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BARROCO BARROCO I I Cantem Poetas o Poder Romano, Cantem Poetas o Poder Romano, Sobmetendo Nações ao jugo duro; Sobmetendo Nações ao jugo duro; O Mantuano pinte o Rei Troiano, O Mantuano pinte o Rei Troiano, Descendo à confusão do Reino Descendo à confusão do Reino escuro; escuro; Que eu canto um Albuquerque Que eu canto um Albuquerque soberano, soberano, Da Fé, da cara Pátria firme muro, Da Fé, da cara Pátria firme muro, Cujo valor e ser, que o Céu lhe Cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira, inspira, Pode estancar a Lácia e Grega lira. Pode estancar a Lácia e Grega lira. PROSOPOPEIA DE BENTO TEIXEIRA PROSOPOPEIA DE BENTO TEIXEIRA

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BARROCOBARROCO

IICantem Poetas o Poder Romano,Cantem Poetas o Poder Romano,

Sobmetendo Nações ao jugo duro;Sobmetendo Nações ao jugo duro;

O Mantuano pinte o Rei Troiano,O Mantuano pinte o Rei Troiano,

Descendo à confusão do Reino escuro;Descendo à confusão do Reino escuro;

Que eu canto um Albuquerque soberano,Que eu canto um Albuquerque soberano,

Da Fé, da cara Pátria firme muro,Da Fé, da cara Pátria firme muro,

Cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira,Cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira,

Pode estancar a Lácia e Grega lira.Pode estancar a Lácia e Grega lira.

PROSOPOPEIA DE BENTO TEIXEIRAPROSOPOPEIA DE BENTO TEIXEIRA

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O BARROCOO BARROCO

NO SÉCULO XVII, O SER HUMANO VIVE NO SÉCULO XVII, O SER HUMANO VIVE EM CONFLITO, ATORMENTADO POR EM CONFLITO, ATORMENTADO POR DÚVIDAS EXISTENCIAIS, DIVIDIDO DÚVIDAS EXISTENCIAIS, DIVIDIDO ENTRE UMA POSTURA RACIONAL E ENTRE UMA POSTURA RACIONAL E HUMANISTA E UMA EXISTÊNCIA HUMANISTA E UMA EXISTÊNCIA ASSOMBRADA PELA CULPA CRISTÃ.ASSOMBRADA PELA CULPA CRISTÃ.

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RENASCIMENTORENASCIMENTOSÉCULO XVISÉCULO XVI

IDEOLOGIA ANTROPOCÊNTRICA E IDEOLOGIA ANTROPOCÊNTRICA E RACIONALISTA;RACIONALISTA;

VALORIZAÇÃO DO SER E DO AGIR VALORIZAÇÃO DO SER E DO AGIR HUMANO;HUMANO;

IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA CONCRETA;CONCRETA;

PRAZERES MUNDANOS;PRAZERES MUNDANOS;

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RENASCIMENTORENASCIMENTOSÉCULO XVISÉCULO XVI

SUPERIORIDADE DA RAZÃO SOBRE O SUPERIORIDADE DA RAZÃO SOBRE O MITO E A MAGIA (MENTALIDADE MITO E A MAGIA (MENTALIDADE MEDIEVAL);MEDIEVAL);

DOMÍNIO SOBRE A NATUREZA = DOMÍNIO SOBRE A NATUREZA = PROGRESSO TECNOLÓGICO & PROGRESSO TECNOLÓGICO & EXPANSÃO MARÍTIMA (ERA DAS EXPANSÃO MARÍTIMA (ERA DAS NAVEGAÇÕES);NAVEGAÇÕES);

ARTE OBJETIVA E EQUILIBRADAARTE OBJETIVA E EQUILIBRADA

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RENASCIMENTORENASCIMENTOSÉCULO XVISÉCULO XVI

O HOMEM RENASCENTISTAO HOMEM RENASCENTISTA

SATISFAÇÃO PESSOALSATISFAÇÃO PESSOAL CRENÇA NA SOLIDEZ DO CRENÇA NA SOLIDEZ DO

MUNDO MUNDO

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CRISE DO RENASCIMENTOCRISE DO RENASCIMENTO

DECADÊNCIA DAS CIDADES ITALIANASDECADÊNCIA DAS CIDADES ITALIANAS A REFORMA DE LUTEROA REFORMA DE LUTERO BURGUESIA FORTALECIDABURGUESIA FORTALECIDA NOBREZA AMEAÇADANOBREZA AMEAÇADA CONTURBAÇÕES SOCIAIS E RELIGIOSASCONTURBAÇÕES SOCIAIS E RELIGIOSAS CONCÍLIO DE TRENTO(1545)CONCÍLIO DE TRENTO(1545) CONTRA-REFORMACONTRA-REFORMA

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CRISE DO RENASCIMENTOCRISE DO RENASCIMENTO

A HARMONIOSA IMAGEM DA VIDA A HARMONIOSA IMAGEM DA VIDA DO HOMEM RENASCENTISTA DO HOMEM RENASCENTISTA DISSOLVE-SE NA ANGÚSTIA E NO DISSOLVE-SE NA ANGÚSTIA E NO CAOS.CAOS.

A REALIDADE PERDE A SUA A REALIDADE PERDE A SUA COERÊNCIA, OS FUNDAMENTOS DO COERÊNCIA, OS FUNDAMENTOS DO MUNDO SE DESMANCHAM.MUNDO SE DESMANCHAM.

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Feudalismo Mercantilismo

Crise da sociedade

renascentista

e Contra-Reforma

Arte Medieval

Teocentrismo

Valorização da vida

espiritual

Renascimento

HumanismoValorização

da vida corpórea

Barroco

Volta à religiosidad

eDilacerame

ntos:alma x corpo

vida x morteclaro x escuro

céu x terra, etc.

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CRISE DO RENASCIMENTOCRISE DO RENASCIMENTO

O INDIVÍDUO = CONTRADIÇÕES =O INDIVÍDUO = CONTRADIÇÕES =

ESPIRITUALISMO RELIGIOSO ESPIRITUALISMO RELIGIOSO XX VIVÊNCIAS HUMANASVIVÊNCIAS HUMANAS

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CRISE DO RENASCIMENTOCRISE DO RENASCIMENTO

O HOMEM DIVIDIDO:O HOMEM DIVIDIDO: ORGULHO X FRAGILIDADEORGULHO X FRAGILIDADE

TENSÃO ENTRE ELEMENTOS TENSÃO ENTRE ELEMENTOS CONTRÁRIOS = PERDA DAS CONTRÁRIOS = PERDA DAS CERTEZASCERTEZAS

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CRISE DO RENASCIMENTOCRISE DO RENASCIMENTO

O QUE É CERTO?O QUE É CERTO? O QUE É JUSTO?O QUE É JUSTO? O QUE É VERDADEIRO?O QUE É VERDADEIRO? QUEM SOU EU?QUEM SOU EU?

““To be or not to be?”To be or not to be?” Hamlet = ShakespeareHamlet = Shakespeare

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RENASCIMENTO X BARROCORENASCIMENTO X BARROCO

RENASCIMENTO: Recusa os valores RENASCIMENTO: Recusa os valores religiosos e artísticos da Idade Média.religiosos e artísticos da Idade Média.

BARROCO: Tenta inutilmente conciliar BARROCO: Tenta inutilmente conciliar a visão medieval da vida e da arte a visão medieval da vida e da arte com a visão renascentista.com a visão renascentista.

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BARROCOBARROCO

DILACERAMENTOS:DILACERAMENTOS:

ALMA X CORPO;ALMA X CORPO; VIDA X MORTE;VIDA X MORTE; CLARO X ESCURO;CLARO X ESCURO; CÉU X TERRA;CÉU X TERRA; FÉ X RAZÃO.FÉ X RAZÃO.

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BARROCO IBÉRICOBARROCO IBÉRICO

ARTE DA CONTRA-REFORMA;ARTE DA CONTRA-REFORMA; CONOTAÇÃO RELIGIOSA; CONOTAÇÃO RELIGIOSA; PROPAGAÇÃO DA FÉ CATÓLICA;PROPAGAÇÃO DA FÉ CATÓLICA; CARÁTER SOLENE;CARÁTER SOLENE; ARTE QUE CONQUISTA, CONVENCE, ARTE QUE CONQUISTA, CONVENCE,

IMPÕE ADMIRAÇÃO;IMPÕE ADMIRAÇÃO; ARQUITETURA EXTRAVAGANTE.ARQUITETURA EXTRAVAGANTE.

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O BARROCOO BARROCO

CONFLITO: CORPO & ALMA:CONFLITO: CORPO & ALMA:

PRAZERES CÓRPÓREOS X EXIGÊNCIAS PRAZERES CÓRPÓREOS X EXIGÊNCIAS DA ALMADA ALMA

DILEMA:DILEMA: VIDA ETERNA X VIDA TERRENAVIDA ETERNA X VIDA TERRENA

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O CARPE DIEMO CARPE DIEM

APROVEITAR A VIDA?APROVEITAR A VIDA? VIVER INTENSAMENTE?VIVER INTENSAMENTE?

CULPA CRISTÃ = O HOMEM NÃO CULPA CRISTÃ = O HOMEM NÃO ALCANÇA A TRANQÜILIDADEALCANÇA A TRANQÜILIDADE

TENSÃO = ANGÚSTIATENSÃO = ANGÚSTIA CULPA & PECADOCULPA & PECADO

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TEMÁTICA DO TEMÁTICA DO DESENGANODESENGANO

DESVALORIZAÇÃO DA VIDA DESVALORIZAÇÃO DA VIDA HUMANA FRENTE À MORTE HUMANA FRENTE À MORTE E À ETERNIDADEE À ETERNIDADE

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TEMÁTICA DO DESENGANOTEMÁTICA DO DESENGANO

““A VIDA É UM SONHO”A VIDA É UM SONHO”

““Que é a vida? Um frenesi.Que é a vida? Um frenesi. Que é a vida? Uma ilusão, Que é a vida? Uma ilusão, uma sombra, uma ficção.”uma sombra, uma ficção.”

(Calderón de la Barca = artista barroco (Calderón de la Barca = artista barroco espanhol) espanhol)

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TEMÁTICA DO DESENGANOTEMÁTICA DO DESENGANO

EXISTÊNCIA TERRENA =EXISTÊNCIA TERRENA =

CARÁTER ILUSÓRIOCARÁTER ILUSÓRIO REALIDADE APARENTEREALIDADE APARENTE A VIDA VERDADEIRA É A ETERNAA VIDA VERDADEIRA É A ETERNA

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TEMÁTICA DO DESENGANOTEMÁTICA DO DESENGANO

A VIDA É BREVE.A VIDA É BREVE.

NADA É ESTÁVEL.NADA É ESTÁVEL.

NADA É PERMANENTE.NADA É PERMANENTE.

TUDO MUDA.TUDO MUDA.

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TEMÁTICA DO DESENGANOTEMÁTICA DO DESENGANO

ALEGRIA DA EXISTÊNCIA X ALEGRIA DA EXISTÊNCIA X PREPARAÇÃO PARA A MORTE:PREPARAÇÃO PARA A MORTE:

CONSCIÊNCIA TRÁGICA (PESSIMISTA) CONSCIÊNCIA TRÁGICA (PESSIMISTA) DA PASSAGEM DO TEMPO, DA DA PASSAGEM DO TEMPO, DA EFEMERIDADE DA VIDA.EFEMERIDADE DA VIDA.

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TEMÁTICA DO DESENGANOTEMÁTICA DO DESENGANO

VIVER É IR MORRENDO AOS POUCOS = VIVER É IR MORRENDO AOS POUCOS = ANGÚSTIAANGÚSTIA

A MORTE ONIPRESENTEA MORTE ONIPRESENTE

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CULTISMO & CONCEPTISMOCULTISMO & CONCEPTISMOConcepções LiteráriasConcepções Literárias

CULTISMO = Jogo de palavras = Estilo CULTISMO = Jogo de palavras = Estilo excessivo e rebuscado = Utilização de excessivo e rebuscado = Utilização de neologismos = Uso de figuras de neologismos = Uso de figuras de linguagem (Metáforas + Antíteses + linguagem (Metáforas + Antíteses + Paradoxos + Hipérboles, etc.) = Paradoxos + Hipérboles, etc.) = Inversões sintáticas = Predomina na Inversões sintáticas = Predomina na poesia (Origem = poeta espanhol poesia (Origem = poeta espanhol Góngora).Góngora).

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CULTISMO & CONCEPTISMOCULTISMO & CONCEPTISMO

CONCEPTISMO = Jogo de raciocínio CONCEPTISMO = Jogo de raciocínio (idéias) = Valorização do conteúdo = (idéias) = Valorização do conteúdo = Uso de analogias = Duplos sentidos = Uso de analogias = Duplos sentidos = Paradoxos e alegorias = Requinte Paradoxos e alegorias = Requinte expressivo = Sutileza das idéias = expressivo = Sutileza das idéias = Predomina na prosa (Origem = poeta Predomina na prosa (Origem = poeta espanhol Quevedo). espanhol Quevedo).

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LINGUAGEM BARROCALINGUAGEM BARROCA

REBUSCADA + COMPARAÇÕES REBUSCADA + COMPARAÇÕES INESPERADAS + ANTÍTESES + INESPERADAS + ANTÍTESES + PARADOXOS + HIPÉRBOLES + PARADOXOS + HIPÉRBOLES + INVERSÕES NAS FRASES + PALAVRAS INVERSÕES NAS FRASES + PALAVRAS RARAS + ESTILO RETORCIDO = RARAS + ESTILO RETORCIDO = CONTRADITÓRIO = BRILHANTE = CONTRADITÓRIO = BRILHANTE = INCOMPREENSÍVEL OU DE MAU GOSTO.INCOMPREENSÍVEL OU DE MAU GOSTO.

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O BARROCO NO BRASILO BARROCO NO BRASIL

ECONOMIA AÇUCAREIRA ECONOMIA AÇUCAREIRA REGIÃO: NORDESTE (BAHIA & REGIÃO: NORDESTE (BAHIA &

PERNAMBUCO)PERNAMBUCO) CENTRO ECONÔMICO DO PAÍS = CENTRO ECONÔMICO DO PAÍS =

SALVADOR = BAHIASALVADOR = BAHIA CIVILIZAÇÃO ESCRAVISTACIVILIZAÇÃO ESCRAVISTA CONFLITO = ESPANHA (PORTUGAL) X CONFLITO = ESPANHA (PORTUGAL) X

HOLANDESESHOLANDESES

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O BARROCO NO BRASILO BARROCO NO BRASIL

MARCO INICIAL = MARCO INICIAL = “Prosopopéia” -“Prosopopéia” -16011601 De BENTO MANUEL TEIXEIRA De BENTO MANUEL TEIXEIRA

(Inspirada em (Inspirada em “Os Lusíadas”“Os Lusíadas” = versão = versão mediana = celebra os feitos do capitão e mediana = celebra os feitos do capitão e governador da Capitania de Pernambuco governador da Capitania de Pernambuco = Jorge de Albuquerque Coelho).= Jorge de Albuquerque Coelho).

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O BARROCO NO BRASILO BARROCO NO BRASIL

AUTORESAUTORES

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GREGÓRIO DE MATOS GREGÓRIO DE MATOS GUERRAGUERRA

O BOCA DO INFERNOO BOCA DO INFERNO

(1633 - 1695)(1633 - 1695)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

POESIA RELIGIOSA = POESIA RELIGIOSA = Oscilação da alma barroca entre o Oscilação da alma barroca entre o

mundo terreno e a perspectiva da mundo terreno e a perspectiva da salvação eterna.salvação eterna.

Licenciosidade moral x consciência da Licenciosidade moral x consciência da infâmia (arrependimento).infâmia (arrependimento).

Postura = o homem ajoelhado diante Postura = o homem ajoelhado diante de Deus.de Deus.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

POESIA RELIGIOSA = POESIA RELIGIOSA = Forte sentimento de culpa por ter Forte sentimento de culpa por ter

pecado = o poeta promete redimir-se.pecado = o poeta promete redimir-se.

O homem ajoelhado, implorando perdão O homem ajoelhado, implorando perdão por seus erros.por seus erros.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

POESIA RELIGIOSA = POESIA RELIGIOSA = ““A Jesus Cristo, Nosso Senhor”A Jesus Cristo, Nosso Senhor” Curiosa dialética = o poeta apela para Curiosa dialética = o poeta apela para

a infinita capacidade de Cristo de a infinita capacidade de Cristo de redimir os piores pecadores, alegando redimir os piores pecadores, alegando que a ausência de perdão representaria que a ausência de perdão representaria o fim da glória divina.o fim da glória divina.

Poema humilde & desafiador.Poema humilde & desafiador.

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Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, de vossa alta clemência me despido; de vossa alta clemência me despido; porque quanto mais tenho delinqüido, porque quanto mais tenho delinqüido, vos tenho a perdoar mais empenhado.vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado, Se basta a vos irar tanto um pecado, a abrandar-vos sobeja um só gemido: a abrandar-vos sobeja um só gemido: que a mesma culpa, que vos há ofendido, que a mesma culpa, que vos há ofendido, vos tem para o perdão lisonjeado.vos tem para o perdão lisonjeado. 

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Se uma orelha perdida e já cobrada, Se uma orelha perdida e já cobrada, glória tal e prazer tão repentino glória tal e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na sacra história,vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, cobrai-a; e não queirais, pastor divino, cobrai-a; e não queirais, pastor divino, perder na vossa ovelha a vossa glória.perder na vossa ovelha a vossa glória.                                                                Gregório de MattosDo livro: "Livro dos Sonetos", LP&M Editores, 1996, RS Enviado por: Márcia Maia

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

POESIA AMOROSA = POESIA AMOROSA =

O AMOR ELEVADO = O AMOR ELEVADO =

IDEALIZAÇÃO DOS AFETOS EM IDEALIZAÇÃO DOS AFETOS EM LINGUAGEM ELEVADALINGUAGEM ELEVADA

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS O AMOR ELEVADO = (poema para D. O AMOR ELEVADO = (poema para D.

Ângela = paixão do poeta que o teria Ângela = paixão do poeta que o teria rejeitado):rejeitado):

““Anjo no nome, Angélica na cara!Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente:Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florenteSer Angélica flor, e Anjo florente Em quem, senão em vós, se uniformara?Em quem, senão em vós, se uniformara?

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

Quem vira uma tal flor, que a não Quem vira uma tal flor, que a não cortara,cortara,

De verde pé, da rama florescente?De verde pé, da rama florescente? A quem um Anjo vira tão luzenteA quem um Anjo vira tão luzente Que por seu Deus o não idolatrara?Que por seu Deus o não idolatrara?

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

Se pois como Anjo sois dos meus Se pois como Anjo sois dos meus altares,altares,

Fôreis o meu custódio, e minha Fôreis o meu custódio, e minha guarda,guarda,

Livrara eu de diabólicos azaresLivrara eu de diabólicos azares..

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

Mas vejo que tão bela, e tão Mas vejo que tão bela, e tão galharda,galharda,

Posto que os Anjos nunca dão Posto que os Anjos nunca dão pesares,pesares,

Sois Anjo, que me tenta, e não me Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.”guarda.”

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

ANÁLISE DO POEMA = (Dona Ãngela)ANÁLISE DO POEMA = (Dona Ãngela) Jogo de aproximações entre as palavras: Jogo de aproximações entre as palavras:

ANJO & FLOR para designar a amada.ANJO & FLOR para designar a amada.

Palavras com caráter contraditório = Palavras com caráter contraditório = ANJO = eternidade + FLOR = brevidade. ANJO = eternidade + FLOR = brevidade.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

ANÁLISE DO POEMA = (Dona Ãngela)ANÁLISE DO POEMA = (Dona Ãngela)

TENSÃO & DESESPERO =TENSÃO & DESESPERO =

““SOIS ANJO, QUE ME TENTA, E NÃO ME SOIS ANJO, QUE ME TENTA, E NÃO ME GUARDA.”GUARDA.”

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

O AMOR OBSCENO-SATÍRICO =O AMOR OBSCENO-SATÍRICO =

EROTISMO = Exaltação da sensualidade EROTISMO = Exaltação da sensualidade e da beleza dos corpos (forma velada).e da beleza dos corpos (forma velada).

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

O AMOR OBSCENO-SATÍRICO =O AMOR OBSCENO-SATÍRICO =

PORNOGRAFIA = Sexo proibido e PORNOGRAFIA = Sexo proibido e culpado, por meio de imagens culpado, por meio de imagens grosseiras e chocantes (forma vulgar).grosseiras e chocantes (forma vulgar).

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSO AMOR OBSCENO-SATÍRICOO AMOR OBSCENO-SATÍRICO

OBSCENIDADE = Espécie de protesto OBSCENIDADE = Espécie de protesto contra o sistema moral, contra as contra o sistema moral, contra as concepções dominantes de amor e de sexo concepções dominantes de amor e de sexo e contra o próprio mundo. Às vezes, toma e contra o próprio mundo. Às vezes, toma o sentido de um culto rude e subversivo do o sentido de um culto rude e subversivo do prazer contra os tabus que impedem a prazer contra os tabus que impedem a plena realização do libido = instinto sexual.plena realização do libido = instinto sexual.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSO AMOR OBSCENO-SATÍRICOO AMOR OBSCENO-SATÍRICO

Poesia de Gregório = visão agressiva e Poesia de Gregório = visão agressiva e galhofeira do amor físico = Quer galhofeira do amor físico = Quer despertar o riso ou o comentário despertar o riso ou o comentário maldoso da platéia = Revela desprezo maldoso da platéia = Revela desprezo pela concepção cristã do amor, que pela concepção cristã do amor, que envolve a camada espiritual.envolve a camada espiritual.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

O AMOR OBSCENO-SATÍRICO NA POESIA O AMOR OBSCENO-SATÍRICO NA POESIA DE GREGÓRIO =DE GREGÓRIO =

Nos poemas mais vulgares, se torna Nos poemas mais vulgares, se torna engraçado (palavrões = descrições engraçado (palavrões = descrições desbocadas dos atos e orgãos sexuais). desbocadas dos atos e orgãos sexuais).

Machismo & Desprezo pelas mulheres Machismo & Desprezo pelas mulheres (principalmente = negras e mulatas)(principalmente = negras e mulatas)

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O AMOR OBSCENO-SATÍRICO EM O AMOR OBSCENO-SATÍRICO EM GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

““O amor é finalmente/um embaraço O amor é finalmente/um embaraço de pernas,/uma união de de pernas,/uma união de barrigas,/um breve tremor de barrigas,/um breve tremor de artérias./Uma confusão de artérias./Uma confusão de bocas,/uma batalha de veias,/um bocas,/uma batalha de veias,/um reboliço de ancas,/quem diz outra reboliço de ancas,/quem diz outra coisa é besta.”coisa é besta.”

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""Se Pica-Flor me chamais,Se Pica-Flor me chamais,Pica-Flor aceito ser,Pica-Flor aceito ser,

Mas resta agora saber,Mas resta agora saber,Se no nome que me dais,Se no nome que me dais,Meteis a flor que guardaisMeteis a flor que guardais

No passarinho melhor!No passarinho melhor!Se me dais este favor,Se me dais este favor,

Sendo só de mim o Pica,Sendo só de mim o Pica,E o mais vosso, claro fica,E o mais vosso, claro fica,Que fico então Pica-Flor."Que fico então Pica-Flor."

Gregório de Matos e Guerra (1636 - 1695Gregório de Matos e Guerra (1636 - 1695)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOS

POESIA SATÍRICA = POESIA SATÍRICA = Poesia ferina e contundente que não Poesia ferina e contundente que não

perdoa nenhum grupo social (ricos e perdoa nenhum grupo social (ricos e pobres) = Ironia cáustica = traço do pobres) = Ironia cáustica = traço do barroco ibérico.barroco ibérico.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

ESTADO DE ESPÍRITO DO POETA AO ESTADO DE ESPÍRITO DO POETA AO RETORNAR AO BRASIL (1682) =RETORNAR AO BRASIL (1682) =

Filho de senhor-de-engenho = crise.Filho de senhor-de-engenho = crise. Mundo dos nobres usurpado pelo oportunismo Mundo dos nobres usurpado pelo oportunismo

dos negociantes.dos negociantes. Como bacharel vê a farsa das instituições Como bacharel vê a farsa das instituições

jurídicas.jurídicas.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

ESTADO DE ESPÍRITO DO POETA =ESTADO DE ESPÍRITO DO POETA =

Como poeta culto se vê num mundo Como poeta culto se vê num mundo iletrado. iletrado.

Na vida concreta vê as idéias barrocas do Na vida concreta vê as idéias barrocas do “desengaño del mundo” (o desconcerto do “desengaño del mundo” (o desconcerto do mundo = da vida) mundo = da vida)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

PROTESTO DO POETA = Contra um novo PROTESTO DO POETA = Contra um novo mundo que subverteu todos os princípios e mundo que subverteu todos os princípios e hierarquias, que está afundando sua classe hierarquias, que está afundando sua classe (nobreza).(nobreza).

RECURSO UTILIZADO = A linguagem RECURSO UTILIZADO = A linguagem poética = caricatural = ofensiva = cínica = poética = caricatural = ofensiva = cínica = sem piedade = acentua aspectos grotescos sem piedade = acentua aspectos grotescos dos indivíduos e do contexto baiano. dos indivíduos e do contexto baiano.

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

““A cada canto um grande conselheiro,A cada canto um grande conselheiro, Quer nos governar cabana e vinha,Quer nos governar cabana e vinha, Não sabem governar sua cozinha,Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro.” (...)E podem governar o mundo inteiro.” (...)

(Cabana e vinha = no sentido de negócios (Cabana e vinha = no sentido de negócios particulares.)particulares.)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

VISÃO DO POETA = O Mercantilismo estava VISÃO DO POETA = O Mercantilismo estava acabando com a verdadeira nobreza luso-acabando com a verdadeira nobreza luso-baiana (sua família).baiana (sua família).

OLHAR DO POETA PARA SALVADOR = OLHAR DO POETA PARA SALVADOR = Só vê = corrupção = negociata = oportunismo Só vê = corrupção = negociata = oportunismo

= mentira = desonra = injustiça = imoralidade = mentira = desonra = injustiça = imoralidade = inversão de valores = quebra das normas= inversão de valores = quebra das normas

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

““Que falta nesta cidade? ... Verdade.Que falta nesta cidade? ... Verdade. Que mais por sua desonra? ... Honra.Que mais por sua desonra? ... Honra. Falta mais que se lhe proponha? ... Falta mais que se lhe proponha? ...

Vergonha.Vergonha. O demo a viver se exponha,O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta,Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde faltaNuma cidade onde falta Verdade, honra, vergonha.” (...)Verdade, honra, vergonha.” (...)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSO BOCA DO INFERNOO BOCA DO INFERNO

A truculência verbal do poeta gera muitas A truculência verbal do poeta gera muitas inimizades e ódios:inimizades e ódios:

““Querem-me aqui todos mal,Querem-me aqui todos mal, Mas eu quero mal a todos...” (...)Mas eu quero mal a todos...” (...)

““Se o que fui sempre hei de ser,Se o que fui sempre hei de ser, Eu falo, seja o que for.” (...)Eu falo, seja o que for.” (...)

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSPOESIA SATÍRICAPOESIA SATÍRICA

O poeta se identifica com a cidade vítima O poeta se identifica com a cidade vítima de um inimigo maior = o de um inimigo maior = o capitalismo comercial europeu =capitalismo comercial europeu =

Visão conservadora e reacionária do poeta. Visão conservadora e reacionária do poeta. A empresa mercantilista (“a máquina A empresa mercantilista (“a máquina

mercante”) é a responsável pelo declínio da mercante”) é a responsável pelo declínio da sua classe (nobreza).sua classe (nobreza).

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GREGÓRIO DE MATOSGREGÓRIO DE MATOSÀ BAHIAÀ BAHIA

““Triste Bahia! ó quão dessemelhanteTriste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado!Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu já, tu a mi abundante.”Rica te vi eu já, tu a mi abundante.” (...)(...) A ti trocou-te (modificou-te) a máquina A ti trocou-te (modificou-te) a máquina

mercante,” (...)mercante,” (...)

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Padre Antônio VieiraPadre Antônio Vieira(1608 - 1697)(1608 - 1697)

OS SERMÕES (1679 - 1748) = OS SERMÕES (1679 - 1748) = Utilização da Bíblia para referir-se a temas Utilização da Bíblia para referir-se a temas

do cotidiano.do cotidiano. Combate aos hereges e defesa dos índios.Combate aos hereges e defesa dos índios. Sonho com o “Grande Império” cristão, a Sonho com o “Grande Império” cristão, a

ser localizado no Brasil.ser localizado no Brasil. Linguagem conceptista.Linguagem conceptista.

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Padre Antônio VieiraPadre Antônio Vieira

O VIGOR DA ORATÓRIA =O VIGOR DA ORATÓRIA = Pormenores da vida = Pormenores da vida =

Ataque aos vícios = corrupção + violência + Ataque aos vícios = corrupção + violência + pedantismo, etc.pedantismo, etc.

Elogio às virtudes = religiosidade + Elogio às virtudes = religiosidade + modéstia + caridade, etc. modéstia + caridade, etc.

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Padre Antônio VieiraPadre Antônio VieiraSermão do bom ladrãoSermão do bom ladrão

““Não são só ladrões - diz o Santo - os que Não são só ladrões - diz o Santo - os que cortam bolsas ou espreitam os que vão se cortam bolsas ou espreitam os que vão se banhar, para lhe colher a roupa; os ladrões banhar, para lhe colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e com manha, já com força, roubam e despojam os pobres. (...)” despojam os pobres. (...)”