Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

30
NÓDULO e CÂNCER DE TIREÓIDE ULBRA/2008 CLÍNICA MÉDICA III – ENDOCRINOLOGIA Profª Adriana Fornari, Profª Jocely Vieira da Costa Prof Tiago Schuch

Transcript of Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Page 1: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

NÓDULO e CÂNCER DE TIREÓIDE

ULBRA/2008CLÍNICA MÉDICA III – ENDOCRINOLOGIA

Profª Adriana Fornari, Profª Jocely Vieira da Costa

Prof Tiago Schuch

Page 2: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

• Prevalência: clinicamente detectáveis:- 1,5% homens ; 6,4% mulheres detectáveis em ecografia:- 10 – 30% maiores que 1cm.:- 11%

• Freqüência aumenta linearmente com a idade

Nódulos de tireóideEPIDEMIOLOGIA

Up to Date

Page 3: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóide

• Patogênese:

Mecanismo pouco entendido

– estímulo TSH ?

– fatores genéticos

– compostos “bociogênicos”

– deficiência de iodo ?

– fatores imunológicos

Page 4: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideEtiologia:

1) Tireoidite focal

2) Nódulo dominante de bócio multinodular

3) Adenomas benignos: folicular, cél. Hürthle

4) Cistos de tireóide, paratiróide ou tireoglosso

5) Hemiagenesia de tireóide

6) Hiperplasia de remanescente pós-cirúrgico

7) Hiperplasia de remanescente pós-iodo

8) Raros: lipoma, teratoma, hemangioma

Page 5: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Questões:

1) Existe risco de malignidade ?

2) Se maligno, risco de morte ?

3) Causa alteração funcional de tireóide ?

4) Causa problemas cosméticos ou sintomas obstrutivos ?

Nódulos de tireóideIMPACTO CLÍNICO

Up to Date

Page 6: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

1) Existe risco de malignidade ?

Fatores de risco (história e exame físico):

Radioterapia de cabeça e pescoço prévia

Sexo masculino, criança ou jovem

Crescimento recente

Presença de rouquidão, disfagia, linfadenopatia cervical

Hx familiar de carcinoma medular de tireóide

Nódulos de tireóideIMPACTO CLÍNICO

Page 7: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

2) Se maligno, risco de morrer disto ?

Cerca de 90% é carcinoma papilífero:

sobrevida em 25 anos superior a 95%

Demais (sobrevida 25 anos):

• Carcinoma folicular (66%)

• Carcinoma medular (79%)

• Exceção: carcinoma anaplásico – 100% mortalidade em 6 meses

Nódulos de tireóideIMPACTO CLÍNICO

Page 8: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Anamnese deve identificar possíveis fatores de risco / sintomas de alteração funcional:

• Sexo: ♂ risco 2 a 3x maior

• Idade: idosos e crianças

• História familiar

• História prévia de irradiação de cabeça e pescoço

• Sintomas de hiper / hipotireoidismo

• Tempo de evolução, velocidade de crescimento

Page 9: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Exame Físico:

Palpação da tireóide / cervical:

• Tamanho

• Consistência

• Mobilidade à deglutição

• Presença de dor

• Presença de adenopatias cervicais / supraclaviculares

Page 10: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Exames laboratoriais:

- TSH (obrigatório)

TSH supresso indica autonomia

- Anti-TPO (opcional)

Determinação de auto-imunidade

- Calcitonina (controverso)

Triagem para carcinoma medular

Page 11: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Imagem – exame de escolha:

- Ecografia da tireóide descreve:

volume

ecogenicidade

presença de fluxo intranódulo

presença de microcalcificações

consistência do nódulo

Page 12: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Achados ecográficos de risco para malignidade:

- hipoecogenicidade

- presença de fluxo sangüíneo intenso intranódulo

- presença de microcalcificações

- irregularidade de bordos

- razão diâmetro AP/ diâmetro látero-lateral >1

Page 13: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

ECOGRAFIA DE TIREÓIDE

NÓDULO SÓLIDO, HIPOECÓICO, EM LOBO DIREITO DA TIREÓIDE

Page 14: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

ECOGRAFIA DE TIREÓIDE

DOPPLER EM NÓDULO HIPOECÓICO DEMONSTRANDO FLUXO INTERNO

Page 15: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóideDIAGNÓSTICO

Imagem – se TSH supresso:

- Cintilografia com captação I131

nódulos “quentes”: > 99% benignos

Outros exames de imagem:

- CT de tireóide / cervical / tórax

- Ressonância magnética

- PET-scan

Page 16: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

CINTILOGRAFIA DE TIRÓIDE

NÓDULO “QUENTE”: ADENOMA TÓXICO

NÓDULO “FRIO” EM LOBO DIREITO

Page 17: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

(A) Normal

(B) Doença de Graves:

aumento de captação

difuso.

(C) Bócio multinodular tóxico:

áreas irregulares de hiper e

hipocaptação.

(D) Adenoma tóxico: aumento

focal de captação com

hipocaptação do restante.

(E) Tireoidite: captação ausente

ou diminuída.

CINTILOGRAFIA DA TIREÓIDE

Page 18: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóide

PAAF: Punção Aspirativa por Agulha Fina

(análise citopatológica)– melhor método para discriminar lesões

benignas de malignas!– método mais sensível e específico – usualmente guiada por ecografia– principal problema: 15 a 20% de punções

“insatisfatórias” – sem valor diagnóstico

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Page 19: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóide

PAAF: Punção Aspirativa por Agulha Fina

Em quem fazer?– nódulos > 1cm.– Nódulos >0,8cm. com características

suspeitas:

Hipoecogenicidade + microcalcificações ou irregularidade de bordos

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Page 21: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

PAAF guiada por ecografia

Page 22: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóide

• PAAF: resultados– Satisfatório:

• benigno: bócio colóide, tireoidite de Hashimoto, tireoidite subaguda, cistos colóides

• suspeito / indeterminado: neoplasia folicular, neoplasia de células de Hürthle, atipias celulares

• maligno

– Insatisfatório / não diagnóstica • ausência de grupamentos de células foliculares

Page 23: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

NÓDULO DE TIREÓIDE: MANEJO

Page 24: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Nódulo de tireóide

Condutas não cirúrgicas em nódulos benignos:

- Terapia com T4: em desuso

– Alcoolização: controverso

– Iodo131: em adenomas tóxicos

Page 25: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide Carcinomas diferenciadosCarcinomas diferenciados

(concentram iodo radioativo, têm sobrevida prolongada – geralmente, secretam tireoglobulina)

a) Papilífero:- Mais comum (80-90%)- Curso usualmente lento- Usualmente multifocal, comumente dá metástases para

linfonodos

b) Folicular:- Cerca de 10% dos casos- Possui variedade de células de Hürthle, mais agressivo- Raramente pode ser funcionante- Possíveis metástases para pulmão, ossos e cérebro

Page 26: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide

Outras neoplasias malignas Outras neoplasias malignas

c) Carcinoma medular de tireóide:- tumor das células C parafoliculares- podem secretar calcitonina e outros peptídeos- não concentram iodo- 20% são familiares

d) Carcinoma anaplásico (indiferenciado)- Cerca de 1% dos casos- Altamente agressivo, sobrevida muito limitada- Crescimento por invasão local e de tecidos adjacentes

Page 27: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide

Outras neoplasias malignas Outras neoplasias malignas

e) Linfoma primário de tireóide:- < 2% dos casos; usualmente idosos- apresentação clínica semelhante ao anaplásico - maioria surge em paciente com tireoidite de Hashimoto

(raro)

d) Outros tumores:- metástases- hemangioendoteliomas- teratomas- fibrossarcomas

Page 28: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide

Manejo dos carcinomas diferenciados Manejo dos carcinomas diferenciados

1) Cirurgia- tireoidectomia total / quase-total - papilífero: exploração de linfonodos mandatória A seguir:2) Radioiodoterapia com I131- doses dependentes do estadiamento - objetivos: ablação de tecido tireóideo

remanescente / tratamento de metástases

Page 29: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide

Manejo dos carcinomas diferenciados Manejo dos carcinomas diferenciados

3) Seguimento:- dosagem de tireoglobulina (marcador de persistência ou

recidiva de doença) - ecografia cervical / pesquisa de captação de I131 em

corpo inteiro- tomografia / PET-scan (pesquisa de metástases não-

iodo captantes) 4) Prognóstico:- Usualmente sobrevida prolongada, com exceção às

variáveis mais agressivas (células altas, insular, Hürthle)

Page 30: Aula 11 - Nódulos e Ca de Tireóide

Carcinoma de tireóide

Manejo das outras neoplasias Manejo das outras neoplasias

1) Carcinoma medular:- ressecção cirúrgica- seguimento: dosagem de calcitonina, exmaes

de imagem (não capta iodo!) 2) Carcinoma anaplásico:- ressecção cirúrgica (se diagnóstico pré-

operatório, talvez apenas nodulectomia)- radioterapia pouco eficaz, protocolos de

quimioterapia