Comportamentalismo e educação- Marcus Vinicius da Cunha

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Educação EDU 452- Estágio Supervisionado em Ensino Fundamental Professor: Carlos Vasconcelos Farias Resenha Psicologia da Educação – Marcus Vinicius da Cunha – Capítulo II – Pavlov, Watson, Skinner – Comportamentalismo e Educação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Educação

EDU 452- Estágio Supervisionado em Ensino Fundamental

Professor: Carlos Vasconcelos Farias

Resenha

Psicologia da Educação – Marcus Vinicius da Cunha –

Capítulo II – Pavlov, Watson, Skinner – Comportamentalismo e Educação

Discente: Arlinda Rosenilda G. Dias 79150

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No início do Capítulo, temos a apresentação do Comportamentalismo ou Behaviorismo, como um termo criado por John B. Watson. Suas ideias ficaram conhecidas como Behaviorismo Metodológico.

Antes de Watson, Pavlov lançou as bases desse paradigma e outro pesquisador desta linha foi Burrhus F. Skinner, que fez uma abordagem denominada Behaviorismo radical.

O comportamentalismo refuta a psicologia cientifica que busca compreender o ser humano através da introspecção. Defende-se a tese de que o que não é possível estudar o que não seja visível e verificável, como por exemplo, o inconsciente. Esse só pode ter sua existência afirmada por nossos próprios sentimentos o que no cotidiano esteja ligado a ele.

Conceitos como id e ego, aos olhos de Watson são analisados apenas subjetivamente e, portanto, não seriam confiáveis.

Aceitando tais conceitos, a psicologia deixaria de ser aceita no rol das ciências. Para Watson, o objeto de estudo é tão somente tudo o que fosse observável e a esse objeto de investigação chamou-se comportamento.

Comportamento- expressão visível e quantificado de um organismo. A teoria do comportamentalismo é voltada à compreensão dos elementos antecedentes e consequentes ao comportamento. É possível apreender o que ocorre antes de um comportamento, os estímulos que antecedem ou sucede, bem como novos comportamentos da mesma ou de diferente natureza.

Assim sendo, o suposto interior, as emoções, as afetividades são desconsideradas. O comportamento é ligado ao que se dá no exterior, denominado estímulos. Para reduzir tal conceito chegou-se ao termo ER (estímulo-resposta).

Skinner vai além, colocando que o que se dá no interior em uma linha de possível estudo, mesmo que não observáveis. Para Skinner era preciso entender objetivamente as circunstâncias que cercam um indivíduo. Uma pessoa que se diz triste ou deprimida por exemplo, seu estado interior pode estar ligado à circunstancias ambientais como morte, desemprego, outros.

Há aqueles que combatem esse radicalismo Behaviorista, negando a influência do estado interno no comportamento visível. Um exemplo citado foi o ‘’estar com sede’’. Para um comportamentalista quem ingere água, o faz apenas em resposta a um tempo significativo sem beber água e o volume ingerido correlaciona-se a isso.

Na concepção dos comportamentalistas, é possível considerar que fatores ambientais domésticos, presença ou ausência de brinquedos, comportamento do professor, etc., como moldes do comportamento da criança.

Nesta visão, podemos inferir obtendo comportamento desejáveis, há uma conclusão que se pode controlar as ações e obter resultados seguros.

Na escola isto seria perfeito. Mais ganho para os alunos, professores e sistema de ensino. As práticas pedagógicas seriam para fins antecipadamente previstos e planejados.

Para Watson, fatores externos podem determinar toda e qualquer conduta que se deseja de um ser humano. O comportamentalismo diferentemente da complexa psicanálise,

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traz a simplicidade a serviço do controle. Seus críticos, no entanto, a consideram simplista, por ignorar as particularidades da alma humana.

Aprendizagem segundo Pavlov.

Estudando a salivação dos cães, estimulados por um pedaço de carne após muito tempo sem comer, e posteriormente percebendo que se no ato de mostrar a carne ao cão zoasse uma campainha repetidamente (estímulo condicionado), com o passar do tempo o cão condicionaria o som ao alimento e isso provocaria a salivação (resposta condicionada).

Diante deste fato, Pavlov sugere que tanto estímulos externos quanto internos podem ser dispostos a fim de produzir respostas.

Aprendizagem segundo Skinner

Skinner com sua ‘’câmara operante’’, observa que os ratos ao apertarem uma alavanca, têm acesso à comida. O aumento deste comportamento era o objetivo de Skinner. Para ele, a comida seria um prêmio condicionador do comportamento do rato, o que seria condicionamento operante.

Para Skinner somos resultados de interações com nosso ambiente, afirmando ser o indivíduo totalmente moldável pelas influências que o cercam.

Um exemplo seria a pirraça que a criança faz para ganhar da mãe algo que queira muito e sempre repete com o mesmo intento.

Tudo é analisado sob a ótica da probabilidade e não da certeza absoluta. São mais presentes em situações laborais e menos em situações reais da vida.

Características técnicas do comportamentalismo

Por usar animais infra-humanos, o comportamentalismo sofre críticas pois desconsidera aspectos psicológicos, históricos e culturais dos humanos.

É preciso considerar também que o comportamento pode e em geral está, cercado de variáveis e que nem tudo pode ser controlado, o que afeta o rigor científico da pesquisa.

Para que o professor pudesse comprovar tal efetividade do comportamentalismo, ele precisaria ampliar sua observação com o aluno também em ambiente que não o escolar

Alguns esquemas de reforçamento

Mesmo considerando o problema da transposição dos resultados quanto aos experimentos do comportamentalismo é possível perceber que especialmente os seres humanos tendem a ter um comportamento semelhante sob certos estímulos e ambientes.

Ainda usando o exemplo da birra da criança, se a mãe não lhe satisfizer o desejo com o passar do tempo essa birra tende a cessar.

A punição também poderia ser considerada mas os pesquisadores não a consideram.

O condicionamento parcial é outra variante, no caso da birra, como seria se a mãe cedesse ao filho algumas vezes sim e outras não? Essa criança continuaria a fazer birra mesmo ante ao insucesso?

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Há também o reforçador secundário, como exemplo temos um brinquedo para a criança que obtém uma boa nota. Ou seja, o estímulo não seria a boa nota, mas o brinquedo que dela resulta.

O comportamentalismo na escola

O professor em muitas das vezes acaba por fazer uso do comportamentalismo mesmo que na base do erro e acerto. Ele, o professor tem uma certa atitude com os alunos e tende a repeti-la ou não mediante a resposta dos alunos. Não há espaço para o rigor cientifico neste contexto, mas ele se faz presente no dia a dia.

Skinner foi quem mais analisou o comportamentalismo na escola. Um exemplo foi o uso de múltiplas respostas para o ensino de uma determinada matéria. Pega-se a resposta certa e a coloca junto com duas erradas, se aluno acerta passa adiante no conteúdo, em caso contrário, recebe mais instrução sobre a temática e é novamente testado. O reforço positivo está no passar adiante. Esse método permite que o aluno até possa estudar sozinho submetendo-se as avaliações.

Para Skinner a escola perdia tempo ensinando e ensinando mal. Para ele os conteúdos deveriam ser ensinados de forma simples e objetiva.

Comportamentalismo e Tecnicismo

O comportamentalismo não cria uma metodologia ou filosofia educacional. Skinner usou experimentos do comportamentalismo transpondo-os para a escola.

Os pensamentos de Skinner acharam ecos no pensamento pedagógico conhecido como tecnicismo, que enfatiza ações, métodos, técnicas e instrumentos.

Pelo molde do comportamentalismo, o tecnicismo pôde fornecer conceitos e métodos que convertem finalidades da educação em objetivos operacionais.

No tecnicismo pensa-se no objetivo i cria-se comportamentos relativos a essa finalidade.

A escola e a fábrica

Não podemos desconsiderar o contexto da criação do comportamentalismo. Os estados Unidos foram os criadores do fordismo e do taylorismo, foram os americanos os primeiros a eliminar a subjetividade nas atividades produtivas.

Transposição de esquemas empresariais para a escola. A escola define com precisão o que espera dos alunos que irá formar.

Tanta escola quanto fábrica tem por objetivo eficiência otimização de tempo e recursos.

Como um produto que passa pelo controle de qualidade o aluno passa por avaliação. Se na fábrica busca-se falha na matéria prima, na escola o problema seria o material didático.

Produção fabril e o aluno são visto sobre um mesmo ângulo, ambos resultados de condições ambientais – estímulos, operações de condicionamento etc.

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O método serve tanto para dentro de sala quanto para a instituição. O professor planeja, estabelece objetivos comportamentais, os recursos didáticos e avaliação do aluno. A instituição avalia o trabalho do professor e o resultado nos educandos.

Educação e sociedade

Muitos devem se sentirem desconfortáveis com a comparação de professores com mestres de obras, alunos com mercadoria e o trabalho do professor como simples condicionamento. Isso se dá porque o pensamento no campo educacional pé de que o professor seja o que forma pessoas e que não modela comportamento.

Para os comportamentalistas tal desagrado não passaria de semântica, já que formar pessoas passa pelo condicionamento comportamental. Para Skinner, o mais importante é criar uma sociedade organizada, já que esta quando existiram foi por puro acaso e não como fruto de meta elaborada de maneira racional.

Para ele, o comportamentalismo poderia embasar uma sociedade perfeita. Para os que defendem a ética, esse paradigma do comportamento estava sob domínio dos poderosos e esses exerciam o controle, o que era refutado por Skinner como contra controle se fosse utilizado pelos oprimidos.

Skinner, no entanto reconhece na ciência por ele defendida uma contradição com conceitos sagrados para a humanidade, tais como democracia, livre arbítrio iniciativa, etc.

O comportamentalismo achou espaço no Brasil por ocasião da ditadura, que pregava uma política de controle e restrição.

Mesmo os educadores pensando em outras metas para a escola e sociedade brasileira, não seria possível o comportamentalismo contribuir na educação e na ordem social?