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banana ESTUDOS DE MERCADO SEBRAE/ESPM 2008 Sumário

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, 2008

Adelmir Santana

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Paulo Tarciso Okamotto

Diretor-presidente

Luiz Carlos Barboza

Diretor-técnico

Carlos Alberto dos Santos

Diretor de Administração e Finanças

Luis Celso de Piratininga Figueiredo

Presidente Escola Superior de Propaganda e Marketing

Francisco Gracioso

Conselheiro Associado ESPM

Raissa Rossiter

Gerente Unidade de Acesso a Mercados

Juarez de Paula

Gerente Unidade de Atendimento Coletivo – Agronegócios e Territórios Específicos

Patrícia Mayana

Coordenadora Técnica

Laura Gallucci

Coordenadora Geral de Estudos ESPM

Daniel Carsadale Queiroga

Coordenador Carteira de Fruticultura

Guilherme Umeda

Pesquisador ESPM

Laura Gallucci

Revisora Técnica ESPM

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Índice

1. Introdução......................................................................................................................6

1.1. Coleta de Informações .................................................................................................6

2. Mercado .........................................................................................................................6

2.1. Cenário Internacional ...................................................................................................62.2. Cenário Nacional ..........................................................................................................82.3. Preço ......................................................................................................................... 102.4. Comunicação ............................................................................................................. 12

3. Produção ..................................................................................................................... 13

3.1. Cadeia Produtiva da Banana ....................................................................................... 153.1.1. Antes da Porteira ..................................................................................................... 163.1.2. Dentro da Porteira ................................................................................................... 173.1.3. Pós-Porteira .............................................................................................................20

4. Produtos e Usos da Banana .......................................................................................23

4.1. Consumo In Natura ...................................................................................................234.2. Uso Agroindustrial .....................................................................................................244.2.1. Derivados com Uso Alimentar ................................................................................244.2.2. Derivados com Uso Não Alimentar ........................................................................26

5. Diagnóstico do Mercado da Banana .........................................................................27

5.1. Tendências para a Indústria da Bananicultura .............................................................275.1.1. Tendências para o Mercado de Exportação .............................................................275.1.2. Tendências para a Distribuição ................................................................................285.1.3. Tendências para a Produção ....................................................................................285.2. Análise Estrutural da Indústria ...................................................................................285.2.1. Ameaça de Novos Entrantes ...................................................................................285.2.2. Ameaça de Produtos Substitutos ...........................................................................295.2.3. Poder de Barganha dos Fornecedores ....................................................................295.2.4. Poder de Barganha dos Compradores ....................................................................295.2.5. Rivalidade entre Competidores Existentes .............................................................305.3. Análise PFOA .............................................................................................................315.3.1. Potencialidades .......................................................................................................315.3.2. Fragilidades .............................................................................................................325.3.3. Oportunidades ........................................................................................................325.3.4. Ameaças .................................................................................................................335.4. Considerações Finais .................................................................................................33

6. Principais Fontes Bibliográficas.................................................................................34

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6.1. Entrevistas Realizadas ................................................................................................37

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1. Introdução

Esse Sumário Executivo apresenta os pontos mais importantes de um amplo estudo, de-senvolvido com o propósito de traçar um panorama atual sobre o mercado de bananas no Brasil. O estudo citado teve como objetivo principal a oferta aos empresários de micro e pequenos estabelecimentos do setor da fruticultura, de um instrumento de Análise de Mercado Setorial, obtido por meio de dados secundários, em âmbito regional e nacional, com foco no mercado interno de banana.

1.1. Coleta de Informações

As informações contidas no conjunto de relatórios foram obtidas, primordialmente, por meio de dados secundários, em âmbito regional e nacional, com foco no mercado interno.

2. Mercado

2.1. Cenário Internacional

A banana assume lugar de destaque na produção mundial de bens agrícolas por parte de diversos países, marcadamente aqueles localizados nos trópicos. A Índia lidera o ranking dos produtores, com um volume de 16.820.000 toneladas da fruta em 2005, seguida pelo Brasil com 6.282.000 toneladas (Gráfico 1).

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Gráfico 1 – Maiores produtores mundiais de banana (em mil toneladas – 2005)1

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Fonte: . Database. Rome (IT), 2007.1

Quase a totalidade da produção nacional se volta para o mercado interno. As exportações ficaram restritas por muito tempo devido às barreiras de entrada especialmente no mer-cado europeu, devido aos complexos mecanismos de quotas e proteções tarifárias a suas ex-colônias. Recursos na OMC geraram um acordo sobre as mudanças necessárias para restringir o protecionismo a partir de 2006, apesar de muitos críticos não considerarem a medida suficiente.

O mercado mundial está concentrado em três grandes produtoras: Chiquita Brands In-ternational, Dole e Del Monte, todas multinacionais norte-americanas com forte presença em países da América do Sul (inclusive o Brasil) e Central. Os produtos destas empresas respondem por 80% do volume transacionado internacionalmente e são conhecidos como “dollar-bananas”.

No Brasil, o volume transacionado no comércio exterior é considerado pequeno pelos es-pecialistas, uma vez que representa apenas 1% (US$ 200 milhões) do total de US$ 20 bi-lhões comercializados anualmente.2 O alcance internacional da produção brasileira fica comprometido pela baixa qualidade das frutas produzidas, que não atendem aos padrões internacionais.

Apesar dos maiores importadores de banana serem, principalmente, países desenvolvidos como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o consumo per capita coloca em destaque países da África, Caribe e Polinésia. Isso se deve à importância socioeconômica da fruta: a bana-na constitui fonte de alimento primordial em países pobres das faixas tropicais do globo,

1 Fonte: FAOSTAT. Database. Rome (IT), 2007. Disponível em: <http://www.faostat.org>. Acesso em: 20 mar. 2007.2 Fonte: SILVA, Eduardo Marcondes Filinto da (Coord.). Estudos sobre o mercado de frutas. São Paulo: FIPE, ago. 1999. 382 p. Disponível em:<http:/ /www.agricultura.gov.br/portal /page?_pageid=33,961193& _dad=portal& _schema=PORTAL>. Acesso em: 27 jun. 2007.

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por sua facilidade de cultivo, simplicidade no preparo, baixo preço e boas características alimentares.

Tabela 1 – Maiores consumidores mundiais de banana (2005)3

PaísConsumo alimentar (em mil toneladas)

PaísConsumo por dia /

per capita (g)

Índia 13.437 Burundi (África) 542

Brasil 5.541 São Tomé e Príncipe (África) 398

Indonésia 4.155 Samoa (Oceania) 227

Filipinas 3.458 Comores (África) 214

Estados Unidos 3.209 Equador (América do Sul) 197

México 1.723 Bermuda (América Central) 186

Tailândia 1.496 Vanuatu (Oceania) 169

Burundi 1.493 Santa Lúcia (América Central) 156

Vietnã 1.191 Kiribati (Oceania) 119

Alemanha 1.016 Filipinas (Ásia) 114

Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL. III plano diretor Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical: 2004-2007. Cruz das Almas (BA): 2005, p. 22.3

Existe uma tendência de aumento na exportação de bananas no Brasil. Isto se deve à ado-ção crescente de tecnologias já comuns em países com maior cultura de exportação, como Equador, Costa Rica e Colômbia. O gradativo aumento de qualidade da fruta brasileira também permite uma intensificação da exportação para mercados com grande contingen-te demandante, como o norte-americano e o europeu. Esforços coordenados ao longo da cadeia produtiva (na forma de programas como a Produção Integrada de Frutas, discutida em detalhes mais à frente) propiciam a oferta de produtos mais adequados aos padrões exigidos pelos mercados internacionais.

2.2. Cenário Nacional

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas. O negócio da fruticultura movi-menta no país cerca de 5,8 bilhões de dólares anuais, correspondentes a 38 milhões de toneladas produzidas. A área cultivada gira em torno de 2,3 milhões de hectares, dos quais

3 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL. III plano diretor Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical: 2004-2007. Cruz das Almas (BA): 2005. p. 22. Disponível em:http://www.cnpmf.embrapa.br/pdu.pdf. Acesso em 23 abr. 2007.

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500 mil são dedicados à banana.4 Do ponto de vista social e econômico, estima-se que cada hectare fruticultor cultivado gere entre 2 e 5 trabalhadores, o que criaria 5 milhões de pos-tos de trabalho.5

A banana é a segunda fruta mais produzida no Brasil, atrás apenas da laranja, cuja pro-dução está fortemente associada ao processamento industrial de suco concentrado para exportação. Responde por 15,1% do volume de produção nacional. Em relação ao consumo, a banana lidera o mercado de frutas no Brasil com 30,7% em volume vendido, seguida pela laranja (18,6%), o abacaxi (8,5%) e o caqui (8,4%).

Parte da produção se destina a fins não alimentares, destinando cerca de 1.050 toneladas anuais6 ou 15,5% do volume produzido. Esse número é considerado baixo, dadas as diver-sas aplicações que ainda não têm sido sistematicamente utilizadas pelas indústrias de bens de consumo nem são conhecidas pelos bananicultores. O desenvolvimento de novos pro-dutos e o aproveitamento de subprodutos das frutas representam possibilidades adicionais de vendas e lucratividade.

A população brasileira ainda apresenta um volume baixo de consumo per capita de frutas. Comparados aos 115 a 120 kg/ano observados na Espanha, Itália e Alemanha, os 47 kg/ano no Brasil realmente se mostram restritos. Frutas representam apenas 6,4% das despe-sas médias das famílias no país.7 Não obstante, o consumo de banana é significativo: vale lembrar que o Brasil constitui o segundo maior mercado consumidor da fruta no mundo. Apesar do crescimento no volume consumido de banana no Brasil, nota-se uma redução no valor per capita. Em 1990, este indicador era de 32,4kg per capita. O número caiu até 1998, quando atingiu 26,4 kg per capita. Desde então, esboça uma recuperação, chegando aos 29,7 kg per capita em 2005. É provável que a perda de espaço da banana se deva ao efeito-substituição, já que durante a década de 1990, novas frutas de boa qualidade e pre-ços acessíveis entraram no país, disputando lugar nas gôndolas e mesas do consumidor brasileiro.8

Tabela 2 – Consumo per capita (em kg) da banana no Brasil – 1998-2005

Ano

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Consumoper capita

26,4 26,8 27,5 28,8 29,7 30,0 29,8 29,7

Fonte: FAOSTAT, 2007.

4 Fonte: FAOSTAT, 2007, op. cit.5 Fonte: FERNANDES, Moacyr Saraiva. Indústria brasileira das frutas: novos mercados para citrus e outras frutas brasileiras. São Paulo: IBRAF, 29 set. 2004. 26 p. [material de apresentação de conferência]. Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/Centros/citros/Palestra%20WIPC/29_09_2004/1400%20Moacyr%20Saraiva%20Fernandes.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2007.6 Fonte: FAOSTAT, 2007, op. cit.7 Fonte: MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, p. 22.8 Fonte: SILVA, Cíntia de Souza et al. Avaliação econômica das perdas de banana no mercado varejista: um estudo de caso. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal (SP), v.25, n.2, p.229-34, ago. 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbf/v25n2/a12v25n2.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2007.

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É necessário destacar que os números aqui divulgados correspondem ao consumo aparen-te da fruta, isto é, de uma estimativa considerando-se o total produzido no período mais as importações e menos as exportações. No entanto, sabe-se que o nível de perda de frutas tropicais tende a ser bastante elevada, dada sua perecibilidade e fragilidade. No caso da banana, estudos mostram que entre 40 e 50% do volume produzido da fruta seja perdido desde a colheita até o seu consumo. Posto isso, é de se esperar que o consumo real, inaces-sível por meio destas estatísticas, seja menor do que o acima divulgado.

Segundo análises de Vilela e outros autores,9 a bananicultura se destaca como uma das culturas mais seguras do ponto de vista econômico para os próximos dez anos. Isso porque há pouca expectativa de excesso da produção mundial, o que resultaria em oscilações dos preços internacionais. Diante de diversos cenários de crescimento no Brasil, a banana se manteve no grupo de frutas de menor risco para os produtores, haja vista que a demanda em todos os casos superariam a oferta prevista.

2.3. Preço

Dada a alta concentração dos negócios dentro das fronteiras brasileiras, a composição do preço da banana é razoavelmente independente da oscilação internacional da commodity. Assim, a qualidade dos frutos, a produtividade das safras e os níveis de demanda configu-ram-se como muito mais relevantes.

De acordo com Clóvis Oliveira de Almeida (pesquisador da Embrapa),10 há um claro pro-blema de precificação no mercado brasileiro, na medida em que ela ocorre de maneira pouco transparente. Dentre os entraves provocados por isso está a dificuldade adicional no planejamento de produção, uma vez que as informações chegam truncadas e com pouca confiabilidade ao agricultor.

Apesar de ser uma cultura permanente, a banana apresenta sazonalidade de acordo com as condições climáticas da região produtora e os cultivares desenvolvidos. A Tabela 3 mos-tra a sazonalidade da banana, analisada na CEASA de São Paulo:

9 Fonte: VILELA, Pierre Santos; CASTRO, Cláudio Wagner de; AVELLAR, Sérgio Oswaldo de Carvalho. Análise da oferta e da demanda de frutas selecionadas no Brasil para o Decênio 2006/2015. Belo Horizonte: FAEMG, 2006. Disponível em:<ww.faemg.org.br/arquivos/Análise%20da%20oferta%20demanda%20de%20frutas.pdf>. Acesso em:20 abr. 2007.10 Fonte: ALMEIDA, Clóvis Oliveira de. Comercialização. In: BORGES, Ana. Lúcia; SOUZA, Luciana da Silva (ed.) O cultivo da bananeira. Cruz das Almas (BA): Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004, p. 245-55.

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Tabela 3 – Sazonalidade na oferta da banana – Ceagesp

Banana Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Nanica

Prata

Maçã

Legenda:

Geralmente é o período da safra. A tendência é de preços mais baixos e melhor qualidade. Geralmente a oferta é regular. A tendência é de preços equilibrados. Geralmente é o período de entressafra. A tendência é de elevação de preços.

Fonte: Reproduzido de ALMEIDA, Clóvis Oliveira de. Comercialização. In: BORGES, Ana. Lúcia; SOUZA, Luciana da Silva (ed.) O cultivo da bananeira. Cruz das Almas (BA): Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004, p. 252.

A comparação dos preços das três variedades mais populares no mercado paulista (Gráfico 2) demonstra que a banana Nanica é a de preço mais acessível, seguida pela Prata. A varie-dade Maçã é a mais cara, com preços em média 130% mais altos que a Nanica.

Gráfico 7 – Preços médios semanais da banana no atacado do Ceagesp/SP (janeiro a setembro de

2004)11

Fonte: Reproduzido de PEREZ, Luiz Henrique; MARTIN, Nelson Batista; BUENO, Carlos Roberto Ferreira.Banana: o mercado paulistano e a Sigatoka negra. São Paulo: IEA/Apta/Secretaria de Agricultura e Abastecimento (São Paulo), 15 out. 2004. p. 1.11

Em períodos de muita chuva, os cachos das bananeiras se desenvolvem mais rapidamente, aumentando a oferta e reduzindo os preços. A temperatura influencia tanto a produção

11 Fonte: PEREZ, Luiz Henrique; MARTIN, Nelson Batista; BUENO, Carlos Roberto Ferreira. Banana: o mercado paulistano e a Sigatoka negra. São Paulo: IEA/Apta/Secretaria de Agricultura e Abastecimento (São Paulo), 15 out. 2004. p. 1. Disponível em: <ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/ana-bana1004.zip>. Acesso em: 25 jun. 2007.

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quanto o consumo: temperaturas elevadas são favoráveis ao amadurecimento dos frutos; entretanto, a procura pela banana tende a ser maior em épocas de temperatura amena.12

Em relação aos preços internacionais, nota-se grande oscilação a partir de 1995. Há tendên-cia de alta, porém com baixa previsibilidade.

Tabela 4 – Preços de exportação da banana – 2000/2005 (índice 2000 = 100)

Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Índice 100 138 125 88 124 137

Fonte: WTO (World Trade Organization). International trade statistics 2006. Geneva, 2006, p. 242.

2.4. Comunicação

Não há tradição no uso de ferramentas de comunicação por parte dos agentes produtores e distribuidores de banana no Brasil: a informalidade e os contatos pessoais predominam na venda no atacado; no varejo, a exposição no ponto de venda torna-se o elemento central na divulgação. Os maiores investimentos sistematizados ficam por conta das exposições em feiras agrárias.

É importante notar que a falta de estratégias de comunicação são reflexo dos baixos níveis de diferenciação trabalhados pela maioria dos produtores da fruta. Exemplos de diferen-ciação podem ser: variedades raras, melhoramentos genéticos, qualidade controlada, certi-ficação de Produção Integrada, frutas orgânicas.

A exposição no ponto de venda é um dos mecanismos que poderia ser explorado de forma efetiva pelos varejistas. Não apenas as perdas podem se reduzir, dada a diminuição do manuseio do produto por parte do consumidor, como sua compra se torna mais atrativa. Seguindo o mesmo princípio, o aprimoramento das embalagens também preserva melhor a fruta, além de melhorar sua aparência no ponto de venda, fator vital para as compras por impulso.

Outras formas interessantes de comunicação subutilizadas são a criação de marcas, a se-rem utilizadas em rótulos ou embalagens diferenciadas. Certificações também podem ser importantes no esforço de se aumentar o valor percebido do produto por parte dos distri-buidores e consumidores finais.

Alguns distribuidores atacadistas e até produtores têm criado sites na Internet dedi-cados a promover e expandir seus negócios. É um canal interessante de ser explorado, principalmente no que se refere à possibilidade de contato com pequenos varejistas e com o consumidor final. Dois exemplos são a Magário, localizada no estado de São Paulo

12 Fonte: PEREZ, Luiz Henrique; PINO, Francisco A.; FRANCISCO, Vera Lúcia F. dos S. Preço recebido pelo produtor de banana no estado de São Paulo: uma análise de séries temporais. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 42, n.1, p.133-41, 2005.

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(www.magario.com.br) e a Brasnica, em Minas Gerais (www.brasnica.com.br), com mate-rial eletrônico bem desenvolvido.

Cabe destacar que a adoção de novos cultivares exige a apresentação destes ao mercado consumidor, o que consiste numa importante – e pouco explorada – atividade de comuni-cação da cadeia produtiva de banana. Experimentação no ponto de venda e folhetos infor-mativos sobre o produto ilustram as possibilidades de ações de comunicação.

Um importante meio de contato entre produtores e compradores em diversos segmentos de mercado são as feiras de negócios. As principais feiras que podem representar opor-tunidades para os bananicultores são a Frutal e a Expofruit. A Frutal é considerada uma das maiores feiras da agroindústria brasileira. É um evento internacional que ocorre anu-almente no Ceará, geralmente em setembro. Estima-se que passem em cada edição cerca de 40.000 pessoas, visitando estandes de 350 expositores. O movimento da feira em 2006 foi de R$ 20 milhões em vendas nos estandes e US$ 6,8 milhões em rodadas de negócios. Já a Expofruit (Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada), outra feira internacional, ocorre anualmente no mês de outubro em Mossoró (RN); a edição de 2005 movimentou US$ 19 milhões em negócios. É um espaço interessante para se conhecer os principais for-necedores da fruticultura, como fabricantes de fertilizantes e máquinas, logística, mudas e sementes, irrigação etc.

3. Produção

O volume de banana produzido anualmente no Brasil tem obedecido a um ritmo de cresci-mento estável, em torno dos 3% anuais nos últimos dez anos. Para 2006, as estimativas tra-çadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetavam uma produção de 7.082.000 toneladas. Esse aumento do volume se dá em função da crescente produtividade atingida pelos agricultores brasileiros. Ainda assim, é possível constatar que comparado a outros países líderes na produção da banana, o Brasil tem um rendimen-to insatisfatório de suas colheitas – a Costa Rica, por exemplo, produziu 46,6 toneladas por hectare contra 13,9 no Brasil, em 2006.

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Gráfico 3 – Evolução do volume produzido, área cultivada e produtividade da banana no Brasil entre 1996 e 2006 (índices de crescimento com base em 1996)

Fonte: Reproduzido de IBGE. Produção agrícola mensal (PAM). Rio de Janeiro, 2005.

Não há dados atestando o número de empregos criados pela bananicultura. Porém, acredi-ta-se que um emprego direto é criado por hectare de plantação, enquanto outros dois são gerados indiretamente.13 Nessa perspectiva, teria-se em torno de 500.000 empregos diretos e mais 1.000.000 de indiretos. É uma proporção emprego/hectare menor que a da fruticul-tura em geral devido à baixa complexidade no cultivo e colheita da fruta.

São Paulo lidera a produção brasileira, desempenho relacionado às melhores tecnologias de plantio, colheita e transporte da fruta. Abaixo encontramos um quadro com os princi-pais estados produtores de banana no país.

13 Fonte: FAGANELLO, Fernanda (coord.). Defesa fitossanitária na cultura da banana no estado de Goiás. Goiânia: Agrodefesa, [2006]. Disponível em:<http://www.agrodefesa.go.gov.br/sanidadevegetal/Banana.html>. Acesso em: 22 abr. 2007.

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Tabela 5 – Produção (ton.) e área colhida da banana nos maiores estados produtores – 1996-2005

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SP BA SC PA MG

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Pro

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Áre

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1996 582 45 643 61 255 24 558 37 364 42

1997 553 43 635 59 323 25 591 40 379 39

1998 643 49 547 52 334 25 741 52 409 41

1999 653 52 529 48 342 26 787 55 423 41

2000 599 57 599 49 345 26 792 55 453 41

2001 1106 54 717 47 586 29 712 58 594 42

2002 1152 56 764 50 629 29 724 53 608 43

2003 1183 57 783 53 618 30 705 52 544 39

2004 1061 49 872 62 656 30 540 42 562 38

2005 1125 50 1060 74 641 31 572 44 546 37

Fonte: IBGE. Produção Agrícola Mensal (PAM). Brasília, 2005.

3.1. Cadeia Produtiva da Banana

Os estudos setoriais são feitos, tradicionalmente, por meio da análise da cadeia produtiva na qual se encontram. Definida na área de agronegócios como uma “seqüência de ativida-des que transformam uma commodityem um produto pronto para o consumidor final”,14 a análise da cadeia produtiva auxilia no desenvolvimento da visão sistêmica necessária para se aprimorar as condições de produção e de comercialização dos produtos.

De acordo com Zylbersztajn,15 os SAG’s – Sistemas de Agronegócios (aqui usados como sinônimo da cadeia produtiva agroindustrial) contam com os seguintes agentes, abaixo apresentados sinteticamente:

O consumidor• : ponto focal do fluxo do sistema; determina suas escolhas de acordo com características como “renda, preferências, faixa etária e expectativas”. Em mercados com renda mais alta, o processo decisório se altera, pois os consumidores consideram

14 Fonte: ZYLBERSZTAJN, Décio. Conceitos gerais, evolução e apresentação do sistema agroindustrial. In: ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava; NASSAR, André Meloni (org.). Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000, p. 9. 15 Fonte: ZYLBERSZTAJN, Décio. 2000, op. cit., p. 16-20.

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outros aspectos, como embalagens recicladas, tecnologia empregada e produção ecoló-gica e socialmente responsável;

O varejo de alimentos• : responsável pela distribuição, conta tanto com redes internacio-nais e locais de maior importância (sobretudo nos grandes centros), quanto com agen-tes de menor porte, como mercadinhos, mercearias, lojas de hortifruti etc. A soma des-ses varejistas responde por grande parte do poder nos SAG’s (as cadeias produtivas), dado seu contato direto com o consumidor e porque são co-responsáveis por incentivar a gestão de qualidade dos alimentos;

O atacado• : esse nível do canal de distribuição abastece o varejo, consistindo em uma espécie de plataforma central que concentra fisicamente o produto. É possível perceber, em cidades de maior porte, uma tendência à redução da presença e da importância deste intermediário, em especial devido às novas formas de contrato e ao contato mais próximo entre varejistas e produtores;

A agroindústria• : responsável pela transformação do alimento. Inclui indústrias de 1ª transformação (empresas que trabalham com alimentos minimamente processados ou em conserva, ou seja, adicionam atributos sem alterar substancialmente o produto bá-sico) e de 2ª transformação (todo processamento mais intenso faz parte desse grupo, onde as empresas realizam significativas alterações físicas no produto original), englo-bando desde pequenas empresas familiares até complexos de redes internacionais, que devem negociar tanto com o produtor quanto com o atacadista e o varejista;

A produção primária• : o produtor, o “agricultor”, o fornecedor de produtos in naturaou como matéria-prima para o setor de alimentos; encontra-se muito distante do consu-midor final e é formado por agentes bastante heterogêneos entre si.

As etapas do processo produtivo no agronegócio podem ser divididas em:

Antes da porteira: insumos e bens de produção;•

Dentro da porteira: a produção em si;•

Pós-porteira: distribuição, processamento e consumo.• 16

3.1.1. Antes da Porteira

Para a bananicultura, os aspectos mais relevantes no processo anterior à produção são: fer-tilizantes e defensivos agrícolas, maquinário e equipamentos, embalagens, atividades de apoio (incluindo o crédito agrícola e a assistência técnica) e obtenção de mudas. Merecem especial atenção os dois últimos fatores.

Atividades de apoio: a atividade agrícola sustentada por pequenos produtores depen-•de fortemente de atividades de apoio estruturadas. Junto ao porte reduzido, frequen-temente se nota dificuldades no processo de obtenção de crédito necessário, por exem-

16 Fonte: MEGIDO, José Luiz Tejon. Apêndice: a comunicação. In: ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava; NASSAR, André Meloni (org.). Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000, p. 418.

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plo, para o aprimoramento tecnológico dos sistemas de plantação, colheita e transporte. A assistência técnica segue o mesmo padrão: os investimentos escassos dificultam o acesso do agricultor a técnicas que poderiam otimizar sua produtividade e qualidade de seus produtos.

Fornecimento de mudas: de acordo com relatório da Embrapa,• 17 o setor de produção de mudas “é altamente estratégico para conferir competitividade” à cadeia de frutas tropi-cais, sendo muitas vezes o seu elo mais frágil. Grande parte das plantações familiares se utiliza de mudas doadas de parentes, amigos ou vizinhos. Isto pode ser problemáti-co, pois mudas de melhor qualidade podem gerar frutas mais resistentes e adequadas para mercados exigentes (como o de exportação). Porém, são mais caras e enfrentam as restrições financeiras enfrentada por muitos agricultores. Exemplos de fornecedores de mudas são a Bionova Mudas, Epamig e APSEMG, todos de Minas Gerais. Vale bus-car alternativas em cada um dos Estados produtores.

3.1.2. Dentro da Porteira

Há forte relação entre o potencial de retorno da bananicultura com as condições em que ela é desenvolvida. Quando é feita com pouca capitalização, carece de tecnologias que podem ampliar significativamente a sua produtividade. Problemas comuns encontrados na cultu-ra da banana são o porte de alguns cultivares, a pouca resistência à estiagem e a oscilações de temperatura (principalmente às baixas temperaturas) e a presença de pragas altamente danosas à produção.18

Condições Naturais do Plantio da Banana

Para assegurar o sucesso do empreendimento, faz-se fundamental a etapa de planejamen-to do cultivo do bananal. A escolha do cultivar se apresenta comum uma das decisões mais críticas para o sucesso do empreendimento. A tabela abaixo lista alguns fatores-chave nesse momento da cadeia produtiva.

17 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit., p. 40.18 Fonte: SEBRAE-MG. Ponto de partida para início de negócio: cultivo de banana. Belo Horizonte: 31 out. 2007. 69 p. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/Geral/arquivo_get.aspx?cod_areasuperior=2&cod_areaconteudo=231&cod_pasta=234&cod_conteudo=1492&cod_documento=94>. Acesso em: 15 nov. 2007, p. 40.

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Tabela 6 – Fatores chave para a escolha de cultivares da banana

Aspectos naturais e tecnológicos

Aspectos de consumo Aspectos de distribuição

Adaptação do cultivar à regiãoPreferência pelo cultivar (aceitação de tipos específicos de banana)

Distância entre o local de produção e o mercado consumidor ou os centros de escoamento da produção

Resistência a doenças e pragasFinalidade da produção:exportação, consumo in natura, uso em indústrias alimentícias

Tipos e estado das vias disponíveis para escoamento da produção: estradas, hidrovias etc.

Produtividade/ha, lucro/ha e custo de produção

Fonte: Adaptado de MANICA, 1998, p. 37.

A etapa da colheita é de central importância para a produção de bananas, já que ela é grande responsável pela qualidade e aparência do produto. Algumas variáveis devem ser consideradas:19 a distância em relação ao mercado consumidor, a estação do ano, as con-dições normativas do comprador, a embalagem e o fim para o qual se destina o produto (consumo local, exportação ou industrialização). Como regra geral, a banana é colhida mais cedo quanto mais distante estiver do centro consumidor ou quanto mais quente for a estação do ano.

Assim, as bananas são colhidas ainda impróprias ao consumo – verdes e com diâmetro menor. Em condições opostas, pode-se optar pela coleta de bananas mais desenvolvidas e de maior diâmetro. Dada essa característica, a climatização, isto é, o controle das condições de amadurecimento por meio dos fatores como temperatura e umidade relativa, pode ser utilizada na obtenção de frutas com qualidade de sabor e apresentação. Vale ressaltar que a mão-de-obra contratada deve ser capacitada para um trabalho cuidadoso, já que a casca frágil pode ficar marcada com as lesões dessa etapa e reduzir consideravelmente o valor do produto no mercado.

Um processo adequado de embalagem permite que se mantenha a qualidade das frutas até o mercado comprador. Nessa etapa são desenvolvidas as atividades de despencamento, separação, higienização e embalagem.

Caracterização dos Produtores

Apesar da existência de alguns grandes produtores – inclusive aqueles integrantes de gru-pos multinacionais –, a bananicultura é fundamentalmente desenvolvida por pequenos produtores. Apesar de não favorecer a qualidade ou a produtividade da colheita, processos simplificados de cultivo da bananeira são possíveis; além disso, a ampla aceitabilidade da fruta nos mercados, devido a uma demanda estável, favorece a entrada de pequenos produtores no setor. A tabela 7 reúne algumas características de quatro importantes pólos produtores de banana no Brasil.

19 Fonte: MANICA, 1998, op. cit., p. 81.

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Tabela 7 – Características de quatro pólos produtores de banana brasileiros20

Região Dados de Produção Características dos Produtores

Petrolina (PE), Juazeiro do Norte (BA) e Bom Jesus da Lapa (BA)

Cultura secundária, em função da atratividade e tecnologia dedicada à uva e manga. 1% da produção nacional em 4 mil hectares. Predomínio da variedade Pacovan.

A maioria integra o CODEVASF (Coordenadoria de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Paraíba). São de pequeno porte (5 a 10 ha).

Vale do Ribeira (SP)

Responsável por 11% da produção nacional, é região favorecida pela proximidade do maior centro comercial do país (São Paulo). A principal variedade é a Nanica.

Não se encontram organizados em cooperativas ou associações. Propriedades pequenas (de 10 a 20 ha cultivados).

Região Norte de Minas Gerais

Tem 2% da produção nacional, concentrada no cultivar Prata. Clima bastante propício à bananicultura. Principal escoamento para Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia.

Há três grandes associações: Abanorte, Frutvale e Companhia da Fruta. São fundamentais para a assistência técnica e apoio à comercialização.

Região Norte de Santa Catarina

Produz 6% do total nacional. A região apresenta dificuldades climáticas, como o frio e a umidade excessiva, em épocas diferentes. É a área responsável pela exportação para o Mercosul. A variedade predominante é a Nanica.

Pequenos produtores organizados em associações que apóiam a produção, mas não participam da etapa de comercialização.

Fonte: Adaptado de , Marina L.; BOTEON, Margarete. Análise dos principais pólos produtores de banana no Brasil. Piracicaba

(SP): Cepea/Esalq-USP, 2003. 18 p.20

No contexto do agronegócio, os APL’s (Arranjos Produtivos Locais, também denominados clusters) são soluções importantes para os pequenos produtores, uma vez que as condições ambientais podem representar grandes oportunidades para se superar as barreiras im-postas pela economia de escala dos players de maior porte. Alguns APL’s bem sucedidos na bananicultura são localizados em Caropebe (RR), Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Luiz Alves (SC).21

Já a Produção Integrada de Frutas (PIF) viabiliza a rastreabilidade dos produtos, a adoção de regras ambientalmente sustentáveis e uso de tecnologias não agressivas às pessoas e ao meio ambiente. O Ministério da Agricultura desenvolve um esforço para implementar pro-gramas de PIF nas diversas unidades da Federação. Para o produtor, há vantagens relativas ao mercado e à produção. De um lado, o desenvolve-se garantias de qualidade e procedên-cia suficientes para se adequar às exigências dos consumidores. De outro, reduz o uso de defensivos agrícolas e adota tecnologias que aumentam a produtividade das plantações. Participantes da PIF são credenciados e recebem um Selo de Conformidade, atestando ori-gem do produto e processo produtivo utilizado22. Em 2005, 119 produtores de banana par-ticipavam de sistemas de produção integrada, totalizando uma área de aproximadamente 2,7 mil hectares cultivados e 77,7 mil toneladas de produtos colhidos.23

20 Fonte: MATTHIESEN, Marina L.; BOTEON, Margarete. Análise dos principais pólos produtores de banana no Brasil. Piracicaba (SP): Cepea/Esalq-USP, 2003. 18 p. Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/pdf/banana.pdf>. Acesso em: 26 maio 2007.21 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit.22 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit.23 Fonte: ANDRIGUETO, José Rosalvo; NASSER, L. C. B.; TEIXEIRA, J. M. A. Produção integrada de frutas: conceito, histórico e a evolução para o sistema agropecuário de produção integrada – SAPI. Brasília, 2006. 21 p. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/pls/portal/url/ITEM/1F01BA131CF28CA5E040A8C0750248AE>. Acesso em: 27 maio 2007, p. 7.

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3.1.3. Pós-Porteira

Há, fundamentalmente, dois destinos para a banana: a agroindústria (agentes transforma-dores da banana para fins alimentares ou não alimentares) e o consumo in natura.

“Bananeiros” e Atacadistas

Os “bananeiros” são intermediários importantes na distribuição, uma vez que proporcio-nam aos pequenos agricultores o acesso aos mercados, por meio de embalagem e transpor-te adequados do produto. São conhecedores das características das regiões em que atuam, em relação tanto à oferta quanto à demanda da banana e de cada variedade. Geralmente compram a fruta dos produtores e a revendem aos atacadistas, concentrados sobretudo nas Centrais de Abastecimento (Ceasas). Em algumas ocasiões, podem revender o produto diretamente às redes varejistas, especialmente no caso de grandes supermercados.24

Freqüentemente, os atacadistas recebem a banana sem qualquer tipo de embalagem para comercialização. Este fato destaca a importância dos intermediários na distribuição do produto, principalmente no caso de pólos produtores que não possuem estruturas coopera-tivas de apoio aos pequenos agricultores. Além da venda do produto ao comércio varejista, os atacadistas podem ter como função a classificação e padronização do produto, armaze-namento, embalagem, transporte e, em alguns casos, até o financiamento dos produtores.25 Além das Ceasas, há redes privadas de atacado, apesar destas serem menos representati-vas no volume vendido. O destino dos produtos comercializados através do atacado são, principalmente, as casas de fruta, sacolões, feiras livres, mercados de bairro.

Outro agente que pode estar presente na cadeia de distribuição da banana são as packing-houses, ou casas de embalagem.26 Estas podem ou não estarem ligadas a associações ou cooperativas e têm por função exclusivamente embalar os produtos para comercialização. A demanda por qualidade tanto do varejo quanto do consumidor final representa uma oportunidade de modernização para as casas de embalagem, que já adotam, em alguns casos, processos sofisticados de automação.

A figura 1 sintetiza as transações realizadas no nível atacadista:

24 ALMEIDA, Carlos Alexandre. Entrevista concedida em maio de 2007.25 MATTHIESEN, Marina L.; BOTEON, Margarete. Análise dos principais pólos produtores de banana no Brasil. Piracicaba (SP): Cepea/Esalq-USP, 2003, p. 24. Disponível em: < http://cepea.esalq.usp.br/pdf/banana.pdf >. Acesso em: 26 maio 2007. 26 EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit., p. 24.

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Figura 1

Cadeia de comercialização da banana

Fonte: Elaborada pelo autor.

Varejo

É possível notar que a crescente concentração no mercado varejista, sob comando de gran-des redes de super e hipermercados. Esta atuação mais intensiva dos supermercados repre-senta uma ameaça para agentes de menor porte, como quitandas e sacolões.

De acordo com dados de 1990 a 1999, as áreas destinadas a produtos hortifruti em super-mercados cresceram de 30 para 60%,27 em média. É importante lembrar que estas redes tendem a reduzir a complexidade dos canais, buscando relações diretas com os produ-tores. Em alguns casos, os supermercados podem até financiar atividades de expansão e melhoria de qualidade dos seus fornecedores.

As principais estratégias utilizadas no ponto de venda por parte dos supermercados são novas formas de disposição e sugestões de uso dos produtos. Além disso, a diversificação tem sido um caminho explorado: no caso das bananas, é possível encontrar produtos feitos a partir dela, frutas orgânicas e diversas variedades. A banana é comercializada no varejo em cachos, ainda verdes ou já maduras.

A qualidade da fruta pode ser considerada a principal exigência feita pelos varejistas em relação às bananas compradas de produtores e atacadistas. Um dos aspectos importantes, no que tange à qualidade, é a ausência de machucados. se atentar para o fato de que nem sempre esses problemas são facilmente percebidos enquanto a fruta está verde. É o ama-durecimento que revela marcas de batidas ou manuseio inadequado, tornando a banana mais difícil de ser vendida.

Novamente, o zelo nas embalagens pode representar uma oportunidade valiosa de dife-renciação por parte dos produtores. Além de qualidade, varejistas prezam por constância de entrega, quando estabelecem relações comerciais com atacadistas e produtores.28 Isto explica a prática adotada por atacadistas fixos da Ceasa-CE de buscar bananas em outros

27 SILVA, Cíntia de Souza et al, 2003, op. cit., p. 233.28 Fonte: CUSTÓDIO, J. A. L. et al. Análise da cadeia produtiva da banana no Estado do Ceará. In: XXXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL: Competitividade & Globalização – Impactos Regionais e Locais, Recife, SOBER, 2001. Anais...Recife, 2001. v.1, p. 6.

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estados na entressafra das lavouras cearenses. O preço, também citado em pesquisa como fator relevante, deve ser cuidadosamente ponderado. Medidas que aumentem demais os custos de produção e distribuição das bananas podem ocasionar perda de competitivida-de por parte dos produtores. Recomenda-se a realização de análises adequadas sobre os ganhos obtidos a partir de cada modificação realizada no processo produtivo, para que se possa compará-los com o aumento dos custos.

A freqüência de compra da banana pelos supermercados não costuma passar de uma se-mana. O fato de a banana amadurecer depois de colhida permite a sua comercialização ainda verde ao longo dos canais de distribuição. Isto permite certa durabilidade no ponto de venda, principalmente se mantida em boas condições de armazenamento. Deve-se des-tacar, no entanto, que seu amadurecimento é muito rápido, o que favorece a comercializa-ção “de vizinhança”, isto é, próxima aos centros produtores. As dificuldades relacionadas à perecibilidade e fragilidade da banana constituem a principal causa das perdas do produ-to, além de representarem barreiras à sua exportação.

Um esforço de modernização no comércio de bananas no Brasil necessariamente passa pelo incentivo à adoção de normas para a classificação da fruta. Há diversos benefícios decorrentes da classificação. Para o produtor, a separação dos lotes propicia a cobrança de preços diferenciados para qualidades distintas; sem a medida, atacadistas e varejistas acabam por adquirir produtos de excelente qualidade pelo mesmo preço das frutas regu-lares. Além disso, ocorrem mais conflitos nas vendas realizadas em longa distância, uma vez que critérios objetivos deixam de ser usados. Para o consumidor, a classificação coloca a seu dispor mais opções na hora da compra, quando decide se quer produtos de melhor qualidade a preços mais altos ou se privilegia preço baixo à qualidade.29

3.1.4. Perdas

Um aspecto relevante a se estudar na cadeia produtiva da banana são as perdas decorren-tes do seu processo de colheita e logística. Devido à fragilidade e à alta perecibilidade das frutas tropicais, em geral, e da banana, em particular, os índices de perda são significativos: dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) dão conta de uma perda de 40%, da plantação à comercialização.30 Porém, outras fontes, como o Instituto de Economia Agrária do Estado de São Paulo (IEA), chegam a um índice de 60%.31 As principais causas no atacado são a inadequação das embalagens e do armazenamento, bem como o transporte precário da mercadoria. Já no varejo, acredita-se que os mais sérios problemas associados à perda são o tempo entre a compra e venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor.32

29 Fonte: ALMEIDA, Clóvis Oliveira de. 2004, op. cit, p. 245-55.30 Fonte: SILVA, Cíntia de Souza et al, 2003, op. cit., p. 229.31 Fonte: IZIDORO, Dayane Rosalyn; SCHEER, Agnes de Paula; SIERAKOWSKI, Maria Rita. Influência da polpa de banana (Musa cavendishii) verde no comportamento reológico, sensorial e físico-químico de emulsão. 2007. 167f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Curitiba, 2007. Disponível em: < http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/handle/1884/8456 >. Acesso em: 25 abr. 2007.32 Fonte: SALLES, José Rogério de Jesus et al. Perdas na comercialização de frutas nos mercados de São Luís/MA. São Luís (MA): Sebrae/MA, 29 out. 2004. 7 p. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/uf/maranhao/integra_documento?documento=57A36C93092B16CC03256F3C006722DA>. Acesso em: 25 jul. 2007.

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Há diversas medidas que podem reduzir sensivelmente as taxas de perda da banana ao longo da cadeia produtiva. Maria Geralda Vilela Rodrigues33 sugere diversos cuidados como a proteção dos frutos ainda na planta; a proteção do cacho com almofadas no trans-porte interno e a colocação dos frutos em câmaras frias com correta temperatura e umida-de relativa controlada.

4. Produtos e Usos da Banana

4.1. Consumo In Natura

A maior parte da produção da bananicultura atende à demanda para o consumo in natura da fruta. Trata-se de um alimento barato e altamente nutritivo. A versatilidade e abrangên-cia da banana podem ser percebidas desde a ampla aceitação por diferentes segmentos so-ciais até os diferentes usos na culinária brasileira: é ingerida crua, assada, frita, em farinha, e em purê. Conforme visto anteriormente, o comércio da banana in natura tem apresentado tendência de migração de um modelo puramente commodity, para a exploração de nichos específicos, como o mercado de produtos orgânicos e a seleção de frutas premium. Os pe-quenos volumes são compensados pelas altas margens cobradas. Outra possibilidade de comercialização em nichos é a venda de cultivares incomuns, ou por não haver tradição local para a sua produção ou por constituírem variedades recentemente criadas nos labo-ratórios agronômicos.

A preferência dentre os diversos cultivares disponíveis para plantação no Brasil apresenta padrões regionais, cultural e historicamente moldados. No Nordeste, a Pacovan e a Terra são muito utilizadas no preparo de pratos tradicionais, enquanto a prata é predominante no consumo cru. Em Minas Gerais, a variedade Prata também é a mais aceita. Já na região Sul e no mercado paulistano, a banana Nanica tem a preferência dos consumidores. É im-portante lembrar que este cultivar é o de maior penetração internacional, o que o torna o mais propício à produção para exportação.

Em pesquisa realizada com consumidores de Cruz das Almas (BA), dá-se conta de que a aparência da banana, sabor e durabilidade consistem nos principais atributos procurados na fruta. São da preferência do público os cachos com 10 a 12 frutos, de tamanho médio, polpa firme e casca amarela, sem pintas marrons.34

Há alguns anos detecta-se nos mercados de alimentação, de forma geral, uma gradativa mudança nos hábitos de consumo. No que tange à comercialização de frutas, essa mu-dança se expressa pela crescente segmentação e pelo surgimento de nichos de produtos diferenciados.35 Os baixos volumes vendidos de cada produto são compensados pelas altas margens unitárias obtidas, como acontece com as bananas orgânicas. Outra possibilidade de comercialização em nichos é a venda de cultivares raros em uma determinada região,

33 Fonte: RODRIGUES, Maria Geralda Vilela. Entrevista concedida em junho de 2007.34 Fonte: MATSUURA, Fernando Cesar Akira Urbano; COSTA, Jane Iara Pereira da; FOLEGATTI, Marília Ieda da Silveira. Marketing de banana: preferências do consumidor quanto aos atributos de qualidade dos frutos. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal (SP), v.26, n.1, p.48-52, abr. 2004.35 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit.

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ou por não haver tradição local de produção ou por constituírem variedades recentemente criadas nos laboratórios agronômicos.

4.2. Uso Agroindustrial

Além do consumo in natura, a banana possui uma demanda voltada para o processamen-to industrial, tanto dentro do setor alimentício quanto em outras atividades, como a far-macêutica e a cosmética.36 Relativamente poucos produtores se dedicam a atividades de beneficiamento da fruta; em geral, esta etapa fica a cargo de terceiros. No entanto, alguns produtos derivados da banana podem ser facilmente convertidos em produtos de maior valor agregado. Dentre eles, a banana-passa e o doce de banana são os mais populares.

Uma importante vantagem no processamento de derivados está na redução das dificulda-des logísticas (incluindo transporte e armazenamento), uma vez que os processos de in-dustrialização reduzem peso e volume dos alimentos, além de torná-los menos perecíveis e mais lucrativos.37 A Figura 2 exemplifica alguns dos produtos que podem ser obtidos a partir da banana:

Figura 2

Subprodutos obtidos na industrialização da banana

Fonte: SILVA apud FOLEGATTI, Marília Ieda da Silva; MATSUURA, Fernando Cesar Akira Urbano. Processamento (banana). In: BORGES, Ana. Lúcia; SOUZA, Luciana da Silva. (Org.). O cultivo da bananeira. Cruz das Almas (BA): Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004, v.1, p.233.

4.2.1. Derivados com Uso Alimentar

Para fins alimentares, pode-se encontrar como exemplos de produtos derivados da banana:

36 Fonte: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL, 2005, op. cit., p. 24.37 Fonte: NASCENTE, Adriano Stephan. A fruticultura no Brasil. Porto Velho: Embrapa/ de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia. 2003. Disponível em: <http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/frut_brasil.html>. Acesso em: 25 mar. 2007.

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Banana-passa.• Geralmente feita a partir do cultivar prata, este produto é um dos mais tradicionais feitos da banana. O processo é simples, executado por máquinas específi-cas de desidratação de frutas – há modelos que se utilizam de energia elétrica e outros de energia solar. Em geral, não são usados aditivos ou conservantes, o que encurta sua validade. As bananas podem ser desidratadas inteiras, em pedaços ou rodelas, até chegar à umidade final de 20 a 25%.

Banana chips.• Novidade do norte do país, as bananas chips rapidamente ganharam mercado, inclusive no Sudeste. Aproveitando as características da produção local, as mais antigas fabricantes fazem uso da variedade Pacovan. Há marcas que trabalham com chips adocicados ou salgados.

Farinha de banana.• De alto valor nutritivo, a farinha é processada a partir da banana ver-de. Suas principais aplicações são na composição de pães e biscoitos, como substituta parcial de outras farinhas.

Doces e geléia de banana.• Com processos de industrialização razoavelmente simples, ba-nanas que se soltam das pencas e que geralmente são descartadas no momento da colheita podem ser transformadas em doces ou geléias de banana. Os cultivares mais utilizados são prata para as bananadas e nanica para os doces em compota. Há boas perspectivas de mercado para estes produtos, uma vez que a larga aceitação da fruta se transfere também para seus derivados. Entretanto, é necessário atentar para a con-corrência: as baixas barreiras de entrada (ou seja, dificuldades para a criação de novas empresas no ramo) exigem, dos atuais participantes, rigor no cumprimento das leis fitossanitárias e atenção à qualidade do produto. A intensa competição, somada às pe-quenas possibilidades de diferenciação e à escala reduzida, determinam a necessidade de se prezar pela constante busca por redução de custos e aumento de produtividade. O Sebrae-ES disponibiliza pela internet um projeto detalhado de industrialização da banana para a produção de bananadas e geléias, no qual indicam um período de payba-ck38 de aproximadamente 3,5 anos e uma taxa interna de retorno de 37% anuais.39

Polpa de banana• . O Brasil exporta anualmente cerca de 4,5 mil toneladas de polpa de banana (sendo os principais mercados de destino Japão, Estados Unidos e Europa), volume muito superior às 100 toneladas consumidas internamente.40

Este produto é utilizado em inúmeras aplicações no setor alimentício, como comida •para bebês, sobremesas congeladas, balas e produtos para panificação. É o mais impor-tante subproduto da banana, correspondendo a 55% do total de produtos industriali-zados da fruta. Em geral, é produzido por grandes empresas concentradas nas regiões Sul e Sudeste, devido à tecnologia mais sofisticada.41

Aguardente e licor de banana.• Do ponto de vista técnico, a aguardente de banana não pode ser chamada de cachaça, apesar de a denominação ter se disseminado popular-mente. A Musa, aguardente fabricada em Itajubá, traz em seu site na internet42 uma descrição do processo produtivo, no qual destaca-se a bi-destilação, que exige maior

38 Payback = prazo de retorno de um investimento39 Fonte: SEBRAE-ES. Industrialização da banana. Vitória: 1999. (Série Perfil de Projetos)40 Fonte: SILVA, Eduardo Marcondes Filinto da. 1999, op. cit.41 Fonte: FOLEGATTI; MATSUURA, 2004, op. cit, p. 237-38. 42 Fonte: MUSA AGROINDUSTRIAL. Site institucional. 2007. Disponível em: <d http:// www.musagro.com.br >. Acesso em: 25 jun. 2007.

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tecnologia que a produção da cachaça de cana-de-açúcar. Cada 20 kg da fruta rendem aproximadamente 3 litros da bebida, em um processo que dura no mínimo 6 meses.

Ovos de chocolate recheados com banana-passa.• Aproveitando a demanda sazonal por ovos de Páscoa, a Muza Brasil (empresa localizada em Luiz Alvez/SC) produziu em 2007 chocolates recheados de banana-passa43. O produto explora a versatilidade da fruta, abrindo perspectivas para a elaboração de diversas outras variações na sua aplicação. Bombons e bananinhas cobertas de chocolate são exemplos de produtos não-sazonais que a mesma cooperativa também fabrica.

4.2.2. Derivados com Uso Não Alimentar

Da casca da bananeira são extraídos cinco tipos de fibra com texturas e características diferentes, o que torna a matéria-prima bastante versátil. Com isso, são muitas as pos-sibilidades de usos não alimentares da banana, para além das indústrias farmacêutica e cosmética. Apesar da participação restrita dos produtores na elaboração desses produtos, a possibilidade de beneficiar o pseudocaule e comercializá-lo é economicamente vantajosa. Após a colheita da fruta, os pés da bananeira não são reaproveitados para a colheita se-guinte, o que permite complementar os rendimentos obtidos a partir da venda da banana, sem comprometer sua produção.

Artesanato• . Quando trabalhada, a fibra da bananeira permite a realização de bijuterias, caixas, bolsas e outros artigos.

Móveis e objetos de decoração• . Vários pequenos bananicultores têm dedicado esforço e atenção ao uso das fibras de bananeira na confecção de produtos de decoração, como tapetes e luminárias. Outro uso inusitado é na fabricação de móveis de luxo, onde as fibras de bananeira substituem o couro e os tecidos nos estofados. As principais carac-terísticas do material são a maior resistência a manchas e o degradê natural, do bege ao marrom.44

Papel• . Feito artesanalmente a partir do pseudocaule da bananeira, tem diversas aplica-ções no artesanato, como na confecção de convites, capas de álbuns e cadernos e em-brulho de pequenos presentes. Torna-se interessante aos produtores, pois não utiliza a fruta, aproveitando parte geralmente descartada da produção. Papéis artesanais são importante fonte de rendimento para as famílias produtoras de banana no Vale do Ribeira Paraíba (de Iguape, SP, a Paranaguá, PR).45

BananaPlac• . Material desenvolvido por pesquisa conjunta da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a empresa Biothinking, o Banaplac consiste em um painel laminado produzido a partir das fibras da bananeira, utilizando-se uma resina de mamona como

43 Fonte: ALARCON, Tatiana. Banana com chocolate é a nova aposta de produtores catarinenses. Agência Sebrae, Brasília, 28 mar. 2007. Disponível em: <http://www.empreendedor.com.br/_novo/_br/?secao=Noticias&codigo=3823&categoria=>. Acesso em: 28 maio 2007.44 Fonte: FIBRA de bananeira é usada em luminárias. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 ago. 2003. Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/noticias.asp?prt=true&prt=true&prt=true&prt=true&qact=view&exibir=clipping&notid=654. Acesso em: 2 jul. 2007.45 Fonte: UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). BananaPlac – site do projeto. Rio de Janeiro: UERJ/ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial), 2007. Disponível em: <http://ww.esdi.uerj.br/bananaplac>. Acesso em: 22 mar. 2007.

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amálgama.46 Seu uso é substituto a placas de aglomerado (MDF), na fabricação de tapu-mes, móveis, etc. Uma característica importante do material é o fato de ser biodegradá-vel, por conta da utilização exclusiva de componentes orgânicos. Com o pseudocaule de duas bananeiras, é possível produzir um metro quadrado do material.

Polímeros naturais e outras aplicações industriais• . Ainda na trilha da sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento de substitutos para os polímeros derivados do petró-leo tem gerado bons resultados. Pesquisas revelam que de compósitos biodegradáveis preparados a partir de amido e de fibras de bananeira podem apresentar características superiores aos sintéticos, apesar de ainda serem mais caros na produção.47 As aplica-ções são inúmeras, desde a indústria automobilística até a construção civil. Outro uso importante em processos industriais está na produção de papelão ondulado, material utilizado em embalagens de bens de consumo. A adição de fibra de bananeira às mis-turas do papelão aumenta sua resistência em 50%.48

5. Diagnóstico do Mercado da Banana

5.1. Tendências para a Indústria da Bananicultura

5.1.1. Tendências para o Mercado de Exportação

Há diversos fatores que, em conjunto, explicam o gradual aumento da quantidade de ba-nana exportada pelo Brasil. As grandes empresas multinacionais têm intensificado seus in-vestimentos em áreas produtivas brasileiras, incrementando sua produção, exclusivamente voltada para o consumo externo. Ao mesmo tempo, programas governamentais como o Brazilian Fruit, a Produção Integrada de Bananas e a constituição de APLs colaboram signi-ficativamente para a maior competitividade do produto nacional. A profissionalização do setor produtivo também indica essa tendência de um crescimento gradativo das exporta-ções, que formam um mercado mais exigente, porém altamente lucrativo para as empresas que nele conseguirem penetrar. O pequeno empresário deverá adequar-se às expectativas do consumidor externo e considerar a possibilidade de parcerias comerciais para a venda de seus produtos a outros países, uma vez que os custos das multinacionais são significati-vamente menores, em função dos elevados investimentos em tecnologia e da grande escala produtiva, entre outros fatores.

46 Fonte: UERJ, 2007, op. cit.47 Fonte: GUIMARÃES, José Luiz et al. Preparo de compósitos biodegradáveis a partir de fibras de bananeira plastificadas com amido e glicerina bruta derivada da alcoólise de óleos vegetais. 1º CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DO BIODIESEL, Brasília, 31 de agosto a 1º de setembro de 2006. Anais... Brasília: ABIPTI, v.2, p. 28-33, 2006. Disponível em: <www.biodiesel.gov.br/docs/congressso2006/Co-Produtos/PreparoCompositos6.pdf>. Acesso em 20 abr. 2007.48 Fonte: UERJ, 2007, op. cit.

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5.1.2. Tendências para a Distribuição

Dois aspectos principais se destacam na análise da distribuição da banana. Em primeiro lugar, o crescente desenvolvimento de alternativas eficazes, de baixo custo e pouco polui-doras para as embalagens. As elevadas perdas que ocorrem no trajeto entre as proprieda-des produtoras e os lares dos consumidores podem ser significativamente reduzidas com o uso de embalagens mais adequadas. Novos materiais biodegradáveis têm sido testados na composição de caixas e filmes de proteção; o fator biodegradabilidade é cada vez mais im-portante, à medida que a questão ambiental ganha importância junto a parcelas crescentes do público, sobretudo de maior poder aquisitivo.

Em segundo lugar, a concentração do setor supermercadista em torno das grandes redes aumenta o poder de barganha destas últimas e dificulta o acesso ao mercado por outras vias de distribuição. A tendência é que esses movimentos de fusão, aquisição e expansão continuem a fortalecer as redes de supermercados. Para os pequenos produtores, uma al-ternativa a ser considerada é o estreitamento das relações diretas com este importante ca-nal distribuidor, especialmente por parte das propriedades localizadas próximas a centros urbanos.

5.1.3. Tendências para a Produção

De acordo com Michael Porter,49 há três estratégias genéricas que podem ser adotadas al-ternativamente: a de liderança de custo total, a de diferenciação ou a de enfoque. Esta úl-tima se caracteriza pela concentração em parcelas selecionadas do mercado. Ainda dentro desta opção estratégica, há a possibilidade de foco no baixo custo ou na criação de ofertas diferenciadas. Os pequenos produtores de banana geralmente encontrarão melhores opor-tunidades operando sob uma estratégia de enfoque; a maioria deles tenderá a oferecer seus produtos a preço baixo aos canais de distribuição disponíveis, continuando a se utilizar de processos produtivos rústicos e com pouca tecnologia aplicada.

Entretanto, uma nova tendência aparece entre alguns produtores de pequeno porte: a pro-dução de bananas voltadas a nichos de mercado por meio da estratégia de diferenciação. Como exemplo, cresce o número de culturas dedicadas à agricultura orgânica e aumentam as alternativas de cultivares (tipos de bananas) pouco comuns, que permitem a cobrança de maiores margens. A adesão ao programa de Produção Integrada também pode ser vista como uma forma de diferenciação para o bananicultor.

5.2. Análise Estrutural da Indústria

5.2.1. Ameaça de Novos Entrantes

A fruticultura e, particularmente, a bananicultura, apresentam baixas barreiras de entrada, o que representa uma ameaça considerável para os atuais produtores. Uma das maneiras de se dificultar este movimento é se investindo em tecnologia de preparo, colheita, arma-zenamento, embalo e transporte, de forma a criar vantagens competitivas mais difíceis de copiar. A diferenciação ou especialização, por meio de cultivares incomuns na região ou

49 Fonte: PORTER, Michael E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

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com algum tipo de melhoria também ajudam a reduzir esses riscos. Os novos entrantes podem ser pequenos agricultores, mas a principal ameaça está no ingresso de empresas de grande porte. A bananicultura tende a atrair crescentemente empresas multinacionais que, devido aos investimentos altos, obtêm custos mais baixos e oferecem frutos de melhor qualidade.

5.2.2. Ameaça de Produtos Substitutos

Frutas, em geral, pertencem a uma categoria de produtos facilmente substituíveis, o que tende a tornar esta força considerável. Produtos industrializados, verduras e legumes são concorrentes indiretos das frutas, pois servem ao propósito da alimentação e podem ser consumidos em seu lugar; no entanto, as características nutricionais da fruta não são facil-mente substituídas. As tendências atuais de alimentação saudável e balanceada apontam para a possibilidade de crescimento das vendas de frutas. Além de garantir mercados mais amplos, os fruticultores (incluindo bananicultores) poderão conseguir maiores margens a partir do beneficiamento de seus produtos.

5.2.3. Poder de Barganha dos Fornecedores

Os fornecedores tendem a concentrar um alto poder nas negociações na bananicultura. As mudas são de fácil aquisição, pois sua reprodução é rápida e simples nos métodos con-vencionais. O poder de barganha dos fornecedores cresce quando utilizam mudas de boa qualidade, devido à reprodução e à seleção mais sofisticadas. Nesses casos, a produtivida-de e a qualidade dos frutos crescem e torna-se indispensável entrar em mercados de maior valor ou em exportação. Com isso, quanto mais se preza pela qualidade, seja no tratamento das mudas, seja nos processos produtivos (adubagem, irrigação, colheita, embalagem, ar-mazenamento, entre outros), maior se torna o poder de barganha dos fornecedores, dada a redução do número de empresas envolvidas em cada etapa. Por outro lado, o elevado custo de produção, com pouca margem de negociação, pode levar o bananicultor a outros tipos de cultivo.

5.2.4. Poder de Barganha dos Compradores

As condições com que compradores entram no processo de negociação também podem representar ameaças à lucratividade de um setor. Na bananicultura (como, de resto, em quase toda a fruticultura), tem influência o grande número de intermediários entre os pro-dutores e os consumidores finais. Cada elemento da cadeia distribuidora impõe margens adicionais e exige dos elos anteriores preços mais competitivos. O produtor se vê depen-dente dos grandes atacadistas ou varejistas para atingir o mercado, em especial diante da concentração do setor supermercadista em grandes cadeias. A criação de cooperativas ou associações de centralização das vendas e de acesso ao mercado é fundamental para que micro e pequenos produtores possam fazer frente ao canal distribuidor. O aumento dos volumes negociados possibilita melhores margens aos produtores e aumenta seu poder de barganha.

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5.2.5. Rivalidade entre Competidores Existentes

Na bananicultura, há diferentes formas de se analisar a rivalidade existente. A primeira é em relação a cada pequeno produtor; quando os investimentos em tecnologia e produtivi-dade são baixos, as barreiras de saída não são significativas. Um produto homogêneo per-mite a rápida substituição de fornecedores pelos atacadistas e varejistas, gerando intensa concorrência por preço e, conseqüentemente, margens e lucros menores.

Também se deve considerar a crescente atuação das multinacionais dedicadas à fruticul-tura e, especificamente, à bananicultura no país. O Rio Grande do Norte, por exemplo, tem recebido investimentos maciços de empresas norte-americanas, que utilizam tecnologia de ponta no tratamento pós-colheita dos frutos. O produto fina, de excelente qualidade e com preços competitivos, atende aos exigentes padrões para exportação.

Pode-se também pensar na concorrência existente entre as diversas frutas, onde a prefe-rência do consumidor é um dos fatores que impactam o consumo da banana. Mais uma vez, relações cooperativas em paralelo à competição podem melhorar a lucratividade dos pequenos produtores. A utilização dos padrões de classificação também é alternativa para atrair consumidores e aumentar o consumo per capita da fruta.

A figura 3 resume os principais aspectos ligados à estrutura da indústria da fruticultura, com ênfase para a produção da banana.

Figura 3

Forças competitivas para a fruticultura brasileira, com ênfase na bananicultura

Ameaça de novos entrantesConversão de culturas por •bananicultoresEntrada de grupos estrangeiros •no setor

Poder de barganha dos fornecedores

Poucos fornecedores •especializadosEquipamentos •especializadosMudas de qualidade•Alto custo da mão-de-obra•

Rivalidade entre competidores atuais

Concorrência entre tipos de •frutasConcorrência entre MPEs•Concorrência com grandes •produtores (inclusive multinacionais)

Poder de barganha dos compradores

Concentração das redes •atacadistas e varejistasCompet• ição por preço

Ameaça de substitutosLegumes e verduras in natura•Legumes e verduras •processadas/industrializadasOutros tipos de alimentos •industrializados

Fonte: Elaboração do autor, adaptado de Porter (1998).

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5.3. Análise PFOA

A análise PFOA neste estudo se volta para a bananicultura como um todo. É importante observar que a aplicação da PFOA para cada micro ou pequena empresa exigirá adequa-ções, por exemplo, a redefinição dos critérios de separação de Potencialidades/Fragilida-des e Oportunidades/Ameaças

Tabela 8 – Matriz PFOA para a bananicultura brasileira

Potencialidades Fragilidades

Alto valor energético e nutricional da fruta•

Sabor de boa aceitabilidade•

Elevado consumo, tanto nacional como •mundial

Baixo preço da fruta•

Versatilidade dos subprodutos da banana•

Clima adequado em diversas regiões do país•

Custos elevados da produção qualificada•

Alta perecibilidade e baixa resistência da •fruta nos processos de armazenagem e transporte

Uso ainda restrito de tecnologias avançadas •de produção e comercialização

Perdas elevadas desde a pré-colheita até o •consumo do produto

Oportunidades Ameaças

Desenvolvimento de APLs estruturados•

Criação de associações e cooperativas•

Maior abertura do mercado exportador, em •especial o europeu.

Mudança de hábitos do consumidor •(brasileiro ou não), mais voltado a produtos naturais

Processamento e/ou industrialização do •produto para gerar maior valor agregado

Utilização de normas de classificação do •produto

Acelerado melhoramento genético de plantas •e mudas

Excesso de intermediários (canais de •distribuição com muitos níveis) com crescente poder de barganha

Continuidade da concentração das grandes •redes de varejo

Pragas agressivas e resistentes aos atuais •métodos de controle

Alterações bruscas nos preços•

Taxas cambiais desfavoráveis à exportação•

Resistência e restrições aos produtos •transgênicos por parte de consumidores, associações e legisladores

Fonte: Elaboração do autor.

5.3.1. Potencialidades

Alto valor energético e nutricional da fruta. • Por ser altamente nutritiva, a banana é muito consumida em países cujas populações possuem baixo poder de compra. Além disso, é reconhecida fonte de vitaminas e potássio.

Sabor de boa aceitabilidade. • A banana é consumida por todo tipo de público, de diferentes faixas etárias e classes socioeconômicas. Seu sabor é muito apreciado no consumo in natura e no preparo de pratos e doces.

Elevado consumo, tanto nacional como mundial. • A fruta é, de acordo com dados da FAO, a segunda mais consumida no mundo, perdendo apenas para a uva. No Brasil, ocupa o primeiro lugar.

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Baixo preço da fruta. • Elevado poder nutricional e preços acessíveis tornam a banana popular e largamente consumida, o que garante o mercado futuro.

Versatilidade dos subprodutos da banana. • Além da fruta e de seus derivados alimentares, pode-se fazer um uso muito versátil de suas fibras e folhas. Novas aplicações podem se reveladas a partir de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Clima adequado em diversas regiões do país.• As altas temperaturas médias, a grande exten-são territorial brasileira e a localização do país na região dos trópicos tornam o Brasil um produtor privilegiado da banana.

5.3.2. Fragilidades

Custos elevados da produção qualificada. Os custos associados à produção da banana aumentam •quando se busca atingir mercados competitivos, dada as tecnologias exigidas. Há tendência de profissionalização do setor mina compromete a atuação de produtores que operam quase como extrativistas. Assim, custos com mudas, protetores agrícolas, maquinário e transporte devem ser vistos como investimento.

Alta perecibilidade e baixa resistência da fruta nos processos de armazenagem e transporte.• É necessário cuidado especial com as embalagens; as de papelão são ideais, porém mais dispendiosas que as caixas de madeira. Já o tempo curto de maturação do produto exige uma comercialização ágil e climatizada, portanto, mais cara.

Uso ainda restrito de tecnologias de produção e comercialização• . A maioria dos pequenos produtores ainda não se adaptou às novas exigências tecnológicas na colheita, o que gera produtos de menor qualidade, além da baixa produtividade e rentabilidade.

Perdas elevadas, desde a pré-colheita até o consumo do produto• . Os índices de perda da ba-nana são os mais altos entre todas as frutas e ocorrem desde a sua produção até a comercialização e consumo.

5.3.3. Oportunidades

Desenvolvimento de APL’s estruturados• . O esforço conjunto de empresários, associações e governos podem ser fundamentais para a competitividade nacional e internacional da bananicultura.

Criação de associações e cooperativas.• A cooperação aumenta a força dos agentes coletivos, estabilizando as relações na cadeia de distribuição. As associações também têm sido úteis no aprimoramento das técnicas de plantação, por meio do investimento conjunto, acesso privilegiado ao mercado e compartilhamento de conhecimentos.

Maior abertura do mercado exportador, em especial o europeu• . A redução das barreiras co-merciais para a banana na Europa traz a oportunidade para a exportação brasileira. Para isso, é necessária a adoção de procedimentos que garantam um produto que aten-de os rigorosos padrões internacionais.

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Hábitos do consumidor, mais voltado a produtos naturais• . A busca por uma vida mais sau-dável tem direcionado o consumidor aos produtos naturais. A produção de bananas orgânicas ou com melhoramento genético figura como oportunidade para empresas que queiram atingir nichos com tendência de crescimento.

Oportunidades de industrialização, visando maior valor agregado.• O produtor pode aumen-tar a rentabilidade por meio da industrialização, desde processos mais simples até aqueles que exigem maior especialização.

Utilização de normas de classificação do produto• . A classificação aumenta o valor da bana-nicultura e permite uma organização mais eficiente das frutas comercializadas, bene-ficiando também o consumidor.

Melhoramento genético de plantas e mudas cada vez mais desenvolvido• . A criação de novos cultivares e de mudas de qualidade tornam possível os investimentos em plantações de excelência, que trazem maior lucratividade.

5.3.4. Ameaças

Excesso de intermediários, com cada vez mais poder de barganha.• Cadeias de distribuição extensas diminuem a margem de lucro dos produtores. A concentração do setor vare-jista impõe aos bananicultores agentes com maior poder de barganha, comprometendo novamente a sua lucratividade.

Pragas agressivas. • As pragas podem devastar toda a colheita, se não forem controladas cuidadosamente. Uma medida importante consiste na escolha de variedades resisten-tes às doenças comuns na região de atuação.

Alterações bruscas nos preços.• A falta de transparência na composição dos preços difi-culta o planejamento pelos produtores e causa conflitos nos canais de distribuição. A rentabilidade dos diversos agentes envolvidos na cadeia é muito variável e representa incertezas adicionais ao investidor.

Taxas cambiais desfavoráveis à exportação.• As atuais taxas de câmbio são desfavoráveis à exportação. É possível superar esta ameaça com investimentos consistentes em produ-tividade e qualidade.

5.4. Considerações Finais

Fica evidente pela análise das informações apresentadas a importância da banana na eco-nomia e na cultura brasileiras. A dedicação do país ao cultivo da fruta é histórica e o coloca entre os maiores do mundo. É interessante notar, porém, que o grande volume produzi-do não é de responsabilidade de poucas grandes empresas: há participação intensa de pequenos produtores na composição da oferta brasileira. O apoio ao micro e ao pequeno bananicultor é fundamental na evolução do setor, tanto em termos quantitativos como qualitativos.

As forças competitivas na cultura da banana devem ser cuidadosamente estudadas pelo produtor. Não há como ignorar fatores importantes do setor, como a entrada de novos con-

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correntes, o avanço de algumas pragas e o elevado poder de barganha dos compradores. No entanto, as oportunidades de prosperidade também são grandes, a partir da adoção de medidas de aumento de eficiência e qualidade. Apoio na forma de verticalização da distribuição, parcerias e organização cooperativa são fundamentais para aprimorar o sis-tema produtivo brasileiro. Também são importantes estudos bem fundamentados sobre as variedades mais adequadas para cada região, as formas de propagação e as técnicas de comercialização, de maneira que os produtores consigam aproveitar ao máximo as poten-cialidades de suas lavouras.

Vale destacar a versatilidade de subprodutos da bananicultura, ainda pouco explorada no país. A comercialização de suas fibras para a confecção de móveis de luxo já tem superado os rendimentos com a fruta em alguns casos. Com o aumento das preocupações ecológi-cas, a banana tem grande potencial de exploração por ser biodegradável, além de matéria-prima renovável. Há também oportunidades para os inúmeros derivados alimentares da banana, que se beneficiam da grande aceitabilidade de seu sabor.

A oferta de crédito agrícola aos micro e pequenos empresários é condição para atender às pressões de mercado, diante da necessidade de modernização de suas lavouras. A assis-tência técnica também é ferramenta essencial nesse processo. Portanto, percebe-se a ne-cessidade de se integrar os esforços dos órgãos financiadores e das entidades de apoio no fortalecimento da cadeia agroalimentar.

6. Principais Fontes Bibliográficas

ALARCON, Tatiana. Banana com chocolate é a nova aposta de produtores catarinenses. Agência Sebrae, Brasília, 28 mar. 2007. Disponível em: <http://www.empreendedor.com.br/_novo/_br/?secao=Noticias&codigo=3823&categoria=>. Acesso em: 28 maio 2007.

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BORGES, Ana. Lúcia; SOUZA, Luciana da Silva (ed.) O cultivo da bananeira. Cruz das Almas (BA): Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004, p.252.

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6.1. Entrevistas Realizadas

ALMEIDA. Carlos Alexandre. Analista de mercado no setor da bananicultura (CEPEA – ESALQ/USP). Entrevista concedida em maio de 2007.

RODRIGUES. Maria Geralda Vilela. Pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Entrevista concedida em junho de 2007.

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