Estudo sobre o Tráfico de órgãos e partes do corpo humano na ...
Corpo Sem óRgãOs
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Corporeizar a vida: uma conexão entre
os conceitos de corpo e Corpo sem Órgãos
e o exercício da prática na Teoria na
VidaAutor: Fernando Hiromi Yonezawa
Maria Aparecida da Silva Damin
[...] entrou para a fotografia usando o corpo como experiência, como laboratório de si. Fez uma viagem sem volta ao limiar do
corpo, como se percorresse seus limites para encontrar o inevitável:
seu devir-outro-fotográfico, sua imagem-vulto:
Francesca Woodman: o corpo como laboratório de si Por Nilson Oliveira
http://www.cronopios.com.br/blogdotexto/blog.asp?id=1764
[...] trata-se de uma quase assinatura como se no meio do tumulto animal da vida, uma outra imagem, ou sombra, se intercalasse, não como pólo gerador daquelas imagens, como autor da obra inscrita mas, pelo contrário, como o que deixa apenas um rastro secreto, como aquele que ao movimento, ao que é animado, confundindo-se com a pedra, tornada para nós tumular – aquela que guarda o segredo do nascimento da arte. Não é, portanto, uma alma ou subjetividade criadora, mas um corpo deitado, na dor, no sono ou na morte
Corpo Sem ÓrgãosCorpo grávido que se deixa
fecundar pela vida... Corpo em devir...
Um imenso abismo desejante toma conta da geografia interior de Artaud.
ARTAUD, Antonin. Surrealismo e revolução. In: WILLER, Cláudio. Escritos de Antonin Artaud. Coleção Rebeldes & Malditos - v. 5. Porto Alegre: L&PM, 1983. p. 93
http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/alex.doc
“Assim como o mundo tem uma geografia, também o homem interior tem sua geografia e esta é uma coisa material.”Uma geografia cênica. Um espaço onde há conexões de fluxos e delírios comunicativos, rejuntando arte, vida, poesia e realidade. É neste sentido que Artaud se referiu ao mundo como “um abismo da alma”.
Propõe o fim do julgamento de Deus:
Retirar os órgãos do homem para obter o verdadeiro homem, o
que habita o corpo.
Tornando-se CSO, o homem re-obterá sua liberdade ao perder
seus automatismos / determinismos e poderá exercer a sua
Vontade Pura.
Retirado ao corpo os órgãos, o que resta?
A realidade internalizada em uma mente cheia de mecanismos
transformadores que possibilitam que “o homem impavidamente
se torne o senhor daquilo que ainda não existe, e o faz nascer”.
A revolução artaudiana quer explodir os fundamentos do mundo moderno,
subverter pela raiz os hábitos de pensamento atuais e, em suas
palavras, “descentrar o fundamento atual das coisas”.
(ARTAUD in ARANTES, 1988, p 76 e 77).
http://www.espacoacademico.com.br
CSO, aparece em o Anti-Édipo de Deleuze e
Guattari, citam Artaud em companhia de Beckett
e Schreber, na referencia a noção de Esquizo-
análise e Máquinas desejantes.
Esquizo: Corte, fenda - produzido por cisão.
Quebra.
"Esquizoanálise é o nome que Deleuze e
Guattari deram 'a vertente clínica de sua teoria
do desejo. Suely Rolnyk, revista cult, nº 108.
"Como Criar para Si um Corpo sem Órgãos" é um dos Mil Platôs que o filósofo Gilles Deleuze e o psicanalista Félix Guattari construíram depois de virar a psicanálise do avesso em O Anti-Édipo.
Os dois volumes formam a obra intitulada Capitalismo e Esquizofrenia, reflete a ousadia e o espírito libertário do Maio de 68 francês, ao mesmo tempo uma das obras importantes do pós-estruturalismo e do pós-modernismo.
Como andarilho pelo mundo dos ‘gênios híbridos’ (Deleuze), Artaud, cartografa regiões formadas por imensos continentes imaginais e habitadas pelas famílias dos que pensam e experimentam perigosamente a vida e as idéias.
Para se chegar ao corpo sem órgão é preciso avançar além da psicanálise, preocupada demais em reencontrar o eu do sujeito. Ao contrário, o CsO só pode ser atingido se nos desfizermos do eu: "Substituir a anamnese pelo esquecimento, a interpretação pela experimentação”. Exortam: "Encontre seu corpo sem órgãos, saiba fazê-lo, é uma questão de vida ou de morte, de juventude e de velhice, de tristeza e de alegria. É aí que tudo se decide."
A psicanálise se concentra em recuperar o passado, interpretar o fantasma, e assim se prende aos liames da subjetivação e da significação. Mas o CsO é outra coisa: "O CsO é o que resta quando tudo foi retirado. E o que se retira é justamente o fantasma, o conjunto de significâncias e subjetivações. A psicanálise faz o contrário: ela traduz tudo em fantasmas, comercializa tudo em fantasmas, preserva o fantasma e perde o real no mais alto grau, porque perde o CsO."
Exercitar ao limite o que Nietzsche denominou para filosofia como modos de
existência ou possibilidades de vida.
MÚSCULO LISO Coloração esbranquiçada – movimento involuntário – longos e lentos. Células em formato de fuso, constituem a parede
de órgãos internos.
http://pt.wikipedia.org/
Músculo estriado Músculo estriado cardíacocardíaco
Liso Esqueletal/estriado
Músculo estriado esquelético.
Os músculos esqueléticos possuem uma coloração mais avermelhada. São também chamados de músculos estriados, já que apresentam estriações em suas fibras (fibrocélulas estriadas). São os responsáveis pelos movimentos voluntários; estes músculos se inserem sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo.
Estriado cardíaco
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculo
Ana Paula Pessoa - Corpos sem Órgãoshttp://dorkbotsalvador.wordpress.com/tag/corpo/
Vamos escrever e enviar por email as criações suscitadas a
partir destes conceitos.....
Como produzir um corpo sem órgãos? Como traçar uma linha de fuga, aventurar-se num
devir? Como o corpo/devir/professor/aluno pode produzir
um C.S.O na produção da pedagogia como ética, imagens-afetos, desterritorializando a prática / vida.
Devir mineral, vegetal, animal, vazio… Uma aventura / mergulho que conduzem-nos para profundezas que habitam a superfície da pele.
Que imagens/imanências somos capazes de criar ....?
Pássaros e leões nos habitam, diz Lygia –Clark são nosso corpo-bicho. Corpo-
vibrátil, sensível aos efeitos da agitada movimentação dos fluxos ambientais que nos atravessam. Corpo-ovo, no qual germinam estados intensivos
desconhecidos provocados pelas novas composições que os fluxos, passeando
para cá e para lá, vão fazendo e desfazendo. Rolnyk
http://caosmose.net/suelyrolnik/textos/Artecli.doc
Quem sou? De onde venho?
Eu sou o Antonin ArtaudE basta dizê-lo,
Como sei dizê-lo,Imediatamente
Vereis o meu corpo atuarVoar em estilhaços
E em dois mil aspectos notóriosRefazer
Um novo corpoOnde nunca mais
PodereisEsquecer-me.
ARTAUD, Antonin. (tradução de Aníbal Fernandes). Eu, Antonin Artaud. op. cit. p.111.
O CsO é o próprio anti-édipo, assim como Artaud o incorpora ao declarar guerra aos órgãos:
(...) se quiserem,
podem meter-me
numa camisa de força
mas não existe coisa
mais inútil que um órgão.
quando tiverem conseguido
um corpo sem órgãos
então o terão libertado dos
seus automatismos
e devolvido
sua verdadeira liberdade.
Artaud configuraria, portanto, uma “máquina de guerra” fundamental de combate aos
registros castradores da violência cognitiva da razão.
ARTAUD, Antonin. Para acabar com o julgamento de Deus. In: WILLER, Cláudio. op. cit. p. 161.