Caderno de Resumos(Final)

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Realização: Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS SUMÁRIO 1. Apresentação 2. Palestras 3. Mesa Redonda 4. Oficinas 5. CINEPORT 6. Grupos de trabalho 6.1 Programação Geral 6.2 Resumos

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Realização: Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS

SUMÁRIO

1. Apresentação

2. Palestras

3. Mesa Redonda

4. Oficinas

5. CINEPORT

6. Grupos de trabalho

6.1Programação Geral

6.2 Resumos

1. APRESENTAÇÃO

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A Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS), localizada na cidade de Leopoldina, MG, é uma entidade científica de natureza interdisciplinar sem fins lucrativos que visa à produção, ao intercâmbio e à divulgação de conhecimento científico acerca da Arte Sequencial, seu impacto e seus usos possíveis.

A ASPAS  tem como um de seus compromissos o desenvolvimento de novos saberes que integrem, promovam e qualifiquem o conhecimento sobre Arte Sequencial no Brasil.

A fim de cumprir esse objetivo tem o prazer de poder reunir diversos pesquisadores em seu primeiro encontro oficial, o 1º Entre ASPAS.

A proposta deste encontro é reunir pesquisadores, estudantes, docentes de diferentes áreas e de distintas partes do país para compartilhar pesquisas, trabalhos, experiências e promover o debate de temas atinentes à arte sequencial.

Tem o objetivo de iniciar uma caminhada de congregar perspectivas e forças, a fim de consolidar e fortalecer a área de estudos sobre arte sequencial no país. É um encontro interdisciplinar desde sua gestação, ensejando o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento em torno de um tema comum.

Nessa direção, o encontro também visa consolidar a ASPAS, em processo de constituição, enquanto órgão agregador, promotor e difusor de pesquisas relacionadas a arte sequencial e de pesquisadores que se ocupam com o assunto, tornando-se igualmente referência na produção intelectual, didático-pedagógica no país.

Iuri Andreas Reblin

Coordenador Geral do 1º Entre Aspas

2. PALESTRAS

Data: 22/05

Horário: 10:00/11:30

Local: Auditório do CEFET

Palestrante: Dr. Edgar Franco (Ciberpajé, artista multimídia, Pós-doutor em Arte e Tecnociência pela UnB, Doutor em Artes pela ECA/USP, Mestre em Multimeios pela Unicamp e professor permanente do Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Arte e Cultura Visual da Universidade Federal de Goiás)

Tema: Arte, Transmídia, Hipertecnologia e Histórias em Quadrinhos.

A criação de universos ficcionais amplos com possibilidades de geração de obras em múltiplos formatos audiovisuais ganhou maior visibilidade a partir do surgimento da franquia “Guerra nas Estrelas” (Star Wars), em fins da década de 1970 e início da década de 1980. Com o passar do tempo personagens coadjuvantes da saga de George Lucas ganharam espaço em outros produtos como histórias em quadrinhos narrando outros aspectos da saga, desenhos animados, jogos de tabuleiro e computador que se somaram às tradicionais traquitanas e brinquedos ligados à série, despertando o interesse dos fãs para os diversos aspectos da história.

A questão importante para mim, enquanto artista interessado em desenvolver poéticas autorais desconectadas de uma obsessão mercadológica e consumista, é burlar essa perspectiva compartimentada das narrativas transmidiáticas no contexto da indústria cultural e tentar produzir trabalhos artísticos que utilizem as mesmas estratégias transmídia, mas com objetivos poéticos e de auto-expressão. O universo ficcional transmídia da “Aurora Pós-humana” - um work-in-progress desenvolvido por mim desde o ano 2000, e para o qual já realizei obras artísticas em múltiplos suportes – com destaque para as histórias em quadrinhos, é o meu esforço pessoal de levar as narrativas transmidiáticas para o contexto da arte.

Atualmente minha obra nas múltiplas mídias toma como base um universo de ficção científica que criei, a “Aurora Pós-humana”. São trabalhos que trazem em seu teor o chamado “deslocamento conceitual”, definido pelo escritor norte americano P. K. Dick (apud QUINTANA, 2004), pois desloco o tempo, a gnose e a tecnologia para um futuro hipotético para, na verdade, tratar de questões

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contemporâneas. A “Aurora Pós-humana” é um universo ficcional futurista criado por mim inspirado por artistas, cientistas e filósofos que refletem sobre o impacto das novas tecnologias: bioengenharia, nanotecnologia, robótica, telemática e realidade virtual sobre a espécie humana.

Na conferência abordarei as conexões entre o avanço hipertecnológico, a perspectiva transmidiática e a criação de histórias em quadrinhos.

Data: 22/05

Horário: 17:00/18:30

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

Palestrante: Amaro X. Braga Jr. (Doutorando em Sociologia (UFPE), Professor da Universidade Federal de Alagoas)

Tema: "Quadrinho Brasileiro ou Nacional? Tem diferença ou é tudo igual?"

 O trabalho se desenvolve em torno da ideia de identidade nacional nos quadrinhos brasileiros, com base na teoria da Legitimidade Cultural de Bernard Lahire e na de Hibridização Cultural de Jesús Martin-Barbero e Néstor García Canclini relacionando-as a um levantamento empírico, com base na análise de conteúdo, das produções brasileiras undergrounds ou independentes entre 1980 a 2010. Propõe uma tipologia, com base nos dados analisados, que estabelece parâmetros visando mapear desde a ausência de nacionalidade, uma produção mimético-alienante, uma produção híbrida, uma produção nacional-cosmopolita até às produções folcloristas, com visões ortodoxas sobre nacionalidade nos quadrinhos brasileiros. Enfatiza o que seriam estes elementos de nacionalidade e sua importância na produção de Histórias em Quadrinhos. Destaca dois aspectos que denunciam a nacionalidade de um quadrinho: o tema (e o perigo de, ao negligenciá-los e denegri-los como não desejados ou passíveis de não existência ou de incorporação aos enredos das histórias, negar a própria existência e corroborar para a aculturação) e as caracterizações do tipo de desenho (biótipo das personagens, elementos de urbanização e princípios arquitetônicos, vestimentas, entre outros) mostrando as principais confusões decorrentes destes conceitos com os gêneros de Histórias em Quadrinhos. Conclui propondo uma reflexão sobre os termos “quadrinho nacional” e “quadrinho brasileiro”.  

Data: 24/05

Horário: 17:30/18:30

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

Palestrante: Dr: Elydio dos Santos Neto  - Pós-Doutorado pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - UNESP (2010); Doutor em Educação (Supervisão e Currículo) pela PUC-SP (1998) e Mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP (1993); Licenciado em Filosofia e em Pedagogia (Administração Escolar) pela Faculdade Salesiana de Filosofia Ciências e Letras de Lorena (1982); Professor Adjunto do Centro de Educação, Departamento de Habilitações Pedagógicas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Docente-pesquisador do Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Aprendentes (MPGOA-UFPB).

Tema: Histórias em quadrinhos, educação e contemporaneidade: um olhar desde a perspectiva da cultura visual.

Inicialmente busca-se uma fundamentação filosófica sobre quem é o ser humano e sobre qual o lugar da imagem no processo humano de desenvolvimento. Em seguida discute-se o que é cultura visual, procurando mostrar suas possibilidades de diálogo com as histórias em quadrinhos e a educação. A partir daí identificam-se alguns desafios, individuais e coletivos, de nossa contemporaneidade e conclui-se apontando para alguns caminhos que sugerem que as histórias em quadrinhos, como poderoso artefato cultural, pode sim contribuir para o enfrentamento do momento presente, de modo especial no âmbito da educação.

3. MESA REDONDA

Data: 23/05

Horário: 16:00/17:30

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

1. Ivan Lima Gomes (Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Atualmente é doutorando em História Social pela Universidade Federal Fluminense e professor de Teoria e Metodologia da Universidade Estadual de Goiás)

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Tema: Heróis e vilões na historiografia dos quadrinhos: estudos de caso

Passados cerca de quarenta anos desde a publicação dos primeiros estudos que privilegiaram os quadrinhos como objeto específico de análise, experimentamos hoje a consolidação definitiva das reflexões acadêmicas ligadas ao tema. Em um momento no qual os quadrinhos ganham maior visibilidade na cultura popular, a academia reforça esta presente tendência por meio de revistas internacionais, congressos, redes de pesquisadores e grupos de pesquisa que tomam os quadrinhos como objeto específico de estudo. Torna-se necessário, pois, debruçarmo-nos sobre a sua história - ou ainda, sobre como se escreveu sua história. É nesta direção que segue a proposta de comunicação, desdobramento da pesquisa intitulada "História e historiografia da produção bibliográfica sobre quadrinhos no Brasil", desenvolvida com apoio da Universidade Estadual de Goiás e da Universidade Federal Fluminense nos anos de 2011 e 2012. Procuro aqui identificar e analisar a construção de uma memória historiográfica que considero presente no conjunto da produção de dois países: Brasil e Chile. Com isso, busca-se discutir algumas referências gerais que contribuíram para a elaboração intelectual de uma "memória historiográfica" e as suas características teórico-metodológicas. A partir desta crítica historiográfica vislumbra-se a construção de uma teoria da historiografia dos quadrinhos, com ênfase nas aplicações da noção de "cultura visual" em pesquisas de historiadores interessados no tema.

2. Dra. Geisa Fernandes (Área de Narrativas Dibujadas de la Carrera de Ciencias de la Comunicación de la Universidad de Buenos Aires)

Tema: Qual a importância da formação de uma rede de pesquisadores de histórias em quadrinhos?

A despeito das complexidades envolvidas no financiamento de pesquisas e realização de eventos voltados para a reflexão crítica e teórica sobre as histórias em quadrinhos, vários indicadores apontam para um campo em rápida expansão, considerado-se o número de trabalhos acadêmicos que tratam direta ou indiretamente de HQs. Os leitores aparentemente abandonaram o pudor de ler quadrinhos em ambientes 'sérios' e quadrinistas se tornam figuras conhecidas nas redes virtuais da web e combalido mercado editorial conseguiu sobreviver, por meio de uma série de estratégias inovadoras. No entanto é possível detectarmos uma resistência quanto ao investimento por parte das agências financiadoras de pesquisa as pesquisas neste campo. Com base nestas considerações, busca-se uma discussão a respeito das modalidades possíveis de

parceria entre pesquisadores de histórias em quadrinhos, visando o estabelecimento de uma rede de colaboração e incentivo à area.

3. Fábio Vieira Guerra (Doutorando– PPGH/UFF)

Tema: The History of comics: Um balanço historiográfico dos EUA

Esta apresentação propõe elaborar um balanço bibliográfico sobre as histórias em quadrinhos nos EUA. A partir de um balanço das obras produzidas naquele país, foi possível verificar que desde a década de 1930 existem trabalhos dedicados aos quadrinhos americanos, também chamados de comics. Ao longo das décadas é possível perceber diversos eixos temáticos que utilizaram os quadrinhos como objeto de estudo. Assim, é possível investigar os diversos impactos sociais e políticos dos Estados Unidos, país onde a indústria desta forma de arte é amplamente difundida. Deste modo, podemos considerar as histórias em quadrinhos como uma grande fonte de estudo para historiadores para problematizar temas pouco trabalhados pela historiografia tradicional, bem como desenvolver abordagens pouco convencionais. Assim como também é uma nova fonte para entendimento dos processos simbólicos da sociedade, objetivando perceber a transposição do cotidiano para a narrativa das histórias, através da arte e da cultura, para a percepção de uma sociedade ou de uma época. Meu objetivo é trabalhar com a História do Tempo Presente, e demonstrar como as histórias em quadrinhos podem ser entendidas como crônicas da sociedade estadunidense, pois entendo que as narrativas das revistas de uma mesma editora estão interligadas e todas possuem uma forte continuidade. Ou seja, os eventos da narração não são isolados, permitindo que se tenha uma linha temporal de acontecimentos na história dos personagens.

4. OFICINAS

Período: 22/05 – 24/05

Horário: 13:30/15:30

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Carga Horária: 06 horas

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

Oficina 01:

Os Fanzines: para uma existência criativa e ideária interdisciplinares

Ministrante Gazy Andraus. Coordenador e professor do Curso de Artes da FIG-UNIMESP, Doutor pela ECA/USP (prêmio HQMIX de melhor tese de HQ de 2006), Mestre pelo curso de Artes Visuais no IA da UNESP/SP e arte educador pela FAAP/SP, membro pesquisador do Observatório de HQ da USP e autor independente de HQ autoral de temática fantástico-filosófica.

Ementa: Os fanzines (revistas independentes paratópicas) são essenciais fontes plurívocas de informação imagética à educação, e como quaisquer outras artes que possuem linguagem própria em suas estruturas, são produzidas por autores que refletem suas condições idiossincráticas, abordando suas condições antropológicas, históricas, geográficas, sociológicas, inserções políticas etc. Assim, como uma arte interdisciplinar experimental pelos que farão essa oficina, poderão tais professores a partir de textos próprios e/ou desenhos/fotos e outros, em quaisquer temáticas, criar material que pode ser diretamente trabalhado para resultar em um fanzine autoral, biográfico e/ou interdisciplinar. Poderão elaborar textos poéticos, crônicas, resenhas, contos, ilustrações desenhadas (ou por foto colagens), HQ, tiras, charges e/ou cartuns, além do que mais puderem criar, transformando tudo numa revista independente cujo formato livre pode ser o mais diversificado possível culminando num zine ou até num novo Artezine-objeto, como exercício criativo pleno de possibilidades interdisciplinares.

Oficina 02:

A temática ecológica nas Histórias em Quadrinhos

Ministrante: Márcio dos Santos Rodrigues. Mestre em História pela UFMG, na linha “História e Culturas Políticas” (2011). Pesquisador do Grupo de Estudo e Trabalho em História e Linguagem/UFMG (GETHL/UFMG) e do Acervo Indígena da UFMG (Acind/UFMG)

Ementa: Nas últimas três décadas, as histórias em quadrinhos têm acompanhado uma tendência verificada em outros produtos culturais:

apresentar e discutir temas ecológicos. A oficina tem como objetivo discutir a vinculação dos Quadrinhos com a temática ambiental, considerando-os como uma prática sociocultural, uma forma de traduzir experiências de vida e percepções sobre temas caros ao social. Como material representativo, selecionamos alguns títulos elaborados a partir da década de 1980, de diferentes tradições quadrinísticas.

5. CINEPORT

O CINEPORT- Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa, iniciativa da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e patrocinado pela ENERGISA, acontece a cada 2 anos e reúne, como o próprio nome diz, cineastas de países lusófonos. A seleção aqui apresentada de Filmes de Animação que concorreram nas 5 edições desse Festival reúne trabalhos de jovens cineastas portugueses e brasileiros com estilos e propostas pessoais, revelando qualidades estéticas admiráveis e tratamento técnico notável. A Casa de Leitura Lya Botelho, que pertence à Fundação Ormeo Junqueira Botelho, sente-se honrada em participar do 1º Entre Aspas, por saber da importância que a Arte Sequencial, em todas as suas vertentes, tem na formação de leitores capazes de observar, apreender e refletir o mundo em que vivem, permitindo uma livre, ativa e criativa participação no mesmo.

Curadoria: Alexandre Moreira

Data: 22/05

Horário: 16:00/17:00

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

1. Desassossego (direção de Lorenzo Degl’Innocenti)

2. Izamara (direção de Diogo Hayashi)

3. Os Olhos do Farol (direção de Pedro Sarrazina)

4. Menina da Chuva (direção de Rosaria)

Data: 24/05

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Horário: 16:00/17:00

Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

1. Viagem a Cabo Verde (direção de José Miguel Ribeiro)

2. Balanços & Milkshakes (direção de Erick Ricco)

3. O Homem da Cabeça de Papelão (direção de Luis da Matta Almeida & Pedro Lino)

4. O Sapateiro (direção de David Doutel & Vasco Sá)

6. GRUPOS DE TRABALHO

6. 1 – Programação geral

GT 01 (08:30 – 12:30)Coordenador: Iuri Andreas ReblinData: 23/05Local: Casa de Leitura Lya Müller Botelho

Mesa 01 Pesquisando História nos quadrinhos: a pesquisa de quadrinhos na

História e de História nos quadrinhos - (Sávio Queiroz Lima -Balões n’ Tito-Tico: esqueceram de desenhar? - Guilherme Lima

Bruno E Silveira -Oboré e os Quadrinhos: uma revolução na imprensa sindical brasileira

dos anos de 1970 - Aline Martins. O movimento Punk sob a ótica dos fanzines nos anos oitenta em Juiz de

Fora – Amanda de Oliveira Almeida.

Intervalo

Mesa 02 Oficina de História em Quadrinhos na sala de aula: produção de Hq

numa escola pública de Rio Branco - Danielle Barros Fortuna

Revisando a página: uma revisão da literatura crítica das histórias em quadrinhos sobre a página e a experiência da leitura - Jônathas Miranda de Araújo).

Tributo à memória colecionável –(ou: a estruturação da psique criativa infanto/juvenil) – Gazy Andrus

Data: 24/05

Mesa 03 Homem, Super-Homem, Mulher e Questão – Fábio François Mendonça

da Fonseca Perspectivas Hermenêuticas acerca da representação religiosa nas

Histórias em Quadrinhos – Iuri Andreas Reblin “Babilônia dos super-heróis cairá!”: presença apocalíptica judaico-critã

em “O reino do Amanhã” Santa Teresa de Jesus: uma leitura em imagens – Claudio Verneque

Guerson

Intervalo

Mesa 04 Democracia Racial: realidade ou mito? Os quadrinhos dão sua versão –

Nobuyishi Chinen Um conto de duas cidades: história de duas editoras e muitos mundos

dos quadrinhos – Sávio Queiroz Lima A trajetória de “O Eternalta”: uma análise do clássico das histórias

argentinas – Tiago Pacinato Klein

GT 02 (08:30 – 12:30)Coordenador: Thiago Monteiro BernardoData: 23/05Mesa 01

Representação da loucura na vilania do Batman – Amaro Xavier Noções de justiça nos quadrinhos de super-heróis – Márcio Rodrigues Representações do Sistema Internacional Pós II Guerra Mundial através

de Naruto Shippuden – Thiago Monteiro Bernardo

Intervalo

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Mesa 02

Brenda Starr e os comics norte-americanos nas décadas de 1940/1950 – Natania Aparecida da Silva Nogueira

Sexualidade a brasileira: a intimidade nas imagens eróticas do jornal Rio Nú, 1900/1910 – Alessandra Senna Ferreira

Viagem sem destino do Lanterna Verde e do Arqueiro Verde pelos Estados Unidos na década de 1960/1970 – Willian Mathias Moreira

Data: 24/05

Mesa 03 Cinema comercial estadunidense e estereótipos: criação de padrões

– Fábio Campelo Teixeira A Catedral de Marcel Prost recriada: “No caminho de Swann” e “

Á Sombra das Raparigas em Flor” adaptados para narrativas gráficas – Karina Espurio

A narrativa visual de Lourenço Mutarelli – Guilherme Lima E Silveira

Intervalo

Mesa 04 A análise do processo criativo da revista Camiño di Rato 6 e da Hq

Ascensão – Matheus Moura Silva Construção de um “Underground” quadrinístico: análise da

diagramação nas capas da revista Chiclete com Banana – Jefferson Lima

Histórias em quadrinhos, performance e vida: da “Aurora Pós-Humana à “Ciberpajelança” – Edgar Franco/ Danielle Barros.

6.2 - Resumos

1 - OBORÉ E OS QUADRINHOS: UMA REVOLUÇÃO NA IMPRENSA SINDICAL BRASILEIRA DOA ANOS DE 1970

Aline Martins dos Santos

Em 1978, em plena ditadura civil-militar no Brasil, o novo sindicalismo tentava ampliar as bases operárias do ABC. O líder metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva teve a idéia de formar uma equipe de jovens jornalistas e estudantes de Comunicação para dar assessoria aos sindicatos de metalúrgicos da região. Ele chegou à conclusão que os jornais existentes não cativavam os operários, visto a quantidade de textos, fotos escassas, ilustrações mal feitas. Lula então incumbiu Laerte Coutinho de recrutar colaboradores, entre eles Angeli e Henfil, e desse núcleo surgiu a Oboré. Uma empresa que irá definir-se como um canal de comunicação sem vínculos partidários, embora seis dos dez fundadores pertencessem aos quadros do PCB, e que tinha como tarefa traduzir a política e a economia para uma linguagem de mais fácil compreensão para o trabalhador. A linguagem utilizada para tal foi a da charge e do quadrinho, linguagem essa que Lula iria afirmar ter sido “uma verdadeira revolução na comunicação sindical brasileira”. Ante o exposto, o objetivo do artigo é demonstrar como se essa linguagem se estabeleceu como um gênero comunicativo e como contribuiu para a história da imprensa sindical brasileira.

 Palavras-chave: Oboré, Imprensa Sindical, Quadrinhos.

2 - SEXUALIDADE A BRASILEIRA: A INTIMIDADE NAS IMAGENS ERÓTICAS DO JORNAL RIO NÚ, 1900/1910

Alessandra Senna Ferreira/ Mestranda em História na Universidade Salgado de Oliveira, Niterói.

A sexualidade geralmente tem um papel importante nas sociedades e não seria diferente na recém criada República do Brasil na primeira década do século XX. Presente no imaginário social desde o inicio de nossa colonização, fora se moldando à medida que o erotismo antes estimulado na simples possibilidade de visualização de mãos, tornozelos e pés, agora é apresentado de uma forma diferenciada nas páginas do Jornal O Rio Nu. Que surge no Rio de Janeiro em 1898, com uma tiragem bi-semanal e localizado inicialmente à rua da Alfandega 183, sua última edição data de 30 de dezembro de 1916. Durante este tempo fora transformando suas páginas, contavam com anúncios dos mais variados serviços oferecidos na cidade naquela época. Mas o que chamaria mais atenção nestas mudanças seriam os quadrinhos sátiros de duplo sentido que aguçariam a imaginação dos seus leitores, colocando em dúvida antigos pudores. As mulheres a necessidade de conhecer ou reconhecer os prazeres negados durante muito tempo e sugerir suas vontades nas mais variadas

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relações. Aos homens, cabia a imaginação das possibilidades inerentes à presença do nu feminino, também seus anseios e medos mais íntimos.

Palavras-chave : Mídia, Sexualidade, Homens, Mulheres, Quadrinhos

3 - O MOVIMENTO PUNK SOB A ÓTICA DOS FANZINES NOS ANOS OITENTA EM JUIZ DE FORA

Amanda de Oliveira Almeida

O trabalho tem como objetivo desenvolver questões que servirão de base para entendermos o movimento punk disseminado em Juiz de Fora, a partir da década de oitenta do século XX. Para realizar essa análise serão utilizados os fanzines publicados no período. O punk foi um movimento disseminador da contracultura de um grupo de jovens vindos das periferias urbanas. Nos fanzines o punk formulou uma nova técnica de produção independente com uma linguagem informal e subjetiva sem conceitos pré-estabelecidos.

Palavras-chave: Fanzines, Movimento Punk, Juiz de Fora.

4 - REPRESENTAÇÃO DA LOUCURA NA VILANIA DO BATMAN

Amaro Xavier Braga Jr./ UFAL/UFPE

O artigo, desenvolvido a partir de uma análise de conteúdo com bases em algumas histórias em quadrinhos de Batman, discute a noção de loucura apresentada nestes quadrinhos e sua associação com a de vilania. Retoma as discussões de Michel Foucault e Franco Basaglia acerca das mudanças sociais sobre a ideia de loucura, tanto na psiquiatria, quanto em outros campos. Particularmente, a noção de asilo e as mudanças sociais quanto a situação do louco e dos espaços sociais de tratamento da loucura e questiona se tais percepções destes estudos sobre a saúde mental podem ser identificadas nas HQs. Mapeia a constituição imagética e o perfil dos personagens vilões nas HQs de Batman a partir da teoria do Estigma de Erving Goffman. Registra os parâmetros da construção arquetípica dos biótipos visuais dos personagens às teorias raciológicas (do séc. 19) quanto à aparência dos criminosos e loucos. Questiona os vínculos instituídos entre vilania, loucura e criminalidade,

concluindo que, nestes quadrinhos, ocorre a reprodução de uma visão estereotipada de loucura, amplamente defendida no séc.19, mas abandonada no fim do séc.20, que relaciona loucura à vilania e reproduzindo uma visão negativa da pessoa com sofrimento psíquico. Destacando como as Histórias em Quadrinhos põem colaborar para a reprodução de visões sobre a estrutura da sociedade e seu funcionamento.

Palavras-chave: Representações; Saúde Mental; Quadrinhos.

5 - SANTA TERESA DE JESUS: UMA LEITURA EM IMAGENS

Cláudio Verneque Guerson/UEMG

A temática religiosa está presente nos quadrinhos já há muitas décadas. A Editora Brasil América (EBAL), na década de 1950, com o título Coleção Série Sagrada, foi pioneira no uso dos quadrinhos como forma de divulgar o conhecimento teológico, embora de forma ainda um tanto tradicional. No entanto, a iniciativa demonstrou a possibilidade do uso dos quadrinhos no estudo da religião de forma pedagógica e acessível. Trazendo à tona essa história da EBAL e traçando um paralelo com a comemoração dos 500 (quinhentos) anos do nascimento de Teresa de Ávila, a santa doutora, Santa Teresa de Jesus, pretendemos demonstrar a possibilidade de se trabalhar a vida de um santo(a) a partir da narrativa seqüencial, a partir de uma leitura teológica crítica e atual.

Palavras-chaves: quadrinhos, religiosidade, Santa Teresa de Jesus

6 - OFICINA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS NA SALA DE AULA: PRODUÇÃO DE HQ PELOS ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE RIO BRANCO - ACRE

Danielle Barros Fortuna Doutoranda em Ensino de Biociências e Saúde (IOC-FIOCRUZ)

O governo Federal implantou em 2011, o Plano Brasil Sem Miséria (PBSM), objetivando elevar renda e minorar desigualdade socioeconômica no Brasil. Para tanto diversas estratégias tem sido utilizadas, como transferência de renda, acesso a serviços públicos nas áreas de educação, saúde, assistência social, entre outras (BRASIL, 2011). Para atender os desafios do PBSM, o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) vem organizando e realizando expedições de 2012 a

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2014, por localidades de extrema pobreza (ARAÚJO-JORGE, 2012). Ensino, saúde e cultura são elementos essenciais para superação da pobreza, por isso as expedições são ancoradas em ações de formação continuada de professores da educação básica. Em setembro de 2012 houve uma expedição em Rio Branco (AC) e dentre as atividades, foram desenvolvidas oficinas de história em quadrinhos (HQ) com alunos e professores de escola pública do município. Parte-se do pressuposto que a utilização de estratégias lúdicas e inovadoras, como a criação de HQ pelos próprios alunos seja uma forma rica e estimulante para ensino, aprendizagem e interação em sala de aula. Objetivo: Compartilhar apontamentos sobre linguagem das HQ, processo criativo e possibilidades de utilização pedagógica com a criação de HQ pelos alunos. Metodologia: Apresentação dialogada de tópicos sobre HQ, atividades práticas em cada encontro, sendo que ao final tivemos HQ criadas de forma individual e/ou coletiva pelos alunos. Participaram 30 alunos e 5 professores (5° e 6° ano), em 3 encontros (manhã e tarde). Considerações: Notou-se grande interesse por parte das turmas, contudo detectamos dificuldades no processo de produção dos roteiros (escrita; noção de início, meio e fim; e interpretação), alguns alunos tinham tendência à cópia, somente após o segundo dia de oficina os alunos se motivaram a criar suas histórias autorais. Um dos momentos ricos foi a construção coletiva dos roteiros, onde os alunos puderam criar um roteiro de forma conjunta, tendo que negociar ideias e fazer interagir seus diferentes personagens em uma mesma história. Ao fim da produção de cada grupo, os alunos apresentaram a HQ construída pelo grupo e foi um momento interessante de integração da turma. Duas professoras tiveram interesse em perpetuar a proposta. Espera-se que a pesquisa contribua para o fortalecimento do uso das HQ no ensino pelo Brasil.

Palavras-chave: Ensino, Oficina de História em Quadrinhos, expedições.

7 - HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, PERFORMANCE E VIDA: DA “AURORA PÓS-HUMANA” À “CIBERPAJELANÇA”

Dr.Edgar Franco Universidade Federal de Goiás.

Danielle Barros Fortuna Doutoranda em Ensino de Biociências e Saúde (IOC-FIOCRUZ)

O artigo apresenta os processos de criação de histórias em quadrinhos do gênero poético filosófico presentes na revista seriada “Artlectos e Pós-humanos” (Editora Marca de Fantasia/UFPB) e contextualizadas no universo

ficcional transmídia da “Aurora Pós-humana” de Edgar Franco. Toma como base teórica para discutir as inspirações e motivações criativas do artista os conceitos de “musa” – de Stephan Nachmmanovitch (1993, p.20), “sensibilidade” – de Fayga Ostrower (1977, p.13) e do “mito da criação” de Rollo May (1982, p.126). Destaca também a migração poético-criativa do suporte papel/narrativa quadrinhística para as performances multimídia do Posthuman Tantra – banda performática que surge como desdobramento das HQs poéticas de Franco; para finalmente apresentar o Ciberpajé, personagem que o artista incorpora em sua vida cotidiana como desdobramento poético de suas criações.

Palavras-chave: Histórias em Quadrinhos, Processo Criativo, Performance, Pós-humano.

8 - CINEMA COMERCIAL ESTADUNIDENSE E ESTERIÓTIPOS: CRIAÇÃO DE PADRÕES

 Fábio Campelo Teixeira/ Prefeitura Municipal de Angra dos Reis.

O cinema comercial estadunidense, devido a sua característica básica de produção industrial com distribuição em massa se transforma em um elemento extremamente eficiente para a difusão de visões de mundo, mentalidades e estereótipos, universalizando visões de mundo que, originalmente, pertenciam exclusivamente a sua cultura nativa. O presente trabalho é um esforço no sentido de compreender tanto os mecanismos de construção desses estereótipos quanto de sua propagação, bem como compreender as relações de circularidades existente entre os discursos fílmicos e a sociedades que os produz/consome.

Palavras-chave: estereótipos, cultura, discurso fílmico, circularidade.

9 - HOMEM, SUPER-HOMEM, MULHER E QUESTÃO

 Fábio François Mendonça da Fonseca/ Doutorando em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Lógica e Metafísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Este trabalho desenvolve a premissa de que o gênero narrativo dos super-heróis tematiza e reinterpreta a dinâmica existencial entre medianidade e heroísmo. Neste momento, gostaria de reunir e comparar diversas amostras de uma

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estrutura de enredo que é recorrente neste gênero, o triângulo amoroso em que o super-herói é rival de sua própria identidade secreta. O que se verifica na sucessão histórica destas amostras desde a Era de Ouro até o período pós-Watchmen é um deslocamento gradual da predileção do par amoroso do super-herói em direção ao homem comum que ele é na verdade. A partir desta estrutura narrativa, isto permite sugerir que é o papel cultural da mulher o que solicita a verdade mais extrema e surpreendente aqui, qual seja, que o super-herói não é o herói clássico, nem uma reencarnação do semideus mitológico, mas o próprio homem contemporâneo ainda se inteirando da incomensurável tarefa existencial que se lhe apresenta na contemporaneidade: elaborar novas condições de sentido existencial onde o heroísmo tradicional já não desfruta da mesma autoridade. É possível aproximar esta conclusão do prognóstico de Heidegger de que o questionamento ontológico hoje está colocado em sua radicalidade dado o exaurimento do potencial instaurador da metafísica clássica. A abordagem de Heidegger, no entanto, se mostra insuficiente por alguma insistência monotônica no heroísmo existencial, que neste estudo pretendemos mostrar ter também presunções metafísicas. Reservando o contexto mais próprio do heroísmo, a saber, o contexto em que ele é oportuno e que não depende do arbítrio do homem, podemos propor que alguma suspensão do heroísmo em favor da pergunta e da escuta é solicitada na política, onde o homem contemporâneo está por elaborar o sentido da sua existência. É possível esboçar uma crítica ao fascismo a partir destas conclusões.

Palavras-chave:  Super-heróis, Mulher, Hermenêutica Existencial

10 - TRIBUTO À MEMÓRIA COLECIONÁVEL (OU: A ESTRUTURAÇÃO DA PSIQUE CRIATIVA INFANTO/JUVENIL

Dr. Gazy Andraus/FIG-UNIMESP

Este artigo traz em pauta a panvisualidade como fator de formação e educação de um jovem e adulto através da coleção de álbuns, gibis e outras publicações que contêm informações e imagens de temas variados, sendo que alguns vinham como brindes de produtos alimentícios nas décadas passadas. Além dos gibis que me foram sobremaneira especiais na infância e adolescência e auxiliaram-me na minha educação panvisual e formação infantil e infanto-juvenil, projetos editoriais como a Minienciclopédia ESCOLAR e os Mini-Álbuns do Conhecimento Humano, ou ainda a Enciclopédia Os Bichos em 4 volumes com mais um quinto intitulado Os Bichos Evoluem (publicação do início da década de 1970, pela Editora Abril), e outros, foram definitivamente

especiais como estimuladores e instigadores panvisuais que ajudaram e corroboraram na minha fruição estética e avidez por informações gerais: lendas, mitologias, tecnologia, pré-história etc, estimulando-me igualmente ao ato de desenhar e recriar, numa mixagem de pesquisas prazerosas. É assim, lembrando um pouco do passado de minhas influências na área dos desenhos e das histórias em quadrinhos, com todas essas edições que uniam conhecimento à arte magistral dos desenhos, ilustrações e pinturas, que não posso deixar de registrar esse resgate que muito auxiliou em meu desenvolvimento interdisciplinar de conhecimento e senso estético, dando um valor adequado à arte pictórica, e açabarcando-me ao universo mágico, criativo e rico dos quadrinhos e afins, levando-me à difusão e compartilhamento dum pouco desse resgate a meus contemporâneos.

Palavras-chave :educação, publicação,imagem, memória, coleção

11 - OS BALÕES N’ O TICO-TICO: ESQUECERAM DE DESENHAR?

Guilherme Lima Bruno E Silveira/Mestrando no PPG Letras, na UNESP-Ibilce.

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre o periódico infanto-juvenil O Tico-Tico, buscando averiguar quais os possíveis motivos para a inexistência dos balões nas histórias em quadrinhos dos primeiros anos da revista. O trabalho se foca em especial no caso Chiquinho/Buster Brown, uma vez que o personagem brasileiro, inicialmente feito por Loureiro, era decalcado da criação americana de Richard Outcault, e ainda assim eliminavam-se os balões. Ao mesmo tempo em que o periódico tem um papel de precursor, inovando ao criar o primeiro espaço fixo para as histórias em quadrinhos infantis, também se mostra reticente à novidade do balão, um dos principais elementos da linguagem quadrinhística, responsável, em grande parte, pela narrativa dinâmica que a popularizará. O uso do texto literário, externo ao quadrinho, guiando a narrativa permitia uma maior objetividade, eliminava possíveis ambiguidades, contextualizando toda a cena, porém foi com a leitura dinâmica permitida pelo balão, que liberou a imagem para narrar, que as histórias em quadrinhos passaram a ser sucesso popular e a se desenvolver enquanto linguagem. A pesquisa se deu a partir da leitura de vários estudos críticos do periódico e de análises comparadas entre algumas histórias de ambos personagens – a história matriz norte-americana e a sua versão adaptada no Brasil - numa aproximação entre o formato padronizado utilizado pela revista e a posição conservadora e moralista da mesma, que durante toda sua trajetória se manteve preocupada com a questão educacional e cívica.

Page 11: Caderno de Resumos(Final)

Palavras-chave :História em quadrinhos; Balão; O Tico-tico

12 - A NARRATIVA VISUAL DE LOURENÇO MUTARELLI

Guilherme Lima Bruno E Silveira/Mestrando no PPG Letras, na UNESP-Ibilce.

Lourenço Mutarelli teve uma produção quadrinhística intensa durante a década de noventa. Após um período produzindo fanzines e histórias curtas, ele passa a criar uma série de álbuns com histórias densas, marcadas por personagens perturbadas. Esta pesquisa pretende refletir sobre sua narrativa nos álbuns “Transubstanciação”, “Eu te amo Lucimar” e “Confluência da Forquilha”; como desenvolve seus temas, personagens, as frequentes referências intertextuais – musicais, visuais e literárias – e sua construção quadrinhística, identificando as especificidades da narrativa de Lourenço Mutarelli e, consequentemente, algumas possibilidades da linguagem dos quadrinhos. A obra de Mutarelli é diferenciada e autoral, imperando a subjetividade e a incerteza. Seus recortes narrativos fragmentados, a visão de um mundo deformado e caótico, a união de diferentes formas visuais – desenhos ora realistas, ora deformados, misturados a elementos fotográficos – e verbais – falas coloquiais se misturando a poemas, tanto de Mutarelli quando de outros autores, como Augusto dos Anjos, e notas explicativas – acarretam em uma obra multigêneros, que necessita de um esforço criativo para o processo de leitura e análise, uma vez que extrapola os limites de análises tradicionais. Lourenço Mutarelli é um autor de grande importância para a HQ nacional, muito embora sua produção ainda não tenha sido amplamente estudada. Sua narrativa rompe com uma série de padrões, fazendo-nos repensar o que é a narrativa de ficção e como devemos tratar tais obras.

Palavras-chave: Narrativa visual; História em quadrinhos; Lourenço Mutarelli.

13 - PERSPECTIVAS HERMENÊUTICAS ACERCA DA REPRESETAÇÃO RELIGIOSA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Dr. Iuri Andréas Reblin/Faculdades EST

O trabalho apresenta perspectivas hermenêuticas acerca da representação religiosa nas histórias em quadrinhos por meio de uma abordagem descritiva, decorrente de uma pesquisa doutoral calcada numa leitura bibliográfica exploratória com análise de estudo de caso. O trabalho parte da premissa da teologia do cotidiano, isto é, do uso, no sentido compreendido por Michel de

Certeau, que o autor do quadrinho faz de elementos religiosos, costurando-os em sua história e da centralidade da narrativa no processo de constituição do mundo humano. A partir dessa premissa, apresenta uma possibilidade de leitura da teologia do cotidiano nas histórias em quadrinhos a partir do gênero da superaventura. A pesquisa encerra indicando aproximações temáticas, metodológicas e ideológicas entre teologia e superaventura. Teologia e superaventura lidam com os valores caros ao ser humano, com a estrutura mítica e com a faculdade humana de conceber o ideal e de acrescentá-lo ao real.

 Palavras-chave: Teologia do Cotidiano. Histórias em Quadrinhos. Superaventura. Super-heróis.

14 - CONSTRUÇÃO DE UM “UNDERGROUND” QUADRINÍSTICO: ANÁLISE DA DIAGRAMAÇÃO NAS CAPAS DA REVISTA CHICLETE COM BANANA

Jefferson Lima/Educador Social no Colégio Marista Lúcia Mayvorne / Graduando em Arquivologia pela UFSC

A proposta deste trabalho é a de demonstrar como a diagramação das revistas em quadrinhos é parte fundamental na confecção da representação que a mesma almeja de si. O formato de representar para/como deve ser levado em conta, tanto quanto a formatação dos quadrinhos dentro das revistas. Para tanto, utilizarei como estudo de caso algumas capas da revista Chiclete com Banana, editada no Brasil entre meados da década de 1980 e começo dos anos 1990. Ao pensar como a diagramação e elementos escolhidos para a mesma representam a vontade da publicação de fazer parte de um underground quadrinístico busco entender quais elementos podem, ou não, ser apresentados como responsáveis pela atribuição a essa publicação de revista em quadrinhos underground. A crítica aos costumes, à sociedade e aos indivíduos se fazem presentes neste primeiro espaço da Chiclete com Banana. Além de capitar um Zeitgeist específico, a revista procura representá-lo, utilizando, muitas das vezes, o chiste e o exagero. Deste modo, acaba permitindo ao historiador compreender para quem e de onde a publicação parte ou se dirige. A proposta final é a de apresentar aos pesquisadores de Arte Sequencial as múltiplas possibilidades deste objeto, e uma delas é o próprio suporte onde é impresso.

 Palavras-chave: Chiclete com Banana, Representação, Capas

Page 12: Caderno de Resumos(Final)

15 - REVISANDO A PÁGINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA CRÍTICA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS SOBRE A PÁGINA E A EXPERIÊNCIA DA LEITURA

Jônathas Miranda de Araujo/UFF - Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Nessa comunicação pretendemos fazer um revisão da literatura crítica (especializada e acadêmica) sobre a página. Uma breve retomada dos primeiros escritos acadêmicos sobre as histórias em quadrinhos revelará que o problema entre a concepção do layout da página e os processos de leitura; questão esta, que ainda se encontra presente na produção crítica contemporânea. Nesse percurso esperamos ressaltar como tal problemática evoluiu da concepção da função retórica da página às tensões entre a página como um dispositivo sensível e o fluxo de leitura e dramas enfrentado pelo leitor. Vale ressaltar que tal mudança de paradigma de investigação repercute uma mudança da próprio formato de publicação e seus investimentos. Se os primeiros críticos a acadêmicos reconheceram tal problemática da página e o aperfeiçoamento de sua função retórica a partir da aparição de uma cultura de publicação no formato álbum, contra a tradição das tiras, hoje devemos investigar se há e quais são as mudanças paradigmáticas que permitem a comunidade crítica e científica reconhecer um outro aspecto sobre a páginas e os processos de leitura.

Palavras-chave (de três a cinco): página, leitura, história

16 - "A CATEDRAL DE MARCEL PROUST RECRIADA: 'NO CAMINHO DE SWANN' E 'À SOMBRA DAS RAPARIGAS EM FLOR' ADAPTADOS PARA NARRATIVAS GRÁFICAS."

Karina Espurio

A presente comunicação fará uma análise de como alguns procedimentos estéticos presentes em No Caminho de Swann e À Sombra das Raparigas em Flor, dois primeiros volumes da obra Em Busca do Tempo Perdido do escritor francês Marcel Proust, foram adaptados para o suporte de narrativas gráficas. A adaptação desses livros de Marcel Proust, feita pelo quadrinista francês Stéphane Heuet e subdivididas em cinco tomos, foram nomeadas da seguinte forma em sua tradução brasileira: No Caminho de Swann: Combray (2004), À Sombra das Raparigas em Flor – Parte 1 (2004), À Sombra das Raparigas em Flor – Parte 2 (2004), Um amor de Swann – parte 1 (2007) e Um amor de

Swann – parte 2 (2011). O desenvolvimento da comunicação evidenciará a importância do narrador e do personagem Charles Swann tanto nos dois livros de Proust quanto em sua transposição para narrativas gráficas. Alguns dos procedimentos estéticos utilizados por Heuet em sua adaptação de Proust, tais como tamanho e formato de vinhetas e de letreiramento, onomatopeias, estilo de desenho e cores também serão abordados no decorrer da comunicação. Também faz-se necessário o uso de teorias da adaptação para pensar nesse processo de transposição do texto-fonte para a adaptação propriamente dita para compreender como se faz a transferência, ou mesmo recriação do texto proustiano no formato de narrativas gráficas.

Palavras-chave: Em busca do tempo perdido; Marcel Proust; narrativas gráficas; Stéphane Heuet.

17 - NOÇÕES DE JUSTIÇA NOS QUADRINHOS DE SUPER-HERÓIS

Márcio dos Santos Rodrigues/Pesquisador do Grupo de Estudo e Trabalho em História e Linguagem/UFMG (GETHL/UFMG) e do Acervo Indígena da UFMG (Acind/UFMG)

Nesta comunicação discuto como e em quais termos as Histórias em quadrinhos, ao longo do tempo, construíram e colocaram em circulação diferentes noções de Justiça. Para tanto, tomo como objeto de reflexão algumas publicações que giram em torno da temática dos super-heróis. Analiso na comunicação como, em diferentes ocasiões, o gênero super-herói – considerado, na maioria das vezes, como mero produto da indústria do entretenimento, – se prestou a discutir questões relacionadas à aplicação de leis e do direito. A ideia aqui é a de pensar nos quadrinistas como “filósofos políticos”, considerando o debate travado nas páginas dos quadrinhos de super-herói sobre quem decide os limites entre o que é certo e errado, sobre o que é necessário e o que não se pode fazer. Acompanho aqui o esforço de quadrinistas em fazer dos super-heróis um instrumento para especular sobre noções como justiça, culpabilidade e moralidade. Considero aqui os quadrinhos como prática cultural, atribuindo a eles uma participação no mundo social, de natureza política e ideológica.

Palavras-chave: Histórias em Quadrinhos; Super-heróis; Representações; Justiça; Ideologia

Page 13: Caderno de Resumos(Final)

18 - ANÁLISE DO PROCESSO CRIATIVO DA REVISTA CAMIÑO DI RATO 6 E DA HQ ASCENSÃO

Matheus Moura Silva/ PPGACV-FAV/UFG

Na década de 1990 surgiu no Brasil um gênero de histórias em quadrinhos diferenciado, batizado de "Poético-Filosófico". Ele vem sendo estudado na academia desde o início dos anos 2000, com artigos em revistas, congressos, teses e um pós-doutorado que delimitaram suas especificidades narrativas. Por meio de uma pesquisa exploratória este estudo visa a expandir as reflexões sobre esse gênero e investigar os processos criativos envolvidos na construção da revista Camiño di Rato # 6 e da história em quadrinhos Ascensão. O objetivo principal é determinar como ocorre a criação dessas histórias em quadrinhos tão dispares das tradicionais, caracterizando tais processos e traçando um paralelo com a criação artística em geral. Como  pesquisador autor, a proposta metodológica foi calcada na pesquisa participativa e/ou pesquisa ação. Ambos os métodos implicam interação entre pesquisador e pesquisados. Para tanto foram desenvolvidas um total de seis histórias em quadrinhos em parceria com os artistas pesquisados (Antonio Amaral, Edgar Franco e Gazy Andraus), em que foram experimentados diversos processos criativos comuns ou não a eles. Neste artigo, especificamente, são analisadas a HQ Ascensão, de Matheus Moura e Edgar Franco e a revista Camiño  di  Rato  #  6 – que faz parte da prática-artística da  pesquisa de mestrado desenvolvida por Silva, sendo este um recorte.

Palavras-chave: processo criativo; quadrinhos; poético-filosófico

19 - BRENDA STARR E OS COMICS NORTE-AMERICANOS NAS DÉCADAS DE 1940-1950

Natania Aparecida da Silva Nogueira/Mestranda em História na Universidade Salgado de Oliveira, Niterói.

A presente comunica busca analisar a presença feminina nos quadrinhos de aventura, nos Estados Unidos, nas décadas de 1940 e 1950, tomando como referência a personagem Brenda Starr, criada por Dale Messick , em 1940, e publicada em cerca de 250 jornais. Tanto autora quando sua personagem representam uma ruptura dentro da produção de quadrinhos norte-americanas, uma vez que os quadrinhos de aventura, até então, eram produzidos exclusivamente por homens. Assim, Brenda Starr pode ser considerada a

primeira personagem feminina de aventura, criada por uma mulher, que protagonizou sua própria história em quadrinhos nos Estados Unidos. A partir da autora e da personagem pretendemos analisar não apenas os desafios impostos ao mercado editorial às mulheres, assim como as representações contidas na personagem, que foi publicada por mais de 70 anos.

Palavras-chave: comics, história da mulher, representações

20 - DEMOCRACIA RACIAL: REALIDADE OU MITO? OS QUADRINHOS DÃO SUA VERSÃO

Nobuyoshi Chinen/ Faculdades Oswaldo Cruz – São Paulo (SP)

O livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, é o estudo sociológico mais conhecido e obra fundadora no que se refere à análise da formação da população brasileira. Nesse famoso estudo, Freyre se detém a delinear a contribuição de cada um dos principais grupos étnicos na composição da nossa sociedade e como essa participação se refletiu e se amoldou no contato com os demais grupos. Segundo a visão de Freyre, a incorporação dos elementos negros à sociedade brasileira se deu sem conflitos e de forma pacífica, configurando uma democracia racial. Tal realidade é questionada por outros pesquisadores, notadamente Florestan Fernandes que, em sua obra A Integração do negro na sociedade de classes, apresenta uma série de fatos e dados que contrapõem às argumentações de Freyre. O presente trabalho tem como objetivo confrontar esses dois pontos de vista por meio da análise de duas obras em quadrinhos: a primeira uma adaptação do próprio livro Casa Grande & Senzala, feita por Estêvão Pinto e Ivan Wasth Rodrigues. A outra, o álbum Violência Histórica, de Mauricio Pestana. Com essa análise, busca-se demonstrar que os quadrinhos são meios eficazes para se apresentar e defender correntes ideológicas divergentes e servem como excelente objeto de estudo para temas profundos e relevantes como a própria formação da sociedade brasileira.

Palavras-chave: Sociedade; afro-brasileiros; preconceito; racismo

21 - “BABILÔNIA DOS SUPER-HERÓIS CAIRÁ!”: PRESENÇA APOCALÍPTICA JUDAICO-CRISTà EM “O REINO DO AMANHÔ

Ruben Marcelino Bento da Silva/Bolsista de Doutorado em Teologia na Faculdades EST.

Page 14: Caderno de Resumos(Final)

A comunicação analisa o emprego de elementos teológico-estruturais extraídos de um antigo gênero de literatura judaica e cristã, o apocalíptico, na elaboração do enredo da história em quadrinhos “O Reino do Amanhã”, protagonizado pelos super-heróis da DC Comics. A narrativa roteirizada por Mark Waid e ilustrada por Alex Ross não somente se orienta por citações do Apocalipse de João, obra cristã do final do primeiro século da Era Comum, mas também se constrói mediante apropriação de elementos simbólicos provenientes da apocalíptica judaica, tais como a recepção de visões (por parte do pastor protestante Norman McCay), a presença de um guia angélico (o super-herói Espectro) que interage com o visionário a fim de desenvolverem uma interpretação do que é visto e a noção de que a força opressora de um poder superior atingiu seu clímax, tornando-se necessário colocar-lhe um ponto final, que ocorrerá em breve e de forma cataclísmica (os descendentes dos super-heróis clássicos, que assumiram o lugar destes e, de protetores, converteram-se em ameaças para a humanidade). Em “O Reino do Amanhã”, reflete-se sobre o problema da degeneração social ocasionada pela rejeição de valores éticos de responsabilidade pessoal, zelo da alteridade e administração da democracia. A articulação entre poder e valores é igualmente abordada na apocalíptica judaico-cristã. Destacam-se, ainda, diversas homenagens à história dos personagens da DC, entre outras, as aparições da Sala de Justiça (quartel-general dos Superamigos) e da matriz genética que trouxe o Superman à Terra no Universo do kryptoniano reformulado por John Byrne na década de 1980. 

Palavras-chave: Apocalíptica judaico-cristã. Espectro. Superman. Alteridade. Democracia.

22 - PESQUISANDO HISTÓRIA NOS QUADRINHOS: A PESQUISA DE QUADRINHOS NA HISTÓRIA E DE HISTÓRIA NOS QUADRINHOS

Sávio Queiroz Lima

O artigo busca promover um diálogo franco sobre a produção de pesquisa sobre a fonte-objeto quadrinhos dentro dos estudos historiográficos. Tece o viés fundamental na escolha e trato de histórias em quadrinhos enquanto fontes de absorção de conhecimento histórico ou como objeto da história, dialogando teorias e métodos encontráveis em estudos sobre literatura, iconografia, de forma semelhante ao efetivado com outros objetos-fonte periódicos. Com leve explanação cronológica, apresenta as importâncias das balizas temporais diante de conceitos como Imaginário, Representação, tempo social e longa duração. Expõe as dificuldades e os riscos de leituras tendenciosas ou com objetivos

ideológicos predefinidos. Ensaia a organização em gerações os pesquisadores mais usuais nas bibliografias de pesquisas sobre quadrinhos no Brasil. Pontua rapidamente tópico informativo sobre quadrinhos históricos como fonte-objeto com parcialidade. Desponta uma reflexão sobre aplicações de métodos e teorias da historiografia contemporânea diante da fonte e objeto quadrinhos.

Palavras-Chave: História das Histórias em Quadrinhos, Pesquisa em quadrinhos, História Cultural dos Quadrinhos.

23 - UM CONTO DE DUAS CIDADES: HISTÓRIA DE DUAS EDITORAS E MUITOS MUNDOS NOS QUADRINHOS

Sávio Queiroz Lima

Produção analítica sobre as construções de cidades fictícias dentro da literatura dos quadrinhos desde 1938 até a atualidade, tendo por objetos principais as cidades de Metrópolis e Gotham e como objetos paralelos os modos de reprodução da realidade e representações de cidades reais e imaginárias entre as duas mais importantes editoras do gênero super-herói nos quadrinhos norte americanos. Apresentações de cidades fictícias dentro do universo mitológico dos quadrinhos e as representações e apropriações encontradas em suas construções simbólicas. Descrições de cidades fictícias e suas relações com cidades reais dentro e fora do espaço físico dos Estados Unidos na realidade histórica.

Palavras-chave: História contemporânea, História cultural, História dos quadrinhos, Cidades.

24 - REPRESENTAÇÕES DO SISTEMA INTERNACIONAL PÓS II GUERRA MUNDIAL ATRAVÉS DE NARUTO SHIPPUUDEN

Thiago Monteiro Bernardo/UFRJ e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Neste trabalho analisarei as representações da formação e da crise do sistema internacional instituído através do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU, através do mangá e do anime Naruto Shippuden. Originalmente Naruto é uma série de mangá criada por Masashi Kishimoto, publicada semanalmente a partir de 1999 na revista Shõnen Jump, dividida em duas partes, e que foi adaptada para a televisão na forma de um anime, também dividido em dois segumentos: Naruto (2002-2007), referente a primeira parte, e

Page 15: Caderno de Resumos(Final)

Naruto Shippuden (2007 em diante), referente a segunda parte. Busco aqui relacionar a temática do estabelecimento do equilíbrio internacional descrito na ambientação narrativa de Naruto com a noção de dissuasão nuclear, surgida no sistema intencional no pós II Guerra. Entendo assim o modelo narrativo do mundo shinobi de Naruto, com seu sistema de governância entre as Cinco Grandes Nações como alegoria do sistema internacional emerso da Conferência de Yalta e da organização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com as cinco potências nucleares detendo poder de veto nas resoluções. Um sistema que entra em crise com o fim da Guerra Fria e abertura de frentes de guerras assimétricas nas bordas do sistema de construção dos Estados Unidos como hiper-potência imperial nas décadas de 1990 e 2000.

Palavras-chave: Naruto, armas nucleares, dissuasão nuclear, sistema internacional, guerra assimétrica.

25 - A TRAJETÓRIA DE “O ETERNAUTA”: UMA ANÁLISE DO CLÁSSICO DAS HISTORIETAS ARGENTINAS

Tiago Pavinato Klein

 O presente artigo analisa a trajetória da historieta argentina “O Eternauta”, um dos cânones dos quadrinhos do país. A versão original foi escrita por Héctor Gérman Oesterheld e desenhada por Solano Lopez, entre 1957 e 1959, tendo diversas sequências e inclusive uma releitura feita pelo próprio autor, 10 anos depois, com desenhos de Alberto Breccia. Ao narrar uma invasão de extraterrestres em Buenos Aires e a luta dos sobreviventes contra os invasores, criou-se um dos principais personagens do imaginário argentino. A HQ é, inclusive, adotada pela rede de ensino na Argentina. No Brasil, a história original foi publicada apenas em 2011, mostrando a grande defasagem no conhecimento deste clássico em terras brasileiras. A partir da leitura e análise das versões da década de 50 e de 60, além de textos reflexivos sobre “O Eternauta” e sobre o campo teórico da historieta argentina, o artigo busca compreender o impacto do personagem e da saga, a partir de relações com a política do país e a vida militante de Oesterheld, um dos muitos desaparecidos na ditadura militar argentina. Além disto, realiza uma leitura comparada das duas versões da obra escritas por Oesterheld, mostrando as principais mudanças políticas e estéticas entre uma e outra.

 Palavras-chave: O Eternauta – Héctor Gérman Oesterheld – Historietas

26 - A VIAGEM SEM DESTINO DO LANTERNA VERDE E DO ARQUEIRO VERDE PELOS EUA DA DÉCADA DE 1960-70.

William Mathias Moreira/PUC-RJ

Esse artigo tem o objetivo de investigar como as imagens, mais especificamente como as histórias em quadrinhos podem vir a ser utilizadas como documento para o exercício da pesquisa histórica, visando a perceber como certos elementos e conceitos são representados em determinado contexto. Para isso, são analisadas algumas páginas das 13 edições da série Green Lantern Vol. 2 (Green LanternCo-Starring Green Arrow) e a produção da mesma publicada pela DC Comics em 1970-71, em um contexto de grandes transformações políticas e sociais nos Estados Unidos, sob a perspectiva da contracultura.

Palavras-chave: Imagem, História Cultural, História em Quadrinhos, Contracultura, Estados Unidos.

Comissão organizadora Amaro Xavier Braga Júnior (UFAL) Iuri  Andréas Reblin (EST) Márcio dos Santos Rodrigues (Mestre em História pela UFMG) Natania A. S. Nogueira (Academia Leopoldinense de Letras e

Artes, Mestranda em História na Universidade Salgado do Oliveira)

Page 16: Caderno de Resumos(Final)

Thiago M. Bernardo (Mestre em História, doutorando em História na UFRJ)

Casa de Leitura Lya Botelho, localizada na Rua José Peres, 4 - Centro - Leopoldina-MG.

[email protected]