Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001

15

Transcript of Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 1/15

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 2/15

 

opyright © 1976, Oxford Univers ity PressI • ABruxaria E um Fenomeno Organico e Hereditario

II• A Nocao deBruxaria como Explicacao de Infortunios

III • AsVitimas de Infortunios Buscam os Bruxos entre os

lnimigos 62

IV' OS Bruxos'Tem Consciencia de seus Atos? 82

V • Os Adivinhos 90

VI'

0 Treinamento de um Novice na Arte da AdivinhacaoIII

33

49

l'lU lI I 41

Tttulo Ol'il:\ill;ll:

Wi/rtlcm/t. Om cl es a nd M a gi c ( ,I lI w ll g the /vzandc

' ·I 'nldu\:Ooautorizada cia edicao inglesa publicada em 1976

pOl'Ox ford University Press, de Londres, lnglaterra

NOlO d o u u du io r 7

lllll'Othu;u), por Eva G illies 9

U('fl'1'ncias uibliognjficas 3 1i l ch c raj i , Orac le sand Magic amo ng t h e A z a nd e ,

1 1 1 1 I '1d l l ' d w i t h un introduction by Eva Gillies, was originally published in English in 1976.

Tills translation is published by arrangement with Oxford University Press

Copyr ight da edicao brasileira © 2005:

Jorge Zahar Edi tor Ltda.

rna Mexico 31 sobreloja

20031-144 Rio de J aneiro , RJ

tel.: (21) 2240-02261 fax: (21) 2262-5123

e-mail: [email protected]

site: www.zahar.com.br

Todos os direitos reservados.

A reproducao nao-autorizada desta publicacao, no todo

o 1 em I arte, const itui violacao de direi tos autorai s. (Lei 9.610/98)

CIP- Brasil. Catalogacao-na -fontc

Sindicato Nacional dos Edi tores de Livros, RJ.

VII • 0 Lugar dos Adivinhos na Sociedade Zande 12 9

VIII· 0 Oraculo de Veneno na Vida Diaria 136

I X • I roblemas Suscitados pela Consulta ao Oraculo de Veneno 15 9

X • Outros Oraculos Azande 175

)([• Magia e Drogas 186

XII•Uma Associacao para a Pratica da Magia 2II

Xlll• A Bruxaria, os Oraculos e a Magia diante da Marte 225

Capa: Joana Leal

Evans-Pritchard, E.E. (Edward Evan), 1902-1973

II' 3 b Bruxaria, oraculos e magia entre osAzande !.E. Evans-Pritchard;

I edicao resumida e int roducao, Eva Gil li es ; t raducao Eduardo Vivei -

ro s de Cas tr o. ~ Rio de J aneir o: Jo rge Zahar Ed. , 2005

(Colecao Antropologia social)

05·2701

CDD 133.40967

CDU 133.4(6-191.2)

A P .B N D IC E I : G lo ssa rio do s term os u sa do s n a d escr ica o d as aeneas e

c os tum es a za nd e 230

AI ? :f iND ICE I I : B ru xa ria e s on ho s 234

IIPJ? ,NDICE I I I : O u tr o s a ge nt es m al ig no s a ss oc ia do s a bruxaria 239

AP' !? 'NDICE IV: A lg um as r em in is ce nc ia s e r efle xo es so br e 0

tr ab alh o d e c am po 243

Traducao de: Witchcraf t, oracles and magic among the Azande

Apendices

Inclui bibliografia

ISBN 85-7110-822-6

1 .Z ande (Povo a fr ic ano ). 2. Feit ic ar ia - Af ri ca , Cent ra l. 3 .Ma-

gia - Afr ica, Central . I . Gil li es , Eva. I I. T itulo. I II . Scr ie ,

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 3/15

 

Nol I d ) II «lutor

1 1 1 I I I I I II ol'lglll ilm 'Ille 1111Inglo l 'ITa 'Ill 1 9 7 , est a d esc ric ao das ideias so-

II I iI 111111cl u nuiglcn 'dllsprdti JsdiYinat6riasdeumpovodaAfricacen-

1 1 1 1 1 1 IIll11\lII'I1 d' li m IIOYOcampo de investigacao, aquele que se poderia1 1 I 1I 1 1 I1 I !l t' ' Il lo g i ' nf ia d a Y r la le".

I :nlllhllllildo d modo mais que criativo, cr iador, or ientacoes antropo-

I I III multo di v r 'as ntre si, E. Evans-Pritchard submeteu 0 problema

" \ 1 \' 1IIIIltll1llO do hetcrogeneidade constitutiva da razao humana ao metodo

I m l l n u w lid 1110 do trabalho de campo de longa duracao junto a uma socieda-

ill I~ I • I,1 \ , ' pontes com isso Iancadas entre a antropologia, a psicologia e a

Ilhl n lu li v , . r a m deBruxaria, OrticuloseMagiaentreosAzandeumadasrefe-

, Iii , II '()! (ornaveis do debate contemporaneo sobre a natureza - e a cul-

1 1 1 1 1 1 d 1 ' racionalidade", Antropologia da religiao, filosofia da ciencia e

I' 1 1 1 1 1 1 1 1 II 1 0 r nca tornararn-se outras depois deste livro; e se em alguns

1 11 11 11 11 1 il l d ir a m if adiante, s6 0 foram grayas a este livro.

11 \1111111Sas an alises aq ui propostas tornaram-se propriamente classi-

.1 , I III ,I .rrnanentemente novas. Pense-se, par exemplo, na identificacao

1 11 '1 11 11 11 1 H i lO epistemologico do recurso a bruxaria como explicacao de infor-1 1 1 1 ' II:, - L IS n . n a . o de causas eficientes, mas de razoes suficientes; nao uma fi-

IIII drl ruusnl ldade objetiva, mas uma politica da intencionalidade subjetiva;

1 1 1 1 1 1 1 1 'II mcno eo conceito, mas 0 evento e 0 sentido. E a este livro que aan-

1 1 1 1 1 ' 1 1 1 1 1 1 1 1 1 tI ive uma de suas principais contribuicoes ao pensamento con-

II 1 1 1 1 " II Ilt 'l),a saber, a constatacao de que ha muito mais bruxaria no ceu ena

It 1 I I 1 tI" qu .supoe a va burocracia da razao,

I III II 'liS i-se ainda na analise minuciosa das tecnicas divinat6rias de pro-

III~1 1 1 1 h i V'I' lade, que asdetermina como um autentico "jogo de linguagem"

1 1 1 1 !I li t 1 0 wittgensteiniano, descortinando toda uma economia politica do

It til 1 0 1 0 dizer veraz que circunscreve 0pensavel e 0dizivel em regimes de

1 1 '1 1 11 1 1 11 1 10 aquele dos Azande. E dificil imaginar onde estaria a antropologia

1 1 1 1 • ill I , i . q analises, sem as contribuicoes te6ricas desta etnografia.

'. " II IHUi lmente dificil imagina-la sem a escritura evans-pritchardiana.

, II ' 1 , 1 1 1 1 'lIt 0 maior estilista da prosa antropol6gica anglo-saxa, Evans-

1 '1 1 1 1 1 I I I I t I ' " ( ) mestre da monografia teorico-descritiva, 0 grande costureiro

11J1l11 'I I V I do mais abstrato com 0 mais concreto. Seus livros impressio-

7

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 4/15

Intlll p'hllll'qlllf1III" f'1('BIIIIII' j' 1 1 1 I ' l n 1'IIIIIl I " I ' I \ . ' I ' I ~ "/j P I " e ! I ,II fl'IN

1 1Ii'1 11 ,. I 'Ilf, II 1IIlUK ~ ' 1 ' 1 1 I I III h ON I/II !1t1 /'lI/rllt'/IIt'/IIS ~'lIl'Ul'I("I'fNlkt),~) ()IHi t · tit'

III 1 '1 11 11 11 1 1 11 ld i1 M 1 1 1 d~ d H 'OIll'l'l'IUI1L 'Ii. HVlIl1N·Pl 'l lch Ii'll r cp r ' If ' ll ln I lH H II I 1 I I

!uhulu lid I t i t ' 1 I111 l1 r l lse p u r l! c u l nr n tc n lc brilhtUl!:' dn h ls t o ri a d u 'lnlr(ipologi~1.

! !.UU/\IWO VIVI',I I(OS 1)1',CAS'J'I(()

M u seu N ac io nal, U f'R ]

s et emb ro de 2004

Inli'o II I 1u

) \1 1 1 11 " "H l'I II II I' lI HH I vl.'ndo 1'~ 'SUlllidH d e B ru xa ria , o ra cu lo s e m ag ia en tr e a s

\ 1 1 1 1 1 1 1 ' qllmw II,(Jt111(l~llP(~S HUO p rim 'I ra e dlc ao , e diflcil nao sentir um certo

dmlltll lfOl '(o quunto (10 uso do prcscnte etnografico.' Afinal, a pesquisa de

11 1 1 1 1 1 II! ( ' 1 1 1 q u' ( ) li vr o sc bu s .ia foi realizada em fins da decada de 1920: aqui se

d~ I~1 1 ' ( lV -t II I 11 mund 0 d "'1'8parecido, Apesar disso, espero que ele ainda sereve-

h ·, I J Il l I I I l lI10d '1 '110 n ntropologo, filosofo ou historiador das ideias, um mun-

dll uuvn ' stimulants. Para os Azande, porem, habitantes da turbulenta

,\j,n i : t ' I l ' l 1 ' 1 1 nit rcgiao do divisor de aguas entre os rios Nilo e Congo, difi-

1 111111 1 1 ( ' lit po I dizer que 0 tempo nao tenha passado nesse intervalo

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ' 0 , . omc veremos, 0 tempo esteve im6vel no periodo em que Evans-

1 1'1 1 " " , d v lv eu e nt re e le s) .

A P i 1 1 ' 1 0 t radicional dos Azande esta atualmente cortada pelas fronteiras

I I I II I ' . H \ l d ( ) s africanos modernos: a Republica do Sudao, 0Zaire" e a Repu-

1 ,1 IIIII:"iro-Africana. No tempo de Evans-Pritchard todos esses territ6rios

1 .111!l\

u h d o m in ic colonial:0

Sudao era "anglo-egipcio",0

Zaire era0

I ItIiKI II ' lHtl, a Rep ublica Centro-Africana constituia parte da extensa Afri-

'1 1 I 'QllJlIul 'iulI1Ira,l1cesa. Evans-Pritchard, entao encarregado pelo governo do

i\ Idtlllllllglo- gipcio de fazer um levantamento etnografico, naturalmente di-

IlliII II I" H ~ J ' l 1 i s a .para osAzande sudaneses, embora tambem tivesse visitado

II 1 1 1 1 1 1 \ 1 1 I~ Ig a em suas duas primeiras viagens. Exceto quando indicado de

I I II 1 I I I 1 1 1 1 1 1 1 'ira) as referencias ao governo colonial, a influencias europeias etc.

Ii 1 1 1 1 'II I I ! ! gov'wo do Sudao anglo-egipcio e a seu impacto sobre a cultura

1 1 1 1 1 1 I , u d l .lonsl. , , * '

I I , ' l1 h l I1 1 1 \ Il ~ I 't I Jl c () e 11 tecnica de exposicao que consiste em descrever0

modo devida deurn gru-I I 1 l l l l l i l l l l ' t J r l l tonal ou passado - utilizando 0presente do indicativo. Esta convencao narrativa

I III! 11,,111111IIIII Oillnvoluntariamcnte, induzir 0 leitor a pressupor que 0objeto da descricao e con-

I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ' 1 1 , II 0 tpenas a ob se r va c ao e t no g r af i c a, mas aoate mesmo desua leitura. (N.T. )

' "I 1 I I ~ I 'I I \ 1 1 1 1 1 . : ( \e r u o c ra t ic a do Congo (N.T. )

, I l fl ll ~ l l / l 1 . / l l , d i . c a . plural nalingua zande, eserausado na presente traducao como 0 plural em

"IJlIIII~.IIIM 'I' lI~tlSazande, etc. A convencao aqui adotada grafa a palavra "zande" com inicial

1 ~ ll ll l1 l il ( I' iii! p l l l 1 ' o l vernacular) quando elase refere a este povo como coletividade etnica e cultu-

I I I~ '\ lim it ," , N os dernais contextos a palavra e grafada com inicial mimiscula: 0 pais zande, as

II I, ,I 11I1Ih,JlHUldo se trata de "0 zande" ou "urn zande", isto e,do individuo como urn tipo,

" Il H 1 1 11 . \1 1 11 1 \, 0 particular da cultura dos Azande em geral- construcao frequente no livro de

< " 1'111i l ll ' d - , mantivemos a inicial mimiscula. (N.T. )

9

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 5/15

1 1 ' 1 11, , 1 1 1 ; ) 1 1 , 1 1 / " i li ff '"

HVIl I I I'l'It( luut l ( ' 1 1( 0 11 11 01 1 ( ) 1 \y ,1 I1 1 I1 ,l llI !t in lH I H v I V ( 1 J 1 d O I I l I I ll i l i ' 1 1 H I _ o

I! H itV I I I I I! I I I 11I1I~1I111 Ilh· III hOI'I:t,ndl1 1Il11ll phllikit' V H il l HIIII I, 'orlld I p OI '.

1 11 11 1 '1 '1 ) l < !h e l l ' t'H~t'll·\dosd·1l1Itusdllll'1H,I\III(lI'f( JJo~lldn r 1 I 1 l '1"v'llI

VllIlOIII Ill' na t!stn~'l0 S 'Cl I, d iubril u ncvcm hro, qu ando o I 1 lLHo eru quoimn

d o. N o 1 ll'l'Iod o d us ch uvu s, tod o o L irrcno sc cobria de um u rc lvu 1 1 1 1 1 1 <. : < l I : I I H i l

ttlit' 1 0 1 " 1 ivu dllcil U .aminhnda I~ml d as trilhas. Os Azandc 80b a l i . m i I 1 i s l ' l 'U < , : O ( l

lhlll~tllHl tl () 'sl'., 0 'UpOVt1m a rea s cme lh an te e.m t e rmos d iv ' g c t a < ; : < . O ; os q ue

vlvhuu 110 C ongo B .lg a, p or o ut ro Iado, ocupavam 0 l ir ni ar c ia f lo re st a t ro pi-

('Id 1 'L 1n id 1 , q u so a d nsa na d irec ao do equador ,

O M A z nn de, n essa ep oc a, v iv ia m d .e cultivo do solo, de caca , pesca e co le t a

II fl'II,tUIl s ll vc st re s. C u lt iv av am e le us in a" , milho, a b at at a- do ce , m a n di oc a,

lllIl - n l otm , bananas euma grande var iedade de legumes e oleaginosas. Evans-

1 ' , ' 1 1 'II 11 'd menc iona a abundanc ia de caca e os enxames anuais de termitas ,

1 ' 1111 Id 1 1 ' 1 . 1 ( ; 1 . $ um manjar.

(III Azande tambem mostravam grande competencia como ferreiros,

II I l ! 'O s , m t a lh a d or es , c e st ei ro s e em numero so s outros o fi cio s. N o tempo em

q uc Iwuns-Pritchard residiu entre des, porern, tinham poucas oportunidades

d' 'om'1' ializar seus artigos, Oll incentivos para cultivar produtos comer-

~ 'llls. ( ) st a forma, importantes aspectos de sua cultura f icaram a salvo de in-

1 1u n ta s externas, ainda que em outros pontos tais influencias ja estivessem

nl"lanlo substancialmente os costumes tradicionais. -

AICl1l disso, os Azande criavam aves domest icas (que eram, como vere-

mos, parte central de suas tecnicas de controle de forcas hostis) , mas nao ti-

nham gado, Alias, nao poderiam te-lo: a regiao era infestada pela mosca

I ~-ts~ (Glossina sp.), transmissora de microorganismos que provo cam a tri-

p iuossomtase no gada - ea doenca do sono no homem. Na decada de 1920,

!) governo colonial tentou controlar a doenca do sono concentrando a po-

plItnw, antes dispersa, em grandes aldeamentos ao longo das recern-cons-

Inlf,dtlS estradas federais. Grande parte do trabalho de Evans-Pritchard, na

V 'I'dade, foi realizado nessas colonias, e e no preterite que ele descreve 0 pa-

!I' '0 t radicional de residencia:

Tecla a regiao era pontilhada de sitios'" que abrigavam familias individuais. Em

geral distavam muito entre si, separados por lavouras e faixas de floresta, Seto-

• I II u s in e c o r oc a na , uma graminea semelhante ao milhete. (NT)

.. No original homestead, que traduzimos neste livro por "sitio" ou t'residencia" (mais raramente,

"casa"). Trata-se de urn conjunto, em geral cercado, de equipamentos demoradia e trabalho - ca-

banas, oficinas, despensas, galinheiros, cozinhas etc. - pertencentes a urn grupo familiar, ao qual

'Ht~ associado uma ou mais ro<;:as,N.T.)

II

I l l! ~ J I~ ; lI h ll 4 I I lI iH ~I'~ IIlnlll~V[11'lhd dl' ur n 1 1 1 , , 1 1 ' In ' l f l l l d " , V l '1 ' t. 1 I II tilt ~11I11k-n~hl ' 1 1 1 M

," I llfll 1I111111111illdhlllllillOllll 'Ilh ~Wl t "pll~n (n t I I N IH Willi) I ' M t411NI lI i toH , t111"11I1 I1 lIo

_ 1 1 _ V 1 1 1 1 Il Il H 11111N 11I'1 l I l i l l l l H ( 1 ~ 1 ' I V I \ I I l W11'IIII1WlIll'IIp,lldIlN II (lk' pOI ' h H ; (l S d 'I 'B -

IPllh", ilull (illllllll!1illo,1

I MIll! P~Idl't1l111'ldki(\llId tit' resld dld 1 dlsp 'rSll r c fl c ri a o ri g ina lmen te Ul11

·1It II II !lllll (Il Ilid H'IHI JIUm 'Hie orgunizado, A extensa area aqui descrita

IlllllllllllHllllillIdo .I pH l' ili d o s A z an d c c on si st ia , na verdade, em varies rei-

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1j l ~ I J l I l' H ~ I ( ) M p O I ' Jill ' lIS faixas Ie rnatagal d e s a b i t a d o . C ad a reino era

i" 1 1 1 1 1 1 " 1 1 p i 1 ' 1 1 1 1 \ m c ru bro d lfc r n tc d e u m au nic a dinastia real, osAvongara,

II'II! I Ii 1 1 ' 1 1 I ~ ' 1 os II V rd ad eiro s" A z an de ( ta m be m chamados A m b o m u ) ti-

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 tndo I I' 'gi.ll0, rxpulsando ou mais frequentemente absorvendo

lit 1 _ 1 1 l 1 1 1 1 i H I I l I V O M d H S m a is d iv ers as o ri ge ns e tn ic as e l in g ui st ic as .

J l!!lilll'I'U t' t um a nh o d esse s rein os variaram no decorrer do tempo. Os

111111111I ' 1 ' 1 1 1 1 1 IIn10 d inastia aventureira e amante da guerra; e, como nao

I ! ,I Ii1 1 1 1 1 l'I'grn d • au . 'tlS~,O fixa, muitos principes ambiciosos haviam prefe-

~ Iii I III I (11'11 '1 ' • o lo n ia l, c r ia r urn dominio para si mesmos a perrnanecer

II 1 1 1 1 1 1 . 1 1 1 1 1l I d n l tl lIl11 p a l ou i r m a o . N ao obstante, a organizacao e 0 aspec-

t .If Illtill 'Il( I' l n os o b ed e c i am a u rn mesmo padrao cultural. Cada reino

II,ll IIllh, ' 1 1 1 prcvtndas administradas pelos filhos e irrnaos mais novos do

I 1111 '111 IllHllllH plebe us abastados, nao-Avongara, por ele designados. A

ttil 1 1 1 1 I I I 'III J' tl d o rc in o fic ava sob a administracao pessoal do monarca: os

H it 1 ,1 1 11 1 1 '1 '1 1 11 1 I I ' ll S vassalos num sentido muito mais imediato que aqueles

1 1 IfiliI !til I I I 'II' c u n d a n t e s , cujos govern adores gozavam de muita autono-

,II 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ' 1 1 1I v ~ s s 1 1 1 obrigados ao pagamento de tributo ao rei e a atender

IIllllll 'lit I~no'1'l1asode guerra. Este era 0casu em especial dos principes;

II Ilh ld lll" '1 l pi ibeus eram mais dependentes do rei, que os podia transfe-

j I III. 1 ., II t'll ralante, em geral para favorecer um filho. De habito, contu-

"" III 1 I 1 1 1 ~ • n o, obrigacao de apresentar umadesculpa, justificando seu

11111'111 01 nr _ 1 S diferencas entre a condicao dos principes e ados gover-

1 ! t i l I 1 I I . I h ( l ( I IEvans-Pritchard esclarece:

t 11I'llIdll 11110 d e prlncipes, contudo, devem-se compreender tambern os gover-

I Hlio II I !I pit h liS, salvo indicacao explicita em contrario. Na realidade, ao se dis-

1111111111 tI urgnnizacao e 0 procedimento de uma . .. corte, termos como rei,

I' (til 1III IjP,()Vl"t1adores sao mais ou menos intercambiaveis, A corte de urn rei

I . ' illiliol qllt:' fJ d urn principe, mas nao diferia dela de modo significativo; ele

1 1 1 1 1 1 1 " 1 ' 1iii provtncia assim como osprincipes faziam com assuas. A corte deurn

1 ~II Ifditililld,Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande, p,14.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 6/15

H O Y t '1 1 I 1 1 1 11 '1 II u HllliJl li 'l ll l' III 1 1 1 ' 1 1 1 1 ' 1tll'II dll, I dlllh\lIlII'''I~ d llN I I I I V 1 '1li t

1 11 1 ' N 1 1 1 1 " 1 1 ' 1 1 1 1 1 1 1 '1 1 1 1 1 1 1 1 1 I t l l l l ' 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 j

I I ' t I N 'OI ' IL' I l IK ' I1'1}1" 's l lVUDl 1 0 ' ldlz It l IN 1 1 0 ( '1111'0 IlII"SP ' t. ivu Pl'OVf t1 'in,

[ ' 1 ' 0 1 ' 1 1 1 1 III '[1 d o r 'i n u v a ru 0 a p 1 l 11 S I lO . c n t r o I · s u a proprio I r o v 11 -

. 1 ,1 1 1 1 ' 1 1I1 1h "l1 1 1 10 centro do r ein o. L ar gn s sira da s irradiavarn-s 01110 cs-

11 ' , ,1 , I p u 1'1'11'a c o rt e r ' 1 ; 1 Iale ascortes dos governadores, os quais assumiam a

I '" pOl lS II ilidad 'd rnante-las em condicoes de uso.

( :u j I iorte de governador ( inclusive a do rei, em sua condicao de gover-

II \ 101'It!propria provincia) era, por sua vez, 0 eixo de um sistema similar,

'!lIIl(jl'lI ' 111 meno r escala. No centro localizava-se a corte do dirigente provin-

~ III, I" on I saiam estradas menores para os povoados menos importantes,

I" Id 1 1 e l e d seus delegados principais. Cada delegado era responsavel, pe-

1 ' 1 1 1 1 1 ( ' 'li rovernador, pela convocacao dos moradores de seu distri to para a

1 \ 1 1 1 ' 1 ' IO U 0 trabalho, alem de recolher tributos, quando requeridos. Compe-

I I l i t , i l n d a manter a ordem naquele distrito, conservar limpas todas asvias

lmportantcs , resolver disputas em nome de seu senhor e, em geral , cornuni-

CI I 'M lh \ tude 0 que ocorria no distrito. (Aorganizacao militar era urn dominio

'I lit' I ,0 , havendo cornpanhias de guerreiros para cada provincia.)

leralmente cada delegado instalava-se perto de urn dos muitos riachos

I II . .ortavam a regiao, enquanto seus parentes e clientes estabeleciam-se emIlll'!' r spectivas rocas, nas vizinhancas. Em outras palavras, 0padrao residen-

'i II lisperso refletia fielmente um sistema politico que, embora altamente or-

~nlzado, sebaseava numa ampla delegacao hierarquica de autoridade.

ra, 0 objetivo inicial da administracao colonial, de acordo com 0 prin-

'(pia entso solido da administracao indireta [ In d ir ec t R u le ], era "dirigir 0pais

I 01' meio dos 'chefes' e 'sul toes' tr ibais cuja acao e limitada pelo direito dos

iHllivosde apelarem a um funcionario do governo'v' Nao deixava de setratar

d ' uma polit ica sensata, uma vez que era claramente impossivel governar os

; \1 ' .0 ride senao por meio dos principes avongara, cuja autoridade eles reconhe-

.jUTI. Parece tambem que se fez algum esforco no sentido de evitar que a

modo de vida zande sofresse influencias estrangeiras, em especial as da cultu-I'U arabica, infiltradas na massa dos funcionarios coloniais (e, e born lembrar,havia tanto egipcios como britanicos entre eles), deseus criados e dos ubiquos

Iii. rcadores egipcios e sudaneses. Com visivel aprovacao, Evans-Pritchard

m .nciona 0 entao cornissario distrital, 0major Larken, que "fala zande com

'g,E. Evans-Pritchard, The Azande: History and Political Institutions, p.169.

3 Bahr EI Gazal ProvinceHandbook, p.37.

l ! t l l i l l I I I' 1 1 1 1 1 til' IIIII I d lilli, 1 1 1 1 HI"" filII d III ' I " ' « 11 11 11 11 11 1 1 11 0, II II 0

d l l i l l i l l I' 11 Ido~ II I d I" 1 1 1 , 1 1 1 1 1 'II 1 1 1 1 1 1 1 1 I I III I ) , , , 1

M il II (011 ('f vrulor 1 1 1 1 1 1 ( ' 1 1 1 1 1 1 1 ' til uulnt IIIH'IlI' -lv ud o I' u n ' ' L d d a d 'S,

1IIIIIIlilll II' h, II hullr tlu 'I' IUlll11 01111'11 1 ~ ' r l ( J em I 'I'mos, .omo a exper ien -

I II V n I dl'lllllll. 11 '11 ' , LIlli I u r l (0 '1 '11 '1 , !<\OV1'1\ i n t e , 0J110 ados Avongara,

1 1 1 1 1 1 1 1 1 HIl, ()11Il ' I 'V 1r su u pOHI~"10rr u II ' joHnl C i l i a ndo a font real de autoridade

II II lol'll I( ) II I II I I. N o inl 'io d O H unos 1 no, novas medidas administrativasHII' ,t ir 1I111111lonrro ] \ 1 1 1 1 1 i ~ dir to por parte das agencias governamentais,

1 '1 1 1 I mnlor pf' ' ) 1 , 1 1 1 ' . 0 ( l i n d a c ia o rg a ni za c ao p ol lt ic a tradicional.

1 1 , 1 1 1

prlmelroJL I

at' a caracteristica central dessa organizacao simples-III III Id '1mp 1 . 1 ' '~I quando 0 rei foi substituido pOI'um comissario distrital,

1 " 1 1 III ,I que "I fosse consciencioso e esclarecido. Os pr6prios Azande pare-

iIII {ill ' P ' I' •ebido isso claramente. A parte do terri t6rio zande onde Evans-

1'1 II h u rd m u ts trabalhou tinha sido 0 dominic de um rei chamado Gbudwe,

1 1 1 1 1 1 1 1 1 c I s t u l ' O bern-sucedido segundo 0 modele tradicional, Gbudwe fora

I I Ni l In I I0l1l1111 hoque com as forcas britanicas em 1905; sua mem6ria ain-

.Iii 1 '1 I I ' 'V " I ' .nciada pOI'seu povo. Evans-Pritchard escreve:

(III'I )$ Azande, sua morte nao foi apenas a morte de um rei, porem ... 0 f im de

1 1 1 1 1 1 ~P() 3, mais ainda, uma catastrofe que transformou a ordem das coisas.

(I111do OS hornens mais velhos falam sobre seus costumes,contrastam 0 suce-

d k lo h oje com 0 que acontecia "quando Gbudwe era vivo"; e, em sua opiniao, 0

qu u ontecia nos dias de Gbudwe era 0 que devia acontecer. Embora Gbudwe

t l v . . S ' morrido apenas 21 anos antes que eu iniciasse minha pesquisa na regiao,

I U I L I ,I s que tinham vivido em seu reinado recordavam 0 passado com tristeza.

I' 1 I'll I s, aquela fora a Idade de Ouro da le ie do costume. '

Nt) fim da decada de 1920, os filhos de Gbudwe e outros govern adores

I " u v l n r i a i s ainda mantinham suas cortes. Mas elashaviam perdido muito em

1IIIIt tuho e importancia: despidas do antigo encanto, nao mais eram fontes de

I'llIionug m e poder. A guerra, esteio do sistema politico zande, deixara de

I~III' 'OInO possibilidade; desapareceram as companhias de guerreiros e pa-

Il'll I '(1' homens nao mais afluiam a corte para oferecer lancas, presentes auI,IVIII' s-de fato, rarasvezes ali seviam mais que uns poucos, agora. E,quan-

I1 II V nham, nao encontravam a antiga e pr6diga hospitalidade, porque agora

" p I' ncipes recebiam tributos insignificantes e muito pequena ajuda no

1 , l u l l l l o 11acolheita. Mesmo esse pouco recebido pelos principesera dado

II H, I l , v [ I n s - Pritchard, Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande, p.lS.

Ii i rl , p ,1 ,

  , , ,, " 11 11 ,, 11 1

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 7/15

I~

qllllH lin Ill~( I' I l l i l t ' l i l 1110 po d 11 / '1 '1 1 1 1 '1 1 1 & 1 1 1 1 I 0 l ( J1 I1 () 1\(1 1t'1I1PUlllloM.

A ildlllllllllll'I~'no'()lolll II !lUbHlltlljJ'11(J truhnlhu u u 1'1'I 'US 10 [)I'fn 'II' . p elo

11'lIlli1llJo nu 'sll'lliol! d.o gOV'I:.110, d c c l a r u m l u Idt'il1ui~ q ue LIm prlncipc n 10

t lnh 1 () d lr llo d I 'x ig ir prestac ao d e sc rv lc os d . f iCUS suditos.

( ) I l P rf 11 < ip "S conti nuavam mantendo 1 1 L I merosas esposas, mas nao ti-

n l u u u ( ) [11(')SI11() ontrole sobre elas; quando fugiam, nao era facil traze-las de

v oli n. S ' UIII prlncipe ultrajado quisesse fazer valer seus direitos conjugais, as

t'IIPI)N IH podium queixar-se de maus-tratos num centro administrativo. Os

l'l'llldp 'Ii obviamentenao tinham

0

men or desejo de prestar contas ao gover-11 0 um assuntos dessa natureza. No tempo de Evans-Pritchard, em verdade, a

llItOl'idHd geral dos homens sobre as mulheres, e ados velhos sobre os jo-

V 1 1 M , istava sendo minada em todo o pais zande. Aqui tambem osvelhos fala-

V I I I I l 'om nostalgia da epoca de ouro do born rei Gbudwe, quando os jovens

H ihlum 0 seu lugar e asesposas eram adequadamente submissas, Mas, mesmo

11lId ~' ada de 1920, avida familiar, baseada no casamento poliginico ena resi-

d 1 1 'in patri local, ainda "se caracterizava pela inferioridade das mulheres e

jlilltt iu tOridade dos mais velhos".6

Voltando as cortes principescas sobreviventes, talvez a mais profunda

l1lodificaya.o detodas fosse elasterem deixado de ser tribunais dejustica de ul-

1 1 1 1 , 1 ( \ instancia, Javimos que na epoca pre-colonial as disputas de menor im-POI'ta. l'lia eram arbitradas por um delegado do governador, que selimitava a

comunica-las a seu senhor. Os casos mais serios, porem (tipicamente abruxa-

rln io adulterio), eram levados a corte provincial para serem resolvidos pelo

I rtucipe - melhor dizendo, por seu oraculo de veneno, que, como diz

Hvins-Pritchard, era, "nos velhos tempos ... , em si mesmo, a maior parte do

que hamarnos prova, juiz, juri e testernunhas'L'

o oraculo de veneno sera detalhadamente descrito no capitulo VIII. Basi-

l:lin nee trata-se de um metodo de obtencao de respostas para questoes obs-

'urns on dificeis, por meio da administracao de veneno a galinhas. 0

V ire l icto do oraculo manifesta-se pela morte ou sobrevivencia da ave ao 01'-

(tt llo, Oveneno empregado pelosAzande era urn p6vermelho extraido de de-tcrminada trepadeira da floresta; misturado com agua, forrnava uma pasta, de

()~11e0l iquido era espremido a forca dentro do bico depequenas avesdomes-

Ii as. Em geral a dose era seguidade convulsoes violentas, por vezes fatais;

mas muitas vezes as galinhas se recuperavam. Algumas delas nao pareciam

~:~tadas pelo veneno. Evans-Pritchard levou uma amostra desse p6 para a

I I J H I I 1 I Jill IHIi' 111111II quuu (H. V II' I ~ Iltillt' ' I I ' 1'0 ( J i l l jll'opl'l d i l l . 'S U.ll~-

1 1 1 ~ 1 1 " d l ( ! ' I ~ I I I I 1 I1 ,

A qlltJ11 o! pOI'llnlo, nhvluu: 'Ill 1 I lllp," vlsibilk lld e c ia reac ao d a ga-

1 1 1 1 1 1 1 1 :(4 Htll] comportnm ' 1 1 1 0 no o r d , lln, ' SP ' c l u l r u c n t c sua morte ou so-

III ! 'V V 1 1 l 'in, 'Ilit' respond' tl pc rg un tn feitu ao oraculo, A imprevisibilidade

III!Ul'IlK l' 1:()11l() W H O ntia du vcrdade, da mesma forma como distinguiriamos

I'llil't' t 'xp I,j n iu s "fraudulentas" e "genuinas" pela incerteza do resultado.

I I~ : t , il lldc uti ltzavam varias outras tecnicas oraculares, mas 0oraculo de ve-

1 1 1 ' 1 1 ( 1 1' 1

onsldcrado0

mais digno de confianca, e por isso era utilizado nasd il l I tl (\ s J lldi iuis.

(;0H10 j6 foi l ito, asduas categorias mais frequentes de casos eram a bru-

!lilt 11 t' o adulterio. A bruxaria era equivalente ao assassinato,pois todas as

1 I 1 1 1 1 ' l tl 'I'H11 ip so fac to atribuidas a acao malefica de bruxos humanos. Ap6sijllulqll 'I' rnorte, exceto a de uma crianca pequena, osbruxos eram prelimi-

1 1 1 \ 1 1 1 1 li t idcntificados por uma consulta privada aos oraculos deveneno, em

IIII IiI de Wl' parente ou parentes sobreviventes. Se0 oraculo do principe con-

I 1 11 11 1 H os nomes apresentados, 0 veredicto estava irrefutavelmente lancado.

\ lit 1 1 ' 1 1 izl'l h0 devida pelo bruxo era estabelecida por lei.Nos casos de adulte-

I I h l , p u v n s circunstanciais podiam ser acrescentadas, mas a unica conclusiva

1 1 1 1 1 1 vt I" Iicto do oraculo de veneno. Assim, a melhor defesa de urn acusado1 1 1 I 1 ~ 1 III I T I . requerer ele pr6prio uma consulta oracular que atestasse sua

1 1 1 1 I I II - i l l .

I! 11 ') oaAzande, que acreditavam na imparcialidade e confiabilidade do

1 11 1 I !11thI~,ismetodos judiciais eram plenamente satisfat6rios. Para 0 governo

I il t 1 1 1 1 ii , naturalmente, tudo aquilo nao passava de uma supersticao absurda.

I In I II IVOH odigos legais recusavam-se a reconhecer a realidade da bruxaria,

111111H t ' lCaVailU a prova dos oraculos e nao adrnitiam a indenizacao paga pelos

IIIII III 0 1 . ; 1 a vinganca magica contra eles. Os principes s6 poderiam ouvir os

1 II 1 '11 1 Il"ibunaisdo governo e sob supervisao govern amen tal. E,embora as

lit 1i~11 I .ontfnuassem solicitando osveredictos dos oraculos provinciais, nin-

1 1 1 1 11 I II 1 ~i s via por que pagar por uma consulta, agora que seu resultado nao

uulm uu rl s valor legal. Quanto aos principes, elesja nao dispunham agora de

1111 II P H'n implementar as decisoes tornadas por seus tribunais: 0 caso sem-

1 1 1 1 I'mlll S rem seguida levado a urn tribunal do governo - nao como ape-

1 1 1, 11 1 1, I II I S como se nao tivesse havido qualquer julgamento anterior. Talvez

It 1 1 1 1 1 1 ldo essaa modificacao mais profunda de todas as sutis alteracoes pro-

\ III 1 1 1 1 1 1 1 1 P laprimeira intervencao colonial na estrutura sociocultural zande.

I) AZRl1deparecem ter reagido ao desmoronamento de suas nocoes de

I I 1 1 1 11 1 1 1 importando de povos vizinhos novas medidas de protecao contra~Ibid, p.16.7 Ibid, p.267.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 8/15

1 1 1 1 1 ti d tdl' nv l v e l . II . I I l1J' 1 11 \ I I l'Oldl"l I I 1 1 1 1 1 \ lit III 1'1WIt() tu p ( 1 1 1 1 ) XIii

. 11 1 1 I d V t '~ f 'Oil 1IIIIlIIlIllill do~ ( " 1 \ meno IIiii I mIll/10M d 11'1'110 1 ' H l ' l I v l ' l l .

lIiVllIl H l l l 'i l 'hurd 111J ' (1)U q u ira < . l i f t il, P II P I ' I ~ P I ! 1 1 IlltUJ"Ztl d o t cmu , ' 0 1 1 , I.

I\III! 1II'(lI '1l1l1~' 's sobrc ssas assoc ia c s, 11I' 'Il' ' 1 1 1 , 1 . ILL teve ~ifi u ld ad c .m

III 'W II' Oil du dos ao r 'stante do material. 'U1110 elc mesl:10 VlU cl~ram ~l1t ,

II I tI 'il Ti~ 10das novas sociedades secretas perturbava a limpida simetrra de

I II [I'i, ngulo I ruxaria-oraculo-magia,

A n tornurem tao facilmente de emprest imo esse disposit ivo cultural de

I' IS vlvlubos, os Azande agiam bem a seu modo. Evans-Pritchard assim os

1 1 ' 1 'L ' riz ;a:

..,n~Azande estao tao habituados a autoridade, pois sao urn povo d6cil . .. e mui-

to t' J 'il [ ara os europeus entrar em contato com eles; . .. sao hospitaleiros, bon-

d()~~)8, quase sempre joviais e sociaveis; ... sem maiores dificuldades, adaptam-se

I novas ondicoes de vida e estao sempre dispostos a copiar 0 comportamento

If ] III 1 s que encaram como culturalmente super iores, a adotar novos est ilos de

v ' s t l : l o . l ' i o , novas arm ase utensilios, novas palavras e mesmo novas ideias e habi-

to~ ... eles possuem uma inteligencia incomum, sao sofisticados e progressistas,

( )~ I' ndo pouca resistencia a administracao estrangeira, alern de demonstra-. 8

r an [ OllCO desprezo por estrangeiros.

N ssa caracterizacao dos Azande, Evans-Pri tchard tern 0 cuidado de

II'I' 's ntar que se referia apenas aos plebeus, isto e, aos nao-mernbros da

ril.HS idomiuante Avongara, que em todos os reinos azande funcionava como

dloustta governante e como aristocracia exclusiva. Todos os,d~mais Azan~e

' l 4 ltWa111 na condicao de plebeus. Nao obstante, dentro dessa ultima categona,

Iwnns-Pritchard percebeu certa diferenciacao entre os Ambomu (ou "verda-

d -iros" Azande), conquistadores da terra , e as varias tr ibos originalmente

u h n tidas por eles, cujos membros eram conhecidos genericamente por

A u ro , S ej a como for, ele acreditava que a dist incao Ambomu/Auro - men~s

111lU' ada, seja como for, que a existente entre Avongara e plebeus- dependia

II I 'nos do nascimento que de interesses politicos. Os Ambomu, mesmo not .mpo de Evans-Pritchard, tinham um contato mais intimo com a vida da

x rte, Tendiam tambem a ser um pouco mais ricos,

Averdadeira diferenca, porem, esta entre Avongara e plebeus. Os primei-

I 'OS , ainda na decada de 1920, viviam dos tributos minguantes dos plebeus; em

vista disso, nao tomavam qualquer parte na producao alimentar, se excetuar-

IlIO a caca ocasional. Ao contrario de seus suditos, aos quais desprezavam,

ti Ibid , p.13.

J l I I I I 1 1 1 1 v 1 I H , 1 1 l 1 l I V I II It I I I ' t I 1 1 1 I I I I I 1 I 1 l l ( 1 1 1 l~ 1 1 'l I l I "Jllli

1 1 1 1 1 II 1 1 1 1 1 1 11 11 11 ( '1 11 1 11 . By I I I 1 '1 ' II It rrd I f i l I I IIIJ 1 1 1 1 1 quudro

Ii 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 I H I I l I l l 1 1 1 '1 1 1 1 0 I 'Y O !U I U lI O d l' III \1 ' '1 m 1 1 1 1 0 :

j l , 1 1 I 1 ' I 1 1 1 1 . "I ' / , l I i l O I l t l i ( l H , IIndl IN W/.S tul 'JlIOH(),~,.P() len 10 ~ 'I' unfitri es e 0 1 1 1 -

I' lIlilClil'()N " ' l l ' 1Ii1l\dOl'~'Hl fllllN 'OSlllll1lIH mus .nrar 0111LIma fria polidez sua

ItVtH' () 110 l \oYO l'Mlldo!lll 'OiHllH 'uqu 'I'~ till' Q imp em. Descobri que, com ra-

1 ' 1 1 1 1t')lI't'~' ( ' N , n <) linhlllllll In 'IHH' utilidade 0111.0inforrnantes, uma vez que se

1 I'I 1I NilY illIl , 1 '1 11 '1 11 'I lt ' u d iH 'LII ir scus cos tumes e crencas , sempre desviando a

t u n v I ' II P "'(I P lI tJ 'O S l IS S L I1 1tos... . lngleses em terra zande nao correm 0 risco de

(1lIlrUndlr 11111 nob I' "O l11 l1 l11 plebeu e vice-versa. Ha urn toque aristocratico em

iii II v e s u u rlo, 1 1 ( 1 manei ra como se pente iam, no porte da cabeca , no andar, no

IIHUIl) d ,rolur 'no tom de voz, na polidez da conversa, nas maos que desconhe-

1 1' 11 1 0 U'i bu l h o duro e na expressao do ros to , que revela serem homens cuja su-

p II ' ol'i lude jurnais e contestada e cujas ordens sao seguidas de obediencia

111I1 'dllll t l ,9

A I'sl n rat asou plebeus, assim eram osAzande tal como Evans-Pritchard

II 1 11 11 1 1 \ . 'U ntre os a110Sde 1926-29. Janaquela epoca ele preocupou-se em

'I II I, I I' 'OJ'lS icnciosamente um sistema de vida e de crencas que sabia estar

I I I 1 I I I'ldo d saparecimento. Desde entao aspress6es e influencias que afeta-

,1 1 11 1 1 vldu zande alteraram-se de varias maneiras. No inicio dos anos 1920,

I 'Ill I I vlmes, 0 governo colonial transferira a populacao para aldeamentos

1 1 1 1 1 1 1 Ii J'tradasafimdecontrolaradoen~adosono.PorvoltadeI940,onu-

III III d' "n80S da doenca decrescera de maneira sensivel, 0que provocou um

II h i 1 1 1 1 1 mto las disposicoes: cada um podia voltar a viver onde quisesse. Os

; I Ildt ' p 11' em ter interpret ado isso como uma ordem oficial para deixar os

tid 1 1 1 1 ~ ' ( l I ( ) s , aos quais ja sehaviam acostumado.i' ' Mas 0 pior estava por vir.

I II 100 overno colonial tinha como preocupacaodominante a manuten-

II I IIII' tv . 'n protecao da populacao zande contra influencias externas. Ago-

II l'lllh H~\~aIsobjetivos continuassem em pauta, tinham sido ofuscados por

' 1 11 1 1 I . A 1 11 ta basica do governo passava a ser 0 desenvolvimento socioeco-

1 11 11 11 I I, IIOl1goprazo, do Sudao meridional e das possessoes african asem ge-

1 tI I'll) n l " io dos anos 1940, 0 distrito Zande foi escolhido como area de

IItlli lit , () de urn plano-piloto que visava, em ultima analise, inserir este e ou-

IIII II' vn . ufr icanos na economia mundial.

I l ' h l I' II 14 "

I I '"I"Id I:, IVi ning, The Zande Scheme: An Anthropological Case Study ofEconomic Development in

f " " , 1 ' 1 0 1 . ,

  II

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 9/15

A lp 'I' I,' () Z 1 1 1< 1 ., ' O Il IO I (,O il 1 )1 11 1( 1 d i l l ! pll (11o, t lilt I ' 011111 !lll '11

prlnci] [ 1 10 ultiv o I' d go I 0 vol tndo I' \I' 1 1 1 1 1 1 1 1 ' ud o 1 1 1 1 1 ' 1 1 1 lOlllll. A pl'O'

posta era d e u rn p at ern alisrn o b n .vo] 'Ill ':

tornar estas areas praticamente auto-sust nta las' apa ita-las a om -'I' ializa-

rem uma producao . .. que as capaci te a obtencao dos poucos .,. fundos neces-

sarios a sua auto-suficiencia ... [Aoperacao visava] nada menos que a cornpleta

maturidade social e estabilidade econ6mica do povo zande. 11

Para tao louvaveis propositos, 0governo do Sudao estabeleceu em 1946

a Junta de Projetos Equatoria, com umagenerosa dotacao de recursos. A essa

Junta cabia fazer tudo: supervisionar 0 plantio do algodao, cornpra-lo dos

produtores, organizar sua fiacao e tecelagem no novo centro industrial de

Nzara, exportar a producao e, pela instalacao de uma rede de casas comer-

ciais, "proteger a populacao da exploracao por parte de empresas comerciais

... [e1 ensina -la como gastar sensatamente 0 dinheiro recebido pelas colhei-

tas".12

Percebeu-se que 0 cultivo do algodao exigia uma supervisao atenta, nao

apenas porque osAzande jamais 0 haviam plantado antes, mas tambem para

garantir urn uso racional da terra, a conservacao do solo e urn rodizio adequa-do nas semeaduras. Como resultado, surgiu urn novoplano de acordo com 0

qual, no periodo de 1945-50, foram removidas cerca de 50 a 60 mil familias

dos aldeamentos de beira de estrada de 1920 para novas areas predetermina-

das da zona rural.

Considerando-se as caracteristicas nacionais e 0 passado hist6rico dos

Azande, acreditou-se que eles, como urn todo, acolheriam amudanca com sa-

tisfacao. Eram tidos como de natureza d6cil e adaptavel; obedientes acima de

tudo a seus governantes nativos, por meio dos quais seriam implantadas as

novas medidas. Na epoca pre-colonial;o sistema de ocupacao dispersa do ter-

rit6rio era 0 tradicional; e alem disso, a estreita contiguidade espacial estava

associada aos temores relativos a bruxaria.Apesar disso, os planejadores e 0 pr6prio funcionario encarregado dessa

instalacao (urn bern-intencionado e experiente ex-comissario distrital), ha-

viam feito seus calculos sem levar em conta as mudancas hist6ricas. Reining,

urn antrop6logo norte-arnericano que visitou osAzande nos anos 1950, cons-

11H.Ferguson, "The Zande Scheme", p.2-3, cit. in P. De Schlippe, Shifting Cultivation inAfrica: The

Zande System ofAgriculture, p.20.

12DeSchlippe, op.cit., p.2l.

h l l l l l i illll' ,I , Ii 1 '1 11 1 ' I II 1 11 1 11 1 11 1 11 '1 11 1 11 1 11 1 1 t i l l 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 11 11 : I I 1 11 11 "1 11 11 till tI

I III II till h I} 1 ' 1 1 1 1 'til' ( 1 I 1 1 1 i l 1'IIIIIIIf 'II 1 1 ' 1 " ill I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 n u 1 1 1 1 l 1 1 1 i 1 1 l I I

d i l l I I I I ' I II • 1 11 1 1 l 1 1 - \ 1 ' 1 1 I ~ I I , I l i l l I h i 'Ililill t i l l tI 1 1 1 ' 1 ' n i l , 1 \1 1 1 ( I Il I i '1 1 11 11 1 :

(ld"MltlltlOI'lo PI'OI'O( I 1 ( 1 P 1 0 1 1 1 ( 1 1 1 1 1 1 1 ' 1 1 1 ( ' 1 I'Od'I'1 j1l1i'l' '('I'WHllllilIO,N('II'llllIlill

l i l l i / qlll'IIN 1 1 I 1 " I I I ~ O I ' H Il'IItik 1 ) 1 1 11 1 1 1 ' 1 '1 1 1 1 ' N P ll ll ll ld l ll 1 p·IIIIIOI'(1 1 1 1 .1 1 , 11 1 1 '1 1 1 1 11 1 1 1 1 0 I I

1I0VUllpodl'(oll l l l l l lnOIHIN 1 1 1 I 1 1 '1 1 1I'I-f~lkllj/1!'II!t'"IIIJlI!'N I l d 1 l t 1 1 l 1 l 1 1 H 1 1 1 I 1 I 1 1 1

I'II(IIHN~1111111l /wo, l'I"N 1110 l 1 1 l t . ' 1 ' 1 l 1 1 1 v lv e r' d u qu ,III 1 1 1 1 11 1 - 11 ' 11 , 0 1 1 1 1' " N t ' 1 l 1 flXII'IIIIII

HIINpl' IVIIIII p·l ll v ld ll IIIIN L·,~Il'lldilH.. , UIIlII qlll'lXIl ~'0111l1111llll'I' lilt' ' 1 ' 1 1 1 1 tI ' ' 1 1 1 1 1

11Iiv l v h u u III dH!l1I 1II(lIlrirO,l/OI'IJ lul/1I11'11 C/CS I. @ (I, ratn ~(I/l81)IIl'ttl/lII~, I~IIIIIIIN

0 1 1 11 1 0 11d , d t- \u 11ll, (11111 l la s ln c ll ' IIVIII1 qll' IIIH '0 1 n L I , ~ I Iwll'll d iN [ . 1 1 'l I dl l~ II~

I lhoN 'Ill H 'I" Ii V]Vlll1]1 ' 1 ' ( 0 de s p lIiM, • os il"nlll()s vlvlnm t'llI I' '11 IId!lI( ('111'Ih 1 1 1 1

It til 1 " ' ( x im OH U IlS clos O LltI 'O S. ( ) g l' iC o ~ meu . ) I.l

( il li llo v im o s a nt r io rr nc nt e. e v .rda I, q u ) n o s is tcmu lit' 111(ll'ldirl tI

1'111 ' I I c ln 'po a l re-colonial , os viz inhos m ats prox irnos d . um 1 l( )I IH ' 11 1 1 '1 1 1

1 1 ' 1 1 ' 1 1 / 'u rum f rados G 1 ele po r laces de parcntes O O L I as,H11 ' IH O " , O il quul II I

1 1 1 1 1 1 1 1 'onsi I rad os por oc asia o d o novo plan o d e r c i n s t a l a c t o, M I N l iD 1 11 1

1 1 1 1 1 I '111pO s om e s l ev ad o s a s u sp ei ta r que asideias dos Azandc soh" , (Irumln

ill' I' ~IHq II onsideravam "normal" haviam rnudado 11 0 d O tT 'rd, 1 1 11 11 1 . I 'III'. 0 , NLCl obstante, ainda lancavam mao de relates idealizados soh I", pI IIII

lilt europ ia 01110 forma de legitimacao.l"

() m uis interessante, no entanto, e que 0 novo espacejarn 1 1 1 0 t i t ' 1 1 1 01 ' I

d 11 nr( )pareceu contribuir em nada para eliminar os ternor s I'L,r'I'('IIII'

IIII 1 1 1 1 1 tn , ' I 'ais temores permaneceram ativos nesse periodo, e O ~ AZlil id -u II

dll II!'I' idl tavam que a bruxaria era mais eficaz quando prati OdH1I P '(jIIl'1111

d ~I 11'ln, '01110 sempre, entretanto, apenas urn infortunio concr '10 d ' ('II

Illd IVIIUl11apreocupacao com tais forcas: apenas entao efetivarn lit L 'OI l Iii

IilvllI" tdlvinhos e oraculos em vista de uma mudanca de 10 al I' 111()1'l II

1 , , 1 1 1 1 ) 1 1 ( 1 ' 0 Ingar. Na epoca dos aldeamentos ao longo das estradas, tul P "[ t I ,

.1 1 IIdll t')" posstvel, mas agora, com a liberdade de movimentos r e s t I'i 1 1 1 1 1 1 1 1 1

I" 1.I I 'I l iDO le.ret~1stalayao,e bern provavel que tivessem aumentado ()S I 'Illn

Ii" ' 1 ) 1 '1 . 1 xana.

I{( lning nada diz sobre as confrarias magicas, Laynaud, urn antrop6 10 ll O

IIill II Hque visitou osAzande sob dorninio colonial frances por volta do 111('/1

"Ih II UH,()p.cit.,p.114-1S.

Illltld. p.'I ' ' 1 1 4 .

I I r l lvuns-Pr i tcbard, Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande, p.12S-6.

 

II

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 10/15

lllil P t'l Od l ll 1111 \ It', q l l t ' I' t. III 11 \ 1 ) ( 111 II 1111t1 1 I I 1 1 1 I

II III H O V 1 11 1 1 11 . . l V I I II ! W I'1 1 I1 1 l l n r l ~ i l l i l I I - lu I 1 1 1 1

1 1 " ( 1 liONIllll)!)H I I I , V t l I1 A · P I ' I t. .hurd,

( :O !llO U II) todo, OS p rln ip cs g ov crn uu t 'Ii pu r \ . iam rcr 111enUS r \Sl'ri~( cs

( 'P( 'I ' II~ (I Zun I que a ma io ri a da populact Q, L vado a efeito por in!' rrne-

d in 1( ' I lt l I uuloridade, 0 plano de reinstalacao de u a impressao de acentuar

t' II urrork lud ; provavelmente e les pensavam que agora lhes seri a rnais facil

( 11 1I1 1'0 1u l' S ' l i S suditos quando estes fossem encaminhados para um trecho

d ' 1 ' l' n J l IH 1 C J o d terra e obrigados ala permanecer. Os principes foram aindaI h '] 1 t' 1l c ln lo s om urn pequeno bonus do algodao. Mas 0pw: ;:o que pagaram a

I()II~() pruz foi alto: aos olhos dos suditos, esses governa~tes t?rnaram-se

u l I v o i l , r n a i s ident ificados a uma poli tica impopular. Em Vista dlSS0, os ple-. d . d t 17IH'WI I 'ornrl ' l ficando ca a vez mars esconten es.

A o III e s m o t empo, novos lide res iam surgindo. A educacao ocidental t eve

u rn d" nvolvimento vagaroso no pais zande, embora houvesse escolas mis-

l ion ria s desde 1916. Em 19270 governo instituiu um sistema de "escolas pri -

III I ' i . IS 1 v macule". Estas, como ocorria em toda aA frica colonial britanica,

e r u m I ist inadas essencialmente ao treinamento de professores e amanuenses

d n l 1 ie : isto e , pessoas que logo iriam quest ionar veementemente 0 funcio-

II nu uto arbitrario da Operacao Zande e que perceberam 0 despotismo e a'ol iad s govern antes tradicionais. Comecon assim a surgir uma clivagem

nil" 0 traditional e 0 moderno que recobriu as antigas distincoes entre

A V in ara plebeus. Em 1945, por ocasiao das primeiras elei coes parlamenta-

I't'. no distrito, os plebeus instruidos apresentara~ com sucesso seu pr6prio

' 1 1 1 1 lldato contra 0 f ilho do principe governante.

Essas eleicoes par lamentares ocorreram durante 0per iodo de auto gover-

no int rno, que havia sido programado para preparar a independencia total

d IR 'publi ca do Sudao. Outras a lteracoes 'estavam em cursu: os funcionarios

h "j C~Jlicos estavam sendo gradativamente substituidos por sudaneses - en-

ten a-s , n este contexto, sudaneses do Norte. Em 1955 um conflito entre tra-

1 1 1 1 1 . Lnynaud, "Ligwa:un villagezande de la R.C.A.",p.346. OsAzande daquele lado da fronteira tam-

h III haviarn sido removidos para aldeamentos aolongo dasestradas durante osanos do entre-guerras,

I I 1U $ J 1 l0 tinham sido perturbados depois disso. Laynaud faladelescomo estando em declinio demo-

K I 'I \f 1 0 (em 1955),mas conservando muito desua cultura tradicional. OsAzande cong~leses,por ou-

im lade, .dedicavam-se ao plantio comercial de algodao desde os anos 1930;economicamente e~se

'mpreendimento foimais bem-sucedido que 0 sudanes, Nos anos ~950ossudaneses falavam com m-

v )0 dos salarios e precos em vigor entre os Azande congoleses (Remmg, op.cit., p.184-6).

17 onrad C, Reining, op.cit., p.27-38 e 117-18.

IHIbid, p.9, 29e 118-19.

111 1 l h l l d ! l l t I W ,l I l 1 d , " I I l i P (I I 'I ' III' 10 (1 1 1 1 1 1 ' 1 1 i u l u ill'IllI il t ' N s n r n , 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 Il1,dl ('IHlld uu uru 1 I I I I I l t l l o q l l ' l l I '( l V O tHlldt ' 1 ' 1 1 1 ~ ' l ( ) d l l ' 1 1 l 1 1 l I " i d

1 1 1 1 1 1 ' 1 1 1 , H 1 ( 1 I h l l l ll l do liIIOI't'l1 1"(' 1111 NI i l'd' ' 011 Ir lb IIlu PUrl l U l l rnotim

1 1 1 11 1 0 1 11 1 /1I' (), qilll i 1 0 II, II 'op Hi do , 'u d 10 s u l i s l l . rgu ram-so ontra seusIlIlYO nil tll1l10l'llNluH,II) . .

() 1 I1 1( ) d t' 11)56 [J 'O UX ' 1 i ll 1'1 ' 'Ilel 11 'is total, e 1958 significou um golpe

ti l H III 1 0 'Ill ( ;11 '11]]11. » .sd ' 1962 <l hist6r.i.a do Sudao meridional tem sido

1 1 1 1 1 1 I' ~ '1111 1" sl lngl ' '11In ' t l l l 1 1 u i t u a d a . No decorrer de prolongada guerra ci-

I till ,dill' IU 'I' a do 17 < l 110S , grande numero de Azande parece ter cruzado

II 1 1 1 1 In im eli ! '~, 0 ~o Zaire atua1.20

Para os que ficararn, a situacao deve

" I II 1 1 1 1 1 1 ido upos 0A ordo d Adis-Abeba, em 1972; os odiados oficiais nor-

I Iii 1 m IIII S l lb st it L ii d os p or sulistas, e os rancores de 1955 parecem tel' arre-

11 1 d o HI'I luaimente ." Ainda nao se sabe como os Azande remanescentes se

1 11 1 11 11 1 1\ ( ) sob 0 atual regime. De qualquer modo, a vida para eles deve ter so-

II . 1 0 1 1 1 1 1 l n n c as q u e a tornaram irreconhecivel.

2

1 ' 1 1 1 1 ) 1 ' ( " Iii monografias antropo16gicas nao pretendem possuir "valor jorna-" I I II",no II nt ido de se rern uma exposicao factua l, mas contribui r para 0 de-

u v u l v l m nto de um corpus de deducoes fundamentadas a respeito dos

III II I II IWi IL tC regem a intera<; :ao humana em diferentes epocas e lugares. Os

"llIln I ohvlnmente devern ser dignos de confian<;:a para 0momenta e l ugar em

'I" 1 1 1 1 urn ' 0 . 1 tados: mas em ultima analise sao a materia-prima da teo ria, e a

1 1 1 1 1 1 1 1 ' O L L deveria ser - um processo em constante devir. Em vista disso,

I 1 1 1 , 1 II' Ib ilho original, gerado, por assim dizer, pela teoria a partir de dados

1 " 1 1 1 II lev \ s er encarado como um elo na genealogia do tema , com ancest raisII , Iilid mte s Iegitimos.

I () I 0 le ser observado com clareza singular para 0 casu de um livro

1 1 1 1 1 1 1 Ill'll aria, oraculos e m ag ia e nt re a s A za nd e. Publicado pela primeira vezII I Iii 1 71 q u a n d o ja estavam bern estabelecidos os metodos antropol6gicos de

" " 1 1 1 1 1 1 1 ' 1 " 1 ) 1 das sociedades humanas, ele tem gerado desde en tao linhas de

II I I'll I 1 1 'ja bastante di stintas entre si. E, na melhor t radicao dos protocolos

I' I II f li t 1 1 1 1 ~ O S , 0 ancestral apical e constantemente evocado como fonte de le-

III 1 1 1 1 1 \ I).A te hoje e dif icil escrever sobre bruxaria, magia, crencas referentes

1 I h l d Ii I . , 1 6.

I I 1 1 1 ) 1 1 1 1 ' .(,Olntuli.ca<;:aoessoal.

I, 1 1 1 1 1 1 ,t'Omunicacao pessoal.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 11/15

III I d I 'II I 11 I I II II I I lin

0 1 1 1 1 11 1 'l id I" 1 II i 1 I' 1 11 '1 11 11

" I I I II I I IiH I 1 11 11 111 I II ul III I·, OhH'11 III

I n 1 1 1 1 I I I I I l i l t I nhr 11 Nil

1111111 Ii, I I .v III p, I 1111'11,

A i 1111 d(lIIlI\'r~(I' II ql id,III~('III' dllf111 tit, !liDtlll' I I - v l l n v ' 1 1 11 \ ' I I I t ' Nlll!

',n hi . III INpl'O, 'p,I!' nimh xuu d p , 1 1 1 1 l 1 1 - 1 1 1 ' \ ' 1 ' , 1 . I ii' HVlIlHl Pdl 'hurd 1I I l l i l f l

lilt' tlll'l 'lllm'IlI~1 I I I ( ) 1)1'111](1(' f l 'um' N Levy Bl'lIhl, (. 1 1 1 1 1 1 1 0 1 11 '1m I 1 [' 1 )1 11 11

II( I 1 I1 ( ' I) W I i P O do MII I ( j ( , S o c / O / O g i f / f 1 ( ' ; 11 0 I u n d n , esuiu \ 1 . : 110 , MIlI 'X, 11 0 P 1 1 1 1 1 1

d ' III' 'Sll'IIll't'I1I()lo, l u l v \ 1 ' . III 'IlOS ·OI1ICHS:1vcl .

!\ I II 11 1 I ll ' 1 1I . (I " '1 u In,: o dI I. V y-Hru h I puree e ll 1'(1 1' S ' I'" 1I1 'r IIld (I

" I I\ 1 1 1 1 " l l p H l'IIlPOI\ rio, ) proprio ! i . v on s- P l'1 t h a r d r c xinhc '~I S 'L 1 d II 1,1

\ 1 11 11 ,I" P I' . . tan 10 trib ute no 'brilhantism o ' original i lad x P ' j 0 1 1 t i t , 1 I

III' II 'viii ' 1 '0111 triunfai t s sobr as lcf i11 ias t 6ri '~IS 10 (lUIOI' 1 1 1 1 1 1 1

V'1IIo,~~ q u ' Evans-P rit h ard qucs t ionava ra 0 postu lad o d Lcvy-Iuultl

1' ( I t' n' ll l • 1 I u rn " m e nt ali da de " pr im i ti va " c spec ifi a, a expli ar re n as lIpll

1'(llllt'lll ' 1 1 1 ' ) irra ionais; m as ele debrucou -se confiante sobre as considcrucne'I" t - l tivas" iSlo \o tutor frances quanto a . natureza cas represen .acoes co.e I. '.5 ,. I.

II III,lIS rcncas que, eliminadas todas asvariacces individuais, = as I11CSII~I1H

I I r t 10 lo s osmembros de uma dada sociedade ou segmento sOClal--:-as alii'

I I I \ ~ . 'Il basicas e inquestionaveis sobre as quais se ap6iam necessanarn ' 1 1 1 1 '

[0 lo s os l n ais raciocinios naquela sociedade ou segmento. Esses postu ludon(I '" '1 1 C I S sao mantidos coletivamente e aceitos de modo inconscient pili

10 ]0 individuo pela influencia penetrante exercida pela sociedade; e ~ vr,

Hruhl ( mbora devesse a Durkheim 0conceito de "representacoes coletivas )

'X I lorou sua natureza rnuito alem de qualquer outro antes dele.

Marx, Durkheim e Levy- Bruhl compartilhavam a preocupacao em expll

'(H C It nacidade daquilo que lhes parecia serem crencas religiosas irracional I

M lS Evans-Pritchard levou 0 problema para alem da esfera da religiao. ']'(1

m indo como ponto de partida a crenca insofismavel de seus inteligentes, so

Ilsii 'ados e as vezes ceticos inform antes azande nos poderes malignos I

h r u x s e na confiabilidade do oraculo de veneno, ele se pergunta par qu 01

hom 1 1 S em geral deveriam apoiar-se em suposicoes metafisicas. Como M a l 'Y

Douglas observou recentemente, a bruxaria como sisterr:a.de ~xpl~cac;:~oe '

'v rites nab postula, na verdade, a existencia de seres espmtuais rmstenosos

_ apenas os poderes misteriosos dos homens. Ela acrescenta:

1 11 11 11 11 1 1 11 11 11 1 1-

Acrenca [nabruxaria 1 esta em pe deigualdade com ateoria conspirat6ria da h iN

toria, com a crenca nos efeitos funestos da fluorizacao da agua potavel ou no vn

22E.E. Evans-Pri tchard, "Levy-Bruhl 's Theory of Primi tive Mentali ty", p.9.

I I 1 ' 1 1 1 IIIII" till j i l l

InII ,ti l 1 1 1 1 1 1 1 1 1

1) I

I I cjl 1 1 1 1 " I " ,11 1' J l( ), ~H I

Limo qu 'S-

"Iwl. I I iiiI I 1 I 1 iii ( 1 1 1 1 1 1 ,I. ,'0111[111 rll 'ITa Mundialdepermeio-

I 1 1 1 1 1 1 . 1' 1 1 1 1 1 1 1 1 Ii II o gerou 1' 8 .ndcntes diretos (Navajo Witch-

I , 1 1 1 1 1 , 1 1 1 1 1 1 , 1 1 1 1 1 1 1 ' Idu 'Ill HMt ! ., f o .i concebido de maneira indepen-

~ I I 1 1 1 1 1 N III ' I I ' I t ( ' 1 1 1 1 1 1 1 1 ' r roma d a d a s p es q u is as , Bruxaria, Oraculos

II "", II \ ,I/It/I' 1)1I11~'()lI I influen jar sensivelrnente a literatura an-

i if i I I

11 1 j l l l l 1 11 ,, , I 1 1 \ 1 1 1 ' ; v , ,1o, .studos diretamente preocupados com cren-

I I I 1 1 1 1 1 I II' I'! ~ 1 1 1 ' 1 1 re onhe em, como e obvio, sua influencia.t I f ~ 1IIIltllillo v ' e d t ! 1" parecern ter-se preocupado sobretudo

f " , 1 1 1 1 1 ~ II II( ol! [\1 II das a usacoes de bruxaria e feiticaria numa

I I H t I ., \ 1 , 1 1 1 1 1 rlu qtrc iom anatur zadascrenc;:asemsi,asquaisforam

I" j ll l' l l 1 1 11 1 11 '1 '0 1 11 0 l"IJI1 idioma para a expressao de tensoes latentes.

II 1 1 1 1 tllli 1 1 1 1 M Il'y Douglas:

I I ~ I t, d lt i l l " f l, V I I I IM ( 11 '1 1 ,c hard , ao que se esperava, deveria ter estimulado mais

Itl I I I 1 1 1 1 1 1 I t tI , I ' 1 ' 1 1 1 i1H 1 essociais da percepcao, Em vez disso gerou estudos

I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 I I I . HllIltlgl r d e sel" rnostrada como infinitamente complexa, sutil

hl l II I I II II ~ (I 'III P ' r nca e sociedade foi concebida como um sistema de

1 1 1 1 ,I . 1 1 1 1 1 / I . , II I / m e r . ' 11 ,rativo.24

1 11 1 1 11 11 II II' I 'S I\' uso Iimitado, os instrumentos conceituais forja-

Ill! II ,\ ' 1 I 1 1 c 1 1 ' mostraram-se valiosos: OS"estudos de micropolitica"

I I tH"'1 .1 P 1 1 ' 1 " ln s nocces de bruxaria e feiticaria serviram para eluci-

II !I " Ipl III 'ottO tinha sido possivel, as realidades do poder e do

II I til ,III Id It l 'M I. pequena escala. Algumas das conclus6es assim al-

II 1 '1 11 " I 1 1 I 1 II I v rdade ser utilizadas na analise de situacoes politicas

llillil 1 1 ' 1 1 II,(I jornaltstico do termo "caca as bruxas" no pas-guerra

1 1 1 1 1 1 1 1 1 I. HII 1 1 1 0 onhecimento etnosociol6gico.

IIt l l · 1 1 1 1 1 1 1!lunlo que acusacoes mutuas de posse e exercicio de pode-

lit 1 1 1 1 III tllf\ly 'is xprimem conflitos sociais e polit icos nao e algo1 1 1 1 lli'lII 1 1 ' 1 1 I I, nem muito util, A questao e: quais conflitos? Entre

I II lilt 1 \ 1 1 1 ' Il l' circunstanciasi Em outras palavras - e possivel pre-1 1 1 1 11 1 I 1 '1 '1 ( ) memento e numa determinada sociedade, as acusacoes

1 1 1 1 , Id u ' li o n: Thirty Years after Witchcraft, Oracles and Magic", p.xvi.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 12/15

1 11 11 11 11 I I ' 1 1'1 ,1 11 1 II l I d ii til Il't II" II, I· " 1 1 \ 1 l'lllldo IlHlmilllllod IIlid I III ollll~' 'r HI f ' l I l J 1 I H lVII, I II ! ' 1 1 1 ~ 11 I' ' 1 1 t l l I) IlIllw ' I ' . fill I I d l l l~ 1 1

1IIII't d· Ull I~' M . ' 1 1 , iii 'I'll, (1 O bl l ' I V V I ' Pili 0 1 1 1 1 ' 1 1 VIII'I VI' I ( lid I

1 1 ( ' 1 1 1 1 1 ' 1 1 1 I )?

I) V ' Il iON Hlml l I' PilI V Il'III~' () qu' II.v 1 1 1 1 1 Pl'ldlll'd II o ('o j i l l ' W IIHII

II li d I 1'"1' I 'll III Pt'!'KIIIII l.,1 \, CI'~'iH,'I, I~ l I ! l I l ' II 1I>l'lIxnl'llli n 1 1 1 1 '1'IlI'l'llIlhl~

PI ) I' · 1 ( 1 ) 1 1 1 1t' 'rio pou t» , no d : I i s l . 'O cstllo ( 'U l l ' io n n J i s l ll du p o c n , COIlIO 1 1 1 1 1 1 1

1 1 11 1 1 I l 'j I C H I l 1 h il l z . l1 d o l ' t l do s is l 'Inn so .icmo I'll I. E v n n s - I ' r h c h n r l m o s tr 1 til

ruodo plcnmucntc surisfutorio O I 1W l l S rcncus -ru m ls olu du s d qUli lHll iNh

I I I ' \ ' ' I l '111'Ill S' pu d 'SS irn ' 1 1 0 ar 'om u s 110fl1iDS baslcus da so -i ' dud ' 1 , 1 1 1 1

II', I\,~ lm, II 'I: "liyn d q u 1 ap " I1 a8 o s pleb 'U S pod 'darn s cr b l'L lX O H l ' x , 1 1 1

I I l tO I l H l I i 'tlill 'nl" n possibllid ad c d a u sa cc C S o ntra q ua isq u r mcmhro Ihl

II'iMlt) 'ru la avong ara, pois 'las seriarn preju dic iais a sua au torid ade " H'tl

[11" t glo. I 0 11 sm o m odo 0 sis tema de rencas imp dia que a s r nu ll u l'r'H

I 'U " ' 1 1 1 os m arid os. U m a vez que entre o s ple be us a bruxaria e ra t id a coruu

II IJ ' ' d i tt i ri a ., l im filho tam bern n ao podia acusar 0 pai sern que simultuurn

II I uu ' I 1 L O a usasse a si mesmo, como herdeiro de um a linhagem 1 1 1 < 1 ulndu,

Em HIm,,,, a, a utoridade dos pais sobre osfilhos, dos maridos sabre as espos III I

10 I r n ipes sobre os plebeus mantinha-se inatacavel. Expressando :lIWIIII

I 'n,' '$ .nt te r ivais e iguais nao-aparentados, as acusacoes de bruxariu H 11

d,s ' deas como uma especie de instrumento social polivalente - ao n 'SIIIII

tempo restringindo todo comportamento agressivo (que poderia sus 'ilill

1 'uso s) e, em aparente contradicao com isso, exibindo publicament ' 1'(

r 'I1ti n ntos de forma nao-disruptiva. Tratava-se de fato de um sistema d I

xuirrole com feedback negative.

01110 a proprio Evans-Pritchard deixa ver, a sociedade zande din, I

In nt funcionava de maneira homeostatica 11 0 tempo em que ele ali residlu,

I' [0 ontrario, ela seencontrava em plenos estertores da transformacao -1111

po 0, transformacao nao-violenta, mas nem par isso menos radical, pols II

Id ministracao colonial minava a propria estrutura da autoridade que ascreu

~'IS na bruxaria pareciam tao bern adaptadas a proteger. E bern possivel ([II

'It tais circunstancias as cren<;:asem si e as praticas que as envolviam nao I '

I I I am tido tanto um efei to horneostat ico, mas antes um efeito nitidamcnu-

onservador, ao conter os resultados da mudanca e l imita-Ios a uma direcilu

leterrninada. E tambem possivel que realmente tivesse havido um aumeutu

de acusacoes desde os dias do rei Gbudwe. Seria interessante saber, mas quan

to a isso- e como nao existem dados quantif icaveis sobre 0 estado de cois I

no tempo de Gbudwe - Evans-Pritchard nao nos pode esclarecer. A l lJl i~'11

indicacao que ele nos fornece a respeito de uma reacao indigena it transformu

I II' ,IOflllllllll 'Of'ltinuity in an African Society,

II II I I I I I \ ' I /P Village: A Study in the Soc ia l S truc ture o f a Nyasa land Tribe .

! I Iii litwl(1l.ontext ofCewa Witch Beliefs",(I) p.120-35e (II) p,21S-33; eSor eery

1 / 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 II/the Northern Rhodesian Cewa,

lit I,' W i(Ii 'I~lft:,Economics and the Continuity of Belief', p.141-60.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 13/15

I ". II d l' I j I V Ii d I I Ii •II j 1 t ! 1 I ~ I lilt 1 1 1 1 1 1 1 I 11 I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 • hl'IIMt'11i11 lit'

I~I'I Illdo 1 'II I~ l 1'1' l i s , pU1 '1 voltur lU1I1I1 1111q u m u l o u I .nsoes d l m I n u nu.

A PIII'III' d ' 1 o I I l I P 'I'~pI t ivu, bastou u m peq u 'II() m b or a t alv e» im p ru d en t

P I o IH11'O .onslderar-se 0 au rn en to d I, I '1 1 1 l1 Ie s d e b ru x aria como urnr uumn I' s oc i ' da de "doente".29 A so i cdad nferma era implicitamente

dl'lllIlll 1:01110 aqu la que estivesse atravessando uma mudanca brusca e de

I O Il ~ ( ) illmncc, como a produzida pela situacao colonial na Africa, ou pela Re-

V()llI~'lO In lustrial europeia.30

Em tal sociedade, segundo a teoria, as crencas

III [)I'lIX iris proliferavam descontroladamente, podendo causar danos series,

to I I NO qLI , numa sociedade que desfrutasse de alguma imobilidade edenica

Pl'(' ' x iM t ntc, as crencas eram controladas e socialmente uteis, "uma especie

1IIIt'II'lI1llnte domesticada".31

M smo deixando de lade os pre-julgamentos morais implicitos em ex-

I I' ill d tipo "sociedade doente", a hipotese e inteiramente inverificavel,

N 1 0 1 1 1 anas em virtude das quase insuperaveis dificuldades de quantificacao

(M Il'wi k32fez um bela esforco com seu material sobre osCewa, mas como se

I (l I ' 111 dir 0 grau de tensao interpessoal que consti tui uma disfuncao so-

'III?), 1 1 ' U t S tambem em razao da impossibil idade de construcao de algo que se

rproximasse de uma escala adequada de tempo. Os antropologos visi tam as

N O 'j 'clades que pesquisam (como Evans-Pritchard visitou osAzande) duran-

I •urna certa epoca. POl 'um motivo ou outro, muitos deles nao retornam a es-

III so iedades poster iorrnente. Com sorte, podem permanecer la 0 tempo

,~IIi i nte - ou voltar muitas vezes- para testemunhar com imparcial idade

IlHI lancas cicl icas a curto prazo, como as descritas pOl' Turner , Mitchell e

M a rw ic k . A le rn disso, como Ardener , podem ser afortunados e engenhosos

n o r na n u se io de documentos ja.existentes, ou na descoberta de informantes

I losos que atravessaram pessoalmente alguma mudanca. 0 espectro tempo-

I'll I'll que um antropologo pode estender suas observacoes, contudo, e em

H'I'ct! dolorosamente curto, e para certas finalidades essa insuficiencia nao

pod ser compensada nem mesmo pela observacao mais r ica e detalhada.

Muito menos pode 0 antropologo - trabalhando numa sociedade pre-

I'lrada, sem documentos e registros sisternaticos - encontrar apoio suficien-

I' '111 fontes histor icas. Um historiador que trabalhe, digamos, na Africa,

pesquisando 0 passado pre-letrado (mesmo recente) , deve recorrer , tanto

quanto qualquer etnografo, as declaracoes de inform antes vivos; quando essa

~ p, Mayer, "Witches", p.lS.

.10 I d em.

,IIMa.ryDouglas, Witchcraft Confessions and Accusations,p.19.

,12M.G. Marwick, Sorcery in i ts Social Set ting: A Study of the Northern Rhodesian Cewa, passim.

Illld',IIlIIl'1i II If II du, ) P III 11111 IOI~ I ( I U I I j('vlIIIII II 1 1 ' 1 1 I dt ' Whl'I"

III 111''1" ol( H I I ( PIII'II, IIpil, (I I' I l I l l l II II' '1'110 'III "'los de v l a ) ) I 1 1 'S

Ilfllt·dlll'CII).POI ' mo tl vo VI do , II 0 Ill' I od 1)ull) II' nenhumu d ssas fontes sc -

gurlls qunuto II d l<10S t c [ l I I iH i l ' I l iv ()1l n I' ' sp ' i( 'o do ressurg im nto e queda das

I .usucc 'S I' hruxur iu 11 0 de '01 '1"1 ' d ' Io n . , .OS, mas bern def in idos periodos de

1 '1 )110; C mui ro In n os q u an to a possibilidade d e correlacionar tais fenorne-

1,101 '1 OLIC l ' aS in stan las d o proc esso d e rnudanca social.

A situact 0 e bern diversa, contudo, para a tribo mais tradicional dos his-toriadores - que trabalham sobre documentos historicos produzidos por

lima sociedade letrada, com possivelacesso a materiais como registros paro-

quiais, judiciais etc., assim como aos pronunciamentos de testemunhas con-

tcmporaneas instruidas, Com efeito, esse pesquisador muitas vezes se ve

I rivado da oportunidade de fazer observacoes diretas e questionar informan-

I ' S ; mas, por outro lado, ele tem a possibilidade - como fez MacFarlane re-

intemente.em sua pesquisa sobre 0Essex nos periodos Tudor e Stuart33-

I vasculhar registros e outras fontes escritas de uma area determinada, para

limperiodo de mais de um seculo. Por essa via , elepode tel 'uma ideia do au-

II I nto e decl inio das acusacoes debruxaria durante longos periodos - perio-

I s bem documentados, alem disso, com respeito a fatores econornicos,

politicos, religiosos e outros. 0 material e mais pobre, mas muito mais exten-

o. f: como se Evans-Pri tchard t ivesse acesso a registros escritos de todos os

lS0S levados aos oraculos dos principes, desde muito antes da epoca do rei

Gbudwe ate os nossos dias, mas sem tel' a possibilidade de presenciar uma

I ' l l ica sessao oracular ou falar com um so informante.

Nos anos recentes, uma historiografia inglesa de orientacao mais sociolo-

gl a34voltou sua atencao para a evolucao das crencas - e especialmente para

1 to levada a efeito contra bruxos eoutros praticantes do mal mistico na

In laterra e Europa continental do passado -, numa tentativa de relacionar

IS variacoes de intensidade desse fenomeno com outras variaveis historicas.

Ihl1 termos antropologicos, as conclus6es desses trabalhos foram ate certo

ponte desconcertantes. Mas em ultima analise tornaram-se reveladoras. Pa-que no contexte europeu a era em que abruxaria esteve realmente ativa e

v i orosa teve um come<;:oeum fim bem definidos. Surgindo de um nivel an-

II AI.anMacFarlane, Wit chcra ft i n Tudor and S tuar t Engl and; "Wi tchcra ft in Tudor and S tuar t

Ii , H , , " .

\ II r. Trevor-Roper, Rel igion and theDecl ine ofMagic; Norman Cohn, "Warrants of Genocide. The

M y t h of the Jewish World Conspiracy and the Protocols of the Elders ofZion" e"The Myth ofSatan and

III Human Servants"; Alan MacFarlane, Witchcraf t in Tudor and Stuart England; Keith Thomas

"t\ IIthropology and the Study of English Witchcraft" e Religion and the Decline ofMagic.

 

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 14/15

1111 I II IIII IIlIItI 10 liP1 1 '~ '1 I 1 I II III "iluun 1111111 H , ~llllkll" .eu hupetuo-

1 1 1 1 \ ' 1 1 1 ' IUI'llllt· (lillie 'ldoN X V I t' X V I I , utuuulu tu u Illd .nlo do de '01'l' 'I'do

l I t i o X V I I I ) [ u n n d u e c i n l l a v a u R e v u l u r ( 1 1 1 1 I 1111'111. Is 0 on t rad izd i r ta -

IIII'IIIL'II II ip! 'I C S • 'I ll on sid crava a br u xu 1 '1 1 1 L1 ll l g ,i II t or na " d e transforrnacao

tli lnl r p i 10.N t o qu e a sociedade europcin, cluro, tenha ficado exatamente

• I 11'1 lur 0 '1 ' ' os S - ulos da Renascenca, da R forma e da Contra- Reforna:

' 1 1 1 1 ' ' un to) nuo scpode mais afirrnar que a "febre da bruxaria", mesmo entre

(I POV( ) S d .sprovidos de sofisticacao cientifica, acompanhe todae qualquer

" (IIlV \lIS l 0 so ial. (Em verdade algumas das evidencias africanas ja apontavam

d· ao ) 35( IX 1 11 11 11 'IIC 11 ssa irecao) .

Hll1bOl:amuito do material europeu ainda esteja por analisar, e 0 campo

11'1 ' IIHl11 .ca inteiramente aberto a especulacao, dois pontos adicionais pa-

l' '11TI taros, Os historiadores estabeleceram de forma praticamente in-

i! ' !.Illv\[ a futilidade de explicacoes sociologicas simplistas, baseadas em

orr , l o y s univocas, acerca da propagacao e incidencia das acusacoes de

h ru x i r fa , POl' outro lado, como os mesmos historiadores reconhecern, sua

lhol' lag 1 11 do fenomeno da bruxaria foi substancialmente enriquecida e in-

Il'iHli(1 a lapelas contribuicoes da antropologia. Em sua maioria, tais contri-

h u l c s r metem diretamente a B ru xa ria , o rd cu lo s e m ag ia e ntr e o s A za nd e.

IU s assim 0 que sepode dizer a respeito da vertente que vai dos "estudosIo bi' \ mi ropolit ica" as teorias sobre a sintomatologia da transformacao

o 'i il, " pOl 'esta via, a reinterpretacao de certos aspectos do passado euro-

Il .u . Mas essa esta longe de ser a (mica l inha de descendencia que remete ao

• I U 1 0 de Evans-Pritchard. No correr dos anos, aumentou notavelmente 0

nl 'I~sse sobre as deterrninacoes sociol6gicas do conhecimento e da percep-

\' 0, interesse que nao cresceu somente entre os antropologos. Dentro da pro-

I l l - i n untropologia Victor Turner3 6

iniciou sua carreira com urn classico

• I Ll :1 0 funcionalista sobre as implicacoes sociopoliticas das crencas causais;

1l~'~1 trabalho posterior debrucou-se com resultados notaveis sobre a lingua-

p , 11 \ simbolica em que se apoiam as cren<;as.Assim, Turner nos deu para os

N d .mbu urn mapa indigena completo da sociedade e do cosmos, uma carto-H I' If! t desenhada em cores e texturas, com as propriedades naturais de plan-

I",~,!rvores e pedras usadas no ritual?7 Desde entao os "mapas cognitivos"

-ntraram em moda, mas poucos foram os desenhados com tanto cuidado e

IIIlIOI', Nil All' II ( It dlllllll, l lnrlnu, 1 1 1 1 '1 1 1 1 1 0 1 '1 1 1 (I IlcilM X I I I I lM , 'X,pIO('()lIO

" , ,11(1110 I I I (I) d ll 1 11 01 1( '1 0 111 ( 1 H I ' II I I l Ii '~'1 1 1 1 1 1 1 d ,d ' u l t mconrrando C a n t o

, ~ l l l w l h li\~-II qUIIllO d r 'I'~II~ I fl gnHl'nl l v u s d l f ll l t \ das ideal izaco s episte-

mol: gi 'ns du 'j 11 - I I ( ) 'Id ' 1 1 1 t l 1 . , I H ,li.st"s S ( O ; \' 1. p nas dois exemplos entre rnui-

W H . 1 1 6 a l g u n s unos ~IAsso ia (0 de Antropologos Sociais da Gra-Bretanha e

1 1 ;O l1 1l1 1 ida lcBritani a 1 atrocinou uma conferencia sobre 0 tema "Antro-

pologia e medicina" na qual foram discutidos os determinantes sociais que

atuarn sobre as nocoes de saude, doenca e cura, nao apenas no contexte de

.ulturas pr -letradas, mas tambem nas industrialmente avancadas. E interes-

sante observar que a ess~conferencia compareceram medicos, alem de antro-

pologos. Tradicionalmente a profissao medica tem-se mostrado urn tanto

Ienta no interessar-se por ideias "nativas" sobre etiologia, embora haja hon-

rosas exce<;6es.39

Mas a "sociologia do conhecimento" permanece um problema episte-

rnologico. Preocupados com isso, os filosofos muito a proposito aproveita-

nun 0 farto material de Evans-Pritchard, rendendo assim tributo a precisao

II 'SLlasobservacoes e a profundidade de sua compreensao, Collingwood usou

S L1 t rabalho para discutir a natureza de percepcao estet ica 40 , enquanto Po-

Ianyi dele sevaleu ao especular sobre a propria possibilidade de urn conheci-

mento genuino.t' Em nossos dias, Gellner, MacIntyre e Winch, entre outros,d senvolvem uma discussao constantemente enriquecida por aportes que, di-

r ta ou indiretamente, derivam de B ru xa ri a, o ra cu lo s e m ag ia e ntr e o s A za nd e.

Alem disso, sejaqual for 0 interesse na reconstrucao das genealogias inte-

tuais, Evans-Pritchard e, para 0 antropologo dos anos 1970, alguern muito

mais importante do que urn ancestral reverenciado - e um colega que tor-

n 11,como que miraculosamente, 0$ Azande de meio seculo atras nossos con-

I mporaneos, tanto quanto dele mesmo. Por is so 0 emprego do presente

'l'l1ografico nesta versao condensada, tao absurdo a primeira vista, termina se

I' velando de singular adequacao. De qualquer forma, pareceu mais indicado

xmserva-Io no corpo do texto, para que 0 proprio Evans-Pritchard nos fale

'om sua voz inimitavel,A despeito do maximo cuidado tomado, ha sempre 0 risco de que uma

ondensacao desta natureza encerre algo como uma profanacao. Passagens

11I11.itoueridas - por vezes capitulos inteiros - tiveram de ser forcosamente

, IN l. M,Wilson, The Analysis ofSocial Change, p,154;Clyde Mitchell, "The Meaning of misfortune

1\, , ·urban Africans".

I() V . W . Turner, Schism and Continuity in an Afr ican Socie ty .

11V,W'. Turner, Ndembu Div inat ion, Rel ig ion, the Ref orma tion and Soci al Change, The Drums o f

l \ f f l l c t i o 1 ' l e The Ritual Process.

\11Robin Horton, "African Tradicional Thought and Western Science".

\I) B . T . Ackerknecht, "Problems in Primitive Medicine", "Primitive Medicine and Culture Pattern" e

"Natural Disease and Rational Treatment in Primitive Medicine".

'WIt. a. Collingwood, The Principles ofArt.

,IIMichael Polanyi, Personal Knowledge.

 

III

5/17/2018 Bruxaria, Oráculos e Magia entre os azande0001 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/bruxaria-oraculos-e-magia-entre-os-azande0001 15/15

1 , 1 1 1 1 II uIo Id I I I I ~ Ii dl1dl1110l'IIIII 1 I I - \ I t d l l ~ . 1 filii III 1 1 , 1 I O P l d I PH il ,' ~ ~ ) I I

" " 1 1 1 1 1 1 ' II lin', POI' i l n d u , 'Ill lllll~ II tlIIIIII'V d ll d " , ] 1 I' ' ~ '~ II'll.m,1I,"S,I 'ri ll. l~.

do III t l lo, c ases \ hlstoria», I () l lhll lid 1 1 1 I 'iqlll!110 11l1J111 IOSOS, n:L~l tOti

I t ' K IO M 1 1 ulvo«, II I tanto nriq u \ iuru • II V 1 1 1 1 nbor ao trabalho on zinal.

( :OIl lO romp ' I1 S tl~ t 0 ao menos parcial, () 11 1 -Ihol' onselho que posso ofere ~r

1 1 1 1 lc lto r d ·HI ' ad i~ .o condensada e , paradoxalrnente, que a encare ap~ndS

' 01110 urna 1iturapreliminar. Como intrcducao a u~ ~os gr~ndes c~asslc~~

ob r 0 u ss un to e la e adequada; mas idealmente devena induzir seu le~to~a H

lid 11 1 t ; ) ornprar, pedir, roubar - ou ate tomar emp~estado numa bibliote-

'I Ulna ] iyao completa de B ru xa ri a, o ra cu lo s e magta entre osAzande, para

I 'I' tu 1 0 d o ornec o ao fim.

EVA GILLIES

1\( i' II,IIKNBCII'I', II..! I."I'robl 'IllS of: Primitive Medicine". Bulletin of the History ofMedici-

/J fl,XI, I ( )/ I ) [ ,. 50 I. I.

, " P r l m l tl v 'M d i inc and Culture Pattern". Bulletin of the History ofMedicine, XII,

lilil , , , . : , 1 1 5 - 711 .

• IIN i ll U 1 ' 0 I I i S C H S c . : S an d Rational Treatment in Primitive Medicine". Bulletin of the

I T / . I I I / y o j ' M c r i i . c i n e , XIX,' 1946, p.467-97.

\ 1 1 1 I I I , N 1 1 , 1 ( , J 1 . d w i l 1 . "Wit hcraft, Economics and the Continuity of Belief'. In Mary Dou-

flhl~ (mH·)· Witchcraft onjesstons and Accusations. A.S.A. Monographs 9. Tavistock

l'ulillenrlons, 1970, p.141-60.

/ 11 11 1 / , ./ ;lIz(/1 Province Handbook 1911. Anglo-Egypt ian Handbook Series. Londres,

I I ,M , S . O , . [ I]

I IIIIN, Norman. vvarrant for Genocide . The Myth of the Jewish World Conspiracy and the

I I / u / o n ls a/the Elders ofZion. Londres, Eyre and Spottiswoode, 1967.

, '' 'I 'l l' M y t h of Satan and his Human Servants". Mary Douglas (org.), Witchcraft

! 1 I I / r ; ' , ~ , ~ i o / l s an d Accusations. A.S.A. Monographs 9 . Tavis tock Publica tions , 1970,1 1,1 I I .

I IIIIINIIWO I?, ItG. The Principles ofArt. Oxford, Clarendon Press, 1938.III I , III,I(PPII, P. hitting Cultivation in Africa: The Zande System ofAgriculture. Londres,

1 I 1 1 1 1 1 1 · d g and Kegan Paul , 1956.

t It l i l t l i A S Mary (org.). Witchcraft Confessions and Accusations. A.S.A. Monographs 9.Ta-

IMI(It'I~ub l ica t ions, 1970 .

• "II \Ired uction: Thirty years after Witchcraft, Oracles and Magic". In --. (org.).

I / 1 / 1 1 t c r H J t . Confessions and Accusations. A.S.A. Monographs 9. Tavistock Publications,

1 '1 III, p.xlii-xxxviii.

III I'IH'I '(;11ARD, E.E. "Levy-Bruhl' s Theory of Primitive Mentality". Bulletin of the Fa-

1 1 / / /1 ' t J f 'l \ rl S . u (1) , Egyptian University, Cairo, 1934.

I I / ( ' h c r a j l , Oracles and Magic among the Azande. Oxford, Clarendon Press, 1937.

1 1 , r ' !lz(I./'Ide:History and Political Institutions. Oxford, Clarendon Press, 1971.

1111i1111t~1 Robin . "African Thought and Western Science". I: Africa XXVII (1), p.50-71; II:

I / I h ll X X X V U (2),1967, p.155-87.

I I I \1 1 1 1 , il!l1ile. "Ligawa: un village Zande de la R .C.A". Cahiers d'Etudes Africaines

Iii 01·l'mtique des Hautes Etudes, Sorbone, 6"" ', Sciences Economiques et Sociales) ,

I t t l I II . ' '' " cahier, nell, 1963, p.318-412.

I I ' 1 I1 11 N 11 , Alan. Witchcraf t in Tudor and Stuart England: A Regional Comparative

//lIIt', 1 1 l ) 1 1 i res, Rout ledge and Kegan Paul , 1970 .

" w t t e h raf t in Tudor and Stuar t Essex". In Mary Douglas (org.). WitchcraftConfes-

/IIU. II l1d II cusations. A.S.A. Monographs 9. Tavistock Publications, 1970, p.81-99.

I' 'II I, M, . "The Social Context of Cewa witch Beliefs". I: Africa XXII (2) , 1952,

I' 1 I I I \~ ; II:Africa XXII (3),1952, p.215-33.

3I