Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA SILVIA ROSA DA COSTA CORRÊA AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO: ESTUDO DE CASO EM UMA MICROEMPRESA DO RAMO AUTOMOTIVO CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA

SILVIA ROSA DA COSTA CORRÊA

AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO:

ESTUDO DE CASO EM UMA MICROEMPRESA DO RAMO

AUTOMOTIVO

CURITIBA

2009

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SILVIA ROSA DA COSTA CORREA

AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA:

ESTUDO DE CASO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO

AUTOMOTIVO

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Orientadora: Profa. Dra. Cássia Maria Lie Ugaya

CURITIBA 2009

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho

A minha mãe Joana D’arc que, para mim é um exemplo de força moral e espiritual e,

nesta vida, tive o privilégio de nascer como sua filha e de ter me ensinou a viver de forma

honrosa e honesta perante as outras pessoas.

Memória de meu pai André Corrêa, que acreditou nos meus sonhos e me fez ser uma

pessoa de bem.

Aos meus Irmãos, Silvio, Márcia, Marcos, André, Adriano e Diogo, por estarem de

prontidão a me ajudar em qualquer dificuldade que apareça na minha vida.

Aos meus lindos sobrinhos Letícia e Eduardo, que acabam de chegar neste mundo,

trazendo mais união e felicidade para a família e que este trabalho possa contribuir na

construção de um mundo mais seguro para eles.

Aos meus amigos “Benfeitores” por me protegerem (de dia e de noite) e de intuírem

os meus pensamentos no caminho do bem e da verdade de Deus, por me ajudarem a vencer

mais essa provação para minha evolução moral e intelectual.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a minha orientadora Cássia Maria Lie Ugaya, por acreditar

e incentivar o meu trabalho, e claro, me ajudar a definir importantes linhas conceituais neste

projeto. Além da grande oportunidade que me proporcionou nesta vida, para que eu pudesse

me transformar em uma pessoa melhor moralmente e intelectualmente.

Agradeço aos meus familiares por compreenderem que muitas vezes estive ausente

para me dedicar à conclusão dos meus estudos. Aos meus irmãos pela dedicada atenção que

me deram, me encorajando nos momentos de provações e me inspirando nas melhores

escolhas da minha vida.

Aos meus amigos “Benfeitores” por estarem atentos a qualquer deslize meu e me

conduzirem ao caminho do bem.

Ao meu amigo Alexandre Courtouke por elaborar o desenho e animação da

apresentação e por todos os outros favores que me prestou ao longo destes anos.

As minhas Amigas “irmãs” por me ajudarem nos momentos mais difíceis do período

do mestrado, como também da minha vida. Cassinha Walter, Gi Schmuck, Sandrinha Okada,

Telminha Pombeiro.

Aos Professores da Banca, Sonia Ana Charchut Leszczynski, José Adolfo de Almeida

Neto e Kazuo Hatakeyama, pelas correções e sugestões para a dissertação.

Aos meus colegas do Grupo da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR, que nas

várias reuniões de grupo opinaram com sugestões para elaboração deste trabalho.

Sobretudo agradeço a Deus por ter me dado discernimento, paciência, saúde ao longo

da minha vida e sobriedade durante o mestrado.

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“... mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é o meu coração.”

Carlos Drummond de Andrade

Poema de Sete Faces – Obra: Alguma Poesia (1930)

“Trabalhai não pela comida que perece, mas pela

comida que permanece para a vida eterna, a

qual o filho do homem vos dará”, e não

desfaleças, porque o trabalho contínuo e nobre

falará pelos teus pensamentos e palavras em

atos que te seguirão até além das fronteiras da

vida orgânica.

Pelo espírito Joana de Ângeles.

(Convites da Vida - Psicografia de Divaldo Franco. Salvador,

1988.)

“O dever é a obrigação moral da criatura para consigo

mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros.

...O dever intimo do homem fica entregue a seu livre-arbítrio...

...Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem...

É uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta, é

austero e brando, pronto a dobrar-se às mais diversas

complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações.

...Principia sempre, para cada um de vós, do ponto em que

ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo,

acaba no limite que não desejais ninguém transponha com

relação a vós.”

Pelo espírito Lázaro. Paris, 1863

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec, 1866)

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RESUMO

Atualmente, muito se comenta sobre responsabilidade social na comunidade empresarial e já

estão claros os compromissos sociais que as organizações têm frente à sociedade. No entanto,

percebe-se que outros aspectos sociais, além daqueles já disseminados pela responsabilidade

social, são necessários para compreender a real influência que uma organização e seus

produtos podem causar na vida social das pessoas. Desta forma, cresce a preocupação sobre

os possíveis impactos sociais resultantes de produtos. Neste contexto, o presente estudo tem

como objetivo verificar em quais processos da atividade de produção de um produto ocorrem

os impactos sociais no seu ciclo de vida. Para isso, utiliza-se o método de Avaliação Social do

Ciclo de Vida (ASCV), a partir da priorização das Subcategorias para os trabalhadores,

fornecedores, clientes, comunidade local e para a sociedade. O referencial teórico do estudo

tem como principais autores, UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007) e Grieβhammer et al.

(2006). As Subcategorias estão baseados nas pesquisas publicadas por UNEP (2009) do grupo

de Força Tarefa da Iniciativa do Ciclo de Vida do PNUMA e da SETAC e Grieβhammer et

al. (2007), a partir dos quais foram selecionados e coletados os dados para análise da

pesquisa. Como resultado, na etapa de inventário, os dados foram analisados e apresentados

os aspectos sociais mais significativos no ciclo de vida. Esses resultados demonstram os

impactos positivos ou negativos da atividade de produção perante os interessados.

Palavras-chave: Subcategorias; Indicadores Sociais; Partes Interessadas; ASCV.

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ABSTRACT

Currently, much is commented on social responsibility in the business community and the

social commitments are already clear that the organizations are facing the society. However,

one realizes that other social aspects, beyond those already spread by the social responsibility,

are necessary to understand the real influence that an organization and its products can cause

in the people's social life. In such a way, this concern grows on the possible result sot social

impacts of products. In this context, the present study aims to verify in which processes of the

activity of production of a products life cycle, the social impacts occur. With this purpose, the

method of Social Assessment of the Life Cycle is used (ASCV) from the prioritization of the

Subcategories for the employees, suppliers, customers, local community and to society. The

theoretical referencial of the study has as main authors, UNEP (2009), Jorgensen et al (2007),

Grieβhammer et al (2006). Subcategories are based on research published by Grieβhammer et

al (2007) and the group of the Task Force of Initiative Life Cycle of PNUMA and SETAC,

who selected and colected the data for research analysis. As a result, in the inventory stage,

the data had been analysed and presented the most significant indicators in the life cycle.

These results demonstrate the positive or negative impacts of the activity of production before

the stakeholders.

Key words: Subcategories; Social Indicators, Social Life Cycle Assessment, Stakeholders.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Etapas da ACV 20

FIGURA 2 - Sistema de Avaliação das Categorias para a Unidade de Medida 23

FIGURA 3 – Parte Interessada ASCV 25

FIGURA 4 - Fluxograma do Produto 53

FIGURA 5 - Fluxograma do Produto Definitivo 56

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Total de Funcionários no Ciclo de Vida do Produto 60

GRÁFICO 2 - Diversidade por Gênero no Ciclo de Vida do Produto 61

GRÁFICO 3 - Diversidade por Cargo no Ciclo de Vida do Produto 62

GRÁFICO 4 - Nível de Escolaridade no Ciclo de Vida do Produto 63

GRÁFICO 5 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto 63

GRÁFICO 6 - Funcionários Sindicalizados no Ciclo de Vida do Produto 64

GRÁFICO 7 - Reuniões Coletivas e Contratos no Ciclo de Vida do Produto 65

GRÁFICO 8 - Tipos de Contrato no Ciclo de Vida do Produto 66

GRÁFICO 9 - Carga Horária no Ciclo de Vida do Produto 67

GRÁFICO 10 - Horas Extras no Ciclo de Vida do Produto 68

GRÁFICO 11 - Período de Descanso no Ciclo de Vida do Produto 69

GRÁFICO 12 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto 69

GRÁFICO 13 - Continuação do Indicador de Saúde e Segurança 70

GRÁFICO 14 - Descanso Semanal e Remuneração no Ciclo de Vida do Produto 71

GRÁFICO 15 - Percentual de Funcionários por Processo no Ciclo de Vida do Produto 91

GRÁFICO 16 - Percentual de Funcionários por Setor nas Empresas no Ciclo de Vida do

Produto 92

GRÁFICO 17 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários no Ciclo de

Vida do Produto 96

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Massa e Horas Trabalhadas por Peça

TABELA 2 - Dados de Diversidade e Nível de Escolaridade dos Funcionários

TABELA 3 - Forma de Tabulação dos Dados Quantitativos

TABELA 4 - Dados do Indicador de Trabalho Forçado para os Funcionários no Ciclo de

Vida do Produto

TABELA 5 - Dados do Indicador de Proteção a Maternidade para as Funcionárias no

Ciclo de Vida do Produto

TABELA 6 - Dados do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva para os

Funcionários no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 7 - Dados do Indicador Diálogo entre Funcionário e a Empresa no Ciclo de

Vida do Produto

TABELA 8 - Dados do Indicador Remuneração e Benefícios para os Funcionários no

Ciclo de Vida do Produto

TABELA 9 - Dados do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade para os

Funcionários no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 10 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Reclamações e Diálogo

e Grau que Escuta as Partes no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 11 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Respeito a contratos e

Apoio a Investimentos no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 12 - Dados sobre os indicadores de Informações no Rótulo, Riscos e

Manutenção do Produto para a Empresa Cliente no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 13 - Dada sobre a Comunidade Local na Avaliação do Ciclo de Vida do

Produto

TABELA 14 - Dada dos Indicadores sobre a Sociedade no Ciclo de Vida do Produto

TABELA 15 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários por

Empresa no Ciclo de Vida do produto

TABELA 16 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Fornecedores no Ciclo de

Vida do Produto

TABELA 17 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação do Cliente no Ciclo de Vida

do Produto

TABELA 18 - Média Geral do Indicador de Satisfação na Comunidade Local

55

58

59

72

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Comparativo entre parte interessada e categoria de impacto da AACV e

ASCV

26

QUADRO 2 - Tipo de Categoria de Impacto Social 27

QUADRO 3 - Partes Interessadas e Indicadores da UNEP/SETAC 30

QUADRO 4 - Indicadores Sociais por Órgão 35

QUADRO 5 - Resumo dos Indicadores Sociais

QUADRO 6 - Indicadores Sociais Selecionados

QUADRO 7 - Dados Solicitados / Funcionários e Empresas

QUADRO 8 - Dados Semi-quantitativos dos Funcionários

QUADRO 9 - Informações de Satisfação dos Funcionários

QUADRO 10 - Informações de Satisfação para Empresa Fornecedora

QUADRO 11 - Informações das Perguntas para o Cliente

QUADRO 12 - Dados para Comunidade Local

QUADRO 13 - Dados para Sociedade

QUADRO A.1 - Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global

QUADRO A.2 - Indicadores para os Trabalhadores Grieβhammer et al. (2007)

QUADRO A.3 - Indicadores Comunidade Local Grieβhammer et al. (2007)

QUADRO A.4 - Indicadores para Sociedade Grieβhammer et al. (2007)

QUADRO A.5 - Indicadores para Consumidor Grieβhammer et al. (2007)

36

40

44

46

47

48

48

49

49

129

128

128

128

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AACV Avaliação Ambiental do Ciclo de Vida

ACV Avaliação de Ciclo de Vida

AICV Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida

ASCV Avaliação Social do Ciclo de Vida

CG Global Compact - Pacto Global

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos

ETHOS Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FT Força Tarefa

GRI Global Reporting Initiative - Diretrizes para Elaboração de Relatórios de

Sustentabilidade

IBASE Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

ICV Inventário de Ciclo de Vida

InCV Iniciativa do Ciclo de Vida

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

ISO International Organization for Standardization - Organização Internacional de

Padronização

LCA Life Cycle Assessment - Avaliação de Ciclo de Vida

NBR Norma Brasileira de Regulamentação

OIT Organização Internacional do Trabalho

ONU Organização das Nações Unidas

PCs Personal Computer - computador de bolso

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PROSA Product Sustainability Assessment – Avaliação da sustentabilidade do produto

SETAC Society of Environmental Toxicology and Chemistry - Sociedade do Meio

Ambiente Toxicologia e Química

UNEP United Nations Environment Programme

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................16 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................17 1.2 PROBLEMA ......................................................................................................................17

1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................17

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................17

1.3.2 Objetivos específicos.......................................................................................................18

1.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................18 1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS.....................................................................................19 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................20

2.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA ...............................................................................20 2.2 ESTUDOS DA INICIATIVA DO CICLO DE VIDA SOBRE ASCV..............................21

2.2.1 Definição das Categorias de Parte Interessada, Impacto e Subcategorias.......................22

2.3 ESTUDOS DE CASO DE ASCV ......................................................................................28 2.4 INDICADORES SOCIAIS ................................................................................................29 2.4.1 Indicadores Sociais da Iniciativa do Ciclo de Vida (UNEP/SETAC, 2008) ...................29

2.4.1.1 Definição dos Indicadores Relacionados ao Trabalhador (UNEP/SETAC, 2008).....31 2.4.1.2 Definição dos Indicadores Relacionados à Comunidade Local(UNEP/SETAC, 2008).32

2.4.1.3 Definição dos Indicadores Relacionados com a Sociedade (UNEP/SETAC, 2008)....33

2.4.1.4 Definição dos Indicadores Relacionados à Outros Atores (UNEP/SETAC, 2008).....34 2.4.1.5 Definição dos Indicador Relacionados com o Consumidor (UNEP/SETAC, 2008)....34

2.4.2 Comparação entre as Fontes ............................................................................................34 3 METODOLOGIA ................................................................................................................37 3.1 ESCOPO.............................................................................................................................38

3.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................38 3.1.2 Fronteira do Sistema........................................................................................................39

3.1.3 Requisitos da Qualidade dos Dados ................................................................................39 3.1.4 Priorização dos Indicadores Sociais para cada Parte Interessada....................................39

3.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................41 3.2.1 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados..............................................................42 3.2.1.1 Forma de Análise dos Dados........................................................................................43 3.2.2 Questionários para Obtenção dos Dados dos Funcionários ............................................44

3.2.3 Questionário para o Fornecedor ......................................................................................47 3.2.4 Questionário para o Cliente .............................................................................................48 3.2.5 Questionário para a Comunidade Local ..........................................................................49 3.2.6 Questionário para a Sociedade ........................................................................................50 3.2.7 Teste Piloto dos Questionários.........................................................................................50 3.3 UNIVERSO E POPULAÇÃO DA PESQUISA.................................................................51

3.4 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS..................................................................51

4 ESTUDO DE CASO............................................................................................................52 4.1 ESCOPO – PRODUTO......................................................................................................52 4.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................52 4.1.2 Sistema do Produto..........................................................................................................52

4.1.3 Requisitos e Qualidade dos Dados ..................................................................................57 4.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................57 4.2.1 Resultado dos Dados Quantitativos dos Funcionários ....................................................58 4.2.2 Resultado dos Dados Semi-quantitativos dos Funcionários............................................71

4.2.2.1 Resultado para o Indicador de Trabalho Forçado......................................................71

Page 15: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

4.2.2.2 Resultado para o Indicador de Proteção a Maternidade.............................................75

4.2.2.3 Resultado para o Indicador de Sindicato e Associação Coletiva................................75

4.2.2.4 Resultado para o Indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa....................76 4.2.2.5 Resultado para o Indicador de Remuneração e Benefícios .........................................77

4.2.2.6 Resultado para o Indicador de Desenvolvimento da Capacidade...............................79

4.3 RESULTADO DOS DADOS DOS FORNECEDORES ...................................................80

4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes .....80

4.3.2 Resultado para Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos...............82

4.4 RESULTADO DOS DADOS DO CLIENTE ....................................................................84 4.5 RESULTADO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL............................................86 4.6 RESULTADO DOS DADOS DA SOCIEDADE...............................................................88 5 DISCUSSÕES......................................................................................................................90 5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.....................91 5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-quantitativo dos funcionários.....................94 5.1.1.1 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Trabalho Forçado..............................97 5.1.1.2 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........97 5.1.1.3 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........98 5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação do Diálogo entre o Funcionário e Patrão...99 5.1.1.5 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Remuneração e Benefícios...............100 5.1.1.6 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Desenvolvimento da Capacidade.....100 5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos dados Semi-quantitativos dos Funcionários............101 5.1.2.1 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Trabalho Forçado...........................101 5.1.2.2 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Proteção a Maternidade.................102 5.1.2.3 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva.....103 5.1.2.4 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade....103 5.1.2.5 Resultado Final da Satisfação do Indicador Diálogo entre Funcionários/empresa..104 5.1.2.6 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Remuneração e Benefícios..............104 5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos dos Fornecedores..............105 5.3 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos do Cliente.........................106 5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos da Comunidade Local.......107 5.5 Discussão dos Dados da Sociedade..................................................................................108 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................109 6.1 CONCLUSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.................109 6.1.2 Conclusão dos dados Semi-quantitativo dos Funcionários ...........................................110

6.2 CONCLUSÃO DOS DADOS DOS FORNECEDORES E CLIENTE ...........................110

6.3 CONCLUSÃO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL E SOCIEDADE .............111 6.4 CONCLUSÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ATINGIDOS..................................111

6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................113

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................114 APÊNDICE ............................................................................................................................118 01 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................118

02 Questionário Aplicado na Avaliação do Trabalho Aprendiz.............................................121

03 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................122

04 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Fornecedor.............................124

05 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Cliente ...................................125

06 Questionário Aplicado na Avaliação da Comunidade Local.............................................126

07 Questionário Aplicado na Avaliação da Sociedade...........................................................127 ANEXOS ...............................................................................................................................128 ANEXO A - Os Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global .............................................129

ANEXO B - PROSA Avaliação da Sustentabilidade de Produtos.........................................130

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1 INTRODUÇÃO

A técnica de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem sido utilizada para estudos dos

aspectos e impactos ambientais de produtos, processos e serviços, contudo, mais

recentemente, além das questões ambientais, estão sendo estudados meios para inclusão da

dimensão social. Em vista disto, a Iniciativa do Ciclo de Vida (InCV/LCI) do Programa das

Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/UNEP) e da Sociedade de Química e

Toxicologia (SETAC) criou, em 2004, a Força Tarefa (FT) de Inclusão de Indicadores Sociais

em ACV. Dentro desta FT foram discutidos diversos pontos necessários para a elaboração de

Diretrizes para a realização de Avaliação Social do Ciclo de Vida (ASCV), sendo que alguns

dos principais resultados consistiram na definição de uma lista (não restritiva) das principais

Subcategorias de Indicadores Sociais a serem considerados no estudo e na necessidade de

avaliação dos indicadores de forma qualitativa (UNEP, 2009).

Além disso, a FT publicou recentemente o Guidelines for Social Life Cycle

Assessment of Products (UNEP, 2009) que aborda, entre outros, uma comparação entre as

metodologias de Avaliação Ambiental do Ciclo de Vida (AACV) e ASCV. Os autores

também definiram os passos para realização de uma ASCV e afirmaram que nem todos os

passos estão totalmente estabelecidos com diversas sugestões para pesquisas futuras.

Sobretudo, na etapa de interpretação de dados e avaliação dos impactos, os autores não

apresentam um método de impacto em ASCV. Desta forma, o presente estudo limitou-se em

verificar o uso da metodologia somente nas etapas de Escopo e Análise de Inventário.

Observa-se que o referencial teórico sobre ASCV, como o livro mencionado

anteriormente, foi publicado em maio de 2009, e o presente estudo iniciou a sua pesquisa em

2007, sendo importante esclarecer essa discordância de datas, indicando que as informações

foram adquiridas pela autora antes mesmo da publicação. Em virtude da orientadora desta

dissertação fazer parte da FT e ser umas das autoras do livro referenciado, que pode adiantar

informações sobre a metodologia de ASCV que futuramente seriam incluídas no livro. Desta

forma, o presente estudo baseou-se em informações sobre as últimas descobertas de ASCV,

demarcando a contemporaneidade dos assuntos aqui discutidos.

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17

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A proposta da dissertação foi realizar um estudo de caso no tema de Avaliação Social

no Ciclo de Vida de um produto, considerando apenas a fase de manufatura e distribuição,

determinada como “Portão a Portão”. Desta forma, foi possível identificar os pontos positivos

e negativos resultantes da técnica de ASCV e obter dados das atividades das empresas

envolvidas no processo de produção, considerando somente os fornecedores diretos. É uma

pesquisa qualitativa com análise de dados numéricos (quantitativos) para interpretação.

1.2 PROBLEMA

As pesquisas realizadas sobre ACV apontam que no ciclo de vida de um produto não

são gerados apenas impactos ambientais e econômicos, mas também sociais. Neste contexto,

o seguinte problema de pesquisa foi formulado: Como constatar os aspectos sociais

resultantes da atividade de produção de um produto em uma microempresa e as partes

interessadas envolvidas?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa consistiu em identificar, por meio de um estudo de caso de um

produto em uma microempresa industrial da região de Curitiba-PR, em que processos

ocorrem os aspectos sociais, positivos e negativos, relacionados às partes interessadas no ciclo

de vida do produto.

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18

1.3.2 Objetivos específicos

Para a pesquisa é fundamental considerar os seguintes objetivos específicos:

1. Identificar as Subcategorias e os indicadores sociais existentes e prioritários para as

partes interessadas;

2. Detalhar o processo produtivo do produto;

3. Identificar as empresas envolvidas no processo;

4. Adotar critérios de corte para limite do sistema produtivo;

5. Apontar os aspectos sociais mais significativos, por meio de levantamento de dados na

cadeia produtiva do produto em estudo, conforme procedimentos metodológicos.

1.4 JUSTIFICATIVA

A importância da realização do estudo consiste em verificar, na prática, as diretrizes

para a ASCV proposta pela UNEP (2009).

De acordo com Grieβhammer et al. (2006), a ASCV tem como propósito avaliar os

impactos das atividades de produção industrial na vida social das pessoas e organizações,

geralmente com o objetivo de melhorar ou em comparação a uma alternativa. Assim como na

ACV ambiental, a ASCV evita transferência de impacto de uma etapa do Ciclo de Vida para

outra. Ao identificar os aspectos sociais gerados pelo Ciclo de Vida do produto, por meio de

uma técnica científica que envolva os atores mais próximos da cadeia produtiva.

Desta forma, o estudo apresentado optou por verificar o uso da metodologia ASCV em

uma microempresa industrial, mais especificamente no processo de produção de um produto.

A empresa selecionada foi escolhida em virtude da facilidade da obtenção de dados e por ser

responsável por parcela significativa do fornecimento de peças no mercado de rastreamento

de frotas de caminhões.

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19

1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

Esta dissertação está dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo introduz o tema

da pesquisa, com a definição do problema, objetivos e justificativa. No segundo capítulo é

apresentada uma revisão bibliográfica, com a fundamentação teórica necessária para o

desenvolvimento do estudo de caso. Inicia-se com uma breve descrição da metodologia ACV

voltada aos aspectos ambientais (AACV). Em seguida, os aspectos sociais, são apresentados,

assim como os trabalhos publicados pelo grupo da Iniciativa do Ciclo de Vida, contendo os

passos para realização da ASCV em comparação às fases da AACV. No final da revisão são

abordados estudos sobre o uso da ASCV e uma revisão de indicadores sociais existentes.

O terceiro capítulo relata a metodologia do estudo, os passos seguidos para elaboração

do estudo de caso do produto, descrevendo as etapas de definição do objetivo e do escopo e

da análise de inventário na ASCV. Estes passos apontam as subcategorias e os indicadores

sociais selecionados para avaliação do produto em estudo, a elaboração do instrumento de

coleta de dados e os métodos utilizados para análise dos dados. No quarto capítulo é

apresentado o estudo de caso, com apresentação do produto e todas as empresas envolvidas no

ciclo de vida, os dados levantados pelos indicadores sociais e a análise dos dados.

No quinto capítulo são apresentadas as discussões sobre os dados analisados no

inventário, de forma qualitativa e apresentados os aspectos sociais mais significativos do

estudo, fundamentados com o referencial teórico. O sexto capítulo apresenta as considerações

finais, concluindo as discussões analisadas nesta dissertação. Os Apêndices contém os

questionários aplicados para a pesquisa e por último apresentam-se nos anexos, conteúdo

sobre os institutos gestores de indicadores sociais listados no quadro 4.

Page 20: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica que permite a avaliação dos

impactos ambientais ao longo do ciclo de vida do produto, desde a aquisição da matéria-

prima, passando pela produção, uso e disposição final (SETAC, 1991).

A norma ISO (2006) estabelece que a ACV de produtos deve incluir a definição do

objetivo e do escopo do trabalho, a análise do inventário, a avaliação de impacto e a

interpretação dos resultados, como mostrado na figura 1.

Figura 1 - Etapas da ACV. Fonte: imagem norma ISO 14044:2006.

De acordo com a ISO (2006), o escopo de uma ACV inclui a fronteira do sistema e o

nível de detalhamento, dependendo do objeto e do uso pretendido para o estudo. A

profundidade e a abrangência da ACV podem variar consideravelmente dependendo do

objetivo do estudo em particular.

Page 21: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

21

A ISO (2006) também define cada uma das demais fases da ACV:

• a fase de análise de inventário do ciclo de vida (ICV) consiste na coleta e

processamento de dados de entrada e saída associados ao sistema em estudo;

• a fase de avaliação de impacto do ciclo de vida (AICV) é a terceira fase da ACV, cujo

objetivo é prover informações adicionais para ajudar na avaliação dos resultados do

ICV, visando ao melhor entendimento de sua importância ambiental e;

• a última etapa da ACV, que consiste na interpretação do ciclo de vida, na qual os

resultados de um ICV e/ou de uma AICV, ou de ambos, são sumarizados e discutidos

como base para conclusões, recomendações e tomada de decisão de acordo com a

definição de objetivo e escopo.

É importante ressaltar, que apesar da série ISO 14040 ter surgido com a intenção de

avaliar os aspectos ambientais, menciona também a possibilidade de incluir aspectos

econômicos e sociais no ciclo de vida.

2.2 ESTUDOS DA INICIATIVA DO CICLO DE VIDA SOBRE ASCV

A ASCV é uma técnica que auxilia a análise dos impactos sociais de produtos ou

serviços, positivos ou negativos, no ciclo de vida (UNEP, 2009). De acordo com os autores,

um dos objetivos da ASCV é fornecer informações sobre os aspectos sociais da produção e do

consumo, possibilitando uma melhora no desempenho social da organização e no bem-estar

dos interessados.

Desta forma, na ASCV não apenas considera a linha produtiva relevante, como

também, as organizações que a envolvem. Os aspectos sociais podem afetar diretamente os

interessados de forma positiva ou negativa, associados ao comportamento da empresa,

processos e impacto em capital social.

As diferenças entre a AACV e a ASCV são: enquanto que a AACV têm o foco

unicamente centrado nos processos pelos quais o produto passa ao longo do ciclo de vida, o

foco da ASCV está no impacto que a atividade da organização gera para as partes interessadas

do ciclo de vida de um determinado produto.

Outras diferenças entre a AACV e a ASCV apontadas pela UNEP (2009) são

relacionadas às características e à coleta dos dados. Enquanto na ASCV são definidos os

Page 22: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

22

dados a partir dos indicadores sociais relacionados às subcategorias das partes interessadas e o

impacto, na AACV estes dados estão relacionados ao impacto.

Além disso, quanto à coleta de dados, na ASCV há necessidade de informações sobre

a organização, a política do país e leis, tendo como predominância os dados qualitativos.

Apesar da ISO (2006) possibilitar tanto o uso de dados quantitativos quanto de qualitativos

em ACVs, na prática, a AACV tem sido utilizada com dados quantitativos. Na AACV

coletam-se dados quantitativos, como a densidade da população, a massa de cada material

utilizado em um produto, a quantidade de energia em um processo, entre outros. Por outro

lado, na ASCV, dados qualitativos ou semi-quantitativos, como a existência de trabalho

infantil é coletada.

Por outro lado, os autores conseguiram manter a estrutura básica da ISO (2006) para a

realização da ASCV, embora haja diferenças. Os procedimentos típicos usados para AACV

transferidos para ASCV seguem a estrutura metodológica básica com os quatro passos, ou

seja: meta e definição do objetivo e escopo; análise de inventário; avaliação de impacto; e

interpretação. Nesta revisão, serão apresentados os passos de objetivo e escopo e análise de

inventário, relatados pelos estudos UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007), Grieβhammer et al.

(2006).

2.2.1 Definição das Categorias de Parte Interessada, Impacto e Subcategorias

Na UNEP (2009) os autores afirmam que, para se executar estudos de ASCV é

importante primeiro definir as partes interessadas, a partir da qual serão determinadas as

categorias e as subcategorias de impactos, os indicadores de inventário e por fim,

determinados quais são os dados necessários a serem coletados, conforme mostra a figura 2.

A classificação por parte interessada ocorre em virtude dos impactos sociais ocorrerem

de forma diferenciada para cada parte interessada, evitando que algum indicador não seja

levado em consideração. UNEP (2009) propôs cinco (5) categorias de interessados:

Empregados; Comunidade local; Consumidores (somente para etapa de uso); Sociedade e

Outros Atores.

Para os trabalhadores, as subcategorias podem estar relacionadas á acidentes,

remuneração, saúde e segurança. Na comunidade local, os impactos sociais podem ser

Page 23: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

23

relacionados aos poluentes tóxicos, abuso de direitos humanos e condições de infra-estrutura e

na sociedade, relacionados à corrupção, pagamentos de impostos, entre outros.

Figura 2 - Sistema de Avaliação das Categorias para a Unidade de Medida. Fonte: UNEP (2009) e (apud BENOIT et al., 2007).

Na figura 3, estão ilustradas as Partes Interessadas da ASCV. A Sociedade é ilustrada

pelo governo (prédio de Brasília), pela Universidade embora existam outros órgãos que a

compõe, em função da necessidade de se adequar ao espaço disponível para a ilustração.

Além disso, apresenta-se a parte interessada relacionada à cadeia de valor como

fornecedores, cliente e no transporte, pode-se observar os trabalhadores, como parte

interessada.

A comunidade local também é parte interessada, já que pode ser influenciada

diretamente pelo processo produtivo, seja pela emissão de poluentes como na geração de

empregos, entre outros.

O consumidor também aparece como parte interessada no ciclo de vida do produto em

uma ASCV, tendo em vista que será afetada pelo produto, as informações relacionadas ao

produto e a manutenção / assistência técnica existente durante o uso. Na figura 3, o

consumidor está adquirindo o produto no shopping.

Page 24: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

24

O ícone do governo aparece em todas as partes ilustradas como empresas, pois de

acordo com as normas no Estado, possuem responsabilidades de pagamento de impostos e

deveres com seus funcionários. Na comunidade o ícone aparece, em função de existirem

micro-empresas que prestam serviço para a fábrica e fornecedores, como restaurantes onde os

funcionários almoçam, ou outros pequenos estabelecimentos no qual os funcionários

compram produtos.

Page 25: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

25

Figura 3 – Partes Interessadas da ASCV. Fonte: Elaborado pelo Autor, 2009.

Page 26: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

26

No quadro 1, apresentam-se as partes interessadas de uma ASCV diferem de uma

AACV e, conseqüentemente, as categorias de impactos e os inventários de indicadores e de

base de dados são diferentes. Neste sentido, o quadro 1 apresenta um comparativo genérico

sobre os aspectos social e ambiental dos dois métodos de ACV (coluna 1). Na segunda coluna

estão descritas as partes interessadas do método social descrito pela UNEP (2009) e as partes

interessadas do ambiental que é sugerida pela ABNT (2009).

Na terceira coluna, listam-se exemplos de categorias de impacto, para o social: direitos

humanos; condições de trabalho; saúde e segurança; patrimônio cultural; governança,

repercussões sócio-econômicas. Já os impactos da metodologia ambiental são: acidificação;

eutrofização; trocas climáticas; diminuição da camada de ozônio; escassez de recursos;

aquecimento global, cancerígenos, entre outros.

Método de Avaliação do Ciclo de Vida

Categorias das Partes Interessadas

Categorias de Impacto

Social

Trabalhadores, comunidade local, sociedade,

consumidores, atores da cadeia de valor. (UNEP, 2009)

Direitos humanos, condições de trabalho, saúde e segurança, patrimônio cultural,

governança, repercussões sócio-econômicas. (UNEP,2009)

Ambiental Meio Ambiente, comunidade

envolvida. (ISSO, 2006)

Acidificação, Eutrofização, Mudanças Climáticas, Diminuição da Camada de

Ozônio, Escassez de Recursos, Aquecimento Global, Cancerígenos, entre outros.

Quadro 1 – Comparativo entre parte interessada e categoria de impacto da AACV e ASCV Fonte: UNEP (2009), ABNT (2009).

O quadro 2 complementa o quadro 1 e mostra um exemplo de uma possível relação

entre categoria de impacto social (direitos humanos) e o ICV social. Os dados de inventário

são provenientes do número de horas trabalhadas, de descanso, de intervalos durante o

expediente e do número de refeições realizadas. Os indicadores de inventários são definidos

por meio da carga horária, alimentação, salário e higiene. A subcategoria de impacto pode ser

indicada pelo trabalho forçado, estando na parte interessada, trabalhadores. Ressalta-se que o

trabalho forçado foi apresentado apenas como exemplo, sendo que esta categoria de impacto

não se limita apenas a esta subcategoria.

Page 27: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

27

Categoria da parte interessada

Categoria de Impacto

Subcategoria (relevância)

Inventário de Indicadores

Dados de inventário

Trabalhadores Direitos humanos

Trabalho forçado

Carga horária; Alimentação;

Salário; Higiene.

Nº horas trabalhadas; Nº horas de descanso;

Nº de intervalos durante o expediente;

Nº refeições diárias; Desempenho de saúde e

segurança. (semi-quantitativos) ( dados qualitativos)

Quadro 2 - Tipo de Categoria de Impacto Social Fonte: Elaborado pelo autor, 2009.

De acordo com Jorgensen et al. (2007) os indicadores podem ser classificados em

quantitativos, semi-quantitativos ou qualitativos.

Quando for realizada a formulação de um indicador quantitativo é suposto que o

fenômeno a ser medido possa ser analisado de forma numérica, permitindo a aplicação de

unidades de tempo. São exemplos destes, indicadores, o número de horas trabalhadas, número

de horas de descanso e outros na coluna 5 do quadro 2.

Jorgensen et al. (2007, apud BARTHEL et al., 2005) afirmam que podem ser usados

dois indicadores para auxiliar a medição de categoria de impacto de saúde e segurança.

Ambos são baseados em fontes estatísticas, um na incidência de feridas letais e outro nas

feridas não letais, implicando em uma formulação de indicador que permite medir casos por

processos.

Outra opção é transformar indicadores com dados qualitativos em uma avaliação de

dados semi-quantitativos, variando na escala de ótimo e péssimo, que expressa um número

correspondente. Jorgensen et al. (2007, apud SPILLEMAECKERS et al., 2004) usaram

indicadores para medir o desempenho de saúde e segurança, com fontes estatísticas para

freqüência de acidentes incluindo indicadores de saúde, treinamento e segurança dos

empregados, por meio de escala de satisfação.

Desta forma, UNEP (2009) na ASCV, define como inventário a fase nos quais os

dados são coletados, os sistemas são modelados e os resultados são obtidos. O inventário

consiste em coletar dados, que são necessários para verificar as relações dos aspectos sociais

entre as partes interessadas.

Page 28: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

28

2.3 ESTUDOS DE CASO DE ASCV

O Instituto Öko-institut e.V. localizado na Alemanha, que atua na avaliação da

sustentabilidade de produtos, tem como meta identificar inovação de sistemas e opções para

ação de desenvolvimento em direção da sustentabilidade. O Instituto publicou um estudo de

caso realizado por Manhart e Grieβhammer (2006) sobre impactos sociais na produção de

agendas PCs (Personal Computer - computador de bolso), o qual registrou o impacto social

para melhorar a produção da agenda e o refinamento da metodologia da ASCV do produto.

O primeiro passo foi analisar a estrutura e os atores nas diferentes etapas de produção.

Constatou-se que o fabricante não executava o processo de produção sozinho, terceirizando o

processo para empresas contratadas, em sua grande maioria localizadas na região leste da

China. Após a identificação das partes interessadas, tais como: empregados, comunidade

local, sociedade e empresas, a pesquisa priorizou os indicadores sociais para cada parte

interessada, sendo subdivididos e classificados com base na lista de indicadores de

Grieβhammer et al. (2007), apresentados nos quadros A.2 a A.5 (ver anexo).

Manhart e Grieβhammer (2006) constataram que a causa responsável pelo

rompimento de padrões sociais é a competição que prevalece dentro da indústria. A demanda

por preços baixos e a mínima margem de lucro propiciam o surgimento de negligências nas

relações sociais entre as partes. O estudo teve como objetivo a análise sistemática de impactos

sociais na produção da agenda PCs, considerando os impactos de extração de recursos,

transporte, negócio, consumo e tratamento de reciclagem e aprimorar a metodologia para

avaliação de impactos sociais no ciclo de vida de produtos. Como resultado, destacaram-se

meios para melhorias nas condições sociais dos envolvidos na produção da agenda PCs.

Outro estudo foi realizado no Brasil por Critchii (2007), que apresenta um caso de

incorporação de indicadores sociais na avaliação do ciclo de vida. O estudo foi feito em uma

indústria metal-mecânica que tem como atividade comercial, a prestação de serviços para

tratamento de superfície de peças metálicas. A pesquisa baseou-se em instituições nacionais e

internacionais para selecionar os indicadores, relacionando-os diretamente à unidade de

processo. Por meio de uma pesquisa de cunho quantitativo, foram levantadas informações

sobre vários aspectos sociais que uma organização corporativa deve levar em consideração,

como aqueles relevantes às leis trabalhistas e práticas do trabalho, relacionadas ao grau de

instrução, hierarquia, gênero e raça. Como resultado, Critchii (2007) apontou os aspectos

sociais gerados pelas atividades de cada setor da empresa.

Page 29: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

29

2.4 INDICADORES SOCIAIS

Neste item serão apresentados os indicadores sociais para a metodologia ASCV.

Levantados a partir de trabalhos publicados pelos institutos gestores e de pesquisas, que

apresentam indicadores sociais prioritários para cada parte interessada, no final deste item é

apresentada uma comparação quantitativa de todos os indicadores listados.

2.4.1 Subcategorias da Iniciativa do Ciclo de Vida (UNEP, 2008)

A Iniciativa do Ciclo de Vida apresenta uma lista de Subcategorias relacionados por

parte interessada para serem aplicados na metodologia ASCV (quadro 3).

Page 30: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

30

Parte interessada Subcategorias Liberdade de Associação e Negociação Coletiva Trabalho Infantil Salário Justo Horas de Trabalho Trabalho Forçado Oportunidades Iguais/Discriminação Saúde e Segurança

TRABALHADOR

Benefícios Sociais/ Seguridade Social Acesso aos recursos materiais Acesso aos recursos imateriais Deslocamento e Migração Herança Cultural Condições de vida segura e saudável Respeito aos direitos indígenas Engajamento da comunidade Emprego local

COMUNIDADE

Condições de vida segura Saúde e Segurança Mecanismo de Feedback Privacidade do Consumidor Transparência

CONSUMIDOR

Responsabilidade com a vida Comprometimento público com as questões sustentáveis Contribuição para o desenvolvimento econômico Prevenção e mitigação de conflitos armados Desenvolvimento tecnológico

SOCIEDADE

Corrupção Competição limpa Promoção da responsabilidade social Relacionamento com fornecedores

OUTROS ATORES*não incluindo os

consumidores Respeito aos direitos da propriedade intelectual Quadro 3 – Partes Interessadas e Indicadores da UNEP (2009)

Para cada uma das Subcategorias no quadro 3, a Força Tarefa da UNEP/SETAC

elaborou fichas que contém a definição, a relação com o desenvolvimento sustentável e a

forma de monitoramento das Subcategorias relacionadas ao trabalhador, comunidade,

consumidor, sociedade e outros atores.

Page 31: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

31

2.4.1.1 Definição das Subcategorias Relacionados ao Trabalhador (UNEP/SETAC, 2008)

Na Subcategoria de Benefícios Sociais e Seguro Social são verificados o fornecimento

dos benefícios aos empregados pela empresa. Pode-se usar uma medida qualitativa,

identificando se existe ou não as condições dentro da empresa. O Trabalho Forçado é definido

como sendo aquele que exige algo de alguém sob a ameaça de qualquer penalidade. Em geral,

a medida direta de Trabalho Forçado é difícil de ser identificado devido à falta de dados,

podendo ser usado dados qualitativos (traduzido em semi-quantitativo). A Subcategoria de

Salário justo refere-se a remuneração que é suficiente para garantir qualidade de vida como,

moradia, alimentação, transporte, cuidados de saúde e recreação. No Brasil, todos os

funcionários devem receber informações por escrito e de forma compreensível sobre as

condições salariais. Para oportunidades iguais, é necessário ser atribuídas tarefas sem

discriminação contra mulheres e trabalhadores jovens. Pode ser medido de forma qualitativa

ou semi-quantitativa.

Por ser também difícil de quantificação o Trabalho Infantil é avaliado por meio de

medidas de prevenção que estão sendo tomadas pelas empresas. Pode ser também a existência

de campanhas educativas para cuidados com as crianças. Outra forma de identificação de

trabalho infantil é a avaliação da forma de contratação dos jovens, que estão definidos

conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com a UNEP/SETAC

(2008), as medidas podem ser qualitativas e traduzidas em semi-quantitativas.

A subcategoria de Liberdade de Associação e Negociação Coletiva, consiste no direito

de todos os empregados a sindicalização e realização de reuniões coletivas. Os representantes

dos trabalhadores não podem ser discriminados e devem ter acesso a todos os postos de

trabalho. Esta avaliação pode ser realizada de forma qualitativa ou ser traduzida em semi-

quantitativo.

As Horas Trabalhadas devem ser observadas às leis aplicadas no país. No Brasil, de

acordo com a CLT, os empregados não podem ultrapassar 44 horas semanais de trabalho,

sendo que as horas extras são voluntárias e não devem exceder 12 horas por semana. Este

indicador pode ser medido por meio de dados qualitativos, quantitativos ou semi-

quantitativos. UNEP/SETAC (2008, apud ANKER et al., 2002) afirmam que as horas

excessivas de trabalho são uma ameaça à saúde física e mental. É uma interface do equilíbrio

entre trabalho e vida familiar, e freqüentemente sinaliza um índice inadequado de salário.

Page 32: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

32

A UNEP/SETAC define a subcategoria de Discriminação e Igualdade aos empregados

pelo tratamento diferenciado por categorias de pessoas, sendo ilegal a discriminação por cor,

religião, origem nacional, gênero, idade ou por incapacidade. Para se avaliar a Discriminação

ou a Igualdade podem ser utilizadas medidas qualitativas ou semi-quantitativas. O indicador

de Saúde e Segurança é avaliado pelas medidas de prevenção adotadas pela empresa, como

um ambiente de trabalho com boa higiene e práticas de segurança. Pode ser medido por meio

de dados qualitativos ou semi-quantitativos.

2.4.1.2 Definição das subcategorias Relacionadas à Comunidade Local (UNEP/SETAC, 2008)

O grupo (FT) da UNEP/SETAC define Oportunidade Social e Econômica, pelo

monitoramento do papel da empresa em manter e melhorar as condições de vida da

comunidade local e pode ser medido por meio de dados qualitativos. Para o indicador de

Compromisso com a Comunidade, a empresa procura facilitar a participação da comunidade

nos processos de decisão, ou seja, promove o direito de interessados em consultar e participar

das tomadas de decisão da empresa, sugerindo utilizar dados qualitativos.

Acesso aos Recursos Materiais é definido como o uso de terra, água e biodiversidade

existentes em áreas ocupadas pela comunidade e respeitando os direitos de usufruir da

população local. Considera a autorização prévia da comunidade e das autoridades nacionais.

Os dados para medir este indicador podem ser qualitativos ou quantitativos. Já o indicador de

Treinamento Vocacional, mede o compromisso da empresa em relação ao treinamento

vocacional, medido por meio de dados quantitativos como: horas de instrução e número de

aprendizes em relação ao número total de empregados. O indicador pode utilizar medidas

qualitativas como a qualidade de educação e nível de educação prévia.

O grupo (FT) da UNEP/SETAC apresenta a subcategoria Corrupção, afirma que o

suborno é um termo comum usado para definir corrupção, é definido como uma oferta ou

recibo de qualquer presente, empréstimo, taxa de recompensa ou outra vantagem para ser feito

algo desonesto, ilegal ou um abuso de confiança na conduta de um negócio. O suborno ativo

refere-se à ofensa cometida pelo indivíduo que promete ou dá suborno. O suborno passivo é a

ofensa cometida pelo indivíduo que solicita ou recebe o suborno. Para corrupção o grupo de

(FT) da UNEP/SETAC comentam sobre o uso de medidas semi-qualitativas (sim, não) por

Page 33: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

33

meio da pesquisa de documentos que deve indicar se a empresa foi envolvida em escândalos

de corrupção, sendo importante verificar se as informações são corretas e se os escândalos

mencionados são relevantes.

Na subcategoria Respeito aos Nativos e Conhecimento Cultural, o grupo de (FT) da

UNEP/SETAC relatam sobre os direitos que as pessoas nativas têm em direitos humanos e

liberdade fundamental, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas por meio da

Declaração Universal de Direitos Humanos Internacional. Este indicador pode ser medido de

forma semi-qualitativa (sim, não).

Em Segurança, Cuidado e Condições de Vida Saudáveis, o grupo de (FT) da

UNEP/SETAC define este indicador sobre as várias maneiras que a empresa pode influenciar

os vizinhos. Com impactos negativos da interação entre as empresas e as partes interessadas,

dois aspectos são relevantes: a conduta imprópria de segurança aos funcionários, que pode

levar as condições de vida inseguras, tensas e até mesmo o surgimento de conflitos na região.

E o uso irresponsável pelas empresas de substâncias tóxicas, promovendo riscos na saúde das

pessoas nas proximidades da empresa, os dados podem ser qualitativos ou quantitativos.

2.4.1.3 Definição das subcategorias Relacionadas com a Sociedade (UNEP/SETAC, 2008)

Na subcategoria de Compromisso Público com a Sustentabilidade, o grupo (FT) da

UNEP/SETAC define como a forma de avaliar os compromissos da empresa com a

comunidade e à sociedade. Um compromisso público é uma promessa ou acordo feito por

uma organização com seus clientes, empregados, acionistas, comunidade local ou sociedade.

O Desenvolvimento Tecnológico é um indicador que procura avaliar se a empresa atua em

pesquisas e desenvolvimento para tecnologias que não agridam o meio ambiente.

A subcategoria de Treinamento/Educação Vocacional procura avaliar o compromisso

da empresa em treinamento e educação. A subcategoria de Conflitos Armados é definido pelo

grupo de FT da UNEP/SETAC como uma situação tensa de uso de força violenta. Dados

qualitativos devem descrever as atividades da empresa, se influenciam positivamente ou

negativamente no desenvolvimento de conflitos.

Page 34: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

34

2.4.1.4 Definição das subcategorias Relacionados à Outros Atores (UNEP/SETAC, 2008)

A subcategoria de Clareza na Competição é definido pelo grupo (FT) da

UNEP/SETAC como uma forma de avalia a empresa nas suas atividades competitivas, se

estas são conduzidas de forma transparente e em conformidade com a legislação, prevenindo

práticas de monopólio. Para Respeito aos Direitos de Propriedade Intelectual, o mesmo grupo

define como uma forma de avaliar se as ações das empresas garantem os direitos autorais aos

criadores de produtos, serviços e atividades intelectuais.

2.4.1.5 Definição das subcategorias Relacionadas com o Consumidor (UNEP/SETAC, 2008)

Mecanismo de Retorno do Consumidor, definido pelo grupo (FT) da UNEP/SETAC

como o direito do consumidor de ouvir, relacionado às queixas dos produtos ou serviços por

meio da facilidade de comunicação com o consumidor. São medidas tomadas para satisfazer

as necessidades do consumidor, fornecer procedimentos transparentes e eficientes para

registros de eventuais queixas.

2.4.2 Comparação entre as Fontes

Como resultado da revisão dos indicadores foi proposto o quadro 4, com o intuito de

quantificar os indicadores que aparecem mais de uma vez entre os institutos. Na primeira

coluna estão listados todos os indicadores pesquisados na revisão bibliográfica e os institutos

gestores ou de pesquisas, representados por letra em ordem alfabética, conforme indicados em

nota. Para comparação da UNEP (2009) foi considerada as subcategorias como indicadores.

Page 35: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

35

Relação de indicadores A B C D E F G

Trabalho Infantil / Juventude Trabalho Forçado/ Tempo de Trabalho

Adequado/ Contrato de Trabalho

Segurança e Saúde

Proteção à Maternidade

Segurança Social

Associação Coletiva

Diversidade

Assédio

Remuneração

Benefícios

Treinamento

Demissão

Trabalho Voluntário

Nível de Educação Interna

Desenvolvimento de Carreira

Política de Marketing

Divulgação de Informações

Corrupção

Consumidor - Saúde e Segurança

Desenvolvimento Pesquisa

Propriedade Intelectual

Proteção a Privacidade

Relação Concorrência Indicadores externos - Contribuições

Fiscais / Tributos

Serviço de Infra-estrutura

Conduta Ética

Transferência de Tecnologia

Associação Universidades

Respeito a Comunidade Local

Desenvolvimento Sustentável Apoio a Fornecedores (contratos,

reclamações e diálogos, investimentos)

Cultura, Esporte e Lazer.

Combate a Fome

Combate a Conflitos Armados

Quadro 4 – Indicadores Sociais por Órgão

Nota: A - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE, 2005);

B - Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2007);

C - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (Ethos, 2007)

D - Ethos - Aplicados ao princípio do Pacto Global (Ethos, 2004);

E - Diretrizes para Elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade (GRI, 2006).

F - Grieββββhammer et al. (2007)

G - Task Force on the Integration of Social Into (UNEP, 2009)

Page 36: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

36

Na comparação das fontes de indicadores sociais, foi elaborado o quadro 5 com um

resumo quantitativo dos indicadores sociais publicados pelos institutos gestores, destes (OIT,

ETHOS, IBASE e GRI) foram apresentados no trabalho de Critchii (2007), sendo necessário

ser atualizados em virtude de novas publicações dos respectivos Institutos. Desta forma,

foram atualidas as informações dos indicadores sociais por meio das novas publicações, além

dos indicadores do Instituto Ethos aplicados ao Pacto Global, Grieβhammer et al. (2007) (ver

anexo) e do grupo de Força Tarefa da Iniciativa do Ciclo de Vida da UNEP/SETAC.

FONTES INDICADORES

OIT 20

ETHOS 37

IBASE 13

GRI 36

ETHOS (PACTO GLOBAL) 11

Grieβhammer et al. (2007) 38

UNEP/SETAC 31 Quadro 5 – Resumo dos Indicadores Sociais

Fonte: Critchii (2007) e Ethos aplicados ao Pacto Global (2004), Grieββββhammer et al. (2007),

UNEP/SETAC (2008)

Nesta comparação percebe-se que as pesquisas que apresentaram maior número de

indicadores foram ETHOS, GRI, Grieβhammer et al. (2007), UNEP/SETAC. É importante

ressaltar que as fontes Grieβhammer et al. (2007) e UNEP/SETAC apresentam subcategorias

prioritários para a metodologia da ASCV e são relacionados com cada parte interessada do

ciclo de vida.

Page 37: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

37

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será tratado o método para o desenvolvimento do presente estudo que

trata de uma pesquisa descritiva de cunho qualitativo, com dados quantitativos para análise e

interpretação.

De acordo com Moreira et al. (2006) a pesquisa descritiva baseia-se na premissa de

que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da observação

objetiva e minuciosa, da análise e da descrição.

Desta forma a descrição terá como base os dados quantitativos e semi-quantitativos a

serem coletados pelo presente estudo, tabulados e analisados por meio de gráficos e fórmulas

tratados por ferramenta estatística Excel, porém, a descrição e interpretação serão de forma

qualitativa, relacionando os resultados com base no referencial teórico.

Moreira et al. (2006) afirmam que os dados qualitativos e quantitativos podem ser

usados no mesmo estudo. Apontam uma distinção entre ambos, à pesquisa qualitativa explora

as características dos indivíduos e cenários, o dado pode ser verbal e coletado por observação,

descrição e gravação. Já a pesquisa quantitativa, explora as características e situações com os

dados numéricos e faz uso da mensuração e estatística.

Como se trata de avaliar a técnica, optou-se por conduzir a pesquisa no estudo de caso

simplificado, por meio da metodologia da ASCV de um produto de uma microempresa

industrial do ramo automotivo, com foco no processo de produção, e exclusivamente na etapa

de fabricação (portão a portão), não sendo incluídas outras etapas, tais como extração,

transporte, entre outras.

De acordo com Gil (2007), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa

amplamente utilizada nas ciências sociais e consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou

poucos objetos, permitindo um amplo e detalhado conhecimento. Alguns propósitos do estudo

de caso são definidos por Gil (2007) e que se enquadram e reforçam a metodologia do

presente estudo.

Para o primeiro propósito, Gil (2007) argumenta que o estudo de caso explora

situações de vida real cujos limites não estão claramente definidos, sendo necessário preservar

o caráter unitário do objeto estudado. O segundo, descreve a situação do contexto em que está

sendo feita determinada investigação.

Para que o estudo de caso fosse realizado, foram definidos os seguintes passos

baseados na definição da metodologia ASCV, conforme descrito no capítulo anterior.

Page 38: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

38

3.1 ESCOPO

De acordo com ISO 14044 (ABNT, 2009b), durante a fase de “Objetivo do Estudo”

deve-se estabelecer a aplicação pretendida, as razões para conduzir o estudo e o público-alvo,

ou seja, para quem se espera comunicar os resultados do estudo. Nesta etapa da ASCV é

importante a identificação e priorização dos indicadores sociais por parte interessada,

descritos como qualitativos e quantitativos para determinação do escopo deste estudo, deve-se

realizar:

• Definição do produto a ser estudado e identificação do processo produtivo;

• Definição da função

• Definição da unidade funcional

• Definição do fluxo de referência;

• Definição do sistema do produto, identificado com o fluxograma do processo de

produção e empresas envolvidas;

• Adoção de critério de corte para limite do sistema, por massa e horas trabalhadas;

• Fluxograma do processo, apresentando as empresas a serem pesquisadas;

• Determinação dos requisitos de qualidade dos dados;

• Cobertura temporal;

• Escopo geográfico;

• Cobertura tecnológica;

• Priorização dos Indicadores Sociais para cada parte interessada;

• Seleção dos indicadores para o estudo.

3.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência

Conforme a ISO 14044 (2006), a função corresponde às características de desempenho

do produto, a unidade funcional define a quantificação das funções identificadas, devendo ser

consistente com o objetivo e o escopo do estudo. Definida a unidade funcional, a quantidade

de produto que é necessária para cumprir a função deve ser indicada. Desta forma, determina-

se o fluxo de referência, sendo utilizado para calcular as entradas e saídas do sistema.

Page 39: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

39

3.1.2 Fronteira do Sistema

De acordo com a ISO 14044 (2006), a fronteira do sistema define os processos

elementares a serem incluídos no sistema a ser modelado. Para o estudo de caso proposto, foi

considerado que para definir o fluxograma definitivo do produto em análise foi adotado o

critério de corte, por massa e horas trabalhadas. Segundo Jorgensen et al. (2007, apud

BARTHEL et al., 2005) pode-se utilizar a ISO 14.044 (2006) como definição de critério de

corte em ACV, substituindo as palavras “Importância Ambiental” por “Importância Social”,

utilizando este critério de corte na ASCV como horas de trabalho.

3.1.3 Requisitos de Qualidade dos Dados

A descrição da qualidade dos dados é importante para compreender a confiabilidade

dos resultados e interpretação do estudo. A ISO 14044 (2006) abrange os seguintes requisitos:

a cobertura temporal é idade dos dados e período mínimo de tempo durante o qual os dados

deveriam ser coletados; a etapa de cobertura geográfica corresponde à área geográfica

indicada para coleta de dados; a cobertura tecnológica indica a especificação da tecnologia ou

conjunto de tecnologias.

3.1.4 Priorização das Subcategorias e Indicadores Sociais para cada Parte Interessada

Tendo em vista a quantidade e a diversidade de indicadores sociais existentes,

conforme apresentado no item 2.4 necessário se faz priorizar os indicadores para cada parte

interessada. Em virtude do limite de tempo deste estudo, houve uma redução do número de

indicadores a serem analisados.

Para seleção dos indicadores foi proposto o quadro 6, construído com base em

Grieβhammer et al. (2007) e UNEP/SETAC para classificação das partes e indicadores. Com

exceção dos fornecedores, sendo identificados pelo ETHOS (2007), na UNEP/SETAC pode

ser associado como Outros Atores, que propõe avaliar a conduta das empresas que estão

Page 40: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

40

envolvidas no ciclo de vida. Na primeira coluna encontram-se as partes interessadas, tais

como: Trabalhadores, Fornecedores, Cliente, Comunidade local e Sociedade. Na segunda

coluna, estão os indicadores sociais selecionados, e na terceira e quarta coluna a classificação

dos dados em quantitativos ou qualitativos.

Para a categoria da parte interessada dos trabalhadores, foram selecionados os

indicadores listados no quadro 4, repetidos de 5 e 6 vezes em cada instituto. A exceção está

relacionada ao indicador de proteção à maternidade, que está sendo considerado na seleção da

pesquisa por representar os direitos das mulheres, em que na Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT), no item de Proteção do Trabalho da Mulher, o Artigo 392 argumenta sobre

os direitos das gestantes na empresa.

Parte Indicador Qualitativo Quantitativo Treinamento X X

Educação / Desenvolvimento da Capacidade X X

Remuneração / Benefícios X X

Saúde / Segurança (espaço físico) X X

Trabalho Infantil X Trabalho Forçado (contrato/carga horária / descanso

semanal) X X

Diálogo (funcionário/ patrão) X

Associação Coletiva X X

Diversidade X X

Proteção à Maternidade X X

Comunicação/Informação X

Trabalhador

Alimentação e espaço físico (trabalho forçado) X

Respeito a Contratos X

Grau que escuta as partes X

Reclamações e Diálogos X Fornecedor

Apoio e Investimentos X

Cliente Saúde e Segurança do Consumidor (Informação no rótulo sobre riscos, prevenção à saúde por meio de manutenção)

X

Comunidade Local Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis X X

Sociedade Contribuição Fiscal (Declaração da receita, INSS, FGTS) X

Quadro 6 – Indicadores Sociais Selecionados Fonte: IBASE (2005); ETHOS (2007), Grieββββhammer et al. (2007), UNEP (2009)

Como a UNEP (2009) não detalha os indicadores para as subcategorias de

Fornecedores, o presente estudo sugere os Indicadores baseados no conteúdo apresentado pelo

Instituto ETHOS (2007), com o tema fornecedores, no qual é abordada a relação entre

Page 41: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

41

fornecedores e a empresa, sendo que no questionário do Ethos, é apresentado perguntas de

forma qualitativa e semi-quantitativa.

Neste trabalho a parte interessada cliente faz parte da cadeia produtiva do produto, a

parte cliente é uma empresa, sendo um subgrupo da Parte “Outros Atores” foi proposto a

Subcategoria de “Relação Cliente e Empresa” e o Indicador de “Satisfação do Cliente” que avalia

a opinião do cliente nos seguintes itens: Informações no Rótulo; Informações de Risco e

Manutenção do Produto. Apresentado tanto no anexo quadro A.3 (GRIEβHAMMER et

al.,2007) como no quadro 3 da UNEP/SETAC. Apesar da relevância dos demais indicadores

relacionados, estes não foram selecionados em virtude da necessidade de restringir o número

de dados a serem coletados, para não ampliar excessivamente o conteúdo e comprometer a

coleta e análise de dados. Os indicadores selecionados foram classificados como qualitativos,

conforme descrição feita pela UNEP/SETAC.

Na parte interessada denominada como comunidade local, utilizou-se a

Subcategoria de Impacto “Condições de Vida Saudável e Segura” da UNEP (2009) sendo

definido como a influência da empresa aos vizinhos e os impactos causados pela atividade

industrial, entretanto, as perguntas para avaliar a satisfação da comunidade nesta subcategoria

foram elaboradas pelo presente estudo.

Já para a Sociedade optou analisar a parte Governo como um subgrupo da Parte

Sociedade na subcategoria “Contribuição para o Desenvolvimento Econômico” no qual o

Indicador é Contribuição do produto/serviço/empresa para o progresso econômico (receita, lucro,

salários pagos e custos em relação à receita, etc) como sugerido pela UNEP (2009), porém as

perguntas foram elaboradas e se refere a tributos das empresas perante o Estado com base no

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) análise ocorreu por meio da

confirmação de documentos, tais como: Declaração da Receita Federal; Contribuição

Previdenciária; Fundo de Garantia dos Funcionários.

3.2 INVENTÁRIO

De acordo com a ISO 14044 (2006), a análise de inventário do ciclo de vida envolve a

coleta de dados e procedimentos de cálculos para quantificar as entradas e saídas pertinentes

de um sistema de produto para cada unidade de processo.

Page 42: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

42

Esta norma também define procedimentos de coleta de dados e cálculos, os quais os

dados qualitativos e quantitativos são inclusos no inventário e devem ser coletados para cada

unidade de processo que esteja incluída nas fronteiras do sistema.

Nesta etapa, define-se a construção do instrumento de coleta de dados, a forma de

obtenção dos dados e os critérios adotados para cálculos dos dados na análise dos resultados.

Para a realização do inventário, os seguintes passos foram efetuados:

• Elaboração do instrumento de coleta de dados;

• Teste piloto dos questionários;

• Coleta de dados dos funcionários;

• Coleta de dados dos fornecedores;

• Coleta de dados do consumidor;

• Coleta de dados da comunidade local;

• Coleta de dados da sociedade;

• Definição do universo e da população da pesquisa;

• Levantamento e coleta de dados;

• Análise e discussões dos dados coletados.

3.2.1 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados

Com a priorização dos indicadores por partes interessadas, necessário se faz avaliá-las

individualmente, com aplicação da ferramenta de coleta de dados em todas as partes

interessadas. Desta forma foram elaborados cinco questionários. O primeiro, com informações

sobre dados dos funcionários que, foi aplicado nas empresas selecionadas conforme detalhado

no Capítulo 4. O segundo questionário foi dirigido aos funcionários; o terceiro abordou os

indicadores para os fornecedores; o quarto para a comunidade local; o quinto e último,

abordagem para a sociedade.

Com isso, optou-se pelo uso do questionário com perguntas fechadas, por contribuir na

melhor obtenção dos dados a serem analisados, e também, para facilitar a coleta de dados.

Segundo Hair Junior (2005), a elaboração do questionário com perguntas fechadas é de maior

dificuldade e exige maior tempo de elaboração, mas facilita a coleta e entrada de dados, além

da análise computacional tornar-se mais fácil.

Page 43: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

43

Em relação às questões que remetem aos dados quantitativos, foram utilizados os

indicadores já apresentados como quantitativos por Grieβhammer et al. (2007) e

UNEP/SETAC (Quadro 6). Para os dados qualitativos, o presente estudo optou-se em

construir questões semi-quantitativas. Por meio das técnicas escalares transformou-se os fatos

qualitativos em uma série de dados quantitativos ou variáveis, podendo-se aplicar processos

de mensuração e de análise estatística (MARCONI E LAKATOS, 2002).

Na etapa de construção do questionário foram realizadas várias apresentações nos

encontros periódicos do Grupo de Avaliação da Sustentabilidade do Ciclo de Vida do campus

Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em que este grupo pôde

sugerir os tipos de perguntas mais adequadas a serem feitas. O grupo é coordenado pela

professora Cássia Maria Lie Ugaya, sendo composto por alunos, ex-alunos de graduação e

pós-graduação stricto sensu da UTFPR, relacionados à área de meio ambiente e

responsabilidade social.

3.2.1.1 Forma de Análise dos Dados

As questões elaboradas por meio de dados semi-quantitativos, foram analisadas de

duas formas. A primeira avaliou o indicador questionado, é presente por meio de respostas

objetivas do tipo SIM/NÃO e são analisadas com o percentual numérico respondido. A outra

forma de análise é descrita na metodologia ASCV. Segundo Jorgensen et al. (2007, apud

SPILLEMAECKERS et al., 2004) pode-se analisar os indicadores por meio de avaliação em

escala semi-quantitativa, como ótimo e péssimo, que expressam um número correspondente.

Desta forma, foram elaboradas questões a serem medidas com o uso da escala Lickert. O

objetivo das questões é verificar o grau de satisfação dos respondentes em relação às

afirmações sobre os indicadores sociais em uma escala de 1 a 5, sendo que (1) está

relacionado à muito insatisfeito, (2) insatisfeito, (3) neutro, (4) satisfeito e (5) muito satisfeito.

Utilizou-se este método para os questionários aplicados aos funcionários e para medir a

relação entre as empresas.

Neste caso, a análise de dados ocorre pelo uso da média, que oferece o valor médio

obtido da pontuação respondida em cada questão, assim como o desvio padrão, que é uma das

medidas de dispersão utilizadas na preparação de dados para análise quantitativa, que

Page 44: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

44

demonstra quão distante da média ficaram os valores observados (MALHOTRA, 2001).

Importante ressaltar que foram considerados pesos iguais para todas as questões da escala.

3.2.2 Questionários para Obtenção dos Dados dos Funcionários

A obtenção de informações sobre os funcionários foram realizadas a partir de dois

questionários (ver apêndice 01 e 03), um aplicado nas empresas e outro respondido pelos

próprios funcionários. Desta forma, pode-se confrontar e confirmar os dados respondidos por

ambas as partes. O questionário para ser respondido pelas empresas foi construído com dados

quantitativos, conforme mostra o quadro 7.

Indicadores Dados Indicadores Dados

Total de Funcionários Nº sindicalizado

Total de Homens / Mulheres Nº reuniões coletivas

Na chefia

Associação Coletiva

Nº contratos nas reuniões

No administrativo Nº contratado

Na produção Nº terceirizado

Brancos e negros

Tipo de contrato

Nº sem contrato

Diversidade

Idade Período de 22 horas por semana

1º grau completo/incompleto Período de 44 horas por semana

2º grau completo/incompleto Horas extras por semana Nível de

escolaridade 3º grau cursando/ completo

Carga horária

Horário noturno

Notificação de acidentes Horas de almoço

Nº de acidentes com afastamento

Tra

balh

o F

orç

ado

Descanso diário Horas de Intervalo

Nº de acidentes sem afastamento Menor aprendiz

Tipo de Lesão Menor sem contrato

Sa

úde

e s

egu

ran

ça

Acidente no

Trabalho

Nº de doenças ocupacionais

Trabalho Infantil

Carga horária

Quadro 7 - Dados Solicitados / Funcionários e Empresas Fonte: IBASE (2005), Grieββββhammer et al. (2007), UNEP/SETAC (2008)

No indicador de Diversidade de Gênero, as perguntas foram elaboradas avaliando-se

Igualdade e Oportunidade que se encontra no quadro A.2 (GRIEβHAMMER et al., 2007) e o

Corpo Funcional do IBASE (2005), composto pelo número total de funcionários na empresa,

de acordo com gênero por cargos de chefia, administrativo ou produção, como também o

número de brancos e negros. Para a idade, foi questionado o número de homens e mulheres

por faixa etária: 18 a 20 anos, 20 a 30 anos, 30 a 40 anos, 40 a 50 anos e acima de 50 anos.

Page 45: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

45

Para o indicador Nível de Escolaridade, foi levantado junto à empresa o número de

funcionários por grau de escolaridade. Já os indicadores relacionados à Saúde e Segurança

foram identificados como: notificação de acidentes; pelo número de acidentes com ou sem

afastamento; tipo de lesão e número de doenças ocupacionais. Essas perguntas foram

elaboradas com base no indicador Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho, do quadro

A.2 (GRIEβHAMMER et al., 2007).

As questões referentes ao indicador de Associação Coletiva são: número de

funcionários sindicalizados; total de contratos e reuniões coletivas, que teve como base a

descrição feita pelo grupo da UNEP/SETAC no indicador de Liberdade de Associação e

Negociações Coletivas, que trata dos direitos de todos os empregados de se sindicalizarem e

realizarem reuniões coletivas.

Por meio de entrevistas com professores de áreas relacionadas à responsabilidade

social, foram obtidas informações para construção do indicador de Trabalho Forçado, como

também foram imprescindíveis as informações dos quadros (A.2 e 3). Concluiu-se que para o

trabalho forçado é importante identificar a existência de contrato com o funcionário, se a

carga horária de trabalho corresponde ao que é exigido pela CLT e por fim, identificar se

existe descanso no período de expediente.

No Trabalho Infantil, a UNEP/SETAC propõe avaliar a forma de contratação dos

jovens, conforme estão definidos na OIT. Outro meio de identificação a partir da definição da

CLT no item de “Proteção do trabalho do menor”, em que é aceito o trabalho de menores na

faixa etária entre 14 e 18 anos, na condição de trabalho aprendiz, com carga horária diária de

6 horas em um período de dois anos, não podendo ser prorrogado. Prevê que o menor deve ser

remunerado e deve estar matriculado em uma escola. Desta forma, foram elaboradas questões

sobre o número de menores na empresa, o tipo de contrato e a carga horária.

O segundo questionário (ver apêndice 03) elaborado foi aplicado aos funcionários das

empresas A,B,C,D e E conforme detalhado no Capítulo 4, na figura 5. Por meio dele buscou-

se a confirmação sobre o nível de escolaridade, o tipo de contrato e o descanso diário dos

trabalhadores (quadro 7). As questões elaboradas direcionadas ao trabalhador foram sobre: o

grau de escolaridade; se é contratado/terceirizado ou não possui contrato com a empresa; o

número de horas trabalhadas e horas de descanso; o número de horas de almoço e a existência

de intervalo durante o expediente.

Nas diversas reuniões no Grupo de Avaliação da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da

UTFPR, com a apresentação da proposta de elaboração do questionário, várias sugestões

foram apontadas pelos participantes, como a de utilizar respostas objetivas do tipo SIM/NÃO

Page 46: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

46

para determinados indicadores como saúde e segurança, remuneração e descanso semanal.

Desta forma, pode-se construir o quadro 8 nos quais os indicadores estão apresentados

na primeira coluna e as informações a serem perguntadas estão na segunda coluna. O primeiro

indicador é Saúde e Segurança dentro da Empresa, definido pela UNEP/SETAC como as

medidas de prevenção adotadas pela empresa, que proporcionam um ambiente de trabalho

com boa higiene e prática de segurança, e permite ser medido por dados semi-quantitativos.

Grieβhammer et al. (2007) apresentam no quadro A.2 outras definições do indicador,

no item de Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho, em que avalia a estrutura do

trabalho, o ruído, a fumaça, a poeira, o calor, a insuficiência de energia, as medidas básicas de

organização para sustentar a segurança e saúde no trabalho, entre outros. Tendo em vista a

necessidade dessas informações, elaboraram-se as perguntas relacionadas à existência de

treinamento para conhecimento de riscos, às atividades de simulação em caso de acidentes, às

condições favoráveis para a saúde relacionadas à estrutura física da empresa (ruído, odor,

temperatura, estrutura para proteção de acidentes), ao uso de material de proteção, à

existência de ginástica laboral e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e seus

representantes (quadro 8).

As questões relacionadas ao indicador de Remuneração estão baseadas em

Grieβhammer et al. (2007) no quadro A.2, que possibilitam a verificação do salário e

benefícios e o auxilio para a estabilidade do emprego. Por último, o indicador de Descanso

Semanal, que possibilita identificar existência do descanso no final de semana e os intervalos

no expediente que auxiliam na diminuição da fadiga. Este indicador pode ser encontrado no

quadro A.2 no item de Tempo de Trabalho Adequado (GRIEβHAMMER et al., 2007).

Indicador Dados

Treinamento para conhecimento de riscos

Simulação de acidente Condições favoráveis para saúde Desconforto com ruído Suportável o odor dentro da empresa Agradável a temperatura A estrutura para proteção aos riscos Uso de material para proteção CIPA e Membros / comitê de segurança

Saúde e Segurança

Existe ginástica laboral

Benefícios garantem estabilidade Remuneração Remuneração possibilita estabilidade

Diminui a fadiga Descanso Semanal O descanso diário elimina a fadiga

Quadro 8 – Dados Semi-quantitativos dos Funcionários Fonte: Grieββββhammer et al. (2007), UNEP/SETAC, (2008)

Page 47: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

47

Outra forma de avaliar socialmente uma empresa é por meio da identificação na

satisfação do trabalhador em exercer sua atividade, na Subcategoria da Relação Empresa e

Funcionário. Para analisar o grau de satisfação, foi utilizada a escala de intensidade de 1 a 5

(Lickert), os indicadores relacionados à prática do trabalho (quadro 9), como: Trabalho

Forçado (contrato, horário, descanso, alimentação e higiene); Proteção à Maternidade,

medindo a relação da empresa com a funcionária gestante; Satisfação com o Sindicato e

Associação Coletiva; Diálogo entre Funcionários e a Empresa; Satisfação relacionada à

remuneração e benefícios; e Desenvolvimento da Capacidade (investimento em educação para

os funcionários e formação profissional).

Trabalho Forçado Sindicato e Associação Coletiva Remuneração e benefícios

P1.1 Espaço de alimentação na empresa P3.1 Conversa voluntária P5.1 Remuneração

P1.2 Conteúdo das refeições P3.2 Tempo das reuniões coletivas P5.2 Satisfaz as suas necessidades básicas

P1.3 O banheiro adequado P3.3 Apoio da empresa à negociação P5.3 Benefícios adicionais

P1.4 Material de higiene pessoal P3.4 Resultados das reuniões coletivas P5.4 Política de reajuste de cargos e salários

P1.5 Satisfação com a carga horária P3.5 Atuação do Sindicato P5.5 Valor de seus benefícios

P1.6 Período de descanso P3.6 Ações do Sindicato P5.6 Outros benefícios

P1.7 Cumprimento do contrato P3.7 Diálogo do sindicato funcionário/patrão P5.7 Bem estar para família

Proteção à maternidade Diálogo entre funcionário e empresa Desenvolvimento da capacidade

P2.1 Tratamento com gestantes P4.1 Empresa / funcionários P6.1 Investimento em treinamentos

P2.2 Tempo de dispensa P4.2 Agilidade das respostas P6.2 Conforto para exercer suas atividades

P2.3 Plano de saúde P4.3 Comunicação entre os funcionários P6.3 Investimento capacidade intelectual

P2.4 O tempo para cuidar da criança P4.4 Tempo para trocar informações P6.4 Cursos que a empresa oferece

P2.5 Tratamento em emergência P4.5 Comunicação entre os setores P6.5 Sobre seu horário de trabalho

P2.6 Depois do tempo de licença P4.6 A empresa escuta o funcionário P6.6 Capacitação de suas qualidades

P2.7 Conciliar vida profissional e de mãe P4.7 Acesso as informações/trabalho P6.7 Tempo que tem livre

Quadro 9 – Informações de Satisfação dos Funcionários – Subcategoria Relação Empresa e Funcionário.

3.2.3 Questionário para o Fornecedor

No quadro 10 encontram-se indicadores e os dados elaborados para o questionário (ver

apêndice 04) a ser respondido pelas empresas fornecedoras conforme detalhado no Capítulo 4.

Para medir indicadores sociais entre os fornecedores, optou-se por apresentar o grau

de satisfação do fornecedor em desenvolver o trabalho, em uma escala de 1 a 5. Esses

indicadores foram baseados no estudo do ETHOS (2007) que avalia a “Seleção e parceria

com fornecedores” com: critérios de seleção de fornecedores e apoio ao desenvolvimento de

fornecedores; reclamações e diálogos; respeito a contratos; e o grau de escuta às partes. Da

Page 48: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

48

mesma forma, Grieβhammer et al. (2007) em sua lista de indicadores de sociedade (quadro

A.4), abordam o indicador “Promover ambiente social aos fornecedores e cooperação aos

parceiros”, definido como as medidas tomadas nas empresas, para criar programas sociais e

padrões mínimos do ambiente entre os fornecedores, e sugere que a empresa deve evidenciar

problemas sociais existentes entre as partes interessadas. Com bases nestes estudos o presente

trabalho, desenvolveu as seguintes perguntas para os demais Indicadores relacionados aos

Fornecedores (tabela 10).

Reclamação e diálogo Respeito a contratos

P1.1 Entre as duas empresas P3.1 Grau de satisfação

P1.2 Diálogo nas negociações P3.2 Satisfação sobre pagamento

P1.3 Acessível e eficiente P3.3 Benefícios do contrato

P1.4 Respostas das reclamações P3.4 Cumprimento de prazos do contrato

P1.5 Qualidade da informação P3.5 Clareza da informação

Grau que escuta as partes Apoio e investimentos

P2.1 Escuta e respeita opiniões do fornecedor P4.1 Apóio de forma financeira

P2.2 Negociações entre as partes P4.2 Investimentos em máquinas

P2.3 Negociações de prazos P4.3 Investimento em recursos humanos

P2.4 Mudanças ocorridas P4.4 Divulga o trabalho do fornecedor

P2.5 Reuniões na empresa para o fornecedor P4.5 Apoio que a empresa presta ao fornecedor

Quadro 10 - Informações de Satisfação para Empresa Fornecedora Fonte: elaborado pela autora baseado no ETHOS (2007)

3.2.4 Questionário para o Cliente

Para a Parte Interessada Cliente, o quadro 11 apresenta informações sobre as perguntas

elaboradas, pelo presente estudo, para medir a satisfação do cliente, referente aos indicadores

sobre informações no rótulo, informações de risco e manutenção do produto, baseados no

indicador de “saúde e segurança do consumidor” apresentado pela UNEP (2009) (quadro 3) e

Grieβhammer et al. (2007) no quadro A.5. Este questionário (ver apêndice 05) será aplicado

somente na empresa E conforme detalhado no Capítulo 4.

Page 49: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

49

Informações no rótulo Informações de risco Manutenção do produto

P1.1 Das informações no rótulo do produto P2.1 Possui informação de risco no produto P3.1 Satisfação no atendimento de manutenção

P1.2 Facilidade de leitura P2.2 Legível e de rápida interpretação P3.2 Agilidade da troca e manutenção

P1.3 Conforme procedimentos exigidos P2.3 Necessárias para prevenção de acidente P3.3 Informações no manual sobre manutenção

P1.4 As cores facilitam a leitura P2.4 Soluções em caso de acidentes P3.4 Qualidade da informação

P1.5 Símbolos legíveis e de fácil interpretação P2.5 Informações do manual são satisfatórias P3.5 Qualidade do produto trocado

P1.6 As informações técnicas são suficientes P2.6 Sobre informações de risco no manual P3.6 Qualidade do produto consertado

P1.7 Informação de comunicação com a empresa P2.7 Informações para contato P3.7 Satisfação na manutenção do produto

Quadro 11 – Relação Empresa Cliente. Fonte: Grieββββhammer et al. (2007)

3.2.5 Questionário para a Comunidade Local

Para comunidade local utilizou-se a Subcategoria de Impacto “Condições de Vida

Saudável e Segura” da UNEP (2009) e no indicador de “Segurança e Cuidados na Condição de

Vida Saudável da Comunidade” apresentado Grieβhammer et al. (2007) (quadro A.3),

relacionado aos impactos da atividade de produção da empresa na vizinhança, como a

presença de lixo ao redor do estabelecimento, o ruído e o odor gerados pelas atividades das

empresas. A geração de empregos para a comunidade e a satisfação de ter a empresa como

vizinha. As perguntas foram elaboradas pelo presente estudo, estão relacionadas no quadro 12

abaixo, no questionário 06 do apêndice.

Condições de Vida Saudável e Segurança P1.1 Barulho da empresa P1.2 Odor emitido da atividade produtiva da empresa P1.3 Lixo da empresa no bairro P1.4 Satisfação em ter a empresa como vizinha P1.5 Para o comércio do bairro P1.6 Criação de empregos na comunidade

Quadro 12 – Dados para Comunidade de local Fonte: Grieββββhammer et al. (2007)

Page 50: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

50

3.2.6 Questionário para a Sociedade

Para a análise de dados com a sociedade são verificados os dados sobre: Certidão de

Imposto de Renda, pagamento do INSS e FGTS (quadro 13), referente às empresas

envolvidas no sistema do produto, conforme detalhado na figura 4. Para a coleta dessas

informações são necessários os dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) das

empresas, adquiridos na nota fiscal. Os dados foram confirmados via internet nos órgãos

Receita Federal e Caixa Econômica Federal.

Relação com o Governo sim não

1 - Certidão da Receita Federal

2 - Contribuição Previdenciária - INSS

3 - Fundo de Garantia dos Funcionários - FGTS

Quadro 13 – Dados para o Governo Fonte: IBASE (2005)

3.2.7 Teste Piloto dos Questionários

De acordo com Labes (1998), a fase dos testes preliminares ou pré-testes é de extrema

importância para avaliar, em situação real, o questionário antes de ser distribuído

definitivamente para o público alvo da pesquisa, que for realizada, antes da aplicação do

questionário, foi o teste preliminar com especialistas em Avaliação do Ciclo de Vida e com

trabalhadores relacionados à indústria, a fim de se verificar eventuais erros e coletar sugestões

quanto ao formato e conteúdo (cores utilizadas, distribuição espacial no papel, erros de

ortografia, entre outros). Neste caso, foram escolhidos os participantes do Grupo de Avaliação

da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR como também dez funcionários da empresa

objeto do estudo de caso.

Page 51: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

51

3.3 UNIVERSO E POPULAÇÃO DA PESQUISA

Após a construção dos questionários (ver apêndice) definiu-se o universo a ser

pesquisado e o estabelecimento de critérios para selecionar e definir a amostra da população

que será aplicado os questionários. Para a definição da população, Labes (1998) comenta que

o universo a ser pesquisado precisa ser caracterizado e identificado segundo um ou mais

referenciais, de forma a distingui-lo de um determinado contexto. A isto este autor chama de

população, podendo ser apresentada geograficamente dispersa ou concentrada.

3.4 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS

Após a atualização do questionário, segue-se para a etapa de coleta de dados, em que

empresas são identificadas a partir de um fluxograma baseado no sistema de produto. Neste

caso, o fluxograma utilizado é abordado no Capítulo 4.

Para aplicação do questionário, o primeiro passo foi solicitar uma autorização ao

responsável da empresa, com a especificação do dia e hora para visita. Um dos meios

empregados para a coleta de dados foi ir pessoalmente à empresa, esperando o respondente

terminar de assinalar o questionário, outro foi deixar o questionário com o funcionário e

buscá-lo após o preenchimento. Na comunidade foram entrevistadas as pessoas que moram

mais próximo as empresas. Para os dados de fornecedores, foi enviado por email para o

responsável do setor de RH. Já para a sociedade, os dados foram obtidos por internet. Na Foi

estipulado um calendário e prazos para coleta dos dados. No caso avaliado, o tempo foi de

aproximadamente seis meses, do início de junho até dezembro de 2008.

Page 52: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

52

4 ESTUDO DE CASO

Este capítulo aborda o estudo de caso sobre as etapas da Avaliação Social do Ciclo de

Vida (ASCV) aplicada em um produto desenvolvido e manufaturado por uma microempresa

industrial do ramo automotivo, situada na Região Metropolitana de Curitiba, no Estado do

Paraná. Além das etapas, são apresentados os principais resultados da pesquisa realizada

utilizando como referência alguns dos indicadores abordados nos capítulos anteriores.

4.1 ESCOPO – PRODUTO

4.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência

No primeiro momento, considerando as definições e abordagens sobre a etapa de

definição do Escopo (item 3.1), é necessária a descrição da função, unidade funcional e do

fluxo de referência, que foram definidos respectivamente como: rastrear e bloquear o

caminhão via satélite; bloquear e rastrear um caminhão no período de 20 anos; e 1 (um)

produto para bloquear e rastrear 1 (um) caminhão.

4.1.2 Sistema do Produto

Para facilitar a coleta de dados, considerou-se-se apenas os fornecedores diretos. Para

melhor compreensão do processo de produção do produto, apresenta-se o fluxograma na

figura 4, contendo os componentes do produto e as etapas de fabricação e respectivas

empresas que executam o processo.

Page 53: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

53

FIGURA 4 - Fluxograma do Produto

Fonte: Elaborada pela Autora

Page 54: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

54

Na figura 4, pode-se identificar os componentes que compõe o produto, tais como:

suporte, peça superior, mangueira, válvula, conexão e chicote. O suporte é um componente

construído para fixar o produto junto ao caminhão, enquanto o a peça superior encaixa a

válvula e as placas elétricas. A mangueira é por onde o óleo do combustível passa. A válvula

é composta pelo componente em alumínio e uma válvula solenóide acoplada, tendo abertura

para a conexão que faz a conexão entre a válvula e a mangueira para a saída de óleo. Por

último, o chicote inclui o conjunto de fios que faz conexão com a placa elétrica.

A empresa (A) desenvolve o produto e elabora o projeto de fabricação, para

constituição de cada componente (figura 4). Toda a fabricação é terceirizada para outras

empresas, encaminhado o desenho e o pedido de fabricação aos fornecedores. Cada um dos

processos é executado por empresas diferentes: fabrica o molde (ferramentaria), a fundição

das peças, usinagem, corte a laser, e assim por diante.

O fluxograma apresenta outras empresas identificadas por meio de componentes na

figura 4, tais como: a empresa que fabrica a embalagem do produto, a gráfica que elabora a

etiqueta, a empresa que fornece as porcas e parafusos e a empresa que constrói a faca para

fabricação da junta, tendo a função de ligamento das peças.

Por fim, as peças retornam para a empresa (A) que realiza a montagem e todos os

testes de funcionamento, para, em seguida, ser encaminhado à empresa cliente que distribui o

produto e realiza a prestação de serviço.

Tendo em vista que o fluxograma de processo (figura 4) identifica um grande número

de processos que corresponde a empresas diferentes e que para realizar a avaliação do estudo

é necessário limitar o sistema do produto. Weidema (2005) comenta sobre a necessidade de

aplicar uma regra de corte, para a exclusão de etapas do ciclo de vida de processos em

entradas ou produção. No estudo de Corrêa e Ugaya (2008) realizou-se a comparação entre o

critério de corte por massa e horas trabalhadas com os dados deste estudo e com as

preconizações da ISO 14044 (2006), nos quais vários critérios são utilizados para decidir

quais entradas devem ser estudadas. Embora, os critérios sugeridos pela norma são: massa;

energia ou relevância ambiental, para ASCV o critério sugerido pela UNEP/SETAC utiliza-se

as horas trabalhadas (UNEP, 2009).

Os dados de massa do produto e número de horas de trabalho encontram-se na tabela

1. Na primeira coluna, estão listados todos os processos ou empresas. As peças estão

nomeadas na segunda coluna. A terceira coluna está relacionada à unidade de peças que

compõe um único produto. Já a quarta coluna, faz referência a massa (gramas) por unidade de

peças, no final a somatória de 1035 gramas por produto. A massa do molde de aço tem peso

Page 55: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

55

aproximado de 15 kg. Considerou-se que cada molde permite a produção de 1000 peças.

Desta forma por produto, necessita-se de 15 kg. Deste total foi retirado o percentual utilizado

para cada peça (quinta coluna). Na coluna seguinte apresenta-se o tempo em minutos,

necessários para fabricação de cada peça, o que totalizou 75 minutos para fabricação de um

produto. Na última coluna, o percentual de horas de trabalho.

Tabela 1 - Massa e Horas Trabalhadas por Peça

Fonte: Corrêa e Ugaya (2008)

Foram assinaladas as filas e colunas em tons de cinza (sombreados), demonstrando os

processos que estão acima de 10%, tanto de massa como horas trabalhadas. De acordo com

Corrêa e Ugaya (2008) percebe-se que a diferença entre estes dois critérios é que no primeiro,

o processo de corte a laser é relevante para a coleta de dados, enquanto para as horas

trabalhadas, a produção de chicote passa a ser relevante. Em ambos os casos, contudo faz-se

necessário coletar dados das empresas de fundição, usinagem e da produção de válvula. Pode-

se perceber que o critério de corte utilizado influencia na coleta de dados.

Tendo em vista que a metodologia ASCV propõe o uso de horas trabalhadas para

critério de corte, optou-se por utilizar na coleta de dados, deste estudo de caso somente os

processos selecionados conforme a tabela 1, de horas trabalhadas.

Page 56: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

56

Esses processos correspondem a diferentes empresas. Desta forma foram identificados

os fornecedores e o consumidor, e classificados em ordem alfabética no fluxograma definitivo

na figura 5.

Figura 5 - Fluxograma do Produto Definitivo Fonte: Elaborado pela Autora.

A empresa (A) desenvolve o design do produto, a pedido da empresa cliente que

realiza o serviço de rastreamento do caminhão pelo software. Após o desenvolvimento do

projeto, os desenhos foram encaminhados para os fornecedores: empresa (B) que faz a

fundição das peças; empresa (C) que usina a conexão e os componentes que saíram da

fundição; a empresa (D) fabrica a válvula solenóide. Todos os componentes retornam para a

empresa (A) para a montagem, onde é fabricado o chicote e acoplado das peças. Após os

testes de funcionamento segue para a empresa (E) cliente, que é responsável pela distribuição

do produto.

Page 57: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

57

4.1.3 Requisitos e Qualidade dos Dados

Conforme descrito no item 3.1, os requisitos da qualidade dos dados do presente

estudo de caso são, a cobertura temporal que corresponde aproximadamente seis meses de

coleta de dados, de junho de 2008 até dezembro de 2008. O escopo geográfico que é

localizado as empresas selecionadas e abrange o Estado do Paraná e Estado de São Paulo. A

delimitação da região facilita a visualização dos locais para coleta de dados e a identificação

da comunidade local ao redor das partes interessadas. A cobertura tecnológica corresponde à

tecnologia utilizada nas empresas.

4.2 INVENTÁRIO

Como já mencionado, o inventário corresponde à coleta e análise dos dados. Para tanto

apresenta-se neste item a etapa de Análise dos Dados que foram coletados por meio dos

questionários apresentado no apêndice e desenvolvidos em todo o item 3.2.

Neste estudo de caso, o universo da pesquisa é representado pelas empresas

selecionadas, conforme fluxograma definitivo (figura 5). A população é concentrada,

delimitada pelo número total de funcionários de cada empresa.

No total foram 145 questionários respondidos envolvendo todas as partes interessadas,

dos quais, 125 foram respondidos pelos funcionários das cinco empresas selecionadas (figura

5). Cinco questionários (dados dos funcionários) contendo informações quantitativas

apresentados no questionário no apêndice 03 foram respondidos por funcionários

responsáveis pelo setor de recursos humanos das cinco empresas. Quatro questionários,

referente ao apêndice 04, foram aplicados nas empresas (B,C,D) sobre relação entre

fornecedores e a empresa (A), respondidos por um funcionário do departamento financeiro ou

administrativo. O questionário no apêndice 05 foi aplicado na empresa (E), sobre a relação

entre a empresa cliente e a empresa (A) que desenvolve o produto, sendo respondido por um

funcionário do departamento comercial.

Para a comunidade foram entrevistadas dez pessoas, respondendo às informações do

quadro 12 (ver questionário no apêndice 06), considerando duas pessoas vizinhas de cada

Page 58: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

58

empresa (A,B,C,D,E). Para sociedade, o levantamento de dados foi via internet, no qual pode

ser verificado no questionário apresentado no apêndice 07.

Importante mencionar que somente na empresa D, que possui um total de cento e

trinta (130) funcionários (gráfico 1), foram respondidos somente oitenta e cinco (85)

questionários, não atingindo 100% do número de funcionários. Nas demais empresas o

questionário foi aplicado com todos os funcionários.

4.2.1 Resultado dos Dados Quantitativos dos Funcionários

Os dados dos funcionários foram coletados tanto na empresa quanto com os próprios

funcionários, apresentados na tabela 2 para a tabulação dos dados quantitativos.

Tabela 2 - Dados de Diversidade e Nível de Escolaridade dos Funcionários

Indicadores Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Total de Funcionários 22 15 8 130 15 Feminino / Masculino F M F M F M F M F M

Funcionários por gênero 14 8 5 10 1 7 38 92 6 9 Chefia 2 3 1 2 1 1 2 4 0 2

Administrativo 1 4 4 2 0 0 15 20 6 7

Div

ersi

dad

e

Produção 11 1 0 6 0 6 21 68 0 0 1º grau incompleto 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1º grau completo 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0

2º grau incompleto 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 2º grau completo 5 2 3 8 1 3 25 70 1 1 N

ível

de

Esc

ola

rid

ade

3º grau cursando/ completo 2 3 2 2 0 0 13 21 5 8 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador de diversidade, não houve respostas para os dados sobre idade e cor

da pele dos funcionários.

A tabela 3, apresenta os dados quantitativos que foram respondidos por um

responsável do recursos humanos da empresa, sendo que não houve resposta para os dados

referentes aos indicadores de saúde e segurança acerca da doença ocupacional e tipo de lesão,

por isso não se encontram na tabela 3. Destes dados, contidos na tabela 3, foram respondidos

pelos funcionários somente os dados sobre o indicador de tipo de contrato, carga horária e

descanso diário, como pode ser verificado no questionário no apêndice 01.

Page 59: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

59

Tabela 3 - Forma de Tabulação dos Dados Quantitativos

INDICADORES FUNCIONÁRIOS EMPRESAS - CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Identificação das empresas A A B B C C D D E E

Total de funcionários 22 100% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%

Nº contratados 22 100% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%

Nº terceirizados 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% Tipo de contrato

Nº sem contrato 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

Associação Nº sindicalizados 22 100% 15 100% 0 0% 91 70% 15 100%

Menor aprendiz 0 0% 0 0% 1 13% 0 0% 0 0% Trabalho infantil

Menor sem contrato 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

Período de 22 horas por semana

3 14% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

Período de 44 horas por semana

19 86% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%

Horário do menor 0 0 44 0 0

Horas extras por semana 0 1 0 3 2

Carga horária

horário noturno 0 0 0 0 0

Almoço em minutos 60 60 60 60 60 Descanso diário

Intervalo em minutos 20 10 15 20 15

Nº reuniões coletivas 0 0 0 2 1 Associação coletiva Nº contratos nas reuniões 0 0 0 2 1

Notificação de acidentes 2 5 4 5 0

Nº de acidentes c/afastamento 0 0 0 1 0

Saúde e segurança/ acidente no

trabalho Nº de acidentes s/afastamento 2 5 4 4 0

Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Quanto ao número total de funcionários, nota-se que a empresa (D) possui maior

número de funcionários, sendo responsável por 68% dos funcionários por todo o ciclo de

vida, enquanto a empresa (C) representa o menor número de empregos com 4% do total de

funcionários (gráfico 1).

Page 60: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

60

-10

10

30

50

70

90

110

130

Empresas

Func

ioná

rios

Total de funcionários 22 15 8 130 15

A B C D E

Gráfico 1- Total de Funcionários no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para análise do indicador Diversidade por Gênero, o gráfico 2 apresenta o número de

mulheres e homens por empresas no ciclo de vida. Percebe-se que a empresa A possui maior

número de mulheres em relação aos homens, com 64% de mulheres para 36% de homens em

seu corpo funcional. Já a empresa C possui o menor percentual, 12% de mulheres para 88%

de homens em seu total de funcionários. A empresa A trabalha com funcionários no setor

administrativo e na produção não se utiliza processo mecânico, ao contrário da empresa C do

ramo de usinagem, que não enquadra mulheres nos processos de fabricação. Conclui-se que

em todo o ciclo de vida, 66% das pessoas são do sexo masculino, enquanto 34% do sexo

feminino. Portanto, empregam-se mais funcionários do sexo masculino para fabricação do

produto.

Page 61: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

61

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Empresas

MULHERES 64% 33% 12% 29% 40%

HOMENS 36% 67% 88% 71% 60%

A B C D E

Gráfico 2 - Diversidade por Gênero no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Dando continuidade a diversidade de gênero, nota-se no gráfico 3 a relação entre

homens e mulheres por cargo nas empresas, separados por áreas de atuação da produção,

administrativo e chefia.

Na produção, as empresas B e C não possuem mulheres, tendo em vista que estas

atividades de produção exigem maior força do operador. Por outro lado, a empresa E não

possui setor de produção, somente presta serviço de monitoramento do caminhão,

apresentando 40% de mulheres.

Pode-se notar uma grande diferença encontrada na empresa A, que possui maior

número de mulheres na produção, pois se trata da linha de montagem do produto e fabricação

do chicote. No setor administrativo há um menor percentual de mulheres em relação aos

homens, indica que os cargos com maior poder de decisão são ocupados por homens.

Já na empresa C não existe o setor administrativo, não tendo sido identificado

funcionários em ambos os sexos.

No setor de chefia não foram identificadas mulheres na empresa E, enquanto que na

empresa C a relação é proporcional, pois a única mulher é sócia da empresa. Pode-se perceber

que nas empresas A, B e D sempre há mais homens que mulheres ocupando os cargos de

chefia.

Ao se considerar todo o ciclo de vida e verificar o percentual de homens e mulheres

entre os setores: 17% das mulheres trabalham no setor de produção, enquanto 47% são

Page 62: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

62

homens. No setor administrativo 14% são mulheres para 17% de homens. Já para cargos de

chefia o percentual é de 3 % para mulheres enquanto que 6% são compostos por homens.

Percebe-se que existe um índice maior de mulheres no setor administrativo, já no setor de

produção e os cargos de chefia, predominam os funcionários do sexo masculino.

0%

10%

20%

30%

40%

50%60%

70%

80%

90%

100%

Empresas

Fun

cion

ário

s

Produção 11 1 0 6 0 6 21 68 0 0

Administrativo 1 4 4 2 0 0 15 20 6 7

Chefia 2 3 1 2 1 1 2 4 0 2

Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens

Gráfico 3 - Diversidade por Cargo no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No gráfico 4, apresenta-se o nível de escolaridade dos funcionários em cada empresa,

divididos em: 3º grau (cursando, completo ou com ensino superior), 2º grau completo ou

incompleto (ensino médio), 1º grau completo ou incompleto (ensino fundamental).

Foi observado o maior percentual possuindo o 2º grau completo com 66% dos

funcionários, destes 33% são mulheres e 67% são homens. O número de funcionários com 3º

grau (completo/cursando) corresponde a 29% dos funcionários, dos quais 39% são mulheres e

61% são homens.

Em seguida, 2% dos funcionários possuem o 2º grau incompleto, 2%, 1º grau

completo e com o 1º grau incompleto, 1%, todos do sexo masculino nas empresas A e C.

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E

Page 63: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

63

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Empresas

Qua

ntid

ade

de p

esso

as

3º grau cursando/ completo 2 3 2 2 0 0 13 21 5 8

2º grau completo 12 2 3 8 1 3 25 70 1 1

2º grau incompleto 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0

1º grau completo 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0

1º grau incompleto 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0

Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens

Gráfico 4 - Nível de Escolaridade no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Somente obtiveram-se informações sobre número de acidentes ao ano, com

afastamento e sem afastamento, conforme apresentado no gráfico 5.

0

1

2

3

4

5

Empresas

Notificação de acidentes 2 5 4 5 0

Nº c/afastamento 0 0 0 1 0

Nº s/afastamento 2 5 4 4 0

A B C D E

Gráfico 5 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Empresa B Empresa A Empresa C Empresa D Empresa E

Page 64: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

64

Constatou-se que a empresa D possuiu uma pessoa afastada por motivo de acidente, e

quatro casos de acidentes sem afastamento, enquanto a empresa B computou cinco acidentes

sem afastamento. Em contra partida, na empresa E não foi constatada nenhuma notificação de

acidentes. Observou-se que as empresas que possuem atividades com maiores riscos são: a

empresa B de fundição e a empresa D de ferramentaria.

Para identificação de saúde e segurança, os dados de doença ocupacional e tipo de

lesão não foram respondidos pelas empresas, portanto não estão apresentados.

No indicador de associação coletiva, os dados de funcionários sindicalizados

encontram-se no gráfico 6, em que as empresas A, B, E possuem 100% de todos os

funcionários sindicalizados. Já a empresa D apresenta 70% e a empresa C não possui nenhum

funcionário associado a um sindicato.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Empresas

Nº sindicalizados 100% 100% 0% 70% 100%

A B C D E

Gráfico 6 - Funcionários Sindicalizados no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

O gráfico 7 apresenta a identificação de reuniões coletivas entre os funcionários e o

número de contratos assinados nas reuniões, sendo que somente duas empresas apresentaram

reuniões, a empresa D com duas reuniões e dois contratos e a empresa E com uma reunião e

um contrato, ambas no período de um ano.

Page 65: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

65

0

0,5

1

1,5

2

Nº reuniões coletivas 0 0 0 2 1

Nº contratos / reuniões 0 0 0 2 1

A B C D E

Gráfico 7 - Reuniões Coletivas e Contratos no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para identificação de trabalho forçado, o gráfico 8 apresenta o tipo de contrato que as

empresas empregam os funcionários.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Empresas

Fun

cion

ário

s

Nº contratados 100% 100% 100% 93% 100%

Nº terceirizados 0% 0% 0% 7% 0%

Nº sem contrato 0% 0% 0% 0% 0%

A B C D E

Gráfico 8 - Tipo de Contrato no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Page 66: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

66

Constatou-se que todas as empresas possuem contrato de trabalho com seus

funcionários e que, somente na empresa D, 7% dos empregados são contratados como

terceirizados.

A identificação de carga horária é apresentada no gráfico 9, sendo que o limite de

horas para funcionários de empresas do ramo metalúrgico é de 44 horas semanais e 22 horas

semanais para meio-período. Desta forma, os dados apontam que a empresa A possui 14%

dos seus funcionários, em regime de meio período, no setor administrativo. O restante das

empresas mantém seus funcionários em regime de 44 horas semanais.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

22 horas por semana 14% 0% 0% 0% 0%

44 horas por semana 86% 100% 100% 100% 100%

A B C D E

Gráfico 9 - Carga Horária no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador de Horas Extras foram coletados dados para a quantidade de horas

extras realizadas na semana, indicado no gráfico 10. Nota-se que a empresa D realiza, em

média, três horas por semana a mais que o expediente normal, a empresa E com duas horas e

a empresa B com uma hora por semana. Esses dados não ultrapassam o limite estabelecido

pela CLT, no artigo 59, em que não se pode ultrapassar duas horas extras por dia por

trabalhador.

Page 67: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

67

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Empresas

Hor

as

Horas extras por semana 0 1 0 3 2

A B C D E

Gráfico 10 - Horas Extras no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador Período de Descanso, como horário de almoço e intervalo no

expediente, o gráfico 11 apresenta os dados coletados. O exigido na CLT é o horário de

almoço com o mínimo de uma hora por dia, podendo variar em caso de acordo coletivo.

0

10

20

30

40

50

60

Min

utos

Almoço 60 60 60 60 60

Intervalo 20 10 15 20 15

A B C D E

Gráfico 11 - Período de Descanso no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Page 68: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

68

Os dados apontam que todas as empresas estão cumprindo o que é exigido por lei, ou

seja, 60 minutos de almoço. O intervalo no expediente para as indústrias metalúrgicas não é

exigência da CLT, mas foram identificados nas empresas A e D vinte minutos de intervalo, na

empresa C, 15 minutos. Já a empresa B possibilita aos funcionários somente 10 minutos de

intervalo no expediente.

Não houve identificação de expediente no período noturno. Como se pode perceber,

com a análise de tipo de contrato, carga horária e período de descanso não há índice de

trabalho forçado, atendendo ao que é exigido pela CLT. Portanto, a pesquisa constatou que

não há indícios de trabalho forçado nos departamentos de trabalho das empresas envolvidas

no ciclo de vida do produto.

Para o indicador de Trabalho Infantil, foi identificado apenas um menor com 17 anos

de idade na empresa C. Apesar de trabalhar com carteira assinada, o regime de trabalho é de

44 horas semanais, ultrapassando o limite estabelecido pela CLT. Tendo em vista que no

artigo 442, estabelece-se um período de 6 horas diárias para o trabalhador aprendiz entre 14 a

18 anos de idade. O contrato, neste caso, deve ser de aprendiz, registrado por órgão

competente e não pode ultrapassar um período de dois anos. Desta forma, percebe-se indícios

de irregularidade e tendência ao Trabalho Forçado pelo excesso de horas trabalhadas por

menor aprendiz.

Para o indicador de saúde e segurança, as questões foram realizadas com os

funcionários, sendo as respostas obtidas como SIM estão apresentados no gráfico 12. Acima

de 90% dos funcionários das empresas C, D e E confirmaram a existência de temperatura

agradável no local de trabalho. Sobre o odor, somente as empresas D e E confirmam com

90% das respostas que o odor é suportável e agradável no local de trabalho.

Page 69: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

69

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Empresas

Res

post

as

Existe ginástica laboral 0% 0% 0% 100% 0%

Existe CIPA 0% 0% 0% 100% 0%

M embro da CIPA 0% 0% 0% 100% 0%

Comitê de segurança 0% 0% 0% 100% 0%

A estrutura de pro teção 73% 67% 75% 95% 81%

Uso de material para proteção 73% 93% 88% 94% 98%

A B C D E

Gráfico 12 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto.

Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Em relação ao desconforto devido ao ruídos, 57% dos funcionários na empresa D

confirmaram a existência do incômodo. Em condições favoráveis para a saúde, as empresas C

e E atingiram um percentual de respostas afirmativas acima de 90%. Além disso, 77% dos

funcionários da empresa E, 81% na empresa D, 33% dos funcionários da empresa B

confirmaram atividades de simulação para acidentes. Na identificação de treinamento para

conhecimento de riscos somente as empresas B, D e E atingiram 100% das respostas “sim”.

Sobre o uso de material para proteção dos funcionários (gráfico 13) nas empresas B, D

e E mais de 90% dos funcionários confirmaram serem fornecidos os materiais de proteção,

enquanto na estrutura de proteção o melhor resultado encontra-se na empresa D com 95% de

respostas “sim”. Quanto á existência da CIPA e de atividade de ginástica na empresa, somente

houve confirmação pelos funcionários da empresa D. Nas demais empresas não foram

identificadas nenhuma dessas atividades.

Page 70: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

70

Gráfico 13 - Continuação do Indicador de Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador Descanso Semanal (gráfico 14) foi perguntado se o descanso no

horário do expediente diminui a fadiga, sendo que somente as empresas A e E atingiram mais

de 90% das respostas afirmativas. Para o descanso semanal, as empresas A e C tiveram mais

de 90% de respostas “sim”.

Para remuneração, a empresa C atingiu maior valor, 100% dos funcionários

confirmaram que a remuneração e os benefícios garantem a estabilidade. A empresa E atingiu

95% na confirmação favorável aos benefícios, contudo a empresa B apresenta taxas bem

menores neste quesito.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

110%

Empresas

Res

post

as S

IM

Treinamento para conhecimento de riscos 0% 100% 0% 100% 100%

Simulação de acidente 0% 33% 0% 81% 77%

Condições favoráveis para saúde 73% 53% 100% 84% 97%

Desconforto com ruído 27% 33% 25% 57% 8%

Suportável o odor dentro da empresa 86% 40% 63% 95% 96%

Agradável a temperatura 59% 33% 100% 93% 98%

A B C D E

Page 71: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

71

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Empresas

Res

post

as

Benefícios garante estabilidade 45% 47% 100% 85% 95%

Remuneração possibilita estabilidade 68% 67% 100% 86% 77%

O descanso semanal diminui a fadiga 100% 87% 100% 84% 77%

O descanso no expediente elimina a fadiga 100% 80% 75% 72% 96%

A B C D E

Gráfico 14 - Descanso Semanal e Remuneração no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

4.2.2 Resultado dos Dados Semi-Quantitativos Subcategoria Relação Empresa e Funcionário

Os dados semi-quantitativos foram avaliados por meio da escala de intensidade de 1 a

5. A satisfação dos funcionários foi avaliada com o cálculo da média e desvio padrão para

cada questão, sendo considerado que as médias com nota 1 corresponde a muito insatisfeito,

com valor 2 a insatisfeito, a média 3 significa neutro (nem satisfeito nem insatisfeito), com o

valor 4 satisfeito e a média com nota 5 corresponde a muito satisfeito.

4.2.2.1 Resultado para o Indicador de Trabalho Forçado

As perguntas estão listadas na tabela 4 por número na primeira coluna, e pode-se

confirmar sua descrição no quadro 9. Para os indicadores de Satisfação dos Funcionários,

relacionados aos dados de trabalho forçado da UNEP/SETAC e por Grieβhammer et al.

(2007).

Page 72: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

72

A pergunta com maior média (4,94) foi “espaço de alimentação na empresa”

identificada na empresa D. Já com a menor média (3) foi “cumprimento do contrato”

identificado pela empresa C.

A análise constatou que a empresa D possui maior média entre as demais, em todas as

perguntas, seguida pela empresa A e depois C. Pode-se observar que os funcionários com

maior média de satisfação, estão nas empresas A e D, no entanto, a empresa A possui um

desvio padrão menor (1,00) que a empresa D (0,57), demonstrando que os funcionários da

empresa A diferem mais de opinião enquanto os da empresa D apresentam opiniões, com

menor variação. Já a empresa C além de possuir menor média entre as duas apresenta o desvio

padrão de (0,72), demonstrando maior divergência de opiniões entre os funcionários que a D,

porém menor que a A.

As empresas B e E apresentam média geral abaixo de 4 e muito próximos (3,81) e

(3,82). Neste caso, o que diferencia é o desvio padrão, a empresa E apresenta o maior desvio

padrão (0,65) enquanto a empresa B (0,57), demonstrando que a empresa B possui uma

variação menor entre as respostas dos funcionários.

Pode-se concluir que, no ciclo de vida os funcionários mais satisfeitos em média neste

indicador estão na empresa D.

Tabela 4 - Dados do Indicador de Trabalho Forçado para os Funcionários no Ciclo de Vida do Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P1.1 4,14 0,85 3,87 0,34 4,12 0,64 4,94 0,22 4,06 0,24 4,03

P1.2 4,52 0,6 3,18 0,54 4,12 0,35 4,86 0,34 3,16 0,39 3,64

P1.3 4,28 0,95 3,25 0,57 4,12 0,35 4,8 0,39 3,18 0,45 3,53

P1.4 4,33 0,85 4 0,36 4,25 0,46 4,76 0,42 4,04 0,2 4,13

P1.5 4,09 0,88 4,18 0,54 4,5 0,53 4,83 0,37 4,11 0,32 4,20

P1.6 4,28 0,56 4,06 0,25 4,25 0,46 4,9 0,29 4,09 0,3 4,16

P1.7 3,19 1,53 4,12 0,34 3 1,06 4,13 0,34 4,11 0,32 3,71

Média (DP) Geral 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65) 4,11 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para verificar a satisfação dos funcionários do indicador de Trabalho Forçado, foi

calculada a média das médias na 7 coluna da tabela 4. Percebe-se que as perguntas que

atingiram médias superiores a 4 foram sobre: o espaço de alimentação, material de higiene,

satisfação com a carga horária e sobre o período de descanso. Relacionadas ao conteúdo das

refeições, banheiro e cumprimento do contrato pela a empresa, atingiram médias próximo a

Page 73: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

73

3,5 significa que os funcionários no geral, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos em

relação a essas questões.

Os funcionários indicam que não há trabalho forçado no ciclo de vida, o valor de 4,11

encontra-se na tabela 4 (7 coluna e 9 linha).

4.2.2.2 Resultado para o Indicador de Proteção a Maternidade

Em relação ao indicador de Proteção a Maternidade (tabela 5), é importante realçar

que as perguntas foram respondidas por funcionários do sexo feminino. A empresa C não

possui nenhuma funcionária, desta forma na tabela 5 não existe pontuação para as questões

nesta empresa e não está sendo considerado para cálculo das médias e desvio padrão.

Tabela 5 - Dados do Indicador de Proteção a Maternidade para as Funcionárias no Ciclo de Vida do

Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P2.1 3,72 0,95 4,25 0,77 - - 4,28 0,45 4,69 0,63 4,25 P2.2 3,5 1,04 3,87 0,8 - - 4,3 0,5 4,53 0,77 4,05

P2.3 1,38 0,91 3,87 0,5 - - 4,27 0,52 4,46 0,87 3,49

P2.4 3 0,97 3,81 0,4 - - 4,33 0,47 4,76 0,43 3,97

P2.5 2,5 1,33 4 0,81 - - 4,28 0,49 4,78 0,59 3,89 P2.6 3,61 0,91 4,43 0,62 - - 4,27 0,45 4,8 0,43 4,27

P2.7 3,8 0,78 3,93 0,57 - - 4,18 0,39 3,76 0,43 3,91

Média (DP) Geral 3,07 (1,27) 4,02 (0,67) - 4,28 (0,47) 4,53 (0,68) 3,97 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No indicador de Proteção a maternidade encontra-se na tabela 5, a pergunta (P 2.6)

com maior média 4,8 na empresa E, significa que as funcionárias estão satisfeitas em relação

ao tratamento da empresa após as funcionárias retornarem da licença maternidade. A menor

média de 1,38 foi na pergunta (P 2.3), em que as funcionárias da empresa A estão muito

insatisfeitas com a pergunta sobre o plano de saúde.

A média geral de todas as perguntas foi calculada para cada empresa, sendo que a

empresa E possui maior média entre todas as empresas, com valor médio de 4,53 e o desvio

padrão (0,65), apontando na satisfação das funcionárias neste indicador e o desvio padrão

Page 74: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

74

representa pouca variação entre as respostas das funcionárias. Na empresa E, a única pergunta

com média menor do que 4 é sobre a satisfação da funcionária em conciliar a vida profissional

e de mãe, atingindo uma média de 3,76 e com pouca variação entre as respostas, considerando

o desvio padrão (0,43).

As empresas B e D apresentaram médias um pouco menor que a empresa E, entre 4 a

4,3. A empresa B com média 4,02 (0,57) e a D com média 4,28 (0,52). Percebe-se que na

empresa B as funcionárias estão em geral satisfeitas com o indicador. Já a empresa D existe

maior satisfação entre as funcionárias relacionada a proteção à maternidade e o desvio padrão

demonstra pouca variação de opinião, em comparação com a empresa B.

A empresa A possui menor média (3,07) entre todas as empresas e o maior desvio

padrão (1,27), apontando para uma insatisfação das funcionárias da empresa A em relação à

proteção com a maternidade. Porém, nota-se uma significativa variação entre as notas das

respondentes, representado pelo valor do desvio padrão.

Na tabela 5 (coluna 7) apresenta-se o resultado dos cálculos das médias de cada

pergunta por todo o ciclo de vida do produto, considerando todas as empresas. Desta forma,

percebem-se as perguntas com maior grau de satisfação, com médias acima de 4 estão as

questões sobre a satisfação da funcionária com o tratamento da empresa em relação a

gestante, o tempo que a funcionária é dispensada para atender as necessidades e o tratamento

da empresa após o retorno da licença maternidade.

As questões sobre o plano de saúde, atendimento em caso de emergência, o tempo que

a funcionária possui para cuidados com seu filho e a satisfação em conciliar a vida

profissional e de mãe atingiram médias entre 3,5 e 3,9 representando que as funcionárias não

estão nem satisfeitas nem insatisfeitas com essas perguntas.

A média geral do resultado de todas as empresas, obtida para o indicador de proteção à

maternidade, atingiu um valor de 3,97. Isso significa um valor regular, ou seja, no final do

ciclo de vida as funcionárias não estão, nem satisfeitas nem insatisfeitas, neste indicador.

Page 75: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

75

4.2.2.3 Resultado para o Indicador de Sindicato e Associação Coletiva

No indicador de Sindicato e Associação Coletiva (tabela 6) a pergunta que atingiu

maior média é sobre a atuação do sindicato na empresa, com média 4,87 constatada na

empresa D. O diálogo que o sindicato realiza com os funcionários e o patrão, apresentou a

menor média 1,2 e baixo desvio padrão (0,6), apontando muita insatisfação e pouca variação

da opinião dos funcionários.

Tabela 6 - Dados do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva para os Funcionários no Ciclo de Vida

do Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P3.1 3,71 1,18 2,87 1,2 2,5 1,19 3,19 0,4 3,07 0,64 3,06

P3.2 2,85 1,52 2,5 0,96 1,25 0,7 2,85 0,91 3,38 0,65 2,56

P3.3 2,57 1,56 1,93 1,18 1,25 0,7 2,72 0,64 3,23 0,72 2,34

P3.4 2,52 1,56 2,68 1,57 1,28 0,9 4,4 0,49 4,84 0,37 3,13

P3.5 2,04 1,24 1,75 1,18 1,25 0,7 4,87 0,33 4,61 0,5 2,9

P3.6 2,04 1,32 3,75 0,68 1,30 0,8 1,83 1,07 1,92 0,75 2,15

P3.7 2,14 1,38 2,43 0,96 1,2 0,6 1,68 0,46 1,92 0,27 1,88

Média (DP) Geral 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21) 2,57 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para média geral de todas as perguntas por empresa, a análise constatou que todas as

empresas estão com médias abaixo de 4, conforme se percebe na tabela 6, sendo que as

empresas D e E possuem médias mais significativas entre as outras, empresa D 3,08 (1,29), já

a empresa E 3,28 (1,21), esses dados representam um resultado neutro, em que os

funcionários não estão, nem satisfeitos nem insatisfeitos com relação ao sindicato e

associação coletiva, porém o desvio padrão denota uma grande variação na opinião dos

respondentes.

No entanto, as empresas A, B e C tiveram valores abaixo de (3), o que indica que os

funcionários estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos. Os funcionários das empresas A e B

estão insatisfeitos com a atuação do sindicato e associação coletiva nas empresas, destacando-

se a empresa C, com uma média 1,42 (0,87), com muita insatisfação.

Por meio da média das questões, constatou por todo o ciclo de vida (7 coluna) que a

questão (P 3.7) possui a pior média (1,88) os funcionários estão muito insatisfeitos em relação

Page 76: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

76

ao diálogo que o sindicato proporciona aos funcionários e empresa. Para insatisfação dos

funcionários são apontadas as questões sobre o tempo da reunião, negociações, atuação e ação

do sindicato. Somente as questões acerca das conversa voluntária e resultados das reuniões

atingiram médias entre 3 e 3,2 representando uma opinião neutra (nem satisfeitos nem

insatisfeitos).

O valor que representa o indicador de Sindicato e Associação Coletiva por todo o ciclo

de vida foi formulado por meio do cálculo das médias gerais das empresas. A análise aponta

uma média 2,57 significa que a parte funcionário se encontra insatisfeito com o indicador.

4.2.2.4 Resultado para o Indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa

O resultado da análise (tabela 7) do indicador de Diálogo entre Funcionário e a

empresa, aponta a questão P 4.6 e P 4.7 com a maior média 4,37 na empresa C, o que indica

que os funcionários se sentem satisfeitos com o grau que a empresa escuta sua opinião e o

acesso de informações sobre suas atividades. Porém, com menor média (1,27), é relacionada à

questão (P 4.1), sendo que os funcionários da empresa D estão muito insatisfeitos com o

diálogo entre os funcionários e a empresa.

Tabela 7 - Dados do Indicador Diálogo entre Funcionário e a Empresa no Ciclo de Vida do Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P4.1 3,04 1,39 2,62 0,71 3,87 0,64 1,27 0,57 1,84 0,55 2,52

P4.2 2,9 1,41 3,43 0,51 4 0,75 3,07 0,25 3,3 0,48 3,34

P4.3 3,33 1,31 3,06 0,25 3,75 1,16 4,09 0,28 4,15 0,37 3,67

P4.4 3,61 1,28 2,43 0,62 3,87 0,83 2,73 1,32 4,15 0,37 3,35

P4.5 3,47 1,36 3,43 0,62 3,87 0,64 3,14 0,56 3,46 0,51 3,47

P4.6 2,85 1,45 2,43 0,51 4,37 0,74 3,16 0,41 3,38 0,5 3,23

P4.7 2,85 1,31 2,5 0,51 4,37 0,51 2,31 0,79 2,76 0,72 2,95

Média (DP) Geral 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90) 3,22 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para média geral do indicador entre as empresas, a análise demonstra a empresa C

como a única que atingiu a média 4 (0,77) indicando uma satisfação dos funcionários em

Page 77: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

77

relação ao diálogo entre as partes, nota-se que o desvio padrão aproxima-se de 1, o que

representa certa variação de opinião entre os respondentes.

Já nas empresas A e E, os valores das médias foram entre 3 e 3,5. A empresa A possui

média 3,15 (1,36) e a empresa E com 3,29 (0,90), em que se nota uma diferença de 0,14 entre

as médias. Os resultados da empresa A apresentam um desvio padrão maior que 1, ou seja,

mesmo que os funcionários tenham opiniões neutras em relação a este indicador existe

divergência entre as respostas.

Com valores mais críticos para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa,

encontram-se as empresas B com média 2,84 (0,68) e D com média 2,82 (1,06), sendo que os

dados apontam para uma insatisfação dos funcionários em relação ao diálogo com a empresa.

No entanto, o desvio padrão da empresa D (1,06) aponta uma maior discordância de opiniões

dos funcionários, significa que nem todos possuem o mesmo grau de insatisfação entre as

questões.

Para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa, foram calculadas na tabela 7

as médias de todas as empresas para cada pergunta (coluna 7), em que se nota que nenhuma

empresa atingiu valor de média 4 (satisfeito), as que apontam neutralidade de opinião dos

funcionários (nem satisfeito - nem insatisfeito) são as relacionadas: a agilidade das respostas

que a empresa fornece ao funcionário, a comunicação entre os setores e o grau que a empresa

escuta o que o funcionário tem a afirmar.

O resultado das médias de todas as empresas é 3,22 para o indicador de Diálogo entre

funcionário e a empresa, isso significa que por todo o ciclo de vida a parte interessada

funcionários tende a ter uma opinião neutra (nem satisfeito - nem insatisfeito) em relação ao

indicador.

4.2.2.5 Resultado para o Indicador de Remuneração e Benefícios

Na tabela 8, são apresentados os dados de satisfação dos funcionários em relação à

remuneração e benefícios. Nota-se que a pergunta (P 5.2) possui a maior média 4,60 na

empresa D, relacionada à remuneração e os benefícios concedidos pela empresa e se

satisfazem as necessidades básicas do funcionário. Porém, a questão com menor média 1,93 é

encontrada na empresa A, o que significa que os funcionários estão muito insatisfeitos aos

efeitos que a remuneração e os benefícios possam gerar como bem estar para a família.

Page 78: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

78

Tabela 8 - Dados do Indicador Remuneração e Benefícios para os Funcionários no Ciclo de Vida do

Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P5.1 3,2 1,39 4 0,36 4,12 0,35 3,43 1,44 3,92 0,27 3,73

P5.2 2,95 1,39 3,5 0,51 4,25 0,46 4,60 0,54 3,69 0,48 3,79

P5.3 2,6 1,53 3 0 4,12 0,35 3,99 1,05 3 0 3,34

P5.4 2 1,55 2,43 0,62 3,25 1,48 3,76 1,19 3,07 0,27 2,9

P5.5 2,35 1,49 3 0 4 0,53 3,36 0,92 2,3 0,48 3

P5.6 2,65 1,56 3,31 0,47 4,12 0,35 2,96 0,86 3 0 3,2

P5.7 2,5 1,53 1,93 0,44 4,12 0,35 2,63 0,91 4,46 0,77 3,12

Média (DP) Geral 2,6 (1,55) 3,02 (0,68) 4 (0,71) 3,53 (1,18) 3,35 (0,77) 3,3 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na média geral do indicador por empresa, a análise constatou que somente a empresa

C atingiu valor médio de 4, ou seja, os funcionários desta empresa afirmam estarem satisfeitos

com a remuneração e benefícios e o desvio padrão é 0,71 representando pouca variação de

opiniões entre os respondentes. Com médias próximas a 3 e 3,5 estão as empresas B, D e E,

significa que a opinião dos funcionários é neutra (nem satisfeito - nem insatisfeitos), no

entanto, a empresa D possui maior desvio padrão (1,88), apontando uma grande variação das

respostas sobre o grau de satisfação entre os seus funcionários. Já a empresa A entre todas as

empresas apresenta menor média 2,6 (1,55) para a satisfação dos funcionários sobre

remuneração e benefícios e também se percebe pelo desvio padrão que existe uma grande

variação das respostas sobre o grau de satisfação entre seus funcionários.

A avaliação do ciclo de vida para este indicador apresenta na coluna 7 o cálculo da

média por pergunta para todos os funcionários. Nota-se que nenhuma das questões sobre

remuneração e benefícios atingiram o valor 4 de satisfação dos funcionários, com médias

entre 3 e 3,8, as perguntas relacionadas à satisfação da remuneração, das necessidades básicas,

benefícios adicionais, valor dos benefícios e bem estar para os familiares. Os dados indicam

que os funcionários possuem opiniões neutras, sendo que para a pergunta (P 4.5), referente à

política de reajuste de cargos e salários, a média foi de 2,9 indicando a insatisfação dos

funcionários.

Na média geral do ciclo de vida para o indicador de remuneração e benefícios, análise

constatou um valor médio de 3,3. Esta pontuação significa que, por todo o ciclo de vida, os

funcionários não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com o indicador.

Page 79: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

79

4.2.2.6 Resultado para o Indicador de Desenvolvimento da Capacidade

A tabela 9 apresenta os resultados da análise do indicador de Desenvolvimento da

Capacidade. Nota-se que a empresa E possui maior média (4,38) para a pergunta sobre o

investimento que a empresa faz na capacidade do funcionário. Já a menor média 1 é

identificada na empresa B, referente á questão acerca do horário de trabalho auxilia no

desenvolvimento da capacidade, o desvio padrão é nulo, reforçando a igualdade de opiniões

entre os funcionários.

Tabela 9 - Dados do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade para os Funcionários no Ciclo de Vida

do Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta

P6.1 2,57 1,43 2 0,47 2,25 1,48 3 0,73 4,38 0,86 2,84

P6.2 2,38 149 3,5 0,47 1,75 1,48 3,16 1,33 3 1,77 2,75

P6.3 1,95 1,31 1,06 0,25 1,62 1,18 3,98 0,99 1,53 0,51 2,02

P6.4 2,38 1,24 1,93 0,25 1,75 1,4 3,72 1,23 2,53 0,5 2,46

P6.5 3,66 1,43 1 0 2 1,41 3,35 1,62 3,53 0,52 2,7

P6.6 4,19 1,11 3 0 3,25 1,28 2,18 1,14 4,15 0,37 3,35

P6.7 3.5 1,2 3,6 0,25 3,5 0,53 2,39 0,96 3,76 0,92 3,31

Média (DP) Geral 2,75 (1,51) 2,29 (0,94) 2,3 (1,42) 3,11 (0,98) 3,27 (1) 2,74 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na média geral entre as empresas, a análise demonstra que nenhuma das 5 empresas

atingiram elevado grau de satisfação dos funcionários. As empresas D e E mantiveram-se com

valores entre 3 e 3,5 denotando-se que os funcionários não estão nem satisfeitos nem

insatisfeitos com o investimento da empresa no desenvolvimento de suas capacidades, porém,

o desvio padrão é acima de 1, significando que os funcionários não possuem as mesmas

opiniões sobre as questões elaboradas para o indicador.

Na tabela 9, as empresas A, B e C atingiram valores de médias abaixo de 3 e o desvio

padrão acima de 1, o que significa que os funcionários destas três empresas, estão insatisfeitos

com o investimento que a empresa faz em suas capacidades, no entanto o desvio padrão acima

de 1 representa uma grande variação das opiniões dos funcionários.

Na tabela 9, encontram-se as médias para cada questão (coluna 7) por todo o ciclo de

vida. Nota-se que as perguntas que atingiram médias entre 3 e 3,5 são: a capacitação que a

Page 80: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

80

empresa oferece para desenvolver as qualidades dos funcionários e o tempo livre para exercer

outras atividades. Todas as outras perguntas mantiveram-se abaixo de 3, ou seja, os

funcionários de todas as empresas estão insatisfeitos com o investimento da empresa para

treinamento, com o conforto para exercer as atividades, investimento da empresa na

capacitação intelectual e sobre os cursos e o horários de trabalho.

O indicador de desenvolvimento da Capacidade atingiu uma média geral de 2,75

relacionada ao cálculo de médias das cinco empresas, o que significa que a parte interessada

Trabalhador no ciclo de vida do produto, está insatisfeita com os investimentos que as

empresas empregam ao desenvolvimento de suas capacidades.

4.3 RESULTADO DOS DADOS DOS FORNECEDORES

Para avaliar a satisfação dos fornecedores (empresas B, C e D) no ciclo de vida do

produto, foram aplicados quatro indicadores (conforme seleção no item 3.2.3) que trata da

relação de satisfação do fornecedor com a empresa A, são eles: Reclamações e Diálogo; Grau

que Escuta as Partes; Respeito a Contratos; Apoio e Investimentos.

4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes

A avaliação apresenta os dados na tabela 10 relacionada aos dois primeiros

indicadores mencionados anteriormente. Para Reclamações e Diálogo todas as questões

apontam médias entre 4 e 5. As questões que mais se destacam, como melhor média 5 (muito

satisfeito), foram identificadas na empresa C, são elas: (P 1.2) diálogo nas negociações e

(P1.5) respostas das reclamações.

Page 81: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

81

Tabela 10 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as

Partes no Ciclo de Vida do Produto

Reclamações e Diálogo Grau que escuta as partes Empresa B Empresa C Empresa D Empresa B Empresa C Empresa D Perguntas

Média Média Média

Média geral (CV)

Perguntas

Média Média Média

Média geral (CV)

P 1.1 4 4 4 4 P 2.1 4 5 4 4,33

P 1.2 4 5 4 4,33 P 2.2 4 4 4 4

P 1.3 4 4 4 4 P 2.3 5 4 4 4,33

P 1.4 4 4 4 4 P 2.4 5 3 4 4

P 1.5 4 5 4 4,33 P 2.5 4 3 4 3,66

Média G (DP) 4 (0) 4,4 (0,54) 4 (0) 4,13 Média G (DP) 4,4 (0,54) 3,8 (0,83) 4 (0) 4,06 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para análise do ciclo de vida são apresentadas na quinta coluna as médias de cada

pergunta, considerando as três empresas. Com média 4 (satisfeito) estão as questões: (P 1.1)

reclamações e diálogo entre as empresas; (P 1.3) se o indicador é acessível e eficiente; (P 1.4)

sobre as respostas das reclamações. As perguntas que atingiram médias 5 (muito insatisfeito)

foram as: (P 1.2) Diálogo nas negociações e (P 1.5) qualidade da informação.

A média geral por empresa para o indicador de Reclamações e Diálogo encontra-se na

última linha. As empresas B e C apresentam valores iguais a 4 (0), sendo que a média

representa a satisfação dos fornecedores neste indicador em relação à empresa A, notando-se

com o valor do desvio padrão que os fornecedores opinaram da mesma forma para todas as

questões. Já a empresa C atingiu uma média maior de 4,4 (0,54), sendo que este fornecedor

encontra-se satisfeito, com uma diferença de 0,4 de média entre as demais empresas, devido

as perguntas (P 1.5 e P 1.2) que atingiram a nota 5 (muito satisfeito).

No cálculo da média geral para as três empresas, o indicador de reclamações e diálogo

atingiu o valor de (4,13), que representa a satisfação dos fornecedores em relação à empresa

A.

A análise do indicador sobre o Grau que Escuta as Partes é representada nos dados da

tabela 10. Com maior média 5 (muito satisfeito) foram identificadas três questões, a primeira

na empresa C, é a pergunta (2.1) em que a empresa escuta e respeita a opinião do fornecedor.

Na empresa B estão as outras duas questões que tiveram nota 5, são elas: (P 2.3) negociações

de prazo; (P 2.4) mudanças ocorridas.

Com nota 3 (nem satisfeito nem insatisfeito) foi identificado na empresa C às

questões: (P 2.4) mudanças ocorridas e (P 2.5) reuniões na empresa a pedido do fornecedor.

As outras questões nesta empresa encontram-se com notas 4 (muito satisfeito).

Page 82: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

82

Na média geral, a empresa B atingiu melhor média entre as demais, de 4,4 (0,54) com

uma diferença de 0,4 sendo maior que a empresa D. Porém, o desvio padrão da empresa B

(0,54) representa variação na satisfação entre as questões, enquanto que a empresa D não

houve variação das pontuações. No entanto as duas empresas estão satisfeitas com o grau que

a empresa A escuta o fornecedor. Já para menor média é constatado na empresa C a média 3,8

(0,83), que representa uma opinião neutra do fornecedor (nem satisfeito nem insatisfeito).

Na última coluna, estão apresentados as médias das perguntas envolvendo os três

fornecedores. Percebe-se que a questão (P 2.5) sobre negociações entre as partes e (P 2.4)

mudanças ocorridas, atingiram médias 4 (satisfeito). Com as maiores médias (4,33)

encontram-se as questões: (P 2.1) se a empresa A escuta e respeita a opinião do fornecedor e

(P 2.3) sobre negociações de prazos.

A média geral, envolvendo todos os fornecedores, atingiu nota 4,06. Significa que por

todo o ciclo de vida os fornecedores encontram-se satisfeitos com o grau que a empresa A

escuta as partes.

4.3.2 Resultado dos Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos

Na tabela 11, encontra-se o resultado da análise dos dados dos indicadores de Respeito

a Contratos e Apoio a Investimentos para os Fornecedores.

Sobre o indicador de Respeito a Contratos as perguntas que atingiram nota 5,

identificadas na empresa C, foram: (P 3.1) grau de satisfação sobre o contrato; (P 3.2)

satisfação sobre o pagamento do contrato; (P3.5) sobre a clareza da informação do contrato.

Page 83: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

83

Tabela 11 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos

no Ciclo de Vida do Produto

Respeito a Contratos Apoio a Investimentos Empresa B Empresa C Empresa D Empresa B Empresa C Empresa D Perguntas

Média Média Média

Média geral

Perguntas

Média Média Média

Média geral

P 3.1 4 5 4 4,33 P 4.1 3 3 4 3,33

P 3.2 3 5 4 4 P 4.2 3 3 4 3,33

P 3.3 4 3 4 3,66 P 4.3 3 4 4 3,66

P 3.4 3 4 4 3,66 P 4.4 3 4 4 3,66

P 3.5 4 5 4 4,33 P 4.5 4 3 4 3,66

Média G (DP) 3,6 (0,54) 4,4 (0,89) 4 (0) 4 Média G (DP) 3,2 (0,44) 3,4 (0,54) 4 (0) 3,53 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na empresa D todas as questões possuem nota 4, já na empresa B duas perguntas estão

com o mesmo valor 3 (nem satisfeito nem insatisfeito), são elas: (P 3.2) satisfação sobre o

pagamento referente ao contrato; (P 3.4) sobre o cumprimento da empresa A sobre os prazos

no contrato.

Na quinta coluna da tabela 11, estão descritos as médias das perguntas envolvendo

todos os três fornecedores. As perguntas que atingiram maior média 4,33 são: (P 3.1) grau de

satisfação do contrato e a pergunta (P 3.5) sobre clareza das informações. Com uma diferença

de média 0,33 encontra-se a questão (P 3.2) sobre a satisfação dos fornecedores em relação ao

pagamento.

Com média 3,66 estão às questões P 3.3 e P 3.4, isso denota que os fornecedores não

estão nem satisfeito nem insatisfeito com relação aos benefícios e o cumprimento do prazo do

contrato.

A média geral para cada empresa é apresentada na última linha da tabela 11, nota-se

que a empresa C apresenta maior média 4,4 (0,89) significa que no geral, o fornecedor está

satisfeito com a empresa A referente o respeito a contrato que a mesma exerce, entretanto o

desvio padrão apresenta certa variação de notas para cada resposta, nos quais algumas

perguntas variam de pontuação. Já com uma diferença de 0,4 de média encontra-se a empresa

D com média 4 (0) este fornecedor está satisfeito com o indicador e as questões apresentam

mesmo grau de satisfação.

A empresa B apresenta menor média entre as demais, de 3,6 (0,54) este fornecedor

está nem satisfeito nem insatisfeito com o indicador de respeito a contratos, porém o desvio

padrão denota uma variação no grau de satisfação para algumas perguntas, como pode ser

visto na segunda coluna em que algumas questões atingiram média 4 (satisfeito).

Page 84: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

84

O indicador atingiu a média geral 4, ou seja, pode-se afirmar que os fornecedores

envolvidos no ciclo de vida do produto encontram-se satisfeitos com relação ao respeito que a

empresa A possui no contrato do seu fornecedor.

A avaliação do indicador de apoio e investimento que a empresa A estabelece com

seus fornecedores, está apresentada na tabela 11. Nota-se que nenhuma das questões, entre os

três fornecedores, atingiram nota 5 (muito satisfeito). Com menor valor 3 (nem satisfeito nem

insatisfeito) estão as questões: (P 4.1) sobre o apoio financeiro que a empresa A oferece aos

fornecedores (empresa B e C); (P 4.2) sobre investimento em máquinas, sendo identificado

nas empresas B e C; (P 4.3 e P 4.4) sobre o investimento em RH e divulgação do trabalho do

fornecedor, identificado na empresa B; por último a pergunta 4.5 sobre o apoio que a empresa

A oferece ao fornecedor, apontado somente na empresa C.

A análise aponta uma média geral para cada fornecedor envolvido no ciclo de vida. A

empresa D se diferencia das demais com maior média 4 (0) significa que o fornecedor está

satisfeito com apoio e investimento que recebe da empresa A, nota-se que todas as questões

atingiram mesmo valor.

A empresa B apresenta médias 3,2 (0,44) e a empresa C 3,4 (0,54) as duas atingiram

uma diferença de média 0,2. Significa que os dois fornecedores encontram-se nem satisfeitos

nem insatisfeitos com o apoio e investimento proporcionado pela empresa A, porém as duas

empresas divergem na pontuação para cada questão, como pode ser identificado nas colunas 7

e 8.

Para análise geral por todo o ciclo de vida do produto, a última coluna apresenta

médias das questões envolvendo todos os fornecedores. Todas as perguntas estão com médias

próximo a 3 (nem satisfeito nem insatisfeito). A média geral do indicador é de 3,53 representa

uma opinião neutra dos fornecedores envolvidos no ciclo de vida, eles estão nem satisfeitos

nem insatisfeitos com apoio e investimento prestado pela empresa A.

4.4 RESULTADO DOS DADOS RELAÇÃO EMPRESA CLIENTE Na tabela 12, é apresentada a análise dos dados referente ao questionário no apêndice

5, que avalia o grau de satisfação do cliente com os procedimentos adotados pela empresa A.

A satisfação do cliente é avaliada de acordo com os indicadores de Informações no Rótulo,

Informações de Risco e Manutenção do Produto.

Page 85: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

85

No indicador de Informações no Rótulo o cliente avaliou as perguntas entre os valores

de 4 e 3, nenhuma das questões atingiu a nota máxima de 5 (muito satisfeito). No entanto, o

cliente confirma satisfação em relação às informações que constam no rótulo do produto e que

se apresentam ótima leitura, cores, símbolos legíveis e de fácil interpretação. A análise

demonstra também que o cliente está satisfeito com a informação para contato com a empresa

que desenvolve o produto. Porém em duas perguntas o cliente diz está, nem satisfeito nem

insatisfeito, sobre a pergunta que se refere aos procedimentos exigidos para os dados técnicos

do produto.

Tabela 12 - Dados sobre os Indicadores de Informações no Rótulo, Riscos e Manutenção do Produto para

a Empresa Cliente no Ciclo de Vida do Produto

Informações no rótulo Informações de risco Manutenção do produto Perguntas Empresa Cliente E

Média Média Média

P 1.1 4 3 1 P 1.2 4 3 1 P 1.3 3 3 3 P 1.4 4 4 3 P 1.5 4 3 4 P 1.6 3 2 4 P 1.7 4 4 4

Média G (DP) 3,71 (0,45) 3,14 (0,63) 2,85 (1,24) Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

O indicador de Informação no Rótulo atingiu uma média geral de 3,71 (0,45) a média

significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito. Nota-se que esta média ocorre em

função de duas perguntas P 1.3 e P 1.6 que tiveram nota 3 e todas as demais possuem nota 4

(muito satisfeito). Para este indicador atingir a média geral 4 de satisfeito, seria necessário a

mais 0,29 de média, desta forma pode-se afirmar que o cliente possui uma opinião mais

satisfatória para as informações no Rótulo.

Os dados na tabela 12, sobre o indicador de Informações de Risco do produto é

demonstrado na terceira coluna as questões que o cliente selecionou com o valor 4. Desta

forma, o cliente encontra-se satisfeito sobre as soluções em caso de acidente e informações

para contato no rótulo do produto. Já as perguntas (P 2.1; P 2.2; P 2.3 e P 2.5) apresentam

nota 3, significa que o cliente não está nem satisfeito nem insatisfeito sobre as informações de

Page 86: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

86

risco do produto, de manutenção e se elas são de fácil e rápida interpretação para prevenção

de acidentes. O cliente está insatisfeito com as informações de risco no manual do produto,

avaliando a questão com a nota 2.

A análise constatou a média geral de 3,14 (0,63) para o indicador de Informações de

Risco, significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito com este indicador, exceto

nas questões (P 2.4) e (P2.7) que o cliente afirmou está satisfeito.

O resultado da análise do indicador de Manutenção do Produto é apresentado na tabela

12 (quarta coluna). Nota-se que o cliente está satisfeito somente com a qualidade do produto

trocado ou consertado e sobre a satisfação na manutenção do produto. Já para as informações

contidas no manual e a qualidade desta informação o cliente selecionou a nota 3 (nem

satisfeito nem insatisfeito).

A análise apresenta duas questões com nota 1(muito insatisfeito) denota que o cliente

está muito insatisfeito no atendimento para pedido de troca e no tempo da manutenção ou

troca do produto. Percebe-se na última linha a média geral de 2,85 (1,24) para o indicador de

Manutenção do Produto, a média significa que o cliente está insatisfeito com o indicador, no

entanto o desvio padrão (1,24) aponta que existe uma variação na satisfação ou insatisfação

do cliente, pode ser confirmado pelas notas apresentadas na quarta coluna.

4.5 RESULTADO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL

Na tabela 13, apresenta-se os dados da avaliação para a comunidade local, ao redor das

empresas envolvidas no ciclo de vida do produto. Foram entrevistados dois moradores

vizinhos à cada empresa, a avaliação se fez por meio do indicador de “Segurança, Cuidados e

Condições de Vida Saudáveis” apresentado pela UNEP/SETAC (quadro 3) avaliando o grau

de satisfação, dos indivíduos da comunidade diante da conduta da empresa, o indicador foi

construído por meio de perguntas contidas no questionário do apêndice 06.

Page 87: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

87

Tabela 13 - Dada sobre a Comunidade Local na Avaliação do Ciclo de Vida do Produto

Indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV Perguntas

Média Média Média Média Média por pergunta

P1.1 5 4,5 5 5 5 4,9

P1.2 4,5 4 5 5 5 4,7

P1.3 5 5 5 5 5 5

P1.4 4 4 4,5 5 4,5 4,4

P1.5 4 5 5 5 4 4,6

P1.6 3,5 5 5 5 3 4,3

Média (DP) Geral 4,33 (0,55) 4,58 (0,44) 4,91 (0,18) 5 (0) 4,41 (0,73) 4,65 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Nota-se que os indivíduos da comunidade ao redor da empresa A, estão muito

satisfeitos com o nível de barulho e o lixo ou resíduos industriais gerados pela empresa. Estão

satisfeitos com o nível de odor emitido pela atividade produtiva, como também, estão

satisfeitos em ter a empresa como vizinha e com os benefícios que sua atividade proporciona

para o comércio.

A menor pontuação, que a avaliação constatou na comunidade ao redor da empresa A,

foi à pergunta 1.6 que atingiu a média 3,5 isso significa que a vizinhança encontra-se nem

satisfeita nem insatisfeita com a criação de empregos para a comunidade. Percebe-se que a

empresa não emprega maior parte de seus funcionários vindos da comunidade ao redor.

Na empresa B, os indivíduos da comunidade estão muito satisfeitos com as seguintes

questões: (P 1.3) com o lixo gerado pela empresa; (P 1.5) benefícios que a empresa gera para

o comércio e; (P 1.6) sobre a criação de empregos na comunidade. Encontram-se satisfeitos

com o odor emitido da atividade produtiva e em ter a empresa como vizinha.

Na empresa C, o resultado dos dados apontam que a comunidade está muito satisfeita

com o nível de barulho, o odor e o lixo criados da atividade produtiva da empresa. Também

atingiram a média 5 (muito satisfeito) com a criação de empregos e com os benefícios para o

comércio da comunidade local. Somente a pergunta (P 1.4) atingiu a média 4,5 (satisfeito), ou

seja, a comunidade encontra-se satisfeita em ter a empresa como vizinha.

Na empresa D, todas as questões atingiram média máxima, a comunidade local está

muito satisfeita com o indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.

Já a empresa E, somente três perguntas atingiram a nota máxima de 5 (muito

satisfeito), são elas: (P1.1) sobre o barulho feito pela empresa; (P1.2) o odor emitido pela

atividade produtiva; (P 1.3) o lixo para a comunidade. As questões (P 1.4 e P 1.5) atingiram o

Page 88: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

88

grau de satisfação, ou seja, a comunidade local está satisfeita em ter a empresa E como

vizinha e com o benefício que a mesma gera para o comercio local. A única pergunta que

atingiu a média 3 foi a (1.6) significa que os indivíduos da comunidade ao redor da empresa

E, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com a criação de empregos gerados pela

mesma.

Na média geral por empresa, apresentada na última linha da tabela 13, os dados

apontam a empresa D com melhor média entre as demais, na satisfação da comunidade local.

Desta forma, os indivíduos da comunidade estão muito satisfeitos com o indicador de

Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis. Com uma diferença de 0,09 (média),

encontra-se a empresa C que atingiu de média 4,91 (0,18), ou seja, a comunidade ao redor da

empresa C encontra-se satisfeita com o indicador. Nota-se uma pequena variação no desvio

padrão, todos os respondentes apresentam opiniões parecidas.

Em seguida, a empresa B com 4,58 (0,44) de média e desvio padrão, a empresa E com

média 4,41 (0,73) e a empresa A com a média 4,33 (0,55). Nota-se que para as três empresas,

a comunidade está satisfeita com o indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida

Saudáveis. No entanto, existe variação na pontuação para cada questão, enquanto que na

empresa B a comunidade está muito satisfeita com a criação de empregos, nas empresas A e E

esta questão atingiu a média 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).

Para avaliação da satisfação na comunidade local no ciclo de vida do produto, na

tabela 13 (7 coluna), foi calculada a média por cada pergunta considerando todas as empresas.

Nota-se que somente a questão (P 1.3) sobre a emissão de lixo no bairro, atingiu a média 5

(muito satisfeito). Com uma diferença de 0,1 a questão (P 1.1) não atingiu a média 5, no

entanto a comunidade encontra-se satisfeita com o ruído criado pelas mesmas. Para as demais

questões (P1.2; P1.4; P1.5 e P1.6) os dados estão com média entre 4,4 e 4,7 significa que para

o odor emitido pela empresa, satisfação em ter como vizinha, criação de empregos e o

comércio a comunidade local encontra-se satisfeita.

4.6 RESULTADO DOS DADOS DA SOCIEDADE

Os resultados da avaliação dos indicadores referentes à sociedade estão descritos na

tabela 14. Os dados para confirmação da Certidão da Receita Federal foram coletados no

endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br. Nota-se na tabela 14 que as empresas B e C

Page 89: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

89

não possuem a certidão da receita com a data atualizada do ano de 2009. As demais empresas

(A, D e E) foram retiradas as certidões com dados atualizados.

Já para o Indicador de Contribuição Previdenciária (INSS), os dados foram

confirmados no seguinte endereço eletrônico: www.previdenciasocial.gov.br. Todas as

empresas estão com o pagamento do INSS confirmado.

O pagamento do FGTS foi confirmado no seguinte endereço eletrônico:

www.caixa.gov.br todas as empresas estão com os pagamentos quitados junto a Caixa

Econômica Federal.

Tabela 14 - Dada dos Indicadores sobre a Sociedade no Ciclo de Vida do Produto

Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Informações sobre a relação da empresa com a Sociedade sim não sim não sim não sim não sim não

1 - Certidão da Receita Federal X X X X X 2 - Contribuição Previdenciária - INSS X X X X X 3 - Fundo de Garantia FGTS (Funcionários) X X X X X

Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Page 90: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

90

5 DISCUSSÃO

Neste estudo, os resultados apresentam-se com foco maior para dados de funcionários.

Pode-se perceber na pesquisa que houve uma restrição de dados da comunidade local e

sociedade, pois a aplicação dos indicadores propostos pela UNEP/SETAC, nestas categorias,

exige um maior detalhamento de dados e para coletá-los são imprescindíveis entrevistas,

visitas e questionários referentes a cada um dos indicadores avaliados. Em função do pouco

tempo para coletar dados da comunidade e sociedade, optou-se por avaliar poucos indicadores

nestas categorias.

5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS

A pesquisa identificou 190 funcionários, considerando todas as empresas envolvidas

no ciclo de vida. Isso representa 0,144% dos empregados registrados na indústria metalúrgica

no Estado do Paraná. O cálculo foi feito baseado no DIEESE, que apresentou nos Indicadores

Econômicos e Sociais na Indústria Metalúrgica, o número de empregados no Paraná. No

estado em janeiro de 2008 foram 121.928 trabalhadores, para junho a pesquisa aponta

131.864 funcionários empregados.

No gráfico 15, é apresentado o percentual de funcionários por processo, percebeu-se

que em todo o ciclo de vida emprega-se um maior número de funcionários no processo de

fabricação da válvula solenóide (empresa D) possuindo 68% dos funcionários por todo o ciclo

do produto. Em seguida, a empresa A que desenvolve o produto com 12%. Com percentual de

8%, estão as empresas B (responsável pela fundição) e a empresa E (cliente). Com menor

percentual está à empresa C de usinagem, com 4% do total dos funcionários.

Em relação ao setor que mais emprega funcionários, considerando todo o ciclo de vida

do produto, está o de produção com 59% em seguida o de administração com 31% e pela

chefia com 9%.

Page 91: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

91

Total de Funcionários

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Empresa

Tot

al d

e 19

0 F

unci

onár

ios

Total de Funcionários 12% 8% 4% 68% 8%

A B C D E

Gráfico 15 – Percentual de Funcionários por Processo no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para um resultado mais específico, foi elaborado o gráfico 16 que demonstra o

percentual de funcionários por processo para cada setor: Produção, Administrativo e Chefia.

Com intuito de identificar em quais processos empregam-se, mais ou menos, funcionários

entre os setores listados anteriormente. Nota-se que no setor de produção a empresa C,

referente ao processo de usinagem possui maior percentual de funcionários, com 75% de todo

seu corpo funcional. Em seguida o processo de ferramentaria (empresa D) com 68%. A

empresa que desenvolve o produto possui mais da metade de seus funcionários no setor de

produção com 54% . Já o processo de fundição possui 40% dos seus funcionários neste setor.

A empresa E que é cliente não possui setor de produção.

No entanto, a empresa Cliente, em comparação com as demais, possui maior

percentual de funcionários no setor ADM atingindo 87%. Em seguida está o processo de

fundição com 40% do seu corpo funcional no administrativo. A empresa D responsável pela

ferramentaria, possui 27% de funcionários no setor administrativo. A empresa A responsável

por desenvolve e montar o produto possui 23% , nota-se que a empresa C, responsável pelo

processo de usinagem não possui funcionários no setor administrativo. Quem exerce as

atividades administrativas nesta empresa são os próprios funcionários do setor de chefia, que

representa 25% dos seus funcionários neste setor.

O processo de montagem e projeto possui 23% dos seus funcionários no setor de

chefia, em seguida o processo de fundição com 20%, a empresa cliente com 13% dos seus

Page 92: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

92

funcionários na chefia. Por ultimo, o processo de ferramentaria com 5% dos seus funcionários

na chefia.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Empresa (Processo)

Fun

cion

ário

s po

r set

or

Produção 54% 40% 75% 68% 0%

Administrativo 23% 40% 0% 27% 87%

Chefia 23% 20% 25% 5% 13%

A B C D E

Gráfico 16 – Percentual de Funcionários por Setor nas Empresas no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No indicador de Diversidade de Gênero, elaborado por meio das fontes de

Grieβhammer et al. (2007) que apresentam o indicador Igualdade e Oportunidade (quadro

A.2) e o indicador do Corpo Funcional do IBASE (2005), a pesquisa demonstrou que por todo

ciclo de vida 66% dos funcionários são do sexo masculino e 34% do sexo feminino. Quando

se verificou a diversidade de gênero por setor, a produção e os cargos de chefia tiveram

predominância do sexo masculino. Com isso, pode-se afirmar que para o produto analisado

existe uma maior demanda de empregados para o setor de produção e pessoas do sexo

masculino.

De acordo com os dados do gráfico 3, pode ser constatado que somente duas empresas

empregam mulheres no setor de produção. Destas, a que mais emprega funcionários do sexo

feminino na produção é a empresa A, que é responsável pelo processo de montagem e

desenvolvimento do produto, do total de funcionários no setor de produção 92% são

mulheres. Já a empresa D, responsável pelo processo de ferramentaria, no seu setor de

produção 24% são mulheres. Os demais processos não foram identificados mulheres na

produção.

Page 93: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

93

No setor administrativo a empresa cliente possui um percentual mais equilibrado de

mulheres, entre as demais empresas, os dados do gráfico 3 demonstra que a empresa E do

total do setor ADM 46% são mulheres. Com aspectos negativos para este setor, encontra-se a

empresa A que possui entre ambos os sexos 20% de mulheres.

No setor de chefia o processo de usinagem apresenta igualdade entre os sexos, já a

empresa A do seu total de funcionários no cargo de chefia 40% são mulheres, corresponde um

índice razoável. Já não é o caso da empresa cliente, que não possui mulheres como chefe.

Em Nível de Escolaridade predominaram os funcionários com ensino médio completo,

que representam 66% dos funcionários por todo o ciclo de vida. Em seguida, 29% dos

funcionários que possuem ou estão cursando o nível superior. Mesmo apresentando um

razoável índice de escolaridade, nota-se que nos processos de montagem do produto e

usinagem há funcionários que ainda não concluíram o ensino fundamental. O resultado desses

dados demonstra que essas empresas devem apoiar esses funcionários à conclusão de seus

estudos.

No indicador de Trabalho Forçado sugeridos pela UNEP/SETAC e PROSA, os dados

de carga horária, período de descanso e contrato (baseados nos limites da CLT) não

apresentaram indícios de trabalho forçado. Porém, os dados coletados para o funcionário

menor de 18 anos, apontam que no processo de usinagem há irregularidade e um excesso de

carga horária. Mesmo que o funcionário menor esteja de acordo com seu contrato, por poder

receber um salário maior e ser registrado em carteira, futuramente este menor pode ser

prejudicado, por ter pouco tempo para se dedicar aos estudos.

O resultado do indicador de Associação Coletiva baseados na descrição feita pela

UNEP/SETAC referente ao indicador Liberdade de Associação e Negociações Coletivas,

pode identificar no gráfico 6 que por todo o ciclo de vida do produto somente o processo de

usinagem não possui funcionários sindicalizados. A empresa D possui 70% dos seus

funcionários sindicalizados e apresenta melhor aspecto no indicador de reunião coletiva com

duas reuniões, seguida de dois contratos ao ano. Já o processo E possui uma reunião e um

contrato, as demais empresas não apresentaram pontuação para este indicador.

Para o aspecto de saúde e segurança (gráfico 5), os dados demonstraram que há

indicação de acidentes no trabalho com afastamento ao ano. Na fabricação da válvula

solenóide e confecção de moldes houve um acidente com afastamento e quatro acidentes sem

afastamento. Nos processos de fundição, usinagem e montagem do produto ocorreram

acidentes sem afastamento. Já a empresa cliente não foi identificado acidente. Percebe-se que

Page 94: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

94

nas atividades de produção com a manipulação de máquinas e na confecção das peças, há

acidentes e riscos maiores para a saúde e segurança do funcionário.

Para melhor compreender os aspectos de saúde e segurança do trabalhador o PROSA

no quadro A.2 apresenta o indicador de “Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho” em

que avalia a estrutura do trabalho (barulho, fumaça, poeira, calor, insuficiência de energia)

além de outras medidas básicas adotadas pela organização. Entre as quais, estão apresentadas

nos gráficos 12 e 13.

Não houve confirmação dos funcionários das empresas A e C sobre treinamento e

simulação de acidente. Todas as empresas atingiram notas acima de 50%, confirmando boas

condições para a saúde, entretanto sobre o desconforto com ruído a empresa D atingiu mais de

50% de confirmação. Para o odor todas as empresas apresentam percentual favorável, sendo

suportável o odor, a respeito da temperatura também se mantém agradável.

Somente no processo de fabricação da válvula solenóide, foi constatado pelos

funcionários que existe CIPA e atividades relacionadas ao treinamento de segurança no

trabalho. Mesmo apresentando um índice maior para acidentes, é a empresa que mais investe

em saúde e segurança por todo o ciclo de vida. As demais empresas possuem aspectos

negativos sobre CIPA. Já para a estrutura de proteção e uso de material todas as empresas

apresentam percentual elevado de afirmações positivas.

Para benefícios e remuneração as empresas A e B apresentam aspectos razoáveis

próximo a 50% de afirmações positivas dos entrevistados. Já no indicador de descanso para

eliminar a fadiga todas as empresas apresentam aspectos positivos, com pontuações acima de

50% de respostas afirmativas.

Nota-se com o resultado do indicador de Saúde e Segurança que nos processos de

montagem do produto, fundição, usinagem e cliente devem-se investir mais em treinamento e

implantação da CIPA dentro das empresas.

5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-Quantitativos relação empresa e funcionário

Neste item serão discutidos os resultados dos indicadores sociais que mede a

satisfação dos funcionários, a avaliação ocorreu por meio das médias gerais obtidas nos

resultados apresentados nas tabelas do item 4.2.2. Com intuito de apresentar os pontos

positivos e negativos dos indicadores por cada processo, ou seja, por cada empresa. É

Page 95: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

95

considerado pela autora da pesquisa que os pontos positivos é apresentado pela pontuação

acima de 4 e negativo abaixo de 4 na escala de intensidade.

Desta forma, podem-se identificar em quais processos no ciclo de vida do produto, os

indicadores sociais apresentam satisfação ou insatisfação dos funcionários. Para tanto, foi

elaborado a tabela 15, no qual a primeira coluna estão listados os indicadores sociais, nas

demais colunas estão os resultados das médias gerais para cada empresa envolvida no ciclo de

vida do produto.

Tabela 15 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários por Empresa no Ciclo de Vida do Produto

Média Geral por Empresas (ou processos) INDICADORES SOCIAIS

A B C D E

Trabalho Forçado 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65)

Proteção à Maternidade 3,07 (1,27) 4,02 (0,67) - 4,28 (0,47) 4,53 (0,68)

Sindicato e Associação Coletiva 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21)

Diálogo entre Funcionário e a Empresa 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90)

Remuneração e Benefícios 2,6 (1,55) 3,02 (0,68) 4,00 (0,71) 3,53 (1,18) 3,35 (0,77)

Desenvolvimento da Capacidade 2,75 (1,51) 2,29 (0,94) 2,3 (1,42) 3,11 (0,98) 3,27 (1) Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Nota-se que o processo desenvolvimento e montagem do produto, os funcionários

estão satisfeitos somente com o indicador de Trabalho Forçado, com opinião neutra estão os

indicadores de Proteção a maternidade e diálogo entre os funcionários. Para os demais

indicadores, os funcionários da empresa A estão insatisfeitos.

No processo de fundição, somente o indicador de Proteção a Maternidade atingiu grau

de satisfação das funcionárias. Os funcionários estão neutros em relação a Trabalho Forçado e

Remuneração e Benefícios, para os demais indicadores os funcionários da empresa B

encontram-se insatisfeitos.

Em comparação com as demais empresas, o processo de usinagem apresenta mais

satisfação dos funcionários, nos indicadores de Trabalho Forçado, Diálogo entre Funcionário

e a Empresa, Remuneração e Benefícios. No entanto, é o único processo que apresenta um

indicador com muita insatisfação dos funcionários, sobre Sindicato e Associação Coletiva. Os

dados quantitativos no gráfico 6, apontam que a empresa não sindicaliza seus funcionários e

por ano não é realizado nenhuma reunião coletiva.

No processo de ferramentaria, a pesquisa conclui que os funcionários estão satisfeitos

somente com o indicador de Trabalho Forçado e Proteção a Maternidade. Entretanto, estão

Page 96: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

96

insatisfeitos com o diálogo que possui com a empresa. Para os demais indicadores os

funcionários possuem uma opinião neutra.

Na empresa Cliente, somente o indicador de Proteção a Maternidade atingiu o grau de

satisfação. Para os demais indicadores, os funcionários se posicionaram de forma neutra.

De acordo com o resultado dos indicadores no ciclo de vida do produto (gráfico 17), a

avaliação aponta que, somente o indicador de Trabalho Forçado obteve satisfação da parte

interessada Trabalhador. No entanto, nenhum indicador atingiu a média geral de muito

satisfeito. Os demais indicadores sociais estão qualificados entre muito insatisfeito e neutro.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

INDICADORES

Méd

ia g

eral

no

cicl

o de

vid

a

Média 4,11 3,97 2,57 3,22 3,3 2,74

Trabalho ForçadoProteção à

Maternidade

Sindicato e Associação

Coletiva

Diálogo entre Funcionário e a

Empresa

Remuneração e Benefícios

Desenvolvimento da Capacidade

Gráfico 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários no Ciclo de Vida do Produto. Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para uma discussão mais detalhada observando o processo de produção, foram

elaborados os itens abaixo, analisando o grau de satisfação dos funcionários relacionados aos

indicadores avaliados por cada processo.

Page 97: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

97

5.1.1.1 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Trabalho Forçado

O primeiro indicador apresentado na tabela 15 é Trabalho Forçado, que corresponde às

perguntas (questionário apêndice 01) baseadas nos conteúdos apresentados pela

UNEP/SETAC e o Instituto PROSA (tabela A.2).

A avaliação do resultado aponta os aspectos negativos para este indicador, no qual o

processo de fundição (empresa B) e na empresa cliente (E) apresentam média geral próximo a

3,8. Para atingir o grau de satisfação seria necessário a mais 0,2 de média.

Mesmo que algumas perguntas tenham atingido a média 4 (satisfeito) como pode ser

verificado na tabela 4 para a somatória de todas as respostas, os funcionários das empresas B

e E possuem uma opinião neutra, o que corresponde à escala de intensidade utilizada como

nem satisfeitos nem insatisfeitos.

Para os aspectos positivos, no indicador de Trabalho Forçado o resultado aponta o

processo de ferramentaria (empresa D) com média geral 4,75 (0,52). Significa que os

funcionários desta empresa, encontram-se satisfeitos com o indicador de Trabalho Forçado.

Entretanto, nota-se com o desvio padrão que existe uma variação nas respostas dos

entrevistados e que existe uma diferença de média de 0,25 para que o indicador atinja a nota 5

de muito satisfeito. Esses dados apontam que os funcionários afirmam satisfação na maior

parte das questões e que o grau de satisfação está bem próximo a muito satisfeito.

Também com aspectos positivos, o processo de montagem e desenvolvimento do

produto (empresa A) com média geral de 4,12 (1,0). Na seqüência o processo de usinagem

com 4,05 (0,72). Nas duas empresas, os funcionários estão satisfeitos sobre as questões

avaliadas no indicador de Trabalho Forçado.

5.1.1.2 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Proteção a Maternidade

O indicador de Proteção à Maternidade as questões foram formuladas baseadas nos

direitos das mulheres, apresentado no item de Proteção do Trabalho da Mulher no artigo 392

da CLT.

O resultado da avaliação do indicador de Proteção a Maternidade indica que, no ciclo

de vida do bloqueador os aspectos negativos está presente na empresa que desenvolve e

Page 98: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

98

monta o produto. Na segunda coluna da tabela 15, a empresa A atingiu a média 3,07 (1,27),

significa uma opinião neutra, referente às questões sobre a conduta da empresa com a

funcionária gestante. Nota-se que o desvio padrão 1,27 representa uma variação das notas dos

respondentes.

Desta forma, pode ser conferido na tabela 5 que as respostas atingiram notas entre 1 e

3. Conclui-se que para Proteção a Maternidade as funcionárias da empresa A possuem uma

opinião neutra, mas percebe-se na análise dos resultados que as respostas variam mais para a

insatisfação.

É importante realçar, que o processo de usinagem não apresenta mulheres, não possui

nota na tabela 15 e não está sendo contabilizado para o cálculo de média.

A empresa Cliente, em comparação com as demais, apresenta melhor aspecto positivo

para o indicador de Proteção a Maternidade, com média geral de 4,53 (0,68). O dado aponta

satisfação das funcionárias.

Na seqüência, encontram-se os processos de ferramentaria e fundição que apresentam

satisfação das funcionárias, entretanto pode-se notar uma diferença entre as médias de 0,27 e

que representa uma grande diferença nas notas para cada questão. Nota-se na tabela 5 o

processo de fundição (empresa B) possui mais perguntas com média 3 do que o processo de

ferramentaria (empresa D). Mesmo que ambas tenham médias parecidas, o grau de satisfação

das questões é avaliado pelas funcionárias de forma diferente, os dados apontam que o

processo de ferramentaria possui mais aspectos positivos em comparação ao processo de

fundição.

5.1.1.3 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva

No indicador de Sindicato e Associação Coletiva todas as empresas atingiram média

geral abaixo de 4 (satisfeito). Os aspectos mais negativos apresentam-se nos processos de

usinagem com média 1,42 (0,87) que representa muita insatisfação dos funcionários. Em

seguida os processos de montagem do produto (empresa A) e fundição, com médias próximo

a 2,50 e desvio padrão acima de 1. Significa que os funcionários opinaram entre muito

insatisfeitos e insatisfeitos as questões referente a atuação do sindicato e a disponibilidade de

reuniões coletivas.

Page 99: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

99

Com melhor pontuação, mas enquadradas nos aspectos negativos, estão as empresas D

( processo de ferramentaria) e a empresa E (cliente) com média entre 3 e 3,3 e o desvio padrão

acima de 1. Nota-se na tabela 6, que para as duas empresas os funcionários variam de opinião

entre muito insatisfeito, satisfeito e neutro. Considerando para os pontos positivos na

avaliação as notas são acima de 4. Conclui-se que o indicador de Sindicato e Associação

Coletiva não apresentou aspectos positivos na avaliação no ciclo de vida do produto.

5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Diálogo entre o Funcionário e Patrão

O Instituto ETHOS (2007) sugeriu mediar à satisfação dos funcionários sobre seu

diálogo com o padrão, por meio do indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa. O

presente estudo avaliou o indicador, conforme análise dos resultados no item 4.2.2 na tabela

7, com intuito de verificar em quais processos ocorreram pontos positivos e negativos.

Nota-se na tabela 15, que o único processo que apresenta pontos positivos é de

usinagem com média 4,01 (0,77) indica que, de forma geral os funcionários no processo de

usinagem estão satisfeitos com o diálogo que possuem com o patrão. No entanto, o desvio

padrão aponta uma variação nas notas assinaladas pelos respondentes. Verificando a tabela 7,

a empresa C, responsável pelo processo de usinagem, apresenta algumas perguntas com

média 3. Conclui-se que, no geral os funcionários estão satisfeitos com o indicador, porém

para algumas questões envolvendo a comunicação com a empresa, os dados apontam opinião

neutra.

Os aspectos negativos apontado pelo resultado da avaliação, encontram-se de forma

mais crítica nos processos de ferramentaria com média 2,82 (1,06) e fundição com média 2,84

(0,68). Os funcionários destes processos estão insatisfeitos com o diálogo que possui com a

empresa e o desvio padrão, em ambos os casos, apresenta variação nas notas dos

respondentes. No processo de ferramentaria nota-se na tabela 7, que algumas perguntas

atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito e 4 (satisfeito), porém para o processo de

fundição (empresa B) as médias estão entre 2 e 3.

Para o processo de montagem do produto e a empresa cliente, apresentam pontos

negativos para o indicador de diálogo entre funcionário patrão. A empresa E possui média

geral de 3,29 (0,90) e com uma diferença 0,14 de média a menos está à empresa A, que

atingiu média geral de 3,15 (1,36). Nos dois processos os funcionários possuem uma opinião

Page 100: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

100

neutra. No entanto, o valor do desvio padrão denota para uma variação nas notas dos

respondentes, retornando a tabela 7 pode-se verificar com mais precisão as médias por

perguntas. Na empresa cliente, as perguntas atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito até

4 (satisfeito). Já no processo de montagem e desenvolvimento do produto as questões

apresentam médias entre 2 de insatisfeitos e 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).

5.1.1.5 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Remuneração e Benefícios

As perguntas elaboradas para avaliação do indicador de Remuneração e Benefícios,

foram baseadas na descrição feita pelo Instituto PROSA (2006) na tabela A.2. O resultado da

avaliação de satisfação dos funcionários para com seus salários e benefícios aponta como

ponto positivo, somente o processo de usinagem, que atingiu a média geral 4,01 (0,77) (tabela

15). Entretanto, o valor do desvio padrão denota variação nas respostas dos funcionários, no

qual pode ser verificada na tabela 8, em que a questão de política e reajuste de salário, os

funcionários encontram-se nem satisfeitos nem insatisfeitos.

Os aspectos negativos para o indicador de Remuneração e Benefícios apresentam-se

nos processos de montagem e desenvolvimento do produto, fundição, ferramentaria e cliente.

Nota-se na tabela 15, que a empresa A corresponde a menor média entre as demais, de forma

geral os funcionários estão muito insatisfeitos com as questões sobre remuneração e

benefícios.

A avaliação do indicador afirma que os funcionários dos processos de fundição,

ferramentaria e a empresa estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com a remuneração e

benefícios. No entanto, na tabela 8 pode ser verificado que o processo de fundição as questões

sobre remuneração e benefícios atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito e 4.

5.1.1.6 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Desenvolvimento da Capacidade

As perguntas para avaliar o indicador de Desenvolvimento da Capacidade, foram

baseadas nas descrições feitas pelo instituto PROSA (2007) e o grupo de Força Tarefa da

Iniciativa do Ciclo de Vida da UNEP/SETAC (2008).

Page 101: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

101

Na tabela 15, é apresentado por processo, o resultado da avaliação de satisfação dos

funcionários sobre o investimento da empresa em desenvolvimento da capacidade dos

empregados. Os dados apontam que todos os processos apresentam aspectos negativos e que

todas as empresas estão com média geral abaixo de 4.

Os processos de usinagem e fundição encontram-se em uma situação mais crítica, com

menor média geral entre as demais empresas. A média geral 2,30 afirma que os funcionários

estão insatisfeitos com o investimento da empresa em suas capacidades. Porém, verificando

com mais detalhe a tabela 9, os funcionários dos processos de usinagem e fundição afirmaram

muita insatisfação em algumas questões, as notas variam entre 1 (muito insatisfeito) até 3

(nem satisfeito nem insatisfeito).

Com uma diferença a mais de média 0,45 o processo de montagem e desenvolvimento,

também se enquadra no grau de insatisfação dos funcionários para desenvolvimento da

capacidade. Entretanto, verificando a tabela 9 a pergunta sobre capacitação das qualidades

apresenta média 4 de satisfeito.

No processo de ferramentaria e na empresa cliente os dados da média geral (tabela 15)

denota que os funcionários estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com o indicador. No

entanto, na tabela 9 a empresa cliente, apresenta algumas perguntas que atingiram satisfação.

5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativos dos Funcionários

Como conclusão dos indicadores de satisfação da parte interessada Trabalhador, o

presente estudo apresenta o gráfico 17 contendo as médias dos indicadores sociais,

considerando todos os processos envolvidos na avaliação do ciclo de vida do bloqueador.

5.1.2.1 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Trabalho Forçado

Conclui-se que os funcionários envolvidos no ciclo de vida estão satisfeitos com o

indicador de Trabalho Forçado que atingiu a média 4,11. Todavia, deve ser considerando

algumas perguntas que atingiram média geral menor que 4, podendo ser verificado na tabela

4.

Page 102: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

102

O resultado da pesquisa aponta os aspectos que precisam ser melhorados pelas

empresas, tais como: Investir na qualidade da alimentação; Manter o banheiro em condições

de higiene; cumprir as responsabilidades estabelecidas no contrato de trabalho.

Mesmo que os funcionários realizem suas refeições em restaurantes ao redor do local

de trabalho, a empresa que se preocupa com a saúde do trabalhador, adota como

responsabilidade, fiscalizar a qualidade da comida nos restaurantes e criar meios para facilitar

ao funcionário realizar suas refeições em locais adequados.

O banheiro deve ser mantido, em todos os períodos, limpo e com todos os materiais

necessários para higiene do trabalhador, deve está localizado próximo ao ambiente de

trabalho. Essas ações auxiliam a não proliferação de doenças e mantém a saúde e bem estar do

trabalhador.

As empresas precisam ater-se a realizar todos os itens contidos no contrato de trabalho

e adotar ações que possibilitem o cumprimento das leis.

5.1.2.2 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Proteção a Maternidade

O indicador de Proteção a Maternidade, de acordo com a média 3,97 apresentada no

gráfico 17, aponta que a parte interessada Trabalhador está, nem satisfeita nem insatisfeita,

com os cuidados que as empresas operam para com as suas funcionárias gestantes.

Nota-se que, para atingir o grau de satisfação, seria necessário a mais 0,03 de média. O

indicador não atingiu o grau de satisfação em função da nota média que o processo de

montagem e desenvolvimento do produto obteve de 3,07. Mesmo que o indicador não tenha

atingido uma média razoável de satisfação, nota-se na tabela 15, que em alguns processos

como: fundição, ferramentaria e a empresa cliente, existe sim satisfação das funcionárias em

relação às condições de trabalho para a funcionária gestante.

A avaliação do indicador aponta, com as médias gerais das perguntas na tabela 5, que

as empresas devem melhorar ou possibilitar o plano de saúde, disponibilizar tempo para que a

funcionária esteja mais próxima a seu filho. Investir, em caso de emergência, em ações que

garantam atendimento com qualidade para a funcionária gestante. Como também, adotar

ações que possibilitem que a funcionária possa conciliar a sua vida profissional e de mãe.

Page 103: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

103

5.1.2.3 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva

Entre todas as médias dos indicadores, o que apresenta menor pontuação, no gráfico

17, é o indicador de Sindicato e Associação Coletiva. Com a média geral 2,57 a parte

interessada Trabalhador está insatisfeita com a atuação do sindicato e as reuniões coletivas,

que são necessárias para a participação dos funcionários para desenvolvimento da empresa.

Percebe-se na tabela 6, que poucas perguntas atingiram grau de satisfação, o maior percentual

está entre muito insatisfeito e neutro e todos os processos apresentam aspectos negativos.

Pode-se afirmar com avaliação dos dados, que há necessidade de todas as empresas

considerarem a opinião dos funcionários, nos seguintes aspectos apontado pelo indicador de

Sindicato e Associação Coletiva, tais como: Facilita a conversa voluntária entre os

funcionários, incentivar reuniões coletivas, com tempo adequado, para que os empregados

possam participar com sugestões para crescimento da empresa e que deve considerar e

praticar os resultados das reuniões.

A insatisfação aponta também, que as empresas envolvidas no ciclo de vida, precisam

melhor sua relação com o sindicato e apóia-lo para que possa interagir com os funcionários,

na forma de reuniões, atendimento de serviços e atuação no momento de rescisão do

trabalhador.

5.1.2.4 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade

O gráfico 17, aponta que o indicador de Desenvolvimento da Capacidade apresenta a

média geral de 2,74 significa que a parte interessada Trabalhador, está insatisfeita com os

assuntos que compõem o indicador. Na tabela 7 as médias gerais das perguntas questionadas

aos funcionários, encontram-se abaixo do grau de satisfação.

Na tabela 9, as médias gerais para as perguntas no ciclo de vida, reforça os aspectos

negativos apresentados pelo indicador. No ciclo de vida do bloqueador, a parte interessada

Trabalhador, encontra-se insatisfeita com o investimento das empresas para o

desenvolvimento da capacidade dos empregados. O resultado indica que as empresas devem

investir em treinamento, cursos para desenvolver capacidade intelectual do funcionário. Como

também, na estrutura para o conforto do ambiente de trabalho.

Page 104: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

104

5.1.2.5 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Diálogo entre Funcionário e a

Empresa

Um dos indicadores que apresentam aspectos negativos é o de Diálogo entre

Funcionário e a Empresa, que no gráfico 17 apresenta-se com a média 3,22. Significa que os

funcionários, de todas as empresas envolvidas no ciclo de vida, possuem uma opinião neutra

para o indicador.

Pode-se perceber na tabela 7, que os funcionários opinaram entre muito insatisfeito e

neutro sobre os assuntos tratados no diálogo com o padrão.

Pode-se concluir que, as empresas envolvidas no ciclo de vida devem adotar ações que

possibilitem um maior diálogo entre os setores, criar meios para que as respostas sejam

entregue de forma mais rápida e precisa, auxiliar na comunicação entre os funcionários e o

patrão. Também, investir em veículos de comunicação, como jornais e folhetos, para que os

funcionários possam ter conhecimento das ações adotadas pela empresa.

5.1.2.6 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Remuneração e Benefícios

O indicador de Remuneração e Benefícios, também se enquadra nos aspectos

negativos do ciclo de vida do produto. No gráfico 17, apresenta a média geral 3,3 indica que a

parte interessada Trabalhador, possui uma opinião neutra para o indicador. Como pode ser

verificado na tabela 8, as médias gerais das perguntas não atingiram o grau de satisfação dos

funcionários. Conclui-se que as empresas envolvidas no ciclo de vida do produto devem

investir mais na política de reajuste de cargos e salários, adequar o valor dos salários e

benefícios conforme a necessidade de subsistência dos empregados. Desta forma, poderá

beneficiar a saúde e bem estar dos funcionários e seus familiares, possibilitando o crescimento

da satisfação para exercer suas atividades, conseqüentemente um provável aumento da

produtividade.

Page 105: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

105

5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo dos Fornecedores

Neste item, serão discutidas as médias dos indicadores, apontando o grau de satisfação

das empresas fornecedoras perante a conduta da empresa que desenvolve o bloqueador. A

avaliação baseou-se nos seguintes indicadores: Reclamações e Diálogo; Grau que Escuta as

Partes; Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos.

Na tabela 16, denota que os fornecedores estão satisfeitos com o indicador de

Reclamações e Diálogo. Todavia, o fornecedor C responsável pelo processo de usinagem

apresenta 0,54 de desvio padrão. Verificando a tabela 10, pode-se afirmar que este fornecedor

está muito satisfeito com o diálogo ocorrido entre as negociações e a qualidade das

informações prestadas pela empresa que desenvolve o produto.

O resultado da tabela, 16 aponta que os fornecedores das empresas, B (fundição) e a

empresa D (ferramentaria), estão satisfeitos com o grau que a empresa A escuta os

fornecedores. Percebe-se na fundição, que o desvio padrão 0,54 representa variação das notas,

verificando a tabela 10, este fornecedor afirma está muito satisfeito com as negociações de

prazos de entrega de produtos e as mudanças ocorridas a pedido do fornecedor.

Entretanto, o processo de usinagem apresenta a média de 3,8 (0,83) o desvio padrão

confirma a variação das respostas. Nota-se na tabela 10, que algumas questões atingiram

satisfação, porém outras apresentam aspectos negativos. Para o fornecedor, não existe nem

satisfação nem insatisfação nas reuniões e mudanças ocorridas a seu pedido.

No indicador de respeito a contratos, os fornecedores responsáveis pelos processos de

usinagem e ferramentaria estão satisfeitos com o respeito que a empresa A realiza nos

contratos junto ao fornecedor. Porém, no fornecedor B as questões variam entre neutro e

satisfeito.

Os fornecedores B e C apresentam uma média geral neutra, estão nem satisfeitos nem

insatisfeitos com o apoio a investimentos oferecido pela empresa. No entanto, o fornecedor D

afirma está satisfeito com o apoio e investimento ofertados pela empresa que desenvolve o

produto.

No ciclo de vida os indicadores de Reclamações e Diálogo, Grau que Escuta as Partes

e Respeito a Contratos, atingiram médias que representam à satisfação da parte interessada

Fornecedor. Por outro lado, com menor pontuação, a parte afirma ser neutra em relação a

apoio e investimento.

Page 106: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

106

Tabela 16 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Fornecedores no Ciclo de Vida do Produto

Média Geral por Fornecedores (empresas) INDICADORES

B C D

Média Geral no Ciclo de Vida do Produto.

Reclamações e Diálogo 4,00 (0) 4,4 (0,54) 4,00 (0) 4,13

Grau que escuta as partes 4,4 (0,54) 3,8 (0,83) 4,00 (0) 4,06

Respeito a Contratos 3,6 (0,54) 4,4 (0,89) 4,00 (0) 4,00

Apoio a Investimentos 3,2 (0,44) 3,4 (0,54) 4,00 (0) 3,53 Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

5.3 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo do Cliente

Na tabela 17, são apresentados os resultados das médias gerais para os indicadores

sociais aplicados na avaliação da satisfação do cliente, os quais são: Informações no Rótulo;

Informações de Risco e Manutenção do Produto.

O cliente afirma está nem satisfeito nem insatisfeito com as informações contidas no

rótulo do produto, porém ao verificar o desvio padrão percebe-se que houve variação das

notas. Na tabela 12, pode-se verificar que algumas questões atingiram grau de satisfação.

O indicador de Informações de Riscos, também apresenta aspectos negativos com uma

média de 3,14 (0,63). No entanto, na tabela 12 pode ser verificado que o cliente está satisfeito

somente com as informações no rótulo para auxiliar em caso de acidente e sobre as

informações para contato com a empresa que desenvolve o produto.

Tabela 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação do Cliente no Ciclo de Vida do Produto

INDICADORES CLIENTE (média geral)

Informações no rótulo 3,71 (0,45)

Informações de risco 3,14 (0,63)

Manutenção do produto 2,58 (1,24) Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Com aspectos mais negativos, encontra-se na tabela 17 o indicador de Manutenção do

Produto, com a média geral de 2,58 (1,24). O cliente afirma está insatisfeito com a

manutenção do bloqueador, nota-se no desvio padrão que há uma variação das notas, como

pode ser analisado na tabela 12, em que o cliente afirma está muito insatisfeito no

atendimento e na agilidade da troca do produto.

Page 107: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

107

Conclui-se que a empresa que desenvolve o produto deve trabalhar nos pontos

negativos apresentados pela pesquisa, a fim de garantir satisfação do cliente para o serviço

prestado.

5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo da Comunidade Local

Na Comunidade Local, a avaliação social ocorreu por meio do indicador de

Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis apresentado pela UNEP/SETAC no

quadro 3.

Os resultados apontam na tabela 18, que as médias gerais nos processos de fabricação

do bloqueador, que na opinião da vizinhança nenhuma das empresas avaliadas apresenta

aspectos negativos. Todas as empresas atingiram médias maior que 4. De acordo com a

pesquisa no processo de ferramentaria, os vizinhos estão muito satisfeitos com os assuntos

avaliados por meio do indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.

Tabela 18 – Média Geral do Indicador de Satisfação na Comunidade Local

Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis

Processos A B C D E

Média Geral 4,33 (0,55) 4,58 (0,44) 4,91 (0,18) 5 (0) 4,41 (0,73)

Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Conclui-se que as empresas não excedem no barulho, no odor e no lixo gerados pelo

processo produtivo do produto. Como também, estão satisfeitos com a geração de empregos e

os benefícios ao comércio para a comunidade ao redor.

Page 108: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

108

5.5 Discussão dos Dados da Sociedade

Neste item, será discutida a relação das empresas envolvidas no processo produtivo do

produto perante a Sociedade. A avaliação possibilitou verificar a regularidade das empresas

com pagamento de impostos e os direitos trabalhistas, por meio da confirmação de

documentos, tais como: Declaração da Receita Federal; Contribuição Previdenciária; Fundo

de Garantia dos Funcionários.

No item 4.6 de resultados, a tabela 14 apresenta a confirmação de tais documentos

para cada empresa. Os aspectos negativos apresentam-se somente nas empresas B e C em que

a Declaração da Receita Federal não está com validade para o ano de 2008. No entanto, os

pagamentos de INSS e FGTS estão quitados em todas as empresas.

Como sugestão, as empresas que apresentam aspectos negativos devem procurar

regularizar a documentação junto à Receita Federal.

Page 109: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

109

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve a intenção de coletar informações que demonstram a aplicação da

Avaliação Social do Ciclo de Vida de um produto, em uma microempresa do ramo

automotivo. Atingiu o objetivo geral indicando os impactos sociais nos processos, que são

apresentados nos itens a seguir.

6.1 CONCLUSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS

Os dados quantitativos do indicador de Trabalho Forçado, apresentados no item 4.2.1

sobre tipo de contrato, carga horária e descanso, apontam aspectos positivos em todos os

processos de produção do produto e que estão de acordo com as exigências estabelecidas pela

CLT descritas nas Normas Gerais de Tutela do Trabalho, exceto, pelo fato de que o processo

de usinagem mantém um funcionário menor de 18 anos em regime de período integral e

contratado de forma inadequada ao que é estabelecido pela CLT.

A pesquisa sugere, de acordo com os resultados do indicador de Sindicato e

Associação Coletiva, que o processo de usinagem permita a sindicalização dos funcionários e

que todas as empresas avaliadas precisam facilitar a comunicação entre sindicato e

funcionários, como também, encorajar os funcionários a realizarem reuniões coletivas

resultando em contratos a serem praticados.

Conclui-se pelo resultado do indicador de Diversidade de Gênero, que as empresas

responsáveis pelos processos de fundição, usinagem e ferramentaria precisam equilibrar a

relação de homens e mulheres. Para todas as empresas, a pesquisa aponta que é necessário

equilibrar a diversidade de gênero entre os setores, principalmente o de chefia, sendo

importante elaborar e realizar uma adequada política de cargos e salários, incentivando as

mulheres para postos de gerência e administrativo. Os aspectos positivos apontam que a

empresa A possui melhor percentual de diversidade de gênero.

Para Nível de escolaridade, pode-se concluir com os resultados, que o processo de

usinagem e montagem do produto devem incentivar os funcionários a completarem o ensino

médio. Os aspectos positivos apresentam-se no processo de ferramentaria e na empresa

cliente, nos quais há razoável número de funcionários com nível superior.

Page 110: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

110

Para Saúde e Segurança no Trabalho, pode-se concluir com os resultados da pesquisa,

que o processo de ferramentaria apresenta pontos positivos, por ter sido identificado a

existência do comitê de segurança e CIPA na empresa. As demais empresas não apresentam

setor de segurança no trabalho, no entanto, foi analisada a opinião dos funcionários em

relação a alguns itens levantados (gráfico 12 e 13) sobre o impacto da atividade produtiva na

saúde do trabalhador.

6.1.2 Conclusão dos Dados Semi-Quantitativo dos Funcionários

Baseado na afirmação de Spillemaeckrs et al. (2004) sobre a possibilidade de analisar

os indicadores por meio de avaliação na escala semi-quantitativa, como ótimo e péssimo, o

presente estudo, além da avaliação quantitativa dos dados, utilizou-se da escala de intensidade

de satisfação para apontar a opinião dos funcionários.

Desta forma, pode-se concluir que as empresas envolvidas no ciclo de vida do

bloqueador, devem trabalhar nos aspectos negativos apontados pelo presente estudo,

relacionados aos indicadores de Desenvolvimento da Capacidade; Sindicato e Associação

Coletiva; Diálogo entre Funcionário e a Empresa; Remuneração e Benefícios; Proteção a

Maternidade.

A pesquisa sugere que as empresas precisam adotar ações estratégicas para melhoria

do grau de satisfação e manter as ações já existentes que garantam a satisfação atual dos

funcionários.

6.2 CONCLUSÃO DOS DADOS DOS FORNECEDORES E CLIENTE

Conclui-se para a parte interessada Fornecedores, que existe necessidade da empresa

A apoiar e investir mais seus fornecedores. Para os demais aspectos avaliados (tabela 16) os

fornecedores afirmam estarem satisfeitos, porém em algumas questões como negociações

entre as partes e prazos precisam ser melhoradas.

O fornecedor deve ser valorizado pelas empresas, tanto quanto o cliente. Pois

atualmente, a comunidade de negócios e os consumidores estão atentos aos aspectos gerados

Page 111: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

111

na cadeia produtiva dos produtos e serviços. Todavia, o impacto gerado pelos fornecedores e

a conduta ética adotada pelas organizações refletem na decisão da compra pelo consumidor.

A pesquisa conclui que para a parte interessada Cliente, avaliou os indicadores de

forma negativa. A empresa que desenvolve o produto deve rever o conteúdo do manual, as

informações no rótulo que devem conter instruções de risco e manuseio.

De acordo com a pesquisa, a empresa A deve investir mais no processo de manutenção

do produto, agilidade do atendimento e troca. Para satisfazer o cliente e manter sua fidelidade,

a empresa precisa estar atenta as necessidades do cliente e melhorar os aspectos apresentados

acima.

6.3 CONCLUSÃO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL E SOCIEDADE

Para Comunidade Local, pode-se concluir que existem aspectos positivos para saúde e

segurança da vizinhança, gerados pelo processo de fabricação do bloqueador. Mesmo

apresentando pontos positivos, é importante realçar que as empresas devem manter o bom

relacionamento e investir em aspectos sociais que possam vir a influenciar os moradores ao

redor.

Para Sociedade, pode-se concluir que, sobre os pontos avaliados na pesquisa duas

empresas necessitam regularizar a documentação junto a Receita Federal. Por outro lado, a

pesquisa aponta aspectos positivos, gerados pelas empresas envolvidas no ciclo de vida do

bloqueador, no que diz respeito a pagamento das contribuições dos funcionários.

6.4 CONCLUSÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ATINGIDOS

Para compreensão da metodologia ASCV, o presente estudo realizou uma revisão

sobre a metodologia ASCV. Para tanto, foi necessário apresentar as fases da ACV de acordo

com a ISO 14.040 (2006). Em seguida, no item 2.2 foi apresentada uma comparação entre a

ASCV E AACV e a definição do escopo e análise do inventário, baseados nos estudos de

UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007) e Grieβhammer et al. (2006).

Page 112: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

112

Para avaliar os aspectos sociais no ciclo de vida do bloqueador, foi imprescindível

identificar e selecionar os indicadores sociais existentes. Desta forma, o presente estudo nos

itens 2.3 e 2.4 realizou uma revisão de ASCVs e dos Institutos Gestores de Indicadores

Sociais.

No estudo de caso, para avaliação do produto, optou-se por selecionar as Partes

Interessadas propostas pela UNEP (2009) as avaliadas foram: Trabalhadores, Comunidade

Local e Sociedade. No entanto, os Fornecedores e Cliente só foram incluídos por ter uma

representação significativa para o processo de produtivo do bloqueador, houve a necessidade

de incluí-lo entre as partes, sugerida pela UNEP (2009) como adicionais ou subgrupos.

A avaliação ocorreu por meio da análise das Subcategorias de Impactos (perguntas),

por meio da aplicação de questionários junto às partes. Importante ressaltar que para a

categoria de Fornecedores as subcategorias foram propostas pelo presente estudo baseadas nas

revisões do ETHOS (2007), assim como Cliente, não estando descritas nem nas fichas

metodológicas ou no livro publicado pela UNEP (2009).

Com base nos estudos listados anteriormente, o presente estudo elaborou o escopo

apresentado no item 4.1, no qual foram realizados alguns dos objetivos específicos listados no

item 1.3.2. Além dos objetivos, pode-se identificar a função do produto que é rastrear e

bloquear o caminhão via satélite. A unidade funcional consiste em bloquear e rastrear um

caminhão no período de 20 anos, como fluxo de referência 1 (um) produto para bloquear e

rastrear 1 (um) caminhão.

Outro objetivo específico pode ser verificado no item 4.1.2 em que se apresenta o

sistema do produto. Para realização de uma ACV de um produto a ISO 14044:2006 comenta

que é necessária a descrição do sistema produtivo do produto. Para tanto, foi necessário

identificar as peças que compõem o produto, descrevendo seu processo de fabricação. Desta

forma, o presente estudo elaborou o fluxograma do bloqueador (figura 4), no qual se

apresenta processos, componentes e empresas envolvidas.

Com o fluxograma, pode-se atingir o quarto objetivo específico, listado no item 1.3.2.

No qual, podem-se verificar as empresas responsáveis por cada processo de fabricação do

bloqueador.

Em seguida, foi necessário adotar critério de corte para limite do sistema. Desta forma,

pode-se selecionar as empresas A, B, C, D e E envolvidas no ciclo de vida do bloqueador. A

seleção para o presente estudo de caso, ocorreu pela adoção do critério de corte de horas

trabalhadas, sugerido por UNEP (2009)

Page 113: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

113

A tabela 1 apresenta as horas trabalhadas para cada peça do bloqueador, relacionadas

por processo. Desta forma, pode-se limitar o sistema do produto e selecionar as empresas para

a avaliação na pesquisa. Foram selecionados os processos que correspondem a mais de 10%

do total de horas trabalhadas na fabricação do produto.

Com os objetivos específicos comprovaram-se os passos propostos pela

UNEP/SETAC para realização de uma ASCV, restrita as fases do escopo e análise de

inventário.

Na fase do escopo, o presente estudo definiu os passos sugeridos pela UNEP/SETAC,

com a identificação dos indicadores sociais prioritários para cada parte interessada, como:

funcionários, fornecedores, cliente, comunidade local e sociedade. Com o inventário, os dados

foram levantados e identificados, e por meio da análise foram apresentados os impactos

sociais nos processos. Com isso, o inventário do estudo alcançou seu objetivo principal,

coletando os dados e analisando-os. O detalhamento do produto possibilitou identificar as

empresas envolvidas, selecionadas conforme o critério de corte de horas trabalhadas proposto

pela UNEP/SETAC. A fases de impacto e interpretação na ASCV, ficaram como uma

sugestão para trabalhos futuros, quando os passos a serem seguidos estiverem

metodologicamente mais definidos.

Além disso, este estudo demonstrou que a metodologia ASCV ainda está em fase de

desenvolvimento, mesmo com os conceitos apresentados pela UNEP (2009). Na prática,

alguns itens devem ser mais profundamente investigados, como a categoria de impacto, a qual

não foi apresentada no escopo do estudo por dificuldades de definições mais claras de como

conduzir um determinado indicador ao impacto.

No entanto, pode-se concluir pela amostra selecionada para este estudo que a ASCV

avalia de forma correta os impactos das atividades de produção industrial na vida social das

pessoas e organizações. Com a identificação dos impactos sociais causados na cadeia

produtiva, por meio da criação de indicadores que possibilitem ações estratégicas pela

empresa, a ASCV auxilia na garantia da qualidade de vida das pessoas.

6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Neste item serão apresentadas as sugestão para futuras pesquisas em ASCV, nas quais

estão listadas abaixo:

Page 114: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

114

• Realizar todos os passos para uma ASCV tais como: Definição do Objetivo e Escopo;

Análise do Inventário; Avaliação do Impacto e Interpretação;

• Analisar com mais detalhe os indicadores sociais referente à comunidade local e

sociedade;

• Desenvolver método para implementar a ASCV de forma mais sistemática na

empresa;

• Desenvolver mecanismos que facilitem a coleta de dados.

Page 115: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

115

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Page 117: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

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Page 118: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

118

APÊNDICE 01 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada

Trabalhador.

Questionário sobre Prática do Trabalho (aplicado aos trabalhadores)

Nome: Idade:

Empresa que trabalha:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:

1.1 - Semanais trabalhadas?

1.2 - Horas extras durante a semana?

1.3 - No contrato de trabalho?

1.4 - Período noturno, quantas horas?

1.5 - Horário de almoço?

1.6 - Intervalo no expediente?

2- Marque SIM ou NÃO para as questões abaixo: sim não 2.1 - Existe treinamento para conhecimento de riscos da área de trabalho? 2.2 - No treinamento realizam simulação em caso de acidente? 2.3 - São favoráveis as condições físicas em seu trabalho para sua saúde? 2.4 - Causa desconforto o ruído dentro da empresa? 2.5 - É suportável o odor dentro da empresa, provenientes de produtos químicos? 2.6 - É agradável a temperatura dentro da empresa? 2.7 - A estrutura física da empresa auxilia para proteção aos riscos? 2.8 - É freqüente o uso de material para proteção entre os funcionários? 2.9 - Existe CIPA / membro e comitê de segurança na empresa? 2.10 - Existe ginástica laboral no trabalho? 3 - Marque o seu grau de escolaridade:

1º grau incompleto 1º grau completo

2º grau incompleto

2º completo 3º grau cursando ou completo

4 - Marque o tipo de seu contrato?

Contrato terceirizado

Contrato em carteira

Não possui contrato

Page 119: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

119

5 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua

opinião:

Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5

( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO

1 2 3 4 5

Questões sobre Trabalho forçado 1 2 3 4 5

O que você acha sobre o espaço de alimentação na empresa

Sobre o conteúdo das refeições

Banheiro você acha adequado para o uso

Sobre o material de higiene pessoal

Qual é sua satisfação com a carga horária

Satisfação com o período de descanso que possui diariamente

Sobre o cumprimento do contrato pela empresa

Questões sobre Proteção à Maternidade 1 2 3 4 5

Sobre o tratamento da empresa com as funcionárias gestantes

É suficiente o tempo que a empresa dispensa à funcionária

Sobre o plano de saúde para gestantes

O tempo é suficiente para cuidar de suas crianças

Tratamento da empresa em caso de emergência para a funcionária

Depois do tempo de licença é satisfatório o tratamento da empresa

Você consegue conciliar sua vida profissional e de mãe

Questões Sindicato e Associação Coletiva 1 2 3 4 5

Conversa voluntária entre os funcionários sobre o trabalho

Tempo que a empresa disponibiliza para reuniões coletivas

Apoio da empresa à negociação coletiva dos trabalhadores

Resultados das reuniões coletivas

Atuação do Sindicato aos trabalhadores

Ações do Sindicato favorecendo os funcionários

Diálogo que o sindicato faz do funcionário com o patrão

Questões sobre Diálogo entre funcionário e empresa 1 2 3 4 5

Satisfeito com a comunicação da empresa aos funcionários

Clareza da comunicação entre empresa e empregado

Comunicação entre os funcionários

É satisfatório o tempo para trocar informações com os colegas

Comunicação entre os setores de trabalho

A empresa escuta o que você tem a dizer

Acesso as informações sobre o trabalho

Questões sobre Remuneração e Benefícios 1 2 3 4 5

Em relação a seu cargo, o que você acha da sua remuneração

Sua remuneração corresponde as suas necessidades básicas

O que você acha sobre os benefícios adicionais

Sobre a política de reajuste de cargos e salários da empresa

O que você acha do valor de seus benefícios

Caso a empresa lhe conceda outros benefícios, como qualifica

Esses benefícios proporcionam bem estar a sua família

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120

Questões sobre Desenvolvimento da Capacidade 1 2 3 4 5

Grau de investimento da empresa em treinamento

Sobre o conforto para exercer suas atividades

Investimento da empresa em sua capacidade intelectual

Cursos que a empresa oferece

Sua satisfação sobre seu horário de trabalho

A empresa incentiva a capacitação de suas qualidades

Sobre o tempo que tem livre para outras atividades

Assinatura do entrevistado:

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121

APÊNDICE 02 – Questionário Aplicado na Avaliação do Trabalhador Aprendiz.

Questionário sobre Prática do Trabalho (aplicado ao trabalhador aprendiz)

Nome: Idade:

Empresa que trabalha:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:

1.1 - Semanais trabalhadas?

1.2 - Horas extras durante a semana?

1.3 - No contrato de trabalho?

1.4 - Horário de almoço?

1.5 - Intervalo no expediente?

2 - Marque o seu grau de escolaridade:

1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau completo

2º grau completo 3º grau cursando

3 - Marque o tipo de seu contrato?

Contrato de aprendiz Contrato em carteira

Não possui contrato Contrato de estágio

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122

APÊNDICE 03 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada

Trabalhador.

Questionário para coletar informações do trabalhador (aplicado no setor de Recursos

Humanos das empresas)

Nome:

Empresa: Setor:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:

Quantidade

1.1 - Semanais trabalhadas?

1.2 - Horas extras durante a semana?

1.3 - No contrato de trabalho?

1.4 - Período noturno, quantas horas?

1.5 - Horário de almoço?

1.6 - Intervalo no expediente?

2- Em seu trabalho qual é a quantidade de funcionários:

2.1 - Total de Funcionários?

2.2 - Total com carteira assinada?

2.3 - Total contrato temporário?

2.4 - Total sem contrato?

3 - Para funcionários menor de 18 a 14 anos: 18 anos 14 anos

3.1 - Quantidade funcionários? ( ) ( )

3.2 - Horas trabalhadas? ( ) ( )

3.3 - Tipo de contrato? ( ) ( )

3.4 - Instituição do contrato? ( ) ( )

3.5 - Nível de escolaridade? ( ) ( )

4 - Para funcionários sindicalizados: Quantidade

4.1 - Funcionários sindicalizados?

Page 123: Avaliacao Social Do Ciclo de Vida_Silvia_Corrêa

123

4.2 - Numero de reuniões coletivas / ano?

4.3 - Quantidade de contratos das reuniões?

5 - Quantidade de funcionários (diversidade):

Homens Mulheres

5.1 - Brancos

5.2 - Morenos

5.3 - Negros

5.4 - Idade 18 a 20

5.5 - Idade 20 a 30

5.6 - Idade 30 a 40

5.7 - Idade 40 a 50

5.8 - Idade Acima de 50

6 - Quantidade de funcionários por nível de escolaridade:

Escolaridade Completo Incompleto Homens Mulheres 1º grau 1º Grau

2º grau 3º grau

7 – Informe a quantidade correspondente a cada questão (Total por ano):

Saúde e Segurança no trabalho Quantidade Notificação de acidentes? Número de acidentes com afastamento?

Número de acidentes sem afastamento? Número de doenças ocupacionais? Tipo de lesão? Assinatura do entrevistado:

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124

APÊNDICE 04 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Fornecedor.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com seus

fornecedores (aplicado nas empresas fornecedoras no setor comercial ou RH)

Nome:

Empresa:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua

opinião:

Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5

( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO

1 2 3 4 5

Questões sobre Reclamações e Diálogo 1 2 3 4 5

Satisfação do diálogo entre as duas empresas

Diálogo nas negociações

Mecanismo de comunicação acessível e eficiente

Respostas das reclamações

Qualidade da informação prestada pela empresa

Questões sobre grau que escuta as partes 1 2 3 4 5

A empresa escuta e respeita opiniões do fornecedor

Satisfação das negociações entre as partes

Negociações de prazos à pedido do fornecedor

Mudanças ocorridas a pedido do fornecedor

Reuniões na empresa a pedido do fornecedor

Questões Respeito a Contratos 1 2 3 4 5

Grau de satisfação ao cumprimento de contratos

Satisfação sobre pagamento

Benefícios do contrato

Cumprimento de prazos do contrato

Clareza da informação no contrato

Questões sobre Apoio e Investimentos 1 2 3 4 5

A empresa apóia de forma financeira os fornecedores

Investimentos em máquinas

Investimento em recursos humanos

Divulga o trabalho do fornecedor para outras empresas

Em geral qualifique o apoio que a empresa presta ao fornecedor

Assinatura do entrevistado:

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125

APÊNDICE 05 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Cliente.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a empresa

cliente (aplicado no setor comercial)

Nome:

Empresa:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua

opinião:

Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5

( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO

1 2 3 4 5

Questões sobre Informações no rótulo 1 2 3 4 5

Satisfação sobre informações contidas no rótulo do produto

Facilidade de leitura

Conforme procedimentos exigidos para rotulagem

As cores facilitam a leitura

Símbolos legíveis e de fácil interpretação

As informações técnicas são suficientes

Informação de comunicação com a empresa

Questões sobre Informações de Risco 1 2 3 4 5

Possui informação de risco no produto

Legível e de rápida interpretação

Contem todas informações necessárias para prevenção de acidente

Soluções em caso de acidentes

No manual as informações são satisfatórias

Sobre informações de risco no manual

Informações para contato

Questões Informações do produto 1 2 3 4 5

Satisfação no atendimento para manutenção do produto

Agilidade da troca e manutenção

Informações no manual sobre manutenção

Qualidade da informação

Qualidade do produto trocado

Qualidade do produto consertado

Satisfação em geral para manutenção do produto

Assinatura do entrevistado:

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APÊNDICE 06 – Questionário Aplicado na Avaliação da Comunidade Local.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a comunidade

local (aplicado a moradores vizinhos)

Nome:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua

opinião:

Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5

( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO

1 2 3 4 5

Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudável 1 2 3 4 5

Satisfação com o barulho da empresa

Satisfação com o odor emitido da atividade produtiva da empresa

Satisfação com o lixo da empresa gera

Satisfação em ter a empresa como vizinha

Satisfação para o comércio do bairro

Satisfação na criação de empregos para a comunidade

Assinatura do entrevistado:

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APÊNDICE 07 – Questionário Aplicado na Avaliação da Sociedade.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a sociedade

(Dados coletados por documentos)

Dados da empresa _______________________ - CNPJ _______________________

Dados coletados a partir de documentos: sim ( pagamento correto ) e não ( não pagamento )

sim não 2 - Certidão da Receita Federal

3 - Contribuição Previdênciária - INSS

4 - Fundo de Garantia dos Funcionários - FGTS

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ANEXOS ANEXO A - Os Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global

Os indicadores Ethos aplicados ao princípio do Pacto Global (2004) são considerados

como complementares aos demais indicadores Ethos. Juntos propiciam um diagnóstico capaz

de gerar ações relevantes para pessoas, empresas e sociedade. Para melhor compreensão da

união dos indicadores Ethos e dos nove princípios do pacto global, o quadro 1 apresenta

estrutura desenvolvida pelo Ethos.

Na primeira coluna, a área de abrangência é classificada em três grupos: direitos

humanos, trabalho e meio ambiente. Na segunda coluna, são descritos os nove princípios do

Pacto Global, sem considerar o décimo princípio chamado de contra corrupção. Na terceira

coluna, são listados os indicadores Ethos relacionados a cada um desses princípios.

Quadro A.1 – Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global

AREA DE ABRANGÊNCIA NOVE PRINCÍPIOS PACTO GLOBAL INDICADORES ETHOS

Inserção de temas de direitos humanos na gestão da empresa Direitos humanos na rede de relações da empresa

1 - As empresas devem respeitar e apoiar a proteção dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente dentro da sua esfera de influência Direitos humanos na ação social ou no

investimento social privado

Direitos Humanos

2 - As empresas devem certificar-se que não estejam sendo cúmplice de abusos e violações dos direitos humanos

O monitoramento de questões de direitos humanos na cadeia de negócios e na ação social

3 - As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito a negociação coletiva

Apoio a liberdade de associação e o reconhecimento do direito à negociação coletiva

4 - As empresas devem apoiar a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório

Sobre a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório

5 - As empresas devem apoiar a erradicação efetiva do trabalho infantil

Sobre o apoio à erradicação do trabalho infantil

Trabalho

6 - As empresas devem eliminar a discriminação com respeito ao emprego e à ocupação

Monitoramento da situação do público interno em relação a mecanismos de discriminação

7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais

Apoio a uma abordagem preventiva aos desafios ambientais

8 - As empresas devem se encorajar em iniciativas para responsabilidade social

Engajamento para promover maior responsabilidade social

Meio Ambiente

9 - As empresas devem incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis

Incentivo ao desenvolvimento de tecnologias amigáveis

Fonte: ETHOS(2004)

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ANEXO B - PROSA Avaliação da Sustentabilidade de Produtos

Grieβhammer et al. (2007) desenvolveram a metodologia PROSA publicada pelo

Instituto Öko-Institut e. V. no guia PROSA - Product Sustainability Assessment Guideline

no qual relata estudos de casos de avaliação ambiental do ciclo de vida em produtos e também

aborda o tema de inclusão de indicadores sociais na metodologia ACV.

A metodologia PROSA para avaliação da sustentabilidade de produtos, estrutura os

processos de decisão, reduzindo a complexidade e os elementos-chave. Os campos

importantes de aplicação do método incluem o planejamento das estratégias, a análise de

casos de produtos nas empresas, a apólice integrada de produtos (IPP), os processos de

diálogos, o desenvolvimento cooperativo de produtos e a venda dentro de redes de inovação.

Grieβhammer et al. (2007) apresentada uma lista de indicadores sociais direcionados

para cada parte interessada, preparados exclusivamente para metodologia ASCV. As partes

interessadas estão apresentadas nos quatro quadros a seguir, onde estão classificadas e listadas

na primeira coluna (empregado, comunidade local e regional, sociedade e consumidor). Os

indicadores, dispostos na segunda coluna, estão subdivididos em vários outros indicadores

listados na terceira coluna.