Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

19
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Pós – Graduação Cursos de Especialização Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected] Professor. M. Eng. Leonardo Manzione Aula 1 – PLANEJAMENTO – CONCEITOS BÁSICOS Definição de planejamento – terminologia Planejamento deve ser sempre ser entendido como um sistema associado ao Controle. Planejamento e Controle são termos que normalmente aparecem associados, pois mantém entre si uma relação de interdependência e um caráter cíclico. Laufer e Tucker (1987) definem Planejamento como um processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma ação futura desejada, utilizando para isso meios eficazes para concretizá-la, devendo responder as questões relacionadas na tabela abaixo. Questão O que deve ser definido O que deve ser feito Atividades Como as atividades devem ser desempenhadas? Métodos Quem deve desempenhar cada atividade e com que meios? Recursos Quando as atividades devem ser executadas Sequências e prazos Com a visão voltada para o Planejamento enquanto sistema, e estabelecendo sua relação com o Controle, encontramos as definições de Formoso et al (1999) e de Assumpção (1996): [...] Planejamento é um processo gerencial que envolve o estabelecimento de objetivos e a determinação dos procedimentos necessários para atingi-los, sendo somente eficaz quando realizado em conjunto com o Controle. Assim, pode-se afirmar que não existe a função Controle sem Planejamento e que o Planejamento é praticamente inócuo se não existe o Controle. Assumpção (1996) trabalha com o conceito de modelos e propõem uma interação dinâmica entre Planejamento e Controle: [...] a essência do processo de Planejamento consiste na construção de modelos que representam as relações entre as variáveis ou atividades que se desenvolvem no ambiente da empresa e de seus empreendimentos, aliado a sistemas, que permitam operar com estes modelos e gerar informações, ora na forma de expectativas de

Transcript of Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

Page 1: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Professor. M. Eng. Leonardo Manzione

Aula 1 – PLANEJAMENTO – CONCEITOS BÁSICOS

Definição de planejamento – terminologia

Planejamento deve ser sempre ser entendido como um sistema associado ao Controle.

Planejamento e Controle são termos que normalmente aparecem associados, pois mantém entre

si uma relação de interdependência e um caráter cíclico.

Laufer e Tucker (1987) definem Planejamento como um processo de tomada de decisão

realizado para antecipar uma ação futura desejada, utilizando para isso meios eficazes para

concretizá-la, devendo responder as questões relacionadas na tabela abaixo.

Questão O que deve ser definido

O que deve ser feito Atividades Como as atividades devem ser desempenhadas?

Métodos

Quem deve desempenhar cada atividade e com que meios?

Recursos

Quando as atividades devem ser executadas Sequências e prazos

Com a visão voltada para o Planejamento enquanto sistema, e estabelecendo sua relação com o

Controle, encontramos as definições de Formoso et al (1999) e de Assumpção (1996):

[...] Planejamento é um processo gerencial que envolve o estabelecimento de

objetivos e a determinação dos procedimentos necessários para atingi-los, sendo

somente eficaz quando realizado em conjunto com o Controle. Assim, pode-se

afirmar que não existe a função Controle sem Planejamento e que o Planejamento é

praticamente inócuo se não existe o Controle.

Assumpção (1996) trabalha com o conceito de modelos e propõem uma interação dinâmica

entre Planejamento e Controle:

[...] a essência do processo de Planejamento consiste na construção de modelos que

representam as relações entre as variáveis ou atividades que se desenvolvem no

ambiente da empresa e de seus empreendimentos, aliado a sistemas, que permitam

operar com estes modelos e gerar informações, ora na forma de expectativas de

Page 2: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

comportamento do modelo (programação), ora avaliando o comportamento das

ações já empreendidas (controle).

Laufer e Tucker (1987) consideram o Controle indispensável e estabelecem que ele se

desenvolva em três estágios: medição, avaliação de desempenho e tomada de ações corretivas

em relação ás ações ou à equívoco dos planos.

Slack, Stuart Chambers e Alan Harrison (1997) definem Planejamento como conjunto de

intenções e o Controle como conjunto de ações que visam o direcionamento do plano. O

Controle inclui o monitoramento do que aconteceu na realidade, a comparação com o que fora

planejado e as ações para providenciar as mudanças necessárias de realinhamento do plano.

Sistema: A maioria das definições possibilita entender Planejamento e Controle como

processos gerenciais, que se desenvolvem de maneira interdependente, constituindo um todo

único e se comportando como um Sistema, conforme define Valeriano (1998):

[...] Sistema é o conjunto de partes, elementos ou componentes interelacionados e

que visa à realização de determinados objetivos ou efeitos situados no meio exterior

em que está inserido. Para alcançar os objetivos do sistema, cada subsistema tem seu

objetivo próprio e se acha conectado a outro, do qual recebe insumos ou entradas e

pode atuar sobre ele, ajustando as saídas desse outro para atender as necessidades

próprias, para alcançar o objetivo. Isto acarreta uma interdependência de partes

interligadas que atuam entre si para atingir um objetivo definido para o conjunto

Processo: Uma das principais causas da desorganização, ignorância e ineficiência do estudo

dos processos é o entendimento equivocado de sua definição, pois, segundo Cruz (1998), as

pessoas costumam chamar de “processos” tudo aquilo que realizam.

Das diversas definições de processo, são destacadas duas:

Valeriano (1998) define Processo como:

[...] um conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam

insumos em produtos ou resultados. Os insumos são genericamente chamados de

entrada e os produtos, de saída.

Cruz (1998) estabelece a conexão do processo com seus clientes:

Page 3: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

[...] processo é o conjunto de atividades que tem por finalidade transformar, montar,

manipular e processar insumos para produzir bens e serviços que serão

disponibilizados para clientes.

O autor propõe, em função da complexidade do processo que se esteja estudando, subdividir

os componentes em uma estrutura hierárquica

Modelo e modelagem: para a representação e simulação dos processos, é necessário o

desenvolvimento de modelos adequados para os propósitos a que se destinam.

Mayer, Painter e de Witte (1992) definem Modelo como um sistema caracterizado por objetos,

propriedades e relações projetado com uma estrutura particular para imitar ou reproduzir as

características do mundo real. O poder de um modelo vem de sua habilidade em simplificar os

sistemas reais que ele representa e poder prever comportamentos do sistema real a partir de

simulações do modelo.

Romano (2003) define a Modelagem como a etapa da análise de um sistema, na qual são

definidos os recursos, itens de dados e suas inter-relações, sendo que, a partir dela, é

estabelecido o modelo, definido como:

[...] Modelo, aquilo que serve de exemplo ou norma, ou ainda, a representação

simplificada e abstrata de fenômeno ou situação concreta, e que serve de referência

para a observação, estudo ou análise, baseada em uma descrição formal de objetos,

relações e processos, e que permite, variando parâmetros, simular os efeitos de

mudanças de fenômeno que representa.

Page 4: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Tzortzopoulos (1999) comenta que a existência de um sistema relativamente estável,

consensual e explicitado através de um modelo facilita a implementação de melhorias em

função da possibilidade da análise e do planejamento do processo. Além disso, permite que os

diferentes agentes passem a ter uma visão global do processo.

O planejamento estudado como um processo pode ser representado a partir do modelo de

desenvolvimento de suas etapas. Laufer e Tucker (1987) subdividem o processo de

planejamento genericamente em seis subprocessos: preparação do processo de planejamento,

coleta de informações, elaboração dos planos, difusão das informações, avaliação do processo

de planejamento e ação. O ciclo se retroalimenta a partir da avaliação do processo. Formoso et

al (1999) enfatiza a importância de se avaliar tanto o processo de planejamento quanto o

processo de produção, e propõem que se estabeleçam indicadores específicos para cada um

deles.

Gráfico de Gantt

Criado em 1918 pelo engenheiro Henry Gantt, o gráfico de Gantt, ou simplesmente

Cronograma de barras, é uma das ferramentas mais difundidas mundialmente. As barras

horizontais representam as atividades em uma escala de tempo. Quanto maior a barra, maior

será a duração de uma atividade. As divisões verticais representam as unidades de tempo. No

cronograma de barras, segundo Barbosa Ferreira (2005) é notável a excelente comunicação

visual proporcionada, embora a ferramenta não mostre de maneira clara a interdependência

entre as atividades, ainda que sejam usadas as setas indicadoras das ligações.

Page 5: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Gráfico de Gantt ou Cronograma de barras

Critical Path Method – CPM

Esta técnica foi criada na década de 50 pela Dupont para o cálculo de prazos em projetos de produtos

químicos. Em 1957, a Remington converteu a técnica CPM para o processamento de computadores

Univac surgindo então o primeiro aplicativo comercial processador de redes de planejamento.

Program Evaluation and Review Technique (PERT)

Em 1957 a Marinha Norte Americana contratou a empresa de consultoria Bozz, Allen & Hamilton

para o desenvolvimento de um sistema de planejamento para a construção de um m foguete sendo este

projeto batizado de polaris.

Por ser fundamental o cumprimento dos prazos e dada a extensão da rede, foi desenvolvida uma

ferramenta de gerenciamento denominada de PERT, Técnica de Avaliação e Revisão de Projetos. É

semelhante ao método CPM, porém são calculadas as datas pessimistas, realistas e otimistas dando-se

por esse motivo um tratamento probabilístico às durações dos eventos. Segundo registros históricos, o

projeto polaris contemplava 10.000 empresas subcontratadas que precisavam ser gerenciadas todas

numa única linguagem! Segundo Barbosa e Ferreira (2005), o método se mostrou extremamente

eficaz, pois o prazo global do projeto foi reduzido de cinco para três anos com a aplicação do método.

Page 6: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Representação gráfica da Rede Pert

O sistema Pert é representado por setas orientadas que representam as atividades e círculos que

representam os eventos (ou nós).

A

C

D

F

B

E

G

Atividades: são as tarefas ou serviços a serem executados aos quais se associam durações e recursos.

Na rede são representados por um segmento orientado sem escala.

Eventos: são os pontos de controle do plano, representam o início ou o fim das atividades. Não

consomem tempo e nem recursos. Aos eventos associam-se datas. Nas redes são representadas por um

círculo.

Toda rede inicia-se por um evento que caracteriza o início do plano e termina em um evento que

caracteriza o fim do plano.

As redes PERT/CPM, segundo Cukierman, abordam o projeto de um ponto de vista sistêmico, já que

fornecem uma visão de totalidade devido à necessidade de se estabelecer interdependência entre todas

as atividades. Além disso, segundo esse autor, ressaltam as entradas, o processo ou o desenvolvimento

das ações de acordo com as relações de correspondência entre elas e as saídas.

Page 7: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

EAP – Estrutura Analítica de Projetos

Segundo a definição do PMBOK (2004) a EAP é uma decomposição hierárquica orientada á

entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os objetivos do projeto

e criar as entregas necessárias. A EAP organiza e define o escopo total do projeto. A EAP

subdivide o trabalho do projeto em partes menores e mais facilmente gerenciáveis, em que

cada nível descendente da EAP representa uma definição cada vez mais detalhada do trabalho

do projeto. É possível agendar, estimar custos, monitorar e controlar o trabalho planejado

contido nos componentes de nível mais baixo da EAP denominados pacotes de trabalho.

Segundo Assumpção, as principais funções da EAP são:

Auxiliar na compreensão do escopo (visão geral do projeto, compreensão de suas fases,

etapas e atividades);

Auxiliar na definição da matriz de responsabilidades;

Estabelece um sistema de codificação facilitando a criação de plano de contas e centros

de custos;

Auxilia na organização e administração da obra (permite estabelecer uma linguagem

comum sobre a divisão e estrutura de responsabilidades utilizada por todos os setores da

organização)

Estabelece a relação das atividades que serão utilizadas para a programação e controle

da obra. A figura a seguir, exemplifica um modelo de EAP segundo Assumpção:

Page 8: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Cálculo de Datas do Projeto

A determinação das datas de início e término das atividades de um projeto requer cálculos

especiais por causa da intensa interação que há entre as diferentes atividades de um projeto.

Estes cálculos são realizados diretamente na rede do projeto, utilizando-se apenas operações

aritméticas básicas. O cálculo da rede consiste basicamente em definir o caminho crítico do

projeto. Este cálculo divide-se em duas etapas: avanço e retorno.

No avanço, os cálculos são feitos no sentido do nó inicial da rede para o nó final da rede. No

retorno, o sentido dos cálculos é inverso.

Em cada nó, ou evento, são computados os seguintes valores:

Cedo do Evento

Tarde do Evento

O cedo de um evento corresponde à data mais cedo para dar início à execução das atividades

que emanam deste evento, contada a partir do início do projeto, considerando-se que todas as

atividades que chegam até este evento não sofram atrasos na execução.

O tarde de um evento corresponde à data mais tarde possível para atingir o evento sem que o

projeto sofra atrasos.

Os valores de cedo e tarde do evento são incluídos na própria rede, junto ao número do evento.

Uma forma prática para sua representação é:

Onde:

i= evento “i”

ci = cedo do evento i

ti = tarde do evento i

Page 9: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Cálculo do cedo de um evento

Seja:

C(i) o cedo do evento i

D(i, j) a duração da atividade (i, j)

Então, durante os cálculos da fase de avanço, os cedos são obtidos através da expressão:

C( j) = max(i) [C (i)+ D( i j) ]

para todas as atividades (i, j) definidas.

Em termos práticos: se em determinado evento CHEGAR mais do que uma atividade deve-

se escolher aquela de MAIOR duração.

Convenciona-se que para o evento inicial do projeto, i = 1, o cedo seja nulo. Ou seja, C(1) = 0

Cálculo do tarde de um evento

Seja: T( j) o tarde do evento j

D(i, j) a duração da atividade (i, j)

Então, durante os cálculos da fase de retorno, os tardes são obtidos através da expressão:

T (i) = min (j) [T( j) - D (i, j) ]

para todas as atividades (i, j) definidas.

Em termos práticos: se em determinado evento PARTIR mais do que uma atividade deve-se

escolher aquela de MENOR duração.

Convenciona-se que para o último evento do projeto, j = n , o tarde seja igual ao cedo deste

evento. Ou seja: T(n) = C(n)

Page 10: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Datas mais cedo de eventos: “é a menor data em que o evento pode ocorrer desde que

as atividades anteriores se desenvolvam em suas durações previstas”

Na rede acima, a unidade de tempo adotada é horas.

1. O evento 10 dá partida ao projeto (início) e assume a data 0 (zero) como referência

temporal.

Page 11: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

2. A atividade B tem 4 horas de duração e o evento 15 está ligado ao seu término. Então, o

evento 15 apenas ocorrerá ao término da quarta hora da atividade B.

Note que o valor 4 foi obtido da soma da data 0 (zero) do evento 10 mais a duração 4 da

atividade B: 0+4=4

3. A atividade A tem duração igual de 6 horas, mas o evento 20 terá data mais cedo igual a 9,

isto é, a soma da data 4 do evento 15 mais a duração 5 da atividade C. Equivale dizer que

o evento 20 deverá ocorrer no mínimo, 5 horas (duração de C) depois do evento 15 que,

por sua vez, ocorre ao término da quarta hora do evento 10. Logo, 4+5 = 9 e não 0+6= 6

4. O evento 25 está amarrado ao término das atividades E e D. A atividade E tem 8 horas de

duração e a D tem apenas 2 horas. A data mais cedo do evento 20 é 9. Assim, 9+2 = 11.

Por outro lado, a data mais cedo do evento 15 é 4+8=12. Então, a data mais cedo do

evento 25 será 12 e não 11.

Data mais tarde de eventos: é a maior data em que o evento pode ocorrer, sem atrasar a

conclusão do empreendimento.

A data mais tarde de cada evento é calculada a partir de uma data mais tarde imposta ao fim do

projeto. Essa data imposta deverá ser ainda maior ou igual á data mais cedo do evento final do

projeto.

1. Digamos que a data mais tarde imposta ao evento final (25) do projeto seja 12. Portanto,

igual à data mais cedo do evento 25.

2. Para que a data 12 do evento 25 não seja prejudicada e sabendo que a atividade D tem

duração de 2 horas, a data mais tarde em que o evento 20 deve ocorrer é 12-2=10. A

data mais tarde do evento 20 é igual a 10.

3. Da mesma forma, para que a data mais tarde 12 do evento fim do projeto não seja

prejudicada e sabendo que a duração da atividade E é 8 horas, a data mais tarde do

evento 15 é 12-8=4. Se por outro lado dizemos que a data mais tarde em que o evento

15 deve ocorrer é 10 (data mais tarde do evento 20) menos 5 (duração da atividade C),

temos como resultado “5”. Acontece que 5+8=13, sendo 8 a duração da atividade E, o

que prejudica a data mais tarde do projeto (12).

Page 12: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

4. Para que a data mais tarde do evento 20 (10) não seja prejudicada, a data mais tarde em

que o evento 10 deve ocorrer é 10-6=4. Entretanto, para que a data mais tarde do evento

15 não seja prejudicada, a data mais tarde em que o evento 10 deve ocorrer é 4-4=0.

Prevalece esta última porque, do contrário, somando-se a data mais tarde do evento 10 à

duração da atividade B temos 4+4=8, o que é prejudicial á data mais tarde do evento 15

(4).

O desenho final mostra as datas mais cedo e mais tarde na rede de referencia.

Definição do caminho crítico, folgas e datas

Em alguns projetos, algumas atividades são flexíveis em relação ao seu início e término;

outras não são, sendo que algum atraso em qualquer delas acarretará atraso do projeto.

As atividades inflexíveis são denominadas críticas, e a cadeia que elas formam

denominam-se caminho crítico do projeto.

O caminho crítico é a seqüência de atividades de maior duração do projeto. Há sempre

pelo menos um caminho crítico em cada projeto, podendo haver vários. Pode ser definido

como:

Evento crítico: é aquele que apresenta a menor folga de evento podendo no limite ser

igual a zero, ou seja, a data mais tarde do evento ser igual a data mais cedo do evento.

Page 13: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Atividade crítica: uma atividade é crítica quando é compreendida entre eventos críticos

e corresponde à maior duração entre eles, limitada pelos valores de data mais cedo de

início e fim. É a atividade de menor folga em um projeto.

Caminho crítico: é aquele no qual as atividades não têm folga para iniciar nem para

terminar.

É muito importante manter uma vigilância sobre as atividades críticas, uma vez que,

qualquer atraso nas mesmas originará um atraso em todo o projeto.

Assim mesmo, não se deve deixar de controlar as atividades não-críticas porque apesar de

terem folgas, têm seus limites tanto para começar como para terminar. Se passarmos deste

limite, as mesmas tornar-se-ão críticas. Por esta razão é conveniente calcular as

magnitudes destas folgas de tempo.

Uma maneira de apurar as folgas das atividades é utilizar-se das datas de realização das

atividades:

CÁLCULO DAS DATAS DOS EVENTOS

Primeira Data de Início - é a data em que a atividade pode ser iniciada caso as

atividades antecessoras foram iniciadas na primeira oportunidade e completadas nas

durações estimadas. Ou seja:

PDI (i, j) = C(i)

Na prática, PDI = cedo do evento início

Última Data de Início - é a data-limite de início de uma atividade para que o projeto

não sofra atrasos. Ou seja:

UDI (i, j) = T( j) − D(i, j)

Na prática, UDI = UDT – duração

Primeira Data de Término - é a data de término considerando que a atividade inicie na

PDI (i, j) e tenha sua duração estimada obedecida. Ou seja:

Page 14: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

PDT(i, j) = C(i) + D(i, j)

Na prática, PDT = PDI + duração

Última Data de Término - é o prazo-limite de término de uma atividade, sob pena de

atrasar o projeto. Ou seja:

UDT(i, j) = T( j)

Na prática, UDT = tarde do evento fim

CÁLCULO DAS FOLGAS

Folga de eventos: é a disponibilidade de tempo medida pela diferença entre as datas

mais tarde e mais cedo de um evento.

Folga total: é a disponibilidade de tempo que a atividade pode utilizar de forma que,

iniciada na data mais cedo do seu evento início, tenha sua conclusão na data mais tarde

do seu evento fim

FT = (UDT – PDI) - DURAÇÃO

Folga livre: “é a disponibilidade de tempo, além da duração prevista, que a atividade

pode utilizar, supondo-se que comece em sua data mais cedo do seu evento início e

termine na data mais cedo do seu evento fim”. Vale dizer que folga livre é igual ao que

restou após a conclusão da atividade, até a data mais cedo do seu evento fim

FL = (PDT – PDI ) - DURAÇÃO

Determinação do caminho crítico (conforme exemplo extraído de Barbosa Ferreira, 2005)

Primeiro, devemos identificar todos os eventos críticos do projeto, isto é, aqueles que

possuem a menor folga permissível para o projeto. Lembrar que a menor folga permissível

do projeto é calculada no evento final e é obtida subtraindo-se da data mais tarde a data

mais cedo.

Page 15: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Essa rede, utilizada nos cálculos anteriores, teve agora adicionado o cálculo das folgas que

estão representadas na parte superior dos eventos.

Recordando que a folga será o tarde do evento menos o cedo do evento (abaixo do nó),

identificamos que os eventos 10,20, 30 e 50 tem a menor folga em toda a rede sendo,

portanto os evento críticos.

As atividades críticas serão aquelas que:

1. Estão entre dois eventos críticos

2. A diferença entre a data mais cedo do evento fim e a data mais cedo do evento início

deve ser igual à duração da atividade em questão.

No caso em questão, concluímos que as atividades A, B, D e F (10-30; 10-20; 20-30; 30-

50) pertencem ao caminho crítico do projeto. Podemos concluir que a soma das durações

das atividades A e F é igual a duração prevista para o projeto (14), o mesmo acontecendo

com a soma das atividades B, D e F. Notar também que o projeto possui dois caminhos

críticos: A-F; B-D-F

Page 16: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Exemplo 2

Calcular as datas de realização e folgas totais das atividades, e definir o caminho crítico do

PROJETO I abaixo:

Solução

Elaboração do Cronograma

O produto do cálculo da rede é o cronograma do projeto. A construção do cronograma

precisa observar as limitações de disponibilidade de recursos, já que estas limitações,

como mão-de-obra e equipamentos, podem impossibilitar a execução de atividades

simultâneas. Neste ponto é que as atividades não-críticas desempenharão papel

Page 17: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

importante, pois pela variação da data de inicio da atividade, entre a PDI e a UDI, pode ser

possível diminuir a necessidade máxima de recursos.

Para a elaboração do cronograma é necessário que sejam conhecidas as datas de realização

e as folgas das atividades do projeto. O cronograma é construído sobre um quadro onde

uma escala horizontal indica a evolução do tempo.

Inicialmente considera-se as atividades críticas, incluindo-as como linhas contínuas no

cronograma.

A seguir, as atividades não-críticas são incluídas no cronograma, indicando as datas de

início mais cedo (PDI) e término mais tarde (UDT) de cada atividade, como datas-limite

de execução das mesmas. Estes limites são unidos por linhas tracejadas, indicando que

estas atividades poderão ter sua execução programada dentro deste intervalo, sem que haja

prejuízo nas relações de precedência. Para cada atividade inclui-se ainda duas linhas

contínuas de comprimento proporcional à duração da atividade. A primeira tem início na

data de início mais cedo (PDI) e, por construção, tem término na data de término mais

cedo (PDT), enquanto a segunda linha contínua tem início na data de início mais tarde

(UDI) e final, portanto, na data de término mais tarde (UDT).

O cronograma para o PROJETO I será então:

Page 18: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Exercício

Dado o projeto X representado na tabela abaixo, elabore o diagrama de rede, calcule e

represente o caminho crítico da rede.

Durações estimadas: A=20, B=50, C=20, D=30, E=20, F=60, G=30, H=30. A data mais

tarde do projeto é igual à data mais cedo e a data mais cedo do evento início do projeto é

igual a zero.

Quadro de sequenciação das atividades

Atividade imediatamente antes

Atividade Atividade

imediatamente depois

_ A D;E;F

_ B G

_ C H

A D G

A E H

A F _

B;D G _

C;E H _

Page 19: Aula 1 - planejamento introdução - revisao 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Pós – Graduação Cursos de Especialização

Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Prédio 9 Consolação São Paulo - SP CEP 01302-907 Tel. (11) 3236-8383 Fax (11) 3236.8435 www.mackenzie.com.br/universidade/arquitetura – [email protected]

Referências Bibliográficas

ASSUMPÇÃO, J.F.P. – Programa de capacitação em Planejamento e Controle da

Produção – Sinduscon – Módulo 4 – 1999

ASSUMPÇÃO, J.F.P. Gerenciamento de empreendimentos na construção civil:

modelo para planejamento estratégico da produção de edifícios. 1996. Tese de

Doutorado. Escola Politécnica Universidade de São Paulo.

CRUZ, T. Workflow: a tecnologia que vai revolucionar processos. 2 ed. São Paulo:

Atlas, 1998. 226p

FERREIRA, B. H. Redes de Planejamento – Metodologia e Prática com Pert/CPM –

2005 – Editora Ciência Moderna

LAUFER, A.; Tucker, R.L is construction Project planning really doing its job?: a critical

examination of focus, roles and process. Construction Management and Economics,

Londres, 1987

MANZIONE, Leonardo. Estudo de métodos de planejamento do processo de projeto de

edifícios. 2006. 250 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2006.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: conjunto de conhecimento em

gerenciamento de projetos. Terceira edição. 2004

ROMANO, F.V. Modelo de referência para o gerenciamento do processo de projeto

integrado de edificações. 2003. 381f. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis, 2003.

SLACK, STUART, HARRISON. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.

726p.

TZORTZOPOULOS, P. Contribuições para o desenvolvimento de um modelo do

processo de projeto de edificações em empresas construtoras incorporadoras de

pequeno porte. 1999. 150f. Dissertação (Mestrado). UFRGS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – Programação de Projetos

com Pert Cpm

VALERIANO, D. Gerência em projetos. São Paulo: Makron Books, 1998, 438p.