Aula 2 - Custos Comuns

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Prof. Geraldo Pimentel CONTABILIDADE DE CUSTOS Analise e Gestão Estratégica dos APRESENTAÇÃO

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Prof. Geraldo Pimentel

CONTABILIDADE DE CUSTOSAnalise e Gestão Estratégica dos Custos

APRESENTAÇÃO

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ANÁLISE DA ALOCAÇÃO DE CUSTOS

1 - DEPARTAMENTALIZAÇÃO DOS CUSTOS

2 - CUSTOS E A CAPACIDADE PRODUTIVA

3 - CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

4 - TRATAMENTO DAS PERDAS DE MATERIAIS

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

1 – Distinção entre Co-produtos, Produtos e Sucatas

2 – Apropriação dos custos conjuntos aos co-produtos

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

1 – Distinção entre Co-produtos, Subprodutos e Sucatas

As sucatas podem ou não ser decorrentes do processo produtivo e não têm valor de venda e condições de negociação boa. Para a Contabilidade de Custos, as sucatas não recebem nenhuma atribuição de custo, mesmo que elas sejam inerentes ao processo produtivo e surjam como itens normais em uma produção contínua, principalmente, pela problemas relativos a obtenção da receita. Quando são vendidas, têm suas receitas registradas como Receitas Eventuais dentro da rubrica de Outras Receitas Operacionais. Até que sejam comercializadas, permanecem fora da Contabilidade.

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

1 – Distinção entre Co-produtos, Subprodutos e Sucatas

Os subprodutos tem como característica básica o valor de vendas e condições de comercialização normais, relativamente tão assegurados quanto os produtos principais, surgem em decorrência normal do processo produtivo, só que possuem pouca relevância dentro do faturamento global da empresa. Têm um tratamento diferenciado dentro da Contabilidade de Custos, à medida que são produzidos, têm seu valor líquido de realização considerado como redução do custo de elaboração dos produtos principais, mediante débito aos Estoque de Subprodutos e o crédito aos Custo de Produção. Considera-se como valor Líquido de Realização, o valor da venda menos as despesas de vendas, os custos eventualmente necessários ao término e preparação para a venda e, eventualmente, uma margem de lucro.

Esse procedimento, facilita que se obtenha relativamente rápido a estimativa de um valora para o estoque, considerando o custo dos subprodutos como recuperação de parte do custo de produção, fazendo com que a atenção da empresa esteja voltada para os itens de produção que são propriamente relevantes.

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

Os subprodutos

Há outros tipos de tratamento dados aos Subprodutos, segundo alguns autores, que não são tão corretos: 1) há o caso de se lançar a recuperação somente quando da efetiva venda na recuperação de custo da produção; 2) simplesmente tratar os subprodutos utilizando o mesmo procedimento das sucatas, isto é, não estocá-los contabilmente e registrar a sua venda diretamente à Receitas normais ou Eventuais; 3) atribuir-lhes custos como se fossem produtos principais. Em qualquer desses casos, logicamente, as regras implicam a não distinção do que seja um Subproduto ou recuperação em épocas fora de sua competência, devendo por isso ser abandonados.

Podemos verificar que, o que ocorre com freqüência , é a variabilidade do conceito do que seja relevância. O que uma determinada indústria considera importante dentro do faturamento total, outra pode julgar irrelevante. Contudo este é um problema inevitável, não havendo possibilidade de homogeneizar os procedimentos. Ocorre, também, que os conceitos de Co e Subprodutos nascem dessas posições relativamente subjetivas, cabendo a cada empresa segui-las. Dessa forma, só aos Co-produtos são atribuídos custos, o que simplifica a Contabilidade de Custos.

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

CO-PRODUTOS

Os Co-produtos, por sua vez, são os próprios produtos principais, só que assim chamados porque são nascidos de uma mesma matéria-prima. São os que respondem substancialmente pelo faturamento da empresa. Os custos resultam na produção simultânea de diversos produtos, sendo o custo desse processo denominados de custos conjuntos.

Custos Conjuntos - Assim, podemos definir Custos Conjuntos como sendo “os custos de um processo que resultam na produção simultânea de múltiplos produtos”. Por exemplo, a destilação de carvão, que resulta em coque, gás natural e outros produtos, sendo o custo desse processo denominado de custo conjunto.

Ponto de Separação -O ponto de separação se dá quando dois ou mais produtos se tornam separadamente identificáveis.

Custos e Despesas Separáveis – os custos e despesas separáveis são todos os custos de despesas incorridos além do ponto de separação, tais como custos de produção, despesas de marketing, distribuição e outros que podem ser atribuíveis a cada um dos produtos de per si. No ponto de separação, ou além dele, as decisões relacionadas à produção e à venda de cada produto podem ser feitas independentemente dos demais produtos.

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

Alocação de custos -Um dos problemas de difícil solução é a alocação de custos dos custos conjunto aos produtos identificáveis, às vezes, mais difícil do que a apropriação dos custos indiretos, por que estes implicam algum tipo de análise quanto ao relacionamento entre custos e produtos, como horas-máquina, valor da mão de obra direta, tempo total de execução,etc. Enquanto no caso dos custos conjuntos contem um certo grau de arbitrariedade. Se tivéssemos milho e seus produtos derivado, por exemplo, de que forma efetuar a divisão, se todos os co-produtos podem surgir em função da passagem da matéria prima por um único setor da fábrica?Vamos efetuá-la por tempo? Ou pelo mesmo valor do quilo produzido?Basta lembrar que se fosse boi, teríamos o mesmo custo por quilo para o filé e para as vísceras, podendo até ocorrer de o preço de venda ser inferior ao custo. Vamos então alocar por preço de venda? Esse critério (diga-se de passagem o mais usado) seria justo se fosse verdadeira a idéia de que o item de mais alto valor é o que custa mais; mas isso não é verdade, já que o preço tende a ser mais função da oferta e demanda do que de custo da produção. Assim, na maioria das vezes, quaisquer que sejam os critérios de alocação, pode-se dizer que são muito mais arbitrários do que aqueles vistos para o rateio dos Custos Indiretos. E, neste rateio dos Custos Conjuntos entram até os custos diretos (matéria prima e mão-de-obra direta, principalmente).

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

Critérios a utilizar - Do ponto de vista administrativo, quer gerencial ou de controle, essas alocações não são de todo relevantes, já que para decisões interessam apenas os valores de receita total dos co-produtos contra o custo total para obtê-los, pois não se consegue chegar a um co-produto sem obter o outro, e para controle são mais importantes os custos por operação, atividade, centro de custo, etc. do que por produto. Mas é importante, do ponto de vista da avaliação dos estoques, obter-se um critério, a fim de que se possam valorar os ativos e os resultados, vez que há necessidade de atendimento a Contabilidade Financeira e a Parte de Tributação. (Se a empresa não tem estoques de seus co-produtos, não precisa simplesmente fazer a atribuição, pois todos os custos irão para o Resultado). Se tiver estoques, são os seguintes critérios para valoração:

1 – Método do Valor de Mercado

2 – Método dos Volumes Produzidos

3 – Método da Igualdade do Lucro Bruto

4 – Método das Ponderações

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

1 – Método do Valor de Mercado

Este método é o mais utilizado na prática, em decorrência da alegação de que produtos de maior valor são os que recebem ou têm condições de receber maior custo, entretanto carece de maior racionalidade. Talvez seu grande mérito seja o fato de distribuir o resultado de forma mais homogênea aos Co-produtos. Este método é aplicado, muitas vezes, em função da inexistência de outros melhores do que de méritos próprios. Exemplo:

Matéria Prima aplicada............ $30.000,00

Mão-de-Obra e Custos Indiretos $15.000,00

Custos Conjuntos Totais........ $45.000,00

Co-produto

Valor de

Venda

Quantidade

Produzida

Valor de

Venda Total

A $400kg 55kg $22.000,00

B $200kg 100kg $20.000,00

C $300kg 60kg $18.000,00

$60.000,00

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

Co-produto

Fórmula Custo por

Co-produto

A ($22.000 / 60.000) x 45.000 $16.500,00

B ($20.000 / 60.000) x 45.000 $15.000,00

C ($18.000 / 60.000) x 45.000 $13.500,00

$45.000,00

A distribuição do custo conjunto de $45.000,00 seria feita proporcionalmente à participação do Co-produto na receita, como segue:

Esse resultado daria os seguintes custo por quilo:

Co-produto

Fórmula Custo por

Co-produto

A $16.500 / 55kg $300,00/kg

B $15.000 / 100kg $150,00/kg

C $13.500 / 60kg $225,00/kg

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

CÁLCULO NO CASO DE EXISTIR CUSTOS ADICIONAIS

No caso existir processamentos adicionais a um ou vários dos Co-produtos, esses custos, agora específicos e identificáveis a cada deles, não são mais parte dos Custos Conjuntos. Esses custos adicionais devem ser debitados a cada Co-produto específico. E, como tal, eles têm um tipo de influência sobre os cálculos que estamos fazendo e por isso devemos analisar se o valor de mercado é para o produto completamente acabado ou se pode ser encontrado para a fase de semi-processamento em que se acha. Se existir preço de venda no mercado para a fase em que surgem os Co-produtos (semi-acabados) basta fazer o cálculo conforme foi indicado, e, após isso, os custos adicionais lhes serão atribuídos especificamente. Se não existir preço de mercado na fase em que aparecem, precisamos determinar um valor suposto de preço de venda, calculado utilizando o preço de venda do mercado menos os custos(adicionais) específicos de término da produção.

Por exemplo: se acrescentássemos os custos adicionais de $4.000 para o Co-produto A e $4.000 para o Co-produto B aos dados anteriores, teríamos que reformular o cálculo de apropriação dos Custos Conjuntos, a saber:

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Co-produto

Valor de

Venda

Quantidade

Produzida

Valor de

Venda Total

Custos Adicionais

Valor de Venda

Equivalente

A $400kg 55kg $22.000,00 $4.000 $18.000,00

B $200kg 100kg $20.000,00 0 $20.000,00

C $300kg 60kg $18.000,00 $6.000 $12.000,00

$60.000,00 $10.000 $50.000,00

Apuração do preço de venda equivalente

Co-produto

Quantidade

Produzida

Valor de Venda

Equivalente

Proporção Percentual

Custo Conjunto

Apropriado

Custo Unitário

do Custo Conjunto

A 55kg $18.000,00 36% $16.200,00 $294,55

B 100kg $20.000,00 40% $18.000,00 $180,00

C 60kg $12.000,00 24% $10.800,00 $180,00

$50.000,00 100% $45.000,00

Os Co-produtos seriam contabilizados pelos valores unitário encontrados

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

No decorrer de seus processamentos específicos, lhes seriam apropriados os custos adicionais identificáveis, como segue:

Co-produto

Quantidade

Produzida

Custo Conjunto

Apropriado

Custos Adicionais

Aplicados

Custos Totais Custo Unitário

Final

A 55kg $16.200,00 $4.000,00 $20.200,00 $367,27

B 100kg $18.000,00 0 $18.000,00 $180,00

C 60kg $10.800,00 $6.000,00 $16.800,00 $280,00

$45.000,00 $10.000,00 $55.000,00

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

2 – Método dos Volumes Produzidos

Neste método o Custo Conjunto é apropriado levando-se em conta o volume produzido. O método acaba por apropriar custos iguais por unidade produzida, a saber:

Co-produto

Quantidade

Produzida

Proporção

%

Custo Conjunto

Apropriado

Custo Unitário

do Custo Conjunto

A 55kg 25,581% $11.511,45 $209,30

B 100kg 46,512% $20.930,40 $209,30

C 60kg 27,907% $12.558,15 $209,30

215kg 100,000% $45.000,00

Neste método, o Co-produto B fica com um custo maior do que o preço de venda de mercado. Assim, tal método poderia ser válido se os produtos tivessem características semelhantes entre si, inclusive não muita divergência em seus preços de mercado.

Bastaria dividir o Custo Conjunto por 215kg

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3 – Método da Igualdade do Lucro Bruto

Neste método o Custo Conjunto é apropriado de tal forma que cada unidade tivesse o mesmo lucro. Utilizando o mesmo exemplo, teríamos:

a) Se não existissem os custos adicionais dos Co-produtos A e C

RECEITA TOTAL........................... $60.000,00

( - ) CUSTO CONJUNTO TOTAL... $45.000,00

LUCRO BRUTO TOTAL................ $15.000,00

Lucro Bruto por Kg = $15.000,00 / 215kg = $69,77/kg, logo teremos:

Co-produto Preço de Venda

( A)

Lucro Bruto

( B)

Custo Apropriado

(C = A-B)

A $400kg $69,77/kg $330,23/kg

B $200kg $69,77/kg $130,23/kg

C $300kg $69,77/kg $230,23/kg

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3 – Método da Igualdade do Lucro Bruto

b) Se existissem os custos adicionais dos Co-produtos A e C

RECEITA TOTAL........................... $60.000,00

( - ) CUSTO CONJUNTO TOTAL... $45.000,00

( - ) CUSTO ADICIONAL ... $10.000,00

LUCRO BRUTO TOTAL................ $ 5.000,00

Lucro Bruto por Kg = $ 5.000,00 / 215kg = $23,26/kg, logo teremos:

Co-produto

Preço de Venda

( A)

Lucro Bruto

( B)

Preço menos Lucro Bruto

(C=A-B)

Custo Adicional

( D )

Custo Conjunto

(E = C-D)

A $400kg $23,26/kg $376,74kg $72,73 $304,01/kg

B $200kg $23,26/kg $176,74kg 0 $176,74/kg

C $300kg $23,26/kg $276,74kg $100,00 $176,74/kg

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4 – Método das Ponderações

Este método consiste em ponderar cada Co-produto em termos de grau de dificuldade, importância, facilidade de venda, etc. de cada um. Constitui, também, numa forma subjetiva de apropriação, mas, às vezes, dá bom resultado. Poderíamos, por exemplo, chegar a conclusão que o parâmetro a ser utilizado seria:

Co-produto A = No.índice 100; Co-produto B= 40; e, Co-produto C = 65.

Utilizando os dados do exemplo anterior, teríamos:

Co-produto

Quant.

Produz

( A)

Fator de Ponderação

( B)

Ponderação

Total

(C=AxB)

Partic.

%

( D )

Custo Conjunto

Total

(E = C-D)

Custo Conjunto Unitário

(E = C-D)

A 55kg 100 5.500 41,05% $18.472,50 $335,86/kg

B 100kg 40 4.000 29,85% $13.432,50 $134,33/kg

C 60kg 65 3.900 29,10% $13.095,00 $218,25/kg

13.400 100,00% $45.000,00

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CUSTOS COMUNS: CO-PRODUTOS E SUBPRODUTOS

Inúmeros outros métodos poderiam ser utilizados, sempre buscando a melhor forma de apropriação dos custos aos Co-produtos. Entretanto, isso varia de empresa para empresa em função do produto e do sistema de produção aplicado em cada uma.