Como Ler Pensamentos.
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http://piramidal.net/2008/04/19/aprendendo-a-ler-pensamentos/
Antes de mais nada esclareço que não sou psicólogo nem parapsicólogo e, neste texto, usarei algumas
expressões conhecidas mas que talvez não tenham o significado que normalmente lhes são atribuídos
nestas áreas de estudo. Este texto e suas expressões são o resultado de meus estudos e experiências
pessoais, em caráter autodidata, e meu entendimento particular decorrente disso. Tentarei ser o mais
claro possível ao passar as idéias, e espero que as mesmas encontrem o entendimento correto de acordo
com os padrões de conhecimento e interpretação de cada leitor.
Ao contrário do que normalmente se pensa, ler pensamentos não é algo difícil, mas
justamente o contrário; é algo não apenas fácil mas virtualmente inevitável.
Deepack Chopra afirma em seus livros que, embora nosso cérebro seja definido no
espaço e no tempo, restrito dentro de nossa caixa craniana, nossa mente não é.
Segundo ele aquilo que nós somos de fato, nossa consciência ou, como diria
Gurdjief, o observador, é não-temporal e não-espacial, não limitado nem pelo
espaço nem pelo tempo. Assim, a consciência está em todo lugar e em todo tempo.
Diariamente estamos imersos em um mar de ondas-pensamentos onde nossos
cérebros funcionam como receptores e transmissores. Ao mesmo tempo que somos
influenciados por esse mar de ondas-pensamento também somos seus criadores e
mantenedores. Aldous Huxley deixa claro em “As portas da percepção” que a
função essencial de nosso cérebro é filtrar a infinidade de estímulos que nos cerca,
deixando passar para o nível consciente (para o observador) apenas aquilo que é
importante para a sobrevivência biológico do organismo. Se assim não fosse nossa
consciência estaria tão saturada com percepções que a vida, tal como a
conhecemos, seria impossível.
Ao mesmo tempo em que essa filtragem é necessária e benéfica, também é nosso
grande obstáculo. Castaneda fala da necessidade de transcender a realidade
cotidiana para conseguir ver o mundo como ele é de fato, sem limitações, ou ao
menos sem as limitações com que estamos habituados, conseqüências de nossos
sentidos de percepção. Em seus livros Dom Juan, ao ensinar seu aprendiz de
feiticeiro, resume todo seu ensino numa única frase: todo o treinamento consiste
em desaprender o que você aprendeu. James Redfield, em A profecia celestina, faz
referência a característica que possuímos de desenvolver respostas automáticas
para estímulos externos, criando, ao longo dos anos, uma espécie de couraça
mental onde a maioria das nossas reações são respostas automáticas. É como se
funcionássemos, a maior parte do tempo, em piloto automático.
Isso ocorre porque, desde nosso nascimento, nossa consciência é progressivamente
treinada para se enquadrar nos padrões presentes neste mundo e que são
conhecidos como a realidade comum. Assim nos habituamos a focar nossa atenção,
e consciência, em apenas alguns elementos que são, segundo Huxley, necessários
a nossa sobrevivência e para manter nossa relação com o meio em que nos
encontramos. O lado ruim desse treinamento é que, quanto mais nos embrenhamos
na realidade comum e nos entrozamos a ela, mais limitamos nossas percepções
sensoriais e nossas possibilidades de perceber o mundo. Quando Dom Juam diz que
devemos desaprender ele quer dizer que devemos deixar de lado nossos padrões
mentais de reconhecimento e resposta que fazem nossa ligação com o mundo
exterior.
Huxley realizou diversas experiências com substâncias alucinógenas a fim de
ultrapassar os limites comuns de percepção. Castaneda também, num primeiro
momento, utilizou a Erva do Diabo, passando depois a adotar outros exercícios com
a finalidade de quebrar o padrão de respostas automáticas citado por Redfield, tais
como, a técnica no “não fazer”, a espreita (ou observação atenta), o “andar do
guerreiro”, dentre outras. O objetivo de tais exercícios é fazer com que o sujeito
mude seus padrões mentais e conseqüentemente seus padrões de percepção,
saindo do piloto automático, a aprendendo a ver aquilo que sempre esteve diante
de seus olhos, mas nunca foi percebido de forma consciente.
Um exemplo: você vai a uma feira de frutas e diz para seu acompanhante procurar
uma fruta do conde. Andando pela feira ele irá procurar a tal fruta de barraca em
barraca, focando sua atenção nisso. Chegando no final da feira, tenha ele
encontrado ou não a fruta, pergunte-lhe se ele viu, por acaso, os kiwis que estavam
em uma determinada barraca. Provavelmente ele dirá que não os viu. Porque? Pelo
simples fato de que não os estava procurando. As imagens dos kiwis ficaram
gravadas em seu subconsciente, e poderão ser acessadas por algum processo de
hipnose, mas ele não lhes tomou conhecimento a nível consciente. Da mesma
forma, muitas informações que chegam a nossos sentidos de percepção, nos
passam despercebidos, simplesmente porque nossa atenção não estava dirigida a
elas.
Da mesma forma os pensamentos das pessoas a nossa volta, próximas ou
distantes, estão o tempo todo a atravessar nosso cérebro e sensibilizar nossos
sentidos de percepção, só que nós nos habituamos a ignorar esses sinais, focando
nossa atenção naquilo que nos é mais essencial para nosso nossa sobrevivência ou
nosso prazer imediatos. O grande segredo para se ler pensamentos então, não é
capta-los, pois isso é coisa não só possível como inevitável, mas sim, desenvolver a
habilidade de, conscientemente, conseguir distinguir, dentre a massa de ondas-
pensamentos que nos abordam todo o tempo, aquelas ondas específicas que são de
nosso interesse.
Para tanto, o primeiro passo a ser dado é perceber que nós não somos os nossos
pensamentos, mas estes são parte de nós. Pensamentos e consciência são coisas
distintas, mesmo que se influenciem mutuamente e se entrelacem a tal ponto em
que se tornem praticamente inseparáveis. Nesse sentido algum método de
meditação, como o adotado por Gurdjief, praticantes budistas ou outros, que focam
a importância do observar atentamente e do não-pensar, pode ser muito útil. A
medida que se habitua a observar os próprios pensamentos percebe-se que eles
são quase como entidades próprias, vagando por nossas mentes como folhas
sopradas pelo vento. A partir do momento em que se consegue distinguir os
pensamentos como elementos relativamente distintos de nós mesmos,
conseguimos diferenciar melhor o que é onda-pensamento do que é a consciência
(o observador) que percebe as ondas-pensamento.
O segundo passo é aprender a diferenciar pensamentos internos de pensamentos
externos. Pensamentos internos são aqueles cuja origem são nossa própria mente,
resultado de nossos desejos, medos, vontades, alegrias, tristezas, etc.,
normalmente guardados em nosso subconsciente, de onde ecoam em todas as
direções e ajudam a compor o mar de ondas-pensamentos em que estamos
mergulhados. Pensamentos externos são aqueles cuja origem são as mentes de
outras pessoas, que chegam até nós por telepatia. Ainda aqui a técnica meditativa
de observar, com uma pequena adaptação, pode ser de grande utilidade.
Observando os pensamentos que passam por nossa percepção, com o tempo,
começamos a perceber padrões que se repetem. Esses padrões vão nos indicar as
origens mais prováveis dos pensamentos, se externas ou internas.
Neste ponto um exercício que pode ajudar bastante é o que se poderia chamar de
exercício de proximidade. Ele se baseia no campo de energia que normalmente
rodeia as pessoas. Esse campo é mencionado por diversos místicos e esotéricos, e
já foi medido por pesquisadores russos através de aparelhos eletrônicos sensíveis.
Segundo a parapsicologia, que estuda fenômenos paranormais (alguns relacionados
direta ou indiretamente com esse campo), ele se estende a cerca de 5 ou 10 metros
de distância da pessoa que o gera. Pessoas com percepção bem treinada
conseguem perceber esse campo a distâncias de até 15 ou 20 metros. Nele estão
gravadas várias de nossas qualidades, emoções e, pensamentos. Também estão
gravados nosso passado e nosso futuro, sendo justamente através dele que os
videntes costumam fazer suas leituras, mas isso já é tema para outro texto. A
habilidade de perceber esse campo é chamado, na parapsicologia, de Hiperestesia,
e a habilidade de ler pensamentos por meio dele é chamado Hiperestesia Indireta
do Pensamento.
Gostemos ou não, percebamos ou não, nosso campo influencia as pessoas a nossa
volta e é influenciado por elas. Aprender a perceber esse campo e sua influência
sobre nossos pensamentos (e emoções) é muito útil no desenvolvimento da
habilidade de diferenciar pensamentos internos de externos. A prática é bastante
simples: quando estiver conversando com outra pessoa, ponha-se em estado
receptivo e limpe a mente, tentando não pensar em nada, prática desenvolvida nas
atividades meditativas de observação. Tranqüilamente observe os pensamentos
que passam por sua mente, sem questionar, sem qualificar, sem criticar ou elogiar,
apenas observando e registrando. Num primeiro momento provavelmente não se
consiga distinguir pensamentos mas apenas sensações ou emoções, elementos que
são normalmente mais intensos e por isso de mais fácil percepção, tais como raiva,
medo, alegria, afeto, etc. Com a prática constante e observação atenta começará a
perceber, em sua mente, os pensamentos da outra pessoa, emanados pelo campo
dela e induzidos no seu campo pessoal. Para esta prático, lembro, é fundamental
limpar a mente da forma mais completa possível para evitar que seus próprios
pensamentos, medos ou anseios, distorçam a leitura.
Depois que se conseguiu adquirir certa mestria em perceber padrões de
pensamento através do exercício de proximidade podemos passar para uma
atividade um pouco mais difícil, que é perceber padrões de pensamentos recebidos
por telepatia, vindos de origens distantes no espaço. Uma vez que você já tenha
identificado seus próprios padrões de pensamento e também as formas como
outras pessoas influenciam seus padrões através da proximidade, pela observação
atenciosa em momentos de prática meditativa, torna-se relativamente fácil
perceber quando ocorre uma intrusão, em sua mente, de uma onda-pensamento
externa. Logo que perceba o pensamento vagando em sua mente você notará que
ele não segue seus padrões pessoais e, portanto, é de origem externa. Com mais
prática será possível, também, identificar a origem desses pensamentos e, até
mesmo,através de um estado constante de vigília, perceber qualquer onda-
pensamento externa que chegue, vinda de qualquer origem e a qualquer hora.
Todo o procedimento aqui descrito é simples, embora não necessariamente fácil.
Acredito não ser necessário mencionar a importância de se desenvolver tal
habilidade, tanto no sentido de auxiliar a pessoas queridas, de forma próxima ou a
distância, tanto quanto no sentido de autoproteção contra influências externas
danosas, sejam de qual origem for. Influências insalubres pessoais, através do
campo de pessoas bioenergeticamente desequilibradas, intencionais ou não, podem
ser facilmente evitadas, evitando-se proximidade física com a pessoa, mas
influências no campo mental, à distância, são particularmente perigosas porque são
essencialmente invisíveis e não identificáveis.
Através das práticas mencionadas aqui pode-se desenvolver a habilidade de, a
qualquer momento, perceber a chegada de ondas-pensamentos, e seus ecos
correspondentes em nosso campo de bioenergia pessoal e nossa mente, no exato
momento em que chegam, e tomar as providências cabíveis para a proteção
psíquica. Também não preciso lembrar, creio, que pensamentos, mesmo que
pareçam inofensivos num primeiro momento, depois de um certo tempo ecoando
em nosso subconsciente e por conseqüência também em nosso campo
bioenergético pessoal, podem influenciar de forma desfavorável nosso equilíbrio
físico, prejudicando nossa saúde, e também nosso equilíbrio e bem estar mental.
Zhannko Idhao Tsw
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qualquer fim, desde que citada a autoria.
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