Caracterização das Propriedades Mecânicas Equivalentes em … · Ao Pedro Daniel Teodoro que foi...
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Caracterização das Propriedades Mecânicas Equivalentes em Placas
Teresa Sofia Marques Mesquita
Dissertação para obtenção de Grau de Mestre em
Engenharia Mecânica
Júri Presidente: Doutor Luís Manuel Varejão de Oliveira Faria
Orientador: Doutor José Arnaldo Pereira Leite Miranda Guedes
Co-Orientador: Doutor Helder Carriço Rodrigues
Vogal: Doutor João Orlando Marques Gameiro Folgado
Outubro 2010
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"Um dia, o discípulo perguntou ao Mestre:
- Mestre, o que é a utopia?
O Mestre respondeu:
- Tu que és jovem e vês bem ao longe, vês a linha do horizonte? Caminhemos até lá.
... Assim caminharam durante três dias.
Ao fim do terceiro dia, quando o sol se estava a pôr, o Mestre perguntou ao discípulo:
- Diz-me, alcançámos já a linha do horizonte?
- Mestre - respondeu o discípulo - a linha do horizonte continua tão distante como ontem e anteontem... por
mais que caminhemos, nunca a poderemos alcançar...
- Pois é esse o significado da utopia - disse o Mestre - como a linha do horizonte, por mais que caminhemos
nunca a poderemos alcançar...
- Mas, Mestre - retorquiu o discípulo - se não é possível alcançá-la, para que serve então a utopia?
- A utopia serve para caminhar, caminhar, caminhar..."
(Eduardo Galeano)
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Agradecimentos
A autora agradece a todos os que ajudaram na elaboração desta tese.
Agradeço em primeiro lugar, à minha família e amigos pelo apoio e dedicação prestados ao longo da minha
vida. Em especial quero prestar uma pequena homenagem ao meu pai, Altino Mesquita, por ter acreditado
sempre em mim e pela cumplicidade demonstrada nos momentos mais difíceis da minha vida. Mais do que um
pai, és um grande amigo. E se aqui cheguei em grande parte devo-o a ti. Obrigada Pai.
Ao Pedro Daniel Teodoro que foi incansável na resolução de problemas relacionados com a tese, uma ajuda
sem a qual não teria sido possível realizar este trabalho. Destaco também a tua amizade, a forma como sempre
me ajudaste com muito empenho sem nunca esperar nada em troca. Muito obrigada pela tua simplicidade e
entrega.
Ao meu namorado, João Correia, pelo apoio incondicional nas fases críticas da vida. Obrigada pela tua
paciência, pelo teu amor, e por confiares em mim. Contigo, tudo se torna mais fácil e claro.
Ao meu orientador, Prof. José Miranda Guedes por ter sido um guia que me encaminhou até ao objectivo final.
Pelas dicas sempre úteis e por partilhar comigo todo o conhecimento sem o qual não teria sido possível chegar
tão longe. Muito obrigada.
Ao Eng. António Valente e também a PLY Engenharia o material cedido na elaboração desta tese e pela
disponibilidade demonstrada em esclarecer qualquer questão envolvida neste trabalho, pelo conhecimento e
experiência partilhadas que mesmo simples valem sempre a pena serem apreendidas.
Aos meus professores que foram mestres com quem aprendi a crescer como pessoa e como profissional. E aos
meus colegas, que ao longo desta minha caminhada como estudante me toleraram e me fizeram crescer.
Foi uma caminhada difícil, mas a todos vocês o devo. Do fundo do meu coração, um Obrigada sentido.
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Resumo
As estruturas Sandwich são amplamente usadas na indústria automóvel, aeroespacial. As estruturas existentes
no mercado trazem subjacentes processos de fabrico que exigem muitas vezes elevados custos, ou possuem
núcleos com aplicações muito específicas. Surge assim, um modelo inovador com elevado coeficiente
rigidez/peso denominado 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® (modelo real), desenvolvida pela PLY Engenharia, como objecto de
estudo desta tese.
O objectivo proposto é desenvolver um modelo teórico computacional que interaja entre softwares (ANSYS e
MATLAB) de placa uniforme que consiga aproximar tanto quanto possível as frequências naturais e a
deformada da estrutura real, optimizando através do método iterativo FMINSEARCH, as propriedades do
material e a espessura, utilizando a teoria clássica de placas e o método dos elementos finitos.
Este trabalho é uma mais-valia na medida em que teremos um modelo teórico previamente conhecido que
consiga aproximar o modelo real, respondendo com rapidez e consequentemente reduzidos custos a diversas
situações específicas.
As principais conclusões prendem-se com o facto do modelo teórico obtido depender muito das condições de
fronteira aplicadas, convém por isso saber à partida as aplicações a implementar à estrutura real. Para uma
estrutura simplesmente apoiada e livre em extremidades opostas teremos que ter uma espessura maior/maior
rigidez, face à condição de simplesmente apoiada em todas as extremidades. Depende também do
comportamento do material enquanto isotrópico ou ortotrópico (sendo que este aproxima melhor) e da
geometria da estrutura, para uma carga uniformemente distribuída. O modelo obtido satisfaz os critérios de
convergência das variáveis de projecto.
Palavras-Chave: Estruturas Sandwich
Teoria Clássica de Placas
Modelo computacional
Optimização de propriedades do material
Análise dinâmica
Método dos Elementos Finitos
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ABSTRACT
Sandwich structures are widely used in automotive and aerospace industry. Existing structures on the market
that brings the underlying manufacturing processes often require high costs, or have a core with very specific
applications. This leads to an innovative model with high coefficient rigidity / weight called 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® (real
model), developed by PLY Engineering, as case study for this thesis. The aim is to develop a theoretical model
that interacts between computational software (ANSYS and MATLAB) that can even approach as nearly as
possible the natural frequencies and deformed from the real structure, optimizing by an iterative algorithm
(FMINSEARCH), material properties and thickness, using the classical theory of plates and the finite element
method.
This work is an asset to the extent that we have a theoretical model previously known to be able to
approximate the real model, responding quickly and therefore reduced costs to various situations.
The main conclusions relate to the fact that the theoretical model obtained depend heavily on boundary
conditions applied, it is so telling in advance the applications to implement the actual structure. For a simply
supported structure at opposite ends and free we have a greater thickness / rigidity, when compared to the
condition of simply supported on all edges. It also depend on the behavior of the material as isotropic or
orthotropic (and this brings better) and the geometry of the structure to a uniformly distributed load. The
model meets the criteria of convergence of design variables.
Keywords: Sandwich Structures
Classical Theory of Plates
Computational model
Optimization of material properties
Dynamic analysis
Finite element method
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INDICE GERAL
Agradecimentos ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ iv
Resumo ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- vi
ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- viii
INDICE GERAL ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- x
INDICE DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- xiv
INDICE DE TABELAS ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- xviii
NOMENCLATURA -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------xx
CAPITULO I -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
1.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
1.2 Estruturas Sandwich ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 1
1.2.1 Materiais em estruturas Sandwich ------------------------------------------------------------------------------------- 2
Materiais das Faces ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 2
Materiais do Núcleo ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
1.2.2 Estruturas Periódicas Celulares ----------------------------------------------------------------------------------------- 2
1.2.3 Vantagens e Desvantagens dos painéis Sandwich ------------------------------------------------------------------ 3
1.2.4 Processos de Fabrico ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 4
1.2.5 Campos de Aplicação ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 6
1.3 Uma inovação denominada 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® ------------------------------------------------------------------------------ 11
1.3.1 O Conceito ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
1.3.2 Motivação e Objectivos ------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
1.3.3 Estado de Arte ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 14
1.4 Problema e Metodologia usada -------------------------------------------------------------------------------------------- 17
1.5 Estruturação da Tese --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
CAPITULO II - REVISAO TEORICA--------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
2.1 Teoria Clássica de Placas ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
2.1.1 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
2.1.2 Hipóteses ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 19
2.1.3 Lei Constitutiva ou Lei de Hooke Generalizada -------------------------------------------------------------------- 20
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Placas de material Ortotrópico ------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Placas de Material Isotrópico---------------------------------------------------------------------------------------------- 20
2.1.4 Campo de Deslocamentos --------------------------------------------------------------------------------------------- 21
2.1.5 Extensões ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 21
2.1.6 Tensões --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Placas de material Ortotrópico ------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Placas de material Isotrópico ---------------------------------------------------------------------------------------------- 22
2.1.7 Equações clássicas de Momentos Flectores e Esforços Transversos ----------------------------------------- 22
Placas de material Ortotrópico ------------------------------------------------------------------------------------------- 23
Placas de material Isotrópico ---------------------------------------------------------------------------------------------- 23
2.1.8 Equações Fundamentais de Equilíbrio estático-------------------------------------------------------------------- 24
2.2 Análise Dinâmica para Placas Rectangulares --------------------------------------------------------------------------- 25
2.2.1 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
2.2.2 Equações Fundamentais de equilíbrio dinâmico ------------------------------------------------------------------ 25
Placas de material Ortotrópico ------------------------------------------------------------------------------------------- 25
Placas de material Isotrópico ---------------------------------------------------------------------------------------------- 25
2.2.3 Condições de Fronteira ------------------------------------------------------------------------------------------------- 26
2.2.3.1 Placa Simplesmente Apoiada (SS_SS_SS_SS) ----------------------------------------------------------------- 26
2.2.3.2 Placa Simplesmente Apoiada e Livre (SS_F_SS_F) ---------------------------------------------------------- 27
2.2.4 Métodos Analíticos. Soluções para Frequência ------------------------------------------------------------------- 27
2.2.4.1 Método de NAVIER------------------------------------------------------------------------------------------------- 28
2.2.4.2 Método de LEVI ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
2.3 Análise de Elementos Finitos de Placas ----------------------------------------------------------------------------------- 30
2.3.1 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30
2.3.2 Breve História do MEF -------------------------------------------------------------------------------------------------- 30
2.3.3 Formulação geral - Principio dos Trabalhos Virtuais ------------------------------------------------------------- 31
2.3.4 Equação do Movimento de um Elemento Finito Genérico ----------------------------------------------------- 31
2.4 Sumário -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33
CAPITULO III - Caracterização de propriedades equivalentes numa placa usando optimização numérica ----- 35
3.1 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 35
3.2 Formulação do problema ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 35
3.2.1 Apresentação da OPENCELL ------------------------------------------------------------------------------------------- 36
3.2.2 Definição das Variáveis de Projecto ---------------------------------------------------------------------------------- 37
3.2.3 Função Objectivo para Placas Apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) ------------------------------- 38
Placa Rectangular - Estudo para ρ = constante = 7800Kg/m3 ------------------------------------------------- 38
3.2.3.1 Placa Rectangular - Estudo para densidade dependente da espessura h ------------------------------ 43
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3.2.3.2 Placa Quadrangular - Estudo para densidade dependente da espessura h --------------------------- 43
3.2.4 Função Objectivo para Placas Apoiadas e livres (SS_F_SS_F) -------------------------------------------------- 47
3.2.4.1 Placa Rectangular - Estudo para densidade dependente da espessura -------------------------------- 47
3.2.4.2 Placa Quadrangular - Estudo para densidade dependente da espessura ------------------------------ 49
3.3 Tipos de considerações e constrangimentos ----------------------------------------------------------------------------- 51
3.3.1 Tipo de Elemento, Malha, Constantes e Material ---------------------------------------------------------------- 51
3.3.2 Carregamentos aplicados e sistema de eixos ---------------------------------------------------------------------- 51
3.3.3 Constrangimentos ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 52
3.3.4 Análise Modal – Método Block Lanczos ----------------------------------------------------------------------------- 53
3.4 Critério de optimização usado ---------------------------------------------------------------------------------------------- 53
3.4.1 FMINSEARCH -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54
3.4.2 O algoritmo Nelder – Mead -------------------------------------------------------------------------------------------- 54
3.4.3 Fluxograma de Simulação Computacional -------------------------------------------------------------------------- 55
3.5 Sumário -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55
CAPITULO IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 57
4.1 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
4.2 Apresentação dos Casos de Estudo ---------------------------------------------------------------------------------------- 57
4.3 Resultados – Material Isotrópico ------------------------------------------------------------------------------------------- 58
4.3.1 Caso A (Placa SS_SS_SS_SS Rectangular Isotrópica) -------------------------------------------------------------- 58
4.3.2 Caso B (Placa SS_F_SS_F Rectangular Isotrópica) ----------------------------------------------------------------- 63
4.3.3 Caso C (Placa SS_SS_SS_SS Quadrangular Isotrópica) ----------------------------------------------------------- 64
4.3.4 Caso D (Placa SS_F_SS_F Quadrangular Isotrópica) -------------------------------------------------------------- 65
4.3.5 Comentários --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66
4.4 Resultados – Material Ortotrópico ----------------------------------------------------------------------------------------- 67
4.4.1 Caso E (Placa SS_SS_SS_SS Rectangular Ortotrópica) ------------------------------------------------------------ 68
4.4.2 Caso F (Placa SS_F_SS_F Rectangular Ortotrópica) --------------------------------------------------------------- 70
4.4.3 Caso G (Placa SS_SS_SS_SS Quadrangular Ortotrópica) --------------------------------------------------------- 71
4.4.4 Caso H (Placa SS_F_SS_F Quadrangular Ortotrópica) ------------------------------------------------------------ 73
4.4.5 Comentários --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 74
4.5 Sumário -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 75
CAPITULO V - CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE TRABALHO FUTURO ------------------------------------------------------ 77
5.1 Conclusões ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 77
5.2 Propostas de trabalho futuro ----------------------------------------------------------------------------------------------- 79
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Fontes Bibliográficas ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 81
Anexo A – Geometria da Malha --------------------------------------------------------------------------------------------------- 83
Anexo B – Tabelas de consulta ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 85
Anexo C – Tabela Influência de Parâmetros ------------------------------------------------------------------------------------ 87
Anexo D – Tabelas Optimização Material Isotrópico ------------------------------------------------------------------------- 88
Anexo E – Tabelas Optimização Material Ortotropico ----------------------------------------------------------------------- 91
Anexo F - Algoritmo de Nelder - Mead------------------------------------------------------------------------------------------- 93
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INDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - De Havilland Mosquito---------------------------------------------------------------------------------------------------1
Figura 1.2 – Estrutura de um painel Sandwich---------------------------------------------------------------------------------2
Figura 1.3 – Exemplo de alguns processos de produção de estruturas Sandwich: Fabrico de estruturas
honeycomb------------------------------------------------------------------------------------------------------5
Figura 1.4 – Exemplo de alguns processos de produção de estruturas Sandwich: Fabrico de estruturas em
núcleo piramidal e tetraédrico-------------------------------------------------------------------------------5
Figura 1.5 – Exemplo de processo de extrusão usada no fabrico de núcleos piramidais e triangulares-----------5
Figura 1.6 – Soldadura em Liquido abrasivo transiente--------------------------------------------------------------------6
Figura 1.7 – Avião Nemesis-----------------------------------------------------------------------------------------------------7
Figura 1.8 – a) Esquis aquáticos GOODE em estruturas Sandwich; b) Prancha de surf Jungle-----------------------7
Figura 1.9 – Iate de Luxo M.Y. Seashaw-------------------------------------------------------------------------------------8
Figura 1.10 – Barco “Spirit of Norway” em construção Sandwich-------------------------------------------------------8
Figura 1.11 – Navio militar em Sandwich-------------------------------------------------------------------------------------8
Figura 1.12 - Bombardier Talent---------------------------------------------------------------------------------------------9
Figura 1.13 – Camiões fabricados em materiais compósitos Sandwich desenvolvidos pela empresa ASEP------9
Figura 1.14 – Contentor de carga para transporte de dispositivos electrónicos--------------------------------------10
Figura 1.15 - Turbina eólica em Sandwich----------------------------------------------------------------------------------10
Figura 1.16 - Edifício na Suécia construído em estruturas Sandwich---------------------------------------------------11
Figura 1.17 – Permutadores de calor---------------------------------------------------------------------------------------11
Figura 1.18 – Diferentes estruturas desenvolvidas pela PLY Engenharia----------------------------------------------12
Figura 1.19 – Estruturas 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® curvas desenvolvidas pela PLY Engenharia-------------------------------------12
Figura 1.20 - Esquema do Funcionamento do Processo de Fabrico da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® – Corte das patilhas, Dobra
e ligamento à chapa Superior------------------------------------------------------------------------------13
Figura 1.21 – Modelo 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® desenvolvido nesta tese----------------------------------------------------------------14
Figura 1.22 - Placa Sandwich rectangular e respectivo Modelo Equivalente-----------------------------------------15
Figura 1.23 – Modelação computacional de um elemento de placa – Optimização de parâmetros geométricos
desenvolvido por Liu, Deng e Lu----------------------------------------------------------------------------16
Figura 1.24 – Configuração da Estrutura Sandwich Honeycomb desenvolvida por Kansas Structural
Composites---------------------------------------------------------------------------------------------------16
Figura 1.25 – Modelo uniforme com aproximação à estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® -------------------------------------------17
Figura 2.1 – Placa Uniforme-------------------------------------------------------------------------------------------------19
Figura 2.2 – Placa deformada originando um campo de deslocamentos [22] ---------------------------------------21
Figura 2.3 – Momentos Flectores actuantes no elemento infinitesimal [24] -----------------------------------------22
Figura 2.4 – Tensões aplicadas a um elemento de placa [22] -----------------------------------------------------------23
Figura 2.5 – Placa Simplesmente Apoiada a toda a volta (SS_SS_SS_SS) ----------------------------------------------26
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Figura 2.6 – Placa Simplesmente Apoiada e livre (SS_F_SS_F) ----------------------------------------------------------27
Figura 2.7 – Primeiros modos de vibração de placa simplesmente apoiada nas 4 extremidades
(SS_SS_SS_SS) ----------------------------------------------------------------------------------------------------28
Figura 2.8 – Modos de vibração que poderão corresponder à 2ª Frequência natural de uma placa quadrada--29
Figura 3.1 – Geometria 1 - 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® Rectangular -------------------------------------------------------------------------36
Figura 3.2 – Geometria 2 - 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® Quadrangular. a) Perspectiva Isométrica. b) Planta da placa-----------37
Figura 3.3 – Planta da Estrutura rectangular 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® - Vector Soma do campo de deslocamentos –
(훿 á = 0.000646 푚 , 훿 = 0 푚)------------------------------------------------------------------------------40
Figura 3.4 – Planta da Placa uniforme Equivalente Rectangular - Vector Soma do campo de deslocamentos –
(훿 á = 0.002269 푚 , 훿 = 0 푚) -----------------------------------------------------------------------------40
Figura 3.5 – Gráfico da função fornecida pelo software MATHEMATICA para uma espessura h entre 2 e 4 mm e
um módulo de Elasticidade E entre 100 e 200 GPa------------------------------------------------------42
Figura 3.6 – Planta da placa quadrangular 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® - Vector Soma do campo de deslocamentos –
(훿 á = 0.003223 푚 , 훿 = 0 푚)------------------------------------------------------------------------------45
Figura 3.7 – Planta da Placa uniforme Equivalente Quadrangular - Vector Soma do campo de deslocamentos –
(훿 á = 0.057477 푚 , 훿 = 0 푚) -----------------------------------------------------------------------------45
Figura 3.8 – Vector soma do campo de deslocamentos – Placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® – (훿 á = 0.011337 푚 ,
훿 = 0 푚) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------48
Figura 3.9 – Vector soma do campo de deslocamentos – Placa Uniforme Equivalente Rectangular – (훿 á =
3.251 푚 , 훿 = 0 푚) ----------------------------------------------------------------------------------------------48
Figura 3.10 – Vector soma do campo de deslocamentos – Placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® – (훿 á = 0.005788 푚 ,
훿 = 0 푚) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------50
Figura 3.11 – Vector soma do campo de deslocamentos – Placa Uniforme Equivalente Quadrangular –
(훿 á = 0.212373 푚 , 훿 = 0 푚) -----------------------------------------------------------------------------50
Figura 3.12 – Carregamentos aplicados a placas simplesmente apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS).
Placa Rectangular--------------------------------------------------------------------------------------------52
Figura 3.13 – a) Carregamento aplicado a placa simplesmente apoiada e livre (SS_F_SS_F). Placa Rectangular. b)
Sistema de eixos considerado nesta Tese-----------------------------------------------------------------52
Figura 3.14 – Principais diferenças entre FMINUNC e FMINSEARCH (Ponto 1 – Inicio da Optimização; Ponto 2 –
Solução óptima) ----------------------------------------------------------------------------------------------53
Figura 3.15 – Diagrama de sequência de operações realizadas computacionalmente -----------------------------55
Figura 4.1 – Gráfico (escala logarítmica) da função objectivo dependendo de E (GPa) e h (mm) para o
caso A-----------------------------------------------------------------------------------------------------------59
Figura 4.2 – Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso A – Pesos diferentes e Pesos iguais----60
Figura 4.3 – Convergência da Função Objectivo e da Variável de Projecto 퐸 ∗ ℎ em função do número de
iterações - Caso A-------------------------------------------------------------------------------------------62
Figura 4.4 - Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso B – Pesos diferentes e Pesos iguais----63
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Figura 4.5 – Convergência da Função Objectivo e da Variável de Projecto 퐸 ∗ ℎ em função do número de
iterações - Caso B--------------------------------------------------------------------------------------------63
Figura 4.6 - Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso C – Pesos diferentes e Pesos iguais-----64
Figura 4.7 - Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso D – Pesos diferentes e Pesos iguais-----65
Figura 4.8 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso E, Ponto 1---------------------------------------------------------------------------------68
Figura 4.9 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso E, Ponto 1---------------------------------------------------------------------------------69
Figura 4.10 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso F, Ponto 1----------------------------------------------------------------------------------70
Figura 4.11 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso F, Ponto 1---------------------------------------------------------------------------------70
Figura 4.12 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso G, Ponto 2----------------------------------------------------------------------------------71
Figura 4.13 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso G, Ponto 2---------------------------------------------------------------------------------72
Figura 4.14 - Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso H, Ponto 3----------------------------------------------------------------------------------73
Figura 4.15 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso H, Ponto 3----------------------------------------------------------------------------------73
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INDICE DE TABELAS
Tabela 1.1 – Tipos de Estruturas Periódicas Celulares---------------------------------------------------------------------------3
Tabela 1.2 - Vantagens e desvantagens da construção Sandwich (Tese de Mestrado de M.LEITE, 2004) ---------4
Tabela 3.1 – Propriedades do material e parâmetros geométricos da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® -----------------------------------37
Tabela 3.2 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® para a placa rectangular e condição de simplesmente apoiada nas 4 extremidades------------------39
Tabela 3.3 – Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, e erro percentual de frequências. Modelo de placa
Rectangular.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------40
Tabela 3.4 – Resultados para o cálculo do mínimo da função fornecidos pelo MATHEMATICA para casos
diferentes de distribuição de pesos da função objectivo.----------------------------------------------------------------------42
Tabela 3.5 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
para a placa quadrangular e condição de simplesmente apoiada nas 4 extremidades.--------------------------------44
Tabela 3.6 – Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, e erro percentual de frequências. Modelo de placa
Quadrangular.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------46
Tabela 3.7 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
para a placa rectangular e condição de simplesmente apoiada e livre.-----------------------------------------------------47
Tabela 3.8 - Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e da placa uniforme equivalente. Modelo de placa
Rectangular.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------48
Tabela 3.9 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® para a placa quadrangular e condição de simplesmente apoiada e livre.--------------------------------49
Tabela 3.10 - Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e da placa uniforme equivalente. Modelo de placa
Quadrangular.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------50
Tabela 4.1 – Definição dos casos de estudo para optimização de parâmetros.-------------------------------------------57
Tabela 4.2 – Tabela Standard de frequências naturais (rad/s) e deformada (metros) para todos os casos de
estudo e desenhos do Modelo Equivalente Uniforme correspondente aos casos.--------------------------------------58
Tabela 4.3 – Pontos testados como condições iniciais de optimização para pesos iguais ------------------------60
Tabela 4.4 – Pontos testados como condições iniciais de optimização para pesos diferentes ------------------60
Tabela 4.5 – Valores óptimos para Placa Rectangular SS_SS_SS_SS – Caso A.--------------------------------------------61
Tabela 4.6 – Valores óptimos para Placa Rectangular SS_F_SS_F – Caso B.------------------------------------------------63
Tabela 4.7 – Valores óptimos para Placa Quadrangular SS_SS_SS_SS – Caso C.------------------------------------------64
Tabela 4.8 – Valores óptimos para Placa Quadrangular SS_F_SS_F – Caso D.---------------------------------------------65
Tabela 4.9 – Valor numérico dos parâmetros fixos não influentes.----------------------------------------------------------67
Tabela 4.10 – Pontos testados como condições iniciais de optimização no MATLAB para todos os casos
ortotrópicos.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------68
Tabela 4.11 – Resultados testados para placa Rectangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A2=A7=0,2; A3=A4=A5=A6=0,1) – Caso E.------------------------------------------------------------------------------------68
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Tabela 4.12 – Resultados testados para placa Rectangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A3=0,4; A2=0,2) – Caso F.--------------------------------------------------------------------------------------------------------70
Tabela 4.13 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A4=0,3; A2=A3=0,2) – Caso G.---------------------------------------------------------------------------------------------------71
Tabela 4.14 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A3=0,4; A2=0,2) – Caso H.--------------------------------------------------------------------------------------------------------73
Tabela 4.15 – Comparação do somatório de erros para material isotrópico e ortotrópico (caso A e E)
considerando as mesmas condições iniciais de optimização para pesos iguais.------------------------------------------75
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NOMENCLATURA
Abreviaturas
SS Simply Suported – Simplesmente apoiado
SS_SS_SS_SS Simplesmente apoiado nas 4 extremidades de uma placa rectangular/quadrangular
F Free – Livre
C Clamped – Encastrado
SS_F_SS_F Simplesmente apoiado e livre em extremidades opostas de uma placa
rectangular/quadrangular
MEF Método dos elementos finitos
Simbologia
푥, 푦, 푧 Direcções principais dos eixos coordenados
푢 Deslocamento na direcção 푥
푣 Deslocamento na direcção 푦
휀 , 휀 , 휀 Extensões normais
휎 ,휎 ,휎 Tensões normais
휏 , 휏 , 휏 Tensões tangenciais de corte no plano 푥푧 , 푦푧 e 푥푦
{휎} Vector de Tensões
{휀} Vector de Extensões
퐸,퐸 ,퐸 Módulos de Elasticidade/Módulos de Young
, , Coeficientes de Poisson
Coeficiente de Poisson no plano 푥푦
Coeficiente de Poisson no plano 푥푧
Coeficiente de Poisson no plano 푦푧
퐺 Módulo de elasticidade transversal
퐺 , 퐺 , 퐺 Módulo de elasticidade transversal ao plano 푥푦, 푦푧 푒 푥푧
[퐷] Matriz constitutiva
푀 Momento flector normal ao plano 푦푧
푀 Momento flector normal ao plano 푥푧
푀 ,푀 Momento torsor normal aos planos 푥푧 e 푦푧
푄 ,푄 Esforços transversos segundo os eixos 푥 e 푦
퐷 ,퐷 ,퐷 Módulos de rigidez à flexão
퐷 Módulo de rigidez à torsão
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퐵 Rigidez de torsão efectiva
ℎ Espessura da placa
휌 Densidade/massa volúmica
푃 Força actuante na placa na direcção 푧
푝∗ Força de inércia
휔 Frequência natural de vibração
푎 Comprimento da placa na direcção 푥
푏 Largura da placa na direcção 푧
푊 Amplitude de vibração da placa
푚 Parâmetro referente ao número de ondas sinusoidais na direcção 푥
푛 Parâmetro referente ao número de ondas sinusoidais na direcção 푧
[푀] Matriz de massa
[퐾] Matriz de rigidez
푋 Vector de variáveis de projecto
푓(푋) Função objectivo que depende das variáveis de projecto 푋
훿 Deformada da estrutura
푞 Carga de pressão uniformemente distribuída na estrutura
푤 Frequência natural de vibração do modo 푖 para o modelo teórico
푤 Frequência natural de vibração do modo 푖 para o modelo real
훾 Extensão de corte
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CAPITULO I
1.1 Introdução
Na actualidade existem numerosas estruturas e de diversos modelos. Um dos géneros que se destacam são as
estruturas Sandwich. As suas primeiras aplicações apareceram na 1ª Guerra Mundial, em painéis com faces de
amianto e núcleo de fiberboard, no entanto, foi na 2ª Guerra que se começaram a produzir grandes
quantidades de laminados Sandwich destinados ao fabrico da aeronave Mosquito. [1]
Figura 1.1 - De Havilland Mosquito
Este avião britânico mostrado na figura 1.1 foi projectado como bombardeiro pela De Havilland em 1938 e
usado pela Royal Air Force durante a 2ª Guerra Mundial. Inicialmente o ministro do Ar não demonstrou
interesse no aparelho e arquivou-o. Só depois do inicio da guerra em 1940 foi permitido ao construtor começar
a produção. Quando o avião foi demonstrado aos militares e oficiais do governo, estes ficaram impressionados
porque o bombardeiro possuía capacidades de um caça, atingindo uma velocidade máxima de 650 km/h.
Terminados os testes oficiais começou a produção em série em Junho de 1941. A estrutura da aeronave era
constituída por estruturas Sandwich com núcleo em madeira balsa, tornando-a leve e resistente.
1.2 Estruturas Sandwich
Uma estrutura Sandwich convencional é geralmente constituída por três elementos base, as duas faces e o
núcleo, sendo estes elementos unidos por um adesivo. As faces são as camadas externas e têm pouca
espessura, encontrando-se separadas por um núcleo, que forma a camada intermédia, sendo este sempre o
elemento de maior espessura na Sandwich, como ilustrado na figura 1.2. As faces são geralmente fabricadas
em material de alta resistência (aços, compósitos fibrosos), enquanto no núcleo normalmente são utilizados
materiais com baixo peso específico (madeira balsa, espumas poliméricas, papel kraft em favo de abelha, etc.)
[4].
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Figura 1.2 – Estrutura de um painel Sandwich
1.2.1 Materiais em estruturas Sandwich
Materiais das Faces
Os materiais que geralmente são usados nas faces podem ser divididos em dois grandes grupos: os metálicos e
os não metálicos. O comportamento das faces pode ser isotrópico, ortotrópico ou anisotrópico. Dentro dos
materiais metálicos destacam-se os aços e as ligas de alumínio, muito utilizados pela sua resistência. O grupo
dos não metálicos é mais variado, como os compósitos, a madeira, plásticos e cerâmicos. [1]
Materiais do Núcleo
O material do núcleo caracteriza-se pelo baixo peso específico. Sendo assim, o objectivo será sempre construir
uma estrutura cujo núcleo contenha um material de adição leve. Por isso são usados para esse fim diversos
tipos de material, tais como: as espumas poliméricas (este tipo de materiais caracteriza-se por ser barato,
frequentemente usados para amortecer choques, bons isoladores térmicos e acústicos, têm também a
capacidade de absorver energia e são leves, no entanto algumas contêm imperfeições, defeitos ou
irregularidades que as estruturas periódicas celulares não apresentam, como as espumas estocásticas de
alumínio), a madeira e ainda certos materiais compósitos. [6]
1.2.2 Estruturas Periódicas Celulares
Existem já diversas estruturas que apresentam núcleo celular periódico cuja grande vantagem é a elevada
rigidez combinado com o baixo peso, adquirindo desta forma uma melhor performance, e abrangendo um
vasto leque de aplicações, tornando-se multi-funcional, tendo no entanto como principal desvantagem a sua
complexidade em termos de produção industrial, acarretando desta forma custos elevados.
Este tipo de estruturas poderá dividir-se em 3 grupos diferenciados: Estruturas Honeycomb (Células fechadas,
são muito rígidas e leves, têm uma elevada resistência ao choque, tornando-as mais competitivas face as
espumas pois apresentam uma maior regularidade geométrica para alem de serem recicláveis pois são feitas
exclusivamente de materiais metálicos - aço ou alumínio), Estruturas Prismáticas (Células parcialmente
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abertas, permitem a condução de calor ou água), e Estruturas Treliça (células completamente abertas,
facilitam a circulação de fluidos e são eficientes suportando elevadas cargas à flexão), ver tabela 1.1. A
geometria a seleccionar depende assim da aplicação que se pretende implementar à estrutura. [8], [6]
Estruturas Honeycomb (células
fechadas)
Estruturas Prismáticas (células
parcialmente abertas)
Estruturas Treliça (tetraédrica,
piramidal, e 3D Kagomé)
Outras Estruturas Treliça: estrutura
diamante e estrutura quadrada
Tabela 1.1 – Tipos de Estruturas Periódicas Celulares
As células que constituem os painéis Sandwich podem orientar-se segundo um determinado ângulo que é
optimizado para melhorar a performance e obter as melhores vantagens, por exemplo para uma melhor rigidez
ao corte e a flexão as células são fabricadas com uma orientação a 45 graus em aço inox. [6]
1.2.3 Vantagens e Desvantagens dos painéis Sandwich
As principais vantagens são de um modo geral: a elevada resistência mecânica e rigidez específica, bom
comportamento à flexão, baixa densidade relativa, boa resistência ao impacto e favorável isolamento térmico e
acústico. São também dotados de excelentes capacidades de absorver energia no choque.
As principais desvantagens prendem-se com a variedade de materiais que por vezes torna difícil ao projectista
uma escolha adequada dos mesmos, bem como fraca possibilidade de reciclagem, tornando desta forma uma
maior intervenção de custos em termos de matérias-primas. Para além disso existem também elevados custos
associados aos processos de fabrico.
Na tabela 1.2 apresentam-se resumidamente as mais importantes vantagens e desvantagens da construção dos
painéis Sandwich.
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Tabela 1.2 - Vantagens e desvantagens da construção Sandwich (Tese de Mestrado de M.LEITE, 2004). [4]
1.2.4 Processos de Fabrico
Ao longo dos tempos, têm sido desenvolvidas numerosas aproximações para construir estruturas metálicas no
laboratório de materiais periódicos celulares da University of Virginia.
Para fabricar uma estrutura Sandwich em células abertas periódicas o mais complicado em termos industriais é
o núcleo e o que traz maiores custos de produção. Por exemplo, as conhecidas estruturas honeycomb
hexagonais são feitas a partir de laminagem de chapa em aço, para posteriormente serem soldadas a outras
chapas através de eléctrodos e cortadas com a altura pretendida do painel estrutural, ver figura 1.3. Este
método poderá também ser usado para núcleos quadrados ou triangulares.
Quanto às estruturas em núcleo tetraédrico ou piramidal primeiramente é cortada a chapa com um punção de
corte com a geometria pretendida (ou pode ser cortada através de métodos de jacto de agua ou laser) e depois
através de um punção angular e de um cunho com ângulos optimizados desenvolve-se o modelo pretendido,
ver figura 1.4. [2] A desvantagem deste último método é o desperdício de material (resultante das sobras do
punção de corte) trazendo consigo custos acrescidos.
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Figura 1.3 – Exemplo de alguns processos de produção de estruturas Sandwich: Fabrico de estruturas
honeycomb
Figura 1.4 – Exemplo de alguns processos de produção de estruturas Sandwich: Fabrico de estruturas em
núcleo piramidal e tetraédrico
Para além destes processos enunciados acima existem outros, tal como a extrusão, em que o material é
forçado a entrar num matriz aberta, ver figura 1.5.
Figura 1.5 – Exemplo de processo de extrusão usada no fabrico de núcleos piramidais e triangulares.
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Assim, as estruturas de topologia prismática podem ser fabricadas a partir de um punção que faz flectir a
chapa, Fig.1.4; através de operações de rolos progressivos, Fig.1.3, ou ainda através de técnicas de extrusão,
Fig.1.5. São métodos preferíveis quando a estrutura tem uma baixa densidade.
Os núcleos podem ainda ser executados através de injecção de uma cera ou de um polímero por molde (usado
por exemplo para núcleos de geometria complexa ou para chapas de tamanho e peso considerável) ou através
de prototipagem rápida (método mais automatizado). Exemplos de estruturas onde se aplicam estes métodos
são por exemplo as de núcleo piramidal, tetraédrico e 3D Kagomé. [3], [11]
Os processos de ligação dos nós das chapas que constituem o núcleo são geralmente soldadura em líquido
abrasivo, como mostra a figura 1.6. Para a maioria dos aços inox, superligas e ligas de cobre poderá ser usado
um processo de líquido de fase transiente, ver figura abaixo um tipo de soldagem feita através deste método.
[2]
Figura 1.6 – Soldadura em Liquido abrasivo transiente.
1.2.5 Campos de Aplicação
Um dos campos de aplicação onde tem havido enorme sucesso deste tipo de estruturas é nos aviões.
Por exemplo, nas corridas aéreas de aviões há alturas em que aqueles e os seus pilotos têm de suportar
elevadas forças G. Em 51 anos de corridas aéreas, uma das que teve maior sucesso foi a de Nemesis (figura
1.7), pois em apenas 8 anos este avião e o seu piloto registaram 15 recordes Mundiais de velocidade, devido ao
facto deste avião ter uma fuselagem e asas feitas com base em estruturas Sandwich de compósitos,
fornecendo desta forma a resistência necessária para suportar forças de elevados G, enquanto minimizava o
peso, conseguindo uma performance excepcional.
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Figura 1.7 – Avião Nemesis
Também nos desportos aquáticos atingiram-se novas marcas. Os esquis aquáticos assentes em Sandwich têm
dominado campeonatos regionais e nacionais nos Estados Unidos. Por exemplo, os esquis GOODE ganharam
mais medalhas nos campeonatos nacionais dos Estados Unidos comparativamente aos esquis convencionais.
Um dos factores que mais contribuiu para este desempenho foi o facto de desfrutarem deste tipo de estrutura
oferecendo maior leveza, flexibilidade e melhor controle hidrodinâmico que qualquer outro esqui.
Um outro exemplo típico é a estrutura das pranchas de surf, ou as pranchas de Snowboard também
construídas em Sandwich para ficarem mais leves e rígidas tornando-as mais competitivas, fig. 1.8.
Figura 1.8 – a) Esquis aquáticos GOODE em estruturas Sandwich; b) Prancha de surf Jungle
Os iates de luxo depressa começaram a aderir a esta tecnologia. O M.Y. Seashaw, na figura 1.9 é um verdadeiro
mega iate construído em Hong Kong em estruturas Sandwich com núcleo DIAB que providencia isolamento
térmico e acústico, excelentes acabamentos superficiais e um baixo peso estrutural, obtendo-se desta forma
elevado conforto e menor resistência ao deslocamento.
Outro exemplo é o barco Spirit of Norway da figura 1.10 que se consagrou campeão do mundo em 1998 por ter
beneficiado desta vantajosa construção.
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Figura 1.9 – Iate de luxo M.Y. Seashaw
Figura 1.10 – Barco “Spirit of Norway” em construção Sandwich
Os navios militares da marinha também deram um salto qualitativo na concepção de máquinas que
ultrapassem desafios constantes. Estes navios exigem estruturas muito resistentes capazes de aguentar tanto
quanto possível explosões de minas submarinas, e as estruturas Sandwich com núcleo DIAB (DIAB é uma
empresa produtora de diferentes materiais de núcleo) foram a escolha para aumentar a ductilidade dos navios,
figura 1.11.
Figura 1.11 – Navio militar em Sandwich
No sector dos transportes (nomeadamente no sector automóvel, comboios, bicicletas) também tem vindo a
crescer este tipo de construção uma vez que ao usar-se este tipo de estrutura conduz-se a uma diminuição do
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consumo de combustível já que torna os mesmos mais leves. As suas boas propriedades isotérmicas também
são a razão da sua aplicação em transportes onde se requer este tipo de cuidados. Por exemplo, ao operar um
comboio mais leve e com melhor isolamento térmico, os caminhos-de-ferro podem poupar na energia gasta
para mover o comboio e na sua climatização, aspecto muito relevante nos dias que correm, caso do
Bombardier Talent na Alemanha, como se ilustra na figura 1.12.
Figura 1.12 - Bombardier Talent [10]
Após alguma pesquisa a empresa ASEP (empresa de engenharia) decidiu optar por um guincho de camião
fabricado em materiais compósitos Sandwich porque este proporcionaria um desempenho muito superior e
maior flexibilidade operacional oferecendo a combinação ideal de resistência e rigidez necessária a elevados
ciclos de carga a que os camiões estão sujeitos diariamente.Como a unidade inclui também uma cabine para os
operadores, as características de isolamento foram particularmente importantes para que o veículo fosse capaz
de operar em temperaturas agressivas, variando de -40 a 60 ° C, ver fig. 1.13.
Figura 1.13 – Camiões fabricados em materiais compósitos Sandwich desenvolvidos pela empresa ASEP.
Algumas empresas que se dedicam a desenvolver e produzir pequenos dispositivos electrónicos
(computadores, telemóveis, etc..) necessitam de contentores de carga com boas capacidades térmicas para
poder exportar os seus produtos. Os contentores terão de ser capazes de suportar acelerações e
desacelerações dos aviões e variações de temperatura. Uma das soluções possíveis é a construção Sandwich
que oferece excelentes propriedades mecânicas e condições de isolamento térmico, como se observa na fig.
1.14.
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Figura 1.14 – Contentor de carga para transporte de dispositivos electrónicos.
Hoje em dia, a produção de energia barata é de grande importância e também neste aspecto a construção
Sandwich se aplica. A produção de energia eólica é um bom exemplo disto. A cabine da turbina da figura 1.15,
é construída em Sandwich puro, proporcionando isolamento sonoro, alta resistência (para suportar elevadas
pressões do vento) e baixo peso.
Figura 1.15 - Turbina eólica em Sandwich
Na construção civil, e no mobiliário também já existem aplicações a este nível. Em diversos países começou a
usar-se a Sandwich nas estruturas das casas. Estas placas tornam-se 75% mais leves que as tradicionais e
podem por isso ser facilmente colocadas em posição por apenas uma pessoa sem o risco de lesões: O
resultado? Um prédio construído em menos tempo de uma forma mais segura e por menos operários. É o que
acontece por exemplo, na Suécia, ver fig. 1.16. Esta construção é também vantajosa face à madeira pois não
absorve humidade nem apodrece, e possui também maior resistência à fadiga.
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Figura 1.16 - Edifício na Suécia construído em estruturas Sandwich
Como se viu, existem numerosas e tão diversas aplicações no âmbito do mercado Sandwich. São múltiplas as
soluções que já percorrem o mundo, melhorando uma série de aspectos. De uma maneira geral, quando se
requer baixo peso, alta resistência, boas capacidades de isolamento térmico e acústico, as estruturas Sandwich
tornam-se muito competitivas.
Nos painéis solares também podemos aplicar esta tecnologia, bem como nos permutadores de calor, ver figura
1.17. O facto de existirem células abertas no núcleo permite que o fluxo de calor circule com maior facilidade.
Assim o ar frio entra num lado e havendo trocas de calor (devido à elevada capacidade de condutividade
térmica do material do núcleo – aço ou alumínio) permite a que o ar saia quente do lado oposto.
Figura 1.17 – Permutadores de calor [6]
1.3 Uma inovação denominada 푶푷푬푵푪푬푳푳®
Foi desenvolvida recentemente uma técnica inovadora de produzir estruturas Sandwich, na qual uma placa de
metal é cortada e dobrada para formar o núcleo do painel. Esta nova solução promete superar as tradicionais
estruturas Sandwich de metal pois é detentora de uma maior rigidez e menor peso (sem adição de material)
podendo ser repartida por diversos campos de aplicação.
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O inventor desta surpreendente inovação é António Valente, Engenheiro Mecânico, da PLY Engenharia
(pequena empresa que desenvolve outros projectos) que faz parceria com Outokumpu para patentear a
invenção e expandir o projecto de pesquisa no desenvolvimento do conceito. Durante o desenvolvimento
deste conceito outras ideias foram aparecendo para novas estruturas, usando modelos computacionais para
estudar o comportamento mecânico das mesmas. [15]
Figura 1.18 – Diferentes estruturas desenvolvidas pela PLY Engenharia [15]
Foram desenvolvidas novas estruturas porque as primeiras apresentavam grandes deformações ao corte. E as
últimas desenvolvidas (Figura 1.18) foram as que conseguiram a melhor performance. Foram também
consideradas estruturas curvas para outro tipo de aplicações (estruturas de barcos, por exemplo – Figura 1.19).
O objectivo será sempre maximizar a rigidez específica do painel, pois é inversamente proporcional à deflexão
sofrida pela mesma [15].
Figura 1.19 – Estruturas 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® curvas desenvolvidas pela PLY Engenharia [16]
1.3.1 O Conceito
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® é um painel estrutural do tipo Sandwich inovador que promete revolucionar o mercado. Tem
capacidades para diversas aplicações nomeadamente nos seguintes campos (para além de conseguir dar
resposta a todas as outras aplicações apresentadas no capítulo anterior):
Estruturas navais, ferroviárias, rodoviárias
Permutadores de calor
Sistemas de absorção de energia
Isolamento térmico e acústico/Barreiras de som/ Portas Segurança e à prova de fogo
Contentores de Carga
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Decoração de Interiores ou escritório/ Fachadas/Construção Civil
Estruturas sujeitas a choques
Plataformas de Helicópteros
Estruturas base de Ventoinhas Eólicas, etc …
Possui registo de patente solicitado na Finlândia, Estados Unidos e Portugal, e potencia a solução para diversos
constrangimentos dos painéis estruturais tradicionais, com vantagens diferenciadoras tais como:
Isotropia quando comparada com a tradicional chapa canelada e soluções similares;
Não tem adição de material para unir as placas do painel o que produz um aumento do
coeficiente rigidez/peso;
Utilização de materiais 100% recicláveis;
Adicionar funcionalidades extra para além da função estrutural;
Adaptação às necessidades específicas de cada sector e de cada cliente.
Este painel tanto pode ser aplicado a macroestruturas como a microestruturas. A inovação deste conceito
passa principalmente pelo processo industrial, tendo apenas 2 placas finas consegue-se criar patilhas através
de processo de corte e dobra da chapa inferior, o que vai fazer com que mantendo o mesmo material (menos
peso em relação aos painéis Sandwich que possuem adição de material) se aumente a rigidez e a resistência do
painel. A placa superior é depois unida por um processo de ligação (soldadura por exemplo) à placa inferior
(figura 1.20).
Figura 1.20 - Esquema do Funcionamento do Processo de Fabrico da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® – Corte das patilhas, Dobra
e ligamento à chapa Superior [15]
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Esta tese aborda o estudo de uma das estruturas desenvolvidas pela PLY Engenharia, como ilustra a figura 1.21.
Figura 1.21 – Modelo 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® desenvolvido nesta tese.
1.3.2 Motivação e Objectivos
As placas Sandwich são amplamente usadas na indústria automóvel, aeroespacial e naval. Necessitam de uma
análise em termos de comportamento estático e dinâmico, entre outros aspectos, com o objectivo de conceber
aplicações específicas.
Apesar de haver já no mercado estruturas cada vez mais competitivas, pode sempre melhorar-se o que já
existe de forma a liderar a procura deste tipo de tecnologia para solucionar variados problemas. As estruturas
existentes no mercado trazem subjacentes processos de fabrico que exigem muitas vezes elevados custos, ou
possuem núcleos com aplicações muito específicas.
Surge assim a 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, estrutura desenvolvida pela PLY Engenharia, como objecto de estudo desta tese.
Pretende-se desenvolver um modelo computacional de placa uniforme que consiga aproximar as frequências
naturais e a deformada optimizando as propriedades de material e a espessura da placa uniforme,
aproximando-a da inovadora 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, prevendo assim o seu comportamento.
Futuramente, teremos um modelo equivalente que irá certamente responder com rapidez e reduzidos custos a
diversas situações.
1.3.3 Estado de Arte
Existem estruturas das quais não se conhecem modelos teóricos que permitem prever o seu comportamento
mecânico, por serem estruturas complexas. Desta forma torna-se essencial criar um modelo equivalente
teórico conhecido de forma a aproxima-lo o mais possível da estrutura que pretendemos estudar.
Em França, Franck Cléro recorreu ao processo de homogeneização numérico para aproximar as frequências de
um modelo equivalente com a estrutura honeycomb considerando material Ortotrópico, optimizando desta
forma determinados parâmetros influentes como sejam os módulos de rigidez e de elasticidade transversal (Ez,
Gyz e Gxz) entre as 9 propriedades Ortotropicas da honeycomb com o objectivo de aproximar o
comportamento dinâmico. Desta forma tornava-se previsível o comportamento da honeycomb. [12]
Um novo modelo computacional foi também desenvolvido por Liu, Deng, e Lu em 2007 para prever o
comportamento mecânico de 3 tipos de núcleo: Piramidal, Kagomé, e núcleo ondulado (geometrias mostradas
na figura 1.22). Utilizando a técnica de homogeneização uma vez mais pretende-se obter propriedades
macroscópicas do núcleo, através da modulação por elementos finitos (ANSYS) para prever o comportamento
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estático e dinâmico do painel Sandwich. Aqui foram abordadas apenas estruturas quadrangulares com núcleos
celulares.
Figura 1.22 - Placa Sandwich rectangular e respectivo Modelo Equivalente [13]
Sujeitou-se a placa a um determinado carregamento e a uma determinada condição fronteira (lados todos
fixos). Outro dos estudos a ter em conta nesta análise foi a variação de carga de pressão na placa Sandwich,
bem como o comportamento da placa quanto à sua deflexão máxima e quanto a sua energia absorvida.
Também a variação de altura e espessura da estrutura Sandwich foram analisadas.
As frequências naturais também foram tidas em conta nesta modulação. Daqui conclui-se que o modelo
equivalente poderá ser considerado como uma boa ferramenta para futuros projectos em comportamento
estático e dinâmico de painéis Sandwich com núcleos celulares, como o núcleo piramidal e o 3D Kagomé, tendo
em conta material Ortotropico. [13]
Já antes disso em 2006 Liu, Deng, e Lu também optimizaram uma estrutura tendo em conta 3 tipos de variáveis
de projecto: topológica (associado ao numero óptimo de patilhas num elemento de placa); forma (interligada
com a dimensão da placa unitária D, e a altura do painel h); dimensões (relacionado com a espessura t das
placas finas que se juntam ao núcleo, e com os raios críticos das patilhas) – Figura 1.23. [17]
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Figura 1.23 – Modelação computacional de um elemento de placa – Optimização de parâmetros geométricos
desenvolvido por Liu, Deng e Lu [17]
O modelo da figura 1.24 foi estudado por Justin Robinson, Julio F. Davalos, Pizhong Qiao, mas foi desenvolvido
por Kansas Structural Composites e consiste em 2 placas laminadas formadas por um núcleo com componentes
planas e sinusoidais. Concebido com o objectivo de aumentar a rigidez e a capacidade de suportar altas
deformações. As propriedades equivalentes das faces são obtidas usando modelos micro e macro mecânicos,
enquanto as propriedades Ortotrópicas do núcleo são obtidas através de um processo de homogeneização
usando uma combinação do método energético com abordagem da mecânica dos materiais.
Figura 1.24 – Configuração da Estrutura Sandwich Honeycomb desenvolvida por Kansas Structural Composites
[14]
Foi desenvolvido um modelo equivalente fazendo variar a orientação da fibra no que toca às faces laminadas
obtendo propriedades de rigidez para cada uma das combinações. Estas foram obtidas segundo a teoria
clássica dos laminados. Também no que toca ao núcleo se optimizaram as propriedades de rigidez.
Duas situações foram abordadas na procura do modelo equivalente: flexão em 3 pontos e flexão em 4 pontos
de apoio, segundo a orientação do núcleo longitudinal e transversal, para aproximar a tensão e a deformada.
Para além disto também se modelou a estrutura à torsão. [14]
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Na sua tese de mestrado, Oghumu concebeu em 2002 uma estrutura equivalente em pontes para encontrar
propriedades geométricas e elásticas do material ortotrópico da estrutura FRP Honeycomb, observando o seu
comportamento no plano (axial) e fora do plano (flexão). O objectivo foi um aumento da rigidez com o peso
mínimo. [18]
Com isto conclui-se de uma forma geral que a proposta de um modelo equivalente poderá ser uma ferramenta
interessante na medida em que ajuda na decisão sobre a escolha dos parâmetros geométricos e mecânicos (ou
outros), alem de tornar a optimização mais rápida e com custos reduzidos, salvaguardando esforços acrescidos
na procura de soluções óptimas.
1.4 Problema e Metodologia usada
Esta tese tem como objectivo caracterizar as propriedades mecânicas do material de um modelo
computacional de placa uniforme (2D) para aproxima-lo da estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® em comportamento
dinâmico (frequências naturais) e em comportamento estático (deformada quando sujeita a uma carga de
flexão uniformemente distribuída), tal como demonstrado na figura 1.25.
Figura 1.25 – Modelo uniforme com aproximação à estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
Para uma melhor avaliação do modelo final alguns parâmetros de estudo são abordados, tais como: 2 tipos de
geometria (para além da geometria apresentada na figura 1.25, foi estudada outro tipo), 2 tipos de condição de
fronteira, espessura fixa e variável, material isotrópico linear, e material ortotrópico linear.
A optimização é elaborada na procura de uma espessura ideal, e de propriedades mecânicas do material (como
sejam 퐸 퐸 ,퐺 ,휈 ) óptimas para aproximar as frequências naturais e a deformada de ambas as estruturas. A
ferramenta usada para tal é o software de cálculo matemático MATLAB em interacção com o programa de
elementos finitos ANSYS, bem como a Teoria Clássica de Placas.
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1.5 Estruturação da Tese
Esta tese é constituída por 5 capítulos.
No capítulo 2 é elaborada uma análise teórica ao tema desenvolvido durante a tese. A teoria clássica de placas
aborda campo de deslocamentos, momentos flectores e esforços transversos, equações de equilíbrio estático e
dinâmico quer para material isotrópico quer para ortotrópico. Para além disso também neste capítulo são
referidas as condições de fronteira estudadas bem como os métodos de Levi e Navier que geram soluções para
frequências naturais de vibração e modos. Também é referido o método dos elementos finitos e a equação de
comportamento dinâmico na forma matricial.
No capítulo 3 são descritas as fases que integram um projecto de optimização estrutural, particularizando para
o caso desta tese. São referidas as funções objectivo e as variáveis de projecto para os casos abordados (tipos
de geometria, condições fronteira, e material isotrópico e ortotrópico). Ainda neste capítulo, será apresentado
o método de minimização da função objectivo usado – Fminsearch, bem como o algoritmo de optimização de
Nelder- Mead que está por trás do seu funcionamento. Por fim, é ilustrado um fluxograma de simulação
computacional, a fim de perceber o funcionamento da optimização do modelo em termos computacionais.
No capítulo 4 são apresentados os resultados em termos gráficos e sob a forma de tabelas, e discussão dos
mesmos. Com isto surge um modelo equivalente ao modelo real ( 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®) cumprindo assim o objectivo
declarado no capítulo 1.
Finalmente, no capítulo 5 são apresentadas as conclusões e propostas de continuação do trabalho em termos
futuros.
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CAPITULO II - REVISAO TEORICA
2.1 Teoria Clássica de Placas
2.1.1 Introdução
A Teoria Clássica de Placas foi apresentada em 1816 por Germain e Lagrange. Em 1876 Kirkchhoff introduziu na
teoria de placas o efeito de membrana. Em 1910 Von Karman desenvolveu a teoria não linear de placas e em
1923 a teoria de placas ortotrópicas foi apresentada por Huber. Mais tarde em 1954 as teorias de placas
espessas foram desenvolvidas por Reissner e Mindlin.
As placas são elementos estruturais limitados por duas superfícies planas distanciadas entre si de uma
grandeza designada por espessura. No caso da dimensão da espessura ser muito menor que as dimensões
restantes, a placa é designada por Placa Fina, representada na Figura 2.1. A superfície média da placa é um
plano equidistante das superfícies externas da placa. No caso das placas finas é possível estabelecer a Teoria
Clássica de Placas Finas, desenvolvida por Lagrange em 1811 e para a qual são consideradas válidas as
chamadas hipóteses de Kirchhoff. [20,21]
Figura 2.1 – Placa Uniforme
No qual: u,v,w – deslocamentos; x,y,z – coordenadas
2.1.2 Hipóteses
As hipóteses básicas [20,21] da teoria clássica de placas são designadas por hipóteses de Kirkchhoff,
consideradas válidas para placas finas:
O material da placa é elástico, homogéneo e isotrópico;
A placa é inicialmente plana;
A espessura da placa é pequena em comparação com as outras dimensões, que são pelo menos 10
vezes maiores do que a espessura (a> 10h, b> 10h);
O deslocamento transversal é pequeno em comparação com a espessura h;
___________________________________________________________________________________________
Página 20
As deformações angulares da superfície média são pequenas comparadas à unidade;
As cargas dinâmicas ou estáticas são aplicadas perpendicularmente à superfície da placa;
A deformada da placa é tal que linhas rectas inicialmente perpendiculares à superfície média
permanecem rectas e perpendiculares;
As deformações devidas ao corte são desprezadas;
As deformações são tais que os planos normais à superfície média continuam perpendiculares à
superfície média depois da deformada ( = = 0);
As tensões normais que actuam perpendicularmente à superfície média podem ser desprezadas -
= 0, pois são irrelevantes quando comparadas com as tensões e ;
As extensões da superfície média são desprezáveis em comparação com as extensões de flexão (u=v=0
na superfície média).
2.1.3 Lei Constitutiva ou Lei de Hooke Generalizada
Placas de material Ortotrópico
Pelas hipóteses consideradas acima, as tensões , e são nulas e consequentemente temos um estado
de tensão plana cuja lei constitutiva [22, 24] de materiais ortotrópicos é:
{휎} = [퐷]{휀}휏
=
⎣⎢⎢⎢⎡
0
0
0 0 퐺푥푦⎦⎥⎥⎥⎤ 휀휀훾
(2.1)
Onde {휎} e {휀} são os vectores das tensões e extensões, E e E são os módulos de Elasticidade, 휈 푒 휈 são os
coeficientes de Poisson, 퐺 é o módulo de elasticidade transversal ao plano xy, 휏 é a tensão de corte no
plano xy, e 훾 é uma extensão de corte.
Sendo 휏 = 2퐺휀푥푦.
Placas de Material Isotrópico
Para material isotrópico com comportamento linear elástico a lei de Hooke generalizada simplifica-se.
Passamos a ter então o seguinte [22, 24]:
{휎} = [퐷]{휀}휏
= 1 휈 0휈 1 00 0
휀휀훾
(2.2)
Para material isotrópico 퐺 = ( )
___________________________________________________________________________________________
Página 21
2.1.4 Campo de Deslocamentos
Figura 2.2 – Placa deformada originando um campo de deslocamentos. [22]
Com referência à figura 2.2 e considerando as hipóteses definidas acima podemos expor o campo de
deslocamentos [22], salientando que este é apenas função do deslocamento transversal:
푢 = 푢 (푥,푦) − 푧 ( , )
푣 = 푣 (푥, 푦) = −푧 ( , )
푤 = 푤(푥,푦)
(2.3)
O campo de deslocamentos é análogo tanto no caso de material ortotrópico como isotrópico.
2.1.5 Extensões
O vector das extensões [22,24] é dado por:
{휀} =휀휀훾
=
⎩⎪⎨
⎪⎧
+ ⎭⎪⎬
⎪⎫
= −z
⎩⎪⎨
⎪⎧
2 ⎭⎪⎬
⎪⎫
(2.4)
2.1.6 Tensões
Placas de material Ortotrópico
O vector das tensões é gerado pela aplicação da Lei de Hooke [22, 24] e é dado por:
{휎} = [퐷]{휀} =
⎣⎢⎢⎢⎡
0
0
0 0 퐺푥푦⎦⎥⎥⎥⎤
⎩⎪⎨
⎪⎧ −z
−z
−2z ⎭⎪⎬
⎪⎫
(2.5)
Expandindo a expressão resulta:
휎 = −E z
1− 휈 휈푑 푤푑푥 + 휈
푑 푤푑푦
휎 = −
+ 휈 (2.6)
휏 = −(2z)퐺푥푦 .
___________________________________________________________________________________________
Página 22
Placas de material Isotrópico
Da mesma forma para material isotrópico com comportamento linear elástico [21] temos:
{휎} = [퐷]{휀} = 1 휈 0휈 1 0 0 0
⎩⎪⎨
⎪⎧
2 ⎭⎪⎬
⎪⎫
(2.7)
Logo ficamos com:
휎 = −퐸푧
1 − 휈푑 푤푑푥 + 휈
푑 푤푑푦
휎 = − + 휈 (2.8)
휏 = −
2.1.7 Equações clássicas de Momentos Flectores e Esforços Transversos
Usando-se as hipóteses de teoria de placas e considerando-se um elemento de placa de dimensões 푑푥 e 푑푦,
submetido a uma carga distribuída q, o equilíbrio é obtido a partir dos momentos flectores 푀 e 푀 ,
momentos de torção 푀 e 푀 e esforços transversos 푄 e 푄 resultantes das forças de corte, que actuam
nas faces dos elementos de placa, figura 2.3.
Figura 2.3 – Momentos Flectores e Esforços Transversos actuantes no elemento infinitesimal. [24]
___________________________________________________________________________________________
Página 23
Placas de material Ortotrópico
Os Momentos Flectores [22, 24] são dados por:
푀 = ∫ 휎 푧 푑푧 = −퐷 + 휈 = −( )
+ 휈
푀 = ∫ 휎 푧 푑푧 = −퐷 + 휈 = −( )
+ 휈
푀 = ∫ 휏 푧 푑푧 = −2퐷 = =
(2.9)
Sendo 퐷 = o módulo de rigidez à torção. Também 푀 = ∫ 휏 푧 푑푧 = 푀 pois 휏 = 휏 = 휏, figura
2.4.
Os deslocamentos da placa calculados pela Teoria da Elasticidade dependem da dimensão da placa, das
condições de fronteira, do carregamento, e das propriedades do material.
Figura 2.4 – Tensões aplicadas a um elemento de placa. [22]
Os esforços transversos [22, 24] para material ortotrópico são:
푄 =휕푀휕푥 +
휕푀휕푦 = −퐷
휕 푤휕푥 − 퐵
휕 푤휕푥휕푦
(2.10)
푄 =휕푀휕푦 +
휕푀휕푥 = −퐷
휕 푤휕푦 − 퐵
휕 푤휕푥 휕푦
퐵 = 휈 퐷 + 휈 퐷 + 4퐷 (2.11)
Placas de material Isotrópico
Os Momentos flectores por unidade de comprimento são os seguintes [22, 24]:
푀 = ∫ 휎 푧 푑푧 = −퐷 + 휈
푀 = ∫ 휎 푧 푑푧 = −퐷 + 휈
푀 = 푀 = ∫ 휏 푧 푑푧 = −퐷(1 − 휈)
(2.12)
Sendo D o coeficiente de rigidez de flexão da placa dado por: 퐷 =( )
___________________________________________________________________________________________
Página 24
As forças de corte estão relacionadas com as tensões tangenciais de corte, como se observa pela figura 2.4.
Para material isotrópico linear elástico são dadas por [22, 24]:
푄 = 휏 푑푧 = 휕푀휕푥 +
휕푀휕푦 = −퐷
휕 푤휕푥 +
휕 푤휕푥휕푦
(2.13)
푄 = 휏 푑푧 = 휕푀휕푥 +
휕푀휕푦 = −퐷
휕 푤휕푦 +
휕 푤휕푥 휕푦
2.1.8 Equações Fundamentais de Equilíbrio estático
Com referência à Figura 2.3, consideremos o equilíbrio de um elemento infinitesimal da placa ℎ 푑푥 푑푦 com
uma carga aplicada 푝 . Para haver equilíbrio é necessário que [22, 24]:
a) A soma dos momentos em torno do eixo dos y seja nula (∑푀 = 0)
b) A soma dos momentos em torno do eixo dos x seja nula (∑푀 = 0)
c) A soma das forças na direcção z seja nula (∑푃 = 0)
A soma das forças na direcção z é:
휕푄휕푥 푑푥푑푦 +
휕푄휕푦 푑푥푑푦 + 푃 푑푥푑푦 = 0
Ou
+ + 푃 = 0 (2.14)
A soma dos Momentos na direcção x é:
휕푀휕푥 푑푥푑푦 +
휕푀휕푦 푑푥푑푦 − 푄 푑푥푑푦 = 0
Ou
+ −푄 = 0 (2.15)
A soma dos Momentos na direcção y é:
+ −푄 = 0 (2.16)
Como 푀 = 푀 podemos escrever as três equações de equilíbrio:
휕푄휕푥 +
휕푄휕푦 + 푃 = 0
+ − 푄 = 0 + = 푄 (2.17)
휕푀휕푦 +
휕푀휕푥 − 푄 = 0 휕푀휕푦 +
휕푀휕푥 = 푄
Assim, podemos reduzir as três equações de equilíbrio acima a uma única equação de equilíbrio [22]:
+ 2 + + 푃 = 0 (2.18)
Finalmente usando a equação (2.12) para material isotrópico obtém-se a equação que caracteriza o equilíbrio
na teoria clássica de placas:
+ 2 + = (2.19)
___________________________________________________________________________________________
Página 25
De um modo análogo, usando a equação (2.9) para material ortotrópico obtém-se:
퐷 + 2퐵 +퐷 = 푃 (2.20)
2.2 Análise Dinâmica para Placas Rectangulares
2.2.1 Introdução
Muitas são as situações onde as estruturas são sujeitas a vibrações das quais podem resultar deformações ou
instabilidades, por exemplo: uma ponte sujeita a acção de um terramoto, ou até à própria acção do vento, ou
ainda um navio que aguenta com a agitação das marés ou de tempestades marítimas. Assim surge a
necessidade de efectuar um estudo do comportamento dinâmico das estruturas.
Na dinâmica de placas as forças transversais são funções do tempo. Assim é necessário uma força de inércia,
devido à aceleração da placa que por unidade de área é dada por:
푝∗ = −휌ℎ (2.21)
Onde 휌 = massa por unidade de volume; t = tempo; ℎ = espessura da placa
2.2.2 Equações Fundamentais de equilíbrio dinâmico
Placas de material Ortotrópico
Consequentemente a equação diferencial de equilíbrio de dinâmica de placas ortotrópicas ou equação de
Lagrange para vibrações livres e harmónicas [19] é:
퐷 + 2 ∗퐵 +퐷 + 휌ℎ = 푃 (2.22)
Para vibrações livres e harmónicas considera-se que a deformação é dada por:
푤 = 푊 cos휔푡 (2.23)
Onde 휔 é a frequência natural da placa expressa em rad/s, W depende apenas das coordenadas de posição, e
푃 = 0.
Assim
휕 푤휕푡 = −휔 푊 cos휔푡 = −휔 푤
Simplificando vem:
퐷 + 2퐵 + 퐷 − 휌ℎ휔 푤 = 0 (2.24)
Placas de material Isotrópico
A equação de equilíbrio de dinâmica de placas simplifica-se para material isotrópico [19]:
퐷 + 2 + + 휌ℎ = 푃 (2.25)
___________________________________________________________________________________________
Página 26
E para vibrações livres e harmónicas é:
퐷 + 2 + − 휌ℎ휔 푤 = 0 (2.26)
2.2.3 Condições de Fronteira
Como a equação de equilíbrio de placas definida acima é do 4º grau são necessárias 2 condições de fronteira
em cada extremidade da placa, definidas a seguir.
Existem múltiplas combinações para condições fronteira simples (F – Free ou livre; SS – Simply Supported ou
simplesmente apoiado; C – Clamped ou encastrado) para placas.
2.2.3.1 Placa Simplesmente Apoiada (SS_SS_SS_SS)
O problema de placas com todos os lados simplesmente apoiados é o mais simples de resolver para uma placa
rectangular ou quadrangular.
A figura 2.5 apresenta a condição fronteira para lados simplesmente apoiados (SS_SS_SS_SS).
Figura 2.5 – Placa Simplesmente Apoiada a toda a volta (SS_SS_SS_SS)
As condições de fronteira para a placa simplesmente apoiada a toda a volta [19,20,23] são deslocamento nulo
e momento flector nulo (aplicadas a ambas as placas):
푤 = 0 ,푀 = 0 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎 (2.27)
푤 = 0 ,푀 = 0 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏 Ou seja, para material isotrópico temos:
푤 = 0 ,휕 푤휕푥 + 휈휕 푤
휕푦 = 0 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎
(2.28)
푤 = 0 ,휕 푤휕푦 + 휈휕 푤
휕푥 = 0 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏
Da mesma forma, para material ortotrópico aplica-se as equações (2.9) nas equações (2.27).
Como 푤 = 0 em 푥 = 0 푒 푥 = 푎 significa que = 0 nestes apoios. Da mesma forma = 0 ao longo de
푦 = 0 푒 푦 = 푏.
___________________________________________________________________________________________
Página 27
Daqui resulta as seguintes condições fronteira, válidas quer para material isotrópico como para ortotrópico:
푤 = 0 ,휕 푤휕푥 = 0 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎
(2.29)
푤 = 0 ,휕 푤휕푦 = 0 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏
2.2.3.2 Placa Simplesmente Apoiada e Livre (SS_F_SS_F)
A figura 2.6 indica a condição de fronteira para placa simplesmente apoiada (ao longo do eixo y) e livre (ao
longo do eixo x):
Figura 2.6 – Placa Simplesmente Apoiada e livre (SS_F_SS_F)
As condições de fronteira para x=0 e x=a são deslocamento nulo e momento flector nulo e para y=0 e y=b
momento flector nulo e esforço transverso nulo, tal como se segue [19,20,23]:
푤 = 0 , 푀 = 0 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎 (2.30)
푀 = 0 푒 푉 = 푄 +휕푀휕푦 = 0, 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏
Ou seja, aplicando as equações (2.12) e (2.13) em (2.30) para material isotrópico:
푤 = 0 ,−퐷휕 푤휕푥 + 휈휕 푤
휕푦 = 0, 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎
(2.31)
−퐷 휕 푤 휕푦 + 휈휕 푤
휕푥 = 0 푒 −퐷휕 푤휕푦 + 2(1 − 휈) 휕 푤
휕푥 휕푦 = 0, 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏
Para material ortotrópico teríamos que aplicar as equações (2.9) e (2.10) em (2.30).
푤 = 0 ,−퐷휕 푤휕푥 + 휈푦
휕 푤휕푦 = 0, 푝푎푟푎 푥 = 0 푒 푥 = 푎
(2.32)
−퐷 휕 푤 휕푦 + 휈푥
휕 푤휕푥 = 0 푒 −퐷
휕 푤휕푦 − 퐵
휕 푤휕푥 휕푦 +
휕휕푦
−퐺 ℎ6
휕 푤휕푥휕푦 = 0, 푝푎푟푎 푦 = 0 푒 푦 = 푏
Como 푤 = 0 em 푥 = 0 푒 푥 = 푎 significa que = 0 nestes apoios.
2.2.4 Métodos Analíticos. Soluções para Frequência
As soluções analíticas de problemas de placas rectangulares são muito limitadas, pois os métodos analíticos
existentes só se aplicam a placas com pelo menos 2 extremidades opostas apoiadas. Os métodos analíticos
mais usados em análise de placas são os métodos de Navier e de Levi. O método de Navier (data de 1820) só se
___________________________________________________________________________________________
Página 28
aplica a placas com 4 extremidades apoiadas e o método de Levi (data de 1899) a placas com pelo menos 2
extremidades opostas apoiadas, sendo as outras arbitrárias.
Para determinar as expressões das frequências naturais de vibração para uma placa rectangular considere-se
em separado cada uma das condições de fronteira especificadas acima. Apenas estas duas serão tema de
estudo nesta tese.
2.2.4.1 Método de NAVIER
O método de Navier aplica-se a placas rectangulares e apoiadas nas 4 extremidades (Figura 2.5) e assume-se a
expressão dos modos de vibração [19,23] sob a forma:
푤(푥, 푦) = 푊 sin sin (2.33)
Que satisfaz as condições de fronteira da equação (2.28). A expressão acima representa a forma dos modos de
vibração da placa (sinusoidais), em que 푊 são as amplitudes de vibração determinadas pela equação de
equilíbrio da placa; (푚, 푛) referem-se ao número de meias ondas sinusoidais na direcção x e y e são números
inteiros; (푎,푏) são respectivamente o comprimento e a largura da placa.
O 1º modo de vibração ou frequência fundamental representa-se como:
푤(푥, 푦) = 푊 sin sin (2.34)
A figura 2.7 ilustra os primeiros modos de vibração para esta condição de fronteira (simplesmente apoiado nas
4 extremidades).
Figura 2.7 – Primeiros modos de vibração de placa simplesmente apoiada nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS)
Utilizando a equação de equilíbrio de placas (2.26) e substituindo nela a expansão de Navier temos:
퐷휋 + = 휌ℎ휔 (2.35)
Consequentemente as frequências naturais para material isotrópico são obtidas directamente através da
expressão:
휔 = 휋 훽 + (2.36)
훽 = (2.37)
___________________________________________________________________________________________
Página 29
퐷 =( )
(2.38)
De notar que para placas quadradas o 2º e 3º modos têm frequências naturais idênticas. Daqui resulta, que
qualquer combinação linear dos 2 modos é um modo de vibração e os seguintes modos podem corresponder à
2ª frequência natural de uma placa quadrada, figura 2.8.
Figura 2.8 – Modos de vibração que poderão corresponder à 2ª Frequência natural de uma placa quadrada.
Para material ortotrópico chegamos à expressão que se segue que foi obtida por Hearmon substituindo a
equação (2.33) na equação (2.24), [19]:
휔 = 퐷 푚 + 2퐵푚 푛 +퐷 푛 (2.39)
2.2.4.2 Método de LEVI
O Método de Levi só se aplica a placas rectangulares com 2 extremidades opostas apoiadas, sendo as outras
arbitrárias. Para este caso os modos de vibração representam-se através da seguinte expressão [19,23,24]
desenvolvida em séries de Fourier:
푤(푥, 푦) = ∑ 푌 (푦)푠푒푛∞ (2.40)
Que satisfaz as condições de simplesmente apoiado.
Substituindo a equação (2.23) na equação (2.26) vem:
(훻 − 푘 )푊 = 0 (훻 + 푘 )(훻 − 푘 )푊 = 0 훻 푊1 + 푘 푊1 = 0훻 푊2 − 푘 푊2 = 0 (2.41)
Sendo k um parâmetro dado por:
푘 = (2.42)
Como observado acima, para esta condição de fronteira (SS_F_SS_F) não existe nenhuma solução explícita para
as frequências naturais. Apenas existem tabelas de aproximação de valores para 휔푎 para diferentes
relações geométricas de (a/b) e valor de coeficiente de Poisson = 0,3 (ANEXO B.2). A única solução existente é
para o caso particular em que α≫ 1, que se reduz a:
휔 = 휋 + , (2.43)
Sendo
α = (2.44)
___________________________________________________________________________________________
Página 30
2.3 Análise de Elementos Finitos de Placas
2.3.1 Introdução
Quando existe a necessidade de projectar uma estrutura, é habitual proceder-se a uma sucessão de análises e
modificações das suas características, com o objectivo de se alcançar uma solução satisfatória, quer em termos
económicos, quer na verificação dos pré-requisitos funcionais e regulamentares. Antes do aparecimento do
Método dos Elementos Finitos (MEF), a análise dos meios contínuos era efectuada por resolução directa dos
sistemas de equações de derivadas parciais que regem o fenómeno, tendo em consideração as necessárias
condições fronteira. Para facilitar a aplicação desta técnica a problemas não elementares, era comum recorrer
a séries de Fourier [26]. Devido à sua complexidade, estes procedimentos só eram aplicáveis a meios contínuos
homogéneos e de geometria simples. Para tentar ultrapassar algumas destas limitações, era frequente a
substituição de derivadas exactas por derivadas aproximadas, calculadas com base em grelhas de pontos. Da
aplicação desta técnica resulta o método das diferenças finitas, que, antes do aparecimento dos computadores,
apresentava o inconveniente de requerer a resolução de grandes sistemas de equações lineares. Devido à
morosidade associada à aplicação de qualquer um destes métodos, tornava-se muito atractiva a substituição
do problema real por outro semelhante, de modo a se poder recorrer a resultados publicados em tabelas ou
ábacos. Com o grande desenvolvimento que o MEF teve na década de 60 [27] e com a banalização do recurso
ao computador, passou a ser prática corrente a análise de estruturas de geometria arbitrária, constituídas por
múltiplos materiais e sujeitas a qualquer tipo de carregamento. Este avanço é tão significativo que os outros
métodos, atrás referidos, deixaram praticamente de ser utilizados. Actualmente, o seu interesse restringe-se
ao de fornecer soluções teóricas de problemas simples para validar métodos aproximados.
2.3.2 Breve História do MEF
Na generalidade dos casos, é muito difícil definir a data em que determinado avanço do conhecimento foi
efectuado. No caso particular do MEF, é referido por vários autores que a publicação mais antiga em que é
utilizada a designação “elemento finito” é o artigo [28], que data de 1960 e tem como autor Ray Clough.
Anteriormente eram já conhecidas algumas técnicas que vieram a ser incorporadas no MEF, sem este aparecer
ainda com as principais características que hoje em dia possui, atribuídas nomeadamente por Hrenikoff (1941)
e Courant (1943), e a sua apresentação formal fora facultada por Turner, Clough, Martin, e Tropp (1956) e
posteriormente por Argyris e Kelsey (1960) [36]. Os grandes passos do desenvolvimento do MEF, que o
conduziram ao formato que actualmente apresenta maior aceitação, foram dados na década de 60 e início da
de 70. Inicialmente os elementos finitos mais comuns eram os triangulares e os tetraédricos, passando-se mais
tarde a dar preferência aos quadriláteros e aos hexaedros. Ao contrário de outros métodos que eram utilizados
no passado, o MEF só tem utilidade prática se dispuser de um computador digital. Este requisito é devido à
grande quantidade de cálculos que é necessário realizar, nomeadamente na resolução de grandes sistemas de
equações lineares. Assim se compreende que o rápido desenvolvimento do MEF tenha praticamente coincidido
com a generalização da utilização de computadores nos centros de investigação. Com a proliferação de micro
___________________________________________________________________________________________
Página 31
computadores ocorrida no final da década de 80 e na década de 90, o MEF chega finalmente às mãos da
generalidade dos projectistas de estruturas.
2.3.3 Formulação geral - Principio dos Trabalhos Virtuais
Existe outras formas de apresentar as equações de equilíbrio dinâmico usando o MEF. Uma das maneiras é
através do Princípio dos Trabalhos Virtuais aplicado a um modelo contínuo [20].
O trabalho virtual das tensões 휎 numa deformação virtual 휀 e para o caso das placas, é:
훿푇 = ∫푧 푀 +푀 + 2푀 푑푉 (2.45)
Sendo 푤 - deslocamento virtual e o integral é calculado ao longo do volume da placa, V.
No caso da placa estar sujeita a acções externas normais ao plano médio, as deformações neste caso são
devidas ao efeito de flexão, a placa pode ser tratada como um estado plano de tensão. A equação (2.45) pode
ser modificada, tendo em conta as equações (2.2) e (2.4). Integrando ao longo da espessura, obtém-se:
훿푇 = 퐷∫ + + − (1− 휈) + − 2 푑푆 (2.46)
Onde 푤 = 훿푤 - representa o deslocamento virtual.
O trabalho virtual das forças exteriores deve igualar o trabalho virtual da deformação, 훿푇 , resultando no
Principio dos Trabalhos Virtuais. O trabalho virtual das forças exteriores é dado por:
훿푇 = ∫푃(푥,푦)푤 푑푥푑푦 (2.47)
2.3.4 Equação do Movimento de um Elemento Finito Genérico
Segundo Argyris (1991), para todo o sistema estrutural discreto utiliza-se o processo de expansão e
acumulação, obtendo-se finalmente a equação geral do movimento de um elemento finito genérico dada pelo
sistema de equações:
[푀]{푢̈} + [퐶]{푢̇} + [퐾]{푢} = {퐹푒(푡)} (2.48)
Cabe ressaltar que na equação anterior os esforços externos {퐹푒(푡)} dependem apenas do tempo. Já a matriz
de rigidez [퐾], a matriz de massas [푀], e a matriz de amortecimento [퐶]vão permanecer constantes durante
todo o procedimento de integração de um volume de cubo infinitesimal (푑푉 ), [24] e são descritas como:
[푀] = ∫ 휌 푑푉 (2.49)
[퐶] = ∫휇 푑푉 (2.50)
[퐾] = ∫퐵 [퐸]퐵 푑푉 (2.51)
Sendo 휇 = viscosidade, [퐸] = Matriz que contém os coeficientes elásticos do material, = matriz que contém as
funções de forma e relaciona os deslocamentos que ocorrem ao longo do eixo longitudinal com os
deslocamentos nodais do elemento. Também temos:
[퐵] = [퐿][] (2.52)
Sendo 퐿 a matriz que contém os operadores diferenciais.
Considerando que temos um sistema estrutural com comportamento linear, livre de carregamentos externos
dependentes do tempo e desprovido de qualquer tipo de mecanismo de amortecimento, a equação (2.48) que
rege o comportamento dinâmico estrutural reduz-se a [24]:
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[푀]{푢̈} + [퐾]{푢} = 0 (2.53)
A solução analítica desta equação é dada por:
{푢} = {퐴}푠푒푛(휔푡) (2.54)
Sendo que esta descreve um movimento harmónico de todos os pontos nodais do sistema. Nesta equação,퐴 é
um vector formado pelas máximas amplitudes dos deslocamentos nodais.
Substituindo-se a solução dada (2.53) pela equação (2.54) vem a equação para vibração livre sem
amortecimento:
(−[푀]{퐴}휔 + [퐾]{퐴})푠푒푛(휔푡) = 0 [푀]{퐴}휔 = [퐾]{퐴} (2.55)
Multiplicando ambos os membros por "퐾 ", obtém-se:
([퐾 ][푀]){퐴} = {퐴}∗ (2.56)
Em que: ∗ é o valor próprio dado por:
∗ = (2.57)
Como [퐾 ][푀] resulta numa matriz não simétrica, será necessário aplicar métodos matemáticos com o
objectivo de transformar a equação (2.56) numa matriz simétrica para se conseguir resolver algebricamente.
Posteriormente uma vez obtido cada um dos valores próprios"∗ ", pode calcular-se as frequências naturais de
vibração da estrutura através da equação (2.57).
Sendo "휔 " as frequências naturais de vibração dadas em rad/s, relacionadas com as frequências naturais de
vibração “푓 ” dadas em Hz, através da equação:
푓 = (2.55)
Nesta tese, utilizou-se para modelação de elementos finitos o software de modulação e análise de elementos
finitos ANSYS 11.0.
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2.4 Sumário
Neste capítulo foram apresentados no inicio o campo de deslocamentos, tensões e extensões. Foram também
desenvolvidas as equações clássicas de momentos flectores e forças de corte actuantes num elemento
infinitesimal e apresentaram-se as equações de equilíbrio estático. Todos estes tópicos tiveram em
consideração material isotrópico e ortotrópico com comportamento linear elástico. Posteriormente foram
abordadas as equações de equilíbrio dinâmico, bem como as condições de fronteira abordadas nesta tese. Para
além disto foram expostos os métodos analíticos para determinar as soluções de frequências naturais de
vibração de placas.
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CAPITULO III - Caracterização de propriedades equivalentes numa
placa usando optimização numérica
3.1 Introdução
No projecto de optimização de uma estrutura existem determinadas etapas que servem de orientação para o
surgimento de um resultado óptimo que são expostas de seguida. São apresentados os casos de estudo para
uma melhor performance do modelo equivalente, bem como as propriedades geométricas e de material da
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® aplicando as várias fases da formulação do problema concretamente à estrutura abordada nesta
tese. Por fim, será exposto o fluxograma do algoritmo de optimização utilizado para encontrar as condições
óptimas das variáveis de projecto, bem como o esquema do respectivo programa definido no MATLAB.
3.2 Formulação do problema
A formulação de um problema de optimização envolve uma serie de etapas que estão na origem de uma
solução óptima, das quais se destacam [31]:
1) Identificar o problema – torna-se necessário nesta fase perceber bem os objectivos e definir o problema;
2) Reunir a informação - Para desenvolver uma formulação matemática para o problema, precisamos de
conhecer as propriedades do material, recursos disponíveis, conhecer o custo das matérias-primas, e recolher
outro tipo de informação que possa vir a ser útil.
3) Identificação/Definição das Variáveis de Projecto – Nesta fase identificam-se um conjunto de variáveis que
descrevem o problema, tendo em conta que diferentes escolhas de variáveis definem diferentes projectos. As
variáveis de projecto devem ser independentes umas das outras tanto quanto possível. Assim podemos definir
as variáveis de projecto como:
푋 = (푥 ,푥 ,푥 , … ) (3.1)
4) Identificação da função objectivo – É também conhecida como função custo, que pode ser minimizada ou
maximizada, dependendo dos requerimentos do projecto. Essa função objectivo tem que estar directa ou
indirectamente relacionada com as variáveis de projecto definidas. Um valor óptimo das variáveis de projecto
corresponde a um valor mínimo/máximo possível para a função objectivo. Alguns exemplos de minimização de
funções são: custo do material, peso de uma estrutura e a deformada, consumo de energia de uma habitação
ou meio de transporte; maximização de funções: lucro de uma empresa, resistência de uma placa, etc..
Podemos minimizar vários parâmetros ao mesmo tempo. A função objectivo na sua forma mais simples
representa-se por:
푓 = 푓(푋) (3.2)
5) Identificar os constrangimentos – O objectivo é identificar os constrangimentos e desenvolver expressões
matemáticas para eles, por exemplo: uma estrutura que não pode falhar sob determinadas condições normais
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de carregamento, frequências de vibração de uma estrutura têm que ser diferentes da frequência de operação
da máquina que a suporta, caso contrário poderá haver ressonância causando uma falha catastrófica. Os
constrangimentos podem ser lineares ou não lineares, podem obedecer a restrições de igualdade ou
desigualdade e deverão depender das variáveis de projecto, como se segue:
Desigualdade: 푔 (푋) ≥ 0; 푗 = 1, … , 푛 (3.3)
Igualdade: ℎ (푋) = 0, 푘 = 1, … ,푛 (3.4)
De um modo geral a formulação de um problema de optimização estrutural pode ser descrito como:
Encontrar as variáveis de projecto óptimas 푋 = (푥 ,푥 ,푥 , … ) que:
Minimiza ou Maximiza:푓(푋)
Sujeito a : 푔 (푋) ≥ 0; 푗 = 1, … , 푛 (3.5)
ℎ (푋) = 0, 푘 = 1, … ,푛
Onde 푛 e 푛 representam o numero de constrangimentos de desigualdade e igualdade.
Particularizando para o assunto abordado nesta tese, queremos minimizar uma função objectivo, cujas
variáveis de projecto são as propriedades mecânicas do material (como sejam 퐸 퐸 ,퐺 ,휈 ) e a espessura h de
uma placa equivalente ao painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® apresentado anteriormente. O objectivo já definido atrás passa
por aproximar as frequências naturais (escolhidas a partir da forma dos modos de vibração) e a deformada do
modelo teórico às do modelo real. Para cada uma das condições de fronteira temos as funções custo definidas
mais a frente.
3.2.1 Apresentação da OPENCELL
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® é um painel estrutural do tipo Sandwich inovador. A fim de tornar o estudo mais real várias
abordagens foram feitas, uma delas incluía a variação do tipo de geometria, ver figura 3.1 e 3.2.
Figura 3.1 – Geometria 1 - 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® Rectangular.
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Figura 3.2 – Geometria 2 - 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® Quadrangular. a) Perspectiva Isométrica. b) Planta da placa.
De seguida serão apresentadas as propriedades do material e as características geométricas da estrutura
inovadora 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®.
Propriedades do material e Parâmetros Geométricos da 푶푷푬푵푪푬푳푳®
Material Aço Inox Espessura de cada uma das 2 placas - h 0.002 m Densidade do material - 7800 Kg/푚
MATERIAL ISOTRÓPICO Módulo de Elasticidade - E
200 GPa
Coeficiente de Poisson -
0.3
GEOMETRIA RECTANGULAR Comprimento da dimensão dos 6 módulos - a 6 * 0.4 = 2.4 m Largura do painel - b 0.4 m Raio das patilhas Altura do Painel Ângulo de disposição das patilhas
0.02 m 0,084 m 45 graus
GEOMETRIA QUADRANGULAR Comprimento do painel - a 1,2 m Largura do painel - b Altura do painel
1,2 m 0,084 m
Tabela 3.1 – Propriedades do material e parâmetros geométricos da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
3.2.2 Definição das Variáveis de Projecto
Depois de definidas as propriedades da estrutura e de conhecer a sua geometria, torna-se necessário
identificar as variáveis de projecto que são os parâmetros que se vão optimizar. Relembrando que o objectivo é
encontrar um modelo equivalente de placa uniforme que aproxime as frequências naturais e a deformada da
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, as variáveis de projecto possuem carácter do tipo:
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Página 38
a) Geométrico: h - espessura da placa uniforme
b) Material Isotrópico: E - Módulo de elasticidade
Material Ortotrópico: 퐄퐱 − Módulo de elasticidade segundo x
퐄퐳 − Módulo de elasticidade segundo z
퐆퐱퐳 − Modulo de Elasticidade Transversal no plano xz
훎퐱퐳 − Coe iciente de 푃표푖푠푠표푛 no plano xz
No caso do material ortotrópico não houve necessidade de optimizar os restantes parâmetros
(퐄퐲,퐆퐲퐳,퐆퐱퐲,훎퐲퐳,훎퐱퐲) uma vez que estes não influenciam no comportamento da estrutura pois são parâmetros
que estão fora do plano. Nas tabelas em anexo (ANEXO C) pode observar-se o estudo da influência de todos os
parâmetros em termos de frequências naturais e de deformada, realizado no programa ANSYS, para material
ortotrópico. Este teste foi realizado para a geometria rectangular, mas a geometria quadrada apresenta o
mesmo comportamento em termos de parâmetros influentes.
NOTA: O estudo feito no ANEXO C foi elaborado para uma placa uniforme no plano xy, embora os estudos
apresentados ao longo desta tese sejam realizados no plano xz.
3.2.3 Função Objectivo para Placas Apoiadas nas 4 extremidades
(SS_SS_SS_SS)
Placa Rectangular - Estudo para 훒 = 퐜퐨퐧퐬퐭퐚퐧퐭퐞 = ퟕퟖퟎퟎ퐊퐠/퐦ퟑ
A função objectivo depende das variáveis de projecto. Para a formular necessitamos de observar, em primeiro
lugar, o comportamento da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e da correspondente placa uniforme (que possui as mesmas
dimensões – largura, comprimento da placa real 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®) numa análise dinâmica – ver como se
comportam as estruturas em termos de frequências naturais; e numa análise estática – observando o valor da
deformada quando se sujeita as mesmas a uma determinada carga de pressão uniformemente distribuída.
A placa uniforme foi analisada no ANSYS para uma espessura h = 2mm e um Módulo de elasticidade E = 200
GPa.
Numa primeira abordagem considera-se a densidade 휌 do material constante. A tabela 3.2 apresenta o
comportamento de ambas as estruturas em termos dinâmicos. Este estudo foi elaborado no ANSYS e foram
retirados por sua vez os valores numéricos das respectivas frequências naturais de vibração e deformada,
apenas dos modos semelhantes.
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Modos De vibração
Comportamento da 푶푷푬푵푪푬푳푳®- ANSYS
Comportamento da Placa Uniforme Equivalente - ANSYS
Placas sem
vibração
1º
(Planta)
2º (Planta)
3º (Planta)
4º
(Planta)
5º (Planta)
6º (Planta)
7º (Planta)
7º (Vista por baixo)
IGUAL
Tabela 3.2 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® para a placa rectangular e condição de simplesmente apoiada nas 4 extremidades.
Observando a tabela acima e fazendo uma analogia entre os dois tipos de estrutura verifica-se que os 6
primeiros modos de vibração são idênticos, o 7º modo já começa a ter um comportamento mais localizado.
Para a função objectivo apenas podemos seleccionar os modos de vibração que apresentam semelhantes
curvas sinusoidais, ora no 7º modo a placa inferior da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® já não acompanha a placa superior, e os
modos aparecem como locais (ver 7º modo – vista por baixo – existe uma zona azul escura que se deforma
mais, comparativamente ao resto da estrutura) facto que não acontece nos modos anteriores. De referir
também que, os modos de vibração não dependem da espessura da placa uniforme equivalente, por isso pode
atribuir-se a esta a espessura que se quiser. Na tabela 3.3 apresentam-se os valores das frequências naturais
retirados do programa de elementos finitos ANSYS para os 6 modos seleccionados e que farão parte da função
objectivo e respectivo erro percentual face aos resultados teóricos.
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흎 (rad/s)
푶푷푬푵푪푬푳푳® (ANSYS)
흎풐풑풆풏풄풆풍풍ퟐ
흎 (rad/s) Placa
Uniforme Equivalente
(ANSYS)
m
n
D 퐹Ó푅푀푈퐿퐴
2.38
휷
퐹Ó푅푀푈퐿퐴 2.37
흎 (rad/s) Teórico
퐹Ó푅푀푈퐿퐴 2.36
Erro (%)
1º 274.45 75312.20 194.27 1 1 146.52 3.06 194.30 0.015 2º 294.56 86763.08 210.00 2 1 146.52 3.06 210.05 0.024 3º 322.83 104219.2 236.23 3 1 146.52 3.06 236.31 0.034 4º 353.43 124912.2 272.94 4 1 146.52 3.06 273.07 0.048 5º 379.44 143975.2 320.13 5 1 146.52 3.06 320.33 0.062 6º 390.5 152490.2 377.81 6 1 146.52 3.06 378.09 0.074
Tabela 3.3 – Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, e erro percentual de frequências. Modelo de
placa Rectangular.
Observando a tabela 3.3 e por comparação dos valores do ANSYS com os valores da fórmula (2.36) para as
frequências naturais (para material isotrópico - a vermelho) verifica-se que os valores estão muito próximos, o
que satisfaz a formulação clássica da teoria de placas. Estes valores teóricos foram obtidos através do
Microsoft Excel.
Segue-se a análise estática (deformada) para ambas as estruturas quando sujeitas a uma força de pressão de
1000N/m2 uniformemente distribuída. De notar que a deformada é máxima a meio da estrutura (zonas a
vermelho) e concentra-se na zona das patilhas onde existe uma maior concentração de tensões/esforços,
sendo mínima nos bordos (azul escuro) pois é onde se encontra simplesmente apoiada, por isso não sofre
deformação nas extremidades. A placa uniforme equivalente deforma-se mais uma vez que é menos espessa e
por isso menos rígida.
Figura 3.3 – Planta da Estrutura rectangular 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® - Vector soma do campo de deslocamentos –
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟎퟎퟔퟒퟔ 풎 , 훿 = 0 푚).
Figura 3.4 – Planta da placa Uniforme Equivalente Rectangular - Vector soma do campo de deslocamentos –
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟎퟐퟐퟔퟗ 풎 , 훿 = 0 푚).
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A função objectivo possui 7 membros que se podem entender como percentagens de aproximação do modelo
equivalente ao modelo 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® para frequências e deformada. De uma forma geral a função objectivo
pode ser formulada através de um somatório:
푓 = ∑ 퐴
+ 퐴 (3.6)
Sendo n o número de modos de vibração equivalentes em ambos os modelos que neste caso fica: n = 6 e em
que os parâmetros 퐴 , 퐴 são pesos que se atribuem a cada um dos termos que constituem a função
objectivo para dar ênfase a determinadas frequências ou deformada na aproximação dos resultados da placa
uniforme equivalente à estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. Queremos minimizar a função objectivo de modo a que as
frequências naturais e a deformada da estrutura da placa uniforme equivalente (modelo teórico) se aproximem
da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®.
As variáveis de projecto aparecem inseridas nos termos:
휔 (퐄,퐡),훿 (퐄,퐡)
Pelas equações 2.37 e 2.38 temos:
훽 =∗( )∗
= = (3.7)
Segundo a equação 2.36 temos:
푤 = (63.3985훽) = 푤 = 4019.37훽 = 0.047189퐸ℎ
푤 = (68.5389훽) = 푤 = 4697.583훽 = 0.055151퐸ℎ
푤 = (77.1063훽) = 푤 = 5945.379훽 = 0.069801퐸ℎ (3.8)
푤 = (89.1006훽) = 푤 = 7938.916훽 = 0.093206퐸ℎ
푤 = (104.5219훽) = 푤 = 10924.82훽 = 0.128262퐸ℎ
푤 = (123.3701훽) = 푤 = 15220.17훽 = 0.178691퐸ℎ
Para a deformada de uma placa simplesmente apoiada temos (Anexo B.1):
훿 = − (3.9)
Onde:
훿 = 푑푒푓표푟푚푎푑푎 푑푎 푝푙푎푐푎 (푚)
훼 = 0.1421 = 푐표푛푠푡푎푛푡푒 푔푒표푚é푡푟푖푐푎 푞푢푒 푑푒푝푒푛푑푒 푑푎 푟푒푙푎çã표푎푏 = 6
푞 = 푝푟푒푠푠ã표 푎푝푙푖푐푎푑푎 푛푎 푝푙푎푐푎 푞푢푒 푑á 표푟푖푔푒푚 à 푑푒푓표푟푚푎푑푎 푁푚 표푢 푃푎
Aplicando uma pressão de 1000 푃푎 na superfície uniforme da estrutura ficamos com:
훿 = . (3.10)
Na figura 3.5 pode observar-se a curva da função objectivo, cujo mínimo é uma curva onde a relação entre
퐸 푒 ℎ varia. À medida que E aumenta, h diminui. São variáveis inversamente proporcionais.
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Figura 3.5 – Gráfico da função fornecida pelo software MATHEMATICA para uma espessura h entre 2 e 4 mm e
um módulo de Elasticidade E entre 100 e 200 GPa
Queremos encontrar o mínimo da função, então fazemos:
( , ) = 0( , ) = 0
(3.11)
Segundo o programa MATHEMATICA a solução deste sistema é tabelada abaixo:
Pesos Diferentes Mínimo Pesos Iguais Mínimo 푨ퟏ = ퟎ.ퟐ
E = 1.09E12 Pa h = 6.795E-5 m
1/7
E = 9.30E11 Pa h = 7.166E-5 m
푨ퟐ = ퟎ.ퟐ 1/7 푨ퟑ = ퟎ.ퟏ 1/7 푨ퟒ = ퟎ.ퟏ 1/7 푨ퟓ = ퟎ.ퟏ 1/7 푨ퟔ = ퟎ.ퟏ 1/7 푨ퟕ = ퟎ.ퟐ 1/7
Tabela 3.4 – Resultados para o cálculo do mínimo da função fornecidos pelo MATHEMATICA para casos
diferentes de distribuição de pesos da função objectivo.
O Módulo de elasticidade (E) para densidade constante varia muito em comparação com a variação da
espessura, como observado na tabela 3.4, por isso será necessário colocar a densidade a depender da
espessura da placa, para que os valores de E e de h se apresentem de forma coerente. Além do mais pretende-
se que a massa da placa uniforme seja igual à massa do painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. Por estas razões a partir de agora
ao longo desta tese irá considerar-se sempre que a densidade do material depende da espessura da placa. De
seguida apresenta-se o estudo para a densidade dependente da espessura.
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3.2.3.1 Placa Rectangular - Estudo para densidade dependente da espessura h
Sabemos que:
휌 = (3.12)
Onde:
휌 = 푚푎푠푠푎 푣표푙ú푚푖푐푎 퐾푔푚
푚 = 푚푎푠푠푎 푑푎푠 푝푙푎푐푎푠 (퐾푔)
푉 = 푣표푙푢푚푒 푑푎푠 푝푙푎푐푎푠 (푚 )
Considera-se que a massa das duas placas do painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® é igual à massa da placa uniforme, sendo
assim:
푚 = 2푚 (3.13)
Logo temos:
휌 퐴푟푒푎 ℎ = 2휌 ç 퐴푟푒푎 ℎ (3.14)
Onde:
퐴푟푒푎 = 퐴푟푒푎
휌 ç = 7800 퐾푔/푚
ℎ = 0.002 푚 = 2푚푚
Daqui deduz-se a expressão da massa volúmica da placa uniforme em função da sua espessura:
휌 = ∗ . ∗
→ 휌 = .
(3.15)
As frequências do painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e a deformada são iguais às referenciadas anteriormente (no caso de
휌 = 푐표푛푠푡푎푛푡푒). A única diferença está no seguinte parâmetro:
훽 = ( ) = ( ) .=
. (3.16)
Sendo que:
푤 = 4019.37훽 = 11.79725퐸ℎ
푤 = 4697.583훽 = 13.78787퐸ℎ
푤 = 5945.379훽 = 17.45028퐸ℎ (3.17)
푤 = 7938.916훽 = 23.30151퐸ℎ
푤 = 10924.82훽 = 32.06542퐸ℎ
푤 = 15220.17훽 = 44.67271퐸ℎ
Sempre que nesta tese houver referência a valores teóricos das frequências naturais, estas correspondem aos
valores do modelo equivalente uniforme.
3.2.3.2 Placa Quadrangular - Estudo para densidade dependente da espessura h
Da mesma forma que o caso anterior observou-se primeiro o comportamento de ambas as estruturas em
termos dinâmicos e estáticos. O quadro da tabela 3.5 ilustra os modos de vibração.
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Modos De
vibração
푶푷푬푵푪푬푳푳®- ANSYS
Placa Uniforme Equivalente -
ANSYS
Placas
sem
vibração
Planta da Placa Vista por baixo Planta da Placa
1º Modo
IGUAL
2º Modo
IGUAL
3º Modo
IGUAL
4º Modo
Tabela 3.5 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
para a placa quadrangular e condição de simplesmente apoiada nas 4 extremidades.
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Os modos que são idênticos em termos de curva sinusoidal são os 3 primeiros, apenas esses são considerados
na função objectivo. De notar que no 2º e 3º modo as frequências naturais de vibração são as mesmas, uma
vez que a placa é quadrada. No 4º modo o comportamento dos modos já é diferente. De seguida estão
representadas as placas para a deformada sujeita à mesma carga de pressão testada anteriormente para os
outros casos.
Figura 3.6 – Planta da placa quadrangular 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® − Vector soma do campo de deslocamentos –
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟎퟑퟐퟐퟑ 풎 , 훿 = 0 푚).
Figura 3.7 – Planta da placa Uniforme Equivalente Quadrangular - Vector soma do campo de deslocamentos –
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟓퟕퟒퟕퟕ 풎 , 훿 = 0 푚).
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Como observado acima, a deformada (para uma pressão uniformemente distribuída de 1000N/m2) é máxima a
meio da placa uma vez que esta é simétrica. De notar que na placa uniforme equivalente as linhas de simetria
da deformada são mais concêntricas em comparação com a 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® uma vez que não existem
concentração de tensões (as patilhas), e para alem disso existe também uma maior uniformização da malha
gerada pelo programa de elementos finitos ANSYS.
Na tabela que se segue apresentam-se os valores das respectivas frequências de vibração e da deformada de
ambas as placas, cujos cálculos foram realizados em Microsoft Excel.
Tabela 3.6 - Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e erro percentual de frequências. Modelo de placa
Quadrangular.
Assim, utilizando a equação 3.6 e sabendo agora que n = 3 obtemos um novo problema de optimização.
Da equação 3.9 e tendo em conta que = 0.0444 (Anexo B.1) para a/b = 1 (Placa quadrada) e b = 1.2 m,
mantendo a pressão de 1000N/m2 uniformemente distribuída pela placa, resulta:
훿 = . (3.18)
Para as frequências naturais teóricas e tendo em conta a equação 2.36, 3.15 e 3.16 temos:
푤 = 푤 = 187.9033훽 = 0.551515퐸ℎ
푤 = 푤 = 1174.396훽 = 3.446968퐸ℎ (3.19)
푤 = 푤 = 1174.396 ∗ 훽 = 3.446968퐸ℎ
흎 (rad/s)
푶푷푬푵푪푬푳푳® (ANSYS)
흎풐풑풆풏풄풆풍풍ퟐ
흎 (rad/s) Placa
Uniforme Equivalente
(ANSYS)
m
n
퐹Ó푅푀푈퐿퐴 2.38
D 퐹Ó푅푀푈퐿퐴
2.37
퐹Ó푅푀푈퐿퐴 2.36
흎 (rad/s)
Teórico
Erro (%)
1º 119,36 14246,81 42,01 1 1 146.52 3.06 42,01 0 2º 185,78 34514,21 105,01 2 1 146.52 3.06 105,025 0.014 3º 185,88 34551,37 105,01 1 2 146.52 3.06 105,025 0.014
___________________________________________________________________________________________
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3.2.4 Função Objectivo para Placas Apoiadas e livres (SS_F_SS_F)
3.2.4.1 Placa Rectangular - Estudo para densidade dependente da espessura
Vamos agora abordar outra condição de fronteira – simplesmente apoiada e livre em extremidades opostas das
placas. De seguida observe-se o comportamento dos primeiros modos de vibração da placa rectangular.
Modos De vibração
Comportamento da 푶푷푬푵푪푬푳푳®- ANSYS
Comportamento da Placa Uniforme Equivalente - ANSYS
Placas sem vibração
1º Modo (Planta)
(Vista por baixo)
IGUAL
2º Modo (Planta)
(Vista por baixo)
IGUAL
3º Modo (Planta)
(Vista por baixo)
IGUAL
Tabela 3.7 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
para a placa rectangular e condição de simplesmente apoiada e livre.
Como se verifica os dois primeiros modos são idênticos em ambas as situações, já o 3º Modo da
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® que é à flexão não se identifica em nada com o equivalente no caso da placa uniforme pois este
comporta-se como um modo de torsão. Nesse caso apenas podemos considerar as 2 primeiras frequências na
função objectivo a optimizar. De seguida estão tabelados os valores dessas frequências.
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Página 48
흎 (rad/s) 푶푷푬푵푪푬푳푳®
(ANSYS)
흎풐풑풆풏풄풆풍풍
ퟐ 흎 (rad/s)
Placa Uniforme (ANSYS)
m n
1º Modo 56.05 3141,60 5.02 1 1 2º Modo 109.296 11945,62 20.15 2 1
Tabela 3.8 - Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e da placa uniforme equivalente. Modelo de placa
Rectangular.
Em termos de deformada, temos o seguinte:
Figura 3.8 - Vector soma do campo de deslocamentos – Placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟏퟏퟑퟑퟕ 풎 , 훿 = 0 푚)
Figura 3.9 - Vector soma do campo de deslocamentos – Placa Uniforme Equivalente Rectangular
(휹풎á풙 = ퟑ.ퟐퟓퟏ 풎 , 훿 = 0 푚)
Observe-se que na figura 3.9 existe uma deformada demasiado elevada (3.25 metros) a meio vão devido ao
facto da carga de pressão a que a mesma foi submetida ter sido exageradamente elevada, mas teve que ser
considerada assim para efeitos comparativos com os restantes casos. Mais uma vez obtemos um novo
problema de optimização usando a equação 3.6 e fazendo n = 2.
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Página 49
3.2.4.2 Placa Quadrangular - Estudo para densidade dependente da espessura
Da mesma forma que os casos anteriores temos a tabela 3.9 com os primeiros modos de vibração da placa
rectangular para esta condição fronteira.
Modos De
vibração
푶푷푬푵푪푬푳푳®- ANSYS
Placa Uniforme Equivalente -
ANSYS
Placas sem
vibração
Planta da Placa Vista por baixo Planta da Placa
1º Modo
2º Modo
3º Modo
Tabela 3.9 – Comparação dos modos de vibração da placa uniforme equivalente face ao Painel
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® para a placa quadrangular e condição de simplesmente apoiada e livre.
Nesta caso apenas podemos utilizar as 2 primeiras frequências de vibração, pois a ultima já apresenta um
comportamento mais local e por isso não é equivalente. Os valores correspondentes às frequências de vibração
estão expostos na tabela 3.10.
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Página 50
흎 (rad/s) 푶푷푬푵푪푬푳푳®
(ANSYS)
흎풐풑풆풏풄풆풍풍
ퟐ 흎 (rad/s)
Placa Uniforme (ANSYS)
m n
1º Modo 80,569 6491,36 20,499 1 1 2º Modo 108,341 11737,56 34,342 1 2
Tabela 3.10 - Frequências de vibração da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® e da placa uniforme equivalente. Modelo de
placa Quadrangular.
Quanto à análise estática, nas figuras 3.10 e 3.11 podemos observar o comportamento das estruturas face ao
carregamento de 1000 Pa uniformemente distribuído. Mais uma vez a deformada é máxima a meio da
estrutura e atinge o valor nulo (não se deforma) na zona de simplesmente apoiado.
Figura 3.10 - Vector soma do campo de deslocamentos – Placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®
(휹풎á풙 = ퟎ.ퟎퟎퟓퟕퟖퟖ 풎 , 훿 = 0 푚).
Figura 3.11 - Vector soma do campo de deslocamentos – Placa Uniforme Equivalente Quadrangular (휹풎á풙 =
ퟎ.ퟐퟏퟐퟑퟕퟑ 풎 , 훿 = 0 푚)
Este problema de optimização é obtido usando a equação 3.6 e fazendo com que n = 2, pois existem 2 modos
semelhantes entre modelo teórico e modelo real, como observado na tabela 3.9.
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Página 51
Para material ortotrópico a função objectivo para todos os casos abordados acima, mantém-se a mesma,
embora as variáveis de projecto se alterem, pois agora as propriedades do material alteram-se em cada
direcção.
De seguida procede-se à explicação das considerações admitidas no ANSYS e referência aos constrangimentos
admitidos nas condições fronteira e variáveis de projecto.
3.3 Tipos de considerações e constrangimentos
Para análise no ANSYS alguns tipos de considerações foram feitos. A seguir transcrevem-se as mais
importantes.
3.3.1 Tipo de Elemento, Malha, Constantes e Material
O tipo de elemento considerado é Shell 63 aplicado a placas de baixa espessura, ver Anexo A. A definição da
malha é constante ao longo da estrutura e possui um parâmetro de definição de 0.002, definido em Meshing –
Size Controls, no programa de elementos finitos ANSYS. A espessura das placas é especificada no Real
Constants. O modelo de material é definido com comportamento estrutural linear elástico
isotrópico/ortotrópico, dependendo do estudo em questão. Também na secção do material é mensurada a
densidade do mesmo, o coeficiente de Poisson e os módulos de elasticidade e de corte. Todos os parâmetros
são enunciados em unidades SI.
A modelação de cada uma das estruturas 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® no ANSYS (placa rectangular e quadrangular) foi feita
por módulos geométricos. O desenho de cada módulo foi realizado no programa SOLID WORKS como
superfície sem espessura, para ser importado para o ANSYS em formato IGS. Só dentro do ANSYS foi definida a
espessura em unidades SI bem como as outras propriedades e fez-se um Glue para unir todas as áreas do
módulo. Para reproduzir os módulos ao longo de cada eixo fez-se um Modeling/Copy/Areas e um Glue para
unir todas as novas superfícies modulares como uma única superfície.
3.3.2 Carregamentos aplicados e sistema de eixos
Os carregamentos são os que definem as condições de fronteira. Em termos dinâmicos, para as placas
simplesmente apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS), temos que definir no programa ANSYS o seguinte,
(fig.3.12):
No ponto A: Ux = 0, Uy = 0, Uz = 0 (para a placa de cima e de baixo)
No ponto B: Uy = 0, Uz = 0 (para a placa de cima e de baixo)
Nas linhas todas de ambas as placas: Uy = 0
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Figura 3.12 – Carregamentos aplicados a placas simplesmente apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS).
Placa Rectangular.
Para a placa quadrangular os carregamentos serão os mesmos nos pontos A e B.
Em termos estáticos, para analisar a deformada das estruturas considerou-se a carga de pressão de 1000 Pa
uniformemente distribuída também ela definida dentro dos carregamentos. O mesmo acontecendo para a
placa quadrangular a fim de se poder comparar resultados.
Para a outra condição de fronteira (SS_F_SS_F) foi definido o seguinte, considerando que o ponto A e B se
encontram no mesmo local:
No ponto A: Ux = 0, Uy = 0, Uz = 0 (para a placa de cima e de baixo)
No ponto B: Uy = 0, Uz = 0 (para a placa de cima e de baixo)
Apenas nas linhas de z=0 e z=b para ambas as placas: Uy = 0
Figura 3.13 – a) Carregamento aplicado a placa simplesmente apoiada e livre (SS_F_SS_F). Placa Rectangular. b)
Sistema de eixos considerado nesta Tese.
O sistema de eixos considerado nesta tese para todas as placas esta ilustrado na figura 3.13. Ou seja o plano da
placa é o plano XZ.
3.3.3 Constrangimentos
No decorrer da optimização de variáveis de projecto houve necessidade de limitar a procura de resultados pois
houve alguns que eram demasiado elevados/baixos. Sendo assim, foram feitas as seguintes limitações para
material ortotrópico:
10 퐺푃푎 < 퐸 < 1000 퐺푃푎
10 퐺푃푎 < 퐸 < 1000 퐺푃푎
0.1 < < 0.4
3 퐺푃푎 < 퐺 < 160 퐺푃푎
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Página 53
3.3.4 Análise Modal – Método Block Lanczos
A equação fundamental usada pelo software ANSYS para solucionar problemas de análise modal é a seguinte:
[퐾]{∅ } = 휔 [푀]{∅ } (3.20)
Onde:
[퐾] = Matriz Rigidez {∅ } = Vector forma do modo i 휔 = Frequência natural do modo i [푀] = Matriz massa
Este é um método muito usado para placas do tipo Shell, de grande porte e de baixa espessura. Garante
soluções para as frequências naturais de vibração de uma forma rápida embora exija espaço na memória do
computador.
3.4 Critério de optimização usado
Na procura de soluções óptimas para as variáveis de projecto através do software MATLAB foi usado um
método de optimização que será descrito a seguir. Também nesta secção será feito um esquema ilustrativo do
funcionamento geral do programa de optimização que interage com o software de elementos finitos ANSYS.
Nesta tese foi usado o FMINSEARCH, um método de procura por iterações. Outro método possível seria o
FMINUNC (procura por derivadas), mas para este caso não seria aconselhável, uma vez que se partirmos de
condições iniciais de optimização na descida de um vale da função (ponto 1, figura 3.14) o FMINUNC como
funciona com gradientes já não consegue sair desse vale e acaba por optimizar no pico mais baixo desse
mesmo vale. O FMINSEARCH já é mais robusto, uma vez que se partirmos do mesmo ponto 1, se ele cair nesse
vale pode sair de lá e procurar outro valor mais baixo da função que esteja próximo desse vale onde caiu. Neste
caso, como veremos mais a frente, vão existir soluções locais concentradas, o que leva a concluir que será
melhor opção usar o FMINSEARCH. Em termos processuais, o FMINSEARCH no inicio do algoritmo baixa
rapidamente a função objectivo, demora no entanto mais tempo a convergir para a solução óptima quando já
se encontra próximo dela, o FMINUNC funciona exactamente ao contrario, no inicio demora a minimizar a
função, mas uma vez estando próximo do pico mais baixo rapidamente converge para ele.
Figura 3.14 – Principais diferenças entre FMINUNC e FMINSEARCH (Ponto 1 – Inicio da Optimização; Ponto 2 –
Solução óptima).
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3.4.1 FMINSEARCH
Este é um método de optimização [32] que encontra o mínimo de uma função escalar de várias variáveis de
projecto a partir de uma estimativa inicial. É definida através da seguinte sintaxe:
[x, fval] = fminsearch (fun, x0)
Em que x0 é a estimativa inicial de optimização das variáveis e fun é a função objectivo que será minimizada e
que poderá apresentar-se sob a forma de um escalar, vector ou matriz. O valor x é o mínimo da função e fval é
o valor da função nesse ponto óptimo, que tem que atingir o mínimo valor possível. O ideal seria atingir o valor
nulo. Assim que se inicia o processo de optimização 3 coisas podem acontecer:
a) Código 1 – FMINSEARCH convergiu para uma solução x.
b) Código 0 – O número máximo de iterações foi atingido. O programa termina e não consegue convergir para
uma solução.
c) Código -1 – O algoritmo é denunciado pela função de saída. Ocorre erro.
Uma das limitações do método FMINSEARCH é o facto de apenas fornecer soluções locais, ou seja, é robusto
para este tipo de soluções, mas para encontrar soluções globais (vales de mínimos mais afastados) já é mais
restritivo.
3.4.2 O algoritmo Nelder – Mead
O método de optimização FMINSEARCH usa um método de procura simplex. Este é um método de procura
directo e que não utiliza gradientes numéricos ou analíticos.
Se n é o comprimento de x, o simplex no espaço n-dimensional é caracterizado pelo n +1 vectores distintos que
são os seus vértices. No espaço bidimensional, o simplex é um triângulo, no espaço tridimensional, é uma
pirâmide. Em cada etapa da pesquisa, um novo ponto no/perto do simplex actual é gerado. O valor da função
no novo ponto é comparado com os valores da função nos vértices do simplex e, geralmente, um dos vértices é
substituído pelo novo ponto, dando um novo simplex. Este passo é repetido até que o diâmetro do simplex seja
menor do que a tolerância especificada.
Este método é conhecido como o algoritmo simplex de Nelder- Mead [34], [35]. É um método muito popular de
procura directa para minimização de uma função objectivo multidimensional e usado em campos variados
como a química, a engenharia e a medicina. No anexo E será dada uma explicação acerca do processo de
convergência deste algoritmo.
Na secção seguinte será descrito o funcionamento do programa de optimização executado no MATLAB através
de um fluxograma geral representativo do mesmo.
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3.4.3 Fluxograma de Simulação Computacional
De um modo geral, a simulação computacional realizada nesta tese representa-se através do seguinte
diagrama:
Figura 3.15 – Diagrama de sequência de operações realizadas computacionalmente.
3.5 Sumário
Ao longo deste capítulo foram introduzidas as fases necessárias para alcançar um modelo equivalente ao
modelo real 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® através das etapas integrantes de um projecto de optimização de estruturas.
Criando uma simulação computacional que consiga interagir entre softwares, consegue-se pré-determinar
condições óptimas para as variáveis de projecto que consigam responder mais depressa a situações específicas.
No capítulo que se segue, são apresentados os resultados para diversos casos estudados e gerado um modelo
que consiga responder às necessidades do cliente, resultantes da produção de um modelo computacional
eficaz.
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CAPITULO IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Introdução
Este capítulo tem como objectivo apresentar os resultados do algoritmo de optimização descrito no capítulo
anterior e discutir as soluções óptimas. São apresentadas as soluções para todos os casos de estudo, em forma
de gráficos e tabelas. Desta forma será depois mais fácil concluir quais os parâmetros relevantes na escolha de
um bom modelo equivalente para aproximar a estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®.
4.2 Apresentação dos Casos de Estudo
Para optimização numérica de parâmetros foram abordados alguns casos de estudo, variando o tipo de
geometria, as condições de fronteira e o tipo de material – com comportamento elástico isotrópico e
ortotrópico (tabela 4.1). Esses casos são apresentados a seguir.
Tipos de casos de Estudo Abordados nesta tese – Isotrópico
Tipos de casos de Estudo Abordados nesta tese – Ortotrópico
Caso A Geometria rectangular – Placas apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) – Material Isotrópico
Caso E Geometria rectangular – Placas apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) – Material Ortotropico
Caso B Geometria rectangular – Placas apoiadas e livres (SS_F_SS_F) – Material Isotrópico
Caso F Geometria rectangular – Placas apoiadas e livres (SS_F_SS_F) – Material Ortotrópico
Caso C Geometria quadrangular – Placas apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) – Material Isotrópico
Caso G Geometria quadrangular – Placas apoiadas nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) – Material Ortotrópico
Caso D Geometria quadrangular – Placas apoiadas e livres (SS_F_SS_F) – Material Isotrópico
Caso H Geometria quadrangular - Placas apoiadas e livres (SS_F_SS_F) – Material Ortotropico
Tabela 4.1 – Definição dos casos de estudo para optimização de parâmetros.
Segue-se uma tabela com os valores numéricos correspondentes a todas as frequências naturais de vibração e
deformada de cada um dos casos estudados. Estas servirão de modelo de comparação para os casos descritos à
frente. Para relembrar, o objectivo é aproximar o modelo uniforme da estrutura 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. O modelo
uniforme standard apresentado na tabela 4.2 foi estabelecido para uma espessura de 2 mm e um módulo de
elasticidade de 200 GPa, admitindo a mesma geometria que a 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®.
___________________________________________________________________________________________
Página 58
Tabela 4.2 – Tabela Standard de frequências naturais (rad/s) e deformada (metros) para todos os casos de
estudo e desenhos do Modelo Equivalente Uniforme correspondente aos casos.
Como foi dito no capítulo anterior, a escolha do número de frequências que aparece na tabela 4.2 para cada
conjunto de casos de estudo tem a ver com o facto de se observar o número de frequências naturais (através
do programa ANSYS) que apresentem o mesmo tipo de comportamento do modo de vibração (em relação à
forma que ostenta) quando comparamos o modelo uniforme equivalente à estrutura a que nos propusemos
desde inicio atingir – a placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. Para o algoritmo (descrito no capítulo anterior) se processar
necessita de um ponto de partida, o qual se denomina de condições iniciais de optimização.
4.3 Resultados – Material Isotrópico
Para todos os casos são apresentadas as tabelas com os resultados óptimos das variáveis de projecto e o
respectivo erro percentual por comparação face aos valores standard abordados na tabela 4.2, bem como
alguns gráficos de convergência desses mesmos valores consoante o número de iterações para material
isotrópico. Para o primeiro caso de estudo (caso A) será descrito em pormenor todo o procedimento a ter em
conta em cada um dos casos para material com comportamento linear isotrópico. Para os restantes casos B, C,
D apenas serão apresentados os aspectos mais relevantes resultantes de toda a análise decorrida desse mesmo
procedimento. Outros pormenores relativamente aos casos B, C e D estão em anexo D.
4.3.1 Caso A (Placa SS_SS_SS_SS Rectangular Isotrópica)
Antes de se começar uma optimização, uma das questões que se coloca é: Por onde começar a optimizar? Há
que definir bem as condições iniciais de optimização, pois estas definem o percurso que vai decorrer até atingir
a solução óptima. Por vezes é fácil e intuitivo o ponto de partida mas há também casos (como material
ortotrópico) em que não é simples de definir um ponto de partida. Partindo do senso comum, poderá elaborar-
Caso A, E Caso B, F Caso C, G Caso D, H
OPENCELL
Uniforme
OPENCEL
L
Uniforme
OPENCELL
Uniforme
OPENCELL
Uniforme
흎ퟏ 274,45 194,27 56,05 5,02 119,36 42,01 80,57 20,50
흎ퟐ 294,56 210,00 109,30 20,15 185,78 105,01 108,34 34,34
흎ퟑ 322,83 236,23 - - 185,88 105,01 - -
흎ퟒ 353,43 272,94 - - - - - -
흎ퟓ 379,44 320,13 - - - - - -
흎ퟔ 390,50 377,81 - - - - - -
휹 0,000646 0,002269 0,011337 3,25 0,003223 0,057477 0,005788 0,212373
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Página 59
se um gráfico tridimensional (figura 4.1) que define a função objectivo dependendo das variáveis de projecto
(E, h) para visualizar de uma maneira geral a zona mínima da função. Há que referir que isto é possível, uma vez
que existem neste caso (material isotrópico) apenas duas variáveis de projecto. Quando existem mais variáveis
(caso ortotrópico) não será assim tão simples de visualizar graficamente a função objectivo uma vez que esta
depende de mais variáveis. O gráfico está limitado a valores de E (entre 10 GPa e 1000 GPa) e h (entre 1 e 50
mm).
Figura 4.1 – Gráfico (escala logarítmica) da função objectivo dependendo de E (GPa) e h (mm) para o Caso A.
Pela figura 4.1 observa-se uma zona azul escura onde a função atinge os valores mais baixos e que servirá de
ponto de partida para as condições iniciais de optimização. Ao que parece todos os pares de h e E que
apresentam valores mínimos de F estão sobre uma hipérbole. Ou seja, matematicamente temos a equação
퐸ℎ = constante (que é similar a 푥푦 = constante - equação de uma hipérbole). Resta saber então qual a equação
da hipérbole e perceber o comportamento de F ao longo da mesma.
A função objectivo para o caso A é construída a partir da junção das equações 3.7, 3.10, 3.17 substituídas na
equação geral 3.6 com os valores apresentados na figura 3.3, sendo n = 6 e é dada por:
푓 =
퐴1 . ..
+ 퐴2 . ..
+ 퐴3 . ..
+
퐴4 . ..
+ 퐴5 . ..
+ 퐴6 . ..
+ 퐴7. .
.
(4.1)
Que assume o valor nulo quando todas as frequências naturais e a deformada do modelo equivalente uniforme
igualam as mesmas da placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. Com isto, pretende-se então conhecer os valores que a função
apresenta ao longo da hipérbole representada na figura 4.1 (testando os pontos estimados de E e h) de modo a
ter uma noção quais os pontos de coordenadas (h, E) que apresentam valores mais baixos da função
expressada acima. Nas tabelas 4.3 e 4.4 estão todos os pontos (h, E) estimados, sobre essa hipérbole como condições iniciais de
optimização definidas no software MATLAB.
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Página 60
Caso A
훚ퟏ
(rad/s)
훚ퟐ
(rad/s)
훚ퟑ
(rad/s)
훚ퟒ
(rad/s)
훚ퟓ
(rad/s)
훚ퟔ
(rad/s)
휹
(m)
F
E
(GPa)
h
(mm)
푬풉ퟑ (Nm)
Nº iterações
Opencell (ANSYS)
274,45 294,56 322,83 353,43 379,44 390,50 0,000646 - - - - -
Uniforme ANSYS
194,27 210,00 236,23 272,94 320,13 377,81 0,002269 - - - - -
Ponto 1 255,81 276,52 311,05 359,39 421,53 497,48 0,00065427
0,033063
706,81 1,99 5544,93 91
Ponto 2 255,81 276,52 311,05 359,39 421,53 497,48 0,00065426
0,033063
223,32 2,92 5548,60 101
Ponto 3 255,81 276,52 311,05 359,39 421,53 497,48 0,00065427
0,033063
95,72 3,87 5547,99 99
Ponto 4 261,24 282,40 317,66 367,02 379,44 430,49 0,00062733
0,0081543
27,02 5,98 5778,15 99
Ponto 5 261,24 282,40 317,66 367,02 379,44 430,49 0,00062733
0,0081543
27,02 5,98 5778,15 99
Ponto 6 264,13 285,52 321,17 353,44 371,08 435,24 0,00061369
0,0076364
21,60 6,49 5904,56 87
Tabela 4.3 – Pontos testados como condições iniciais de optimização para pesos iguais
Caso A
훚ퟏ
(rad/s)
훚ퟐ
(rad/s)
훚ퟑ
(rad/s)
훚ퟒ
(rad/s)
훚ퟓ
(rad/s)
훚ퟔ
(rad/s)
휹
(m)
F
E
(GPa)
h
(mm)
푬풉ퟑ (Nm)
Nº iterações
Opencell (ANSYS)
274,45 294,56 322,83 353,43 379,44 390,50 0,000646 - - - - -
Uniforme ANSYS
194,27 210,00 236,23 272,94 320,13 377,81 0,002269 - - - - -
Ponto 1 260,06 281,12 316,22 365,36 428,54 505,75 0,00063305
0,026144
728,41 1,99 5731,66 80
Ponto 2 260,06 281,12 316,22 365,36 428,54 505,75 0,00063305
0,026144
222,28 2,96 5735,52 85
Ponto 3 260,06 281,12 316,22 365,36 428,54 505,75 0,00063306
0,026144
91,62 3,97 5732,73 90
Ponto 4 265,46 286,96 322,79 353,44 372,95 437,44 0,00060755
0,0065692
21,49 6,53 5983,79 109
Ponto 5 263,67 285,02 320,61 370,44 379,44 434,49 0,00061582
0,0073115
26,77 6,04 5898,74 86
Ponto 6 265,46 286,96 322,79 353,43 372,95 437,44 0,00060754
0,0065692
21,49 6,53 5983,79 86
Tabela 4.4 – Pontos testados como condições iniciais de optimização para pesos diferentes
Foram testados 6 pontos (definidos na figura 4.1) e conclui-se que o ponto 6 é considerado o ponto óptimo
uma vez que atinge o mínimo da função (ou seja, aproxima melhor as frequências naturais e deformada da
푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®) com menos iterações quando comparado com os restantes pontos. As especificações desse
ponto 6 óptimo para o caso A apresentam-se na tabela 4.3 bem como o erro percentual face aos valores
estipulados da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®. Para construir a hipérbole óptima, visualizada na figura 4.2 estimam-se pontos
fixando uma das variáveis (h ou E) e através de um algoritmo de interpolação obtém-se assim um valor de h
para um E fixo e um valor de E para um h fixo para os quais a função é mínima, resultando disto vários pontos
que garantem um F mínimo ao longo da hipérbole apresentada na figura 4.2.
___________________________________________________________________________________________
Página 61
Figura 4.2 – Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso A – Pesos diferentes e Pesos Iguais.
Observando a forma como F varia com estes pares de pontos, verifica-se que F é constante até aos 100 GPa
aproximadamente e decresce para um mínimo absoluto próximo do ponto (h, E) = (6mm, 30 GPa), que são as
coordenadas iniciais de optimização do ponto 6. De seguida volta a crescer à medida que a espessura aumenta.
Decorrida a optimização, constata-se que o ponto óptimo 6 é: (h, E) = (6,53 mm; 21,49 GPa). Apesar de se ter
logo a partida conhecimento de um mínimo absoluto, os outros pontos também foram testados, anexo D.
Sendo assim temos a equação da hipérbole óptima definida por: 퐸ℎ = 5975 e F = 0,0065692, para pesos
diferentes, e 퐸ℎ = 5915 e F = 0,0076364, para pesos iguais, ver tabela 4.5.
Tabela 4.5 – Valores óptimos para Placa Rectangular SS_SS_SS_SS – Caso A
Frequências Naturais e Deformada – Modelo Equivalente Uniforme Pesos Iguais Pesos Diferentes (A1=A2=A7=0.2;
A3=A4=A5=A6=0.1)
Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%) Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 264,13 274,45 3,76 265,46 274,45 3,28 흎ퟐ (rad/s) 285,52 294,56 3,07 286,96 294,56 2,58 흎ퟑ (rad/s) 321,17 322,83 0,51 322,79 322,83 0,012 흎ퟒ (rad/s) 353,44 353,43 0,003 353,43 353,43 0 흎ퟓ (rad/s) 371,08 379,44 2,20 372,95 379,44 1,71 흎ퟔ (rad/s) 435,24 390,50 11,46 437,44 390,50 12,02 휹 (m) 0,00061369 0,000646 5 0,00060754 0,000646 5,95
F 0,0076364 - - 0,0065692 - - 푬풉ퟑ (Nm) 5915 - - 5975 - -
Nº Iterações 87 - - 86 - -
Solução Manual (MATHEMATICA)
푬풉ퟑ(Nm) = 4915,05
F = 0,05183
푬풉ퟑ(Nm) = 5166,32
F = 0,045892
___________________________________________________________________________________________
Página 62
O erro é calculado através de:
Erro (%) = ó ( )
100% (4.2)
A solução manual representada na tabela 4.3 foi calculada no programa MATHEMATICA através de uma
mudança de variável simples: x = 퐸ℎ na função objectivo. O mesmo procedimento foi efectuado para o caso C,
tabela 4.5. Para se encontrar o mínimo da função recorreu-se a:
( )
=( )
= 0 (4.3)
Verifica-se à partida que a solução não é tão precisa como a obtida no MATLAB, pois o valor de F não está tão
baixo como deveria. Na tabela 4.2 e nas que se seguem, os termos A1,A2, A3, A4, A5, A6, A7 (∑퐴 =
1) associam-se aos pesos diferentes atribuídos a cada um dos parâmetros. Na atribuição de pesos diferentes
optou-se por dar maior ênfase às primeiras frequências e à deformada da estrutura. Um facto a ter em conta
foi que para material isotrópico e uma vez que a função objectivo varia dependendo do factor 퐸ℎ (para
densidade dependente da espessura) usou-se este parâmetro de optimização em vez de E e h optimizados de
forma separada, porque ambos variam de uma forma inversamente proporcional.
Na figura 4.3 apresentam-se os gráficos de convergência da função objectivo e da variável de projecto 퐸ℎ em
função do número de iterações realizadas para o ponto 6 (ponto óptimo).
Figura 4.3 – Convergência da Função Objectivo e da Variável de Projecto 퐸ℎ em função do número de
iterações - Caso A.
Note-se que a partir sensivelmente das 20 iterações os valores convergem. Os casos que se seguem, são
elaborados pelo mesmo método descrito neste caso A. São apresentadas apenas as tabelas referentes ao
ponto óptimo, bem como os respectivos gráficos de convergência e as hipérboles óptimas, já depois de
analisadas as condições iniciais de optimização no MATLAB para todos os pontos candidatos a óptimo referidos
no anexo D.
___________________________________________________________________________________________
Página 63
4.3.2 Caso B (Placa SS_F_SS_F Rectangular Isotrópica)
Frequências Naturais e Deformada – Modelo Equivalente Uniforme
Pesos Iguais Pesos Diferentes (A1=A3=0.4; A2=0.2)
Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%) Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 54,84 56,05 2,16 56,45 56,05 0,71 흎ퟐ (rad/s) 220,21 109,30 101,5 226,70 109,30 107,4 휹 (m) 0,013607 0,011337 20,02 0,012839 0,011337 13,2
F 0,19928 - - 0,12339 - - 푬풉ퟑ(Nm) 382269 - - 405120 - -
Nº Iterações 84 - - 79 - - Tabela 4.6 – Valores óptimos para Placa Rectangular SS_F_SS_F – Caso B
Quanto à função objectivo como não existe nenhuma fórmula explícita para a frequência natural teórica (como
visto na teoria do capítulo 2) apenas conseguimos obter a seguinte função objectivo, com base nos valores da
tabela 3.8 e da figura 3.8 substituídos na equação geral 3.6, sendo n = 2:
푓 = 퐴1 ..
+ 퐴2 ..
+ 퐴3 . .
(4.4)
A única maneira de se obter uma solução será através de um método de optimização, usando para isso um
software específico. Nesta tese será usado o MATLAB, cujo método de optimização utilizado na procura de
soluções óptimas para as variáveis de projecto foi descrito na secção 3.4. A figura 4.4 ilustra as hipérboles
óptimas referentes ao caso B e a figura 4.5 os respectivos gráficos de convergência de valores.
Figura 4.4 – Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso B – Pesos diferentes e Pesos Iguais.
___________________________________________________________________________________________
Página 64
Figura 4.5 – Convergência da Função Objectivo e da Variável de Projecto 퐸ℎ em função do número de
iterações - Caso B.
4.3.3 Caso C (Placa SS_SS_SS_SS Quadrangular Isotrópica)
Frequências Naturais e Deformada – Modelo Equivalente Uniforme
Pesos Iguais Pesos Diferentes (A1=A4= 0.3; A2=A3= 0.2)
Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%) Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 107,07 119,36 10,3 111,61 119,36 6,5 흎ퟐ (rad/s) 267,66 185,78 44,1 279,02 185,78 50,2 흎ퟑ (rad/s) 267,66 185,88 44 279,02 185,88 50,1
휹(m) 0,0044232 0,003223 37,2 0,0040706 0,003223 26,3 F 0,16729 - - 0,14304 - -
푬풉ퟑ(퐍퐦) 20789 - - 22591 - - Nº Iterações 84 - - 88 - -
Solução Manual (MATHEMATICA)
푬풉ퟑ(Nm) = 15576,1
F = 0,360339
푬풉ퟑ(Nm) = 16566,6
F = 0,360198 Tabela 4.7 – Valores óptimos para Placa Quadrangular SS_SS_SS_SS – Caso C
A função objectivo é elaborada tendo por base as equações 3.19, 3.20 substituídas na equação 3.6 com n = 3 e
os valores da tabela 3.6 e da figura 3.6, descritos no capítulo anterior e apresenta-se da seguinte forma:
푓 =
퐴1 . ..
+ 퐴2 . ..
+ 퐴3 . ..
+ 퐴4. .
.
(4.5). A figura 4.6 refere-se as hipérboles óptimas do caso C.
___________________________________________________________________________________________
Página 65
Figura 4.6 – Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso C – Pesos diferentes e Pesos Iguais.
4.3.4 Caso D (Placa SS_F_SS_F Quadrangular Isotrópica)
Frequências Naturais e Deformada – Modelo Equivalente Uniforme
Pesos Iguais Pesos Diferentes (A1=A3=0.4; A2=0.2)
Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%) Modelo Equivalente
푶푷푬푵푪푬푳푳® Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 78,47 80,57 2,6 81,02 80,57 0,56 흎ퟐ (rad/s) 131,46 108,34 21,34 135,73 108,34 25,28 휹 (m) 0,007246 0,005788 25,19 0,006798 0,005788 17,4
F 0,04879 - - 0,03521 - - 푬풉ퟑ(퐍퐦) 46892 - - 49983 - -
Nº Iterações 86 - - 82 - - Tabela 4.8 – Valores óptimos para Placa Quadrangular SS_F_SS_F – Caso D
A função objectivo é elaborada através dos valores apresentados na tabela 3.10 e na figura 3.10 substituídos na
equação geral 3.6 e é fornecida através da seguinte expressão, com n = 2:
푓 = 퐴1 ..
+ 퐴2 ..
+ 퐴3 . .
(4.6)
De seguida, encontram-se as hipérboles óptimas para pesos iguais e diferentes referentes ao caso D, figura 4.7.
___________________________________________________________________________________________
Página 66
Figura 4.7 – Perspectiva 3D e Planta da hipérbole óptima para o caso D – Pesos diferentes e Pesos Iguais.
4.3.5 Comentários
Uma das primeiras observações verificadas foi o facto dos valores numéricos atingidos para as variáveis de
projecto dependerem um pouco das condições iniciais de optimização, de certa forma estas é como se fossem
um primeiro indicador do caminho a seguir pelo algoritmo, uma vez que existem muitas soluções óptimas
(dependendo do numero de vales da função).
Como se pode observar nas tabelas 4.3,4.4,4.5 e 4.6 no caso de se atribuir pesos diferentes a cada um dos
parâmetros consegue aproximar-se com menor erro o modelo equivalente uniforme da 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® (nas
frequências naturais de vibração e na deformada) nos termos onde se incluiu maior peso, já nos restantes onde
se opta por dar menor ênfase o erro aumenta ligeiramente comparativamente à atribuição de pesos iguais.
Desta forma e consoante as aplicações a que se destina o modelo que se pretende desenvolver na vida real, há
que fazer escolhas quanto aos parâmetros da função objectivo a que se quer dar mais ou menos importância.
Quanto aos gráficos das figuras 4.3 e 4.5 observa-se a convergência de valores da função objectivo e da variável
de projecto 퐸ℎ , o que comprova a eficácia do modelo computacional utilizado no MATLAB. Outro facto
observado, é que a optimização do material e da espessura depende fortemente das condições de fronteira
aplicadas, uma vez que para o caso A e C em que a placa está simplesmente apoiada nas 4 extremidades
(SS_SS_SS_SS) precisaríamos de uma espessura inferior para o modelo equivalente uniforme em comparação
com a placa simplesmente apoiada e livre (SS_F_SS_F) utilizando o mesmo material. Por exemplo, se
empregássemos o aço inox (E = 200GPa) como material imposto à estrutura real 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, teríamos que
ter uma espessura de 3 mm (por observação da figura 4.2) para uma condição de fronteira simplesmente
apoiada nas 4 extremidades e assumindo a geometria rectangular. No entanto, se a aplicação passasse por ter
imposta uma condição de fronteira simplesmente apoiada e livre, teríamos que ter para a mesma geometria
cerca de 12 mm de espessura. Convém no entanto referir, que o comportamento do modelo teórico em
termos de modos de vibração nas extremidades de cada hipérbole (ou seja, para espessuras muito baixas e
módulos de elasticidade elevados ou vice-versa) não se identifica de maneira nenhuma com os modos do
modelo real. Por isso a zona óptima corresponde à zona da concavidade (a meio da hipérbole).
___________________________________________________________________________________________
Página 67
Com as hipérboles óptimas desenhadas torna-se mais fácil saber á partida quais as condições favoráveis que
garantem uma boa aproximação de comportamento em termos dinâmicos (frequências naturais) e estáticos
(deformada) de ambos os modelos. De modo análogo, podem retirar-se as mesmas conclusões em relação ao
outro tipo de geometria (casos C e D), caso o cliente precisasse de usar uma estrutura em alumínio (E = 120
GPa) teríamos uma espessura de cerca de 6 mm para placas simplesmente apoiada nas 4 extremidades (figura
C). As variáveis de projecto óptimas dependem assim também do tipo de geometria.
Por observação das hipérboles óptimas consegue estimar-se visualmente os pontos de coordenadas (E, h) que
estão sobre uma linha de pontos que garantem o mínimo da função, ou então resolvendo matematicamente a
equação dessa mesma hipérbole, uma vez que se conhece a sua constante de proporcionalidade k (퐸ℎ =k),
para os 4 casos isotrópicos em análise. Convém no entanto alertar para o facto de que os modos de vibração
do modelo teórico têm que ser idênticos aos modos do modelo real, ou seja, caso se retire um par de pontos
(h, E) assentes sobre essa hipérbole óptima é de extrema importância verificar o comportamento do modelo
teórico equivalente (que tem que ser igual ao modelo real) com essas propriedades óptimas adquiridas, porque
de outra forma, não fará sentido aplicar esse modelo.
4.4 Resultados – Material Ortotrópico
Como enunciado no capítulo anterior, para material ortotrópico nem todas as propriedades de material postas
em jogo devem ser optimizadas, uma vez que existem parâmetros de projecto que não influenciam no
comportamento dinâmico da estrutura (anexo C) e por isso são constantes. Será necessário então escolher
quais os valores numéricos (tabela 4.9) a oferecer a esses parâmetros. Para tal considera-se que E = 200GPa e G
= 80 GPa, assumindo que este valor advém da fórmula de G para material isotrópico.
Parâmetro Fixo Valor numérico 퐄퐲 200 GPa 훎퐲퐳 0.3 훎퐱퐲 0.3 퐆퐲퐳 80 GPa 퐆퐱퐲 80 GPa
Tabela 4.9 – Valor numérico dos parâmetros fixos não influentes.
Em que 퐺 =( )
para material isotrópico.
Os casos apresentados adiante para material ortotrópico têm em conta os parâmetros considerados na tabela
4.7. Uma vez que eles não influenciam os resultados óptimos (o que foi comprovado) não será necessário
apresentar soluções para outros valores numéricos além dos já enunciados.
Como referido no capítulo anterior, a função objectivo que corresponde ao caso E é a mesma do caso A; do
caso F é a mesma do caso B; do caso G é a mesma do caso C; e por ultimo a do caso H é a mesma que no caso
D, especificadas para material isotrópico (secção 4.3).
A tabela 4.8 apresenta os pontos que foram testados no modelo computacional do MATLAB como condições
iniciais de optimização para todos os casos E, F, G e H ortotrópicos.
___________________________________________________________________________________________
Página 68
Condições Iniciais de
Optimização
Espessura
(mm)
푬풙 (GPa)
푬풛 (GPa)
풙풛
푮풙풛
Caso E
Ponto 1 2 150 150 0.3 60 Ponto 2 4 150 50 0.15 60 Ponto 3 4 50 150 0.15 60
Caso F
Ponto 1 10 150 150 0.3 60 Ponto 2 15 150 50 0.15 60 Ponto 3 15 50 150 0.15 60
Caso G
Ponto 1 4 150 150 0.3 60 Ponto 2 5 150 50 0.15 60 Ponto 3 5 50 150 0.15 60
Caso H
Ponto 1 4 150 150 0.3 60 Ponto 2 8 150 50 0.15 60 Ponto 3 8 50 150 0.15 60
Tabela 4.10 – Pontos testados como condições iniciais de optimização no MATLAB para todos os casos
ortotrópicos.
Seguidamente, serão exibidas as tabelas para pesos diferentes atribuídos aos parâmetros da função objectivo
com os resultados consequentes da optimização dos pontos iniciais da tabela 4.10 para todos os casos
ortotrópicos bem como os seus gráficos de convergência de parâmetros de projecto em função do número de
iterações calculado pelo FMINSEARCH. As tabelas com pesos iguais são mostradas em anexo E.
4.4.1 Caso E (Placa SS_SS_SS_SS Rectangular Ortotrópica)
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.) *
Ponto 2 (M.E.) *
Ponto 3 (M.E.) *
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 274,45 273,60 273,52 272,97 0,3
흎ퟐ (rad/s) 294,56 284,52 284,53 284,11 3,4 흎ퟑ (rad/s) 322,83 303,49 303,65 303,44 6,0
흎ퟒ (rad/s) 353,43 331,36 331,75 331,81 6,2 흎ퟓ (rad/s) 379,44 368,97 369,63 370,03 2,8
흎ퟔ (rad/s) 390,50 416,88 417,87 418,66 6,8
휹 (m) 0,000646 0,0005567 0,00055718 0,00055956 13,8 F - 0,0097891 0,0097937 0,0098098 -
Espessura (mm)
- 3,12 3,13 3,14 -
푬풙 (GPa) - 226,50 224,26 221,12 - 푬풛 (GPa) - 75,79 64,97 10,00 -
풙풛 - 0,209 0,117 0,102 -
푮풙풛 - 46,81 39,06 3,04 - Nº iterações - 198 227 473 -
Tabela 4.11 – Resultados testados para placa Rectangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A2=A7=0,2; A3=A4=A5=A6=0,1) – Caso E.
* Nota: A sigla M.E. que aparece na tabela 4.9 e nas tabelas seguintes significa Modelo Equivalente.
___________________________________________________________________________________________
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Figura 4.8 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso E, Ponto 1.
Figura 4.9 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso E, Ponto 1.
___________________________________________________________________________________________
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4.4.2 Caso F (Placa SS_F_SS_F Rectangular Ortotrópica)
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 56,05 43,48 43,49 43,49 22,43
흎ퟐ (rad/s) 109,30 173,99 174,03 174,04 59,19
휹 (m) 0,011337 0,021535 0,021514 0,021533 89,95 F - 0,8579 0,85711 0,85848 -
Espessura (mm)
- 13,41 13,41 13,41 -
푬풙 (GPa) - 391,23 GPa 488,99 343,67 -
푬풛 (GPa) - 10,01 GPa 49,74 534,76 - 풙풛 - 0,1 0,10172 0,39737 -
푮풙풛 - 63,99 GPa 3 GPa 3 GPa -
Nº iterações - 357 362 400 -
Tabela 4.12 – Resultados testados para placa Rectangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A3= 0,4; A2=0,2) – Caso F.
De notar que para todos os casos ortotrópicos e para cada um dos três pontos listados nas tabelas (caso E, F, G,
H) temos os seguintes constrangimentos impostos:
10 퐺푃푎 < 퐸 < 1000 퐺푃푎
10 퐺푃푎 < 퐸 < 1000 퐺푃푎
0.1 < < 0.4
3 퐺푃푎 < 퐺 < 160 퐺푃푎
Figura 4.10 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso F, Ponto 1.
___________________________________________________________________________________________
Página 71
Figura 4.11 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso F, Ponto 1.
4.4.3 Caso G (Placa SS_SS_SS_SS Quadrangular Ortotrópica)
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 119,36 96,28 96,28 96,28 19,3
흎ퟐ (rad/s) 185,78 225,93 225,93 225,92 21,6 흎ퟑ (rad/s) 185,88 248,27 248,26 248,27 33,6
휹 (m) 0,003223 0,0054614 0,0054618 0,0054618 69,5 F - 0,35012 0,35012 0,35012 -
Espessura (mm)
- 5,58 5,58 5,58 -
푬풙 (GPa) - 71,66 71,68 71,65 -
푬풛 (GPa) - 128,98 67,46 97,79 - 풙풛 - 0,23069 0,1575 0,16785 -
푮풙풛 - 114,47 71,96 71,55 -
Nº iterações - 204 219 200 -
Tabela 4.13 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A4=0,3; A2=A3=0,2) – Caso G.
Observando os valores presentes na tabela 4.13 seria de esperar que os resultados para 퐸 e 퐸 fossem
aproximadamente iguais, uma vez que a placa tem geometria quadrangular, no entanto e devido ao facto
deste problema de optimização tratar material ortotrópico espera-se que a função objectivo apresente mais
vales mínimos face ao isotrópico, o que significa que o Ponto 1 (inicial de optimização) que apresenta valores
___________________________________________________________________________________________
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óptimos discrepantes dos módulos de elasticidade, poderá ter parado num vale mínimo da função que não
seria o esperado/aceitável.
Figura 4.12 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso G, Ponto 2.
Figura 4.13 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso G, Ponto 2.
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Página 73
4.4.4 Caso H (Placa SS_F_SS_F Quadrangular Ortotrópica)
Tabela 4.14 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos diferentes
(A1=A3=0,4; A2=0,2) – Caso H.
Figura 4.14 – Convergência de Módulos de Young e de Elasticidade Transversal em função do número de
iterações - Caso H, Ponto 3.
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
M.E. Erro (%)
M.E. Erro (%)
M.E. Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 80,57 77,07 4,3 76,67 4,8 81,59 1,3 흎ퟐ (rad/s) 108,34 132,22 22,0 131,69 21,6 129,07 19,1 휹 (m) 0,005788 0,0071446 23,4 0,0077641 34,1 0,0072604 25,4
F - 0,072773 - 0,068364 - 0,061316 - Espessura
(mm) - 7,78 - 7,76 - 7,37 -
푬풙 (GPa) - 379,31 - 999,99 - 26,84 - 푬풛 (GPa) - 10,00 - 64,44 - 214,93 -
풙풛 - 0,10349 - 0,16007 - 0,16872 - 푮풙풛 - 26,97 - 42,22 - 80,79 -
Nº iterações - 553 - 287 - 189 -
___________________________________________________________________________________________
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Figura 4.15 – Convergência da Função objectivo, espessura e Coeficiente de Poisson em função do número de
iterações - Caso H, Ponto 3.
4.4.5 Comentários
Para o estudo do material com comportamento linear ortotrópico seria de esperar que se aproximasse melhor
o modelo teórico do modelo real, no entanto e observando as tabelas, os erros são um pouco maiores quando
comparados com os casos isotrópicos correspondentes, talvez devido ao facto de se estar a comparar situações
diferentes, com condições iniciais diferentes de projecto. Por exemplo, observe-se o estudo realizado na tabela
4.15, para os casos A e E que são idênticos apenas variando o comportamento do material (isotrópico – caso A
e ortotrópico – caso E) chega-se à conclusão que partindo das mesmas condições iniciais de optimização temos
um somatório de erros menor no caso ortotrópico no seu balanço total, mas mais importante é o facto da
função objectivo ser de menor valor numérico no material ortotrópico face ao isotrópico. De facto o
ortotrópico aproxima melhor o modelo real, embora por exemplo o modelo isotrópico aproxime muito melhor
a deformada e as frequências naturais W3 e W4. Quer isto significar que de uma forma global o modelo
ortotrópico aproxima melhor o modelo real em comparação ao isotrópico para as mesmas condições
geométricas e mesmas condições de fronteira.
Também neste estudo de material ortotrópico a atribuição de pesos diferentes aos vários parâmetros da
função garante uma melhor aproximação do modelo real (comparar com tabelas para pesos iguais, Anexo E).
Outra observação retirada das tabelas é que é mais fácil optimizar a espessura do que as propriedades do
material. Assim sabemos que para o caso E temos uma espessura de 3mm, para o caso F temos um modelo
teórico com 13 mm de espessura, ou seja teríamos que ter um modelo mais rígido para uma boa aproximação
ao modelo real. Para o caso G a placa quadrangular teria que ter cerca de 5/6 mm e para o caso H o melhor
seria uma espessura de 7/8 mm. Por isso, também mediante a aplicação a que se destina a placa real, assim
temos variadas espessuras óptimas de modelo teórico para cada uma dessas situações. Também aqui nesta
secção os valores convergiram. Em relação às variáveis de projecto de material cada ponto analisado apresenta
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Página 75
valores numéricos diferentes, é mais difícil de encontrar um modelo teórico específico do que no caso de
material com comportamento linear isotrópico, uma vez que a função objectivo depende de mais variáveis de
projecto apresentando mais vales de mínimos, no entanto o comportamento em termos de modos de vibração
dos valores óptimos obtidos continuam a ser idênticos ao modelo real 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿® (valores foram testados
no ANSYS e foram observados os seus modos de vibração), à excepção do ponto 2 da tabela 4.14, em que Ex
assume um valor igual ao limite máximo estabelecido para essa variável para além do seu comportamento ser
totalmente diferente do modelo real em termos de modos de vibração. De notar também que é mais fácil
optimizar o Ex do que qualquer um dos outros parâmetros, uma vez que esse valor converge melhor para uma
solução próxima de 220 GPa (por exemplo no caso E) seja qual for o ponto de optimização de onde se parta, o
mesmo acontecendo para os outros casos.
Pesos Iguais
푶푷푬푵푪푬푳푳®
Condições Iniciais Caso A
Caso A
Isotrópico
Erro (%)
Condições Iniciais Caso E
Caso E
Ortotrópico
Erro (%)
흎ퟏ(rad/s) 274,45 194,27 255,81 6,79 194,27 277,31 1,04 흎ퟐ (rad/s) 294,56 210,00 276,53 6,12 210,00 287,64 2,35 흎ퟑ (rad/s) 322,83 236,23 311,05 3,65 236,23 305,53 5,36 흎ퟒ (rad/s) 353,43 272,94 359,39 1,69 272,94 332,09 6,04 흎ퟓ (rad/s) 379,44 320,13 421,53 11,09 320,13 368,11 2,99 흎ퟔ (rad/s) 390,50 377,81 497,48 27,40 377,81 414,20 6,07 휹 (m) 0,000646 0,002269 0,00065426 1,28 0,002269 0,00054171 16,14
F - - 0,033063 - - 0,010345 - E (GPa) - 200 222,71 - - - - h (mm) - 2 2,92 - 2 3,08 - Ex (GPa) - - - - 200 243,48 - Ez (GPa) - - - - 200 115,66 -
풙풛 - - - - 0,3 0,22150 - Gxz (GPa) - - - - 80 72,30 -
Soma Erros - - - 58,02 % - - 39,99 % Tabela 4.15 – Comparação do somatório de erros para material isotrópico e ortotrópico (caso A e E)
considerando as mesmas condições iniciais de optimização para pesos iguais.
4.5 Sumário
Este capítulo apresenta os resultados e descrição de todo o processo utilizado para vários casos de estudo
considerando algumas vertentes como sejam: geometria rectangular e quadrangular, condição de fronteira
simplesmente apoiada nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) e apoiada e livre em extremidades opostas
(SS_F_SS_F) e os dois casos de material com comportamento linear isotrópico e ortotrópico. Foram analisadas
várias condições iniciais de optimização, concluindo-se assim que as propriedades do modelo teórico
equivalente dependem fortemente das condições de fronteira estabelecidas (ou seja, das aplicações reais da
placa 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®) e da geometria escolhida. Para material isotrópico observou-se que é mais fácil especificar
um modelo teórico que aproxime o modelo real uma vez que este é mais previsível pois apresenta menos vales
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Página 76
mínimos da função em comparação com o material ortotrópico, que provavelmente apresentara múltiplos
vales de soluções mínimas locais, já que tem 5 variáveis de projecto.
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CAPITULO V - CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE TRABALHO FUTURO
5.1 Conclusões
As placas Sandwich são amplamente usadas na indústria automóvel, aeroespacial e naval e apesar de haver já
no mercado estruturas cada vez mais competitivas, pode sempre melhorar-se o que já existe de forma a liderar
a procura deste tipo de tecnologia para solucionar variados problemas. As estruturas existentes no mercado
trazem subjacentes processos de fabrico que exigem muitas vezes elevados custos, ou possuem núcleos com
aplicações muito específicas. Surge assim, um modelo inovador com elevado coeficiente rigidez/peso
denominado 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, desenvolvida pela PLY Engenharia, como objecto de estudo desta tese.
O objectivo proposto foi desenvolver um modelo teórico computacional de placa uniforme que interaja entre
softwares (ANSYS e MATLAB) e que conseguisse aproximar tanto quanto possível as frequências naturais e a
deformada da estrutura real 푂푃퐸푁퐶퐸퐿퐿®, optimizando através do método iterativo FMINSEARCH as
propriedades do material e a espessura.
Este trabalho é uma mais-valia na medida em que teremos um modelo teórico previamente conhecido que
consiga aproximar o modelo real, respondendo com rapidez e consequentemente reduzidos custos a diversas
situações específicas.
Recorrendo à teoria clássica de placas e partindo da comparação dos modos de vibração entre modelo real e
teórico definem-se as variáveis de projecto e as funções objectivo que se pretendem minimizar. Alguns casos
de estudo foram abordados variando a geometria e a orientação das patilhas, as condições de fronteira:
simplesmente apoiada nas 4 extremidades (SS_SS_SS_SS) e simplesmente apoiada e livre em extremidades
opostas (SS_F_SS_F), bem como comportamento linear isotrópico e ortotrópico do material, quando sujeito a
uma carga de pressão uniformemente distribuída.
As principais conclusões que se retiram dos resultados obtidos são:
As condições iniciais de optimização definem o caminho a percorrer pelo algoritmo de optimização, o
que implica que há que decidir o melhor possível por onde começar a optimizar;
As soluções óptimas dependem fortemente das condições fronteira, ou seja, para uma aplicação em
que temos placas simplesmente apoiadas e livres em extremidades opostas (SS_F_SS_F) teremos que ter uma
espessura superior/ maior rigidez do modelo teórico face a condição de fronteira de simplesmente apoiada nas
4 extremidades (SS_SS_SS_SS);
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Dependendo da aplicação que se pretende dar ao modelo real, podemos trabalhar a função objectivo
dando maior relevância por exemplo às primeiras frequências e à sua deformada aumentando os pesos
atribuídos aos seus respectivos parâmetros;
Para material ortotrópico consegue obter-se uma melhor aproximação ao modelo real, face ao
material isotrópico, embora seja mais difícil de obter certezas quanto aos parâmetros óptimos uma vez que
como existem em jogo mais variáveis, a função objectivo provavelmente apresentará mais vales mínimos
(alguns desconhecidos), sendo no entanto mais fácil de dimensionar uma determinada espessura;
Para o caso em que o material é considerado isotrópico, é possível obter hipérboles óptimas que
apresentam uma equação matemática donde à partida será fácil de retirar (por observação dos gráficos ou
através de cálculos – E = k/h^3 ou h^3 = k/E) o módulo de elasticidade E para uma espessura h fixa, ou vice-
versa. Quer isto dizer, que se à partida se conhecer o material a aplicar ao modelo real, conseguimos obter
para o modelo teórico uma espessura óptima, ou caso se tenha uma ideia da espessura que se pretende dar ao
modelo real, chegar a uma conclusão rapidamente acerca do tipo de material que poderá ser implementado no
modelo real. No entanto, e recapitulando o que foi dito anteriormente, convém não esquecer que os modos de
vibração do modelo teórico óptimo obtido têm que ser iguais aos do modelo real. Por exemplo: se o 1º modo
de vibração do modelo real for à flexão, não faz sentido que o 1º modo do modelo teórico equivalente baseado
nas propriedades óptimas obtidas seja à torsão, necessita de ser também à flexão. Esse cuidado é importante
tê-lo em conta quando futuramente se for escolher um modelo com propriedades isotrópicas assentes sobre as
hipérboles óptimas ilustradas na secção 4.3. O mesmo se aplica ao material ortotrópico, caso se obtenha
modos de vibração em nada idênticos aos do modelo real, há que mudar os parâmetros de material, de forma
a alcançar-se o objectivo. Foi verificado que nas extremidades das hipérboles óptimas (espessuras muito baixas
e módulos de elasticidade muito elevados ou espessuras muito elevadas para módulos de elasticidade muito
baixos) o comportamento do modelo teórico em termos de modo de vibração era totalmente diferente do
modelo real, quer isto dizer que os valores das hipérboles na zona da concavidade (a meio) são realmente os
melhores, apresentando os mais baixos valores da função objectivo e o mesmo comportamento de modos de
vibração em comparação com o modelo real. O facto disto acontecer pode ser devido ao facto do programa de
elementos finitos ANSYS apresentar uma teoria de Mindlin (aplicável também a placas espessas) mais
sofisticada, que é diferente da usada na função objectivo implementada no modelo computacional desta tese
que se baseia na teoria clássica de placas (placas finas).
O modelo computacional utilizado é robusto, uma vez que faz convergir eficazmente as variáveis de
projecto, como demonstram os gráficos do capítulo anterior, para além de conseguir encontrar soluções locais
com mais facilidade que outro método por derivadas.
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5.2 Propostas de trabalho futuro
Como propostas de trabalho futuro relacionadas com esta tese proponho:
Acrescentar outras condições de fronteira, por exemplo com as 4 extremidades encastradas;
Serem também abordados outros casos de estudo nomeadamente uma análise dos resultados para
diferentes casos de cargas.
Outros modelos com diferentes geometrias podem também ser objecto de estudo futuro, fazendo
variar a disposição das patilhas ou os ângulos formados pelas mesmas com a placa inferior. Por exemplo:
comparar patilhas a 45 graus, 75 graus, e patilhas verticais.
Utilizar um outro algoritmo de optimização que forneça soluções óptimas mais globais e não tão
locais.
Encontrar um modelo equivalente considerando multi-camadas de diferentes materiais com
diferentes módulos de Young (E).
Introduzir em cada função objectivo uma interpretação dos modos a considerar, uma vez que o
modelo computacional desenvolvido nesta tese apenas aproxima numericamente o modelo real minimizando a
função objectivo, não garante no entanto que os modos de vibração sejam idênticos em ambos os modelos.
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Fontes Bibliográficas
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[13] T. Liu, Z. C. Deng, T. J. Lu, Structural modeling of sandwich structures with lightweight cellular cores, 2007
[14] Justin Robinson, Julio F. Davalos, Pizhong Qiao, MODELING AND CHARACTERIZATION OF HONEYCOMB FRP SANDWICH BEAMS IN TORSION
[15] Harri M. Katajisto, Antonio R. Valente, André Monicke, Design-optimisation of the innovative, high-
performance metal sandwich solution, 9th Internacional Conference on Sandwich Structures
[16] Antonio R. Valente, Mika J. Sirén, Jukka T. Säynäjäkangas, Design Manufacture and Properties of the novel opencell metal sandwich panel , 9th International Conference on Sandwich Structures. [17] Liu, T., Deng, Z.C., Lu, T.J., Design optimization of truss-cored sandwiches with homogenization,
International Journal of Solid and Structures, 2006
[18] Stanley Oghumu, Tese de Mestrado “FINITE ELEMENT MODELING APPROACH AND PERFORMANCE EVALUATION OF FIBER REINFORCED POLYMER SANDWICH BRIDGE PANELS”, Ahmadu Bello University, Nigeria, 2002 [19] Leissa, VIBRATION OF PLATES, National Aeronautics and Space Administration, Washington, 1969 [20] Timoshenko, THEORY OF PLATES AND SHELLS, 2nd Edition, New York: McGraw-Hill, 1959
[21] Mota Soares, C. A., TEORIA E ANÁLISES DE PLACAS: Métodos Analíticos e Aproximados, 1982
[22] Shames, D., SOLID MECHANICS, A variational approach, McGraw-Hill, International Student Edition, New York, 1973
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[23] Reddy, J.N., THEORY AND ANALYSIS OF ELASTIC PLATES AND SHELLS, Taylor & Francis Group, 2007 [24] Szilard, THEORY AND ANALYSIS OF PLATES. Classical and numerical methods, Prentice- Hall, Inc., 1974 [25] Arora, Jasbir S., INTRODUCTION TO OPTIMUM DESIGN , Elsevier Academic Press, 2004
[26] Timoshenko, S. P.; Goodier, J. N. Theory of Elasticity, Third Edition, McGraw-Hill, 1988
[27] Cook, R. D.; Malkus, D. S.; Plesha, M. E.; Witt, R. J. Concepts and Applications of Finite Element Analysis,
Fourth Edition, John Wiley & Sons, Inc., 2002
[28] Clough, R.W. The Finite Element in Plane Stress Analysis, Proc. 2nd ASCE Conf. on Electronic Computation,
Pittsburgh, Pa., September 1960
[29] Zienkiewicz, O. C.; Taylor, R. L., The Finite Element Method, Fourth Edition, McGraw-Hill, 1988.
[31] Jasbir S. Arora. Introduction to Optimum Design, Elsevier Academic Press, 2nd edition.
[32] MATLAB Programming Fundamentals. User´s Guide – Fminsearch.
[33] ANSYS. Structural Analysis Guide. Chapter 2- Structural Static Analysis [Online Documentation]. ANSYS 11 Help System (2007)
[34] Lagarias, J.C., J. A. Reeds, M. H. Wright, and P. E. Wright, "Convergence Properties of the Nelder-Mead Simplex Method in Low Dimensions", SIAM Journal of Optimization, Vol. 9 Number 1, pp. 112-147, 1998. [35] J. A. Nelder and R. Mead, A simplex method for function minimization, Computer Journal 7 (1965).
[36] J.N. Reddy, Introduction to the finite element method, McGraw Hill International, 3rd Edition, 2006
[37] Young C. Warren, Roark´s Formulas for Stress & Strain, 6th Edition, Mc GrawHill International Edition, New
York.
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Página 83
Anexo A – Geometria da Malha
Geometria do Shell 63
Apresenta-se em baixo a geometria do elemento finito usado no estudo das placas. Este elemento de placa é
definido por 4 nós (I, J, K, L), 4 espessuras, rigidez elástica, e propriedades de material ortotrópico. Este tipo de
elemento é aplicado a materiais de baixa espessura (placas finas), que é o caso do painel estrutural abordado
na tese. Tem 6 graus de liberdade por cada um dos quatro nós (três de translacção e três de rotação). No
programa ANSYS, a placa é representada através de áreas sem espessuras visíveis, assim sendo os elementos
finitos são elementos de áreas.
Figura A.1 – Geometria, localização dos nós e sistema de coordenadas para o tipo de elemento Shell 63.
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Anexo B – Tabelas de consulta
B.1
De seguida apresenta-se uma tabela com o parâmetro 훼 para variadas relações geométricas, que entram no
cálculo da deformada das placas abordadas acima para placa simplesmente apoiada nas 4 extremidades
(SS_SS_SS_SS) e espessura constante ao longo da mesma:
훿 = −훼푞푏퐸ℎ
Figura B.1 – Fórmula e parâmetros para placa simplesmente apoiada. ([37], página 458).
Os casos abordados são para placa uniforme com espessura constante e com relação de a/b=6 (placa
rectangular) e a/b=1 (placa quadrangular).
B.2
Figura B.2 – Valores numéricos para placa rectangular SS_F_SS_F com coeficiente de Poisson = 0,3 e diferentes
rácios a/b. [19]
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Anexo C – Tabela Influência de Parâmetros
O estudo de influência de parâmetros foi realizado no ANSYS para uma placa uniforme simples cujos eixos no
plano eram xy e z seria o eixo perpendicular ao plano. Na tabela mantêm-se fixos os valores
dos parâmetros (*) referentes à 1ªlinha e depois faz-se variar cada um dos parâmetros a fim de perceber a sua
variação em termos de frequências naturais e deformadas. Com a cor vermelha aparecem os valores das
variáveis que não entram no projecto uma vez que não influenciam o comportamento da estrutura nem em
termos dinâmicos nem em termos estáticos sendo desnecessária a sua optimização. Com isto reduz-se os 9
parâmetros a apenas 4 variáveis de projecto com comportamento material.
Tabela C.1 – a) Teste de Influência de parâmetros para Placa Rectangular simplesmente apoiada e livre em
extremidades opostas (SS_F_SS_F). b) Tabela de parâmetros constantes de referência.
Tabela C.2 – Teste de Influência de parâmetros para Placa Rectangular simplesmente apoiada nas 4
extremidades (SS_SS_SS_SS)
O que significa que, como nesta tese as placas se encontram no plano xz, passam a influenciar no seu
comportamento as variáveis de projecto Ex, Ez, Gxz, Poisson xz.
Para a placa quadrangular com ambas as condições de fronteira também foi realizado o teste de influência de
parâmetros e a conclusão foi igual. As variáveis de projecto mantêm-se.
훚ퟏ (rad/s)
훚ퟐ (rad/s)
Deformada (m)
Influencia?
Constantes (*) 0,59193 2,3747 5,916 - Ex = 55 GPa 0,59381 2,4001 5,916 Sim Ey = 55 GPa 0,41833 1,6758 11,807 Sim Ez = 55 GPa 0,59193 2,3747 5,916 Não Poisson xy = 0.15 0,59143 2,3675 5,907 Sim Poisson yz = 0.15 0,59193 2,3747 5,916 Não Poisson xz = 0.15 0,59193 2,3747 5,916 Não Gxy = 15 GPa 0,59161 2,3702 5,923 Sim Gyz = 15 GPa 0,59193 2,3747 5,916 Não Gxz = 15 GPa 0,59193 2,3747 5,916 Não
Parâmetros Constantes (*)
(Referência) Ex= 110 GPa Ey = 110 GPa Ez = 110 GPa
Poisson xy = 0.3 Poisson yz = 0.3 Poisson xz = 0.3
Gxy = 30 GPa Gyz = 30 GPa Gxz = 30 GPa
훚ퟏ (rad/s)
훚ퟐ (rad/s)
훚ퟑ (rad/s)
훚ퟒ (rad/s)
훚ퟓ (rad/s)
훚ퟔ (rad/s)
Deformada (m)
Influencia?
Constantes (*) 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 - Ex = 55 GPa 17,311 19,361 22,739 27,421 33,391 40,646 0,007402 Sim Ey = 55 GPa 22,182 23,403 25,452 28,342 32,087 36,692 0,004334 Sim Ez = 55 GPa 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 Não Poisson xy = 0.15 21,938 23,224 25,503 28,910 33,550 39,475 0,00444 Sim Poisson yz = 0.15 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 Não Poisson xz = 0.15 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 Não Gxy = 15 GPa 22,654 23,757 25,788 28,950 33,404 39,237 0,004147 Sim Gyz = 15 GPa 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 Não Gxz = 15 GPa 22,806 24,328 26,959 30,786 35,877 42,264 0,00413 Não
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Anexo D – Tabelas Optimização Material Isotrópico
D.1 Tabela optimização material isotrópico, Placa Rectangular apoiada e livre (SS_F_SS_F)
– Caso B
Tabela D.1 – Caso B – Estimativa de coordenadas de pontos candidatos a óptimos.
Caso B
훚ퟏ
(rad/s)
훚ퟐ
(rad/s)
휹 (m)
F
E
(GPa)
h
(mm)
푬풉ퟑ
(Nm)
Nº
itera
ções
Opencell 56,05 109,30 0,011337 - - - - -
Uniforme 5,02 20,15 3,25 - - - - -
Ponto 1 56,45 226,70 0,012839 0,12339 1010,95 7,37 404699 85
Ponto 2 56,45 226,70 0,012839 0,12339 663,50 8,48 404602,4 82
Ponto 3 56,45 226,70 0,012839 0,12339 120,79 14,97 405225,1 85
Ponto 4 56,45 226,70 0,012839 0,12339 82,54 16,99 404803,8 79
Ponto 5 56,45 226,70 0,012839 0,12339 30,72 23,63 405333,4 79
Tabela D.2 – Caso B – Pesos Diferentes
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D.2 Tabela optimização material isotrópico, Placa Quadrangular simplesmente apoiada nas
4 extremidades (SS_SS_SS_SS) – Caso C
Tabela D.3 – Caso C – Estimativa de coordenadas de pontos candidatos a óptimos.
Caso C
훚ퟏ
(rad/s)
훚ퟐ
(rad/s)
훚ퟑ
(rad/s)
휹
(m)
F
E
(GPa)
h
(mm)
푬풉ퟑ
(Nm)
Nº
itera
ções
Opencell 119,36 185,78 185,88 0,003223 - - - - -
Uniforme 42,01 105,01 105,01 0,057477 - - - - -
Ponto 1 111,61 279,02 279,02 0,004071 0,14304 10,22 13,025 22583,13 85
Ponto 2 111,61 279,02 279,02 0,004071 0,14304 30,85 9,01 22564,7 93
Ponto 3 111,61 279,02 279,02 0,004071 0,14304 183,49 4,97 22525,87 80
Ponto 4 111,61 279,02 279,02 0,004071 0,14304 354,16 4,00 22666,24 88
Ponto 5 111,62 279,02 279,02 0,004071 0,14304 859,96 2,97 22529,29 91
Tabela D.4 – Caso C – Pesos Diferentes
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D.3 Tabela optimização material isotrópico, Placa Quadrangular simplesmente apoiada e
livre (SS_F_SS_F) – Caso D
Tabela D.5 – Caso D – Estimativa de coordenadas de pontos candidatos a óptimos.
Caso D
훚ퟏ
(rad/s)
훚ퟐ
(rad/s)
휹 (m)
F
E
(GPa)
h
(mm)
푬풉ퟑ
(Nm)
Nº
itera
ções
Opencell 80,57 108,34 0,005788 - - - - -
Uniforme 20,50 34,34 0,212373 - - - - -
Ponto 1 81,02 135,73 0,006798 0,03521 858,98 3,88 50173,94 93
Ponto 2 81,02 135,73 0,006797 0,03521 411,38 4,95 49895,2 98
Ponto 3 81,02 135,73 0,006797 0,03521 261,07 5,76 49891,25 90
Ponto 4 81,02 135,73 0,006797 0,03521 155,65 6,85 50028,89 91
Ponto 5 81,02 135,73 0,006798 0,03521 81 8,51 49919,9 88
Ponto 6 81,02 135,73 0,006798 0,03521 20,81 13,39 49959,01 82
Tabela D.6 – Caso D – Pesos Diferentes
Pontos óptimos: No caso B, C e D qualquer um dos pontos poderia ser o ponto óptimo uma vez que todos eles
minimizam de igual forma a função objectivo por isso foi escolhido um ponto (usando como critério o mais
baixo numero de iterações) usado como referencia no estudo do material isotrópico na tese. Apesar de tudo
isto, o que interessa é sempre o factor 퐸ℎ . Neste anexo apenas estão as tabelas para pesos diferentes, no
entanto ao longo da secção 4.3 da tese são abordados nas figuras tanto os casos para pesos diferentes como
para pesos iguais.
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Página 91
Anexo E – Tabelas Optimização Material Ortotropico
Neste anexo são apresentadas as tabelas para material com comportamento ortotrópico e pesos iguais. As
tabelas para pesos diferentes são expostas ao longo da secção 4.4, no entanto os gráficos incluídos nessa
mesma secção referem-se aos pesos diferentes e pesos iguais para efeitos comparativos.
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 274,45 277,23 277,23 277,23 1,0
흎ퟐ (rad/s) 294,56 287,55 287,56 287,55 2,4 흎ퟑ (rad/s) 322,83 305,55 305,55 305,55 5,4
흎ퟒ (rad/s) 353,43 332,11 332,11 332,11 6,0 흎ퟓ (rad/s) 379,44 368,09 368,09 368,09 3
흎ퟔ (rad/s) 390,50 414,14 414,15 414,15 6,1
휹 (m) 0,000646 0,00054144 0,00054143 0,00054144 16,2 F - 0,010345 0,010345 0,010345 -
Espessura (mm) - 3,08 3,09 3,08 -
푬풙 (GPa) - 243,82 243,82 243,81 - 푬풛 (GPa) - 56,95 57,55 19,93 -
풙풛 - 0,19771 0,13306 0,10128 -
푮풙풛 - 46,81 50,60 106,17 - Nº iterações - 217 235 387 -
Tabela E.1 – Resultados testados para placa Rectangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos iguais
(A1=A2=A3=A4=A5=A6=A7=1/7) – Caso E.
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 56,05 40,80 40,80 40,79 27,2
흎ퟐ (rad/s) 109,30 163,20 163,20 163,40 49,3
휹 (m) 0,011337 0,024449 0,024442 0,024533 115,7 F - 1,0237 1,023 1,034 -
Espessura (mm) - 12,85 12,85 12,84 - 푬풙 (GPa) - 688,41 GPa 999,99 167,24 -
푬풛 (GPa) - 10,00 GPa 51,14 10,82 - 풙풛 - 0,31744 0,10081 0,21732 -
푮풙풛 - 10,79 GPa 29,78 3 GPa -
Nº iterações - 405 320 394 -
Tabela E.2 – Resultados testados para placa Rectangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos iguais
(A1=A2=A3=1/3) – Caso F.
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푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
Erro (%)
흎ퟏ (rad/s) 119,36 93,36 93,36 93,36 21,8
흎ퟐ (rad/s) 185,78 220,21 220,22 220,22 18,5
흎ퟑ (rad/s) 185,88 240,09 240,08 240,09 29,2 휹 (m) 0,003223 0,0058093 0,0058094 0,0058091 80,2
F - 0,35133 0,35133 0,35133 - Espessura (mm) - 5,46 5,46 5,46 -
푬풙 (GPa) - 73,78 73,80 73,79 -
푬풛 (GPa) - 171,40 55,86 135,12 - 풙풛 - 0,27098 0,1492 0,16906 -
푮풙풛 - 54,49 64,02 46,97 -
Nº iterações - 223 189 198 -
Tabela E.3 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_SS_SS_SS Ortotrópica com pesos iguais
(A1=A2=A3=A4=1/4) – Caso G.
푶푷푬푵푪푬푳푳® Ponto 1 (M.E.)
Ponto 2 (M.E.)
Ponto 3 (M.E.)
M.E. Erro (%) M.E. Erro (%) M.E. Erro (%) 흎ퟏ (rad/s) 80,57 74,26 7,8 74,35 7,7 79,76 1,0 흎ퟐ (rad/s) 108,34 127,52 17,7 127,64 17,8 125,29 15,6 휹 (m) 0,005788 0,0075775 30,9 0,0076001 31,3 0,0076483 32,1
F - 0,088902 - 0,090213 - 0,072525 - Espessura (mm) - 7,598 - 7,60 - 7,2 -
푬풙 (GPa) - 688,42 - 546,54 - 25,26 - 푬풛 (GPa) - 51,62 - 15,23 - 172,64 -
풙풛 - 0,1 - 0,4 - 0,19206 - 푮풙풛 - 176,44 - 118,01 - 66,51 -
Nº iterações - 570 - 429 - 264 - Tabela E.4 – Resultados testados para placa Quadrangular SS_F_SS_F Ortotrópica com pesos iguais
(A1=A2=A3=1/3) – Caso H.
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Anexo F - Algoritmo de Nelder - Mead
Desde a sua publicação em 1965, o simplex Nelder – Mead tornou-se num dos métodos mais utilizados na
optimização não – linear sem constrangimentos, no qual tenta minimizar uma função escalar de valor não –
linear com n variáveis sem qualquer informação da derivada (implícita ou explícita). Existem 4 parâmetros
escalares que têm que ser especificados para definir o método de Nelder-Mead : coeficientes de reflexão (),
de expansão (), de contracção () e de redução (). De acordo com o artigo original de Nelder-Mead estes
parâmetros deveriam obedecer às seguintes condições:
> 0, > 1, > , 0 < < 1 e 0 < < 1 - usadas para análise a 1 dimensão
= 1, = 2, = e = - usadas para análise a 2 dimensões
Para se perceber melhor como funciona cada iteração deste processo de optimização será descrito de seguida
o algoritmo de Nelder-Mead (NM):
Order – Ordena os n+1 vértices que satisfazem 푓(푥 ) ≤ 푓(푥 ) ≤ ⋯ ≤ 푓(푥 ) usando regras de desempate.
Reflect – Calcula ou estima o ponto de reflexão 푥 através de:
푥 = 푥̅ + ( 푥̅ − 푥 ) = (1 + ) ∗ 푥̅ − ∗ 푥
Onde 푥̅ = ∑ é o centróide dos n melhores pontos (todos os vértices excepto para 푥 ).
De seguida calcula 푓 = 푓(푥 ).
Se 푓 ≤ 푓 < 푓 aceita o ponto de reflexão 푥 e a iteração termina.
Expand – Se 푓 < 푓 , calcula o ponto de expansão 푥 através de:
푥 = 푥̅ +*(푥 − 푥̅) = 푥̅ + ∗ ∗ (푥̅ − 푥 ) = (1 + ∗ ) ∗ 푥̅ − ∗ ∗ 푥
De seguida calcula 푓 = 푓(푥 ).
Se 푓 < 푓 aceita o ponto 푥 e termina a iteração. Caso contrário, se 푓 ≥ 푓 aceita o ponto 푥 e termina a
iteração.
Contract – Se 푓 ≥ 푓 comporta-se como uma contracção entre 푥̅ e o melhor de 푥 e 푥 .
Outside - Se 푓 ≤ 푓 < 푓 (isto é, 푥 é estritamente melhor que 푥 ) realiza uma contracção outside (fora
dos limites) e calcula:
푥 = 푥̅ +*(푥 − 푥̅) = 푥̅ +* ∗ (푥̅ − 푥 ) = (1 + ∗ ) ∗ 푥̅ − ∗ ∗ 푥
E calcula 푓 = 푓(푥 ).
Se 푓 ≤ 푓 aceita 푥 e termina a iteração. Caso contrário, segue para o passo 5.
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Inside – Se 푓 ≥ 푓 realiza uma contracção inside (dentro dos limites) e calcula:
푥 = 푥̅ −*(푥̅ − 푥 ) = (1 − ) ∗ 푥̅ +∗ 푥
Calcula 푓 = 푓(푥 ).
Se 푓 ≤ 푓 aceita 푥 e termina a iteração. Caso contrário, segue para o passo 5.
Shrink Step – Avalia a função f nos n vértices 푣 = 푥 + (푥 − 푥 ), i= 2, … n+1.
Os vértices (desordenados) do simplex da iteração seguinte consistem em 푥 ,푣 , …푣 .
A figura 3.15 e 3.16 ilustra os efeitos da reflexão, expansão, contracção, e de redução para um simplex a 2
dimensões (triângulo), usando os parâmetros já definidos acima.
Figura 3.15 – Simplicidades Nelder-Mead após o passo de reflexão e expansão. O simplex original está
representado a tracejado.
Figura 3.16 – Simplicidades Nelder-Mead após contracção fora e dentro dos limites, e o shrink step. O simplex
original está ilustrado a tracejado.
Como conclusão geral acerca do algoritmo de Nelder-Mead é que o principal mistério a ser resolvido não será
se será atingida a convergência para um mínimo da função, mas antes porque é que o algoritmo tem tendência
na prática para decrescer inicialmente tão rápido os valores da função. [34], [35]
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Em termos esquemáticos, para melhor visualização, o algoritmo de optimização de Nelder – Mead resume-se à
ilustração da figura 3.17:
-Calcular a função objectivo fipara as condições iniciaisdas variaveis de projecto xi
- Calcular xr -parametro de reflexão e fr
fr > f1?
fe < fr?
Yes (EXPANSÃO )
No
No
Substituir xn+1 por xe
No
INICIO
Yes (CONTRACÇÃO)
Yes(INSIDE)
fr > fn+1?
No(OUTSIDE)
- Calcular xe e fe
Substituir xn+1 por xr
- Calcular xcc e fcc
- Calcular xc e fc
fr > fn?
fcc > fn+1?
fc < fr?
Substituir xn+1 por xr
Yes
No
SAÍDA Yes
NoSubstituir xn+1 por xcc
Yes
Substituir xr por xc
Yes
SHRINK
O mínimo é atingido?
Figura 3.17 – Fluxograma de minimização do algoritmo proposto por Nelder – Mead.