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CLÍNICA OTIMIZAÇÃO NUTRICIONAL NO PLASMA ENDOSCÓPICO DE ARGÔNIO PARA O TRATAMENTO DA RECIDIVA DE PESO APÓS BYPASS GÁSTRICO: UM ESTUDO COM 176 PACIENTES FUNCIONAIS AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D DA CLÍNICA DE NUTRIÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DE SANTA CATARINA CUIDADOS PALIATIVOS DE IDOSOS: UMA REFLEXÃO ÉTICA E NUTRICIONAL R$30,00 - maio 2019 Ano 9 Número 50 Edição Digital São Paulo ESPORTE | GASTRONOMIA | SAÚDE PÚBLICA | FOOD | PEDIATRIA I SSN 2236-1022 A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO www.nutricaoempauta.com.br +

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    CLÍNICAOTIMIZAÇÃO NUTRICIONAL NO PLASMA ENDOSCÓPICO DE ARGÔNIO PARA O TRATAMENTO DA RECIDIVA DE PESO APÓS BYPASS GÁSTRICO: UM ESTUDO COM 176 PACIENTES

    FUNCIONAISAVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D DA CLÍNICA DE NUTRIÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DE SANTA CATARINA

    CUIDADOS PALIATIVOS DE IDOSOS: UMA REFLEXÃO ÉTICA E NUTRICIONAL

    R$30,00 - maio 2019 Ano 9

    Número 50Edição Digital

    São Paulo

    ESPORTE | GASTRONOMIA | SAÚDE PÚBLICA | FOOD | PEDIATRIA

    ISSN 2236-1022 A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO

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    editorial por Sibele B. Agostini

    Cuidados Paliativos de Idosos: Uma Reflexão Ética e Nutricional

    No século XX os avanços da medicina, aumen-taram a prolongação da vida e a prevalência das doenças crônicas e progressivas e contribuíram para um aumento significativo de doentes fora das possibilidades terapêuti-cas de cura, o que originou a necessidade da existência de Cuidados Paliativos. O cuidar é baseado nos princípios éticos da ve-racidade (visando proporcionar a autonomia), da pro-porcionalidade terapêutica, da prevenção dos problemas pessoais e do não abandono. Está orientado para o alívio do sofrimento, focando a pessoa doente e não a doença da pessoa. A nutrição nestes pacientes possui diferentes sig-nificados, pois depende do indivíduo, dos hábitos alimen-tares, da procedência e da religião. Dentre outros fatores, a alimentação pode envolver afeto, carinho e vida, acima do atendimento das necessidades energéticas diárias. Prepare-se para o Mega Evento Nutrição 2019, englobando o 20o Congresso Internacional de Nutrição, Longevidade e Qualidade de Vida, 20o Congresso Inter-nacional de Gastronomia e Nutrição, 7o Congresso Mul-tidisciplinar de Nutrição Esportiva, 15o Fórum Nacional de Nutrição, 14o Simpósio Internacional da American

    Academy of Nutrition and Dietetics (USA), 12o Simpósio Internacional da Nutrition Society (United Kingdom), 12o Simpósio Internacional do Le Cordon Bleu (Fran-ça), 20a Exposição de Produtos e Serviços em Nutrição e Alimentação, dentre outros, que será realizado em São Paulo em agosto de 2019 e já conta com parcerias com as principais entidades internacionais e nacionais do setor.

    E também o 15o Fórum Nacional de Nutrição 2019, que está sendo realizado nas principais capitais do Brasil.

    Dra. Sibele B. AgostiniCRN 1066 – 3a Região

    Aproveite as informações científicasatualizadas desta edição da revistaNutrição em Pauta.

    Boa leitura!

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    Assine: (11) [email protected] CONOSCO: (11) 5041.9321 [email protected]

    A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO

    ISSN 2236-1022Ano 9 - número 50 - maio 2019 - edição digital

    Publicação Bimestral da Nutrição em Pauta Ltda ME - Atualização Científca em Nutrição - R. Republica doIraque, 1329 cj 11 - Campo Belo - São Paulo - SP - Brasil - Tel 55 11 [email protected] - www.nutricaoempauta.com.br

    Editora CientíficaDiretor

    Dra. Sibele B. Agostini | [email protected]áudio G. Agostini Jr. | [email protected]

    Conselho Científico Prof. Dra. Andréa Ramalho (UFRJ/RJ),Prof. Dra. Avany Fernandes Pereira (UFRJ/RJ), Prof. Dra. Claudia Cople (UERJ/RJ), Prof. Dr. Dan Waitzberg (FMUSP/SP), Prof. Dra. Eliane de Abreu – (UFRJ/RJ), Prof. Dra. Fernanda Lorenzi Lazarim (UNICAMP/SP), Prof. Dra. Flávia Meyer (UFRGS/RS), Prof. Dra. Josefna Bres-san (UFV/MG), Prof. Dra. Joy Dauncey (Cambridge/UK), Prof. Dra. Lilian Cuppari (UNIFESP/SP), Prof. Dra. Marcia Regina Vitolo (UNISINOS/RS), Prof. Dra. Maria Margareth Veloso Naves (UFG/GO), Prof. Dr. Mauro Fisberg (UNIFESP/SP), Prof. Dr. Melvin Williams (Maryland/USA) , Prof. Dra. Mirtes Stancanelli (UNICAMP/ SP), Prof. Dra. Nailza Maestá (UNESP/SP), Prof. Dra. Nelzir Trindade Reis (UVA/RJ), Prof. Dr. Ricardo Coelho (UNIUBE/MG), Prof. Dr. Roberto Carlos Burini (FMUNESP/SP), Prof. Dra. Rossana Pacheco da Costa Proença (UFSC/SC), Prof. Dra. Sonia Tucunduva Phillipi (USP/SP), Prof. Tereza HelenaMacedo da Costa (UnB/DF), Prof. Dra. Tais Borges Cesar (FCF-UNESP/SP).

    Consultor de GastronomiaColaboradores

    Chef Patrick Martin - Le Cordon Bleu BrasilChef Fabiana B. Agostini

    FotógrafoAssinaturas

    IndexaçãoEditoração Eletrônica

    Alexandre [email protected] revista Nutrição em Pauta está indexada na Base de Dados PERI da ESALQ/USPYdea SolutionsProduzida em maio de 2019

    nesta ediçãoMaio 2019

    5. Cuidados Paliativos de Idosos: Uma Reflexão Ética e Nutricional

    10. Otimização Nutricional no Plasma Endoscópico de Argônio para o Tratamento da Recidiva de Peso após Bypass Gástrico: Um Estudo com 176 Pacientes

    17. Estado Antropométrico Nutricional, Prevalência de So-brepeso e Obesidade em Indivíduos de 0 A 12 Anos – Uma Revisão

    23. Repercussões Clínicas do Uso de Produtos Alimentares Contendo Corantes Artificiais pelo Público Infantil: Uma Revisão da Literatura

    30. Ingestão Per Capita de Sódio e Gordura de uma Unidade de Alimentação e Nutrição em Fortaleza-CE

    37. Mensuração do Tempo Destinado à Higienização do Ambiente de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) De Um Restaurante Universitário (RU)

    42. Avaliação do Protocolo de Suplementação de Vitamina D da Clínica de Nutrição de Uma Universidade Comunitá-ria de Santa Catarina

    48. Determinação e Avaliação do Fator de Correção de Hortaliças em uma Unidade de Alimentação e Nutrição de Itapetinga

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    matéria de capa Palliative Cares of Elderly: An Ethical and Nutritional Reflection

    Cuidados Paliativos de Idosos: Uma Reflexão Ética e Nutricional

    RESUMO: Cuidados Paliativos são medidas para me-lhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam uma doença ameaçadora da vida, é o cuidar global do paciente, quando este não apresenta mais res-posta aos tratamentos considerados curativos. O objetivo do estudo foi analisar artigos científicos produzidos nos últimos nove anos sobre a ética na nutrição e cuidados paliativos com idosos.Trata-se de um estudo bibliográfico realizado, a partir de leituras exploratórias e sistemáticas do material de pesquisa, realizado em periódicos nos ban-cos de dados: SciELO e Google acadêmico, relacionados com idosos em estado terminal, cuidados paliativos, nu-trição e ética.Foram considerados artigos publicados de 2009 a 2018, no idioma português, sendo excluídos arti-gos publicados nos demais idiomas. Conclui-se que o nu-tricionista em cuidados paliativos é de suma importância, considerando recursos terapêuticos para controle de sin-tomas, valorizando os alimentos preferenciais, adequação da dieta e o desejo do paciente por alimentos.

    ABSTRACT: Palliative care is a measure to improve the quality of life of patients and their families facing a life-threatening illness. It is the overall care of the patient, when the patient no longer responds to the treatments considered curative. The objective of the study was to analyze scientific articles produced in the last nine years on ethics in nutrition and palliative care with the elderly. This is a bibliographical study, based on exploratory and systematic readings of research material, carried out in journals in the databases: SciELO and Google academic, related to the elderly in the terminal state, palliative care, nutrition and ethics. Articles published from 2009 to 2018 in the Portuguese language were considered and articles published in

    other languages were excluded. It is concluded that the nutritionist in palliative care is of paramount importance, considering therapeutic resources for symptom control, valuing preferred foods, diet adequacy and the patient’s desire for food.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    O envelhecimento por definição é um proces-so que ocorre depois de atingida a idade adulta, possui característica progressiva, universal, irreversível, onde encontramos modificações morfológicas, bioquímicas e psicológicas em consequência da ação do tempo. Em decorrência há uma perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente levando o orga-nismo a uma maior vulnerabilidade e maior incidência de processos que terminam por conduzi-lo à morte (TERRA, 2013). No século XX os avanços da medicina, aumen-taram a prolongação da vida e a prevalência das doenças crônicas e progressivas e contribuíram para um aumento significativo de doentes fora das possibilidades terapêuti-cas de cura, o que originou a necessidade da existência de Cuidados Paliativos (PINHO-REI, 2012). Cuidados Paliativos são medidas para melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares que en-

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    Cuidados Paliativos de Idosos: Uma Reflexão Ética e Nutricional

    frentam uma doença ameaçadora da vida, é um ramo da medicina que enfatiza o cuidar global do paciente, quan-do este não apresenta mais resposta aos tratamentos con-siderados curativos, através da prevenção e do alívio do sofrimento, através da identificação precoce e impecável avaliação e tratamento da dor e outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais (BRASIL, 2016). Através de uma série de ações e medidas realiza-das pelos profissionais envolvidos, visam, principalmente, a fornecer melhor qualidade de vida ao indivíduo e sua família. Uma maior perspectiva é dada ao controle da dor, sofrimento e melhora dos sintomas, e não em restabele-cer a saúde integralmente, o que consistiria na “cura” da doença. As necessidades básicas de higiene e nutrição são valorizadas e oferecidas, pois também são partes do trata-mento (CLOS; GROSSI, 2016). O morrer, além de ser um processo biológico, apresenta-se como uma construção social. Dessa forma, o processo do morrer pode ser vivido de distintas maneiras, de acordo com os significados compartilhados por esta experiência, porque esses significados são influenciados pelo momento histórico e pelos contextos socioculturais. Por isso, é importante conceber a morte como um proces-so e não como um fim, pois considerando que o paciente é um ser social e histórico, cuidá-lo em seu momento final significa entendê-lo, ouvi-lo respeitá-lo (FRATEZI; GU-TIERREZ, 2011). O cuidar é baseado nos princípios éticos da ve-racidade (visando proporcionar a autonomia), da pro-porcionalidade terapêutica, da prevenção dos problemas pessoais e do não abandono. Está orientado para o alívio do sofrimento, focando a pessoa doente e não a doença da pessoa (MORAIS et al., 2016). Através da evolução da doença, o indivíduo do-ente enfrenta inúmeras perdas ao nível da alimentação. Essas perdas poderão ir desde a incapacidade de sentir o sabor, deglutir, digerir os alimentos e absorver nutrientes de forma adequada até à perda da capacidade do doente se alimentar sozinho, de manejar a palatabilidade e de utili-zar a via oral. Todas estas alterações poderão transformar as refeições num momento desconfortável e levar o doen-te à depressão, ao isolamento social, à perda de confiança da autoestima, à recusa alimentar e consequentemente à perda de peso e desnutrição (PINHO-REI, 2012). A nutrição nestes pacientes possui diferentes sig-nificados, pois depende do indivíduo, dos hábitos alimen-tares, da procedência e da religião. Dentre outros fatores, a alimentação pode envolver afeto, carinho e vida, acima do atendimento das necessidades energéticas diárias (SAN-

    TOS; RIBEIRO, 2011). O objetivo do presente estudo foi analisar artigos científicos produzidos nos últimos nove anos sobre a ética na nutrição e cuidados paliativos com idosos.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Trata-se de um estudo bibliográfico realizado, a partir de leituras exploratórias e sistemáticas do material de pesquisa. A pesquisa bibliográfica foi realizada em peri-ódicos indexados nos bancos de dados: SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e Google acadêmico.Como cri-tério de inclusão, pesquisaram-se artigos de 2009 a 2018, relacionados com idoso em estado terminal, cuidados pa-liativos e ética.Os estudos foram identificados por meio de busca eletrônica nos bancos de dados, considerando qual-quer artigo publicado entre janeiro de 2009 e novembro de 2018, no idioma português, sendo excluídos os artigos publicados nos demais idiomas.Foram encontrados 17 ar-tigos, porém foram utilizados 12 que abordavam realmen-te o idoso em estado terminal sobre cuidados paliativos, sendo excluídos os que abordavam cuidados paliativos em pacientes terminais de modo geral, pois fugiam do tema.As palavras chaves utilizadas foram cuidados paliativos, ética, nutrição e idoso.

    . . . . . . . . . Resultado e Discussões . . . . . . . . . .

    Cuidados paliativos (CP) são medidas não cura-tivas aplicadas em pacientes terminais cuja progressão da enfermidade provoca sinais e sintomas debilitantes e causadores de sofrimento. O paliativismo não visa à cura e pode ser aplicado independentemente do prognóstico da enfermidade. A prioridade dos CP é oferecer a melhor qualidade de vida possível aos doentes e suas famílias (FONSECA; FONSECA 2010). Diante de exposto, no quadro 01 a seguir, são apresentados os autores, títulos, resultados e ano de rea-lização dos estudos que abordaram idosos em estado ter-minal, cuidados paliativos e ética.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 7

    Quadro 01: Caracterização dos estudos sobre cuidados paliativos, idosos em estado terminal e ética segundo os Autores, Títulos, e Resultados (n=12). Teresina- PI, 2018.

    Autor Título Resultados

    SOUZA et al., 2015

    Cuidados paliativos na atenção primária à saúde:-considerações éticas

    Os resultados indicam que a formação de recursos humanos com competência técnica e que a continuidade da assistência na transição do tratamento curativo para o paliativo são fatores propícios à integralidade e à obtenção de respostas mais adequadas aos desafios éticos que as equipes vivenciam.

    SILVA et al.,2009

    Atuação do nutricionista na melhora da qualidade de vida de idosos com câncer em cuidados palia-tivos.

    No envelhecimento há algumas peculiaridades que podem modificar negati-vamente as necessidades nutricionais, que associados ao câncer interferem na qualidade de vida.

    CLOS; GROS-SI, 2016

    Desafios para o cuidado digno em instituições de longa permanência.

    A partir da análise do conteúdo das entrevistas e das observações, pode-se dizer que há precariedade nessas estruturas. Também se identificou uma rela-ção entre cuidado de boa qualidade e disponibilidade de recursos financeiros, demonstrando indicativos para a retificação do cuidado, ou seja, o cuidado enquanto mercadoria. Como ferramenta para superação do desafio do cuidado digno está à bioética de proteção.

    MORAIS et al., 2016.

    Nutrição, qualidade de vida e cuidados paliativos: uma revisão integrativa.

    O nutricionista foi o profissional que mais orientou sobre a terapia nutricio-nal em uso, além de fornecer esclarecimentos sobre estratégias nutricionais para redução de desconfortos ligados à alimentação. A terapia adequada deve respeitar as preferências alimentares e culturais, garantindo, assim, melhor qualidade de vida.

    COELHO; YANKASKAS, 2016

    Novos conceitos em cui-dados paliativos na unida-de de terapia intensiva.

    A mortalidade nas unidades de terapia intensiva permanece elevada, e as equipes de profissionais de saúde das UTIs constantemente enfrentam situa-ções complexas, nas quais o tratamento e as medidas de suporte avançado de vida não atingem os objetivos de evitar a morte, nem respeitam a vontade dos pacientes e seus familiares.

    SOARES; ALI, 2011

    Cuidados Paliativos e a Saúde dos Idosos no Brasil

    O que leva as famílias a recorrer à hospitalização, o que torna os hospitais superlotados com pacientes neste estado, afetando tanto os cuidados de emergência como o tratamento de pacientes crônicos é a falta de infraestrutura hospitalar, bem como pela falta de unidades do sistema de saúde capazes de oferecer cuidados paliativos. Os questionamentos sobre os idosos que necessi-tam de cuidados paliativos deve ser o ponto central das reflexões de um profis-sional, capaz de levá-lo a uma nova maneira de pensar e, consequentemente, inspirá-lo a agir de um modo novo.

    PEREIRA et al., 2017.

    Significados dos cuida-dos paliativos na ótica de enfermeiros e gestores da atenção primária à saúde.

    Evidenciou que enfermeiros e gestores da Atenção Primária a saúde possuem conhecimento insuficiente sobre Cuidados Paliativos, muitas vezes associando à terminalidade e ao câncer, esses profissionais também não incluíram a famí-lia ao falar dos cuidados paliativos.

    SOBRAL; PEREIRA; WAKIYAMA, 2017.

    O papel do nutricionista no cuidado paliativo do paciente oncológico em fase terminal: uma revisão de literatura.

    O resultado reforça sobre a gama de sintomas que interferem na nutrição dos pacientes em cuidados paliativos, como, digeusia, xerostomia, náuseas e vô-mitos, entre outros, e fica claro que o nutricionista é o profissional que possui técnicas adequadas para controlar esses sintomas, assim como para esclarecer duvidas para a família sobre as condutas nutricionais tomadas.

    Palliative Cares of Elderly: An Ethical and Nutritional Reflection

    matéria de capa

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 20198

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C onclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Em cuidados paliativos é importante ampliar a conscientização, por parte dos profissionais de saúde, e enfatizar que a nutrição é capaz de melhorar a qualida-de de vida. Acredita-se que os dados encontrados nesta pesquisa podem contribuir para a valorização do nutri-cionista como um todo dentro do processo de cuidados paliativos do idoso. É importante o planejamento de in-tervenções de orientação, suporte e apoio para esse pro-cesso de cuidados. Na maioria dos estudos foi possível observar o princípio da beneficência, onde o profissional busca aju-dar a minimizar a dor e o sofrimento do paciente em esta-do terminal, aprimorando métodos e cuidados paliativos. Nos artigos estudados os profissionais buscavam melho-rar suas técnicas a fim de trazer uma melhoria nesse mo-mento. Junto ao princípio da beneficência, estava o da não maleficência os profissionais buscavam abster-se de fazer o mal e ajudar com ações positivas.

    Com esse resultado conclui-se que é necessário uma equipe multiprofissional e muito bem capacitada no que tange a ética nos cuidados paliativos, pois todos os se-res humanos têm o direito de cuidar-se e serem valoriza-dos bem como sua família.A atuação do nutricionista em cuidados paliativos é de suma importância, o respeito ao paciente e a consideração aos recursos terapêuticos para o controle de sintomas, valorizando os alimentos preferen-ciais, a adequação da dieta e o desejo do próprio paciente por alimentos.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Sobre os autores Jalson Pio Soares, Amanda Gomes da Silva, Ana Karoline Ferreira dos Santos, Hielma da Silva Nascimento, Ivana de Macêdo Vieira do Nascimento, ThayssaLauanna Vitória Santos - Graduandos em Nutrição, Centro Univer-sitário Santo Agostinho Profa. Dra. Adriana Barbosa Guimarães - Nutri-

    Cuidados Paliativos de Idosos: Uma Reflexão Ética e Nutricional

    Autor Título Resultados

    CRIPPA et al., 2016.

    Aspectos bioéticos nas publicações sobre cuida-dos paliativos em idosos: análise crítica.

    Os resultados mostraram que os pacientes estavam satisfeitos com a capa-cidade de estabelecer relações sociais, pessoais e íntimas, mesmo estando internados e que os cuidados paliativos devem ser oferecidos no sentido de melhorar a qualidade de vida, buscando assim integrar o paciente ao processo de tomada de decisão.

    SILVEIRA; CIAMPONE; GUTIERREZ 2014.

    Percepção da equipe multiprofissional sobre cuidados paliativos.

    Com esse resultado conclui-se que todos os seres humanos têm o direito de cuidar-se e de serem cuidados, torna-se relevante a valorização do paciente e de sua família. Os cuidados paliativos buscam atendê-los na sua integralidade; a atitude do profissional supera sua habilidade técnica e o conhecimento cien-tífico, predominando sua forma de agir como pessoa como ser existencial.

    PINTO; CAM-POS, 2016.

    Os nutricionistas e os cuidados paliativos.

    Este artigo descreve a importância da assistência alimentar e nutricional nos cuidados paliativos, posicionando a ação dos nutricionistas como um impor-tante fator para a qualidade do serviço oferecido e o bem-estar dos pacientes e suas famílias.

    BENARROZ et al., 2009.

    Bioética e nutrição em cuidados paliativos onco-lógicos em adultos.

    De acordo com o artigo faz-se necessário o conhecimento dos hábitos alimen-tares de uma população para que haja um aconselhamento nutricional mais efetivo que possa de alguma maneira refletir na melhora da qualidade de vida de pacientes. É importante o respeito ao paciente e a consideração aos recur-sos terapêuticos para o controle de sintomas, valorizando os alimentos prefe-renciais, a adequação da dieta e o desejo do próprio paciente por alimentos.

    Fonte: Scientific Electronic Library Online(SciELO) e Google Acadêmico.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 9

    matéria de capa Palliative Cares of Elderly: An Ethical and Nutritional Reflection

    cionista, Mestre, Docente e Orientadora, Centro Univer-sitário Santo Agostinho Profa. Dra. Daniela Fortes Neves Ibiapina - Nu-tricionista, Mestre em saúde da família, Especialista em nutrição clínica e nutrição em pediatria, Docente e Coor-denadora de estágio de nutrição no UNIFSA Profa. Dra. Liejy Agnes dos Santos Raposo Lan-dim - Doutoranda em Alimentos e Nutrição/UFPI; Mes-tre em Alimentos e Nutrição/UFPI, Especialista em Nu-trição Clínica nas Doenças Crônicas não transmissíveis/ UNESC, docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Te-resina,PI, Brasil.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    PALAVRAS-CHAVE: Cuidados paliativos. Ética. Nutri-ção. Idoso.KEYWORDS: Palliative Care, Ethics, Nutrition, Elderly.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    RECEBIDO: 16/11/2018 - APROVADO: 15/5/2019

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    REFERÊNCIAS BENARROZ, M.; FAILLACE, G. B. D.; BARBOSA, L. A. Bioética e nutrição em cuidados paliativos oncológicos em adultos1875-1882. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n.9, set, 2009. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csp/2009.v25n9/1875-1882/pt. Acesso em: 06 de Nov. de 2018. BRASIL. N. P. Organizador (Org.). Consenso Na-cional de Nutrição Oncológica Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. 2a Edição Revista Ampliada e Atualizadas, Rio de Janeiro, v. 2, n. 14, p.1-112, nov. 2016. CLOS, M. B.; GROSSI, P. K. Desafios para o cuidado digno em instituições de longa permanência. Revista Bioéti-ca, s.1, v. 24, n. 2, p.395-411, ago. 2016. CRRIPA, A. et al. Aspectos bioéticos nas publica-ções sobre cuidados paliativos em idosos: análise crítica. Re-vista Bioética, v. 23, n. 1, p. 149-160, 2016. COELHO, C. B. T.; YANKASKAS, J. R.. Novos con-

    ceitos em cuidados paliativos na unidade de terapia intensi-va. Revista Brasileira Terapia Intensiva, São Paulo, v. 29, n. 2, p.222-230, 14 ago. 2016. FONSECA, A. C.; FONSECA, M. J. M. da. Cuida-dos Paliativos para idosos na Unidade de terapia intensiva: Realidade factível. Scientia Médica, Porto Alegre, v. 20, n. 4, p.301-309, 2010. FRATEZI, F. R.; GUTIERREZ, B. A. O. Cuidador familiar do idoso em cuidados paliativos: o processo de mor-rer no domicílio. Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo, v. 7, n. 16, p.3241-3248, out. 2011. MORAIS, S. R. et al. Nutrição, qualidade de vida e cuidados paliativos: uma revisão integrativa. Revista Dor, São Paulo, v. 2, n. 17, p.136-40, abr. 2016. PEREIRA, D. G. et al. Significados dos cuidados pa-liativos na ótica de enfermeiros e gestores da Atenção primá-ria à saúde. Revista de Enfermagem UfpeOnLine, Recife, v. 3, n. 11, p.1357-1364, mar. 2017. PINHO-REI, C. Suporte Nutricional em Cuidados Paliativos. Revista Nutrícias, Senhora da Hora, v. 01, n. 15, p.24-27, dez. 2012. PINTO, I. F.; CAMPOS, C. J. G. Os nutricionistas e os cuidados paliativos. ACTA portuguesa de nutrição 07. p. 40-43, Campinas: 2016. SANTOS, G. D.; RIBEIRO, S. M. L. Aspectos afe-tivos relacionados ao comportamento alimentar dos idosos freqüentadores de um centro de conveniência. Revista Bra-sileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 2, n. 14, p.319-328, 2011. SILVA, D. A. et al. Atuação do nutricionista na me-lhora da qualidade de vida de idosos com câncer em cuida-dos paliativos. O Mundo da Saúde,, São Paulo, v. 3, n. 33, p.358-364, out. 2009. SILVEIRA, M. H.; CIAMPONE, M. H. T.; GU-TIERREZ, B. A. O. Percepção da equipe multiprofissional sobre cuidados paliativos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 1, p. 7-16, 2014. SOARES, A. M. A.; ALI, A.. Cuidados Paliativos e a Saúde dos Idosos no Brasil. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo, v. 14, n. 1, p.125-136, mar. 2011. SOBRAL, A. A. S.; PEREIRA, M. E. A.; WAKIYA-MA, C. O papel do nutricionista no cuidado paliativo do paciente oncológico em fase terminal: uma revisão de litera-tura. Científico, Fortaleza, v. 17, n. 38, p.241-258, dez. 2017. SOUZA, H. L. de et al. Cuidados paliativos na aten-ção primária à saúde: considerações éticas. Revista Bioética, s.l, v. 23, n. 2, p.349-359, ago. 2015. TERRA, N. L.. CUIDADOS PALIATIVOS E EN-VELHECIMENTO HUMANO: ASPECTOS CLÍNICOS E BIOÉTICOS. Revista da Sorbi, v. 1, n. 1, p.12-14, dez. 2013.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201910

    RESUMO: A recidiva de peso pode ocorrer após bypass gástrico. O plasma endoscópico de argônio (PEA) pode ser usado como tratamento. Objetivo: propor a otimiza-ção nutricional após o PEA. Método: estudo descritivo, retrospectivo e transversal com 176 pacientes de uma Clínica Privada. Resultados: foram incluídas 163 mu-lheres com idade 45±15 anos, submetidas ao PEA, peso de 101,6±29,2Kg e índice de massa corpórea (IMC) de 40,2±10,2Kg/m2, que recuperaram peso em 4,5±2 anos após a cirurgia. O motivo da recidiva de peso foi o aban-dono do acompanhamento para 152 (93,2%) das pacien-tes. As deficiências nutricionais foram as anemias ferro-priva e megaloblástica e carência de vitamina D. Houve orientação nutricional com o Modelo de Prato Bariátri-co (MPB). Após 7 dias do PEA a perda ponderal foi de 3±1Kg (2,76±0,26%). Conclusão: a nutrição tem um papel fundamental no tratamento com PEA O (MPB) pode ser

    usado como método de educação nutricional após o PEA.

    ABSTRACT: Weight relapse may occur after gastric bypass. Argon endoscopic plasma (PEA) can be used as a treatment. Objective: to propose nutritional optimization after PEA. Method: descriptive, retrospective and transversal study with 176 patients from a private clinic. Results: 163 women aged 45 ± 15 years, who underwent PEA, weight of 101.6 ± 29.2 kg and body mass index (BMI) of 40.2 ± 10.2 kg / m2, who recovered weight in 4 , 5 ± 2 years after surgery. The reason for weight relapse was the abandonment of follow-up for 152 (93.2%) of the patients. Nutritional deficiencies were iron and megaloblastic anemia and vitamin D deficiency. There was nutritional orientation with the Bariatric Plate Model (MPB). After 7 days of the PEA the weight loss was 3 ± 1 kg (2.76 ± 0.26%). Conclusion: Nutrition plays a key role in treatment with PEA. The (MPB) can be used as a nutritional education method after PEA.

    Otimização Nutricional no Plasma Endoscópico de Argônio para

    o Tratamento da Recidiva de Peso após Bypass Gástrico: Um Estudo

    com 176 Pacientes

    Nutritional Optimization in Argonium Endoscopic Plasma for the Treatment of Weight

    Rescue after Gastric Bypass: A Study with 176 Patients

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 11

    clínica

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . A obesidade é tratada com êxito com bypass e sleeve gástrico. Porém a recidiva de peso é uma realidade nos centros de tratamento. Muitas das causas da recidiva envolvem o sedentarismo, a dificuldade em mudar o estilo de vida com uma alimentação saudável e, também o etilis-mo, de acordo com DELGADO, 2015 e McGRICE e DON PAUL, 2015. BERTI et al. (2015) descreveram que a recidiva de peso após cirurgia, é caracterizada por recuperação de 50% do peso perdido atingido em longo prazo ou recu-peração de 20% do peso associado ao reaparecimento de comorbidades. E recidiva controlada é a recuperação en-tre 20 e 50% do peso perdido em longo prazo. Para estes casos, os tratamentos endoscópicos podem ser uma nova chance de sucesso. BARETTA et al. (2015) conceituou o Plasma Endoscópico de Argônio (PEA) que tem como es-copo a fulguração com gás de argônio na anastomose gás-trica para pacientes operados exclusivamente com bypass gástrico é um método eficaz para fazer o paciente retomar a perda ponderal. O gás é inodoro, inerte e não tóxico que promove a coagulação térmica no contato do cateter com a mucosa. O argônio promove uma “cauterização” de toda circunferência da anastomose com redução de seu diâme-tro. Isso leva à restrição da passagem dos alimentos, sacie-dade precoce e perda de peso. São realizadas em média 2 a 3 sessões de endoscopia com intervalo de 6 a 8 semanas entre cada uma com o objetivo de reduzir o diâmetro da anastomose para menos de 12mm. MOON et al. (2018) e BRUNALDI et al. (2017) indicam o PEA para:

    -Pacientes com mais de 18 meses após Bypass Gástrico;-Pacientes com perda insuficiente ou reganho de peso com mais de 10% do peso mínimo atingido após a cirur-gia bariátrica;-Diâmetro mínimo da anastomose de 15-20mm.

    Mc GRICE et al. (2015) e MOON et al. (2018) alertam que o PEA será um tratamento bem sucedido se precedido de uma equipe multidisciplinar apta para apli-car protocolos específicos que tragam o doente para o seu cuidado diário. A Nutrição é parte essencial deste proces-so porque visa restabelecer o estado nutricional e projetar um estilo de vida saudável que possa ser mantido a longo prazo.

    Objetivo: Descrever nutricionalmente uma po-pulação de pacientes com bypass gástrico que tiveram recidiva de peso e delinear a otimização nutricional para o tratamento endoscópico de Plasma Endoscópico de Argônio (PEA) com a suplementação nutricional reco-mendada, a evolução nutricional pertinente e a educação nutricional através do Modelo de Prato Bariátrico (MPB), proposta por CAMBI et al (2018) a partir do atendimen-to nutricional realizado em 163 mulheres submetidas ao PEA.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Foi realizado um estudo descritivo, transversal e retrospectivo com 163 pacientes submetidos ao PEA entre 2016 – 2018 em uma Clínica Privada em Curitiba – Para-ná. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hos-pital Vita Batel. Os pacientes envolvidos leram, concor-daram e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Informado para participarem da pesquisa. Os critérios de inclusão foram: gênero feminino, bypass gástrico prévio, ter recidiva de peso, anastomose acima de 20mm. Crité-rios de exclusão: gênero masculino, qualquer outra técni-ca de cirurgia bariátrica, não apresentar recidiva de peso, anastomose abaixo de 20mm. A amostra contou com 163 mulheres. Todas as pacientes foram nutricionalmente ava-liadas com profissional habilitado. A avaliação nutricional envolveu: peso (Kg) e IMC (índice de massa corpórea em Kg/m2) antes do bypass gástrico e no momento em que realizou o PEA, assim como o peso e IMC mínimos que atingiu após o bypass gástrico. As pacientes foram ques-tionadas sobre o momento em que recuperaram o peso, se usavam ou não suplementos nutricionais, se faziam al-gum exercício físico programado e se consumiam ou não bebidas alcoólicas e qual o motivo aparente que as fez ter recidiva de peso. Foram avaliados exames bioquímicos de ferro, ferritina, vitamina B12, cálcio sérico e vitamina D. Após o diagnóstico nutricional, as pacientes receberam a orientação nutricional pertinente para uma cicatrização gástrica adequada com alimentação líquida por 10 dias, pastosa por 2 dias, branda por 7 dias e depois para a con-sistência normal com alimentos crus e cozidos. Foi utili-zado para a educação nutricional o Modelo de Prato Bari-átrico (MPB) para demonstrar a importância dos grupos alimentares.

    Otimização Nutricional no Plasma Endoscópico de Argônio para o Tratamento da Recidiva de Peso após Bypass Gástrico: Um Estudo com 176 Pacientes

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201912

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Tabela 1 Dados gerais das 163 pacientes submetidas ao PEA incluídas no estudo

    Idade (anos) 45±15 Peso inicial antes do bypass gástrico (Kg) 121±33 Índice de massa corpórea antes do bypass gástrico (kg/m2) 45,3±5,45

    Peso mínimo alcançado (Kg) 74,5±12,5Índice de massa corpórea mínimo alcançado (kg/m2) 29,3±1,8

    Peso no momento do PEA (Kg) 101,6±29,2Índice de massa corpórea no momento do PEA (kg/m2) 40,2±10,5

    Anastomose no momento do PEA (mm) 22,5±2,5Tempo citado para a recidiva de peso (anos) 4,5 ±2,5

    O grupo avaliado das 163 mulheres, de modo ge-ral iniciou o tratamento com obesidade graus II ou III e 115 (70,5%) atingiu a eutrofia. A manutenção deste es-tado foi em média de quatro anos, quando a maioria 159 (97,5%) descreveu pequena variação para mais no seu peso ponderal. Após 7 dias da realização do PEA a perda ponderal foi de 3±1Kg (2,76±0,26%).

    Tabela 2. Possíveis causas citadas pelas pacientes como motivo da recidiva de peso:

    Possível causa da recidiva Número de pacientes /Porcentagem (%)

    Abandono do tratamento com a equipe multidisciplinar 152 (93,2%)

    Sedentarismo 132 (80,9%)Inclusão diária de líquidos hipercalóricos como refrigerantes, sucos artificiais, milk shakes, etc

    123 (75,4%)

    Uso abusivo semanal de bebidas alcoó-licas (mais de 8 latas de cerveja por fim de semana)

    99 (60,7%)

    Manutenção de alimentos pastosos como sopas e purês nas principais refeições 96 (58,8%)

    Beliscos com alimentos crocantes como amendoins, biscoitos e bolachas 89 (54,6%)

    Nutritional Optimization in Argonium Endoscopic Plasma for the Treatment of Weight

    Rescue after Gastric Bypass: A Study with 176 Patients

    Ao serem questionadas sobre o seu padrão ali-mentar diário (embora este não tenha sido o foco central da pesquisa) muitas mulheres refletiram sobre o que des-creviam e consideraram que os seus velhos hábitos ali-mentares estavam de volta, mesmo após terem recebido orientações nutricionais pertinentes para o bypass gástri-co.

    Tabela 3. Planejamento dietético sugerido para esta população após a Fulguração com PEA

    Pós Plasma Endoscópico de Argônio

    Fase 1: 10 dias - Alimentação líquida Característica: hipocalórica (500 a 700kcal) e hiperprotéica (60 a 80g de proteínas por dia).Objetivo: repouso do trato gastro intestinal e cicatrização interna

    Fase 2: 02 dias – Alimentação pastosaCaracterística: hipocalórica (700 a 900kcal) e hiperprotéica (60 a 80g de proteínas por dia).Objetivo: repouso do trato gastro intestinal e cicatrização interna. Início do uso de suplementos nutricionais.

    Fase 3: 07 dias – Alimentação brandaCaracterística: hipocalórica (700 a 900kcal) e hiperprotéica (60 a 80g de proteínas por dia).Objetivo: treinamento da mastigação, inclusão de novos alimentos.

    Fase 4: a partir disto – Alimentação em consistência nor-malCaracterística: hipocalórica (1000 a 1200kcal) e hiperpro-téica (60 a 80mg de proteínas por dia), 45% de carboidra-tos e 30% de lipídios.Objetivo: promover o emagrecimento saudável e a manu-tenção do peso eliminado a longo prazo. Fonte: adaptado de: AILLS et al (2008), MECKANIK JI et al (2013) e BUSETTO L et al (2017).

    Das 163 mulheres, apenas 45 (27,6%) seguiam algum tipo de orientação médica ou nutricional. Quan-do questionadas na anamnese sobre o uso de suplementos nutricionais, 98 (60,1%) respondeu usar algum tipo de polivitamínico diariamente, 29 (17,7%) usavam comple-xo B intramuscular com alguma regularidade, apenas 12 (7,3%) incluíam reposição de proteínas na forma de whey protein, 32 (19,6%) usavam ferro ou via oral ou via endo-venosa no momento da consulta e somente 7 (4,2%) usa-vam cálcio com vitamina D.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 13

    Tabela 4. Avaliação física realizada nesta população com recidiva de peso:

    Órgão Aspecto Possível diagnóstico

    Cabelos Finos, opacos, quebradiços

    Desnutrição proteica Ca-rência de biotina, silício, vitamina A ou zinco.

    Pele Sem vida, flácidaDesnutrição Proteica De-ficiência de ácidos graxos essenciais

    OlhosMucosas hipocora-das Diminuição da acuidade visual

    Anemia ferropriva Defici-ência de vitamina A

    UnhasEm forma de colher Com listras brancas Quebradiças

    Anemia Ferropriva Desnu-trição proteica Carência de biotina, silício, vitamina A ou zinco.

    MemóriaEsquecimento Dificuldade para se concentrar

    Anemia megaloblástica

    Mãos e Pés

    Formigamento constante Anemia megaloblástica

    Fonte: Adaptada de: MECHANICK JI et al. (2013).

    Tabela 5. Resultados de exames laboratoriais da po-pulação estudada:

    Exame Valores

    Ferro sérico (mg) 91±70Ferritina (ng/ml) 116±115Cálcio sérico (mg/ml) 8,9±0,65Vitamina D (ng/ml) 18,1±9,8Vitamina B12 (pg/ml) 1061,5±910,5

    Das 163 mulheres, 54 (33,1%) apresentavam anemia ferropriva, 62 (38%) anemia megaloblástica, 23 (14,1%) apresentavam anemia ferropriva e megaloblásti-ca. Nenhuma manifestou deficiência de cálcio sérico, po-rém 162 (99%) estavam com deficiência de vitamina D.

    Suplementos nutricionais prescritos após o diagnóstico nutricional antes do PEA:

    - Proteínas: 60 a 80g por dia ou 1 a 1,5g/kg de peso ideal por dia. Incentiva-se o uso de Whey Protein hidrolisado - um scoop por dia com uma média de 25g de proteínas na medida.- Vitamina B1 (Tiamina): Oral: 100mg 2 a 3x ao dia / En-dovenosa: 200mg 3x ao dia ou 500mg 2x ao dia por 3 a 5 dias/ Intramuscular: 250mg por dia por 3 a 5 dias Ou 100 a 250mg por mês (simultaneamente administrar Magné-sio, Potássio e Fósforo )

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    clínica

    Figura 1. Modelo de Prato Bariátrico usado na Educação Nutricional.

    Fonte: Adaptado de CAMBI e BARETTA (2018).

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201914

    - Vitamina B12 (Cobalamina): Intramuscular: 5000ug por semana por 3 semanas Ou Oral: 1000ug por dia- Ferro: Oral: 150 a 200mg de ferro elementar. Obs. Doses separadas dos suplementos de cálcio, de alimentos ricos em fitatos e polifenóis. Integrar o uso com ácido ascórbi-co. Com ferritina abaixo de 30mg/dl utilizar ferro na for-ma endovenosa.- Vitamina D3: Oral: 3000UI por dia (dependendo do va-lor sérico) ou 50.000UI por semana até que os níveis de 25 (OH) D estejam acima de 30ng/ml- Cálcio: Oral: 1200 – 1500mg por dia / Carbonato de Cál-cio: junto com as refeições/ Citrato de Cálcio: próximo ou não das refeições.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz para perda ponderal. A manutenção de peso corporal é um desafio e a recidiva de peso pode ocorrer (CAMBI et al., 2015). Segundo MOON et al. (2018), o PEA pode ser usa-do após recidiva de bypass gástrico e os pacientes podem demonstrar perda de peso de 6 – 10% em 12 meses. Neste estudo, a perda de peso em 7 dias após o PEA foi de 3±1Kg

    (2,76±0,26%). Os operados são orientados pela equipe multidis-ciplinar a realizar seus acompanhamentos periódicos e a Nutrição é imprescindível neste processo porque o estado nutricional saudável é o grande objetivo do tratamento. De acordo com AILLS et al. (2008), MECHANICK et al. (2013) e BUSETTO et al. (2017) os dados objetivos como histórico do peso, bioimpedância e exames laboratoriais são ferramentas úteis, assim como os subjetivos com re-gistro alimentar, mastigação, o tempo para preparo e con-sumo das refeições, funcionamento do trato digestório, sintomas da síndrome dumping, etc. No referido estudo a anamnese nutricional foi aplicada, porém os dados de bioimpedância elétrica não foram incluídos na pesquisa. PIZATO et al. (2017), HIMES et al. (2015) e CLARK et al. (2014), os fatores que podem contribuir para a recidiva de peso estão elencados abaixo:

    a) Falta de educação nutricional: Neste estudo ve-rificou-se que os pacientes deixaram de fazer seus acom-panhamentos ao longo do tempo e isso foi determinante para a recidiva de peso em 152 (93,2%) das pacientes estu-dadas. b) Erros alimentares como ingestão de líquidos

    Nutritional Optimization in Argonium Endoscopic Plasma for the Treatment of Weight

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  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 15

    hipercalóricos. Nesta amostra estudada, 123 (75,4%) pa-cientes confirmaram o uso diário de líquidos hipercaló-ricos. Abuso de alimentos pastosos. Esta constatação foi percebida nesta população, onde 96 (58,8%) das pacientes referiram não evoluir para os alimentos em consistência normal.c) Complicações psiquiátricas como o “Binge Eating Disorder” e o “Grazing” são associados com inadequada perda de peso e reganho de peso após o by-pass gástri-co (RYGB), conforme PIZATO et al. (2017). Na descrição das pacientes operadas, nenhuma paciente relatou vômi-tos, porém 89 (54,6%) das pacientes tinham diariamente beliscos com alimentos crocantes em grande quantidade que nenhuma delas soube mensurar.d) Comer distraído ou fora de casa: são fatores que atrapalham a manutenção de peso a longo prazo. Nesta pesquisa as entrevistadas não relataram este fato, apenas frisaram que voltaram a ter a rotina alimentar de antes da cirurgia, mas sem uma percepção clara que esta circuns-tância as faria recuperar peso. e) Ingestão proteica comprometida: Não há um consenso sobre o ideal proteico após a cirurgia, e pode variar de 1,5g/kg peso ideal por dia ou 60 a 120g/d (ME-CHANICK et al. 2013; BUSETTO et al. 2017; LOPES et al 2017). Das pacientes pertencentes a este estudo, apenas 12 (7,3%) usavam suplemento proteico e 96 (58,8%) pre-feriam alimentos macios e moles, o que denuncia a dimi-nuição abrupta da ingestão de carnes fibrosas. f) Não usar suplementos nutricionais: A descrição obtida no estudo é que apenas 98 (61%) ainda usavam al-gum polivitamínico, 29 (17,7%) usavam o complexo B, 32 (19,6%) o ferro e apenas 7 (4,2%) o suplemento de cálcio com vitamina D.g) Sedentarismo: Das 163 entrevistadas, 132 (80,9%) permaneceram no sedentarismo e entenderam ser está uma causa para a sua recidiva de peso. h) Descontrole pessoal frente às pressões sociais: muitos obesos acreditam que a resolução de todos os pro-blemas das esferas pessoal, profissional e de auto estima, estão ligados ao emagrecimento “per se” (HIMES et al. 2015). Nesta população este quesito foi avaliado somente empiricamente, sem critérios quantitativos.

    Qualquer procedimento do trato digestório re-quer uma nutrição com modificação temporária de con-sistência para o adequado processo cicatricial. (MECHA-NICK et al., 2013, BUSETTO et al., 2017). As 163 pacientes do estudo se submeteram a esta alteração de consistência lenta e progressiva e obtiveram resultado satisfatório tanto

    Otimização Nutricional no Plasma Endoscópico de Argônio para o Tratamento da Recidiva de Peso após Bypass Gástrico: Um Estudo com 176 Pacientes

    clínica

    na cicatrização quanto na perda ponderal. As deficiências nutricionais são uma realidade entre os pacientes com bypass gástrico. Os que tiveram recidiva de peso estão mais propensos ainda a estarem de alguma forma debilitados (PARROT et al., 2017). Nesta amostra de 163 pacientes identificou-se anemias ferropri-va e megaloblástica e também a carência de vitamina D, condizente com outro estudo a respeito (BRUNALDI et al., 2017). Porém nenhuma paciente desta amostra apre-sentou deficiência de cálcio, contrariando as afirmações de artigo recente (FLORES et al., 2015, CARRASCO et al., 2018).

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C onclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    O PEA pode ser usado como um tratamento para a recidiva de peso. O cuidado nutricional deve ser per-manente porque as causas da recidiva de peso envolvem fatores mecânicos como o aumento do tamanho da anas-tomose, fatores dietéticos e fatores psicológicos como os transtornos alimentares e alterações hormonais. O manejo nutricional é importante para o doente retomar os cuida-dos alimentares e ter uma segunda chance para o controle ponderal. O MPB pode ser bastante eficaz na educação nutricional do paciente após o PEA. O mais importante é que o paciente operado com recidiva de peso volte para o acompanhamento periódico com a equipe e retome os cuidados necessários para eliminar e manter seu peso cor-poral e seu estado nutricional saudável. Mais estudos são necessários para consolidar a conduta nutricional após o PEA.

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    Sobre os autores Dra. Maria Paula Carlin Cambi - Nutricionista pela UFPR, Mestre pela UFSC e Doutora em Medicina Interna pela UFPR. Membro da COESAS da SBCBM e da IFSO. Nutricionista na Clínica Dr. Giorgio Baretta, Curi-tiba, Paraná, Brasil. Dr. Giorgio Alfredo Pedroso Baretta - Médico pela UFPR. Mestre e Doutor em Clínica Cirúrgica pela UFPR. Membro da SOBED, da SBCBM e da IFSO. Hospi-tal Vita Batel, Curitiba, Paraná, Brasil.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201916

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    PALAVRAS-CHAVE: : Obesidade. Bypass gástrico. Ga-nho de peso. Endoscopia. Guia alimentar. Educação nu-tricional. KEYWORDS: Obesity. Gastric bypass. Gain weight. Endos-copic. Food guide. Nutrition education.

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    Recebido – 5/11/2018 aprovado – 15/4/2019

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    REFERÊNCIAS AILLS L, BLANKENSHIP J, BUFFINGTON C, et al. ASBMS Allied Health Nutritional Guidelines for the Sur-gical Weight Loss Patient. Surg Obes Relat Dis. sep – oct; 4 (5 suppl): S 73 – 108. 2008 BARETTA GAP, ALHINHO HC, MATIAS JE, de LIMA JH, EMPINOTTI C, CAMPOS JM et al. Argon Plas-ma Coagulation of Gastrojejunal Anastomosis for weight re-gain after gastric by-pass. Obes. Surg. Jan; 25 (1): 72 -9. 2015 BERTI LV, CAMPOS J, RAMOS A, ROSSI M, SZE-GO T and COHEN R. Posição da SBCBM – Nomenclatura e Definições para os resultados em Cirurgia Bariátrica e Meta-bólica. Arq Bras Cir Dig; 28 (supl.1): 2. 2015 BRUNALDI VO, JIRAPINYO P, MOURA DT, et al. Endoscopic Treatment of weight regain following Roux-en-Y Gastric Bypass: a Systematic review and meta-analysis. Obes Surg 20 oct 2017. BUSETTO L, DICKER D, AZRAN C et al Practical Recomendationa of the Obesity Management task force of the European Association for the study of obesity (EASO) the Post-Bariatric Surgery Medical Management. Obes Facts; 10: 597-632. 2017 CAMBI MPC, BARETTA GAP et al. Post-bariatric surgery weight regain: evaluation profile of candidate pa-tients for endoscopic argon plasma coagulation. Arq Bras Cir dig 2015; 28 (1): 40 -3. CAMBI MPC and BARETTA GAP. Bariatric diet guide: plate model template for bariatric surgery patients. ABCD, jul , volume 31 nº 2. 2018 CARRASCO F, BASFI-FER K, ROJAS P, et al. Cal-cium absorption may be affected after either sleeve gastrec-

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    Nutritional Optimization in Argonium Endoscopic Plasma for the Treatment of Weight

    Rescue after Gastric Bypass: A Study with 176 Patients

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 17

    RESUMO: A má alimentação tem sido cada vez mais fre-quente, elevando ano a ano o índice de obesidade infan-til. Através de pesquisa bibliográfica, objetivou-se verifi-car a incidência de obesidade infantil e/ou a associação com risco metabólico. Foi realizada na base de dados do Google Acadêmico, com artigos publicados entre 2014 e 2018 com os descritores em português “avaliação antro-pométrica”, “crianças”, “risco metabólico”, e “obesidade”, e a combinação entre si para melhorar os resultados. De 76 artigos foram selecionados 14 artigos de pesquisas expe-rimentais que expusessem dados de indivíduos de 0 a 12 anos de idade. Em 7 dos 14 estudos houve prevalência de mais de 50% de excesso de peso entre as crianças anali-sadas. Em apenas um estudo foi analisado a presença de comorbidade. Evidencia-se a necessidade de mais estudos que correlacionem o estado antropométrico e de comor-bidades na infância, e o grande índice de excesso de peso nesta fase da vida.

    ABSTRACT: Poor diet has been increasingly frequent, raising the rate of childhood obesity year by year. Through bibliographic research, the objective was to verify the incidence of childhood obesity and / or the

    association with metabolic risk. It was carried out in the Google Scho-lar database, with articles published between 2014 and 2018 with the Portuguese descriptors “anthropometric evaluation”, “children”, “me-tabolic risk” and “obesity”, and the combination between them to im-prove the results. From 76 articles were selected 14 articles of experi-mental research that exposed data of individuals from 0 to 12 years of age. In 7 of the 14 studies, there was a prevalence of more than 50% of excess weight among the children analyzed. In only one study the pre-sence of comorbidity was analyzed. There is a need for further studies that correlate the anthropometric and comorbid state in childhood, and the high rate of overweight in this phase of life.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Uma situação conhecida como transição nutri-cional, que é caracterizada pela inversão da distribuição dos problemas nutricionais da população, sendo geral-mente uma passagem da desnutrição para a obesidade é vivenciada nos países em desenvolvimento, onde devido

    Estado Antropométrico Nutricional, Prevalência de Sobrepeso e

    Obesidade em Indivíduos de 0 A 12 Anos – Uma Revisão

    Nutritional Anthropometric Status, Prevalence of Overweight and Obesity In Individuals 0 To 12 Years - A Review

    esporte

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201918

    à industrialização e à urbanização, houve uma mudança no padrão alimentar das famílias (FAGLIOLI; NASSER, 2008). A obesidade infantil vem apresentando um rá-pido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial (STYNE, 2001). A má alimentação tem sido cada vez mais fre-quente, elevando ano a ano o índice de obesidade infantil, sinalizando um sério problema de saúde pública de ca-ráter epidemiológico devido fatores inerentes e as conse-quências e complicações posteriores. Uma das principais causas da obesidade severa e/ou mórbida na vida adulta tem sua gênese na nutrição e alimentação errônea realiza-da na fase da infância (OYHENART et al., 2008). A formação dos hábitos alimentares é um proces-so que se inicia desde o nascimento com as práticas ali-mentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos pais, primeiros responsáveis pela formação destes hábitos. Posteriormente, vai sendo moldado, tendo como base as preferências individuais, as quais são determinadas pelas experiências positivas e negativas vividas com relação à alimentação, pela disponibilidade de alimentos dentro do domicílio, pelo nível socioeconômico, pela influência da mídia e pelas necessidades fisiológicas (SANTOS, 2007). Os hábitos alimentares de uma pessoa interferem tanto na sua imagem pessoal quanto na sua saúde física e mental, pois maus hábitos podem resultar em quadro de obesidade, a qual, por sua vez, pode acarretar em baixo autoestima, baixo rendimento físico e cognitivo, discrimi-

    nação, bullying, comprometimento dos relacionamentos pessoais, transtorno psíquicos e patologias variadas. Des-ta forma, de modo a se conseguir uma boa qualidade de vida, é fundamental que seja estabelecido na primeira in-fância uma alimentação adequada (CAROLI; LAGRAVI-NESE, 2002). A associação da obesidade com alterações meta-bólicas, como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerân-cia à glicose, considerados fatores de risco para o diabetes melitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares até alguns anos atrás, eram mais evidentes em adultos. No entanto, hoje já podem ser observadas frequentemente na faixa etária mais jovem (STYNE, 2001). A promoção de uma alimentação saudável tem sido pauta frequente de debates que visam a promoção da saúde dos indivíduos, através de bons hábitos alimentares, desde a infância (SANCHO, 2006). Em pesquisa realizada pelo IBGE - Pesquisa Na-cional de Saúde Escolar, foram observados que dos 58.971 estudantes avaliados por idade e peso, 16% da amostra es-tava com sobrepeso, e 7,2% das crianças apresentou obesi-dade (DE PAULI, 2017). O objetivo deste trabalho foi analisar os resul-tados de estudos experimentais sobre avaliação antropo-métrica infantil, que expuseram índices de adequação ou não de peso, e/ou correlação do estado nutricional com comorbidades presentes.

    Estado Antropométrico Nutricional, Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em Indivíduos de 0 A 12 Anos – Uma Revisão

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 19

    Tabela 1: Resultados sobre avaliação antropométrica infantil conforme diferentes técnicas utilizadas.

    ESTUDO

    Nº DE CRIANÇAS PESQUISA-

    DAS (N)

    FAIXA ETÁRIA

    LOCAL DO

    ESTUDO

    AVALIAÇÕES REALIZADAS RESULTADOS RELEVANTES

    De Paula et al., (2014) 217

    7 e 11 anos

    Escola Pública e particular Fortaleza/

    CE

    Peso, estatura, e IMC.

    Alta prevalência de sobrepeso e obesidade entre escola-res, no entanto, maior incidência em escolas particulares. As crianças de sexo masculino e as do sexo feminino de escola particular apresentaram prevalência de 50,0% e

    45,5% respectivamente; já na escola pública, as crianças do sexo masculino tiveram uma prevalência de 9,9% e

    no feminino 15,6%.

    Silva e Costa-Sin-gh (2015)

    50 6 a 10 anos

    Escola da rede pública

    São José do Rio

    Preto/SP

    Peso, altura, e questionário de frequência

    alimentar.

    A presença de sobrepeso e obesidade em 84% dos es-tudados. Sendo a maioria, 64% obesidade em meninas. Relevante consumo de açúcar, balas, chocolates e bola-cha recheada, apresentando padrão alimentar deficiente

    em vitaminas e minerais.

    Goergen, Dal Bosco e Adami (2015)

    353 2 e 6 anos

    Escolas de educ. infantil

    Rio Gran-de do Sul

    IMC/I, e P/E.

    Maioria das crianças encontrava-se em risco de sobrepe-so ou sobrepeso conforme o IMC para a Idade (50,7%, n=179). Já segundo o Peso para a Estatura, a maioria

    52,7% (n=158) encontrava-se em eutrofia.

    Perrone et al., (2015) 227 9 anos

    Escolas Amazo-

    nas

    Peso, altura e circunferência da cintura, e

    dados socioeco-nômicos.

    85,5% (n=201) com peso adequado para idade, 84,58% (n=192) estatura adequada para idade, 82,37% (n=187) eutróficos conforme IMC, 83,72% com CC adequada. Prevalência de famílias da classe C socioeconômica.

    Mendes et al., (2015) 60

    6 à 10 anos

    Escola Itaúna/

    MG

    Peso e a esta-tura; avaliação consumo dieté-

    tico.

    Prevalência de excesso de peso em escolares de seis a 10 anos de idade (21,6%) e sugere que este resultado possa estar relacionado à obesidade da mãe e à alta ingestão de pães e salgadinhos e esteja inversamente proporcional à

    ingestão de iogurte e sorvete.

    Kneipp et al., (2015) 417

    6 à 11 anos

    Escola Itajaí/SC

    Questionário com pais de dados Antro-pométricos e

    Peso, estatura e circunferência das crianças.

    IMC.

    44% dos escolares apresentaram excesso de peso, asso-ciado com as variáveis de melhor qualidade da dieta, há-bito de realizar refeições em frente à televisão, excesso de peso dos pais, maior escore de atuação da família na

    alimentação e atividade física das crianças.

    Souza, Lima e

    Mascare-nhas (2016)

    151 4 à 5 anos

    Centro de Educação Infantil

    Três Bar-ras/SC

    Peso, altura e IMC.

    A prevalência de sobrepeso foi em 19,20%, e de obesi-dade de 9,93%, dos estudados.

    Nutritional Anthropometric Status, Prevalence of Overweight and Obesity In Individuals 0 To 12 Years - A Review

    esporte

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201920

    ESTUDO

    Nº DE CRIANÇAS PESQUISA-

    DAS (N)

    FAIXA ETÁRIA

    LOCAL DO

    ESTUDO

    AVALIAÇÕES REALIZADAS RESULTADOS RELEVANTES

    Christ-mann, Dal Bosco e Adami (2016).

    342 6 à 11 anos

    Escola Rio Gran-de do Sul

    Peso, altura, níveis de PAS e PAD,

    CC, e RCE.

    32,7% (n=112) com sobrepeso e 5% (n=17) de obesos pela classificação do IMC para idade; 11,1% (n=38) eram

    pré-hipertensos, 5% (n=17) estavam com HAS estágio I, na classificação da PAS/PAD geral; 37,1% (n=127)

    tinham CC elevada, e 23,4% (n=80), RCE elevada. Não foram encontrados escolares com HAS estágios II e III.

    De Pauli et a., (2017) 2146

    7 à 11 anos

    Escolas Guarapu-ava/PR

    IMC, IC e RCE.

    (33,25%) com sobrepeso e obesidade, de acordo com o IMC. Maior percentual de sobrepeso e obesidade encon-trado na faixa etária entre os 10 e 11 anos do sexo mascu-lino (41,76%). Conforme RCE 19,05% na faixa de risco; 80,94% abaixo da faixa de risco, e conforme IC 22,37%

    com risco elevado e 77,63% com baixo risco.

    Machado e Oliveira

    (2017)96 10 a 12 anos

    Escola de Periferia e escola

    particular Sorriso/

    MT

    Peso, estatura e dobras cutâ-

    neas (triciptal e subescapular). Questionário

    socioeconômico e de frequência

    alimentar.

    Número de casos com excesso de peso foi mais alto em meninas nas escolas particulares (61,54%). Índices de ex-cesso de gordura subcutânea das escolas particulares, em ambos os sexos (Masculino 33,34% e Feminino 38,46%), foram maiores. Frequência alimentar do sexo masculino de ambas as escolas apresentaram um consumo maior

    de pães, cereais, massas, carnes, ovos, feijões, gorduras, azeites e açucares. Já no sexo feminino notou-se um

    maior consumo de gorduras, azeites e açucares por parte das escolas particular

    Braga--Pontes, Guarinoa

    e Dias (2017)

    293 2 à 10 anos

    Escola Particular Portugal

    Peso, e estatura - no início e no final de cada ano letivo entre 2009-2010 e

    2012-2013).

    Maior prevalência de excesso de peso no sexo feminino aos 8 anos (52,9%); peso de nascença não tem correlação com o IMC na amostra, visto que, até os 3 anos (meninas) e 4 anos (meninos) mantinham prevalência de baixo peso 14,5% e 31,6% respectivamente; possível identificar que aos 3 e 5 anos são períodos tendencialmente críticos para

    o desenvolvimento de excesso de peso, tendo em conta que a maioria das crianças com excesso de peso nestas idades mantém-se nesta classe de IMC posteriormente.

    Souza (2018) 875

    7 a 10 anos

    Escolas do Ensino

    Funda. Volta

    Redonda/RJ

    CP.

    48,7% (n=426) com risco metabólico pelo CP Maior prevalência de Excesso de gordura em 52,2% (n= 457), 58,2% (n=509) Eutróficas, 17,7% (n=155) Sobrepeso, e

    21,5% (n=188) Obesidade.

    Carvalho et al., (2018)

    8 1 à 6 anos

    Centro de Reabi-litação Piauí

    P/I, E/I, IMC/ I pela OMS (2006) e comparativo com a

    curva de Cronk.

    Na avaliação geral 28,6% eutróficos e 71,4% com risco de sobrepeso, adiposidade central e composição corporal

    em crianças com síndrome de Down.

    Alves et al., (2018).

    239 crianças e 79 pais

    6 meses a 6 anos

    Creches Carapicu-

    íba/SP

    Peso, estatura e IMC das crianças,

    e Peso, estatura e circunferência abdominal dos

    pais, Questionário alimentar.

    Da amostra 67% eram mães e 33% pais, 47% meninas e 53% meninos, Crianças com sobrepeso e obesidade re-

    presentaram 31% (meninas) e 35% (meninos). Mães com sobrepeso e obesidade 62%, e pais 65%. Baixa frequência (10,81%) de consumo adequado diário de frutas. Frituras, salgados e embutidos no mínimo 2x por semana: 54,04%

    e para a de doces foi de 54,03%.IMC: índice de massa corporal; IMC/I: índice de massa corporal para idade; P/E: peso para estatura; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; CC: circunferência da cintura; RCE: relação da cintura pela estatura; IC: índice de conicidade; CP: circunferên-cia da panturrilha; P/I: peso para idade; E/I: estatura para idade.Fonte: os autores.

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 2019 21

    esporte

    . . . . . . . . . . . Mater iais e Métodos . . . . . . . . . . . . .

    Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfi-ca, que utilizou a base de dados do Google Acadêmico, com os descritores em português “avaliação antropomé-trica”, “crianças”, “risco metabólico”, e “obesidade”, e, a combinação entre si para melhorar os resultados. Foram selecionados os artigos publicados no período de 2014 a 2018 Encontraram-se 76 artigos, sendo que, 14 se en-quadraram nos critérios de inclusão da pesquisa, que pre-via serem estudos experimentais, e que expusesse dados antropométricos de indivíduos de 0 a 12 anos de idade. Os artigos foram avaliados de forma indepen-dente. A fase inicial da seleção constituiu na análise de títulos, resumos e, finalmente, a leitura dos estudos para selecioná-los com base nos critérios de elegibilidade. Para facilitar a coleta de dados e a confiabilidade da seleção, os dados que compunham a pesquisa descreveu o número de amostra estudada, faixa etária, local do estudo, avaliações realizadas, e resultados relevantes.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Encontra-se na literatura, estudos experimentais que buscam verificar o estado antropométrico de crianças, principalmente em creches, escolas e hospitais, como ex-posto na Tabela 1. Segundo Silva, Balaban e Motta (2005), as cau-sas da obesidade são multifatoriais, envolve fatores am-bientais e genéticos, genéticos e ambientais, neste último, destacam-se a ingestão energética excessiva e a atividade física diminuída. O desmame precoce e introdução alimentar ina-dequada, distúrbios do comportamento alimentar, e rela-ção familiar inadequada são alguns fatores determinan-tes para a obesidade na infância (DALCASTAGNÉ et al., 2008). A partir do momento do diagnóstico de proble-mas nutricionais na infância, ações precoces devem acon-tecer para sanar esses transtornos, haja visto que esses desvios nutricionais tendem a aumentar a incidência de doenças crônicas nas diferentes fases posteriores da via (ALVES et al., 2011).

    . . . . . . . . . . C onsiderações Finais . . . . . . . . . . . .

    A obesidade infantil visivelmente é um problema de saúde eminente e crescente entre todas as classes so-ciais, e a associação com hábitos alimentares errôneos e estilos de vida inadequados são fatores preditores para o agravo do problema. Fica evidente a grande incidência de excesso de peso, seja sobrepeso ou obesidade, entre indivíduos de 0 a 12 anos, pois através dos distintos métodos antropomé-tricos realizados, em 50% dos estudos citados, majorita-riamente os indivíduos encontravam-se com excesso de peso, embora, expressivamente também tenha sido obser-vado inadequações do estado antropométrico pelo exces-so de peso, em todos os demais estudos. Averiguou-se que em apenas um estudo foi ana-lisado a presença de comorbidade, sendo observado a presença de hipertensão arterial sistêmica em 5% daquela amostra. Portanto, fica evidente a necessidade de mais es-tudos que correlacionem o estado antropométrico, a pre-sença de comorbidades, além da importância e a corre-lação com a prática de atividades e exercícios físicos na infância, bem como, o desenvolvimento de medidas efeti-vas para prevenir precocemente qualquer risco metabóli-co e nutricional.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Sobre os autores Marcia Adriana Bogoni Rodrigues - Acadêmica de Nutrição na Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus Videira. Profa. Dra. Marceli Pitt Coser - Nutricionista Clí-nica e Hospitalar. Especialista em Fitoterapia ASBRAN. Professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus Videira.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    PALAVRAS-CHAVE: Antropometria. Estado nutricional. Doenças metabólicas. Obesidade infantil.KEYWORDS: Anthropometry. Nutritional status. Metabo-lic diseases. Pediatric obesity.

    Nutritional Anthropometric Status, Prevalence of Overweight and Obesity In Individuals 0 To 12 Years - A Review

  • NUTRIÇÃO EM PAUTAMAIO 201922

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    RECEBIDO: 7/12/2018 - APROVADO: 10/3/2019

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    Estado Antropométrico Nutricional, Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em Indivíduos de 0 A 12 Anos – Uma Revisão

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    RESUMO: A alimentação infantil atualmente encontra-se marcada por um alto consumo de produtos industriali-zados, estes ricos em aditivos, dentre eles, os corantes alimentares, influenciando na cor dos alimentos, tor-nando-os mais atrativos. Verificar na literatura científica os possíveis riscos que o consumo de corantes artificiais ocasiona no público infantil foi o objetivo desta pesquisa. Utilizou-se as bases de dados LILACS, MEDLINE, SciE-LO e BVS e artigos científicos originais e/ou de revisão publicados no período de 2007 a 2017. Foi observado que o uso de corantes pode desencadear alergias de pele, ur-ticária, asma, náusea, anafilaxia, vômitos, dermatite, dor de cabeça, renite, bronco- espasmos, distúrbios compor-tamentais, dentre eles o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Alguns estudos também associam um potencial carcinogênico a alguns corantes, nomeadamen-te a eritrosina e a tartrazina. O uso em larga escala desses alimentos industrializados pelas crianças é um problema relevante, que requer cuidados e intervenções sociais e go-vernamentais.

    ABSTRACT: Infant food is currently marked by a high consumption of industrialized products, which are rich in additives as, among them, food coloring, influencing the color of food and making them more attractive. The goal of this research is to verify in the literature the possible risks that the consumption of artificial coloring causes in children. LILACS, MEDLINE, SciELO and VHL databases and ori-ginal scientific and/or revision articles published between 2007 and 2017 were used. It was observed that the use of coloring can trigger skin allergies, urticaria, asthma, nausea, anaphylaxis, vomiting, dermatitis, headache, renitus, bronchospasms, behavioral disorders, which among them there are attention deficit disorder and attention deficit hyperactivity disorder. Some studies also associate a carcinoge-nic potential to some coloring, namely erythrosine and tartrazine. The large-scale use of those industrialized foods by children is a relevant problem requiring care and social and governmental intervention.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . Com o desenvolvimento tecnológico industrial, a indústria alimentícia lançou mão do uso disseminado

    Repercussões Clínicas do Uso de Produtos Alimentares Contendo Corantes Artificiais pelo Público

    Infantil: Uma Revisão da Literatura

    pediatria Clinical Repercussions of the Use of Food Products Containing Artificial Dyes by Children: A Review of the Literature

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    de aditivos alimentares (SALTMARSH, 2013; AMCHO-VA, KOTOLOVA; RUDA-KUCEROVAl, 2015). Os coran-tes são alguns dos aditivos mais empregados na indústria alimentícia. A modificação da cor natural do alimento constitui-se em um fator fundamental para sua melhor aceitação pelo mercado consumidor. Antes do paladar, os alimentos coloridos seduzem as pessoas pela visão. A importância da aparência do produto para sua aceitabili-dade é a maior justificativa para o emprego dos corantes (ANASTÁCIO et al., 2016). O público infantil é o maior consumidor de ali-mentos coloridos, pois a indústria investe maciçamente nesses produtos para as crianças, por serem mais atrativos e influenciarem sua escolha (POLÔNIO; PERES, 2009). Segundo Prado (2003), a prática de colorir alimentos vem dos povos antigos. Os egípcios retiravam da natureza substâncias, como especiarias e condimentos, para essa finalidade. A utilização de corantes em alimentos desenca-deia uma série de polêmicas, pois a principal justificativa para seu emprego é tornar o produto mais atrativo esteti-camente. Somado a isto, diversos estudos vêm demons-trando a ocorrência de reações adversas a curto e longo prazo, associadas ao consumo de alimentos que apresen-tam esses aditivos. Já se sabe que eles não são totalmente inofensivos à saúde (GONÇALVES; SCHUMANN; PO-LÔNIO, 2008). O crescente consumo de produtos industrializa-dos em detrimento dos produtos naturais é uma preocu-pação atual. A praticidade, a falta de tempo para preparar os alimentos, o fácil acesso, o custo acessível, são fatores que contribuem para esse consumo. Porém, se faz neces-sário uma atenção especial aos riscos que o uso excessivo e frequente dessas substâncias ocasiona na saúde humana, devendo haver maior controle nas quantidades utilizadas e no seu uso abusivo em produtos alimentares. As crianças são atraídas pela cor e aparência dos alimentos, tornando esses produtos alimentícios amplamente consumidos por este público. O presente artigo tem como objetivo verificar os possíveis riscos que o consumo de produtos alimentí-cios industrializados contendo corantes artificiais ocasio-na no público infantil.

    Trata-se de um estudo de revisão da literatura

    . . . . . . . . . . . . . . . . . Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    científica sobre uso de corantes artificiais em produtos alimentares infantis e seus efeitos na saúde humana. Utili-zou-se as bases de dados LILACS e MEDLINE e a biblio-teca eletrônica SciELO a fim de identificar artigos cientí-ficos originais e/ou de revisão publicados no período de 2007 a 2017. Utilizou-se também a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que integra as bases acima citadas. A busca nas fontes supracitadas foi realizada tendo como termo indexador “corantes alimentares”, “corantes alimentares artificiais”, e “alimentos industrializados”. Incluiu-se na pesquisa publicações em inglês e português que atende-ram aos critérios e abordaram a temática.

    . . . . . . . . . . Resultados e Discussão . . . . . . . . .

    Alimentação Infantil na Atualidade

    A mudança no hábito alimentar da população brasileira, ocorrida nas últimas décadas, tem atraído a atenção dos órgãos reguladores e da comunidade científi-ca como um todo, pois a substituição de alimentos in na-tura por alimentos processados vem contribuindo de for-ma contundente para o empobrecimento da dieta. Além de a dieta ter sofrido modificações ao longo do tempo, a tecnologia aplicada pela indústria de alimentos com o in-tuito de aumentar o tempo de vida útil desses produtos tem gerado questionamentos quanto à segurança do em-prego de aditivos alimentares, fundamentalmente quando se trata de corantes artificiais (POLÔNIO; PERES, 2009). Diversos autores discutem que os conhecimen-tos que grande parte das crianças de nossa sociedade têm sobre alimentação estão diretamente relacionados à pu-blicidade de alimentos apresentada por meio da televisão, da internet e de outros meios tecnológicos. Diante disso, as crianças consistem em um público atrativo às ações de marketing, pois, além de sua vulnerabilidade, influenciam nas compras da família e possibilitam a fidelização pre-coce do consumidor à determinada marca, que pode se estender até a vida adulta (SILVA; LATINI; TEIXEIRA, 2017). O público infantil é o maior consumidor de ali-mentos coloridos, pois a indústria investe maciçamente nesses produtos para as crianças, por serem mais atrativos e influenciarem sua escolha. Porém, a presença de reações alérgicas não é rara, pois as crianças apresentam maior

    Repercussões Clínicas do Uso de Produtos Alimentares Contendo Corantes Artificiais

    pelo Público Infantil: Uma Revisão da Literatura

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    pediatria Clinical Repercussions of the Use of Food Products Containing Artificial Dyes by Children: A Review of the Literature

    suscetibilidade às reações adversas provocadas pelos adi-tivos alimentares, devido à sua “imaturidade fisiológica”, que prejudica o metabolismo e a excreção dessas substân-cias (POLÔNIO; PERES, 2009). Além disso, a capacidade cognitiva de um adulto para controlar um consumo re-gular ainda não é observada em uma criança (GONÇAL-VES; SCHUMANN; POLÔNIO, 2008). Sobre os efeitos adversos, é importante destacar aqueles que estão relacionados com a saúde infantil, por-que as crianças estão entre os maiores consumidores de produtos industrializados e, também estão mais suscetí-veis a estas reações adversas. Estes efeitos estão relacio-nados à frequência e a quantidade de consumo por peso corporal e as crianças possuem peso menor e tolerância também menor (POLÔNIO; PERES, 2009).

    Aditivos Alimentares: Corantes Artificiais

    É evidente a importância dos aditivos sob o pon-to de vista tecnológico na produção de alimentos. Porém, é necessário estar atento aos possíveis riscos toxicológicos que podem ser acarretados pela ingestão frequente dessas substâncias (POLÔNIO, 2010). Antes da permissão do uso de determinado aditi-vo, faz-se necessário uma avaliação extensiva de sua capa-cidade tóxica, levando em conta propriedades específicas, sua capacidade de gerar efeitos colaterais e suas interações no organismo. Os aditivos alimentares devem ser manti-dos sob constante observação e necessitam de avaliações recorrentes, baseadas nas variações das condições de utili-zação e em quaisquer novos dados científicos (AMCHO-VA; KOTOLOVA; RUDA-KUCEROVA, 2015; POLAK, et al., 2015). A ANVISA publicou resoluções que estabelecem limites máximos permitidos para o uso de aditivos para as diferentes categorias de alimentos a fim de minimizar os riscos à saúde humana (SCHUMANN; POLONIO; GONÇALVES et al., 2008). Além disso, ela estabelece que o uso de aditivos em alimentos seja proibido quando hou-ver evidências ou suspeita de que o mesmo não é segu-ro para consumo humano, servir para encobrir falhas no processamento e ou manipulação do alimento, encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produ-to já elaborado, induzir o consumidor a erro, engano ou confusão, interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento (BRASIL, 2009). Segundo Prado (2007), a manutenção da cor na-tural do alimento é um fator fundamental para o marke-ting do produto, sendo justificativa para melhorar sua

    aparência e aumentar sua aceitabilidade, sendo esta a única função dos corantes alimentares. Eles não oferecem nenhum valor nutritivo. Grandes investimentos em pro-pagandas são realizados pelos fabricantes de guloseimas para conquistar o mercado e tornar seu produto cada vez mais atrativo, sendo uma de suas estratégias o uso de co-rantes artificiais. Embora não seja recomendado a utilização de aditivos intencionais em alimentos destinados a crianças menores de um ano, existem vários produtos no merca-do, como iogurtes, gelatinas, refrigerantes, biscoitos, ba-las, dentre outros, que são consumidos tanto por crianças como por adultos, e que não estão sujeitos à referida nor-matização, o que torna a criança muito vulnerável (PO-LONIO; PERES, 2009). Os corantes naturais geralmente são instáveis e sofrem degradação durante o processamento e armazena-mento dos alimentos. Os corantes artificiais apresentam diversas vantagens, a maior estabilidade, maior poder co-rante, menor custo de obtenção e solubilidade em água. No entanto, diversos problemas de saúde estão relaciona-dos ao consumo destes aditivos (RODRIGUES; OLIVE-RA; RIOS, 2015). Atualmente existem doze corantes permitidos, por lei, no Brasil, tanto de origem natural quanto de ori-gem artificial. Os corantes artificiais são mais difundidos e utilizados, por apresentarem menores custos de produção e maior estabilidade, tendo grande importância no meio industrial. Dentre eles, destacam-se corantes como o ama-ranto, a eritrosina B e a tartrazina, que possuem aplicações muito diversas na indústria alimentícia, sendo utilizados em alimentos processados, laticínios, e até em bebidas al-coólicas (ANASTÁCIO et al., 2016). No Brasil, a regulamentação do uso de aditivos para alimentos, incluindo os corantes, é de competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O decreto nº 50.040 de 24 de Janeiro de 1961, do Ministério da Saúde, foi a primeira norma técnica de regulamentação para o emprego de aditivos químicos em alimentos. Ele determina quais os alimentos em que podem ser empre-gados cada corante e seus limites máximos permitidos. Atualmente, a legislação brasileira permite o uso de onze corantes artificiais, sendo eles: amaranto, amarelo crepús-culo, azul brilhante, azul patente V, indigotina, eritrosi-na, azorrubina, ponceau 4R, verde rápido, vermelho 40 e tartrazina (BRASIL, 1999). Apesar dos corantes artificiais citados serem permitidos pela ANVISA, a possibilidade de efeitos adversos a saúde não é nula (ABRANTES et al., 2010).

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    Manter a cor natural do produto, ou intensificá-la é determinante para a primeira avaliação do consumidor, pois antes de experimentar sensações gustativas, ocorre a sedução inicial pela visão, que associa alimentos colori-dos, vistosos e atraentes