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O presente trabalho objetiva sustentar as ideias sobre o CRÉDITO, por entender ser de suma importância, a peça chave para o sucesso das MPE‟s. Não na sua forma simples, mas sobre o CRÉDITO que no dia-a-dia e de várias maneiras está presente na vida das MPE‟s. Neste caso, se está fazendo menção ao Crédito Bancário, ao Crédito de Fornecedores e ao Crédito de Clientes que, em conjunto, formam o que se pode denominar de CADEIA DO CRÉDITO. Mas para que funcione o empreendedor precisa compreender que o relacionamento sinergético, comprometido, entre os agentes formadores da cadeia é a mola mestra do processo do crédito. O interessante é que quando se analisa os indicadores apontados na pesquisa realizada pelo SEBRAE, como os causadores da mortandade precoce das MPE‟s, percebe-se que entre os principais – falta de capital de giro (42%), falta de clientes (25%), falta de crédito bancário (14%), está presente uma das formas de crédito acima mencionado. O que fortalece a ideia sobre a importância da ferramenta gerencial Cadeia do Crédito no dia-a-dia das MPE‟s que buscam o sucesso e a longevidade.

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  • UNIVERSIDADE DA AMAZNIA UNAMA

    CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS - CESA

    CURSO DE CINCIAS ECONMICAS

    FRANCISCO CARLOS DA SILVA SOUZA

    CADEIA DO CRDITO

    UMA FERRAMENTA GERENCIAL EFICAZ E FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO

    E LONGEVIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    BELM - PA

    2012

  • FRANCISCO CARLOS DA SILVA SOUZA

    CADEIA DO CRDITO

    UMA FERRAMENTA GERENCIAL EFICAZ E FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO

    E LONGEVIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    Monografia apresentada ao Centro de Estudos Sociais Aplicados, curso de Cincias Econmicas da Universidade da Amaznia, como requisito para a obteno do titulo de Bacharel em Cincias Econmica. Orientador: Professor Jos Stnio.

    BELM - PA

    2012

  • FRANCISCO CARLOS DA SILVA SOUZA

    CADEIA DO CRDITO

    UMA FERRAMENTA GERENCIAL EFICAZ E FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO

    E LONGEVIDADE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    Monografia apresentada ao Centro de Estudos Sociais Aplicados, curso de Cincias Econmicas da Universidade da Amaznia, como requisito para a obteno do titulo de Bacharel em Cincias Econmica. Orientador: Professor Jos Stnio.

    Banca Examinadora:

    ________________________________ Professor Jos Stnio - Orientador

    ________________________________ Professor Roberto Alcntara

    ________________________________ Professor Mrio Jnior

    Data: ___/ ___/ ___

    Conceito: ________

    BELM - PA

    2012

  • Dedico este trabalho a memria de meus

    pais, em especial a de minha me que teve

    que trabalhar duro para ajudar a criar os

    filhos, a minha irm Helena que jamais

    mediu esforos para ajudar nos meus

    estudos, aos demais irmos, a minha esposa

    e filhas que sempre me deram fora para

    que eu conclusse este trabalho.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus e a Nossa Senhora do Perptuo Socorro que

    sempre iluminaram o meu caminho.

    Aos meus amigos irmos de infncia que sempre me deram fora nos estudos.

    Ao meu professor orientador Jos Stnio.

    Ao meu professor coordenador Roberto Alcntara por ter me ajudado a concluir este

    trabalho.

    .

  • RESUMO

    O presente trabalho objetiva sustentar as ideias sobre o CRDITO, por entender ser

    de suma importncia, a pea chave para o sucesso das MPEs. No na sua forma

    simples, mas sobre o CRDITO que no dia-a-dia e de vrias maneiras est

    presente na vida das MPEs. Neste caso, se est fazendo meno ao Crdito

    Bancrio, ao Crdito de Fornecedores e ao Crdito de Clientes que, em conjunto,

    formam o que se pode denominar de CADEIA DO CRDITO. Mas para que

    funcione o empreendedor precisa compreender que o relacionamento sinergtico,

    comprometido, entre os agentes formadores da cadeia a mola mestra do processo

    do crdito. O interessante que quando se analisa os indicadores apontados na

    pesquisa realizada pelo SEBRAE, como os causadores da mortandade precoce das

    MPEs, percebe-se que entre os principais falta de capital de giro (42%), falta de

    clientes (25%), falta de crdito bancrio (14%), est presente uma das formas de

    crdito acima mencionado. O que fortalece a ideia sobre a importncia da

    ferramenta gerencial Cadeia do Crdito no dia-a-dia das MPEs que buscam o

    sucesso e a longevidade.

    Palavras-chave: Pessoas. Relacionamento. Cadeia do crdito.

  • ABSTRACT

    The present work intents to sustain the ideas about CREDIT, by understand to be of

    great importance, the key piece to the success of MSEs. Not in your simple way but,

    about the CREDIT that day to day and in many ways it is present in the lives of

    MSEs. In this case, it is make mention to the bank credit, to the supplier credit, and

    the clients credit that together structure what that be named CREDIT CHAIN. But, to

    make it works, the enterprising needs to understand that the synergetic relationship

    between forming agents of the chain is the master spring to the credit process. The

    interesting thing is that when analyzing the indicators pointed in the research as the

    cause of early mortality enterprise, perceives that among the main lack of working

    capital (42%), lack of clients (25%), lack of banking credit (14%), is present one of

    the credit ways above-mentioned. What strengthens the idea about the importance

    of the management tool Credit Chain on a day-to-day of MSES that seek success

    and longevity.

    Keywords: Relationship. Credit chain. MSEs.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Quadro 1 - Causas das dificuldades e razes para o fechamento das micro

    e pequenas empresas

    10

    Quadro 2 - Taxa de mortandade das MPEs por tempo de constituio 11

    Quadro 3 - Salrio mnimo real - Brasil 1940-2006 (mdias anuais) 16

    Quadro 4 - IPCA e IGP-DI (Variao anual - %) 17

    Grfico 1 - Evoluo do nmero de estabelecimentos por porte 18

    Grfico 2 - Evoluo do nmero de empregos por porte 19

    Grfico 3 - Participao relativa das MPEs, na massa salarial e etc. 19

    Figura 1 - Formatao genrica da cadeia do crdito 23

  • SUMRIO

    1 INTRODUO 9

    2 PROBLEMA 12

    2.1 O ALTO NDICE DE MORTALIDADE PRECOCE DAS MPES 12

    2.2 OBJETIVOS 13

    2.1.1 Objetivo Geral 13

    2.2.2 Objetivos Especficos 13

    2.3 HIPTESE 13

    2.4 DELIMITAO DO TRABALHO 13

    3 MICROS E PEQUENAS EMPRESAS 14

    3.1 ASPECTOS HISTRICOS 14

    3.2 O DINAMISMO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL 15

    4 CADEIAS DE CRDITO 20

    4.1 DA CADEIA PRODUTIVA CADEIA DO CRDITO 20

    4.1.1 Cadeia produtiva 20

    4.1.2 Cadeia de crdito 22

    4.2 OPERACIONALIZAO E FUNCIONAMENTO DA CADEIA DE

    CRDITO

    27

    5 VANTAGEM COMPETITIVA DA UTILIZAO DA

    CADEIA DE CRDITO

    29

    6 METODOLOGIA 31

    6.1 CARACTERIZAO DO ESTUDO 31

    6.2 DESCRIO DO LOCAL DO ESTUDO 31

    6.3 POPULAO ALVO 31

    7 CRONOGRAMA 33

    8 CONSIDERAES FINAIS 34

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 36

    ANEXO 39

  • 9

    1 INTRODUO

    Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),

    sobre as micro e pequenas empresas revelam que, elas somam 98% das empresas

    formalizadas no Pas, geram 60% dos empregos formais e contribuem com cerca

    de 21% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, contraditoriamente, tambm mostram

    que, em torno de 60% dos empreendedores que realizam o sonho de ter o seu

    prprio negcio, fecham as portas at o quarto ano de existncia. Esse

    fechamento prematuro de empresas no pas tem sido uma das preocupaes do

    Governo Federal e toda a sociedade organizada. Particularmente para as entidades

    que desenvolvem programas de apoio ao segmento de pequeno porte. Como o

    caso do Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

    O SEBRAE, no s preocupado com tal situao, mas por ser sua finalidade,

    a prestao de servios de apoio s micro e pequenas empresas, fez no incio de

    2004, atravs de parceria com a Fundao Universitria de Braslia (FUBRA), um

    levantamento da situao junto a 26 Unidades da Federao e Distrito Federal. O

    objetivo do SEBRAE com essa pesquisa era identificar as causas das elevadas

    taxas de mortalidade das empresas. O resultado mostrou que a taxa de mortalidade

    das empresas constitudas nos anos de 2000/2001/2002 giraram num intervalo de

    49,4% a 59,9% para o Brasil. No Par, esse quadro praticamente no se altera,

    apresentando ndice de mortalidade mdia em torno de 50% para os anos

    pesquisados.

    Para identificar as causas do elevado e prematuro fechamento dessas

    empresas, fora realizado um trabalho de entrevista junto aos dirigentes

    responsveis pelas mesmas. A maioria respondeu a pesquisa que consistia de

    perguntas estimuladas, previamente listadas para suas escolhas, todas associadas

    s dificuldades na conduo dos negcios. Ver Quadro 1.

  • 10

    Quadro 1 - Causas das dificuldades e razes para o fechamento das micro e

    pequenas empresas

    CAUSAS DAS DIFICULDADES E RAZES PARA O FECHAMENTO DAS

    MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    Categorias

    Ranking

    Dificuldades/Razes

    Percentual de

    Empresrios que

    Responderam

    Falhas

    Gerenciais

    1 Falta de capital de giro 42%

    3 Problemas Financeiros 21%

    8 Ponto/Local Inadequado 8%

    9 Falta de conhecimentos

    Gerenciais

    7%

    Causas

    Econmicas

    Conjunturais

    2 Falta de Clientes 25

    4 Maus Pagadores 16

    6 Recesso Econmica no

    Pas

    14

    Logstica

    Operacional

    12 Instalaes Inadequadas 3

    11 Falta de mo-de-obra

    qualificada

    5%

    Polticas

    Pblicas e

    Arcabouo

    legal

    5 Falta de Crdito Bancrio 14

    10 Problema com a

    fiscalizao

    6

    13 Carga tributria elevada 1

    7 Outra razo 14

    Fonte: SEBRAE (2004).

  • 11

    De posse do resultado da pesquisa o SEBRAE, em conjunto com todos os

    setores interessados tem tomado diversas aes visando modificar o quadro que se

    apresenta sobre mortandade precoce das pequenas empresas. Entre essas aes,

    cita-se a criao de cursos de capacitao direcionados no s aos pequenos

    empreendedores com tambm, aos profissionais que do suporte a esse segmento

    (contadores, consultores, etc.). O Governo Federal, o maior interessado no sucesso

    e dinamismo desse segmento, tambm tem formulado e implantado polticas de

    estmulo que passa pela criao da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas,

    Super Simples, Microempreendedor Individual, Empresrio Individual de

    Responsabilidade Limitada, Linhas de Crdito com juros baixo, etc. Modificar essa

    realidade o grande desafio que se apresenta para todos os envolvidos.

    Ao tomar conhecimento da importncia que as empresas de pequeno porte

    tm para a economia do pas e por outro lado, os problemas que elas enfrentam

    com relao mortandade precoce, despertaram o interesse de abordar sobre

    esse segmento. Mais precisamente, sobre um item que aparece nas estatsticas

    como um dos principais causadores do fechamento das mesmas, que a falta de

    CRDITO.

    Assim, o presente trabalho teve seu desenvolvimento estruturado com os

    seguintes tpicos: Na primeira parte, faz-se uma abordagem do alto ndice de

    mortandade precoce das MPEs, passando em seguida anlise dos aspectos

    histricos e do dinamismo das micro e pequenas empresas no Brasil. Na segunda

    parte, aborda-se sobre a ferramenta gerencial cadeia do crdito, seu uso como

    diferencial competitivo e sua importncia para o sucesso e longevidade das MPEs.

  • 12

    2 PROBLEMA

    2.1 O ALTO NDICE DE MORTALIDADE PRECOCE DAS MICRO E PEQUENAS

    EMPRESAS

    Pelos resultados econmicos apresentados e os benefcios sociais que geram,

    as MPEs se tornaram vitais para a economia do Pas. Contudo, o elevado ndice de

    mortandade precoce desse segmento, como demonstra o resultado das pesquisas

    efetuadas pelo SEBRAE/IBGE, tem tirado o sono do Governo Federal, que nos

    ltimos anos, tem sim, formulado, polticas de estmulo para essas unidades

    empresariais e do SEBRAE, mais ainda, por ser este rgo o responsvel direto

    pelo estudo, solues de melhoria e implementao das mesmas, para as MPEs.

    Isto porque, apesar da queda acentuada da taxa de mortalidade conforme indica os

    nmeros do ltimo relatrio de pesquisa de dezembro/2012 efetuada pelo SEBRAE,

    fica claro que ainda, h muito a se fazer para solucionar o problema. Mas,surge as

    seguintes perguntas. Ser que todas as ferramentas disponibilizadas, pelo SEBRAE,

    ou atravs de trabalhos acadmicos, palestras, seminrios, est chegando de fato

    aos principais interessados, as MPEs? Ser que est sendo apreendida e aplicada

    no dia-a-dia dessas empresas como suporte para o sucesso e longevidade das

    mesmas? Ver Quadro 2

    Quadro 2 - Taxa de mortandade por tempo de constituio

    Anos de

    existncia das

    empresas

    Anos de

    constituio

    formal das

    empresas

    Trinio

    2000-2002

    Taxa de

    mortandade

    (A)

    Anos de

    constituio

    formal das

    empresas

    Trinio

    2005-2003

    Taxas de

    mortandade

    (B)

    Variao da

    taxa de

    mortandade

    (B-A)

    Ate 2 anos 2002 49,4% 2005

    22,0% - 27,4%

    Ate 3 anos 2001 56,4% 2004 31,3% - 25,1%

    Ate 4 anos 2000 59,9% 2003 35,9% - 24,0%

    Fonte: SEBRAE (2007).

  • 13

    2.2 OBJETIVOS

    2.2.1 Objetivo Geral

    Demonstrar a importncia do uso da ferramenta gerencial Cadeia do Crdito a

    todos aqueles que esto frente de uma MPE, que buscam alcanar o sucesso e

    longevidade. Mostrar as vantagens competitivas proporcionadas pelo uso desta

    ferramenta.

    2.2.2 Objetivos Especficos

    Demonstrar que o uso da ferramenta gerencial Cadeia do Crdito uma

    condio determinante para o sucesso e longevidade das MPEs e;

    Mostrar as vantagens competitivas proporcionadas pelo uso da ferramenta

    gerencial.

    2.3 HIPTESE

    O uso efetivo da ferramenta gerencial Cadeia do Crdito potencializa o

    sucesso e longevidade das MPEs.

    2.4 DELIMITAO DO TRABALHO

    O presente trabalho sobre a ferramenta gerencial Cadeia do Crdito centra sua

    anlise no universo das MPEs, do segmento comrcio e servio, por duas razes.

    Primeiro por representarem, em conjunto, em torno de 84% das empresas que

    encerram suas atividades precocemente. Segundo, por ser nas empresas

    pertencentes a esses ramos de atividades que se pode melhor avaliar os benefcios

    do uso da ferramenta gerencial Cadeia do Crdito em face da acirrada

    competitividade.

  • 14

    3 MICROS E PEQUENAS EMPRESAS

    3.1 ASPECTOS HISTRICOS

    Shopping Center, mini shopping, abrigando centenas de pequenos

    comerciantes, lojas de convenincias e outras milhares de micro e pequenas

    empresas espalhadas por todas as cidades do pas, operando dentro de um

    mercado dinmico, muito competitivo, dispondo de ferramenta tecnolgica -

    comrcio eletrnico - para vender o seu produto/servio a um comprador cada vez

    mais exigente e sabedor de seus direitos como consumidor. o que se observa

    hoje na economia. Mas nem sempre foi assim.

    Para conhecer mais sobre esse segmento, sua origem e evoluo, e preciso

    retroagir no tempo, at o entardecer do Perodo feudal, em plena a idade mdia.

    Naquele perodo no existia o comrcio como ocorre nos dias de hoje. Havia sim,

    uma economia de consumo, de auto-suficincia. Do alimento ao vesturio, tudo era

    produzido no feudo. Assim, o estado feudal era praticamente completo em si

    fabricava o que necessitava e consumia seus produtos.

    Aps o sculo X o comrcio comea evoluir a passos largos. Toda a velha

    estrutura da Europa ocidental se ver transformada. O aumento da populao, as

    cruzadas, a expanso de sua fronteira agrcola, a descoberta do caminho martimo

    para as ndias, a descoberta do continente americano e suas minas de ouro e prata,

    a derrubada da crena da igreja catlica sobre a usura e principalmente, a

    introduo de uma economia monetria - o surgimento da moeda como instrumento

    de troca, medida de valor e reserva de valor- deram novo mpeto ao comrcio.

    Dentro deste contexto entra em cena o comerciante/mercador que lembra os

    comerciantes informais ou vendedores ambulantes de hoje. Unidos, organizavam,

    de cidade em cidade, grandes feiras, onde se realizavam o comrcio de uma

    enorme variedade de produtos. Essas feiras duravam o ano inteiro. Para apoi-los,

    estavam os banqueiros da poca, que nos dias finais de feira, faziam emprstimos,

    recebiam dvidas, intermediavam a troca de uma variedade de moedas.

    O desenvolvimento do comrcio, o progresso das cidades e o uso do dinheiro

    proporcionaram aos camponeses/arteses a oportunidade, que tanto esperavam, de

    melhores condies de vida. Assim, como os comerciantes/burgueses, tambm

  • 15

    queriam ter os seus prprios negcios, viver dos seus prprios ofcios. Queriam se

    libertar do jugo do Senhor Feudal.

    E assim o fizeram. Logo, o aougueiro, o padeiro e o fabricante de velas

    foram ento para a cidade. Dedicaram-se ao negcio de carnes, padaria e

    fabricao de velas, no para satisfazer suas necessidades, mas sim para atender a

    crescente demanda daqueles que viviam nas cidades. Desde modo, pode-se

    afirmar, considerando essa dinmica, que a micro e pequena empresa de hoje, teve

    sua origem na pequena indstria artesanal iniciada no entardecer da idade mdia.

    3.2 O DINAMISM0 DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

    A origem do dinamismo verificado no segmento das MPEs est na mudana

    de paradigma ocorrido na estrutura de produo da indstria brasileira, no programa

    de privatizao das empresas estatais, no aviltamento da renda ocorrido naquele

    perodo (QUADRO 3) e no crescimento da PEA, provocado pelo aumento das

    pessoas em idade de trabalho e tambm pelo ingresso, cada vez maior, das

    mulheres em atividades, que antes eram ocupadas exclusivamente por homens.

    Essas mudanas verificadas a partir da segunda metade dos anos 80 e que se

    prorrogou ao longo dos anos 90, foram originadas pelo fenmeno da globalizao, a

    abertura de mercado ocorridas no governo Collor (1990-1992), continuado com a

    implantao do Plano Real pelo governo FHC (de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002).

    Envolto num discurso pragmtico de que para sobreviverem, as empresas

    deveriam, com a mxima urgncia, modificar o seu modo de produzir e isso exigia

    modernizao e automao do processo produtivo, inicia-se a nova fase da

    evoluo do modo de produo capitalista. A ordem era produzir mais, com

    menores custos, para obter maiores lucros, em outras palavras aumentar a taxa da

    mais-valia. Assim, sem se importar com o caos social que tais medidas iriam

    provocar no mercado de trabalho, por conta de milhares de empregos ceifados, o

    pas ingressa de vez no clube das economias globalizadas.

  • 16

    Quadro 3 - Salrio mnimo real - Brasil 1940-2006 (mdias anuais)

    Ano

    Salrio Mnimo (1)

    ndice: Julho

    Perodo 1940=100

    Ano

    Salrio Mnimo Perodo

    1940-100

    ndice Julho

    Perodo 1940-100

    1940 931,55(2) 98,02 1997 240,59 25,32

    1960 953,19 100,30 1998 252,28 26,55

    1980 587,11 61,78 1999 253,31 26,65

    1990 276,44 29,09 2000 260,53 27,41

    1991 288,72 30,38 2001 281,99 29,67

    1992 247,77 26,07 2002 287,75 30,28

    1993 279,55 29,37 2003 291,80 30,70

    1994 235,59 24,79 2004 302,69 31,85

    1995 233,11 24,53 2005 326,01 34,30

    1996 236,85 24,92 2006 376,75 39,64

    Fonte: SEBRAE/DIEESE (2011). Notas: (1) Em R$ de fevereiro 2007, referente capital paulista; (2) Em 1940, o salrio mdio correspondente ao segundo semestre.

    Obs: a) Para o clculo do salrio mnimo real, foram encadeadas as seguintes sries: o ndice de custo de vida da prefeitura do municpio de So Paulo, para o perodo de julho de 1940 at janeiro 1959; de fevereiro de 1959 a dezembro 1970, o ICV-DIEESE; a partir de janeiro de 1971, o ICV-DIEESE b) Os ndices do salrio de do custo de vida tm como base seus valores reais iniciais, julho de 1940 = 1000 c) Inclui abonos legais e, desde 1962, 13 salrio.

    reboque das transformaes que estavam se processando na estrutura

    produtiva do pas, seguindo a cartilha do Consenso de Washington, foi implantado

    em julho/1994 o Plano Real, cujo objetivo principal era eliminar o problema da

    inflao galopante que assolava o pas. Apontada por estudiosos no assunto como

    uma das principais causa da inrcia da economia brasileira. Mas para alcanar esse

    objetivo o governo FHC, segundo sua equipe econmica, de formao neoliberal,

    deveria atacar na raiz do problema e isso passava pela diminuio da presena do

    estado na economia. Em outras palavras, o governo deveria privatizar dezenas de

    empresas estatais, o que foi feito. Desta forma foi eliminado um dos entraves ao

    progresso sustentvel da economia.

    No existem dvidas quanto ao sucesso do Plano Real, principalmente com

    relao ao combate inflao, que reduziu drasticamente a taxa anualizada de

  • 17

    916,43% em 1994 para 22,41%, em 1995(ver quadro 04), seguindo uma trajetria de

    queda. Assim como tambm, no existe dvidas sobre os efeitos colaterais danosos

    provocados pelo plano, atingindo em cheio a classe trabalhadora com a perda de

    milhares de postos de trabalho.

    Quadro 4 - IPCA e IGP-DI (Variao anual - %)

    ANO

    IPCA

    IGP-DI

    ANO

    IPCA

    IGP-DI

    1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

    89,28 95,65 104,80 164,00 215,28 242,25 79,66 363,41 980,22 1.972,91 1.620,97 472,69 1.119,09 2.477,15 916,43

    22,41

    110,25 95,20 99,71 210,98 223,81 235,13

    65,04 415,87 1.037,53 1.782,85 1.476,71 480,17 1.157,84 2.708,39

    909,67 14,77

    1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    9,56 5,22 1.66 8,94 5,97 7,67 12,53 9,30 7,60 5,69 3,14 4,46 5,90 4,31 5,91 6,50

    9,33 7,48 1,71 19,99

    9,80 10,40 26.41 7,67 12.14 1,22 3,79 7,89 9,11 -1,43 11,30 5,00

    Fontes: IBGE e FGV (1995). IPCA - ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo IGP-DI - ndice Geral Preos Disponibilidade Interna

    Abandonados a prpria sorte e sem perspectivas de recomposio de suas

    rendas, em curto prazo, seja por falta de emprego nas empresas pblicas, seja pelo

    baixo salrio pago na iniciativa privada, muitos daqueles trabalhadores foram

    obrigados a buscar alternativas de ganhos para fazer frente ao seu oramento

    familiar. Assim, forosamente, foram impelidos a trabalharem por conta prpria.

    Montar os seus prprios negcios, nos mais variados tipos dos ramos de atividade.

    Muitos daqueles aventureiros se tornaram grandes empreendedores e foram sem

    dvida, os precursores do sucesso e importncia que essas MPEs representam

    hoje, para a economia do pas.

    Contudo, aqueles pequenos negcios, geradores de emprego e renda, cuja

    participao no desenvolvimento econmico e social do pas era inegvel, mesmo

    operando margem da legalidade, mais j considerado um segmento estratgico

    para a economia do pas, s passou a ter sua importncia reconhecida de fato e de

  • 18

    direito a partir de 05/10/1999, com criao da Lei 9841, que instituiu o Estatuto da

    Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, dispondo sobre o tratamento

    jurdico diferenciado e simplificado, esta revogada pela Lei Complementar n 123,

    de 14 de dezembro de 2006 que estabeleceu normas gerais relativas ao tratamento

    diferenciado e favorecido a ser dado s MPE's nos termos dos artigos 146, 170 e

    179 da Constituio Federal.

    Desde ento, incentivados por vrias medidas de estmulo e proteo, no s

    por parte do governo federal como tambm por outros rgos no governamentais,

    especificamente o SEBRAE, o segmento das MPEs nunca mais parou de crescer e

    de se modernizar. Segundo dados colhidos junto ao SEBRAE, entre 2000 e 2010

    verificou-se um aumento expressivo do nmero de estabelecimentos das MPEs e

    do emprego gerado por estes estabelecimentos. Em 2010, as MPEs responderam

    por 99% das empresas, mais da metade dos empregos formais de

    estabelecimentos privados no-agrcolas do pas e por parte expressiva da massa

    de salrios paga aos trabalhadores desses estabelecimentos. Enfim, para melhor

    clareza e confirmao do dinamismo apresentado por este segmento e de sua

    participao expressiva na estrutura produtiva do pas na ltima dcada

    transcrevemos abaixo uma srie de grficos constante do ANURIO DO

    TRABALHO NA MICRO E PEQUENA EMPRESA 2010-2011, publicado sob a

    coordenao do SEBRAE.

  • 19

  • 20

    4 CADEIA DO CRDITO

    4.1 DA CADEIA PRODUTIVA CADEIA DO CRDITO

    4.1.1 Cadeia produtiva

    Antes de se falar da construo da ferramenta gerencial cadeia do crdito e

    dos benefcios que seu uso pode gerar para MPEs importante para o

    desenvolvimento do conceito desta ferramenta, que se coloque como foi moldada a

    ideia. Logo, a ferramenta foi elaborada a partir do funcionamento de uma cadeia

    produtiva cuja dinmica no s objetiva gerar renda para os agentes envolvidos em

    cada parte do processo produtivo, como tambm, d sustentabilidade a atividade

    desenvolvida, desde a extrao ou coleta da matria prima at o produto final,

    pronto para o mercado. Tambm, torna-se imprescindvel que se tenha uma

    compreenso sobre significado conceitual de cadeia produtiva.

    Assim, entende-se por cadeia produtiva como sendo:

    Cadeia produtiva um conjunto de etapas consecutivas, ao longo das quais os diversos insumos sofrem algum tipo de transformao, at a constituio de um produto final (bem ou servio) e sua colocao no mercado. Trata-se, portanto, de uma sucesso de operaes (ou de estgios tcnicos de produo e de distribuio) integradas, realizadas por diversas unidades interligadas como uma corrente, desde a extrao e manuseio da materia-prima at a distribuio do produto. (CADEIA, 2013, no paginado).

    Segundo Jean-Paul Rodrigue (2013),

    Uma cadeia produtiva uma rede de atividades de produo, comrcio e servios funcionalmente integrada, cobrindo todos os estgios de umacadeia de suprimento, desde a transformao de matrias-primas, passando pelos estgios intermedirios de produo, at a entrega do produto acabado, ao mercado. A cadeia concebida como uma srie de ns, ligados por vrios tipos de transaes - como venda e transferncia intra-firma. Cada n, dentro da cadeia produtiva de uma mercadoria, envolve a aquisio ou a organizao de insumos visando a adio de valor ao produto em questo. (RODRIGUE, 2013, p.153)

    Segundo a literatura existente sobre o tema consenso entre os estudiosos

    do modelo produtivo que tanto no Brasil quanto em nvel internacional, j h certa

    unanimidade em que as anlises tradicionais, em especial as que se pautam na

    ideia de setores (primrio, secundrio e tercirio), no mais do conta da

  • 21

    complexidade de relaes que envolvem a produo de certos produtos finais,

    particularmente os alimentares. Detalhando a compreenso de cadeia de produo,

    pode-se dizer que ela se constitui em:

    Uma sucesso de operaes de transformao dissociveis, capazes de ser separadas e ligadas entre si por um encadeamento tcnico... e tambm um conjunto de relaes comerciais e financeiras que estabelecem, entre os estados de transformao, um fluxo de troca, situado de montante a jusante, entre fornecedores e clientes. (BATALHA, 1997, p. 24).

    A cadeia de produo um conjunto de aes econmicas que presidem a

    valorao dos meios de produo e asseguram a articulao das operaes.

    De modo geral, uma cadeia de produo agroindustrial pode ser segmentada, de

    jusante (produto final) a montante (matria-prima), em quatro macros segmentos ou

    mercados. Em muitos casos prticos, os limites dessa viso no so facilmente

    identificveis. Alm disso, essa diviso pode variar muito, segundo o tipo de produto

    e o objetivo da anlise, conforme descreve Batalha (1997):

    A existncia destes mercados permite a articulao dos vrios macros segmentos, bem como das etapas intermedirias de produo que os compem. Dentro de uma cadeia de produo agroindustrial tpica podem ser visualizados no mnimo quatro mercados com diferentes caractersticas: mercado entre os produtores de insumos e os produtores rurais, mercado entre produtores rurais e agroindstria, mercado entre agroindstria e distribuidores e finalmente, mercado entre distribuidores e consumidores finais. O estudo das caractersticas destes mercados representa uma ferramenta poderosa para compreender a dinmica de funcionamento da CPA. (BATALHA, 1997, p. 27).

    O fato que, na economia globalizada de hoje, onde, as inovaes

    tecnolgicas, no s ditam o ritmo, como tambm, modificam a maneira de produo

    de bens econmicos, numa rapidez, capaz de assustar os mais pragmticos tericos

    do modo de produo capitalista, as empresas, cada vez mais, tm buscado

    estratgias para se manterem vivas, competitivas em um mercado, que a cada dia,

    se apresenta muito concorrencial, principalmente no universo das MPEs. Entre as

    estratgias utilizadas est a associao com outras empresas do mesmo segmento

    ou pertencentes s cadeias produtivas relacionadas com suas atividades. Dessa

    forma, se tornam mais produtivas, uma vez que, associadas, conseguem produzir

    com qualidade, mais e a menores custos. Essas estratgias, at por contar, em

  • 22

    muita das vezes, com a parceria dos governos locais, tm potencializado o resultado

    de tais empresas.

    4.1.2 Cadeia do crdito

    Da linha de raciocnio exposto acima, sobre cadeia produtiva, parte-se para

    anlise conceitual de cadeia do crdito, cuja rea de atuao est particularizada na

    comercializao e na prestao de servios, etapa final de um processo produtivo

    tradicional, afeto ao mercado da MPEs. Portando, o pleno entendimento de que a

    cadeia constituda por todos os agentes com os quais, as MPEs interagem

    diretamente fundamental para o efetivo uso da ferramenta. Assim, conceitua-se

    cadeia do crdito como uma ferramenta gerencial moldada no relacionamento

    prximo, consistente, de interdependncia, firmado no comprometimento de todos

    os agentes participantes da cadeia (empresa, banco, fornecedor, governo, capital

    humano, cliente). O seu uso tem por finalidade ajudar o dirigente/proprietrio a gerir

    com competncia ao seu negcio buscando atingir os objetivos afeto a qualquer

    empreendimento comercial que a de gerar lucro, criar valor para o consumidor de

    seus produtos e servios, alcanar o sucesso e se manter longevo no mercado. No

    entanto, essa ferramenta, para funcionar efetivamente, precisa que o

    relacionamento, condicionado a uma srie de atitudes recprocas, se processe de

    forma sinergtica com foco no atingimento de resultados concretos.

    A partir do momento que esse relacionamento sinrgico se efetiva, entra em

    funcionamento a cadeia virtuosa do crdito, que pode ser traduzida em vantagem

    competitiva para as micro e pequenas empresas, pelos inmeros benefcios que

    alavanca, o resultado do uso correto desta ferramenta gerencial. De onde se chega

    que, o relacionamento sinergtico entre os agentes formadores da cadeia a mola

    mestra do processo do crdito em sua forma ampla. Que, sustentada na

    credibilidade, a partir de seu uso eficaz, cria as condies objetivas, para

    potencializar o sucesso, cuja efetividade, a competitividade se processar na forma

    do lucro monetrio, do retorno positivo do capital investido.

    Na analise da Cadeia do Crdito considera-se apenas aquelas relaes

    diretas com as MPEs, por entender ser o universo de relacionamento que realmente

    pode impactar positivamente ou negativamente a cadeia junto ao consumidor final.

  • 23

    Diante destas consideraes, pode-se formatar genericamente a cadeia, conforme

    representado na Figura 1, onde se identifica os sete grandes grupos de agentes da

    cadeia: as MPEs, os fornecedores, os bancos, o governo, o SEBRAE, Capital

    humano e os clientes/consumidores finais de produtos e servios.

    Figura 1 - Formatao Genrica da Cadeia do Crdito

    Cadeia do Crdito

    Fonte: Do autor.

    MPEs

    Bancos

    Fornecedores

    Clientes

    Recursos

    Tecnolgicos

    Gerncia

    Capital

    Humano

    Governo

    SEBRAE

  • 24

    As MPEs atuam convergindo todos os esforos dos demais agentes da

    cadeia para a realizao suas vendas ou prestaes de servios com custo e

    qualidade competitivos, que atenda as expectativas do consumidor final.

    Finalmente, colocamos que o relacionamento com cada um dos agentes

    participantes da cadeia do crdito de suma importncia para o sucesso do uso da

    ferramenta gerencial e deve ocorrer da seguinte forma:

    a) MPEs/Fornecedores Os fornecedores, por serem os responsveis pelo

    suprimento das mercadorias que sero destinados a venda ou a prestao de

    servios aos consumidores finais pelas MPEs so considerados como peas vitais

    para o funcionamento efetivo da cadeia do crdito. Por esta razo, imperativo,

    para que as MPEs busquem o sucesso e a longevidade atravs do uso da

    ferramenta gerencial, que o processo de escolha com relao a esses agentes siga

    critrios baseados em comprometimento, em atitudes recprocas. O que passa, do

    lado dos fornecedores, pelo cumprimento do prazo de entrega, mercadoria de

    qualidade, preos atraentes, etc, do lado das MPEs pelo cumprimento do prazo de

    pagamento das mercadorias adquiridas e a fidelizao desses parceiros comerciais.

    Esse comportamento mtuo alavanca um relacionamento virtuoso, passando a ser

    um dos pilares de sustentao da ferramenta gerencial cadeia do crdito. A falta de

    crdito de fornecedores uma das causas da mortandade precoce das MPEs.

    b) MPEs/Bancos preciso que o relacionamento a ser construdo junto a esse

    agente se traduza efetivamente em crdito disponvel de forma a atender, uma

    eventual necessidade de capital de giro, seja por descasamento entre o seu fluxo de

    caixa e os compromissos a pagar, seja por eventual retrao do comrcio. E

    tambm, de investimento em fase do dinamismo do mercado que exige que as

    MPEs se atualizem para se manterem competitivas. Por outro lado, importante

    no esquecer que o Banco, na condio de emprestador, tem interesse no cliente

    vivo, em franca atividade, fator determinante para o retorno dos capitais

    emprestados na data pactuada, que constitui o objeto maior de sua misso como

    emprestador. Na verdade o Banco no s deseja que seus emprstimos e

    financiamentos sejam honrados, religiosamente, dentro dos prazos, como tambm,

    que sejam consumidos os demais itens de sua cesta de produtos, cujo retorno so

  • 25

    ofertas de linhas de crdito a juros baixo. Portando, o relacionamento virtuoso, do

    tipo ganha/ganha, com esse agente est condicionado ao cumprimento de uma

    srie de atitudes recprocas. O resultado efetivo desse relacionamento se traduz em

    ganho de competividade para as MPEs, uma vez que, permite empresa planejar

    melhor suas estratgias tanto de compra, como de venda de seus produtos e

    servios. A falta de crdito bancrio uma das maiores causas da mortandade

    precoce das MPEs.

    c) MPEs/Governo Por conta do dinamismo e importncia representados pelo

    segmento das MPEs para a economia do Pas, o governo federal tm criado vrias

    medidas de estmulo e proteo para este segmento que vai deste a concesso de

    benefcios fiscais ordenao de compras governamentais, atravs dos rgos

    federais, estaduais e municipais tendo como fornecedores exclusivos as empresas

    pertencentes a este segmento. Tais medidas implantadas pelo o governo tm por

    objetivo potencializar ainda mais esse segmento em face de sua importncia para o

    crescimento econmico do pas. No entanto, para ter acesso s medidas de

    incentivo necessrio que o relacionamento junto esfera governamental seja

    eficiente. A condio para que isso acontea passa pelo cumprimento das

    obrigaes fiscais por parte das MPEs junto aos rgos competentes. Portanto,

    para que o relacionamento com esse agente seja virtuoso e se transforme em mais

    um ganho de competividade, contribuindo para potencializar sucesso das MPEs

    preciso que as mesmas se apresentem estruturadas, capazes de atender as

    demandas de forma eficaz, unidas ou isoladamente.

    d) MPEs/Capital humano No mundo de hoje, muito disputado, onde mquinas,

    equipamentos, recursos tecnolgicos e estratgias de vendas esto disposio ou

    so utilizados por todos no processo produtivo de uma mercadoria ou da prestao

    de um servio, o fator humano aparece como um diferencial da luta por um mercado

    consumidor.

  • 26

    No inicio da dcada de 90, os executivos pareciam alheios a essa realidade, quando procuravam encontrar o caminho da prosperidade ou da sobrevivncia - por meio do enxugamento das estruturas. As empresas consideravam custos os trabalhadores e tratavam as pessoas da mesma forma que tratavam outros custos, isto , praticando a reduo. Com o avanar dos anos, as organizaes acordaram para o fato de que o capital humano a capacidade, o comportamento e a energia dos trabalhadores no poderia ser desconsiderado quando os gerentes, de todos os modos, procuravam conseguir vantagem competitiva. Na verdade considerar pessoas como ativo, em vez de custo, eleva-lhes o status e significa o reconhecimento de seu valor para o sucesso organizacional. (Davenport, 1999, p. 9 e 10)

    Logo, o sucesso do uso da ferramenta gerencial cadeia do crdito por parte

    das MPEs passa pelo nvel de competncia de seu corpo funcional, capital humano

    e quanto esto motivados e identificados com os objetivos da empresa. Hoje, no

    s as MPEs como as demais organizaes vivas no mercado precisam cuidar da

    qualidade do seu capital humano, capacitando-os, mantendo-os satisfeitos. Em

    contra partida melhor ser a satisfao do cliente devido qualidade dos produtos e

    servios oferecidos e do atendimento prestado. Portanto, o investimento em capital

    humano potencializa a produtividade dos negcios das MPEs.

    e) MPEs/Clientes na relao com esses agentes que as MPEs buscam

    realizar o seu objeto social. Mas, para alcanarem seus objetivos de rentabilidade e

    sucesso de suas atividades comerciais devem direcionar o foco, exclusivamente,

    para a prestao de um atendimento de qualidade, firmado no comprometimento,

    na confiana, na transparncia, e mais importante ainda, na competncia do seu

    capital humano. Alm de construir um relacionamento sinrgico com os clientes, as

    MPEs precisam se mostrar capazes de atender suas necessidades de consumo,

    proporcionando-lhes uma sensao de satisfao, prazer e encantamento. E por

    conta da percepo de ter feito um bom negcio, na compra de um bem ou na

    contratao de um servio a empresa se torna diferenciada, exclusiva aos olhos do

    cliente. Surge ento, um vnculo de fidelidade. O cliente no s retorna como

    tambm, propaga de forma positiva o atendimento recebido pela a empresa.

    Para serem produtivas e eficazes em suas atividades, no basta s MPEs

    ofertarem produtos ou servios de qualidade a preos competitivos, terem

    disposio recursos tecnolgicos atualizados e estratgias de vendas preciso

    investir de forma permanente no relacionamento com o cliente, o que requer

    pessoas treinadas, comprometidas com as metas a serem atingidas, motivadas no

  • 27

    s pela remunerao que recebem mais por se enxergarem parte importante da

    empresa.

    O relacionamento com esse agente finaliza o processo da formatao da

    ferramenta gerencial cadeia do crdito como instrumento capaz de potencializar a

    produtividade das MPEs fazendo com que alcancem o sucesso e longevidade.

    Ter crdito de algum implica em se mostrar confivel, transparente,

    competente, conhecedor daquilo que faz, capaz de honrar os compromissos

    assumidos dentro do prazo. No universo das micro e pequenas empresas compete

    ao seu capital humano (dirigentes, funcionrios) a misso de criar as condies

    favorveis que lhes credencie obteno do crdito junto aos agentes participantes

    da cadeia.

    4.2 OPERACIONALIZAO E FUNCIONAMENTO

    A ferramenta gerencial Cadeia do Crdito, tem no seu uso eficiente, a chave

    do sucesso e longevidade das MPEs. Para se tornar eficaz preciso que o conjunto

    de relacionamento, ancorado na credibilidade que lhe deu origem, se transforme em

    compromisso efetivo de todos os agentes participantes da cadeia. O que passa por

    uma gesto competente do uso desta ferramenta. necessrio que se ponha em

    operao cada engrenagem desta ferramenta. Assim, vejamos como se deve

    proceder com cada agente para se construir um relacionamento virtuoso. Nesta fase

    inicial, de apresentao, pra comear preciso entender que cada participante da

    cadeia tem sua particularidade, uma demanda especfica. Portanto, com cada um

    deve ser utilizada uma abordagem relacional diferente, singular. O que requer

    bastante ateno e prudncia, por parte do empresrio, no s com relao a essa

    particularidade, mas como tambm, para superar as barreiras que surgem de forma

    automtica contra essa aproximao. O que natural em face de no se saber com

    quem se est interagindo neste primeiro momento. O empresrio precisa ter clareza

    daquilo que ele espera de cada um dos agentes, assim como tambm, daquilo que

    eles esperam dele. Mas como e onde buscar essas informaes? Conversando

    diretamente com cada participante, atravs de informaes junto a terceiros, de sua

    prpria experincia, de sua percepo, atravs do auxlio do SEBRAE, em fim,

    existem uma srie de caminhos para se conseguir tais informaes. preciso

  • 28

    construir um canal de proximidade, abrir portas, avanar no relacionamento

    comercial.

    Concluda a fase inicial, parte-se para d consistncia a esse relacionamento.

    O que exige, do titular da empresa, o emprego de aes afirmativas. Ele precisa se

    mostrar transparente, confivel, conhecedor daquilo que faz. Cumpridor dos seus

    deveres. Essas atitudes positivas no s criam um efeito contagiante em cada

    participante da cadeia como tambm emitem mensagem, orientando sobre o retorno

    das aes recebidas na mesma medida, construindo dessa forma uma relao

    sinrgica, de interdependncia. Deste modo, o uso da ferramenta no deve ser visto

    como uma forma de criao de valor apenas para as MPEs, mas abrangendo

    tambm, todos os agentes participantes da cadeia, incluindo-se a, particularmente,

    o cliente, consumidor dos produtos ou servios finais.

  • 29

    5 A VANTAGEM COMPETITIVA DA UTILIZAO DA CADEIA DO CRDITO

    PARA AS MPEs

    Por que empresas, desses segmentos, que oferecem os mesmos produtos e

    servios, na mesma praa, dirigidas por pessoas que possuem conhecimento na

    rea de atuao, apresentam resultados comerciais, na maioria das vezes,

    totalmente diferentes umas das outras. Situao esta, muito comum aos olhos de

    todos aqueles ligados a esse universo. Certamente, se algum perguntasse o

    porqu dessas performances to desiguais. De pronto a resposta seria, tirada da

    sabedoria popular, o fulano tem o dom do comrcio, o ciclano no nasceu para o

    comrcio. Avanando nesta linha de pensamento, ao efetuar-se nova pergunta do

    tipo, o que leva um cliente a deixar de comprar um produto ou contratar um servio

    da empresa X, para adquirir o mesmo produto ou contratar o mesmo servio na

    empresa Y, pelo mesmo preo ofertado por ambas as empresas. Neste caso, j fica

    mais difcil de responder de imediato. Provavelmente, j seriam vrias respostas

    tentando explicar os motivos da escolha da empresa Y em detrimento da empresa X.

    Por ora, esses questionamentos levantados sobre a preferncia do

    consumidor no seu processo de escolha de onde comprar ou adquirir um

    determinado produto ou servio, no sero respondidos. Espera-se que com o

    desenvolvimento deste capitulo se possa ir alm do que ensina tais ditos populares.

    Explicar o que pode influenciar uma deciso de consumo.

    Antes de se abordar sobre o uso da ferramenta cadeia do crdito, enquanto

    sistema virtuoso, capaz de criar as condies objetivas, concretas para um

    gerenciamento eficiente com ganho de produtividade, de lucratividade para as

    MPEs, constituindo desde modo, em um diferencial competitivo disposio das

    mesmas. Torna-se importante, para uma compreenso melhor do assunto, que se

    conhea o significado do termo. Segundo a literatura pesquisada, diferencial

    competitivo ou vantagem competitiva

    uma ou um conjunto de caractersticas que permitem a uma empresa, diferenciar-se por entregar mais valor aos seus clientes, em comparao aos seus concorrentes e sob o ponto de vista dos clientes. H duas maneiras de se ter uma Vantagem Competitiva: ser nico (a melhor) ou ser diferente (a mais comum). (KOTLER, 1998, p. 63)

  • 30

    Vantagem competitiva a habilidade de uma empresa trabalhar de uma ou mais maneiras que os concorrentes no podem ou no iro acompanhar. As empresas esforam-se, para desenvolver vantagens competitivas sustentveis. Aquela bem sucedida em entregar o valor alto e satisfao aos consumidores, que leva repetio de compra e, assim alta rentabilidade da empresa. (KOTLER, 1998, p. 63)

    As micro e pequenas empresas, parte ativa e passiva de um mercado muito

    competitivo, atomizado, dinmico, em sua maioria, precisam a cada dia matar um

    leo para manterem-se vivas, alcanarem o sucesso, a to almejada longevidade.

    Em face dessa dura realidade enfrentada por essas unidades comerciais,

    importantes para o sucesso da economia do pas, foi formatada a ferramenta

    gerencial Cadeia do Crdito, no s capaz de potencializar o crdito, a

    produtividade, em funo dos benefcios proporcionados pelo relacionamento

    sinrgico constitudo com cada agente participante da cadeia, como tambm, de

    tornar-se um diferencial competitivo a ser utilizado pelas mesmas. Entretanto, na

    corrida da conquista de cliente, com foco no resultado, o uso desta ferramenta como

    diferencial competitivo s se concretiza efetivamente, ou seja, gera produtividade,

    rentabilidade, sucesso, para as MPEs, a partir do momento, que ao consumir

    produtos ou servios, os clientes tenham suas necessidades atendidas de forma

    plena, o que passa pela sensao de satisfao, prazer, encantamento por conta do

    atendimento de qualidade recebido, fruto de treinamento e investimento em capital

    humano.

  • 31

    6 METODOLOGIA

    6.1 CARACTERIZAO DO ESTUDO

    O referencial metodolgico escolhido para o presente estudo foi o qualitativo,

    caracterizado pelo mtodo descritivo com o objetivo de informar.

    6.2 DESCRIO DO LOCAL DE ESTUDO

    Este estudo foi desenvolvido em pesquisa bibliogrfica da literatura existente

    sobre as micro e pequenas empresas (artigos, livros, trabalhos de monografias);

    trabalho de pesquisa junto ao SEBRAE; IBGE; DIEESE; Instituies Financeiras e

    da experincia vivenciada por mais de duas dcadas de trabalho na carteira de

    crdito do Banco do Brasil, onde adquiri informaes que muito me ajudaram no

    desenvolvimento deste trabalho.

    Para que os objetivos da pesquisa fossem atingidos, o trabalho norteou-se nas

    seguintes fontes de pesquisa:

    a) Primeiro foi colhido o maior nmero de informaes sobre a literatura que

    abrange o tema do trabalho. Essa gama de informaes serviu de base terica para

    o desenvolvimento do trabalho.

    b) Segundo atravs de pesquisa junto aos rgos acima mencionados buscou-se

    informaes, visando atualizar os dados estatsticos com relao mortandade

    precoce das micro e pequenas empresas, sobre o seu dinamismo e sobre a

    importncia que representam para a economia do pas.

    c) Por ltimo e mais importante, buscou-se, a partir da experincia de mais de

    duas dcadas de trabalho na carteira de crdito do Banco do Brasil, direcionada s

    MPEs, ancorada em uma extensa leitura da literatura relacionada ao universo das

    mesmas, formatar uma ferramenta gerencial, chamada de cadeia do crdito, cujo

    objetivo funcionar como um diferencial competitivo capaz de potencializar o

  • 32

    sucesso e longevidade para essas unidades empresariais quando utilizada de forma

    correta.

    6.3 POPULAO ALVO

    Este trabalho tem como pblico alvo s micro e pequenas empresas dos

    setores do comrcio e servios, no s pelo seu dinamismo e sua importncia para

    a economia do pas, mais tambm, pelo elevado ndice de mortandade precoce

    observada para esse segmento conforme informaes colhidas junto ao SEBRAE.

  • 33

    7 CRONOGRAMA

    Atividades

    Perodo 2012

    Perodo 2012

    Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

    Escolha do tema X

    Pesquisa biogrfica X

    Levantamento de

    dados

    X

    Elaborao do

    projeto

    X

    Justificativa X

    Metodologia X

    Entrega do projeto X

    Defesa X

    Coleta de dados X

    Elaborao da

    Monografia

    X

    Entrega da

    Monografia

    X

    Defesa X

    Fonte: Do autor.

  • 34

    8 CONSIDERAES FINAIS

    Antes de passar para as consideraes finais sobre Cadeia do Crdito, Uma

    Ferramenta Gerencial Eficaz e Fundamental para o Sucesso e Longevidade das

    Micro e Pequenas Empresas, abre-se um parntese para fazer um alerta, sobre a

    situao vivenciada pelos micro empreendedores individuais com relao s

    dificuldades, internas e externas, enfrentadas para se manterem operando no

    mercado aps deixarem a informalidade. Internas, por conta das dificuldades dos

    trabalhadores informais, agora formalizados, de se enxergarem como micro

    empreendedores, peas importantes de um mercado organizado, com direitos e

    deveres a cumprir. Externas, por conta, principalmente, das dificuldades de acesso

    ao crdito disponibilizado pelo governo, atravs das instituies financeiras oficiais

    para fomento do setor, seja por falta de documentao, por restries, por pouco

    tempo de cadastro, por falta de garantias etc. O fato que, por conta de tais

    barreiras, muitos esto abandonando os seus sonhos de se tornarem

    empreendedores individuais e voltando a trabalhar na informalidade, ou ainda,

    muitos nem desengavetaram os seus sonhos.

    Voltando anlise do trabalho coloca-se que, a Ferramenta Gerencial Cadeia

    do Crdito, idealizada a partir das observaes do comportamento de dezenas de

    micro e pequenas empresas ao longo de mais de quinze anos de trabalho junto

    carteira de crdito do Banco do Brasil s teve sua formatao concretizada e

    passada para a forma escrita, aps o convencimento de sua aplicabilidade. Este,

    oriundo do embasamento adquirido de extensas leituras relacionadas no s com o

    universo destas unidades empresarias como tambm de outras reas do

    conhecimento humano, afeto ao comportamento das pessoas, por entender que, as

    empresas so constitudas por pessoas e para as pessoas. Entre essas leituras,

    est uma na rea da neurocincia, sobre inteligncia social, crucial para o

    fechamento da ideia.

    Com relao ferramenta gerencial conclui-se que, num ambiente dinmico,

    muito competitivo no basta para as micro e pequenas empresas, que tem por

    objetivo potencializar o sucesso, ofertarem produtos e servios de qualidade, serem

    atenciosas, tratarem bem os seus clientes. preciso ir alm, tornar-se diferente,

    singular aos olhos dos clientes, criar valor para os consumidores de seus produtos e

  • 35

    servios. Isto passa pelo gerenciamento competente do uso da ferramenta gerencial

    cadeia do crdito.

    Finalmente, espera-se que esse trabalho possa servir de apoio para os micros

    e pequenos empreendedores. Que todos aqueles que trabalhem nesse segmento

    conheam as vantagem do uso ferramenta gerencial cadeia do crdito. Que esta

    ferramenta gerencial seja apreendida e utilizada como um diferencial competitivo por

    todos queles que lutam no dia-a-dia na busca do sucesso e longevidade de suas

    empresas.

  • 36

    REFERNCIAS

    AMARAL, Geraldo Santana do. A importncia das MPEs, para a economia brasileira. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 15 out. 2012. BAGETTI, Jile. Os Impactos da Globalizao. 2009. Disponvel em: . Acesso em: 15 out. 2012. BATALHA, M.O. Gesto Agroindustrial. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2007.

    BUESCU, Mircea. Evoluo econmica do Brasil. Rio de Janeiro: APEC, 1979.

    BRUM, Argemiro J. O desenvolvimento econmico brasileiro. Petrpolis, RJ:

    Vozes, 1991. CADEIA produtiva. 2013. Disponvel em: . Acesso em: 22 out. 2012. CARRADA, Jos Mrcio, O crdito das Micro e Pequenas Empresas: estudo no municpio de Rio Ponba - MG. 2010. CASTELO BRANCO, Valdec Romero. Os efeitos da globalizao na economia: sua relao com o emprego, a educao e a famlia brasileira. Santo Andr: UNIA, 2005. CASTRO, Virginia Aparecido, S, Raquel Radams de. Relacionamento com o cliente como fonte de Vantagem Competitiva Sustentvel para agencias de viagem. In. Simpsio de Excelncia em Gesto e Tecnologia, 3., 2006. Uberlnia, MG. Anais... Belo Horizonte: Universidade Federal de Uberlndia, Faculdade de Gesto

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  • 37

    DAVENPORT, Thomas O. Capital humano: o que e por que as pessoas investem

    nele. So Paulo: Nobel, 2001. GONALVES, Antnio; KOPROWSKI, Sido Otto. Pequena empresa no Brasil. So Paulo: Edusp, 1995. GOLVEIA, Francielli Jos Primo, ROSA, Wanderlan Barreto da. A importncia do marketing de relacionamento para as organizaes: foco no cliente externo. Revista Cientfica Eletrnica de Cincias Sociais Aplicadas da Eduvale, Mato Grosso,

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    RODRIGUE, Jean-Paul. The geography of transport systems. 3. ed. New York:

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    Paulo: SEBRAE, 2011. SEBRAE. Anurio do Trabalho na Micro e Pequena Empresa: 2010-2011. So Paulo: SEBRAE, 2011. SEBRAE. Fatores Condicionantes e Taxas de Mortalidade de Empresas no Brasil. So Paulo: SEBRAE, 2004. SEBRAE. Fatores Condicionantes e Taxa de Sobrevivncia e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas no Brasil: 2003-2005. So Paulo: SEBRAE, 2007.

  • 39

    ANEXO - Resumo sobre as Linhas de Crdito e Produtos Direcionados as

    Micro e Pequenas Empresas, Banco do Brasil e Caixa Econmica

    BANCO DO BRASIL S.A.

    BB Giro Rpido

    Conceito - linha de crdito para financiamento de capital de giro, contendo numa

    mesma operao dois subcrditos, crdito rotativo e crdito fixo.

    Finalidade - Reforo de Capital de Giro das empresas para suprimento de eventual

    necessidade financeira, de forma automatizada e massificada.

    Pblico Alvo - Microempreendedor Individual, Empresrio Individual, Empresa

    Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) e Micro e Pequenas Empresas com

    faturamento anual de at R 5 milhes, classificadas como de risco A, B ou C.

    Caractersticas da Operao:

    Subcrditos:

    Crdito Rotativo Abertura de crdito rotativo em conta corrente, com

    caractersticas semelhantes ao Cheque Ouro Empresarial;

    Crdito Fixo - Capital de giro para pagamento em parcelas mensais e sucessivas.

    Pode ser utilizado parcial ou integralmente, com possibilidade de reutilizao das

    parcelas pagas.

    Limite da linha: Piso- R$ 1 mil, sendo R$ 800 para o crdito fixo e R$ 200 para o

    crdito Rotativo; Teto - R$ 120 mil, sendo R$ 100 mil para o crdito fixo e R$ 20 mil

    para o crdito rotativo.

    Prazo: 24 parcelas mensais e sucessivas, renovvel por iguais perodos

    Encargos Financeiros: Divulgados Periodicamente

    Garantias: Mnima exigida fiana dos Scios ou de terceiros

    Antecipao de Credito ao Logista (ACL)

    Permite antecipar o valor liquido de vendas realizadas com cartes, transacionadas

    por meio da credenciadora Cielo.

    Tem por finalidade apoiar financeiramente o lojista por meio de reforo de capital de

    giro.

  • 40

    destinada a pessoa jurdica ou pessoa fsica, que desenvolva atividade comercial

    ou de prestao de servios, afiliada Cielo, com autorizao de manuteno de

    domicilio bancrio no Banco do Brasil e limite de crdito vigente.

    Prazo: 12 meses, renovveis por iguais perodos

    Encargos Financeiros: divulgados periodicamente

    CARTAO DE CRDITO BNDES

    Finalidade Financiar a aquisio de mquinas, equipamentos, bens de produo,

    bens de capital e outros que a critrio do BNDES, estejam relacionados no Portal

    Carto BNDES.

    Publico Alvo Micro, Pequenas e Mdias Empresas, inclusive cooperativas, de

    controle nacional, com faturamento bruto anual realizado de at R$ 90 milhes,

    desde que atendam algumas condicionantes Risco de Crdito versus Tempo de

    Atividade.

    Prazo da Operao entre 3 e 48 meses

    Itens Financiveis Quaisquer itens disponveis para compra no Portal Carto

    BNDES, tais como mquinas, equipamentos, equipamentos de informtica, veculos

    leves, insumos dos setores txtil, coureiro-caladista, moveleiro, resinas

    termoplsticas e farinha de trigo, dentre outros

    Limites -Piso 1.000,00 Teto 1.000.000,00

    Modalidade de Compra:

    - compra direta realizada on-line pelo cliente no Portal www.cartaobndes.gov.br;

    -compra indireta- realizada mediante contato entre empresas e o fornecedor,

    finalizada pelo fornecedor, impostando no Portal Carto BNDES o nmero do carto

    da empresa.

    Forma de Pagamento dbito automtico em conta corrente todo dia 16 de cada

    ms.

    Encargos Financeiros definidos pelo BNDES e divulgados, mensalmente, no Portal

    Carto BNDES.

    Tarifas no so cobradas tarifas para a linha de crdito

    Garantias: Mnima Fiana, outras conforme o valor e risco do cliente

  • 41

    PROGER URBANO EMPRESARIAL

    Conceito linha de financiamento de investimento operacionalizada ao amparo do

    Programa de Gerao de Emprego e Renda Proger, institudo pelo Ministrio do

    Trabalho e Emprego e mantido com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador

    FAT.

    Finalidade Financiar projetos de investimento, com ou sem capital de giro

    associado, que proporcionem a gerao ou manuteno de emprego e renda, na

    rea urbana, viabilizando o desenvolvimento sustentado das microempresas e

    empresas de pequeno porte.

    Pblico-Alvo Microempresa ou empresa de pequeno porte, com faturamento bruto

    anual ou previso de faturamento bruto anual (caso em instalao) de at R$ 7,5

    milhes, classificadas como risco A ou B.

    Limite da Linha

    -Piso: R$ 5 mil

    -Teto: R$ 600 mil

    Valor Financivel:

    -Investimento: at 80% do valor do bem a ser financiado

    -Capital de Giro Associado: o menor valor entre o percentual de 30% aplicado sobre

    o limite para investimento e a diferena entre o limite financivel total e o limite para

    investimento, observada a necessidade apurada tecnicamente.

    Prazo:

    -Investimento: at 72 meses

    -Capital de Giro Associado: at 36 meses

    Garantias:

    -Obrigatoriamente: fundo garantidor, FGO ou FAMPE

    -O bem objeto do financiamento

    -Garantia Fidejusssria

    CARTO DE CRDITO EMPRESARIAL

    Conceito Carto de mltiplo uso que pode ser utilizado nas funes dbito e

    crdito bancrio.

  • 42

    MPO - Microcrdito Produtivo Orientado

    Pblico Alvo: Microempreendedor Individual com faturamento ate 60 mil reais,

    Empresrio Individual e Micro e Pequena Empresa com faturamento at 120 mil

    reais.

    Limite da linha de Crdito: 15 mil reais incluindo capital de giro e investimento

    Prazo:

    a) Capital de Giro at 12 meses

    b) Investimento: at 24 meses

    Taxa de Juros: 0,64% a.m,

    Garantia: Fiana

    CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    GIRO CAIXA

    Conceito uma linha de credito destinada s empresas, clientes da Caixa, que

    necessitam de capital de giro. Com ele voc pode adquirir crdito de at R$

    100.000,00 e, assim, dinamizar os negcios.

    Prazo: at24 meses para pagar

    Limites extensos: limite de crdito de at R$ 100.000,00

    Taxa de juros entre as mais competitivas do mercado

    Forma de pagamento: Prestaes mensais calculadas pelo Sistema Francs de

    Amortizao Tabela PRICE, debitadas preferencialmente por meio de conta

    corrente

    GIRO CAIXA FACIL

    Conceito um emprstimo destinado s empresas clientes da CAIXA, com

    faturamento anual de at R$ 50.000,00

    Prazo: 12, 18, 24 ou 40 meses para pagar

    Limite: o limite minimo de R$ 1.000,00 e o mximo de acordo com avaliao de

    risco, limitado a R$ 1 milho

  • 43

    Forma de pagamento As prestaes mensais so calculadas pela Tabela PRICE e

    debitadas automaticamente n conta que que o crdito est habilitado.

    Renovao do Emprestimo A cada pagamento de prestao e/ou amortizao, o

    valordo limite recomposto e pode ser utilizado novamente, de acordo com a

    analise de credito.

    CHEQUE EMPRESA CAIXA

    Conceito: o Cheque Empresa Caixa uma linha de credito rotativo destinadaa

    empresa que deseja prover de recursos a conta corrente a fim de equilibrar as

    financas ou formar capital de giro. Com ele, vocmovimenta a conta da sua

    empresa com muita comodidade por meio de cheque azul e os depositos efetuados

    quitam automaticamente o limite de crdito utilizado. O prazo para efetuar o

    pagamento de at 360 dias e os jurosso prefixados.

    Prazo- at 360 dias para pagar

    Taxas de juros- prefixadas

    Comodidade- A movimentao da conta realizada por meio de cheque azul

    Prazo - o prazo para quitar o emprestimo de at 360 dias, mas voc poder

    prorrog-lo por iguais periodos

    Limite - O limite mnimo de R$ 800,00,O limite mximo definido de acordo com a

    capacidade de pagamento da empresa.

    Forma de pagamento Os credito realizados na conta da empresa efetuam o

    pagamento.

    PROGER INVESTGIRO

    Expansao e produtividade para empresa com faturamento anual bruto deate R$

    5.000,00. Financie maquinas, equipamentos e capital de giro associado.

    Caracteristicas Tecnicas Financiamento de projetos de investimento e capital de

    giroassociado para empreendimentos que visem a gerao ou anuteno de

    emprego e renda. Os recursos so proveenientes do FAT -Fundo de Amparo ao

    Trabalhador. Paracontrat-lo procure uma agencia da CAIXA de sua preferencia a

    fim de elaborar o cadastro; se aprovado, sua empresa elabora e apresenta o plano

    de negocios. O financiamento para empresas com faturamenoh mais de 12

    meses consecutivos.

  • 44

    Sao Financiveis Investimentos fixos, representados por bens, inclusive

    equipamentos importados, e servioes inerentes atividade da empresa, previstos

    no plano de negocios;

    Capital de giro associado destinado a suprir as necessidades de execuo das

    atividades previstas no plano de negcio, no podendo exceder a 40% do valor total

    do financiamento;

    Investimento para implantao de sistemas de gesto empresarial, quando previstos

    no plano de negocios;

    Financiamento de mquinas e equipamentos usados, exceto os de informatica;

    Financiamento de Veiculos de carga, produo nacional, modelo basico, com at 05

    anos de uso destinado comprovada utilizao nas atividades do empreendimento

    financiado e as seguintes especies: motoneta, motocicleta at 150 cc; triciclo de at

    150 cc, quadriciclo at 150 cc; reboque e semi-reboque; carroa e furgo e

    caminhonete com peso bruto total de at 3.500, quilogramas.

    Limite de Financiamento at R$ 400 mil, limitado a 90% do plano de negcios

    Prazo- at 48 meses, incluindo at 6 meses de carncia