CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

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CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO Administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental. Lacombe (2003, p.4) diz que a essência do trabalho do administrador é obter resultados por meio das pessoas que ele coordena. A partir desse raciocínio de Lacombe, temos o papel do "Gestor Administrativo" que com sua capacidade de gestão com as pessoas, consegue obter os resultados esperados. Drucker (1998, p. 2) diz que administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar. As principais funções administrativas são: • Fixar objetivos (planejar) • Analisar: conhecer os problemas. • Solucionar problemas • Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e as pessoas). • Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar) • Negociar • Tomar as decisões. • Mensurar e avaliar (controlar). Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar - POCCC. Destas funções a que sofreu maior evolução foi o "comandar" que hoje chamamos de Liderança. Profissão A profissão de Administrador é relativamente nova e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data que se comemora o dia do Administrador. Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que não é o dono do negócio) foram os que geriam as companhias de navegação inglesas a partir do século XVII. Estas empresas foram as primeiras sociedades anônimas que se tem notícia. Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração. Habilidades do Administrador 1

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Estudos referenciais sobre as Teorias Gerais da Administração

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CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental.

Lacombe (2003, p.4) diz que a essência do trabalho do administrador é obter resultados por meio daspessoas que ele coordena.

A partir desse raciocínio de Lacombe, temos o papel do "Gestor Administrativo" que com sua capacidade de gestão com as pessoas, consegue obter os resultados esperados.

Drucker (1998, p. 2) diz que administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar.

As principais funções administrativas são:• Fixar objetivos (planejar)• Analisar: conhecer os problemas.• Solucionar problemas• Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e as pessoas).• Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar)• Negociar• Tomar as decisões.• Mensurar e avaliar (controlar).

Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar - POCCC. Destas funções a que sofreu maior evolução foi o "comandar" que hoje chamamos de Liderança.

Profissão

A profissão de Administrador é relativamente nova e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data que se comemora o dia do Administrador.

Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que não é o dono do negócio) foram os que geriam as companhias de navegação inglesas a partir do século XVII. Estas empresas foram as primeiras sociedades anônimas que se tem notícia.

Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração.

Habilidades do Administrador• Habilidades Técnicas: Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas. Saber decidire solucionar problemas.• Habilidades Humanas: Saber lidar com pessoas, comunicando-se eficientemente, negociando,conduzindo mudanças, obtendo cooperação e solucionando conflitos.• Habilidades Conceituais: Ter Visão sistêmica.

Atitudes do Administrador

Proativo, ousado, criativo, bom exemplo, cumpridor das promessas, saber utilizar seus princípios, sercooperativo e ser um bom líder ajudando os funcionários para que eles possam crescer junto com a empresa.

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Teorias da administração de empresas

As teorias da administração podem ser divididas em várias correntes ou abordagens. Cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as características do trabalho de administração.

• Abordagem clássica da administração

Administração científica

Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da administração científica.Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor

• Em relação ao desenvolvimento de pessoal e seus resultados: acreditava que oferecendo instruçõessistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê-losproduzir mais e com melhor qualidade.

• Em relação ao planejamento a atuação dos processos: achava que todo e qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja determinada uma metodologia própria visando sempre o seu máximo desenvolvimento.

• Em relação a produtividade e à participação dos recursos humanos: estabelecida a co-participação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletirá em menores custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de produtividade.

• Em relação ao autocontrole das atividades desenvolvidas e às normas procedimentais: introduziu o controle com o objetivo de que o trabalho seja executado de acordo com uma seqüência e um tempopré-programados, de modo a não haver desperdício operacional. Inseriu, também, a supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases de um trabalho devem ser acompanhadas de modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades com as instruções programadas. Finalmente, apontou que estas instruções programadas devem, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados.

Metodologia do estudo

Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma ele buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época,o qual era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. Não havia, à época, interesse em qualificar o trabalhador, diante de um enorme e supostamente inesgotável "exército industrial de reserva". O estudo de "tempos e movimentos" mostrou que um "exército" industrial desqualificado significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários.

Organização Racional do Trabalho

• Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis,para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio.

• Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda dequalidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal.

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• Divisão do trabalho e especialização do operário

• Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.

• Incentivos salariais e prêmios por produtividade

• Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade

• Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos

• Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não poruma autoridade centralizada.

• Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais.

A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas.

O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que se movimenta conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético.

Princípios da Administração Científica

Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como consequência modificam-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer.

Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são:

1. Princípio do planejamento2. Princípio da preparação dos trabalhadores3. Princípio do controle4. Princípio da execução

Teoria clássica da administração

A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência.

Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade.

Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos Europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na difusão generalizada das idéias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios.

Princípios BásicosFayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor:

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• Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade.• Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.• Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contraordens.• Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.• Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.• Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.• Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.• Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.• Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.• Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisaem seu lugar.• Eqüidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa.• Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.• Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.• Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Osintegrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.

Funções Administrativas• Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Partede uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções.• Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros oumateriais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.• Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos.• Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudese esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.• Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.

Considerações sobre a Teoria Clássica• Obsessão pelo comando - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando.• A empresa como sistema fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente.• Manipulação dos trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores.

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Funções Gerenciais X Princípios CientíficosA Teoria da Administração Científica estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção enquanto a Teoria Clássica da Administração a estudava privilegiando a estrutura da organização.Ambas as teorias buscavam alcançar o mesmo objetivo: maior produtividade do trabalho e a busca daeficiência nas organizações. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. A conseqüência destas Teorias foi uma redução no custo dos bens manufaturados. Aquilo que fora um luxo acessível apenas aos ricos, como automóveis ou aparelhos domésticos, tornou-se disponível para as massas. Mais importante, foi o fato de que a teoria tornou possível o aumento dos salários, ao mesmo tempo em que reduzia o custo total dos produtos.

• Abordagem humanística da administraçãoTeoria das relações humanasA Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929.Essas teorias criam novas perspectivas para a administração, visto que busca conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era tratado pela Teoria Clássica de forma muito mecânica. Com os novos estudos o foco mudou e do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como homos social.

A partir daqui começa-se a pensar na participação dos funcionários na tomada de decisões e na disponibilização das informações para eles.

Críticas à Teoria das Relações HumanasAs principais críticas a essa escola é de que ela apresenta uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradualmente a teoria a um certo descrédito. A concepção ingênua e romântica do operário e a ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos.Ao receber tantas críticas, a Teoria das Relações Humanas precisou de uma reestruturação que deu origem a Teoria Comportamental.

• Abordagem Neoclássica da administraçãoTeoria neoclássica da administraçãoO termo Teoria Neoclássica, pode ser considerado impróprio para alguns. Os principais autores são: Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O’Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen —há também os autores da escola da Administração por Objetivos – não se preocupavam em se alinhar dentro de uma visão comum. Na verdade, alguns autores neoclássicos não formam uma escola bem definida, mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe denominações como Escola Operacional ou Escola do Processo Administrativo. Adequamos pensamentos mais bem elaborados de alguns desses autores como base. A denominação de teoria se justifica pela retomada de algumas características da administração clássica, porém mais desenvolvida, devido a alguns testes, experimentos, antes realizados, o que não foi o caso no Clássico.

CaracterísticasAs principais características da Teoria Neoclássica são as seguintes:• Ênfase na prática da administração.• Reafirmação dos postulados clássicos.• Ênfase nos princípios gerais de administração.• Ênfase nos objetivos e nos resultados.• Ecletismo nos conceitos.• Ênfase na departamentalização.

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Administração por objetivos (APO)

Administração por Objetivos (APO) ou Management by objectives (MBO) é um processo de entendimento dos objetivos de uma organização, de maneira que a administração e funcionários desempenhem as suas funções em função desses objetivos e que os compreendam.

O termo Administração por Objetivos foi introduzido popularmente por Peter Drucker em 1954 em seu livro The Practice of Management.Qualquer gestor facilmente encontra problemas em compreender e concordar com os funcionários, que é o que se pretende atingir. A APO consiste, basicamente, num processo que requer a identificação e descrição precisas de objetivos (a atingir) e prazos para conclusão e monitorização. Tal processo exige que o gestor e o funcionário concordem no que o funcionário irá tentar atingir no futuro e (muito importante) que este o aceite e desempenhe as suas funções em função dos objetivos (de outra forma se conseguirá a noção de compromisso).Por exemplo, independentemente do que for debatido entre gestor e funcionário no dia-a-dia, suponha-se que ambos concordam acerca da introdução de um indicador de performance que relate o desenvolvimento das vendas de uma parte da firma. Então, o gestor e funcionário necessitam discutir o que está a ser planeado, qual o prazo e as várias interpretações que indicador pode assumir. Por conseguinte, ambos devem certificar-se que o objetivo está a ser considerado e que será concluído no tempo estipulado.Todas as organizações observam falta de recursos e, como tal, incumbe-se ao gestor que considere o nível de abastecimento mas também se os objetivos acordados em grupo pela firma serão os mais indicados e se representam a melhor alocação de esforço. Também, Sistemas de informação de gestão fiáveis são necessários para estabelecer objetivos relevantes e monitorizar as taxas de sucesso, sob o ponto de vista dos objetivos.

Características principais• 1. Estabelecimento conjunto de objetivos entre o executivo e seu superior.• 2. Estabelecimento conjunto de objetivos para cada departamento ou posição.• 3. Interligação dos objetivos departamentais.• 4. Elaboração de planos táticos e operacionais, com ênfase na mensuração e no controle.• 5. Contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos.• 6. Participação atuante de chefia.• 7. Apoio intenso do staff durante os primeiros períodos.

• Abordagem estruturalista da administração

Modelo burocrático da administração

Max Weber e a BurocraciaO sociólogo alemão Max Weber integrou o estudo das organizações ao desenvolvimento histórico-social.Segundo ele, cada época social caracterizou-se por um determinado sistema político e por uma elite que, para manter o poder e a legitimidade, desenvolveu um determinado aparelho administrativo para servir de suporte à sua autoridade.

Weber identificou três tipos de autoridade:• Racional-legal: em que a aceitação da autoridade se baseia na crença, na legalidade das leis e regulamentos. Esta autoridade pressupõe um tipo de dominação legal que vai buscar a sua legitimidade no caráter prescritivo e normativo da lei;• Tradicional: também chamada de feudal, ou patrimonial, em que a aceitação da autoridade se baseia na crença de que o que explica a legitimidade é a tradição e os costumes. Em suma, os subordinados aceitam como legítimas as ordens superiores que emanam dos costumes e hábitos tradicionais ou de fatos históricos imemoriais;

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• Carismática: em que a aceitação advém da lealdade e confiança nas qualidades normais de quem governa. Em presença de um líder ou chefe que personifique um carisma invulgar ou excepcional, qualquer subordinado aceitará a legitimidade da sua autoridade.

Segundo Weber (1946) a autoridade racional-legal prevalece nas sociedades ocidentais e apresenta omodelo para todas as sociedades. Este modelo, também chamado burocrático, caracteriza-se pelos seguintes elementos:• A lei representa o ponto de equilíbrio último, ao qual se devem reportar as regras e regulamentos, constituindo aplicações concretas de normas gerais e abstratas;• A burocracia, em qualquer organização, é estabelecida seguindo o princípio da hierarquia. As relações hierárquicas entre superiores e subordinados são preenchidas por cargos de direção e chefia e cargos subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a ordem e a subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas;• A avaliação e a seleção dos funcionários são feitas em função da competência técnica. Daí a exigência de exames, concursos e diplomas como instrumentos de base à admissão e promoção;• As relações informais não têm razão de existir. O funcionário burocrático é uma peça de uma máquina, esperando-se dele um comportamento formal e estandardizado, de forma a cumprir com exatidão as tarefas e funções que lhes estão destinadas;

• O funcionário recebe regularmente um salário, não determinado pelo trabalho realizado, mas segundo as funções que integram esse trabalho e o tempo de serviço;• O funcionário burocrata não é proprietário do seu posto de trabalho, as funções que executa e o cargo que ocupa são totalmente independentes e separados da posse privada dos meios de produção da organização onde trabalha;• A profissão de funcionário de tipo burocrático supõe um emprego fixo e uma carreira regular; e • O desempenho de cada cargo por parte dos funcionários burocráticos pressupõe uma grande especialização na execução das suas tarefas e trabalho.

É aquilo que se chama de divisão de trabalho, que permite a padronização dos procedimentos técnicos e do exercício de autoridade; e que permite ao mesmo tempo um aumento de produtividade do trabalho e de eficiência organizacional.

Teoria estruturalista da administração

A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 50, como um desdobramento dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das Relações Humanas. Os autores estruturalistas procuram inter-relacionar as organizações com o seu ambiente externo, que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações.A Teoria Estruturalista inaugura os estudos acerca dos ambientes dentro do conceito de que a organização é um sistema aberto e em constante interação com o seu meio ambiente. Até agora, a teoria administrativa havia se confinado aos estudos dos aspectos internos da organização dentro de uma concepção de sistema fechado.Quando se inclui o ambiente na estrutura sistêmica, deve-se observar o papel na sobrevivência do sistema, do principal agente: o gestor. Em um sistema fechado, no qual o ambiente pode ser um componente (ambiente interno), o gestor pode causar constantes reorganizações do sistema, perpetuando desperdícios.No sistema aberto, com o ambiente como o entorno do sistema (ambiente externo), a ação do gestor pode simplesmente destruir o sistema.

ReengenhariaÉ o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custo, qualidade, atendimento e velocidade. Fundamental: por que fazemos? Por que desta forma? Radical: anular estrutura e procedimentos existentes focar novas formas de se realizar os trabalhos. Drástica:

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destruição total do antigo e a sua substituição pelo inovador, que cause profundos impactos ao sistema. Processo: devem ser recriados da inicio ao fim.

• Abordagem Comportamental da Administração

Teoria do desenvolvimento organizacional (D.O.)O desenvolvimento organizacional nada mais é que as mudanças que ocorrem dentro de uma organização.Segundo essa teoria aberta, democrática e participativa, as organizações devem se voltar mais às pessoas do que às técnicas e recursos para conseguir uma maior capacidade de realizar as mudanças necessárias ao desenvolvimento organizacional.

• Abordagem sistêmica da administração

Princípios e Conceitos SistêmicosÉ um conjunto de elementos, dinamicamente relacionados. Formando uma atividade para atingir um objetivo, operando sobre dados, energia e matéria para fornecer informações.

Princípios Sistêmicos• Expansionismo – todo fenômeno é parte de outro maior (preocupa-se com o globalismo e com a totalidade)• Pensamento sintético - um fenômeno é mais bem explicado em função de seu papel no sistema maior (os órgãos do organismo humano, são explicado pelo papel que desempenham no organismo e não pelo comportamento de seus tecidos ou de suas estruturas de organização)• Teleologia - a causa é uma condição necessária, mas nem sempre o suficiente para que surja o efeito. ( a relação causa e efeito não é determinística ou mecanicista, mas simplesmente probabilística)Com esses três princípios – expansionismo, pensamento sintético e teleologia – a Teoria Geral de Sistemas proporcionou o surgimento da Cibernética e desaguou na Teoria Geral da Administração. Redimensionando suas concepções e trazendo profundas mudanças. Essas profundas mudanças também ocorreram simultaneamente nas organizações com o advento da automação e da informática. A abordagem sistêmica se divide em: CIBERNETICA, TEORIA MATEMATICA E TEORIA DOS SISTEMAS.

Principais Conceitos Aplicados a Abordagema) Entradas – são os insumos que um sistema usa para operar/processar/transformar.b) Caixa preta – (black box) é onde as entradas recebem tratamento pré determinado para obter as saídas desejadas, nem sempre revelando como isto acontece. O conceito de caixa negra refere-se a um sistema cujo interior não pode ser desvendado, cujos elementos internos são desconhecidos e que só pode ser conhecido “por fora”, por meio de manipulação externa ou de observação externa.c) Saída – é o resultado do processamento das entradas. Conseqüência.d) Retroação (feedback) é o mecanismo de retorno de uma parte das saídas ao sistema (controle dequalidade) . é basicamente um sistema de comunicação de retorno proporcionado pela saída do sistema á sua entrada, a fim de alterá-la de alguma maneira. A retroação se incube de regular a entrada para que a saída se aproxime do padrão estabelecido.e) Dado – é o registro ou anotação a respeito de um determinado evento ou ocorrência que isoladamente pode não transmitir um significado. É um registro ou anotação de um determinado evento ou ocorrência.Quando um conjunto de dados possui um significado então temos uma informação. Os dados constitue a matéria-prima para a informação.f) Informação – é um conjunto de dados com um significado, ou seja, que reduz a incerteza a respeito de algo ou que aumenta o conhecimento a respeito de algo.g) Memória – são informações arquivadas por um período determinado para uso em futuras operações do sistema. A memória pode ser dividida em duas partes: usual e não usual. A usual as informações são utilizadas na maior parte do tempo. Ex. contas a pagar, receber, produção, logística. A não usual pode ser que venha a ser utilizada. Ex. arquivo morto.

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h) Operação decisória – especifica e determina como e quando uma informação deve ser processada.i) Elementos de controle – são as verificações do cumprimento dos padrões e caminhos pré-definidos para o sistema em função dos objetivos e planos da empresa.j) Cibernética – é uma teoria dos sistemas de controle da comunicação interna e externa do sistema e da sua função no ambiente.k) Informática – é à parte da cibernética que trata da relação das coisas e suas características, de formas racionais, sistemáticas e automáticas. A informática é a disciplina que lida com o tratamento racional e sistemático da informação por meios automáticos. Embora não se deva confundir a informática com computadores, na verdade ela existe porque existem os computadores. O processamento de informação levou ao surgimento do computador eletrônico, o qual deu inicio a era da informática.l) Ambiente sistêmico – é o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas que influenciam e são influenciados pelo sistema. (concorrentes, fornecedores, clientes).m) Sistema de informação gerencial – é um subsistema do sistema empresa, constituído de subsistemas interdependentes que dão apoio aos processos decisórios da empresa. (subsistema de compras - interligado a vários subsistemas tais como almoxarifado, contas a pagar).Cibernética e administraçãoA [cibernética] é a [ciência da comunicação] e do controle, seja nos [seres vivos], ou seja nas maquinas. A [comunicação] é que torna os sistemas integrados e coerentes e o controle é que regula o seu comportamento. A cibernética compreende os processos físicos, fisiológico, psicológicos etc. detransformação da informação.A cibernética é uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação entre os sistemas e o meio/ambiente e dentro do próprio sistema.• As [empresas] são sistemas excessivamente complexos (extremamente complicados e não podem ser descritos de forma precisa e detalhada), probabilísticos (é aquele para o qual não poderá ser fornecida uma previsão detalhada) e regulamentados que funciona como organismos vivos, que desenvolvem técnicas de sobrevivência num ambiente interno e externo em alteração continua.• Na cibernética procura-se representar os sistemas originais através de outro sistema comparáveis, que são denominados modelos, um modelo provisório que o representa, para facilitar o tratamento das entidades evolvidas no estudo, pois a manipulação de entidades (pessoas e organização) é socialmente inaceitável ou legalmente proibida.• No caso da [administração], por exemplo, a cibernética pode envolver estudos sobre: pessoas áreas,departamentos, unidades de negócios, empresas, grupos empresariais, etc.A [cibernética] também está associada ao uso de sistema de comunicação e conseqüentemente as seus componentes, que são vitais para troca de informações da organização com o ambiente e dentro dela mesma.

FONTE => TRANSMISSOR => CANAL/MEIO => RECEPTOR => DESTINO

== As principais conseqüências da [cibernética na administração)Com a mecanização que se iniciou com a Revolução Industrial, o esforço muscular do homem passou para a maquina. Porem com a automação provocada pela Cibernética, muitas tarefas que cabiam ao cérebro humano passaram para a maquina. A Cibernética está levando a uma substituição do cérebro humano. O computador tende a substituir o homem em uma gama crescente de atividades, e com grande vantagem. As principais conseqüências da Cibernética na administração são duas: a automação e a informática.[Automação]: [ultra-mecanização], [super-racionalização], [processamentos contínuos] e [controles automáticos] nas [indústrias], nos [comércios] e nos [serviços bancários]. Com a automação surgiram as fabricas autogeridas: algumas indústrias químicas, como as refinarias de petróleo, apresentam umaautomação quase total. O mesmo ocorre em organização cujas atividades ou operações são relativamente estáveis e cíclicas, como as centrais elétricas, ferrovias, metros etc. os autômatos, em cibernética, são maquinas ou engenhos que contem dispositivos capazes de tratar informações que recebem do meio exterior e produzir ações.[Informática] – [tratamento racional] e sistemático da informação por [meios automáticos], associado ao uso dos computadores. Embora não se deva confundir a informática com [computadores], na verdade ela existe porque existem os computadores. Na [realidade], a informática é a parte da

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cibernética que trata da relação entre coisas e suas características, de maneira a representá-las por meio de suportes de informação; trata ainda da forma de manipular esses suportes, em vez de manipular as próprias coisas. A informática é um dos fundamentos da teoria e dos métodos que fornecem as regras para o tratamento da informação. O processamento de informação levou ao surgimento do [computador eletrônico], o qual deu inicio à [era da informática]. É uma ferramenta a disposição das empresas e pessoas, mas sua não utilização ou seu desconhecimento pode ser a diferença entre o sucesso e fracasso em qualquer atividade.

Teoria Matemática da AdministraçãoA teoria matemática da administração é a parte das teorias da administração de empresas, utilizadas na teoria da administração para fins de estudo. Faz parte da abordagem sistêmica da administração, juntamente com a teoria de sistemas e a cibernética e administração.

Trouxe enorme contribuição à administração permitindo novas técnicas de planejamento e controle noemprego de recursos materiais, financeiros e humanos. Desenvolveu a aplicação de técnicas bastanteavançadas para instrumentalizar a administração das organizações e concede sobretudo um formidável suporte na tomada de decisões pois otimiza a execução de trabalhos e diminui os riscos envolvidos nos planos que afetam o futuro a curto ou longo prazo.

A Teoria Geral da Administração tem recebido no decorrer dos últimos trinta anos uma infinidade decontribuições da Matemática sob a forma de modelos matemáticos capazes de proporcionar soluções de problemas empresariais, seja na área de recursos humanos, de produção, de comercialização, de finanças ou na própria área de administração geral. Boa parte das decisões administrativas pode ser tomada na base de soluções assentadas em equações matemáticas que simulam certas situações reais, que obedecem a determinada “leis” ou regularidades.A teoria matemática aplicada a problemas administrativos é mais conhecida como Pesquisa Operacional e tem como base a idéia de que os modelos matemáticos podem simular situações empresariais e ajudar os administradores nas suas tomadas de decisão principalmente com o apoio da informática.

As tomadas de decisão podem ser estudadas sob as perspectiva do processo ou do problema.

Perspectiva do processo: é uma perspectiva muito genérica e se concentra nas etapas de tomada edecisão, isto é, no processo decisório como uma conseqüência de atividades. O objetivo da administração, dentro desta perspectiva, é selecionar a melhor alternativa no processo decisório. Dentro desta perspectiva, o processo decisorial envolve uma seqüência de três etapas simples. É preciso determinar: identificar o problema; definir alternativas de solução; escolher a melhor.Perspectiva do problema: é uma perspectiva voltada para a resolução de problemas. Na perspectiva de problema, o tomador de decisão pode aplicar métodos quantitativos para tornar o processo decisório mais racional possível, concentrando-se principalmente na determinação e no equacionamento do problema a ser resolvido. Esta trata o problema como uma discrepância entre “o que é” e “o que deveria ser” e os classifica em “não estruturado” ou “estruturado”. Um problema estruturado é aquele que claramente definido, pois suas principais variáveis, são conhecida.Que tipos de decisões envolvendo aspectos quantificáveis são tomadas em uma organização? – Identificação dos custos para precificação dos produtos. - Planejamento das despesas e orçamento das áreas da organização. - Análise dos custos de distribuição, logística e armazenagem. - Análise das margens e da rentabilidade dos produtos. - Análise dos custos de venda.Teoria geral de sistemasA teoria geral de sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S) surgiu com os trabalhos do biólogoaustríaco Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968.A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Os pressupostos básicos da T.G.S. são:• Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;• Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas;

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• Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento científico, especialmente as ciências sociais;• Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da ciência;• Isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica.

A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro fator também de significativa importância é o feed-back que deve ser realizado ao planejamento de todo o processo.Teoria dos sistemas começou a ser aplicada a administração principalmente em função da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Cientificas, Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da informação nas empresas.Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter-relação e integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes.

O Homem FuncionalA teoria geral dos sistemas baseia-se nos conceitos de que a organização são sistemas de papeis nas quais o homem funcional e o individuo que se comporta como executante de um determinado papel, inter-relacionando–se com os demais indivíduos, como um sistema aberto, administrando suas expectativas e ajustando-se a novos papeis que lhe são atribuídos.

• Abordagem contingencial da administração

Teoria da contingênciaA Teoria da contingência ou Teoria contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnicas administrativas. Em vez de uma relação de causa e efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo "se-então" e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da organização.

A relação funcional entre as variáveis independentes e dependentes não implica que haja uma relação de causa-e-efeito, pois a administração é ativa e não passivamente dependente na prática da administração contingencial. O reconhecimento, diagnóstico e adaptação à situação são certamente importantes, porém, eles não são suficientes. As relações funcionais entre as condições ambientais e as práticas administrativas devem ser constantemente identificadas e especificadas.

Mapeamento AmbientalAmbiente é tudo que envolve uma organização. É o contexto na qual ela está inserida. É tão vasto e complexo que é impossível conhecê-lo e compreendê-lo totalmente. Assim as organizações precisam tatear, explorar e discernir o ambiente, para reduzir a incerteza a seu respeito. Em outros termos a organização precisar mapear seu espaço ambiental. Tal mapeamento não e feito pela organização em sí, mas por pessoas – sujeitas as diferenças individuais – que nela ocupam cargos ou posições destinados a isso.

Envolve aspectos relacionados à

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a) Seleção ambiental: de acordo com a natureza dos estímulos, as condições da empresa e o que está em jogo.b) Percepção ambiental: de acordo com as expectativas, experiências, problemas, convicções e motivações das empresas e dos administradores.c) Consonância e dissonância: confirmação, ou não, das percepções, refletindo na manutenção, ou não, do comportamento da empresa.d) Limites e fronteiras: identificação de aspectos que ajudam a separar a empresa do seu contextoambiental.

Desenho OrganizacionalCorrespondem a um conjunto complexo de cargos, tarefas, relacionamento e responsabilidade que não são imutáveis e têm seu comportamento influenciado por variáveis técnicas, individuais, sociais e organizacionais devem partir das:a) Os ambientes das organizações: tratamento das entradas dos ambientes gerais e da tarefab) As características das organizações: as funções executada para obter as saídas e resultadosc) A tecnologia utilizada pela organização: como a organização executa as suas tarefasd) Os critérios para definir a eficácia organizacional: como são comparados os resultados almejados e alcançados

Processo de decisãoDefine decisões como escolhas que procuram resolver problemas e aproveitar oportunidades. Dentro deste processo há ambientes que são:Ambiente GeralAs decisões tomados nesse ambiente são extremamente importantes, pois afeta direta ou indiretamente todaa organização.Ambiente TarefaÉ um segmento do ambiente geral do qual extrai a suas entradas e deposita suas saídas.

AdhocraciaAdhocracia é um termo criado por Warren Bennis, segundo Gareth Morgan, utilizado na Teoria das Organizações.Segundo Alvin Tofler, a adhocracia ou "adocracia" é um sistema temporário variável e adaptativo, organizado em torno de problemas a serem resolvidos por grupo de pessoas com habilidade e profissões diversas e complementares. Se constitui em uma opção à tradicional Departamentalização.O termo teve origem nas “forças-tarefas” militares para enfrentar situações de forma rápida.Tofler estabeleceu que no futuro a sociedade será extremamente dinâmica e mutável e que as organizações que quiserem sobreviver terão que ser inovadoras, temporárias, orgânicas e anti-burocráticas.

Outras referências definem o termo como a organização baseada em projetos, uma alternativa para a antiga Organização Departamental (baseada na divisão racional do trabalho) e para a intermediária Organização Matricial (que juntaria elementos da Departamentalização com a Gerência de Projetos).

O Homem ComplexoConcepção do homem como um sistema complexo de valores, percepções, características pessoais enecessidades.Como a maioria dos sistemas ele esta preocupado em manter seu equilíbrio interno (homeostasia) e simultaneamente resolver problemas e atender as demanda e forças do seu ambiente externo ( família, amigos colegas, empresa e etc.) Suas Motivação são hierarquizadas, mas estão sujeitas a mudanças e ao aparecimento de novas motivações decorrentes de novas experiências e novas interação com o ambiente.

Cronologia das teorias da administração• 1903 Administração científica• 1909 Teoria da burocracia

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• 1916 Teoria clássica da administração• 1932 Teoria das relações humanas• 1947 Teoria estruturalista• 1951 Teoria dos sistemas• 1954 Teoria neoclássica da administração• 1957 Teoria comportamental• 1962 Desenvolvimento organizacional• 1972 Teoria da contingência

Teorias Administrativas, suas ênfases e seus principais enfoques

As principais Teorias Administrativas e seus principais enfoques

A teoria geral da administração começou com a ênfase nas tarefas, com a administração científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a teoria clássica de Fayol e com a teoria burocrática de Max Weber, seguindo-se mais tarde a teoria estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da teoria comportamental e pela teoria do desenvolvimento organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela teoria da contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Cada uma dessas cinco variáveis - tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia - provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas cinco variáveis, omitindo ou relegando a um plano secundário todas as demais.

Áreas da administração• Administração financeira• Administração da produção• Administração pública• Administração de Materiais• Marketing• Gestão de Pessoas• Gestão Sistêmica• Administração de Sistemas de Informação• Organização de Sistemas e Métodos

ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL

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A Administração Pública Gerencial tem como principal característica a mudança do foco, que deixa de ser prioritariamente o fornecimento dos serviços, para uma função de catalisador dos meios de todos os setores - público, privado e voluntário - para que estes serviços possam acontecer. A administração pública passa a ser a coordenadora da ação conjunta em direção à resolução dos problemas da comunidade e a busca de resultado com ela e não para ela.Existem algumas características principais no modelo de Administração Pública Gerencial, que são:% Qualidade e participação;% Competição administrativa no interior do próprio estado;% Descentralização e redução de níveis hierárquicos;% Deslocamento dos procedimentos (meios) para os resultados (fins);% O interesse público assa a focar o atendimento do cidadão e avaliação de resultados;% Descentralização, incentivo à criatividade e à inovação;% Delegação de autoridade e de responsabilidade ao gestor público; e% Rígido controle sobre o desempenho através de contratos de gestão.

CARACTERISTÍCAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAISSob o ponto de vista formal, uma organização empresarial consiste em um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos, orientados para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. A estrutura orgânica deste conjunto de encargos está condicionada à natureza do ramo de atividade, aos meios de trabalho, às circunstâncias sócio-econômicas da comunidade e à maneira de conceber a atividade empresarial. As principais características da organização formal são:• 1. Divisão do Trabalho;• 2. Especialização;• 3. Hierarquia;• 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade;• 5. Racionalismo.

1. Divisão do TrabalhoO objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de organização é a produção. Para ser eficiente, a produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho começou a ser praticado mais intensamente com o advento da Revolução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de produção, principalmente no fabrico maciço de grandes quantidades através do uso da máquina, substituindo o artesanato, e o uso do trabalho especializado na linha de montagem. O importante era que cada pessoa pudesse produzir o máximo de unidades dentro de um padrão aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido automatizando a atividade humana ao repetir a mesma tarefa várias vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível dos operários com a Administração Científica no começo deste século.

2. EspecializaçãoA especialização do trabalho proposta pela Administração Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e de diminuir os custos de produção. Simplificando as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho tarefas simples e repetitivas que requeiram pouca experiência do executor e escassos conhecimentos prévios, reduzem-se os períodos de aprendizagem, facilitando substituições de uns indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos de incentivos no trabalho e, conseqüentemente, aumentando o rendimento de produção.

3. HierarquiaUma das conseqüências do princípio da divisão do trabalho é a diversificação funcional dentro da organização. Porém, uma pluralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma organização eficiente. Como decorrência das funções especializadas, surge inevitavelmente a de comando, para dirigir e controlar todas as atividades para que sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto, a organização precisa, além de uma estrutura de funções, de uma estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis que lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe uma hierarquia. Esta divide a organização em camadas ou escalas ou níveis de autoridade, tendo os

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superiores autoridade sobre os inferiores. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo.

4. Distribuição da Autoridade e da ResponsabilidadeA hierarquia na organização formal representa a autoridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura.Por toda a organização, existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas posições relativas, bem como o grau de autoridade em relação às demais. A autoridade é, pois, o fundamento da responsabilidade, dentro da organização formal, ela deve ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a generalidade do direito de comandar diminui à medida que se vai do alto para baixo na estrutura hierárquica.Fayol dizia que a "autoridade" é o direito de dar ordens e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mesmo tempo, como poder formal e poder legitimado.

Assim, como a condição básica para a tarefa administrativa, a autoridade investe o administrador do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que desempenhem atividades dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa. A autoridade formal é sempre um poder, uma faculdade, concedidos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma posição determinada em relação aos outros.

5. Racionalismo da Organização FormalUma das características básicas da organização formal é o racionalismo. Uma organização é substancialmente um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas decomportamento todos os seus membros se devem sujeitar. O princípio básico desta forma de conceber uma organização é que, dentro de limites toleráveis, os seus membros se comportarão racionalmente, isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos funcionais e hierárquicos está baseada no princípio de que os homens vão funcionar efetivamente de acordo com tal sistema racional.De qualquer forma, via de regra, toda organização se estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura organizacional a minimização de esforços e a maximização do rendimento. Em outras palavras, o maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo padrão de qualidade. A organização, portanto, não é um fim, mas um meio de permitir à empresa atingir adequadamente determinados objetivos.

Tipos de Estrutura OrganizacionalExistem três tipos tradicionais básicos de estrutura organizacional: a organização linear, a organização funcional e a organização linha-staff.

ORGANIZAÇÃO LINEARÉ a estrutura organizacional mais simples e antiga, baseada na autoridade linear. A autoridade linear é uma decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém.

A organização linear ou estrutura linear tem suas origens na organização dos antigos exércitos e na organização eclesiástica dos tempos medievais. Entre o superior e os subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade(que significa o direito organizacional de exigir o cumprimento de ordens e execução de tarefas) e de responsabilidade (que significa o dever ou incumbência de seguir ordens e executar tarefas).Devido a estas linhas de autoridade e responsabilidade ocorre a cadeia escalar.

ORGANIZAÇÃO FUNCIONALA organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções.O staff ou assessoria funcional decorre desse princípio, que separa,

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distingue e especializa. Na antigüidade, o staff era constituído de chefes homéricos que aconselhavam os reis da Grécia e do conselho dos sábios que assessoravam os reis anglo-saxões.Mais recentemente, nota-se que à medida que as empresas crescem e o seu ambiente se torna mutável e competitivo, aumenta consideravelmente a necessidade de órgãos especializados capazes de proporcionar conselhos e inovações rápidas e substanciais. Essa flexibilidade indispensável à organização competitiva e inovadora é um dos principais fracassos da estrutura linear. Esta somente funciona em um ambiente estável e rotineiro.Taylor foi um dos defensores da organização funcional ao defrontar-se com o excessivo e variado volume de atribuições concentradas nos mestres de produção de uma siderúrgica americana que adotava a organização linear. Achava que a especialização do operário deveria ser acompanhada pela especialização dos supervisores e da gerência por meio da estrutura funcional.

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFFCom o crescimento e complexidade das tarefas das empresas, a estrutura linear mostrou-se insuficiente para proporcionar eficiência e eficácia.As unidades e posições de linha (que têm autoridade linear) passaram a se concentrar no alcance dos objetivos principais da empresa e a delegar autoridade sobre serviços especializados e atribuições marginais a outras unidades e posições da empresa. Assim, as unidades e posições de linha se livraram de uma série de atividades e tarefas para se dedicarem exclusivamente aos objetivos básicos da empresa, como produzir, vender etc. As demais unidades e posições da empresa que receberam aqueles encargos passaram a denominar-e assessoria (staff), cabendo-lhes a prestação de serviços especializados e de consultoria técnica, influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos de linha por meio de sugestões, recomendações, consultoria, prestação de serviços como planejamento, controle, levantamentos, relatórios etc. Assim, os órgãos de staff assessoram os órgãos de linha por meio de sua especialização técnica. Enquanto os especialistas de staff se aprofundam em um determinado campo de atividades, os gerentes de linha tornam-se os detentores da hierarquia da organização.

DEPARTAMENTALIZAÇÃOA Departamentalização tem suas origens na Teoria Clássica, corrente filosófica administrativa iniciada pelo teórico francês Henri Fayol, que pregava a ênfase na Estrutura Organizacional como forma de aumentar a eficiência e aprimorar as relações entre cada segmento de uma empresa. Era uma abordagem de conceito verticalizado que segue hierarquicamente da direção para a execução das tarefas. Sob abordagem econômica, entretanto, a Divisão de Trabalho apregoada por Adam Smith como fundamental para a geração de riquezas, constitui-se na gênese dessa idéia. Em Teoria da Organização, a Departamentalização tem como alternativa as chamadas Adhocracias.

ConceitoDe forma a aumentar a eficiência, o controle, e descentralizar a autoridade e a responsabilidade, os teóricos organizacionais desenvolveram várias maneiras de dividir a Organização em subunidades. O objetivo era chegar a um arranjo ordenado de partes organizacionais interdependentes, as quais convencionou-se chamar de departamentos. O Departamento, representa um segmento de uma organização, do qual uma atividade distinta foi identificada, como exemplos podemos citar: o Departamento de Contabilidade, o Setor de Vendas e a Área de Produção. O processo de divisão da estrutura organizacional em departamentos, recebe o nome de Departamentalização, e surge como parte integral do processo de delegação do poder e sua respectiva autoridade. Segundo Colenghi (2007), “é uma outra forma de fracionar a estrutura organizacional (divisões, seções, diretorias, departamentos, coordenações, serviços etc.), objetivando agrupar as atividades homogêneas que possuem uma mesma linha de ação, segundo características de complementaridade e similaridade”.[1]A departamentalização representa a divisão do trabalho no sentido horizontal, ou seja, em sua variedade de tarefas --- a divisão do trabalho no sentido vertical, refere-se aos níveis de autoridade. As atividades são agrupadas por sua similaridade e desta forma, podem ser alocados recursos e pessoal necessários para o cumprimento dos objetivos definidos pela organização.

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ObjetivosVisa fortalecer o desempenho funcional, que deverá ocorrer por meio de procedimentos apropriados:

• Agregação: colocar os especialistas numa mesma unidade de trabalho a fim de possibilitar a troca de experiências, o que resultará em ampliação do cabedal de conhecimento de cada um deles e conseqüentemente se traduzirá em maiores índices de produtividade e qualidade. Com propósitos semelhantes, sempre que possível, os equipamentos especiais devem ser colocados numa mesma área de trabalho.• Controle: as atividades devem ser agrupadas de forma que possam ser facilmente supervisionadas,possibilitando exercer um controle eficaz e eficiente, favorecendo a realização dos ajustes necessários antes do produto ser considerado acabado e chegar aos clientes.• Coordenação: a fim de se obter uma unidade de ação que será conseguida caso forem agrupadasatividades correlatas e de objetivos comuns em uma mesma unidade organizacional. • Enquadramento: as atividades devem ser agrupadas em unidades, de acordo com suas características, em consonância com cada “grupo estrutural básico”, o que evitará possíveis conflitosinternos.• Processos: destacar para um primeiro plano as atividades mais relevantes que estão inseridas em um mesmo processo, buscando agrupá-las dentro de unidades cujos objetivos sejam comuns e que atendam a clientes determinados.

Principais Tipos• Departamentalização Funcional, onde as unidades organizacionais são definidas com base na especialização e tarefas comuns aos diversos setores, como financeiro, engenharia, e produção;• Departamentalização por Quantidade, quando há um número elevado de pessoas desempenhando determinada atividade, obrigando o estabelecimento de turnos de trabalho;• Departamentalização Geográfica, utilizado em grandes empresas, onde a dispersão de atividades é importante para o atendimento de necessidades logísticas ou culturais;• Departamentalização por Projeto, quando as atividades de uma empresa são voltadas integralmente para projetos específicos. Ex.: NASA e o projeto do Ônibus Espacial;• Departamentalização por Produto, organizando-se em unidades independentes responsáveis por um grande produto ou uma linha de produtos;• Departamentalização por Cliente, situação em que as unidades organizacionais são projetadas emtorno de grupos de clientes e suas respectivas necessidades;• Departamentalização por Processo, onde pessoas e recursos são alocadas de acordo com o fluxode trabalho. Ex.: Refinaria de óleo.• Departamentalização Matricial, caracterizada pela união da Departamentalização Funcional, com ade Projetos ou Produtos;• Departamentalização Mista, representada pelo uso de diversos tipos de Departamentalização de forma a aproveitar os modelos que melhor atendam as necessidades organizacionais.

VantagensA Departamentalização oferece a oportunidade da Especialização do Trabalho, o que impacta na Economia de Escala, que representa a produção em quantidade de determinado bem a custo menor a medida que o número de produtos produzidos aumenta. O tempo de produção também pode ser reduzido de acordo com o planejamento e controle da produção.

DesvantagensEntre os possíveis impactos negativos resultantes da Departamentalização, estão a competição desleal entre os departamentos, a perda da visão do todo pela vivência exclusiva no departamento e a resistência a mudanças pela incerteza que estas trazem ao pessoal especializado.

Ver também• Centro de custo• Administração holística• Organização e métodos

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PROCESSO ORGANIZACIONALO Processo de Organização tem sua base na definição e delegação de tarefas, objetivos e responsabilidades. No processo de organização define-se a autoridade de cada pessoa, criando-se assim a hierarquia. Na hierarquia define-se os executivos que são os diretores e o presidente, os gerentes, os supervisores e/ou as equipes de autogestão. Nas empresas de hoje os supervisores estão sendo substituídos pela equipes de autogestão. Os supervisores têm como principal função garantir que as tarefas sejam cumpridas.Esse modelo foi aos poucos sendo substituído quando as empresas começaram a incluir as equipes na participação das atividades da empresa de um modo mais amplo. Assim estas equipes começaram a se autogerir, ou seja, elas mesmas se organizam e assumem a responsabilidade das atividades. Isto cria uma competição saudável entre equipes, retornando como uma maior produtividade para a empresa. Uma decisão importante a ser tomada no processo de organização de uma empresa é quanto a centralização ou descentralização das atividades.No caso de centralização a empresa terá facilidade de controle, mas os departamentos terão mais dependência para tomar decisões. Já a descentralização pode gerar uma competição saudável entre as unidades, além de terem maior agilidade na tomada de decisões; em contrapartida a empresa terá maior dificuldade de controle.Um importante mecanismo para ajudar no processo de organização é o organograma.No organograma são inseridos os cargos e departamentos, bem como a hierarquia que rege cada umdeles.A definição de cargos e delegação de tarefas e responsabilidades é muito importante para a organização da empresa. Desse modo, cada um responsável por uma unidade, um departamento, ouatividade, juntos fazem todo o trabalho necessário para o bom andamento da empresa.

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONALCom o acelerado processo de mudança por qual passam as sociedades, conseqüentemente, as pessoas, muito se discute sobre o processo de aprendizagem organizacional. É um fenômeno que ocorre no dia-a-dia desde A ORGANIZAÇÃO APRENDENDO A APRENDER. As empresas se utilizam de diversas estratégias para estarem competitivas neste mercado. A necessidade da inovação, criatividade e do crescimento da tecnologia fez com que. Aprender a aprender transforma velhos paradigmas em conceitos mais fortes e mais eficientes e eficazes e só obterão se houver um forte. O processo de aprendizado organizacional pode ter quatro estágios

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONALComportamento Organizacional (CO) é um campo de estudo voltado a prever, explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas. A partir desse contexto, encontram-se três considerações importantes:o comportamento organizacional enfoca comportamentos observáveis, tais como conversar com colegas de trabalho; utilizar equipamentos ou preparar um relatório; o comportamento organizacional estuda o comportamento das pessoas tanto como indivíduos quanto como membros de unidades sociais maiores; o comportamento organizacional também analisa o "comportamento" dessas unidades sociais maiores — grupos e organizações — pôr si. O comportamento organizacional definido nesses termos tem suas origens no final dos anos 1940, quando os pesquisadores das áreas de psicologia, sociologia, ciência política, economia e de outras ciências sociais procuravam desenvolver uma estrutura unificada de pesquisas organizacionais.Atualmente, encontra-se dividido em três áreas bem distintas, cada uma com suas próprias bases nasciências sociais: o comportamento micro organizacional, que deriva da psicologia e da pesquisa comportamental; o comportamento mesoorganizacional, originado da psicologia social e da sociologiainteracionista; e o comportamento macro organizacional, derivado da economia, da sociologia estrutural, da antropologia cultural e da ciência política.Hoje em dia o espírito de Liderança é muito valorizado, tanto no âmbito profissional como no pessoal, ser Líder não é ser o "chefe" ou o "gerente", é muito diferente disto. Os Líderes autênticos são pessoas que já absorveram a verdade fundamental da existência: que não é possível fugir das contradições inerentes à vida.

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A mente de Liderança é ampla. Ela tem espaço para as ambigüidades do mundo, para sentimentos conflitantes e idéias contraditórias. O comportamento de Liderança envolve funções como planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir etc., deve ajudar o grupo a satisfazer suas necessidades.Tannenbaum, Weschler e Massarik definiriram: "Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo de comunição humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos". A Liderança é encarada como um fenômeno social, pois ocorre exclusivamente em grupos sociais, ou seja, envolve relações pessoais e estruturas sociais.Um líder inato pode ser facilmente reconhecido perante o grupo, pois sua capacidade de coordenar, direcionar, conduzir o grupo à atingir seus objetivos ficam evidentes e o tornam uma espécie de guia representativo do grupo.

1.Importância das organizações no mundo moderno.As organizações exercem uma função considerável na vida do ser humano por que modelam o comportamento dos respectivos membros, pois podem influenciar as necessidades e motivos dos indivíduos em diferentes organizações, ou em grupos na mesma organização, incentivarem a produtividade, bem como respostas rápidas as estratégias administrativas variadas. Caracterizam-se pela sua complexidade e o seu empenho em superar as pressões sociais, econômicas , culturais,tecnológicas e políticas.

2.Conceito de CO.Comportamento Organizacional consiste no estudo sistemático do comportamento humano focando ações e atitudes dos indivíduos, grupos no ambiente das organizações. No intuito de alcançar produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e promover a cidadania organizacional.3.PropósitosAs finalidades do comportamento organizacional correspondem a explicação, previsão e controle do comportamento humano.A explicação refere-se a identificação das causas ou razões que impulsionaram determinados fatos/acontecimentos/fenômenos.A previsão está direcionada para eventos futuros estabelecendo os resultados alcançados através de uma ação específica.O controle apresenta-se como um objetivo controverso, pois há em si uma dificuldade em monitorar ocomportamento do ser humano, o qual é integrante fundamental nas organizações. O controle implica na contribuição mais valiosa que o comportamento organizacional acarreta para o trabalho gerando eficácia.

4.Características Identificadas*Elemento de importância crescente na formação do administrador (Visão da administração como processo: Estudo de pessoas, grupos e interações nas estruturas organizacionais e interorganizacionais).*Uma ciência aplicada.*Engloba conceitos de psicologia, sociologia e administração entre outras disciplinas.*Representa a convergência gradual das diversas escolas de pensamento.*Abordagem integrativa: Combinar o desenvolvimento técnico/conceitual (cognitivo) com um aprendizado natural (habilidades interpessoais).*Voltada para quatro tipos de comportamento: Produtividade,absenteísmo,rotatividade e cidadania organizacional.*Preocupada com a satisfação no trabalho atrelada a eficiência e a eficácia.

5.VariáveisAs principais variáveis são: Estrutura, clima e cultura organizacional, ambiente de trabalho, planejamento,habilidades interpessoais.

6.Principais oportunidades e desafios no uso dos conceitos.

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*Aumentar a produtividade e a qualidades dos produtos de uma empresa(GESTÃO DA QUALIDADE:Satisfação constate do cliente mediante o aprimoramento contínuo de todos os processos organizacionais).*Melhoria das habilidades humanas: Motivação,liderança, treinamento, satisfação com trabalho, avaliação de desempenho,comunicação eficiente,etc.*Administrando a diversidade da força de trabalho: Um dos desafios mais importantes e abrangentes. Diz respeito à raça, etnia, sexo dos participantes, mulheres, negros, deficientes físicos,idosos, e homossexuais.*Respondendo à globalização: Aprender a trabalhar com pessoas em diferentes culturas(Qualificação,compreensão cultura e adaptar o estilo de gerenciamento a sua cultura).*Fortalecendo as pessoas: Emporwement - Fortalecimento dos funcionários, equipes autogerenciadas .*Estimulando a inovação e a mudança: Organizações Bem sucedidas precisam encorajar a inovação e dominar a arte da mudança para expressar sua competitividade , ou estarão fadadas à morte.

Os funcionários de uma empresa podem ser a mola propulsora da inovação e da mudança ou podem ser uma barreira poderosa contra elas. O desafio enfrentado pelos executivos é estimular a criatividade e a tolerância à mudança. O estudo do comportamento organizacional oferece muitas idéias e técnicas para ajudar na realização desse objetivo.

*Lidando com a “temporariedade” : Os executivos e os funcionários de hoje precisam aprender a lidar com a temporariedade, bem como a conviver com a flexibilidade, a espontaneidade e a imprevisibilidade, o estudo comportamento organizacional pode fornecer dicas importantes para o entendimento de um mundo profissional em mudança contínua para a superação da resistência à inovação e para a criação de uma cultura organizacional voltada para ela.*Ajudando os funcionários a alcançar o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional:Atenuar a confusão entre a vida profissional e a pessoal. tele trabalho, maior flexibilidade para q possam compatibilizar os assuntos profissionais e pessoais.Comportamento organizacional concede diversas sugestões para orientar o planejamento de ambientes de trabalho q ajudem o administrador a enfrentar esses conflitos.*Declínio da lealdade dos funcionários: Terceirização, alterações na remuneração,entre outros contribuíram para reduzir a lealdade dos funcionários.*Desafio importante no comportamento organizacional: motivar trabalhadores e manter a competitividade global das orgs.*Melhorar o comportamento ético: Criar um clima eticamente saudável para seus funcionários no qual eles possam realizar seu trabalho com produtividade e confrontando o mínimo de ambigüidade em relação ao que se constitui em comportamentos certos ou errados.Considerações:*Estudo do comportamento organizacional importante para o gestor geral.*O gestor de Rh deve estar atento ao comportamento organizacional.*O foco do comportamento organizacional : Ser Humano Uno e Múltiplo*Evolução do mundo+ Evolução dinâmica e gradativa das organizações = Comportamento Organizacional.

MOTIVAÇÃO

Pessoas diferentes se motivam de maneira diferente. É importante que você identifique os fatores que motivam seus colaboradores para que você possa satisfazê-los – algumas pessoas preferem, muito mais, receber publicamente um elogio do Presidente da empresa do que um bônus financeiro.

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Atitude positivaEstar motivado ou não acima de tudo é uma questão de atitude, busque o melhor de si!Escolha a sua atitude: O esforço em realizar uma tarefa com a “cara amarrada” ou com “bom astral” é o MESMO...mas, o resultado é totalmente DIFERENTE!Não podemos controlar a forma como os outros escolhem suas atitudes, mas podemos escolher como nós vamos reagir.Bom humor, ânimo, entusiasmo, alegria tornam o ambiente de trabalho mais agradável e conseqüentemente mais produtivo. Veja sob outros ângulos as tarefas rotineiras, torne-as mais agradáveis, usando bom humor e criatividade.Respeite a atitude dos outros. Lembre-se que sempre que você fala ou faz algo a alguém você provoca uma reação. Procure sempre bom senso em suas atitudes.Lembre-se que você tem dentro de si recursos de energia que jamais foram aproveitados, tem talentos que jamais foram explorados, força que jamais foi testada, e tem mais a doar do que já doou até hoje.

PRINCÍPIOS E SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO FEDERALA Administração Federal compreende:I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:a) Autarquias;b) Empresas Públicas;c) Sociedades de Economia Mista.d) Fundações Públicas. (Acrescentado pela L-007.596-1987)

Considera-se:I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,gestão administrativa e financeira descentralizada.II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Alterado pelo DL-000.900-1969)III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Alterado pelo DL-000.900-1969)IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Acrescentado pela L-007.596-1987)

As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:I - Planejamento.II - Coordenação.III - Descentralização.IV - Delegação de Competência.V - Controle.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL

CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO

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A noção de serviço público se trata de verdadeira demarcação do âmbito de incidência do Direito Administrativo nas atividades estatais. É o serviço público campo próprio de atuação do Estado em que a intervenção de particulares é meramente acessória ou substitutiva e só se dá mediante condições muito específicas.(13) O conceito de serviço público nasce justamente para determinar a separação entre direito público e privado, distinção esta que remonta à fase absolutista.(14)Com o advento da chamada Teoria do Serviço Público, a noção adquiriu os contornos do Estado do bem-estar social, passando a se consubstanciar em uma obrigação de prestar atribuída ao Estado, sendo um dever e não um direito.(15)No atual Estado brasileiro, que tem como inspiração a noção de Estado do bem estar social(16), a Constituição prevê várias atribuições que cabem ao Estado prestar (Art. 175), consubstanciando-se, tais atividades, nos chamados serviços públicos que, como veremos, são atividades juridicamente distintas que se apresentam completamente delineadas pela Constituição Federal.Desde a década de 30 do século passado, o Brasil se empenhou na construção de um serviço públicoestatal, que fosse capaz de dar suporte a uma moderna sociedade industrial capitalista. Ainda que mantendo os trabalhadores do campo sob as condições de miséria e opressão impostas pelo latifúndio e a classe operária submetida ao despotismo da fábrica, uma camada intelectual foi sendo gerada pela necessidade mesma do processo de desenvolvimento capitalista. Como a própria particularidade do desenvolvimento capitalista e da ‘revolução burguesa’ no Brasil exigiu um Estado corporativista, a demanda por um serviço público estatal teve suas dimensões ampliadas, de modo que o serviço público foi funcional para que os trabalhadores fossem organizados segundo as necessidades de um mercado determinado, que pedia forte participação do Estado.Nessa trilha foi se formando uma burocracia estatal multiforme que tinha o objetivo explícito de atenuar e controlar os conflitos sociais, fosse pela repressão desapiedada ou pela concessão de assistência ou direitos sociais. Mas um Estado assim conformado não poderia deixar de ser ele mesmo traspassado pelas contradições sociais e políticas existentes na ordem social burguesa em construção. Assim é que vários setores profissionais encontraram no Estado o seu ‘patrão’, dentre os quais uma camada de trabalhadores intelectuais estatais, conhecidas como servidores ou funcionários públicos. São professores de diversos níveis, cientistas, médicos, engenheiros, juristas, bancários, agrônomos. São também operários qualificados, dotados de um saber específico. Toda essa gama de trabalhadores, por décadas recebeu compensação em proventos e direitos pelos seus serviços prestados a construção do Estado nacional de uma burguesia associada ao imperialismo.Grande parte desses trabalhadores públicos estatais, particularmente professores universitários e bancários, desde o final dos anos 70, estiveram na linha de frente pela democratização do Estado e pela extensão dos direitos sociais, convergindo com as reivindicações que vinham da classe operária fabril das grandes empresas multinacionais, dos trabalhadores bancários dos grandes bancos privados e do mundo do trabalho e da cultura, mais em geral. Em significativa medida essas reivindicações por direitos sociais foram estabelecidas pela Constituição nacional de 1988, ainda que, na prática, os trabalhadores do campo tenham permanecido excluídos de direitos básicos e fundamentais, como o acesso a terra e a seguridade social.Desde então, porém, os sucessivos governos, impregnados pela perspectiva e pelo programa neo-liberal difundido pelas agencias econômicas e culturais do grande capital financeiro transnacional, têm-se batido pela redução dos direitos sociais e do trabalho, como forma de combater o crônico déficit fiscal do Estado, utilizando o falso argumento de que esses penalizam as contas “públicas”. A redução dos direitos é o complemento lógico da privatização do patrimônio público (várias empresas e bancos estatais), em grande parte já realizada. Em vez de voltar-se para os reais motivos do déficit que é a sangria causada pelo pagamento dos juros da dívida externa, os governos (de Fernando Collor a Fernando Cardoso, a Luiz Inácio Lula da Silva) preferem responsabilizar os trabalhadores públicos estatais por terem feito valer os direitos advindos do seu trabalho e que se empenharam em ver estendidos ao conjunto dos trabalhadores da nação.A emenda constitucional n. 40, dita “reforma da previdência”, em tramitação no Congresso Nacional, ataca os próprios fundamentos filosóficos e conceituais da Constituição brasileira ao subtrair direitos sociais inalienáveis. Antes de tudo porque parcela o conceito de seguridade social, do qual educação, saúde, saneamento e previdência são um todo, apesar de contar com fontes de financiamento diferenciadas. É dessa diferenciação de fontes que se aproveita para a transferência de recursos próprios da previdência para outros fins, contribuindo para montar a farsa do déficit previdenciário. Dos recursos transferidos, da sonegação por parte das grandes empresas e da corrupção endêmica

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podem ser encontrados os números do déficit, não nos direitos sociais dos trabalhadores, enganosamente taxados de ‘privilegiados’.A retirada de direitos sociais que essa ‘reforma da previdência’ traz, assim como aquela que se anuncia para a subseqüente ‘reforma trabalhista’, afetará gravemente a situação dos trabalhadores públicos estatais atuais e futuros, incidindo na qualidade dos serviços prestados ao conjunto dos cidadãos e trabalhadores e, fundamentalmente, afetando a soberania nacional e a capacidade do Brasil se defender de ameaças externas. Os serviços de prestação de serviços assistirão a um rebaixamento de qualidade, assim como os serviços de educação e saúde pública serão afetados.A Universidade pública sofrerá um golpe do qual talvez não se recupere mais. A aposentadoria massiva de professores / pesquisadores no auge da sua capacidade intelectual afetará as condições de produção autônoma de cultura, ciência e tecnologia de que o Brasil tanto precisa, assim com atingirá as condições de educação superior e qualificação profissional dos filhos das classes mais exploradas do povo, agravando a sua situação de opressão. A recente manifestação de simpatia do ministro da Educação, sobre a possibilidade de recebimento de investimentos estrangeiros nas empresas privadas ‘universitárias’, indica os rumos que se pretende para a universidade pública e seus trabalhadores: uma fina e elegante universidade privada, ao melhor estilo empresarial, na qual o conhecimento seja apenas uma mercadoria a mais, e uma universidade pública sem recursos, com trabalhadores intelectuais mal pagos, de baixa qualificação e sem estimulo, que ofereçam uma formação rebaixada para os filhos dos trabalhadores mais simples e sem direitos.A natureza mesma dessa emenda constitucional, portanto, contraria os mais fundos interesses da nação e do povo brasileiros, em se considerando que afeta seriamente a capacidade de produção e difusão autônoma do conhecimento científico.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIAA Administração Financeira está estreitamente ligada à Economia e Contabilidade. A Administração Financeira pode ser vista como uma forma de economia aplicada que se baseia amplamente em conceitos econômicos. A Administração Financeira também aproveita certos dados da Contabilidade, outra área da Economia aplicada. Nesta seção discutiremos a relação entre a Administração Financeira e Economia, bem como entre a primeira e Contabilidade. Embora estas disciplinas estejam relacionadas, há diferenças marcantes entre elas.

Administração Financeira e EconomiaA importância da Economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e teoria financeira pode ser melhor descrita em função de suas duas área mais amplas – Macroeconomia e Microeconomia. AMacroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a empresa precisa operar, enquanto que a Microeconomia trata da determinação de estratégias operacionais ótimas para empresas e indivíduos. Cada uma dessas áreas será discutida sucintamente sendo tratadas suas relações com a Administração Financeira.

MacroeconomiaA Macroeconomia estuda a estrutura institucional do sistema bancário, intermediários financeiros, o Tesouro Nacional e as políticas econômicas de que o Governo Federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da economia. Deve ficar claro que a teoria e a política macroeconômica não conhecem limites geográficos; antes, elas visam estabelecer uma estrutura internacional segundo a qual os recursos fluam livremente entre instituições e nações, a atividade econômica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado.Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconômico, é importante que o Administrador Financeiro esteja ciente de sua estrutura institucional. Precisa também estar alerta para as conseqüências de diferentes níveis de atividade econômica e mudanças na política econômica que afetam seu próprio ambiente de decisão. Sem compreender o funcionamento do amplo ambiente econômico, o Administrador Financeiro não pode esperar obter sucesso financeiro para a empresa. Deve perceber as conseqüências de uma política monetária mais restritiva sobre a capacidade da empresa obter recursos e gerar receitas.Precisa ainda conhecer as várias instituições financeiras e saber como estas operam para poder avaliar os canais potenciais de investimento e financiamento.

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MicroeconomiaAs teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. Visam definir as ações que permitirão à empresa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro são extraídos da teoria Microeconômica. Questões relativas à composição de fatores produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico. A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor está fundamentada na teoria Microeconômica. As razões para depreciar ativos também derivam desta área da Economia. A análise marginal é o princípio básico que se aplica em Administração Financeira; a predominância desse princípio sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as receitas marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da empresa. A importância da análise marginal na tomada de decisões financeiras se tornará evidente nos capítulos subseqüentes.Em resumo, é necessário possuir conhecimentos de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas vigentes.

Administração Financeira e ContabilidadeMuitos consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia, a função contábil é mais bem visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. Esta visão está de acordo com a organização tradicional das atividades de uma empresa em três áreas básicas – produção, finanças e mercadologia. Em geral considera-se que a função contábil deve ser controlada pelo vice-presidente financeiro. Contudo, há duas diferenças básicas de perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade – uma se refere ao tratamento de fundos e a outra à tomada de decisão.

Tratamento de FundosO Contador, cuja função básica é desenvolver e fornecer dados para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira e pagar impostos, difere do Administrador Financeiro da maneira como vê os fundos da empresa. O Contador usando certos princípios padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas. Este método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis. A receita oriunda da venda de mercadorias a crédito, pela qual não se tem recebido ainda o pagamento efetivo de caixa, aparecem nas demonstrações financeiras da empresa como contas a receber, um ativo temporário. As despesas são tratadas de modo semelhante – isto é, certos passivos são criados para representar bens ou serviços que foram recebidos, mas ainda devem ser pagos. Esses itens são normalmente listados no Balanço como contas a pagar.O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e saídas de caixa.Uma analogia simples ajudará a esclarecer as diferenças básicas de perspectiva entre o Contador e oAdministrador Financeiro. Se considerássemos o corpo humano como uma empresa cada pulsação do coração representasse uma nova venda, o Contador iria ocupar-se de cada uma dessas pulsações e daria entrada nestas vendas como receitas. O Administrador Financeiro iria verificar se o fluxo resultante de sangue através das artérias teria atingido as células certas, conservando os vários órgãos do corpo em funcionamento. É possível que o coração seja forte e, no entanto, pare de

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funcionar, devido ao desenvolvimento de obstruções e coágulos no sistema circulatório. Da mesma forma, uma empresa pode conservar os níveis de vendas crescentes, mas falir por causa de entradas insuficientes de caixa para saldar suas obrigações no vencimento.

Exemplo

A Companhia Thomas, no ano em que findou, realizou uma venda no montante de $100.000 de mercadorias adquiridas durante o ano por $80.000. Embora a companhia tenha pago integralmente pelas mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na competência dos exercícios e a perspectiva financeira baseada no fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o ano são representadas pelas Demonstrações do Resultado e do Fluxo de Caixa, respectivamente.

Comparando as duas demonstrações financeiras, pode-se perceber que, enquanto sob o ponto de vista contábil a empresa é bastante lucrativa, de acordo com a ótica financeira é um fracasso. Sem entradas adequadas de caixa para saldar suas obrigações, a empresa sobreviverá a despeito do seu nível de lucros.

A lição do exemplo acima é que os dados contábeis não descrevem inteiramente as circunstâncias financeiras de uma empresa. O Administrador Financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras da sua companhia para perceber problemas que estão surgindo ou existem. A falta de fluxo de caixa para a Companhia Thomas originou-se da conta a receber não cobrada.

O Administrador Financeiro, centrando a atenção no fluxo de caixa, deveria ser capaz de evitar a insolvência e alcançar os objetivos financeiros da empresa.

Tomada de decisãoOs deveres do executivo financeiro diferem dos do Contador, pois este se dedica basicamente, a coleta e apresentação de dados financeiros. O executivo financeiro avalia as demonstrações do Contador, desenvolve dados adicionais e toma decisões com base em análises subseqüentes. O papel do Contador é prover dados que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade, sobre operações passadas, presentes e futuras da empresa. O Administrador Financeiro usa estes dados, seja em sua forma bruta, seja depois de fazer certos ajustes e análises, como um importante insumo ao processo de tomada de decisão financeira.Obviamente, isto não quer dizer que os Contadores jamais tomem decisões e que os AdministradoresFinanceiros jamais coletem dados; a ênfase básica da Contabilidade e Administração Financeira é sobre as funções que indicamos.

SÍNTESE DA FUNÇÃO FINANCEIRAJá que a maioria das decisões tomadas dentro da empresa é medida em termos financeiros, não surpreende que o administrador financeiro desempenhe um papel-chave na operação da empresa. É importante que os executivos responsáveis por decisões em todas as áreas – contabilidade, produção, mercadologia, pessoal, pesquisa, etc. – tenham uma compreensão básica da função financeira. Durante os últimos dez anos, registrou-se a tendência de um número cada vez maior de executivos de cúpula surgirem da área financeira.

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Em resposta a esta tendência, a maioria das universidades tem experimentado um número crescente de matrículas no programa financeiro, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação.

Para obter a necessária compreensão da função financeira é preciso examinar detalhadamente o seu papel dentro da empresa, as funções chaves do administrador financeiro e do seu objetivo global.

O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA

A extensão e a importância da função financeira dependem, em grande parte, do tamanho da empresa. Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente realizada pelo departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financeira leva à criação de um Departamento Financeiro separado – uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao Presidente da companhia, através de um Vice-Presidente de Finanças. A figura 1.1 mostra um organograma, destacando a estrutura da atividade financeira dentro da empresa. Reportando ao Vice-Presidente de Finanças estão o Tesoureiro e o Controller. O Tesoureiro geralmente é responsável por conduzir atividades financeiras, tais como a administração de atividades de crédito e a administração da carteira de investimentos. O Controller geralmente conduz as atividades contábeis relacionadas com impostos, processamento de dados, contabilidade de custos e contabilidade financeira. Como se poderia esperar, daremos ênfase às atividades do Tesoureiro ou Administrador Financeiro neste texto.

AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIROAs funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação àsdemonstrações financeiras básicas da empresa. Suas três funções primordiais são: (1) a análise eplanejamento financeiro; (2) a administração da estrutura de ativo da empresa; e (3) a administração de sua estrutura financeira.

Análise e Planejamento FinanceiroEsta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada paraorientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito.

Administração da estrutura de ativo da empresa.O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço daempresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.

Administração da Estrutura Financeira da Empresa.

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Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo.As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que podem ser melhoradas. Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa.

A META DO ADMINISTRADOR FINANCEIROO Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso desociedades anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os administradores. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais.Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros crêem que é a maximização da riqueza. A maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas: considera (1) o retorno realizável do proprietário, (2) uma perspectiva a longo prazo, (3) a época de ocorrência dos retornos, (4) risco e (5) a distribuição dos retornos.

O Retorno Realizável do ProprietárioO Proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou através de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a este. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do Administrador Financeiro deve ser maximizar essa riqueza.

Exemplo Quatro anos atrás, o Sr. Haroldo comprou uma ação da Companhia Alfa e uma ação da Companhia Beta, cada uma ao preço de $100. Ambas as Companhias operam no mesmo ramo de negócio. Embora seus lucros tenham diferido durante o período de quatro anos, cada uma das empresas pagou um dividendo anual de $1 por ação. A Alfa obteve um lucro anual de $2 por ação, ao passo que o lucro anual da Beta foi $3 por ação. Atribui-se a diferença nos lucros ao fato de que a Alfa despendeu uma grande importância para desenvolver um produto inovador, portanto baixando seus lucros. A ação da Alfa está atualmente sendo vendida por $130, enquanto a da Beta está sendo negociada por $110. Esta situação não é incomum. Reflete o fato de que, apesar dos maiores lucros da Beta, a ação da Alfa tem preço maior. O maior preço das ações da Alfa pode ser atribuído à expectativa de que a venda bem-sucedida do novo produto gerará maiores lucros futuros, o que mais do que compensará os baixos lucros experimentados durante o período de desenvolvimento. A riqueza do Sr. Haroldo na Companhia Alfa é maior do que sua riqueza na Beta, apesar dos lucros da Beta serem maiores.Este exemplo deve ter deixado claro que a maximização do lucro e a maximização da riqueza não sãoequivalentes. Sabendo que a situação financeira dos proprietários numa empresa está refletida no preço pelo qual puder ser vendida sua ação, o Administrador financeiro deverá tentar maximizar a riqueza dos proprietários refletida no preço da ação.

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Perspectiva de Longo PrazoA maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Do exemplo anterior deve-se depreender que o maior preço da ação da Companhia alfa resultou do fato de que suas decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, produzam maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de baixa qualidade, ao mesmo tempo em que faria um tremendo esforço de venda para vender seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Essa estratégia de curto prazo poderia resultar em lucros elevados para o corrente ano, porém, em anos subseqüentes os lucros declinariam significativamente pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não houvesse cuidado, poderia resultar na eventual falência da empresa. As conseqüências potenciais de maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo.

Época de Ocorrência dos RetornosA abordagem de maximização do lucro não consegue refletir diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a maximização da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior importância a um investimento que ofereça os maiores retornos totais, enquanto que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação.

Exemplo

A Companhia Cowell está tentando escolher uma máquina. Há duas máquinas que gerarão retornos durante um período de cinco anos e deverão custar $3,00 por ação. Abaixo apresentamos os lucros esperados por ação diretamente atribuíveis a cada uma dessas máquinas.

Embora pareça, com base apenas no objetivo da maximização do lucro, que a máquina A seria a preferida, é bem possível que, uma vez consideradas as diferenças na época de ocorrência dos benefícios, o impacto da máquina B sobre a riqueza do proprietário seria maior do que o da máquina A. Se supusermos que os proprietários da empresa possam ganhar 10% sobre seus investimentos nas máquinas, certas técnicas de análise financeira mostram que o impacto desses investimentos sobre o preço da ação acarretaria um aumento de $3,21 por ação com a máquina A e um aumento de $3,63 por ação com a máquina B. Em outras palavras, o uso do objetivo de maximização da riqueza considera diferenças na época de ocorrência dos retornos.O exemplo anterior ilustra a superioridade da maximização da riqueza sobre a maximização do lucro. A maximização da riqueza reconhece que os empresários, mantendo todo o resto constante, preferem perceber retornos mais cedo. Esta preferência está refletida no preço da ação, e não nos lucros.

RiscoA maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente no risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é que existe uma relação entre risco e retorno: os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimento de maior risco e vice-versa. Os Administradores Financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investimentos potenciais.

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ExemploA Companhia Drury está estudando a expansão de sua linha de produção em um de seus dois novos produtos, C ou D. O produto C parece ser um produto relativamente seguro para se investir, enquantoo produto D é considerado um item de moda altamente arriscado. Após considerar todos os custos, espera-se que os dois produtos gerem os seguintes lucros por ação ao longo de suas vidas de cinco anos.Se ignorarmos quaisquer diferenças no risco e usarmos uma abordagem de maximização do lucro, parece que o produto D seria o preferido. Contudo, se considerarmos que o produto D é altamente arriscado, enquanto que o produto C representa um investimento seguro, a conclusão poderá não ser tão direta. A empresa poderá apenas exigir um retorno de 10% sobre o produto C, ao passo que, como compensação para o maior risco do produto D, tenha que obter 15%. De novo, aplicando certas técnicas de análise financeira que refletem diferenças da época de ocorrência dos retornos, verifica-se que o produto C provavelmente eleva o preço da ação em $7,58, ao passo que o produto D deve resultar num aumento de $7,37 no preço da ação. Deve ficar claro que a abordagem da maximização da riqueza reflete diferenças nos riscos associados com a obtenção dos lucros.Tendo em vista que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o Administrador Financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto que a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferida.

Distribuição de RetornosO uso do objetivo da maximização do lucro não permite considerar que os acionistas possam desejarreceber uma parte dos retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. Na ausência de qualquer preferência por dividendos, a empresa poderia maximizar lucros de um período a outro, reinvestindo todos os lucros, usando-os para adquirir novos ativos que elevarão os lucros futuros. A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, independente do seu montante. Os Administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Este efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-se que o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, isto terá um efeito positivo sobre o preço das ações. Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer instante, é igual ao valor de mercado de todos os seus ativos, menos o valor de suas dívidas, um aumento no preço de mercado da ação da empresa deve aumentar a sua riqueza. Uma empresa interessada em maximizar a riqueza da acionista poderá pagar-lhe dividendos numa base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros pode preferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas certamente prefeririam um aumento na sua riqueza, a longo prazo, do que a geração de um fluxo crescente de lucros, sem se preocupar com o valor de mercado de suas ações.Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno realizável dos proprietários, considera as perspectivas a longo prazo da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retornos, considera o risco e reconhece a importância da distribuição de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação é considerada a meta da Administração Financeira. A maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultaneamente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza.

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