Ciência, crença e pseudociência
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Oficina de Ciências I: métodos de investigação em BiologiaProfessor Simão Pedro P. Marinho
Qualquer forma de conhecimento que não segue (...) regras, não é
ciência; é outra coisa.
Oficina de Ciências I: métodos de investigação em BiologiaProfessor Simão Pedro P. Marinho
Pseudociência é tudo o que usa jargões científicos ou usa da
credibilidade da ciência para validar posições, mas que não seguem as
regras da ciência
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... existem aspectos do fazer científico que nos ajudam a fazer
uma avaliação mais eficiente:
Publicações científicas
Revisão dos pares
Flexibilidade
Humildade
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É simplesmente jargão científico usado para fazer parecer ciência
uma coisa que nada tem de científico. Mas, para nos convencer mesmo que a coisa é mesmo séria,
até nem falta um gráfico com os resultados de um “teste”.
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E quando há provas, demonstrações de que um determinado método de
diagnóstico é valido, elas são publicadas em revistas científicas.
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O habitual da pseudociência: argumentos de autoridade.
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A ciência não assenta em figuras de autoridade. Assenta em provas.
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Do ponto de vista científico, para demonstrar a validade de um
tratamento ou de um método de diagnóstico, é necessário realizar
experiências em condições controladas e que elas sejam
confirmadas por grupos independentes.
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CRENÇA NA CIÊNCIA
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A demarcação entre ciência e pseudociência não é um mero
problema de filosofia de salão: é de vital relevância social e política.
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Muitos filósofos tentaram solucionar o problema da
demarcação nos seguintes termos: uma afirmação constitui
conhecimento se um número suficiente de pessoas acreditar nele
com suficiente firmeza.
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.... não é o grau de adesão às crenças que as transforma em
conhecimento. De facto, o traço distintivo do comportamento
científico é um certo cepticismomesmo em relação às teorias mais
acalentadas.
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... uma afirmação pode ser pseudocientífica mesmo que seja
eminentemente "plausível" e todos acreditem nele, e pode ser de
grande valor científico mesmo que seja inverossímil e ninguém acredite
nele.
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A crença, a adesão e a compreensão são estados da mente humana. Mas o valor científico e objectivo de uma
teoria é independente da mente humana que a concebe ou
compreende.
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RACIOCÍNIO "EXPERIMENTAL”
relatos de observações cuidadosas e testemunhos prestados sob juramento,
até mesmo de experiências.
FEITIÇARIA COMO
PARADIGMA DO RACIOCÍNIO
EXPERIMENTAL JOSEPH GLANVILL
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No raciocínio científico, as teoriassão confrontadas com os factos e
uma das condições centrais do raciocínio científico é que as teorias devem ser sustentadas pelos factos.
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... o conhecimento mais relevante no século XVII, quando nasceu a ciência, dizia respeito a Deus, ao
Diabo, ao céu e ao inferno. Se alguém interpretasse mal as conjecturas sobre assuntos de
teologia, a consequência do erro era a condenação eterna.
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O conhecimento teológico não pode ser falível: tem de estar para lá da
dúvida.
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O conhecimento teológico não pode ser falível: tem de estar para lá da
dúvida.
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Só pode haver conhecimento sobre a Natureza, mas esta nova forma de conhecimento tinha de ser ajuizada
pelos padrões adoptados directamente da teologia: tinha de ser comprovada sem margem para
a dúvida.
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A ciência tinha de alcançar a certeza plena que havia escapado à
teologia. A um cientista digno desse nome não era permitido adivinhar: tinha de comprovar cada afirmação
recorrendo aos factos. Era este o critério de honestidade científica.
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As teorias que não fossem comprovadas pelos factos eram
consideradas pseudociênciapecaminosa, heresia na comunidade
científica.
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LÓGICA INDUTIVA
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o traço distintivo da honestidadecientífica seria jamais enunciar algo que não fosse pelo menos altamente
provável.
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Os cientistas não são muito influenciáveis. Não abandonam uma
teoria apenas porque os factos a contradizem. Normalmente, inventam
qualquer hipótese auxiliar para explicar o que chamam de mera anomalia ou, se
não conseguem explicar a anomalia, ignoram-na e dirigem a sua atenção
para outros problemas.
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Anomalias, casos rebeldes, não refutação
INGENUIDADE DA FALSEABILIDADE PROPOSTA POR
POPPER
THOMAS KUHN
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Mas se Kuhn tem razão, então não há demarcação explícita entre ciência e
pseudociência, não há distinção entre progresso científico e decadência
intelectual, não há um padrão objectivode honestidade.
IMRE LAKATOS
PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO
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Mas todos os programas de investigação que admiro têm uma característica em comum. Todos prevêem factos novos,
factos que os programas anteriores ou rivais não tinham sequer idealizado ou
tinham até contradito.
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Assim, num programa de investigação progressivo, a teoria conduz à
descoberta de factos novos (até então desconhecidos). Nos programas
degenerativos, contudo, as teorias são arquitectadas meramente para enquadrar factos conhecidos.
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A metodologia dos programas de investigação científica, em contraste com Popper, não oferece uma racionalidade imediata. É preciso tratar com brandura
os programas em embrião: os programas podem levar décadas até
darem os primeiros passos e se tornarem empiricamente progressivos.
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... os programas de investigação progressivos substituem os
degenerativos.