Business Plan - Documento Estratégico

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Sumário

1. Introdução - A pobreza no Brasil ..................................................................................................... 4

2. O ChildFund Brasil................................................................................................................................ 5

2.1 Como Atuamos .............................................................................................................................. 5

2.2 Histórico do ChildFund Brasil ....................................................................................................... 5

2.3 Ideologia ......................................................................................................................................... 6

2.4 Valores ............................................................................................................................................. 6

2.5 Visão ................................................................................................................................................. 7

2.6 Governança ................................................................................................................................... 7

2.7 Estrutura Organizacional .............................................................................................................. 8

2.8 Beneficiados em 2014 .................................................................................................................. 8

3. O Brasil ................................................................................................................................................... 9

3.1 Geografia ........................................................................................................................................ 9

3.2 Economia ........................................................................................................................................ 9

3.3 Cultura .............................................................................................................................................. 9

3.4 Religião ............................................................................................................................................ 9

3.5 Acesso à Informação ................................................................................................................. 10

4. Teoria da Mudança........................................................................................................................... 10

4.1 Teoria da Mudança e os alvos das três etapas da vida .................................................... 11

5. A doação no Brasil e no mundo .................................................................................................... 12

6. Estudos sobre doadores no Brasil – Parceria RGarber Instituto de Pesquisa ....................... 13

6.1 Perfil dos doadores no Brasil ..................................................................................................... 13

6.2 Doadores do ChildFund Brasil ................................................................................................... 14

7. Major Donors e o investimento social privado familiar ............................................................ 15

8. Investimento Social Privado ............................................................................................................ 16

8.1 Censo GIFE e o Investimento Social Privado ......................................................................... 16

8.2 Volume de investimento - Censo GIFE ................................................................................... 17

8.3 Parceiras preferenciais - Censo GIFE ...................................................................................... 18

8.4 Critérios para definição das ações - Censo GIFE ................................................................ 18

8.5 Áreas de investimento - Censo GIFE ....................................................................................... 18

9. Financiamentos governamentais .................................................................................................. 18

9.1 Mecanismo de apresentação de projetos............................................................................ 18

9.2 Gerenciamento de fundos ........................................................................................................ 19

10. Cooperação técnica Internacional ............................................................................................ 19

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11. Concorrência do ChildFund Brasil: direta e indireta ............................................................... 19

11.1 Análise de mercado - Totti Hirokawa Consultoria (2015): ............................................... 20

11.2 Participação no mercado e apadrinhamentos - Totti Hirokawa Consultoria (2015) . 21

11.3 Canais e formas de recebimento das organizações - Totti Hirokawa Consultoria

(2015) .................................................................................................................................................... 21

12. Canvas Social .................................................................................................................................. 21

12.1 Canvas Social do ChildFund Brasil ........................................................................................ 23

13. A Mobilização de Recursos .......................................................................................................... 23

13.1 Dos clientes ................................................................................................................................. 24

14. Ações no Segmento Eclesiástico ................................................................................................ 24

14.1 – Perfil religioso do Brasil .......................................................................................................... 24

14.2 IVS – Índice de Vulnerabilidade Social ................................................................................ 26

14.3 Estratégias de envolvimento: Aliança, Parceria e Relacionamento ............ 27

14.3.1 Aliança .............................................................................................................................. 27

14.3.2 Parceria ............................................................................................................................. 28

14.3.3 Relacionamento ............................................................................................................ 29

15. Ações no Segmento de Pessoas Físicas .................................................................................... 29

15.1 Big Data .................................................................................................................................... 31

15.2 Inbound Marketing .............................................................................................................. 32

15.3 Redes Sociais .......................................................................................................................... 34

15.4 Member get member ......................................................................................................... 39

15.4.1 Transformar ...................................................................................................................... 39

15.4.2 Evangelizadores (Celebridades ou pessoas não famosas) ....................... 41

15.5 Campanhas sazonais .......................................................................................................... 41

16. Ações no Segmento Corporativo ................................................................................................ 41

17. Ações no Segmento de Grandes Doadores ............................................................................. 42

18. O ChildFund Brasil e o Investimento Social Privado ................................................................ 42

Expediente .............................................................................................................................................. 43

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1. Introdução - A pobreza no Brasil

Apesar de políticas públicas terem promovido avanços nos últimos anos, ainda são muitos os

desafios que o país deve enfrentar para garantir à população brasileira todos os seus direitos,

especialmente para as crianças e os adolescentes.

A privação, a exclusão e a vulnerabilidade são uma realidade. Segundo o Banco Mundial, 18 milhões

de brasileiros continuam vivendo na pobreza, um terço da população não conseguiu acessar a

classe média e se mantém economicamente vulnerável.

A insegurança alimentar é problema grave. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), em 2013, cerca de 52 milhões de brasileiros estavam sem acesso diário à comida de

qualidade e na quantidade satisfatória.

Embora o Programa “Minha Casa, Minha Vida” tenha reduzido o déficit habitacional, ainda é

necessária a construção de 6,27 milhões de domicílios, segundo a Secretaria Nacional de

Habitação (2015). As favelas continuam sendo o destino de milhares, que sofrem com o

preconceito, a violência e a falta de infraestrutura.

No quesito saneamento básico, o Brasil está na 112ª posição em um ranking com 200 países,

segundo o Instituto Trata Brasil e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável. Ainda permanecem sem acesso a água tratada 17,15% dos domicílios, segundo o

Censo de 2010.

O trabalho Infantil não foi erradicado. Até 2013, mais de 3 milhões de crianças e adolescentes,

de 5 a 17 anos, trabalhavam no Brasil (IBGE/Pnad).

O abuso e a exploração sexual atingem crianças e adolescentes. O Disque 100 recebeu 31.725

denúncias em 2013.

A conclusão do Ensino Médio até 19 anos ocorreu somente para 32,4% dos jovens pobres,

segundo o Movimento Todos pela Educação (2013). E menos de ¼ das crianças de 0 a 3 anos

tiveram acesso à creche em 2012, segundo o Instituo Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP).

Como visto, milhares de crianças e adolescentes continuam em situação de vulnerabilidade,

exclusão e privação. Tal realidade desafia o ChildFund Brasil, motiva-o a encontrar soluções e a

buscar recursos para oferecer a eles um desenvolvimento digno.

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Privação

Estado de privação de saneamento básico, serviços de saúde, renda familiar digna,

qualificação profissional, segurança alimentar, moradia adequada e educação de

qualidade.

Exclusão

Exposição à discriminação devido à renda, deficiências físicas e mentais, raça e

gênero.

Vulnerabilidade

Exposição a situações de abuso, violência, desnutrição e negligência.

2. O ChildFund Brasil

2.1 Como Atuamos

Há 49 anos, o ChildFund Brasil trabalha obstinadamente, para levar dignidade a milhares de

crianças, adolescentes e jovens brasileiros que estão em situação de privação, exclusão e

vulnerabilidade. Hoje, a organização segue criando, executando e aprimorando tecnologias,

programas e projetos sociais que promovam impactos positivos e transformadores.

Em 2014, o ChildFund Brasil beneficiou mais de 56 mil crianças, adolescentes e jovens e

aproximadamente 178 mil pessoas. Colocamos em prática 274 projetos, alinhados com as

diretrizes da Política Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome.

2.2 Histórico do ChildFund Brasil

Quando centenas de crianças chinesas foram vítimas da guerra sino-japonesa, os norte-

americanos e missionários presbiterianos Calvitt e Helen Clarke não cruzaram os braços. Em 1938,

com apoio e recursos dado por amigos, eles foram para a China com a missão de ajudar essas

crianças. E, a partir desse gesto de solidariedade e generosidade, criou-se o China Children's

Fund (CCF) com um sistema de apadrinhamento. Os resultados positivos impulsionaram a

expansão da organização, e o nome foi mudado para Christian Children's Fund (CCF).

Posteriormente foi nomeada ChildFund International, mantendo a sigla CCF. Atualmente ela está

presente em 57 países, através de 38 escritórios nacionais, e já beneficiou mais de 15 milhões de

pessoas. É uma das maiores e mais antigas organizações de filantropia e desenvolvimento infantil

do mundo.

Devido à posição estratégica do Brasil na América do Sul, em 1966, foi inaugurado o primeiro

escritório regional do CCF na América Latina. O ChildFund Brasil, atuando sob o nome fantasia

de Fundo para Crianças, tem sede na cidade de Belo Horizonte – MG, e é composto pela rede

de organizações do ChildFund Alliance. Atividades complementares são realizadas em cinco

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unidades de campo – Fortaleza, Araçuaí, Cariri, Anagé e Belo Horizonte – localizadas mais

próximas às comunidades beneficiadas e, portanto, estratégicas para monitorar a execução das

tecnologias sociais, programas e projetos sociais.

O ChildFund Brasil é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, cuja natureza jurídica é

associação de direito privado. Ela tem a Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência

Social (CEBAS) concedida pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Tal certificado o isenta de contribuições para a seguridade social, o que possibilita que mais

recursos sejam direcionados ao investimento em nossas ações sociais.

Ela integra duas associações. O Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), organização

sem fins lucrativos que reúne os principais investidores do país na área social, e o Instituto Brasileiro

de Governança Corporativa (IBGC), organização sem fins lucrativos, que é referência no Brasil

para o desenvolvimento das melhores práticas de Governança Corporativa.

2.3 Ideologia

Promover a transformação social e a superação da pobreza, por meio da integração e da

articulação com crianças e adolescentes e jovens, famílias, comunidades, apoiadores e

parceiros que atuam como agentes de mudanças sustentáveis, com foco no desenvolvimento e

no bem-estar das crianças.

Apoiar o desenvolvimento de crianças em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade

social, tornando-as capazes de realizar melhorias em suas vidas e de aproveitar a oportunidade

de se tornarem jovens, adultos, pais e líderes que conferirão mudanças sustentáveis e positivas a

suas comunidades.

Mobilizar pessoas e instituições para atuarem na valorização, proteção e promoção dos direitos

das crianças na sociedade.

2.4 Valores

• Defesa e promoção dos direitos da criança.

• Honestidade e integridade.

• Respeito e valorização das pessoas.

• Diversidade de pensamento e experiência.

• Desafio gerando inovação.

• Proatividade e colaboração.

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2.5 Visão

• Ser referência na gestão de excelência de programas e projetos socioambientais para a

superação da pobreza infantil e na promoção dos direitos da criança e do adolescente.

• Ser reconhecida como promotora do desenvolvimento local sustentável, por meio da

mobilização de recursos diversificados.

• Ser gestora do conhecimento produzido pela organização de forma sustentável, utilizando

tecnologias digitais.

• Ser percebida como uma organização que compartilha conhecimentos e modelo de gestão

com outras organizações sociais no Brasil e em outros países.

2.6 Governança

O ChildFund Brasil é uma organização não governamental com um modelo de governança

alinhado com seus valores e objetivos estratégicos estabelecidos e com as melhores práticas de

mercado. Seus ALICERCES são transparência, equidade, ética, prestação de contas, eficiência e

responsabilidade.

Para afastar conflitos de interesse, assegurar a transparência na gestão dos recursos e monitorar

os investimentos sociais, o ChildFund Brasil e sua rede de organizações sociais parceiras em todo

o país são auditadas por uma empresa externa há 11 anos. Desde 2014, a auditoria é realizada

pela empresa Baker Tilly. Nos últimos três anos há um parecer sem ressalvas.

Interesses privados não podem interferir nas atividades do ChildFund Brasil, tampouco prejudicar

o desempenho do trabalho individual e coletivo.

Como parceira na governança está a escola de negócios Fundação Dom Cabral, que há cinco

anos capacita membros da Assembleia Geral e da Gestão Executiva. Compartilhando as

melhores práticas mercadológicas, conhecimento científico e acadêmico, ela potencializa

nossa atuação e o desenvolvimento organizacional.

As instâncias de governança da organização incluem uma Assembleia Geral, Conselhos de

Administração e Fiscal e stakeholders. Todos os seus membros atuam no sentido de aperfeiçoar

os processos e tomar as decisões estratégicas que visam uma gestão sustentável. Outra

obrigação dos membros das instâncias de governança é supervisionar a aplicação do Código

de Conduta e Ética Empresarial do ChildFund Internacional. Todos os membros atuam

voluntariamente, não possuindo remuneração, tampouco têm seu desempenho avaliado.

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2.7 Estrutura Organizacional

2.8 Beneficiados em 2014

Crianças de 0 a 5 anos 8.263

Crianças de 6 a 45 anos 34.902

Crianças de 14 a 24 anos 12.972

Total de Crianças Beneficiadas 56,137

Adultos (Familia e Sociedade) Beneficiados 121.962

Total de Pessoas Beneficiadas Diretamente 178.106

Número de OSPs 54

Na Região Nordeste 30

Na Região Sudeste 24

Municipios Assistidos 42

Estados de Atuação

Organizações Sociais Parceiras (OSP)

Crianças e Adultos Beneficiados

Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Piauí

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3. O Brasil

3.1 Geografia

O Brasil é o país com a quinta maior área territorial do mundo. Estende-se por mais de 8 milhões

de quilômetros quadrados, abarcando 5.570 municípios. Em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE), havia 29 milhões de crianças com até nove anos e aproximadamente 45

milhões de 10 a 19 anos. Na área urbana residiam aproximadamente 85% da população, que

hoje soma mais de 202 milhões de habitantes.

3.2 Economia

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2014, atingiu R$ 5,52 trilhões. Atualmente, o país ocupa

a 7ª colocação na economia podendo cair para 8ª devido à recessão. Apesar de uma

economia robusta, o Brasil está entre os 10 países com maiores índices de desigualdade social,

há muita disparidade entre ricos e pobres. Além disso, o Brasil ocupa a 79ª posição no ranking do

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 187 países.

Órgãos internacionais como as Nações Unidas (ONU) e Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OCDE) reconhecem que o Brasil é referência internacional no

combate à pobreza, devido ao forte investimento do governo em programas sociais nos últimos

anos. No entanto, a progressiva desaceleração da economia, ameaça reverter os avanços

sociais dos últimos anos.

3.3 Cultura

A formação da cultura brasileira resultou da integração de elementos de diversos povos: do

índio, do português colonizador, do negro africano, como também de outros imigrantes

europeus e orientais. Todos trouxeram contribuições para a nossa formação cultural e social.

A influência desses grupos está presente na língua, nas crenças, na culinária, nos ritos, nas roupas,

na música, na alimentação, nas manifestações religiosas. A diversidade cultural é consequência

também da grande extensão territorial. Cada região brasileira possui práticas culturais

características, que são observadas nas comunidades onde o ChildFund Brasil atua.

3.4 Religião

O Censo 2010 mostrou que 64,6% da população se declarava católica. Os evangélicos somavam

22,2% e sãos os que mais crescem. O aumento deste segmento foi puxado pelos pentecostais,

que se disseminaram pelo país para atender aos pobres que se instalaram nas periferias das

regiões metropolitanas, onde há ausência do Estado e da Igreja Católica.

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3.5 Acesso à Informação

O número de lares brasileiros conectados à internet vem crescendo. Até o final de 2009 eram 10,2

milhões de domicílios, segundo o IPEA e o Comitê Gestor da Internet (CGI). Em 2014 o acesso à

internet chegou à metade das casas dos brasileiros, mostra a pesquisa TIC Domicílios realizada pelo

Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). A pesquisa

também revela que 148,2 milhões de pessoas têm acesso à internet pelo celular.

O acesso às tecnologias de informação e comunicação é extremamente relevante para a

democratização da informação e do conhecimento – elementos fundamentais para o

desenvolvimento do país.

4. Teoria da Mudança

As deficiências e lacunas sociais descritas na abertura deste documento constituem-se num

desafio à vocação, estrutura e caminhada do ChildFund Brasil.

Em seus 49 anos de existência a organização zela pelo diagnóstico das realidades onde atua e

procura as melhores e mais efetivas maneiras de favorecer o futuro de crianças e adolescentes.

Para que tais oportunidades aconteçam, o ChildFund Brasil aplica a metodologia de análise e

orientação para transformação social conhecida como “Teoria da Mudança”. Surgida na

década de 1990, ela é uma nova forma de analisar as iniciativas geradoras de mudanças

sociais.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a ONG holandesa Hivos

sintetizam a Teoria da Mudança da seguinte forma: “Um exercício de visualização criativa que

nos permite concentrar nossa energia em determinadas realidades futuras não só possíveis, mas

também prováveis e desejáveis; um conjunto de pressupostos e projeções que se pode chegar a

implantar a realidade em um futuro próximo com base em: i) uma análise realista do contexto, ii)

uma auto valoração de nossas capacidades de facilitação do processo, iii) uma explicitação

crítica de nossos pressupostos; um enfoque de pensamento-ação que nos ajuda a identificar os

marcos e condições para estar no caminho da mudança que queremos causar; um exercício de

aprendizagem colaborativa e multiatuação que incentiva o desenvolvimento da lógica flexível

necessárias para as análises de processos de mudanças sociais complexos; um mapa

semiestruturado de mudança que enlaça nossas ações estratégicas a certos resultados de

processos que desejamos provocar imediatamente ao nosso redor; uma ferramenta de processo

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que nos ajuda a monitorar conscientemente e criticamente nosso pensar e nossa ação de

maneira individual e também coletiva" (PNUD; HIVOS, 2010).

Nesse sentido, a Teoria da Mudança possui dois amplos componentes. O primeiro é sobre

conceituar e operacionalizar três pontos: quem você deseja impactar?; quais estratégias vão

atingir o resultado desejado?; o que você pretende realizar? O segundo componente é construir

uma compreensão acerca do relacionamento desses três pontos e expressar essa relação

claramente (INSP, 2005).

É necessário levar em conta também os tipos de mudança que podem ocorrer: mudanças

emergentes são aquelas que ocorrem em nosso cotidiano; mudanças transformativas baseiam-

se em desaprender e libertar-se de mentalidades e relações que criam obstáculos para a

criação de novas realidades mais justas; mudanças projetáveis são as mudanças baseadas em

problemas simples ou complicados e que podem ser superados a partir de projetos concretos.

Assim, a Teoria da Mudança é a análise racional que conecta a missão com a estratégia. Ou

seja, é a forma na qual as ações e recursos disponíveis vão levar aos resultados pretendidos.

4.1 Teoria da Mudança e os alvos das três etapas da vida

Para o ChildFund Brasil a Teoria da Mudança é uma ferramenta de planejamento e reflexão, a

qual é regularmente revisitada e ajustada. Para maior precisão e acompanhamento ela é

aplicada às três etapas da vida humana focando na criança, no adolescente e no jovem:

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Os resultados obtidos em cada uma dessas etapas orientadas pela Teoria da Mudança são a

mola propulsora para todas as atividades do ChildFund Brasil. Nós cremos que todas as crianças,

adolescentes e jovens merecem desenvolver seu pleno potencial num ambiente seguro. Visamos

torná-los adultos socioeconomicamente responsáveis e promotores de mudanças positivas e

sustentáveis que beneficiem suas famílias e suas comunidades.

Visando a realização dessa meta é que o presente Business Plan foi elaborado. A partir daqui,

passamos a delinear as estratégias que estão sendo e/ou serão desenvolvidas para gerar a base

de recursos nacionais que promoverão o suporte de nossas atividades em prol das crianças,

adolescentes, jovens e suas famílias às quais servimos.

Primeiramente iremos analisar a realidade do potencial dos doadores no mundo e

especialmente no Brasil.

5. A doação no Brasil e no mundo

O estudo britânico World Giving Index 2013, encomendado pela organização britânica Charities

Aid Foundation (CAF), mostrou uma visão global das tendências de doação. O Brasil passou do

83° em 2008 para 91º lugar no ranking de solidariedade nesta última edição, aparecendo como

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a nação menos generosa da América do Sul, ao lado da Venezuela. O levantamento é

considerado o mais abrangente do mundo no que diz respeito à doação.

De acordo com o ranking, os dez países mais solidários do mundo são: EUA, Canadá, Myanmar,

Nova Zelândia, Irlanda, Reino Unido, Austrália, Holanda, Qatar e Sri Lanka.

Nos EUA, as empresas abatem até 10% dos impostos, enquanto no Brasil o teto é de 6%, somando

benefícios das leis de incentivo à cultura, esporte e projetos sociais.

Um americano chega a deduzir as doações em até 50% de sua renda bruta; se não conseguir

abater tudo no ano da doação, pode levar o restante para até cinco anos.

O maior incentivo à filantropia nos Estados Unidos, no entanto, vem dos impostos sobre herança.

Nos EUA, os mortos são tributados em até 50% daquilo que deixam para filhos e demais herdeiros;

daí a proliferação de fundações privadas de bilionários como Warren Buffett e Bill Gates.

6. Estudos sobre doadores no Brasil – Parceria RGarber Instituto de Pesquisa

Para identificar o perfil do doador brasileiro e desenvolver estratégias que resultem na captação

de recursos no Brasil, três estudos foram conduzidos em parceria com a empresa RGarber

Estatísticas e Inovações:

1. Estudo quantitativo de doador - para avaliar a população doadora no Brasil e as suas

características sociodemográficas.

2. Estudo quantitativo com padrinhos de base - para identificar a razão da participação no

Programa de Apadrinhamento (doação) do ChildFund Brasil.

3. Grupo Focal - estudo qualitativo conduzido com padrinhos, ex-padrinhos e padrinhos

potenciais com o propósito de ampliar o entendimento com esse doador regular.

6.1 Perfil dos doadores no Brasil

Para traçar o perfil dos doadores brasileiros foram utilizados dados da Pesquisa de Orçamentos

Familiares (POF) dos anos base 2003 e 2009 e dados do Censo Demográfico 2010. Ambos

divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

A pesquisa revelou que, aproximadamente, 9% da população brasileira fazem doações

regulamente, o que representa 17 milhões de pessoas. A doação média desses doadores é de

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R$ 25,00. Outro dado é a redução do valor médio de doações entre 2003 e 2009, que variou de

R$ 25,60 para R$ 25,37. Em 2010 foram investidos R$ 5.2 bilhões em doações no Brasil (excluindo o

dízimo/doação mensal religiosa).

Um fato importante é o aumento considerável da classe C (classe média) no país. Com ela, o

número de doadores aumentou, bem como a doação média em +9%. Pelo fato de a doação

média da classe C ser relativamente pequena, não houve compensação pela redução das

doações médias das classes A e B, que foram de -13% e -5% respectivamente, entre 2003 e 2009.

Ou seja, quanto menor a renda, maior o grupo aberto à doação. Identifica-se aí um público

potencial para o desenvolvimento de novos produtos e captação de recursos.

As regiões Sul e Sudeste representam as áreas que possuem mais doadores proporcionalmente à

sua população, mas os mais generosos estão na região Norte. Ao estratificar simultaneamente

classe social e região, a maior fonte de doações está concentrada no sudeste e na classe B.

As mulheres realizam mais doações que os homens, embora, em valor médio, a doação

realizada por eles seja maior. O nível de escolaridade apresenta uma forte correlação com a

propensão a doar, inclusive com maior média de valor. A faixa etária também tem forte

influência. Quanto mais velho, maior a propensão a doar. Em valor médio de doação, a faixa

dos 40 aos 50 anos contribui com quantia maior.

A pesquisa diagnostica o perfil de quem tem maior propensão à doação: indivíduo com curso

superior completo, das classes A e B, acima de 40 anos, das regiões Sudeste e Sul.

A classe C começa a se apresentar como possível doadora, embora a doação média seja de

R$17,00. Valor bem abaixo do atual definido para o apadrinhamento de uma criança atendida

pelo ChildFund Brasil. De todo modo, pode-se propor para a classe C uma contribuição mensal

de valor menor, o que traria novas possibilidades para o ChildFund Brasil.

6.2 Doadores do ChildFund Brasil

Para construir um perfil mais exato e qualitativo do doador regular do ChildFUnd Brasil , a empresa

RGarber Estatísticas e Inovações realizou Grupos Focais com padrinhos recentes e antigos e

outras pessoas sem nenhuma relação anterior com o ChildFund Brasil.

O trabalho apontou as seguintes conclusões:

1. Os principais fatores que motivam a doação são admiração pela instituição, boa vontade

para ajudar os outros, projetos pedagógicos da instituição, responsabilidade social e melhoria

pessoal.

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2. Os principais meios pelos quais as pessoas conhecem o ChildFund Brasil são correspondência,

indicações de amigos e busca online.

3. As pessoas buscam uma relação afetuosa com as crianças apadrinhadas, considerando-as

como membro de sua própria família.

4. As principais expectativas do doador ao receber uma carta da criança apadrinhada são

sentir-se amado(a), próximo à criança, ser tocado(a) emocionalmente, sentir que a sua

participação não é meramente financeira e confiar na autenticidade da relação.

5. As principais frustrações dos doadores decorrem da inexpressividade de algumas cartas que

recebem das crianças apadrinhadas: quando a carta é escrita por outra pessoa, sem qualquer

envolvimento da criança quando a troca de cartas demora muito para acontecer. Nessas

situações, os padrinhos não se sentem recompensados pelo investimento que fazem.

6. As principais razões que podem levar o doador a romper as relações com o ChildFund Brasil

são: cartas escritas de maneira impessoal, respostas padronizadas, participações excessivas de

outro membro da família entre o padrinho e a criança, e a falta de expressividade da criança

apadrinhada.

7. Os participantes deram suas sugestões: reduzir o envio maciço de papéis e adotar ambiente

virtual para o relacionamento com padrinhos; uma galeria de fotos dos projetos sociais e das

crianças, de modo a deixar a relação menos impessoal.

7. Major Donors e o investimento social privado familiar

Ampliar o investimento social privado familiar é um grande desafio para as organizações sociais

no Brasil.

No ranking dos mais ricos do mundo da Forbes (2015) estão 54 brasileiros. As fortunas juntas

somam US$ 181,2 bilhões. Os dez primeiros colocados respondem sozinhos por 40% desse

montante. Em 2010, Brasil tinha apenas 13 nomes na lista.

A China, segundo a Forbes, superou pela primeira vez a quantidade de bilionários registrada nos

Estados Unidos. Neste há investidores sociais reconhecidos como o fundador da Microsoft Bill

Gates e o investidor Warren Buffet.

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Estudo do Centro de Doações e Filantropia da Cass Business School – escola de negócios da

Universidade da Cidade de Londres (2009) revela que as cem maiores fundações familiares dos

EUA investiram, em 2006, US$ 7 bilhões, enquanto no Reino Unido o valor chegou a £$ 1,2 bilhão.

De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), a principal

explicação para a prática do investimento social familiar e individual ser mais comum em nações

como os Estados Unidos talvez esteja na facilidade dos incentivos tributários.

No Brasil, as doações só podem ser abatidas do IR se o investimento for realizado por meio de

fundos públicos regulamentados, como o Fundo da Infância e da Adolescência (FIA). Para os

indivíduos, o limite de dedução é de 6% sobre o imposto devido e para as empresas 1%. No caso

das heranças, sempre há incidência de imposto sobre o valor transmitido. Em São Paulo, por

exemplo, a taxa chega a 4%.

8. Investimento Social Privado

Há três tipos de organizações no Brasil que investem em Responsabilidade Social e Investimento

Social Privado (ISP): Empresas, Institutos e Fundações.

O GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas de Investimento Social Privado) reúne os

maiores investidores sociais privados do Brasil. São 132 associados que, somados, injetam

anualmente cerca de R$ 2,4 bilhões por ano nas áreas social, cultural e ambiental no Brasil. Este

tamanho e peso atribui ao GIFE representatividade crescente do setor.

8.1 Censo GIFE e o Investimento Social Privado

Desde 2001 é realizado periodicamente o Censo GIFE, uma pesquisa quantitativa para

apresentar um amplo panorama do investimento social privado no Brasil. O último foi realizado

no biênio 2011-2012 e teve uma amostra de 100 organizações (13 empresas, 58 associações ou

fundações empresariais e 29 FICs – fundações e associações familiares, independentes e

comunitárias).

O Censo GIFE revela que a execução direta dos projetos sociais é via preferencial para a

realização do investimento social. Mas as parcerias também são valorizadas por estes

investidores. Dentre as empresas e fundações, 67% atuam como financiadoras, apoiando com

recursos financeiros e/ou técnicos os projetos e programas de terceiros, por meio de doação ou

patrocínio pontual e eventual. Apenas 15% do total de associados têm como estratégia o

investimento exclusivo em projetos realizados por terceiros.

Page 17: Business Plan - Documento Estratégico

17

A maior parte do volume de recursos investidos pelos associados GIFE em 2011 é proveniente de

fontes próprias. Recursos aportados pelas mantenedoras dos institutos e fundações representam

40% do volume total, e pouco mais da metade dos associados utiliza esta fonte.

A maior parte dos associados assume a execução de projetos próprios, ainda que,

paralelamente, mantenha frentes de apoio a projetos executados por terceiros. Apenas 15% dos

associados concentram todo seu investimento social em doações, ou seja, no repasse de

recursos por meio de editais e de parcerias. Este percentual é maior entre empresas e FICs:

respectivamente 31% e 28%. Ao contrário do que se esperava, 41% das FICs atuam no campo

social exclusivamente com projetos próprios. Mas ao olhar este dado com mais rigor, percebe-se

que as fundações e associações familiares contribuem para a elevação desse percentual.

8.2 Volume de investimento - Censo GIFE

Embora o volume médio de recursos investidos em 2011 seja de R$ 22 milhões, a maior incidência

de investimentos ocorreu na faixa próxima a R$ 4 milhões. Mais da metade dos respondentes,

57%, investe entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões. Apenas 5% destinam mais de R$ 100 milhões para

o investimento social. Cerca de 10% dos associados estão localizados numa faixa que

compreende volumes de recursos superiores a R$ 50 milhões. As empresas destacam-se nesta

faixa de investimentos, com incidência de 16%.

Pouco mais da metade (55%) dos R$ 2,2 bilhões investidos pelos associados GIFE em 2011 foi

destinada a atividades diretamente ligadas à execução dos projetos. Esse percentual contempla

os recursos de 78 das 100 organizações que responderam ao Censo. Os recursos destinados

exclusivamente ao financiamento de projetos de terceiros representam 29% do total de recursos

investidos em 2011. Essas doações foram feitas por 60 associados. A comparação do número de

organizações que doam (60) e executam (78) com o percentual de recursos doados (29%) e

executados (55%) indica que, em geral, o volume individual de recursos doados é menor que os

executados.

Na comparação com 2009, o volume de recursos destinados a doações aumentou 10%. Mas se

considerada a inflação no ano de 2010 (5,9%), o crescimento real do volume de investimento

entre 2010 e 2011 foi de 3,1%. E o crescimento real entre 2011 e 2012 foi de apenas 1,6%, se

considerada a inflação de 6,5% para o período. Portanto, o volume de investimento desde 2010

ficou estável.

Page 18: Business Plan - Documento Estratégico

18

8.3 Parceiras preferenciais - Censo GIFE

Para os 61 associados que financiam projetos executados por terceiros, as ONGs são as parceiras

preferenciais, figurando em 90% das parcerias declaradas. Fundações e institutos, ou seja, outros

investidores sociais recebem o investimento de metade dos associados que financiam projetos.

8.4 Critérios para definição das ações - Censo GIFE

Indicadores econômicos e sociais são os critérios mais utilizados para definir as ações sociais que

serão financiadas ou executadas pelos associados, com frequência de 58% entre as cem

organizações participantes. A utilização deste tipo de critério é mais frequente entre as empresas

(77%). Praticamente metade delas também adota critérios de vulnerabilidade social (54%), que

não deixam de ser indicadores sociais, e de busca de localidades no entorno das instalações

para o investimento em projetos sociais (46%).

8.5 Áreas de investimento - Censo GIFE

Educação continua sendo o principal tema da Rede GIFE. Ele não apenas se mantém em

primeiro lugar desde o primeiro Censo, como também apresenta crescimento de 2% em relação

a 2009. O segundo tema é formação para o trabalho e o terceiro tema cultura e artes. Por outro

lado, as áreas de defesa de direitos e desenvolvimento comunitário experimentaram aumento

no número de investidores no período, chegando a 42% e 53% em 2011, respectivamente.

9. Financiamentos governamentais

Recurso a fundo perdido – são os recursos sobre os quais não incidem custos financeiros e para os

quais não se exige o reembolso, mas apenas a prestação de contas.

Recursos disponíveis na forma de linha de crédito com juros subsidiados – são recursos oferecidos

por meio de agentes financeiros, sobre os quais incidem juros menores que os praticados pelo

mercado.

Recursos disponíveis na forma de incentivos fiscais – são os recursos que o governo disponibiliza

na forma de dedução de impostos devidos pelo financiador de projetos.

9.1 Mecanismo de apresentação de projetos

Demanda espontânea - Recursos disponíveis a partir de apresentação espontânea de projetos.

Cabe às ONGs desenvolver e apresentar projetos segundo regras e critérios previamente

Page 19: Business Plan - Documento Estratégico

19

estabelecidos. Esses recursos ficam disponíveis por períodos contínuos e estão relacionados às

políticas e programas do governo vigente.

Demanda induzida - Recursos disponíveis para apresentação induzida de projetos. São os

recursos para a contratação de projetos específicos, com processo de seleção e a utilização ou

não de editais de licitação. Tais recursos são oferecidos pontualmente para o atendimento de

demandas específicas e, em geral, por tempo limitado.

9.2 Gerenciamento de fundos

Fundos são todos os recursos a serem aplicados e/ou programas estabelecidos como fundos

públicos. As regras estão estabelecidas no âmbito de cada Fundo.

Nem todos os fundos são diretamente acessíveis às ONGs no nível federal. Alguns só admitem a

apresentação de projetos por ONGs nos níveis estadual/municipal. Em alguns casos, a fonte dos

recursos é estrangeira.

Os recursos gerenciados no âmbito de programas são direcionados para objetivos específicos, e

as regras e critérios só valem para determinado programa. E a origem dos recursos pode, em

vários casos, ser múltipla.

Os recursos gerenciados por órgãos se tornam disponíveis após a apresentação de projetos, que

serão desenvolvidos em conjunto e/ou sob a delegação de funções ou supervisão de órgãos de

estrutura do Governo Federal ou Municipal.

10. Cooperação técnica Internacional

O acesso à cooperação técnica internacional no Brasil inicia-se por uma solicitação de

cooperação à Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que integra a estrutura do Ministério das

Relações Exteriores (MRE). Ela tem como atribuição negociar, coordenar, implementar e

acompanhar os programas e projetos brasileiros de cooperação técnica, executados com base

nos acordos firmados pelo Brasil com outros países e organismos internacionais.

11. Concorrência do ChildFund Brasil: direta e indireta

O ChildFund Brasil participa de um grupo de organizações não-governamentais internacionais

presentes no Brasil, que se reúne semestralmente de maneira informal para trocas de

informações de mercado e reflexão sobre assuntos correlatos ao Terceiro Setor. Em recente

Page 20: Business Plan - Documento Estratégico

20

análise de mercado feita a partir desses encontros, com a assessoria da Totti Hirokawa

Consultoria, foi realizada uma pesquisa entre essas organizações, revelando os seguintes dados

referentes à atividade de captação de recursos financeiros:

11.1 Análise de mercado - Totti Hirokawa Consultoria (2015):

#

Organização Receita

(R$ mil)

Doadores

Regulares

1 AACD 85.855 30.905

2 Médicos sem Fronteiras 75.978 145.440

3 Liga Solidária 73.915 1.020

4 SOS Aldeias Infantis 39.854 6.524

5 Unicef 33.331 53.708

6 Abrinq 30.170 63.115

7 Inst. Ayrton Senna 16.645 2.500

8 GreenPeace 10.785 47.651

9 Action Aid 10.737 20.472

10 Visão Mundial 10.696 10.708

11 APAE-SP 7.378 1.591

12 ChildFund Brasil 6.381 7.365

13 World Childhood Foundation 6.328 4

14 Associação Saúde Criança 4.752 850

15 Fundação do Câncer 2.264 620

16 Associação Operação Sorriso 1.582 0

O mercado total alcançou R$ 416 milhões em 2014, e pode ser dividido 3 grupos:

Líderes do mercado – formado pelas 3 primeiras organizações. Representam 57% da receita total.

Grandes players – formado pelas 4 organizações seguintes. Possuem 29% da receita total.

Nichos do mercado – formado pelas últimas 9 organizações. Têm 15% da receita total e foco em

temas específicos.

Page 21: Business Plan - Documento Estratégico

21

11.2 Participação no mercado e apadrinhamentos - Totti Hirokawa Consultoria (2015)

Organização

Receita

(R$ mil)

%

Doadores Regulares

%

Action Aid 10.737 38,6 20.472 53,1

Visão Mundial 10.696 38,5 10.708 27,8

ChildFund Brasil 6.381 22,9 7.365 19,1

Total 27.814 100 38.545 100

11.3 Canais e formas de recebimento das organizações - Totti Hirokawa Consultoria

(2015)

Marketing direto é o principal meio de comunicação entre o público-alvo. Apresentou

crescimento em todas as ferramentas. O email marketing é a ferramenta mais utilizada entre as

organizações, em 2014 passou a ser utilizada por 69% das organizações. A mala direta e o

telemarketing estão presentes em 63% e 44% das organizações respectivamente.

A internet e as redes sociais estão presentes em 31% das organizações e não apresentou

alteração entre 2013 e 2014.

Com exceção da TV aberta, todos os canais passam a ser mais explorados pelas organizações. A

TV a cabo e a revista são os veículos mais utilizados, sendo que 25% das organizações passaram

a utilizar a revista na comunicação com seu público.

Eventos e member-get-member mantém o mesmo patamar de 2013, e o face-to-face passou a

ser menos utilizado em 2014.

O boleto bancário, o cartão de crédito e o depósito / transferência cresceram de 88% em 2013

para 94% em 2014. O débito automático passou de 69% para 81%. O grande destaque foi o

Paypal, que era utilizado por 38% das organizações em 2013 e passou para 88% em 2014.

12. Canvas Social

Atento para a necessidade de aumentar a participação no mercado nacional de captação de

recursos, para nos propiciar a sustentabilidade até o ano 2020, o ChildFund Brasil em outubro de

2014, em parceria com a Fundação Dom Cabral e orientado pelo Prof. Márcio Rabello, iniciou

Page 22: Business Plan - Documento Estratégico

22

uma auto análise de seu modelo de negócio através da mundialmente consagrada

metodologia Business Model Canvas.

Essa metodologia é uma ferramenta de gerenciamento estratégico, que permite desenvolver e

esboçar modelos de negócio novos ou existentes. Consiste em um mapa visual pré-formatado

contendo nove blocos que resumem um dado modelo de negócio. O Business Model Canvas foi

inicialmente proposto por Alexander Osterwalder, mas hoje tem diversas versões e inúmeras

aplicações para as mais variadas áreas.

Uma dessas variações é o Canvas Social, que melhor se adequa à modelagem de negócio do

Terceiro Setor. Sob a orientação do Prof. André Lara Rezende, o Canvas Social do ChildFund

Brasil foi elaborado, permitindo-nos melhor entender a organização e elaborar metas que irão

nortear os próximos passos, conforme segue abaixo:

Page 23: Business Plan - Documento Estratégico

23

12.1 Canvas Social do ChildFund Brasil

13. A Mobilização de Recursos

O modelo do ChildFund Brasil de obter doadores se baseará em três fontes de financiamento:

apadrinhamento, parcerias com instituições e novos negócios. A meta é atingir uma distribuição

balanceada da receita, com participações importantes a partir dos recursos do

apadrinhamento, mas com consistente crescimento em outros fundos.

A definição deste modelo supre a necessidade de diversificar as fontes de financiamento de

projetos, a fim de não criar a necessidade de depender apenas de um segmento doador. Para

alcançar os resultados será necessário desenvolver um portfólio de produtos que supra as

necessidades/expectativas dos diferentes segmentos doadores.

Page 24: Business Plan - Documento Estratégico

24

Os principais canais de acesso ao mercado serão utilizados. Todavia, como mostrado neste

plano de negócios, espera-se concentrar esforços em canais que possibilitem o mais baixo custo

de aquisição.

Segmentação

13.1 Dos clientes

Após pesquisa inicial (prospecção), os clientes em potencial serão divididos em categorias ou

grupos de aplicabilidade dentro de um mesmo segmento. O modelos do ChilFund Brasil de obter

novos doadores se baseará em quatro fontes de financiamento:

Eclesiástico - Organizações religiosas como igrejas evangélicas, católicas e outras

legalmente organizadas;

Pessoa Física - Pessoas comuns que podem ser doadores mensais ou esporádicos;

Corporativo - Empresas de pequeno, médio e grande porte;

Grandes Doadores - Pessoas que possuem grandes fortunas e que doam a causas sociais.

O ChildFund Brasil inicialmente irá atuar focado no segmento eclesiástico e pessoa física, e cada

um desses segmentos poderá ser subdividido, de modo a contemplar estratégias específicas.

14. Ações no Segmento Eclesiástico

O Brasil é o 3° país em número de evangélicos no mundo, que já somam 42 milhões, ou seja, 22%

da população brasileira, atrás apenas dos EUA, com 155 milhões e da China com 100 milhões. Na

última década, a população evangélica cresceu 13%, com um público que doa 4% da renda

mensal, o equivalente ao dobro doado por membros de outros segmentos religiosos brasileiros.

São aproximadamente 75.000 igrejas evangélicas que atendem aos fiéis, sendo 20.000 históricas:

Batista, Metodista, Presbiteriana e Anglicana. Dessa forma, não se pode ignorar as possibilidades

de captação dentro do segmento eclesiástico, dando ênfase às igrejas evangélicas, mas

também englobando ações com outras expressões da fé cristã.

14.1 – Perfil religioso do Brasil

Para traçar o perfil religioso no Brasil, temos como referência uma pesquisa realizada pela

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicada em 2010[1] e dados fornecidos pela

SEPAL – Servindo aos Pastores e Líderes. Abaixo podemos conhecer um pouco deste perfil.

[1] Revista Galileu, Maio de 2010, nº 226.

Page 25: Business Plan - Documento Estratégico

25

População brasileira (Religiões):

Católicos: 123,2 milhões

Protestantes: 42,2 milhões

Espíritas: 3,8 milhões

Outras religiões: 5,1 milhões

Sem religião: 12,5 milhões

Declaram-se:

Homens: 65% católicos

Mulheres: 19% evangélicas

Aposentados: 71% católicos

Donas de casa: 21% evangélicas

O Brasil tem atualmente

18.685 padres (no ano de 2000 eram 13.824)

Para cada padre existem 4 pastores

298 bispos católicos

10.218 paróquias católicas

Quanto ao dízimo:

30,9% dos católicos pagam o dízimo

Católicos gastam 0,54% de sua renda familiar em contribuições à Igreja

Evangélicos tradicionais contribuem com 1,48% de sua renda familiar

Evangélicos pentecostais doam 2,26% de sua renda familiar

Média de renda familiar por religião

Religiões orientais: R$ 5.447,00

Espiritualistas: R$ 4.422,00

Católicos: R$ 2.023,00

Evangélicos pentecostais: R$ 1.496,00

Page 26: Business Plan - Documento Estratégico

26

14.2 IVS – Índice de Vulnerabilidade Social

Com vistas ao estabelecimento de vínculos para a captação junto ao segmento eclesiástico,

estamos construindo canais de envolvimento com os evangélicos brasileiros. O objetivo é que,

juntos e em comum acordo, façamos ações de intervenção social em áreas identificadas pelo

Índice de Vulnerabilidade Social – IVS como regiões de extrema pobreza.

O Índice de Vulnerabilidade Social – IVS é um estudo realizado em parceria com RGarber, uma

organização de inteligência de mercado. Para o estudo e buscando obter cálculo mais exato

da vulnerabilidade social no país, foi aplicada uma detalhada análise sócio demográfica à

unidade do setor censitário (sendo esta a menor unidade estipulada a uma dada geográfica

pelo IBGE), com números gerados a partir dos microdados do universo do Censo nos domicílios

pesquisados. São 315.000 censitários que o IBGE utiliza atualmente, 296.000 deles foram

identificados com dados consistentes e seguros para análise. Dentre os dados analisados,

escolhidos pelo ChildFund Brasil estavam água, saúde, educação, renda, energia elétrica,

esgotamento sanitário, coleta de lixo, condições do entorno do domicílio, etc. A metodologia

utilizada foi a análise fatorial, capaz de capturar toda a informação contida numa base de

dados em um único fator.

Munidos desses dados precisos e desafiadores da vulnerabilidade social no Brasil e cientes da

pré-disposição que, principalmente, cristãos evangélicos têm de se tornarem doadores em prol

de causas de resgate da dignidade humana e transformação social, o ChildFund Brasil decidiu

desbravar esse segmento que tem o menor investimento na captação de padrinhos.

Page 27: Business Plan - Documento Estratégico

27

Para consolidar essa estratégia mantemos uma parceria com a Sepal – Servindo aos Pastores e

Líderes. Trata-se de uma missão internacional radicada no Brasil há mais de 50 anos (desde

1963), que conta com grande credibilidade e apreço entre praticamente todos os ramos da

igreja evangélica no Brasil. Como fruto dessa aceitação, ela consegue reunir aproximadamente

2 mil dos mais renomados e influentes líderes evangélicos por ano num evento

interdenominacional realizado há mais de 40 anos e conhecido como “Encontro Sepal”.

14.3 Estratégias de envolvimento: Aliança, Parceria e Relacionamento

Serão utilizadas três estratégias de envolvimento com as igrejas, que irão gerar e servir de canais

de captação de padrinhos.

14.3.1 Aliança

Trata-se de uma modalidade de relacionamento de longo prazo (12 a 15 anos) entre o

ChildFund Brasil e uma instituição religiosa, a qual se estabelece através da assinatura de um

Contrato de Cooperação. A ênfase dessa abordagem de relacionamento é

potencializar, através da construção de um vínculo forte entre ambas, o desenvolvimento de

atividades que promovam transformação social e humana numa nova comunidade, de

extrema vulnerabilidade social, a ser definida com base no IVS e em comum acordo.

Page 28: Business Plan - Documento Estratégico

28

Para se concretizar a Aliança, a instituição religiosa colabora, inicialmente, com a captação de

500 padrinhos. E, dentro do critério de legibilidade, a região escolhida precisa ter cerca de 2.000

crianças que podem ser atendidas.

Estão firmadas 3 Alianças com as seguintes igrejas:

1. Igreja Presbiteriana Nacional de Brasília, atuando no sul do Piauí, na cidade de Santa Luz;

2. Igreja Batista Central de Belo Horizonte, atuando no sul da Bahia, na cidade de Anagé;

3. Igreja Memorial Batista de Brasília, atuando em Goiás, na cidade de Cavalcante.

A proposta do ChildFund Brasil até 2020, é firmar aliança com mais 6 igrejas, assim, ampliando sua

atuação em 9 novas áreas. Sendo que o alvo final até 2022 é totalizar o número de 12 igrejas em

novas áreas.

14.3.2 Parceria

O ChildFund Brasil estabelece um vínculo com uma instituição religiosa para apresentar aos

líderes eclesiásticos um projeto já existente, de transformação comunitária, para que seja

adotado pela instituição. A proposta de Parceria é para regiões onde há atuação do ChildFund

Brasil, como o Vale do Jequitinhonha (MG), o Sertão do Cariri, Fortaleza, Rio Grande do Norte e

Amazonas. O resultado dessa parceria é de curto prazo.

Exemplo de Parceria:

Uma pregação/palestra/seminário no evento de divulgação do ChildFund Brasil ;

Stand de apadrinhamento em cultos, congressos e shows, com a ajuda de voluntários das

próprias Igrejas;

Visita a uma Organização Social Parceira.

Atualmente, o ChildFund Brasil firmou a parceria com a Igreja Batista da Orla, Vila Velha – ES. Eles

estão criando vínculos, através do apadrinhamento, com o Projeto da ASCOOP, em Padre

Page 29: Business Plan - Documento Estratégico

29

Paraíso – MG. No primeiro momento, foi feita uma visita “in loco”, com 3 pastores da Igreja,

acompanhados pelo Assessor de Campo do ChildFund Brasil, a Captadora de Recursos

Eclesiásticos e o representante da Sepal, para a apresentação do trabalho do ChildFund Brasil

naquela região. A partir dessa visita, foi agendada uma ida da Captadora de Recursos

Eclesiásticos à Igreja para apresentar o ChildFund Brasil e promover novos apadrinhamentos.

Assim como realizado na Igreja Batista da Orla, nosso alvo é trabalhar com 300 igrejas,

aumentando o número de padrinhos do ChildFund Brasil e trazendo novos investimentos para

nossas ações e projetos sociais.

14.3.3 Relacionamento

Essa terceira estratégia tem o intuito de aproximar o ChildFund Brasil de 3000 instituições religiosas,

a fim de apresentar nosso trabalho e os projetos sociais desenvolvidos no Brasil.

Para tanto será feito um mapeamento, a começar por Belo Horizonte, das igrejas e instituições

religiosas. Inicialmente, elas serão acessadas por contato telefônico e/ou digital (e-mail, mala

direta, etc).

Ainda nessa estratégia, usaremos as parcerias já estabelecidas com líderes, artistas e pessoas de

influência no meio “Gospel” da seguinte forma: padrinho embaixador, fotos e vídeos para

campanhas de apadrinhamento, divulgação em redes sociais do padrinho embaixador e do

ChildFund Brasil (conforme será descrito na estratégia 15.4.2 - Evangelizadores).

Uma vez consolidado o relacionamento com uma igreja, podemos pleitear utilizar canais de

comunicação (website, “jornalzinho”, folheto de programação, etc) para divulgação do

ChildFund Brasil.

Através dessa estratégia, podem surgir potenciais organizações candidatas às Parcerias já

mencionadas acima.

15. Ações no Segmento de Pessoas Físicas

Foi desenvolvido um plano de negócios específico para pessoas físicas, considerando a meta de

sustentabilidade organizacional. O objetivo é conseguir aumentar, consolidar e assegurar a

captação de padrinhos brasileiros, visando compensar a queda de receita internacional por

meio do incremento da receita nacional. As estratégias serão desmembradas em planejamentos

específicos e detalhados posteriormente.

Page 30: Business Plan - Documento Estratégico

30

O apadrinhamento nacional tem apresentado pequeno crescimento. O ano de 2016 será

iniciado com aproximadamente 8.200 crianças apadrinhadas, com pagamento mensal médio

de R$60,00.

As estratégias definidas neste Business Plan têm por objetivo atingir dentro de 5 anos, até

dezembro de 2020, 20.000 crianças apadrinhadas. Isto irá gerar uma receita anual de

aproximadamente R$13 milhões, vinda exclusivamente de fundos de apadrinhamento.

Os principais canais de captação utilizados no mercado estão relacionados no quadro abaixo,

todavia, espera-se concentrar esforços em canais que possibilitem o mais baixo custo de

aquisição.

Para o segmento “Indivíduos”, o Plano do ChildFund Brasil para obter novos doadores será

priorizar canais digitais, buscando minimizar o CAP – Custo de Aquisição de Padrinhos, diversificar

e atingir uma distribuição balanceada de receita entre os canais. A definição desse modelo

supre a necessidade de diversificação de estratégias, explorando o mercado digital, pouco

utilizado atualmente por ONGs em todo o Brasil.

Para conquistar pessoas físicas o ChildFund Brasil irá utilizar as seguintes estratégias:

Page 31: Business Plan - Documento Estratégico

31

Big Data;

Ações de Inbound Marketing1;

Redes Sociais;

Member Get Member;

Campanhas sazonais;

15.1 Big Data

Toda empresa que esteja em operação ou pretenda entrar em atividade necessita de um

planejamento prévio adequado. Ela deve identificar os mercados nos quais deseja atuar,

alinhada com a sua compatibilização financeira. Prospectar é pesquisar quais são os clientes em

potencial, em que quantidades eles existem, onde e quais são seus desejos, suas preferências e

suas atuais linhas de abastecimento de produtos e serviços. Podem-se prospectar clientes de

várias formas: pesquisando o mercado, buscando estatísticas de um sindicato, de um município,

comprando mailings (lista com dados de pessoas), indo de porta em porta, pesquisando através

de ferramentas de busca como o Google. Depois é preciso resumir, analisar e avaliar o perfil

desses potenciais padrinhos e doadores.

O ChildFund Brasil, em parceria com o Instituto de pesquisa RGarber, irá realizar um novo estudo

da base de doadores ativos ou não, para encontrar uma “equação” lógica, que permita a

busca de novos doadores no mercado, bem como encontrar os melhores canais para interagir

com esse públicos de acordo com o perfil. Esta equação também será utilizada para realizarmos

o tratamento devido na base de possíveis doadores que será cedida pelo próprio Instituto

RGarber.

Para entender melhor esta “equação” é necessário entender o conceito de Big Data, que é um

termo popular usado para descrever o crescimento, a disponibilidade e o uso exponencial de

informações estruturadas e não estruturadas. Existem diversas definições a respeito, mas, na sua

raiz, é o tratamento de um grande volume de dados com grande velocidade. No entanto, essa

definição é bastante abstrata pelo simples fato de que para uma pessoa A, por exemplo, um

grande volume pode ser um gigabyte; para uma pessoa B um grande volume pode ser um

1 Inboud Marketing – Significa criar conteúdo de qualidade e, em seguida, compartilhá-lo com um público-alvo bem definido por meio de

estratégias de Marketing Online. Em vez de “comprar” o interesse das pessoas por uma marca “conquista-se” a atenção de clientes em potencial acerca de um produto ou serviço desenvolvido por uma empresa. Assim, ganha-se audiência qualificada e, em contrapartida, velhas táticas de “empurrar” propaganda são eliminadas.

Page 32: Business Plan - Documento Estratégico

32

terabyte. E o mesmo pode acontecer ao se referenciar a velocidade e o tempo de resposta de

uma requisição.

Segundo o Gartner, Big Data implicará em investimento maciço nos próximos dois ou três anos.

Em todo o mundo esse mercado já movimenta cerca de US$70 milhões por ano, e espera-se

registrar neste ano de 2015 um crescimento de aproximadamente 40%.

Atualmente, o volume de dados gerados é infinito. Portanto, o ChidlFund Brasil pretende utilizar os

dados sob seu domínio e/ou de domínio público de forma inteligente, gerando a partir destes,

análises e previsões de comportamento, de forma a oferecer ao seu público alvo ou cliente,

serviços e produtos que superem as expectativas. A organização espera dominar o tema para se

destacar no segmento, o que permitirá a realização de análises mais precisas, que por sua vez

levará a tomada de decisões mais eficientes. O que poderá significar maior eficiência

operacional, redução de custos e riscos.

15.2 Inbound Marketing

O Marketing digital se solidificou e evoluiu muito. Agora a escolha está nas mãos dos

consumidores, eles possuem milhares de opções a sua frente, e cabe ao marketing saber como

chegar até esses consumidores e atrai-los para a empresa.

O Inbound marketing foi desenvolvido com o objetivo de encantar pessoas, busca entender as

necessidades do público alvo e atende-lo através da informação, ou seja, oferece exatamente

o que o público pesquisa e procura. A grande diferença entre o Inbound Marketing (novo

marketing) e o Outbound (o marketing tradicional) é a capacidade de fazer com que o público

alvo encontre a Organização.

O planejamento estratégico do Inbound reúne todas as principais ações e soluções de marketing

digital: SEO – Search Enginer Optimazate (otimização de páginas para os mecanismos de busca),

marketing em mídias sociais, marketing de conteúdo, e-mail marketing, adwords, landing pages,

entre outros. Tudo com métricas bem definidas e monitoramento constante, focado na evolução

dos resultados.

De forma bem resumida o Inbound transforma estranhos em leads, leads em clientes e clientes

em divulgadores do seu produto/serviço.

O Inbound possui cinco princípios básicos nos quais foram pautados os trabalhos do ChildFund

Brasil:

Page 33: Business Plan - Documento Estratégico

33

Marketing de conteúdo: Desenvolvimento de conteúdo relevante, para a pessoa certa, ou para

o público alvo.

Ciclo de compra: Antecipar os passos do seu prospect, imaginando o que quer saber, ler ou

entender, até decidir apadrinhar uma criança.

Entender o ciclo de compra e interagir com o prospect é o foco do ChildFund Brasil. Buscamos a

produção do conteúdo certo para cada estágio, para que a pessoa prossiga pelo funil de

vendas, fazendo com que descubra que nosso apadrinhamento é a melhor opção e agindo

para a apadrinhar uma criança.

Personalização: Quanto mais se conhece sobre os leads, melhor se interage com eles e é

oferecido o conteúdo certo. Conhecendo as dúvidas e o que é pesquisado, o ChildFund Brasil

poderá tratar cada possível padrinho de maneira individual.

Multicanais: O Inbound marketing utiliza vários canais ao mesmo tempo, como Google,

Facebook, Twitter, Blogs. O ChildFund Brasil irá interagir com seus possíveis doadores nos

momentos certos de acordo com o perfil e a preferência de cada um deles.

Integração: Todos os 4 princípios do Inbound são planejados de forma integrada, precisam ser

constantemente analisados, possibilitando a personalização eficiente nos melhores canais.

Em linhas gerais, espera-se que o Inbound Marketing atraia mais que pessoas, atraia o público

alvo para o site do ChildFund Brasil, através do uso de palavras-chaves, páginas otimizadas, posts

no Blog e nas mídias sociais; atraia o visitante por meio de conteúdos de qualidade que

prendam a atenção. Na sequência, conteúdos como ebooks, artigos, vídeos, estudos de caso,

webinars, etc, sempre com um “call-to-action (botão de chamada para ação como “baixe

nosso e-book”, “assista nosso vídeo”, etc) que direcionam para landing pages2. Então os

visitantes preenchem formulário com informações de contato (nome, sobrenomes, e-mail, etc), o

que converte esses visitantes em lead. O próximo passo é fechar o lead, ou fazer com que ele se

torne um padrinho/doador, mostrando através de e-mail marketing conteúdos personalizados,

demonstrações do ótimo trabalho do ChildFund Brasil na transformação da vida de crianças e

adolescentes.

Após essas etapas, é hora de encantar. O trabalho de nutrir o doador com conteúdos de

interesse dele é contínuo, demonstrando atenção e cuidado, fazendo-o sentir importante e

2 Landing Pages - é a página de destino ou página de entrada, é a página por onde o visitante chega a um site, quando um usuário clica em um resultado de busca ou em um anúncio de banner ou links patrocinados, eles são direcionados para as landing pages. A Landing page é otimizada estrategicamente para vender um produto ou serviço, o seu conteúdo é confeccionado em forma de funil, que direciona o usuário para uma out ra página final, onde o usuário efetuará uma compra ou assinará um serviço.

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valorizado. Dessa forma, ele pode se tornar um divulgador ou embaixador, que além de apoiar

financeiramente, doa seu tempo divulgando sua experiência e o trabalho realizado pela

organização.

Para o êxito dessa estratégia é necessário que tudo ocorra de forma integrada e que haja

monitoramento constante, acompanhamento dos resultados, análise das metas.

15.3 Redes Sociais

O marketing nas redes sociais, quando bem feito, pode trazer mais clientes, mais tráfego e mais

conversões. Isso demonstra um enorme potencial para aumentar as vendas, mas existe uma falta

de compreensão sobre a forma de atingir esses resultados.

A rede social é utilizada para construção de relacionamentos, e isso tende a crescer

exponencialmente à medida que seus seguidores dizem aos seus amigos, e seus amigos dizem

aos seus amigos, e assim por diante.

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A integração entre e-commerce e redes sociais está sendo cada vez mais estreitada. O grande

dilema enfrentado por comerciantes na internet está prestes a terminar: como conseguir clientes

diretamente para o seu site?

No início deste ano, o Twitter e o Facebook iniciaram testes com botões “comprar”, que

aparecem ao lado de alguns tweets e posts, e possibilitam aos usuários fazerem compras com

apenas um ou, no máximo, dois cliques, sem precisar sair da rede. Recentemente o botão “Doe”

foi disponibilizado para organizações sociais.

Em ambas as redes sociais, já existe um público receptivo, que navega nas últimas tendências e

compartilha fotos e vídeos. Unindo isso ao fato de ter seus dados de pagamento já cadastrados,

as doações estarão a um click de distância.

Tanto o Facebook como o Twitter são perfeitos para promoções de curto prazo, já que ocorrem

em tempo real e pessoas são incentivados a agir rapidamente e realizar a compras e doações.

De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia (PMB) 2015, realizada pela Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República, praticamente a metade dos brasileiros, 48%,

usa internet. O percentual de pessoas que a utilizam todos dos dias cresceu de 26% na PBM 2014

para 37% na PBM 2015. O hábito de uso da internet também é mais intenso do que o obtido

anteriormente. Os usuários das novas mídias ficam conectados, em média, 4h59m por dia

durante a semana e 4h24m nos finais de semana. Na PBM 2014, os números eram 3h39m e 3h43m

respectivamente, valores superiores aos obtidos pela televisão. Mais do que as diferenças

regionais, são a escolaridade e a idade dos entrevistados os fatores que impulsionam a

frequência e a intensidade do uso da internet no Brasil. Entre os usuários com ensino superior, 72%

acessam a internet todos os dias, com uma intensidade média diária de 5h41m, de 2ª a 6ª-feira.

Entre as pessoas com até a 4ª série, os números caem para 5% e 3h22m. 65% dos jovens na faixa

de 16 a 25 se conectam todos os dias, em média 5h51m durante a semana, contra 4% e 2h53m

dos usuários com 65 anos ou mais.

O uso de aparelhos celulares como forma de acesso à internet já compete com o uso por meio

de computadores ou notebooks, 66% e 71% respectivamente. O uso de redes sociais influencia

esse resultado. Entre os internautas, 92% estão conectados por meio de redes sociais, sendo as

mais utilizadas o Facebook (83%), o Whatsapp (58%) e o Youtube (17%).

Entre as redes sociais e os programas de trocas de mensagens instantâneas mais usadas (1º + 2º

+ 3º lugares), estão o Facebook (83%), o Whatsapp (58%), o Youtube (17%), o Instagram (12%) e o

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Google+ (8%). O Twitter, popular entre as elites políticas e formadores de opinião, foi mencionado

apenas por 5% dos entrevistados. Em relação aos principais suportes de acesso à internet (1º + 2º

lugares), os resultados mostram que a maioria dos entrevistados (71%) o fazem via computador,

seguido pelo celular (66%). Há ainda uma pequena parcela (7%) dos pesquisados que utiliza

tablets para navegar pelo mundo digital.

Dentre as vantagens da utilização das redes sociais estão:

Aprender sobre seu público; maior reconhecimento da marca; mais oportunidades; expandir seu

público; redução de despesas de marketing tradicional; feedback instantâneo;

compartilhamento ampliando o alcance; relacionamento.

Facebook:

A rede social possui atualmente 1.44 bilhão de usuários em todo o mundo. Um dos principais

pontos positivos para a comunidade, criada em 2004, é o aumento do número de jovens que a

utilizam.

Segundo um levantamento do Pew Research Center, 71% dos jovens util izam o Facebook, sendo

a rede social mais popular entre eles. Para se ter noção da diferença entre seus concorrentes,

somente 33% disseram utilizar o Google+ e o Twitter.

Por outro lado, parece que o Facebook já chegou ao seu nível máximo de amadurecimento. De

acordo com um estudo feito pelo Global Web Index, ele foi o que menos cresceu nos últimos dois

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meses. A base de membros aumentou 6% e os usuários ativos somente 2%. O Facebook detém

também o Instagram e o WhatsApp, juntos, este grupo é responsável por 75% do tempo gasto

pelas pessoas no celular. Sim, a cada 4 minutos gastos em smartphones, 3 é dedicado somente

para este trio.

WhatsApp:

O aplicativo que possibilita troca de mensagens pelo celular foi comprado pelo Facebook, em

agosto de 2014, e possuía cerca de 600 milhões de pessoas, recentemente atingiu a marca 800

milhões de usuários. Espera-se que atinja muito em breve 1 bilhão.

Jan Koum, CEO do serviço, afirmou que as pessoas enviam cerca de 30 bilhões de mensagens

por dia.

Entre os aplicativos em que se podem enviar mensagens, são 45 bilhões de mensagens enviadas

por dia. O aumento do uso de plataformas como Messenger e WhatsApp pode deixar outras

tecnologias para trás. Inclusive, teorias apontam que o e-mail pode se tornar obsoleto em não

tanto tempo: cerca de 2020.

Instagram:

Adquirido há três anos atrás, Mark Zuckerberg não estava errado, o aplicativo foi o que teve

mais rápido crescimento entre adultos nos Estados Unidos, segundo Pew Research.

Hoje, são 400 milhões de usuários. Em fevereiro de 2013, possuía 100 milhões. O Instagram reina,

também, entre os jovens adultos, 53% utilizam a rede.

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Atrás apenas dos Estados Unidos, o número de brasileiros ativos no Instagram é bastante alto. De

acordo com o aplicativo, 60% dos usuários no Brasil acessam a plataforma pelo menos uma vez

ao dia.

Entre os temas que os brasileiros mais postam, as imagens de viagens, comidas e eventos são as

mais presentes. As categorias música, moda e celebridades aparecem no topo do ranking dos

conteúdos com mais seguidores no Brasil.

Para comparar a grandeza, se o Instagram fosse um país ele seria o terceiro maior do mundo,

atrás apenas da China e da Índia.

Além dos usuários, a rede social se destaca pela quantidade de conteúdo postado diariamente.

São mais de 80 milhões de fotos publicadas por dia, com uma média de 3,5 bilhões de curtidas.

Até hoje, 40 bilhões de fotos e vídeos foram publicados. Além disso, é a plataforma que mais

cresceu no mundo no último ano, e engaja 58% mais que outras mídias. Assim modo, o ChildFund

Brasil espera se destacar e engajar seu público nesta plataforma, produzindo resultados que

possam ser mensuráveis e que traga cada vez mais novos doadores.

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http://www.iskadigital.com.br/numeros-do-instagram-no-brasil-pesquisa-inedita-revela-todos-os-dados/

15.4 Member get member

15.4.1 Transformar

Algumas questões reafirmam a importância de um programa bem estruturado de captação de

novos padrinhos realizado pelos próprios padrinhos (member get member): a grande

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necessidade de ampliar a receita e, portanto de apadrinhamentos; o alto índice de satisfação

dos padrinhos apontado na pesquisa realizada em 2011 pelo RGaber; bem como o

engajamento de padrinhos que estão dispostos a ajudar na ampliação de benefícios para as

crianças e suas famílias.

Visando a redução de custos, inicialmente, o Programa Transformar será realizado apenas nos

canais on-line, com a base de padrinhos que possuem e-mail. O objetivo do programa é instalar

prática da indicação de novos padrinhos, aumentar a participação do padrinho, promover a

atualização e cadastramento dos canais web, incrementar os canais de comunicação via web

e aproximação / fidelização dos padrinhos.

As prioridades serão alinhadas com o departamento de programas, mas devem considerar

sempre as comunidades que possuem crianças à espera de apadrinhamento, projetos que estão

em comunidades já atendidas pelas organizações sociais parceiras e ainda projetos em novas

comunidades que tenham algum contato com as organizações parceiras.

Os padrinhos serão segmentados da seguinte forma:

1º Separação de padrinhos "on-line" e "off-line".

2º Padrinhos que possuem afilhados na OSP – Organização Social Parceira.

3º Padrinhos que possuem afilhados na cidade.

4º Padrinhos que possuem afilhados na meso-região.

5º Padrinhos que possuem afilhados na região.

6º Padrinhos que possuem afilhados no estado.

Após definida uma meta, serão realizados disparos de e-mails para as bases de acordo com a

segmentação acima.

A cada nova meta apenas uma parcela de padrinhos e doadores será impactada por vez, o

que permitirá trabalharmos várias metas acionando pequenos grupos, evitando que um mesmo

grupo receba vários pedidos e prevenindo o desgaste junto a estes grupos.

Espera-se o incremento e melhor aproveitamento deste canal de captação, que durante anos

se mostrou um dos principais canais do ChildFund Brasil.

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15.4.2 Evangelizadores (Celebridades ou pessoas não famosas)

O programa Evangelizadores será um convite a um grupo de formadores de opinião, sejam

padrinhos ou não, para que se tornem divulgadores do trabalho realizado pelo ChildFund Brasil,

seja nos canais digitais ou não.

O principal objetivo é estabelecer um relacionamento mais ativo com esse grupo de pessoas

que receberão informações, infográficos, fotos, vídeos a respeito do ChildFund Brasil e de suas

campanhas. Dessa forma, poderão compartilhar além dos materiais citados, a experiência do

apadrinhamento nas suas redes sociais digitais, bem como com seus amigos, familiares e colegas

de trabalho.

15.5 Campanhas sazonais

Podem ser feitas tanto por mala direta, como por canais on-line, mas possuem foco ou apelos

específicos, tais como: Campanha do Material Escolar, Dia das Crianças, Natal, Campanha 50

anos, etc. Além dessas ações, também poderão ser feitas exposições em espaços públicos com

possibilidade de realização de captação via face-to-face, eventos corporativos ou em

universidades.

Recomendações de canais de captação - Outras canais também são utilizados por

Organizações do terceiro setor:

Arrecadação pelo imposto de renda via Fundo da Infância e Adolescência (FIA);

DRTV

Advertising

16. Ações no Segmento Corporativo

Atualmente, existem cerca de 16 milhões de empresas ativas (filiais e matrizes) no Brasil, segundo

o site Empresômetro, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O

Governo arrecada cerca de 71 bilhões de reais em impostos com elas. Em 2014, o faturamento

dessas empresas foi de 815 bilhões de reais.

O ChildFund Brasil irá atuar de três formas no mercado corporativo:

1. Lei de incentivo fiscal

2. Apadrinhamento corporativo

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3. Doações

A área de Mobilização de Recursos trabalhará com a de Marketing para desenvolver

campanhas que explorem a importância de as empresas abraçarem causas sociais. A

sociedade e órgãos internacionais tem cobrado a responsabilidade social das empresas. Esse

movimento não tem mais volta e cresce a cada dia.

17. Ações no Segmento de Grandes Doadores

A cada ano cresce o número de indivíduos e famílias bilionárias no Brasil, segundo a revista

Forbes. Diante dessa realidade, o ChildFund Brasil vai escolher 10 grandes possíveis doadores

para 2016. Para fazer tal escolha, será apresentada ao Conselho Administrativo uma lista com 30

nomes para que o mesmo, baseado em seus relacionamentos, decida em quais a organização

deve focar suas ações.

18. O ChildFund Brasil e o Investimento Social Privado

O investimento social privado é uma das opções para a captação de recursos que possam

viabilizar os programas e projetos do ChildFund Brasil. Como visto, há grande soma de valores

destinados pelas empresas de grande porte para a área social. Porém, muitas empresas têm suas

respectivas fundações e institutos e financiam projetos sociais próprios, o que dificulta a

penetração nesse segmento corporativo.

Futuramente será importante a contratação de uma pesquisa para conhecer o perfil das

empresas de médio porte que atuem com investimento social privado.

É fundamental para a aquisição de investimentos corporativos prestar contas dos projetos e

programas, demonstrando a capacidade de monitorá-los e avaliá-los, principalmente por meio

de indicadores de impactos efetivos.

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Expediente

2015

ChildFund Brasil – Fundo para Crianças

Diretor Nacional

Gerson Pacheco

Marketing e Mobilização de Recursos

Danielle Ferreira

Viviane Guimaraes

Comitê de Mobilização de Recursos

Allyson Martins

Davidson Freitas

Jairton Melo

Elaboração e redação

Eliane Dantas

Design

Jéssica Takato