Caderno de Resumos III CIEL

65
CADERNO DE RESUMOS DO III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGU ´ ISTICOS HOMENAGEM A LUCIA LOBATO Universidade de Bras ´ ılia, 17 a 21 de agosto de 2015 APOIO

Transcript of Caderno de Resumos III CIEL

Page 1: Caderno de Resumos III CIEL

CADERNO DE RESUMOSDO

III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOSLINGUISTICOS

HOMENAGEM A LUCIA LOBATO

Universidade de Bras

´

ılia,

17 a 21 de agosto de 2015

APOIO

Page 2: Caderno de Resumos III CIEL

1!

!

SUMÁRIO"!

SESSÕES$DE$COMUNICAÇÃO.....................................................................................................4#Rita! Manzini! (University! of! Firenze)! Definite/animate! (DOM)! objects! and! the! morphological!

dative!........................................................................................................................................................................................!5"Teresa!Cristina!Wachowicz!(UFPR)!Aquisição!de!massivos!e!contáveis!em!posição!de!objeto!no!

português!brasileiro!...........................................................................................................................................................!6"Carlos!Muñoz!Pérez!(Universidad!de!Buenos!Aires)!There!is!no!need!for!Late!Merger!......................!6"Patrícia!Rodrigues!(UFPR)!NonYfinite!complements!of!perception!verbs!and!Aspect!.........................!7"Juana! M.! Liceras! (University! of! Ottawa,! Canada);! Raquel! FernándezYFuertes! (Universidad! de!

Valladolid,! Spain)! e! Rachel! Klassen! (University! of! Ottawa,! Canada)! Formal! accounts! of! subjetY

verb!switches!and!the!representation!of!language!in!the!mind!of!the!bilingual!.....................................!.8"Sonia!Kaminszczik! (Universidad!de!Buenos!Aires,!CONICET)!e!Romina!Trebisacce!(Universidad!

de!Buenos!Aires,!CONICET)!Reflexive!and!pseudoYreflexive!constructions!in!Spanish!....................!11"Aroldo! L.! de! Andrade! (Unicamp)A! unified! analysis! for! marked! topic! constructions! and! their!

restrictions!...........................................................................................................................................................................12"Guilherme!Lourenço!(UFMG)!Sentential!negation!in!Brazilian!Sign!Language.......................................13"Bruna!Pereira!(UFVJM)!PostYnominal!possessives!and!sentential!agreement!......................................14"Lívia!de!Mello!Reis!(UFSC)!e!Sandra!Quarezemin!(UFSC)!Clivadas!e!Pseudoclivadas!Extrapostas!

no!Português!Brasileiro!.................................................................................................................................................!16"Cristina! de! Souza! Prim! (UNICAMP)! A! especificidade! do! DP! e! o! movimento! dos! adjetivos!

qualificativos!......................................................................................................................................................................!16"Danniel!da!Silva!Carvalho!(UFBA)!Failed!agreement!as!feature!relativization!....................................!.17"Paula!Roberta!Gabbai!Armelin! (Universidade!de!São!Paulo)!O!duplo!estatuto!da! consoante!/z/!

nas!formações!diminutivas!e!aumentativas!do!português!brasileiro!........................................................!18"Julio! William! Curvelo! Barbosa! (USP)! Parametric! hierarchies! and! surface! Morphosyntax:!

connecting!serial!verbs,!datives!and!applicatives!..............................................................................................!19"Ezekiel!J.!Panitz!(UCL)!Null!Objects!in!Brazilian!Portuguese,!Revisited!...................................................!21"Vitor!Augusto!Nóbrega!(USP)!The!essential!lexicalYgrammatical!alternation!in!syntax!...................!23"Simone!Guesser! !(UFRR)!e!Marcelo!Giovannetti!Ferreira!Luz!(UFRR)Considerações!de! interface!

sintaxeYsemântica!sobre!a!omissão!da!cópula!em!sentenças!copulares!do!PB!.....................................!24"Fernando!Martín!Carranza!(Universidad!de!Buenos!Aires,!FONCyT)!e!Sonia!Tamara!Kaminszczik!

(Universidad!de!Buenos!Aires,!CONICET)!On!patientYbeneficiary!accusative!constructions!.........!25"Philip!Miller! (Universidade!de! São!Paulo! e!Université! Paris!Diderot),! Pascal!Amsili! (Université!

Paris! Diderot),! Gabriel! Flambard! (Université! Paris! Diderot)! e! Barbara! Hemforth! (Univrersité!

Paris!Diderot)!Missing!antecedents!found!............................................................................................................!26"Ana!Muller!(USP)!&!Marta!Donazzan!(Universität!Köln)!Numerais!distributivos!...............................!26!

Marcello!Modesto! (USP)! Inflected! infinitives!and! the! theory!of! control:! a!unified!account!of!BP!

null! subjects........................................................................................................................................................................28!

Maria! José! Foltran! (UFPR/CNPq),! Vitor! Augusto! Nóbrega! (USP),! Livia! Oushiro! (USP)! Multiple!

determiners! in! Brazilian! Portuguese! indefinite! noun! phrases:! intensification! reading! and!

agreement! marker! distribution..................................................................................................................................29!!

Timothy! Gupton,! University! of! Georgia! (USA)! Challenges! for! encoding! focus! in! the! syntax:!

experimental!evidence!from!Spanish!.......................................................................................................................30!

!

$$!

!

Page 3: Caderno de Resumos III CIEL

2!

!

SESSÃO$DE$PÔSTER$$Edite!Consuêlo!da!Silva!Santos!(UFPE)!e!Helena!da!Silva!Guerra!Vicente!(UnB)O!papel!do!input!no!aprendizado!do!uso!do!sujeito!nulo!na!escrita!por!alunos!da!educação!básica!............................!........33"Bruno! Pilastre! de! Souza! Silva! Dias! (Universidade! de! Brasília)! A! ambiguidade! dos! predicados!

psicológicos!da!classe!de!assustar:!o!caso!das!passivas!verbais!e!adjetivais!..........................................!33"Lilian! Coelho! PIRES! (UFRR)! Aquisição! da! escritaYpadrão! do! português! brasileiro! em! esfera!

escolar!...................................................................................................................................................................................!34"Joyce! Maria! SandesYdaYSilva! (UESB)! e! Adriana! S.! C.! LessaYdeYOliveira! (UESB)A! estrutura!

argumental!no!processo!de!aquisição!do!português!escrito!por!surdos!..................................................!36"Aline!Jéssica!Pires!(UNICAMP)!!Differential!Object!Marking!no!português:!uma!análise!diacrônica

�!................................................................................................................................................................................................!36"Alane! Luma! Santana! Siqueira! (UFPE)Uma! discussão! acerca! da! concordância! de! gênero! em!

construções!predicativas!adjetivais!no!português!do!brasil!.........................................................................!37"Thayse!Letícia!Ferreira! (UFSCar)Uma!proposta! semântica!para! a! análise!da! causativização!dos!

verbos!de!movimento!em!PB!.......................................................................................................................................!38"Lizandra! Caires! do! Prado! (UnB)! e! Adriana! S.! C.! Lessa! de! Oliveira! (UESB)! A! categoria! dos!

determinantes!na!Língua!Brasileira!de!Sinais!.....................................................................................................!39"Lara!Frutos!(USP)!Mecanismos!de!intensificação!adverbial!no!Guarani!Paraguaio!...........................!40"Layane! Rodrigues! de! Lima! Santos! (UFG/UnB)! Aspectos! da! interlíngua! de! surdos! usuários! da!

Língua! Brasileira! de! Sinais! na! aquisição! do! Português! como! Segunda! Língua:! o! contexto!

universitário.........................................................................................................................................................................41!

Fernanda!Rosa!da!Silva!(USP)!Tópico!contrastivo!em!sentenças!com!deslocamento!no!português!

brasileiro!..............................................................................................................................................................................!41"Harley!Toniette!(UNICAMP)!Da!estrutura!de!sintagmas!preposicionados!adverbiais!no!português!

brasileiro!–!questões!para!uma!teoria!da!gramática.!........................................................................................!42"Anderson!Almeida!da!Silva!(UNICAMP)!Classificadores!em!LIBRAS:!morfemas!ou!núcleos?!........!43"Karin! Camolese! Vivanco! (Universidade! de! São! Paulo)! Ordem! de! constituintes! e! prosódia! em!

karitiana:!o!caso!das!orações!relativas!de!objeto!...............................................................................................!44"Zenaide!Dias!Teixeira!(UEG)!e!Heloísa!M.!M.!L.!de!A.!Salles!(UnB)!O!licenciamento!de!locativos!na!

posição!de!sujeito!no!PB!................................................................................................................................................!45"Hely! Cesar! Ferreira! (UnB)! A! expressão! sintática! da! estrutura! argumental! na! interlíngua! dos!

surdos!aprendizes!português!de!L2..........................................................................................................................46!

Letícia! da! Cunha! Silva! (UnB)! e! Rozana! Reigota! Naves! (UnB)! ! Verbos! de! Trajetória:! Teoria!

gramatical!e!ensino!de!gramática!na!Educação!Básica......................................................................................46!

Denise!Miotto!Mazocco!(UFPR)!“Presente!histórico”!e!classes!accionais................................................47!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Wagner! Luiz! Ribeiro! dos! Santos! ! Orações! Relativas! de! Grau! em! PB:! Implicações! sintáticoY

semânticas.............................................................................................................................................................................48"Lara! Ribeiro! da! Silva! (UNICAMP)! As! diferenças! entre! o! que! se! fala! e! o! que! se! escreve! no!

português!do!Brasil:!a!aquisição!de!clíticos!de!terceira!pessoa!como!L1!e!L2!......................................!48"Manoel! Bomfim! Pereira! (UnB)! O! estatuto! sintático! dos! pronomes! reduzidos! no! português!

dialectal!de!Minas!Gerais!e!Goiás!...............................................................................................................................!49"Moacir!N.!F.! Junior!(UnB)!"Você!abre!o! livro"! Y!aspectos!sintáticos!de!sentenças! imperativas!no!

PB:!licenciamento!de!sujeitos!(SYV)!vs!sentenças!declarativas!.....................................................................!50"Daniel!Machado!(UnB)!Prepositions!as!complementizers!in!brazilian!portuguese:!modal!markers!

and!obviators!.....................................................................................................................................................................!51"Ticiana! Andrade! de! Sena! (UNICAMP)Reflexões! sobre! estrutura! argumental! com! base! em!

exemplos!do!Kadiwéu!....................................................................................................................................................!52"Fábio!Bonfim!Duarte! (UFMG)!e!Christiane!Miranda!Buthers! (UFMG)!Português!Brasileiro:!uma!

língua!de!sujeito!nulo!ou!de!sujeito!obrigatório?!...............................................................................................!53"Talita!G.!Mensades!Silva!(UnB)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(UnB)!O!gerativismo!e!a!sala!de!

aula:!contribuições!para!ensino!de!línguas!...........................................................................................................!54"

Page 4: Caderno de Resumos III CIEL

3!

!

Alzira!Neves!Sandoval!(Universidade!de!Brasília)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(Universidade!

de!Brasília)!Variação!na!concordância!verbal!com!DPs!complexos!............................................................54!

Stefania!Caetano!Martins!de!Rezende!Zandomênico!(UnB)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(UnB)!

Estratégias!de!preenchimento!do! sujeito!e!manifestação!da! concordância!verbal! em!produções!

escritas!de!alunos!de!EJA:!uma!análise!preliminar!comparativa!.................................................................!55!

Juliana! Carolina! Argenta! Carlos! Lopes! da! Silva! (UnB)! e! Eloisa! Nascimento! Silva! Pilati! (UnB)!

Estudo!de!caso!sore!o!desenvolvimento!da!consciência!sintática!em!sala!de!aula!..............................!56"Alex! de! Britto! Rodrigues! (UFPR)! Decomposição! lexical! em! primitivos! semânticos! e! a!

problematização!da!analiticidade!............................................................................................................................!.57"Wallace!Soares!Barboza!(UnB)!Interface!sintaxe!–!fonologia:!um!estudo!acerca!da!percepção!oral!

de!aprendizes!de!inglês!como!língua!estrangeira!.............................................................................................!.57"Paula! Guedes! Baron! (UnB)! e! Rozana! Reigota!Naves! (UnB)! Uma! investigação! sobre! a! natureza!

locativa!do!Experienciador!em!predicados!psicológicos!no!português!brasileiro................................58"Rafael!Martins!Rocha!(UnB)!e!Helena!da!Silva!Guerra!Vicente!(UnB)!A!semântica!intensificacional!

dos!“diminutivos”!e!suas!implicações!morfológicas!.........................................................................................!59"Jane!Adriana!Ramos!Ottoni!de!Castro!(Universidade!de!Brasília)!ECM!vs!default!accusative!Case!in!Latin!..................................................................................................................................................................................!60!!!

Bruna!Moreira!(UnB)!Dispositional!adjectives:!different!sizes!....................................................................!60!

Carla!Pereira!Minello! (Unicamp)!Algumas!considerações!acerca!da!aquisição!da!voz!passiva!no!

português! brasileiro.........................................................................................................................................................61!

Maria!José!de!Oliveira! (UFMG)! Fatores! condicionantes! da! alternância! causativoYincoativa! no!

Português!brasileiro!(PB):!uma!abordagem!à!luz!da!Morfologia!Distribuída!(MD)...........................62"Camila! Parca! Guaritá! (UnB)! e! Eloisa! Nascimento! Silva! Pilati! (UnB)! Orações! gerundivas! com!

sujeito! oracional! no! Português! do! Brasil.......................................................................................................63!

Elisabete! Ferreira! (UnB)! e! Helena! da! Silva! Guerra! Vicente! (UnB)! Contribuições! da! Linguística!

Gerativa! ao! “ensino”! de! concordância! na! Educação! Básica:! intuição! linguística,! eliciação! e!

“aprendizagem”!de!língua!materna...........................................................................................................................!63"

!

!

!

"! "

Page 5: Caderno de Resumos III CIEL

4!

!

"

"

SESSÕES"DE"COMUNICAÇÃO"""""""""""""""

" """""""

" "

Page 6: Caderno de Resumos III CIEL

5!

!

Sessão"de"Comunicação"1"""!

Definite/animate"(DOM)"objects"and"the"morphological"dative"

Rita"Manzini"(University"of"Firenze)""

!

Under!Differential!Object!Marking!(DOM),!animate/definite!objects!appear!in!the!dative/oblique!

in!IndoYEuropean!(IE)!languages,!for!instance!in!Southern!Italian!(1)!where!they!are!introduced!

by!a,!like!a!goal.!The!IEYwide!distribution!of!the!phenomenon!does!not!seem!compatible!with!the!conclusion!that!the!coincidence!of!goal!and!DOM!dative!is!a!mere!matter!of!homophony.!!

!

!!

"! In!order!to!capture!the!generalization!we!are!interested!in!(goal=DOM=dative)!we!need!a!

framework!theory!of!case.!Since!this!work!is!concerned!with!oblique,!a!fairly!obvious!intuition,!

originally! formalized!by!Fillmore!(1968),! is! that!oblique!cases!are!the! inflectional!equivalent!of!

prepositions.!We! assume! that! a! preposition! is! a! predicate! introducing! a! relation! between! the!

argument!it!selects!and!another!argument;!the!same!will!then!be!true!of!soYcalled!oblique!case.!

! We! take! ‘inclusion’! (partYwhole)! to! be! the! primitive! content! of! the! ‘to’! preposition;!we!

take!dative! case! to!have! the! same! content.!We!notate! inclusion!with! (⊆),! though! the! inclusion!relation! is! to!be! construed!not!mathematically!but! as! a! looser! zonal! inclusion!one! (Belvin! and!

den!Dikken!1997).!In!English!(2),!P(⊆)!takes!as!its!internal!argument!its!sister!DP!me,and!as!its!external!argument!the!sister!to!its!projection,!i.e.!the!DP!it.!Correspondingly,!the!second!internal!argument! of! ‘give’,! i.e.! the! traditional! dative,! denotes! a! superset! including! the! first! internal!

argument,!i.e.!the!accusative,!cf.!(2c).!!

(2)! a.! They!give!it!to!me!! ! ! ! ! ! ! !!

b.! give![PredP!it![[P(⊆)!to]!me]]!

c.! [they!give![it![PART!OF/IN!POSSESSION!OF!me]]]!

"" Going! back! to! (1),! given! the! assumption! that! the! deictic/definite! object! DPs! are!

morphologically! dative,! the! question! is!what! this!means! semantically.!We!propose! that! in! this!

instance!the!two!arguments!of!P(⊆)!are! the!object!DP,!e.g.! ‘that!woman’!and!–!we!assume!–!an!eventive! constituent.! Intuitively,! transitive! predicates! can! be! paraphrased! as! consisting! of! an!

elementary! predicate! associated! with! an! eventive! name.! Hale! and! Keyser! (1993),! Chomsky!

(1995)! formalize! this! intuition! by! assuming! that! they! result! from! the! incorporation! of! an!

elementary!state/!event!into!a!transitivizing!predicate!v.!!Within!such!a!conceptual!framework!it!becomes!clearer!what!we!mean!when!we!say!that!P(⊆)!takes!as!its!arguments!the!(elementary)!state/event!and!the!object!DP.!Informally,!(1)!can!be!rendered!as!‘I!gave!that!woman!a!call’.!Thus!

in!(3),!dative!‘to’!establishes!a!relation!between!the!animate/specific!argument!‘that!woman’!and!

the!VP!event!‘call’.!

(3)! a.! They!call!‘to’!that!woman! ! ! ! ! ! !!!!!!!!!cf.!(1)!

b.! [v!CAUSE![VP!call![[P(⊆)!to]!that!woman]]!

c.! [they!CAUSE![call!PART!OF/IN!POSSESSION!that!woman]]!!

! In!short,!while!a!goal!dative!is!a!P(⊆)!constituent!required!by!the!event!(the!predicate)!–!the!DOM!dative!is!a!P(⊆)!constituent!required!by!the!referential!properties!of!the!internal!

argument.!Languages!with!DOM!datives!are!those!where!an!argument!with!certain!referential!

properties!can!never!be!inserted!VPYinternally!except!under!P(⊆).!!""

!

Page 7: Caderno de Resumos III CIEL

6!

!

Aquisição"de"massivos"e"contáveis"em"posição"de"objeto"no"português"brasileiro"

Teresa"Cristina"Wachowicz"(UFPR)""

Este! trabalho! tem! como! objetivo! investigar! as! produções! de! termos!massivos! e! contáveis! em!

posição!de!objeto!direto!em!dados!de!experimentos!com!crianças!nativas!do!português!brasileiro!

(PB),!tais!como!em:!(Experimentador)!“O!que!ele!deu!pra!ela?”;!(Criança)!“(o/um)!carrinho”!ou!

“(a/uma)! massinha”.! As! questões! iniciais! que! motivaram! o! experimento! podem! ser! assim!

sintetizadas:! 1)! As! crianças! são! sensíveis! à! interpretação! massivo/contável! em! posição! de!

objeto?!2)!Termos!massivos!e! contáveis!motivam!respostas! com!ou!sem!determinantes?!3)!Há!

diferentes!contextos!composicionais!da!sentença!que!motivam!construções!diferentes?!Do!ponto!

de!vista!da!discussão!teórica,!Pires!&!Rothstein!(2011)!defendem!que!os!singulares!nus!no!PB!são!

semanticamente! massivos! e! diferem! dos! plurais! nus.! DobrovieYsorin! et.! al.! (2012),! por! outro!

lado,!mostram!que!algumas!línguas!românicas,!tais!como!o!espanhol!e!o!romeno,!aceitam!nomes!

nus! em! posição! de! objeto.! No! que! se! refere! à! aquisição,! especialmente! do! inglês,! é! comum! a!

hipótese! de! que! os! contextos! gramaticais! quantificadores! definem! a! semântica! massivo! VS.!

contável!(NICOLAS,!1996).!Nesse!quadro!teórico,!a!presente!pesquisa,! filiada!ao!Laboratório!de!

Aquisição! da!Universidade! Federal! do! Paraná,! desenvolveu! experimentos! de! produção! iliciada!

(CRAIN!&!THORTON,!!1998)!em!45!crianças!falantes!nativas!do!PB,!entre!3!e!5!anos!de!idade,!em!

que!três!variáveis!foram!controladas:!(i)!a!semântica!do!argumento!interno!(o!indivíduo!massivo!

“massinha”!e!o!contável!“carrinho”);!(ii)!a!accionalidade!verbal!(o!verbo!pontual!“dar”!e!o!verbo!

durativo! “pintar”;! (iii)! contextos! de! perspectiva! aspectual! (o! evento! episódico,! com! a! flexão!

perfectiva!“deu/pintou”!e!o!evento!habitual,!com!a!flexão!do!presente!“dá!sempre/pinta!sempre”.!

O! experimento! consistiu! de! cenas! filmadas! em! seis! arquivos! de! vídeo! que! combinaram! essas!

variáveis,! intercalados! por! cenas! distratoras.! Ao! ver! cada! cena,! a! criança! era! questionada! por!

sentenças! que! provocavam! o! preenchimento! da! posição! de! objeto:! “O! que! ele! deu! pra!

ela/pintou?”!ou!“O!que!ele!dá!pra!ela!sempre/pinta!sempre?”.!Os!mesmos!experimentos! foram!

testados! em! 16! adultos.! Os! resultados! mostraram! tendência! de! as! crianças! produzirem!

singulares!nus!com!termos!massivos,!mais!concentradamente!em!contextos!com!o!verbo!“dar”!e!

“pintar”!na!leitura!habitual.!Os!adultos,!por!outro!lado,!mesmo!que!os!objetos!mudassem!durante!

o! experimento! (as! cenas! continham! carrinhos! diferentes! e! massinhas! com! cores! diferentes),!

tenderam!praticamente!em!100%!a!preencher!o!NP!objeto! com!determinantes!definidos! (o/a)!

quando!o!indivíduo!carrinho!ou!massinha!já!estavam!apresentados!no!contexto!do!experimento.!

As! diferenças! entre! os! resultados! das! crianças! e! dos! adultos! nos! sugerem! saliência! semântica!

(HIRSHYPASEK!et.!al.,!2006)!para!a!distinção!massivo/contável!nessa!faixa!etária,!mesmo!sendo!

considerada! a! hipótese! maturacional! (RADFORD,! 1990)! ou! continuísta! (PINKER,! 1984)! de!

aquisição!de!categorias!funcionais,!tais!como!determinantes,!em!produções!infantis.!Os!adultos,!

por!outro!lado,!demonstram!saliência!discursiva!(STEEDMAN,!1996),!ao!preencherem!definitude!

em!NPs!já!apresentados!no!contexto!dos!experimentos.!

""

There"is"no"need"for"Late"Merger"

Carlos"Muñoz"Pérez"(Universidad"de"Buenos"Aires)""

Copy, Theory, (Chomsky! 1993)! presupposes! a! Non3Distinctiveness, relation! between! a! “moved”!constituent!and!its!unpronounced!occurrences:!they!must!be!“the!same”!somehow.!Typically,!this!

requirement! is! fulfilled! by! assuming! a! derivational! mechanism! marking! as! nonYdistinct!

constituents! related!by! Internal!Merge! (cf.!Chomsky!1995,!Nunes!1995,!2004).!However,! there!

Page 8: Caderno de Resumos III CIEL

7!

!

are! several! cases! of! interpretative! asymmetries! between! copies! showing! that! overt! and! silent!

versions!of!a!constituent!may!be!not! “the!same”.!A!classic!example! involves!adjuncts! inside!A’Y

moved!phrases!bleeding!Condition!C.!!

(1)![Which!argument![that!John1!made]]!did!he1!believe?!!

Lebeaux!(1988)!proposed!explaining!this!particular!pattern!by!assuming!that!some!constituents!

(adjuncts,!according!to!him)!can!be!merged!counterYcyclically! inside!the!displaced!phrase!after!

movement!takes!place:!Late,Merger.!Under!Copy!Theory,! this!analysis! involves!assuming!an!A’Ydependency! between! two! copies! marked! as! nonYdistinct! with! an! index! ι, (2a),! and! the!introduction!of!the!adjunct!in!the!higher!copy!(2b).!!

(2)!a.!A’3movement�[Which!argument]ι!did!he!believe![which!argument]ι!?!!b.!Late,Merger�[Which!argument![that!John1!made]]ι!did!he1!believe![which!argument]ι!?!!This! kind! of! account! has! been! extended! to! quantifier! scope! (Fox! 1999),! adjunct! extraposition!

(Fox! &! Nissenbaum! 1999),! antecedent! contained! deletion! (Fox! 2002),! comparatives! (Bhatt! &!

Pancheva! 2004),! reconstruction! asymmetries! on! AYmovement! (Takahashi! &! Hulsey! 2009),!

preposition!stranding!(Stanton!2014),!among!other!phenomena.!The!obvious!common!drawback!

posed!by!these!approaches!is!their!plain!violation!of!strict!cyclicity,!a!theoretical!desideratum!in!

generative!linguistics!since,!at!least,!Chomsky!(1965).!!

This! paper! argues! that! representations! as! (2b),!where! a! higher! copy! is! “richer”! than! its! lower!

counterparts,! can! be! cyclically! derived! by! assuming! a! principled! definition! of! “sameness”.!

Basically,!it!is!proposed!that!NonYDistinctiveness!of!copies!does!not!involve!any!kind!of!marking!

during! the!syntactic!derivation,!but! it! is! computed!postYsyntactically!by! inspecting! the! featural!

content! of! constituents.! The! essential! assumption! is! understanding! uninterpretable! features!

(uFF)! as! inaccessible, to! the! PF! and! LF;! so,! for! example,! a! set! of! features! {<Att1,α>,! <Att2,β>,!<Att3,!_>},!where!<Att3,!_>! is!valueless!(uninterpretable),!will!be!“seen”! just!as!the!set!{α,!β}!at!

the!interfaces.!Under!this!conjecture!it!is!possible!to!define!NonYDistinctiveness!at!the!interfaces!

as!a!complex!result!of!Last,Resort,and!Locality:!since!higher!copies!in!the!structure!are!generated!to!check!uFF,!the!interfaces!will!see!“additional”!features!on!them;!and!since!movement!is!local,!

no!elements!of!the!same!structural!type!are!expected!to!intervene!between!copies.!Therefore,!the!

definition!in!(3)!follows.!!

(3)! TwoconstituentsαandβarenonYdistinctif:(i)αcYcommandsβ,(ii)thefeaturesofβare! a! subset! of!

the!features!of!α,!and!(iii)!there!is!no!δ!between!α!and!β!being!a!subset!of!α!or!a!superset!of!β.!!

According! to! (3),! two! constituents! do! not! require! being! actual! copies! to! be! interpreted! as! a!

movement! dependency.! Thus,! the! structure! in! (4),! where! the! whYphrase! in! [Spec,C]! is! baseY!

generated,!would!be! interpreted! at! the! interfaces! as! involving!movement! since,! due! to! feature!

checking,!the!higher!whYphrase!properly!contains!the!features!of!the!lower!whYphrase.!!

(4)![CP![Which!argument![that!John1!made]]!did![TP!he1![VP!believe![which!argument]]]].!{Q,!...}!

{...}!!

"

Noncfinite"complements"of"perception"verbs"and"Aspect"

Patrícia"Rodrigues"(UFPR)""

In!Brazilian!Portuguese!(BP),!and!also!in!English,!the!verb!ver!/!see,!when!conveying!a!“direct”!

reading,!can!take!either!an!infinitive!(1a)!or!a!gerundive!(1b)!complement.!!

!

(1) a!Eu!vi!Maria!chorar.!/!I!saw!Maria!cry.!b!Eu!vi!Maria!chorando.!/!I!saw!Maria!crying.!!

!

Page 9: Caderno de Resumos III CIEL

8!

!

Felser! (1999)! argues! that! the! English! complements! exhibit! an! aspectual! difference:! while! the!

gerundive! complement! describes! the! perceived! event! as! an! incomplete! action,! the! infinitive!

complement!implies!that!the!depicted!event!was!seen!in!its!entirety!(cf.!(2)).!According!to!Felser,!

these! complements! are! headed! by! the! functional! category! Aspect! specified! for! the! feature!

[±prog]:! Asp! head! of! the! gerundive! complement! is! [+prog]! and! Asp! head! of! the! infinitive!

complement!is![Yprog].!!

!

(2) a!I!saw!her!drowning,!but!I!rescued!her.!!b!#I!saw!her!drown,!but!I!rescued!her.!!

!

For!Gelderen! (2004),! however,! the! infinitive! complement! in! sentences! like! (2b)! and! (3)! bears!

perfective! aspect,! not! because! it! is! inherently! perfective,! but! because! it! cannot! have! an!

independent! aspect.! She! argues! that! in! (3)! the! stative! ‘see’! is! an! evidential! auxiliary! in! Asp!

(always!perfective)!and! that! the!sentence! forms!a!monoYclausal!structure.!For!her,! stative! ‘see’!

can!also!be!a!lexical!verb,!as!in!(4).!In!this!case,!the!sentence!forms!a!biYclausal!structure.!!

!

! !!!(3)!!I!saw!/!*see!him!cross!the!street.!�!

!!!!!!!(4)!!I!saw/see!him!crossing!the!street.!�!

!

In! this! paper,! we! also! analyze! the! nonYfinite! complements! of! perceptions! verbs! in! BP! as! a!

projection!of!Aspect.!Nonetheless,!we!argue!that!ver!‘see’!is!always!a!full!verb!and!that!the!aspect!

of!the!infinitive!complement!is!not!inherently!perfective.!On!the!basis!of!the!example!in!(5),!we!

defend! that! the! infinitive! complements! are! aspectually! dependent! of! the!matrix,!which!means!

that!they!can!denote!an!imperfective!event!if!the!matrix!event!is!imperfective.!!

!

(1) Eu!estava!vendo!Maria!se!afogar,!mas!alguém!salvou!ela.!!I!was!seeing!Maria!drown,!but!someone!saved!her!!

!

Based!on!Dermidache!and!UribeYEtxebarria!(2007),!we!propose!that!Aspect!relates!the!reference!

time!to!the!event!time,!and!that!the!reference!time!of!the!complement!is!bound!by!the!reference!

time! of! the! matrix,! since! Tense! is! not! projected.! In! the! case! of! the! gerundive,! as! Asp! is!

morphologically!marked!for!the!progressive,!it!will!pick!out!an!interval!in!the!temporal!contour!

of!the!event!described!by!the!embedded!predicate.!Hence!the!aspect!of!the!embedded!clause!can!

be!independently!progressive.!In!the!case!of!the!infinitive,!which!is!not!morphologically!marked!

for!aspect,!the!reference!time!binds!the!event!time.!Considering!that!the!reference!time!is!bound!

by! the!matrix! reference! time,! the! complement! “inherits”! the! aspectual! value! of! the! perception!

verb.!!

!

!

Sessão"de"Comunicação"2"""

Formal"accounts"of"subjetcverb"switches"and"the"representation"of"language"in"the"mind"of"the"bilingual"

!

Juana"M."Liceras,"University"of"Ottawa,"Canada"Raquel"FernándezcFuertes,"Universidad"de"Valladolid,"Spain"

Rachel"Klassen,"University"of"Ottawa,"Canada""

Page 10: Caderno de Resumos III CIEL

9!

!

TP

T’

VP

That!teacheri! [that!teacher]i!!odia!los!exámenes!!

Spec

vP

More!than!three!decades!ago!it!was!stated!that!pronouns!are!unable!to!be!codeYswitched!while!

DPs! do! codeYswitch! (Gumperz! 1975,! Lipski! 1978,! among! others).! Jake! (1994)! differentiated!

‘grammatical’!(EnglishYlike)!subject!pronouns!from!‘lexical’!(French!or!Arabic)!strong!pronouns!

showing! that! it! is! only! the! former! that! cannot! codeYswitch.! More! recently,! Van! Gelderen! &!

MacSwan! (2008)! and!MacSwan!and!Colina! (2014)!have!provided!a!Minimalist! account!of! how!

the!categorial!nature!of!the!subject!determines!the!viability!of!subject/verb!switches!by!bilingual!

speakers!so!that!switching!between!the!DP!subject!and!the!verb! in!(1)! is!a!grammatical!option!

while!switching!between!the!subject!pronoun!and!the!verb!as!in!(2)!is!ungrammatical.!

!

(1)!That"teacher!odia!los!exámenes! ! ! ! (2)!*She!odia!los!exámenes!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!hates!!!!!!exams!! ! ! ! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!hates!!!!!exams!

!

! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

! ! !

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

Van! Gerderen! &! MacSwan! (2008)! consider! the! switch! in! (2)! to! be! ungrammatical! because! it!

violates! the! P(honological)! F(orm)! Disjunction! Theorem! or! Condition! which! rules! out! codeY

switching!below!Xº.!As!shown!in!(1),! lexical!DPs!check!features!in![Spec!TP]!while!pronouns!in!

(2)!undergo!DYtoYT!movement.! In! the! latter! case,! the!mixedYlanguage! complex!head! crashes!at!

PF.!However,!in!the!case!of!strong!pronouns!(Cardinaletti!&!Starke!1999)!such!as!the!French!or!

Moroccan!Arabic!strong!pronouns!in!(3)!and!(4),!Van!Gerderen!&!MacSwan!(2008)!argue!that!the!

PF!Disjunction!Theorem!would!not!be!violated!because!they!behave!as!DPs.!

!

(3)!Moi"dxlt![IFrench![wentYin]Arabic!]!! ! ! ! ! !

! (French/Moroccan!Arabic)!

(4)a.Nta!tu!vas!travailler!!!!!!!!!!!!!!!![youArabic![you!go!work]French!]!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(French/Moroccan!Arabic)!

(4)b.Humaya!vergelijken!de!mentaliteit!met!de!islam!! [theyArabic![compare!the!mentality!with!the!islam]Dutch!]! (Dutch/Moroccan!Arabic)!

!

As!for!Spanish!subject!pronouns,!and!even!though!they!have!been!considered!to!be!strong!(e.g.!

Alexiadou!&!Anagnostopoulou!1988;!Kato!1999),!EnglishYSpanish!bilinguals!do!not!seem!to!codeY

switch!freely!between!a!Spanish!subject!pronoun!and!an!English!verb!as!in!(5).!

!

!(5)! ???Ella"hates!exams!!

Koronkiewicz!(2012),!based!on!the!different!codeYswitching!behavior!attributed!to!standard,!as!

in! (5),! versus! nonYstandard! subject! position! pronouns! (prosodically! stressed,! coordinated! or!

TP

T’

VP

Shei! [shei]! odia!los!exámenes!

T vP

DP

D’

T D

Page 11: Caderno de Resumos III CIEL

10!

!

modified)!as!in!(6),!calls!for!a!further!refinement!and!expansion!of!Cardinaletti!&!Starke’s!(1999)!

strong,!weak!and!clitic!pronominal!systems.!!!

!

! (6)!a.!! ELLA!hates!exams!! (6)!b.! Ella!y!Marsias!hate!exams!! (6)!c.!! La!de!sintaxis!hates!exams!!

According! to! this! distinction,! we! would! expect! the! same! codeYswitching! differences! between!

standard!and!nonYstandard!position!Spanish!and!English!pronouns.!Furthermore,!since!none!of!

the! proposals!make! any! prediction!with! respect! to! potential! differences! between! first,! second!

and! third! person! pronouns,! we! would! also! expect! the! same! codeYswitching! behavior! for! the!

three.!In!this!paper,!we!discuss!codeYswitching!acceptability!judgment!data!elicited!from!a!group!

of! twelve! child! 2L1! (simultaneous! EnglishYSpanish)! bilinguals,! a! group! of! eighteen! child! L2!

(subsequent!Spanish!L1YEnglish!L2)!bilinguals.!We!show!that:!(i)!there!are!significant!differences!

between!subject!DPs!and!subject!pronouns!both!in!English!and!Spanish,!(ii)!there!are!significant!

differences!between!both!English!and!Spanish!third!person!standard!position!pronouns!and!first!

and!second!standard!position!pronouns;! (iii)!Spanish! third!person!standard!position!pronouns!

significantly! differ! from! their! English! counterparts! with! respect! to! codeYswitching;! and! (iv)!

Spanish!third!person!standard!position!pronouns!are!closer!to!DPs!than!to!their!first!and!second!

person!counterparts.!!

In!order!to!account!for!those!differences,!we!propose!an!agreement!version!of!the!soYcalled!

“analogical!criterion”!that!has!been!shown!to!underlie!codeYswitching!preferences!(Liceras!et!al.!

2008)!in!the!case!of!concord!structures!such!as!those!in!(7)!and!(8).!!

!

(7)!la!house!!!!!!!!! fem.![casa,!fem.]!

(8)!la!book!! fem.![libro,!masc.]!!

Liceras! et! al.! (2008)! have! shown! that! simultaneous! EnglishYSpanish! bilinguals! and! Spanish!

dominant! bilinguals! systematically! reject! clearYcut! violations! of! the! “analogical! criterion”! as! in!

(8)!where! the!Spanish! feminine!determiner!occurs!with!an!English!noun!whose!corresponding!

Spanish!translation!is!a!masculine!noun.!

Thus,! following! Liceras! et! al.’s! (2008),! we! argue! that,! as! it! is! the! case! with! concord!

structures,!with! third!person!standard!position!pronouns,!Pesetsky!&!Torrego’s! (2001)!double!

feature! valuation! hypothesis! leads! native! Spanish! speakers! and! Spanish! dominant! bilinguals’!

intuitions! when! judging! codeYswitching! structures.! Namely,! both! English! and! Spanish! third!

person!standard!position!pronouns!require!the!valuation!of!their!agreement!feature!on!the!verb!

and! the! verb! requires! to! value! the! nominative! feature! on! the! pronoun.! However,! while! the!

Spanish! pronoun! can! value! its! agreement! feature! on! the! English! verb! (it! is! morphologically!

marked! with! an! –s),! the! English! pronoun! cannot! value! its! nominative! feature! because! the!Spanish! third! person! verb! lacks! any! morphological! marking,! as! shown! in! (9)! and! (10)!

respectively.!!

!

!(9)"Ella!talkYS!about!syntax, !

(10)!She!hablaYØ!de!sintaxis! !

!

This!implies!that!the!need!to!value!the!agreement!feature!born!by!the!Spanish!pronoun!(to!abide!

by!this!version!of!the!“analogical!criterion”)!supersedes!the!PF!Interface!Condition.!

""

Page 12: Caderno de Resumos III CIEL

11!

!

""

Reflexive"and"pseudocreflexive"constructions"in"Spanish"!

Sonia"Kaminszczik"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"Romina"Trebisacce"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"

"Keywords:"reflexives,"pseudocreflexives,"eventive"structure."

"The!goal!of! this!work! is! to!account! for! two!different!groups!of!seYconstructions! in!Spanish:! the!

wellYknown!“reflexive!constructions”!(1)!and!the!group!we!call!“pseudoYreflexive”!(2)!formed!by!

changeYofYposition!predicates.!

!

(1) Juan!se!criticó!(a!sí!mismo)!Juan!SE!criticized!(himself)!

‘Juan!criticized!himself’!

!

(2) Juan!!se!!!!!!!paró!!!(*a!sí!mismo)!Juan!SE!!!!!stood!up!(himself)!

‘Juan!stood!up’!

!

These! predicates! differ! in! structural! and! semantic! issues:! first! reflexives! but! no! pseudoY

reflexives! license! the! anaphor! a, sí, mismo.! Second,! pseudoYreflexive! predicates! do! not! have! a!strict!reflexive!reading:!sentences!like!(1)!means!‘Juan!criticizes!Juan’!(Rxx),!while!sentences!like!

(2)!means!that!Juan!initiates!and!undergoes!a!change!of!state!rather!than!“Juan!stands!up!Juan”.!Therefore,! we! claim! that! predicates! like! (2)! –e.g.,! arrodillarse, (‘to! kneel’),! apoyarse, (‘to! lean’),!sentarse!(‘to!sit!down’),!acostarse!(‘to!lie!down’),!levantarse!(‘to!get!up’)Y!form!a!particular!class!of!seYconstructions!in!Spanish.!!!

! These!constructions!also!differ!in!the!scope!of!quantification:!

!

(3) María!!se!!acostó!!!!!!!!y!!!!se!!!levantó!otra!vez.!María!SE!!lay!down!and!SE!got!up!!!!!!again!

‘María!lay!down!and!got!up!again’!

a. María!had!got!up!before!and!then!!she!got!up!again!(iterative)!

b. María!was!up,!she!lay!down!and!then!she!was!up!again!(stative)!

!

(4) María!!se!!!ensució!!!!y!!!!!se!!!!!!!!bañó!!!!!!!!!!!otra!vez.!María!SE!!got!dirty!and!!SE!took!a!shower!!!!again!

a. María!had!took!a!shower!before!and!then!!she!took!a!shower!again!(iterative)!

b. *María!was!already!clean,!she!got!dirty!and!she!took!a!shower!again!(stative)!

The! ambiguous! scope! in! changeYofYposition! predicates,! we! state,! suggests! a! complex! eventive!

structure.!So,!we!support!the!idea!that!this!predicates!involve!a!stative!subYevent.!In!fact,!as!we!

can!see!in!(5)!and!(6),!in!these!verbs,!contrary!to!reflexive!ones,!the!durative!adverbial!“durante”!

modifies!the!resulting!state!of!the!event:!!!

!

(5) Juan!se!acostó!durante!media!hora!Juan!SE!lay!down!for!half!an!hour!

Relevant!reading:!Juan!remained!in!the!state!“lying!down”!for!half!an!hour!!!

(6) Juan!!se!!!!!!!!!bañó!!!!!!!!!!!!!durante!media!hora!

Page 13: Caderno de Resumos III CIEL

12!

!

Juan!SE!!!took!a!shower!!!!!for!half!an!hour!

Relevant!reading:!*Juan!remained!in!the!state!“showered”!for!half!an!hour!!!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!OK:!the!event!of!taking!a!shower!lasted!half!an!hour.!

!

Thus,! assuming! that! functional! heads! are! associated!with! optional! categorial! features! (Müller,!

2010),! different! flavors! of! v, (Folli! &! Harley! 2005)! and! se! as! a! PF! expletive! that! checks! an!unsatisfied! [D]! feature! of, v! (Pujalte!&! Saab! 2012,! 2014! and!Kaminszczik!&! Saab! in! press),!we!propose! two! different! derivations! for! the! initial! examples! (1)! y! (2):! a! single! event! (vdo)! for!

reflexive!constructions!and!two!events!(vdo!and!vbe)!for!pseudoYreflexive!ones:!!

!

!

This!proposal!directly!accounts!for!the!syncretic!pattern!of!seYconstructions!in!Spanish!being!consistent!with!the!semantic!and!syntactic!differences!between!the!reflexive!and!pseudoY

reflexive!predicates.!

!

!

!

A"unified"analysis"for"marked"topic"constructions"and"their"restrictions"

Aroldo"L."de"Andrade"(Unicamp)"

!

Marked! topic! constructions! stay! in! an! area! of! interface! between! syntax! and! pragmatics.! They!

have!been! tackled! in! a! number!of! analyses,! and!have! received! a!unified! analysis! in!Grohmann!

(2003).!This!work!aims!at! revising! this!work,!by!considering! the!problem!of! the!availability!of!

different! types! of! constructions.! The! analysed! constructions! are:! Topicalisation,! Clitic! Left!

Dislocation!and!Contrastive!Left!Dislocation.!Theoretical!implications.!I!adopt!Chomsky’s!(2004/!

2008)! proposal! for! syntactic! phases,! adapted! according! to! the! theory! of! phase! extension!

proposed! in! Den! Dikken! (2007).! Proposal.! Unlike! Grohmann! (2003),! we! suggest! that! the!emergence! of! resumptives! (in! dislocation! constructions)! is! connected! to! the! operation! copy!

spellYout!taking!place!in!a!number!of!unlocal!dependencies,!instead!of!antiYlocal!(too!local)!ones.!

We!concentrate!on! the! fact! that!Portuguese!has!both!Topicalization!and!Clitic!Left!Dislocation,!

whereas! all! the! other! Romance! languages! only! have! Clitic! Left! Dislocation.! This! difference! is!

explained!in!terms!of!the!postulation!of!an!intermediary!landing!position!for!topics!in!Spec,TP!in!

Portuguese,! due! to! the! existence! of! two! Tense! projections! in! this! language! (due! to! evidence!

discussed!in!Rouveret!1999;!Galves!&!Sandalo!2012).!Canonical!null!subject!languages!would!not!

have!Spec,TP!available!because!T’s!EPP!feature!is!checked!by!the!verb!agreement.!This!proposal!

applies!as!well!to!Contrastive!Left!Dislocation,!a!construction!that!can!be!found!in!V2!languages.!

Page 14: Caderno de Resumos III CIEL

13!

!

Implications.!The!analysis!predicts!that!Romance!languages!in!general!will!always!show!cases!of!Left! Dislocation,! except!when! there! is! no! correspondent! clitic! form! available! (CasiellesYSuárez!

2004).! Other! problems! related! to! the! hypothesis! are! discussed,! such! as! the! one! regarding! the!

difference! between! ungrammatical! derivations! and! those! rescued! by! the! last! resort! operation!

“copy!spellYout”.!!

!

(1)!! Esse!homem!eu!conheço!_.!(2)!! Esse!homem!eu!o#conheço.!(3)!! Diesen!Mann,!den#kenne!ich.!! ‘This!man!I!know!(him).’!

"""

Sentential"negation"in"Brazilian"Sign"Language"! !

Guilherme"Lourenço"(UFMG)"!

Sign! languages! are! natural! languages! but! in! a! different! modality.! This! difference! in! modality!

allows! them! to! convey!meaning!by!using!other!visual! information,!not!only! the!hands,! such!as!

body!movement!and!facial!expressions!(nonYmanual!markers).!Negation!in!many!sign!languages!

is!expressed!by!a!combination!of!a!negative!sign!(e.g.!NO)!and!a!specific!facial!expression!(head!

shake,! chin! up! or! a! negative! facial! expression,! see! Zeshan! 2006)." In! Libras! (Brazilian! Sign!Language),! there! is! the! negative! sign! NO! and! also! a! negative! facial! expression! that! marks!

negation!in!a!sentence!(example!1;!see!also!Quadros!1999;!Arrotéia!2005).!Some!negative!signs!

are! also! used! in! the! language! such! as! NOTHING,! ZERO,! NOBODY,! etc.! (2).! Additionally,! the!

negative! nonYmanual!marker! is! obligatory,!whereas! the!manual! sign! is! optional! (3).! In! Libras,!

there! is!also!an!asymmetry!between!plain!and!agreement!verbs! that!has!a!consequence!on!the!

position! of! the!manual! negative! sign! (4Y5).! Following!Arrotéia! (2005),! I!will! demonstrate! that!

Libras!is!a!nonYmanual!dominant!language,!adopting!Zeshan’s!typology!(2006),!because!the!nonY

manual!marker!is!always!obligatory!and!its!presence!in!the!sentence!allows!the!negative!sign!to!

be!dropped.!Adopting!a!featural!approach!to!sign!language!negation,!as!proposed!by!Pfau!(2015),!

I! assume! that! there! is! a! [neg]! feature! in! the! syntactic! derivation! and! that! this! feature! is!

responsible!for!the!change!of!the!polarity!of!the!sentence.!Additionally,!as!we!can!see!in!example!

(2),!the!presence!of!the!nonYmanual!marker!plus!an!nYword!does!not!change!the!polarity!of!the!

clause!to!affirmative.!So,!Libras!can!be!considered!a!Negative!Concord!language!(Arrotéia!2005).!

Therefore,!we!can!assume!Zeijlstra’s!(2008)!formulation!which!claims!that!Negative!Concord!is!

an! Agree! relation! between! a! single! feature! [iNEG]! and! one! or! more! features! [uNEG].! The!proposal!here!is!that!the!nonYmanual!marker!is!a!suprasegmental!affix!{negaff}!and!that!it!carries!

a![uNEG]!feature!(as!assumed!by!Pfau!2002,!2015).!Being!an!affix,!{negaff}!occupies!the!head!of!NegP!and!needs!a!lexical!carrier.!However,!the!verb!in!Libras!does!not!move!to!higher!positions;!

it!stays!in!situ!(Quadros!1999;!Lourenço!2014).!So!we!have!a!typical!affix!hopping!situation!and!

then! [negaff]! percolates! down! to! the! verb! (we! can! assume! an!Agree! operation! as! proposed! by!

Newton!2008,!2009)!and!then!it!spreads!over!the!verb’s!cYcommand!domain.!As!for!the!negative!

sign,!it!is!baseYgenerated!in!Spec,NegP!and!bears!a![iNEG]!feature.!If!the!manual!sign!is!dropped,!the! Spec,NegP! position! is! occupied! by! a! negative! operator! with! an! [iNEG]! feature! which! cYcommands! the! {negaff},! as! proposed! by! Zeijlstra! (2008).! Finally,! the! asymmetry! between! plain!

and!agreement!verbs!can!be!explained!by!the!fact!that!plain!verb!constructions!have!a!defective!

structure!in!terms!of!ϕYprobes.!So,!once!there!is!no!ϕYfeature!agreement,!the!edge!feature!of!T!is!

checked!by!moving!the!whole!vP!to!Spec,TP.!Therefore,! there! is!no!preYverbal!negative!manual!

sign!in!plain!verb!clauses.!

Page 15: Caderno de Resumos III CIEL

14!

!

!

Examples:"""""""""""""""__________neg"1)!MARY!LOVE!IX1!NO.!!!!!!!!!

,,,,‘Mary,doesn’t,love,me.’,""""""""""""""________neg"2)!MARY!BUY!ZERO.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

!!!!‘Mary,does,not,buy,anything.’,,,,,‘Mary,buys,nothing.’,""""""""""""*(__________neg)"3)!MARY!LOVE!IX1!(NO).!!!!!!!!!!!,"""""""""""""""""""__________neg"4)!a.!MARY!LOVE!IX1!NO.!!!!!!!!!!!!!

"""""""""""""""""""""__________neg"!!!!b.!*MARY!NO!LOVE!IX1.!!!!!!!!!!!!!

""""""""""""""""""""__________neg"5)!a.!MARYa!aHELP1!IX1!NO.!!!!!!!!!!!!!

""""""""""""""""""""__________neg"!!!!b.!MARYa!NO!aHELP1!IX1.!!!!!!!!!!!!!

,,,,,,,‘Mary,does,not,help,me.’,,,,Sessão"de"Comunicação"3","

!

Postcnominal"possessives"and"sentential"agreement""!

Bruna"Pereira"(UFVJM)"!

KEYWORDS:"Possessives;"Agreement;"DP."

!

Portuguese! and! other! Romance! languages! have! possessive! number! agreement! with! the!

noun.!However,!dialectal!Brazilian!Portuguese!has!shown!that!2ndYpersonPL!possessives!in!both!

postYnominal!(1)!and!postYcopular!(2)!position!may!not!agree!in!number!with!the!noun.!!

(1)! “[A"caixa"de"ecmail!suas]!enche!rápido?”!(Belo!Horizonte:November12th,2014)!!

mailbox3FEM3SG#your*FEM*PL#,

Does!your"mailbox!fill!up!fast?!

(2)! “Se!não!me!engano,![essa"anotação!é!até!suas]”!(Belo!Horizonte:August19th,2014).!

this,note3FEM3SG,is,even,your*FEM*PL!

! !If!I!am!not!wrong,!this!note!is!even!yours.!

The productivity of these structures in Mineiro dialect is verified, because the noun may be left out (4) and preceded by: definite article (1), indefinite article (5), no article (3), and because the noun may be replaced by indefinite pronoun (6). (3)! “Isso!é![estratégia"suas]!para!vender!mais”!(Belo!Horizonte:March,2014).!

Page 16: Caderno de Resumos III CIEL

15!

!

, strategy3FEM3SG#your*FEM*PL,,

! This!is!your!strategy"to!sell!more!products.!!

(4)!!!!“O!nosso!crachá!é!verde!e![o"seus]"é"azul”!(Belo!Horizonte:December11th,2014).!

! The,our,badge3MASC3SG,is,green,and,the,(ø),your*MASC*PL,is,blue,

! Our!badge!is!green!and!yours!is!blue.!

(5)! “[um!aluno!seus]"está!indo!pra!França”!(Belo!Horizonte:April!7th,2015,!Jornal!da!Alterosa:!<https://www.youtube.com/watch?v=6dQJLJ2v8T4>)!

! a!studentYSG!yourYPL!

! Your!student!is!going!to!stay!in!France.!!

(6)! “Eu!não!contratei![nada!seus],!não!”!(Belo!Horizonte:February13th,2014).!

! anything,your3PL,

! I!did!not!hire!anything!from!you.!

This type of construction is not expected under the following assumption: while “prenominal possessives show number agreement in BP1, postnominal ones do not” (7) (COSTA; FIGUEIREDO SILVA, 2003, p. 27). (7)! a.!“o!meus!livro”!–!“the3SG,my3PL,book3SG”,!

b. “uns livro meu” – “some-PL book-SG my-SG” In (7), even though the noun ‘book’ does not show morphological plural mark, it is

plural (it refers to books). In contrast, (1-6) have a singular noun that refers to a singular object (a badge, a note, a student, etc.) while possessive is plural, which reveals a new patter of agreement that is made with the possessor rather than with the noun.

A!possible!reason! for! the!emergence!of! these!structures! is!related! to!ongoing!parametric!

changes!(ROBERTS;!KATO,!1993)!in!BP!inflectional!system.!In!the!lack!of!a!possessive!pronoun!

which!makes! clear! the! reference! to! 2ndYpersonPL,,as! EP! ‘vosso’! (your)! does,, sua/seu! has! been!used!with!a!plural!morpheme! ‘Ys’!even!with!singular!nouns.!Similarly,! in!some!dialects,!English!

2ndYpersonPL!may! be! addressed!with! plural! forms,! other! than! ‘you’:! ‘yous’,! ‘youYuns’,! ‘youYall’,!

‘youYguys’,!‘y’all’!(MAYNOR,!2000).!

According! to! Bernstein! (2005),! Spanish! postYnominal! possessives! agreement! is! more!

sentential!than!nominal!and!takes!place!in!a!predicative!position.!In!this!hypothesis,!D!takes!CP!

as! a! complement! [D[CP]]! (KAYNE,! 1993).! Applied! to! the! data! presented! above! (ex.! (5)),! this!

hypothesis! results! in! (8)!where! the! possessive! is!merged! in! Spec,AgrP!while! the!NP!moves! to!

Spec,CP,! deriving! possessive! postYnominal! position.! This! derivation! has! the! advantage! of!

preventing!the!NP!from!remaining! in,situ,!which!rules!out!structures! like!“*um!seus!aluno”,(an,your3PL!student).!

(8)![DPum[CP!alunoi[AgrP/IP!seus[NPti]]]].!

"""""""

Page 17: Caderno de Resumos III CIEL

16!

!

Clivadas"e"Pseudoclivadas"Extrapostas"no"Português"Brasileiro"!

Lívia"de"Mello"Reis"(UFSC)"Sandra"Quarezemin"(UFSC)"

!

Este!trabalho!trata!das!sentenças!clivadas!canônicas!e!pseudoclivadas!extrapostas!do!Português!

Brasileiro! (PB),! como! as! sentenças! em! (1)! e! (2),! respectivamente.! O! objetivo! principal! deste!

estudo! é! investigar! os! contextos! de! ocorrência! desses! dois! tipos! de! sentenças,! levando! em!

consideração! uma! série! de! fenômenos! sintáticos,! semânticos! e! pragmáticoYdirscursivos! que!

mostram!que!clivadas!e!pseudoclivadas!não!devem!ter!a!mesma!estrutura!(cf.!MODESTO,!2001;!

MIOTO,!2003;!RESENES,!2009).!!

!

(1)!Foi!um!carro!que!o!Pedro!comprou.!!

(2)!Foi!um!carro!o!que!o!Pedro!comprou.!!

!

Além! disso,! esse! estudo! visa! à! investigação! dos! padrões! de! concordância! nas! clivadas! e!

pseudoclivadas!invertidas,!como!em!(3)!e!(4)!(cf.!BRAGA,!KATO!e!MIOTO!(2009,!p.!282Y283)).!!

!

(3)!a.!Dois!cafezinhos!é!que!eu!quero.�b.!*Dois!cafezinhos!são!que!eu!quero.!!

(4)!a.!Dois!cafezinhos!é!o!que!eu!quero.�b.!*Dois!cafezinhos!são!o!que!eu!quero.!!

!

Segundo!Guesser!e!Quarezemin!(2013),!colocar!o!constituinte!focalizado!em!diferentes!posições!

de! foco! permite! oferecer! uma! explicação! para! as! diferenças! pragmáticoY! discursivas! entre!

clivadas!canônicas!e! invertidas!do!PB.!Além!disso,!as!autoras!afirmam!que!o!aparecimento!das!

pseudoclivadas! extrapostas! em! contextos! interrogativos! está! relacionado! aos! traços! [+foco,!

+tópico].! Para! fazer! uma! investigação! mais! cuidadosa,! foi! aplicado! um! experimento! para!

investigar! se! a! pseudoclivada! extraposta! é! empregada! nos! mesmos! contextos! da! clivada!

canônica.! Os! resultados! indicam! que! os! falantes! parecem! não! detectar! diferenças! entre! uma!

clivada! canônica! e! uma! pseudoclivada! extraposta.! Desse! modo,! foi! elaborado! um! segundo!

experimento,!que!foi!aplicado!somente!com!uma!amostra!dos!participantes,!a!fim!de!verificar!se!

os! falantes! distinguem! as! estruturas! das! clivadas! canônicas! e! das! pseudoclivadas! extrapostas.!

Essa!diferenciação!foi!colocada!em!discussão,!uma!vez!que!a!maioria!dos!informantes!optou!pela!

sentença!clivada!canônica!para!responder!os!contextos!perguntaYresposta!e!os!de!correção,!tanto!

os! que! focalizavam! sujeito! quanto! os! que! focalizavam! objeto.! Também! será! investigado! a!

assimetria!sujeitoY!objeto!que!se!verifica!na!focalização!nãoYcontrastiva/de!informação!nova!nas!

clivadas!canônicas! (cf.!QUAREZEMIN,!2014).!Tal!assimetria!parece! ser! típica!de!contextos! com!

perguntas! de!pura!nova! informação.! Essa!mesma! assimetria! não! ocorre!nas! pseudoclivadas.!A!

hipótese!principal!é!que!as!estruturas!clivadas!no!PB!fazem!uso!de!duas!projeções!foco!diferentes!

de!acordo!com!o!tipo!de!interpretação!focal!(foco!contrastivo!versus!foco!de!informação!nova).!O!

presente!estudo!está!assentado!na!abordagem!cartográfica!(cf.!RIZZI,!1997;!BELLETTI,!2004).!!

!

!

A"especificidade"do"DP"e"o"movimento"dos"adjetivos"qualificativos""

Cristina"de"Souza"Prim"(UNICAMP)""

!

Objetivamos! entender!quais! são! as! regras! sintáticas! envolvidas!no!posicionamento!dos!

adjetivos! qualificativos! do! Português! Brasileiro.! Defenderemos! que! o! adjetivo! é! gerado! em!

Page 18: Caderno de Resumos III CIEL

17!

!

adjunção! à! direita! do! nome,! e! que! sua! ocorrência! na! posição! préYnominal! é! resultado! de!

movimento!do!adjetivo,!motivado!pelo!determinante.!

São! dois! os! traços! do! determinante! que! se! mostram! relevantes! para! a! discussão,! a!

definitude! e! a! especificidade.! Ihsane! &! Puskás! (2001,! p.! 40)! esclarecem! que! definitude! é!

responsável! por! selecionar! um! objeto! na! classe! de! possíveis! objetos;! já! especificidade! é!

relacionada!a!elementos!préYestabelecidos!no!discurso.!!

No!português,!os!determinantes!que!selecionamos!para!esta!pesquisa!(o/a,,um/uma!e!DP!nu)!são!sempre![+/Ydefinidos],!e!podem!ser!específicos!ou!não.!Os!exemplos!(1a),!(2a)!e!(3a)!são!

específicos,!porque!o!falante!tem!claro!o!indivíduo!a!que!se!refere,!e!os!exemplos!(1b),!(2b)!e!(3b)!

não! são! específicos.! O! que! vemos! nos! exemplos! (4),! (5)! e! (6)! é! que! o! adjetivo! só! pode! ser!

prenominalizado!se!o!falante!souber!quem!é!o!referente!em!específico.!Caso!contrário,!o!adjetivo!

só!poderá!ser!pósYnominal.!

Postulamos! a! separação! de! definitude! e! especificidade! dos! DPs! em! duas! categorias.! A!

definitude!estaria!associada!a!Def,!diretamente.!Já!a!especificidade!surge!em!uma!categoria!mais!

baixa,!em!posição!de!Tópico:!assim!como!Ihsane!&!Puskás!(2001),!argumentamos!que!o!núcleo!

Top!é!caracterizado!somente!pelo!traço![+específico].!Os!autores!argumentam!que!não!é!o!caso!

que!um!sintagma!possa!ser!relacionado!ao!discurso!ou!banido!do!discurso,!mas!sim!que!um!não!

tópico!simplesmente!não!contém!conexão!relevante!com!o!discurso.!Por!isto,!vamos!propor!que!

quando!há! especificidade!no!determinante,! a! projeção!Tópico! é! selecionada!por!DP;! se!não!há!

especificidade,!não!há!projeção!de!Tópico.!!

Os! qualificativos,! como! dissemos,! só! podem! ocorrer! na! posição! préYnominal! se! o!

determinante!que!encabeça!o!DP!for!específico,!ou!seja,!o!que!motiva!o!movimento!do!APqualificativo!

é! o! traço! [+específico]! do! determinante.! A! projeção! Top! viabiliza! a! subida! do! adjetivo,! que!

encontra!ali!um!lugar!de!pouso.!Quando!não!há!especificidade!no!DP,!TopP!não!é!projetado,!o!que!

garante!que!o!adjetivo!não!se!moverá!se!não!for!específico.!!

(1) O!estudante!ganhará!uma!viagem!a!Miami.!

a. Um!estudante!em!particular,!familiar!ao!falante.!

b. Um!estudante!que!poderemos!identificar!após!o!término!do!concurso.!

(2) Um!estudante!colou!na!prova.!

a.!! Um!(certo)!estudante!

b.!! Um!estudante,!que!eu!ainda!tenho!que!descobrir!qual!

(3) João!viu!menina!bonita!chorando!na!calçada.!

a. Uma!certa!menina!

b. Uma!menina!que!não!sei!quem!é.!

(4) a.! O!professor!mais!votado!ganhará!um!prêmio.!(leitura!nãoYespecífica)!

b.! *O!maravilhoso!professor!mais!votado!ganhará!um!prêmio.!

c.! O!professor!maravilhoso!mais!votado!ganhará!um!prêmio!!

(5) a.! Um!professor!foi!premiado.!(leitura!específica!ou!nãoYespecífica)!

b.! Um!professor!maravilhoso!foi!premiado.!!

c.! Um!maravilhoso!professor!foi!premiado.!!

(6) a.! A!Maria!comprou!livro!no!shopping.(leitura!específica!ou!nãoYespecífica)!

b.! A!Maria!comprou!famoso!livro!no!shopping.!

c.! A!Maria!comprou!livro!famoso!no!shopping.!

!

!

Failed"agreement"as"feature"relativization""

Danniel"da"Silva"Carvalho"(UFBA)""

Person,,number!and!gender!are!commonly!associated!with!the!activation!of!agreement!relations!between! grammatical! subjects! and! its! predicate.! However,! little! attention! is! given! to! the!

Page 19: Caderno de Resumos III CIEL

18!

!

behaviour!of! the!relation!of!gender!and!number! in!predicative!sentences!with!generic!subjects!

through! literature.! In! its!urban!variety,!Brazilian!Portuguese! shows!a!nonYcanonical!behaviour!

for! gender! agreement.! Sentences! like! (1)!Maria" bêbada" é" chato! ‘Maria! drunkFEM.SG! copulaSG!annoyingMASC.SG’! and! (2)!Crianças" é" divertido! ‘ChildrenFEM.PL! copulaSG! funnyMASC.SG’! are! derived!from! different! structures:! in! the! former,! the! agreement! pattern! is! the! result! of! a! neuter!

agreement!with!a!small!clause!in!the!subject!position,!while!in!the!latter,!the!lack!of!agreement!is!

due!to!the!presence!of!a!DP!subject!whose!agreement!features!are!absent!(Livia!and!Rodrigues,!

2013).! It! is! key,! however,! to! determine!which! features! are! in! fact! involved! in! this! agreement!

mechanism,! delimit! them! and! (re)define! how! syntax! cope! with! them.! To! shed! light! on! the!

problem,!I!assume!here!that!(1)!and!(2)!are!licensed!via!Agree.!The!difference!lies!on!the!fact!that!

a! DP! may! have! a! different! feature! configuration! and! that! leads! to! different! outputs.! Such!

mechanism!deals!with! a!DP! as! the! result! of! feature! composition! and! the! consequence! of! such!

composition! entails! a! relativized! syntax.! Preminger! (2014)! observes! that! person! and! number!

probes! in!Kichean! are! relativized! to! look! for! the!marked!members! on! their! respective! feature!

geometries!([participant]!e![plural],!respectively).!I!claim!that!the!same!occurs!with!gender!in!the!

data!above,!which!search!for!peer!features!on!the!probe.!The!subset/superset!notion!captured!in!

Béjar's!work!(Béjar,!2003,!2008)!can!be!applied!on!the!feature!valuation!and!the!impossibility!of!

valuing!such!features!is!what!entails!the!superficial!failed!agreement.!This!is!so!by!the!fact!that!

there! is! a! node! which! is! responsible! for! the! representation! of! any! referring! element!

independently,! namely! [π]! and! it! dominates! the! additional! φYfeatures.! Adopting! a! feature!

geometry,! the! subset/superset! relation!would! be! responsible! for! the! feature! activation! in! the!

probe.!The!copula!subjects!in!(1)!and!(2)!do!not!have!the!D!layer!in!their!feature!hierarchy,!which!

results!in!a!nonYvalued!predicative.!The!licensing!of!such!element!is!done!by!valuing!the!available!

dominant!node,![π].!Since!the!DP!subject!is!determinerless,! it!does!not!trigger!any!specification!

on! the!predicate!and! its! reading! is! generic! (Borer,!2005).!This!generalization! is! captured! from!

the!very!motivation!for!Agree.!The!possibility!of!plural!marking!with!no!specific!reading!in!(2)!is!due!to!the!absence!of!the!node!D!on!D0.!D0!having!only!the!root!node!responsible!to!license!the!DP!

subject,!would!activate! the!number! feature!on! this!#0!by! the!subset/superset!relation!with! the!

probe.! Then,! the! contingent! relation! between! number! and! gender! then! can! be! explained! by!

means!of!movement!inside!this!structure,!assuming!Borer’s!(2005)!DP!structure.!

"""

O"duplo"estatuto"da"consoante"/z/"nas"formações"diminutivas"e"aumentativas"do"português"brasileiro"

!

Paula"Roberta"Gabbai"Armelin"(Universidade"de"São"Paulo)""

Este! trabalho! investiga,! a! partir! de! uma! perspectiva! sintática! (cf.! HALLE! e! MARANTZ,! 1993;!

MARANTZ,!1997),! o! estatuto!da! consoante!/z/!nas! formações!de!diminutivo!e! aumentativo!do!

português!brasileiro!(PB),!construídas!com!os!pares!Yinho/3zinho,e!3ão/3zão.!Dada!a!semelhança!fonológica!entre!eles,!a!pergunta!que!emerge!é!se!estamos!diante!de!formas!independentes!ou!de!

realizações! diferentes! de! um! único! morfema! (cf.! BACHRACH! e! WAGNER! 2007,! BISOL,! 2010;!

MENUZZI,!1993;!VILALVA,!2000).!A!pergunta!fica!mais!saliente!diante!do!fato!de!a!consoante!/z/!

ser!um!dos!recursos!epentéticos!empregados!no!PB!para!satisfazer!requerimentos!fonotáticos!da!

língua.!!

A!hipótese!deste!trabalho!é!que,!nas!formações!diminutivas!e!aumentativas!do!PB,!a!consoante!

/z/!apresenta!um!estatuto!duplo,!sendo!ora!parte!de!um!morfema!independente,!ora!um!recurso!

epentético.!O!diagnóstico!para!identificar!um!e!outro!caso!se!dá!no!seguinte!sentido:!quando!/z/!

é!parte!do!morfema!de!grau,! os! formadores! Yzinho/Yzão,apresentam!propriedades! fonológicas,!

Page 20: Caderno de Resumos III CIEL

19!

!

morfológicas! e! semânticas! que! as! distinguem! de! suas! respectivas! contrapartes! iniciadas! por!

vogal.! Por! outro! lado,! quando! /z/! é! um! recurso! epentético,! Yzinho/! Yzão, apresentam!propriedades!formais!semelhantes!a!Yinho/3ão.!!Do! ponto! de! vista! semântico,! os! formadores! Yinho/Yão, podem! desencadear! leitura! nãoY!composicional,!enquanto!as!suas!contraparte!encabeçadas!por!consoante!não!podem!fazêYlo!(cf.!

‘beijijnho’!vs.,‘beijozinho’!e!‘sapatão’!vs.,‘sapatozão’).!Essa!situação!se!modifica,!no!entanto,!diante!dos! nominais! atemáticos.! Nesses! casos,! a! leitura! nãoYcomposicional! é! licenciada,! apesar! da!

presença!da!consoante!/z/!(cf.!‘cajuzinho’!e!‘mãezona’).!!

Do! ponto! de! vista! morfológico,! há! uma! assimetria! entre! os! formadores! Yão, e! Yzão,! sendo! o!primeiro! capaz! de! formar! aumentativos! masculinos! a! partir! de! bases! femininas! (cf.! ‘tigela’Y

‘tigelão’;! ‘unha’Y‘unhão’),! enquanto! o! segundo! não! pode! fazêYlo! (cf.! ‘tigela’Y! *‘tigelazão’;! ‘unha’Y

*‘unhazão’).! Esse! cenário! se! altera,! diante! dos! nominais! atemáticos.! Nesses! casos,! apesar! da!

presença! da! consoante! /z/,! é! possível! que! haja! discrepância! de! gênero! entre! as! formas!

aumentativas!e!nãoYaumentativas! (cf.! ‘pá’Y‘pazão’;! ‘colher’Y‘colherzão’).!Ainda!do!ponto!de!vista!

morfológico,!entre!as!propriedades!apresentadas!pelos!formadores!Yzinho/3zão,!destacaYse!o!fato!de! eles! preservarem! eventuais! alterações! morfofonológicas! desencadeadas! pelo! plural! (cf.!

‘mulheres’Y‘mulherezinhas’/! ‘mulherezonas’).! Por! outro! lado,! o! mesmo! não! se! verifica! nas!

formações! construídas! com! Yinho/Yão, (cf.! *‘mulhereinhas’/! *‘mulhereonas’).! É! possível,! no!entanto,!que!as!alternâncias!desencadeadas!pelo!plural!estejam!ausentes!da!formação!diminutiva!

ou!aumentativa,!apesar!da!consoante!/z/!(cf.!‘mulherzinhas’!e!‘mulherzonas’).!!

Do!ponto!de!vista!fonológico,!as!formações!com!Yinho,seguem!o!algoritmo!de!acentuação!previsto!para!palavras.!Por!outo!lado,!nas!formações!com!Yzinh,!o!algoritmo!de!acentuação!é!dúbio:!Yzinh,segue! o! algoritmo! acentual! atuante! no! domínio! da! palavra! quando! se! anexa! a! nomes! nãoY

temático,! mas! segue! o! algoritmo! atuante! em! sintagmas! quando! se! concatena! a! nominais!

temáticos!(cf.!MENUZZI,!1993).!!

Por!um!lado,!as!assimetrias!detectadas!entre!as!formas!Yinho/3zinho,e!entre!os!formadores!Yão/3zão! apontam! para! a! hipótese! de! que! se! tratam! elementos! diferentes,! que! demandam! análises!

independentes.! Por! outro! lado,! os! contextos! nos! quais! tais! diferenças! de! comportamento! são!

sublimadas!evidenciam!os!casos!em!que!a!consoante!/z/!emerge!como!recurso!epentético.!!

"!

Sessão"de"Comunicação"4"""""

Parametric"hierarchies"and"surface"Morphosyntax:"connecting"serial"verbs,"datives"and"applicatives"

!

Julio"William"Curvelo"Barbosa"(USP)"!

This!paper!presents!arguments!towards!a!common!set!of!properties!that!can!be!derived!from!the!

structures! in! (1)Y(4),! in!which! there! is! a! connection! between! the!morphosyntactic! complexity!

(i.e.,!the!possible!lack!of!functional!elements!connecting!distinct!lexical!items!in!syntax)!and!the!

semantics!of!dative!and!applicative!(benefactive)!interpretation.!!

Page 21: Caderno de Resumos III CIEL

20!

!

""

The! hypothesis! presented! in! this! paper! is! that! the! various! types! of! prepositionYrelated!

expressions! associated! to! dative,! applicative! and! benefactive! readings! crosslinguistically! are!

distributed!based!on!the!possibility!of!phonologically!omitting!the!preposition,!along!the!lines!of!

the!contrast!found!in!the!dative/doubleYobject!alternation!between!Brazilian!Portuguese!(1)!and!

English! ((2),! cf.! Barbosa! 2012).! In! the! same! sense,! there! is! a! contrast! between! serial! verb!

constructions! with! dative! verbs! in! languages! such! as! Cantonese! (3)! and! the! phenomena!

presented! here! as! “pseudoYserial! verbs”,! seen! in! Brazilian! Portuguese! (4).! In! both! cases,! the!

constructions!present!benefactive/applicative!readings,!yet!present!distinct!syntactic!properties!

of!clausal!domains!and!preposition!realization!(optional!in!Brazilian!Portuguese).!!

To! account! for! the! discrepancies! of! the! data! in! (1)Y(4),! the! Brazilian! Portuguese! data! is!

contrasted! to!other! serializing! languages,! in!order! to! show! that! the! surface! similarities! in!data!

such! as! (3)! and! (4)! relate! to! the! phonological! realization! of! the! preposition,! yet! semantic!

interpretations! seem! to! be! the! same! in! both! serializing! and! nonYserializing! languages.! The!

distinctions! between! pseudoYserial! constructions! and! serial! constructions! are! based! on! four!

main! properties,! namely! (i)! Tense/Aspect! dependencies,! (ii)! object! sharing,! (iii)!

grammaticalization!effects,!and!(iv)!the!number!of!events!encoded!in!the!clause.!Comparing!the!

defining!properties!of!serial!verb!constructions!across!the!literature,!it!is!claimed!that!serial!verb!

constructions! are! an! epiphenomenon,! due! to! the! morphosyntactic! properties! of! serializing!

languages,!and!its!disparities!based!on!typological!framing!(Talmy,!2000).!!

In!order!to!give!a!unified!structure!for!the!surface!phenomena!discussed,!the!analysis!presented!

in! this!paper!expands! the!conclusions!given! in!Scher!&!Barbosa! (2014),!which!show,!based!on!

Haspelmath! (2013)! and! Polinsky! (2013),! that! the! presence! of! applicatives! constructions! is!

significantly! associated! to! the! presence! of! datives! where! there! is! some! degree! of!

morphosyntactic!complexity,!i.e.,!realize!the!dative!argument!through!an!affix!or!a!case!marker.!

These!properties!allow!for!the!suggestion!of!a!Parameter!Hierarchy!(Sheehan!2014),!in!which!the!

absence!of!relational!heads!have!more!or! less!effects,!according! to! the!coY!dependencies!of! the!

parameters!presented.!!

"""""""""

Page 22: Caderno de Resumos III CIEL

21!

!

Null"Objects"in"Brazilian"Portuguese,"Revisited"!

Ezekiel"J."Panitz"(UCL)""

Keywords:"Null"objects,"Brazilian"Portuguese,"Ellipsis"!

When!discussing! the! topic!of!null!objects! in!Brazilian!Portuguese,! it! is!expedient! to!distinguish!

two!classes!of!sentences:!those!in!which!the!verb!preceding!the!null!object!is!identical!to!the!verb!

preceding!the!null!object's!antecedent,!and!those!in!which!these!two!verbs!are!distinct.!!

(1)!!Class,#1:,Verb3Identical,Null,Object,Sentences,!! a.! O!João!assinou!os!documentos!e!o!Pedro!assinou!__!também.!�!

! b.! O!João!assinou!os!documentos!antes!do!Pedro!assinar!__.!�!

(2)!!Class,#2:,Verb3Distinct,Null,Object,Sentences,!! a.! !!O!João!assinou!os!documentos!e!a!Maria!carimbou!__.!�!

! b.! !!O!João!assinou!os!documentos!antes!da!Maria!carimbar!__.!�!

It! is!generally!agreed!that!Class!#1!involves!VerbYstranding!Verb!Phrase!Ellipsis!(VVPE),!a!subY

species!of!Verb!Phrase!Ellipsis!in!which!the!verb!raises!to!Io,!stranding!the!elided!VP.!!

(2) O!João!assinou+!Io![VP!tV!os!documentos]!e�!o!Pedro!assinou+!Io![VP!tV!os!documentos]!também.!!

There! is,! however,! little! agreement! regarding! the!proper! treatment! of! Class!#2.!One! source! of!

disagreement! concerns! the! nature! of! the! empty! category.! Generally,! three! positions! can! be!

discerned:!(i)!the!empty!category!is!pro,(Farrell!1990!a.o.);!(ii)!the!empty!category!is!derived!via!ellipsis! (Cyrino! 1994);! (iii)! the! empty! category! corresponds! to! two! different! derivations:! one,!

involving!pro,!the!other,!ellipsis!(Ferreira!2000,!Modesto!2000).!!(4)!!!a.!...!e!a!Maria!carimbou!pro.!

b.!...!e!a!Maria!carimbou!os!documentos!

c.�...!e!a!Maria!carimbou!pro,/!os!documentos!!Furthermore,!there!is!disagreement!internal!to!the!third!position!regarding!the!extent!to!which!

ellipsis!is!available.!Ferreira!proposes!that!the!ellipsis!option!is!available!when!the!null!object!is!

embedded!within!a!coordinate!structure!(as!in!(2a)),!but!not!when!it!is!embedded!within!a!nonY

coordinate! structure! (as! in! (2b)).!By! contrast,!Modesto! argues! that! ellipsis! is! available! in!both!

structures.!A!final!source!of!disagreement!concerns!the!size!of!the!ellipsis!site:!for!Cyrino,!the!site!

is!DP,!for!Modesto,!it!is!VP!(i.e.,!for!Modesto,!VVPE!takes!place).!!

(5)!!!a.!...!e!a!Maria!carimbou+!Io![VP!tV!os!documentos]!!

!!!!!!!!b.!...!e!a!Maria!carimbou+!Io![VP!tV!os!documentos]�!

In!this!talk,!I!present!novel!empirical!evidence!in!support!of!the!following!three!!

claims:!!

(6)!!a.!!!!The!empty!category!in!Class!#2!corresponds!to!two!different!derivations:!one!involving!!!!!!!!

pro,!the!other,!ellipsis.�!!!!!!!!!!b.!! Both!derivations!are!available!in!both!structures!(i.e.,!coordinate!structures!and!nonY!!

coordinate!structures).!

!!!!!!!!c.!! The! ellipsis! option! does! not! target! DP! (contra! Cyrino);! nor! does! it! involve! VVPE!

(contra!Modesto).!!

Evidence!in!support!of!(6a)!and!(6b)!comes!from!(9),!whose!ambiguity!indicates!that!the!empty!

category!can!be!either!pronominal!or!elliptical,!and!moreover,!that!both!strategies!are!available!

in!both!structures.!!

(7)!!Strict,Reading,,only,!!!!!!!!a.! A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!ele.!�!

!!!!!!!b.! A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!ele.!�!

Page 23: Caderno de Resumos III CIEL

22!

!

!

(8)!!Sloppy,Reading,,only,!!!!!!!!a.! A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!o!cabelo.!�!

!!!!!!!b.! A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!o!cabelo.!�!

(9)!!Strict,and,Sloppy,Readings,�!!!!!!!!a.! !!!!A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!__.!!

!!!!!!!b.! !!!!A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!__.!!

(10)!Derivations,of,(9),!a. ...!Júlia!cortou/cortar!pro.!! →!Strict!Reading!�!

b. ...!Júlia!cortou/cortar!o!cabelo.!!→!Sloppy!Reading!�!!

Additional! evidence! in! support! of! (6a)! and! (6b)! comes! from! the! following! paradigm.! (11)!

illustrates! that! object! pronouns! give! rise! to! an! EYtype! reading! (i.e.,! the! professor/millionaire!

decided! to! buy! the! apartments! that! the! students! had! decided! to! rent).! The! sentences! in! (12)!

demonstrate!that!repeating!the!direct!object!from!the!previous!clause!gives!rise!to!a!reading!in!

which! the! professor/millionaire! decided! to! buy! one! apartment! –! not! all! of! the! apartments.!

Tellingly,! the! empty! category! in! (13)! allows! both! the! pronominal! reading! and! the! "one!

apartment"! reading.! (Understandably,! the! relative! salience! of! the! two! readings! depends! upon!

whether!the!individual!buying!the!apartment(s)!is!a!professor!or!a!millionaire.)!!

(11)!E3type,Reading,,only,!! !!!!a.! !Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu! alugar! um! apartamento! e/mas! o! �

professor/milionário!decidiu!comprar!eles.!�!

b.! Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu! alugar! um! apartamento! antes! do!!!!!!!!!!!

professor/milionário!decidir!comprar!eles.!�!

(12)!"One,apartment",Reading,,only,!a. Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!e/mas!o!professor/milionário!

decidiu!comprar!um!apartamento.!�!

b. Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!antes!do!professor/milionário!

decidir!comprar!um!apartamento.!�!

(13)!E3type,and,"One,apartment",Readings.,!a. Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu/ia! alugar! um! apartamento! e/mas! o!

professor/milionário!decidiu!comprar!__!(antes).!�!

b. Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!antes!do!professor/milionário!

decidir!comprar!__.!�!

Turning!to!the!claim!in!(6c),!the!following!data!discredit!a!DPYellipsis!account,!which!!

would!have!to!stipulate!that!DPYellipsis!can!take!animate!antecedents!only!when!the!antecedent!

is! itself! a! direct! object! –! clearly,! an! awkward! stipulation.! (This! account! would! also! have! to!

stipulate! that! pro, cannot! take! animate! antecedents;! however,! since! this! stipulation! is!independently!required,!it!does!not!damage!the!DPYellipsis!account.)!!

(14)!a.!! O!João!beijou!a!Mariai!mas!o!Pedro!só!abraçou!__i.!!

!!!!!!!!b.!!!!!!*A!Mariai!estava!na!festa!mas!não!agrediram!__!i.!!

!!!!!!!!!!!!!!!!!(cf.!O!meu!carroi!estava!no!estacionamento!mas!não!roubaram!__i.)�!

As!for!Modesto's!VVPE!account,!most!of!my!consultants!accept!VVPE!only!in!sentences!in!which!

the!verb!preceding!the!ellipsis!site!is!identical!to!the!verb!in!the!previous!clause.!Since!all!of!the!

testYsentences! I!have!utilized! involve!pairs!of!distinct!verbs! (e.g.,!pintar/cortar),! it! follows! that!the! ellipsis! option! employed! by! (most! of)! my! consultants! cannot! by! VVPE,! contra! Modesto.!

(Promissory! note:! At! III! CIEL,! I! will! offer! a! novel! proposal! regarding!what! the! ellipsis! option!

actually!involves.)!!

Summarizing,! this! talk! presents! an! array! of! novel! evidence! in! support! of! a! novel! conclusion:!

Page 24: Caderno de Resumos III CIEL

23!

!

independent! of! the! structure! within! which! it! is! embedded,! the! empty! category! in! Class! #2!

sentences!corresponds!to!two!derivations,!one!involving!pro,and!the!other,!an!elliptical!process!distinct!from!VVPE!and!DPYellipsis.!

!

"

What"items"can"Merge"manipulate?"

The"essential"lexicalcgrammatical"alternation"in"syntax"

Vitor"Augusto"Nóbrega"(USP)""

Keywords:"roots,"Merge,"Phasectheory.!!

Recent! studies! on! compounding! suggest! that! nonYcompositional! root! compounds! (RC)!

(1)!are!made!up!of!two!bare!roots!directly!merged!in!syntax!(Zhang!2007,!Bauke!2014,!de!Belder!

2015).!Such!assumption,! inherently!associated! to!a!Marantzian!approach! to!multiple!SpellYOut,!

has! some!undesirable! consequences! to!a!nonYlexicalist! approach! to!grammar!and! introduces!a!

handful! of! computational! costs! in! the! combinatorial! space.!We! claim! instead! that! first! Merge!

applications! only! concatenate! a! root! with! a! categoryYassigning! head! or! with! a! bundle! of!

grammatical! features,! leading! to! an! obligatory! lexicalYgrammatical! alternation! in! syntax,! in!

accordance!with!the!Categorization!Assumption!(Embick!&!Marantz!2008).!

In! view! of! the! fact! that! roots! are! ontologically! defined! as! featureYless! objects,!merging!

two! bare! roots! raises! the! following! problems:! (i)! projection:! featureYless! items! projecting;! (ii)!

headedness:! since! no! root! projects,! it! is! impossible! to! determine! the! compound’s! head;! (iii)!

stressYassignment:! once! RCs! bear! a! single! categoryYassigning! head! they! should! only! display! a!

single!primary!stress!(Marvin!2002)!–!conflicting!with!empirical!facts!from!Romance!RCs!(2),!(iv)!

combinability:! if!Merge! is! triggered!by! feature!valuation,!roots!would!never!be!merged!to!each!

other,!and!(v)!grammatical!relations:!in!order!to!allow!the!merger!of!two!bare!roots!it!would!be!

necessary!to!resort!to!an!underspecified!Merge!that!applies!freely,!but!this!particular!operation!

would!not!generate!the!varied!grammatical!relations!attested!within!compounds!(3).!

A!primary!consequence!of!this!claim!is!that!Merge!applies!in!more!than!one!way!in!syntax!

(Chomsky! 2000)! and! the! way! it! applies! has! reflexes! at! both! interfaces.! On! the! LF! side,! it!

determines! the! grammatical! relations! holding! between! the! compound’s! members! (Nóbrega!

2014)!(3).!On!the!PF!side,! it!governs!vocabulary!insertion.!For!instance,!the!suffixes!3able!and!3ant,form!the!words!defi3able,and!defi3ant,!which!have! in!principle! the!same!syntactic!structure!(i.e.,![a![v!√DEFI]]).!In!order!to!determine!which!phonological!exponent!wins!the!competition!to!occupy! the! relevant!adjectival! terminal!node,!we!assume! that! 3able! is! the!vocabulary! item!of!a!categorizer! merged! through! feature! valuation,! since! it! strictly! selects! verbal! complements,!

differently! from! 3ant,!which! is! the!vocabulary! item!of! a! categorizer!merged! freely! in!grammar,!due!to!its!free!combinatorial!character!(e.g.,!v,!,n:,defend3ant;!v,!,a:,defi3ant).!

Finally,! a! second! consequence! is! that! the! first! categoryYassigning! head! is! not! a! phase!

head,! hence! does! not! determine! domains! for! interpretation! (Borer! 2013,! Harley! 2014).! Since!

Voice! cannot! be! considered! either! a! phase! head,! due! to! the! fact! that! it! is! included! in! nonY

compositional! deverbal! compounds! (Nóbrega! 2015),! we! argue! that! the! first! functional! head!

concatenated!above!a!categoryYassigning!head!determines!domains!for!interpretation!–!i.e.,!Num!

or!D!in!nominal!domains!and!T!in!verbal!domains.!Num,!in!particular,!accounts!straightforwardly!

for! Bauke’s! (2014)! typology! of! nonYcompositional! RCs! from! German,!without! resorting! to! the!

Marantzian!approach.!!

!

(3) a.!(English)!! ! doghouse!

Page 25: Caderno de Resumos III CIEL

24!

!

b.!(German)! ! liebesbrief,! ‘love!letter’!!

(4) a.!(Portuguese)!pèixe,espáda, ‘sword!fish’!

(5) a.![Subordination]! love,story!b.![Attribution]!sword,fish,c.![Coordination]! actor3director,,,,

Considerações"de"interface"sintaxecsemântica"sobre"a"omissão"da"cópula"em"sentenças"copulares"do"PB"

!

Simone"Guesser"(UFRR)"Marcelo"Giovannetti"Ferreira"Luz"(UFRR)"

!

O!clássico!estudo!de!Higgins!(1979)!apresenta!uma!tipologia!de!sentenças!copulares!em!que!se!

distinguem! copulares! predicativas,! especificacionais,! identificacionais! e! equativas.!

Sucessivamente,!foram!apresentadas!na!literatura!diversas!propostas!de!redução!da!tipologia!em!

Higgins! (1979),!diminuindo!número!de! classes!para! três,!duas!ou!apenas!uma! (Cf.!HEYCOCK!e!

KROCH! (1999),! DEN! DIKKEN! (2006),! MIKKELSEN! (2005),! BIRNER,! KAPLAN! e!WARD! (2007),!

HELLER! (2005)).! O! debate! em! torno! classificação! das! sentenças! copulares! está! diretamente!

ligado!à!investigação!sobre!a!contribuição!semântica!da!cópula.!Mais!especificamente,!a!questão!

crucial!é!se!existem!diferentes!tipos!de!cópula!e,!no!caso!em!que!existam!cópulas!com!semânticas!

distintas,!se!elas!refletem!as!diferentes!classes!de!sentenças!copulares.!A!esse!respeito,!autores!

como! Schlenker! (2003),! Romero! (2005),! e! Comorovski! (2007)! argumentam! em! favor! da!

existência!de!três!cópulas!semanticamente!distintas,!enquanto!Mikkelsen!(2005)!e!Heller!(2005)!

assumem!duas,!e!Partee!(1986),!Geist!(2007)!e!Heycock!e!Kroch!(1999)!propõem!a!existência!de!

apenas!uma!(cf.!HEUSINGER,!MAIENBORN!e!PORTNER,!2011).!!

Este! trabalho! tem! como! objetivo! contribuir! para! a! discussão! acerca! da! semântica! das!

sentenças!copulares!por!meio!de!um!estudo!da!sintaxe!do!apagamento!da!cópula.!Para!chegar!a!

tal!objetivo,!é!analisado!o!comportamento!de!diferentes!tipos!de!sentenças!com!cópula!quanto!a!

fenômenos!sintáticos!como!topicalização!argumental!e!não!argumental,!focalização!contrastiva!e!

de! informação! nova! e! inserção! de! advérbio! altos! e! baixos.! Os! dados! analisados! sugerem! a!

existência!de!dois!grupos!de!sentenças!copulares!quanto!à!omissão!da!cópula.!Um!deles!é!o!das!

predicacionais!e!especificacionais,!que!se!caracterizam!por!restringir!a!omissão!à!posição!inicial!

da!sentença.!O!outro!é!o!das!copulares!equativas!e! identificacionais,!que!se!acomunam!por!não!

permitirem!apagamento.!Para!dar!conta!dessa!divisão,!hipotetizaremos,!nas!linhas!de!Mikkelsen!

(2005),! que! ela! resulta! da! existência! três! tipos! de! sentenças! copulares! (predicativa,!

especificacional! e! equativa)! e!dois! tipos!de! cópula.!No!que!diz! respeito! à! semântica!da! cópula,!

esse! autor! propõe! uma! distinção! entre! uma! cópula! de! identidade! e! uma! de! predicação.! A!

primeira! é! encontrada! em! sentenças! equativas! (e! identificacionais),! enquanto! a! segunda! em!

sentenças! copulares! predicativas! e! especificacionais.! Além! disso,! assumindo! a! Abordagem!

Cartográfica!da!Teoria!Gerativa,!propomos!que!cada!uma!dessas!duas!cópulas!ocupa!diferentes!

núcleos! funcionais,! com! suas! respectivas! projeções,! os! quais! são! responsáveis! pelas! leituras!

predicacional! e! equativa.! Nessa! perspectiva,! a! possibilidade! ou! não! de! apagamento! da! cópula!

será!uma!consequência!das!diferentes!posições!que!cada!tipo!de!cópula!ocupa!na!estrutura.!Por!

fim,! a! leitura! especificacional! será! analisada! como! resultante! da! combinação! da! semântica! da!

cópula!predicacional!com!a!presença!de!sintagmas!focalizados!nas!duas!diferentes!projeções!de!

foco!ativas!no!PB,!a!da!periferia!esquerda!e!de!vP,!propostas,!respectivamente,!por!Rizzi!(1997,!

2001)!e!Belletti!(2004).!

!

Page 26: Caderno de Resumos III CIEL

25!

!

!

On"patientcbeneficiary"accusative"constructions"!

Fernando"Martín"Carranza"(Universidad"de"Buenos"Aires,"FONCyT)"Sonia"Tamara"Kaminszczik"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"

"Keywords:"Thetacrole"assignment,"argument"structure,"patientcbeneficiary"accusative"

construction."!

The$aim$of$this$work$is$to$account$for$a$novel$pattern$in$Spanish$(1),$compatible$with$predicates$like:&convidar)(to)invite),!adjudicar((to(award),"obsequiar)(to)give)a)present),"among"others."These"constructions) seem) similar) to) the) soYcalled& fulfilling! construction) (Levin' 1993)' –! already'identified' in'English'by' Jespersen'(1927)'and'analyzed'by'Pesetsky'(1995)'among'others'–!but$differ&in&one&crucial&point:'in'Spanish'(1b)'does'not'accept'an'overt'beneficiary.!!!!!!!!!!(1)""! !(a)$Pedro$$$$$$le$$$$$$$$$$convidó$cerveza$$$a$Juan.!

!!!!!!Pedro&CLYDAT$! invited! !!!!beer$$$$$to$Juan.!!(b)$Pedro$$$$$(lo)$! convidó((con(cerveza(((((a((((Juan((*para(María).(!!!!!!!Pedro&(CLYACC)$! !!invite&&&&with&&&beer&&&&DOM&Juan.&(*for&María)!!(c)$Juan$fue$convidado$con$cerveza$$$(por$Pedro).!!!!!!!Juan%%%was%invited%%%%with%beer%%%%%%%(by%Pedro).%!

The$impossibility$of$adding$an$oblique$beneficiary$to$(1b)$hints$that,$like$in#(1a),#Juan!receives'a'beneficiary*role.*However,*as*in*common*transitive*clauses,* it*preserves*the*meaning*of*affected*object,( suggesting( simultaneous( presence( of( a( patient( role.( Therefore,( we( propose( a( patientYbeneficiary*accusative*construction*for*sentences&like&(1.b)&and&provide&a&proper&derivation&that&also% accounts% for% the% possibility% of% passivization% (1.c).% This% talk% argues% for% the% necessity% of%relaxing)the)strict)merge)condition)on)�Yassignment)to)account)for)(1).)Especially,)we)assume)a)longYdistance&�Yrole%assignment%proposal%(Saab%2015;%Pujalte%&%Saab%2012,%2014;%Kaminszczik%&%Saab$ in$ press):$ a$ DP$ can$ receive$ a$�Yrole% iff% it% is% active% and% local%with% respect% to% the% relevant%thematic(head((a(thematic(head(being(a(head(that(subcategorizes(a(DP).!Under% this% approach,%we%propose% that% constructions% as% (1.b)% include% a%PP! in#which# the#P#head#subcategorizes- two- DPs,- in- complement- and- specifier- positions,- and- �Ymarks& them& as& the&instrument)and)patient)respectively,)as)postulated)for)verbs)like)put!(Hale&&!Keyser&2002).&Thus,&for$(1.b),$we$propose$the$following:$!

(2)!

,Then,& an&Applicative&Phrase& (Pylkkännen&2002,& Cuervo&2003)&merges&with& the&PP& and& assigns&Juan!the$beneficiary$role.$Spanish$beneficiary$roles,$we$claim,$can$only$be$assigned$by$App.P$or$para! preposition) (Pujalte) 2009).) When) little) v!merges,' Juan! checks& accusative& case& via& Agree&(Chomsky)2001).)The)present)analysis,)that)allows)thematic)hybrids)under)certain)configuration,)predicts) the) possibility) of) passivization) and) extends) longYdistance) �Yassignment( proposal(coverage(to(new(cases.!!

!

!

Page 27: Caderno de Resumos III CIEL

26!

!

!

"Sessão"de"Comunicação"5""

"

Missing"antecedents"found"

Philip"Miller,"Universidade"de"São"Paulo"e"Université"Paris"Diderot"Pascal"Amsili,"Université"Paris"Diderot"

Gabriel"Flambard,"Université"Paris"Diderot"Barbara"Hemforth,"Univrersité"Paris"Diderot"

!

Since! their! seminal! paper! of! 1971,! Grinder! and!Postal's! ‘missing! antecedent! phenomena’! have!

been!one!of!the!central!arguments!in!favor!of!hidden!syntactic!structure!underlying!ellipsis!and!

anaphora.!The!argument!is!most!often!cited!in!the!form!given!to!it!by!Hankamer!and!Sag!1976,!

using!examples!like!(1).!In!(1a),!the!indefinite!NP!‘under!the!scope!of!negation’!cannot!serve!as!an!

antecedent!for!it;!(1b)!escapes!the!problem!because!of!the!explicit!occurrence!of!the!antecedent!in!the!nonYnegative!second!clause;!the!acceptability!of!(1c)!is!taken!to!argue!for!the!underlying!

syntactic!presence!of!the!struckYout!VP,!which!provides!the!necessary!antecedent,!showing!that!

Verb!Phrase!Ellipsis!(VPE)!is!a!case!of!surface"anaphora;!the!putative!ungrammaticality!of!(1d),!on!the!other!hand,! is!argued!to!show!that!do,it,is!a!deep"anaphor,! i.e.!that! it! is!not!obtained!by!substitution!of! the!antecedent,!but! is!present!as!such! in!deep!structure,!offering!no!more!of!an!

antecedent! for! it,than! (1a).! In! the!discussion,!we! call! I've,never,ridden,a,camel,the! ‘antecedent!clause’,! but, Ivan, has, (done, it), the! ‘VP! anaphor! clause’! and! but, he, says, it, stank, horribly, the! ‘it,clause’!!

(1)!a.!*I've!never!ridden!a!camel,!and!it!stank!horribly.�!

!!!!!b.!I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has!ridden!a!cameli,!and!he!says!iti,stank!horribly.!!!!!!!c.!I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has![ridden!a!cameli],!and!he!says!iti,stank!horribly.!!!!!!!d.!*I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has!done!it,!and!he!says!iti,stank!horribly.!!!

The!purpose!of! this! paper! is! to! argue! that! these!data!have!been! completely!misconstrued! and!

that! it! is! impossible! to! use! the! contrast! between! (1c)! and! (1d)! as! an! argument! for! hidden!

structure.!Our!arguments!will!be!based!on!both!theoretical!and!empirical!evidence!(acceptability!

experiments).!Specifically,!we!argue!first!that!the!argument!is!selfYcontradictory,!since!the!it,of!do,it,is!analyzed!as!a!deep!anaphor!by!H&S!and!should!make!the!inference!of!a!specific!camelY!type!referent! available.! Building! on! this,!we! argue! that! the! difference! in! acceptability! between! (1c)!

and!(1d)!is!in!fact!explained!by!the!different!discourse!conditions!on!the!use!of!VPE!and!do,it,(cf.!author!2011,!2014a,b),! rather! than!on!a! syntactic!difference!between! the! two.!We!corroborate!

this! by! an! acceptability! experiment! run! on! Amazon!Mechanical! Turk!which! shows! that! when!

discourse!conditions!are!taken!into!account,!there!is!no!difference!in!acceptability!between!VPE!

and!do,it,with!respect!to!missing!antecedents.!!

"!

Numerais"distributivos"

Ana"Muller"(USP)"&"Marta"Donazzan"(Universität"Köln)""Foco.! Este! trabalho! enfoca! os! numerais! distributivos! adverbiais! (NDists)! em! chinês!mandarin!

Page 28: Caderno de Resumos III CIEL

27!

!

(SinoYTibetana)!e!em!karitiana!(Tupi),!duas!línguas!não!relacionadas!tipologicamente!e!que!não!

marcam!seus!nominais!(DPs/NPs)!para!a!distinção!singularYplural.!!

Objetivos:!Com!base!nessas!línguas,!nosso!objetivo!é!investigar!a!semântica!dos!NDists!e!assim!contribuir!para!a!compreensão!da!relação!entre!a!distributividade!e!a!individuação!no!domínio!

dos!eventos!(Gil!1988,!Balusu!2006).!!

NDists.! Numerais! reduplicados! são! a! forma! mais! comum! de! NDists.! Gil! 1982! propõe! a!generalização! tipológica! de! que! todas! as! línguas! possuiríam!NDists.! Esses! adverbiais! têm! sido!

analisados!como!operadores!distributivos!sobre!predicados!(Beck!&!Stechow!2007,!Cable!2014).!

Em! mandarin,! uma! língua! de! classificadores,! NDists! são! formados! pela! reduplicação! do!

Numeral+Classificador!(1)!e,!em!karitiana,!pela!reduplicação!do!numeral!(2).!

!

NDists!podem!ser!usados!para!descrever!pelo!menos!três!tipos!de!situações,!que!correspondem!

às! leituras!(1aYc)!e!(2aYc).!Essas! leituras!podem!ser!descritas!como!casos!de!distribuição!sobre!

participantes,! tempo! ou! espaço.! No! entanto,! apenas! o! Mandarin! permite! distribuição! sobre! o!

argumento!externo.!!

Questões.! O! trabalho! se! coloca! as! seguintes! questões:! (i)! qual! é! a! semântica! dos! NDists! em!mandarin!e!em!karitiana?;!(ii)!de!que!modo!os!NDists!individuam!eventos?;!(iii)!NDists!ocorrem!

em!todas!as!línguas!humanas?.!!

Teses.! Defendemos! que,! tanto! em!mandarin! como! em! karitiana,! e! possivelmente! em! todas! as!línguas! humanas,! NDists! adverbiais! pluralizam! relações! entre! entidades! e! eventos! (Beck! &!

Stechow! 2007,! Cable! 2014).! Sua! distributividade! é! analisada! como! uma! consequência! dessa!

operação.! Assim,! suas! interpretações! distributivas! dependem! da! maneira! pela! qual! os!

participantes!que! individuam!os!eventos!são!postos!em!correspondência!com!distintos! tempos!

(‘vezes’)! ou! espaços! (localizações)! ou! outros! participantes! em! cada! contexto! (Cable! 2014).!

Pluralizar!pressupõe!individuar.!Nossa!análise!propõe!que!NDists!individuam!eventos!através!de!

seus! participantes,! que! são! organizados! em! grupos! de! uma! cardinalidade! determinada! pelo!

numeral.!Defendemos!também!que!NDists!são!bons!candidatos!a!universais!semânticos.!!

Mais! especificamente,! propomos! que! a! operação! realizada! por! NDists! é! composicional.!

Primeiramente,! o! Classificador! (implícito! ou! explícito)! divide! o! evento! em! subeventos! de! um!

certo! tipo.! A! seguir! o! numeral! agrupa! esses! subeventos! em! grupos! de! eventos! de! quantidade!

determinada! pelo! numeral.! Finalmente,! a! reduplicação,! marca! a! distribuição,! ou! seja,! o!

pareamento!de!cada!grupo!de!eventos!a! tempos,! locais!ou!participantes.!A!definição! formal!de!

NDist! é! apresentada! em! (3).O! resultado! da! aplicação! do! operador! NDist! a! um! predicado! é!

ilustrado!pela!forma!lógica!(3)!da!sentença!karitiana!(2)!(‘Homens!comeram!macacos!de!dois!em!

dois’).!!

Page 29: Caderno de Resumos III CIEL

28!

!

!

onde:! d,! e,! t:! tipos! semânticos! de! entidades,! eventos! e! sentenças! respectivamente;! P:! variável!sobre!predicados;!n:!variável!sobre!números!reais;!x:!variável!sobre!entidades;!e:!variável!sobre!

eventos;!|e|=!a!cardinalidade!de!e;!a<b:!a!é!parte!de!b;!s:!supremo!(a!maior!soma!de!entidades!de!

um!conjunto!ou!reticulado.!!

Pluracionalidade"e"distributividade.!Nossa!análise!implica!que!as!dimensões!sobre!as!quais!a!distribuição! ocorre! –! temporal,! espacial! ou! baseada! nos! participantes! do! evento! –! são!

subprodutos!da!distribuição!sobre!um!dos!participantes.!Nesse!sentido,!ela!é!indeterminada.!!

"""

Inflected"infinitives"and"the"theory"of"control:"a"unified"account"of"BP"null"subjects!"

Marcello"Modesto"(USP)""

In! the! field! of! generative! grammar,! inflected! infinitives! (IIs)! have! not! been! thoroughly!

scrutinized.!Raposo!1987!is!a!wellYcited!work!that!deals!with!only!with!certain!aspects!about!IIs!

in!European!Portuguese! (EP).!This!presentation!will!discuss!new!data!on!Brazilian!Portuguese!

(BP)! IIs! that! suggest! a! theory! of! control! unlike! any! of! the! current! available! accounts.! The!

problem!revealed!by!IIs!in!BP!has!two!sides!to!it:!on!the!one!hand,!IIs!can!be!controlled;!on!the!

other,! IIs!seem!to!participate! in! the! licensing!of! lexical!subjects! in!nonfinite!clauses.!Those!two!

seemingly! contradictory! properties! (according! to! the! standard! analyses! of! control)! may! be!

explained! if!we! assume,!with!Chomsky!2005,! that! C! is! taken! from! the! lexicon!with! a! set! of!ϕY

features! that!are! then!transferred!to!T.!Differently! from!Chomsky,!we!need!to!assume!that!C! is!

not!always!specified!with!a!complete!set!of!ϕYfeatures!so!not!every!T!subcategorized!by!C!will!be!

a! ϕYcomplete! T.! As! consensually! assumed,! a! ϕYcomplete! T! licenses! a! lexical! subject,! but! an!

incomplete!T!does!not.!Therefore,!licensing!of!nonfinite!lexical!subjects!will!depend!on!the!matrix!

predicate! subcategorizing!a! complete!or!an! incomplete!C!complement.!We!will! argue! that!a!ϕY

complete!C! in!BP! is! lexicalized!by! the!preposition!de, ‘of’.!The!property!of! subcategorizing!a!ϕYcomplete!nonfinite!C!is!not!a!peculiarity!of!BP.!In!Italian,!according!to!an!updated!reading!of!Rizzi!

1982,!there!would!also!be!such!ϕYcomplete!nonfinite!Cs,!which!would!trigger!TYtoYC!movement!

(for!morphological!reasons,!I!will!assume).!The!same!seems!to!happen!in!EP.!!

! The! fact! that! inflected! nonfinite! clauses! are! controlled! in! BP! can! be! seen! in! (1)! (cf.!

Modesto! 2010,! 2011).! Inflected! infinitives! have! all! the! properties! of! Obligatory! Control! (de! se!

readings!and!sloppy!readings!in!ellipsis)!(see!(2)).!However,!most!contexts!that!license!inflected!

infinitives!in!BP!also!license!overt!subjects!(3).!This!creates!a!theoretical!problem!that!can!only!

be!solved!assuming!(with!Miyagawa!2010)!that!phiYfeatures!can!be!selectively!inherited!by!T!in!

different!ways!in!different!languages.!BP!will!be!argued!to!have!only!the!feature![number]!in!T.!

The! person! feature! stays! in! the! C! domain! with! the! feature! [topic].! This! theory,! necessary! to!

explain!inflected!infinitives,! in!fact!reaffirms!the!analysis!proposed!in!Modesto!2000,!2008!(but!

also! in!Galves!1993,! 2001)! that! subjects!normally! climb! to! the! a!higher!position! in!BP! than! in!

genetically!close!related!languages.!When!a!subject!is!lacking,!or!in!accord!with!discourse!rules,!

an!object,!a!locative!or!other!constituents!may!occupy!such!position,!as!seen!by!the!reference!of!

embedded!subjects.!!

! We!will!also!argue!that!C! itself!may!be!defective,!not!containing!all!phiYfeatures.!This! is!

necessary! both! for! Control! and! to! explain! the! syntax! and! interpretation! of! generic! subjects!

(following!Holmberg!2005,!2010).!Lexical!subjects!will!be!licensed!only!by!ϕYcomplete!Cs.!A!ϕY

Page 30: Caderno de Resumos III CIEL

29!

!

incomplete!C!will!also!transfer! its! features!to!T,!but!a! lexical!subject!will!not!be! licensed.! If! the!

nonfinite! subject! (what! is! usually! called! PRO)! does! not! possess! valued! ϕYfeatures,! the! only!

possible! derivation! will! be! one! in! which! nonfinite! T! Agrees! with! a! matrix! functional! head! in!

order! to! value! its! own! features! (as! in! Borer! 1989,! Landau! 2015).! In! this! case,! nonfinite! T! is!

possibly! pronounced! inflected.! The! simplest! theory! of! control! able! to! account! for! the! BP! data!

assumes! that! there! is! no! PRO! (an! anaphoric! pronoun)! but!minimal! pronouns! (in! the! sense! of!

Kratzer! 2009)! that! end! up! controlled.! In! one! possible! derivation,! the! number! feature! values!

nonfinite!T!as!plural!whereas! the!person! feature! is!only!valued!by!Agree! (control)!by!a!matrix!

functional!head.!In!this!case,!nonfinte!T!is!pronounced!inflected,!deriving!the!possibility!of!partial!

control,!as!in!(4).!!

"""

Multiple"determiners"in"Brazilian"Portuguese"indefinite"noun"phrases:"intensification"reading"and"agreement"marker"distribution"

!

Maria"José"Foltran"(UFPR/CNPq)"Vítor"Augusto"Nóbrega"(USP)"

Livia"Oushiro"(USP)""

Keywords:"determiner"doubling,"intensification,"agreement."!

Brazilian!Portuguese!(BP)!exhibits!multiple!marking!of! indefinite!determiners! in!the!context!of!

adjectival! and! nominal! intensifiers! (1).! This! phenomenon! parallels! multiple! indefinite!

determiners! attested! in! Germanic! languages! (2),! differing! in! that! the! former! displays! a!

preposition! (viz.,! “de”)! between! the!modified! noun! and! the! intensifier.! In! this! talk,! our! goal! is!

twofold:!(i)!describe!the!intensification!reading!displayed!by!the!indefinite!article!doubling!in!BP,!

and!(ii)!present!the!statistical!distribution!of!agreement!markers!(number!and!gender)!in!these!

complex!DPs,!subject!to!great!variation.!

Foltran! and!Nóbrega! (2015)! provide! a! typology! of! the! intensifiers! that! allow! indefinite! article!

doubling! in!BP,!namely:!(i)! innovative!adjectives!(e.g.,!tremendo,‘tremendous’,!bruto,‘rude’),!(ii)!nominal!intensifiers!(e.g.,!puta,‘whore’,!senhor,‘sir’,!baita),!(iii)!borrowed!intensifiers!(e.g.,!mega,!hiper,! super,!big)! and! (iv)! adnominal! degree!modifiers! (Morzicky! 2012)! (e.g.,! verdadeiro, ‘true’,!total,‘total’,!grande,‘big’,!completo,‘complete’,!perfeito,‘perfect’).!All!behave!quite!in!the!same!way:!(a)! they! precede! the!modified! element,! (b)! they! can! be! used! in! attributive! position! but! not! in!

predicative!position,!and!(c)!they!can!concord!with!the!modified!noun.!

In!the!context!of!complex!DPs,!agreement!markers!can!be!inserted!in!four!potential!loci:!(i)!in!the!

first! and! in! the! second! indefinite! articles,! (ii)! in! the! intensifier,! and! (iii)! in! the!modified!noun.!

Speakers! tend! to! mark! some! of! these! loci,! but! not! all! of! them.! To! determine! which! loci! are!

privileged!to!receive!agreement!markers,!and!in!which!of!them!the!lack!of!these!markers!leads!to!

ungrammaticality! we! developed! two! experiments! in! which! 240! speakers! judged! a! set! of!

sentences!with!varied!distribution!of!agreement!markers!on!the!aforementioned!intensifiers.!The!

data!were!analyzed!in!mixed!effects!models!in!the!software!R!(Baayen!2008).!!!

The! preliminary! results! show! that! speakers! tend! to! preserve! the! agreement! markers! of! the!

determiners! (3),! while! the! noun! can! remain! unmarked! due! to! the! fact! that! BP! allows! lack! of!

agreement!markers!internal!to!the!DP.!The!only!context!that!leads!to!ungrammaticality!is!when!

the! first! article! lacks! agreement! markers.! On! other! hand,! we! noted! that! the! intensification!

reading! present! in! these! modifiers! is! the! responsible! for! triggering! determiner! doubling.!

However,!it!is!not!clear!whether!or!not!these!additional!determiners!are!actually!determiners!or!

spurious!articles.!We!present!evidence!for!the!second!assumption!and!question!the!analysis!put!

Page 31: Caderno de Resumos III CIEL

30!

!

forth!by!Alexiadou!(2014)!based!on!den!Dikken’s!(2006)!predicate!structures,!since!this!analysis!

cannot!explain!the!emergence!of!a!preposition!in!BP!data!as!opposed!to!Germanic!cases.!

!

(1) a.!Ele,comprou,uma,puta,,,,,,,de,,,uma,,casa,! !

!!!!he!bought!!!!!a!!!!!!!whore!!!!of!!!a!!!!!!!house!

!!!!‘He!bought!an!incredible/amazing!house’!!

b.!Foi,,,,,um,tremendo,,,,,de,um,vendaval!!!!!was!!!!a!!!tremendous!!of!!a!!!!windstorm!

!!!!‘It!was!a!tremendous!windstorm’!

!

!

(2) en,stor,en,kar,! ! (Northern!Swedish;!Delsing!1993),a!!!big!!!a!!man!

!

(3) a.!Ele,comprou,umas,puta,,,,,,,,de,,umas,,casa.,!!!!he!bought!!!!!!!aPL!!!whore!!!!of!!!aPL!!!!house,!!!!‘He!bought!incredible/amazing!houses’!!

,,,

Challenges"for"encoding"focus"in"the"syntax:"experimental"evidence"from"Spanish"

Timothy"Gupton,"University"of"Georgia"(USA)""DiscourseYconfigurational! languages! present! unique! challenges! to! generative! theory! vis! à! vie!

their! apparently! flexible!word! order.! Although! numerous! studies! (e.g.! Rizzi! 1997,! Zubizarreta!

1998)!have!proposed!syntactic!features!corresponding!to!information!structure!notions!such!as!

topic,! focus,!and/or!contrast! to!generate!word!order!variation,#a#common#objection#to#positing#information) structure) features) in) the) lexicon) (e.g.) Szendrői) 2004)) is) that) it) violates)Chomsky’s)(1995)! Inclusiveness!Condition.!Additionally,!Kim!&!Avelino!(2003)!present!evidence!against!a!

CartographicYstyle! intonationYinformation! structure! correspondence! (e.g.! Frascarelli! &!

Hinterhölzl!2007)!in!Mexican!Spanish.!Proposals!such!as!López!(2009)!have!taken!an!alternative!

route,! proposing! the! existence! of! a! Pragmatics! module! that! inspects! syntactic! structures! and!

assigns! pragmatic! features! at! phaseYedge.! However,! López! (2009)! and!many! other! generative!

studies!of!Spanish!syntax!(e.g.!CasiellesYSuárez!2004)!implicitly!or!explicitly!assume!Zubizarreta!

(1998),! by!which! subject! narrow! focus!necessarily! appears! at! the! rightmost! clausal! edge! (1a),!

coinciding!with!nuclear!stress!(indicated!in!bold).!For!Zubizarreta,!a!stress!shift!to!the!subject!(cf.!

1b)! imposes! a! contrastive! focus! reading! on! the! subject.! I! present! challenges! to! this! view! of!

Spanish! syntax,! and! will! show! evidence! suggesting! that! Spanish! is! not! categorical! with! focus!

assignment! at! the! leftYedge! (contrastive! focus)! and! the! rightYedge! (narrowYfocus).! Rather,! it!

allows!for!optionality!in!focus!assignment.!!

I! present! Spanish! nativeYspeaker! results! (N=20)! from! an! experimental! study! on! the! L2!

acquisition!of!word!order! variation!based!on!Hertel! (2003),! Lozano! (2006),! and!Domínguez!&!

Arche! (2008),! supported! by! accompanying! audio! for! all! response! options! to! control! for!

intonation!accommodation! following!Kitagawa!&!Fodor! (2006).! Informants! are!primarily! from!

Spain!and!Peru.!Appropriateness!Judgment!Task!(AJT)!results!for!subject!narrowYfocus!contexts!

(4Ypoint! Likert! plus! “I! don’t! know”! option)! indicated! statistical! differences! among!word! order!

replies!(Table!1).!However,!Word!Order!Preference!Task!(WPT)!data!was!more!illustrative!with!

respect! to! syntactic! optionality! in! these! speakers.! Approximately! half! of! participant! responses!

Page 32: Caderno de Resumos III CIEL

31!

!

for!subject!contrastive!contexts!(48%)!and!subject!narrowYfocus!contexts!(50%)!indicated!that!

SV!and!VS!word!order!replies!were!equally!acceptable!(SV=VS,!Table!2).!!

This! data! is! consonant!with! studies! on! information! focus! in! Argentine! Spanish! (Gabriel! 2007,!

2010),!Andean!Spanish!(Muntendam!2009),!and!Mexican!Spanish!(Gupton!&!LealYMéndez!2013;!

Hoot!2012;! LealYMéndez!&!Slabakova!2011)! that! indicate! that!narrowYfocus! constituents!need!

not!appear!in!clauseYfinal!position,!contrary!to!the!predictions!of!Zubizarreta!(1998).!My!data!is!

also!consonant!with!Domínguez’s!(2004)!contrastive!focus!(CF)!data!from!Alicante,!Spain,!which!

suggested! that! CF! may! occur! in, situ, or! in! the! leftYperiphery,! a! finding! also! not! predicted! by!Zubizarreta!(1998).!The!optionality!of!forms!indicated!by!this!study!and!others!(e.g.!Titov!2012!

for!optionality!with!contrastive!focus!in!Russian)!are!indicative!of!the!need!in!generative!syntax!

to! gather! experimental! data! from! native! speaker! populations! to! falsify! claims! of! categorical!

judgments! with! respect! to! information! structure.! Until! we! take! optionality! seriously,! it! will!

continue!to!impede!our!progress!in!mapping!information!structure!to!syntax.!!

"""

"

"!

"!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

Page 33: Caderno de Resumos III CIEL

32!

!

!

!

!

"

"

SESSÃO"DE"PÔSTER"""""""""""""

" """""""""""

" "

Page 34: Caderno de Resumos III CIEL

33!

!

O"papel"do"input"no"aprendizado"do"uso"do"sujeito"nulo"na"escrita"por"alunos"da"educação"básica"

!

Edite"Consuêlo"da"Silva"Santos"(UFPE)"Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"

!

No! presente! estudo,! a! estrutura! linguística! investigada! é! o! sujeito! nulo,! e! a! teoria! de! base! é! a!

gramática!Gerativa.!Como!é!consenso!entre!os!estudiosos!do!sujeito!nulo!no!português!do!Brasil!

(NEGRÃO,!1990;!DUARTE,!1995;!CYRINO,!DUARTE!&!KATO,!2000),! o!uso!dessa! estrutura! está!

diminuindo!drasticamente,! e! o! sujeito! pleno! já! é! predominante! em!diversos! contextos! de! fala.!

Desde!o!início!do!período!escolar,!portanto,!a!criança!possui,!em!sua!gramática!interna,!diversos!

contextos!de!fala!que!favorecem!o!preenchimento!da!estrutura!sujeito,!porém,!ao!chegar!à!escola,!

se! depara! com! outra! forma! de! expressão! da! linguagem! –! a! escrita! –! que! não! favorece! o!

preenchimento,!e!sim!o!nulo.!Segundo!Magalhães!(2000),!os!alunos!do!Ensino!Fundamental!no!

Brasil! utilizam! o! sujeito! nulo! nas! redações! escolares! com! eficiência! –! de! acordo! com! o! que! a!

escola!exige!–!apenas!nos!últimos!anos!(8º!e!9º),!e!as!correções!feitas!pelos!professores!não!são!

eficientes! para! adequar! o! uso! do! sujeito! nulo! na! escrita! a! curto! prazo.! O! que! propomos! neste!

estudo! é! verificar! o! papel! do! livro! didático! no! aprendizado! do! uso! do! sujeito! nulo! na! escrita,!

observando! se! ele! oferece! o! input! com! a! qualidade! e! a! quantidade! necessárias! para! tal!aprendizado!por!parte!do!aluno,!bem!como!se!os!autores!discorrem,!no!manual!do!professor!ou!

nas! sugestões! dadas! ao! professor! no! decorrer! do! livro,! sobre! técnicas! como! a! “eliciação”!

(eliciting),! que! aproveita! o! conhecimento!prévio! (a! gramática! internalizada)!do! aluno,! fazendo!

com! que! ele! procure! respostas! a! partir! desse! conhecimento.! A! fase! inicial! da! metodologia!

consiste!na!busca! (i)! de!ocorrências!do! sujeito!nulo!nos! textos! e!nas! atividades!propostas!dos!

livros! didáticos! do! 4º! a! 9º! anos! do! Ensino! Fundamental,! período! no! qual! os! alunos! estão!

produzindo! textos! escritos,! desde! narrações,! no! 4º! ano,! até! dissertações,! no! 9º! e! (ii)! de!

orientações!para!eliciação!no!manual!do!professor!ou!nas!sugestões!dadas!no!decorrer!do!livro.!

Nossos! resultados!apontam!que!o! input! fornecido!pelo! livro!didático! apresenta! tanto!o!uso!do!sujeito!nulo,!característico!da!escrita!mais!formal,!quanto!do!sujeito!pleno!com!as!inovações!da!

fala!do!português!brasileiro.!Na!realidade,!não!há,!por!parte!dos!autores!dos!livros!didáticos,!uma!

preocupação!com! input!para!o!aluno!ou!com!instruções!direcionadas!ao!professor!para!que!ele!possa!aplicar!técnicas!de!eliciação;!a!importância!do!input!sequer!é!levada!em!consideração.!!

!

"A"ambiguidade"dos"predicados"psicológicos"da"classe"de"assustar:"o"caso"das"

passivas"verbais"e"adjetivais"!

Bruno"Pilastre"de"Souza"Silva"Dias"Universidade"de"Brasília"!

Palavrascchaves:"predicados"psicológicos;"voz"passiva;"ambiguidade."!

Neste! trabalho! discutimos! a! ambiguidade! dos! predicados! psicológicos! da! classe! de! assustar,quanto! à! interpretação! estativa/eventiva.! Tal! ambiguidade! torna! essa! classe! especial! em!

contexto!de!construção!passiva!verbal!e!adjetival.!Ao!se!analisar!os!predicados!do!tipo!assustar,!verificaYse! que! há! a! possibilidade! de! se! construir! tanto! a! passiva! verbal! quanto! a! passiva!

adjetival! (1aYb).! No! entanto,! não! obstante! serem! também! predicados! ExperienciadorYObjeto!

(ExpObj),! predicados!do! tipo!preocupar,rejeitam!a!passiva!verbal! e! aceitam!a!passiva! adjetival!

Page 35: Caderno de Resumos III CIEL

34!

!

(2aYb)!e!predicados!do!tipo!acalmar,aceitam!apenas!a!passiva!verbal!(3aYb).!O!comportamento!de!verbos!como!assustar,apresentaYse!como!um!problema!teórico,!principalmente!em!relação!às!razões!que!levam!esses!verbos!a!apresentarem!a!dupla!leitura,!estativa!ou!eventiva.!!

Defendemos! que! a! ambiguidade! de! predicados! do! tipo! assustar, (e.g.,! animar,! atemorizar, e!amedrontar)! pode! ser! explicada! pela! relação! entre! raiz! e! morfologia! causativa.! Para! esses!predicados,! a! interpretação! estativa! adviria! da! raiz! nominal! (susto,! ânimo,! temor,!medo)! e! a!interpretação! eventiva,! da! morfologia! causativa! (aYraizestYarev).! Os! predicados! da! classe! de!acalmar, (e.g.,! alegrar,! amansar)! também! são! formados! por! raízes! estativas! e! morfologia!causativa!–!esses!predicados!se!distinguem!dos!predicados!da!classe!de!assustar,por!formarem!construções!com!a!forma!do!adjetivo!(João!ficou!calmo,com!os!cuidados!da!enfermeira),!em!que!não! se! observa! a! morfologia! causativa! (nem! a! morfologia! participial).! Os! predicados! do! tipo!

preocupar, (e.g.! retrair,! saturar,! inibir),! por! fim,! não! são! ambíguos! em! relação! à! interpretação!estativa/eventiva! –! são! estativos.! Esses! verbos! estão! relacionados! a! nomes! estativos!

(preocupação),!inexistindo!morfologia!eventiva!relevante!em!sua!estrutura.!!Consideramos,!ainda,!que!o!traço!de!eventividade!é!determinante!para!licenciar!a!passiva!verbal.!

É!sabido,!por!exemplo,!que!certas!construções!pseudotransitivas!(4a)!não!aceitam!passiva!verbal!

(4b),!uma!vez!que!não!há,!nessas!estruturas,!complemento!direto!(4c).!No!entanto,!quando!uma!

construção! pseudotransitiva! dispõe! de! uma! variante! causativa,! em! que! há! a! presença! de! um!

sujeito!agente,!admiteYse!passiva!verbal!(5aYc).!!

Estamos! de! acordo! com! Landau! (2005)! quanto! à! proposta! de! que! as! propriedades! dos!

psicológicos!são!anuladas!quando!há!um!argumento!Agente!na!numeração.!Seguimos,!também,!o!

modelo! de! smuggling, (COLLINS,! 2005)! para! a! passiva! verbal! (quando! o! predicado! ExpObj! é!eventivo! e,! consequentemente,! transitivo)! e! a! proposta! de! MeltzerYAsscher! (2011)! para! as!

passivas!adjetivas!(quando!o!predicado!é!estativo).!!

Sobre! a! restrição! relacionada! à! classe! de! assustar,! ambígua! em! termos! de!

estatividade/eventividade,! defendemos! que! duas! opções! são! apresentadas:! (i)! na! presença! de!

um! argumento! Agente/Causador! na! numeração,! o! predicado! tornaYse! eventivo! e,!

consequentemente,! transitivo! –! o! que! o! habilita! a! participar! da! construção!passiva! verbal;! (ii)!

inexistindo! argumento! Agente/Causador,! o! predicado! é! estativo! (e! inacusativo),! sendo! o!

argumento! Experienciador! regido! por! Øψ! –! nesse! caso,! apenas! a! passiva! adjetiva! estará!

disponível.!!

. !(1)!!João!foi!assustado,por!Maria.!João!ficou!assustado,com!Maria.!�!

. (2)!!*João!foi!preocupado,por!Maria.!�João!ficou!preocupado,com!Maria.!�!

. (3)!!João!foi!acalmado,pela!enfermeira.!�*João!ficou!acalmado!pela!enfermeira.!�!

. (4)!!a.!Eu!pesava!50!kg!no!ano!passado.�b.!*!50!kg!foram!pesados!por!mim!no!ano!passado.!c.!*!Eu!pesavaYos!no!ano!passado.!�!

. (5)! !a.! O! vendedor! pesou! 20! kg! de! uva.�b.! 20! kg! de! uva! foram! pesados! pelo! vendedor.! c.! O!vendedor!os!pesou.!�!

�!

"Aquisição"da"escritacpadrão"do"português"brasileiro"em"esfera"escolar"

!

Lilian"Coelho"PIRES"(UFRR)"!

Palavrascchave:"aquisição"da"escrita;"objeto"direto;"bilinguismo."

!

InvestigaYse!o!desenvolvimento!da!língua!escritaYpadrão!do!PB!por!indivíduos!brasileiros!

em! contexto! educacional.! AdotandoYse! a! teoria! de! Princípios! e! Parâmetros! e! o! Programa!

Page 36: Caderno de Resumos III CIEL

35!

!

Minimalista! (cf.! CHOMSKY,!1995),! assumeYse! a!hipótese!de!que! tal! processo! se! constitui! como!

aquisição! de! segunda! língua! (L2).! O! objetivo! do! estudo! é! caracterizar! o! desenvolvimento! da!

gramática! do! indivíduo! letrado! buscandoYse! examinar! a! aquisição! de! clíticos! de! 3ª! pessoa,! na!

língua!escrita,!dado!que!tais!categorias!não!ocorrem!na!língua!falada.!Conforme!a!descrição!dos!

compêndios! gramaticais! adotados! na! escola,! o! objeto! direto! é! realizado! pelo! clítico,! sendo! a!

ênclise!a!posição!‘lógica,!normal’!(CUNHA!e!CINTRA,!1985/2008).!Assim,!adotouYse!a!perspectiva!

transversal,! pela! análise! da! produção! escrita! de! estudantes! do! Ensino! Fundamental,! Médio! e!

Superior.!Na!análise,!parteYse!do!‘Bilinguismo!Teórico’!de!Roeper!(1999),!em!que!a!ocorrência!de!

regras!contraditórias!na!gramática!do! falante!não! implica!opcionalidade,!mas!a!coexistência!de!

miniYgramáticas,! o! que! leva! à! conclusão! de! que! todo! falante! é! bilíngue.! Assumimos! ainda! a!

abordagem!de!Kato!(2005),!de!que!o!conhecimento! linguístico!do!adulto! letrado!se!desenvolve!

como! regras! estilísticas,! que! se! situam! na! periferia,! em! oposição! à! gramática! nuclear,!

manifestando! o! estatuto! de! segunda! gramática! (G2).! Focamos! nossa! análise! na! aquisição! das!

propriedades! morfossintáticas! de! objeto! direto.! Nossa! hipótese! de! trabalho! parte! de! estudos!

prévios!que!apontam!para!as!seguintes!propriedades!do!PB:!perda!do!clítico!acusativo!de!3ª!p.;!

aumento!na!ocorrência!de!objeto!nulo!e!de!pronome!lexical;!próclise!generalizada!de!clíticos!de!

1ª!e!2ª!pessoa;!perda/!ausência!do!movimento!longo!do!clítico!(CYRINO,!1990;!KATO,!CYRINO!e!

CORREA,! 1994;! GALVES,! 2001;! PAGOTO,! 1993).! Segundo! a! Hipótese! do! Acesso! Parcial! à! GU!

(STROZER,!1992),!nos!termos!de!Roeper!(1999)!e!Kato!(2005),!assumimos!que!a!escola,!sendo!o!

ambiente!formal!das!práticas!de!letramento,!é!o!contexto!privilegiado!para!oferecer!o!input,para!

a!aquisição!dos!clíticos,!e,!no!estágio!inicial!da!aquisição!da!escritaYpadrão,!haverá!transferência!

de!valores!paramétricos!do!português!oral!(L1/G1).!A!produção!escrita!dos!estudantes!é!eliciada!

em!narrativas!com!lacunas,!cujo!preenchimento!implica!a!escolha!entre!o!clítico!de!3ª!pessoa!e!

suas! variantes! (objeto! nulo,! pronome! lexical! e! sintagma! nominal).! Os! resultados! apontam!

similaridades!entre!a!aquisição!da!língua!escritaYpadrão!e!a!aquisição!de!L2,!já!que!as!seguintes!

propriedades!são!encontradas:!opcionalidade,!que!é!associada!com!a! indeterminação!lexical!no!

mapeamento!de!traços!formais!(WHITE,!2003),!assim!com!o!desenvolvimento!linguístico,!já!que!

o!uso!de!clíticos!de!3ª!pessoa!aumenta,!à!medida!que!as!demais!variantes!diminuem.!ConstataYse!

que! o! input, linguístico! oferecido! pela! escola! resulta! no! uso! de! clíticos,! porém,! havendo!

competição!de!gramáticas!que!exibem!formas!da!G1!e!formas!inovadoras,!que!indicam!aquisição!

da! G2.! Entre! os! objetivos! da! pesquisa,! consta! o! interesse! em! fornecer! evidência! quanto! à!

natureza!do! conhecimento! linguístico,! confirmandoYse!a!hipótese!de!que!a!aquisição!de!L2!e!o!

processo! de! letramento! são! fenômenos! semelhantes! que! se! desenvolvem! pelo! acesso! à!

Gramática!Universal.!

!

!

Page 37: Caderno de Resumos III CIEL

36!

!

A"estrutura"argumental"no"processo"de"aquisição"do"português"escrito"por"surdos"

"Joyce"Maria"SandescdacSilva"(UESB)"Adriana"S."C."LessacdecOliveira"(UESB)"

"Palavrascchave:"Estrutura"Argumental;"Português"Escrito;"Surdo."

!

Este! estudo! objetiva! investigar! a! estrutura! argumental! na! modalidade! escrita! do! português!

adquirido! por! pessoas! surdas.! Nossa! análise! tem! como! alicerce! o! quadro! teórico! gerativista!

(Chomsky,!1981,!1995),! especificamente,! as! concepções!de!Kato! (2005)!acerca!do!processo!de!

aquisição!da!escrita.!No!processo!de!aquisição!do!português,!o!surdo!se!depara!com!um!desafio!

que!vai!além!dos!desafios!típicos!de!um!processo!de!aquisição!de!segunda!língua!(L2),!uma!vez!

que,!por!não!ter!acesso!ao!input!acústico!do!português,!essa!pessoa,!na!grande!maioria!dos!casos,!está! limitada! à! aquisição! do! português! em! sua! modalidade! escrita.! Segundo! Kato! (2005),! a!

aquisição! da! escrita,! assim! como! a! aquisição! de! uma! L2,! se! dá! mediante! acesso! indireto! à!

Gramática! Universal! (GU),! o! qual! é! mediado! pela! modalidade! falada! dessa! língua;! algo! que!

perdura! até! que!o! falante! se! aproprie! dos! valores!paramétricos!da! L2.!Quando! vivenciada!por!

surdos,!a!apropriação!da!escrita!do!português!tem!se!revelado!extremamente!difícil,!pois!se!trata!

de! uma! aquisição! da! modalidade! escrita! de! uma! língua! oroauditiva! da! qual! os! surdos! não!

possuem! a! modalidade! falada! que! lhes! serviria! como! mediadora! para! essa! aquisição.! Como!

resultado!desse!processo,!nos!deparamos!com!produções!textuais!escritas!por!surdos!nas!quais!

evidenciamos! sérios! problemas!de! ordem!gramatical! capazes!de! comprometer! a! interpretação!

do!texto.!Desse!modo,!nosso!objetivo!é!verificar!se!há!relação!entre!as!construções!agramaticais!

encontradas! nas! produções! textuais! dos! surdos! e! o! processo! de! seleção! categorial! da! Libras!

(Língua! Brasileira! de! Sinais),! considerando! que! esse! processo! submeteYse! a! aspectos!

paramétricos.! Para! a! composição! do! corpus! dessa! pesquisa,! coletamos! amostras! de! produção!natural! de! português! escrito! de! sujeitosYinformantes! surdos.! Os! alunos! que! voluntariamente!

contribuíram!para!este!estudo!têm!entre!14!e!30!anos,!são!falantes!de!libras!e!cursam!o!Ensino!

fundamental! 2! e! o! Ensino! Médio! na! rede! regular! de! ensino.! As! produções! são! atividades!

escolares!propostas!pelos!professores!em!situação!cotidiana!de!produção! textual!em!ambiente!

escolar! e! atividades! desenvolvidas! no! acompanhamento! especializado! da! sala! de! recursos!

multifuncionais!para!pessoas!com!deficiência.!Como!este!estudo!é!um!trabalho!em!andamento,!

obtivemos!resultados!parciais,!de!acordo!com!os!quais!a!natureza!gramatical!de!tais!problemas!é!

de! grau!profundo,! atingindo! a! composição!da! estrutura! argumental! no!que! se! refere! à! seleção!

categorial,!à!seleção!semântica!e!ao!número!de!argumentos.!

!

!

!

Differential"Object"Marking"no"português:"uma"análise"diacrônica��!

Aline"Jéssica"Pires"(UNICAMP)""

Palavrascchave:"DOM,"linguística"histórica,"gramática"gerativa."!

Tomando!o!arcabouço!de!estudos!de!base!gerativa!(Chomsky,!1995),!o!presente!trabalho!analisa,!

no!português!medieval,!o!fenômeno!conhecido!como!Differential,Object,Marking!(DOM),!também!chamado!de!acusativo,preposicionado,!que!consiste!na!marcação!do!objeto!direto!por!preposição.!Para!tanto,!são!tomados!dados!no!período!que!compreende!os!séculos!XVI!a!XIX,!com!o!objetivo!

Page 38: Caderno de Resumos III CIEL

37!

!

de!descrever!e!analisar!quais!são!as!particularidades!que!abrangem!DOM!no!português,!e!tentar!

estabelecer!hipóteses!para!a!estruturação!de!DOM.!!

!

A! marcação! diferencial! do! objeto! seria! um! resquício! dos! sistemas! de! declinações! latinas,! e!

pesquisadores!como!Gibrail!(2003)!afirmam!que!o!fenômeno!surgiu!nas!línguas!românicas!para!

marcar!o!objeto!direto!na!estrutura!oracional!de!ordem! livre,! assim!como!diferenciar!o!objeto!

direto!do!sujeito!quando!ambos!tiverem!os!mesmos!traços!semânticos.!O!estudo!de!DOM!se!faz!

importante!não!apenas!para!que!se!possa!entender!um!capítulo,da,formação,histórica!das!línguas!românicas!e!do!português,!mas!para!que!se!possa!entender!também!um!fenômeno!em!constante!

evolução!em!outras!línguas.!Metodologicamente,!são!abordados!apenas!os!casos!de!DOM!em!que!

o! complemento! direto! é! acompanhado! pela! preposição! a! –! ver! (1)! e! (2),! também! sendo!analisados! os! parâmetros! da!animacidade! e! categorias! referenciais,! assim! como! características!lexicais! do! objeto! e! a! estrutura! da! oração! em! que! o! objeto! está! presente,! seguindo! propostas!

como!as!de!Bossong!(1991),!que!postulam!que!tais!propriedades!são!marcantes!em!DOM.!Para!o!

desenvolvimento! da! pesquisa,! são! utilizados! dados! obtidos! no! Corpus, Histórico, do, Português,Tycho,Brahe,!ligado!ao!IEL/UNICAMP.!!!

(1)!! a.!Ele!aconselhou!o!João!!

b.!Ele!aconselhou!ao,João,,(2)!! a.!Ao,professor,!Pedro!agradeceu,!não!ao,aluno.!!

b.!*O!professor,!Pedro!agradeceu,!não!o!aluno.!!

!

As!análises!realizadas!até!então!apontam!que!a!animacidade!e!definitude!são!relevantes!para!a!

marcação! diferencial,! além! disso,! mostram! uma! queda! expressiva! da! frequência! de! DOM,! tal!

como! já! indicam!outros!estudos.!Os!quais! indicam,! também,!uma!direção!da!mudança!de!DOM,!

com!os!dados!revelando!uma!tendência!maior!da!ocorrência!do!fenômeno!diante!de!pronomes,!

quantificadores!e!o!NP!Deus.!!!

!

!

Uma"discussão"acerca"da"concordância"de"gênero"em"construções"predicativas"adjetivais"no"português"do"brasil"

"Alane"Luma"Santana"Siqueira"(UFPE)"

"Palavrascchave:"Concordância,"Construções"predicativas"adjetivais,"Teoria"gerativa."

!

O!português!é!uma!língua!que!apresenta!morfologia!de!concordância!de!gênero!e!número!entre!

todos! os! elementos! flexionáveis! no! sintagma! nominal! (SN)! (ex.:! AYs!meninYaYs! bonitYaYs),! bem!

como!entre!o!SN!sujeito!e!um!predicativo!a!ele!relacionado!(ex.:!AYs!meninYaYs!estão!cansadYaYs).!

No!que!tange!especificamente!ao!Português!Brasileiro!(PB),!a!concordância!nominal!de!número!

não! é!uniforme,!pois!há!mais!de!uma!possibilidade!para! indicar!pluralidade! (ex.:!AYs!meninaYs!bonitaYs;!AYs,meninaYs!bonita;!AYs!menina!bonita.).!Já!em!relação!à!concordância!de!gênero!entre!os!elementos! flexionáveis! internos!ao!SN!é!obrigatória!(Ex.:! *As!meninos!bonitos).!Apesar!de!a!

concordância! de! gênero! ser! fortemente! marcada! entre! os! elementos! flexionáveis! do! SN,! bem!

como! entre! o! SN! sujeito! e! o! predicativo! a! ele! relacionado,! algumas! construções! predicativas!

adjetivais! apresentam! um! padrão! distinto! de! concordância! de! gênero,! não! havendo,! entre! o!

sujeito! e! o! predicativo,! uma! concordância! visível! de! gênero! (ex.:!Maçã! é! gostoso).! Portanto,! o!

objetivo!central!deste!trabalho!será!discutir!a!concordância!nominal!de!gênero!em!construções!

predicativas!adjetivais!com!o!verbo!‘ser’,!especificamente,!partindo!da!proposta!apresentada!em!

Page 39: Caderno de Resumos III CIEL

38!

!

Duek!(2012),!por!exemplo,!que!aponta!uma!correspondência,!para!o!PB,!entre!o!tipo!de!gênero!

do! nome! (se! natural! ou! arbitrário)! e! o! padrão! de! concordância! nominal! que! o! nome! nu! pode!

estabelecer! com! o! predicativo.! A! autora! afirma! que,! nos! nomes! com! gênero! natural,! a!

concordância!seria!obrigatória!(ex.:!Atriz!é!vaidosYa!/*Atriz!é!vaidosYo),!já!em!nomes!com!gênero!

arbitrário,!a!realização!da!marca!de!concordância!de!gênero!no!predicativo!não!é!verificada!(ex.:!

Maçã!é!gostoso/!*Maçã!é!gostosa)!–!a!não!ser!que!haja!a!categoria!funcional!NumP!na!estrutura!

(WECHSLER;! ZLATIC,! 2000).! Em! relação! a! dados! com! o! verbo! ‘ser’! no! plural,! a! autora! não!

discute,! o! que! é! algo! problemático,! uma! vez! que! quando! temos! um! dado! como! “maçãs! são!

gostosas”,!o!adjetivo!obrigatoriamente!precisa!estar!concordando,!em!gênero,! com!o!sujeito!ao!

qual!se!refere!(mesmo!se!tratando!de!um!nome!com!gênero!arbitrário),!caso!contrário,!teremos!

uma!sentença!agramatical!(ex.:!*maçãs!são!gostosos).!

!

!

!

Uma"proposta"semântica"para"a"análise"da"causativização"dos"verbos"de"movimento"em"PB"

!

Thayse"Letícia"Ferreira"(UFSCar)""

O!fenômeno!da!causativização!consiste!em!um!processo!de!alternância!verbal!(LEVIN;!

RAPPAPORTYHOVAV,!2011)!que,!de!acordo!com!Pylkkänen!(2008),!insere!o!predicado!semântico!

CAUSE! em! estruturas! que! originalmente! não! o! contém.! Esse! processo! é! também! denominado!

“transitivização”! (KITILLÄ,!2006)!e! forma!sentenças! causativas!a!partir!de!bases!não!causais!e!

normalmente! intransitivas,! como! no! exemplo! abaixo,! em! que! A! representa! a! sentença! base!intransitiva,!e!não!causal,!e!B!sua!contraparte!causativa.!

(1)!A.!O!cavalo!pulou!pela!cerca!

$($e)[Pular(e)!&!Agente(e,!cavalo)]!

B.!O!jogador!de!polo!pulou!o!cavalo!pela!cerca!

$(e)[Agente(e,! jogador! de! polo)! &! Tema(e,cavalo)! &! $($e')[pular(e')! &! Agente(e',!

cavalo)!&!CAUSE(e,!e')]]!

Curiosamente,! nem! todos! os! verbos! de! movimento! que! são! a, priori! não! causativos!aceitam!a!inserção!de!CAUSE!à!sua!estrutura!(2)!ou!aceitam!somente!em!determinados!contextos!

(3):!

(2)!A.!Os!atletas!foram!pras!Olimpíadas!

B.*O!treinador!foi!os!atletas!pras!Olimpíadas!

(3)!A.!O!João!caiu!de!cima!do!muro!

B.*Eu!caí!o!João!de!cima!do!muro!

C.!A!prova!caiu!a!nota!do!João!

Pensando! então! no! licenciamento! da! causativização! de! verbos! de! movimento!

inergativos! e! inacusativos! em! PB,! o! presente! trabalho! tem! como! objetivo! principal! explicar! a!

assimetria! observada! nos! exemplos! de! (1)! a! (3).! Para! tanto,! partimos! da! hipótese! de! que! a!

causativização! altera! a! estrutura! do! evento! denotado! por! esses! verbos! e! não! sua! estrutura!

argumental,! como! o! fazem! Cambrussi! (2009,2012)! e! Amaral! (2009).! Pensando! nisso,!

desenvolveremos!nosso!trabalho!dentro!do!quadro!teórico!da!semântica!de!eventos!(PARSONS,!

1990),! utilizando! especificamente! o! modelo! neodavidsoniano! de! Sintaxe! de! Primeira! Fase!

(RAMCHAND,! 2008),! por! considerarmos! sua! ontologia! suficientemente! refinada! para! a! análise!

das!sentenças!em!questão.!Esse!modelo!consiste!em!uma!árvore!semânticoYsintática,!cuja!relação!

entre!os!subeventos!(Initiation![subevento!de!causa],!Process![núcleo!dos!predicados!dinâmicos,!

denota! o! processo]! e! Result! [subevento! do! estado! resultante],! que! podem! ser! combinados! às!

noções!de!PATH!e!RHEME)!é!dada!por!uma!única!e!mínima!regra!de!derivação!causal!(“leads!to!

Page 40: Caderno de Resumos III CIEL

39!

!

rule”)!baseada!em!Hale!e!Keyser!(1993).!Para!averiguar!nossa!hipótese,!investigaremos,!a!partir!

de! dados! de! fala! espontânea! do! PB,! justamente! o! papel! das! noções! de! PATH! e! RHEME! no!

licenciamento!da!causativização!dos!verbos!de!movimento!inergativos!(atividades![init,!proc])!e!

inacusativos! (achievements! [init,! proc,! res]).! Pois,! em! uma! primeira! análise,! a! causativização!parece! ser! licenciada! somente! para! os! inergativos! que! permitem! a! inserção! de! PATH! em! sua!

estrutura,!cuja! interpretação!será!a!de!que!houve!algum!tipo!de!deslocamento!espacial! forçado!

(cf.! (1)).! Por! outro! lado,! caso! PATH! se! combine! a! um! verbo! inacusativo,! a! leitura! de! causa! é!

bloqueada!(3B),!sendo!a!causativização!desses!verbos!licenciada!pela!associação!de!RHEME,!cuja!

interpretação!na!sentença!é!de!uma!mudança!em!uma!dada!escala!(cf.!(3C)).!Assim,!esperamos!

propor! uma! formalização! semântica! para! a! interpretação! da! causativização! que! dê! conta! da!

assimetria!encontrada!no!PB.!

"!

A"categoria"dos"determinantes"na"Língua"Brasileira"de"Sinais""

Lizandra"Caires"do"Prado"(UnB)"Adriana"S."C."Lessa"de"Oliveira"(UESB)"

!

Palavrascchave:"Dêixis,"Geometria"de"traços,"Localizadores."!

Este! estudo! objetivou! investigar! a! natureza! categorial! de! elementos! recorrentes! na! língua!

brasileira! de! sinais,! os! quais! tratamos! como! Localizadores! (Loc/Locs).! Estes! elementos,!

caracterizados! como! estruturas! eminentemente! dêiticas,! são! usados! para! a! “apontação”! de!

referentes!no!mundo!físico.!Ancorando!nosso!estudo!nos!postulados!gerativistas,!defendemos!a!

hipótese! de! que! estes! elementos! são! núcleos! determinantes! (núcleos! D),! por! terem! a!

característica! principal! de! marcação! de! referentes,! subcategorizando! itens! nominais! (NPs)!

realizados,!ou!ocorrendo!como!proformas!(com!NPs!vazios).!O!corpus!da!pesquisa!foi!constituído!por:!sujeitoYinformante!surdo!de!família!ouvinte!com!aquisição!da!libras!na!infância,!depois!dos!6!

anos! de! idade;! sujeitoYinformante! surdo!de! família! surda,! com!aquisição!da! libras! na! primeira!

infância;!e!sujeitoYinformante!surdo!de!família!ouvinte,!com!aquisição!da!libras!a!partir!do!início!

da! adolescência.! Para! a! transcrição! de! dados! utilizamos! o! sistema! de! escrita! de! libras! SEL!

elaborado! por! LessaYdeYOliveira! (2012),! além! de! glosas! e! interpretação! das! sentenças.! Para! a!

análise! das! propriedades! gramaticais! dos! Locs! adotamos! a! hipótese! da! unidade! mínima! de!

articulação! dos! sinais! MLMov! (Mão! –! Locação! –!Movimento),! proposta! por! LessaYdeYOliveira!(2012).! Assim,! com! base! nos! estudos! acerca! da! categoria! dos! determinantes! realizados! por!

Abney!(1987)!e!Longobardi!(1994),!propomos!que!os!Locs!em!libras!são!elementos!pertencentes!

à!categoria!DP.!E,!com!base!nos!estudos!de!Béjar!(2003)!e!Carvalho!(2008)!acerca!da!geometria!

de!traços!que!compõem!os!pronomes,!em!línguas!orais,!propomos!que!as!diversas!ordens!entre!

Locs,! nomes,! possessivos! e! quantificadores,! encontradas! nos! dados,! são! decorrentes! da!

necessidade!de!checagem!dos!traços![D]!e![φ],!presentes!na!sonda,!pelos!alvos!Loc,!Pos,!Q!ou!por!

N,!os!quais!devem!ter!a!condição!de!checar!o!traço!de![Dêixis].!Ainda,!com!base!nos!estudos!de!

Torrego!(1988)!acerca!da!elipse!nominal,! legitimada!por!certos!traços,!e!de!Lobeck!(1995)!que!

concebe!a!elipse!nominal!como!um!N!vazio!(pro),!propomos!que!os!Locs!proformas!(pronomes)!em!libras!são!resultado!de!Loc+elipse!nominal.!Essa!análise!nos! leva!a!conclusão!de!que!há!em!

libras!três!tipos!de!Locs:!tipo!1!–!posposto!ao!nome,!com!baixa!especificação;!tipo!2!–!anteposto!

ao!nome,!com!especificação!mediana;!e!tipo!3!–!proformas,!altamente!especificado.!!

!

!

!

Page 41: Caderno de Resumos III CIEL

40!

!

Mecanismos"de"intensificação"adverbial"no"Guarani"Paraguaio"!

Lara"Frutos"(USP)""

Palavras"chave:"modificação,"semântica"escalar,"eventos.""

Neste! trabalho,!procuro!descrever!e!analisar!os!dados!em!que!expressões!de!grau!ocorrem!

com!predicados!verbais!no!Guarani!Paraguaio!dentro!da!perspectiva!da!semântica!formal.!Mais!

especificamente,! trabalharemos! a! partir! da! semântica! de! escalas,! em! KENNEDY! 1999! e!

KENNEDY! &! McNALLY! 2005.! Em! Guarani,! expressões! de! grau,! além! de! ocorrer! como!

modificadores! de! predicados! verbais! e! adjetivos,! modificam! também! advérbios! de! tempo,!

frequência!e!intensidade,!como!mostra!(1).!!

!

(1) a.!! Juan! omba’apo!! ! tapiaite!

! !!!!!!!!!! Juan! oYmba’apoYø! ! tapiaYite!

! ! Juan! trabalhouYNFut! sempreYite!

! ! ‘Juan!trabalhou!sempre/continuamente’!

b.!! Juan!! oñani! ! ! hetaite!

! ! Juan! oYñaniYø! ! hetaYite!

! ! Juan! 3YcorrerYNFut! ! hetaYite! !

! ! ‘Juan!correu!muito’!

!

A!relevância!para!uma!discussão!teórica!dos!dados!em!(1)!é!que!o!modificador!de!grau!em!

questão!‘ite’!ocorre!apenas!com!adjetivos!graduáveis!e!não!coYocorre!com!predicados!verbais,!a!

menos! que! estejam! modificados! por! advérbios! de! tempo! e! intensidade! como! ‘tapia’!

frequentemente,,‘akói’,sempre,e,‘heta’,muito.!As!questões!investigadas!neste!trabalho!são:!i)!qual!a!contribuição!semântica!desses!intensificadores!na!predicação!e!ii)!qual!análise!formal!poderia!

ser! capaz!de! explicar! a! ocorrência!de! expressões! com!advérbios.!As!hipóteses! levantadas! aqui!

são! que! advérbios! de! tempo! de! intensidade! do! Guarani! Paraguaio,! como! em! (1),! inserem! um!

significado! graduável! na! predicação,! ou! seja,! possuem! uma! variável! de! grau! em! sua! entrada!

lexical,! tendo! mecanismos! semânticos! de! gradação! semelhantes! aos! dos! adjetivos.!

Tradicionalmente!os!advérbios!de!tempo!e!intensidade,!embora!frequentemente!utilizados!como!

expressões! de! grau! não! são! analisados! como! expressões! graduáveis.! Por! isso,! num! segundo!

momento! o! trabalho! analisa! os! tipos! de! escalas! presentes! em! predicados! verbais! do! Guarani,!

buscando! apresentar! quais! as! dimensões! escalares! estão! disponíveis! nessas! predicações.!

Partimos!da!hipótese!de!que!verbos!que!denotam!eventos!atômicos,!como!em!(2)!não!podem!ter!

uma!dimensão!escalar!de!intensidade,!mas!apenas!de!quantidade,!pois!quando!modificados!por!

advérbios! de! grau! levam! à! pluralização! dos! eventos.! Já! verbos! que! denotam! eventos! nãoY

atômicos!como!em!(3),!podem!ter!uma!dimensão!de!intensidade.!

!

(2)!! Juan! ogueru!!! yva! hetaite! !

! ! Juan! oYgueruYø!! yva! hetaYite!

! ! Juan! 3YtrazerYNFut! fruta! hetaYite!

! Contextos:!! Juan!trouxe!fruta!muitas!vezes!

! ! ! !

(3)! Juan! oYñaniYø! ! hetaYite!

! ! Juan! 3YcorrerYNFut! ! hetaYite! !

! ! ‘Juan!correu!muitíssimo’!

! Contextos:! 1.!Juan!correu!por!muito!tempo.!

! ! ! 2.!Juan!correu!muito!intensamente.!

Page 42: Caderno de Resumos III CIEL

41!

!

! ! ! 3.!Juan!praticou!corrida!várias!vezes!durante!a!semana!passada.!

!

Sendo!assim,!verbos!que!denotam!eventos!não!atômicos! (3)!podem!denotar!uma!escala!de!

tempo! (duração),! uma!escala!de! intensidade! e!uma!escala!de!quantidade!de! eventos,! se! forem!

interpretados! como! télicos.! Já! verbos!que!denotam!eventos! atômicos!possuem!denotar! apenas!

uma!escala!de!quantidade!de!eventos.!!

Dessa! maneira,! os! dados! do! Guarani! lançam! luz! sobre! uma! perspectiva! possível! para! a!

análise! de! advérbios! de! intensidade! em! outras! línguas! naturais.! Os! dados! apresentados! neste!

trabalho! foram!coletados!em! trabalho!de!campo!originais!através!da!metodologia!de!elicitação!

controlada.!!!

!

!

!

Aspectos"da"interlíngua"de"surdos"usuários"da"Língua"Brasileira"de"Sinais"na"aquisição"do"Português"como"Segunda"Língua:"o"contexto"universitário."

"Layane"Rodrigues"de"Lima"Santos"(UFG/UnB)"

"Palavrascchave:"Interlíngua,"Português,"Surdos."

!

Esta!comunicação!analisa!a! interlíngua!de!estudantes!surdos!universitários,! recém!egressos!do!

Ensino!Médio,!aprendizes!do!Português!como!Segunda!Língua!(L2),!tendo!como!hipótese!a!teoria!

da!Gramática!Universal!(GU),!conforme!proposta!por!Noam!Chomsky!(1986;!1995),!que!também!

tem! sido! aplicada! aos! estudos! de! aquisição! de! L2! (cf.! FLYNN,! 1987;! FLYNN! &! O’NEIL,! 1988;!

PHINNEY,! 1987;! TOMAS,! 1991;! WHITE,! 1987,! 1989,! dentre! outros).! A! partir! de! produções!

escritas!do!gênero!acadêmico!resumo,!identificaramYse!três!interlínguas,!com!base!em!Brochado!(2003),!a! saber:! (i)!predomínio!de!estrutura!gramatical! semelhante!à!Libras! (Língua!Brasileira!

de!Sinais),! com!poucas! características!do!Português,! como!em! “Então,tem,uma,é,muito,alguma,metodológica,por,algo,motivação,sempre,diferença,conhecimento,(...)”.;!(ii)!estrutura!da!frase!ora!com! características! gramaticais! da! Libras,! ora! com! características! gramaticais! da! frase! do!

Português,! como! em! “O,processo,de, ensino/aprendizagem,oportunidade, , desenvolvem,na, escola,,do, , método, , como, qualquer, prefeito, do, professor.”! e! (iii)! predomínio! da! gramática! da! Língua!Portuguesa,!como!em!“Vygotsky,discute,aspectos,escrita,como,processo,que,constrói,longo,da,vida!(...)”.!Sendo!assim,!dadas!as!diferenças!paramétricas!entre!a!Língua!Portuguesa!e!a!Libras!no!que!

se!refere!à!morfossintaxe,!discuteYse!que,!apesar!da!interferência!da!Língua!de!Sinais,!o!processo!

de! interlíngua! não! viola! os! princípios! da! GU,! pois! a! má! formação! das! sentenças! na! produção!

escrita! em!Português! do! surdo! ocorre! pelo! fato! de! o! aprendiz! ainda! não! ter! fixado! os! valores!

paramétricos!da!L2,!pois!o! input!necessário!e!apropriado!não!foi!oferecido!na!educação!básica.!Os! resultados! indicam! a! necessidade! de! se! desenvolver!metodologia! de! ensino! voltada! para! a!

elaboração!de!textos!de!gêneros!acadêmicos!como!L2!no!contexto!universitário,!com!enfoque!em!

questões!morfossintáticas,!como!o!uso!da!concordância!e!de!conectivos!do!Português.!

!

!

!

Tópico"contrastivo"em"sentenças"com"deslocamento"no"português"brasileiro""

Fernanda"Rosa"da"Silva"(USP)""

! Esta! pesquisa! tem! como! objetivo! investigar! as! particularidades! semânticas! e!

pragmáticas! de! sentenças! do! português! brasileiro! (PB)! cujo! sintagma! na! posição! de! objeto! é!

Page 43: Caderno de Resumos III CIEL

42!

!

deslocado! para! a! periferia! esquerda! da! sentença.! Mais! precisamente,! este! trabalho! procura!

identificar!quais!as!consequências!lógicas!e!pragmáticas!de!sentenças!cujo!sintagma!com!função!

informacional!de!tópico!contrastivo!seja!deslocado!para!a!periferia!esquerda!da!sentença.!

Consideramos!que! tópico! contrastivo!é!uma!marcação!prosódica,! com!uma!entonação!

peculiar!de!curvatura!descendente,!que!desencadeia!um!conjunto!de!perguntas!(cf!Büring!(1999,!

2003)).! Além! disso,! assumimos! que! foco! é! uma! marcação! prosódica! que! desencadeia! um!

conjunto!de!alternativas!contextualmente!relevantes!(cf.!Rooth!(1985)).!!

Consideramos,! ainda,! que! deslocamento! como! um! fenômeno! sintático! em! que! um!

sintagma!é!deslocado!para! a!periferia! esquerda!da! sentença,! deixando!um!vestígio!no! local! de!

origem,!ou!este!local!é!preenchido!por!um!pronome!

Deslocamento! de! elementos! como! tópico! e! foco! no! português! brasileiro! já! foram!

amplamente! investigados! sob! diversas! perspectivas! teóricas,! desde! funcionalistas! (Pontes!

(1987),! Ilari! (1992)),! até! mais! formalistas,! como! as! teorias! gerativistas! ((Kato! (1989,! 1998).!

Nossa!pesquisa,!entretanto,!se!torna!original!por!buscar!uma!proposta!lógica!na!perspectiva!da!

semântica! formal!em! interface!com!a!pragmática.!Observe!o!contexto!abaixo,!que!representa!o!

objeto!de!nosso!estudo.!

!

(1) A:!Com!quem!o!João!tá!namorando?!B:!O!João!tá!namorando!com!A!MARIAF.!

!

(2) A:!O!João!tá!namorando!com!a!Maria?!B:!Com,a,Maria,,o!João!tá!namorando.!!

Em! comparação! aos!dois! contextos! acima,! enquanto! em! (1),! o! falante! em!B! responde!

exatamente!ao!questionado,!em!(2),!ao!deslocar!o!sintagma!“Com!a!Maria”,!o!falante!indica!que!

faz!uso!de!uma!estratégia!e!deixa!no!ar!que,!além!de!namorar!a!Maria,!o!Joao!tenha!outros!tipos!

de!relacionamento.!!

A!proposta!deste! trabalho!é!contribuir!com!uma!explicação! lógica!e!uma!formalização!

do! fenômeno! de! deslocamento! de! tópico! contrastivo,! a! partir! de! teorias! na! interface! da!

semântica! e! pragmática! formal! (cf.! Roberts! (1996),! Büring! (1999,! 2003),! Prince(1979)),!

considerando!as!restrições!em!implicaturas!que!tais!contextos!apresentam.!

!

!

!

Da"estrutura"de"sintagmas"preposicionados"adverbiais"no"português"brasileiro"–"questões"para"uma"teoria"da"gramática."

Harley"Toniette"(UNICAMP)""

Palavrascchave:"Sintagmas"preposicionados"adverbiais,"Português"brasileiro,"Teoria"da"gramática."

"Este! trabalho! analisa! a! estrutura! de! sintagmas! preposicionados! adverbiais! (SPAdvs)! no!

português!brasileiro!(PB),!com!o!intuito!de!apresentar!uma!proposta!que!traga!luz!aos!contrastes!

inerentes! nos! tipos! estruturais! apresentados! abaixo,! e! de! investigar! se! é! possível! estabelecer!

uma! derivação! padrão! que! abrigue! tais! tipos.! AssumeYse,! como! quadro! teórico! principal,! o!

arcabouço!dos! estudos!minimalistas!de!base! gerativa! (Chomsky,!1995),! e!para! as!discussões! e!

análises! da! estrutura! dos! SPAdvs! no! PB,! assumeYse! os! trabalhos! de! Den! Dikken! (2010),! que!

analisa!a!estrutura!de!sintagmas!preposicionados!(SPrep)!no!holandês,!e!Svenonius!(2010),!que!

analisa!as!estruturas!de!SPrep!do!inglês.!

Page 44: Caderno de Resumos III CIEL

43!

!

Os! tipos! de! SPAdvs! do! PB! analisados! são:! (i)! estruturas! na! qual! aparecem! preposições!

órfãs/encalhadas!–!ver!(1);!(ii)!estruturas!em!que!a!preposição!pode!ser!omitida!nos!SPAdvs!sem!

que!haja!alteração!aparente!do!sentido!–!ver!(2);!e!(iii)!estruturas!formadas!por!PP!+!PP!e!PP!+!

DP!–!ver!(3).!!

(1)! a.!O!João!sempre!gosta!de!falar!contra.�!

b.!O!João!foi!na!festa!e!bebeu!até.�!

c.!Pega!logo!a!comida!senão!você!vai!ficar!sem.!!

(2)! a.!João!foi!viajar!na!semana!passada/!a!semana!passada�!

b.!O!João!vai!viajar!para!casa!da!Maria!em!que!semana/!que!semana?!!

(omissão!da!preposição!em!um!SPAdv!temporal)!!

(3)! a.!O!carro!está!parado!na!estrada!acima!da!colina�!

b.!O!João!ficou!em!que!lugar!do!palco!do!show!de!reggae?!!

!

Os!pontos!centrais!para!este!trabalho!são:!(i)!contrastes!que!as!estruturas!em!(1)!apresentam!em!

termos!de!licenciamento!do!isolamento!de!uma!preposição!no!final!da!sentença!–!ver!(1)!e!(4);!

(ii)!as!(im)possibilidades!de!se!omitir!uma!preposição!em!SPAdvs!a!depender!do!tipo!de!SPAdv!–!

ver! (2)! e! (5);! e! (iii)! características! da! constituição! estrutural! dos! SPAdvs! em! relação! à!

(im)possibilidade!de!extração/movimento!de!constituintes!–!ver!(3)!e!(6).!!

(4)! a.!O!João!sempre!gosta!de!falar!*sobre/!*para/!*ante/!contra/!até!!

!!!!!!!!(apenas!algumas!preposições!podem!ficar!no!fim!da!sentença)!!

b.!Pega!logo!o!boloi!senão!você!vai!ficar!sem!eci�!

!!!!!!!(a!preposição!encalhada!pode!depender!da!presença!de!um!antecedente)!!

(5)! a.!O!João!comprou!roupas!na!loja!da!esquina/*a!loja!da!esquina�!

b.!O!João!comprou!roupas!em!que!loja!da!esquina/!*que!loja!da!esquina?!!

!! !!!!!!!(impossibilidade!de!omissão!da!preposição!em!SPAdvs!locativos)!!

c.!O!João!fala!meu!nome!sempre!desse!jeito/*esse!jeito�!

d.!O!João!fala!meu!nome!sempre!de!que!jeito/que!jeito?!!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(omissão!em!SPAdvs!modais)!!

(6)! a.!Na!estrada,!o!carro!está!parado!acima!da!colina�!

b.!*Acima!da!colina,!o!carro!está!parado!na!estrada�!

c.!Em!que!lugar!o!João!ficou!do!palco!do!show!de!reggae?!!

d.!??O!show!de!reggae,!o!João!ficou!em!que!lugar!do!palco?!!

!

Os! resultados!das! análises! apontam!para!uma!estrutura! categorial! específica!de!SPAdvs!no!PB!

comparável!às!estruturas!cartográficas!apresentadas!por!Den!Dikken!(2010)!e!Svenonius!(2010),!

atendendo! aparentemente! as! necessidades! do! PB,! e! o! ideal! de! uma! estrutura! universal,! ponto!

importante!em!termos!do!trabalho!em!sintaxe!gerativa.!!

"

Classificadores"em"LIBRAS:"morfemas"ou"núcleos?"

Anderson"Almeida"da"Silva!"(UNICAMP)""

PalavrascChave:"Classificadores,"Línguas"de"Sinais,"LIBRAS."!

Os!Classificadores!parecem!ser!unidades!bastante!complexas!comuns!entre!as! línguas!de!sinais!

existentes!no!mundo!(GLUECK!&!PFAU,!1998;!PFAU,!STEINBACH!&!WOLL,!2012;!ZWITSERLOOD,!

2003;!SANDLER!7!LILLOYMARTIN,!2006!E!OUTROS).!O!fato!de!que!os!classificadores!podem!se!

comportar! na! LIBRAS! como:! nomes! (MENDONÇA,! 2012),! verbos! (FELIPE,! 2000;! 2002;!

BERNARDINO,!2012,!MAZUCHETTI,!2014;!VELOSO,!2005;!FERREIRA!&!NAVES,!2014)!!ou!ainda!

predicados!complexos!em! línguas!de!sinais!não!reflete!o!status!da!classificação!para!as! línguas!

Page 45: Caderno de Resumos III CIEL

44!

!

orais,! uma! vez! que! eles! são! observados! como!morfemas! recorrentes! e! de! uso! sistemático! na!

língua! que! aparecem! ligados! à! uma! raiz! verbal,! mudando! ou! classificando! o! significado!

contextual.!Para!este!estudo!revisitamos!as!posições!teóricas!que!consideram!que!nas!línguas!de!

sinais!e!na!!LIBRAS:!não!se!tem!claramente!a!distinção!entre!nomes!e!verbos!e!a!implicação!disto!

para!a!noção!de!classificação!(PIZZIO,!2011),!a!posição!de!que!o!classificador!seria!na!verdade!

um!caso!de!Agreement,(GLUECK!&!PFAU,!1998),,e!ainda!a!possibilidade!de!que!eles!sejam!fruto!de! incorporação! sintático! ou! semântica! (BAKER,! MITHUN,! 2002! E! OUTROS).! Tivemos! como!

objetivo! no! estudo! problematizar! as! relações! de! se! pensar! os! classificadores! como! unidades!

estanques!(morfemas!ou!núcleos)!na!língua!cotejando!as!diferentes!posições!assumidas.!Ao!final,!

consideramos!sobre!como!as!diferentes!posições! teóricas!não!dão!conta!da! recategorização!do!

fenômeno!da!classificação!em!LIBRAS,!uma!vez!que!esta!análise!é!somente!pontual!e!o!assunto!

ainda!encontraYse!aberto!para!outras!intervenções.!!!

!

!

!

Ordem"de"constituintes"e"prosódia"em"karitiana:"o"caso"das"orações"relativas"de"objeto"

Karin"Camolese"Vivanco"(Universidade"de"São"Paulo)"!

Palavrascchave:#ordem"de"palavras,"prosódia,"relativas"de"núcleo"interno"!

Essa!apresentação!busca!discutir!a!interação!entre!ordens!de!constituintes!e!prosódia!nas!

orações! relativas! do! karitiana.! Falada! por! cerca! de! 400! pessoas! no! estado! de! Rondônia,! o!

karitiana!é!a!única!língua!representante!da!família!Arikém!(tronco!Tupi).!Segundo!Storto!(1999),!

as!relativas!dessa!língua!seriam!de!núcleo!interno!(i.e.,!o!núcleo!se!encontraria!dentro!da!própria!oração!encaixada).!Relativas!de!objeto!teriam!o!verbo!marcado!com!o!morfema!!{tiY},!igualmente!

presente!em!construções!de!foco!do!objeto!e!perguntas!quY!de!objeto.!!

Em!um!experimento!de!produção,!os!falantes!produziram!relativas!de!objeto!com!ordens!

OSV!e!SOV!(Vivanco,!2014):!

!

(1)! Oração"relativa"de"objeto"com"a"ordem"OSV!Yn,, Ø3na3aka3t, ,,,i3pyting3Ø, , [boet, Luciana, ti3m‘a]3ty.,,1s!! 3YDECLYCOPYNFUT! !!!NOMYquererYCON.ABS.! ![colar! Luciana! ! CFOYfazerY!OBL!!

‘Eu!quero!o!colar!que!a!Luciana!fez.’!

(2)! Oração"relativa"de"objeto"com"a"ordem"SOV!Yn, Ø3na3aka3t,, ,,,i3pyting3Ø, , [Ana,, pykyp,,ti3pipãram<a>]3ty.,,1s! 3YDECLYCOPYNFUT!!!!NOMYquererYCON.ABS! [Ana! roupa! CFOYcosturou<v.e.>]YOBL!!

‘Eu!quero!a!roupa!que!a!Ana!costurou.’!

!

Em! línguas! com! relativa! variabilidade! de! ordens! de! constituintes! (tradicionalmente!

chamadas! de! “não! configuracionais”! Y! veja! Hale! 1983,! 2013),! a! serialização! dos! NPs! seria!

regulada!por!outros!fatores!além!de!sua!função!sintática!(Fanselow!1990).!A!prosódia!seria!um!

deles,! pois! ela! interagiria! com! a! posição! do! objeto! em! línguas! como! o! alemão! e! o! ucraniano!

(Fanselow!2010;!AntonyukYYudina!&!Mykhaylyk!2013).!O!exame!dos!dados!de!Vivanco!(2014)!

mostrou!que!a!prosódia!também!parece!interagir!com!a!ordem!de!constituintes!em!karitiana:!em!

relativas! de! objeto! SOV! como! (2),! o! sujeito! é! prosodicamente! saliente,! enquanto! o! objeto! é!

sempre!não!acentuado!e!forma!um!sintagma!entoacional!com!o!verbo.!!

Visto! que! a! ordem! de! constituintes! default! (visível! em! ambientes! subordinados)! seria!SOV!em!karitiana,!assumimos!que!o!objeto!não!se!move!para!a!periferia!da!oração!em!relativas!

de! objeto! SOV.!Nos! contextos!de!produção!dessas! sentenças,! o! referente!do!núcleo!da! relativa!

Page 46: Caderno de Resumos III CIEL

45!

!

tinha!sido!sempre!previamente!estabelecido!no!discurso.!Segundo!Enç! (1991),!DPs!definidos!e!

específicos! têm! seus! referentes! ligados! a! referentes! discursivos! previamente! estabelecidos;!

assim,! podemos! considerar! o! núcleo! dessas! relativas! como! definido! e/ou! específico! seguindo!

essa!visão.!Por!questões!semânticas,!elementos!dessa!natureza!precisam!se!mover!para!fora!do!

sintagma!verbal! (Diesing!&! Jelinek!1995).! !Nossa! análise! é!de!que,! quando!o!deslocamento!do!

objeto! não! ocorre! (i.e.,! em! relativas! de! objeto! SOV),! o! componente! fonológico! executaria! uma!restruturação!prosódica!que!geraria!o!padrão!observado.!Mostraremos!ainda!que!esse! cenário!

seria!similar!a!alguns!outros!fenômenos!de!movimento!opcional,!que!apresentam!uma!prosódia!

marcada!na!ausência!de!movimento.!

!

O"licenciamento"de"locativos"na"posição"de"sujeito"no"PB"

Zenaide"Dias"Teixeira"(UEG)"e"Heloísa"M."M."L."de"A."Salles"(UnB)""

Palavrascchave:"advérbio;"locativo;"posição"de"sujeito.""

Pesquisas!como!as!de!Pontes!(1986;!1987),!Munhoz!e!Naves!(2010),!Pilati,!Naves!e!Salles!(2013)!

demonstram! que! uma! das! estratégias! utilizadas! para! o! preenchimento! do! sujeito! no! PB! é! o!

alçamento!de! advérbios! locativos! e/ou! sintagmas! locativos! para! a! posição!de! sujeito.! Entre! os!

argumentos! para! a! hipótese! de! os! locativos! ocorrerem! na! posição! de! sujeito,! constam:! 1! –! o!

desencadeamento!de!concordância!verbal!“A!Belina!cabe!60l!de!gasolina”/!“*A!Belina!cabem!60l!

de! gasolina”! (Pontes,! 1986:19);! 2! –! a! ocorrência! anteposta! ao! verbo! (posição! canônica! de!

sujeito);! 3! –! a! possibilidade! de! serem! coindexados! a! uma! categoria! (nula! ou! pronominal)! que!

desempenha! o! papel! de! sujeito! em! oração! coordenada! ou! encaixada:! “Essas! casasi! batem!

bastante! sol! e! não! ei! possuem! sistema! de! captação! de! energia! solar”,! “Essas! casasi! batem!

bastante!sol!porque!ei!ficam!distantes!das!árvores”!(Munhoz!e!Naves,!2010,!p.2).!Munhoz!e!Naves!

sustentam! ainda! que! as! estruturas! de! tópicoYsujeito! locativo! são! licenciadas! com! verbos!

inacusativos! biargumentais.! Assim,! tópicosYsujeito! locativos! não! ocorrem! em! contextos! que!

envolvem!o!alçamento!de!sintagma!modificador,!como!a!seguir:!“O!carro!furou!o!pneu”/!“*Aqui!

furou! o! pneu”.! Adotando! Cinque! (1999),! notamos! que! a! possibilidade! de! ocupar! a! posição! de!

sujeito!interage!com!a!tipologia!sintática!dos!advérbios,!pois!está!restrita!aos!advérbios!ditos!de!

VP.!Ao!contrastarmos!dados!em!que!advérbios!e!NPs! locativos!ocupam!a!posição!de!sujeito!no!

PB,! notamos! também! que! NPs! locativos! comportamYse! de! maneira! distinta! de! advérbios!

locativos.!NPs!locativos!são!capazes!de!desencadear!concordância,!enquanto!advérbios!locativos!

não:! “Essas! casas! batem! sol”! (Pontes,! 1986);! “*Aqui! e! ali! batem! sol”.! Concluímos! que,!

diferentemente! dos! NPs! plenos,! que! possuem! traços! de! número! e! pessoa,! licenciando! o!

desencadeamento!de!concordância!no!plural,!os!advérbios!locativos!não!manifestam!a!categoria!

„número‟,! inerentemente,! embora! manifestem! a! categoria! „pessoa‟.! Nesse! sentido,! a! Sonda! T!

identifica!o!traço!(interpretável)!de!pessoa!no!sintagma!locativo,!e!ocorre!a!operação!Agree,!que!

permite! a! checagem!do! traço! (nãoYinterpretável)! de! 3a! pessoa! em!T.!Na! ausência! do! traço! de!

número! no! advérbio! locativo,! o! traço! (nãoYinterpretável)! de! número! em! T! é! validado! como!

singular,!que!é!a!opção!default!no!sistema!de!flexão!do!verbo.!!

!

!

!

!

Page 47: Caderno de Resumos III CIEL

46!

!

A"expressão"sintática"da"estrutura"argumental"na"interlíngua"dos"surdos"aprendizes"português"de"L2"

Hely"Cesar"Ferreira"(UnB)""

Palavrascchave:"L2"/L1,"argumento,"pronomes"nulos,"preposição.""

O! presente! trabalho! busca! analisar! as! atividades! de! produções! escritas! pelos! alunos! surdos!

matriculados!em!contexto!educacional!onde!será!a!pesquisa!de!realização!na!Escola!para!Surdos!

de! UberabaYMG.! Este! trabalho! tem! como! objetivo! principal! fazer! a! verificação! se! há! a!

variabilidade! de! argumentos! interno! e! externo! nas! sentenças! produzidas! por! surdos! em!

português!como!segunda!língua,!considerando!a!interferência!da!L1!na!interlíngua.!Essa!análise!

poderá! ser! apresentada! como! fundamento! teórico!para! a!metodologia! de! ensino!de!português!

como! segunda! língua! (L2).! Partindo! da! hipótese! de! que! a! aquisição! de! L2! é! mediada! pela!

primeira! língua! (L1),! com!acesso!parcial!à!Gramática!Universal! (GU)! (cf.!Chomsky!1986;!1995;!

White!2003),!temYse!a!observação!de!que,!apesar!da!interferência!de!LIBRAS,!a! interlíngua!não!

viola!os!princípios!da!GU.!Como!metodologia!foram!acolhidos!os!textos!produzidos!pelos!alunos!

surdos,!através!de!diferentes!técnicas!e!recursos,!a!criatividade!e!a!capacidade!dos!alunos!surdos!

de! externar! seus!pensamentos!de! forma! clara! e! objetiva;! utilizar! vocabulário!que! esteja! sendo!

trabalhado! em! aula! (verbos,! substantivos,! adjetivos,! pronomes,! preposições,! conjunções)! em!

português;! criar! a! produção! textual! como! histórias,! frases! contextualizadas! por! meio! da!

pedagogia! visual.! Após! análise! preliminar! foram! encontrados! problemas! na! realização! de!

argumentos!internos!e!externos,!que!podem!ocorrer!nulos!ou!sem!as!marcas!formais!da!línguaY

alvo! (português).! Os! dados! da! interlíngua! mostram! interferência! da! L1,! uma! vez! que! não! há!

associação! entre! as! marcas! formais! de! LIBRAS! na! codificação! da! referência,! e! o! sistema!

pronominal!do!português!([Eles]![se]Conhece![desde]!criança).!!

!

!

!

Verbos"de"Trajetória:"Teoria"gramatical"e"ensino"de"gramática"na"Educação"Básica"

"Letícia"da"Cunha"Silva"(UnB)"Rozana"Reigota"Naves"(UnB)"

"Palavrascchave:"Verbos"de"trajetória."Locativo."Competência"linguística.""

!

Esta! pesquisa! investigou! o! estatuto! do! sintagma! preposicional! com! referência! locativa!

relacionado!a!verbos!de! trajetória,! em!estruturas!como!“João! foi!para,casa”!e! tem!por!objetivo!confrontar! a! competência! linguística! do! falante! com! o! conhecimento! gramatical! explícito,!

transmitido! por! instrução! formal! via! livro! didático,! acerca! do! referido! objeto! de! análise.! O!

problema! de! pesquisa! refereYse! à! incoerência! entre! o! conhecimento! intuitivo! do! falante,! que!

presume! facilmente!o! locativo!para!a!boa! formação!de! sentenças! com!verbos!de! trajetória,! e! a!

instrução!formal,!que!insiste!em!ensináYlo!como!adjunto!adverbial,!a!despeito!de!toda!a!discussão!

na!teoria!linguística!a!favor!do!caráter!argumental!do!locativo!nesse!tipo!de!estrutura.!À!luz!dos!

trabalhos! de! Souto! (2004);! Corrêa! (2005);! Silva! e! Farias! (2011)! e!Naves! e! Lunguinho! (2013),!

desenvolveuYse!a!hipótese!de!que!o! locativo!com!verbos!de! trajetória!desempenha!uma! leitura!

aspectual!do!evento,!podendo!ser!apagado!diante!de!certos!operadores!gramaticais!ou!mediante!

um!contexto!discursivo!prévio!ou!dêitico,!comportandoYse!como!uma!espécie!de!objeto!nulo.!!

Page 48: Caderno de Resumos III CIEL

47!

!

Para! tanto,! utilizouYse! a! distinção! entre! aquisição! e! aprendizagem,! conforme!Kato! (2005)! e! as!

concepções!de!conhecimento!implícito!da!língua!(CIL)!e!conhecimento!explícito!da!língua!(CEL),!

segundo!Duarte! (2008)! e! Costa! et,al! (2011).! A!metodologia! apoiouYse! na! análise! de!materiais!didáticos!e!na!aplicação!de!testes!de!julgamento!de!aceitabilidade!junto!a!estudantes!do!8º!ano!

do!Ensino!Fundamental,!além!de!um!teste!de!produção!escrita!eliciada!a!fim!de!verificar!como!a!

competência! sobre! o! fenômeno! se! revela.! Os! resultados! obtidos! confirmaram! parcialmente! a!

hipótese!inicial,!apresentando!variação!entre!os!tipos!de!verbo!e!a!exigência!de!um!locativo!nas!

estruturas!investigadas.!

!

!

“Presente"histórico”"e"classes"accionais"

Denise"Miotto"Mazocco"(UFPR)""

Palavrascchave:"evento;"aspecto;"tempo"verbal."!

Este! trabalho! investiga! eventos! que,!mesmo! com! tempo! verbal! no! presente,! são! interpretados!

como!passado,!partindo!de!uma!análise!que! leva!em!conta!as!classes!accionais!e!os!elementos,!

para! além! do! verbo,! que! garantem! a! localização! temporal.! Vendler! (1967)! observou! que! nos!

verbos!achievements! o! tempo!verbal!no!presente!quase! sempre! indica!passado,!por! exemplo!a!sentença! Now, he, finds, the, treasure! (VENDLER,! 1967,! p.103)! não! é! utilizada! para! indicar! um!encontro,do,tesouro!simultâneo!a!um!momento!de!fala;!ela!leva!à!interpretação!de!que!o!evento!de!encontrar!já!ocorreu.!Esses!verbos!são!produtivos!em!textos!de!História!(fontes!de!sentenças!

que!compõem!nosso!corpus);!são!comuns!exemplos!como!Inglaterra,invade,a,França,!Rei,Ricardo,morre, na, batalha.! Isso,! porém,! já! não! ocorre! com! estativos, como! O, presidente, do, Brasil, sabe,governar,! com! atividades, João, corre! e! com! accomplishments! João, constrói, a, casa,! cuja!interpretação!temporal!é!de,!respectivamente,!presente!de!predisposição,!presente!de!hábito,!ou!

iterativo,! presente! estreito,! ou! perfectivo! (CASTILHO,! 2010).! Defendemos! aqui! que! a!

interpretação! do! tempo! presente! veiculando! uma! leitura! de! passado! se! dá! pela! existência! de!

outros!elementos!que! “jogam”!o!evento!para!o!passado,! isto!é,!a! leitura! temporal!não!depende!

somente! o! verbo.! Nos! exemplos,! Getúlio, Vargas, sabe, governar,! A, família, real, corre, quando,Napoleão, chega! em, Portugal! e! JK, constrói, Brasília,! há! nomes! de! indivíduos! –! Getúlio! Vargas,!família! real! e! JK! –! que! expressam! tempo.! ChamamoYnos! de! indivíduos! temporalizados!

(MAZOCCO,!2014),!que!são!constituídos!por!expressões!denotadoras!de!intervalos!(MÓIA,!2003).!

ObservaYse!que!uma!sentença! com!um!verbo!achievement!pode! ter!uma! leitura!ambígua! como!João, chega, tarde, em, casa! –! presente! histórico! ou! hábito! –,! mas! quando! há! um! indivíduo! que!marca!tempo!como!em!Napoleão,chega,tarde,na,Rússia,!mantémYse!apenas!a!leitura!do!evento!no!passado.! Logo,! uma! proposta! de! representação! que! daria! conta! dessas! sentenças! não! deveria!

levar!em!conta!apenas!momentos,!ou!intervalos,!de!tempo!–!os!momentos!de!fala,!de!evento!e!de!

referência!de!Reichenbach!(1947),!por!exemplo!–,!mas!sim!considerar!o!evento!e!os!elementos!

que!os!constituem!–!como!Link!(1998)!que!propõe!uma!representação!de!conjuntos!com!a!tupla!

M!=!<A,E,T,H,!Ɛ!,R,!π,!τ,!σ>,!em!que!o!conjunto!de!eventos!E,!de!indivíduos!I!e!de!papéis!R!estão!

interrelacionados.! ! Diante! disso,! este! trabalho! se! propõe! a! analisar! a! manutenção! ou! não! de!

algumas! propriedades! accionais! dos! verbos! (conforme! a! classificação! proposta! por! Rothstein!

(2004))!com!o!tempo!verbal!no!presente,!mas!que!indicam!eventos!localizados!no!passado.!Por!

exemplo,!João,luta!é!um!evento!atélico,!lutar!é!uma!atividade,!já!em!João,luta,na,Segunda,Guerra!há!a!telicidade.!A!hipótese!é,!portanto,!que!algumas!dessas!propriedades!de!determinados!verbos!

se!alteram!em!decorrência!de!sua!combinação!com!o!tempo!histórico.!!

!

!

Page 49: Caderno de Resumos III CIEL

48!

!

Orações"Relativas"de"Grau"em"PB:"Implicações"sintáticocsemânticas"

Wagner"Luiz"Ribeiro"dos"Santos""Palavrascchave:"Relativas;"Maximalização;"Interface"sintáticocsemântica""!

O!presente!trabalho!tem!como!objetivo!discutir,!à!luz!da!Gramática!Gerativa,!as!orações!relativas,!

propondo! uma! nova! classificação! semântica! para! tais! orações:! a! classificação!maximalizadora.!

Tendo!como!base!Grosu!&!Landman!(1998),!Grosu!(2002),!Bianchi!(1999),!Szczegielniak!(2012)!

e!De!Vries!(2002),!propomoYnos!analisar!as!chamadas!Relativas!de!Grau!do!Português!Brasileiro,!

fazendoYo!a!partir!de!uma!proposta!de!maximalização!do!DPY!Alvo.!Tais!relativas,!em!português,!

podem! ser! divididas! em!dois! subgrupos:! as! relativas! existenciais! e! as! relativas! de! quantidade,!

vistas!nessa!pesquisa!como!orações!que!apresentam,!com!o!nome!relativizado,!uma!relação!de!

quantificação!de!grau.!!

Para! Grosu! &! Landman! (1998),! as! relativas! maximalizadoras! são! aquelas! que! apresentam!

semântica! relacionada! à! quantidade! especificada! pela! relativa,! tomando! o! Núcleo! da!

relativização!(o!N!do!DPYAlvo)!por!completo.!Além!disso,!na!visão!dos!autores,!a! interpretação!

desse! tipo! de! relativa! se! daria! no! interior! do! CPYrelativo,! e! não! no! domínio! da! oração!matriz,!

conforme!acontece!com!as!relativas!restritivas!e!explicativas,! como!aponta!a! literatura!sobre!o!

tema.!Para!Szczegielniak!(2013),!a!relação!de!grau,!no!caso!estudado,!a!maximalização,!ocorreria!

pelo! movimento! de! um! DegP! do! interior! da! relativa! para! a! posição! de! SpecYCP,! sendo!

foneticamente!nulo.!!

De!forma!geral,!as!relativas!são!analisadas,!tradicionalmente,!como!um!conjunto!semântico!que!

se! relaciona! com! o! conjunto! denotado! pelo! NPYAlvo! e,! a! partir! dessa! relação,! temYse! a!

classificação!semântica!da!relativa.!A!proposta!de!análise!maximalizadora!diferenciaYse!da!forma!

tradicional!de!análise!proposta!pela!Linguística!(incluindo!a!Gramática!Normativa),!porque!tais!

orações!não!buscariam!destacar!parte!de!um!conjunto!maior!por!meio!de!uma!intersecção,!como!

acontece! com! as! relativas! restritivas;! ou! demonstrar! serem! dois! conjuntos! iguais,! como! o! faz!

uma!relativa!explicativa.!!

A! aplicação! dessa! nova! classificação! semântica! às! relativas! de! grau! se! dá,! pois,! ainda! segundo!

Grosu! &! Landman! (1998),! tais! orações! não! denotam! indivíduos,! mas! “porções”! desses!

indivíduos,! agindo! diretamente! sobre! a! ideia! de! quantidade,! não! do! conteúdo! do! nome!

modificado.! A! ideia! denotada! é! a! de! que! TODOS! os! indivíduos! são! influenciados! pela! noção!

trazida!pela!relativa.!

!

!

As"diferenças"entre"o"que"se"fala"e"o"que"se"escreve"no"português"do"Brasil:"a"aquisição"de"clíticos"de"terceira"pessoa"como"L1"e"L2"

Lara"Ribeiro"da"Silva"(UNICAMP)"

Palavrascchave:"aquisição"de"linguagem,"gramática"gerativa,"clíticos."

,Em! estudos! recentes! de! base! gerativista! sobre! a! sintaxe! do! português! brasileiro,! tais!

quais! o! de! Galves! (2001),! se! observa! que,! por! diversos! motivos,! o! PB! está! se! afastando! do!

português!europeu.!Embora!a!escrita!ainda!se!mantenha!conservadora!e!vertentes!da!Gramática!

Tradicional! proponham! um! padrão! único! para! as! duas! variedades! da! língua! portuguesa,! Kato!

(2009)!afirma!que!a!distância!entre!o!português!falado!é!tal!em!relação!à!norma!escrita!que!esta!

só!pode!ser!reconhecida!como!língua!estrangeira!pelo!falante!do!PB.!!

Page 50: Caderno de Resumos III CIEL

49!

!

Enquanto! certos! aspectos! dessas! mudanças! sintáticas! recentes! são! verdadeiramente!

estigmatizados,! isso!não!ocorre!com!as!mudanças!em!relação!ao!clítico!de! terceira!pessoa!“se”.!

De!acordo!com!estudos!realizados!por!Galves!(2001),!“se”!tem!nítida!tendência!em!desaparecer!

do!PB.!!

Diante!dessas!constatações,!este!trabalho!se!propõe!a!testar!a!hipótese!de!que!a!aquisição!

de!clíticos!de!terceira!pessoa!para!o!PB!se!comporta!como!em!L2!através!de!um!panorama!sobre!

os! estudos! realizados! até! o! momento! sobre! a! aquisição! de! clíticos,! com! foco! nos! clíticos! de!

terceira! pessoa,! tanto! com! L1! e! L2.! Para! tanto,! pretendeYse! analisar! alguns! trabalhos! já!

realizados!sobre!o!assunto! tais! como:!o!de!Wexter!et!al! (2003)!sobre!a!omissão!de!clíticos!em!

catalão!e!em!espanhol;!o!de!Wexler&Tsakali!(2003)!sobre!a!possibilidade!da!omissão!de!clíticos!

ser!universal!durante!o!período!da!aquisição!de!linguagem;!e!o!de!Costa!&!Lobo!(2006)!sobre!a!

aquisição!de!clíticos!em!PE.!!

A! análise! a! ser!desenvolvida!neste! trabalho! se!baseia!no! trabalho!de!Nunes! (1990),!no!

qual! o! autor! estabelece!o! estatuto! teórico!das! construções!que!envolvem!o! “se”,! apassivador! e!

indeterminador,!dentro!do!quadro!da!Teoria!da!Regência!e!Ligação!(CHOMSKY,!1981)!e!traça!o!

percurso!diacrônico!dessas!construções!no!PB.!

O!autor!registrou!alterações!relativas!principalmente!à!presença/ausência!desse!clítico!e!

também! quanto! à! concordância! entre! o! verbo! e! o! argumento! interno.! Quanto! às! formas!

inovadoras!encontradas!no!PB,!ele!dá!destaque!para!três!delas:!

!

1)! Preferência!pela!discordância!entre!o!verbo!e!o!argumento!interno;!!

(a)!Também!desenterrouYse!outras!coisas!semelhantes.!(NUNES,!1990)!

2)! Elisão!do!clítico!“se”!em!sentenças!finitas!e;!!

(a)!No!Brasil,!não!se!usa!mais!saia.!(GALVES,!1987)!

(b)!No!Brasil,!não!Ø!!usa!mais!saia.!(idem)!

3)! Inserção!do!clítico!“se”!em!sentenças!infinitas.!!

(a)!João!é!difícil!de!Ø!pagar.!(GALVES,!1997)!

(b)!João!é!difícil!de!se!pagar.!(idem)!

!

Por!fim,!este!trabalho!também!se!vale!de!outros!trabalhos!de!Galves!(1987,!1997,!2011)!

sobre!essas!construções,!em!que!ela!aborda!questões!concernentes!à!variação!do!clítico!“se”!a!fim!

de!comprovar!que!“as!variações!dialetais!observáveis!no!Brasil!constituem!mais!um!argumento!

em! favor! da! hipótese! da! existência! de! uma! sintaxe! brasileira! muito! claramente! distinta! da!

sintaxe!portuguesa”!(GALVES,!2001,!p.!43).!Nesse!sentido,!o!que!se!espera!é!encontrar!processos!

bastante!diversos!entre!o!que!ocorre!na!fala,!tal!qual!descrito!por!Nunes!(1990),!e!na!escrita.!

!

!

!

O"estatuto"sintático"dos"pronomes"reduzidos"no"português"dialectal"de"Minas"Gerais"e"Goiás"

!

Manoel"Bomfim"Pereira"(UnB)""

PalavrascChave:"Clítico,"Pronome"forte,"Pronome"reduzido."!

A! redução! morfofonológica! em! formas! pronominais! do! PB! tem! sido! amplamente! investigada,!

principalmente!no!que!se!refere!ao!pronome!cê,!cujo!estatuto!na!sintaxe!do!português!brasileiro!(PB)! contemporâneo! recebe! diferentes! análises.! Vitral! (1996),! a! partir! da! noção! de!

gramaticalização!(proposta!por!Meillet,!1958),!examina!o!estatuto!do!item!cê,!no!português!atual,!e! propõe!que! essa! forma! constitui! uma! etapa!do!processo!de! gramaticalização!da! forma!vossa,

Page 51: Caderno de Resumos III CIEL

50!

!

mercê.,Segunda!essa!proposta,!o!item!lexical!vossa,mercê!>!passa!a!ser!o!item!gramatical!você,>!que! se! torna!o! clítico!cê,! cujo! estágio!posterior! seria,! por!hipótese,! o!de! afixo! flexional.!Ramos!(1997)! concorda! com! essa! proposta! e! defende! que! o! item! cê, é! uma! proforma! em! fase! de!gramaticalização.!Petersen!(2008)!vai!de!encontro!à!proposta!de!Vitral!(1996)!e!Ramos!(1997)!e!

defende,! em! função!da! teoria!da! tripartição!pronominal!de!Cardinaletti! e! Starke! (1999),! que! a!

forma!cê,é!um!pronome!fraco,!ou!seja,!não!é!um!clítico.!Vitral!&!Ramos!(2010)!rebatem!os!contraYargumentos!apresentados!por!Petersen!e,!embora!reconheçam!os!pontos! fracos!de!sua!análise,!

reafirmam!a!hipótese!de!que!a!visão!da!cliticização!como!um!processo!é!a!mais!promissora.!Em!

tese,! cê! é,! portanto,! um! tipo! de! pronome! que! não! pode! ser! identificado! nem! como! pronome!tônico! (como! é! o! caso! de! você),! nem! como! pronome! clítico,! porque! tem! distribuição! sintática!diferente! desses! pronomes.!Nosso! objetivo! neste! trabalho! é! investigar! as! estruturas! nas! quais!

ocorrem!os! itens!cê,,ê/ea,,ês,(redução!dos!pronomes!você,!ele/ela,e!eles,! respectivamente)!com!vistas! a! verificar! a! relação! entre! a! estrutura! formal! desses! pronomes! e! sua! distribuição! na!

estrutura! oracional,! tendo! em! vista! a! hipótese! de! que! pronomes! fortes,! fracos! e! clíticos!

manifestam! estrutura! distinta! (Cardinaletti! &! Starke! 1999).! Para! tanto,! consideraremos! sua!

distribuição! como! sujeito! ou! objeto! (argumento! interno),! como! complemento! de! preposição,!

além! de! posição! adjacente! ao! verbo! temático.! O! corpus! analisado! é! composto! por! dados! do!português!falado!em!Minas!Gerais!(corpus!do!Projeto!Mineirês,!disponibilizado!por!Jânia!Ramos!

(POSLIN/UFMG))! e! em! Goiás! (disponível! em! Rezende! 2008).! Em! uma! análise! preliminar,!

identificamos! vários! fenômenos,! em! particular! a! realização! da! proforma! cê! na! posição! de!complemento! de! preposição! na! estrutura! do! VP! (Doraci, falou, assim, “eu, dô, a, vaga, pro, cê”)! /!(...agora, eu, prá, fala, isso, com, cê# num, vermeiei, não),! contrariando! a! proposta! dos! autores!supracitados,!que!não!prevê!cê,nestes!contextos.!Quanto!às!proformas!reduzidas!do!pronome!de!3ª! pessoa,! constatamos! que! elas! ocorrem! nos! diferentes! contextos! sintáticos! citados,! exceto!

como!o!segundo!objeto!em!estruturas!de!objeto!duplo!(Salles!2013)!(oCÊ!que!vai!busca!ele!pra!

mim;!eu!dô"ê!__de!novo;!e!nós!ficô!cá!fazeno!ca!velório!ele/*ê).!Buscamos!discutir!as!implicações!da! distribuição! da! forma! reduzida! desses! pronomes,! tomando! por! base! o! modelo! teórico! da!

gramática!gerativa,!particularmente,!no!âmbito!do!Programa!Minimalista!(Chomsky!1995,!2001!

e!2004).!

""

“Você"abre"o"livro”"c"aspectos"sintáticos"de"sentenças"imperativas"no"PB:"licenciamento"de"sujeitos"(scv)"versus"sentenças"declarativas"

"Moacir"N."F."Junior"

!

Palavrascchave:"imperativo;"forma"supletiva;"traço"optativo;"ordem"SV/VS.!

O!objetivo!deste!trabalho!é!investigar!aspectos!relacionados!à!estrutura!sintática!das!sentenças!!

imperativas!!no!!português!!brasileiro!!(PB),!!na!!comparação!!com!!o!!português!europeu!!(PE).!!A!

tradição! gramatical! ! classifica! ! o! ! PE! ! como! ! língua! ! de! ! imperativo! verdadeiro,! por! possuir!

morfologia!verbal!própria!ao!modo!imperativo!!(RIVERO!1994;!RIVERO!&!TERZI!1995;!SCHERRE!

ET!AL.!2007).!Além!da!morfologia!própria,!entre!as!!particularidades!!do!!imperativo!!verdadeiro,!!

consta!!a!!possibilidade!!de!!realização!!de!sujeito!!préYverbal.!!Conforme!!proposto!!em!!Ferreira!!

Junior!!(2011)!!e!!Ferreira!!Junior!!&!Salles!!(2014),!!uma!!característica!!do!!modo!!imperativo!!é!!

o!!licenciamento!!de!!um!!traço!optativo!em!C,!responsável!por!não!exigir!o!movimento!do!verbo!

para!essa!categoria,!o!que!interage!com!a!possibilidade!de!o!verbo!ocorrer!na!série!supletiva!do!

indicativo!e!do!subjuntivo,!em!virtude!da!neutralização!da!oposição!indicativo!vs!subjuntivo!no!

sistema! verbal! no! PB,! em! configurações! de! complementação! com! verbos! volitivos! (Quero! que!

Page 52: Caderno de Resumos III CIEL

51!

!

você/ele! !entre/! !entra! !aqui).! !Essa! ! configuração! !além! !de! !não! ! restringir! ! a! !ocorrência! !de!

marcadores! negativos,! também! licencia! ! a! ocorrência! ! de! sujeito! préYverbal! e! pósYverbal! em!

sentenças! imperativas! do! PB.! ! Esse! licenciamento! ! é! apresentado! em! nossa! proposta!

considerandoYse! ! que! ! na! ! oração! ! com! ! sujeito! ! préY! ! verbal,! ! o! ! verbo! ! permanece! ! em! ! T,!

enquanto!na!oração!com!sujeito!pósYverbal!o!verbo!se!move!para!C!–!a!opcionalidade!na!ordem!

SV/VS!indica!a!opcionalidade!do!movimento,!não!havendo!contraste!semântico.!ConsiderandoYse!!

que!!o!!PB!!é!!uma!!língua!!de!!ordem!!VS!!restrita!!(cf.!!PILATI!!2006),!!a!ausência!de!restrição!à!

ocorrência! da! sentença! imperativa! com! ordem! VS! é! atribuída! à! codificação! ! da! ! força!!

ilocucionária!!imperativa!!com!!a!!lexicalização!!do!!traço!!formal!optativo!em!C!pelo!movimento!

do! verbo.! Quanto! às! sentenças! imperativas! com! ordem! SV,! nossa! hipótese! é! a! de! que! existe!

diferença!em!relação!à!sentença!declarativa!com!ordem!SV,!a!qual!é!resolvida!como!a!seguir:!(i)!

sendo! a! forma! verbal! supletiva! oriunda! do! ! subjuntivo,! ! não! ! há! ! ambiguidade,! ! e! ! o! ! traço!!

optativo! ! em! !C! ! é! ! verificado! !na! ! sintaxe! fechada!pelo!verbo!em!T! ([CP!COPT! [TP!Você!entre!

aqui]]);! (ii)! sendo! a! forma! verbal! supletiva! ! oriunda! ! do! ! indicativo,! ! a! ! força! ! ilocucionária!!

imperativa! ! será! !deduzida! !do!contraste!com!a! interpretação!não!habitual/!genérica!de!T.! !No!

intuito!de!investigar!esse!contraste!!semântico,!!consideramos!!a!!proposta!!de!!de!!Reichenbach!!

(1947),!!que!!assume!três!!pontos!!de!!localização!!temporal:!!!ponto!!de!!fala!!S!!(point!!of!!speech),!!

ponto! !de!referência! ! !R! !(point! !of! !reference)! !e! !ponto! !do! !evento! !E! !(point! !of! !event).! ! !Em!!

nossa!análise,! investigamos!a!hipótese!de!que!as!sentenças!imperativas!supletivas!com!a!forma!

verbal!!oriunda!!do!!indicativo!!!!possuem!!uma!!configuração!!semântica!!diferente!!de!sentenças!

no!presente!do!indicativo.!Para!o!presente,!o!autor!propõe!que!os!três!pontos!de!!referência!!são!!

coincidentes,!!o!!que!!gera!!uma!!configuração!!SYRYE.!!Já!!as!!sentenças!imperativas!com!formas!

verbais! oriundas! do! indicativo! possuem! uma! configuração! ! com! um! ponto! de! discurso! (S)!!

anterior!!ao!ponto!de!referência!(R)!!!e!!ao!ponto!do!evento!!(E),!que!ocorrem!simultaneamente,!

gerando!um!sistema!SYYYR,!E.!

!

!

Prepositions"as"complementizers"in"Brazilian"Portuguese:"modal"markers"and"obviators"

Daniel"Machado"(UnB)"!

Keywords:"Prepositions,"Complementizers,"C"projection.""This! paper! discusses! the! grammaticalization! of! prepositions! introducing! infinitival! clauses! in!

Brazilian!Portuguese!(BP).!Assuming!that!C!projection!bears!features!of!modality!and!finiteness,!

as! previously! proposed! (cf.! RIZZI! 1997),! we! argue! that! prepositions! introducing! infinitival!

clauses! in!Brazilian!Portuguese!carry! lexical!and! irrealis!properties,! further!encoding!obviation!

effects!(cf.!SALLES!2009).!!

!

The! irrealis! feature! of! prepositional! complementizers! in! BP! can! be! attested! by! its! finite!counterpart,!which!appears!in!a!subjunctive!form!(see!1aYb;2).!Morover!the!preposition!‘para’!in!

BP!carries!the!property!of!licensing!the!obviation!effect!(see!3a).!

This!phenomenon!is!also!found!with!subject!clauses!(see!5),!and!the!soYcalled!ergative!adjectives!

with!the!copula!verb!to,be!(see!6)!(cf.!Cinque!1990).!Given!this!pattern!it!is!possible!to!say!that!the!preposition!marks!the!reanalysis!of!the!subject!infinitival!clause!as!a!complement!clause!(see!

7),! as! in! the! presence! of! the! preposition,! the! embedded! clause! cannot! be! found! in! the! first!

position.!We!take!this!restriction!to!interact!with!the!SVO!word!order!pattern!of!BP!(MACHADO,!

2013).!

,,,,

Page 53: Caderno de Resumos III CIEL

52!

!

(1a)!Eu!pedi!a!Maria!para!sair!daqui!(=Eu!pedi!a!Maria!que!saísse!daqui)!

(1b)!Eu!sugeri!dela!fazer!o!bolo!(=Eu!sugeri!que!ela!fizesse!o!bolo)!

(2)!Estou!surpreso!de/em/?com!(Daniel)!estar!aqui!!

(3)!a.!Eu!disse!a!Mariai!para!somente!mais!tarde!ei!lavar!o!carro.!(5)!Urge!(d)ele!aparecer!aqui!hoje.!

(6)!É!audácia!demais!(d)ela!vir!aqui!hoje.!

(7)!(*D)ela!vir!aqui!hoje!é!audácia!demais.!!

!

!

Reflexões"sobre"estrutura"argumental"com"base"em"exemplos"do"Kadiwéu"

Ticiana"Andrade"de"Sena"(UNICAMP)""

Palavrascchave:"Estrutura"Argumental,"Morfologia"Distribuída,"Kadiwéu."!

A! apresentação! de! trabalho! aqui! proposta! versará! sobre! as! ocorrências! do! morfema!

verbal! d:3, na! língua! Kadiwéu,! língua! indígena! brasileira! que! faz! parte! da! família! linguística!Guaikurú.! Morfemas! tipologicamente! similares! a! estes! têm! sido! chamados! de! relacionais! por!outros! estudos! brasileiros! em! línguas! indígenas.! O! morfema! verbal! d:3, do! Kadiwéu! foi!pesquisado! por! Sandalo! (2009),! que! propõe! que,! em! certos! casos,! se! trata! de! um! morfema!

inverso.!Mais!especificamente,!quando!o!objeto!é!superior!ao!sujeito,!de!acordo!com!o!padrão!de!

hierarquia!de!pessoa!dessa!língua!(2!>!1!>!3),!um!sistema!de!voz!inversa!é!desencadeado!e!esse!

morfema!se!faz!presente!no!verbo.!Contudo,! foi!constatada,!em!narrativas!Kadiwéu,!a!presença!

do!mesmo!morfema!em!situações!na!quais!ele!não!estava!marcando!a!voz!inversa.!

Embora! pretendaYse! iniciar! retomando! o! estudo! desse! morfema! quando! ele! é! um!

marcador!de!voz!inversa!realizado!por!Sandalo!(2009),!o!trabalho!aqui!proposto!se!centrará!num!

estudo! referente! aos! casos! em! que! o! morfema! d:3, aparece! no! verbo,! mas! com! uma! função!diferente! da! de! marcador! de! voz! inversa.! Os! dados! utilizados! nessa! investigação! são!

provenientes! de! três! fontes:! (1)! dez! narrativas! Kadiwéu! que! fazem! parte! do! banco! de! dados!

Kadiwéu,! pertencente! aos! atuais! Projetos! de! Pesquisa! coordenados! por! Sandalo! —! (a)!!

Hierarquia! de! pessoa! em! línguas! brasileiras:! assimetrias! e! fronteiras! (sob! financiamento! do!

CNPq),!(b)!Fronteiras!e!Assimetrias!em!Fonologia!e!Morfologia!(sob!financiamento!da!FAPESP);!

(2)! os! verbos! registrados! no! dicionário! Português! Y! InglêsY! Kadiwéu,! em! anexo! na! tese! de!

Sandalo! (1996);! (3)! a! lista! de! verbos! conjugados! presente! no! dicionário!KadiwéuYPortuguês! /!

PortuguêsYKadiwéu!de!Griffths!(2002).!

!! O!primeiro!objetivo!desse!estudo!é! identificar!os!tipos!de!verbo!e/ou!as!classes!verbais!

em!que!a!presença!desse!morfema!se!faz!necessária!nas!situações!em!que!ele!não!é!um!marcador!

de! voz! inversa.! A! partir! dessas! informações,! buscaYse! refletir! sobre! a! estrutura! argumental!

desses!casos.!As!reflexões!acerca!da!estrutura!argumental!são!elaboradas!dentro!do!quadro!da!

Morfologia! Distribuída! (Harley,! 1995;!Marantz,! 1997).! A! reflexão! feita! dialoga! bastante! com! a!

proposta! de! estrutura! argumental! apresentada! por! Harley! &! Noyer! (2000).! Considerando! os!

dados!do!Kadiwéu,!parece!adequado!entender!que!condições!de!licenciamento!listadas!nos!itens!

de!vocabulário!são!determinantes!na!estrutura!argumental,!como!proposto!por!esses!autores.!!

"!

!

!

!

Page 54: Caderno de Resumos III CIEL

53!

!

Português"Brasileiro:"uma"língua"de"sujeito"nulo"ou"de"sujeito"obrigatório?""

Fábio"Bonfim"Duarte"(UFMG)"Christiane"Miranda"Buthers"(UFMG)"

"Palavras"chave:"EPP,"sujeito"nulo,"sujeito"obrigatório"

"O!português!brasileiro!atual,!diferentemente!do!português!europeu!e!do!PB!nãoY!contemporâneo,!

tem!apresentado!um!gradativo!aumento!do!preenchimento!da!posição!à!esquerda!do!verbo!em!

orações!finitas,!conforme!é!possível!verificar!pelos!dados!apresentados!em!1!e!2:!!

(1)! Porque! você! vê! todo!mundo! desempregado.! FALA!ESPONTÂNEA)! (2)! Se! constrói! um!país.!

(FALA!ESPONTÂNEA)!!

Em!contextos!como!os!apresentados!em!1!e!2,!se!houver!apagamento!do!sintagma!XP!que!figura!

em! posição! inicial,! o! resultado! é! uma! sentença! pouco! aceitável,! conforme! deixam! entrever! os!

exemplos!a!seguir:!!

(3)!??!Porque!___!vê!todo!mundo!desempregado.!(FALA!ESPONTÂNEA)!(4)!??__!constrói!um!país.!

(FALA!ESPONTÂNEA)!!

Com! base! em! exemplos! como! esses,! a! hipótese! testada! no! decorrer! da! análise! foi! a! de! que! a!

pouca! aceitabilidade! dos! dados! 3! e! 4! está! diretamente! conectada! com! o! fato! de! o! PB!

contemporâneo! apresentar! um! significativo! aumento! no! percentual! de! ocorrência! da! ordem!

sintática! [XP! V! DP].! Um! dos! objetivos! do! trabalho! foi! averiguar! o! estatuto! gramatical! dos!

sintagmas! XPs! que! figuram! em! primeira! posição! destas! construções! sintáticas.! A! pesquisa!

demonstra!que! alguns!desses!XPs! têm! funcionado! como!puros! expletivos,! atendendo! apenas! a!

um!requerimento!da!sintaxe!estrita,! como,!por!exemplo,!a!valoração!de!EPP,!em!conformidade!

com!Chomsky!(1995).!Para!tal!verificação,!usamos!como!pressuposto!teórico!Holmberg!(2000),!

que! analisa! o! fronteamento! estilístico! (Stylistic! Fronting)! presente! nas! línguas! escandinavas.!

Outro!objetivo!investigado!foi!se!a!emergência!desta!ordem!estaria!correlacionada,!ou!não,!com!o!

enfraquecimento!do!sistema!de!concordância!e!com!a!maneira!como!o!PB!satisfaz!ao!traço!EPP!

em!sentenças!finitas.!!

Para! explicar! tal! fenômeno,! a! proposta! delineada! no! trabalho! foi! a! fatoração! de! EPP! em! dois!

traços!distintos:![uD]!e![uP],!conforme!a!seguir:!!

Fatoração!de!EPP!!

Por!meio!dessa! formulação,!é!possível!dar!conta!da!universalidade!do!EPP.!Mais!precisamente,!

essa! proposta! lança! a! ideia! de! que! EPP! é! uma!propriedade! sintática! que! pervaga! em! todas! as!

línguas.! O! que! é! novo! nesta! proposta! é! que! os! traços! acima,! que! constituem! o! EPP,! são!

parametrizáveis!de!língua!para!língua,!de!sorte!que!podem!entrar!na!derivação!como!fracos!ou!

fortes.!Esta!análise!nos!permite!analisar!o!fenômeno!do!sujeito!nulo!de!forma!mais!consistente,!já!

que!dá!conta!de!explicar!as!variações!interlinguísticas!referentes!ao!seu!acionamento.!De!acordo!

com!essa!proposta,!AGR!tem!apenas!uma!função!secundária!no!licenciamento!de!sujeitos!nulos,!

já!que!nem!sempre!a!sua!presença!no!sistema!leva!à!ocorrência!obrigatória!do!sujeito!nulo.!Em!

suma,! a! presente! análise! defende! que! o! PB! atual! é! uma! língua! de! sujeito! nulo! parcial.! É! essa!

propriedade! gramatical! que! permite! que! a! posição! de! sujeito! figure! opcionalmente! nula! em!

certos!contextos!e!sempre!preenchida!em!outros.!Dessa!maneira,!a!emergência!da!ordem![XP!V!

(DP)]!pode!ser!descrita!como!o!efeito!colateral!da!maneira!como!o!traço!EPP!é!valorado!no!PB!

contemporâneo.!!

!

!

!

!

!

Page 55: Caderno de Resumos III CIEL

54!

!

!

O"gerativismo"e"a"sala"de"aula:"contribuições"para"ensino"de"línguas"!

Talita"G."Mensades"Silva"(Universidade"de"Brasília)"Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(Universidade"de"Brasília)"

!

Frente!às!grandes!dificuldades!encontradas!na!educação!nos!dias!de!hoje!e!a!urgente!necessidade!

de! inovação! das! práticas! pedagógicas,! o! presente! trabalho! tem! como! objetivo! relacionar! os!

pressupostos!gerativistas!e!as!possíveis!colaborações!que!eles! têm!dado!ao! “ensino”!de!Língua!

Portuguesa.! Com! uma! metodologia! de! pesquisa! e! reflexão,! investigaYse! a! contribuição! dos!

conceitos!da!teoria!gerativa!e!dos!estudos!ligados!a!ela!em!três!vertentes!relacionadas!à!sala!de!

aula:!quanto!(a)!ao!conteúdo!ministrado,!ao!que!se!entende!por!gramática;!(b)!à!efetividade!do!

material!didático,!dados!os!conceitos!que!exprimem;!e!(c)!às!práticas!docentes,!suas!dificuldades!

e! questões! no! ensino! de! língua! materna! e! a! metodologia! de! ensino! adotada! como! causa! ou!

consequência!dos! itens! (a)! e! (b).!A!partir! do! entendimento!da! relação! entre!o! gerativismo!e!o!

ensino,!expõeYse!algumas!metodologias!sugeridas!sob!o!olhar!gerativista!para!orientar!a!prática!

docente.! AdotaYse,! como! referenciais! teóricos,! as! pesquisas! de! Chomsky! (1957! e! trabalhos!

subjacentes)! com!os! conceitos! fundamentais!da!Teoria!de!Princípios! e!Parâmetros,! a! teoria!de!

Kato! (2005)! sobre! a! gramática! do! letrado,! a! proposta! de! VanPatten! (2003)! sobre! o! input! e! o!

output,!o!trabalho!precursor!de!Silva!(2013)!que!relaciona!o!gerativismo!e!o!ensino,!os!trabalhos!

de! Neves! (1994),! Costa! (2003)! e! Pilati! (2014)! sobre! a! realidade! atual! da! sala! de! aula,! e! os!

trabalhos!de!Lobato! (2003),!Pilati! et!al.! (2011),!Vicente!e!Pilati! (2012)!e!Silva! (2015)!sobre!as!

metodologias!sugeridas.!

ConcluiYse! que! o! gerativismo! tem! contribuído! de! fato! com! conceitos! que! podem! mitigar! os!

problemas! enfrentados! no! ensino! de! língua! materna! e! trazer! uma! mudança! significativa! ao!

ensino.!A!necessidade!de!inovação!nas!práticas!pedagógicas!é!iminente!e!os!estudos!linguísticos!

têm! comprovado! o! atraso! e! a! ineficiência! das!metodologias! utilizadas! na! escola.! Apesar! de! já!

existirem!sugestões!de!propostas!metodológicas!sob!o!olhar!gerativista,!ainda!há!a!necessidade!

de!uma!sistematização!das!propostas!para!que!realmente!haja!mudança!nas!práticas!docentes.!A!

teoria!e!a!reflexão!estão!postas,!mas!a!orientação!prática!ainda!é!deficitária.!

!

!

"Variação"na"concordância"verbal"com"DPs"complexos"

"Alzira"Neves"Sandoval"(Universidade"de"Brasília)"

Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(Universidade"de"Brasília)"!

O! intuito! deste! estudo! é! explicar,! com! base! nos! pressupostos! da! Teoria! Gerativa,! mais!

especificamente!na!versão!do!Programa!Minimalista!(Chomsky!1995!e!trabalhos!posteriores),!a!

variação!na!concordância!verbal!com!sujeitos!constituídos!de!DPs!complexos,!tal!como!em!(1)!!

!

(1)! a.![O!valor!das!coisas]!mudam]!constantemente.!!! b.![O!cabo!das!plantas]!são!verdes.!!

As! perguntas! a! que! desejamos! responder! são! as! seguintes:! a)! Quais! são! as! caraterísticas!

sintáticas!e!semânticas!de!orações!com!DPs!complexos!e!concordância!variável!no!PB?!e!b)!Há!

semelhanças! sintáticas! ou! semânticas! entre! estruturas! com! DPs! complexos! e! estruturas!

Page 56: Caderno de Resumos III CIEL

55!

!

partitivas! e! pseudopartitivas?! e! c)! Quais! as! principais! análises! feitas! sobre! DPs! complexos! na!

literatura!gerativista.!

A!concordância!do!verbo!com!sujeitos!complexos!é!variável!no!PB!(tanto!falado!quanto!escrito),!

conforme! Naro! e! Scherre! (1998,! 2015),! ou! seja,! o! verbo! pode! ser! flexionado! no! singular,!

concordando!com!o!núcleo!nominal!mais!alto!–!o!que!é!chamado!de!concordância!canônica!–,!ou!

no!plural,! concordando!com!o!núcleo!nominal!mais!baixo! (ou!encaixado)!–!o!que!Béjar! (2003)!

denomina!de!concordância!parcial.!!

!

(3)! [!DPsing" " [!NPsing" [!PP! [!P!de! [!DPpl! [!NPpl! ]]]]]]! [!vP! [!VP! [!V" sing! ]]!–!concordância!canônica!!

!

(4)! [!DPsing!![!NPsing![!PP![!P!de![!DPpl![!NPpl"]]]]]]![!vP![!VP![!V"pl!]]!–!concordância!parcial!!!

Em! relação! às! semelhanças! sintáticas! ou! semânticas! entre! estruturas! com! DPs! complexos! e!

estruturas! partitivas! e! pseudopartitivas! parece! que! tais! construções! não! são! sintaticamente!

idênticas.! ! Uma! construção! partitiva! é! uma! estrutura! bipartida,! articulada! em! cabeça! e! coda,!

ligada! pela! preposição! “de”.! A! cabeça! é! formada! por! elemento! quantificador! e! a! coda! por! um!

sintagma!determinante!encabeçado!por!um!determinante!definido.!A!coda!expressa!um!conjunto!

de! indivíduos! (extensionalmente! determinado! ou! pressuposto)! do! qual! a! cabeça! extrai! um!

subconjunto!próprio!de!elementos!(Brucart,!1997,!apud!Demonte!e!Jiménez,!manuscrito).!!(5)"" a."A!maioria!das!crianças!dormiu/dormiram!tarde!ontem.!!

!

As! estruturas! pseudopartitivas,! por! sua! vez,! apresentam! núcleo! nominal! quantitativo! e!

diferenciamYse! das! partitivas! por! apresentarem! como! modificador! um! sintagma! nominal!

indefinido.!!

(6)!! a.! Um! grupo! de! estudantes! de! escolas! públicas! foi" aprovado/foram" aprovados! em!universidades!internacionais.!!

As! orações! com! DPs! complexos! diferenciamYse! das! construções! partitivas! e! pseudopartitivas!

porque! não! apresentam! como! núcleo! nominal! nome! com! valor! partitivo! ou! quantitativo!

(maioria,,parte,,metade,,porção,,grupo,,monte! etc.).!Nos!DPs! complexos,! os! sintagmas!nominais!não!são!constituídos!de!nomes!quantificadores!nem!partitivos,!ou!seja,!não!denotam!quantidade!

nem!partibilidade.!São!nomes!compostos!por!um!conjunto!de!traços,!tais!como![+/Yhumano],![+/Y

animado],![+/Ycomum]!e![+/Y!contável],!conforme!Scherre!e!Naro!(2015).!!

!

!

!

Estratégias"de"preenchimento"do"sujeito"e"manifestação"da"concordância"verbal"em"produções"escritas"de"alunos"de"EJA:"uma"análise"preliminar"

comparativa"""

Stefania"Caetano"Martins"de"Rezende"Zandomênico"(PG,"UnB)"Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"

!

Este! trabalho! apresenta! uma! análise! preliminar! acerca! das! estratégias! de! preenchimento! do!

sujeito! e! da!manifestação! da! concordância! verbal! presentes! na! produção! escrita! de! discentes!

oriundos!da!Educação!de! Jovens!e!Adultos!–!EJA.!O!presente!estudo!busca!estabelecer!relações!

entre!princípios!da!Teoria!Gerativa!(CHOMSKY!1957,!1981,!1986,!1988,!1998,!1999)!e!questões!

que! envolvem! o! processo! de! ensinoYaprendizagem! de! línguas! naturais! (LOBATO! 2003;! KATO!

1996,! 2005,! 2013;! MAGALHÃES! 2000;! PIRES! 2015;! LICERAS! 2015).! Partimos! da! hipótese,!

Page 57: Caderno de Resumos III CIEL

56!

!

defendida!por!Liceras!(2015),!de!que!a!forma!adequada!para!a!análise!das!gramáticas!dos!alunos!

deve! ser! um!modelo! teórico! que! contenha! uma! base! de! comparação! universal! e! que! possa!

determinar!como!os!princípios!(e!as!regras)!desse!componente!são!realizados!na!L1,!na!L2!e!na!

interlíngua.! Este! trabalho! apresenta! uma! análise! comparativa! preliminar! entre! os! dados!

encontrados! em! textos! escritos! do!ENEM!2013! feitos! por! alunos! de!EJA! e! os! dados! de! fala! de!

falantes! cultos! analisados! por! Berlink! et, al., (2009),! nos! mesmos! contextos! destacados! pelas!autoras:! com! sujeitos! nominais,! com! sujeitos! pronominais! plenos,! com! sujeitos! pronominais!

nulos,!com!sujeito!coletivo,!em!orações!adjetivas,!em!orações!com!verbo!inacusativo,!em!orações!

de! ordem! VYS! e! em! construções! passivas.! Uma! vez! que! os! estudos! atuais! que! trabalham! as!

relações!entre!os!pressupostos!do!Gerativismo!e!o!ensino!o! fazem!sob!a!perspectiva!do!ensino!

regular,! a!pesquisa!a! ser! realizada!a!partir!da!análise! feita!pretende!contribuir! trazendo!dados!desse! processo! em! uma! modalidade! de! ensino! não! contemplada! anteriormente! em! estudos!

similares:!a!EJA.!A!produção!escrita!de!alunos!provenientes!da!EJA!é!relevante!como!objeto!de!

pesquisa,!entre!outros,!para!que!se!analisem!as!influências!do!ensino!formal!durante!o!período!

crítico!e!o!processo!de!aprendizagem!de!uma!nova!variedade!linguística,!na!modalidade!escrita.!

!

!

!

Estudo"de"caso"sore"o"desenvolvimento"da"consciência"sintática"em"sala"de"aula""

Juliana"Carolina"Argenta"Carlos"Lopes"da"Silva"–"UnB"Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"–"UnB"

"!

Este! trabalho! tem! objetivo! de! demonstrar! de! que! forma! os! princípios! relacionados! à!

teoria! gerativista,! aliados! a! metodologias! que! privilegiam! a! aprendizagem! com!metacognição,!

podem! contribuir! para! o! ensino! de! gramática! na! educação! básica.! TrataYse! da! análise! de! um!

arcabouço!teórico!a!respeito!de!metodologias!de!ensino!de!aspectos!linguísticos!e!gramaticais!da!

língua!portuguesa,!de!metodologias!de!ensino!de! língua!desenvolvidas!no!Brasil!e!em!Portugal!

para! verificar! o! que! há! de! material! disponível! para! os! professores! e! de! que! forma! tais!

metodologias! podem! ser! aplicadas! em! sala! de! aula! com! vistas! a! tornar! o! ensino! de! língua!

portuguesa!mais! eficaz! e,! com! base! nas! ideias! de! Lobato! (2013),! Costa! et! al! (2011),Vicente!&!

Pilati! (2012)! e! Pilati! (2014).! Além! disso,! desenvolve,! testa! e! analisa! uma! atividade! gramatical!

sobre! identificação! e! classificação! do! sujeito! e! do! predicado,! com! base! em! Duarte! (2007)! e!

Raposo!(2014),.!A!atividade!tem!como!abordagem!de!ensino!a!concepção!de!gramática!interna,!

como!exposto!em!Kato!(2005),!e!o!conhecimento!explícito!da!língua!adotado!pelo!Guião!(2011).!

A! metodologia! utilizada! foi! a! da! aprendizagem! ativa! e! dos! procedimentos! de! descoberta! e!

metacognitivos! vistos! em! Lobato! (2003),! Costa! et! al! (2011),Vicente! &! Pilati! (2012)! e! Pilati!

(2014).! Com! relação! à! técnica! implementada,! essa! consiste! na! exposição! e! análise! dos! dados,!

para!que!sejam!tiradas!conclusões!com!relação!às!regras!aplicadas!à!formação!das!estruturas!das!

orações.! Os! conhecimentos! desenvolvidos! são! então! aplicados! ao! texto,! a! partir! da! revisão!

textual,!e!os!conteúdos!são!sistematizados!na!forma!de!esquema.!Os!alunos!que!tiveram!contato!

com! o! material! didático! desenvolvido! demonstraram! uma! nítida! associação! do! conteúdo!

estudado! ao! conhecimento! de! mundo! que! possuem.! PodeYse! perceber! que! a! abordagem! do!

aprendizado!pela!descoberta,!com!metacognição,!revelaYse!um!caminho!promissor!no!ensino!de!

língua!materna,! porque! foi! possível! notar! a! evolução! das! respostas! dos! alunos,! com! relação! à!

complexidade!e! ao!uso!das! terminologias! e! o!desenvolvimento!do! raciocínio!destes!diante!das!

análises.!

!

Page 58: Caderno de Resumos III CIEL

57!

!

!

Decomposição"lexical"em"primitivos"semânticos"e"a"problematização"da"analiticidade"

"Alex"de"Britto"Rodrigues"(UFPR)"

"Palavrascchave:"primitivos"semânticos,"analiticidade,"decomposição"lexical."

"Este!trabalho!tem!como!objetivo!analisar!alguns!argumentos!centrais!no!debate!entre!atomistas!

e!decomposicionistas! a! respeito!do! significado! lexical.!A!perspectiva!decomposicionista! sugere!

um!nível!de!representação!em!que!um!item!lexical!pode!ser!decomposto!em!“unidades!menores”!

abstratas,!os!“primitivos”!(também!chamados!de!“primitivos!conceituais”,!“primes”,!“predicados!

primitivos”,! entre! outros! termos).! Já! a! perspectiva! atomista,! na! qual! o! artigo! de! Fodor! (1970)!

“Three!reasons!for!not!deriving!‘kill’!from!‘cause!to!die’”!pode!ser!considerado!um!dos!primeiros!

trabalhos! influentes,! defende! a! impossibilidade! de! se! decompor! itens! lexicais! em! primitivos!

semânticos! uma! vez! que! um! “conceito”! seria! indivisível,! e! para! cada! item! lexical! haveria! um!

conceito.!Alguns!argumentos!gerais!atomistas!contrários!à!decomposição!lexical!são!levantados!a!

fim!de!observarmos!como!as!propostas!decomposicionistas!respondem!a!eles.!Nossa!tese!é!que!a!

analiticidade,! relacionada! às! inferências! das! quais! os! primitivos! semânticos! derivam,! é! central!

nesse!debate!e!os!argumentos!das!duas!posições!dependem!de!como!essa!questão!é!tratada.!As!

inferências! das! decomposições! em! primitivos! seriam! analíticas,! ou! seja,! teriam! como! base!

condições! de! verdade!que!não! exigem!verificação! epistemológica;! por! exemplo,! a! equivalência!

entre! “kill”! e! “cause! to! die”! não! precisaria! ser! verificada,! pois! se! trata! de! um! conhecimento!a,priori.! Prosseguindo! com!nossos! objetivos,! discutimos!o! conceito!de! “analiticidade”! e! o! debate!não! consensual! a! respeito! de! sua! validade.! Posteriormente,! analisamos! algumas! abordagens!

decomposicionistas,! principalmente! no! que! diz! respeito! ao! modo! como! elas! respondem! às!

críticas!atomistas! (principalmente!Fodor,!1970;!1980;!2003),!entre!elas!a!de! Jackendoff! (1983;!

1990;! 2002)! e! a! de! Pietroski! (2003).! O! que! podemos! notar! é! que! essas! abordagens!

decomposicionistas! desconsideram! a! problematização,! apresentada! pela! posição! atomista,! a!

respeito! da! validade! da! analiticidade.! Com! essa! problematização,! a! analiticidade,! base! para! as!

derivações!decomposicionistas,!é!posta!sob!suspeita.!Por!outro!lado,!a!posição!decomposicionista!

conta!com!a!análise!de!vários!dados!que!sustenta!a!existência!de!primitivos!semânticos.!Porém,!

esses! primitivos! são! estipulados! como! elementos! abstratos,! cuja! natureza! é! difícil! de! ser!

atestada,!o!que!pode!tornar!não!falseáveis!as!propostas!decomposicionistas.!

!

!

!

Interface"sintaxe"–"fonologia:"um"estudo"acerca"da"percepção"oral"de"aprendizes"de"inglês"como"língua"estrangeira"

Wallace"Soares"Barboza"(UnB)"!

A! partir! da! aplicação! de! testes! de! percepção,! com! gravações! de! áudio! proferidas! por! quatro!

falantes! de! língua! inglesa! (1! americano,! 1! britânico! e! 2! brasileiros),! para! aprendizes! de! inglês!

como!língua!estrangeira!de!nível!avançado,!regularmente!matriculados!em!institutos!de!idioma!

do! Distrito! Federal,! este! trabalho! visa! delinear! um! estudo! acerca! de! aspectos! sintáticos! e/ou!

fonológicos!que!podem!vir!a!influenciar!na!compreensão!oral,!como!por!exemplo!a!palatalização!

e! a! epêntese! de! fonemas! e! sílabas.! Tais! aspectos! de! compreensão! serão! analisados! através! da!

ótica!dos!estudos!de!aquisição!de!Christophe!et!al.!(1997),!Ellis!(2008)!e!Jenkins!(2000,!2002),!e,!

Page 59: Caderno de Resumos III CIEL

58!

!

também,! através! dos! estudos! acerca! da! interface! sintaxe! –! fonologia! de! Downing! (2013),!

Elordieta!(2011),!Frascarelli!(2013),!Selkirk!(2002,!2009),!Truckenbrodt!(2007)!e!Yahya!(2013).!

Entretanto,!não!há!resultados!parciais,!pois!trataYse!de!um!estudo!em!andamento.!!

!

!

!

Uma"investigação"sobre"a"natureza"locativa"do"Experienciador"em"predicados"psicológicos"no"português"brasileiro"

"Paula"Guedes"Baron"(UnB)"Rozana"Reigota"Naves"(UnB)"

!

! O! presente! trabalho! tem! origem! em! uma! pesquisa! em! andamento! cujo! tema! é! a!

investigação! da! natureza! locativa! dos! predicados! psicológicos! no! português! brasileiro!

(doravante,! PB).! Esses! predicados! são! caracterizados! semanticamente! por! expressarem! algum!

tipo! de! emoção! ou! sentimento,! além! de! possuírem,! impreterivelmente,! um! argumento!

Experienciador,! que! representa! o! indivíduo! que! está! em! um! estado! emocional! descrito! pelo!

verbo.! Com! relação! ao!mapeamento!desse! argumento,! em!estruturas! transitivas,! no!português!

brasileiro,!os!verbos!psicológicos!subdividemYse!em!dois!grupos!(NAVES,!2005):!(i)!verbos!que!

atribuem!o!papelYθ!Experienciador!apenas!ao!argumento!na!posição!de! sujeito!–!ExpSuj;! e! (ii)!

verbos!que!possuem!o!argumento!Experienciador!na!posição!de!objeto!–!ExpObj.!

Landau! (2010,! p.! 6)! considera! que! “Experienciadores! são! locações! mentais,! isto! é,! locativos”.!

Além! disso,! o! autor! postula! que! essa! natureza! especial! implica,! também,! um! comportamento!

gramatical! especial! para! os! Experienciadores! objetos,! os! quais! são! considerados! oblíquos!

(dativos).!

! Seguindo!a!ideia!de!que!Experienciadores!são!cognitivamente!locativos!(LANDAU,!2010),!

buscamos!desenvolver,!no!âmbito!da!teoria!gerativa,!uma!análise!que!confirme!ou!refute,!para!o!

PB,!o!postulado!do!autor!de!que!todos!os!Experienciadores!objetos!são!oblíquos/dativos.!Nossa!

análise!tem!como!foco!a!formação!de!construções!perifrásticas!psicológicas!(verbo!leve!+!nome!

de! estados! mental),! como! em! (1b),! as! quais! consideramos! como! sendo! semanticamente!

equivalentes!às!sentenças!com!verbos!plenos,!(1a):!

(1) a.!O!aumento!dos!impostos!estarreceu!a!população.!b.!O!aumento!dos!impostos!causou!estarrecimento!na!população.!

!

A!escolha!desse!tipo!de!construção!justificaYse!pelo!fato!de,!em!um!primeiro!momento,!o!

Experienciador!(população,!em!(1b))!configurarYse!gramaticalmente!como!um!locativo,!visto!que!o!argumento!que!possui!esse!papel!temático!é!o!complemento!da!preposição!em,!que!geralmente!é! utilizada! para! introduzir! um! sintagma! locativo,! como! em! ‘Maria! está! em! casa’.! Entretanto,!

precisamos,! também,! averiguar! se! os! Experienciadores! das! estruturas! com!verbos! plenos! (1a)!

são! argumentos! dativos,! como! estabelece! Landau! (2010).! Ainda! com! relação! às! perífrases,!

pretendemos!constatar!se!a!seleção!dos!verbos!leves!bem!como!as!preposições!empregadas!nas!

perífrases!formam!um!padrão!coeso,!responsável!por!caracterizar!diferentes!grupos!dos!verbos!

psicológicos!e!por!manifestar!os!diferentes!comportamentos!que!esses!predicados!manifestam.!

Por!exemplo,!procuramos!examinar!se!os!verbos!e!preposições!distinguemYse!ao!representarem!

o!uso!agentivo!de!um!predicado!psicológico,!como!o!verbo!assustar,!que!exibe!verbos!distintos!para!a!sua!leitura!agentiva,!(2a),!e!para!a!não!agentiva!(2b):!

!

(2) !a.!Os!adolescentes!deram!um!susto!nas!crianças.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!b.!O!incêndio!do!prédio!causou!um!grande!susto!nos!moradores!da!redondeza.!

!

!

Page 60: Caderno de Resumos III CIEL

59!

!

A"semântica"intensificacional"dos"“diminutivos”"e"suas"implicações"morfológicas"

!

Rafael"Martins"Rocha"(UnB)"Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"

!

Conforme! atestam! os! estudos! tipológicos! (BAUER,! 1997;! GRANDI,! 2011;! JURAFSKY,!

1996;!KORTVÉLYESSY;!STEKAUER;!VALERA,!2012),!a!noção!semântica!“diminutivo”!é!universal.!

A!natureza!dos!processos!morfológicos!pelos!quais!os!morfemas!avaliativos!são!incorporados!na!

gramática! das! línguas! constitui! um! objeto! de! grande! interesse! às! pesquisas! linguísticas.! Este!

trabalho!aborda!comparativamente!a!expressão!do!diminutivo!sintético!no!português!e!no!inglês,!

Yinho/Yzinho!e!–ie/y,!respectivamente.!!!

Um! dos! grandes! debates! acerca! do! tema! é! a! tentativa! de! classificação! da! morfologia!

avaliativa! em! relação! às! categorias! flexionais! e! derivacionais.! Com! o! objetivo! de! contribuir! à!

discussão,!o!presente!estudo!tem!como!enfoque!as!implicações!do!critério!da!relevância!sintática!

para!a!sufixação!de!“diminutivos”.!Abordado!em!Camara!(1970),!mas!consagrado!por!Anderson!

(1982),!tal!princípio!é!assumido!na!literatura!como!definidor!da!natureza!mais!derivacional!que!

flexional!da!morfologia!avaliativa.!

Primeiramente,! propõeYse! a! reanálise! de! sufixos! de! diminutivo! como! morfemas!

intensificadores.! Em! sua! maioria,! pesquisas! linguísticas! (para! citar! algumas:! DRESSLER! &!

BARBARESI,! 1994;! GONÇALVES,! 2008;! LOURES,! 2000)! têm! adotado! um! viés! expressivoY

estilístico! na! abordagem! dos! diminutivos.! Consideram! a! subjetividade! do! falante! como! fator!

principal,! se! não! único,! para! o! acionamento! desses! morfemas,! que! podem! significar,!

positivamente,!afetividade,!aprovação,!apreciação!ou,!negativamente,!menosprezo,!desaprovação!

e!depreciação.!No!entanto,!tais!análises!desprezam!a!semântica!intensificacional!veiculada!pelos!

sufixos! em!questão! a! nomes! deadjetivais! (“Don’t! be! such!a!meanie!”),! adjetivos! (“O! balde! está!cheinho!d’água”),!advérbios!(“Eu!te!devolvo!agorinha!mesmo!”,!verbos!(“Eu!vou!lá!correndinho”).!Apesar!do!diminutivo!poder!apresentar!certo!teor!polissêmico!no!que!diz!respeito!à!classe!dos!

nomes,!para!as!demais!classes,!em!português,!ou!para!os!nomes!deadjetivais!do!inglês,!o!sufixo!

faz!a!palavra!resultante!significar!‘mais!X!que!a!base’!invariavelmente.!

DiscutemYse,! assim,! os! desdobramentos! do! critério! da! obrigatoriedade! sintática.!

CostumaYse! ressaltar! como! característica! derivacional! dos! afixos! gradativos! a! arbitrariedade!

envolvida!no!acréscimo!desses!morfemas!uma!vez!que!são!imotivados!pela!construção!sintática.!

Entretanto,!semanticamente,!considerando!as!formações!em!que!o!sufixo!é!um!intensificador,!é!

possível! identificar! a! atuação! de! princípios! de! natureza! gramatical,! isto! é,! fatores!

morfossemânticos!presentes!no!acionamento!do!grau.!Ora,!os!sufixos!Yinho!e!–ie/y!veiculam!um!

significado! regular,! que! é! o! de! comparação! gradual! em! relação! à! base.! Os! pares! cheio! vs.!cheinho/mean!vs.!a,meanie,!por!exemplo,!demonstram!que!a!forma!sufixada!representa!alto!grau!de! intensidade! da! propriedade! descrita! pela! base.! Isso! significa! que! não! é! possível! uma!mera!

intercambialidade! entre! as! formas! sem! que! haja! alteração! semântica! significativa.! ! Dessa!

maneira,!uma!investigação!mais!aprofundada!sobre!a!natureza!intensificacional!dos!sufixos!ditos!

“diminutivos”!pode!vir!a!revelar!mais! informações!sobre!o!alcance!da!opcionalidade!do! falante!

no!acionamento!dos!afixos!gradativos.!

!

!

!

!

!

Page 61: Caderno de Resumos III CIEL

60!

!

ECM"vs"default"accusative"Case"in"Latin"!

Jane"Adriana"Ramos"Ottoni"de"Castro"(Universidade"de"Brasília)"!

The! focus! of! this! paper! is! the! syntactic! distribution! of! (3rd! person)! subject! pronouns! in! the!

‘accusative!+!infinitive’!(AI)!construction!in!Latin.!To!give!concrete!examples,!we!should!initially!

consider!an!epistemic!verb!such!as!putare!(‘to!judge’,!‘to!evaluate’,!‘to!estimate’,!‘to!think!over’)!as!a!predicate!that!selects!an!infinitive!clause!(cf.!Ernoux!&!Thomas!1989):!

(1) eam,,,,necesse,,putas,,,,,,,,,,,esse,,,,,,,,,,,,in,consulis,corpore,,,defigere,!(Cíc.,!I,Cat.!VI,!16)!!!!!!Accus.!!Attrib.!!evaluate.2s!!to!be.Inf.Pres.!!Adv!+!Gen.!!!!!!!!!to!stab.Inf.Pres.!

!!!!!‘You!think!necessary!to!stab! it! [=a!knife]! in! the!consul’s!body.’/! ‘You!think!necessary!to!stab!

the!consul’s!body!with!it![=a!knife]’!

Assuming! that! the! fulfillment! of! the! subject! as! Nominative! is! associated! to! the! phi3features,marking!and!timeYfeature!marking,!within!the! framework!of!Generative!Theory,! it! is!natural! to!

infer! that! the! Accusative! subject! is! related! to! the! absence! of! phi, features! on! the! infinitive.! A!question! that! arises! is:! what! is! the! source! of! the! accusative! on! the! (logical)! subject! of! the!

completive!clause?!A!natural!answer!is!that!it!is!linked!to!the!(transitive)!verb!in!the!main!clause,!

as! suggested! by! the! structures! in! (2),! in! which! the! (logical)! subject! of! the! embedded! clause!

occurs!as!the!(nominative)!subject!of!the!main!clause,!under!passivization:!!

(2) Galli,dicuntur,in,Italiam,transisse!(‘It!was!said!that!the!Gauls!crossed!Italy.’)!However,!as!originally!shown!by!Bolkestein!(1979)!(see!also!Roberts!2007),!the!same!cannot!be!

said!of!(3),!in!which!the!verb!in!the!matrix!clause!is!passivized!and!the!source!of!the!accusative!

on!Gallos!cannot!be!the!main!verb:!(3) Dicitur,Gallos,in,Italiam,transisse,(‘It!was!said!that!the!Gauls!have!crossed!Italy.’)!

Following!previous!work!(Castro!2014),!we!propose!that!the!accusative!Case!has!two!sources!in!

Latin:! (i)! the!ECM!one,! in!which!(embedded)!T! is!selected!by!matrix!vYV,! the!embedded!(logic)!

subject!being!licensed!under!Agree,!within!a!single!strong!phase!–!under!passivization!of!matrix!

V,!as!in!(2),!vYV!is!unable!to!enter!an!Agree!relation,!the!(embedded!logic)!subject!being!licensed!

as!nominative!in!the!matrix!specTP;!and!(ii)!the!source!in!which!C!is!selected!in!the!numeration,!

in!spite!of!the!defective!status!of!T,!a!possibility!that!is!restricted!to!tenseYmarked!T!(as!in!Latin);!

the!embedded!(logic)!subject!in!turn!is!obligatorily!licensed!within!the!(embedded)!strong!phase;!

in!the!absence!of!Agree!(due!to!the!defective!status!of!embedded!T),!it!is!realized!as!a!(default)!

accusative,! while! the! upper! subject! is! realized! by! a! 3rd! person! (null)! expletive! (as! in! (3))! (cf.!

Cecchetto! &! Oniga! 2001).! A! natural! consequence! is! that! either! strategy! is! available! for!

constructions!in!which!the!(matrix/!transitive)!V!displays!active!voice,!as!in!(1).!!

!

!

!

Dispositional"adjectives:"different"sizes""

Bruna"Moreira"(Universidade"de"Brasília)""

Dispositional! adjectives! (e.g.,! readable,, deplorable),! have! been! claimed! to! be! lexically! derived!(Wasow! 1977).! From! this! lexicalist! perspective,! Wasow! proposes! a! lexical! rule! (similar! to! a!

passive! rule)! to! derive! this! class! of! adjectives! in! English.! Crucially,! lexical! rules! allow!

idiosyncrasies! and! exceptions,! thereby! accounting! for! the! lack! of! uniformity! between! some!

adjectives!and!their!passive!counterpart!(cf.!1).!From!a!nonYlexicalist!perspective,!OltraYMassuet!

(2010,! 2013)! derives! the! aforementioned! contrast! from!different! heights! of! attachment! of! the!

modal! suffix,! arguing! for! two! classes!of! adjectives,!high! and! low! 3ble.! In! this! analysis,!high,3ble!involves! verb! derivation! and! bears! a! passive! component,! whereas! low, 3ble! involves! root!

Page 62: Caderno de Resumos III CIEL

61!

!

derivation!(cf.!2).!In!this!paper,!I!argue!in!favor!of!a!syntactic!view!of!wordYformation,!therefore!

rejecting!an!explanation! in! terms!of! lexical! rules,! though! I!will!not! explore!different!heights!of!

attachment! of! the! modal! suffix.! I! claim! dispositional! adjectives! are! derived! by! a! passive!

operation,!as!defined!by!Bruening!(2013).!From!this!perspective,!3vel,(Mod)!is!analogous!to!Pass.!There! is! no! high! and! low! attachment,! and! the!modal! suffix!will! always! target! an! unsaturated!

Voice! (Initiator)! projection.! I! implement! this! idea! in! Ramchand’s! (2008)! first! phase! syntax.! I!

analyze!the!modal!suffix!as!a!dynamic!modal!operator! following!Brennan!(1993),!with!generic,!

quasi3universal! force! (Hackl! 1998,! Giannakidou! e! Staraki! 2013).! In! the! present! analysis,! the!derivation! of! this! class! of! adjectives! involves! the!modalization! of! different! verbal! structures.! I!

conclude! dispositional! adjectives! correspond! to! structures! of! different! sizes! (e.g.,! washable,encodes! three!verbal!projections,! initiation,!process! and!result,!whereas! lovable, justo!ne! [init]).!Roughly,!then,!the!contrasts!observed!in!(1)!and!(2)!are!captured!as!follows:!washable![Mod![init’![proc![res]!]!]!];!readable:![Mod![init’![proc]!]!];!and!deplorable! [Mod![init’]!].!The!advantages!of!this! analysis! is! to! unify! the! syntactic! derivation! of! this! class! of! adjectives! and! to! derive! the!

semantic!diferences!from!independent!facts!about!modality,!genericity!and!stativity,!rather!than!

attributing!it!to!lexical!rules!or!root!attachment.!

!

(1) a.!! His!handwriting!can!be!read!→!his!handwriting!is!readable!!

b.!! ?The! condition!of! the! library! can!be!deplored!→! The! condition!of! the! library! is!

deplorable!

!!!!!!!!!!(Wasow!1977)!!

(2)! a.!! High!Yble,[aP!a![ModP![Mod!w!Rc]![AspP!AspR![vP!Vpass![√ROOT!√ROOT!DP!]!]!]!]!]!! b.! Low!Yble,[aP!a![ModP![Mod!w!Rc]![AspP!Asps![√ROOT!√ROOT!DP!]!]!]!]!!

!!!!!!!!!!!!(OltraYMassuet!2014)!

!

!

!

Algumas"considerações"acerca"da"aquisição"da"voz"passiva"no"português"brasileiro"

Carla"Pereira"Minello"(Unicamp)""

Palavrascchave:"Aquisição"da"linguagem;"Voz"passiva;"Verbos"de"ação"e"nãocação"

"Partindo! dos! pressupostos! de! base! gerativa! (CHOMSKY,! 1995),! o! presente! trabalho!

discute! e! analisa!o! fenômeno!da!voz!passiva!na! aquisição!da! linguagem,! e!procura! estabelecer!

paralelos! entre! as! discussões! da! aquisição! da! voz! passiva! em! outras! línguas! (inglês,! grego! e!

português!europeu!(PE))!e!no!português!brasileiro!(PB).!!

A!literatura!sobre!voz!passiva!discute,!entre!outros!pontos,!a!aparente!dificuldade!que!a!

criança! tem! em! compreender! sentenças! passivas! e! a! baixa! ocorrência! dessas! sentenças! na!

produção!espontânea!da!criança.!Uma!das!principais!hipóteses!que!busca!explicar!a!dificuldade!

de!compreensão!e!sua!baixa!ocorrência!é!a!hipótese!do!déficit!de!cadeiaYA!(BORER!&!WEXLER,!

1987),!que!diz!que!crianças!com!menos!de!cinco!anos!não!compreenderiam!sentenças!em!que!a!

formação! de! cadeiaYA! é! necessária.! Especificamente,! a! hipótese! diz! que! as! passivas! se!

comportam! tal! como!os! inacusativos! em! relação! ao!movimento!de! cadeiaYA! –! inacusativos! ([A,planta]i#caiu,ti)!e!voz!passiva!([A,planta]i,foi,molhada,ti,pelo,João).!Essa!hipótese!não!se!sustenta!ao!se!observar!a!compreensão!de!sentenças!inacusativas!na!ordem!DP!V!por!crianças!com!menos!

de!cinco!anos!(FRIEDMANN,!2007!e!COSTA!&!FRIEDMANN,!2012).!Já!Wexler!(2004),!partindo!de!

Chomsky!(2001),!propõe!que!crianças!até!os!cinco!anos!tratariam!o!v!defectivo!dos!inacusativos!

e!da!voz!passiva!como!sendo!não!defectivos,!não!sendo!possível!mover!o!argumento!interno!para!

a!SpecTP,!pois!a!derivação!seria!enviada!para!Spell!Out!antes!do!movimento!desse!argumento.!

Page 63: Caderno de Resumos III CIEL

62!

!

Tal!proposta!também!apresenta!problemas,!pois!o!movimento!do!argumento!interno!de!verbos!

inacusativos!para!a!posição!de!sujeito!ocorre!antes!dos!dois!anos!de!idade!(ESTRELA,!2013).!

Achados! recentes! para! o! grego! (DRIVA!&! TERZI,! 2007),! para! o! PE! (ESTRELA,! 2013)! e!

obtidos! nos! estudos! iniciais! de! Minello! (2014;! 2015)! para! o! PB,! colocam! em! questão! a!

formulação! de! que! crianças! não! compreenderiam! sentenças! passivas! antes! dos! cinco! anos! de!

idade.!Foi!observada!a!compreensão!de!sentenças!passivas!curtas!e!longas!com!verbo!de!ação!(O!

coelho!foi!molhado!(pelo!cachorro))!para!o!PB!e!em!sentenças!análogas!para!o!PE!e!para!o!grego.!

Os!resultados!encontrados!nos!estudos!de!Driva!&!Terzi!(2007),!Estrela!(2013),!e!Minello!(2015)!

foram! semelhantes:! As! crianças! do! PB,! do! PE! e! do! grego! têm! dificuldade! em! compreender!

passivas! curtas! e! longas! com! verbo! de! nãoYação! (O, coelho, foi, visto, (pelo, cachorro)).! Esses!achados!colocam!a!questão!de!que!a!dificuldade!da!criança!na!compreensão!da!voz!passiva!não!

estaria!relacionada!ao!movimento!do!objeto,!mas!sim!à!estrutura!passiva!com!verbo!de!nãoYação.!

Mediante! isso,! parteYse! da! hipótese! de! que! a! dificuldade! da! criança! não! esteja! relacionada! à!

habilidade! ou! não! de! lidar! com! movimentoYA,! mas! sim! em! lidar! com! papéis! temáticos! nãoY

agentivos! em! construções! passivas.! Esta! hipótese! está! sendo! testada,! e! seus! resultados! serão!

catalogados!nas!fases!posteriores!deste!trabalho,!levando!em!conta!os!resultados!iniciais!obtidos!

nos!estudos!anteriores!mencionados.!!

"""

Fatores"condicionantes"da"alternância"causativocincoativa"no"Português"brasileiro"(PB):"uma"abordagem"à"luz"da"Morfologia"Distribuída"(MD)"

"Maria"José"de"Oliveira"(UFMG)"

"Palavrascchave:"verbo;"alternância;"núcleo"aspectual."

"O!objetivo!deste! trabalho!é! investigar!e!analisar!os!verbos!causativoYincoativos!(ex.:!apodrecer,,quebrar,e,molhar).!Esses!verbos!participam!de!duas!construções!diferentes:!uma!transitiva![DP1!V!DP2]!e!outra!intransitiva![DP2!V],!(ex.:!“O,calor,apodreceu,a,maçã/A,maçã,apodreceu”;,“O,vento,quebrou, a, janela/A, janela, quebrou”;, “Maria, molhou, a, roupa/, A, roupa, molhou”).! Diante! dessa!constatação,! buscamos! uma! explicação! satisfatória! e! unificada! para! esse! tipo! de! alternância,!

focando! principalmente! nas! propriedades! da! raiz! desses! verbos! e! dos! afixos! que! com! ela! se!

concatenam.! Para! a! análise,! adotamos! os! arcabouços! da! Morfologia! Distribuída! (HALLE;!

MARANTZ,!1993;!MARANTZ,!1997;!ACQUAVIVA,!2008;!EMBICK,!2010,!SCHER!et!al.!2012,!entre!

outros),! no! intuito! de! responder! as! seguintes! indagações:! (i)! as! raízes! codificam! traços!

semânticos! e/ou! sintáticos! e! (ii)! as! raízes! e/ou! os! afixos! projetam! argumentos.! Antecipando!

nossa! análise,! assumimos! que! as! raízes! não! selecionam! argumentos! e! são! categorialmente!

neutras.!No!entanto,!conjecturamos!que!elas!codificam!traços!que!devem!ser!compatíveis!com!os!

traços! dos! núcleos! que! as! selecionam.! E! a! pergunta! que! precisa! ser! respondida! aqui! é! quais!

traços! são! estes.! Adicionando! nossas! intuições! ao! que! a! literatura! prediz,! assumimos! como!

hipóteses!iniciais!que!a!alternância!causativoYincoativa!ocorre!mediante!as!seguintes!condições:!

(i)! raiz! verbal! especificada! para! [+DIN];! (ii)! projeção! de! um! núcleo! aspectual! (Aspº)!imediatamente! acima! da! raiz,! motivada! pelos! prefixos! incoativos! [a3/enY/esY];! (iii)! núcleo! vº!(verbalizador)!provido!de!traço!aspectual!incoativo!e!morfologicamente!realizado!por![YecY];!(iv)!

argumento!interno!quantificado!contendo!o!traço![MUDANÇA!DE!ESTADO];!e!(v)!argumento!externo!

subespecificado!para!agentividade.!Diante!dessa!constatação,! levantamos!outra!hipótese!inicial,!

qual!seja:!(i),!(ii)!e!(iii)!determinam!como!(iv)!e!(v)!ocorrem.!Os!dados!analisados!são!coletados!

de!trabalhos!existentes!na! literatura,!como!o!de!Cançado!et!al.!(2013)!e!o!de!Bassani!(2013).!A!

previsão!é!a!de!que!morfemas!aspectuais! interferem!diretamente!na!estrutura!argumental!dos!

verbos!causativoYincoativos,!emergindo!a!alternância!causativoYincoativa.,"

Page 64: Caderno de Resumos III CIEL

63!

!

"Orações"gerundivas"com"sujeito"oracional"no"Português"do"Brasil"

!

Camila"Parca"Guaritá"(UnB)"Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(UnB)"

!

O! presente! estudo! investiga! as! propriedades! sintáticas! de! orações! gerundivas! nas! quais! a!

referência! do! sujeito! da! oração! encaixada! depende! do! conceito! expresso! por! toda! a! oração!

principal,!como!ocorre!em!(1):!!

!

(1)! a.[O!índice!foi!reduzido!para!zero]i,![i]!tornando"a!lei!mais!eficaz!!b.![O!país!tomou!medidas!sérias!em!relação!à!corrupção]i,![i]!fazendo"a!nação!crescer.!c.![A!participação!de!todos!é!indispensável!nessa!luta!contra!as!infrações]i,![i]!reduzindo!as!vítimas!de!álcool.!

d.! [A! conscientização! da! população! veio! com! a! diminuição! do! número! de! mortes! em!

acidentes!de!trânsito]i,![i]!mostrando"os!efeitos!positivos!dessa!lei.!!e.! [Mostraremos!a! importância!do!café! solúvel]i,! [i]!apresentando! o!porquê!da!compra!desse!tipo!de!café.!

!

Há! poucos! trabalhos! que! abordam! diretamente! esse! tipo! de! oração.! No! PB,! tais! estudos! são:!

Moutella! (1995):! apresenta! estruturas! em! que! o! sujeito! do! gerúndio! não! está! coindexado! ao!

sujeito!da!matriz,!mas!se!refere!à!situação!descrita!nessa!oração!como!um!todo;!Lopes!(2008):!a!

autora!usa!a!terminologia!de!“orações!gerundivas!apositivas!de!foco”!para!se!referir!as!orações!

gerundivas! com! sujeito! oracional,! estruturas! que! possuem! a! característica! de! ter! o! sujeito! da!

oração! reduzida! referente! à! situação! descrita! na! matriz! e! não! um! elemento! nominal! dela,! o!

sujeito!do!gerúndio!seria!um!PRO!de!controle!coindexado!com!a!oração!inteira.!

Seguindo!Guaritá!(2015),!neste!trabalho,!defendeYse!a!hipótese!de!que!tais!orações!são!orações!

relativas!livres!reduzidas!de!gerúndio!(diferentemente!das!propostas!de!Moutella!(1995)!e!Lopes!

(2008)).! Para! desenvolver! tal! hipótese,! são! realizados! testes! para! identificar! as! semelhanças!

entre!orações!gerundivas!com!sujeito!oracional!e!orações!relativas!livres!e!são!apresentadas!as!

estruturas!propostas!para!explicar!as!propriedades!das!orações!em!(1).!

!

!

!

Contribuições"da"Linguística"Gerativa"ao"“ensino”"de"concordância"na"Educação"Básica:"intuição"linguística,"eliciação"e"“aprendizagem”"de"língua"

materna""

Elisabete"Ferreira"(UnB)"Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"

!

Nosso!trabalho!investiga!alguns!aspectos!relativos!à!concordância!no!português!brasileiro!(PB)!e!

propõe!estratégias!para!o!“ensino”!desse!fenômeno!no!âmbito!da!Educação!Básica!no!Brasil.!Em!

nossa!proposta,!discutimos!as!possíveis!contribuições!de!pressupostos!da!Linguística!Gerativa!à!

referida! prática! pedagógica.! O! conceito! de! competência! linguística! (ver! Chomsky,! 1965)!

desenvolvido! no! âmbito! da! teoria! é! particularmente! crucial! para! a! nossa! proposta,! sendo!

entendido,! aqui,! como! o! conhecimento! linguístico! que! o! aluno! possui! previamente! a! sua!

experiência! com! o! ensino! formal.! No! contexto! geral! de! nossa! discussão,! adotamos! o!

Page 65: Caderno de Resumos III CIEL

64!

!

entendimento! de! Lobato! (2003),! segundo! a! qual! haveria! duas! acepções! de! “gramática”! no!

contexto! educacional.! Conforme! a! autora,! a! primeira! noção! relaciona! “gramática”! a! um!

compêndio!descritivo!de!regras!de!uma!língua,!sendo!estática!e!externa!ao!indivíduo.!A!segunda!

acepção!de!“gramática”!dialoga!com!o!referido!conceito!de!competência!linguística,!configurando!

uma! perspectiva! na! qual! a! língua! é! analisada! em! sua! estrutura! interna,! como! fruto! de! uma!

faculdade!da!linguagem.!Essa!segunda!acepção,!portanto,!equipara!“gramática”!ao!conhecimento!

internalizado! que! um! falante! possui! de! sua! língua,! além! de! associar! tal! concepção! à! de!

recursividade! e! de! criatividade! linguística! (ver! Chomsky,! 1998).! Conforme! esse! raciocínio,!

Vicente!&!Pilati! (2012)! relativizam!a! ideia!de! “ensino”!de! língua!materna,!assinalando!o! termo!

com!aspas:!para!as!autoras,!não!se!ensina!gramática!ao!aluno,!pois!ele! já!possui!uma!gramática!internalizada! antes!mesmo!da! exposição! ao! ensino! formal.! Contudo,! as! autoras! alertam!para! a!

compreensão!de!que!o!estudante!conhece!os!mecanismos!e!regras!de!sua!língua!apenas!intuitiva!

e! implicitamente.! Desse! modo,! o! papel! do! professor! seria! o! de! promover,! enquanto! agente,eliciador,! a! conscientização! dos! procedimentos! linguísticos! com! os! quais! o! estudante! opera!intuitivamente!(cf.!Costa!et!al.,!2011),!sendo!“eliciação”!o!termo!correspondente!ao!procedimento!

de! extrair! do! aluno! tais! informações! linguísticas! conhecidas! previamente! (ver! Lobato,! 2003;!

Vicente!&!Pilati,!2012).!Esse!entendimento!é!compatível!com!o!modelo!de!educação! linguística!

apresentado!por!Pilati!et!al.!(2011),!que!defendem!a!inserção!da!língua!e!sua!realidade!dinâmica!

como! objeto! de! estudo! nas! aulas! de! Português,! dentro! de! uma! perspectiva! científica! que!

promova! a! reflexão! crítica! sobre! os! mecanismos! linguísticos.! Articulando! os! conceitos! de!

intuição!e!eliciação!no!âmbito!de!uma!educação!linguística,!a!contribuição!do!presente!trabalho!

reside! na! formulação! e! discussão! de! situaçõesYproblema! concernentes! ao! fenômeno! da!

concordância,!que!podem!desafiar!a!capacidade!de!reflexão!crítica!do!estudante.!Como!formular!

a!definição!de! “concordância”! com!os!alunos?!O!que! significa! a!possibilidade!de! construção!de!

uma! frase! como! “Os! garoto(s)! saiu”,! em! que! o! verbo! se! mantém! no! singular! e! o! sujeito! se!

encontra! no! plural,! mas! não! “*O! garoto! saíram”,! situação! inversa?! Qual! o! motivo! de! a! frase!

“VendemYse! apartamentos”,! frente! a! “VendeYse! apartamentos”,! soar! estranha! ao! falante! de!

português!brasileiro?!Por!que!motivo!uma!sentença!como!“Subiu!os!preços”,!em!que!o!verbo!se!

encontra!no!singular!e!o!sintagma!nominal!aparece!posposto!a!ele,!soa!natural!ao!falante!de!PB,!a!

despeito!das!recomendações!da!Gramática!Tradicional!em!flexionar!o!verbo!para!o!plural!nessa!

circunstância?!Por!que!essa! inversão!não!é!bem!aceita!em!frases!como!“*Respirou!as!crianças”,!

por! sua! vez?! Questionamentos! dessa! natureza! são! cotejados! em! nossa! pesquisa,! que! busca!

discutir! a! relação! entre! a! concordância! no! PB! e! outros! fenômenos! subjacentes! a! “problemas!

linguísticos”!a!serem!discutidos!em!sala!de!aula.!Defendemos!que!o!estudante!está!apto!a!analisar!

situações! complexas! envolvendo! aspectos! de! concordância! e! a! formular! hipóteses! sobre! os!

diferentes!conteúdos!em!questão,!o!que!pode!incrementar!sua!capacidade!de!raciocínio!sobre!a!

língua!e,!por!conjectura,!refinar!sua!proficiência!na!modalidade!escrita!formal.!

!

!

!

!

!

!

!