CRN Brasil - Ed. 349

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1ª QUINZENA JUNHO DE 2012 NÚMERO 349 WWW.CRN.COM.BR Inspiração Resultado & Como conciliar objetividade com vista a resultados, sem desrespeitar a pluralidade do mundo pós-moderno dentro das organizações SAPPHIRE NOW 2012 SAP CHAMA PARCEIROS PARA MOBILIDADE, SISTEMAS ANALÍTICOS, APLICAÇÕES, BANCO DE DADOS E NUVEM VIRTUALIZAÇÃO MOMENTO DE LEVAR OS SISTEMAS A UM NOVO PATAMAR DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PRESIDENTE DA ÁREA DE CONSULTORIA EM LIDERANÇA E TALENTOS DA KORN/FERRY PARA AMÉRICA LATINA, ALEXANDRE FIALHO conceitua o modelo intencionalista de gestão

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INFORMAÇÕES, SERVIÇOS E NEGÓCIOS PARA O SETOR DE TI E TELECOM - 1ª Quinzena de Junho 2012

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1ª QUINZENA JUNHO DE 2012 NÚMERO 349 WWW.CRN.COM.BR

Inspiração ResultadoResultado&Como conciliar objetividade com vista a

resultados, sem desrespeitar a pluralidade do mundo pós-moderno dentro das organizações

SAPPHIRE NOW 2012SAP CHAMA PARCEIROS PARA MOBILIDADE, SISTEMAS ANALÍTICOS, APLICAÇÕES, BANCO DE DADOS E NUVEM

VIRTUALIZAÇÃOMOMENTO DE LEVAR OS SISTEMAS A UM NOVO

PATAMAR DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

PRESIDENTE DA ÁREA DE

CONSULTORIA EM LIDERANÇA E TALENTOS DA

KORN/FERRY PARA AMÉRICA LATINA,

ALEXANDRE FIALHO conceitua

o modelo intencionalista

de gestão

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índice

Colunistas

GooGlE | 32Fortalecimento de servi-

ços a clientes corporativos traz à tona conceito da tecnologia adaptada ao homem, e não o contrário. Veja cobertura do Atmosphere On Tour, em SP

Em busCa da inspiração EstratéGiCa páGina | 18Alexandre Fialho, da Korn/Ferry, orienta como uma empresa

pode conciliar a busca objetiva por metas sem perder de vista a in-tenção estratégica

amaZon | 36“A nuvem possibilita que

as empresas possam errar e corrigir rapidamente”, racio-cina José Papo, evangelista técnico da Amazon para a América Latina

sappHirE noW | 26Em busca de oportunida-

des além do ERP, SAP reforça importância do engajamento em pilares como mobilidade, sistemas analíticos, aplicações, banco de dados e nuvem

VirtualiZação páGina | 44Objetivo agora é oferecer produtos que levem a um novo pata-

mar da TI, sem qualquer amarra dos sistemas de pré-virtualização

TendÊnciA

luis auGustolobão mEndEspáG | 24

riCardo JordãopáG | 54

luis massoCopáG | 42

cRn BRASiL enTReViSTA

no mundo | 38A CRN norte-

-americana apresenta uma lista com os 10 produtos mais bem cotados durante a fei-ra Interop Las Vegas 2012, que aconteceu no início de maio

GEstão | 48Busca de estran-

geiros por empregos no Brasil cresce a cada ano. E as organizações locais penam para en-contrar brasileiros com talentos específicos dis-poníveis

CasE | 56D i s t r i b u i d o r a

Officer investe 300 mil reais em customização de sua ferramenta de Business Intelligence em busca de uma me-lhor performance em reuniões

pmE | 58Confira as 5 dicas

da InformationWeek dos Estados Unidos para que as pequenas e médias empresas que desejam uma estratégia de mobilidade possam se orientar

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E x p E d i E n t E

PRESIDENTE-EXECUTIVOADElSON DE SOUSA • [email protected]

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVOMIgUEl PETRIllI • [email protected]

DIRETOR DE RECURSOS E fINANçAS

JOãO PAUlO COlOMbO • [email protected]

DIRETORA EXECUTIVA DE MíDIAADRIANA CANTAMESSA • [email protected]

DIRETORA EXECUTIVA EDITORIAlSTElA lAChTERMAChER • [email protected]

CONSElhO EDITORIAlADElSON DE SOUSA, MIgUEl PETRIllI E STElA lAChTERMAChER.

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es t a r e v i s ta

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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fone: 55 11 3823.6600 | fax: 55 11 3823.6690

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carta ao leitorFo

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1ª quinzena Junho 2012 / Edição 349

Haline mayra editoraEmail: [email protected]

Mentalidade aberta para análise de resultados

“o radicalismo consequencialista, às vezes nem planeja o fim, na verdade ele só avalia o que aconteceu no fim para julgar o restante da cadeia”.

Esta é uma, de várias frases impactantes – e que precisam ser lidas mais de uma vez –, que você vai encontrar no “CRN Brasil Entrevista” desta edição. Muitos de vocês vão ter a oportunidade de ouvir mais de Alexandre Fialho, presidente da área de consultoria em liderança em talentos da Korn/Ferry para a América Latina, porque ele é um dos key-note speakers do IT Business Forum, que acontece de 07 a 10 de junho, na Bahia.

Peguei este trecho da conversa longa que tivemos porque é este ponto sensível que quero explorar. A frase explica que o foco extremado na análise do resultado pode cegar o “anali-sador” em relação aos seus próprios objetivos iniciais, ou seja, muitas vezes, dissecar a consequência pode levar a um movi-mento automático de buscar justificativas no processo de exe-cução que levaram àquilo....sem observar em profundidade a relação do resultado com o que foi planejado.

E aí entra um lance muito fundamental, que é a Mentali-dade Aberta para Análise de Resultados. Os resultados podem apontar onde está a cabeça do mercado, onde está a chave de ouro para uma grande descoberta. Mas a nossa tendência é de atribuir um julgamento de bom ou de ruim e tomar medidas que melhorem ou mudem o status que atribuímos àquilo.

Isto é fechar os olhos para dados que podem ser riquíssi-mos na construção de uma oferta sustentável. No lugar dis-so, seguimos buscando extrair, muitas vezes, leite de pedra, com um rebanho fértil ao lado, impedido de ser visto por nós mesmos, prostrados e limitados por condicionamentos morais, acadêmicos, teóricos, enfim...

“Sair da caixa”, como tantos dizem tanto hoje em dia, é sair deste emaranhado de regras que nos impedem de ver o novo, de ver o fácil, de ver o que estava lá o tempo todo e que

pode ser exatamente a resposta que buscamos. Pegar um re-sultado tido como “ruim”, colocá-lo sobre a mesa e promover uma “autópsia” oficial é muito mais do que detectar o “erro”, procurar os responsáveis e tomar providências em cima disso para que, da próxima vez, a estratégia dê certo.

É se abrir para entender o significado disto. E, ainda mais, é se abrir para entender de que forma será possível trans-formar este feito “pobre” em algo de fato significativo. E se, mesmo com um modelo de execução muito perfeito e profis-sional, o resultado me diz o contrário? O meu papel, nesta hora, é fazer a trilha que liga o meu pensamento original à resposta do mercado, encontrar o buraco que nos distancia e trabalhar para saná-lo.

O resultado dessa autópsia pode levantar questionamen-tos cruciais para a sua própria manutenção no mercado no futuro (longe ou próximo até). Porque só se mantém importan-te num determinado contexto quem é visto como importante; quem se torna fundamental para alguém; quem apresenta res-postas para perguntas.

Do contrário, você pode tomar todas as medidas exis-tentes para corrigir a execução de uma estratégia fraca, sem nunca questionar a fundo essa diferença entre o seu plano e a resposta do mercado.

Aí é que reside o exercício, talvez, mais difícil e mais frutífero também, o de abrir a mente para abandonar aque-la ideia inócua – por mais incrível que ela parecesse – e par-tir para outra nova visão, nova proposta que vá clarear todo o horizonte: será significativa para o cliente; será executável pela equipe; e trará como resposta números saudáveis e sus-tentabilidade empresarial.

Um abraço e boa CRN Brasil!

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. com.br

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Notícias emdestaque

Falta ainda alinhamento concreto com mercado e parceiros

No arO IPO do Facebook não foi o sucesso esperado, com cons-tantes quedas das ações. Com isso, você acredita numa bolha das pontocons?Na sua opinião:Responda no www.crn.com.br

Não

30.77%

30.77%É necessário tempo para saber

Simplificar não está no DNA HP

15.38%

EnquEtECom duas grandes unidades - PPS e Enterprise Group -, a HP voltará aos eixos da lucratividade e estabelecerá me-lhor relacionamento com os canais?

q Simq Nãoq Falta um modelo de negócios bem definidoq Publicidade online ainda não tem um bom modelo para poder definir resultados

Reconhecendo que suas tentivas de adentrar um mercado onde os tablets Android dominam, os executivos da Cisco disseram que a companhia está interrompendo os investimentos na incipiente linha de tablets Cius.

“(Nós) não vamos mais investir no Cius”, afirmou Marthin DeBeer, vice-presidente sênior e gerente geral do grupo de vídeo e colaboração da Cisco. “Em vez disso, vamos continuar a alavancar tablets de outras pessoas e mover-se para implementar o Jabber, assim como outras linhas de softwares”, afirmou.

“Não vamos mais lançar modelos adicionais ao Cius, pois isso seria como nadar contra a corrente. O software representa uma oportunidade muito maior para nós”, explicou. “Podemos torná-lo disponível em

situações muito específicas, mas nosso futuro migra para soluções baseadas em softwares”.

O comunicado de DeBeer ecoou no blog de OJ Win-ge, vice-presidente sênior do grupo de tecnologia de telepresença da Cisco. “Olhando para frente, temos a intenção de dobrar a oferta de softwares, como Jabber e WebEx, que fornece experiências a qualquer hora, em qualquer lugar, em qualquer dispositivo”, escreveu Winge. “Vamos alavancar experiências-chave de apren-dizado e colaboração nativas do Cius em nossos outros produtos”.

Enquanto isso, a Cisco olha por parceiros de ca-nais que tenham o interesse em ajudar a fabricante em sua frente de vídeo e colaboração. Com mais de

90% da banda da internet sendo consumida por ví-deos, o canal é visto como um instrumento que vai afinar esses negócios.

“Para o canal, a ênfase estará em fazer o upgrade de infraestruturas de rede, tendo certeza que os am-bientes estão prontos. Somando vídeo, telepresença e comunicações unificadas, há muita oportunidade para os parceiros pois há muitos movimentos e variáveis para os canais”, afirmou DeBeer.

Historicamente, a Cisco apenas mantém ofertas de produtos em segmentos onde é a primeira ou segunda colocada no mercado. E, como sabemos, o Cius não atende a nenhuma das colocações.

Por Ken Presti | CRN EUA

Até mais, Cius: Cisco abandona seu tablet

15.38%Sim

7.69%

Cloud computing trata-se de “como” e não “onde”, e está diretamente ligada a transformação da forma como o usuário consome informação. De forma resumida, esta é a definição de Paul Maritz, CEO da VMware, sobre a era pós-PC, do qual o executivo chama de “a era da nuvem”.

A alta gama de dispositivos inspiram o con-sumo de informação de uma forma diferente e as companhias devem estar preparadas para gerar um novo tipo de orquestração dessas informações e gerenciar todo o fluxo de dados existente no mundo da “internet das coisas”, ressalta.

O CEO da VMware afirma que há duas gran-des coisas acontecendo: a explosão de uma onda de consumo de dados em tempo real e a corrida para que as empresas se adequem a essa realidade. “A geração Facebook se tor-nou nossos empregados e clientes”, afirmou ao complementar: “A jornada para a nuvem trata--se também de direcionar tecnologias capazes de realizar a mudança de pensamento quanto a transmissão de informações e atender a novas formas de consumo de TI”.

Maritz pontua que pensar neste novo modelo de mercado está diretamente conectado à bai-xo custo. Para o executivo, a caminhada não é

nova, pois a TI, desde o início, tem sido sobre como automatizar um mundo baseado em papel. “Num novo ambiente de consumo, aceleramos esses passos”, ressalta.

Desta forma, o CEO encaminhou a conversa para um lado mais tecnológico. “Temos que co-locar o data center no centro da transformação, automatizando todos os processos, com softwa-res definindo a infraestrutura como um todo”, explicou o executivo. “Automação é fundamen-tal. É impossível para uma pessoa administrar 5 milhões de eventos por hora, então também falamos que essa orquestração e administração requer ferramentas analíticas”.

Junto a essa linha de pensamento quanto ao conjunto de soluções que devem estar por trás da tecnologia que chega a ponta com os usuários, Maritz afirmou que a orquestração de dados entre nuvens públicas e privadas também é essencial para as corporações.

A VMware foi comprada pela EMC em 2004, por cerca de 625 milhões de dólares, e é conside-rada uma das aquisições mais bem sucedidas do mercado de TI. A receita da companhia em 2011 foi de 3,77 bilhões de dólares.

Por Renato Galisteu

Paul Maritz: “A geração Facebook se tornou nossos empregados e clientes”

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Mike Lynch deixa a hPO CEO e cofundador da Auto-nomy, comprada no final de 2011 pela HP, deixou a fabrican-te para investir em novos proje-tos. De acordo com fontes da CRN EUA, haverá mais novida-des quanto a saídas do time da Autonomy ainda este semestre. MotoroLa MobiLity teM novo ceoLarry Page, CEO do Google, anunciou a finalização do

acordo de compra da Motoro-la Mobility e nomeou Dennis Wodside, ex-presidente do Google para a região das Amé-ricas, para o cargo de CEO da nova divisão do Google. StePhan SchoLL é o novo PreSidente MundiaL da inforA Infor anuncia que Stephan Scholl é o novo presidente mundial da companhia, se re-portando diretamente ao CEO, Charles Philips. Antes de ser nomeado, Scholl atuou como CEO da Lawson Software, em-presa incorporada oficialmen-te em 5 de abril de 2012 aos negócios da Infor. brocade noMeia novo

chefe gLobaL de canaiSRegan McGrath, assume o cargo deixado por Barbara Spicek como chefe global de canais na Brocade. Barbara vai retornar ao seu País (Ale-manha) para dar continuida-de aos negócios de OEM da região EMEA. ibM braSiL teM novo vP Para canaiSTomaz Oliveira assume a função de vice-presidente de general business (GB), canais (Business Partners Organization – BPO) e inside sales da IBM, após sete anos na Lenovo, onde exerceu di-versas posições de lideran-ça, sendo que nos últimos dois anos foi vice-presidente mundial de canais.

avaya teM novo gerente de vendaS enterPriSe no rJCom a missão de ampliar sua presença no Rio de Janeiro, a Avaya anuncia a contratação de Otakar Svacina para o car-go de gerente de Vendas para Grandes Contas. Em sua tra-jetória, o executivo já passou em empresas como Embratel, Gemalto, RioCard, entre outras. arcon teM novo diretor de ProdutoSCristiano Pimenta passa a liderar a área de produtos da Arcon, tendo como desafio promover o desenvolvimento de produtos inovadores, com o objetivo de atender um mer-cado "cada vez mais exigente".

5º Oscar BurdANDROID CRESCE 145% EM UM ANOOscar destaca

a matéria do Estado de São Paulo quanto ao crescimento do sistema operacional do Google frente aos concorrentes de mercado.

Sony investirá r$ 500 milhões no brasil até 20143º VitOrPeixOtOO qUE VOCê DEVERIA SER qUANDO CRESCER?

Vitor faz uma reflexão quanto a pla-nos e realizações, propondo uma análise sobre como as coisas de-veriam ser e provocando o leitor a buscar por suas metas.

Blogs

Saiba Mais:www.crn.com.br/blogs

2ºMaurO seguraCMOS SãO DE MARtE, CIOS SãO DE VêNUSMauro des-

taca artigo publicado na revista Meio&Mensagem sobre a grande discussão em torno da comunica-ção entre as áreas de marketing e tI.

Dança Das CaDeiras

RIM vaI elIMInaR 2

MIl postos de tRabalho

A RIM está se preparando para uma reestruturação radical, em movimento

que eliminará pelo menos 2 mil empregos em todo

o mundo, informou o jornal canadense

IbM fecha acoRdo coM a

vaRIcentA aquisição dará

suporte a estratégia de crescimento da IBM nos negócios analíticos, mercado do qual a IBM

estima alcançar 16 bilhões de dólares em

receita até 2015.

altos baixos

sap coMpRa aRIba poR Us$ 3,4 bI

A SAP abriu a mão para computação em nuvem

e pagará 4,3 bilhões de dólares pela Ariba,

desenvolvedor de sistemas corporativos de comércio

baseados em cloud.

1º FernandO BelFOrtGOOGLE DRIVE: AGORA VAI?O blogueiro convi-

dou o analista de mercado da Frost & Sullivan, Bruno Arrial, para anali-sar a forte tendência de armazena-mento na nuvem, principalmente com a chegada do Google Drive.

4ºaBradistiO POtENCIAL DA REGIãO NORDEStE PARA O MERCADO

DIStRIBUIDORPost de Mariano Gordinho, presi-dente da entidade, que aborda as oportunidades da distribuição no nordeste brasileiro, com dados sobre a região.

Fotos: Divulgação

ações do facebook testaM novos

níveIs de baIxaAs ações do Facebook

caíram para um novo nível de baixa, levemente acima dos 30 dólares, amplian-

do as perdas desde a polêmica estreia, em 18 de maio, quando saiu a

38 dólares, chegou a 49, mas mantém recúo.

A Sony anunciou investimento de 500 milhões de reais no Brasil até 2014. O objetivo é registrar um cresci-mento de 100% no País até a Copa do Mundo. Segundo Kazu Hirai, CEO global, o mercado brasileiro é “crucial” já que a Sony registra desenvolvimento desde 2010, quando atingiu aumento de 65%

nas operações tupiniquins. Segundo Osamu Miura , presidente da empresa no Brasil, nos últimos três anos o negó-cio da companhia duplicou no País. A cobertura e expansão de venda foi para setores que antes não eram atendidos.

Em 2012, o crescimento programa-do é de 30% e para atingir a meta a em-

presa irá oferecer produtos focados na necessidade do consumidor brasileiro. A Sony enviou para o Brasil uma equipe de executivos que realizaram pesquisas nas casas dos consumidores para en-tender os hábitos e gostos das famílias, principalmente as da classe C.

Por Thais Sabatini | IT Web

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. com.br

1ª quinzena agosto 2011 www.crn.com.br16

SSCP – ISC2 SSCP CBK RevIew SemInaR – multIRedeDe 11 a 15 de junhoAv. das Américas, 500 Bloco 19 - Salas 203/204 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJInscrições: [email protected] weBSenSe wSGa – 201 tRaInInGDe 11 a 15 de junhoRua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São PauloInscrições: [email protected] tReInamento BáSICo de tCP-IP PaRa CFtv12 de junhoCentro de Treinamentos WDC Ne-tworks - Rua Diogo Moreira, 132 - 23º andar Pinheiros - São Paulo - SPInscrições: http://wdcnet.com.br/treinamento/2534-2/ loGIStI FóRum 201213 e 14 de junhoCentro de Convenções do campus SE-NAC Santo Amaro – Avenida Engenhei-ro Eusébio Stevaux, 823, São PauloInscrições: [email protected] ou (41) 3029-9353 uBIquItI tRaInInG aCademy no BRaSIl14 e 15 de junhoCentro de Treinamentos WDC Ne-tworks - Rua Diogo Moreira, 132 - 23º andar Pinheiros - São Paulo - SPInscrições: http://wdcnet.com.br/treinamento/2534-2/ RSa SeCuRId admInIStRatIon18 e 19 de junhoRua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São PauloInscrições: [email protected]

201 – FoRtIGate multI-thReat SeCuRIty SyStemS I18 e 19 de junhoRua Victor Civita, 66 - Bloco 1 - 2º andar - Barra da Tijuca - Rio de JaneiroInscrições: [email protected] Blue Coat CeRtIFIed PRoxy admInIStRatoR18 e 19 de junhoRua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São PauloInscrições: [email protected] alCateIa meetInG – Belo hoRIzonte19 de junhoMercure Lourdes - Avenida do Con-torno, 7315 – Santo Antônio - Belo Horizonte, Minas GeraisInscrições: [email protected] FoRtIGate multI-thReat SeCuRIty SyStemS IIDe 20 a 22 de junhoRua Victor Civita, 66 - Bloco 1 - 2º andar - Barra da Tijuca - Rio de JaneiroInscrições: [email protected] Blue Coat CeRtIFIed PRoxy PRoFeSSIonalDe 20 a 22 de junhoRua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São PauloInscrições: [email protected] avaya modulaR meSSaGInG ImPlementatIon FoR avaya meSSaGe StoReDe 20 a 22 de junhoRua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São PauloInscrições: [email protected]

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crn brasil entrevista / Korn / Ferry

1ª quinzena junho 2012 www.crn.com.br18

uem funda uma empresa, muito mais do que vontade de obter lucros financeiros, nutre, ainda que numa consciência mais profunda, o desejo de oferecer algo sig-nificativo a quem se interessar. Com o passar do tempo e a pressão inevitável do mundo pós-moderno, estas raízes since-ras e importantes podem tornar comple-xa a tarefa de manter esta significância ética e, ao mesmo tempo, sustentar uma organização com custos controlados e lu-cros relevantes.

A CRN Brasil conversou com o ad-ministrador, filósofo e financeiro Alexan-dre Fialho, que preside a área de consulto-ria em liderança e talentos da Korn/Ferry International na América Latina, que faz uso da teoria intencionalista como um

meio para recolocar (ou colocar) nos eixos os propósitos mais fundamentais de uma organização, utilizando um grupo de alta liderança como protagonistas desta tarefa.

Você lê agora trechos cuidadosamente selecionados de uma conversa de mais de duas horas, cujas bases profundas passam por conceitos filosóficos dos mais reco-nhecidos estudiosos e chegam traduzidas em ideias consistentes para uma reflexão que pondera a objetividade de uma corpo-ração e os subjetivos interesses que com-põem o indivíduo.

Fialho é um dos keynote speakers da segunda edição do IT Business Forum, que acontece no início de junho, na Praia do Forte, em Salvador (BA), sob o tema central “O Ser do Tempo Presente”.

Em busca da inspiração estratégica

Significado, iSolamento, pluraliSmo, cultura, intenção, inSpiração. conceitoS comportamentaiS típicoS do Ser humano...abSolutamente

preSenteS em cada paSSo eStratégico de qualquer organização

Por Haline mayra* | [email protected]

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CRN BRasil – De que foRma os CoNCeitos filosófiCos estão RepReseNtaDos em uma oRgaNização?Alexandre Fialho – Quando se fala de indivíduos, de executivos e de corpo-rações dentro de um mesmo conceito, a conexão existe em todos esses mun-dos com o mesmo princípio. O que é importante entender é que a herança da nossa sociedade – tenhamos consci-ência ou não; gostemos ou não – vem desde um projeto de Platão, de trazer uma certa dualidade, uma hierarquia entre alma e a relação com o corpo. Ela foi se resignificando e sendo construída ao longo da época medieval; o cristia-nismo se aproveitou um pouco disso, trouxe significados diferentes.

Mas o fato é que grande parte das correntes filosóficas que nos chegam até hoje, não nos chegam como cor-rentes filosóficas, chegam como o dia a dia; têm grande carga behaviorista (teoria que coloca o comportamento no centro do estudo psicológico), ou seja, a gente lida com desde pessoas queridas, até pessoas com quem nós trabalha-

mos com alta taxa de behaviorismo. Isso não é bom nem ruim. A crítica que eu faço não é nem o grau excessi-vo da taxa, pois isso depende muito do contexto: uma estratégia pode requerer muito mais uma atitude consequencia-lista, behaviorista, do que outra.

Mas há uma carga behaviorista e uma que chamo de utilitarista, que veio sendo formulada, agregando algumas novas sementes que a gente às vezes não dá conta. Por exemplo, é muito comum usar Maquiavel de uma ma-neira pejorativa, “os fins justificam os meios”. Maquiavel, na verdade, traba-lha em uma corrente consequencialista, utilitarista, porém, com uma premissa até um pouco menos radicalmente uti-litarista do que outras. Quando ele traz essa afirmação está trazendo uma certa consciência do fim, um certo “querer o fim”, que vai justificar os meios que a gente coloca.

O radicalismo consequencialista às vezes nem planeja o fim, na verdade ele só avalia o que aconteceu no fim para julgar o restante da cadeia. E o restan-te da cadeia, se a gente for simplificar

numa conduta ética, é um sujeito que tem uma atitude e essa atitude tem um resultado. Então, pelo resultado, ele avalia o restante da cadeia, se o resulta-do é bom, se o sujeito foi ético e a forma foi boa. Ou seja, é quase como uma su-premacia da consequência em relação ao meio e ao próprio indivíduo em sua essência, em sua intenção.

Então, essa herança que a gente tem não é percebida. E quando se faz a avaliação de desempenho nas orga-nizações, a grande carga são mesmo as conquistas dos executivos. Isto é, o resultado deles. Isso não deve ser per-dido, essa é a regra do jogo atual.

CRN – explique um pouCo soBRe a questão Da “iN-teNção” DeNtRo Das em-pResas, veRsus esse CoN-sequeNCialismo.Fialho – O que eu chamo atenção é que você deve observar qual o grau necessário de intencionalismo e conse-quencialismo adequado para a cultura que você quer. Pode ter um modelo que funcione muito bem com foco ex-

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Tem um processo ético que não pode ser resumido e consumado apenas na consequência (...) a consequência tem uma relevância grande, mas não resume a intenção. Tanto é que, do ponto de vista jurídico isso é muito mais bem resolvido do que do ponto de vista comportamental. Você pode ser preso matando alguém; como pode ser inocentado. E pode ser preso sem matar alguém, só pela intenção do ato de matar, ou seja, a consequência do ato às vezes não resume o ato em si

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tremado em resultado e outro que fun-cione mais nisso. Qual é esse grau de intencionalismo que você traz nas suas relações éticas dentro da sua organi-zação, dentro da sua relação familiar, da sua relação de amizade? A gente, algumas vezes, vai agindo aculturado em alguns modelos organizacionais e repete isso nas demais relações. Então, a gente dá feedback aos nossos filhos, paga bônus por nota, ou seja, começa a replicar modelos consequencialistas. E aí vem o behaviorismo forte de pre-miar ou punir as consequências do ato, sem se preocupar com o que estava por trás do ato. Então, tem um processo ético que não pode ser resumido e con-sumado apenas na consequência, acho que ele tem que ser avaliado na conse-quência e, até um certo grau, ser com-pensado ou punido pela consequência, porque, obviamente, a consequência tem uma relevância grande, mas não resume a intenção.

Tanto é que, do ponto de vista legal, isso, por incrível que pareça, é muito mais bem resolvido do que do ponto de vista comportamental. Você pode ser preso matando alguém; como pode ser inocentado. E pode ser preso sem ma-tar alguém, só pela intenção do ato de matar, ou seja, a consequência do ato às vezes não resume o ato em si.

CRN – HistoRiCameNte, Como isto se CoNtextualiza?Fialho – Eu trouxe essa questão jurídi-ca para se ver que a força cultural é que mantém os padrões moralistas e a dinâ-mica consequencialista desses padrões, altamente efetivos na sociedade.Mas o mundo mudou de uma manei-ra que os países não são mais países. Então, na verdade, você está vendo a dissolução do bloco europeu – que vemos que não é um grupo único. As dicotomias apareceram, a gente viveu isso, não precisa nem ir tão longe na história; a gente viveu um mundo que era capitalista ou socialista, que era

Estados Unidos ou União Soviética. E essas dicotomias traziam noção do bom e do ruim, a noção ética já estava inseri-da nessas dualidades, então, ao afirmar uma coisa e negar outra, a noção de bem e mal era construída. A gente vive num mundo que, antigamente, era por dualismo, a herança platônica, cristã; corpo e alma; essas coisas que vêm de uma forma. E ela perde a sua validade para lidar com os dilemas pós-moder-nos, porque hoje não tem mais capita-lismo, socialismo, tem uma pluralidade de modelos. O que era esquerda, talvez, hoje já seja direita. A coisa é muito lou-ca do ponto de vista de qualquer esfera: não temos mais a sexualidade apenas homem ou mulher; não existem mais as dicotomias tradicionais que pulsavam numa sociedade moralista do passado.

CRN – tRazeNdo paRa a ex-peRiêNCia CoRpoRativa, Como tudo isso se apliCa?Fialho – O mundo está pluralista, não é mais entre A e B! O executivo foi edu-cado para isso, escolher entre A e B...os famosos termos em inglês, as “trade--offs”, e a estratégia clássica lida com isso. Vamos simplificar as coisas: posso ir para o lado direito ou esquerdo, aí, a cada decisão, eu caio em uma nova bifurcação e vou tomando as decisões corretas. Esse é um caminhar ético bi-nômio. Quando você põe mais de um caminho a ser percorrido, o que você está trazendo é esse pluralismo, e aí essa questão ética consequencialista se com-plica ainda mais, porque a ética con-sequencialista entre A e B você pode resumir verdadeiramente a consequên-cia de A e B, mas como você tem uma ética pluralista, a equação não é mais comparar A com B. Você não tem mais parâmetro. E quando compara A com B com C você tem três plataformas, en-tão é uma confusão ética e de compor-tamento complicado.

CRN – Como isso se Resolve?

Fialho – Hoje o mundo não está só pre-ocupado com as consequências dos atos, mas com a forma, ou seja, com o meio. Isso já está sendo um discurso bem forte, apesar de que não tão fortemente pra-ticado em todas as organizações. Mas ainda existe um certo grau de tolerância ao que eu chamo do “high-performer maléfico”. É aquela pessoa que tem um imenso resultado, mas faz de uma forma questionável. Algumas organizações ainda toleram esse tipo de coisa, mas outras, não. Algumas empresas já estão até querendo pegar isso como um valor simbólico e mostrar que, independente do resultado, a forma tem relevância, então isso já entrou – não da maneira ideal, na minha avaliação, porque eu acho que aí não é uma questão hierár-quica entre a forma e a consequência. Acho que a forma, em si, tem mais va-lor que o resultado, que é, na verdade, a consequência de um processo. A forma é um valor cultural, é um valor ético, que vai se perpetuar em outros atos. Se eu fiz isso dessa maneira e foi tolera-

do fazer dessa maneira, eu vou repetir as maneiras de fazer; e a questão é: eu poderia ter o mesmo resultado de uma forma melhor? E aí as organizações vêm falando: “provavelmente sim”.

CRN – QuaNdo voCê fala da foRma, Que Hoje ela já é QuestioNada, está ligado à iNteNção?Fialho – Não. Algum questionamento está sendo acolhido nesse nível da for-ma. O da intenção é o grande dilema que as organizações não encararam, e por uma simples questão. Primeiro, eu falei da questão plural, ou seja, tem uma pluralidade inclusive de perspec-tiva. Você imagina um grupo gestor em uma organização. Quando a gente entra na intenção, entra na questão do significado. Vamos pegar um exemplo: uma favela. Na perspectiva de um soci-ólogo, ele vai descrevê-la sob a perspec-tiva sociológica, sobre uma disparidade de renda etc; um arquiteto vai descre-ver aquilo sob uma perspectiva de ar-quitetura. Isso é só para exemplificar o que é significado.

Os significados é que fazem as coi-sas serem o que elas são, ou seja, a coi-sa por si só perde o seu valor em uma perspectiva existencial pós-moderna, porque ela só existe através das signifi-cações que são lhe dadas.

CRN – Como fiCa a Questão dos sigNifiCados iNdividu-ais deNtRo da CompaNHia?Fialho – Imagine que nós estamos es-calando uma montanha. A partir des-sa premissa, nós temos alguma coisa em comum, mas isso não é suficiente. Imagine que somos da mesma empre-sa, com a mesma estratégia, com obje-tivos em comum, é isso que eu quero, metaforicamente, representar agora. Então, estamos escalando a monta-nha, estamos unidos na montanha e, por acaso, a gente se preparou e, na base da montanha – não importa se

Existe um certo grau de tolerância ao que eu chamo do “high-performer maléfico”. É aquela pessoa que tem um imenso resultado, mas faz de uma forma questionável (...) Mas algumas empresas já estão até querendo pegar isso como um valor simbólico e mostrar que, independente do resultado, a forma tem relevância

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nos conhecíamos previamente, ou não. Eu posso olhar para vocês e falar: “Ca-ramba, estamos alinhados! Aqui, no mesmo dia, na mesma hora, para fazer essa coisa, poxa, vamos juntos”. Então, criamos até uma energia, um time, de última hora. A força que alguns objeti-vos trazem é muito forte, eu não estou negando isso, então, o nosso momento de nos encontrarmos lá pode ter cria-do uma força relacional entre a gente extremamente forte e não desprezível. Ok, então subimos – amigos ou não – e, no meio da caminhada, um pergunta ao outro: “O que te traz aqui?”. Aí a pergunta do objetivo é mais clara. Um responde: “O que me traz aqui é che-gar lá em cima”. Todo mundo está ali para chegar ao topo, então todos estão alinhados em objetivo. A forma de che-gar lá também está alinhada, que será juntos. Então, alinhamos objetivos; ali-nhamos a forma; vamos dividir a comi-da; vamos fazer a coisa bem fortemente integrada entre a gente.

E aí a pergunta que não foi feita não é “o que a gente está fazendo aqui?” por significado. "Por que razão você tá aqui? O que significa essa sua subida?" E aí podemos provavelmente encontrar algumas diferenças, maiores ou meno-res, do tipo “eu estou aqui para pagar uma promessa”; e outro pode falar “eu gosto de adrenalina”; o outro pode fa-lar “eu fiz uma dieta, comecei a pra-ticar esportes e esse aqui é um desafio que eu coloquei como marco da minha conquista de perder peso”. Enfim, isso

evidencia o significado e a diferença da intenção estratégica de subir aquela montanha, que ganha mais ou menos carga em momentos adversos, porque é nesse momento que a inspiração vai atropelar a intenção que eu tinha.

CRN – A iNspiRAção está Num Nível mAis pRofuNdo do que A iNteNção?Fialho – A intenção que eu tenho consciente é a intenção aspiracional. O inspiracional e o aspiracional são inten-ções, uma consciente e outra pré-cogni-tiva, ou seja, ela não está no ambiente do pensar, no que eu tenho que fazer. É um ambiente que vai de dentro para fora nos indivíduos, nas suas pluralida-des do grupo que está subindo a mon-tanha, gerindo uma empresa, ou den-tro da mesma casa, da mesma família. Então, essa pluralidade está ganhando espaço porque as pessoas estão come-çando a perceber que o significado, no mundo pós-moderno, não é desprovido de valor. O moralismo tende a padro-nizar significados, a padronizar atos e a significar coisas: uma cultura muito forte, como a igreja, o exército, princi-palmente no passado, tendiam a criar morais através de significado. As pes-soas entravam e se perdiam em identi-dade e só se reconheciam como mem-bros daquele grupo e, naquele grupo, os significados eram compartilhados. Esse mundo não existe mais, as pes-soas estão significando seus atos, suas conquistas individuais e conjuntas e

essa pluralidade, mais uma vez, de significado, traz uma pluralidade de inspiração estratégica: por mais que a gente esteja alinhado a chegar ao topo da montanha, isso não é mais suficien-te na ética organizacional, porque no momento da adversidade da monta-nha – uma nevasca, por exemplo –, pode ser que o cara da promessa até morra lá em cima, independente dos demais, porque a promessa é mui-to mais importante do que a relação de amizade ou a força que surgiu na-quele encontro na base da montanha. Então, essa perspectiva de significados, quando vem à tona, não é percebida no primeiro momento, mas na adversida-de ela transpassa toda a questão da for-ma e do objetivo, e da própria intenção.

A exemplo disso, a gente viu na Fo-xconn uma ameaça de duzentos fun-cionários querendo fazer um suicídio coletivo. A intenção deles lá, juntos, não era se matar por se matar, era uma coisa que estava de dentro para fora, tão forte, que eles iam se matar. Mas o significado daquele suicídio coletivo es-tava muito claro, eles estavam falando “eu não vou mais ser tratado como algo extremamente desumano”. A questão está no que está levando esses caras a fazerem isso, que é o lado inspiracional.

CRN – fAle um pouCo dAs sigNifiCâNCiAs iNdividuAis do pRé-CogNitivo em um Ce-NáRio de empResAs. Fialho – Imagina uma avaliação de

desempenho só e extremamente con-sequencialista. Eu sento com você, falo que suas metas eram X, Y e Z, se che-gou, se ultrapassou, se não chegou... fatos contra fatos; dados contra dados; fatos quantitativos e qualitativos. Aí, nos qualitativos a gente pode discordar um pouco, mas é uma discordância de avaliação, não de significado, porque, ao debater o fato, eu não quero saber o que significa para você, eu falo o que você foi ou não foi; o que eu achei que você foi ou não foi. Se eu achei que sua energia estava média ou alta... Resumo da história: esse é um típico modelo de sistema de avaliação de desempenho.

Na primeira parte é o modelo só consequencialista; a segunda fala um pouco da forma. Nesta segunda etapa, eu posso criar um monte de coisas para contestar além dos objetivos que você atingiu, a forma que você atingiu. E o terceiro estágio que eu trago é o inten-cionalista, que eu vou apoiar mais na questão inspiracional. Porque quando eu pergunto o que você queria atingir é uma pergunta cognitiva, e você pode respondê-la automaticamente. Mas tem uma pergunta que não está associada ao que você atingiu, que é o significa-do disso para você. Qual é o valor disso para você além do lucro? Você pode trazer inúmeras questões genuínas, mas que têm um significado para você que vai ser diferente para o outro. Então você pode ter várias respostas onde não existem certas e erradas, mas são mui-to importantes ao fazer uma avaliação

A gente, AlgumAs vezes, vAi Agindo AculturAdo em Alguns modelos orgAnizAcionAis e repete isso em todAs As demAis relAções

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de desempenho. Analisar se a intenção pré-cognitiva, que é o lado inspiracio-nal – a grande força motriz da ética na sociedade –, está alinhado com os ge-nuínos valores da organização, porque é lá que você vai ter verdadeiramente o check point da essência da cultura.

CRN – Qual a Relação de estimulaR o lado iNspiRa-CioNal Com os Resultados de uma empResa?Fialho – O nascedouro da cultura é pré-cognitivo, ele não é cognitivo, apesar de tentarmos fazer da cultura um movimento behaviorista de condi-cionamento comportamental, ela está ligada a questões que alguns chamam de essência, outros de consciência, en-fim, essa coisa que vem de dentro...ela é verdadeiramente o que vai aflorar no momento divisor de águas. Esse é o ponto da intenção que as pessoas negli-genciam. E você, desenvolvendo as in-tenções pré-cognitivas, as inspirações, cria um movimento de acordo plura-lista, e não de padronização comporta-mental, porque as duas formas que eu posso ter são as seguintes: te premiar ou te punir para você se vestir como eu, se comportar como eu, usar o lingua-jar que uso, e eu vou condicionando e vendo que as intenções são as mesmas...culturalmente, parece perfeito, mas, na pluralidade, você não quer os iguais, você quer a diversidade como valor. Mas a diversidade como forma de valor pode parecer caótica, porque é difícil e é difícil porque você não faz esse ali-nhamento apenas pelos objetivos, você tem que fazer nessa coisa intencional. Mas eu, ao beber da sua água, e você da minha, posso fazer o que eu chamo de ampliação inspiracional, quer di-zer: eu posso ampliar os meus valores e significados inspiracionais dividindo algo que está dentro de mim, porque isso é um ato generoso. Todas as pes-soas que dividem seu interior estão di-vidindo de maneira generosa alguma

coisa. Então, esse movimento é o que às vezes as organizações não estão fa-zendo – com raríssimas exceções –, que é trabalhar sua inspiração estratégica. Só que aí é que está a força da organi-zação; aí é que está a cultura genuína; e aí é que está o respeito à diversidade, porque aí você consegue trabalhar com pessoas de comportamentos diferentes, de cultura diferentes, inclusive com sig-nificados diferentes, mas você começa a ampliar esses significados, esse lado ins-piracional, a ponto que cria um valor para a organização.

CRN – Como dosaR a aNá-lise CoNseQueNCialista Com uma estRatégia de iNspiRação?Fialho – O radicalismo extremo ins-piracional é raro – e aqui falo eu, um amante desse tema: não é recomendá-vel para a maioria das organizações. Obviamente, o centro de gravidade sempre tende para o lado consequen-cialista. Mas eu vou citar dois exemplos do lado de cá, inspiracional e inten-cionalista pré-cognitivo da ética. Um brasileiro que vai dar um pouco o tom dessa seara é a Natura – e citá-los não significa que eles são perfeitos nos seus atos. Mas se você levar um projeto de um produto, de um investimento para a Natura, a primeira pergunta não é o VPL (Valor Presente Líquido) do proje-to, nem se tem algum impacto socioam-biental – a questão também não está aí, está mais profunda ainda. A pergunta--chave é: “Em que esse projeto melho-ra o mundo?”. Só não impactar, não resolve. Um projeto que tem só VPL não resolve. Esse é o significado dos três fundadores da Natura, que é mui-to forte e, mais uma vez, sem ser pie-gas querendo que isso se transforme em atitudes multiplicadas em milhões de pessoas, não é isso. A Natura tem suas mazelas, como qualquer organização, mas eu estou indo para o lado extremo, ou seja, mais importante na Natura do

que uma aspiração estratégica é essa inspiração estratégica. Então, o valor que é dado ao pré-cognitivo intencional – esse significado de melhorar o mundo –, se não estiver em você, dificilmente você vai estar conectado, no mínimo, com o topo da Natura. Porque, para es-tar lá verdadeiramente, genuinamente conectado no topo, isso tem que ser par-te do seu significado. Mesmo que você não tenha hoje, você vai beber dessa água e, se você não construir, vai ser expurgado do sistema.

A Apple tinha um pouco disso, mas não em uma esfera social, era em uma esfera extremamente disruptiva e com todas as suas mazelas também, por-que a gente vai falar de um líder que foi, como uma forma de agir, deplorá-vel, ou seja, a forma que ele liderava as pessoas era deplorável. O Steve Jobs não é um exemplo de liderança, mas é um exemplo de valores e significa-dos intencionais que são muito valiosos para a ética dele, ou seja, muito mais importante que a consequência do ato era o que estava por trás. Tanto é que quando eles lançaram o iPhone, não ti-nha parâmetro de preço, de tamanho, de mercado. Eles queriam lançar algo que não era algo factível e planejado do ponto de vista aspiracional, eles lan-çaram do ponto de vista inspiracional, que é essa parte pré-cognitiva da ética. Então, a ética naquela organização, até certo ponto, era muito pautada por isso, ou seja, o significado que você está bus-cando e não o resultado...a consequên-cia, quantas unidades foram vendidas, isso vinha quase como consequência, ele não conseguia e nem parava muito para prever, ele sabia que ia ser uma coisa grandiosa, mas a grandiosidade vinha da intenção, não da consequên-cia, a consequência vinha posterior.

CRN – VoCê fala Que muito pouCas empResas fizeRam esse moVimeNto. poR Quê? o Que baRRa esse moVimeN-

to? Qual o temoR Que os em-pResáRios têm de abRaçaR esse pluRalismo e essa sub-jetiVidade?Fialho – Na verdade não é um temor, é uma incapacidade. Isso me levou a estudar, inclusive filosofia, porque essa é uma reflexão muito forte filosófica. Simplesmente porque o dia a dia das organizações vem dessa herança con-sequencialista que eu falei, então, ter esse nível de conversa dentro de uma organização já é difícil. Existe outro fator que eu chamo “isolamento es-tratégico do CEO”. Por essa herança, o CEO cria uma agenda clara, com todos os termos de negócio, focada, simples, objetiva. Nada que combina com pluralismo e perspectivismo, que é complexo, desfocado, e não é simples. Então, vamos ser verdadeiros, ou seja, o ideal corporativo é um ideal de “é o meu diretor financeiro, eu vou ter uma conversa com ele sobre as consequên-cias financeiras, os objetivos financei-ros”, ou seja, altamente utilitarista. Ele é bom enquanto útil, e quando não for mais útil não é bom.

Essa é a realidade. E o CEO tam-bém é tratado assim. Em reuniões de conselho, a maioria dos boards es-tão focados no curto prazo, tomada, em grande maioria, por avaliação de resultados. Então, esse CEO, que detém a estratégia, não consegue divi-dir com o conselho, porque ele não é convidado e o board tem uma agenda extremamente consequencialista. En-tão ele fala “será que se eu desfocar o meu financeiro, meu comercial, meu marketing, meu operacional para esse diálogo eu vou criar uma confusão?”. Mas o mundo corporativo é simplici-dade, foco, clareza, então ele mantém aquela linha e fica naquele mundo isolado, sofrendo realmente com o iso-lamento estratégico. Isso me chamou a atenção e eu, em alguns anos, tra-balhei com grupos de CEO justamen-te por causa dessa patologia que eu

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identifiquei, e o primeiro tratamento foi juntar esses CEOs em grupos de CEOs, ou seja, juntar doentes, como se fosse um AA (Alcoólatras Anô-nimos) ...as pessoas discutindo essas mazelas, onde eles pudessem genuina-mente se abrir. Isso deu muito certo. E a consequência melhor disso é que agora eu já começo a ir para as orga-nizações trabalhando o topo, porque o isolamento estratégico, se ele é in-tencional, ele é agenda de poder; se ele não é intencional, é por uma falta de fórum, de estruturação inspiracional da estratégia.

CRN – Os CEOs têm difiCul-dadE NEstE pROCEssO?Fialho – Demorou até eles consegui-rem se sentir confortáveis no comitê estratégico, como chamamos, para dis-cutir questões estratégicas sem trazer números, sem trazer consequências, o que fazia com que eles achassem aquilo muito desprovido de conteúdo. Então, até eles viverem a força daquele conteú-do, foi um desprendimento inclusive es-tético, porque as lentes deles impediam que eles vissem valor nessa discussão. E aí eles começaram a ter discussão, a construir uma estratégia verdadeira-mente estratégica de longo prazo, de posicionamento, de valor.

Esse caso foi emblemático porque, inclusive, tivemos que mudar a sala em que aconteciam as reuniões, os horá-rios, para não confundir com a outra reunião, com nada...não era só em dia

diferente, mas em local diferente, com dinâmicas e pessoas diferentes. Come-çamos a discutir o lado inspiracional dessa empresa e foi uma grande revo-lução, os resultados mudaram ainda mais, porque melhoraram na perspec-tiva do próprio mercado, uma vez que eles começaram a construir posiciona-mentos valiosos e estratégicos, que o mercado, inclusive, começou a premiar na precificação das ações.

CRN – NEstE CasO, qual ERa O pORtE da EmpREsa E qual ERa O sEu NívEl dE aCEssO à lidERaNça? Fialho – Dezenas de bilhões. Gran-de em qualquer lugar do mundo. Meu acesso era com os membros do board, o CEO e vice-presidentes. CRN – quaNtO tEmpO lEvOu paRa Essa EmpREsa CONsE-guiR ENtENdER a pROpOsta?Fiialho – O processo vai até hoje, está em evolução. E um processo dessa na-tureza se estabiliza em média em três anos, mas o grosso tende a tomar de cinco a oito meses.

CRN – E COmO é a REvERsãO dE REsultadO dEssE pROCEssO?Fialho – Ficou um grupo mais estra-tégico. Ele fez isso que eu chamo de ampliação de inspiração: começaram a construir uma verdadeira inspira-ção, significados começaram a ser trocados, construíram significados

fortes para a organização e a própria cultura, que era muito provida de questões operacionais e pouco provida de questões estratégicas, migrou para esse nível, então os valores estratégi-cos começaram a pautar as próprias relações dessa organização, que antes era pautada pelo valor operacional.

O resultado já era bom, isso é im-portante colocar. Só que ele melho-rou ainda mais em uma perspectiva estratégica, porque eles começaram a fazer integrações de multibusiness – que era questionado pelo mercado se eles dariam conta –, porque eles fica-ram complexos demais. E a diferença é essa: você pode crescer fazendo um pouquinho mais do mesmo; ou fazen-do uma amplificação estratégica. A diferença é o seguinte: a amplificação estratégica, invariavelmente, vai te re-meter a uma pluralidade da qual você pode ter consciência ou não. Um pou-quinho mais do mesmo talvez não te remeta tanto a essa pluralidade, e aí você consiga até continuar na mesma batida, mas o fato é que as organiza-ções estão ficando complexas e, quan-do se dão conta, se assustam. É aí que entra essa pauta importante de rever, de colocar as bases inspiracionais que, em ultima instância, vai culminar em questões éticas e estéticas dentro da organização.

CRN – COmO ligaR O pRé-COg-NitivO aO ObjEtivO dE gERa-çãO dE luCRO Na EmpREsa?

Fialho – Isso não é uma dicotomia: resultado e inspiração. Na pluralida-de não existem trade-offs, não existe aquela coisa “ou é resultado ou é ins-piração”, “ou é consequência ou é in-tenção”. Não, são os dois. Em maior ou menor grau e, na maioria das ve-zes, o maior grau sendo consequência. Não estou aqui pregando um não--consequencialismo. Mas a questão é, primeiro, quanto mais no topo da or-ganização, mais convidado a ser autô-nomo você é. Quanto mais autônomo você for, menos o moralismo estético e ético vai fazer sentido. Infelizmente, na base você tem menos autonomia do que no topo, mas quem está no topo é convidado a ser autônomo. Na maio-ria das vezes, você está sendo convida-do a ser você mesmo, e não represen-tar algo que a cultura espera que você represente. Então, tem esse convite velado na sua ascensão de carreira, a se soltar e a apostar na diversidade como um valor para a organização. Alguns fazem isso, outros fazem me-nos; alguns ambientes convidam mais abertamente a isso, outros convidam a menos. Mas o fato é que quando você vai trabalhar no topo da organização, você não fala só da aspiração e execu-ção, você também começa a ter quer falar da inspiração e, ao falar da ins-piração, inerentemente você vai falar de significados.

*Colaboraram Felipe Dreher e Patricia Joaquim

A coisA por si só perde o seu vAlor em umA perspectivA existenciAl pós-modernA, porque elA só existe AtrAvés dAs significAções que lhe são dAdAs

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opinião

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Jamais imaginamos que as empresas chegariam perto de colocar em prática o que se tornou o clichê empresa-rial supremo: “os nossos colaboradores são nosso maior patrimônio!” Venho escutando isto de presidentes e di-retores há alguns bons anos. Mas esta é uma tendência que as empresas terão que por em prática com mais

intensidade daqui para frente. Em tempos de “apagão de mão de obra” e “falta de talentos”, um maior número de empresas está gastando mais tempo e dinheiro no recru-tamento, desenvolvimento e manuten-ção de suas equipes.

Isto é um bom começo, mas é so-mente o início da batalha. Mesmo que você assuma o compromisso de contra-tar os melhores profissionais e incenti-var seu desenvolvimento, existe ainda outro importante passo a ser dado: engajá-los. Se você realmente acredi-ta que eles são a razão do seu sucesso, precisa garantir que permaneçam na empresa e principalmente motivados o suficiente para entregar resultados cada vez maiores.

Toda organização, por mais medíocre que seja, conse-gue, com o tempo, aprender os mecanismos de condiciona-mento do comportamento humano. Estes instrumentos são úteis no início, mas com o passar do tempo acabam não atendendo mais, pois as pessoas aprendem a “trabalhar” com eles. Chamo de mecanismos de condicionamento do comportamento humano: definir uma meta, colocar uma estrutura de controle e ter um plano de consequências para aqueles que conseguem atingir e superar a meta.

A grande questão é que quando as pessoas conseguem “trabalhar” com os mecanismos, elas aprendem que a re-

compensa sempre é dada pelo atingimento e nunca pelo desafio. Neste momento, a organização começa a valorizar o “subdesempenho satisfatório”. Não existe prêmio para aqueles que buscam mais, mas somente para aqueles que alcançam. Isto faz com que a organização comece a con-tratar metas menores. O interessante neste processo é que a empresa f ica satisfeita com o atingimento destas metas e vai perdendo a capacidade de buscar resultados maiores. O sis-tema valoriza o fazer/atingir e não o querer fazer mais. No

f inal, a ideia que passa para a equipe é que ela deve contratar uma meta que possa entregar.

A verdadeira fonte de vantagem competitiva hoje está no talento huma-no. Infelizmente, continuamos a subes-timando as pessoas e subutilizando suas habilidades. Na maioria das empresas, pessoas que nunca serviram nas “trin-cheiras” cuidam da contratação e de-senvolvimento das equipes. Chamam isso de RH. A melhor forma de fazê-lo é pôr os melhores profissionais da orga-nização diante deste processo.

Com a aceleração da dinâmica da competição, o pa-trimônio humano das organizações talvez seja a única for-ma verdadeiramente sustentável de vantagem competitiva. Acreditamos que as pessoas são dotadas de uma curiosida-de inata e estão imbuídas da motivação natural para agir e aprender. Portanto, devemos aproveitar a engenhosidade de nossas equipes e recompensar os melhores, para que sejam importantes agentes de desenvolvimento. Isso pode ser feito com a introdução de novos métodos e processos de gestão de pessoas, além de outras atividades inovadoras que estimulem a competitividade e o crescimento da organização.

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Luis Augusto Lobão mendes

é professor dA fundAção

dom cAbrAL e escreve

mensALmente nA crn brAsiL

Luis Augusto Lobão [email protected]

Não existe prêmio para aqueles que buscam

mais, mas para os que alcançam. Isto faz com que

a organização comece a contratar metas menores e, ao ficar satisfeita com o alcance destas metas, vai perdendo a capacidade de buscar resultados maiores

BUSQUE O POTENCIAL MÁXIMO DAS PESSOAS

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indústria / SAPPHIRE NOW 2012

Dilemas da

meia id adePor Felipe Dreher | [email protected]

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OnlineLeia tudo o que aconteceu no evento, em Orlando (EUA), em maio:http://crn.itweb.com.br/especial/sapphire-2012/

Jim Hagemann Snabe, co-ceo: “Em cinco anos, tudo será móvel, em nuvem e in-memory”

Dilemas da

meia id ade A SAP chegou aos quarenta anos de vida como muitos: preocupada

com a barriga e as rugas estampadas no rosto. Já faz bons 36 meses que a companhia segue um processo de rearranjo de sua imagem para ir além do patamar que lhe define como uma provedora de softwares de gestão em-presarial. O sucesso que conquistou como ícone do ERP garantiu dinheiro suficiente para comprar adereços que devem lhe ajudar nessa jornada. De lá para cá, se divorciou de alguns e esta-beleceu novas alianças.

Em cada ida ao mercado trazia uma sacola cheia de novos atributos e tecnologias complementares. Quan-do abriu a carteira pela Business Ob-jects, alicerçou a incursão pelo mun-do da inteligência analítica; a Sybase trouxe expertise em banco de dados e mobilidade; a SucessFactors agregou elementos de cloud computing. E são esses pontos que dão o norte à estra-tégia da companhia e fazem Jim Hage-mann Snabe, co-CEO da SAP, cravar: “em cinco anos, tudo será móvel, em nuvem e in-memory”.

Talvez o líder esteja correto em seus desejos, mas ainda distante na execu-ção. Um exemplo? O Van Halen, ban-da de encerramento do Sapphire Now 2012, tocou para umas 12 mil pesso-as. Naquele 16 de maio, chovia desde o final da tarde em Orlando (EUA). Se o mundo rodasse em cloud, consciente de que informações relevantes podem vir de diferentes fontes (a meteoro-logia), processados em sistemas de inteligência analítica na centena de máquinas Hana que rodavam dados a grandes velocidades em algum data center (como a fabricante mostrou em vídeo horas antes), e disponibilizados em tempo real nos dispositivos móveis

dos que gerenciavam a logística e dis-persão das pessoas, os participantes do evento que viram o show de rock oitentista não precisariam esperar os ônibus de volta a seus hotéis embaixo d’água – como aconteceu.

Ficou a certeza de que ainda há um longo caminho até a realização do sonho de cinco anos da SAP. A parte boa é que a tecnologia evolui em meio piscar de olhos e talvez a visão do exe-cutivo até se concretize antes, visto o esforço da companhia para entrar nesses novos trilhos. Em um momento de descontração, perguntei a Snabe se ele achava que o portfólio da em-presa já estaria preparado para reali-zar sua visão. “Para o momento, sim; para o futuro, ainda não”, respondeu, simpático e consciente, deixando no ar a expectativa de que novas expan-sões inorgânicas certamente figuram no mapa da fabricante. Outra ques-tão toca o fato de que muito do que a companhia considera inovação vem das aquisições. A indicação do co-CEO é que há também um ajuste para ace-lerar as incursões internas.

RevoluçõesMobilidade, sistemas analíticos,

aplicações mais empacotadas, banco de dados e tecnologia em nuvem. São esses os cinco alicerces onde a SAP apoia sua estratégia para posicionar--se bem  frente às transformações que se desenham. A companhia traz um discurso muito alinhado ao que outros grandes players de TI têm eco-ado e mostra preocupação com o advento de fenômenos como social business, big data, consumerização, novos dispositivos e formas de entre-ga de conteúdo. “Macroforças conver-gem e criam pontos de inflexão. Uma

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indústria / SAPPHIRE NOW 2012

revolução está a caminho”, sintetiza Bill McDermott, co-CEO da alemã, observando uma necessidade de redução nos ciclos de reinvenção de modelos de negócio que cada vez mais consideram experiências dos usuários da tecnologia. “As coi-sas precisam ser velozes, simples e personalizadas”, crê.

A fabricante observa muitas oportunidades nos mercados aber-tos por novas tecnologias que en-

traram em sua oferta. Os parceiros viriam a reboque, dentro da ambi-ção de elevar a participação das vendas indiretas a 40% de sua receita em três anos. Isso passa por aliados capazes de alavancar negócios com conceitos e tecno-logias que orbitam ao redor do ERP. “Gostaríamos que nosso ca-nal vendesse todo nosso portfólio, mas isso não é realista. Sabemos que a estratégia generalista não

vai funcionar. Queremos parceiros especializados de acordo com sua capacidade e expertise”, defende Emilio Mariño, vice-presidente sê-nior de ecossistemas e canais da SAP para América Latina e Caribe.

O ponto principal, ainda, é as-segurar que os parceiros que vie-ram de marcas integradas ao por-tfólio da fabricante após intensos movimentos inorgânicos mante-nham o foco no que sabem fazer e

complementem conhecimento com o resto das soluções disponíveis. “Será muito difícil que uma reven-da cubra as cinco categorias de mercado que buscamos com tudo que temos”, julga, antecipando que a empresa trabalha na criação de mecanismos para aproximar re-presentantes capacitados em fer-ramentas distintas de forma a po-tencializar a conversão de algumas oportunidades.

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bill mcdermott, co-ceo: “As coisas precisam ser velozes, simples e personalizadas”

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CRN BRasil – O que O CeNáRiO NaCiONal dOs últimOs aNOs mudOu NO que tOCa a fORma de atuaçãO de empResas de sOftwaRe? COmO esse NOvO patamaR que O BRasil OCupa afeta a sap?Luis Cesar Verdi – Nos ajuda muito,

porque se comparar a situação do País hoje com 15 anos atrás, um dos capí-tulos são as empresa brasileiras atu-ais. Hoje há uma quantidade maior de companhias nacionais virando multina-cionais. A relevância econômica está associada a essa presença global. A imensa maioria dessas corporações

que viraram globais nos últimos anos é nosso cliente.

CRN BRasil – issO mudOu O peRfil de veNda?Verdi – Estimulou e forçou a nos co-nectarmos mais a rede SAP ao redor do mundo para ajudar a servir esses clientes. Mas já tínhamos essa expe-riência feita no sentido contrário. O Brasil tem uma presença grande de empresas multinacionais atuando em seu território. Ao longo de muitos anos atendíamos companhias do setor au-tomotivo, financeiro, químicos, sejam europeias, americanas ou asiáticas nesse formato de rede. Aprendemos no caminho inverso, desenvolvendo conhecimento de como fazer isso e agora aplicamos para as empresas, que, a partir do Brasil, definem suas estratégias de TI para o globo.

CRN BRasil – quais as pRiNCipais estRatégias da suBsidiáRia paRa O aNO?Verdi – Podem esperar mensagem clara e estruturada em torno das nossas cinco categorias de produtos: aplicações, inteligência analítica, mo-bilidade, base de dados e tecnologia e nuvem. Isso se reflete na nossa es-trutura organizacional, em programas de marketing e, também, em nossos programas de formação e desenvolvi-mento de parceiros. Acreditamos que os canais que se especializarem terão melhores resultados. Observamos pe-los nossos resultados que os parceiros que buscaram mercados de uma ma-neira focada, menos generalista, cres-cem mais rápido.

CRN BRasil – vOCês Citam que 70% dOs ClieNtes BRasileiROs sãO pmes. mas qual é O peRfil desse ClieNte?Verdi – Falamos de empresas de até 500 milhões de reais de faturamento anual. Muitos vão dizer que essa não é uma companhia média. Aceito esse debate e não é isso que me preocupa. Quando olho para os clientes SAP, se pego a lista total, de fato, 30% estão acima desse padrão de faturamento.

CRN BRasil – seguNdO NúmeROs ReCeNtes dO estudO da fgv COORdeNadO pelO feRNaNdO meiRelles, a tOtvs detém 38% de paRtiCipaçãO de meRCadO, seguida pOR sap (28%) e ORaCle (16%). COmO faRãO paRa passaR esse CONCORReNte?Verdi – Acho que já somos maiores que a Totvs no Brasil.

CRN BRasil – mas pOR que issO NãO está ReveRtidO Na pesquisa, questãO de mOdelO de métRiCa?Verdi – Não quero contestar a pesqui-sa do Fernando. Respeito muito o tra-balho que ele faz, mas, por exemplo, medimos market share por receita. Su-ponha que você vai abrir uma filial de uma empresa no Brasil e em um ano pretende conquistar dez clientes, que clientes vai querer nessa lista? Gran-des nomes. Entre dez clientes grandes e dez pequenos, quais você quer?

CRN BRasil – só que issO dá maRgem paRa iNteRpRetaçãO das ReCeitas lOCais da sap, se já é maiOR que a tOtvs, que fatuROu algO COmO 1,2 BilhãO de Reais em 2011. dá paRa eNteNdeR que Os ResultadOs de vOCês sãO supeRiORes a issO.Verdi – São dados que até podem ser levantados. Mas significa, primeiro, que nosso modelo de negócios é di-ferente. Quantos prestadores de servi-ço existem no mercado atuando com tecnologia de nosso competidor? A maioria dos serviços é feita pela pró-pria Totvs. Temos 11,6 mil consultores no Brasil, sendo cerca de 300 da SAP, se pegarmos toda nossa área de con-sultoria. A imensa maioria dos serviços SAP é feita pelos nossos parceiros e não diretamente. Agora, nosso DNA é de empresa de software e na hora de comparar, quero bater meu faturamen-to de software contra o faturamento em software de nossos competidores. Esse é o critério. Aí se você investigar tudo, chegará à conclusão.

*O jornalista viajou aos Estados Unidos a convite da SAP

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“Já somos maiores que a Totvs no Brasil”

POucO ANTES DA ABERTuRA DO SAPPHIRE NOw, A cRN BRASIl cONvERSOu cOM luIS cESAR vERDI, PRESIDENTE DA SAP NO BRASIl. NA ENTREvISTA, ElE REvElOu RuMOS DA OPERAçãO EM SOlO BRASIlEIRO E AFIRMOu QuE A EMPRESA é MAIOR QuE SuA cONcORRENTE NAcIONAl. AcOMPANHE AlGuNS TREcHOS DO BATE-PAPO.

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indústria / EMC World 2012

EMC quer liderar a jornada para a nuvemSer líder na jornada para a cloud

computing. Uma pretensão de muitos fabricantes, um lema para a EMC. Estar na nuvem é mais que uma visão, mas a premissa de sucesso para os próximos anos. Como dis-se Jeremy Burton, vice-presidente e CMO da empresa, “a computação em nuvem está fundamentalmente trans-formando a forma como a TI é feita” e, nesta linha de pensamento, a fabri-cante vai dando seus passos.

Para esta jornada, Joe Tucci, CEO e chairman da empresa, afir-ma que crescer junto a canais é elementar para a estratégia e que hoje não há como definir expecta-tivas de negócios que não passem pelo ecossistema de parceiros. No dia 20 de maio, abertura do Global Partner Summit da EMC, que reuniu mais de 3 mil parceiros, o executivo tentou deixar isso o mais claro pos-sível. Aliás, o GPS aconteceu junto ao EMC World, que foi de 21 a 24 de maio, em Las Vegas, reunindo cerca de 15 mil pessoas.

“Parceiros são missão crítica para nossos negócios. Não à toa, abrimos o mercado de clientes em que atu-ávamos diretamente para os canais, pois depositamos neles a mais alta confiança”, afirmou Tucci, se referin-do ao passo que a EMC anunciou de direcionar algumas contas enterprise para o atendimento dos aliados. “Só podemos pensar em futuro nos negó-cios se houver parceiros”.

Quanto às contas enterprise, a pre-missa é que a fabricante atenda aos maiores dentro dos maiores clientes e

que os canais façam o papel da EMC junto a essas outras empresas. “São poucos os parceiros elegíveis para fa-zer este atendimento, pois a qualidade do serviços prestados devem ser as mesmas que aplicamos”, disse Gregg Ambulos, vice-presidente sênior de vendas globais de canais da EMC.

Para isto, a fabricante fez algu-mas alterações no programa global de canais, o Velocity Service Provider Program (VSPP), no qual são acres-centados três novos níveis de capaci-tação e distinção de parceiros:

Velocity Solution ProVider PracticeS: nível de reconhecimento dentro do programa VSPP que certi-fica um alto nível de capacitação do canal, com grandes habilidades em pré-vendas, vendas e serviços, atra-vés de um amplo conjunto de solu-ções para iniciativas de clientes es-tratégicos da fabricante;

cloud Builder Practice: permite que parceiros projetem, construam e gerenciem infraestruturas na nuvem através da tecnologia da EMC;

cloud ProVider Practice: dá as mesmas capacidades do Cloud Buil-der, mas com foco em infraestrutu-ras de TI como serviço (IT-as-a-Ser-vice), através da marca do parceiro, ou seja, a EMC se põe como canal do integrador;

Tendo apresentado os prognósti-cos, Ambulos fez um balanço entre os anos em que a companhia vendia apenas diretamente e os dias atu-

renato Galisteu* | [email protected]

Joe Tucci, da emc: “Hoje apontamos para a cloud computing, big data e infraestruturas de storage como o presente e futuro de nossas ações. Espero que os parceiros estejam prontos para juntos buscarmos essas oportunidades”

Fotos: emccorp

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indústria / EMC World 2012Online

Leia tudo o que aconteceu no evento, em Orlando (EUA), em maio:http://crn.itweb.com.br/especial/emc-world-2012/

ais, e afirmou que a missão é ven-cer junto com o canal. “Anunciamos outro exemplo de comprometimento da EMC com o avanço das habilida-des do parceiro em configurar opor-tunidades de vendas”, comentou o vice-presidente.

Ambulos acrescenta que não se trata de uma mudança no programa, mas uma nova estratégia de go to market, voltando a citar Joe Tucci: “os canais são críticos para a estratégia”. No Brasil, cerca de 15 aliados repre-sentam estes elegíveis a atuar em tal frente de mercado.

Canais que cumprirem as expec-tativas do Cloud Provider poderão mi-grar para o programa Velocity Service Provider. De acordo com a compa-nhia, hoje são 160 serviços otimiza-dos entregues por cerca de 50 par-ceiros dentro do VSPP.

AméricA LAtinAEm 2011, a receita a EMC foi de

20 bilhões de dólares, e a América Latina, que tem participação entre 4% e 5%, representou mais de 400 milhões de dólares desse montante.

Octavio Osório, vice-presidente da EMC para a América Latina, afirma que a par ticipação do ca-nal dentro destes números tende a crescer gradativamente, com grande força interna para que as vendas diretas e indiretas fiquem equilibradas na região.

Os países latinos representam o maior crescimento global da com-panhia, com expansão de 26% no último trimestre de 2011 e 20% no primeiro trimestre de 2012. “A ideia é manter esse ritmo”, afirmou Osório. As verticais que mais cresceram na região foram telecomunicações, fi-

nanças, governo e “toda a gama de médias empresas, que começam a se mover para a nuvem”, informou. mAis de 40 produtos

A EMC aproveitou o evento glo-bal para lançar 42 novos produtos, que vão desde grandes máquinas para orquestração de sistemas ca-sados complexos até novos produ-tos de entrada para pequenas e mé-dias empresas.

Para ilustrar, em 2011, durante o EMC World, foram lançados 41 itens, e há 10 anos a fabricante era uma companhia de um único produ-to para storage.

A EMC deu um salto na perfor-mance da família de armazenamen-to virtual VPLEX, máquinas capazes de fazer a transição de dados entre informações armazenadas de for-ma onpremise e nuvens públicas e privadas.  Dentre as mudanças está a capacidade de integração entre o VPLEX 5.1 com o software de prote-ção de dados RecoverPoint junto ao Unisphere. O VPLEX também foi re-centemente certificado para rodar em ambientes Oracle com o VCE Vblock, e, comparado à antiga versão, tem 40% mais performance e duplica a capacidade de gerenciamento de ser-vidores virtualizados.

A linha de armazenamento VMAX Symmetrix chega com três partici-pantes: VMAX 10K (o produto de en-trada que substitui o VMAXe), VMAX 20K e o VMAX 40k.  O destaque é para o último deles, que conta com mais de 32 processadores Intel Xeon 6 de 2,8 GHz, 2 TBs de memória RAM espelhada e mais de 4 PB de arma-zenamento em disco rígido SAS de 2,5 polegadas.

Brian Gallagher, presidente da divi-são de storage da EMC, conta que esse é o produto que deve causar problemas para rivais como o VSP Playbook, da Hitachi. “O VMAX transmite até 3 vezes mais dados do que os concorrentes”, afirmou. “São 52GB por segundo, en-quanto o melhor que a Hitachi faz trans-

mite 17GB e o appliance da IBM trafega apenas 16GB”, comparou.

erA pós-tucciO CEO da EMC provocou uma ver-

dadeira revolução na fabricante, bas-ta observar a evolução de seu por-tfólio de hardware e software em um período de 10 anos.  Porém, aos 65 anos, Tucci pretendia se aposentar neste ano, mas teve seus planos re-feitos a pedido do conselho da EMC: fica até 2013.

Alguns parceiros opinaram em re-lação ao que esperar após a saída do CEO – conhecido por ser um excelente estrategista financeiro – e a possível posse de Pat Gelsinger, presidente e COO, que tem um perfil muito mais técnico. Num consenso entre eles, fica a fala de Carlos Junior, diretor--comercial da IT One. “O DNA já foi alterado e a fabricante vai continuar a dar passos largos. Tucci fez e faz um trabalho excepcional e há claro indício de que a companhia como um todo vê o futuro da mesma maneira”, afirmou.

*O jornalista viajou a Las Vegas a convite da EMC

GreGG Ambulos: “Nunca vi um comprometimento e trabalho de vendas tão focado em fazer negócios através dos parceiros”

Jeremy burton, vice-presidente e cmo dA emc: “a computação em nuvem está fundamentalmente transformando a forma como a TI é feita”

pAt GelsinGer, presidente e coo dA emc: Cotado para ser o substituto de Joe Tucci, Gelsinger vai ter que mostrar que sua postura técnica pode segurar as rédeas da jornada para a nuvem

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indústria / curtas

Tudo começou com a página branca com uma caixa ao centro, que prome-

tia localizar na web os conteúdos mais relevantes sobre determinado termo. Depois disso, foram adicionadas funcio-nalidades diferentes, como correio ele-trônico, venda de anúncios online, rede social, sistema operacional móvel e uma infinidade de outros serviços, que preencheram lacunas e criaram deman-

das desconhecidas pelo internauta. Aos poucos, ele estava lá, na vida de todos, sem que fosse percebido. Agora, pouco menos de 14 anos depois, com a edi-ção do Atmosphere onTour, rodada de apresentações que antes era realizada na sede norte-americana da empresa, e que neste ano passou a abranger 25 cidades ao redor do mundo - incluindo São Paulo -, o Google passou um reca-

do claro ao mundo: "nós queremos o mercado corporativo. E, de fato, já es-tamos dentro dele."

"A fase de temor quanto ao servi-ço de cloud computing do Google já passou. Estamos agora no processo de adquirir clientes", disse Amit Singh, vice-presidente mundial da companhia, quando participou do Atmosphere on Tour em São Paulo, no fim de abril. Já

são milhares de empresas ao redor do mundo - contabilizando cinco mil novos clientes ao dia - que adquiriram serviços de nuvem da marca - como o pacote de produtividade combinado de Gmail e Google Docs e outros itens mais com-plexos, como o serviço para aplicações Apps Engine. "Nós já estamos na vida da empresa", constatou Singh, ao lembrar que o Google fincou os pés na lembrança

Adriele marchesini, do IT web | [email protected]

Cloud – e open source –

computing?

AmIT SIngh, vp mundIAl do google: "Nós já estamos na vida da empresa"Fo

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...e o que vem por aí...

Fonte: Shailesh Rao, diretor de novos produtos da Google

até 2014,

20%dos internautas

irão trocar o email por redes sociais

642%de crescimento de usuários de banda

larga móvel

1.900%de aumento em

redes sociais

658%de aumentona geração

de dados

O Desenvolvimento da tecnologia nos últimos 5 anos...

728%de aumento nos serviços de web

de todos ao entrar na vida das pessoas, primeiramente, no âmbito pessoal.

O Google Enterprises não foi exa-tamente uma surpresa, mas poucos concorrentes punham fé em uma com-petição verdadeira. Em primeiro lugar: o assunto nuvem ainda era tido como inci-piente e as companhias passavam ain-da pelo experimento de virtualização e contratação de software como serviço. A obtenção de uma nuvem privada ainda entrava na discussão dos departamen-tos estratégicos e de TI, o que deixava ainda mais longe o sonho da cloud open source, que é exatamente o core do Google. Em entrevistas concedidas ao IT Web recentemente, players importantes do mercado nacional descartaram com-pletamente o gigante de buscas como sendo um concorrente corporativo, em primeiro lugar pelo fato de a origem de seus data centres ser desconhecida, e, sem segundo, pelo receio de indispo-nibilidade e falta de conhecimento da empresa no trato com clientes empre-sariais. Mas o mundo mudou. Com re-ceita superior a 10 bilhões de dólares no primeiro trimestre deste ano, o que rendeu 2,89 bilhões de dólares em lu-cro, o Google não poderia ignorar o cres-cente mercado de ofertas corporativas de cloud computing.

E a visita do executivo ao Brasil dei-xou também uma mensagem sobre o que é esperado para o futuro da intera-ção do homem com a tecnologia.  Shai-lesh Rao, diretor de novos produtos da companhia, afirmou que o movimento de social business, aliado à interação e conectividade do ser humano com auxí-lio das redes sociais, será irreconhecível no período de cinco anos. O executivo fez a previsão tomando como base o de-senvolvimento da tecnologia nos últimos

cinco anos, com 727% de aumento nos serviços de web, 642% no crescimento de usuários de banda larga móvel, au-mento de 1.900% de redes sociais e avanço de 658% na geração de dados do período. E antes de pensar em optar pela contratação ou não de um serviço de nuvem, a companhia deverá questio-nar: como o meu funcionário interage com a tecnologia? Em dois anos, até 2014, 20% dos internautas irão trocar o e-mail por redes sociais para se co-municar, explicou Singh. “Para nossa geração, isso pode parecer loucura, mas não podemos nos esquecer das demais. A primeira coisa que meu filho faz quan-do abre o computador não é checar o e-mail, mas sim olhar sua conta no Fa-cebook”, comentou.

Singh  compartilhou que, ao deixar seu país de origem para trabalhar nos Estados Unidos, a distância da família era uma preocupação. “Coloco imagens mostrando onde estou no Google+ e compartilho com os meus pais. Todo sábado ou domingo, eles se conectam conosco via Hangouts para ver os netos crescendo”, comentou. “Tudo se move extremamente rápido. Eric Schmidt, nosso chairman, costuma dizer: todos os dias criamos mais informações do que a humanidade toda o fez até o ano de 2000”, comentou. O executivo corroborou, em apresentação, o que o mercado já está acostumado a ouvir: a tecnologia será ditada por três pilares: cloud computing, mobilidade e social business. Nuvem é até desnecessário explicar: uma companhia que nasceu com cloud, e cujo conceito massifica-do de cloud nasceu com ela. No caso da mobilidade, foi relembrado que os smartphones e tablets atuais têm mais poder  de processamento do que a

última geração de PCs. E o fenômeno da conexão e colaboração não poderia ser mais lembrado. “Tudo está fican-do mais social – como trabalhamos, compartilhamos e nos relacionamos. A característica mais forte do ser huma-no é compartilhar e se conectar com outros. Colocar as pessoas como cen-tro da informação realmente mudou a vida e a forma de trabalhar”, adicionou. Neste contexto, há 30 anos o foco do ambiente corporativo era produtivida-de pessoal, em escritórios físicos, com horário comercial padrão e dispositivos fixos, que ficavam no ambiente e não traziam a capacidade de locomoção ao colaborador.  Depois de movimentos de comunicação, que Singh citou com o lançamento de ferramentas como ICQ e Instant Messenger, o processo mudou. “Desde então o consumo de tecnologia decolou e com cloud e mobilidade, sur-giram novos princípios: produtividade coletiva, em qualquer lugar, a qualquer hora e por meio de qualquer tipo de dis-positivo. E é então que o social toma lugar do e-mail. Além da substituição de um pelo outro, conforme explicado anteriormente, o movimento de cloud computing permitirá que, ainda nes-te ano, 20% dos negócios ao redor do globo não terão assets de TI. No ano passado, o mercado de smartphones e tablets superou o de PCs e desktops. “É um ótimo momento para estar vivo. É um ótimo momento para ser consu-midor”, disse o executivo, no início da apresentação, ao comentar sobre o momento atual da tecnologia e a in-tegração de produtos e serviços com cloud computing. “As novas tendências tecnológicas melhoram as dinâmicas do consumidor e formam uma web melhor para os negócios”, finalizou Singh.

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Singh, ao paleStrar no atmoSphere ontour, em São paulo: "A tecnologia será ditada por três pilares: cloud computing, mobilidade e social business"

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AlessAndro belgAmo, diretor de cAnAis Al: “Fizemos uma avaliação com cada canal, para entender sua capacidade, seu tamanho, potencial de entrega. Porque o trabalho não é só vender, mas entregar também”

Com 90 dias de Google, diretor brasileiro faz projeto de canais nacional virar case mundialA prova de que o foco no corporativo

do Google não é apenas modo de dizer foi a contratação de Alessandro Belgamo como diretor de canais para América Latina. Oriundo da Microsoft Brasil, onde ficou por nove anos e de onde saiu como responsável pela área de canais, Belgamo já teve, antes dis-so, sua própria revenda, o que lhe con-feriu experiência em ambos os lados da mesa. Durante os primeiros 90 dias de casa nova – sua contratação se deu entre fevereiro e março de 2012 –, o executivo implantou um projeto para compreender quem eram os canais da marca na América Latina e quais suas particularidades, como número de funcionários por área e objetivo de faturamento. Como não poderia ser di-ferente, os dados foram coletados via arquivos na nuvem, preenchidos pelo próprio canal. A fase 1.0 do projeto – de coleta dos dados e devolutiva aos parceiros – foi finalizada em maio. O próximo passo, o 2.0, é o de prestar uma consultoria personalizada a cada parceiro para que haja crescimento. No Brasil, por exemplo, são 20 compa-nhias credenciadas. Mas este número não deve ficar assim por muito tempo. "Estamos super bem de parceiros no Brasil, temos um ecossistema saudá-vel. Mas já estamos recrutando novos

canais. E não há medo de descreden-ciar parceiros que não estejam jogan-do o jogo como ele deve ser jogado", disse Belgamo.

Leia, na sequência, os principais trechos da entrevista:

1. Existia dEsconfiança dos cliEntEs Em rElação aos sErviços do GooGlE para EmprEsas, mas a EmprEsa GarantE quE EssE procEsso Está mudando. como fica a participação dos canais nEssE procEsso?

Vivemos um momento diferencia-do. O próprio ceticismo que tínhamos em relação à nuvem já acabou. Já sabem que não há mais volta. Quem falava com a gente era a empresa, ou o CIO, ou CFO, CEO, eram aqueles que chamávamos de early adopters – os inovadores. Estamos em um momen-to no qual as empresas já não sabem mais voltar atrás com cloud e o Google acaba sendo lembrado. Então conse-guimos trazer essa confiança. Hoje, as oportunidades são muito maiores para os canais e estamos aumentando nos-so foco na América Latina – especifica-mente no Brasil. Temos que entender qual é a capacidade de nossos canais hoje, para saber em quais regiões fare-

mos o recrutamento de parceiros para fazer parte desse mundo chamado Google Apps.

2. E como vocês Estão mapEando Essas rEGiõEs?

Esta iniciativa de mapeamento é da América Latina e inclusive virou um benchmarking para a empresa – fui para nossa sede apresentar o mo-delo, que será adotado em outras re-giões. E é muito legal exportar isso. Fizemos uma avaliação com cada um dos canais, para entender sua capa-cidade, seu tamanho, potencial de entrega…porque o trabalho não é só vender, mas entregar também. Que-remos um canal mais forte, que tra-balhe de ponta a ponta: por exemplo, não adianta nada termos um parcei-ro supereficiente em vendas, mas que não consiga entregar. Estamos falando de uma mudança de com-portamento; precisamos ter certeza de que o parceiro esteja preparado de ponta a ponta para que o cliente saia satisfeito.

3. E como foi quE Essa política chamou a atEnção da matriz?

Somos uma empresa jovem. Consegui trazer um pouco do meu background, não somente da últi-

ma empresa na qual estive, mas a própria de canal, porque tive um negócio por oito anos. Eu sei o que é ser canal. Então, uni esses conhe-cimentos e montei esse modelo que estamos tentando, primeiramente, ser um capacitador desse nosso ca-nal. A responsabilidade para Améri-ca Latina do Google Enterprise é de-senvolver os canais, para que eles possam fazer além do básico e se-rem mais criativos, mais lucrativos. É hora de profissionalizar o canal da América Latina.

4. o quE é possívEl dizEr sobrE os canais brasilEiros, hojE?

Enxergamos que existem parcei-ros em diferentes momentos de ma-turidade. E por isso que é legal esse trabalho: consigo dar um remédio para cada um deles, de acordo com sua dor.  É um a um, muito pessoal e customizado. Tem parceiros hoje que estão no quadrante de crescimento, outros que precisam de ajustes em vendas ou em implementação para ir para esse quadrante de crescimento. Mas o fato de o canal estar no qua-drante A ou B não significa que ele não está apto a vender. E é por isso que o Google faz essa devolutiva: para gerar valor.

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indústria / curtas

A CRN Brasil recebeu na sede da IT Mídia, em São Paulo, José Papo,

evangelista técnico da Amazon América Latina, e Rafael Saavedra, gerente de marketing e novos negócios da Lumis, canal da fabricante. A conversa, que ti-nha a intenção de ser totalmente volta-da à forma como a Amazon faz negócios no País, foi mais um passo a passo de como a companhia vê as oportunidades junto à computação em nuvem. Em sín-tese, do muito que foi discutido, a ideia principal está em torno da versatilida-de trazida pela cloud computing. “Hoje, inovação está totalmente ligado ao quanto uma empresa pode falhar rápi-do”, afirmou Papo. “A nuvem possibilita que as empresas possam errar e corrigir rapidamente, mirando essa elasticida-de de compreender o próprio projeto e entregar algo mais assertivo ao cliente”.

Esse ambiente, aliás, é mais plausí-vel dentro das startups, que podem focar seus projetos no mercado e deixar a infra-estrutura por conta de quem “é pago para manter as coisas em ordem”, seja quanto a disponibilidade, segurança ou acessibi-lidade, afirmou o evangelista da Amazon.

As empresas grandes, segundo Papo, são mais que obrigadas a inovar, pois o diferencial competitivo está to-talmente ligado ao quanto a companhia é capaz de trazer novidades palpáveis para dentro do mercado, possibilitando a continuidade dos negócios. “Isso tem a ver totalmente com estar na nuvem hoje, seja pela possibilidade de inovar através da colaboração de diferentes elos da empresa ou pela disponibilida-de”, acredita o porta-voz da Amazon.

Saavedra complementa a linha de pensamento de Papo, afirmando que as grandes empresas veem a computação em nuvem de um ponto diferente do prisma, mas que há passos importantes

a seguir, pois “trata-se de uma mudan-ça e não de uma simples adoção”.

Vamos ao resumo:O quê: “As grandes empresas não mi-gram de imediato os dados de missão crítica, existe uma experimentação de outras informações. É neste ponto que falamos mais da nuvem híbrida entre o que vai para o ambiente público e o que fica dentro de casa”;

COmO: Usar a nuvem se trata, principal-mente, de estar em conformidade com todas as políticas internas. Esteja ampa-rado para migrar e saiba até onde pode ir, como pode ir e o que está disponibilizado para você. “As grandes empresas devem pensar em dobro sobre como usar a nu-vem, não pela possibilidade de falha, mas pela complexidade desse processo”;

quandO: Estar na nuvem é, antes de qualquer coisa, saber quando é ne-cessário ampliar a disponibilidade da infraestrutura da empresa. “Não há um momento para isso, mas sabemos que deve ser em breve, pois o diferen-cial competitivo também está ligado ao quanto sua empresa está acompanhan-do as mudanças tecnológicas”;

PúbliCO, PrivadO Ou híbridO?: “Sempre direcionamos nossos clientes para algo que seja compatível à neces-sidade deles. A nuvem privada é uma questão de quanto a empresa quer in-vestir, e vemos com força as grandes op-tarem por ter a nuvem ‘dentro de casa’. O modelo híbrido, ao que eu vejo, é o ideal neste momento para quem quer, aos poucos, se familiarizar com cloud com-puting. O modelo público é a porta de entrada para tudo isso e, com certeza, é o que mais atrai usuários no geral”;

Amazon: uma mudança de paradigma

renato Galisteu | [email protected]

josé papo, evanGelista técnico da amazon: “A nuvem torna as empresas e os profissionais mais consultivos”

Foto: Ricardo Benichio

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indústria / curtas

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O executivo da Lumis acredita que este é o primeiro grande ano da nuvem, pois o que muito foi falado, de hoje em diante, será bastante executado. “As empresas passaram anos falando so-bre a nuvem, tanto para desmitificar, quanto para polemizar. Agora, vemos uma linha crescente quanto à constru-ção de ambientes voltados para a cloud computing”, acredita Saavedra.

O consenso é que a nuvem trans-forma a forma de pensar no negócio, principalmente dentro das áreas de TI das empresas, pois dá uma habilidade diferenciada aos profissionais da área: a possibilidade de pensar em algo além da tecnologia. “O que acontece com a TI é que 80% dos custos e tempo são gastos com infraestrutura e só 20% são gastos com inovação”, afirma Papo. “A nuvem traz a possibilidade de inverter essa ordem, aumentando o poder com-petitivo da empresa, que investirá seu tempo em fazer o business rodar”.

Essa quebra reflete no profis-sional de TI dentro da companhia. “Quando conseguimos transformar essa meta, o profissional ganha um papel muito melhor, uma valorização dentro da empresa, pois ele trará no-vamente a inovação”, explicou Papo. “A nuvem torna as empresas e os pro-fissionais mais consultivos”.

Para Saavedra, o que falta para uma total compreensão do ambiente de cloud computing é desvencilhar a ideia de virtual de tudo que tange nu-vem, pois “a nuvem é real e palpável” em vários aspectos e “o virtual cria uma ideia de ilusório em várias esferas de pensamentos”. “É um ponto retrógrado que já foi levantado anteriormente em conversas que tive. O engraçado é que, para quem já vive de nuvem, é quase impossível entender essa associação, mas, de fato, uma palavra pode definir uma negociação”, argumenta o execu-tivo da Lumis.

A questão é encarar a nuvem olho no olho, entender do que se trata e não perder o timing da migração e adoção de soluções que podem fa-cilitar a estruturação de ideias dentro da organização e simplificar o acesso a ferramentas que são de alta neces-sidade de estarem disponíveis a qual-quer hora e em qualquer lugar.

Papo explica que acessibilidade é uma das palavras que sempre está atrelada a qualquer oferta de compu-tação em nuvem, seja devido ao home office, seja no acesso a dados críticos da companhia a distância. “De peque-nos a grandes integradores, o que en-volve fabricantes ou canais, o que mais chama a atenção é a postura adotada em diversas propostas de trabalho, todas diretamente ligadas a quanto o cliente tem a ganhar com o desapego à infraestrutura interna”, analisa.

Quando falamos do setor de dis-tribuição, Saavedra vê a computação

em nuvem como um prenúncio de oportunidades, pois a possibilidade de construir ofertas em cloud com-puting com o extenso portfólio de soluções e fabricantes que estão sob o chapéu das distribuidoras a posi-cionam como “grandes players” de um mercado que está, de uma vez por todas, “abraçando a nuvem”. “O fabricante pode sim ofertar suas so-luções em nuvem, mas o distribuidor tem a possibilidade de integrar várias soluções e isso é bom para os canais, que farão cada vez mais vendas mais consultivas e levarão valor aos clien-tes, sabendo que o distribuidor está bem amparado”, explica.

Com todo esse apanhado de várias ideias sintetizadas, a expectativa é que cada vez mais possamos fazer mais na nuvem do que propriamente falar dela, pois se é um movimento sem volta e uma tendência em “apropriação”, que chegue logo a próxima inovação.

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indústria / no mundo

Conheça os venCedores da premiação darevista Crn nos estados Unidos

A pré-estreia da Interop 2012 apresentou os 10 produtos mais imperdíveis, mas muitas novidades interessantes aparece-ram durante o show em Las Vegas.

Confira a seguir detalhes dos produ-tos mais quentes da feira.

Por John mccarthy, crn EUA(Tradução: Erika Joaquim)

Top 10 da Interop 2012

BlaCkdiamond X8 switCh da eXtreme networks

A Extreme Networks apresentou uma versão em cobre de seu Sum-mit X670 para Top-of-Rack projeta-dos para switches de data center e módulos de cobre de 10-GbE para seu switch core BlackDiamond X8. O switch Summit X670 suporta 48 por-tas de conectores de cobre RJ45 de 10 GbE com capacidade de 40 GbE. O blade de cobre BlackDiamond X8 fornece 48 portas de conectores RJ45 de cobre com 384 portas den-tro do chassis.

A empresa também informou que agora possui 300 clientes de nuvem e data center para a sua solução de arquitetura de rede Ex-treme Networks Open Fabric. Além disto, a companhia nomeou There-sa Caragol como vice-presidente mundial de canais. Caragol foi mais recentemente vice-presidente de ca-nais e de relacionamento da Ciena, e anteriormente trabalhou para a IBM, Nortel e Bay Networks.

identity engines 8.0 da avaya A Avaya lançou seu Identity Engines 8.0, projetado para as em-

presas darem acesso seguro aos funcionários em redes com e sem fio de seus aparelhos pessoais.

O Avaya Identity Engines permite gerenciar a identidade e o acesso a rede de funcionários e aparelhos.

Os complementos incluem tanto o Ignition Access Portal, que possibilita aos usuários acesso para a rede corporativa e permite ao pessoal de TI gerenciar o acesso e o Ignition CASE Client que automatiza a configuração do aparelho para acesso seguro à rede.

Foto: DivulgaçãoCloUdFaCtor da appirio  

O provedor de nuvem Appirio apresentou novas características para seu apli-cativo CloudFactor, que é parte de seu Cloud Enablement Suite de aplicações, de análises e de uma comunidade de crowdsourcing para gerenciar ações em nuvens corporativas.

A CloudFactor traz informação do Salesforce.com dentro do Google Apps e permite aos usuários acessarem informação de Salesforce CRM no Gmail. A Clou-dFactor foi primeiramente apresentada em 2010 como CloudWorks.

A CloudFactor permite aos usuários acessarem e gerenciarem informações relevantes ao cliente para aprimorarem a qualidade de dados e da tomada de decisão. O aplicativo suporta Grupo e inquilinos do Professional Edition Salesforce e está disponível para ser instalado por meio do Salesforce AppExchange e do Marketplace de Apps da Google.

O upgrade do CloudFactor inclui o Salesforce.com Chatter Integration, uma incorporação na busca do Twitter, e opções de customização e administração.

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INDÚSTRIA / NO MUNDO

A OTIMIZAÇÃO WAN DA ARYAKA

A empresa de otimização como serviço de WAN da Aryaka afirma que conseguiu acesso rápido para Ama-zon Web Services para seus clientes.

A Aryaka fornece aos clientes acesso mais rápido para Amazon Web Services por meio de seu Points of Presence, localizados no mundo inteiro, e suas técnicas de otimiza-ção WAN, incluindo a otimização TCP, compressão, deduplicação e acele-ração de aplicação.

Os serviços de otimização WAN da empresa também permitem trans-ferências de dados mais rápidos em recuperação de desastres.

SWITCH DE 40 GBE DA GNODAL A empresa de switch de Ethernet Gnodal lançou seu switch GS0072,

o último em sua linha de switch GS-Series, que inclui 72 portas, o maior switch de 2RU, segundo a empresa.

O switch de 40-GbE oferece gestão de congestionamento e balan-ceamento de carga dinâmico e visa ambientes em nuvem e de Big Data, disse a companhia, que está sediada em Bristol, Inglaterra, com escri-tórios em Palo Alto, Califórnia.

A linha de switch GS-Series da Gnodal pode ir de 72 portas até uma rede de 64.000 portas ao combinar outros switches de séries para criar uma Ethernet Fabric de baixa latência e economicamente eficiente.

O STEALTH SECURITY SUITE DA UNISYS

A Unisys lançou seu software Stealth Solution Suite para oferecer proteção de ataques de cibersegurança e hackers.

A suíte foi lançada por meio de um novo programa de canal, disse a empresa. A linha utiliza técnicas de segu-rança que disfarça end points de comunicação de dados, incluindo aparelhos de usuário final, aplicativos e servido-res de data centers, tornando-os imperceptíveis na rede para os hackers.

Com o programa de canal, as revendas podem comer-cializar para as indústrias como serviços financeiros, segu-ros saúde e para governos federais, estaduais e municipais. A empresa também anunciou que o veterano da indústria Tom Zorn foi nomeado vice-presidente da Unisys de canais de software. Ele anteriormente foi vice-presidente executivo de estratégias de fabricantes mundial na organização de ca-nal de computação corporativo da Arrow.

O BLADE DE 10-GBE DA APCON A APCON, uma fabricante de produtos para monitoramento

e segurança de rede, revelou sua tecnologia de switch de moni-toramento de rede antecipadamente. Seu blade de 10 GbE e 18 portas fornece densidade e validação cronológica para utiliza-ção em data centers de indústria financeira.

Quando integrado com o switch de monitoramento de rede IntellaPatch Series 3000 da empresa, o blade adiciona valida-ção cronológica em  nano segundos para o conjunto de recursos de monitoramento de rede APCON.

COR INTEGRATED BROADBAND ROUTER 600LE DA CRADLEPOINT

A CradlePonit lançou seu COR Integrated Bro-adband Router 600LE para o mercado de máquina para máquina (M2M, ou machine-to-machine em inglês), informa a empresa.

O mercado crescente de M2M inclui quiosques, assinatura digital, vigilância e monitoramento.

O roteador inclui conectividade integrada, dual--mode 4-G/3-G então os usuários podem conseguir vantagens sobre a rápida rede LET (Long Term Evo-lution) da Verizon. O roteador vem com antenas ex-ternas Wi-Fi e antenas de alto ganho que otimizam o throughput e reduzem a latência.

NETZOOM PREMIUM DA ALTIMAA Altima Technologies anunciou o NetZoom Premium, o software que permite aos

usuários modelarem, fazerem a manutenção e monitoramento de infraestrutura física e virtual de rede de data center em um depósito central.

O produto se estende à linha de NetZoom existente adicionando uma descoberta de rede e de monitoramento de aparelhos físicos e virtuais.

O produto se integra com o Microsoft Visio para construir diagramas de rede profissio-nais, diagramas de elevação de rack e layouts de pavimentos. Com o NetZoom Premium, os usuários podem também gerar relatórios sobre estoque, capacidade e garantia.

REMOTE DATA REPLICATION MANAGER DA VELLO

A Vello Systems lançou o Remote Data Replication Manager, um aplicativo SDN (software-defined network, ou rede definida por software, em português) que per-mite aos usuários executarem replicação por demanda para grandes volumes de dados dentro e entre data centers por meio dos sistemas de rede da Vello e o sistema operacional de rede VellOS.

O Remote Data Replication Manager foi projetado para programar uma rede com  OpenFlow Vello por meio de extensões para a plataforma em nuvem OpenS-tack. A utilização do SND com OpenFlow da Vello automatiza o processo ao for-necer recursos de rede para replicação de storage, melhoramento de otimização de rede e rápida resposta para as demandas de serviço.

BROADBAND ROUTER 600LE DA CRADLEPOINT

A CradlePonit lançou seu COR Integrated Bro-

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opinião

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No dia 23 de maio, a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados apro-vou uma versão enxuta do projeto de lei que tipif ica algumas condutas criminosas na in-ternet. O famigerado projeto já teve várias al-cunhas: “Projeto de Crimes de Informática”,

“Projeto de Crimes Cibernéticos”, “Projeto Azere-do”, “AI 5 Digital”, dentre outros. Contudo, a versão final do projeto de lei nº 2.793/11, que dispõe sobre a tipif icação criminal de delitos informáticos e dá ou-tras providências, alterou o Código Penal Brasileiro, inserindo nele quatro novos ar-tigos. Nesta alteração também foram rejeitados dezessete arti-gos da redação anterior, a qual já havia sido aprovada pelo Se-nado Federal. Agora o projeto segue novamente para aprecia-ção dos senadores.

De forma geral os referidos artigos tipif icam as seguintes condutas criminosas: invadir computadores, roubar informações alheias e criar links falsos de phishing. Tais crimes serão punidos com penas de três meses até um ano de reclusão, além de multa em dinheiro. Segundo os estudiosos do assunto, os prejuízos sofri-dos com os ilícitos cometidos por meio da internet já alcançam cifras bilionárias, principalmente no mercado financeiro, sendo que os prejudicados são os próprios bancos e seus clientes.

Sempre é bom lembrar que, segundo o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.78/90), os fornecedo-res respondem, independentemente de culpa, pelos prejuízos causados aos consumidores quando ocorre vício no serviço - sendo que, na maioria das decisões judiciais, mesmo quando o cliente/consumidor co-mete uma falha pessoal, como não atualizar antiví-

rus de seu computador, ou quando responde e-mails de captura de informações bancárias, ainda assim o banco responde pelo prejuízo em virtude do chama-do “risco da atividade”. Pouquíssimas decisões vão ao sentido contrário.

Muito provavelmente, para o mercado de TI, mes-mo após a aprovação final do projeto com a conse-quente sanção da lei pela Presidência da República – que ainda demorará um tempo (na realidade sabe-se lá quando!) – não sentirá nenhuma modificação no cur-to prazo. Talvez os ref lexos só se percebam de forma

mais clara somente no mercado de segurança da informação e perícias digitais – que há algum tempo já vem tendo um boom.

A polêmica que resta para o pessoal de TI é a interpretação de parte que trata da invasão de computadores, já que o pro-jeto traz em seu texto a previ-são não só do ato cometido pelo

criminoso autor das invasões, mas também de quem cria o programa usado para realizar tais invasões.

Para algumas pessoas, quem cria programas de invasões controladas para testar vulnerabilidades de sistema, os denominados exploit kits, em tese comete-riam o crime previsto no artigo 2º do projeto de lei. Pessoalmente, não entendo que essa seja a interpreta-ção correta, desde que comprovada a autorização e a utilidade da invasão. O problema – e confesso que não é missão fácil e nem tenho ideia agora de como fazê-lo – é produzir essa prova. Aliás, de repente, aí está uma saída para um novo nicho de mercado de TI: a criação de controles de invasão de sistema, com a guarda dos resultados e do próprio programa invasor. Bem, isso se realmente depois de tantos anos o projeto virar lei. Por enquanto dá para ir pensando nas soluções.

Luis carLos massoco é advogado

especiaLista em direito do

consumidor e processo civiL e

mestre em direito na sociedade

da informação e escreve

mensaLmente na crn brasiL

Luis Carlos Massoco [email protected]

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Muito provavelmente, o mercado de TI, mesmo após a aprovação final do projeto com a consequente sanção

da lei pela Presidência da República, não sentirá nenhuma modificação no

curto prazo

Lei dos Crimes digitais: a NoveLa aCabou?

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tendência / Virtualização

A virtualização na TI está madura, porém longe de almejar uma consolidação de mer-cado. A situação pode

ser verificada pelos inúmeros lança-mentos dos últimos meses de empresas que prometem resolver os problemas de quem aderiu a essa nova fase da tec-nologia corporativa. Problemas? Sim, ainda há pontas a serem resolvidas no parque monumental de milhares de máquinas físicas que se transformaram muito rapidamente em digitais.

Na propaganda desses lançamen-tos recentes existem dois pontos princi-pais sobre os quais as companhias que vendem soluções de virtualização estão concentrando esforços – desempenho e segurança. Um exemplo é o HP Virtu-alSystem, lançado há algumas semanas pela empresa de Palo Alto. Segundo a comunicação divulgada, o pacote que envolve hardware e software é desti-nado a trazer “melhorias em desempe-nho, economia e eficiência nos ambien-tes virtualizados."

Parece um contrassenso prometer desempenho e economia em algo que nasceu e foi vendido inicialmente como solução de desempenho e economia. Mas é justamente aí que repousa uma

das mais promissoras fontes de fatura-mento para esse mercado nos próximos anos. ”Houve uma empolgação dos usuários no início da virtualização, só que isso não foi acompanhado por uma mudança de gestão das máquinas vir-tuais e, portanto, há muito desperdício e falhas a serem controlados”, pontua Alexandre Kazuki, diretor de marke-ting da área de servidores, armazena-mento e redes da HP Brasil.

O que houve realmente foi mais do que um deslumbramento com a vir-tualização. Isso é até explicável diante do cenário inicial que a TI inovou. Há alguns anos, o departamento começou a ser obrigado a entregar relatórios de desempenho e descobriu-se que as má-quinas eram cada vez mais adquiridas e, no entanto, continuavam a entregar 10% de performance. Foi nesses tempos de pressão orçamentária e de retorno do investimento que a virtualização cres-ceu, dando a possibilidade de aumentar

Tecnologia e benefícios esTão mais do que explicados para usuários. com isso, as empresas que vendem soluções enTram em nova fase promissora de vendas. o objeTivo agora é oferecer produTos que levem a um novo paTamar da Ti, sem qualquer amarra dos sisTemas pré-virTualização

Foto: Divulgação

AlexAndre KAzuKi, dA HP: ”houve uma empolgação dos usuários no início da virtualização, só que isso não foi acompanhado por uma mudança de gestão das máquinas virtuais e, portanto, há muito desperdício e falhas a serem controlados”

Por Gilberto Pavoni Junior, especial para a crn brasil

chega de empolgação, vamos ao trabalho!

Virtualização:

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tendência / Virtualização

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Eljo ArAgão, dA KAspErsKy: “Novos produtos virão nos próximos meses porque existem brechas deixadas por quem entrou na virtualização e não modernizou seus processos de TI”

experiência humana

1. Tablets

2. Interfaces e aplicações centradas em mobilidade

3. Experiência de uso contextual e social

experiência de negócios

4. Internet das coisas

5. Lojas de aplicativos

6. Novas gerações de análises

experiência dedepartamentos de ti

7. Big data

8. Computação in-memory

9. Servidores de extremo baixo consumo

10. Computação em nuvem

o desempenho do parque instalado para cerca de 70% em cada hardware.

E tudo era muito fácil. Com a aquisição de uma plataforma de vir-tualização, centenas de máquinas co-meçavam a rodar virtualmente dentro de poucas e com muito mais eficiência. Criar novos servidores passou a ser um trabalho de clicar e arrastar em vez de ser custo de aquisição de bem físico e manutenção. Diante dessa facilidade e economia, a virtualização explodiu. Atualmente, alguns estudos de merca-do apontam que de cada 10 servidores no mundo, metade é virtual. E a pro-porção vem crescendo dia a dia.

A utilização da tecnologia está mais do que disseminada. Segundo

pesquisa da Associação Brasileira de e--business, os investimentos no processo de virtualização cresceram progressi-vamente nos últimos três anos e existe algum projeto do tipo em 44% das em-presas. Outros estudos mostram que no mundo o fenômeno se repete, chegando a 75% o índice de companhias que par-tiram para esse novo passo da TI.

Esse quadro deixa claro que a vir-tualização na TI das empresas chegou a uma fase na qual não é preciso mais explicá-la nem tampouco seus bene-fícios. O que está ocorrendo agora, e que traz oportunidades de vendas para fornecedores, é que a gestão e os proces-sos da TI não evoluíram de forma tão rápida quanto a adoção das máquinas

virtuais. Portanto, existe uma clara de-manda por produtos que resolvam isso.

Não é por acaso que a EMC, em seu evento mundial realizado no final de maio, fez 42 lançamen-tos relacionados à virtualização ou seu futuro na cloud computing. A expectativa da empresa, que possui diversas unidades de negócios es-pecializadas nesses temas, é cercar toda e qualquer demanda criada em empresas que deram esse primeiro e certeiro passo na transformação das máquinas físicas em ativos digitais e começam a perceber que poderiam ter feito melhor.

A compreensão da empresa so-bre a atual situação é complexa e mostra boa parte dos desafios a se-rem enfrentados. Mais do que propor que a TI mudou, a EMC propõe que o mundo se transformou e vivemos na “nova internet”. Quem resolveu seus problemas de e-business, agora tem o desafio do mobile business e do social business. Os novos colabora-dores das empresas e os novos clien-tes do mercado usam redes sociais, dispositivos móveis e serviços em nuvem. “A virtualização, que vinha sendo usada como redução de cus-tos, pode ser uma ferramenta para alinhar a agilidade dos negócios com a f lexibilidade em TI”, aponta o res-ponsável pela prática de virtualiza-ção da EMC, Rodrigo Gazzaneo.

Segundo ele, os novos lançamen-tos anunciados por diversos vendors nos últimos meses têm uma lógica de mercado clara. É muito mais fácil li-berar um aplicativo em um ambiente virtual que em um ambiente físico. Isso levou muita infraestrutura a um estado de saturação de recursos rapi-damente. “Então, além de melhorar a qualidade de serviço, é importante pensar em processos de gerenciamen-to de capacidade e desempenho para esse ambiente que é muito mais dinâ-mico que ambientes físicos”, explica.

rodrigo gAzzAnEo, dA EMC: “A virtualização, que vinha sendo usada como redução de custos, pode ser uma ferramenta para alinhar a agilidade dos negócios com a flexibilidade em TI”

Esqueceram da segurança também

Entre os diversos lançamentos dos últimos meses que visam a virtualização, há vários que tratam de segurança. Eles almejam a mesma demanda surgida na empolgação do mercado e no esqueci-mento da gestão da TI. “Existem ataques específicos a esse tipo de plataforma e os vírus e malwares que atacam máqui-nas físicas também atacam as virtuais”, explica o gerente regional da Kaspersky no Brasil, Eljo Aragão.

O Kaspersky Security for Virtualiza-tion, divulgado recentemente, automatiza processos de gestão de segurança em ambientes virtualizados. Não é o primeiro nem será o último lançamento da empre-sa para esse mercado. “Novos produtos virão nos próximos meses porque existem brechas deixadas por quem entrou na vir-tualização e não modernizou seus proces-sos de TI”, diz.

A empresas já começaram a traba-lhar os canais para essa nova demanda.  Em encontros e estratégias de capacita-ção a marca irá transferir conhecimento sobre esses novos desafios de mercado. “Não precisamos mais explicar o que é essa mudança na TI, agora a necessidade é mostrar que a parte fácil já passou e novos desafios surgem”, diz.

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tendência / Virtualização

Ao mesmo tempo em que as em-presas estão procurando solucionar essa equação, começam a se preparar para desafios que já pressionam os negócios, como a mobilidade, a tec-nologia social, a cloud computing e o Big Data. Com isso, as perspectivas para o futuro desse mercado são mais do que promissoras. Basta apenas que fabricantes e canais saibam exa-tamente a dimensão que foi criada e formatem oferta e comunicação de forma adequada.

Virtualização ainda é Virtualização?

Talvez até mesmo o termo virtu-alização fique deslocado nesse novo contexto. Pelo menos é o que prega a empresa que tem boa parte de cumpli-cidade nesse avanço da TI. Há cerca de cinco anos, o CEO da VMware,

Paul Maritz, lançou um desafio aos seus funcionários em um pronun-ciamento mundial. Ele parabenizou a todos por serem grandes agentes e formadores de opinião sobre os bene-fícios da virtualização em mercados pelo mundo afora. Após muita satis-fação e troca de sorrisos pelo reconhe-cimento, ele lançou o desafio: muito

bem, só que daqui pra frente seremos uma empresa de cloud computing.

“Hoje é mais do que óbvio que uma coisa tem a ver com a outra, mas há alguns anos era algo difícil de compreender”, lembra o gerente de engenharia de sistemas da VMwa-re no Brasil, André Andriolli. E ele

ainda desconfia que após todo esse tempo ainda não existe uma per-cepção completa do mercado de TI sobre a abrangência dessa mudança de posição. “Passamos a falar sobre uma mudança na estrutura econômi-ca dos negócios e não mais sobre os benefícios em um departamento das empresas”, define.

A grande aposta da VMware é so-bre o conceito de cloud computing. Mas desde que isso seja um tema de inova-ção e nunca algo que atinge somente o círculo de CIOs. “É a capacidade de uma empresa mudar de fornecedor de data center em segundos com o mou-se ou criar novos produtos e estratégias porque todos os recursos para isso es-tão na camada de software e podem ser recuperados e cruzados em pouco tempo sem preocupação de que não haverá TI suficiente para isso”, explica.

Com isso, a virtualização se torna tão intimamente ligada ao novo mode-lo de inovação, que convém questionar sobre o futuro do termo. Será que ele existirá daqui a alguns anos? “É difícil prever, mas a virtualização pode ficar ligada a esses problemas de desempe-nho, mesmo que fornecedores que nas-ceram disso ofereçam as soluções, e o termo ‘negócio na nuvem’ ou algo pare-cido comece a ser algo que as empresas passem a trabalhar mais”.

O que está OcOrrendO agOra, e que traz OpOrtunidades de vendas para fOrnecedOres, é que a gestãO e Os prOcessOs da ti nãO evOluíram de fOrma tãO rápida quantO a adOçãO das máquinas virtuais

Mobilidade – munidos de smartpho-nes, tablets, ultrabooks e provavel-mente novos dispositivos que ainda surgirão, funcionários e consumidores pressionam por acesso fácil e rápido à infraestrutura de TI em qualquer horário e em qualquer lugar.

bYod – o Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo) parece impos-sível de deter. Serão diversos sabores de plataformas gerando demanda cada vez maior nos servidores, banco de da-dos, rede e storage das empresas.

Social buSineSS – nessa mobilida-de nas mãos de consumidores finais e funcionários, existe uma ‘mina de ouro’ de dados e relacionamento que podem ajudar nos negócios. Mas tudo isso exi-ge rapidez e escalabilidade da infraes-trutura de TI.

big data – infelizmente, esse mundo novo e promissor da empresa com-pletamente inserida na internet de hoje é composto por dados que não se encaixam nos sistemas. Petabytes e exabytes de vídeo, áudio, SMS, do-cumentos etc precisam ser tratados e analisados.

cloud coMputing – mais do que um conceito de TI, isso é uma nova forma de fazer negócio com agilidade jamais pensada e capacidade de inovar na ve-locidade de um clique de mouse.

O futuro e a virtualização

Foto: Divulgação

andré andreolli, da vmware: “Passamos a falar sobre uma mudança na estrutura econômica dos negócios e não mais sobre os benefícios em um departamento das empresas”

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GESTÃO / PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS

O contraste entre o crescimento eco-nômico dos últimos anos no Bra-sil e a desaceleração de mercados europeus e dos Estados Unidos le-vantou uma onda de profissionais

interessados em colocação no mercado de trabalho brasileiro, inclusive na área de TI. Embora tradicionalmente a forte participação de empresas globais no se-tor responda pela presença de estrangei-

ros nas unidades locais, principalmente em cargos de gestão, o movimento se intensificou e questões como o apagão de mão de obra e a supervalorização sa-larial de alguns segmentos fizeram até mesmo empresas nacionais darem uma olhada para fora das fronteiras de olho até mesmo em camadas mais técnicas.

Dados da Coordenação Geral de Imigração (CGig), do Ministério do

Trabalho e Emprego, indicam que no ano passado 70,5 mil estrangeiros fo-ram autorizados a trabalhar no Brasil, 25,9% mais que no ano anterior – em 2010, o número já havia sido 20% maior que no período antecedente. É o oposto o que ocorria antes, quando o Brasil ex-portava talentos de TI. Segundo pesqui-sa desenvolvida em 2009 pela Impacta, a quantidade de pessoas que conhecia

algum profissional especializado em tecnologia que havia ido trabalhar fora do Brasil tinha passado de 23% para 53% da amostra, formada por 100 en-trevistados junto a igual número de empresas de médio e grande porte. Um em cada quatro havia sido procurado por headhunters e 21%, pelas empresas no exterior. Em 2003, a principal mo-tivação eram os estudos, mas, seis anos

A EMERGÊNCIA DO BRASIL, COM DEMANDA DE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS E DIFICULDADE DE ATENDÊ-LA, SOMADA À ESTAGNAÇÃO EXTERNA E À GLOBALIZAÇÃO DAS EMPRESAS FAZ COM QUE A TRANSFERÊNCIA DE PROFISSIONAIS DENTRO DA PRÓPRIA CORPORAÇÃO SEJA NATURAL SE É COMUM AS MULTINACIONAIS CONTRATAREM PROFISSIONAIS DE OUTROS PAÍSES, PRINCIPALMENTE PARA PROJETOS, A NOVIDADE É QUE AGORA EMPRESAS LOCAIS PASSAM A TER O MESMO INTERESSE MICHAEL PAGE CONTABILIZOU CRESCIMENTO ENTRE 40% E 50% NO NÚMERO DE PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS SE APLICANDO EM POSIÇÕES EM ABERTO NA ÁREA DE TI NOS ÚLTIMOS 24 MESES – PRINCIPALMENTE PORTUGUESES, ESPANHOIS

Profissionais estrangeirosmiram mercado de TI brasileiro

Por Martha Funke, especial para a CRN Brasil

BUSCA POR POSIÇÕES NO PAÍS ELEVAM-SE A CADA ANO, JUNTO COM OS SALÁRIOS OFERECIDOS, EM FUNÇÃO DA DIFICULDADE DAS EMPRESAS LOCAIS EM ENCONTRAR MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA

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depois, a remuneração era o que atraia dois terços dos candidatos.

A questão é que o quadro mudou. Como os salários cresceram bem acima da inflação e, em alguns casos, ultrapas-saram a média mundial, o país se tor-nou muito atraente como empregador. “Nos últimos dois ou três anos verifica-mos aumento de 15% a 20% no número de pessoas que nos procuram querendo vir para o Brasil ocupar uma posição aqui”, diz Matilde Berna, diretora da área de gerenciamento de carreira da consultoria Right Management. A Mi-chael Page registra o mesmo quadro. O headhunter responsável pela divisão de TI, Lucas Toledo, contabilizou cresci-mento entre 40% e 50% no número de profissionais estrangeiros concorrendo em posições em aberto na área nos úl-

timos 24 meses – principalmente portu-gueses, espanhois e italianos. Na Hays, a cada 60 currículos recebidos durante os três primeiros meses de 2012, um era de profissionais portugueses ou de brasi-leiros, baseados em Portugal, querendo voltar ao país de origem. A maior par-te é de profissionais de áreas técnicas, principalmente TI e engenharia, e en-tre os motivos do interesse citam prin-cipalmente a facilidade do idioma e, em segundo lugar, a família, por parentesco com brasileiros ou residentes no Brasil.

O responsável pelas áreas de opera-ções e TI interna da Logica na América do Sul, Eduardo Pereira, é um exemplo. Brasileiro de nascimento, é filho de pais portugueses que depois de viverem no Rio de Janeiro por 35 anos resolveram voltar para a terrinha. Eduardo seguiu com eles, desanimado com as perspec-tivas menos promissoras do mercado na época. Está na Logica há 13 anos e, em 2009, aceitou o convite para assumir a diretoria de operações da empresa no Brasil. A unidade passava por um mo-mento de reestruturação que exigia um profissional tarimbado em metodologia de entrega, gestão de projetos e proces-sos globais da empresa, enquanto em Portugal a crise recrudescia. Eduar-do era então responsável pela gestão e entrega de serviços de uma conta que

trocou de mãos. “Nosso contrato foi reduzido na área de informática”, diz o executivo. “Minha saída também teve a ver com essa mudança.”

A emergência do Brasil, com de-manda de profissionais qualificados e dificuldade de atendê-la, somada à es-tagnação externa e à globalização das empresas faz com que a transferência de funcionários dentro da própria cor-poração seja natural, avalia o diretor da Brasscom, Sérgio Sgobbi. “É uma for-ma de manter o conhecimento acumu-lado, técnico e da própria empresa”, diz. A exemplo da Logica, empresas como Microsoft, Lenovo, Samsung e LG têm feito mais movimentações internas. Também pesou a migração de áreas de TI de grandes empresas para o Brasil.

Para o analista da Frost & Sullivan Bruno Arrial, se é comum as multina-cionais contratarem profissionais de outros países, principalmente para pro-jetos, a novidade é que agora empresas locais passam a ter o mesmo interesse. A Emdoc, especialista na prestação de serviços a empresas nacionais e multi-nacionais nos trâmites relacionados à transferência de estrangeiros ao Brasil, movimenta anualmente entre 5 mil e 6 mil processos – e destes, uma parcela de 8% a 9% envolvem profissionais de TI. “É uma área bastante requisitada,

assim como engenharia”, registra João Marques Fonseca, presidente da empre-sa. Toledo, da Michael Page, observa ainda o fluxo alimentado por startups de tecnologia, muitas vezes patrocina-das por fundos internacionais que pre-ferem confiar em profissionais de seus mercados de origem. “Um exemplo são os franceses na área de internet com-merce”, aponta. Empresas globais com posições em aberto no Brasil também trazem profissionais de fora, principal-mente bancos, mais afetados pela crise.

A Softtek também tem sua parcela de estrangeiros. Embora busque con-tratações locais, de preferência no es-tado onde a vaga é oferecida, começou a olhar para fora em busca de talentos qualificados. A gerente de recrutamen-to e seleção Cristina Fernandes conta que, no passado, a movimentação era mais relacionada a intercâmbios in-ternos, principalmente por parte de profissionais que indicavam disposição para trabalho internacional. Agora, porém, trata-se de suprir demandas principalmente em tecnologias especí-ficas – em especial SAP, com volume de vagas sempre superior ao de pro-fissionais disponíveis. Uma das vanta-gens, detalha, é o comprometimento. “O profissional local está tão disputado que chega a trocar de emprego antes

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Profissionais estrangeirosmiram mercado de TI brasileiro

HENRIQUE GAMBA, DA HAYS: “Somos procurados por empresas entrando no Brasil para montar equipes, mas quando dizemos quanto ganham os profissionais, todo mundo acha absurdo. Com o tempo, o mercado pode deixar de ser atrativo para as organizações”

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gestão / Profissionais estrangeiros

mesmo de assumir a vaga.”Segundo ela, outro benefício é

que a contratação de estrangeiros re-solve também outro problema local, o do idioma, já que o Brasil luta ainda contra a escassez de profissionais que dominem uma segunda língua, como o inglês ou o espanhol. A similaridade linguística favorece os latinos e Cris-tina diz que tem aproveitado bastante profissionais da Argentina. “O custo benefício é bem interessante”, avalia. “É possível contratar alguém com mes-mo nível técnico de experiência pagan-do até 30% menos que no Brasil.”

A especialista registra que a Europa está se tornando um bom fornecedor de profissionais para o Brasil. Atualmente, a Softtek tem uma dúzia de estrangei-ros trabalhando na empresa – metade são mexicanos, dada sua origem; outros três são argentinos, um é chileno, um francês e o outro, espanhol. O consultor Abel Nunes de La Fuente é um deles. Foi contratado pela empresa há menos de seis meses, atraído por vários moti-vos, um deles familiar – sua esposa, que conheceu na Inglaterra, é brasileira e gosta de viver no país. Outro foi profis-

sional: procurar oportunidades e desa-fios em país que está crescendo em TI. “O mercado de trabalho está favorável, com mais oportunidades e empresas que estão crescendo, dando lucro e con-tratando”, registra o espanhol.

DesafiosA imigração, porém, não é as-

sim tão simples. Questões culturais, econômicas, emocionais e até fiscais, além do idioma, estão envolvidas quando o assunto é mudar de país. De La Fuente, por exemplo, teve de reforçar a comunicação escrita e se adaptar a costumes locais, como a maior f lexibilidade em relação a pla-nejamento e implantação. “Temos de entregar um produto em uma data e de repente há prazos revistos no dia a dia”, observa. A burocracia é outra questão – mesmo com esposa brasilei-ra, o executivo ficou espantado com o peso da documentação e o número de visitas a cartório necessárias até para ações tão simples quanto abrir uma conta bancária. “Já ocorreu de fecharmos uma contratação e não po-dermos trazer o profissional por trâ-mites burocráticos. Ele teve de voltar e trabalhar em home office”, recorda Cristina.

Matilde, da Right, aponta algu-mas questões legais como sensíveis. Entre elas, o conjunto de regras da CLT e a carga elevada de impostos e encargos incidentes sobre salários. “Também chama a atenção de quem vem de fora a prática do dia a dia de finanças e o quanto as responsabili-dades ficam a cargo das empresas, e não do governo”, observa. A questão chega a gerar conflitos culturais. O gerente da área de TI da Hays, Hen-rique Gamba, conta o percalço de uma de suas cliente, empresa mexi-cana, quando trouxe um gestor de TI da matriz para cá. O executivo con-siderou absurdo o custo dos técnicos

SAP e decidiu demiti-los, contratando profissionais juniores. O desempenho caiu, ele voltou para o México e con-tratou-se um gestor brasileiro. “É di-fícil entender a questão tributária que obriga a pagar dez quando contrata por cinco”, resume. “Somos procura-dos por empresas entrando no Brasil para montar equipes, mas quando dizemos quanto ganham os profissio-nais, todo mundo acha absurdo. Com o tempo, o mercado pode deixar de ser atrativo para as empresas.”

Há outras questões, é claro. Uma delas está relacionada a custo. Nas contas de Toledo, da Michael Page, como um executivo contratado aqui pode custar até o dobro de um funcio-nário local se forem contabilizados os gastos com aluguel de apartamento, escola para filhos e outros deste tipo, já começam a pipocar casos de empre-sas interessadas em enviar de volta os profissionais trazidos para cá. Só que muitos não querem voltar. “Estão ten-tando recolocação”, diz ele. Motivos pessoais também têm seu impacto. Ana Paula, esposa de Eduardo Pe-

reira, e sua filha Daniela, de 12 anos, sofrem mais com a imigração do que ele, que já havia passado pelo processo uma vez. “Mas o povo brasileiro é ca-rinhoso e acolhe bem”, diz o executi-vo. “O estrangeiro se sente em casa no Brasil. E São Paulo tem clima ameno, favorável ao trabalho, não é abrasa-dor como o Rio.” Vantagem para uns, dificuldade para outros, já nem todos estrangeiros têm tanta, digamos, faci-lidade de relacionamento quanto os brasileiros. “Aqui o relacionamento é levado da empresa para fora”, diz Gamba. Outra questão envolve o cos-tume de estender a jornada para além do horário comercial, muitas vezes prolongada também por conta de ca-fezinhos e bate-papos. “O estrangeiro costuma ser mais focado.”

Fonseca, da Emdoc, observa que indianos, chineses, coreanos e japo-neses podem ter mais dificuldade neste aspecto. “O sistema de traba-lho deles não se adapta tão bem ao nosso”, acredita. A questão é o com-partilhamento, já que, ao contrário do expansivo brasileiro, o oriental, embora produtivo, pode tender a ser mais recolhido com si mesmo. “Para montar uma equipe mista, é necessá-rio treinamento neste quesito.” Outra área sensível se refere a expectativas. Arrial, da Frost, viu em alguns casos profissionais de áreas como progra-madores e especialistas em hardware atraídos para cá por força de salários significativamente maiores do que em seus países de origem, mas que acabaram frustrados ao perceber até que ponto o custo de vida local en-goliria os possíveis ganhos – muitos trabalham em empresas multinacio-nais de forma discreta, por não terem vistos formais, por vezes contratados inicialmente para projetos específi-cos. “Tem indiano que ganha 500 dó-lares por mês. Mas já conversei com alguns desiludidos por aqui”, diz.

matilde berna, da right management: “nos últimos dois ou três anos verificamos aumento de 15% a 20% no número de pessoas que nos procuram querendo vir para o Brasil ocupar uma posição aqui”

eduardo Pereira, da logica: depois da experiência de viver na terra natal dos pais, executivo retornou ao Brasil para comandar a unidade local, que necessitava de um profissional com suas habilidades

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distribuição / curtas

josé leal júnior, da afina: América Latina foi responsável por 52% do faturamento mundial

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Afina cresce 66% em 2011

Patricia joaquim | [email protected]

A subsidiária brasileira da distri-buidora espanhola Afina, anun-

cia que espera crescer, em 2012, 40%. Na comparação com 2010, a companhia registrou crescimento de 66%. “As unidades europeias, embora estejam enfrentando uma crise, registraram mais de 20% de crescimento”, explica José Leal Júnior. A América Latina foi res-ponsável por 52% do faturamento mundial. A companhia deve divulgar oficialmente estes números para os parceiros no começo de junho, quando ocorre o Afina Partner Fo-rum 2012, para os canais da região.

No Brasil, as novidades giram em

torno de uma nova estrutura que visa atender e potencializar uma segunda camada de revendas que não faziam parte do atendimento direto dos ge-rentes de conta especializados por marca. Então, sob o comando de Richard McElroy, diretor de canais e integradores, está a missão de de-senvolver os negócios com estes par-ceiros que representam 50% da base indireta da empresa.

O time de McElroy conta ainda com dois gerentes de conta: Alan Ro-drigues e José Karan. A companhia está à procura de dois diretores: um para a área de serviços e outro para a área de marketing.  

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opinião

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Uma das perguntas mais frequentes que eu vejo por aí é: "Ricardo, os vendedores da minha empresa são tudo ‘roda presa’, sacanas, querem passar a perna no cliente, na empresa, no sistema, em tudo. O que eu devo fazer para profissionalizar essa turma?"

FAÇA O GERENTE DE VENDAS SER PROFIS-SIONAL E ÉTICO.

Primeiro, defina com MUITA CLAREZA o que é PRO-FISSIONAL e ÉTICO para a sua empresa. Essas palavras são ultragenéricas e não dizem nada. Se você não explicar DIREI-TO para a galera o que significa PROFISSIONAL e ÉTICO, com EXEMPLOS e HISTÓRIAS da pró-pria empresa, eles podem encontrar uma desculpa para falar que não entenderam.

O mundo é muito maluco. Você ACHA que está sendo ético, mas os ven-dedores ACHAM que você NÃO ESTÁ sendo ético. E aí? Como fica?

Cabe ao GERENTE DE VENDAS explicar, explicar, explicar o que é profissio-nalismo e ética para a sua empresa até todo mundo entender. Como se faz isso? Colocan-do o dedo na ferida, sendo ultraobjetivo e as-sertivo em suas colocações e, se for o caso, trocando o time.

É fato. Sangue NOVO rejuvenesce a empresa. A cada 12 meses TODO MUNDO deveria trocar 30% do seu quadro de funcionários.

Acabou o campeonato, desmantele o time – seja qual for o resultado que obteve – e traga novos reforços para a nova tem-porada.

SANGUE NOVO coloca pilha nos mais velhos que estão acomodados com os resultados de sempre. SANGUE NOVO gera conf lito e faz a turma se mexer.

Quer profissionalizar os vendedores?PROFISSIONALIZE O GERENTE!Antes de descer a lenha no seu vendedor, e chamá-lo de

amador, faça uma ref lexão sobre o nível de profissionalismo do gerente de vendas.

Quer ver algumas coisas?Então lá vai:

1. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL em dar feedback para os vendedores?2. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL em con-tratar o cara certo?3. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL em energi-zar a galera para ter pique máximo 10 horas por dia 5 dias por semana?4. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL em am-pliar as vendas dentro das melhores contas da empresa?5. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL em de-

senvolver um braço direito para fazer o papel que ele não consegue fazer junto aos vendedo-res mais pangarés?6. O gerente de vendas da sua empresa é PRO-FISSIONAL em se relacionar com os DIRE-TORES da empresa para pedir recursos para a sua equipe?7. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL quando o assunto é CRM & Automação da Força de Vendas? O cara usa iPad, iPhone, CRM, BI, ERP na sua força má-xima e PROVA aos seus comandados que es-

sas ferramentas permitem aos vendedores fazerem mais com menos?8. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL e am-bicioso o suficiente para sonhar grande e fazer a turma perceber o quanto ele quer crescer e ir muito longe?9. O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL o sufi-ciente para estudar o ciclo de vendas, e criar iniciativas de geração de demanda para encurtar o tempo de fechamento das vendas, ao invés de ficar jogando a culpa em preço e concorrência?10. O gerente de vendas da sua empresa é ÉTICO o suficiente para ser humilde e reconhecer que não faz nada disso, e por isso não pode exigir profissionalismo dos seus vendedores já que ele não passa de um gerente de vendas amador????

Galera, eu posso listar outras trocentas tarefas que um gerente de vendas PROFISSIONAL e de PULSO FIRME deveria fazer. En-quanto não fizer isso, não rola profissionalismo em vendas.

Vamos que vamos!

ricardo Jordão é fundador da

bizrevolution e escreve

mensalmente na crn brasil

Ricardo Jordão

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[email protected]

O gerente de vendas da sua empresa é PROFISSIONAL o suficiente para estudar o ciclo de vendas, e criar iniciativas de geração de demanda para encurtar o tempo de fechamento das vendas, ao invés de ficar jogando a culpa em preço

e concorrência?

Como fazer Um vendedorser étiCo e profissional

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cliente / case

Para a executiva, a principal ne-cessidade era bolar a estratégia de venda e de marketing com dados atu-alizados, em tempo real, das revendas junto aos fornecedores. “Íamos para as reuniões com informações que não eram do dia e aí faltavam dados. Queríamos planos de ações com bases mais sólidas”, revela. Os cenários dos clientes em relação aos fornecedores com os gráficos levavam mais de duas semanas para ficarem prontos. Assim, não era possível antecipar qualquer planejamento e sair com a ação no mercado em tempo hábil.

Foi então que a Officer solicitou à W5 Solutions – empresa especializada em solução de BI – o Compass, um sis-tema de BI que organiza os dados da empresa, gera gráficos e faz a compara-ção entre períodos. Daniela explica que com o Compass ficou muito mais prá-tico se preparar para as reuniões com os fornecedores. “Agora conseguimos elaborar os relatórios de maneira mais simples e rápida. Durante as reuniões geramos os dados online e se há a soli-citação de alguma informação que nós não havíamos preparado com antece-

dência, conseguimos gerar os gráficos na hora também”.

A facilidade de obter as informa-ções online tornou as reuniões mais di-nâmicas e otimizou as ações na hora de definir as estratégias. “ Com a solução, consigo mostrar para os fornecedores

qual produto está vendendo mais e em qual região, por exemplo, e comparar os dados com o mesmo período do ano anterior. Levamos menos tempo orga-nizando dados e já saímos das reuniões com os planos de ações definidos”, des-taca Daniela.

O Compass é uma versão cus-tomizada para a Officer da solução TDA. “Nós criamos o TDA, que é uma ferramenta de front-end que se encaixa em qualquer base de dados de qualquer sistema e é indicado para empresas que precisam ter uma visão gerencial e estratégica das informa-ções”, explica o diretor geral da W5 Solutions, Marcos Abellón. O TDA possibilita a criação de painéis que envolvam gráficos de diversos tipos, permite a integração com diversas bases de dados, facilidades de colo-car KPI’s (cores e fontes) e a perso-nalização de dashboards conforme a necessidade da empresa. Tudo isso por meio de um sistema seguro para garantir o acesso às informações.

“Conhecemos a W5 por meio de um dos nossos fabricantes: a Microsoft. A W5 realizou um projeto que foi muito bem sucedido lá e por isso optamos por realizar esta parceria com eles também. Estamos muito satisfeitos com o resul-tado do nosso projeto, porque desenha-mos exatamente o que queríamos”, res-salta a diretora.

Os ganhos com a nova ferra-menta foram ref letidos diretamente no faturamento da companhia com o aumento das vendas. Foram inves-tidos 300 mil reais pela Officer. E o projeto que começou com meta em três tipos de relatórios, hoje, depois de seis meses, gera mais de quinze tipos. Isto garante que a equipe de Daniela tenha todas as informações na ponta da língua.

P róxima a atingir a marcar de 1,6 bilhão de reais de faturamento anual, a distribuido-ra Officer atua em mais da metade dos municípios brasileiros, distribuindo cerca de 45 marcas globais de tecnologia, como Intel, Samsung, HP, Microsoft, para mais de 12 mil revendedores de produtos de informática. Com um universo tão grande de clientes e atu-ando em todas as regiões do Brasil, a companhia sentiu que uma ferramenta de BI poderia ajudá-la a enxergar, de forma otimizada, alguns cenários de atuação. “Precisávamos de uma solução online onde estivesse mapeado todas as necessidades dos nossos clientes em relação aos nossos fornecedores”, conta Daniela Paoli, diretora de marketing da Officer e também a líder deste projeto de tecnologia dentro da corporação.

o projetocliente: Officer

Projeto: custOmizaçãO da sOluçãO de Bi

canal: W5 sOlutiOns

investimento: 300 mil reais

Foto: Divulgação

Por tatiana negrão, especial para a crn brasil

Na ponta da línguaA distribuidorA de ti, officer, desenvolveu junto com A W5 solutions, umA solução de bi pArA entrAr nAs reuniões com os fornecedores de tecnologiA com todos os dAdos dos clientes em mãos e montAr estrAtégiAs de vendAs AindA mAis AssertivAs

Daniela Paoli, Da officer: “Com a solução consigo mostrar para os fornecedores qual produto está vendendo mais e em qual região e comparar os dados com o mesmo período do ano anterior. Levamos menos tempo organizando dados e já saímos das reuniões com os planos de ações definidos”

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cliente

Saiu na Saiu na

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5 métricas de mobilidade que importam para PMEs

O baixO usO de seus aplicativOs móveis é nOtável? tOneladas de desinstalações? cOncentrem-se nesses

númerOs para melhOrar a sua estratégia de mObilidade

Por Kevin casey | Informationweek EUA

Ter uma estratégia de mobilidade não significa apenas ter um aplicativo. Ela deve incluir metas claramente de-finidas para a forma como o conceito pode impactar positivamente nos ne-gócios de pequenas e médias empre-sas (PMEs) – e que números você vai acompanhar para ajudar a sua empre-sa a chegar lá.

Entre os motivos para prestar atenção aos dados de usuários móveis: mesmo um aplicativo forte pode desa-parecer no buraco negro do mercado. É disputar a atenção entre uma mul-tidão de milhares de apps e depois de fazer o download para um dispositivo isso ainda enfrenta um árduo cami-nho para regular. Rastrear e analisar dados relevantes para ajudar a infor-mar as decisões em fases cruciais pode ter um longo caminho.

Jeff Tseng, CEO de mobilidade e análise social da Kontagent, tipica-mente definiu grupos móveis em três categorias: testes, aquisição e envolvi-mento. (A quarta categoria, monetiza-ção, se aplica a empresas que querem

gerar receita diretamente de seus apli-cativos). Os nomes realmente não são tão importantes quanto o fato de que estes “baldes” ref letem as diversas fa-ses do ciclo de vida de um aplicativo, desde o desenvolvimento até a implan-tação para o usuário.

Os números que mais interessam dependerão, assim, do seu negócio. Um desenvolvedor de jogos para ce-lular e uma concessionária de carros não têm os mesmos objetivos para seus aplicativos – nem devem. Mas não im-portam as metas de negócio, análises úteis são mais do que apenas o núme-ro de downloads que um aplicativo produz. Em uma entrevista, Tseng compartilha cinco métricas que po-dem ser aplicadas a uma ampla gama de pequenas e médias empresas.

Custo de aquisição

As empresas que es-peram gerar receitas a partir de seus aplicativos podem precisar gastar di-nheiro para ganhar dinheiro. “Se você

pode obter grátis, isso é fantástico”, disse Tseng. “A maioria das pessoas acaba por ter de pagar por algum tipo de distribuição, para medir o custo de adquirir seus usuários, que é realmen-te importante.” Tseng faz notar que a aquisição paga não é um ajuste para cada PME. Se seu aplicativo móvel não conectar de alguma forma, faz um pouco de sentido (ou não) gastar dinheiro para levar as pessoas a usá-lo.

Tseng disse que um desafio fun-damental no acompanhamento dos custos de aquisição, hoje, é que a Apple não o torna simples de fazer para dis-positivos iOS. “A Apple essencialmente bloqueia a capacidade de facilmente fazer atribuição de anúncio que seu download real foi impulsionado”, disse ele. Em março, a Kontagent liderou o lançamento de um grupo de indústria para desenvolver um padrão aberto para a comunicação de aquisição.

um dia de retenção

Geralmente, há uma

significativa queda no uso após a instalação inicial de um aplicativo; acompanhar sua retenção após um dia é uma boa maneira de garantir que ele não cairá de um penhasco. A referência adequada depende de uma variedade de fatores, mas Tseng disse que este ponto de dados é o primeiro passo na obtenção de uma ideia do que o seu uso real é. Dica: Se todos aparentemente abrem o aplicativo uma vez e depois nunca mais, isso é provavelmente um mau sinal.

retenção de sete dias

Da mesma forma, manter controle sobre a retenção de uma semana após a instalação inicial começa a revelar se o seu aplicativo irá funcionar – mantenha em mente que eles provavelmente têm dezenas, senão centenas, de outros aplicativos em seu telefone ou tablet. Alguns cha-mam isso de “ativação” – é a diferen-ça fundamental entre um download e uso real. “Isso lhe dá um sentido em

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longo prazo se o seu aplicativo é inte-ressante o bastante”, disse Tseng.

Receita média poR usuáRio

Esta é uma questão para pequenas e médias empresas que esperam gerar receitas diretamente de seus aplicativos. Isso poderia significar o comércio móvel, como um exemplo. Também poderia ser um pouco menos direto, como através de alguma forma de um “freemium” do modelo. Certa-mente, se há um custo por aquisição, você vai querer saber quanto dinheiro está fazendo desse usuário – caso con-trário, pode estar enviando seus dóla-res de marketing para o buraco negro acima mencionado.

tempo da sessão

Este é fundamental para uma ampla gama de peque-

nas e médias empresas na esperança de ficar com seus prospects e clientes aonde quer que vá. Quanto tempo os usuários gastam no seu site ou executaram sua aplicação revela muito sobre o quanto eles gostam – e se é provável que vol-tem a ele ao longo do tempo. Há uma grande diferença, por exemplo, entre al-guém que gasta cinco minutos em uma sessão e alguém que passa um minuto. “Isso lhe dá uma sensação muito boa do tipo de engajamento e atividades que as pessoas estão fazendo em uma sessão com o seu aplicativo”, disse Tseng.

Claro, esses não são os únicos pontos de dados que uma empresa pode querer seguir – eles são apenas

os cinco mais importantes, de acordo com Tseng. Com foco em segurança, as empresas vão querer monitorar a atividade certa para assegurar que nada errado está acontecendo, por exemplo. Que variam de acordo com a indústria, mas podem incluir coisas como endereços IP totalmente dife-rentes para a mesma conta no mesmo dia – um na China e um nos Estados Unidos, por exemplo – ou tamanhos de transações irregulares ou frequ-ências. “Há uma série de sinais que você pode detectar a partir do ponto de vista da fraude”, disse Tseng.

Desenvolver o conjunto certo de métricas móveis para seu negócio par-ticular também pode vir a fazer as per-guntas certas. Isso é particularmente verdadeiro se você está insatisfeito com a adoção e uso. Se notar um monte de desinstalação, você pode perguntar: Quais foram as três últimas coisas que o usuário fez antes de abandonar o app?

“A questão de negócios, a um nível elevado, é: por que as pessoas estão abandonando a aplicação?”, Tseng indagou. Se você tem uma taxa minúscula de retenção day-one, considere primeiro os vários passos que a sua aplicação exige que um usuário siga – e qual deles pode estar afastando as pessoas.

Suas perguntas – e os números que você usar para respondê-las – não precisam ser necessariamente nega-tivas por natureza. Você pode facil-mente perguntar: Quais são os atribu-tos mais comuns de seus usuários de maior valor? A resposta certa é aquela que ajuda você a encontrar mais deles.

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A edição de São Paulo do Intel Developer Forum 2012, reali-zada no dia 15 de maio e com prévia para a imprensa no dia 14, teve claro foco no conceito de ultrabooks. Com o lema de evoluir o equivalente a 25 anos em um período de ape-nas cinco anos no cenário brasileiro – algo que nos remete ao Plano 50 anos em 5, do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) – foram ditadas tendências importantes de evolu-ção tecnológica e um investimento de 300 milhões de dólares para o desenvolvimento dessa evolução do conceito de laptop. Acompanhe as principais notícias:

A ONDA DO ULTRABOOK. A Intel pretende lançar mais de 20 modelos de ultrabooks no mercado brasileiro até o final deste ano. Segundo Fernando Martins, CEO da companhia, a maio-ria deve chegar ao mercado até 30 de junho. CCE Info, LG, Megaware, Positivo, Semp Toshiba Informática (STI) e Sony vão se juntar a Acer, Asus, Samsung, Dell e HP e passarão a comercializar o dispositivo no País. E alguns aparelhos devem ficar mais baratos, já que a CCE, a STI , a Samsung , Dell, HP, LG, Megaware e Positivo passarão a fabricar a nova categoria de notebooks no Brasil até o final do semestre. O executivo ainda garantiu que os dispositivos do futuro serão “conversí-veis e vão se transformar em tablets”.  Com a chegada do Win-dows 8, a empresa também já lançou recomendações de telas sensíveis ao toque para as suas parceiras. Como resultado, a empresa revelou que tem um fundo de pesquisas para desen-volver os conceito de ultrabook de 300 milhões de dólares e que o Brasil é um mercado extremamente importante, já que é o terceiro maior do mundo em consumo de computadores, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

QUANTO MENOR, MELHOR. Com o modelo de processador de 32 nanômetros para smartphones, a fabricante anunciou  que em 2013 entregará ao mercado um modelo com 22 na-nômetros. A perspectiva é chegar, em 2014, com  um chip de 14 nanômetros. “Cada ano vamos mudar para uma nova tecnologia, o que representará mais poder e menos uso de bateria”, prometeu Kirk Skaugen,   vice-presidente da com-panhia, garantindo que a ideia é revolucionar a telefonia.

SUPERCOMPUTAÇÃO E ALERTA AO BRASIL. A empresa ain-da prometeu que até o fim deste ano construirá um micropro-cessador com mais de 50 cores e cinco bilhões de transistores. A ideia, segundo Skaugen, é entrar no segmento de computação de alta performance (HPC, da sigla em inglês), com a capacidade de processar em um nível de exaflops, até 2018. Ao mesmo tem-po, o executivo comentou que o Brasil precisa focar neste tema e, também, na criação de um ecossistema de cloud computing nacional.“Supercomputação é algo importante para a proteção da própria nação”, disse o executivo. De acordo com Skaugen, o projeto a ser entregue no fim do ano visa a acelerar fluxos de trabalho, por meio de compiladores e ferramentas como os vistos na linha Xeon, voltada para servidores. A fabricante ainda garante que haverá compatibilidade com linguagens como Cuda.

Intel DeveloperForum 2012

Alguns eventos marcantes tomaram corpo nos últimos 15 dias, desde o fechamento da primeira coluna do IT Web na CRN Brasil. Cito cinco coisas em especial, além do convencional processo de lança-mentos de produtos.

A primeira delas é a edição de São Paulo do Intel Developer Fo-rum 2012, realizada no dia 15 de maio e com prévia para a imprensa no dia 14. O evento aportou no Brasil em 2005, com história em sua terra natal, São Francisco (Califórnia, EUA), há cerca de uma década. Além do claro foco no conceito de ultrabooks – que seria a evolução do que hoje compreendemos como notebook e laptop, mais fino, com mais capacidade de memória e armazenamento, ba-teria de longa duração e design mais refinado – a empresa, assim como tantas outras, deixou claro que precisa do Brasil para crescer e lançou o slogan 25 anos em 5 para aceleração no País.

Outras duas novidades que denotam a evolução da web para o conceito de negócio veio no universo facebookiano. A companhia de Mark Zuckerberg anunciou sua segunda tentativa de criar uma loja de aplicativos. Mas essa notícia até perdeu um pouco do glamour com a sua tão esperada abertura de capital da rede social, que ren-deu 104 bilhões de dólares de avaliação de mercado e 16 bilhões de dólares de arrecadação com investidores no dia 18 de maio, pela Bolsa de Nova York. Um valor, no mínimo, muito grande. Lembre-mos, por exemplo,  que lucro do Facebook no primeiro trimestre de 2012 somou 205 milhões de dólares, valor 32% abaixo dos 302 mi-lhões de dólares registrados nos últimos três meses de 2011. No dia útil seguinte ao IPO, os papéis da empresa fecharam as negociações com queda de 11%, passando de 38 para 34,03 dólares.

Citamos ainda a batalha de browsers da Mozilla e do Google contra a Microsoft, que é mais detalhada nas notícias a seguir, e a aprovação, pela Câmara Federal, da Lei do Cibercrime no Bra-sil, que insere no Código Penal brasileiro o universo online, mas ainda com algums brechas.

Por último, o mea culpa. A notícia “Galaxy SIII, o verdadeiro concorrente do iPad”, publicado na edição passada, está com o título errado, e os leitores mais atentos devem ter percebido. O correto seria trocar o tablet da Apple pelo iPhone 4S, que é um smartphone, assim como o produto da Samsung. No mundo da tecnologia, em vez de misturar alhos com bugalhos, misturam-se tablets e celulares.

Até a próxima!(Colaboração: Thais Sabatini e InformationWeek EUA)

Adriele [email protected]

Intel, Facebook e seus bIlhões, leI De cIbercrIme, batalha por browses...

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A Oracle anunciou em 14 de maio sua nova linha de  servidores Sun x86. O har-dware vem com processadores Intel Xeon E5 e, em relação à geração anterior, oferece desempenho 87% superior em função do aumento da memória e da largura de banda de rede. De acordo com Ali Alasti, vice-pre-sidente de engenharia de hardware da fabri-cante, o desenvolvimento do equipamento e do software foi feito em conjunto, como forma de garantir desempenho casado.

Em comunicado encaminhado à im-prensa, a companhia prometeu que a nova linha, que ao executar o Oracle Linux e o Oracle Solaris com o Oracle VM, pode oferecer uma redução de 50% no cus-to total de aquisição, suporte e despesas operacionais em relação a outros produtos similares, com 139% de retorno sobre o

investimento. A Oracle apresentou tam-bém os  novos servidores Netra x86 com certificação NEBS nível 3 para ambientes de comunicações e militares, assim como outras aplicações que exigem serviço con-fiável e contínuo, sistemas com longos ci-clos de vida e grande estabilidade para su-portar condições ambientais adversas com disponibilidade ininterrupta.

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Nova linha de servidor Sun x86, da Oracle, promete desempenho 87% melhor

Cofundador do Skype lança serviços de social gifting no Brasil e aposta em startups nacionais

Cofundador do Skype, Niklas Zennström anunciou em 15 de maio que vai tanto in-vestir em empresas brasileiras, como con-tinuar trazendo negócios internacionais para o País. O executivo esteve aqui para lançar a Wrapp, empresa de origem sueca de serviços de “social gifting”, startup que recebeu investimentos do fundo do qual é CEO, o Atomico.

Já lançada nos Estados Unidos, Suécia, Noruega e Reino Unido, a Wrapp oferece para os varejistas e consumidores um apli-cativo para distribuição de cartões de pre-sentes de grandes marcas em redes sociais, como o Facebook, e através de smartpho-nes.  “O crescimento da banda larga e do poder de consumo no Brasil nos motivou a investir em empresas de tecnologia que ti-rem o melhor proveito do desenvolvimento do comércio eletrônico e quebrem paradig-mas, liderando tendências com uma clara vantagem competitiva”, adicionou o execu-tivo. “Somos bastante seletivos na avalia-ção das startups e o que mais priorizamos é encontrar um time de empreendedores com visão e grande capacidade de construir negócios de sucesso na Internet.”

O Atomico é comandado no Brasil por Carlos Pires e Albuquerque, diretor de desenvolvimento de negócios, e Harol-do Korte, diretor de investimentos. A ven-ture capital já investiu em duas empresas brasileiras: Connect Parts, e-commerce de peças de automóveis, e Bebê Store, e-commerce de moda infantil e produtos para bebês.

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“Entregar uma capacidade de supercomputador em 2018 é algo muito mais rápido do que jamais imaginamos”, comentou o exe-cutivo. Citando dados da China – o maior mercado de PC do mundo – , e do Brasil – o terceiro da lista – o executivo chamou a atenção para o esforço diante dos investimentos em HPC em ambas as nações. No caso do país asiático, o nível de processa-mento de gigaflops atingiu a marca de 6 milhões neste ano, ao passo que no Brasil o total é perto de zero. “Muitos desses flops, com certeza, são utilizados em defesa nacional, pesquisas em ciência e avanço da tecnologia”, contou. Já no que diz respeito a microprocessadores  em nuvem, em 2009, o Brasil tinha algo em torno de dez mil, ao passo que a China girava em torno dos 80 mil. Em 2011, o outro país tinha 450 mil. Nós, pouco mais de 50 mil. “Está em nossas mãos , como indústria, olhar para isso e ver se queremos fazer algo sobre. A cloud computing não está acontecendo localmente”, finalizou.

HAL, É VOCÊ? No futuro, os computadores passarão a entender os usuários e suas necessidades como pessoas e, baseados em informações como localização, sentimento, companhia, ativida-de e destino, dar coordenadas a fim de melhorar a qualidade de vida. A previsão foi de Horst Haussecker, diretor do Intel Labs. “Olhando para o futuro, a tecnologia não será um fator limitador, conseguiremos construir qualquer coisa. E desde que a tecnolo-gia não é mais um problema, as pessoas não precisarão se adap-tar. Será o contrário: as tecnologias que vão se adaptar às neces-sidades das pessoas e disponibilizarão produtos mais intuitivos”, explicou. Os dispositivos precisarão sentir a necessidade dos usuários para entender e depois agir a fim de atendê-las. E para isso, Haussecker revela que existem duas maneiras: o hard sense – que são tecnologias tangíveis como GPS, microfone, wireless, câmera entre outros – e o soft sense – como Facebook, dados disponibilizados em internet, comportamento. Finalmente, en-traremos na Era do Hal, preconizada por Stanley Kubrick em sua obra cinematográfica 2011: Uma Odisseia no Espaço?

WINDOWS 8. A empresa já planeja lançamento de tablets com arquitetura adequada ao sistema operacional Windows 8 para o Brasil. A afirmação foi de Américo Tomé, gerente de novas tec-nologias da Intel. “Estamos alinhados com a Microsoft para o lançamento do tablet”. Porém, nenhuma data foi revelada.

NOVIDADE. A Intel aproveitou para lançar terceira geração de processadores Intel Core vPro – que vem nas versões i5 e i7. Du-rante coletiva de imprensa, Edson Rodrigues, diretor de tecnolo-gia da companhia para América Latina, afirmou que os chipsets têm o objetivo de estreitar a distância entre as necessidades dos departamentos de TI e dos usuários finais.

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Após poucos meses do anúncio inicial, datado de 15 de agosto de 2011, o Google informou em 22 de maio a aquisição formal da Motorola Mobility, ao valor de 40 dólares por ação, em dinheiro, totalizando 12,9 bilhões de dólares. A compra, diz o comunicado, permitirá que a gigante de cloud computing aqueça o ecos-sistema Android – que já represen-ta 56% do mercado de dispositivos móveis do mundo, segundo o Gartner –  e estimule a competição na com-putação móvel.

Apesar disso, a companhia ga-rante que seu sistema operacional continuará aberto e que os negócios de hardware serão dirigidos em um ambiente separado. O CEO deste bra-ço do Google será Dennis Woodside, que substituirá Sanjay Jha, responsá-vel por reviver a área de dispositivos móveis da marca e liderar a compa-nhia para o processo de aquisição. Woodside, que particpou do processo de compra, também já foi presidente do Google para Américas.

“Estou feliz de anunciar que o acordo foi fechado. A Motorola é uma empresa de tecnologia muito impor-tante para os Estados Unidos, com um legado de 80 anos de inovação. É um ótimo momento para estarmos nos negócios móveis e estou con-fiante de que criaremos a próxima geração de dispositivos móveis, que melhorará a vida dos próximos anos”, afirmou Larry Page, CEO do Google,

por meio de nota.“Nosso objetivo é simples: focar o

talento da Motorola Mobility em me-nos, porém grandes apostas, e criar dispositivos maravilhosos para serem usados pelas pessoas ao redor do mundo”, disse o novo CEO da empre-sa. No material de imprensa, os mode-los Droid e RAZR MAXX foram citados como casos de sucesso.

DiretamenteNa semana anterior, outra notí-

cia envolvendo o Android chegou ao mercado. Para garantir que o sis-tema operacional fique no topo na guerra dos dispositivos móveis, o Google retomará a venda direta de produtos. Segundo o The Wall Stre-et Journal, a gigante de buscas dará acesso prévio aos seus parceiros aos lançamentos do sistema opera-cional, então, venderá os dispositi-vos diretamente aos consumidores.

Isso é claramente uma tentativa de se desfazer dos bloatwares das operadoras (quando elas enchem o dispositivo com ferramentas pró-prias que são pouco utilizadas), que muitos usuários não gostam e não usam. Os dispositivos que serão ven-didos sob esse modelo devem ficar disponíveis para os consumidores dos Estados Unidos, Europa e Ásia ainda a tempo das vendas de Natal. Serão destravados e compatíveis com qualquer rede GSM com a sim-ples inserção do cartão SIM.

GooGle finaliza compra da motorola mobility e passa a vender android diretamente 

novos rumores apontam para iphone de quatro poleGadas e macbook com retina display

Depois de anunciar a oferta de Converged Cloud, a HP apresentou no dia 15 de maio seu primeiro servi-ço de nuvem pública em caráter beta. Segundo a companhia, o HP Cloud Services oferece uma infraestrutura de nuvem pública baseada em código aberto, com recursos orientados aos negócios que permite aos desenvol-vedores, fornecedores de softwares independentes (ISVs) e empresas de todos os portes criar a próxima ge-

ração de aplicativos de web. Os pri-meiros serviços beta da HP, HP Cloud Compute, HP Cloud Object Storage e HP Cloud Content Delivery Network, estão disponíveis publicamente desde 10 de maio e serão oferecidos no mo-delo de pagamento conforme o uso. A novidade é projetada com a tecno-logia OpenStack, arquitetura baseada em padrões abertos e tem um con-junto de ferramentas para codificação em menor tempo.

Dois novos rumores do mer-cado envolvem produtos Apple, um sobre o iPho-ne e outro so-bre o MacBook, motivados pela proximidade da a Worldwide De-

veloper Conference, a ser realizada pela companhia em junho. Segundo

o The Wall Street Journal, a fabrican-te prepararia um smartphone com tela de no mínimo quatro polegadas. De acordo com a publicação, a Apple trabalharia com fornecedoras como a LG e a Sharp. Já o 9-to-5-Mac, por exemplo, reportou que fontes confiá-veis de fornecimento de peças para a Apple afirmam que o próximo Mack-Book terá tela de 15 polegadas com retina display, a nova série de chips Intel Ivy Bridge e suportará USB 3.0.

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Foto: Divulgação

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Beta de cloud pública da HP já é realidade

A Microsoft liberou dia 21 de maio o SDK 1.5 do Kinect para Windows para os Estados Unidos e mais quatro países:  Hong Kong, Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan. De acordo com a empresa, no Bra-sil e em mais 14 países, ele estará disponível em junho.

Entre as novidades, estão o Kinect Studio, uma ferramenta que permite aos desenvolvedo-res registrar e reproduzir infor-mações do console, um conjunto de  Human Interface Guidelines

(HIG)  para orientar os desenvol-vedores sobre as melhores práti-cas para a criação de interfaces naturais; monitoramento facial SDK, que prevê uma malha 3D em tempo real de características faciais, acompanhando a posição da cabeça, local de sobrancelhas e forma da boca; entre outras.

O produto combina hardware, software e licenciamento que per-mite aos desenvolvedores criar uma nova classe de aplicativos baseados no Windows usando gestos e voz.

microsoft abre sdk do kinect para Windows

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A aprovação, pela Câmara Fede-ral, do Projeto de Lei 2793/11, que inclui crimes cibernéticos no Código Penal, é significativa por dois moti-vos. O primeiro deles é a votação--relâmpago, que é algo, no mínimo, estranho, quando avaliamos o com-portamento dos processos legislati-vos da casa. Uma ligação com a ca-rona gerada pela exposição do caso Carolina Dieckman e o ano eleitoral é automática. O outro, menos polí-tico e mais representativo, é que o anúncio foi feito na data anterior ao Dia Mundial da Internet, que é co-memorado em 17 de maio. Contudo, apesar da inegável evolução que o movimento legislativo demonstra, o texto ainda é incapaz de atender à evolução da web, segundo espe-cialistas, principalmente no que se refere aos desafios técnicos na hora de enquadrar os infratores.

O texto, que agora segue para o Senado, prevê prisão de seis meses a dois anos para quem obtiver infor-mações confidenciais por meio de in-vasão de computadores. A pena tam-bém vale para o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido. Essa pena poderá ser aumentada de um a dois terços, se houver divulga-ção, comercialização ou transmissão a terceiro dos dados obtidos. O desen-volvedor mal intencionado se enqua-dra em outro ponto, no crime de “de-vassar dispositivo informático alheio” com o objetivo de mudar ou destruir dados ou informações, instalar vulne-rabilidades ou obter vantagem ilícita, o texto atribui pena de três meses a um ano de detenção e multa. Confor-me a determinação, será enquadrado no mesmo crime aquele que produzir, oferecer, distribuir, vender ou difundir programa de computador destinado a permitir o crime de invasão de compu-tadores ou de dispositivos como smar-tphone e tablets.

  “A principal mudança que o processo traz é a segurança jurídi-ca do ambiente de TI aqui no Brasil. Porque, até então, às  empresas só bastava tentar uma proteção meio desesperada, tapar todos os bu-

racos, cumprir todos os pontos de fragilidade, porque, sabendo que se houvesse uma nova ameaça, di-ficilmente haveria consequências”, disse Rogério Reis, vice-presidente da Arcon.

Vale citar ainda que agências da lei no mundo todo detectaram cinco vezes mais casos de cibercri-me em 2011, segundo novos dados apresentados no 2012 Global Se-curity Report, da Trustwave. O ma-terial conclui que 33% das empre-sas com violações de dados foram alertadas por órgãos legais, o que representa 7% a mais do que 2010. A Symantec divulgou recentemente alguns dados que mostra um cená-rio do cibercrime no Brasil. Segun-do a pesquisa, os roubos superam os 63,3 bilhões de dólares no pe-ríodo de um ano, o que representa cerca de 17% dos 388 bilhões de dólares perdidos em todo o mundo.

Mas, na visão de Reis, um pro-blema “grave” que ainda  precisa ser resolvido na combinação tecno-logia/legislação é que as demandas de TI e da sociedade que a utiliza mudam muito mais rapidamente do que o direito consegue acompa-nhar. “Como leva um tempo entre a redação e a aprovação, há ne-cessidades que não são tratadas nela”, ponderou, comentando que no caso das barreiras que a web quebra – não havendo mais distân-cias geográficas capazes de barrar crimes internacionais, por exemplo – a aplicação da lei torna-se muito mais difícil.

“Quando falamos de nuvem, adiciona-se uma complexidade, porque quando existe um processo na Justiça, é preciso juntar provas contra o acusado. Se alguém inva-diu o seu e-mail, você tem que bus-car os logs que comprovem essa invasão. E onde estão esses logs? Se eles estiverem em um servidor na Indonésia, será necessário pedir ao governo de lá que obrigue o data center a fornecer essa informação. O processo é muito mais difícil”, ponderou.

Lei do Cibercrime: texto não contempla cloud computing, diz especialista

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rogério reis, da arcon: as demandas de TI e da sociedade que a utiliza mudam muito mais rapidamente do que o direito consegue acompanhar

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A palavra da vez é mobilidade. São tablets, smartphones e após os netbooks temos acom-panhado os grandes nomes da tecnologia apostando as fichas

nos ultrabooks Intel e ultrathins AMD, mas os PCs desktop não es-

tão esquecidos. A Intel apresentou recentemente sua terceira geração de processadores Core i, que são segui-dos por placas-mãe renovadas com o chipset 7 Series. São esperadas no-vidades nesse nicho também com a assinatura da AMD, além das novas

placas de vídeo, SSDs, HDs, sistemas de refrigeração, fontes e etc.

Existem periféricos para todos os gostos e bolsos, e a esmagadora maioria deles são montados em um gabinete, menos ou mais estilizado. A Sentey, uma fabricante com sede na Flórida, EUA, e que trabalha com fontes, sistemas de refrigeração e pla-cas de vídeo, também demonstra pre-ocupação em criar opções de gabine-tes para abrigar os novos hardwares de uma grande diversidade de usuá-rios. Uma dessas opções, e que chega

à bancada do ForumPCs através da distribuidora All Nations, é o modelo Abaddom (GS-6070).

Sendo um dos mais novos mem-

bros da linha Extreme Division, o

Adabbom teve o nome escolhido por

um seguidor da marca Sentey em uma

promoção no Facebook. O gabinete é

do tipo torre média com as dimensões

de 485mm (L) x 190mm (W) x 465mm

(H). Abaixo você confere uma tabela

com todas as especificações;

O gabinete possui um design só-

brio e foi projetado para que o ambiente

Gabinete Sentey Abaddomuma torre média com design sóbrio e

bom sistema de refrigeração

Gabinete Sentey abaddom (GS-6070)

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tiPo de Gabinete: Torre Médiamaterial: aço 0.7mmPainel frontal: Plásticocor: PretoPainel lateral: Sólido com ventoinha de 180mmSuPorte Para Placa-mãe: aTX Micro aTXbaiaS de 5.25: 4 - deslizantesbaiaS internaS de 3.5: 4SlotS de exPanSão: 7GramPoS incluídoS: SimPainel frontal: 1x uSB 2.0 + Áudio e MicrofoneParafuSoS PráticoS: SimPéS: 4 pés de plásticocooler frontal: 1 x 120mm com LeDcooler lateral: 1 x 180mm com LeDcooler traSeiro: 1 x 120mmcooler SuPerior: 1 x 120mm com LeDcontrole de ventoinha: incluídoSuPorte Para watercoolinG: SimdimenSõeS: 485mm (L) x 190mm (W) x 465mm (h)PeSo: 4.9 kgGarantia: 1 ano

especificações técnicas

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CONCLUSÃOinterno permaneça sempre com a tem-

peratura sob controle através das ven-

toinhas distribuídas nas partes frontal,

lateral, superior e posterior, e mesmo

que todas sejam ligadas o nível de ruído

gerado é ínfimo. Um detalhe curioso é

que apesar de a Sentey indicar na pá-

gina do gabinete que o mesmo possui 2

portas USB 3.0 no painel frontal, na re-

alidade são 4 portas USB 2.0. O mesmo

painel também apresenta as conexões de

áudio para fone e microfone, além dos

controles de rotação para duas ventoi-

nhas a serem selecionadas pelo usuário

(tais controles regulam não apenas a ve-

locidade de rotação das ventoinhas, mas

também o nível de intensidade do led).

As ventoinhas do gabinete pos-

suem um filtro de poeira, já que elas

trabalham puxando ar para o interior

do gabinete. A única exceção é a tra-

seira, que efetua o trabalho de exaustor

juntamente com a fonte de alimentação

que o usuário possui e que será instala-

da na parte inferior do gabinete.

Ao ser aberta a tampa lateral se

percebe um bom serviço de acaba-

mento, sem partes que venham se

tornar navalhas para ocasionar cor-

tes nas mãos. E após instalar a placa-

-mãe com os parafusos (inclusos no

gabinete), todas as demais instala-

ções de periféricos poderão ser feitas

sem a utilização de parafusos, tan-

to das baias de 5.25 e 3.5 como nos

slots de expansão.

Outro fator muito importante,

principalmente para os mais entusias-

tas, é o suporte para sistemas de refri-

geração líquida, com duas entradas

para as mangueiras logo abaixo da

ventoinha traseira (na altura do pro-

cessador). Como acessórios extras te-

mos um conector de alto-falante, uma

tampa de slot de expansão, um suporte

de plástico e o manual. Abaixo você

confere mais algumas imagens do

Abaddom e um vídeo produzido pelo

pessoal da Newegg exibindo os princi-

pais detalhes do mesmo.

Por Wesley Moraes

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=gcZHVIw1XfQ

A Sentey já conta com um rico por-

tfólio, mas por ser nova no mercado os seus pro-dutos ainda não são en-contrados tão facilmente, o que se reflete também com o Abaddom, tan-to na versão analisada (GS-6070) como com o seu irmão GS-6070V que difere apenas pela tam-pa lateral com janela de acrílico. O gabinete pos-sui um bom acabamento e um sistema de refrige-ração muito útil devido ao seu tamanho. Como se pode ver nas imagens, aqueles que montarem um sistema mais robusto com placa de vídeo high end e um cooler maior por exemplo, verão o interior do Abaddom bastante apertado. Em pesquisas no Google não se encon-tra o Abaddom em lojas on-line, mas tendo por base outros modelos da empresa com caracterís-ticas semelhantes, seu preço deve rondar entre 250 e 400 reais.

PONTOS POSITIVOS:• Acabamento e design sóbrio• Facilidade na instalação de dispositivos de hardware• Sistema de refrigeração e suporte para watercooler (refrigeração líquida)• Filtros de ar para as ventoinhas

PONTOS NEGATIVOS:• Espaço interno pode limitar algumas configurações• Peso relativamente excessivo (devido ao material do chassis)

FÓRUM PCS É MAIS UM PRODUTO EDITORIAL DA IT MÍDIA. O TEXTO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NO ESPAÇO ABERTO POR WESLEY MORAES, NO: HTTP://BLOGS.FORUMPCS.COM.BR

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Os contadores de histórias

Toda empresa tem uma história. Por me-nor que seja seu tempo de vida, com cer-teza há diversas coisas a serem contadas desde o surgimento da ideia, passando por sua concepção, até ela se tornar realidade. E onde está esta história senão

apenas na cabeça das pessoas que dela participaram? Pessoas estas que podem já não fazer parte da organi-zação e que levaram consigo um conhecimento ao qual dificilmente se terá acesso.

Por outro lado, vale mencionar, para quem não conhece, que o famoso Post-it, aquele papelzinho com cola em uma das bordas superusado hoje em dia, nas-ceu de um desenvolvimento da própria 3M, que não te-ria dado certo e que graças à documentação registrada, foi utilizado por um outro engenheiro para a criação do novo produto.

Falo frequentemente deste assunto porque vejo que pouquíssimas empresas trabalham a gestão de seu co-nhecimento. E, sem isso, o Post-it provavelmente nunca teria sido inventado.

Uma outra história que me vem à mente foi escrita por Paulo Coelho e fala de um velho caçador de raposas que decide se aposentar e fica feliz quando um jovem se interessa por aprender suas técnicas. “Em tro-ca, compro a sua loja, a sua licença de caçador e ainda pagarei por todos os segredos”, disse o jovem. E o velho caçador concordou.

Tempos depois, ao se encontrarem, ele pergunta ao jovem como tinha sido a temporada de caça e fica surpreso ao saber que ele não tinha conseguido pegar nenhuma raposa. “Mas você seguiu meus conselhos?”, perguntou. E o jovem, meio sem graça, responde

que não, por achar que os métodos do velho caçador estavam ultrapassados e que ele havia descoberto uma maneira melhor de caçar raposas.

Será?Mas as empresas começam a resgatar suas histó-

rias e, com elas, o conhecimento desenvolvido em seu percurso. A adoção do conceito de storytelling, ou a arte de contar história, é prova disso. Em algumas empresas, o contar história já é usado com objetivo de resgatar e difundir não apenas a história da empresa, mas também falar de processos e experiências que deram certo, ou mesmo aqueles que falharam.

Onde está a novidade na arte milenar de contar história? Na sua aplicação dentro das empresas e em trazer algo inerente ao ser humano, desde os tempos da caverna, para dentro das organizações. Quando você conta uma história, está relatando o racional somado a um ingrediente fundamental que é a emoção, e é aí que está a diferença. E esta é uma forma de alinhar a informação dentro da empresa, evitando ruídos com os quais temos que gastar uma enorme energia fazendo com que cada vez sobre menos tempo para contar his-tórias. E até nossa emoção acaba se perdendo quando os ambientes não são inspiradores.

Que tal voltarmos a contar história como fazíamos quando nossos filhos eram pequenos? Com certeza estes são alguns dos momentos que eles guardam na memória entre os mais prazerosos de suas vidas.

Stela LachtermacherDiretora Editorial IT Mídia

[email protected]

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