Banana Produção

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  • BANANAProduo

    Aspectos Tcnicos

    Zilton Jos Maciel CordeiroOrganizador

    Embrapa Comunicao para Transferncia de TecnologiaBraslia - DF

    2000

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaMinistrio da Agricultura e do Abastecimento

  • Srie Frutas do Brasil, 1

    Copyright 2000 Embrapa/MA

    Exemplares desta publicao podem ser solicitados a:

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    Responsvel pela edio: Jos Mrcio de Moura SilvaCoordenao editorial: Embrapa Comunicao para Transferncia de TecnologiaReviso, normalizao bibliogrfica e edio: Norma Azeredo e Vitria RodriguesPlanejamento grfico e editorao: Marcelo Mancuso da Cunha e Luciano Mancuso da Cunha

    1 edio1 impresso (2000): 3.000 exemplares

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    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.Embrapa Comunicao para Transferncia de Tecnologia.

    Banana. Produo: aspectos tcnicos / Zilton Jos Maciel Cordeiro, organizador;Embrapa. Braslia: Embrapa Comunicao para Transferncia deTecnologia, 2000.143p. ; (Frutas do Brasil ; 1).

    Inclui bibliografia.ISBN 85-7383-070-0

    1. Banana - Cultivo. 2. Banana - Produo. I. Cordeiro, Zilton Jos Maciel.org. II. Embrapa (Braslia, DF). III. Srie.

    CDD 634.772

    Embrapa 2000

  • AAUTUTORESORES

    Aldo Vilar TrindadeEngenheiro Agrnomo, D. Sc. em Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador da Embrapa Mandioca eFruticultura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Ana Lcia BorgesEngenheira Agrnoma, D. Sc. em Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisadora da Embrapa Mandioca eFruticultura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Antonio da Silva SouzaEngenheiro Agrnomo, D. Sc. em Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Arlene Maria Gomes de OliveiraEngenheira Agrnoma, M. Sc. em Cincia do Solo, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Aristteles Pires MatosEngenheiro agrnomo, D. Sc. em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura. Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas - BA.E-mail: [email protected]

    Clovis Oliveira de AlmeidaEngenheiro Agrnomo, D. Sc. em Economia Aplicada, Pesquisador da Embrapa Mandioca eFruticultura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Dilson da Cunha CostaEngenheiro agrnomo, M. Sc. em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura.Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas- BA.E-mail: [email protected]

    lio Jos AlvesEngenheiro Agrnomo, M. Sc. em Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Eugnio Ferreira CoelhoEngenheiro Agrnomo, PhD em Engenharia de Irrigao, Pesquisador da Embrapa Mandioca eFruticultura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Jorge Luis Loyola DantasEngenheiro Agrnomo, D. Sc. em Fitomelhoramento, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

  • Jos da Silva SouzaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Economia Rural, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007.CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Luciano da Silva SouzaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. em Cincia do Solo, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Marcelo Bezerra LimaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, CaixaPostal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Marilene FrancelliEngenheira agrnoma, M.Sc. em Entomologia, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura. Caixa Postal 007.CEP 44380-000 - Cruz das Almas -BA.E-mail: [email protected]

    Paulo Ernesto Meissner FilhoEngenheiro agrnomo, D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura. Caixa Postal 007.CEP 44380-000 - Cruz das Almas -BAE-mail: [email protected]

    Sebastio de Oliveira e SilvaEngenheiro agrnomo, D.Sc. em Fitomelhoramento, Pesquisador da Embrapa Mandioca eFruticultura. Caixa Postal 007.CEP 44380-000 - Cruz das Almas -BA.E-mail:[email protected]

    Sizernando Luiz de OliveiraEngenheiro Agrnomo, D.Sc. em Engenharia Agrcola, Pesquisador da Embrapa Mandioca eFruticultura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Valdique Martins MedinaEngenheiro agrnomo, M. SC. em Fisiologia Vegetal, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000- Cruz das Almas -BA.E-mail: [email protected]

    Walter dos Santos Soares FilhoEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitomelhoramento, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticul-tura, Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

    Zilton Jos Maciel CordeiroEngenheiro Agrnomo, D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007. CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA.E-mail: [email protected]

  • APRESENTAPRESENTAOAO

    Uma das caratersticas do Programa Avana Brasil a de conduzir os empreendi-mentos do Estado, concretizando as metas que propiciem ganhos sociais e institucionaispara as comunidades s quais se destinam. O trabalho feito para que, ao final daimplantao de uma infra-estrutura de produo, as comunidades envolvidas acrescen-tem, s obras de engenharia civil requeridas, o aprendizado em habilitao e organizao,que lhes permita gerar emprego e renda, agregando valor aos bens e servios produzidos.

    O Ministrio da Agricultura e do Abastecimento participa desse esforo, com oobjetivo de qualificar nossas frutas para vencer as barreiras que lhes so impostas nocomrcio internacional. O zelo e a segurana alimentar que ajudam a compor umdiagnstico de qualidade com sanidade so itens muito importantes na competio comoutros pases produtores.

    Essas preocupaes orientaram a concepo e a implantao do Programa de Apoio Produo e Exportao de Frutas, Hortalias, Flores e Plantas Ornamentais FRUPEX.O Programa Avana Brasil, com esses mesmos fins, promove o empreendimentoInovao Tecnolgica para a Fruticultura Irrigada no Semi-rido Nordestino.

    Este Manual rene conhecimentos tcnicos necessrios produo da banana. Taisconhecimentos foram reunidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa em parceria com as demais instituies do Sistema Nacional de PesquisaAgropecuria, para dar melhores condies de trabalho ao setor produtivo, preocupadoem alcanar padres adequados para a exportao.

    As orientaes que se encontram neste Manual so o resultado da parceria entre oEstado e o setor produtivo. As grandes beneficiadas sero as comunidades para as quaisas obras de engenharia tambm levaro ganhos sociais e institucionais incontestveis.

    Tirem todo o proveito possvel desses conhecimentos.

    Marcus Vinicius Pratini de Moraes

    Ministro da Agricultura e do Abastecimento

  • SUMRIOSUMRIO

    1. INTRODUO ................................................................................................................................................ 9

    2. ASPECTOS SOCIOECONMICOS ........................................................................................................ 10

    3. CLASSIFICAO BOTNICA, ORIGEM E EVOLUO ................................................................. 12

    4. EXIGNCIAS EDAFOCLIMTICAS ..................................................................................................... 17

    5. ESCOLHA, PREPARO E CONSERVAO DO SOLO....................................................................... 24

    6. CULTIVARES DE BANANA PARA EXPORTAO ......................................................................... 29

    7. PRODUO DE MUDAS .......................................................................................................................... 39

    8. NUTRIO, CALAGEM E ADUBAO ............................................................................................... 47

    9. IRRIGAO E FERTIIRRIGAO ......................................................................................................... 60

    10. ESTABELECIMENTO DO BANANAL ................................................................................................... 73

    11. TRATOS CULTURAIS .................................................................................................................................. 83

    12. PRAGAS ........................................................................................................................................................... 92

    13. NEMATIDES ............................................................................................................................................ 101

    14. DOENAS..................................................................................................................................................... 106

    15. VIROSES ........................................................................................................................................................ 118

    16. COLHEITA ................................................................................................................................................... 121

    17. COMERCIALIZAO ............................................................................................................................... 131

    18. CUSTOS E RENTABILIDADE ................................................................................................................ 136

    19. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................................................... 139

  • 99Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    1 INTRODUOZilton Jos Maciel Cordeirobaixa incidncia de doenas, oferta regulare boa qualidade dos frutos. Pode-se obser-var que as melhores espcies do mundo soproduzidas nas zonas mais quentes do glo-bo, especialmente entre os trpicos de Cn-cer e Capricrnio. De modo geral, quantomais prximo da linha do Equador, maisfavorveis so as condies climticas parao cultivo da banana. As referidas regiesainda desfrutam da vantagem da localiza-o, que diminui o tempo de viagem e ocusto do transporte para o HemisfrioNorte, onde esto localizados os principaispases importadores dessa fruta.

    As regies Sul e Sudeste, com maiornvel tecnolgico e organizao dos produ-tores, esto mais prximas dos pases doHemisfrio Sul, que tambm apresentamum expressivo mercado bananeiro. A pro-duo dessas regies, por conseguinte, po-deria ser exportada com um menor custo detransporte para os pases vizinhos: Argenti-na, Uruguai e Paraguai.

    Alm das vantagens comparativasmencionadas, o Brasil dispe de um acervode tecnologias e conhecimentos capaz dedar suporte a um salto qualitativo na produ-o de banana, passando a competir emqualidade com outros pases exportadores.Foi com esse objetivo que se produziu estemanual, que engloba os mais diversos itensda produo, manejo e comercializao dafruta em questo.

    A bananicultura brasileira, ape-sar do grande volume de pro-duo e da ampla distribuiopor todo o territrio nacional, deixa muitoa desejar como cultura de exportao. Demodo geral, pode-se caracteriz-la comouma cultura de baixa produtividade, baixonvel tecnolgico e de elevadas perdas napr e ps-colheita. Entretanto, a banana afruta mais consumida no Brasil, constituin-do parte importante da renda dos pequenosprodutores e da alimentao das camadasmais carentes da populao, sobretudo nomeio rural. cultivada, predominantemen-te, em pequenas propriedades, sendo degrande importncia para a fixao do ho-mem no campo e para a gerao de empre-go rural, em especial para as camadas dapopulao com menor grau de qualifica-o. Essa cultura ocupa o segundo lugar emvolume de frutas produzidas, situando-seprxima aos seis milhes de toneladas anu-ais, perdendo apenas para a da laranja. Oconsumo per capita nacional estimado emtorno de 20 kg/hab./ano.

    No plano do comrcio internacional, abanana responde pelo maior volume e va-lor de frutas frescas comercializadas, movi-mentando, aproximadamente, US$ 5 bi-lhes anuais. Os maiores produtores sondia, Equador, Brasil e Filipinas. No queconcerne s exportaes, no entanto, oEquador, a Costa Rica, a Colmbia e asFilipinas lideram o comrcio. O Brasil e andia, grandes produtores mundiais, tmparticipao inexpressiva no mercado in-ternacional. No caso brasileiro, uma dasprincipais razes o enorme mercado in-terno, aliado aos preos competitivos aquipraticados.

    preciso considerar, tambm, as van-tagens comparativas proporcionadas pelascondies climticas das regies Norte eNordeste que, associadas ao manejo ade-quado da irrigao, podem proporcionar odesenvolvimento de uma bananicultura com

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 11010

    A banana a fruta maisconsumida no mundo e noBrasil, constituindo parte im-portante da renda dos pequenos produto-res e da alimentao das camadas maiscarentes da populao. De modo geral, cultivada em pequenas propriedades, sen-do de grande importncia para a fixao dohomem no campo e para a gerao deemprego rural, especialmente para as cama-das da populao com menor grau de qua-lificao, que dificilmente encontrariam ocu-pao em outras atividades.

    A cultura da banana ocupa o segundolugar em volume de frutas produzidas noBrasil, perdendo apenas para a laranja. Oconsumo aparente per capita nacional esti-mado em torno de 20 kg/hab./ano. Em-bora o Brasil figure como um grande pro-dutor e consumidor, a bananicultura nacio-nal ainda padece de srios problemas nasfases de produo e ps-colheita. Somentena fase de ps-colheita, as perdas podemchegar a 40% da produo.

    A produo nacional de banana vol-tada quase que exclusivamente para o mer-cado domstico. Vrios fatores contribu-ram nesse sentido, destacando-se:

    o tamanho do mercado domstico ea pouca exigncia dos consumidores locaisem qualidade, contribuindo para a negli-gncia do setor produtivo, para o baixonvel de qualidade da banana produzida e asua no-adequao aos padres de qualida-de do mercado internacional;

    nveis atrativos de preos para oproduto no mercado domstico;

    incompatibilidade entre as varieda-des produzidas no Brasil e as demandadasno mercado externo;

    2 desorganizao da cadeia produtiva.

    A produo de banana distribudapor todas as regies do pas, sendo a regioNordeste a maior produtora, seguida dasregies Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste.

    As condies climticas das regiesNorte e Nordeste, associadas ao manejoadequado da irrigao, podem proporcionaro desenvolvimento de uma bananiculturacom baixa incidncia de doenas, ofertaregular e boa qualidade dos frutos.

    As melhores bananas do mundo soproduzidas nas zonas mais quentes do glo-bo, especialmente entre os trpicos de Cn-cer e Capricrnio. De modo geral, quantomais prximo da linha do Equador, maisfavorveis so as condies climticas parao cultivo da banana. As referidas regiesainda desfrutam da vantagem da localiza-o, que diminui o tempo de viagem e ocusto do transporte para o HemisfrioNorte, onde esto localizados os principaispases importadores de banana. Na regioNorte, embora existam vantagens do climae da localizao, alguns estados vm en-frentando srios problemas fitossanitrioscom essa cultura.

    As regies Sul e Sudeste, com maiornvel tecnolgico e organizao dos produ-tores, esto mais prximas dos pases doHemisfrio Sul, que tambm apresentamum expressivo mercado de banana. A pro-duo de banana dos estados destas regiespoderiam ser exportadas com um menorcusto de transporte para os pases vizinhos:Argentina, Uruguai e Paraguai.

    Embora as regies Norte e Nordesteapresentem vantagens comparativas para aproduo de banana de alto padro de

    ASPECTOSSOCIOECONMICOS

    Clvis Oliveira de AlmeidaJos da Silva Souza

    Zilton Jos Maciel Cordeiro

  • 1111Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    qualidade, ainda preciso superar, emgrande parte, sua baixa eficincia tanto naproduo como no manejo ps-colheita.

    So vrios os problemas que afetam abananicultura dessas regies, que se carac-teriza pelo baixo nvel de tecnificao em-pregado nos cultivos, baixa produtividadee qualidade de fruto. As excees geral-mente se localizam nos plos de fruticul-tura irrigada, presentes no Nordeste, que,em alguns casos, apresentam melhor pro-dutividade devido ao uso da irrigao, masdeixam muito a desejar em relao aomanejo e tratos culturais dispensados cultura e ao tratamento ps-colheita.

    Os principais plos esto localizadosnas regies Sudeste e Nordeste, destacan-do-se entre eles o de Minas Gerais, locali-zado em Janaba; os da Bahia, localizadosem Juazeiro, Bom Jesus da Lapa, SantaMaria da Vitria, Livramento de NossaSenhora e Barreiras; os plos dePernambuco, sediados em Petrolina e SantaMaria da Boa Vista; o plo do Rio Grandedo Norte, no vale do Au; o de Sergipe, noPlat de Nepolis, e o do Cear, na Chapadado Apodi. Em implantao temos ainda, noCear, o projeto de irrigao do Baixo Acarae, no Maranho, o projeto de Balsas.

    Nas reas de produo de banana dasregies Norte e Nordeste, existe um gran-de nmero de cultivares. No Nordeste opredomnio das cultivares Prata e Pacovan.A Pacovan destaca-se nos estados do Ceare Pernambuco. A Prata tem participaoexpressiva nas duas regies. As variedadestipo Terra (frutos para cozinhar ou fritar)tambm so importantes nas duas regies.

    As variedades do tipo Cavendish, asmais aceitas no mercado internacional, aospoucos esto sendo plantadas nos perme-tros irrigados do Nordeste. O Rio Grandedo Norte o maior produtor de bananaGrand Naine, devido instalao, no valedo Au, de grandes empresas especializadasna produo de banana voltada para a ex-portao. So cultivadas ainda nas regiesNorte e Nordeste, em maior ou menorquantidade, as variedades: Prata-an,Nanica, Nanico, Ma, Figo, Pelipita, Ouro,Caru, dentre outras.

    Nas regies Sul e Sudeste, as varieda-des tipo Cavendish (Nanica e Nanico) soas mais expressivas, seguidas da cultivarPrata. A cultivar Ma destaca-se apenas naregio Centro-Oeste. Nessa regio tambmtm participao significativa as cultivaresNanica e Nanico, Prata, Terra e DAngola.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 11212

    CLASSIFICAOBOTNICA, ORIGEME EVOLUO

    ser possvel nos mdio e longo prazos, apartir de resultados de pesquisa (Alves,1986). As principais cultivares de bananado Brasil apresentam um ou alguns dessesproblemas (Tabela 1).

    Dado o seu enorme potencial, abananicultura motivo de interesse cadavez maior da parte de pesquisadores domundo inteiro. Todavia, o inventrio dosconhecimentos cientficos e tecnolgicosdisponveis sobre essa cultura ainda rela-tivamente pequeno. Alm disso, so mui-tos os problemas bsicos que impedem seudesenvolvimento e aproveitamento emmaior escala.

    CARACARACTERSTICAS GERAISCTERSTICAS GERAISDDAS BANANEIRASAS BANANEIRASCULCULTIVTIVADADASAS

    Classificao botnicaClassificao botnica

    Segundo a sistemtica botnica de clas-sificao hierrquica, as bananeiras produ-

    3Jorge Luiz Loyola Dantas

    Walter dos Santos Soares Filho

    INTRODUOINTRODUO

    A bananicultura brasileira apresentacaractersticas peculiares que a diferenciamdo que ocorre na maioria das regies pro-dutoras do mundo, tanto no que diz respei-to diversidade climtica em que explora-da quanto em relao ao uso de cultivares, forma de comercializao e s exignciasdo mercado consumidor. De modo geral,os cultivos seguem os padres tradicionais,com baixos ndices de capitalizao etecnologia. Cultivos tecnicamente orienta-dos so encontrados em So Paulo, SantaCatarina, Gois e Minas Gerais; neles ob-serva-se a utilizao de tecnologias impor-tadas e adaptadas de outros pases. O baixopotencial de produtividade das principaiscultivares exploradas no pas - inferior a 16toneladas/hectare -, o porte elevado dealgumas variedades, a intolerncia estia-gem e a presena de doenas e pragas so osprincipais problemas que afetam abananicultura brasileira, cuja soluo s

    Cultivar PorteResistncia s doenas e pragas

    Mal-do--panam

    Sigatoka--amarela

    Sigatoka--negra Moko

    NematideR.similis

    Broca-do--rizoma

    Prata (AAB) Alto MS S S S R MR

    Pacovan (AAB) Alto MS S S S R MR

    Prata-an (AAB) Baixo MS S S S R MR

    Ma (AAB) Mdio S MR - S R MR

    Mysore (AAB) Alto R R R S R MR

    Terra (AAB) Alto R R S S S S

    D' Angola (AAB) Mdio R R S S S S

    Nanica (AAA) Baixo R S S S S S

    Nanico (AAA) Mdio R S S S S S

    Tabela 1. Algumas caractersticas das principais cultivares de banana do Brasil.

    1 - S suscetvel; MS moderadamente suscetvel; MR moderadamente resistente; R resistente.Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 1999.

  • 1313Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    toras de frutos comestveis so plantas daclasse das Monocotyledoneae, ordemScitaminales, famlia Musaceae, da qualfazem parte as subfamlias Heliconioideae,Strelitzioideae e Musoideae. Esta ltimainclui, alm do gnero Ensete, o gneroMusa, constitudo por quatro sries ousees: Australimusa, Callimusa,Rhodochlamys e (Eu-)Musa (Simmonds,1973). Dentro do gnero Musa existem nomnimo duas espcies, M. ingens (2n = 14)e M. becarii (2n = 18), que no soclassificveis nas sees citadas. A discri-minao entre (Eu-)Musa e Rhodochlamys artificial e no reflete bem os graus deisolamento reprodutivo (Shepherd, 1990).A seo (Eu-)Musa a mais importante,uma vez que, alm de ser formada pelomaior nmero de espcies desse gnero,apresenta ampla distribuio geogrfica eabrange as espcies comestveis.

    A classificao proposta porCheesman (1948) para o gnero Musa,aceita atualmente no mundo inteiro, ba-seia-se no nmero bsico de cromossomosdividido em dois grupos da seguinte ma-

    neira: as espcies com n = 10 cromossomospertencem s sees Australimusa eCallimusa, enquanto as espcies com n = 11cromossomos integram as seesRhodochlamys e (Eu-)Musa. As espciescomponentes destas duas ltimas seesso as que apresentam potencialidade comogermoplasma til ao melhoramento genti-co das variedades cultivadas. SegundoShepherd (1990), tais espcies so:

    a) Rhodochlamys: M. lateritaCheesman, M. ornata Roxburgh, M. rubra,M. sanguinea e M. velutina Wendl e Drude.

    b) (Eu-)Musa: M. acuminata Colla, M.balbisiana Colla, M. flaviflora Simmonds, M.halabanensis Meijer, M. ochracea Shepherd eM. schizocarpa Simmonds.

    A Tabela 2, adaptada de Champion(1967), apresenta esquematicamente a clas-sificao das bananeiras, alm de incluiroutras famlias da ordem Scitaminales.

    Origem e nveis cromossmicosOrigem e nveis cromossmicosdas cultivaresdas cultivares

    A maioria das cultivares de bananaoriginou-se no continente asitico, tendo

    Classe Ordem Famlias Subfamlias Gneros Sries ou Sees

    Australimusa,Callimusa

    MusoideaeMusa Rhodochamys, (Eu-)

    Musa

    Ensete

    Strelitzia

    Monocotyledoneas Scitaminales Musaceae Strelitzioideae Phannekospernum

    Ravenala

    Heliconioideae Heliconia

    Lowiaceae Lowia Orchidantha

    Zingiberaceae

    Marantaceae

    Cannaceae

    Tabela 2. Esquema representativo da classificao das bananeiras.

    Fonte: Adaptada de Champion, 1967.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 11414

    evoludo a partir das espcies diplidesselvagens M. acuminata e M. balbisiana. Apre-senta trs nveis cromossmicos distintos:diplide, triplide e tetraplide, os quaiscorrespondem, respectivamente, a dois, trse quatro mltiplos do nmero bsico ougenoma de 11 cromossomos (x = n). Aorigem de bananeiras triplides, a partir dediplides, e de tetraplides, a partir detriplides, constatada por meio de cruza-mentos experimentais.

    EvoluoEvoluo

    Na evoluo das bananeiras comest-veis tomaram parte principalmente duasespcies diplides selvagens: M. acuminata eM. balbisiana, de modo que cada cultivardeve conter combinaes variadas degenomas completos das espcies parentais.Esses genomas so denominados pelas le-tras A (M. acuminata) e B (M. balbisiana), decujas combinaes resultam os grupos AA,BB, AB, AAA, AAB, ABB, AAAA, AAAB,AABB e ABBB. Alm disso, Hutchison(1966) e Shepherd & Ferreira (1982) relata-ram que M. schizocarpa tambm contribuiupara a formao de algumas cultivares h-bridas na Nova Guin. Nessa ilha poss-vel, portanto, a ocorrncia de combinaescomo AS e ABBS.

    A evoluo dessas espcies proces-sou-se em quatro etapas, repetidas em vri-as pocas (Simmonds & Shepherd, 1955).A primeira etapa constou da ocorrncia departenocarpia por mutao em M. acuminata(AA), ou seja, a capacidade de gerar polpasem a produo de sementes. Em sua formaoriginal, os frutos de bananeiras possuemgrande nmero de sementes duras, quedificultam o seu consumo. Com base nosconhecimentos atualmente disponveis,supe-se que a partenocarpia ocorreu ape-nas em M. acuminata; por conseguinte, ascultivares mais antigas foram diplides dogrupo AA. O nmero dessas cultivarespode ser ampliado por meio de cruzamen-tos espontneos entre si ou com outrasformas selvagens da mesma espcie.

    A segunda etapa caracterizou-se pelahibridao entre cultivares do grupo AA eplantas selvagens de M. balbisiana (BB),produzindo hbridos diplides do grupoAB, hoje raros e possivelmente limitadosna sua origem ndia. Vale ressaltar, entre-tanto, que Shepherd encontrou duas cul-tivares AB na frica Ocidental em 1969. Otipo Ney Poovan foi bastante observadoem Uganda, alm de se achar presente nasilhas do Caribe desde o incio deste sculo,sob a denominao de Guindy.

    A terceira e quarta etapas da evoluoso admitidas com base na capacidade devrias bananeiras e de alguns hbridos degerar, em baixa freqncia, clulas-ovoviveis, sem meiose tpica, com a mesmaconstituio cromossmica e gentica daplanta-me, seja esta diplide ou triplide.Por meio de cruzamentos espontneosenvolvendo plens das espcies parentais(M. acuminata e M. balbisiana) ou de cultiva-res do grupo AA, com gentipos dos gru-pos AA e AB portadores de sacos embri-onrios diplides, foi possvel a evoluode triplides dos grupos AAA, AAB eABB, pela adio do nmero bsico x (Aou B). Da mesma forma, os tetraplidesdos grupos AAAA, AAAB, AABB e ABBBevoluram a partir dos trs grupos triplides(Figura 1). Cumpre ressaltar que todosesses grupos foram constatados por avali-ao taxonmica das cultivares exploradasem todo o mundo, exceo do grupoAAAA, que s foi obtido por cruzamentosexperimentais (Shepherd, 1984a).

    Classificao do germoplasmaClassificao do germoplasma

    Na classificao de germoplasma des-conhecido, deve-se determinar primeiro onmero de cromossomos para discrimina-o entre acessos diplides, triplides etetraplides. Caso no se disponha de infra-estrutura adequada para a contagem doscromossomos, possvel obter algumaindicao pela orientao das folhas. Se-gundo Shepherd (1984a), as folhas de ba-naneiras diplides so tipicamente eretas,

  • 1515Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    as de triplides so em geral medianamentependentes e as de tetraplides so bemarqueadas. Os acessos triplides so osmais comuns e incluem todas as variedadesplantadas em grande escala.

    Para esclarecer a taxonomia das culti-vares por meio da identificao dos gruposgenmicos, Simmonds & Shepherd (1955)utilizaram dois caracteres vegetativos e tre-ze caracteres de inflorescncia, todos dife-renciais entre as espcies, apesar da existn-cia de algumas excees. Foram constata-dos os seguintes grupos: diplides AA eAB; triplides AAA, AAB e ABB;tetraplides AAAA, AAAB, AABB e ABBB,classificao adotada em todo o mundo.Ressalte-se que, a princpio, no foram re-conhecidas cultivares dos grupos BB, BBBe BBBB, que pareciam no existir devido

    ausncia de partenocarpia na espcie M.balbisiana. Entretanto, Shepherd observouuma fraca cultivar BB na Tailndia (LepChang Kut), que pode ser um hbrido docruzamento Teparod x BB.

    Na prtica, no so necessrios esses15 caracteres para a determinao do grupogenmico de uma cultivar, embora todossejam investigados nos casos de difcil dis-criminao, a exemplo do que ocorre comos grupos AAA e AAB. Shepherd (1992)elaborou um documento sobre a utilizaode poucos caracteres na discriminao en-tre os grupos triplides.

    Um aspecto notrio dos plantios ex-tensivos est relacionado com a relativa-mente freqente ocorrncia de mutaesem muitas cultivares, possibilitando a am-pliao do nmero de variedades. Nos ca-

    Figura 1Figura 1. Evoluo das bananeiras.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 11616

    sos em que as mutaes produzem efeitosimportantes no uso e na comercializao,utiliza-se o termo subgrupo proposto porSimmonds (1973) que abrange cultivaresoriginrias por mutao de uma nica for-ma ancestral. Exemplos que se destacam nadiversidade das formas so o subgrupoCavendish (grupo AAA) e o subgrupoPlantain, Pltano ou Terra (grupo AAB).

    Na identificao de cultivares dentrodos grupos so conhecidas apenas as cha-ves publicadas por Simmonds (1973), quese referem, separadamente, s principaiscultivares dos trs grupos triplides. Entre-tanto, ainda no se publicou uma boa listade descritores para a caracterizao dascultivares; no s a lista de Simmonds (1984) incompleta, como a lista francesa, indita,do mesmo modo omite alguns descritoresteis. H bastante tempo se reconhece anecessidade da elaborao de uma lista in-ternacional, bem abrangente de descritores,para facilitar a identificao de sinnimosem diferentes pases e permitir uma descri-o mais acurada da variabilidade existenteno mundo. Com essa finalidade, foi levadaa efeito, no Brasil e no exterior, uma pesqui-

    sa que resultou em nova lista, com mais de100 descritores, quase todos relativos aaspectos morfolgicos, quantitativos e qua-litativos, que podem ressaltar diferenasentre cultivares (Shepherd, 1984).

    Distribuio geogrficaDistribuio geogrfica

    A bananeira uma planta tipicamentetropical, cujo bom desenvolvimento exigecalor constante, elevada umidade e boadistribuio de chuvas. Essas condiesso registradas na faixa compreendida en-tre os paralelos de 30 de latitude norte e sul,nas regies onde as temperaturas situam-seentre os limites de 15C e 35C. H, entre-tanto, a possibilidade de seu cultivo emlatitudes acima de 30 de latitude norte esul, desde que a temperatura e o regimehdrico sejam adequados (Moreira, 1987).

    Devido sua ampla adaptao, cul-tivada em quase todos os pases tropicais.No Brasil, a bananeira cultivada de nortea sul, envolvendo desde a faixa litornea atos planaltos interioranos.

  • 1717Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    EXIGNCIASEDAFOCLIMTICAS

    Ana Lcia BorgesLuciano da Silva Souza

    lio Jos Alves

    4INTRODUOINTRODUO

    A bananeira (Musa spp.) uma plantamonocotilednea, herbcea (aps a colhei-ta a parte area cortada) e perene, uma vezque novos perfilhos nascem da base daplanta-me. Apresenta caule subterrneo(rizoma) de onde saem as razes primrias,em grupos de trs ou quatro, totalizando200 a 500 razes, com espessura de 5 mm a8mm, brancas e tenras quando novas esaudveis, tornando-se amareladas e endu-recidas com o tempo. O sistema radicular fasciculado, podendo atingir horizontal-mente at 5 m; no entanto, mais comumde 1 mm a 2 m, dependendo da cultivar edas condies do solo. tambm superfi-cial, com cerca de 40% na profundidade de10 cm e de 60% a 85% concentrando-se nacamada de 30 cm.

    O pseudocaule formado por bainhasfoliares, terminando com uma copa de fo-lhas compridas e largas, com nervura cen-tral desenvolvida. Uma planta pode emitirde 30 a 70 folhas, com o aparecimento deuma nova folha a cada 7 a 11 dias. Ainflorescncia sai do centro da copa, apre-sentando brcteas ovaladas, de coloraogeralmente roxo-avermelhada, em cujasaxilas nascem as flores. De cada conjuntode flores formam-se as pencas (7 a 15),apresentando nmero varivel de frutos(40 a 220), dependendo da cultivar.

    Os fatores que influenciam no cresci-mento e produo das bananeiras classifi-cam-se em fatores internos e externos. Osfatores internos esto relacionados com ascaractersticas genticas da variedade utili-zada, enquanto os fatores externos se refe-rem s condies edficas (solo), ambientais(clima), agentes biticos (pragas e doenas)e ao do homem interferindo nos fatoresedficos, climticos e biticos.

    CONDIES EDFICASCONDIES EDFICAS

    TopografiaTopografia

    De modo geral, quando as condiesclimticas so favorveis, os cultivos po-dem ser estabelecidos tanto em encostascomo em terrenos planos. Contudo, reascom declives inferiores a 8% so as maisrecomendadas; entre 8% e 30% h restri-es; e declives acima de 30% so conside-rados inadequados. Os terrenos planos asuavemente ondulados (declives menoresque 8%) so mais adequados, pois facilitamo manejo da cultura, a mecanizao, asprticas culturais, a colheita e a conservaodo solo.

    Em reas declivosas (na faixa de 8% a30%), alm de medidas de controle daeroso, a irrigao dificultada, seja porexigir o uso de motobombas de maiorcapacidade e, conseqentemente, de maiorconsumo de energia, seja por tornar irregu-lar a presso nos aspersores, devido sdiferenas na topografia do terreno.

    Nas principais regies produtoras debanana no mundo, as vrzeas e baixadasmecanizveis tm sido utilizadas com su-cesso, especialmente na produo de bana-na destinada exportao. No Brasil, essasreas tm sido utilizadas no cultivo dasvariedades Nanica, Nanico e Grand Nainenos estados de So Paulo, Esprito Santo eRio de Janeiro; nos permetros irrigados doDepartamento Nacional de Obras Contraas Secas (DNOCS), e da Companhia deDesenvolvimento do Vale do So Francis-co (CODEVASF); bem como nos valesdos rios Piranhas-PB, Jaguaribe-CE eMoxot-PE.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 11818

    ProfundidadeProfundidade

    Apesar de a bananeira apresentar sis-tema radicular superficial (30 cm), impor-tante que o solo seja profundo, com mais de75 cm sem qualquer impedimento. Soloscom profundidade inferior a 25 cm soconsiderados inadequados para a cultura.Em solos compactados, as razes da bana-neira raramente atingem profundidadesabaixo de 60 cm a 80 cm, fazendo com queas plantas fiquem sujeitas ao tombamento.

    Em solos apresentando camadaadensada dentro de 30 cm a 35 cm deprofundidade, onde o sistema radicular nopenetrava, foram observados efeitos ben-ficos da subsolagem em bananeira. Da aimportncia de observar o perfil de todo osolo, e no apenas as camadas superficiais.

    Recomenda-se, para o bom desenvol-vimento da bananeira, que os solos noapresentem camada impermevel, pedre-gosa ou endurecida, nem lenol fretico amenos de um metro de profundidade.

    AeraoAerao

    A disponibilidade adequada de oxig-nio de fundamental importncia para obom desenvolvimento do sistema radicularda bananeira. Ocorrendo falta de oxignio,as razes perdem a rigidez, adquirem umacor cinza-azulada plida e apodrecem rapi-damente. Uma m aerao do solo pode serprovocada pela sua compactao ouencharcamento.

    Portanto, para melhorar as condiesde aerao do solo, em reas com tendnciaa encharcamento deve-se estabelecer umbom sistema de drenagem. Os excessoscontinuados de umidade no solo por maisde trs dias promovem perdas irreparveisno sistema radicular, com reflexos negati-vos na produo da cultura. Por essa razo,os solos cultivados com banana devem terboas profundidade e drenagem interna, paraque os excessos de umidade sejam drena-dos rapidamente e para que o nvel dolenol fretico mantenha-se abaixo de1,80 m de profundidade.

    SolosSolos

    A bananeira cultivada e se desenvol-ve em diversos tipos de solos. A Tabela 3mostra um resumo dos solos onde as bana-neiras so cultivadas no Brasil, suas princi-pais limitaes e prticas de manejo reco-mendadas.

    Em geral, para o cultivo da banana, ossolos podem ser enquadrados em quatrogrupos de potencialidades, conforme dis-criminados em seguida:

    Grupo 1 Solos de alto potencial So aqueles que no apresentam limitaespara a obteno de altas produtividadescom a cultura da banana. So os solos emcondies de relevo plano a suave ondula-do, bem drenados, profundos (mais de 100cm), textura mdia a argilosa, bemestruturados, permeveis, frteis, com pHneutro a ligeiramente cido, sem perigo deinundao e sem problemas de salinidade.

    Fazem parte deste grupo principalmenteos seguintes solos: Latossolo Roxo Eutrfico,Latossolo Vermelho-Escuro Eutrfico,Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrfico,Terra Roxa Estruturada Eutrfica, PodzlicoVermelho-Escuro Eutrfico, PodzlicoVermelho-Amarelo Eutrfico, CambissoloEutrfico, Brunizem ou Brunizem-Avermelhado e Solos Aluviais Eutrficos,no-salinos, no-sdicos e bem drenados.

    Grupo 2 Solos de mdio potencial -Solos adequados para o cultivo com a culturada banana que apresentam uma ou maisrestries em termos de fertilidade natural,relevo, profundidade efetiva e/ou drena-gem, que levam a produtividades mais baixasque as obtidas nos solos do grupo anterior e,assim, requerem maiores investimentos parase obterem rendimentos elevados.

    Fazem parte deste grupo principal-mente os seguintes solos: Latossolo RoxoDistrfico, Latossolo Vermelho-EscuroDistrfico, Latossolo Vermelho-AmareloDistrfico, Latossolo Amarelo, LatossoloVariao Una, Terra Roxa Estruturada

  • 1919Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    1Entre parnteses aparece a classificao pelo novo Sistema Brasileiro de Classificao de Solos (1999).2Referem-se s limitaes apresentadas pela maioria dos solos da classe, embora existam nelas solos sem ou compequenas limitaes. Por exemplo, na classe dos latossolos existem os vermelho-escuros eutrficos sem ou compequenas limitaes para a bananeira; as limitaes citadas para esta classe dizem respeito aos latossolosdistrficos, latossolo amarelo, latossolo variao una etc. O mesmo vlido para as demais classes.

    CLASSES1 LIMITAES2 PRTICAS DE MANEJO

    Aluviais (Neossolos)Pouca profundidade, m

    drenagem, baixa fertilidade,heterogeneidade

    Drenagem, calagem, adubao

    Areias quartzosas (Neossolos)Baixo armazenamento de gua e

    nutrientesCalagem, adubao, irrigao

    (maior parcelamento)

    Bruno no-clcicos (Luvissolo)Pouca profundidade,

    pedregosidade, carter sdicoIrrigao e drenagem

    Cambissolos (Cambissolos)Pouca profundidade, baixa

    fertilidade, relevo movimentadoCalagem, adubao, curvas de

    nvel, renques de vegetao

    Gleis(Gleissolos)M drenagem, baixa fertilidade,

    presena de argila 2:1Drenagem, calagem, adubao,

    prticas de cultivo do solo

    Latossolos (Latossolos)Acidez, baixa CTC, baixos teores de

    nutrientes, adensamento, baixoarmazenamento de gua

    Calagem, adubao, subsolagem,irrigao

    Orgnicos (Organossolos)Pouca profundidade (lenol freticoelevado), alto poder tampo, baixa

    fertilidadeDrenagem, calagem, adubao

    Planossolos (Planossolos)Pouca profundidade, m

    drenagem, adensamento, baixafertilidade, carter soldico

    Drenagem, calagem, adubao,prticas de cultivo do solo

    Podzlicos (Alissolos, Argissolos)

    Aumento do teor de argila emprofundidade, adensamento,

    acidez, baixa CTC, compactao,baixos teores de nutrientes.

    Prticas de cultivo do solo(leguminosas), calagem,

    adubao, subsolagem, drenagem

    Regossolos (Neossolos)Baixo armazenamento de gua e

    nutrientes

    Calagem, adubao, irrigao(maior parcelamento)

    VertissolosAlto teor de argila 2:1,

    encharcamento, compactaoIrrigao, drenagem, prticas de

    cultivo do solo

    Tabela 3. Classes de solos cultivados com banana no Brasil, suas limitaes e prticas de manejorecomendadas.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 12020

    Distrfica, Podzlico Vermelho-EscuroDistrfico , Podzlico Vermelho-AmareloDistrfico, Podzlico Amarelo, CambissoloDistrfico, Vertissolo, Brunizem ouBrunizem-Avermelhado, Solos AluviaisDistrficos e, ou mal drenados, Gleissolo,Solos Orgnicos e Solos Hidromrficos.

    Grupo 3 Solos de baixo potencial So solos pouco apropriados para o cultivocom a cultura da banana, devido fertilida-de natural muito baixa e/ou textura muitoarenosa e/ou pequena profundidade efeti-va, necessitando de prticas de cultivo maisintensas que nos solos dos grupos anterio-res, para se obter produes economica-mente rentveis.

    Fazem parte deste grupo principal-mente os seguintes solos: as AreiasQuartzosas, Latossolo Vermelho-AmareloDistrfico (textura mdia), Latossolo Fer-rfero, Podzlico Acinzentado, Podzlicopouco profundo, Rendzina, Bruno No-Clcico pouco profundo, Cambissolo pou-co profundo, Regossolo, Podzol e algunsPlanossolos com horizontes superficiaisespessos (mais de 50 cm).

    Grupo 4 Solos de muito baixo po-tencial So solos no adequados para ocultivo da banana, por apresentarem mui-tas limitaes (pequena profundidade efeti-va, pedregosidade, condies fsicas e/ouqumicas desfavorveis etc.) e rendimentosbaixos que, para serem aumentados, exi-gem investimentos muito altos.

    Fazem parte deste grupo principal-mente os seguintes solos: Solos Litlicos,Podzlico raso e/ou pedregoso,Cambissolo raso e/ou pedregoso, BrunoNo-Clcico raso, Planossolo, Solonchake Solonetz Solodizado.

    Na escolha dos solos para o cultivo debanana, o conhecimento de suas proprieda-des fsicas e qumicas de primordial im-portncia para o sucesso do empreendi-mento. Vale ressaltar que, enquanto as ca-ractersticas qumicas dos solos podem seralteradas com adubaes, a correo das

    caractersticas fsicas no oferece a mesmafacilidade; sua modificao exige grande dis-pndio de tempo e de recursos financeiros.

    Informaes mais detalhadas sobre asprincipais propriedades fsicas e qumicasdos solos so obtidas mediante suas anlises.

    Em todo o territrio brasileiro en-contram-se condies edficas favorveisao cultivo de banana. Contudo, nem sem-pre so utilizados os solos mais adequados,o que se reflete em baixa produtividade em qualidade dos frutos.

    CONDIES CLIMTICASCONDIES CLIMTICAS

    TemperaturaTemperatura

    Temperaturas altas e uniformes soindispensveis para a obteno de altosrendimentos das bananeiras. A temperatu-ra tima para o desenvolvimento normaldas bananeiras comerciais situa-se em tor-no dos 28oC. Considera-se a faixa de 15oCa 35oC de temperatura como os limitesextremos para a explorao racional dacultura. Havendo suprimento de gua e denutrientes, essa faixa de temperatura induzo crescimento mximo da planta. Consta-tou-se que a temperatura de 22oC idealpara o crescimento e a iniciao floral,sendo de 31oC para a emisso de folhas.

    Abaixo de 15oC, a atividade da planta paralisada. Temperaturas inferiores a 12oCprovocam um distrbio fisiolgico conhe-cido como chilling ou friagem, que preju-dica os tecidos dos frutos, principalmenteos da casca, devido coagulao da seiva naregio subepitelial da casca. O chilling podeocorrer nas regies subtropicais onde atemperatura mnima noturna atinge a faixade 4,5oC a 10oC. Esse fenmeno maiscomum no campo, mas pode ocorrer tam-bm durante o transporte dos cachos, nacmara de climatizao ou logo aps abanana colorir-se de amarelo. As bananasafetadas pela friagem tm o processo dematurao prejudicado.

    Baixas temperaturas tambm provo-cam a compactao da roseta foliar, difi-

  • 2121Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    cultando o lanamento da inflorescncia ouprovocando o seu engasgamento, o qualdeforma o cacho, inviabilizando a suacomercializao. Quando a temperaturabaixa a 0oC, sobrevm a geada, causadorade graves prejuzos, tanto para a safra pen-dente como para a que se seguir.

    Por outro lado, em temperaturas acimade 35oC, o desenvolvimento da planta inibi-do, em conseqncia, principalmente, da de-sidratao dos tecidos, sobretudo das folhas.

    Quanto mais longo for o perodo detemperatura adversa, mais se prolongar o seuefeito. Normalmente, o conhecimento datemperatura local mdia no constitui ele-mento suficiente para determinar se uma rea ou no adequada ao cultivo da bananeira. indispensvel conhecer tambm os valores ea freqncia das temperaturas mnimas.

    No Brasil, a maioria das microrregieshomogneas produtoras de banana se en-quadra nos limites de 18oC e 35oC. Estes sonveis de temperatura essencialmente tro-picais encontrados nas regies Norte eNordeste, assim como em parte das regiesSudeste e Centro-Oeste. H cultivos emmicrorregies homogneas subtropicais dosestados de So Paulo, Paran, Santa Catarina,Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul,onde as cultivares Nanica, Nanico e GrandNaine, com melhor tolerncia ao frio, somais utilizadas.

    PrecipitaoPrecipitao

    A bananeira uma planta com elevadoe constante consumo de gua, devido morfologia e hidratao de seus tecidos. Asmaiores produes de banana esto associa-das a uma precipitao total anual de 1.900mm, bem distribuda no decorrer do ano, ouseja, sem deficincia hdrica, que corresponde ausncia de estao seca. Quando a defici-ncia hdrica anual superior a 80 mm, acultura no se desenvolve de maneirasatisfatria, afetando, conseqentemente, aprodutividade e a qualidade dos frutos.

    A carncia em gua adquire maiorgravidade nas fases de diferenciao floral

    (perodo floral) e no incio da frutificao.Quando submetida a severa deficinciahdrica no solo, a roseta foliar se comprime,dificultando ou at mesmo impedindo olanamento da inflorescncia. Em conse-qncia, o cacho pode perder seu valorcomercial.

    O suprimento de gua est relacionadocom o tipo de solo, podendo o limite de 100mm/ms ser suficiente para solos mais pro-fundos, com boa capacidade de reteno deumidade, sendo de 180 mm/ms para soloscom menor capacidade de reteno. fun-damental, porm, que o fornecimento degua assegure uma disponibilidade no infe-rior a 75% da capacidade de reteno de guado solo, sem que ocorra o risco de saturao,o que prejudicaria a sua aerao.

    Assim, a precipitao efetiva anual seriade 1.200 mm/ano a 1.800 mm/ano.

    Em termos de ndices de precipitaopluviomtrica, as principais regies produ-toras de banana no mundo so bastantedistintas, podendo ser assim agrupadas:

    1. reas com baixa precipitao, cujadeficincia hdrica permanente requer irri-gao suplementar. Nelas, o nvel mximode precipitao da ordem de 1.300 mm/ano, e o mnimo, de 500-600 mm/ano.Neste ltimo caso, sobretudo, h necessi-dade da aplicao de grandes volumes degua. Neste grupo se enquadra a RegioSemi-rida do Nordeste do Brasil.

    2. Uma pequena rea formada por pla-ncies midas na zona atlntica da CostaRica e pela regio de Chanquinola, no Pana-m, onde a precipitao varia de 2.500 mm/ano (Guabito, Panam) a 4.500 mm/ano(Guapiles, Costa Rica), distribuindo-se bemdurante o ano. Neste caso, no h necessi-dade de irrigao, mas de um eficientesistema de drenagem para escoar o excessode gua nas pocas de maior precipitao.Neste grupo se enquadra a Regio Amaz-nica do Brasil.

    3. reas com nveis de precipitao de1.500 a 1.600 mm/ano, os quais seriam

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 12222

    suficientes para cobrir as necessidadeshdricas da bananeira, se no fosse a distri-buio pluviomtrica desuniforme duranteo ano, responsvel por dficits hdricossazonais por perodos de trs a quatro me-ses, o que torna indispensvel a irrigaosistemtica. Neste grupo se enquadra a re-gio costeira brasileira.

    4. Zonas bananeiras com precipitaoalta e muito alta, de 2.000 a 3.500 mm/ano,porm com dficits hdricos durante trs aquatro meses do ano, os quais, embora nosendo to severos quanto os registrados nocaso anterior, so em alguns anos fortes obastante para afetar significativamente asplantaes, com perdas substanciais na co-lheita. Encontram-se neste caso o Vale doUrab na Colmbia, o Vale de Sula emHonduras, as plantaes de Davao nas Fili-pinas e a maioria das plantaes do Equador.Nas zonas referidas neste item tambm seimpe a administrao de um eficiente siste-ma de drenagem, para escoar a gua exce-dente durante os perodos de maiorpluviosidade. Algumas reas dos estados doAmazonas e Par se enquadram neste grupo.

    LuminosidadeLuminosidade

    A bananeira requer alta luminosidade,ainda que a durao do dia, aparentemente,no influa no seu crescimento e frutificao.

    O efeito da luminosidade sobre o ciclovegetativo da bananeira bastante eviden-te, podendo estender-se por 8,5 meses, nocaso dos cultivos bem expostos luz, e por14 meses, no caso dos cultivos que crescemna penumbra, em bananeiras do subgrupoCavendish. O mesmo efeito altera a dura-o do perodo de desenvolvimento dofruto. Em regies de alta luminosidade, operodo para que o cacho atinja o ponto decorte comercial de 80 a 90 dias aps a suaemisso, enquanto que, em regies combaixa luminosidade em algumas pocas doano, o perodo necessrio para o cachoalcanar o ponto de corte comercial variade 85 a 112 dias. Sob luminosidade interme-diria, a colheita se processa entre 90 e 100dias a partir da emisso do cacho.

    A atividade fotossinttica acelera rapi-damente quando a iluminao se encontrana faixa de 2.000 a 10.000 lux (horas de luzpor ano), sendo mais lenta na faixa entre10.000 e 30.000 lux, em medies feitas nasuperfcie inferior das folhas, onde osestmatos so mais abundantes. Valoresbaixos (inferiores a 1.000 lux) so insufici-entes para que a planta tenha um bomdesenvolvimento. J os nveis excessiva-mente altos podem provocar a queima dasfolhas, sobretudo quando estas se encon-tram na fase de cartucho ou recm-abertas.Da mesma forma, a inflorescncia tambmpode ser prejudicada por esses fatores. NaCosta Rica, estima-se em 1.500 o nmerode horas de luz/ano adequado para produ-zir uma colheita econmica de banana, comquatro horas dirias como mdia.

    Nos trpicos as condies de ilumina-o so bastante diversas, dada a ocorrnciade estaes de grande nebulosidade quelimitam o nmero de horas de luz/dia.

    VentoVento

    O vento outro fator climtico queinfluencia no cultivo da banana, podendocausar desde pequenos danos at a destrui-o do bananal. Os prejuzos causados pelovento so proporcionais sua intensidade epodem provocar: a) chilling, no caso de ven-tos frios; b) desidratao da planta em con-seqncia de grande evaporao; c)fendilhamento das nervuras secundrias; d)diminuio da rea foliar pela dilacerao dafolha fendilhada; e) rompimento de razes; f)quebra da planta; g) tombamento da planta.

    Perdas de colheita provocadas pelosventos j foram relatadas na bananiculturae podem ser estimadas entre 20% e 30% daproduo total. De maneira geral, a maioriadas cultivares suporta ventos de at 40 km/hora. Velocidades entre 40 e 55 km/horaproduzem danos moderados como, porexemplo, o desprendimento parcial ou totalda planta, a quebra do pseudocaule e outrasinjrias que vo depender da idade da plan-ta, da cultivar, do seu desenvolvimento e

  • 2323Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    altura. Quando os ventos atingem velocida-de superior a 55 km/hora, a destruio podeser total. Contudo, cultivares de porte baixopodem suportar ventos de at 70 km/h.

    As cultivares de porte baixo (Nanica)so mais resistentes ao vento do que as deporte mdio (Nanico e Grand Naine). Emvirtude das perdas sofridas pela cultivarValery, por causa da ao dos ventos, tem-se procedido a sua substituio pela GrandNaine, que quatro a cinco vezes maisresistente.

    Em reas sujeitas incidncia de ventorecomenda-se o uso de quebra-ventoscomo, por exemplo, cortinas de bambu, deMusa balbisiana, de Musa textilis ou de outrasplantas. As rvores escolhidas para esse fimdevem possuir copa cilndrica bemenfolhada e ter porte alto. Recomenda-se ouso de renques de Bambusa oldami, cujaaltura atinge geralmente 15 a 20 metros. Seucrescimento, entretanto, lento; so neces-srios trs a quatro anos para que os renquesse tornem eficientes. Para superar esse pro-blema, sugere-se o plantio intercalado comEucaliptus degluta, dado o seu crescimentorpido. Quando o bambu suplantar a alturado eucalipto, este ser eliminado. A distn-cia dos renques vai depender da altura daplanta utilizada como quebra-vento. Nocaso de B. oldami, eles podem distar at 500metros. Basicamente, os renques devem serlocados ao longo dos carreadores e doscaminhos. As valas de drenagem docarreador serviro para conter a invaso dosistema radicular na rea protegida. As r-vores dos quebra-ventos devem ser planta-das em quincncio, exceo do bambu,que deve ser plantado a intervalos de 3 m,em linhas simples.

    Umidade relativaUmidade relativa

    A bananeira, como planta tpica dasregies tropicais midas, apresenta melhordesenvolvimento em locais com mdiasanuais de umidade relativa superiores a80%. Esta condio acelera a emisso dasfolhas, prolonga sua longevidade, favorecea emisso da inflorescncia e uniformiza acolorao dos frutos. Contudo, quandoassociada s chuvas e a temperaturas eleva-das, provoca doenas fngicas, principal-mente a sigatoka-amarela.

    Por outro lado, a baixa umidade rela-tiva do ar proporciona folhas mais coricease com vida mais curta.

    AltitudeAltitude

    A bananeira cultivada em altitudesque variam de zero a 1.000 m acima do nveldo mar.

    A altitude influencia os fatores clim-ticos (temperatura, chuva, umidade relati-va, luminosidade, entre outros) que, conse-qentemente, afetaro o crescimento e aproduo da bananeira.

    Com as variaes de altitude, a dura-o do ciclo da bananeira se altera. Traba-lhos realizados em regies tropicais de bai-xa altitude (zero a 300 m acima do nvel domar) demonstraram que o ciclo de produ-o da bananeira, principalmente dosubgrupo Cavendish, foi de 8 a 10 meses,enquanto que em regies localizadas a 900m acima do nvel do mar foram necessrios18 meses para completar o seu ciclo. Com-paraes de bananais conduzidos sob asmesmas condies de cultivo, solos, chuvase umidade evidenciaram aumento de 30 a 45dias no ciclo de produo para cada 100 mde acrscimo na altitude.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 12424

    ESCOLHA, PREPAROE CONSERVAODO SOLO

    Luciano da Silva SouzaAna Lcia Borges

    5INTRODUOINTRODUO

    Embora a bananeira seja uma plantapouco degradadora do solo e pouco erosiva(Figura 2), as elevadas perdas de nutrientespor drenagem e por enxurrada, em relao adubao (Tabela 4), so importantesfatores a serem considerados na escolha dereas adequadas para o seu cultivo . Almdisso, importante a utilizao de prticascomo preparo adequado do solo para pro-mover o crescimento radicular tanto emvolume como em profundidade,parcelamento da adubao, uso de cobertu-

    ra morta, plantio de culturas de coberturapara reduzir as enxurradas e reciclar nutri-entes, entre outras.

    ESCOLHA DESCOLHA DA REAA REA

    A escolha da rea para o cultivo dabananeira deve contemplar os aspectosabordados no item ExignciasEdafoclimticas. Alguns aspectos com-plementares, relativos capacidade de usode reas para o cultivo da bananeira, somostrados na Tabela 5.

    PREPPREPARO DO SOLARO DO SOLOO

    De modo geral, o preparo do solo visamelhorar as condies fsicas do terrenopara o crescimento das razes, mediante oaumento da aerao e da infiltrao de gua,e a reduo da resistncia do solo expan-so das razes; objetiva tambm ao controledo mato. O preparo adequado do solopermite o uso mais eficiente tanto doscorretivos de acidez como dos fertilizantes,alm de outras prticas agronmicas.

    CuidadosCuidadosNo preparo do solo, os seguintes cui-

    dados so recomendados:a) Alternar o tipo de implemento

    empregado e a profundidade de traba-lho. O uso de implementos com diferentesmecanismos de corte do solo (arado dedisco, arado de aiveca etc.) e, em variadosnveis de profundidade, importante paraminimizar o risco de formao de camadascompactadas e de degradao do solo.

    b) Revolver o solo o mnimo poss-vel. A quebra excessiva dos torres, com apulverizao do solo, deixa-o mais expostoao aparecimento de crostas superficiais e,por conseguinte, eroso.Fonte: Godefroy et al., 1970; 1975.

    Figura 2. Figura 2. Perdas de solo por eroso em diferentes culturas(Kabeerathumma et al., 1995).

    Tabela 4. Estimativa de perdas de nutrientes na bananeira, porenxurrada e drenagem.

    VarivelPerdas

    (kg/ha/ano) Drenagem EnxurradaPerdas em

    relao adubao

    N 219 > 90% < 10% 55%

    P 1,8 50% 50% 10%

    K 307 85-95% 5 - 15% 50%

    Ca 266 > 90% < 10% 75%

    Mg 108 > 90% < 10% 60-70%

    MO 125 83-91% 9 - 17% -

    Fonte: Godefroy et al. 1970; 1975.

  • 2525Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    c) Trabalhar o solo em condiesadequadas de umidade. O preparo dosolo com umidade excessiva aumenta orisco de compactao, alm de provocar aaderncia de terra aos implementos, difi-cultando o trabalho. Quando o solo seencontra muito seco ocorre a formao degrandes torres, sendo necessrio maiornmero de gradagens para destorroar oterreno. A condio ideal de umidade paratrabalhar o terreno se d quando o solo estfrivel, ou seja, suficientemente mido parano levantar poeira durante o seu preparo e

    no aderir aos implementos.

    d) Conservar o mximo de resduosvegetais sobre a superfcie do terreno.Os resduos evitam ou diminuem o impac-to das gotas de chuva na superfcie do solo,causa de degradao da sua estrutura. Tam-bm constituem um empecilho ao fluxodas enxurradas, cuja velocidade reduzida,diminuindo, em conseqncia, a sua capaci-dade de desagregao e de transporte desolo. Atuam ainda na conservao da umida-de e na amenizao da temperatura do solo.

    Tabela 5. Chave para avaliao da capacidade de uso de reas para o cultivo da bananeira.

    reas adequadas sem ou comreas adequadas sem ou comligeiras limitaesligeiras limitaes

    reas inadequadasreas inadequadas

    ClimaClima

    Precipitao anual (mm) > 1.500 -

    Durao da estao seca (meses) < 3 -

    Temperatura mdia anual (C) > 18 -

    TopografiaTopografia

    Declividade (%) < 8 > 30

    UmidadeUmidade

    Inundao no Inundao durante 2-4 meses

    Drenagem moderada ou melhor Pobremente drenada

    Caractersticas fsicas do soloCaractersticas fsicas do solo

    Textura/estrutura argilosa, siltosa, argilosa +estrutura Argila macia, argila + estrutura

    em blocos, argilosa + estruturalatosslica

    de vertisol, franco arenosa grossa,arenosa

    franco argilo siltosa, franco argilosa,franco

    fina e grossa

    siltosa, franca

    Profundidade do solo (m) > 0,75 < 0,25

    Caractersticas qumicas do soloCaractersticas qumicas do solo

    CTC (meq/100 g de argila) > 16 -

    Saturao por bases (%) > 35 -

    C orgnico, 0-0,15m (%) > 1,5 -

    Salinidade/alcalinidadeSalinidade/alcalinidade

    Condutividade eltrica (ohms/cm)1 < 2 > 6

    Na trocvel (%) < 4 > 12

    1 Medida no extrato de saturao.Fonte: Delvaux, 1995, adaptado de Sys, 1985.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 12626

    O preparo da rea para o plantio podeser feito manualmente ou com o uso demquinas.

    Preparo manualPreparo manual

    Inicialmente, feita a limpeza da rea,com a derrubada ou roagem do mato, adestoca, o encoivaramento e a queima dascoivaras. O preparo do solo limita-se aocoveamento manual. Em reas com vegeta-o arbrea, pode-se efetuar a destocagradativa ano a ano, aps o plantio, tendo-se o cuidado para que as rvores cadas noobstruam os canais de drenagem naturaisou artificiais e que no interfiram nas pos-sveis linhas de plantio. Os resduos dasrvores podem durar bastante tempo emdecomposio, podendo ocasionar distr-bios nas operaes de cultivo e colheita daplanta. Este sistema tradicional tem comovantagens no perturbar em demasia o soloe manter a matria orgnica distribudauniformemente sobre o solo.

    Preparo mecanizadoPreparo mecanizado

    A limpeza da rea feita por mqui-nas, tendo-se o cuidado de no remover acamada superficial do solo, que rica emmatria orgnica. Procede-se em seguida arao, gradagem e ao coveamento ousulcagem para plantio. reas anteriormen-te cultivadas com pastagens, ou que apre-sentam horizontes subsuperficiaiscompactados ou endurecidos, devem sersubsoladas a 50 cm a 70 cm de profundida-de, para que o sistema radicular da plantapenetre mais profundamente no solo. Poressa razo, na escolha da rea para plantio importante observar o perfil de todo o solo,para detectar a presena de camadascompactadas ou endurecidas, e no apenasse restringir s camadas superficiais. Comoa maioria das razes da bananeira ocupa osprimeiros 20 cm a 40 cm de profundidade,a arao deve ser feita no mnimo a 20 cm dasuperfcie do solo, ou mais profundamente, sepossvel. Em reas declivosas deve-se reduziro uso de mquinas, a fim de no acelerar aeroso do solo. Em todos os casos, recomen-da-se o uso de mquinas e implementos domenor peso possvel, bem como a execuodas operaes acompanhando sempre as cur-vas de nvel do terreno.

    Em reas sujeitas a encharcamento, indispensvel estabelecer um bom sistemade drenagem. O excesso continuado deumidade no solo por mais de trs diaspromove perdas irreparveis no sistemaradicular, com reflexos negativos na produ-o da bananeira. Por essa razo, os soloscultivados com banana devem ter boasprofundidade e drenagem interna, para queos excessos de umidade sejam drenadosrapidamente e para que o nvel do lenolfretico mantenha-se a no menos de 1,80 mde profundidade. No planejamento de umsistema de drenagem devem-se consideraras condies climticas, em especial o regi-me de precipitao; como fatores ligados aosolo, devem-se avaliar a topografia, a textu-ra, a estrutura, a porosidade total, a macroe a microporosidade, a capacidade de reten-o de gua e a permeabilidade dos diferen-tes horizontes do solo, para determinar apresena de camadas impermeveis ou pou-co permeveis, que influenciaro na alturado nvel fretico dentro do perfil.

    CONSERVCONSERVAO DO SOLAO DO SOLOOO uso indiscriminado da terra, aliado

    ao seu preparo sob inadequadas condiesde umidade, atua sobre as propriedadesfsicas do solo. Conforme a intensidadecom que tais alteraes ocorrem, criam-secondies limitantes ao desenvolvimentodas culturas, com a conseqente reduo daprodutividade, alm de grandes perdas desolo e de gua por eroso.

    Do ponto de vista conceitual, a con-servao do solo representa o conjunto deprticas agrcolas destinadas a preservar afertilidade qumica e as condies fsicas dosolo. Historicamente, entretanto, a conser-vao do solo no Brasil tem sido vista comosinnimo de prticas mecnicas de controleda eroso, como os vrios tipos de terraos,as banquetas, os cordes de contorno eoutras tcnicas que, se usadas sozinhas,agem to-somente sobre 5% da erosohdrica do solo.

    As maiores perdas de solo e gua emreas com declive acentuado, cerca de 95%da eroso hdrica do solo, so provocadaspelas gotas de chuva que, ao carem sobre osolo descoberto, rompem e pulverizam os

  • 2727Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    agregados superficiais, produzindo maiorou menor encrostamento da terra, depen-dendo da cobertura vegetal existente, daintensidade da chuva e da declividade doterreno. Com a formao de crostas superfi-ciais, a velocidade de infiltrao de gua sereduz, o que provoca o aumento do volumedas enxurradas e de seus efeitos danosos.

    O princpio bsico da conservao dosolo deve ser o de manter a rentabilidade dosolo prxima da sua condio original, ouo de recuper-lo, caso sua produtividadeseja baixa, usando-se para tanto sistemas demanejo capazes de controlar a ao dosagentes condicionantes do processo erosivoe dos agentes responsveis pela degradaodo solo.

    De preferncia, o cultivo comercial dabanana deve ser feito em terrenos planos,por vrias razes, entre as quais o menordesgaste do solo pelos implementos e m-quinas agrcolas e a no formao dos focosde eroso to comuns em reas de declive.

    Nas principais regies produtoras dopas, a maioria dos plantios de banana estlocalizada em reas com declive acentuado.Por isso mesmo, a conservao do solo nabananeira assume grande importncia comoprtica de cultivo, sobretudo no primeirociclo da cultura, quando o solo permanecedescoberto durante grande parte do ano.Nesse caso especfico, a manuteno decobertura morta sobre o solo uma prticabastante recomendvel, uma vez que, isola-damente, essa tcnica a que mais respondepelo controle da eroso, alm de produziroutros efeitos benficos.

    Outro aspecto a ser considerado que, por serem mnimas as reservas hdricasda bananeira, as plantas so obrigadas aequilibrar constantemente, pela absororadicular, as perdas de gua por transpirao.Em todas as fases de desenvolvimento dabananeira, a deficincia temporria de guano solo causa srios danos planta, em faceda alta sensibilidade dessa espcie s varia-es de temperatura e umidade. No pero-do vegetativo, a falta de gua afeta a taxa dedesenvolvimento das folhas, no

    florescimento limita o crescimento e o n-mero de frutos, e, no perodo de formaodo cacho, afeta o tamanho e o enchimentodos frutos.

    Esses aspectos so particularmenteimportantes na regio Nordeste do Brasil,que responde por parte expressiva da pro-duo de banana do pas. Essa regio carac-teriza-se por apresentar dficits hdricosdurante alguns meses do ano e, para mantero solo com umidade adequada por todo ociclo da bananeira, necessrio o uso dairrigao convencional ou a utilizao deprticas alternativas capazes de manter aumidade do solo prxima capacidade decampo. A utilizao de espcies vegetaiscomo plantas de cobertura ou melhoradorasdo solo e/ou o uso de cobertura morta comresduos vegetais podem ser solues alter-nativas para os estresses hdricos a que sosubmetidos os bananais dessa regio, pro-tegendo tambm as reas contra a eroso edegradao do solo.

    Plantas melhoradoras do soloPlantas melhoradoras do solo

    Um grande nmero de espcies vege-tais pode ser utilizado como plantasmelhoradoras do solo. Dentre elas desta-cam-se as leguminosas pela caractersticaque tm em obter a quase totalidade donitrognio de que necessitam por meio dasimbiose com bactrias especficas, as quais,ao se associarem com as leguminosas, utili-zam o nitrognio atmosfrico transforman-do-o em compostos nitrogenados. A pre-ferncia pelo uso das leguminosas comoplantas melhoradoras do solo d-se no sem razo da fixao simbitica, como tam-bm pelo fato de possurem razes geral-mente bem ramificadas e profundas, queatuam estabilizando a estrutura do solo.

    Vrios trabalhos de pesquisa tm mos-trado efeitos benficos da utilizao deleguminosas nas entrelinhas do bananal,como plantas melhoradoras do solo. Den-tre as leguminosas avaliadas, foi observadomelhor comportamento para o feijo-de-porco (Canavalia ensiformis), soja perene(Glycine javanica), leucena (Leucaena

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 12828

    leucocephala) e guandu (Cajanus cajan). Ofeijo-de-porco um dos que mais se des-tacam, por sua tolerncia sombra, pelogrande volume de massa verde que produz,pela agressividade do seu sistema radicular,pela grande competio com as ervas dani-nhas e pela ampla adaptabilidade a condi-es variadas de solo e clima. Aumentos deprodutividade da bananeira da ordem de188% e 127% foram observados, respecti-vamente, para a implantao de soja perenee feijo-de-porco nas entrelinhas do bana-nal, em comparao com bananeiras culti-vadas em terreno mantido sempre limpo.Recomenda-se o plantio da leguminosa noincio do perodo chuvoso, ceifando-a naflorao ou ao final das chuvas e deixandoa massa verde na superfcie do solo, comocobertura morta.

    Cobertura mortaCobertura morta

    A proteo do bananal com coberturamorta, proveniente de resduos vegetais,tem por finalidade impedir o impacto dasgotas de chuva sobre o solo e manter o teorde matria orgnica em nvel elevado du-rante toda a vida til da cultura. O cuidadoem evitar o impacto das gotas de chuvasobre a superfcie do solo fundamental,dada a localizao da maioria dos bananaisem reas com declive acentuado. A manu-teno de nveis elevados de matria org-nica proporciona ao solo maior volume edisponibilidade de nutrientes, alm deconserv-lo com umidade satisfatria o anointeiro, evitando o estresse hdrico to pre-judicial bananeira. Esse aspecto particu-larmente importante na regio Nordeste,onde as estiagens prolongadas so freqen-tes em alguns meses do ano. Por conseguin-te, alm de aumentar a reteno e oarmazenamento de gua no solo, a cobertu-ra morta contribui para reduzir os custos deconduo do bananal, ao eliminar a necessi-dade de capinas e ao diminuir a quantidadede fertilizantes utilizada, bem como paraamenizar a temperatura do solo.

    Nos bananais localizados em encostas

    ngremes, alm da cobertura morta do solo, necessria a implementao de prticascomo as de plantio em nvel, cordes decontorno, renques de vegetao e terraosou banquetas, dependendo da intensidade,do tamanho da rea cultivada e dalucratividade da explorao. As prticascitadas visam reduzir a velocidade dasenxurradas.

    A cobertura morta feita com resdu-os do prprio bananal, incluindo folhassecas oriundas das desfolhas e plantas intei-ras aps o corte do cacho. Esse material deveser espalhado sobre toda a rea do bananal eformar uma cobertura de aproximadamente10 cm de altura. Em virtude da decomposi-o acelerada do material empregado, in-dispensvel proceder realimentao dacobertura, sempre que necessria.

    Os testes realizados em bananeira tmdemonstrado a alta eficincia do sistema decobertura morta, no que respeita ao seucomportamento produtivo e sua capaci-dade de melhoramento do solo. Oarmazenamento de gua nesse sistema re-gistrou aumentos da ordem de 16% emrelao ao armazenamento observado emsolo mantido limpo por meio de capinas, ede 23% em relao ao do solo sob coberturanatural (Figura 3). Os teores de potssio ede clcio no solo foram, respectivamente,139% e 183% mais elevados (Tabela 6), e osaumentos de produtividade variaram de22% a 533%, em comparao com bana-neiras cultivadas em terreno mantido per-manentemente limpo.

    Muitas vezes, a utilizao da coberturamorta tem sido inviabilizada pois, em razoda decomposio rpida do material org-nico proveniente da bananeira, o volume deresduos normalmente produzido no bana-nal insuficiente para uma cobertura totale contnua de toda a rea. A reduo da reacoberta poder viabilizar essa prtica. Parao aumento da produtividade e para amelhoria da qualidade do fruto, mostra-ram-se promissoras, em bananal plantado

  • 2929Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    em fileiras duplas (4 m x 2 m x 2 m), acobertura com resduos da bananeira con-centrados apenas no espaamento largo, acobertura com resduos da bananeira con-centrados apenas no espaamento estreito,a associao de resduos da bananeira con-centrados no espaamento estreito + fei-jo-de-porco no largo, e a associao deresduos da bananeira concentrados noespaamento estreito + guandu no largo,quando comparados com os resduos dabananeira deixados no solo sem qualquerdirecionamento (Tabela 7). Em reasirrigadas pode-se alternar as entrelinhasirrigadas com entrelinhas que utilizam co-bertura morta.

    Coberturas K Ca Al S CTC V MO

    mg.dm-3 cmolc.dm-3 % g.kg-1

    Limpo 44 0,6 1,2 1,0 6,6 15 28,5

    Cobertura morta 105 1,7 0,6 2,4 8,0 30 31,8

    Feijo-de-porco 51 1,0 1,0 1,6 7,5 21 28,8

    Tabela 6. Resultados da anlise do solo aos 18 meses aps a implantao de diferentes coberturas vegetaisnas entrelinhas do bananal.

    Cobertura Vegetal Peso do fruto(g)Produtividade

    (t/ha)

    Resduos da bananeira sem qualquer direcionamento 104,6 14,4

    Resduos da bananeira concentrados no espaamento estreito 121,3 18,7

    Resduos da bananeira concentrados no espaamento largo 135,9 22,2

    Resduos da bananeira no espaamento estreito + guandu no espaamento largo 114,3 17,6

    Resduos da bananeira no espaamento estreito + feijo-de-porco no tipo largo 109,4 20,2

    Fonte: Borges (1991).

    Tabela 7. Produo da bananeira, sob diferentes coberturas vegetais.

    Fonte: Borges & Souza (1998).

    Figura 3.Figura 3. Balano de gua no solo cultivado com banana, sobdiferentes coberturas vegetais.

    Fonte: Cintra (1988).

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 13030

    CULTIVARES DEBANANA PARAEXPORTAO

    Sebastio de Oliveira e Silva

    INTRODUOINTRODUO

    A bananeira cultivada, de origem asi-tica, produto de cruzamento entre Musaacuminata e M. balbisiana. Apresenta nveiscromossmicos diplides, triplides etetraplides, com 22, 33 e 44 cromossomos,respectivamente. As combinaes variadasde genomas completos das espciesparentais denominadas pelas letras A (M.acuminata) e B (M. balbisiana) recebem onome de grupos genmicos (Simmonds &Shepherd, 1955).

    Alm dos grupos genmicos, foi cria-do o termo subgrupo para designar umcomplexo de cultivares oriundas de umnico clone, por meio de mutao(Simmonds, 1973), (Tabela 8).

    Uma questo que ainda no foi soluci-onada definitivamente na cultura da bana-neira a identificao das cultivares medi-ante a sua caracterizao. Conseqente-mente, podem ocorrer tipos diversos coma mesma denominao, bem como ummesmo tipo com denominaes diferentes.Contudo, nos ltimos anos, tm sido ob-servados notveis esforos com a elabora-o de catlogos e manuais, definindo ca-ractersticas variveis de germoplasma e ametodologia concernente sua aplicao(Ipgri, 1996; Silva et al.,1999).

    Vrios autores tm procurado classifi-car e descrever as principais cultivares debanana. No mbito mundial, essa descri-o foi feita por Simmonds (1973), emTrinidad e Tobago; Soto Ballestero (1992),na Costa Rica; Haddad & Borges (1974), naVenezuela. Trabalhos semelhantes foramlevados a efeito na frica, Colmbia, Filipi-nas e ndia, por Champion (1975);

    6Cardeosa-Barriga,(1965); Valmayor et al.,(1981) e Bhakthavatsalu & Sathiamorthy,(1978) respectivamente. No Brasil, os prin-cipais trabalhos desta rea foram realizadospor Alves et al. (1984); Moreira & Saes(1984); Shepherd et al. (1984); Carvalho(1995); Silva et al. (1999).

    No obstante as numerosas varieda-des de banana existentes no Brasil, quandoso levados em conta fatores tais como apreferncia dos consumidores, a produtivi-dade, a tolerncia a pragas e doenas, aresistncia seca e ao frio e o porte daplanta, poucas cultivares apresentam umpotencial agronmico que as torne indicadaspara fins comerciais.

    Mais reduzido ainda o nmero dascultivares que produzem frutos com asnecessrias caractersticas para exportao.Com relao s cultivares de mesa (paraconsumo cru), somente as do grupo AAA,subgrupo Cavendish (Nanico, GrandNaine, Williams), satisfazem esse requisito.Entre as que so consumidas cozidas, ascultivares do grupo AAB, subgrupo Terra,so as mais usadas.

    At a dcada de 1960, a banana GrosMichel era a nica cultivar de mesa expor-tada. No entanto, por ser suscetvel ao mal-do-panam foi substituda por cultivaresCavendish que so, at hoje, as mais usadasna exportao. Apesar de resistentes sraas 1 e 2 do Fusarium oxysporum, as cultiva-res Cavendish so extremamente suscet-veis s sigatokas-amarela e negra. O con-trole dessas doenas, em plantios para ex-portao, efetuado mediante pulveriza-es (que podem chegar at 50) comfungicidas, uma vez que no existem culti-vares resistentes. As cultivares Nanica,

  • 3131Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    Nanico, Grand Naine e Williams no sos resistentes ao mal-do-panam como tmmenor porte, em vista do que suportamplantios mais adensados e so mais preco-ces. As do subgrupo Gros Michel, por suavez, apesar de serem tambm suscetveis sigatoka, produzem cachos maiores, tole-ram melhor as condies adversas de seca,o excesso de gua e os solos de baixafertilidade, graas aos seus rizomas e siste-mas radiculares mais desenvolvidos. Almdisso, so menos sensveis a determinadosparasitas, especialmente os nematides e omoleque-da-bananeira. Entretanto, as cul-tivares dos dois subgrupos so suscetveisao moko. Pouco tem sido obtido emrelao ao melhoramento gentico de culti-vares Cavendish para resistncia doena.Os diferentes clones que se usam atualmen-te so resultantes de variantes somaclonaisselecionados em bananais comerciais. Noentanto, hbridos tipo Gros Michel resis-tentes ao mal-do-panam e sigatoka tmsido obtidos, com relativo sucesso.

    As cultivares dos subgrupos GrosMichel e Cavendish so muito exigentes emtermos de nutrientes, disponibilidade degua e tcnicas de cultivo, quando seobjetivam maior produtividade e qualidadedo produto. Seus frutos, com polpa muitodoce, alm de exportveis, so bastanteutilizados no processamento industrial.

    A separao desses dois subgrupospode ser feita por meio da chave descritapor Simmonds,1973.

    Os frutos do subgrupo Gros Michelso delgados (comprimento cinco ou maisvezes maior que a largura) e bastante cur-vos. Apresentam ponta em forma de garga-lo de garrafa e bainhas internas de cor verdeou rosa-plido. Sua colorao amarelo-brilhante na maturidade. J os do subgrupoCavendish apresentam ponta em forma degargalo pouco acentuado e bainhas internas(especialmente nos brotos novos) de corvermelho-brilhante. Quando esto madu-ros, os frutos so esverdeados.

    As cultivares do subgrupo Terra, em-bora resistentes sigatoka-amarela e ao mal-do-panam, so suscetveis sigatoka-negrae ao moko, aos nematides e ao moleque-da-bananeira (broca). Porm, cultivares resis-tentes sigatoka-negra j foram obtidas pormeio de melhoramento gentico.

    SUBGRUPO GROS MICHELSUBGRUPO GROS MICHEL

    representado pelas cultivares GrosMichel, Highgate e Lowgate.

    Cultivar Gros MichelCultivar Gros Michel

    originria da Malsia, sendo tam-bm conhecida pelos nomes de Cuyaco(Venezuela), Guineo, Habano (Colmbia),Gros Michel (Trinidad e Tobago, e Jamaica),Guineo Gigante e Guar (Porto Rico) eBlue Fields (Hava) (Figura. 4). a variedade

    Figura 4.Figura 4. Cultivar Gros Michel.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 13232

    de bananeira mais robusta e mais desenvol-vida, e seu porte pode chegar a 8 m dealtura. Por causa de sua suscetibilidade aomal-do-panam, a Gros Michel tem sidosubstituda nos plantios comerciais pelascultivares do subgrupo Cavendish. Apre-senta as seguintes caractersticas:

    Pseudocaule - verde-amareladocom manchas escuras. As bainhas internastm uma colorao rosada, diferente do tomvermelho apresentado pelo subgrupoCavendish. A planta alta, ultrapassando 4 mde altura. A parte superior do pseudocaule(bainha e pecolo) apresenta uma capa cerosa.

    Pecolo e limbo - A relao foliar(comprimento/largura da folha) situa-seentre 2,84 e 3,63. A base do canal peciolar aberta. A cor do pecolo e da nervura variaentre verde-clara e amarelo-esverdeada. Opecolo medianamente ceroso.

    Cacho - cilndrico, pesa de 28 kg a41 kg e possui de 9 a 10 pencas compactas,que apresentam de 16 a 23 dedos, cujo totalse eleva de 142 a 199 dedos/cacho. Osfrutos so doces, de tamanho grande (com-primento cinco ou mais vezes maior que alargura), medem de 16,4 cm a 24,2 cm epesam entre 121 e 230 gramas. So curvos,com pice em forma de gargalo de garrafa;apresentam colorao amarela forte ao ama-durecer. As brcteas das flores masculinasso prpuras e decduas. A rquis verde-amarela, pilosa, com cicatriz proeminente.Sua parte masculina exibe acentuadogeotropismo positivo. O corao tem piceagudo e ombro alto.

    Comportamento - O ciclo vegetativovarietal est compreendido entre 11,5 e 15meses, sendo de 8 a 10,5 meses o perodoque vai do plantio ao florescimento, e de 3a 3,5 meses, o do florescimento colheita.A cultivar produz de 38 a 47 folhas e entre11 e16 filhos durante o ciclo.

    A planta suscetvel sigatoka-amare-la, ao moko e ao mal-do-panam.

    Cultivar HighgateCultivar HighgateTrata-se de um mutante ano da Gros

    Michel, tambm conhecido pelo nome deCocos. Produz plantas fortes e resistentes

    ao vento, porm com dedos relativamentemais curtos.

    SUBGRUPO CASUBGRUPO CAVENDISHVENDISH

    formado por um conjunto de culti-vares muito suscetveis a mutaes, cujosfrutos so delgados, longos e encurvados,alm de apresentarem paladar muito docequando maduros. O subgrupo originou-sepor mutao da cultivar Pisang Masak Hijauou Lacatan (Simmonds, 1954; Haddad &Borges, 1974).

    Uma das variaes mais importantesdo subgrupo Cavendish est relacionadacom o porte das plantas. Baseando-se nessacaracterstica, Shepherd, 1984, classificouas cultivares em cinco categorias:

    porte muito baixo: Nanica ou DwarfCavendish,

    porte baixo: Grand Naine e WilliamsHybrid ou Giant Cavendish,

    porte mdio-baixo: Nanico, Burron eValery,

    porte mdio: Poyo e Robusta,

    porte alto: Lacatan.

    Apesar de apresentarem portes distin-tos, as componentes desse subgrupo nemsempre so bem diferenciadas. As cultiva-res Poyo, das Antilhas Francesas; Valery, daAmrica Central e Robusta da Jamaica, porexemplo, praticamente no apresentam di-ferenas (Las Variedades, 1965). SegundoSimmonds (1954; 1966), so quatro as muta-es economicamente importantes: DwarfCavendish, Giant Cavendish, Robusta ouValery e Lacatan. Sua classificao pode serfeita segundo parmetros de altura, relaofoliar (comprimento/largura de folha) e re-teno das brcteas da seguinte forma:

    plantas com brcteas persistentes (to-tal ou parcial),

    plantas-ans, relao foliar 1,8-2,2 -Dwarf Cavendish,

    plantas semi-ans, relao foliar 2,1-2,6 - Giant Cavendish,

  • 3333Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    plantas com brcteas decduas,

    plantas medianamente altas,

    plantas medianamente altas, relaofoliar 2,3, 3,1 - Robusta,

    plantas altas, relao foliar 3,0-4,7 -Lacatan.

    Cultivar NanicaCultivar Nanica

    A cultivar Nanica (Figura 5) a maisdisseminada no mundo; plantada em largaescala nas Ilhas Canrias, rea mediterrneaoeste da frica, Ilha Samoa, Austrlia eBrasil. Tambm conhecida pelos seguin-tes nomes: Pineo Enano (Venezuela),Pigmeo (Colmbia), Banana-dgua, Ca-turra e Nanica (Brasil), Governo (Trinidade Tobago), Figue Chinoise (Haiti), GuineoEnano (Porto Rico), Chino (Jamaica) eDwarf Cavendish (Austrlia). Apresenta asseguintes caractersticas:

    Pseudocaule - De altura varivel en-tre 1,5 m e 2 m, com manchas que vo docastanho ao preto sobre fundo verde-oliva.As bainhas, especialmente as dos filhos,tm tonalidade vermelha. A parte superiordo pseudocaule (bainha e pecolo) marcadamente cerosa.

    Pecolo e limbo - A relao foliaroscila de 1,00 a 2,15. A cor do pecolo e danervura central varia entre verde-clara eamarelo-esverdeada plido, coberto porcerosidade. As folhas so verde-escuras naface superior e verde-claras na inferior, emvirtude da cerosidade.

    Cacho - Apresenta forma cnica, compeso mdio variando de 25 kg a 45 kg, e osfrutos da primeira penca so dispostos demaneira desordenada. O cacho possui de10 a 13 pencas, com 16 a 34 frutos porpenca, num total de 150 a 272 dedos.

    O fruto, cujo comprimento cinco oumais vezes maior que a largura, mede de 14cm a 25 cm e pesa de 87 a 260 gramas.Possui pice arredondado, pedicelo media-no e cor amarelo-esverdeada ao amadure-cer. Sua polpa varia do branco-cremoso aoamarelo-plido; possui agradvel sabor doce.

    As brcteas masculinas so persisten-tes, de cor prpura por fora e amarelo-plida por dentro. O corao apresentapice agudo e ombro alto.

    Pednculo ou engao - Apresentacor varivel do amarelo-esverdeado-pardoao amarelo-esverdeado-escuro; muitopiloso. A rquis, muito pilosa, tem corentre o amarelo-esverdeado pardacento aoverde-esmeralda. As cicatrizes das brcteasso proeminentes. A parte masculina darquis apresenta-se coberta por vestgiosflorais, com brcteas persistentes egeotropismo positivo.

    Comportamento - O seu ciclovegetativo de 11 a 12,5 meses, sendo que

    Figura 5.Figura 5. Cultivar Nanica.

  • Frutas do BrasilFrutas do BrasilBanana Produo, 1Banana Produo, 13434

    do plantio ao florescimento transcorrem de7,5 a 8,5 meses, e do florescimento colhei-ta, de 3,5 a 4,0 meses. Oscila entre 33 e 45o nmero de folhas emitidas do plantio aoflorescimento. Durante o ciclo a plantaproduz de 9 a 17 filhos.

    A bananeira Nanica apresenta resis-tncia ao moko superior das demais culti-vares do subgrupo Cavendish. Por sua vez, suscetvel sigatoka-amarela e sigatoka-negra, e ao nematide caverncola, toleran-te ao mal-do-panam e, medianamente, sus-cetvel broca. , entretanto, muito ataca-da pela traa-da-bananeira. Em situaesde seca e baixa temperatura ambiente, apre-senta problemas de engasgamento.

    Cultivar Nanico

    uma mutao da cultivar Nanica queocorreu no estado de So Paulo (Moreira &

    Saes, 1984) (Figura 6). Suas principais ca-ractersticas so:

    Pseudocaule - tem porte varivel entre3,0 m e 3,5 m de altura. O pseudocauleapresenta colorao idntica da cultivarNanica.

    Pecolo e limbo - As folhas so seme-lhantes s da Nanica, tendo a mesma colo-rao e uma roseta foliar maisdescompactada. A relao foliar situa-seentre 2,01 e 2,90; e a base do canal peciolar aberta.

    Cacho - O cacho cilndrico, de portemdio a grande, com peso entre 25 kg e 50 kg.Produz de 10 a 15 pencas, com 16 a 34frutos por penca, totalizando 150 a 290dedos. Os frutos com 15 cm a 26 cm decomprimento pesam entre 90 g e 290 g, eso mais curvos que os da Nanica.

    A rquis apresenta uma pequena por-o de brcteas persistentes (menor que ada Nanica), cobrindo em torno de 50% dasflores masculinas. A sua poro inicial, emforma de S, desprovida de frutos mas-culinos nos primeiros 10 cm a 30 cm.

    Comportamento - A cultivar apre-senta ciclo vegetativo de 11 a 13 meses,sendo que do plantio ao florescimento trans-correm de 7,5 a 8,5 meses, e do florescimento colheita, de 3,5 a 4,5 meses. suscetvel sigatoka-amarela, sigatoka-negra e aonematide caverncola; tolerante ao mal-do-panam; e medianamente suscetvel broca. Pelo fato de possuir grande parte dasbrcteas decduas, menos resistente aomoko do que Nanica.

    Cultivar Grand NaineCultivar Grand Naine

    a bananeira mais cultivada naMartinica. Apresenta porte intermedirioentre a Nanica e a Nanico (Figura 7).Segundo Soto Ballestero (1992), as cultiva-res Giant Cavendish, Grand Naine eWilliams Hybrid constituem um nicoclone. As principais caractersticas so:

    Pseudocaule - A cultivar cresce atuma altura varivel entre 2,0 e 3,0 metros.Figura 6.Figura 6. Cultivar Nanico.

  • 3535Frutas do BrasilFrutas do Brasil Banana Produo, 1Banana Produo, 1

    Comparada com a Nanica, apresenta umaroseta foliar menos compacta; a cor dopseudocaule, entretanto, idntica.

    Pecolo e limbo - A parte superior daplanta (bainha-pecolo) marcadamentecerosa. A relao foliar situa-se entre 2,01e 2,65. O canal do pecolo aberto. A cordo pecolo e da nervura central varia entreo verde-claro e o amarelo-plido esverdeado.Tanto o pecolo como o limbo, na parteinferior das folhas, possuem cerosidade.

    Cacho - O cacho apresenta formaligeiramente cnica. Pesa de 31 kg a 40 kg,possui de 9 a 11 pencas, com 12 a 31 dedoscada uma O nmero total de frutos porcacho oscila entre 145 e 197.

    O fruto tem porte entre mediano egrande (comprimento cinco vezes maiorque o dimetro), mede de 16 cm a 25 cm epesa de 95 g a 260 g. Apresenta picesarredondados e pedicelos curtos. O saborda polpa madura idntico ao da Nanica.

    A cor do pednculo ou engao variaentre o amarelo-esverdeado pardacento everde-claro. A rquis tem cor e pilosidadesemelhantes s da Nanica, com cicatrizesproeminentes, geotropismo positivo e al-guma curvatura. As brcteas so de tomprpura por fora e amarelo-esverdeadoplido por dentro. As que se situam a partirda metade da rquis masculina at o cora-o so persistentes. O corao tem piceagudo e ombro alto.

    Comportamento - O ciclo vegetativo de 10,5 a 12 meses, com um perodo de7 a 8 meses entre o plantio e oflorescimento, e de 3,5 a 4 meses, doflorescimento colheita.

    A Grand Naine registra um dos me-lhores rendimentos, dentre as cultivares deexportao, alm de apresentar resistnciaao acamamento provocado pelos ventos.Em contraposio, muito suscetvel aonematide caverncola e ao moko, bemcomo sigatoka-amarela, sigatoka-negrae ao mal-do-panam (raa 4).

    Cultivar Williams HybridCultivar Williams Hybri