiadores

ouvidos pelo UOL Educação explicam a diferença

entre chamar de golpe ou de revolução.

Golpe ou revolução

Hoje é corrente o uso do termo golpe de Estado para

denominar o movimento que derrubou o presidente

João Goulart em 1964, mas a denominação mudou

ao longo do tempo.

"Você tem uma memória que se constrói ao longo

desse período todo que vai se alterando. O uso de

alguns conceitos implica em uma posição. Quando

ocorreu o evento usava-se revolução, revolução

gloriosa, redentora", explica Luiz Antonio Dias,

professor de história da PUC-SP (Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo).

"A expressão golpe militar passou a ser usada

depois, já no final da ditadura. O golpe traz consigo a

ideia de ilegitimidade, de violência."

O historiador da USP (Universidade de São Paulo)

Marcos Antonio da Silva destaca que o golpe não se

limita ao Estado e tampouco ao fato ocorrido entre

março e abril de 1964. "Temos que lembrar sempre

que é um processo em que a sociedade também foi

afetada."

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Apesar do consenso entre estudiosos do tema, o

termo revolução é usado por simpatizantes do

regime militar até hoje no Brasil. "Na Argentina e no

Chile, ninguém ousa não chamar de golpe",

comenta Dias.

Golpe militar ou civil-militar

Por muitos anos o golpe de 64 foi caracterizado

como uma ação militar, mas na última década o

termo golpe civil-militar passou a ser mais

frequente entre pesquisadores do assunto.

O termo golpe militar evidencia os militares como os

principais agentes da derrubada do presidente

Jango. No entanto, estudos apontam a importância

do apoio das elites, empresários e da imprensa

para a realização do golpe.

"Uma série de documentos foram revelados e

mostram uma grande articulação de empresários,

da elite e da imprensa para a realização do golpe.

Antes, a sociedade civil sempre aparecia quase

como vítima dos militares e os estudos mais

recentes mostram uma importante articulação

golpista entre os civis. Por isso temos que pensar

em golpe civil-militar", considera Luiz Antonio Dias.

NOTÍCIA EM: 07/04/201415h53

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: OPINIÃO DO BRASILEIRO SOBRE ESTUPRO GERA PROTESTOS Os resultados da pesquisa "Tolerância social à violência contra as mulheres", divulgada em março de 2014 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), provocou diversas reações nas redes sociais após apontar que 65,1% dos entrevistados concorda total ou parcialmente que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Direto ao ponto: Ficha-resumo Poucos dias após a divulgação da pesquisa, o Ipea reconheceu que o resultado estava errado. O percentual correto para a questão é 26%. Mesmo assim, a pesquisa levantou outros pontos que chamam atenção: Para a maioria dos entrevistados (58,5%), "se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros" e para 65,1%, ―mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar‖. Outros resultados apontaram que 22,4% concordam que a questão da violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece; para 54,9% existe mulher que é para casar e mulher que é pra cama; e para 27,2%, a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade. Repercussão A conclusão de que a culpa pelo crime do estupro seria da própria vítima –resultado que depois se mostrou errado-- chocou a opinião pública e gerou uma campanha nas redes sociais logo após a divulgação da pesquisa. Criado no Facebook pela jornalista Nana Queiroz, de Brasília, o movimento #eunãomerecoserestuprada propôs que o internauta tirasse uma foto de si mesmo com uma placa com o mote da campanha. Apesar do efeito viral positivo, centenas de usuários postaram ameaças e agressões na página do evento, comprovando que o pensamento de parte da sociedade não está tão distante da pesquisa. Um dos agressores, por exemplo, segurava um cartaz com os dizeres "#eu já estuprei e estupro de novo". Outros ameaçaram as manifestantes de estupro. Organizadores do evento procuraram a polícia, que vai identificar e tentar enquadrar os agressores por apologia e intenção ao crime. A repercussão da pesquisa foi também reflexo de acontecimentos anteriores. Na semana que antecedeu a divulgação da pesquisa, a violência contra o sexo feminino também ficou em evidência com os casos de vítimas de abusos sexuais no metrô e nos trens de São Paulo. Páginas de internautas que incentivam o assédio de mulheres no transporte público têm sido monitoradas pela polícia, como os autodenominados ―encoxadores do metrô‖, uma comunidade de 12 mil usuários no Facebook.

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Em fevereiro deste ano, quatro anos após ter sido produzido, um curta-metragem da cineasta francesa Eléonore Pourriat fez sucesso na internet. No vídeo ―Maioria Oprimida‖, ela mostra como seria o mundo se os homens fossem sistematicamente alvo de ofensas físicas e verbais por mulheres, com situações que elas lidam no dia a dia. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a diretora criticou o sexismo e disse que o filme está mais atual do que nunca. ―Meu filme fez sucesso agora por que certos direitos estão ameaçados. É como uma maré negra‖. No Brasil, o site Think Olga promove a campanha ―Chega de Fiu Fiu‖, que pede o fim das cantadas e do assédio sexual às mulheres. Em pesquisa feita pelo site, 81% das mulheres já deixaram de fazer alguma coisa (como passear) por medo do assédio masculino na rua. Todos esses casos revelam como o estupro e o pensamento machista ainda estão presentes na nossa cultura e nos números de violência. Segundo dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de estupros no Brasil superam os de homicídios dolosos. Em 2012, foram 50 mil casos registrados. Pelo Twitter, a presidente Dilma afirmou que os dados são alarmantes e lembrou que muitas mulheres ainda não denunciam a violência por medo e vergonha. Atualmente, somente uma pequena parcela dos estupros chega ao conhecimento da polícia. A partir de estatísticas de atendimentos realizados em 2011 por postos de saúde e hospitais públicos, um levantamento do Ministério da Saúde estima que no mínimo 527 mil pessoas sejam estupradas por ano no Brasil. O estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde revela que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. Para essa parcela, o maior perigo está dentro de casa - 80% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou conhecidos das vítimas.

Onda de conservadorismo A luta das mulheres por direitos, ou o movimento feminista, pode ser dividida em três momentos: as reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, nos séculos 18 e 19; a liberação sexual, impulsionada pelo aumento dos contraceptivos, no fim da década de 1960; e a luta por igualdade no trabalho, iniciada no fim dos anos 1970. Hoje, grupos feministas ainda buscam avanços no que diz respeito aos direitos reprodutivos, uma briga já ganha em alguns países, mas que enfrenta o poder das alas conservadoras em outros. A conquista destes e de outros direitos civis no Ocidente está diretamente relacionada a uma forte resposta conservadora contra o avanço dos mesmos.

Nas ciências sociais, o termo usado para esse fenômeno é a palavra ―backlash‖. Se por um lado a sociedade está mudando, por outro, uma parcela quer manter o que já é tradicional e se mobiliza para isso. No Brasil, no campo da política, esse efeito se reflete na aprovação de novas leis no Congresso, principalmente em temas que discutem sexualidade, saúde reprodutiva e vida familiar. Entre os exemplos estão propostas como a criação do Estatuto da Família, de autoria do pastor e deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que reconhece como família apenas a união entre homem e mulher; o projeto da ―cura gay‖, do deputado João Campos (PSDB-GO); e o Estatuto do Nascituro, com o objetivo de proibir o aborto em caso de estupro – direito assegurado por lei -- e obrigar que o pai pague pensão alimentícia às crianças concebidas mesmo em uma relação sexual forçada. Um dos principais motivos do aumento desses projetos é a ascensão nos últimos anos da chamada bancada evangélica, que conta com um número expressivo de deputados que levam para o Congresso propostas baseadas em valores e crenças religiosas. Embora o Brasil seja um Estado laico, em que religião e o Direito teoricamente não se misturam, o processo democrático permite que o deputado tenha a liberdade de apresentar qualquer tipo de proposta para votação. No Brasil, muitas são as iniciativas de grupos de mulheres e coletivos para diminuir a violência de gênero. No Governo Federal, quem trata do tema é a Secretaria de Política para Mulheres trabalha na ampliação de campanhas para divulgar a Lei Maria da Penha, criada em 2006 e hoje o principal instrumento jurídico para coibir e punir a violência doméstica contra mulheres. Outra ação é o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, criado em 2007 para articular iniciativas contra esse tipo de violência. Além disso, a ONU Mulheres no Brasil tem tomado medidas para acabar com a violência contra as mulheres. Entre elas, o Protocolo para a Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero, a campanha "O valente não é violento" e o aplicativo "SOS Mulher", que faz parte de um projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas.

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NOTÍCIA EM: 21/04/2014 TURBULÊNCIA: MODELO MATEMÁTICO PREVIU ONDA DE PROTESTOS DEVIDO A ALTA DE PREÇOS DOS ALIMENTOS

1

9.fev.2014 - Na Ucrânia, manifestações populares

levaram à deposição do presidente Viktor

Yanukovytch

Nos últimos meses, protestos na rua se tornaram

cenas cada vez mais comuns ao redor do mundo. O

fenômeno aconteceu

na Ucrânia, Síria, Venezuela e Tailândia. Muitos

são os motivos dessa instabilidade política, mas,

para analistas, a alta do preço dos alimentos pode

explicar a eclosão de manifestações em todos

esses países.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Em 2011, estudiosos do New England Complex

Systems Institute levantaram uma hipótese: o

encarecimento da comida poderia ser um fator

predominante no início dos protestos em diversos

países. O instituto usa a ciência e a matemática a

favor da resolução de questões da sociedade, como

crises econômicas, violência e políticas públicas.

Para o estudo, intitulado "A crise alimentícia e a

instabilidade política no Norte da África e no Oriente

Médio", os pesquisadores cruzaram dados da

Organização para Agricultura e Alimentação das

Nações Unidas (FAO, sigla em inglês) sobre a

variação do preço dos alimentos no mundo com

notícias de protestos recentes.

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Cursinho UOL

O autor da pesquisa, Yaneer Bar-Yam, descobriu

que se o índice de preços da FAO aumentasse

acima de 210 pontos, a tendência é que protestos

emergissem ao redor do mundo. Para ele, o

número seria uma espécie de ―ponto de ebulição‖.

Reprodução

Falta de liderança do governo

Segundo o estudo, a alta no preço dos alimentos

demonstraria uma falta de liderança por parte do

governo que, em situações como essa, perde o

apoio popular. "Condições de ameaça generalizada

para a segurança [de um país] são particularmente

apresentadas quando o alimento fica inacessível para

a população em geral", conclui a pesquisa.

A alta dos preços diminui o poder de compra e

aumenta a pobreza da população, fatores que

contribuem para a instabilidade política. Isso

aconteceu em 2008, ano de crise econômica e de

elevação nos preços dos alimentos. No Egito, por

exemplo, o pão aumentou 50% naquele ano. Em

2008, houve a queda do presidente no Haiti e

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protestos no Egito, Argentina, Camarões e

Moçambique.

A partir desse cruzamento de dados, em 2010,

Yaneer Bar-Yam construiu um modelo matemático

que previu a Primavera Árabe semanas antes dela

acontecer.

No final de 2010, na Tunísia, um vendedor de frutas

chamado Mohamed Bouazizi ateou fogo em si

mesmo como protesto, num ato de desespero. Ele

não conseguia mais sustentar sua família por causa

da alta de preços. O feirante não resistiu aos

ferimentos e sua morte provocou uma onda de

protestos em 2011. A ação foi considerada a

fagulha do movimento que ficou conhecido

como Primavera Árabe, uma série de levantes

populares em países do Norte da África e Oriente

Médio.

Previsão em 2013

O modelo matemático previu que os preços dos

alimentos bateriam recorde de aumento em 2013 e

o índice de preços da FAO superaria o patamar de

210 pontos, gatilho para protestos.

Um relatório do instituto listou que os seguintes

países teriam maior instabilidade política: África do

Sul, Haiti, Argentina, Egito, Tunísia, Brasil, Turquia,

Colômbia, Líbia, Suécia, Índia, China, Bulgária,

Chile, Síria, Tailândia, Bangladesh, Bahrain,

Ucrânia, Venezuela e Bósnia-Herzegovina. A

previsão de protestos populares foi comprovada em

todos esses países entre o final de 2013 e os

primeiros meses de 2014.

Na Suécia, por exemplo, o protesto foi contra o

racismo e xenofobia devido a uma alta nos atos de

violência cometidos por neonazistas. Em fevereiro

de 2014, protestos contra o governo também

eclodiram na Bósnia-Herzegóvina, que viu levantes

populares como não se viam desde o fim da guerra

de 1992-1995, e Venezuela, boa parte dessas

manifestações é contrária ao governo do atual

presidente Nicolas Maduro.

Alta de alimentos

Segundo a FAO, o preço geral de alimentos

aumentou cerca de 75% desde a virada do século.

Isso se deve a diversos fatores: aumento da

demanda, aumento dos custos de insumos para a

produção, mudanças climáticas, aumento da

produção de biocombustíveis, entre outros.

Em 2008, um relatório da ONU projetou que os

preços dos alimentos devem se estabilizar somente

em 2017.

No Brasil, a tendência atual é de aumento da

inflação, ainda que longe dos índices da década de

1980 ou de provocar uma crise econômica grave. Em

março deste ano, os gêneros alimentícios foram a

categoria que mais puxou a inflação para cima. É

difícil avaliar a relação desses índices com os

recentes protestos brasileiros. Ainda assim, o

aumento dos preços deve ser um tema importante no

debate político.

DIRETO AO PONTO

Em 2011, estudiosos do New England Complex

Systems Institute levantaram a hipótese de que o

aumento no preço dos alimentos poderia ser um

fator predominante na eclosão dos protestos em

diversos países. O instituto cruzou dados da FAO

(Organização para Agricultura e Alimentação das

Nações Unidas) sobre a variação do preço dos

alimentos no mundo com notícias de protestos

recentes.

O autor da pesquisa, Yaneer Bar-Yam, descobriu

que se o índice de preços da FAO aumentasse

acima de 210 pontos, a tendência é que protestos

emergissem ao redor do mundo. Isso aconteceu em

2008, ano de crise econômica. Em 2010 Yaneer

Bar-Yam construiu um modelo matemático, que

previu a Primavera Árabe semanas antes dela

acontecer, em 2011.

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O modelo também previu que em 2013, os preços

dos alimentos bateriam recorde de aumento. Um

relatório do instituto listou que os seguintes países

teriam maior instabilidade política: África do Sul,

Haiti, Argentina, Egito, Tunísia, Brasil, Turquia,

Colômbia, Líbia, Suécia, Índia, China, Bulgária,

Chile, Síria, Tailândia, Bangladesh, Bahrain,

Ucrânia, Venezuela e Bósnia-Herzegovina. Poucos

meses depois, esses países viram emergir conflitos

e protestos de rua.

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Programas de Abastecimento Social No âmbito dos programas institucionais e sociais de abastecimento destacam-se as parcerias firmadas com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e com o Ministério da Integração Nacional-MI (Defesa Civil), incluindo outros agentes públicos, que permitem a distribuição de cestas de alimentos, suplementando as necessidades alimentares e nutricionais de famílias de trabalhadores rurais acampadas, quilombolas, comunidades de terreiros, famílias atingidas por barragens, famílias de marisqueiros/caranguejeiros e comunidades indígenas, além daquelas comunidades vitimadas por calamidades públicas em diferentes regiões do país e em países amigos, que estiveram em situações emergenciais propícias à insegurança alimentar. Para a composição das cestas de alimentos, geralmente contendo: arroz, feijão, fubá, farinha de mandioca, macarrão, óleo e açúcar, a Conab recorre ao estoque estratégico formado por produtos oriundos das aquisições do PAA e/ou adquiridos no mercado, via leilão público ou, ainda, utiliza produtos recebidos em doação ao Fome Zero. Os beneficiários da distribuição gratuita de alimentos, caracterizados como famílias ou grupos populacionais específicos, em situação de vulnerabilidade social e/ou insegurança alimentar e nutricional, são indicados pelo MDS ou pelo MI e/ou pelo Comitê Gestor das Ações Federais de Emergência, sendo que a distribuição fica a cargo dos representantes da Funai, Incra, Funasa, Fundação Cultural Palmares, Defesa Civil, MAB, SEPPIR, Ouvidoria Agrária Nacional OAN/MDA, Forças Armadas, além dos diversos parceiros do Fome Zero. A experiência e a capilaridade operacional da Conab são fundamentais no apoio logístico demandado pelos diversos programas e ações governamentais. Essa logística tem favorecido o recebimento, a guarda, o transporte e a disponibilização de produtos ou mercadorias para distribuição. No contexto do Fome Zero, tais ações contemplam produtos recebidos em doação de terceiros, incluindo mercadorias e equipamentos apreendidos por órgãos públicos de fiscalização, tais como equipamentos eletrônicos, utensílios, peças de vestuários e brinquedos. Também foram distribuídos materiais de instrução pedagógica, como cartilhas utilizadas em campanhas e atividades de capacitação nas áreas de segurança alimentar e cidadania. A movimentação dessas mercadorias, incluindo sua doação, é definida pelos órgãos gestores, cabendo à Conab as ações operacionais e fiscais decorrentes. Fortalecendo as relações interinstitucionais a Conab participa, também, de ações relativas à ajuda internacional, encaminhando alimentos para o exterior, caso o Governo Federal assim o decida, mediante cestas cuja composição procura respeitar as características alimentares do país beneficiário. A demanda, nesse caso,

é definida nas esferas diplomáticas, e o processo é conduzido pelo Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária Internacional, ficando a entrega sob a responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. Na linha dos programas institucionais, tendo como diferencial o fato de ser um programa de gestão direta da Conab e contar com dotação orçamentária específica, deve ser destacada a Rede de Fortalecimento do Comércio Familiar de Produtos Básicos - Refap, em fase de estruturação, criada com a missão de articular ações que contribuam para a modernização e o fortalecimento do segmento varejista. Essa ação, sob a coordenação da Conab, tem por objetivo proporcionar, ao segmento dos micro e pequenos varejistas, sistemas de gestão comercial que propiciem a qualificação e expansão de seus negócios, mediante suporte técnico, acesso direto a potenciais fornecedores e acesso a capital de giro com taxas diferenciadas, com a perspectiva de oferecer às comunidades mais necessitadas produtos de qualidade a preços compatíveis. Essa ação foi concebida em face da necessidade de se preservar a pluralidade do pequeno comércio varejista, instalado nas periferias das grandes cidades e nas pequenas concentrações urbanas, e ao mesmo tempo garantir a satisfação das demandas das comunidades circunvizinhas, com produtos de qualidade e a preços condizentes com o mercado. Por meio do processo de indução, a Refap estimula o associativismo entre os varejistas filiados, com o propósito de formação das Centrais de Negócios. Encontre em Programas de Abastecimento Social

Ajuda Humanitária Internacional Atendimento Institucional Atendimentos Emergenciais Chamada Pública para Aquisição de Alimentos Distribuição de Cestas de Alimentos Modernização dos Mercados Atacadistas de Hortigranjeiros - Prohort Organização do Comércio Varejista de Pequeno Porte Programa de Vendas em Balcão

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Ajuda Humanitária Internacional

Estratégia que visa, em caráter emergencial, prover de alimentos os países irmãos, acometidos por catástrofes de quaisquer naturezas, particularmente aqueles localizados na América do Sul, Central, Caribe e na África, a título de assistência humanitária internacional, a partir de pedidos pontuais dos seus governos ou por iniciativa brasileira. A Conab atua diretamente na aquisição dos alimentos, armazenagem e participa na logística de distribuição. Tem como gestor a Coordenação-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome (Cgfome) do Ministério das Relações Exteriores – MRE, do Brasil. Atendimento Institucional

Na forma consignada na Portaria Interministerial MAPA/MDS nº 1.128, de 19 de novembro de 2008, a Conab realiza diversificados procedimentos operacionais, visando favorecer o apoio logístico requerido no contexto da Estratégia Fome Zero. Com esse propósito, a Conab recebe, guarda, conserva e transporta mercadorias doadas à Estratégia Fome Zero, abrangendo produtos repassados pela Receita Federal do Brasil e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, decorrentes de apreensões por ilícitos fiscais e ambientais, e alimentos originários de aquisições da Agricultura Familiar, promovendo sua venda por meio de leilão público, com o direcionamento dos recursos auferidos para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e/ou distribuição a entidades de interesse social. A destinação das mercadorias recebidas em doação ou venda é definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, cabendo à Conab adotar os encaminhamentos requeridos. Quanto aos produtos adquiridos de produtores familiares, após o atendimento das demandas para a composição das ―cestas de alimentos‖ destinadas a comunidades específicas, previamente definidas pelo MDS, são canalizados para doação à entidades públicas e às de interesse social, visando suplementar a oferta de alimentos para segmentos carentes da comunidade. Para a doação desses alimentos, são observados os seguintes critérios: · o beneficiário seja órgão público, banco de alimentos ou entidade de interesse social, devidamente identificado na Classificação Nacional

de Atividades Econômicas - CNAE, constante da sua ficha no CNPJ, que executam programas ou ações de suplementação alimentar e nutricional; · a entidade requerente, por meio de representante legal, deve formalizar à superintendência da Conab em seu estado, o seu pedido de doação de alimentos, fazendo uso de formulário próprio; · a quantidade a ser doada é definida em função do número de pessoas assistidas pela entidade beneficiária, considerando a tipificação do comensal e o consumo per capita correspondente, conforme Tabela de Consumo de Alimentos; · o beneficiário deve reunir condições para a retirada do produto doado, no armazém indicado pela Conab, observado o prazo previamente fixado; · o beneficiário, ao receber o produto em doação, deve se comprometer a guardá-lo em condições adequadas, promover sua distribuição no prazo estabelecido e assegurar o seu uso de acordo com os propósitos sociais consignados no seu pleito inicial. Para isso, deve formalizar, no ato de retirada do alimento, declaração pública intitulada ―Compromisso de Conservação Adequada e Uso Social de Produto Doado‖, onde estarão incluídos dados da doação, obrigações do beneficiário e franquia à Conab para vistoriar o depósito, verificar documentação e acompanhar a distribuição e uso do produto doado; · a entidade beneficiária, concluída a utilização do produto recebido em doação, deve apresentar relatório à superintendência da Conab em seu estado, configurando o seu uso social. Atendimentos Emergenciais Visa fornecer, em caráter emergencial, alimentos básicos às comunidades afetadas por adversidades climáticas ou catástrofes de quaisquer naturezas e que ficam submetidas à situação de insegurança alimentar e nutricionais. Tais atendimentos decorrem de deliberações e comandos da Secretaria Nacional de Defesa Civil – Sedec à Conab, que é a executora operacional, tendo como função principal a aquisição dos alimentos e armazenagem e, ainda, contribui na logística de distribuição juntamente com os demais órgãos envolvidos na ação. Chamada Pública para Aquisição de Alimentos

Já é possível aos estados, municípios e órgãos federais da administração direta e indireta comprar alimentos da agricultura familiar por meio de chamadas públicas, com seus próprios recursos financeiros e fazendo uso da dispensa de licitação. O Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, criado pelo artigo 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, tem como propósito promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade necessárias, das populações em

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situação de insegurança alimentar e nutricional, bem como a inclusão econômica e social, com fomento à produção sustentável, comercialização e ao consumo, por meio do fortalecimento da agricultura familiar. Foi com vistas à otimização das diretrizes do PAA, com a perspectiva de propiciar maior efetividade na participação dos agricultores familiares, a partir da ampliação dos mercados, que o Grupo Gestor do PAA emitiu a Resolução nº 50/2012/GGPAA, que trata das compras institucionais, contribuindo para o aumento de renda para quem produz, o acesso à alimentação adequada e saudável para a população e o fortalecimento da economia da região. Distribuição de Cestas de Alimentos

Trata-se de uma ação governamental integrada que visa garantir, de forma regular, um composto alimentar a grupos populacionais específicos em situação de vulnerabilidade social. São beneficiários as famílias acampadas que aguardam a sua inclusão no Programa Nacional de Reforma Agrária, as comunidades indígenas, quilombolas, presentes em terreiros, atingidas por barragem e pescadores artesanais. A indicação dos beneficiários, em articulação com os seus órgãos representativos, é definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Modernização dos Mercados Atacadistas de Hortigranjeiros - Prohort Tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento e modernização do setor hortigranjeiro nacional, proporcionando maior interação entre os diversos agentes governamentais envolvidos no setor e osintegrantes da cadeia de produção e distribuição, para a melhoria e ampliação das funções dos mercados atacadistas. Os principais enfoques do Prohort são os produtores da agricultura familiar, por meio do incentivo à produção, comercialização e agregação de valor ao produto. É um importante agente indutor para a identificação da origem dos produtos; incentivo à produção local; caracterização e cadastramento de produtores, incentivando-os à comercialização nos mercados atacadistas. A padronização e classificação de produtos, embalagens adequadas, rastreabilidade de

produtos, aredução do uso de defensivos agrícolas, a produção planejada e com uso das boas práticas agrícolas, são iniciativas preconizadas pelo programa que deverão favorecer o consumidor a ter maior acesso a alimentos em volume, qualidade e preços justos. Os instrumentos para o alcance dos objetivos propostos para o Prohort incluem o desenvolvimento e integração dos bancos de dados; universalização das informações; modernização dos processos de gestão; estímulo à agregação de tecnologia à cadeia produtiva; modernização dos serviços de apoio; estímulo à interação dos mercados atacadistas de hortigranjeiros com universidades, órgãos de pesquisa, instituições públicas e privadas e às políticas públicas de abastecimento, segurança alimentar e nutricional; e, a ampliação das funções dos mercados atacadistas de hortigranjeiros, tornando-os locais para a execução e difusão das políticas públicas. O seu público alvo compreende as centrais de abastecimento, entrepostos, mercados do produtor, atacadistas, produtores, varejistas, empresas agrícolas, órgãos públicos, dentre outros. Atua em todo o território nacional, nas localidades onde estão presentes os mercados atacadistas de hortigranjeiros. Os mercados atacadistas interessados em se integrar ao programa deverão entrar em contato com representantes da Conab nas respectivas unidades da federação, para a formalização do Termo de Cooperação Técnica requerido para a adesão, ou pelos telefones 61 3312 2250 / 2298 / 6378. Organização do Comércio Varejista de Pequeno Porte

A Rede de Fortalecimento do Comércio Familiar de Produtos Básicos – Refap, coordenada pela Conab, é uma associação voluntária, reunindo agentes públicos e pequenas unidades varejistas que operam com produtos da linha básica de consumo, com o propósito de empreender ações que contribuam para a modernização e fortalecimento dos empreendimentos comerciais filiados. A função básica da Refap é induzir e promover a disseminação e aplicação de conceitos do associativismo, visando reunir grupos de unidades varejistas em Centrais de Negócios. A sua execução é realizada por meio das unidades operacionais da Conab, instaladas nas diversas Unidades Federativas, contando com a participação e co-participação de: · empreendimentos comerciais de pequeno porte, localizados em áreas que abrigam populações não suficientemente assistidas e que operam com a venda de produtos da linha básica de consumo;

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· indústrias, cooperativas, distribuidores e produtores, com atuação local, regional ou nacional, que praticam vendas no atacado de produtos, que compõem a linha de comercialização das unidades varejistas filiadas à rede (co-participantes); · entidades públicas e as de interesse social, com atuação nas áreas de capacitação, suporte comercial e crédito (co-participantes).

A expectativa, como impactos diretos, é contribuir para o fortalecimento das unidades varejistas filiadas, a partir da sua expansão e qualificação empresarial apoiadas na cooperação mútua (associativismo); melhoria dos canais de suprimento de produtos básicos às comunidades circunvizinhas, com a oferta de produtos com qualidade e a preços compatíveis com o mercado; e, expansão do comércio local, com reflexo nos níveis de arrecadação e emprego do município. Programa de Vendas em Balcão

Objetiva viabilizar o acesso dos criadores e das agroindústrias de pequeno porte, por meio da venda direta dos estoques públicos de diferentes produtos agrícolas, tais como, milho, arroz em casca, trigo e castanha, entre outros. Tem como clientes os pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos entre outros, incluindo as microagroindústrias de beneficiamento e produção de ração. A Conab se encontra presente em todas as regiões brasileiras quando se faz necessária a sua intervenção para garantir a manutenção das atividades do pequeno criador/produtor rural. Para se habilitar ao Programa, o interessado deverá efetuar o seu cadastro em uma das unidades operacionais da Conab localizadas na sua região ou próxima a ela. Maiores informações poderão ser obtidas diretamente nas Superintendências Regionais da Conab do seu estado, cujos endereços e contatos encontram-se disponíveis neste Portal.