Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)

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Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) Pré-eclampsia/Eclampsia Aluna: Adriana Rodrigues do Carmo

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Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG)

Pré-eclampsia/Eclampsia

Aluna: Adriana Rodrigues do Carmo

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Introdução

• A DHEG é a doença mais importante em Obstetrícia, incidindo em cerca de 10% das primíparas.

• É a maior causa de mortalidade materna e perinatal.

• A mortalidade materna no Brasil é problema de saúde pública. Segundo o Fundo de População da ONU (2003) atinge 74,5 por 100.000 nascidos vivos. É a 4ª pior da América Latina, inferior apenas ao Haiti, Bolívia e Peru.

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Dados Epidemiológicos

Região Norte

Região Nord

este

Região Su

deste

Região Su

l

Região Centro

-Oeste

Total0

1000200030004000500060007000

Lista Morbidade DHEGPeríodo:2011

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Região Norte

Região Nord

este

Região Su

deste

Região Su

l

Região Centro

-Oeste

Total0

40

80

120

160

Categoria CID-10: O15 Eclampsia Óbitos maternos

Período: 2011

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Pré-eclampsia leve

Síndrome multissistêmica

Pressão ArterialProteinúria da 20 semana de gestação

até 12 semanas após o parto

Podendo incluir outros sintomas associados como:Edema;Distúrbios Visuais;Cefaléia eDor epigástrica

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Pré-eclampsia grave

Caracteriza-se quando um ou mais, dos critérios a seguir, estiverem presentes:

PA ≥ 160/110 mmHg em duas ocasiões espaçadas em 4h, com proteinúria;

Oligúria < 500 ml/24h;

Distúrbios cerebrais ou visuais;

Edema de pulmão ou cianose;

Dor epigástrica ou no quadrante superior direito;

Síndrome HELLP (Hemólise, Enzimas hepáticas elevadas e Trombocitopenia)

Crescimento intra-uterino restrito (CIR) grave e/ou oligodramnia.

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Eclampsia

Presença de convulsão em mulheres com Pré-eclampsia leve ou grave.

A convulsão também pode ser causada por outros fatores, e é chamada de não eclamptogênica.

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Classificação da pré-eclâmpsia e hipertensão relacionada à gravidez

Mulheres grávidasPA: >140/90 mmHg

≥ 20 semanas de gestação?Sim NãoProteinúria? Proteinúria?

Sim Não Nova ou aumentada

Não ou estável

Hipertensão gestacional

PA: >160/110mmHg?Proteinúria: > 5g/24h?

Pré-eclampsia grave

Pré-eclampsialeve

Pré-eclampsia sobreposta à hipertensão

Hipertensão crônica

Sim

Não

Convulsões

Eclampsia

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Critério de diagnóstico parapré-eclampsia

PA Sistólica(mmHg)

PA Diastólica(mmHg)

Proteinúria(g/24h)

Pré-eclampsia leve

>140 > 90 > 0,3 Duas aferições com, pelo

menos, 4 horas de intervalo.Pré-eclampsia

grave>160 >110 > 5,0

Leve ou Grave

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Critérios para interrupção da gestação

Gestante com DHEG

Avaliar vitalidade fetal > 28 semanas:Movimentos fetais, cardiotocografia, perfil biofísico fetal

Não comprometida

ComprometidaAvaliação

Fetal

Interromper a gestação

Reavaliações:Semanais se pré-termo,

2 a 3 x por semana, se a termo

Avaliação Fetal

Não comprometida

Aguardar trabalho de parto

Comprometida

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Conduta

Pré-eclampsia

leve

Com PA ≥ 100 mmHg avaliar internação e uso de hipotensores;• Obs: Entre 26 e 34 semanas, usar corticóide quando indicada a interrupção da gestação.

Pré-eclampsia

grave

Controle PA:• Hidralazina – 5 mg, IV – repetida a cada 20 minutos até o máximo de 50 mg; ou• Nifedipina – diluir 1 cápsula em 10 ml de água destilada e dar 5 gotas sublingual, a cada 5 minutos;• Controle rigoroso da PA a cada 10 minutos.

Iminência de eclâmpsia:• Sulfato de magnésio hepta-hidratado;• Dose de ataque: 4 g, EV lento, ±10 min, a 20%;• Dose de manutenção: 2 g, EV, a cada 2 horas, a 20%.

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Conduta

Eclampsia

Esquema de ZUSPAN (venoso)Dose de Ataque: Sulfato de Magnésio (SM) a 20% - 5 g = 25 ml IV lentoDose de Manutenção: SM1 a 2 g / hora. Em bomba infusora pode-se fazer assim: SM a 50% 20 ml + 480 ml de soro glicosado a 5%, correr 50 a 100 ml / hora.Esquema de PRITCHARD ( intramuscular)Dose de Ataque: SM a 20% - 4 g = 20 ml IV lentoSM à 50% - 10 g = 20 ml IMDose de manutenção: SM a 50% - 5g = 10 ml IM de 4/4 horas

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Conduta

Nos dois esquemas existe o risco de parada respiratória, provocada pela hipermagnesemia. Esse efeito tóxico deve ser controlado através da manutenção dos seguintes sinais clínicos:

1. freqüência respiratória [maior ou igual a] 16 irpm,2. diurese [maior ou igual a] 25 ml / hora,3. reflexo patelar presente.

A terapêutica corretora do efeito tóxico é a aplicação intravenosa de 1 grama de gluconato de cálcio a 10% (= 10 ml), que deve ser mantido na cabeceira do leito para casos de emergência.

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Conduta

Após estabilização do quadro, interromper a gestação pela via mais rápida.

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Investigação

Coleta de dados

Anamnese coletando dados que possam incluir a gestante no grupo de risco para a DHEG, como: nuliparidade, gemelaridade, obesidade, hipertensão prévia, história familiar, diabetes gestacional, doença renal,Exame físico atentando-se para edema em membros superiores e inferiores, até mesmo anasarca; Sinais vitais; Revisão do prontuário com evolução de Enfermagem e obstétrica; Exames complementares, incluindo EAS para pesquisa de Proteínas;

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Diagnóstico de Enfermagem

Risco de infecção relacionado aos procedimentos invasivos, Dor aguda, relacionada a agentes lesivos (biológicos, físicos, psicológicos), Volume de líquidos excessivo relacionado à retenção em função da DHEG, Baixa auto-estima situacional relacionada a gravidez, Privação do sono relacionada à ansiedade, à mudança de ambiente e ao

desconforto físico, Risco de função hepática prejudicada relacionada à complicação da DHEG, Eliminação urinária prejudicada relacionada às alterações da gravidez e

complicações da DHEG, Ansiedade relacionada à mudança no estado de saúde.

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Diagnóstico de Enfermagem e Planejamento

Diagnóstico Planejamento

Volume de líquidos excessivo relacionado à retenção em função da DHEG

Avaliar a localização e extensão do edema,Pesar diariamente a paciente,Manter registro preciso da ingestão e da eliminação,Monitorar o estado de hidratação (mucosas úmidas adequação das pulsações e pressão sanguínea ortostática),Monitorar sinais vitais,Monitorar valores séricos e urinários de eletrólitos e proteínas,Monitorar indicadores de sobrecarga/retenção de líquidos (crepitação, distensão de veia jugular),Monitorar busca de manifestações neuromusculares de hipermagnesemia (fraqueza ao afastar reflexos dolorosos profundos, paralisia muscular e musculatura flácida).

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Diagnóstico Planejamento

Risco de função hepática prejudicada relacionada à complicação da DHEG

Monitorar resultados de exames laboratoriais de função hepática (TGO, TGP, bilirrubina),Identificar sinais e sintomas de complicações hepáticas (dor no hipocôndrio direito, palidez, icterícia),Orientar dieta normossódica e hiperproteica,Promover repouso.

Diagnóstico Planejamento

Eliminação urinária prejudicada relacionada a alterações fisiológicas da gravidez e complicações da DHEG.

Monitorar ingestão e eliminação de líquidos,Realizar sondagem conforme prescrição médica,Orientar a paciente/família a registrar o débito urinário, Monitorar a eliminação urinária, incluindo a frequência, a consistência, o odor, o volume e a cor, Monitorar sinais e sintomas de retenção urinária

Diagnóstico de Enfermagem e Planejamento

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Referências

• MONTENEGRO, Rezende. Obstetrícia fundamental. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

• MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p.

• AGUIAR, M. et All. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente com síndrome hipertensiva especifica da gestação. Rev. Rene. Fortaleza, v. 11, n. 4, p. 66-75, out./dez.2010.

• North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011. Porto Alegre: Artmed; 2009.

• http://www.aacc.org/publications/cln/2010/February/Pages/series0210.aspx# com acesso em 24/02/2012 às 14:30h.