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CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM Programa de Pós Graduação Curso de Especialização em Acupuntura ESTUDO DE CASO: TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL ATRAVÉS DA ACUPUNTURA WILSON RICARDO SAUCEDO Foz do Iguaçu, novembro de 2010

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CIEPH – CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

Programa de Pós – Graduação

Curso de Especialização em Acupuntura

ESTUDO DE CASO: TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL ATRAVÉS DA

ACUPUNTURA

WILSON RICARDO SAUCEDO

Foz do Iguaçu, novembro de 2010

ESTUDO DE CASO: TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL ATRAVÉS DA

ACUPUNTURA

Monografia apresentada ao Centro Integrado

de Estudos e Pesquisa do Homem como

requesito parcial para obtenção do grau de

Especialista em acupuntura.

Foz do Iguaçu, novembro de 2010

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA

ESTUDO DE CASO: TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL ATRAVÉS DA

ACUPUNTURA

Elaborado por

WILSON RICARDO SAUCEDO

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________________________

Prof. Cleto Emiliano Pinho, Esp.

Orientador/ Presidente de Banca

___________________________________________________

Prof.Marcelo Fabián Oliva, Esp.

Membro de Banca

___________________________________________________

Profa.Luisa Regina Pericolo Erwig, MSC

Membro de Banca

Foz do Iguaçu, novembro de 2010

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................................................VIII

RESUMO...................................................................................................................IX

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2 OBJETIVOS..............................................................................................................3

2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................3

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................3

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................4

3.1 EXPRESSÃO FACIAL............................................................................................4

3.2 FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE..................................................................5

3.3 PRINCIPAIS MÚSCULOS DA FACE.....................................................................7

3.3.1 Músculos da Mímica Facial.................................................................................9

3.4 CONCEITO DE PARALISIA FACIAL...................................................................16

3.4.1 Tipos de Paralisias Faciais: ..............................................................................17

3.4.2 Diferença neuroanatomofisiológica...................................................................17

3.4.3 O nervo facial....................................................................................................17

3.5 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA.................................................................19

3.5.1 Identificação dos padrões de acordo com os oito princípios.............................20

3.5.2 Identificação dos padrões de acordo com os fatores patogênicos...................20

3.5.3 A etiologia e patologia.......................................................................................22

3.5.4 Pontos utilizados para o tratamento sistêmico..................................................24

3.5.5 Tratamento auricular.........................................................................................34

4 METODOLOGIA.....................................................................................................38

4.1 AMOSTRA............................................................................................................38

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.................................................................................38

4.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO...............................................................................39

4.4 LOCAL..................................................................................................................39

4.5 MATERIAIS..........................................................................................................39

4.6 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................................39

4.7 AVALIAÇÃO CLINICA DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA............................40

4.8 AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE DA REGIÃO..................................................40

5 RESULTADOS........................................................................................................42

6 DISCUSSÃO...........................................................................................................44

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................46

8 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS.........................................................................47

ANEXOS....................................................................................................................49

ANEXO 01 - Sistema de House-Brackmann..............................................................50

LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – músculos da face........................................................................................8

Figura 2 - Pterigóideos Lateral e Medial.......................................................................9

Figura 3 - Músculos acometidos numa lesão do nervo facial....................................16

Figura 4 – posição do ponto Ig4.................................................................................24

Figura 5 – posição do ponto Ig11...............................................................................25

Figura 6 – posição dos pontos Ig19 e Ig 20...............................................................26

Figura 7 – posição dos pontos E1,2,3,4,5,6 e 7.........................................................27

Figura 8 – posição do ponto E36...............................................................................29

Figura 9 – posição do ponto E42...............................................................................29

Figura 10 – posição do ponto F3...............................................................................30

Figura 11 – posição dos pontos Id18 e Id19..............................................................31

Figura 12 – posição do ponto B2...............................................................................31

Figura 13 – posição dos pontos Vb1 e Vb2...............................................................32

Figura 14 – posição do ponto Vg20...........................................................................33

Figura 15 – posição do ponto yintang .......................................................................33

Figura 16 – regiões auriculares .................................................................................35

Figura 17 – regiões da face a serem Avaliadas.........................................................41

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que de uma forma ou outra ajudaram,

incentivando e me apoiando todos os dias na conclusão desta monografia.

“A face revela o íntimo de nossa expressão e é parte essencial da comunicação humana.” (Bento & Barbosa)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por fazer parte de minha vida em todos os momentos sendo

eles fáceis ou difíceis, e ao amor incondicional da minha família que não mediram

esforços para esta realização. Ao apoio e carinho constante de meu pai, esposa,

filhas, irmãos e amigos verdadeiros. Aos professores que não mediram esforços nos

privilegiando com seus conhecimentos e sabedoria sobre A MTC. E por fim, a minha

mãe que de algum lugar participou comigo dessa nova conquista.

RESUMO

Título: Estudo de caso: Tratamento da paralisia facial através da acupuntura. Autor: SAUCEDO, Wilson Ricardo Orientador: Professor Murilo Marcos dos Santos

A Paralisia Facial Periférica (PFP) é uma disfunção sensório-motora decorrente da interrupção do trajeto nervoso do VII par de nervo craniano (nervo facial), o indivíduo vem apresentar assimetria facial. O objetivo deste estudo foi descrever os resultados da atuação da acupuntura sistêmica e auricular em um paciente do sexo masculino (33 anos) com PFP. Foram realizadas 15 sessões de 45 minutos cada, uma vez por semana, no período compreendido entre 11/04/2009 à 18/07/2009. O tratamento instituído constou de inserção de agulhas nos pontos correspondentes em ambas hemifaces e orientações domiciliares. Ao final do tratamento observou-se melhora na expressão da mímica facial e da simetria da face, o paciente relatou satisfação com os resultados obtidos. Porém em relação a outros estudos comparados deve-se realizar pesquisas mais sistematizadas. Palavras-chave: paralisia facial, acupuntura, reabilitação facial.

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM – CIEPH PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA

Foz do Iguaçu, de novembro de 2010.

ABSTRACT

The palsy (PFP) is a sensorimotor disorder resulting from interruption of the nervous

pathway of the VII cranial nerve (facial nerve) presents a facial asymmetry. The aim

of this study was to describe the results of the performance of acupuncture and

auricular in a systemic male patient (33 years) with PFP. Were performed 15

sessions of 45 minutes each, once a week, for the period 11/04/2009 to 18/07/2009.

The treatment consisted of inserting needles into corresponding points in both

residential and guidance hemifaces. At the end of treatment, improvement was

observed in the expression of facial movement and symmetry of the face, the patient

reported satisfaction with the results. But compared with other comparative studies

should be performed more systematic research.

Keywords: facial palsy, acupuncture, facial rehabilitation.

1 INTRODUÇÃO

Kedall, F.P. (2007) indaga que o corpo humano apresenta diversas maneira

de expressar suas vontades, seja pela fala, por gestos ou até mesmo pela

expressão da facial. A face humana é parte essencial da comunicação humana e

sua atuação depende de uma serie de músculos que são regidos por um sistema

nervoso bem complexo.

A aparição da paralisia facial periférica (PFP) ocorre de forma ocasional, não

se percebe sintomas ou previsão para a doença, é o acometimento total ou parcial

dos músculos de uma hemiface, apresentando uma assimetria, provocando perda

dos movimentos da musculatura da face, provocando uma deficiência na expressão

facial do acometido causando imobilidade e comprometimento da musculatura

mímica. Não se conhece a etiologia definida, porém alguns estudos associam a

diversos fatores como os tumorais, traumáticos, congênitos, infecciosos.

(TESSITORE, A. et all – 2008).

Tessitore, A. et all (2008) comenta que a paralisia facial periférica apresenta

uma semiologia que está sujeita a um transtorno do VII par craniano (nervo facial)

acarretando uma paralisia do conjunto dos músculos da face.

O retorno da atividade mímica facial depende de uma serie de fatores que vão

desde o tempo de início do tratamento (fator determinando para a recuperação

rápida do nervo facial) até as atividades terapêuticas que são aplicadas.

Além dos procedimentos fisioterapêuticos tradicionais adotados, a acupuntura

é utilizada como mais um recurso, dentro das especialidades da fisioterapia, como

também no tratamento da paralisia facial periférica. Apesar de ser uma técnica com

quase 5 mil anos, seus princípios demonstram bastante eficácia na recuperação

dessa patologia. (TESSITORE, A. et all – 2008).

No tratamento da paralisia facial periférica a acupuntura visa o processo de

recuperação da funcionalidade dos músculos faciais acometidos pela lesão do nervo

facial. Segundo a medicina tradicional chinesa (MTC) a PFP ocorre devido à

penetração do vento que paralisa a região da face. (YAMAMURA, 2002).

Em estudos dirigidos para a PFP, utilizando-se métodos como a cinesiologia,

eletroestimulação transcutânea, kabat, acupuntura e outros, sabe-se que em 80%

dos casos ocorre retorno da expressão facial total. Independente do procedimento

adotada pelo profissional, o objetivo sempre será o retorno das funções mímicas do

paciente, que consequentemente trará seu bem-estar social e qualidade de vida.

O presente estudo de caso utilizou-se da acupuntura sistêmica e auricular

para reabilitação do paciente. A intenção é observar a evolução do tratamento,

mensurando através do estesiômetro, como também da observação e relato verbal

do paciente.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Utilizar-se das técnicas de acupuntura sistêmica e auricular ao qual fazem

parte da medicina tradicional chinesa, utilizadas como tratamento e recuperação dos

movimentos mímicos da face de um paciente que obteve paralisia facial.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.

- Estimular os meridianos do Intestino grosso, intestino delgado, vaso governador,

visicula biliar fígado e estomago viabilizando a recuperação.

- Recuperar os movimentos musculares e mímicos da face;

- Aplicar 15 sessões de acupuntura para estimulação da musculatura facial;

- Canalizar o vento e o frio para o exterior;

- Auferir o grau de recuperação após às 15 sessões.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 EXPRESSÃO FACIAL

Emoção é um complexo psicofisiológico cujas reações dependem do sistema

nervoso. Quem quer expressar seus sentimentos pode tentar fazê-lo por meio da

fala e de gestos. Além dessa maneira intencional de se exprimir, há formas

involuntárias de comportamento que revelam o estado emocional que a pessoa está

vivendo. Os estados emocionais estão muito relacionados com os músculos da face

e são por eles externados com grande variedade de detalhes. (COSTA, A.M. E

CLEIA, E.W.G. – 2007).

Os músculos faciais não se movem, são comandados apenas por uma via

motora voluntária (programas motores conscientes – trato corticonuclear). Eles

também se contraem, para adotar expressões, através de uma via motora

involuntária (programas motores não-conscientes – tratos supra-espinais

descendentes e seus núcleos) acrescentada de um componente cerebelar, que

controla o sinergismo e a harmonia dos músculos. Assim, a expressão, além de

voluntária, pode ser involuntária, natural e espontânea, de mímica facial. (GUYTON

& HALL – 2002).

O termo expressão facial fica reservado para a comunicação volitiva, a

especificação de algo para melhor entendimento. Um sorriso, por exemplo, pode ser

espontâneo, automático, quando se demonstra sentimento de felicidade (via não-

consciente), mas pode ser também um sorriso “social” voluntário, programado (via

consciente). (KENDALL, F.P. – 2007).

Em seu trabalho, Kendall, F.P. (2007), comenta que certos movimentos

expressivos da face como no sorrir, chorar, gritar são inatos, não são aprendidos.

Outros são adquiridos por imitação; cada pessoa aprende a se comunicar com o seu

rosto, socializando as suas expressões. É em virtude deste aprendizado que

crianças podem se parecer com os pais adotivos ou certas pessoas evidenciam sua

condição de estrangeiras mesmo sem falar. É por isto também que muitos cegos

têm uma face inexpressiva.

Deve ter ficado claro que a expressão e a mímica facial constituem ligações

dos caracteres físicos e psíquicos do homem e que o jogo contrátil dos músculos

traduz os seus próprios sentimentos e emoções num determinado momento. Pode-

se então, relacionar algumas expressões faciais com movimentações musculares

específicas. (COSTA, A.M. e CLEIA, E.W.G. – 2007).

3.2 FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE

Kendall, F.P. (2007) comenta que cada músculo da face possui sua função de

acordo com a cada expressão demonstrada a cada momento como tristeza, alegria.

A exteriorização da atenção afeta às regiões orbital e frontal. O ventre frontal

do músculo occipitofrontal eleva o supercílio e a pálpebra superior, determinando o

aparecimento de pregas horizontais na fronte. Os músculos da mastigação e o

músculo orbicular da boca ficam algumas vezes relaxados, o que permite uma ligeira

abertura da boca. (TESSITORE, A. et all – 2008).

Em seu trabalho Kendall, F.P (2007) destaca que a reflexão e a concentração

se traduzem pela contração do músculo corrugador do supercílio e em menor grau

do músculo orbicular do olho, originando pregas verticais entre os supercílios.

(KENDALL, F.P. – 2007).

A atenção interrogativa, quando se duvida ou diverge de alguma explicação,

por exemplo, exterioriza-se pela contração de um dos corrugadores do supercílio e

pela contração do frontal do lado oposto. (KENDALL, F.P. – 2007).

Ainda em torno das órbitas, em que se realizam as expressões faciais mais

nobres e intelectualizadas, pode-se vincular a ação do corrugador do supercílio à

tradução do esforço, ira, estranheza, dor psíquica. O músculo prócero, cuja ação

origina uma prega horizontal abaixo da glabela, manifesta-se nas demonstrações de

tenacidade, rudeza e de ameaça e agressão. (COSTA, A.M. e CLEIA, E.W.G. –

2007).

Em seu estudo Borba, M.O.M (1998) comenta que a surpresa e o espanto,

fazem afastarem-se as rimas bucal e palpebrais por maior ação do frontal e

relaxamento dos elevadores da mandíbula. O susto e o medo são acentuações das

ações musculares que caracterizam a surpresa. Se o medo evolui para terror, pavor,

tem-se então um exagero das mesmas ações, com envolvimento também do

orbicular da boca e do platisma para a contração dos lábios e da pele do pescoço.

As manifestações da alegria e da dor física exprimidas pelo riso e choro não

são ligadas ao intelecto e se desenham na região bucal. No sorriso há uma

contração moderada do complexo muscular bucinador, zigomático maior e risório,

dando à boca uma configuração curva, côncava para cima (BORBA, M.O.M. 1998).

No riso, as comissuras da boca são levadas mais para cima e para os lados

pelo mesmo complexo muscular, podendo atuar também os músculos zigomático

menor, levantador do ângulo da boca, levantador do lábio superior e da asa do nariz.

O sulco nasolabial fica mais acentuado e as pálpebras aproximam-se. Se o riso

evolui para gargalhada, todos esses músculos se contraem mais fortemente,

acompanhados da contração do orbicular do olho, a ponto de provocar o

aparecimento de “pés-de-galinha” e transbordamento de lágrimas. Por ação do

levantador do lábio superior e da asa do nariz, as narinas aumentam seu diâmetro

transverso (GUYTON & HALL – 2002).

Bento, R.F. & Barbosa, V.C (1994) relatam que nas manifestações de

sofrimento, tristeza ou dor predomina a ação do músculo abaixador do ângulo da

boca, que ao abaixar a comissura da boca dá a ela um aspecto arqueado de

concavidade inferior, e ao sulco nasolabial, um alongamento característico. O sulco

labiomarginal, quando existe, fica mais pronunciado. Pregas verticais surgem na

área da glabela, resultado da movimentação do corrugador do supercílio. Todos

estes caracteres dão à face aquele aspecto “longo”, comum nas pessoas

pessimistas e desanimadas.

No pranto ou choro, a contração enérgica do abaixador do ângulo da boca,

auxiliada pela contração do abaixador do lábio inferior e do mentoniano, traz todo o

complexo muscular inferior da face para baixo, numa acentuação da expressão

anterior. O orbicular do olho aproxima as pálpebras para completar o quadro A

função abaixadora dos músculos do lábio inferior concorre também para as

expressões de desprezo, desdém, enfado, soberba, nas quais toma parte bem ativa

o músculo mentoniano no movimento de eversão do lábio. Combinadas à ação do

platisma, estas contrações contribuem para as expressões de asco, repugnância.

Destas duas últimas participa também o músculo nasal (BORBA, M.O.M. 1998).

Os músculos peribucais isoladamente participam de outras expressões

faciais, como é o caso do levantador do lábio superior (menosprezo, suficiência,

ameaça), do bucinador unilateral (ironia, zombaria) e do orbicular da boca (raiva, ira)

(BENTO, R.F. & BARBOSA, V.C -1994).

3.3 PRINCIPAIS MÚSCULOS DA FACE

Os músculos da face caracterizam-se por manter conexões íntimas com a

pele, à qual se inserem diretamente por meio de feixes isolados. Não existem

tendões como na musculatura esquelética. Suas fibras são planas, finas e mal

delimitadas. A maioria é desprovida de aponeurose e é dependente, como nos

demais músculos esqueléticos, dos neurotransmissores liberados na junção

neuromuscular. Essas características anatômicas particulares determinam suas

peculiaridades funcionais (TESSITORE, A. et all - 2008).

Segundo Figún,M.E. Garino, R.R. (2000) os músculos faciais funcionam de

maneira conjunta, portanto um grupo influencia na movimentação do outro e é difícil

determinar com exatidão a região de abrangência de cada movimento.

Músculo Temporal - É um músculo largo, plano e triangular localizado na fossa

temporal, na face lateral da cabeça. Passa por baixo do arco zigomático, para se

inserir na mandíbula.

Origem: Osso Temporal abaixo da linha temporal inferior e lâmina profunda da fáscia

temporal.

Inserção: Ápice e face medial do processo coronóide da mandíbula.

Inervação: Nn. temporais profundos (N. mandibular - V/3).

Ação: Oclusão e retrusão da mandíbula.

Figura 1 – músculos da face

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculo Masseter - É o músculo mais potente da mastigação, é quadrangular e

espesso. É constituído de duas porções, uma profunda e outra superficial.

Origem: Arco zigomático.

Inserção: Face externa do ângulo da mandíbula, tuberosidade massetérica e ramo

da mandíbula.

Inervação: Nervo massetérico (N. mandibular - V/3).

Ação: Oclusão da mandíbula.

Músculo Pterigóideo Medial - É um músculo quadrado e espesso, localizado

medialmente ao ramo da mandíbula.

Origem: Fossa pterigóidea e lâmina lateral do processo pterigóide do osso

esfenóide.

Inserção: Face medial do ângulo da mandíbula, tuberosidade pterigóidea.

Inervação: Nervo do pterigóideo medial (N. mandibular - V/3).

Ação: Oclusão da mandíbula.

Figura 2 - Pterigóideos Lateral e Medial

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Músculo Pterigóideo Lateral - É composto por duas cabeças, tem forma de cone e

arquitetura bipenada.

Origem: Face temporal da asa maior do esfenóide e superfície externa da lâmina

lateral do proc. pterigóide.

Inserção: Cabeça do côndilo da mandíbula e face anterior do disco articular.

Inervação: Nervo pterigóideo lateral (N. mandibular - V/3).

Ação: Lateralização, abertura e protrusão da mandíbula.

3.3.1 Músculos da Mímica Facial

Como o próprio nome já diz, os músculos da mímica facial são responsáveis

pelas expressões faciais. São delgados músculos cutâneos que de um modo geral

se originam ou da fáscia ou dos ossos da face e se fixam à derme, desta forma sua

contração é capaz de mexer a pele e mudar a expressões faciais, fechar os olhos ou

dilatar as narinas entre outros movimentos. É importante lembrarmos que todos os

músculos faciais são inervados pelo VII par craniano, o nervo facial.

Músculo Epicrânio - É uma vasta lâmina musculotendinosa que reveste o vértice e

as faces laterais do crânio, desde o osso occipital até a sobrancelha. Também pode

ser chamado epicrâniano.

É formado por dois músculos: Músculo occiptofrontal, Músculo Temporoparietal.

Estes são reunidos por uma extensa aponeurose intermediária: a gálea aponeurótica

ou aponeurose epicrânica.

Músculo Occiptofrontal - possui esse nome por ser amplo indo desde o osso frontal

até o occipital, recobrindo toda a calota craniana. Possui dois ventres, observe na

figura.

Ventre Occipital - Origem: Linha nucal supremaInserção: Gálea aponeurótica ou

aponeurose epicrânica.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: Movimenta o escalpo, elevando as sombrancelhas e enrugando a fronte

Ventre Frontal - Origem: Pele da fronte, se entrelaça com os Mm. Prócero,

corrugador e abaixador do supercílio e com o M. orbicular do olho.

Inserção: Aponeurose epicrânica.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: Movimenta o escalpo, eleva as sobrancelhas de um ou de ambos os lados.

Músculo Temporoparietal - É um músculo muito delgado, localizado na fossa

temporal.

Origem: Fáscia temporal e pele da região tempora.

Inserção: Borda lateral da aponeurose epicrânica.

Inervação: Nervo Facial (VII).

Ação: Movimenta o escalpo e traciona para trás a pele das têmporas. Combina-se

com o occipitofrontal para enrugar a fronte e ampliar os olhos (expressão de medo e

horror).

Gálea Aponeurótica ou Aponeurose Epicrânica - É a aponeurose que reveste a parte

superior do crânio unindo os ventres frontal e occipital do Músculo occipitofrontal.

De cada lado ela recebe a inserção do músculo temporoparietal e se une a fáscia

temporal que reveste esta região.

Músculo Auricular Anterior - É um músculo pequeno e fino, muito difícil de ser

dissecado. Está situado sobre a aponeurose epicraniana.

Origem: Porção anterior da fáscia temporal.

Inserção: Espinha da hélice.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: Traciona o pavilhão da orelha para frente e para cima.

Músculo auricular superior - É um músculo muito delicado em forma de leque,

localizado sobre a aponeurose epicraniana.

Origem: aponeurose epicraniana.

Inserção: Raiz da orelha externa.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: Traciona o pavilhão da orelha para cima.

Músculo Auricular posterior - Músculo quadrangular, localizado posteriormente ao

conduto auditivo externo.

Origem: Processo mastóide, tendão do músculo esternocleidomastoideo.

Inseção: Raiz da orelha externa.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: traciona o pavilhão da orelha para trás.

Músculos orbicular do olho - Este músculo contorna toda a circunferência da orbita.

Divide-se em três porções: palpebral, orbital e lacrimal.

Origem: porção orbital – parte nasal do osso frontal; porção lacrimal – crista lacrimal

do osso lacrimal; porção palpebral – ligamento palpebral medial.

Inserção: circunda a orbita, como um esfíncter.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: fecha as pálpebras, comprime o saco lacrimal e movimenta os supercílios.

Músculo abaixador do supercílio - É um músculo delgado situado medialmente ao

músculo orbicular do olho.

Origem: parte nasal do osso frontal.

Inserção: Terço medial da pele do supercílio.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: abaixa a pele da fronte e dos supercílios.

Músculo corrugador do supercílio - Pequeno e estreito, com formato piramidal. Para

visualiza-lo é necessário que o músculo orbicular do olho e o músculo frontal sejam

rebatidos.

Origem: parte nasal do osso frontal.

Inserção: terço médio da pele do supercílio.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: abaixa a pele da fronte e dos supercílios.

Músculo prócero - Em latim chama-se piramidalis nasi. Recebe este nome por ter

formato piramidal e estar situado sobre o osso nasal. É quase uma continuação do

músculo frontal.

Origem: osso nasal, cartilagem nasal lateral.

Inserção: pele da glabela.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: abaixa a pele da fronte e dos supercílios.

Músculo nasal - É um músculo fino com contorno irregular. É constituído por duas

porções, uma transversa que comprime o nariz e outra alar que dilata o nariz.

Origem: eminências caninas da maxila e eminências incisivas laterais.

Inserção: cartilagem nasal lateral e asa do nariz.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: dilatação do nariz.

Músculo abaixador do septo do nariz - Pode estar ausente em algumas pessoas.

Origem: eminências incisivas laterais. Inserção: cartilagem do septo e cartilagem

alar maior. Inervação: nervo facial (VII). Ação: traciona para baixo as asas do nariz,

estreitando as narinas.

Músculo levantador do lábio superior - É um músculo plano e quadrangular, cuja

origem é muito ampla.

Origem: margem inferior da orbita acima do forame infra-orbital, maxila e zigomático.

Inserção: lábio superior.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: levanta o lábio superior e leva-o um pouco para frente.

Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz - É um músculo plano e está

localizado entre o músculo nasal e o músculo levantador do lábio superior.

Origem: processo frontal da maxila.

Inserção: cartilagem alar maior, pele do nariz e lábio superior.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: dilata a narina e levanta o labio superior.

Músculo levantador do ângulo da boca - Em latim chama-se caninus. Tem esse

nome devido sua fixação de origem, é um músculo plano e triangular.

Origem: fossa canina da maxila.

Inserção: ângulo da boca.

Inervação: nervo facial.

Ação: eleva o ângulo da boca e acentua o sulco nasolabial.

Músculo zigomatico menor - É um músculo cilíndrico e estreito, situado lateralmente

ao músculo levantador do lábio superior.

Origem: superfície malar do osso zigomático.

Inserção: lábio superior.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: auxilia na elevação do lábio superior e acentua o sulco nasolabial.

Músculo zigomatico maior - É mais largo que o zigomatico menor, localizado na

bochecha, se estende do osso zigomático à comissura labial onde se funde as fibras

dos músculos levantador do ângulo da boca e orbicular da boca.

Origem: superfície malar do osso zigomatico.

Inserção: ângulo da boca e lábio superior.

Inervação: nervo facial.

Ação: traciona o ângulo da boca para trás e para cima (risada).

Músculo risório - É plano e delgado, está situado na bochecha e suas fibras se

confundem com as fibras do músculo platisma.

Origem: fascia parotideomasseterica.

Inserção: ângulo da boca e lábio superior.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: retrai o ângulo da boca lateralmente (riso forçado).

Músculo abaixador do lábio inferior - Em latim quadratus labii. É curto e

quadrangular, está situado no queixo. Suas fibras parecem ser a continuação do

músculo platisma.

Origem: linha obliqua da mandíbula.

Inserção: tegumento do lábio inferior.

Inervação: nervo facial (VII).

Ação: repuxa o lábio inferior diretamente para baixo e lateralmente (expressão de

ironia).

Músculo abaixador do ângulo da boca - É um músculo plano e delgado localizado

sobre o músculo abaixador do lábio inferior.

Origem: linha obliqua da mandíbula.

Inserção: ângulo da boca, lábio superior.

Inervação: nervo facial (VII). Ação: deprime o ângulo da boca (expressão de

tristeza).

Músculo mentual - É um músculo grosso, cilíndrico e par situado no queixo sob o

músculo abaixador do ângulo da boca.

Origem: fossas incisivas laterais da mandíbula.

Inserção: tegumento do queixo.

Inervação: nervo facial VII.

Ação: eleva e projeta para fora o lábio superior e enruga a pele do queixo.

Músculo transverso do mento - Não é encontrado em todos os seres humanos.

Origem: parte transversal do músculo mental.

Inserção: pele da protuberância do mento.

Inervação: nervo facial VII.

Ação: auxilia na depressão o ângulo da boca.

Músculo orbicular da boca - Contorna a boca lhe proporcionando função de

esfíncter. Suas fibras possuem diferentes direções e se confundem com as fibras de

outros músculos mímicos da boca, o que garante à esse músculo inúmeros

movimentos.

Origem: ângulo da boca, circundando a boca como um esfíncter.

Inserção: componente principal dos lábios.

Inervação: nervo facial VII.

Ação: movimentam os lábios, as asas do nariz e a pele do mento.

Músculo bucinador - Importante músculo acessório na mastigação, mantendo o

alimento sob a pressão direta dos dentes. Está situado sob o músculo masseter.

Origem: superfície externa dos processos alveolares da maxila, acima da mandíbula.

Inserção: ângulo da boca.

Inervação: nervo facial VII.

Ação: deprime e comprime as bochechas contra a mandíbula e maxila. Importante

para assobiar e soprar.

Orbicular ocular – produz a piscada e o olhar semicerrado (entreaberto);

3.4 CONCEITO DE PARALISIA FACIAL

O paciente é acometido por Paralisia Facial (PF) quando, por algum motivo,

ele tem o nervo facial lesionado ou então quando a lesão acomete estruturas

situadas hierarquicamente acima do núcleo do nervo facial, mas, que de certa forma,

enviam seus estímulos para esse nervo. (CALAIS, L.L. et all – 2005).

Calais, L.L. et all (2005) comentam que se as estruturas lesionadas estão

acima do núcleo do nervo facial teremos então uma lesão no córtex cerebral um

exemplo: em acidentes vasculares, a paralisia facial é classificada como Central

quando instala-se com um quadro de espasticidade.

Se a lesão ocorrer do núcleo do nervo facial em direção à periferia a PF será

considerada Periférica, podendo ser várias as causas: cirurgias que lesionam o

nervo; frígore; por bactérias, etc.(AMORIM, F.T.R – 2007).

Em vista do tipo de paralisia que se instalou haverá quadros clínicos

diferentes. Para um perfeito tratamento é necessário que saibamos diferenciar os

dois tipos de paralisias. (GARANHANI, M.R. et all – 2007).

Figura 3 - Músculos acometidos numa lesão do nervo facial.

3.4.1 Tipos de Paralisias Faciais:

Em seu artigo Amorim, F.T.R (2007) comenta que a manifestação clinica mais

comum é a inflamação aguda no forame estilomastoideo devido a irritação causada

pelo frio, a infecção viral ou a invasão do vento-humidade. Por estas causas se

conhece também como neuritis facial.

Existe um reduzido número de casos de paralisia facial provocados pela

afecção que o paciente sofre nas extremidades do nervo facial, ou pela lesão

traumática desse nervo. (GARANHANI, M.R. et all – 2007).

Esta patologia tem evolução rápida, de modo que os músculos da face do

lado acometido perdem a tonificação se deslocando o ângulo da boca para o lado

contrário, o olho afetado tem dificuldade de se fechar, o sulco nasolabial

desaparece. A recuperação da degeneração total do nervo dificilmente pode ser

recuperado. (AMORIM, F.T.R – 2007).

3.4.2 Diferença neuroanatomofisiológica.

Na paralisia facial cerebral (PFC): O quadrante inferior contra-lateral à

lesão cortical está paralisado (o quadrante superior é poupado devido à dupla

inervação dos hemisférios). (AMORIM, F.T.R – 2007).

Segundo Tessitore, A. et all (2008) comentam que na paralisia facial periférica

(PFP): o dimídio todo é acometido (o nervo é lesado na sua porção periférica, onde

já não recebe mais estímulos do outro hemisfério do córtex cerebral).

3.4.3 O nervo facial

O nervo facial é um dos 12 nervos cranianos, sétimo par, que se origina no

tronco cerebral com um ramo indo para cada lado. Ele tem aproximadamente 10.500

neurônios, sendo que cerca de 7,000 servem como unidades motoras para a face.

Ele é protegido por um canal ósseo que caminha mais ou menos por baixo da

orelha. (LAZARINI, P.R; FERNADES, A.M.F ; BRASILEIRO, V.S.B. e CUSTÓDIO,

S.E.V. 2002).

O nervo facial é muito pequeno. Quando sai do canal auditivo interno ele tem

menos de um milímetro de diâmetro. A boa noticia é que existem milhares de fibras

nervosas nessa minúscula estrutura, como num cabo telefônico, e essas fibras são

muito resistentes a danos. (CALAIS, L.L. et all, 2005; OBER et all, 2003).

Conhecer adequadamente a anatomia do nervo facial é essencial para a

localização de suas lesões e conseqüentemente, correto prognostico e tratamento.

O VII nervo craniano é um complexo nervo misto, motor e sensitivo. Dessa forma,

por ser uma estrutura constituída por dois nervos; o nervo facial propriamente dito

(motor) e pelo nervo intermédio de wrisberg responsável sobre as aferências

sensitivas e parassimpáticas (GUYTON & HALL, 2002).

Segundo Calais, L.L. et all, (2005) e Guyton & Hall (2002) as fibras motoras

são responsáveis pelos movimentos da face e as aferências sensitivas pela

sensação gustativa dos 2 terços anteriores da língua. A parte parassimpática é

responsável pela inervação das glândulas lacrimais, submaxilares, sublingual e da

cavidade nasal. Ocorrendo o comprometimento do VII par craniano, nesta condição

desfigura a face; os músculos comprometidos perdem seu tônus e gradualmente se

tornam atróficos e os sulcos naturais se tornam menos marcadas. O ângulo da boca

é puxado para o lado normal, quando a pessoa tenta sorrir. Não consegue assobiar

ou assoprar e sua fala se altera, particularmente nas consoantes labiais. Saliva pode

escorrer pelo ângulo da boca; Mastigação em déficit (podendo até ferir a mucosa da

bochecha), o indivíduo não consegue fechar o olho, piscar e nem movimentar a pele

da região frontal.

Essa afecção pode ser unilateral ou bilateral. Há casos muitos raro, onde a

paralisia facial periférica é bilateral. Ela é determinada por apresentar falta de

mímica na musculatura da expressão. No decorrer do tratamento, a recuperação é

mais rápida de um lado da face do que de outra, porem isso normaliza durante o

tratamento (CALAIS, L.L. et all, 2005).

Na paralisia facial periférica não existe índice maior de raça, sexo ou condição

social, onde que os indivíduos numa faixa etária entre 35-45 anos de idade são mais

predispostos á agressão (BORBA, M.- 1998)

O nervo facial parece um cabo telefônico que contém 7000 a 10500 fibras

individuais dentro dele. Cada fibra carrega impulsos elétricos para um músculo

específico da face. Nós temos 2 nervos faciais um para cada lado do rosto que

funcionam independentemente um do outro. As informações que passam através

das fibras deste nervo permitem que expressemos nosso sorriso, choro, risada, e

tristeza, por isso este nervo leva o nome de "nervo da expressão facial". Quando

estas fibras nervosas estiverem parcial ou totalmente interrompidas ocorre uma

diminuição ou paralisia total nos músculos da face. (LAZARINI, P.R. et all - 2002).

Quando estas fibras estiverem irritadas podem aparecer espasmos ou

movimentos involuntários na face. O nervo facial não só carrega impulsos para os

músculos da face, mas também para outros locais como glândulas lacrimais e

salivares e ao músculo do estribo. Ele também transmite o sabor sentido na parte da

frente da língua. Uma vez que a função do nervo facial é tão complicada, muitos

sintomas podem ocorrer quando as fibras do nervo facial estiverem com problemas.

Além da paralisia da face, que prejudica o fechamento do olho e o movimento da

boca e o enrugamento da testa a pessoa poderá apresentar secura nos olhos e na

boca e alterações no paladar. (LAZARINI, P.R. et all - 2002).

O nervo facial é como um "fio" que sai do cérebro e entra no ouvido

juntamente com o nervo da audição e do equilíbrio. Ele atravessa o ouvido passando

dentro de um canal ósseo, muito próximo de estruturas como os ossinhos do ouvido,

do labirinto e do tímpano. Depois disso ele sai no pescoço e se ramifica na face

passando dentro língua. (GUYTON & HALL, 2002).

3.5 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA

A Acupuntura é uma técnica milenar chinesa que cura males orgânicos e

psíquicos. Ela melhora o funcionamento do corpo como um todo através de agulhas

localizadas em pontos-chave no organismo. As agulhas, feitas de aço inoxidável ou

metais nobres como ouro e prata, são finíssimas e não causam dor. A técnica

permite curas soberanas e complementares e atua como amenizadora de doenças

que causam diversos efeitos colaterais (AGUIAR, T.C., SOMENSI,M.A.; ALVES, N.-

2007).

A MTC se apóia na condição que as patologias possuem causas internas e

externas. As patologias internas poderão ter sua aparição por um desequilíbrio

emocional, alimentar ou provocada por agentes externos. Já as patologias externas

decorrem de fatores climáticos, que são: vento, frio, calor de verão, umidade,

secura, fogo. Eles são chamados usualmente de Seis Excessos, estando

intimamente ligados ao tempo e estações climáticas. (MACIOCIA, 2000).

Perez, C.N. (2007), comenta sob condições normais tais forças não

apresentarão efeitos patológicos no organismo, uma vez protegido adequadamente

contra tais fatores climáticos externos, poderá ocorrer mudanças para um quadro

patológico caso haja debilidade do organismo em relação ao fator climático, não

descartando a possibilidade de um indivíduo relativamente saudável ser afetado por

algum fator patogênico climático exterior.

Outras causas patológicas são: compleição debilitada, excesso de exercícios

físicos, excesso de atividade sexual, dieta irregular, trauma, parasitas e venenos,

tratamento inadequado. (MACIOCIA,2000).

3.5.1 Identificação dos padrões de acordo com os oito princípios

De acordo com os oito princípios é possível a identificação da patologia de

acordo com os métodos de formulação dos padrões, sendo a fundamentação básica

da MTC, no qual permite ao terapeuta identificar a localização e natureza da

desarmonia e assim estabelecer o melhor tratamento. Os oito princípios são: interior-

exterior; calor-frio; vazio-cheio; yin-yang. (PEREZ, C.N.- 2007).

3.5.2 Identificação dos padrões de acordo com os fatores patogênicos

Os fatores patogênicos possuem relação com os fatores climáticos: vento,

frio, umidade, calor, secura e fogo. Podendo cada um desses fatores ser de origem

interior ou exterior. Eles sempre correspondem ao padrão cheio de acordo com os

oito princípios.

Vento – sendo de natureza yang tende a danificar o sangue (xue) e o yin. O

vento é frequentemente o meio pelo qual outros fatores climáticos invadem o

organismo. Um exemplo, o frio utiliza-se do vento para penetrar no organismo

frequentemente como vento-frio, e o calor como vento-calor.

As patologias ligadas ao vento apresentam-se de modo rápido e modificam-se

derrepente, movimentam-se com agilidade. As características clinicas do vento se

expressão por rigidez repentina. O vento interior pode causar paralisia, um exemplo

e o acidente vascular cerebral, e o vento exterior pode causar a paralisia facial ou

simplesmente a rigidez no pescoço o famoso torcicolo. (PEREZ, C.N.- 2007).

As principais manifestações clinicas do vento são:

- O inicio é rápido;

- Causa mudanças rápidas nos sintomas e sinais;

- Faz com que os sintomas e sinais movimentem-se de um lugar para outro no

organismo;

- Pode causar tremores, convulsões e também rigidez ou paralisia;

- Afeta a parte superior do corpo;

- Afeta primeiro o pulmão (fei);

- Afeta a pele;

- Causa prurido.

Todas as manifestações anteriores aplicam-se tanto ao vento interior como

exterior, exceto quanto aos tremores, convulsões e paralisias aos quais se aplicam

somente ao vento interior. Somente a paralisia facial periférica ou de Bell pode ser

causada pelo vento exterior (MACIOCIA, 2000).

A penetração do vento exterior pela pele vem a interferir na circulação

do Qi defensivo que se encontra no espaço entre a pele e os músculos. A função do

Qi defensivo é a de aquecer os músculos, a pessoa que sente calafrios, tremores e

apresenta aversão ao frio quando sua circulação é prejudicada pelo vento, essa

aversão ao frio ou ao vento é um sintoma característico e essencial da invasão do

vento exterior e consiste não somente na sensação de frio e calafrios mas também

na relutância em se expor ao frio. Sabe-se que o órgão que controla a dispersão do

Qi defensivo no exterior do organismo é o pulmão (fei), assim como a abertura e

fechamento dos poros. O espirro e a tosse são manifestações da presença do vento

entre a pele e os músculos, a obstrução das funções dispersora e descendente do

pulmão impede os fluidos corpóreos que se alojam no pulmão de descender e se

dispersar, resultando em secreção nasal com expectoração profusa e branca

(PEREZ, C.N.- 2007).

O vento exterior ao penetrar e invadir diretamente os meridianos da face

poderá causar o desvio da boca e sobrancelhas ocasionando a paralisia de

determinados músculos, prejudicando assim movimentos e expressões da face.

(MACIOCIA, 2000).

Ao nos referirmos ao termo golpe de vento segundo a MTC corresponde a

quatro possíveis quadros da medicina ocidental:

- Hemorragia Cerebral;

- Trombose Cerebral;

- Embolia Cerebral;

- Espasmo de um vaso cerebral.

Maciocia (2000) indaga que esses quadros aparecem sob o termo Acidente

Vascular Cerebral (AVC), sendo um estado patológico dos vasos sanguíneos do

cérebro. Apoplexia é a designação dada a essa disfunção neurológica repentina

causada por um AVC, referida também popularmente como um golpe.

3.5.3 A etiologia e patologia

Embora ocorra repentinamente a etiologia do golpe de vento é muito

complexa, pode ser formada por muitos anos. Segundo Perez, C.N. (2007) e

Maciocia (2000) há quatro fatores etiológicos fundamentais:

1- Excesso de trabalho, estresse emocional e atividade sexual excessiva, geram

deficiência de Yin do Rim que poderá causar muitas vezes a deficiência do yin do

fígado e ascensão do yang do fígado. O vento do fígado por sua vez causa

apoplexia, coma, obscurecimento mental e paralisia, a língua é móvel, desviada e

rija. Ocorre ainda uma interação entre o vento interno e o externo, pois o ultimo pode

provocar o primeiro.

2 – Alimentação irregular e esforço físico excessivo ou a ingestão de quantidades

excessivas de doces, lacticínios, alimentos gordurosos, frituras e açúcar

enfraquecem o baço/pâncreas, gerando assim mucosidade e predisposição a

obesidade. A mucosidade causa formigamento nos membros, obscurecimento

mental, fala ininteligível ou afasia e língua inchada com revestimento pegajoso.

3 – Atividade sexual excessiva e repouso inadequado, essa condição enfraquece a

essência do Rim gerando deficiência da medula.

4 – Esforço físico excessivo e repouso inadequado, vem a enfraquecer o

baço/pâncreas, os músculos e meridianos. O vento interno penetra nos meridianos,

aproveitando-se da deficiência de Qi e Sangue nos mesmos.

A paralisia facial na medicina ocidental origina-se do sistema nervoso central.

Na paralisia facial após o golpe do vento, os nervos acima dos olhos não são

afetados, isto é, o movimento das sobrancelhas e dos sulcos da região frontal do

crânio apresentam-se normais. Na PFP o paciente é capaz de mover apenas a

sobrancelha do lado contrário ao lado afetado e os sulcos na região frontal da testa

estarão ausentes no lado paralisado, os sinais mais proeminentes da paralisia facial

após um golpe de vento são o desvio do olho e da boca do lado paralisado.

(MACIOCIA, 2000).

Embora as etiologias da paralisia facial central e periférica sejam diferentes, o

tratamento através da MTC é similar.

Após realizar a inspeção clinica no qual o objetivo é analizar ao visualizar a

extensão da paralisia através na apresentação das mímicas faciais realizadas pelo

paciente. Este procedimento proporcionará uma linha de conduta na seleção dos

pontos locais. O tratamento é baseado nos pontos distais e locais. Os pontos distais

são aplicados com método de sedação, caso a paralisia seja inferior a um mês de

duração, e com método neutro, se persistir por mais tempo. Para casos muito

prolongados, pode-se utilizar cones de moxa e pequenas ventosas sobre a

bochecha. Normalmente, apenas um ponto distal e três a cinco pontos locais são

aplicados no lado paralisado. ((YAMAMURA, 2002).

Segundo Szabó, M.V.R.R. e Bechara, G.H. (2001) a acupuntura costuma ser

das terapêuticas mais usadas no tratamento da paralisia facial, nos hospitais

chineses. Os pontos locais são usados juntamente com os pontos distais. Os pontos

distais e proximais são selecionados para tratar o padrão clínico, enquanto que os

pontos locais são usados para tratar diretamente as lesões visiveis da paralisia

facial.

A melhor forma de selecionar pontos locais no tratamento da paralisia facial,

consiste em escolher pontos de acordo com os grupos musculares. A melhor forma

de o conseguir é pedir ao paciente que realize alguns movimentos como contrair o

frontal ou encher a boca de ar e ver as diferenças entre a parte da face afetada e a

boa.

Segundo Perez, C.N. (2007), os princípios do tratamento são:

- Remover obstruções dos meridianos;

- Conter o vento e eliminar a mucosidade;

- Fortalecer os meridianos de conexão;

- Regular a circulação de Qi e sangue nos meridianos correspondentes.

3.5.4 Pontos utilizados para o tratamento sistêmico

Maciocia (2000), Perez,C.N. (2007) e Yamamura (2002), indicam em suas

obras e artigos os pontos sistêmicos abaixo para o tratamento da PFP.

Ig 4 – ( HO KOU) localizado na metade do 2º metacarpo, entre o 1º e 2º ossos

metacarpos, ou sobre a saliência muscular, quando se faz a adução do polegar.

Figura 4 – posição do ponto Ig4

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Este ponto tem a função de facilitar o transito e a descida dos alimentos do

wei para os intestinos, libera o calor perverso interno para a superfície do corpo,

dispersa o vento, o vento calor e vento frio, dispersa o excesso de xin, promove a

desobstrução de qi estagnado dos canais de energia, ativa a circulação de qui e de

xué, clareia a visão, tonifica o wei qi, transforma a mucosidade, a umidade calor.

Indicado para cefaléia, amigdalite, odontalgia, rinite, obstrução nasal, faringite,

paralisia facial, afonia, astenia mental, dores oculares, artrite temporomandibular,

dor e paralisia de membros superiores, neura neurastenia, dores em geral,

depressão, mania, parto prolongado, urticária, dor abdominal.

Ig 11 – (TSIUO TZI) situa-se em uma reentrância na extremidade lateral da prega de

flexão do cotovelo. Tem a função de regularizar a circulação de qi e xué nos canais

de energia, fortalece as articulações, elimina o vento perverso e a umidade, elimina

o calor perverso do yang Ming, refresca o calor reduz a febre, transforma a

umidade–calor, regulariza e umedece o Dan Chang e o fei qi. Indicado para dores do

cotovelo e do braço, epicondilite lateral, hemiplegia, paralisia, febre, urticária,

hipertensão arterial, eczema, neurodermite, eplepsia, depressão e mania, angustia e

amnésia.

Figura 5 – posição do ponto Ig11

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Ig 19 – (HOU TSIAO) situado a meio tsun lateral ao ponto VG 26, situado no filtro

nasal. Indicado para paralisia facial, epistaxe, obstrução nasal, rinite, desmaios,

perda de consciência.

Ig 20 – (ING SIANG) situa-se entre o sulco nasolabial e a asa do nariz, a meio tsun

desta. Função: Circula o qi do nariz, dissipa o vento, o vento-frio e o vento-calor,

dissipa o calor perverso alojado no qi, remove a estagnação de qi do nariz. Indicado

para obstrução nasal, patologia do nariz, anosmia, paralisia facial, prurido facial,

edema da face, sinusite, ascaridíase das vias biliares.

Figura 6 – posição dos pontos Ig19 e Ig 20

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

E 2 – (SE PAÉ) situa-se a três décimos de tsun ao E1, em uma depressão óssea

sob a margem infra-orbital. Tem a função de clarear a visão, faz a difusão do gan qi

(F), fortalece o dan qi (VB), elimina o vento perverso e o frio, relaxa o qi dos

músculos faciais, remove a obstrução de qi dos canais de energia principais, faz a

limpeza do calor. Indicado para paralisia facial, afecções oculares, tremores de

pálpebras, neuralgia do trigêmeo, ceratite, miopia, sinusite, edema facial alérgico.

E 3 – (TSIU TSIAO) Situa-se abaixo de E2, lateralmente ao sulco nasolabial, na

linha horizontal que passa pela margem inferior da asa do nariz. Tem a função de

ativar a circulação do xue nos canais de energia, relaxa o qi dos músculos faciais,

dispersa o vento e o frio perversos. Indicado para desvio da boca, afecções

oculares, inflamação e dor na região zigomática e nos lábios, rinite, neuralgia do

trigêmeo, paralisia facial.

E 4 – ( TI TSANG) Situa-se a quatro décimos de tsun , lateral ao ângulo da boca, na

linha perpendicular da pupila. Tem a função de regularizar a circulação de qi e

remove a obstrução de qi dos canais de energia, fortalece as funções energéticas do

wei, relaxa o qi dos músculos da face, dispersa o vento e o frio do yang Ming.

Indicado para desvio da boca, trismo, impossibilidade de abrir a boca, odontalgia,

inflamação da bochecha, impossibilidade de fechar os olhos, tiques faciais,

sialorréia, neuralgia do trigêmeo.

E 5 – (TA ING) Situa-se na união da margem anterior do músculo masseter com a

margem inferior do corpo da mandíbula, próximo a artéria facial. É o ponto que rege

a mandíbula. Indicado para acne facial, dermatose e dermatite faciais, odontologia,

inflamação da bochecha, trismo, edema de bochecha, dor de pescoço, paralisia

facial, rinites, prurido nasal, parotidite, bócio, doenças da corda vocal.

Figura 7 – posição dos pontos E1,2,3,4,5,6 e 7

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

E 6 – (TSIA TCHÉ) Situa-se um tsun abaixo do lóbulo da orelha, sobre a saliência do

músculo masseter, na mordida, ou reentrância no repouso, exatamente acima do

ângulo da mandíbula. Função de harmonizar o qi do wei, fortalece os dentes e a

mandíbula, melhora o qi da articulação temporomandibular, remove obstrução de qi

dos canais de energia, dispersa o vento e o frio perversos, faz a limpeza do calor

perverso, relaxa os músculos faciais. Indicado para desvio da boca, odontalgia dos

dentes da mandíbula, analgesia dentaria da arcada inferior, trismo, dor e inchaço da

mandíbula, paralisia facial, parotidite, artrite temporomandibular, espasmo do

músculo masseter.

E 7 – (SIA KUAN) Situa-se na incisura da mandíbula, depressão palpada logo

abaixo do arco zigomático e a frente da cabeça da mandíbula. Função de dispersar

o vento, o vento-calor e o frio do yang Ming, melhora as funções energéticas da

orelha e da articulação temporomandibular, ponto especifico para tratamento das

doenças do maxilar. Indicado para odontalgia dos dentes maxilares, analgesia

dentaria da arcada superior, desvio dos olhos e da boca, paralisia facial, surdez,

zumbido, piorréia alveolar dentária, artrite temporomandibular, espasmo do músculo

masseter, neuralgia do trigêmeo, otite média, otalgia e trismo.

E 36 – (SAN LI) Situa-se a três tsun distais ao E35 e a um tsun lateral a margem

anterior da tíbia, entre os músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos. É um

ponto regularizador de energia. Aumenta a energia essencial. Indicado para gastrite

aguda e crônica, ulceras gástricas e duodenal, enterites aguda e crônica, pancreatite

aguda, indigestão.

Figura 8 – posição do ponto E36

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

E42 – (TCHONG YANG) Situa-se a um e meio tsun distais ao E41, sobre o ponto

mais alto do dorso do pé, ao lado da pulsação da artéria do dorso do pé. Esse ponto

fortalece o PI qi e do wei, acalma o shen, harmoniza a circulação de qi dos canais de

energia luo, dispersa umidade e vento perverso, faz a limpeza do calor do wei e do

calor perverso, circula o qi para o pé. Indicado para edema da face, cefaléias,

paralisia facial, odontalgia, pon especifico para o tratamento de patologia do pé,

paralisia e fraqueza do pé ou do braço, epilepsia, gengivite, dor e inflamação do

dorso do pé, febre, insanidade mental, depressão e mania.

Figura 9 – posição do ponto E42

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

F3 – (TAÉ TSONG) situa-se no dorso do pé, no espaço entre o 1º e 2º ossos do

metatarso e a um e meio tsun proximais ao F2. Funções: harmoniza e tonifica o gan

qi e do xué, harmoniza o qi e o Dan qi VB, dispersa umidade calor, refresca o xué,

relaxa os tendões e músculos.

Figura 10 – posição do ponto F3

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Id18 – (TSIUANN TSIAO) situado na vertical que passa pelo ângulo lateral do olho,

em uma reentrância muscular abaixo da margem inferior do osso zigomático. Ponto

de reunião dos canais tendinomusculares yang do pé, tem a função de dispersar o

vento e o frio perversos, faz a limpeza do calor perverso. Indicado para desvio da

boca e dos olhos, papuz sob os olhos, odontalgia, paralisia facial, nevralgia do

trigêmeo, espasmo do músculo facial.

Id19 – (TING KONG) situado em uma depressão anatômica que se localiza na

região anterior ao trago da orelha e que se forma quando se abre a boca. Tem a

função de harmonizar o qi da audição, remove a obstrução de qi e de xue dos vasos

sanguíneos, acalma o shen. Indicado para surdez, zumbido, otalgia, otite media,

inflamação externa da orelha, tonturas, vertigens, odontalgia, parotidite, trismo.

Figura 11 – posição dos pontos Id18 e Id19

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

B2 – (TSOAN TCHOUB) Situa-se na extremidade medial do supercílio, onde existe

uma pequena reentrância óssea. Tem a função de clarear a visão, dispersa o vento

e o calor perversos. Trata crises de espirro, sinusite frontral, espasmo palpebral,

nevralgia oftálmica, paralisia facial, cojuntivite aguda, excesso de lágrimas.

Figura 12– posição do ponto B2

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Vb1 – (TONG ZI LIAO) situado a meio tsun lateral ao ângulo lateral do olho, fechar

os olhos do paciente para localizar o ponto. Faz circular o qi no canal de energia,

clareia a visão, dispersa o vento e o calor perversos. Indicado para cefaléias,

enxaquecas, olhos avermelhados, inflamados e dolorosos, distúrbios da visão,

cegueira subta, paralisia facial, atrofia do nervo óptico, glaucoma, dor ocular.

Figura 13 – posição dos pontos Vb1 e Vb2

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Vb2 – (TING HUI) situado em uma depressão interossea que se forma quando se

abre a boca, adiante e abaixo do trago, ou a meio tsun para baixo do ponto Id19.

Tem a função de ativar a circulação do xue, remover as obstruções de qi dos canais

de energia, fortalece a audição, dispersa a umidade-calor do gan e do Dan, dispersa

o vento e o calor perversos. Indicado para surdez, zumbido, odontalgia, antrite

temporomandibular, paralisia facial, otite média, esquizofrenia.

Vg20 – (FENG CHI) situa-se no crânio no topo da cabeça na linha vertical entre as

orelhas. Tem a função de manter o yang qi do corpo, estabiliza a subida do yang qi,

acalma o shen e as emoções e clareia a mente, relaxa os tendões e músculos.

Indicado para cefaléia, insônia, ansiedade, palpitação e desejo de chorar.

Figura 14 – posição do ponto Vg20

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

Yintang – situa-se na linha mediana anterior da face, na correspondência de uma

linha horizontal, no meio entre as sobrancelhas. Função: elimina as energias

perversas vento e calor, acalma o shen e clareia a mente. Indicado para cefaléia,

HA, insônia, agitação psíquica, perturbação mental, pesadelos, rinite, vertigens.

Figura 15 – posição do ponto yintang

Fonte: OGAL, H.P. & STOR, W. Atlas Gráfico de Acupuntura Seirin. Espanha 2005.

3.5.5 Tratamento auricular

A auriculoterapia pode ser usada em todos os tipos de problemas físicos e

psíquicos, abrangendo uma vasta relação de tratamentos. Tendo como fundamento

o reflexo direto sobre o cérebro e, através deste, sobre todo o organismo, ela é um

método completo de terapia. Seu uso associado a outras terapias, dinamiza os

efeitos benéficos de qualquer tratamento.

A concentração dos pontos no pavilhão auricular, obedece, entretanto, a leis

seculares. A quase totalidade dos pontos leva a denominação do órgão ou região do

corpo sobre o qual tem efeitos reflexos (PEREZ, C.N.- 2000).

Maciocia (2000) comenta que o estímulo auricular por agulhas procura

tonificar ou sedar os órgãos e regiões do corpo. Utiliza-se de tonificação, quando

houver manifestação de deficiências, fraquezas, hipofunções, falta de energia etc. A

sedação diminui a atividade, reduz a função, seda dores, febres, etc.

O mecanismo de ação sob o ponto de vista fisiopatológico de Pavlov é que

todo órgão tem relações diretas com o sistema nervoso central e, em particular, com

o córtex cerebral. Na enfermidade o órgão produz perturbações da energia nutriz de

caráter yin. A evolução da doença faz aumentar a má estimulação do córtex.

Ao estimular pontos no pavilhão auricular, a seguir, o influxo nervoso, tanto

aferente como eferente a nível de córtex, se torna normal, melhorando a função de

nutrição yang. No órgão aumenta a força de resistência ante a agressão da doença

e o objetivo de cura é alcançado (PEREZ, C.N.- 2000).

O pavilhão auricular está dividido em regiões, onde os pontos estão inseridos

como lóbulo, trago, incisura supra-trágica, incisura inter-tragica, anti-trago, anti-hélix,

raiz superior do anti-helix, raiz inferior do anti-hélix, fossa triangular, sulco da escafa,

hélix, raiz da hélix, região periférica da raiz da hélix, concha cimba, concha cava,

dorso auricular, os pontos estão distribuídos nessas regiões de acordo com a as

víscera, órgãos, estruturas musculares e ósseas. Lembrando que a orelha se

assemelha muito a uma criança de cabeça para baixo (YAMAMURA – 2002).

Figura 16 – regiões auriculares

Para o tratamento da paralisia facial utilizou-se os pontos abaixo

relacionados, pontos estes destacados por Perez, C.N (2000), Maciocia (2000) e

Yamamura (2002).

Shenmen – Ponto situado no vértice do ângulo formado pela raiz inferior e a raiz

superior do anti-hélix. Utilizado na maioria das enfermidades, devendo ser profunda

a colocação da agulha, é um ponto de estimulação do sistema nervoso central,

devendo ser tonificado no caso da paralisia facial.

Simpático – ponto situado no meio da raiz inferior abaixo da membrana do hélix.

Usa-se este ponto em todos os programas de analgesia e anestesia, hepatite, tosse,

coqueluche, espasmos estomacal, diarréia, distensão abdominal, hipertensão

arterial, insuficiência renal, distúrbios do sistema neuro-vegetativo, entre muitos

outros.

Face – É um ponto situado a 5mm do ponto do olho, numa linha horizontal. Além de

ser indicado para a paralisia facial também é utilizado para nevraugia do trigêmeo,

espinhas, acnes, sinusite facial, traumatismo da face, no caso da paralisia facial

dever ser tonificado.

Boca – Ponto situado no meio da segunda área. Indicado para afonia, cordas vocais,

amigdalites, faringites, aftas, leucoplasia, papiloma, odontalgia, gengivites e

inflamações na região da boca e lábios.

Olho – Está situado no centro do lóbulo, numa linha que une o ápice do antítrago ao

ponto hélix. É indicado para lesões da córnea, deficiências visuais, todo problema

que se relaciona a visão, como também com a paralisia facial devendo ser

tonificado.

Tronco cerebral – Ponto situado no meio da incisura na junção do anti-trago com

anti-helix. Deve-se usar este ponto em todos os programas que incluam problemas

com seqüelas de comoção cerebral, paralisia cerebral, seqüelas de meningites,

esquisofrenia, psicoses, encefalite.

Subcortex – Ponto situado na curva ascendente em direção ao ápice do anti-trago,

na borda superior da concha, ao lado do ponto do ovário. Indicado para paralisia

devendo ser tonificado, hemiplegia, tetraplegia, distúrbios de secreção glandular,

artrite, artrose, espasmos faciais, seqüelas de AVC, seqüelas de meningite,

seqüelas de hemorragia cerebral entre outros.

Fígado – Ponto situado na concha cimba, a 1mm da junção desta com o anti-hélix,

no nível do prolongamento da borda inferior da raiz do hélix, aurícula direita.

Indicado para hepatite infecciosa aguda ou crônica, malaria, febre amarela,

indigestão, ascite, diarréia, vasculite, problemas da visão e da digestão,convulsões,

paralisia facial etc.

Mandíbula – Ponto situado a 1mm do meio da escafa, numa linha que a separa do

lóbulo. Indicado para anestesia da mandíbula, extrações dentarias, consolidação de

fraturas, leucoplasias, sarampo, recuperação de problemas traumáticos.

4 METODOLOGIA

4.1 AMOSTRA

O presente trabalho é um estudo de caso de um paciente, M. A. D, 33 anos

de idade, cor clara, estatura 1,65 metros, trabalha com vendas externa, adquiriu a

paralisia facial no mês de março de 2009, o mesmo relata ter trabalhado muito no

dia anterior ao ocorrido, comentou ter tido cefaléia na região lateral e occiptal. No

outro dia pela manhã acordou apresentando a paralisia facial do lado direito,

observando-se os seguintes aspectos:

- Pálpebras caídas;

- Lábios e ângulo da boca caídos;

- Olhos secos com lacrimejamento deficiente;

- Dificuldade de fechar os olhos e manter a saliva na boca;

- Dificuldades no pronunciamento de algumas palavras;

- Algia em região posterior da orelha direita, na forma latejante;

- Ausência de rugas de expressão facial em hemiface direita;

- Cianose no lado acometido.

O paciente procurou um médico, o qual realizou exames clínicos não

constatando nenhuma anormalidade como tumores, cisto ou qualquer outra

alteração que pudesse estar ligada ao problema, o mesmo foi medicado e

encaminhado para a fisioterapia.

Após 6 sessões de fisioterapia e ingerindo medicamento o paciente relatou

não ter tido nenhuma melhora significativa, por este motivo resolveu procurar um

tratamento alternativo, alguns amigos o informaram sobre a acupuntura. Após a

anaminese do paciente foi aconselhado dar continuidade ao tratamento

fisioterapêutico e medicamentoso.

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Para este trabalho utilizou-se a condição para tratamento por acupuntura o

paciente que apresenta-se paralisia facial periférica recente.

4.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Todos os aspectos que influenciariam negativamente no processo como outro

tipo de paralisia facial por traumas, cistos, neurotmese etc.

4.4 LOCAL

Os atendimentos foram realizados na clinica Duo, Av Coronel Francisco J. l.

Gomes, 327, Jardim Panorama I, no período das 15 as 16 hs.

4.5 MATERIAIS

Utilizou-se para esse experimento os seguintes materiais:

- Agulhas sistêmicas, tamanho 0,20 X30 e 0,18X15, marca dongbang, agulhas de

auriculo 0.20X2X1,0 dongbang;

- Algodão;

- Pinça para auriculo;

- Alcool 70%;

- Luvas;

- Estesiometro;

- Recipiente para as agulhas.

4.6 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O paciente foi atendido na clinica DUO, sito a Av Coronel Francisco J. l.

Gomes, 327, Jardim Panorama I, ao qual realizou quinze sessões, de 11 de abril de

2009 a 18 de julho de 2009, uma vez por semana pelo tempo de 45 minutos, sendo

os dez primeiros para colher informações sobre as variações do quadro clinico e os

demais para o tratamento.

A sessão começava em decúbito dorsal, com rolo abaixo dos joelhos para melhor

relaxamento do paciente.

Os pontos sistêmicos selecionados foram o Vg20, yintang, Ig04, Ig11, Ig19,

Ig20, Id18, Id19, E2, E3, E4, E5, E6, E36, E42, F3.

Pelo fato do paciente poder realizar apenas uma sessão por semana utilizou-

se pontos auriculares para dar continuidade ao tratamento em casa, são eles os

pontos shenmen, simpático, face, boca, olho, tronco cerebral, subcortex, pontos

auxiliares fígado e mandíbula.

4.7 AVALIAÇÃO CLINICA DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Até hoje não existe uma padronização para mensurar o grau da paralisia

facial periférica, os dados são muito subjetivos principalmente se a paralisia facial

estiver relacionada com traumatismo direto ou indireto sobre o nervo facial. O

sistema de House-Brackmann (AMORIM, F. T. R. – 2007), sendo o mais

amplamente aceito e adotado pela Academia Americana de Otorrinolaringologista

anexo 01.

4.8 AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE DA REGIÃO

O estesiômetro foi utilizado para o teste de sensibilidade exteroceptiva,

contém 6 filamentos flexíveis nas cores verde, azul, violeta, vermelho escuro, laranja

e vermelho claro. Cada um desses filamentos apresenta uma espessura, sendo a

cor verde a mais fina e a vermelha mais espessa. Os filamentos representam a

sensação de 0,05 gr a 300 gr.

Seguiu-se o processo de montagem dos filamentos do estesiômetro,

conforme instruções de montagem do equipamento (figura ). Apartir daí utilizou-se

os filamentos para avaliação sensorial de modo perpendicular a região.

Neste estudo, foi considerado o seguinte critério para análise dos dados: A

não percepção dos filamentos – alteração sensorial.

Para avaliar o estado de evolução do paciente, utilizou-se o estesiômetro na

primeira sessão e a cada três sessões subseqüentes, a intenção foi de mensurar a

sensibilidade exteroceptiva na região. As regiões foram identificadas da seguinte

forma: 1 - frontal na testa, 2- do nariz até o arco zigomático, 3- da asa do nariz até o

queixo.

Foi utilizado o primeiro filamento de cor verde, tocando a região, por um

tempo de aproximadamente 1,5 segundos, com uma leve pressão para que o

filamento enverga-se, foi perguntado ao paciente se sentia o estímulo e em qual

local. Se o paciente não relatasse nenhuma sensação, era permitido mais uma

estimulação na mesma região.

Após o término do teste em todas as regiões passou-se para a cor seguinte,

testando apenas as regiões que não apresentaram sensibilidade.

Quando relatada resposta positiva ao filamento era registrada a cor do

monofilamento em cada região. Quando relatada resposta negativa, nada era

anotado passando para a cor seguinte, procedeu-se assim para cada avaliação.

Figura 17 – regiões da face a serem Avaliadas

5 RESULTADOS

Para avaliação utilizou-se do estesiômetro e do sistema House-Brackmann,

no qual o Sr. M.A.D. apresentou grau V o que representa uma disfunção severa.

De acordo com o teste de sensibilidade e pela manifestação verbal do

paciente, na primeira sessão o mesmo apresentou sensibilidade negativa na

hemiface direita, da seguinte forma:

- Região 1, frontal da testa, apresentando sensibilidade com o filamento

violeta.

- Região 2, do nariz até o arco zigomático, sensibilidade com o filamento azul.

- Região 3, da asa do nariz até o queixo, sensibilidade com o filamento azul.

Somente na terceira sessão obteve-se restabelecimento da sensibilidade da

região 2 e 3, o paciente percebeu a estimulação com o filamento verde ao primeiro

toque como também a estimulação das agulhas sistêmicas nessas regiões. Houve

também uma evolução na sensibilidade na região 1, pois passou para o filamento

azul.

Observou-se melhora na fala, o paciente conseguiu manter o ar nas

bochechas por mais tempo, a pálpebra direita passou a realizar movimentos de abrir

e fechar, o olho direito apresentou maior lubrificação da região, mas ainda não

consegue fechá-lo inteiramente, a musculatura da testa não apresentou melhoras

visíveis como levantar as sobrancelhas, o ângulo da boca manteve-se na posição

normal, mas não recuperou a simetria ao realizar a ação de elevação. O paciente

relata também que não está mais babando, passou a ter maior controle da

deglutição e que utilizou menos colírio. Segundo o sistema House-Brackmann,

passou a apresentar disfunção moderada severa evoluindo para o grau IV.

Apresentou na sétima sessão uma melhora muito significativa, percebe-se

uma boa recuperação na expressão facial como na ação do sorrir na hora da alegria,

e no franzir da testa no momento de raiva, mas pouca manifestação da musculatura

do ventre frontal no momento de elevar a sobrancelha direita, as pregas verticais

acima da sobrancelha apresentam-se mais perceptíveis, mas não se manifestam

nas ações faciais. Evoluiu para o grau III o que representa uma disfunção moderada,

vale comentar que todas as regiões houve a recuperação total na sensibilidade

exteroceptiva.

Antes da décima sessão houve melhoras no âmbito das mímicas faciais, mas

ainda assim a região 1 do lado direito apresentou pouca evolução, o paciente

apresenta dificuldades ao realizar a ação de elevar a sobrancelha do lado

acometido.

Ao ser avaliado na décima segunda sessão o paciente demonstra uma

evolução bem significativa nas regiões 2 e 3, passando a apresentar o grau II que

representa uma disfunção leve. A região 1 manteve-se sem alteração.

Não houve melhoras significativas na avaliação da décima quinta sessão, as

ações musculares e expressões ainda apresentam uma disfunção leve, segundo o

paciente, se sentia satisfeito com a melhora alcançada, comentou que iria dar

continuidade ao tratamento.

6 DISCUSSÃO

Embora seja comum uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, a maioria

dos pacientes evolui para a recuperação dentro de algumas semanas. No entanto,

quando há evidências de desnervação após dez dias, pode-se esperar uma demora

no início da recuperação (três meses em média). Alguns estudos afirmam que o

tempo médio de recuperação do nervo facial pode durar de 15 dias até quatro anos.

(GARANHANI, M.R. et all – 2007).

Neste estudo de caso utilizou-se conceitos e técnicas tradicionais da medicina

chinesa e observou-se a recuperação e a movimentação dos músculos da face no

âmbito dos 90%, por um período ralativamente pequeno em relação a outros

tratamentos convencionais para a paralisia facial.

Calais, L.L. et all (2005) comentam que a maioria dos pacientes apresentou

preservação dos movimentos de testa e de olhos e assimetria de movimentação de

lábios. Entretanto, a elevação do nariz apresentou simetria em pouco mais da

metade do grupo, o que passa a não ser significativo para um diagnóstico diferencial

entre a paralisia facial central e periférica, considerando-se que entre os pacientes

que apresentaram simetria da movimentação foi observada a queda da asa nasal no

repouso.

Comparando com o estudo de Calais (2005), na questão da simetria e

recuperação dos movimentos da testa não houve recuperação satisfatória no

presente estudo de caso, pois, o mesmo na décima quinta sessão ainda

apresentava dificuldades de elevação da sobrancelha direita. Fica notório que cada

indivíduo apresenta recuperação diferente dos demais, pois, existem muitas

contradições no que diz respeito a avaliação precisa das deficiências adquiridas,

pois cada situação e pessoa responde de forma diferente aos tratamentos utilizados.

SOARES, A.C.C.; SILVA, L.R.; BERTOLINI, S.M.M.G. 2002, comentam que

houve uma eficácia terapêutica na primeira semana. De acordo com alguns autores

a recuperação ocorre em torno de um a dois meses, porém neste estudo, na sétima

sessão (duas semanas) foi observado um resultado satisfatório com as técnicas

utilizadas de fisioterapia.

O tratamento com acupuntura também foi satisfatório, observou-se melhoras

na terceira sessão o que corresponde a três semanas, lembrando que o paciente

pôde ser tratado apenas uma vez por semana, por motivos particulares e de

trabalho.

Segundo alguns estudos que utilizaram apenas de tratamento

medicamentoso, indicam que a recuperação leva em média dois anos, mas outros

tratamentos demonstram maior eficiência em relação ao tempo, por isso a

importância de inter-relação entre as áreas terapêuticas.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo de caso fica comprovado a eficiência do tratamento pela

acupuntura, que a presente técnica pode auxiliar ou mesmo fazer parte da

recuperação, juntamente com outros métodos para a melhorar os sintomas da

paralisia facial periférica.

Existem poucos trabalhos relacionados a acupuntura, por esse motivo há a

necessidade de novas pesquisas para determinar graus de melhora com a

acupuntura, sendo que esta técnica pode ser utilizado como tratamento alternativo

em pacientes que apresentam PFP como também para outros acometimentos.

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ANEXOS

ANEXO 01 - Sistema de House-Brackmann

8 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

AMORIM, F. T. R. Paralisia Facial Periférica: Tratamento através da acupuntura e

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CITE, como parte das exigências do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em

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