aula 8 - CF2
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- 1. Interaes medicamentosas 01/12/2009 Interaes medicamentosas
2. Programa
- Conceito de interao medicamentosa.
- Classificaes: Por severidade clnica; Por mecanismo.
- Mecanismos da interao: Interao farmacutica, interao farmacodinmica, interao farmacocintica.
- Interaes de carter farmacodinmico: Interaes em receptores; interaes por somao ou sinergia funcional.
- Interaes de carter farmacocintico: Interaes durante a absoro; interaes durante a distribuio; interaes durante o metabolismo; excreo renal; frmacos implicados mais freqentemente nas interaes.
- Interaes entre drogas e alimento.
- Deteco e preveno das interaes.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 3. O conceito de interao
- Uma interao resulta quando os efeitos de uma droga so alterados de alguma forma pela presena de outra droga, por alimento, ou por exposio ambiental. (Robertson e Penzak, 2007).
- Se denomina interao farmacolgica a ao que um frmaco exerce sobre outro, de modo que este experimente uma mudana quantitativa ou qualitativa em seus efeitos. Em toda interao h, pois, um frmaco cuja ao modificada e outro ou outros que agem como precipitantes ou desencadeantes da interao. Em alguns casos, a interao bidirecional (de Cos, 1998).
01/12/2009 Interaes medicamentosas 4. Descrevendo interaes
- Existem vrios critrios para descrever uma interao medicamentosa.
- Do ponto de vista clnico, descrevemos uma interao enumerando
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- Os medicamentos ou classes de medicamentos envolvidos;
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- O mecanismo pelo qual a interao ocorre;
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- O efeito resultante;
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- A severidade clnica.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 5. 01/12/2009 Interaes medicamentosas 6. Severidade clnica
- Interao menor:Apresenta conseqncias clnicas limitadas, e no requer mudanas na terapia. P. ex., furosemida e hidralazina interagem, sem efeito clinicamente relevante.
- Interao moderada:Requer mudanas na dosagem ou monitoramento de toxicidade. P. e.x, a interao entre rifampicina e isoniazida aumenta o risco de hepatotoxicidade.
- Interao severa:Deve ser evitada sempre que possvel, pois resulta em toxicidade sria. P. ex.: a interao entre cetoconazol e cisaprida leva prolongamento do intervalo Q-T e arritmia ventricular.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 7. 01/12/2009 Interaes medicamentosas 8. Interaes farmacuticas
- Referem-se s incompatibilidades fsico-qumicas entre duas substncias que impedem-nos de mistur-las em uma mesma soluo.
- So de menor relevncia, pois basta administrar as drogas em solues diferentes.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 9. Interaes farmacodinmicas
- Em receptores farmacolgicos: Interaes mltiplas, descritas pelo espectro agonista-antagonista. Algumas vezes podem ser exploradas clinicamente (p. ex., antagonismo do flumazenil no receptor benzodiazepnico).
- Somao e potenciao funcionais: Por somao (qdo o efeito de duas drogas administradas concomitantemente aditivo) ou por sinergismo (o efeito de duas drogas excede a soma de seus efeitos individuais).A potenciao requer que as duas drogas ajam em receptores diferentes ou em sistemas efetores diferentes .
01/12/2009 Interaes medicamentosas 10. Interaes farmacocinticas
- Envolvem a maior parte das interaes descritas atualmente.
- Envolvem a alterao das concentraes de uma determinada droga no plasma ou no stio de ao.
- Ocorrem quando uma substncia (droga, alimento, substncia natural) altera a absoro, distribuio metabolismo, ou eliminao de outra droga.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 11. Frmacos potencialmente desencadeadores da interao farmacocintica
- Frmacos que mostram alta afinidade por protenas plasmticas e, portanto, podem deslocar com mais facilidade os outros frmacos de seus stios nessas protenas. P. ex.: AINEs.
- Frmacos que alteram o metabolismo de outros frmacos por estimul-lo ou inibi-lo. P. ex.: alguns antiepilpticos, rifampicina (estimulantes do metabolismo); cimetidina, imidazis, alopuriol, fenilbutazona (inibidores do metabolismo).
- Frmacos que alteram a funo renal e oclearancede outros frmacos. P. ex.: todos os diurticos, os aminoglicosdeos, alguns uricosricos.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 12. Frmacos potencialmente objeto da interao
- Frmacos com curva dose-efeito com grande inclinao, onde pequenas alteraes na dose produzem grandes alteraes no efeito.
- Frmacos que dependem de vias metablicas autoindutveis ou facilmente saturveis para sua eliminao.
- Frmacos que apresentam ndice teraputico pequeno, e originam toxicidade devido interao.
- Exemplos: Hipoglicemiantes, anticoagulantes orais, antiepilpticos, antiarrtmicos, glicosdeos cardacos, contraceptivos orais, aminoglicosdeos, antineoplsicos, imunodepressores, frmacos com ao sobre o SNC.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 13. Interaes afetando a absoro
- Podem resultar de mudanas nataxade absoro, naextensoda absoro, ou ambas.
- Mudanas na taxa de absoro no so clinicamente relevantes quando a administrao crnica ou sub-crnica. Quando a administrao aguda (p. ex., analgsicos, hipnticos), uma reduo na taxa de absoro pode causar um atraso inaceitvel no incio do efeito farmacolgico.
- A extenso pela qual uma droga absorvida por ser afetada por mudanas no tempo de transporte ou na motilidade gastrointestinal, no pH gastrointestinal, na enzima CYP450 intestinal e na atividade das protenas de transporte intestinal, e pela quelao da droga no trato GI.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 14. Alteraes na motilidade do trato GI
- Medicamentos que alteram a motilidade do trato GI podem mudar a taxa com a qual uma droga transportada no intestino delgado, o principal stio de absoro para a maior parte das drogas administradas v.o.
- O agente pr-cintico metoclopramida, p.ex., aumenta a taxa de transporte da droga pelo trato, aumentando a taxa de absoro de certas drogas e aumentando a extenso da absoro em alguns casos.
- P. ex.: ainda que no sejam observadas mudanas na taxa declearanceda ciclosporina, a AUC da curva concentrao-tempo e a concentrao srica mxima (C max ) da ciclosporina aumentaram em 22% e 46%, respectivamente, quando administrada concomitantemente com a metoclopramida.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 15. Efeitos sobre a solubilidade
- Para algumas drogas, a absoro limitada pela solubilidade de um composto, com a dissoluo sendo altamente dependente do pH gstrico.
- O agente antiretroviral didanosina, p. ex., um composto lbil em pH cido, e foi formulado originalmente como uma preparao tamponada para aumentar sua biodisponibilidade.
- Outras drogas, como o itraconazol e o cetoconazol, requerem um ambiente cido para serem adequadamente absorvidas. Assim, esses medicamentos devem ser administrados 2 horas antes ou 1 hora depois da administrao de anticidos ou drogas tamponadas.
- Inibidores de bombas de prton e antagonistas do receptor H 2diminuem a absoro e concentrao plasmtica dessas drogas.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 16. Efeitos quelantes
- A absoro de certas drogas pode ser alterada pela formao de complexos insolveis quando essas so expostas a ctions di- e trivalentes no trato GI.
- Antibiticos da classe das quinolonas so quelados quando co-administrados com produtos que contenham magnsio, alumnio, clcio ou ferro, limitando a absoro da quinolona de forma significativa.
- A absoro da ciprofloxacina diminui cerca de 50-75% quando administradas entre duas horas antes e duas horas depois da administrao de hidrxido de alumnio ou carbonato de clcio.
- Tetraciclinas formam complexos com anticidos e com o ferro no trato GI.
- Drogas adsorventes, como o carvo ativado e a colestiramina (agente redutor de colesterol), ligam-se a diversos medicamentos quando co-administrados.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 17. Administrao com alimento
- Pode alterar a biodisponibilidade e outros parmetros farmacocinticos de medicamentos.
- Inibidores da protease, p. ex., apresentam absoro aumentada qdo administradas com alimentos, com um aumento de quase 500% na biodisponibilidade.
- Por outro lado, o inibidor de protease indinavir melhor absorvido com um estmago vazio.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 18. 01/12/2009 Interaes medicamentosas Droga Alimento Interao adversa Antagonistas do clcio; terfenadina; cafena Suco de toranja Aumento na biodisponibilidade; inibio do metabolismo de primeira passagem; aumento na toxicidade Inibidores da MAO Alimentos contendo tiramina (fgado, peixes defumados, queijos, banana, abacate, sopas, cerveja, vinhos, iogurte, creme azedo, leveduras, nozes) Palpitaes, dores de cabea, crises hipertensivas Digotoxina Licorosos Toxicidade Griseofulvina Alimentos gordurosos Nveis plasmticos aumentados Preparaes de liberao lenta lcool Aumento nas taxas de liberao Ltio Diminuio nas ingestes de sdio Toxicidade do ltio Quinidina Dietas alcalinas Toxicidade da quinidina Diurticos tiazdicos Carboidratos Aumento nas taxas de acar no sangue Tetraciclinas Produtos lcteos; sulfato ferroso Diminuio na absoro Vitamina B12 Altas doses de vitamina C Precipitao de deficincia de vitamina B12 Fenfluramina Adio de vitamina C Antagonismo do efeito antiobesidade da fenfluramina Benzodiazepnicos Cafena Antagonismo funcional da ao ansioltica 19. Alteraes da microflora GI
- Alteraes na flora normal do trato GI podem ser mecanismos importantes na alterao na concentrao de diversas drogas, incluindo a digoxina, contraceptivos orais, e varfarina, quando essas drogas so co-administradas com antibiticos.
- Esse efeito controverso para uma srie de drogas. P. ex., a digoxina interage com macroldeos, um efeito que foi explicado pela eliminao daEubacterium lentum . No entanto, a maioria dos antibiticos no parece interagir com a digoxina, ainda que eliminem aE. lentum .
- O exemplo mais tpico o da co-administrao de antibiticos e contraceptivos orais, cujo mecanismo parece ser uma diminuio na recirculao enteroheptica do contraceptivo, resultante de uma perda na hidrlise dos conjugados de esterides pela flora do trato. Existem poucas evidncias disso.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 20. Interaes que afetam a distribuio
- Teoricamente, drogas que apresentam extensa ligao a protenas plasmticas (> 90%) podem competir por stios nessas protenas, aumentando a distribuio da droga.
- Empiricamente, no entanto, existem poucas interaes clnicas que podem surgir da alterao na extenso da ligao a protenas.
- Esse efeito importante para drogas metabolizadas de forma restritiva (ER < 0,3).
- O aumento transitrio na concentrao plasmtica de droga livre pode ser clinicamente importante para drogas com distribuio limitada, ndice teraputico estreito, ou com um tempo de meia-vida longo.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 21.
- A varfarina uma droga com taxa de extrao ER < 0,3; nesse exemplo, ela deslocada de seus stios de ligao nas protenas plasmticas. Ainda que as concentraes iniciais da varfarina aumentem inicialmente como resultado dessa interao, elas depois retornam para os nveis anteriores. Como resultado, o aumento no tempo de protrombina transitrio. Como a frao de droga no-ligada aumentada, a quantidade total de varfarina (ligada + livre) se mantm deprimida, conforme o tratamento com a droga que induz o deslocamento for continuado.
01/12/2009 Interaes medicamentosas Atkinson, Reiderberger, Thompson,Clinical Pharmacology 1982 American College of Physicians 22. 01/12/2009 Interaes medicamentosas Droga f u(%) Cafena 0 lcool 0 Procainamida 10-20 Digoxina 30-40 Gentamicina 40-50 Penicilina G 50-60 Teofilina 60 Fenobarbital 70 Carbamazepina 70-80 Quinidina 85 Fenitona 90 Tolbumamida 92-95 Propanolol 92-95 Diazepam 92-95 Digitoxina 97 Varfarina 99,5 Fenilbutazona 99,5 Dicumarol 99,9 23. Interaes afetando o metabolismo
- O metabolismo de uma droga pode ser dividido em duas etapas bsicas: fase I (reaes de oxidao, hidrlise ou reduo, mediada por membros da famlia de isozimas CYP; e fase II (glicurunidao, sulfao, metilao, acetilao, conjugao glicinrgica).
- A modulao do metabolismo mediado pela CYP o mecanismo mais importante de interao medicamentosa.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 24. 01/12/2009 Interaes medicamentosas Isozima Substratos Indutores Inibidores CYP1A2 Cafena, clozapina, tacrina, teofilina Omeprazol, rifampicina, tabaco Cimetidina, ciprofloxacino, diltiazem, eritromicina, fluvoxamina CYP2C9 Amitriptilina, imipramina, diclofenaco, ibuprofeno, fenitona, tolbutamida Rifampicina Amiodarona, cimetidina, cotrimoxazol, fluconazol, metronidazol, fluvastatina, fenilbutazona CYP2C19 Diazepam, mefenitona, omeprazol Rifampicina Felbamato, fluoxetina, fluvoxamina, omeprazol CYP2E1 lcool, paracetamol, isoniazida lcool e isoniazida Disulfiram CYP2D6 Amitriptilina, clomipramina, codena, haloperidol, paroxetina, risperidona, tioridazina, felcainida, propafenona, propanolol, timolol Dexametasona, rifampicina Cimetidina, fluoxetina, fluvoxamina, haloperidol, cetoconazol, nasoprazol, paroxetina, quinidina, probenecid, ritonavir, sertralina, terbinafina, ticlopidina CYP3A4 Alprazolam, diazepam, midazolam, triazolam, astemizol, terfenadina, cisaprida, carbamazepina, corticoesterides, ciclosporina, eritromicina, diltiazem, verapamilo, nifedipino, felodipino, lidocana, quinidina, lovastatina, sinvastatina Carbamazepina, corticoesterides, fenobarbital, fenitona, rifampicina Cimetidina, omeprazol, claritromicina, eritromicina, diltiazem, quinidina, fluconazol, itraconazol, cetoconazol, miconazol, fluoxetina, narigenina 25. Inibio e induo enzimticas 01/12/2009 Interaes medicamentosas Robertson e Penzak, Drug Interactions,Principles of Clinical Pharmacology 2007 Elsevier. 26. Inibio enzimtica
- A inibio de uma enzima do CYP450 diminui a taxa de metabolismo de drogas que so metabolizadas por essa enzima, aumentando a quantidade de droga no organismo, levando acumulao e toxicidade potencial.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 27. Inibio reversvel
- A atividade enzimtica recuperada pela eliminao sistmica do inibidor, de forma que o tempo necessrio para a recuperao da atividade enzimtica dependente da meia-vida do inibidor.
- Inibio competitiva : Caracterizada pela competio entre o substrato e o inibidor pelo stio ativo da enzima; pode ser vencida aumentando a concentrao de substrato, sustentando a velocidade da reao enzimtica apesar da presena do inibidor.
- Inibio no-competitiva 1:no pode ser vencida pelo aumento na concentrao do inibidor, j que esse liga-se a um stio alostrico na enzima.
- Inibio no-competitiva 2:ocorre quando o inibidor tem afinidade pelo complexo substrato-enzima.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 28. Inibio irreversvel ou quase-irreversvel
- Ocorre quando o composto (ou um intermedirio metablico) se liga poro heme reduzida da P450, inativando-a.
- O tempo para a recuperao do metabolismo depende da sntese de uma nova enzima, ao invs da dissociao e eliminao do inibidor.
- Inibidores potentes das CYPs so normalmente compostos lipoflicos, e incluem um heterociclo contendo um tomo N.
- Na inibio irreversvel (suicida), o intermedirio forma uma ligao covalente com a CYP ou com seu componente heme, causando inativao permanente. P. ex.: eritromicina inibe irreversivelmente a CYP3A4, formando um complexo estvel aps sua ativao metablica.
- Na inibio quase-reversvel, o intermedirio forma uma ligao forte com a poro heme da enzima que essa ligao se torna praticamente irreversvel.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 29. Induo enzimtica
- Definida como o aumento na sntese de isozimas CYP, resultando no aumento da atividade cataltica.
- Na maior parte dos casos, envolve um aumento na transcrio gnica atravs da ativao de receptores nucleares.
-
- Exceo: o etanol estabiliza a enzima aps a transcrio, sem efeitos sobre a ativao mediada por receptor.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 30. Receptores nucleares e induo enzimtica
- A famlia de receptores nucleares parahormnios composta de 3 subclasses de protenas reguladoras da transcrio que so ativadas por ligantes endgenos e exgenos.
- A terceira classe inclui os receptores rfos PXR (pregnana X) e CAR (receptor da androstana constitutiva), expressados extensamente no fgado e intestinos.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 31. Receptores nucleares e modulao enzimtica 01/12/2009 Interaes medicamentosas Taniguchi e Guengerich, Metabolsimo dos frmacos,Princpios de Farmacologia , 2 edio 2008 Lippincott, Williams e Wilkins 32. Receptores PXR e CAR
- O receptor contm dois domnios de ligao, que so aceptores para o DNA e para o ligante.
- O PXR liga-se, como heterodmero com o receptor retinide X (RXR), aos elementos de resposta do DNA da regio regulatria dos genes CYP.
- O receptor PXR medeia a induo da CYP3A4, CYP2B6, CYP2C9 e do geneMDR1 , responsvel pela expresso de P-glicoprotenas de transporte.
01/12/2009 Interaes medicamentosas Robertson e Penzak, Drug Interactions,Principles of Clinical Pharmacology 2007 Elsevier. 33. Receptores PXR e CAR
- Diferente do PXR, o CAR localiza-se no citosol, e transloca-se para o ncleo quando ativado.
- Uma vez no ncleo, o CAR forma um heterodmero o RXR, ligando-se aos elementos de resposta e ativando a transcrio dos genes-alvo.
- O CAR um mediador da induo tipo-pentobarbital do CYP2B6, CYP3A4, CYP2C9 eMDR1 .
01/12/2009 Interaes medicamentosas Robertson e Penzak, Drug Interactions,Principles of Clinical Pharmacology 2007 Elsevier. 34. Interaes envolvendo protenas de transporte
- Uma srie de protenas de transporte tem um papel ativo na ADME de medicamentos.
- As protenas MDR (multidrug resistance), as P-glicoprotenas, MRPs (multidrug resistance-related proteins), polipeptdeos de transporte de nions orgnicos (OATPs), transportadores de ctions orgnicos (OCTs) e transportadores de nions orgnicos (OATs) so todos transportadores que podem ser alterados por xenobiticos, afetando a disposio de drogas co-administradas que sejam tansportadas por essas protenas.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 35. 01/12/2009 Interaes medicamentosas Protena Substrato Inibidor Indutor P-glicoprotena Agentes anticncer, ciclosporina, dexametasona, digoxina, eritromicina, estradiol, fentanil, hidrocortisona, indinavir, lidocana, propanolol, ranitidinam verapamil Clorpromazina, claritromicina, cortisol, ciclosporina, eritromicina, suco de toranja, progesterona, propanolol, verapamil Agentes anticncer, ciclosporina, dexametasona, eritromicina, suco de toranja, Erva de So Joo, verapamil OATP-A Dexametasona, rifampicina, verapamil Suco de toranja, suco de laranja, rifampicina OATP-B Penicilina G OATP-C Ciclosporina, rifampicina, glicuronato de 17- -estradiol Ciclosporina, rifampicina OAT-1 Inibidores da enzima conversora de angiotensina, antibiticos -lactmicos, cefalosporinas, cimetidina, furosemida, AINEs, ranitidina, tetraciclinas, agentes anti-cncer Betamipron, cefalosporinas, probenecid OAT-2 Minociclina, probenecid, salicilato, tetraciclina, zidovudina Probenecid OAT-3 Inibidores da ACE, antibiticos -lactmicos, cefalosporinas, cimetidina, furosemida, AINEs, probenecid, ranitidina, tetraciclinas, agentes anti-cncer Cefalosporinas, probenecid, AINEs OAT-4 Antibiticos -lactmicos, cefalosporinas, furosemida, AINEs, tetraciclinas Betamipron, cefalosporinas, probenecid 36. P-glicoprotena
- A P-glicoprotena a protena de transporte melhor caracterizada, e foi identificada em diversos sistemas (superfcie apical dos tbulos renais, cls epiteliais intestinais e placentrias, superfcie canalicular dos hepatcitos, superfcie luminal dos capilares da BHE).
- Apresenta ampla especificidade de substrato, transportando uma grande qtd de substncias endgenas e exgenas quimicamente nicas.
- A P-gp limita a exposio do corpo a xenobiticos, excretando droga na bile, lmen intestinal, e tbulos renais.
- A P-gp afeta a taxa de absoro de uma droga, ao invs da extenso da absoro. No entanto, o transporte via P-gp no intestino aumenta a exposio ao metabolismo luminal via CYP3A4 durante a excreo.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 37. Modulao da P-glicoprotena
- Induo
- A administrao de um substrato da P-gp com um indutor desta pode resultar em aumento do contato com a CYP3A4 intestinal seguida de diminuio na exposio sistmica.
- Normalmente, indutores da P-gp tambm induzem a CYP3A4.
- Quando o influxo passivo de uma droga excede muito a taxa de efluxo mediado por P-gp, a induo no diminui a biodisponibilidade do substrato.
- Inibio
- O mecanismo de inibio enzimtica da P-gp bastante complexo, envolvendo competio pelo stio de ligaoebloqueio da hidrlise de ATP (necessria para a funo de transporte).
- Alguns inibidores da P-gp tambm inibem a CYP3A4.
- A inibio da P-gp renal pode levar ao desenvolvimento de toxicidade inesperada ou aumento da eficcia clnica em seguida ao aumento da exposio droga.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 38. Polipeptdeos de transporte de nions orgnicos
- A famlia OATP expressa em diversos sistemas orgnicos, e seus substratos so uma srie de componentes endgenos (cidos biliares, hormnios da tireide e esterides conjugados) e xenobiticos (digitoxina, pravastatina, metotrexato, e certos AINEs).
- Em contraste com o transporte mediado pela P-gp e MRP, essas protenas normalmente medeiam oinfluxode droga, aumentando a absoro intestinal e captao heptica das drogas.
- Os inibidores das OATPs so normalmente componentes estericamente massivos, incluindo nions, ctions, e alguns componentes neutros.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 39. Transportadores de nions orgnicos
- Tem importante papel na distribuio e eliminao de substncias endgenos e exgenas nos rins, fgado e crebro.
- So inibidos por diversos agentes teraputicos, incluindo antibiticos, diurticos, e certos AINEs.
- A concentrao plasmtica baixa da maior parte dos inibidores dos OATs, em relao a seus valores deK i , sugere que diversos inibidores identificadoin vitrono so capazes de produzir interaes medicamentosas clinicamente significativas.
- Excees importantes:probenecid protege contra a nefrotoxicidade causada pelo cidofovir ao limitar o transporte renal; diminui oclearanceno CSF do substrato zidovudina, prolongando sua meia-vida no crebro.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 40. Interaes que afetam a excreo renal
- As propriedades farmacocinticas das drogas que so excretadas primariamente pelo rim podem ser alteradas por mudanas nos sistemas de transporte ativo, pH da urina, e fluxo sangneo renal.
- A difuso passiva das molculas para dentro e para fora do lmen tubular depende da extenso de ionizao; somente a forma no-ionizada capaz de difundir-se pela membrana lipdica.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 41. Mudanas no pH da urina mudam a taxa de excreo renal 01/12/2009 Interaes medicamentosas 42. Mudanas no pH da urina mudam a taxa de excreo renal
- Dado que a maioria das drogas fracamente cidas ou fracamente bsicas metabolizada em compostos inativos antes da excreo renal,mudanas no pH da urina no afetam a eliminao da maior parte dos frmacos .
- Excees importantes so os componentes cidos fenobarbital, a aspirina e outros salicilatos, cujos nveis sricos caem com a co-administrao de anticidos ou bicarbonato de sdio.
01/12/2009 Interaes medicamentosas 43. Deteco e preveno de interaes indesejadas
- Dadas as dificuldades no estabelecimento do risco real de uma dada interao, necessrio identificar, na medida do possvel, as situaes em que esse risco maior. Para isso, til seguir as seguintes guias:
- Conhecer bem as caractersticas dos frmacos que produzem interaes com maior freqncia,em especial daqueles frmacos que voc mais usa.
- Considerar com bastante ateno as interaes que do origem s situaes mais graves (crises hipertensivas, hipotenso brusca, hemorragias, convulses, arritmias, hipoglicemia).
- Evitar as associaes de frmacos que so contra-indicadas.
- Considerar sempre ostatusdos rgos cuja enfermidade pode originar mais freqentemente uma interao (insuficincia renal ou insuficincia heptica).
- Reduzir sempre ao mnimo o nmero de medicamentos a serem administrados.
- Considerar a possibilidade de uma interao quando a resposta do paciente no a esperada (efeito txico ou falta de resposta).
- Observar cuidadosamente a ao teraputica e txica quando da adio ou supresso de frmacos a um tratamento.
- Medir os nveis sricos de um frmaco quando se suspeita de uma interao e a concentrao pode ser determinada.
- Substituir o frmaco desencadeante de uma interao por outro do mesmo grupo que apresente potencial interativo menor.
01/12/2009 Interaes medicamentosas