decisão novembro 2021 CUradoria

10
Decisão - Novembro 2021 20. CULTURA BAÚ DE ACORDES CURADORIA O filme é da década de 1990, e embora não tenha sido um grande sucesso de bilheteria, recebeu sete indicações ao Oscar. Ele conta a história do jovem banqueiro Andy Dufresne, interpretado por Tim Robbins, condenado injustamente pelo assassinato de sua esposa e do amante. Dufresne passa 20 anos preso, até conseguir fugir de uma penitenciária de segurança máxima nos EUA e denuncia um esquema de corrupção dirigido pelo diretor do presídio. O filme é dirigido por Frank Darabont, e o elenco conta com a participação de Morgan Freeman. JUIZ THALES FLORES TAIPINA UM SonHo DE lIBERDADE Um escritor espanhol que eu considero um novo Cervantes, resguardada as devidas proporções. Um artista, para mim, do nível de Umberto Eco e Saramago, é o Carlos Ruiz Zafón. O primeiro dos livros dele no Brasil é “A sombra do vento”. Na obra, ele trata do amor pelos livros e pela literatura, com uma temática de romance, mistério e terror gótico por trás, que sempre me encantou. Zafón é prosa de primeiríssima qualidade. Há livros posteriores dele que seguem essa tendência, esse universo de ficção que é a Barcelona de meados do século xx. JUIZ RENATO ZUPO A SoMBRA Do VEnTo A R Q U I V O P E S S O A L A R Q U I V O P E S S O A L Tiago Parrela - Três talentos brasi- leiros revigoram os clássicos, geran- do outros clássicos, ao desfilar por ritmos que vão do caipira, ao serta- nejo, toadas, guarânias, MPB, entre outras caras do Brasil mais intenso e profundo. Se ainda não ouviu, a hora é sempre agora. Antes da es- cuta obrigatória e prazerosa, confira quem são e que arte fizeram. Irmãs Spindola - Anahí – Alzira e Tetê Spindola gravaram ao vivo, em 1998, o disco “Anahí”, reunindo clás- sicos da música caipira e sertaneja em voz e violão, deixando o público presente (em aplausos e euforia) sur- preso e admirado com suas versões. Com um timbre e presenças pró- prias nas formas de interpretar as canções, as duas cantoras não abrem mão de sua característica bluseada de apresentar o rasqueado das toadas e guarânias, embaladas na galopeira, uns dos tanto ritmos populares que ecoam pelo país, di- ferenciando por região em seu sota- que e acentuação. No palco, as duas artistas levam o universo sertanejo brasileiro, cantando esse saber popular e a lida diária nos sertões, chapadas e espinhaços, nas veredas, rios e matas pantaneiras. Hamilton de Holanda – “íntimo” – Com um repertório passeando por Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Cartola, Silvio Caldas, Orestes Barbo- sa, Paulo Jobim, Ronaldo Bastos, Noel Rosa, Vadico, Dorival Caymmi, Guinga e Paulo César Pinheiro, além de com- posições próprias, o bandolinista Ha- milton de Holanda, traz ao público seu universo particular acompanhado do bandolim 10 cordas. áurea Martins – Iluminante – Des- sas gratas surpresas, graças a pro- jetos musicais que eram realizados quase com programações anuais, no Estado e País, como o “Projeto Pixin- guinha”, em edição realizada na Fu- narte em Belo Horizonte, assisti e pude conhecer a importância da cantora Áurea Martins, que apresentava tam- bém no repertório músicas do disco “Iluminante”, gravado em 2012.l Na música, clássico é clássico também

Transcript of decisão novembro 2021 CUradoria

Page 1: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Novembro 202120. CUltUra

baú de aCordes

CUradoria

O filme é da década de 1990, e embora não tenha sido um grande sucesso de bilheteria, recebeu sete indicações ao Oscar. Ele conta a história do jovem banqueiro Andy Dufresne, interpretado por Tim Robbins, condenado injustamente pelo assassinato de sua esposa e do amante. Dufresne passa 20 anos preso, até conseguir fugir de uma penitenciária de segurança máxima nos EUA e denuncia um esquema de corrupção dirigido pelo diretor do presídio. O filme é dirigido por Frank Darabont, e o elenco conta com a participação de Morgan Freeman.

JUiZ thales Flores taiPina

UM SonHo DE lIBERDADE

Um escritor espanhol que eu considero um novo Cervantes, resguardada as devidas proporções. Um artista, para mim, do nível de Umberto Eco e Saramago, é o Carlos Ruiz Zafón. O primeiro dos livros dele no Brasil é “A sombra do vento”. Na obra, ele trata do amor pelos livros e pela literatura, com uma temática de romance, mistério e terror gótico por trás, que sempre me encantou. Zafón é prosa de primeiríssima qualidade. Há livros posteriores dele que seguem essa tendência, esse universo de ficção que é a Barcelona de meados do século xx.

JUiZ renato ZUPo

A SoMBRA Do VEnTo

ArQu

ivo PESSoAL

ArQu

ivo PESSoAL

Tiago Parrela - Três talentos brasi-leiros revigoram os clássicos, geran-do outros clássicos, ao desfilar por ritmos que vão do caipira, ao serta-nejo, toadas, guarânias, MPB, entre outras caras do Brasil mais intenso e profundo. Se ainda não ouviu, a hora é sempre agora. Antes da es-cuta obrigatória e prazerosa, confira quem são e que arte fizeram.

irmãs Spindola - Anahí – Alzira e Tetê Spindola gravaram ao vivo, em 1998, o disco “Anahí”, reunindo clás-sicos da música caipira e sertaneja em voz e violão, deixando o público presente (em aplausos e euforia) sur-preso e admirado com suas versões.

Com um timbre e presenças pró-

prias nas formas de interpretar as canções, as duas cantoras não abrem mão de sua característica bluseada de apresentar o rasqueado das toadas e guarânias, embaladas na galopeira, uns dos tanto ritmos populares que ecoam pelo país, di-ferenciando por região em seu sota-que e acentuação.

No palco, as duas artistas levam o universo sertanejo brasileiro, cantando esse saber popular e a lida diária nos sertões, chapadas e espinhaços, nas veredas, rios e matas pantaneiras.

Hamilton de Holanda – “íntimo” – Com um repertório passeando por Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Cartola, Silvio Caldas, Orestes Barbo-

sa, Paulo Jobim, Ronaldo Bastos, Noel Rosa, Vadico, Dorival Caymmi, Guinga e Paulo César Pinheiro, além de com-posições próprias, o bandolinista Ha-milton de Holanda, traz ao público seu universo particular acompanhado do bandolim 10 cordas.

áurea Martins – iluminante – Des-sas gratas surpresas, graças a pro-jetos musicais que eram realizados quase com programações anuais, no Estado e País, como o “Projeto Pixin-guinha”, em edição realizada na Fu-narte em Belo Horizonte, assisti e pude conhecer a importância da cantora Áurea Martins, que apresentava tam-bém no repertório músicas do disco “Iluminante”, gravado em 2012.l

Na música, clássico é clássico também

Page 2: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Outubro 202114. CUlTUra

baú de aCordeS

CUradoria

Inspirado em fatos reais, o filme conta a história de um garoto que vive em um vilarejo bem pobre e constrói uma turbina eólica para salvar o lugar da fome. A criança tem a ideia de construir o mecanismo, inspirado em um livro de ciências da escola. Porém, por questões financeiras, ele tem dificuldades para frequentar as aulas. A obra, na minha opinião, mostra o valor da educação e como ela pode ser responsável por mudar a realidade, a vida das pessoas e a sociedade. É um filme excelente, que vale muito a pena assistir.

JUiz viTor lUíS de alMeida

o MEnIno qUE DESCoBRIU o VEnTO

O livro me impressionou muito, não por se tratar da história de uma mulher, mas pelo fato de ser realmente bastante interessante. A biografia conta a história da imperatriz Cixi, que passou de concubina a monarca suprema da China. Quando seu filho de cinco anos assume o trono, Cixi passa a governar o país. Ela era uma visionária e, segundo a obra, foi a imperatriz quem levou a China a se tornar essa pujança que é hoje. Publicado pela Companhia das Letras, o livro está disponível nos formatos impresso e e-book.

deSeMbargadora CláUdia Maia

A IMPERATRIz DE FERRo: A ConCUBInA qUE CRIoU A CHInA MoDERnA

div

ulG

Ação

div

ulG

Ação

Arqu

ivo PESSoAl

Tiago Parrela - Aos 75 anos, o músico Paulinho Boca de Cantor está lançando o disco “Além da boca”, que reúne onze músicas inéditas do artista, após 10 anos do último lançamento. Integrante do eterno “Novos Baianos”, Paulo Ro-berto Figueiredo é um dos fundadores do grupo e foi uma das vozes do grupo que marcou época e gerações.

“Além da boca” reúne artistas da nova geração, para acompanhar e em parceria com o cantor nessa sua renovação de composição e repertó-rio, que inclui ritmos do samba, reg-gae, xote, afoxé. Enfim, toda sonori-dade de quem experimentou, desde o antológico “Acabou Chorare”, sons, ritmos, e instrumentos para compor

esse universo plural, além de desta-car seu lado compositor.

O novo trabalho de Paulinho Boca de Cantor já está disponível em to-das plataformas de música, e pode ser melhor reconhecido com ‘som na caixa’.

Bethânia canta o escuro do Brasil

A grande cantora Maria Bethânia ressurge com o disco “Noturno”, com-posto por onze músicas e um poema, sob direção musical do fenomenal maestro baiano Letieres Leite. “No-turno”, que sugere um momento de escuridão, é um disco que tem a mar-ca e o selo da artista, trazendo todo o repertório que a consagrou ao longo

de mais de seis décadas, oferecendo sua dramaticidade e beleza na inter-pretação das palavras e sentimentos.

E para expressar essa dramaticidade da artista com o momento atual do país em que lança “Noturno”, Maria Bethâ-nia expõe na música “Dois de Junho”, da compositora Adriana Calcanhoto, a morte do menino Miguel Otávio Santa-na de Souza, filho da doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, morto pelo descuido da patroa da mãe, Sari Côrte Real, expondo o caráter racista e negli-gência com a criança.

O disco está disponível nas plata-formas digitais e também na versão física nas lojas de discos e no site da Biscoito Fino.l

“Além da boca” do cantortACilA MENdES

Page 3: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Setembro 202120. CUltUra

baú de aCordes

Tiago Parrela - Quem já ouviu ‘Ruas da Cidade’, uma das preciosidades do mineiríssimo Clube da Esquina, identi-ficou nela diversas tribos indígenas da formação original do brasil ali presen-tes. Ao mesmo tempo, a canção repre-senta os cruzamentos e interseções das ruas do Centro da capital mineira em homenagem às primeiras gentes desta região do sudeste e do país.

É com essa motivação de cantar, de compor e registrar em suas canções aspectos do povo mineiro reunidos na capital, que nasceu o projeto ‘belo Caso de Amor: um passeio musical por beagá’, do músico e compositor Renato muringa.

O título é inspirado na música da

dupla geraldo Alvarenga e Paulinho Pedra Azul, e traz um registro etno--musical do músico Renato muringa em projeto da belotur (empresa de turismo da capital), de incentivo ao setor na cidade. A ideia é incluir vários artistas que louvaram a capital minei-ra em suas músicas em uma relação de afeto, de pertencimento às suas ruas e avenidas, praças, monumen-tos, paisagens naturais e urbanas, além de aspectos da cultura mineira que integram os nativos e migrantes da maior cidade do Estado.

De acordo com Renato muringa, além de tocar projetos de música brasileira, choro e do movimento do carnaval belo-horizontino, foi feito

um trabalho de pesquisa com com-positores mineiros que buscaram registrar a cidade reunindo no reper-tório serestas, samba, choro, mar-chinhas, ritmos de carnaval. Ou seja, tudo que faz parte do universo musi-cal mineiro. “O grande músico gon-zaguinha, quando morava na capital, compôs ‘Lindo Lago do Amor’ em re-ferência à Lagoa da Pampulha”, con-tou muringa ao jornal DECisÃO.

“A rua Ramalhete, situada na região centro-sul da capital, foi outra refe-rência na música composta aqui, e que lembrava pontos de encontro da juventude mineira”, contou muringa, referindo-se ao sucesso do belo-ho-rizontino tavito.l

BH: caso de amor com a músicadivuLGAção

CUradoria

O filme é muito interessante. Tem relação com o Tribunal do Júri e me inspirou muito no período da faculdade para seguir na carreira de Direito. Matthew McConaughey interpreta um advogado que aceita um caso de racismo recusado por vários defensores, no qual um pai, vivido por Samuel L. Jackson, vai a julgamento após fazer justiça com as próprias mãos. Vale a pena assistir! O elenco também conta com estrelas como Sandra Bullock e Kevin Spacey. Tempo de Matar tem roteiro de Akiva Goldsman e duração de 2h29.

jUiz viníCiUs da silva Pereira

TEMPo DE MATAR

O que mais me encanta nesse livro, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, é a capacidade da autora de expor situações e fatos de maneira não agressiva. Com uma linguagem simples e didática, ela demonstra como pequenas atitudes no nosso dia a dia podem contribuir para uma sociedade mais igualitária. É uma leitura que “vicia” um pouco. É difícil parar de ler. Chimamanda Adichie tem um TED (palestra curta) intitulada Todos Devemos Ser Feministas, que é recorde de visualizações.

jUíza bárbara lívio

PARA EDuCAR CRIAnçAS FEMInISTAS: uM MAnIFESTo

div

uLG

Ação

div

uLG

Ação

reProdução

Page 4: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Agosto 2021.21CUltUra

baú de aCordes

Tiago Parrela - Curiosidade como fonte de inspiração é a receita de criação dada pelo poeta e composi-tor Hermínio Bello de Carvalho nesta última parte da entrevista exclusiva que concedeu ao Jornal DECISÃO por ocasião dos 70 anos de carreira.

A partir daí, disse que não há ou-tra motivação específica. “Dou um exemplo: fui procurado por dois músicos importantes - o Kiko Hor-ta e o Miltinho do MPB-4 - que me enviaram músicas para letrar - e o Paulinho da Viola, que também está enviando duas melodias inéditas. Tenho que criar uma disciplina para esse trabalho. Meu escritório não pode estar desarrumado, pois isso

desarruma também minha cabeça. Isso tem uma certa liturgia – e cada um cria seu sistema de uma for-ma nada específica. O Villa-Lobos, por exemplo, compunha ao mesmo tempo que tinha o rádio tocando e crianças brincando ao seu re-dor. Não careço estar amando para compor nem também quando estou meio pra baixo”, admitiu.

Aos mais curiosos, afirma que não há diferença entre colocar letra numa música já consagrada ou em própria composição. “É tudo uma questão de técnica, e também de um bom ouvi-do. Letrar um estudo de Villa-Lobos, um choro de Jacob (do Bandolim) ou uma melodia inédita, não vejo muita

diferença. O grau de dificuldade que certas composições oferecem vai exigir um pouco de paciência e mui-ta musicalidade. E eu componho (ou compus) com parceiros tão distintos como Mauricio Tapajós, Pixinguinha, Martinho da Vila, Francis Hime, Vital Lima, Sueli Costa, Cartola, Elton Me-deiros, Joyce, Lucas Porto, Paulinho da Viola..., -a lista é enorme. Mas também cultivei essa arte na com-panhia de dois ex-alunos da Escola Portátil de Música, onde ministrei uma oficina: Vidal Assis e Gabi Buar-que, por exemplo. Isso me enriquece muito culturalmente. Aos 86 anos, só posso me queixar dos direitos auto-rais que recebo: são ridículos”.l

Hermínio Bello Carvalho IIARquiVo PEssoAL

CUradoria

“É uma série americana que põe em pauta muitas questões vivenciadas pelas famílias, como questões relativas à obesidade, depressão e alcoolismo. Aborda temas como brigas entre familiares, falecimento, questões raciais e problemas sociais. A série nos permite refletir sobre os problemas que a sociedade e as famílias enfrentam. É uma série enriquecedora, espero que gostem!” Lançada em 2016, This Is us foi criada por Dan Fogelman, veiculada pela NBC, e está disponível na plataforma de streaming Prime Video.

jUíZa Flávia braga Corte iMPerial

THIS IS uS

“O livro me marcou muito. É da escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do Nobel de Literatura de 2015, que fez uma pesquisa oral e depois de ouvir centenas de pessoas resolveu escrever a história do desastre nuclear de Tchernóbil. Na verdade, conhecemos muito pouco desse fato, que ouvimos falar como algo que aconteceu no Leste Europeu. Vale a pena, é muito impactante! Precisamos entender o que foi esse acidente nuclear, sua consequência para o mundo, afetando milhares de pessoas até hoje”.

jUiZ renZZo giaCCoMo ronChi

VozES DE TCHERnóBIl

Page 5: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Julho 202118. Cultura

Curadoria

“Embora o filme tenha um aspecto bem chocante, a mensagem da obra é de muita delicadeza. É uma verdadeira ode à amizade. Amizade atemporal, sem limites. Amizade que surge em momento de muita dor e é fiel até o último momento”. Dirigido por Tim Hunter, estrelado por Danny Glover e Matt Dillon, o filme foi lançado em 1993 e tem 1h43 de duração. Alguém Para Dividir os Sonhos já foi exibido no Cineclube TJ, com os comentários do desembargador Caetano Levi.

deseMbargador Caetano levi

AlGuéM PARA DIVIDIR oS SonHoS

“A obra é uma autobiografia do Dalai Lama e é uma leitura muito apropriada para esse momento. Envolve fé, resignação, tolerância e amor ao próximo. A própria vida do Dalai Lama é de muito sofrimento, mas ele nunca deixou de ter a sua fé, de pregar a não violência, a paz e o amor entre os homens. É uma leitura que vale a pena!”. Minha Terra e Meu Povo – A Autobiografia de Sua Santidade, o Dalai Lama – é uma publicação da editora Sextante.

deseMbargador rogério Medeiros

MInHA TERRA E MEu PoVo

baú de aCordes

TJMgTJMg

Tiago Parrela - Do alto de seus 86 anos, o poeta, compositor, produtor, cronista, carioca e ativista cultural Hermínio Bello de Carvalho diz que a esperança tem de ser um exercício diário, assim como a inspiração.

O poeta foi responsável pela desco-berta de talentos, como Clementina de Jesus, e foi parceiro de Pixingui-nha, Cartola, Nelson Cavaquinho, Is-mael Silva, Chico Buarque, Paulinho da Viola. Realizou, como disse, o so-nho de ser cantado pelas grandes damas da música brasileira, entre elas Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Clara Nunes, Simone, Zezé Gonzaga, Elza Soares e Aracy Cortes. Elas deram voz

para suas composições, como “Timo-neiro”, “Noites Cariocas”, “Estrada do Sertão”, “Fundo de Quintal”, “Canto-ria”, “Sei lá, Mangueira”, entre outras.

Duas perguntas para o artistaConte-me um pouco sua história

e como começou seu envolvimento com a música?

É uma longa história, mas posso adiantar que as aulas de canto orfe-ônico na Escola 3-3 Deodoro e o Coro da Igreja de meu bairro foram funda-mentais na minha formação musical. Também havia a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, da qual era ouvin-te assíduo, e, depois, na qualidade de repórter de uma revista, passei a transitar livremente pelos corredores

e estúdios daquela rádio. Eu era muito jovem, nem tinha 20 anos de idade.

O senhor foi parceiro de diversos compositores e produziu outros tantos, além de ter estreitas rela-ções. Como se deu essa relação de amizades e música?

Isso, acho eu, faz parte da minha própria personalidade - a de estabele-cer uma relação com um mundão de gente, que, veja só, nem sempre é ou foi relacionada com a música. Escrever poesia, compor com os mais diversos parceiros, estar atento às coisas que aparecem e se desenvolvem no meu entorno - acho que isso tudo explica minha inspiração - embora essa pala-vra me incomode um pouco...l

Descobridor de talentosREPRoDução

Page 6: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Junho 202116. CUlTUra

CUradoria

“O papel principal é interpretado por Julia Roberts, que se forma na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e vai assumir a função de professora de artes em uma escola tradicionalista, feminina, na década de 1950. A partir de suas aulas, aquelas meninas que eram criadas para serem esposas, para o casamento, começam a mudar. É bem encantador e lindo o filme. Os diálogos são impressionantes”. O filme é de 2003, dirigido Mike Newell, tem 1h59 de duração, e também tem no elenco as atrizes Kirsten Dunst, Julia Stiles e Maggie Gyllenhaal.

JUíza Maria aPareCida ConsenTino

o SoRRISo DE MonAlISA

“Sugiro a leitura de ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira. Um dos livros mais lindos que li nos últimos anos. Forte e verdadeiro. Mordaz.

‘Tudo é rio’, porque a existência humana é dinâmica, por vezes poética, muitas vezes dura.

O romance narra a história de Dalva e Venâncio, que se entrelaça com a da prostituta Lucy, e flui em direção à redenção e ao perdão. Em uma escrita primorosa, a autora nos brinda com belas lições de vida.”

O livro Tudo é Rio está disponível para compras no formato imprenso ou e-book.

JUíza Flávia lanari

TUDo é RIo

baú de aCordes

ren

ata

Cald

eira/tJMg

Tiago Parrela - O historiador e inte-lectual Eric Hobsbawm registrou, em sua pesquisa, a “História Social do Jazz”, depois de visitar os EUA pela 1ª vez, em 1960, quando “achou as noites curtas demais para se ouvir tudo o que podia ser escutado”.

Segundo o autor, a motivação inicial foi a de examinar o jazz, um dos fenômenos mais significativos da cultura mundial do século XX, a partir de um ponto de vista históri-co, examinando suas raízes sociais e culturais, analisando sua estrutu-ra econômica, seu corpo de músicos (contextualizando a formação do artista de jazz), a natureza de seus ouvintes e apreciadores e sua ex-

pansão internacional. Hobsbawm diz que o jazz é um

evento que acontece quando a mú-sica popular não sucumbe, mas se mantém viva no ambiente da civiliza-ção urbana e industrial. Outro ponto destacado é o de que o apelo desse gênero musical sempre aconteceu em função de sua capacidade de fornecer aquilo que a música pop co-mercial elimina de seu produto.

O jazz conquistou seu espaço como música que as pessoas fazem e de que participam ativa e socialmente, e não como uma música de aceita-ção pacífica; como uma arte dura e realista, e não como divagação sen-timental; como uma música não co-

mercial, e acima de tudo, como mú-sica de protesto.

Um dos grandes músicos de jazz, e figura importante em sua pre-servação e transformação, o saxo-fonista Charlie Parker observou o fundamento primordial do jazz no final de sua vida: “É uma pena ver que muitos jovens músicos que es-tão começando a aparecer não co-nhecem ou se esqueceram dos seus fundamentos: o blues!”. Ainda conta o historiador que os músicos de jazz vivem repetindo a mesma essência: “O blues tem de estar lá o tempo todo: é como você se sente”.

O autor foi além dos clichês e melodramas.l

História Social do Jazzreprodução

Page 7: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Maio 202118. diCas CUlTUrais

CUradoria

“É um filme inglês, com atores britânicos, com uma direção sóbria e tranquila. O enredo é muito interessante e baseado na vida real. A película resgata a história de personagens que tiveram papel fundamental para a descoberta da civilização medieval britânica, mas que ficaram obscuros na história. O filme está disponível na plataforma de streaming Netflix, um recurso de fácil acesso nesse momento de pandemia.” A Escavação tem classificação indicativa a partir de 12 anos, tem 1h52 de duração é dirigido por Simon Stone e estrelado por Ralph Fiennes, Carey Mulligan, Lily James.

deseMbarGador laílson baeTa neves

A ESCAVAção

“Após a morte súbita do marido, uma viúva passa a escrever como esse fato acaba gerando uma situação muito difícil na sua vida. Penso que o livro é interessante para as pessoas refletirem sobre o luto. Precisamos entender a morte de uma maneira um pouco diferente da percepção da nossa cultura. Compreendê-la como algo que faz parte da vida. É um belo livro.” Lançado em 2005, O Ano do Pensamento Mágico foi escrito pela jornalista, ensaísta e romancista americana Joan Didion, quase dois anos após a morte do seu marido, o também escritor John Gregory.

JUíza alinne arqUeTTe, direTora do Foro de MUriaÉ

o ANo Do PENSAMENTo MáGICo

baú de aCordes

eriC

bez

errA/tJMG

Tiago parrela - Os admiradores da grande dama do samba, Dona Ivo-ne Lara, vão celebrar seu centenário duas vezes. Dona de um dos mais belos “laralaiá”, ela completaria, em abril de 2021, 100 anos. Ou será no ano que vem? Para uns, nasceu em 13 de abril de 1921; outros garantem que foi em 1922.

A dúvida foi solucionada pelo colu-nista do G-1 Mauro Ferreira. Segundo ele, Dona Ivone Lara morreu aos 96 anos e não aos 97 anos, ao contrário do que informou a maioria. Ela teria nascido em 1922 e não em 1921. A confusão foi obra da mãe da sambis-ta no ano de 1932 para que ela pu-desse ser admitida em colégio inter-

no, onde a idade mínima era 11 anos.Por conta disso, o ano de 1921

passou a constar até nos documen-tos de Dona Ivone, mas ela nasceu de fato em 13 de abril de 1922. A ques-tão está esclarecida em sua biogra-fia. Diante disso, seu centenário está sendo comemorado agora e, com igual certeza, será celebrado nova-mente em 2022.

O formidável príncipe do samba, Paulinho da Viola, por exemplo, não tem dúvida e, no dia 13 de abril pas-sado, a homenageou em uma rede social. A postagem dele ganhou a vi-sualização de 7.300 seguidores, 1.800 compartilhamentos e 351 comentá-rios enaltecendo ambos os sambistas.

Falecida em 2018, pode-se dizer que ela merece as duas celebrações por sua relevância e pioneirismo no cenário do samba, além da presença como mulher compositora e cantora. D. Ivone foi uma das mais importan-tes compositoras do país. “Foi pisan-do neste chão devagarinho” que ela mostrou toda originalidade e cria-tividade em um período que não se aceitava mulher sambista. Foi além e tornou-se referência e inspiração para muitas mulheres compositoras.

Crescida em um ambiente musical, compôs seu primeiro samba, aos 12 anos, o partido alto “Tiê, Tiê”. Ao final, deixou obra singular e presente no repertório brasileiro.l

D. Ivone faz 100 anos 2 vezesArieL MArtiNi

Page 8: decisão novembro 2021 CUradoria

Decisão - Abril 2021.19diCAs CUltUrAis

CUrAdoriA

ultimamente tenho acompanhado muito o cinema espanhol, que tem produzido vários filmes interessantes. Por isso, indico o filme o Legado nos Ossos. A obra faz parte da chamada Trilogia Baztán e é uma continuidade de O Guardião Invisível. A trama gira em torno da apuração de homicídios, na região de Navarra, no interior da Espanha, nos quais as pessoas desapareciam e os crimes ficavam sem solução. O roteiro mistura elementos reais e fantásticos. É uma história muito interessante, muito intrigante. A última película da franquia é a Oferenda à Tempestade. Os filmes da trilogia estão disponíveis na plataforma de streaming Netflix.

gUilherMe Azeredo PAssos – jUiz dA 5ª vArA de tóxiCos, orgAnizAção CriMinosA e lAvAgeM de Bens e vAlor, de Bh

o lEGADo noS oSSoS

O livro faz parte da série Inteligência Emocional, da universidade de Harvard. A publicação aborda o quanto é necessário saber lidar com o dia a dia após situações traumáticas. A obra nos mostra como é importante enfrentar nossos conflitos de maneira mais inteligente, abordando que, do conflito, podemos tirar algo positivo, nos reconstruir, ressignificar relações entre pais, mães e filhos, ou seja, entre a família. Indico esse livro para todos que trabalham com o Direito, pois temos de ser resilientes todos os dias. Resiliência é uma publicação da editora Sextante. O livro está disponível nos formatos impresso e e-book.

ednA MárCiA loPes CAetAno – jUízA dA 3ª vArA Cível dA CoMArCA de sAntA lUziA

RESIlIênCIA

BAú de ACordes

AMAGiS

Tiago parrela - Pelo tempo, por ge-rações e pela alma, o Choro atra-vessa nossa história tocando músi-ca brasileira e reunindo as pessoas. Essas são as duas essências desse estilo que está prestes a ser reco-nhecido como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional (Iphan). Está na ordem do dia, aguardando ape-nas o carimbo para conferir-lhe o status que o povo já antecipou.

Tanto é que, no próximo dia 23 de abril, será celebrado o Dia Na-cional do Choro, como o gênero musical mais genuinamente brasi-leiro. Por sua multiplicidade, a data é também uma homenagem a dois

aniversariantes do dia. O maestro Pixinguinha, expoente maior do gê-nero, e o santo São Jorge, padro-eiro de vários músicos, como Jor-ge Ben, Caetano Veloso, Bethânia, Zeca Pagodinho. Pixinguinha criava e tocava; São Jorge inspira.

As primeiras formações de grupo de choro datam da segunda me-tade do século XIX, por grupos que reuniam cavaquinho, flauta e violão e executavam danças europeias, como a polca, valsa, incorporando o batuque africano, como os lundus, o maxixe, além de outras, de uma for-ma abrasileirada e incluídas ao re-pertório de diversos instrumentistas e compositores da época.

É o que acentua o professor de música da Escola Livre de Artes da Prefeitura de Belo Horizonte, o mú-sico Du Macedo, ao confirmar que o choro é a primeira música urba-na brasileira. “O choro é original no sentido de ser a primeira música urbana brasileira. É uma confluên-cia de diversos estilos que passam pelas danças europeias e pelo ba-tuque africano, pela música trazida pelos escravos, e ainda tem uma in-fluência indígena. Ele é único porque abarca vários estilos em um único gênero e carrega consigo uma iden-tidade nacional”, observou. O Iphan será mais bem qualificado quando concluir esse reconhecimento.l

Choro, alma brasileirarEProdUção

Page 9: decisão novembro 2021 CUradoria

decisão - março 2021

D!.19CUltUrA

CUrAdoriA

O filme aborda o direito das pessoas com deficiência e mostra como foi desenvolvida, nos Estados Unidos, a luta contra o preconceito vivido por essas pessoas, pela inclusão delas na sociedade e a conquista dos seus direitos. A película é um retrato bastante interessante do dia a dia dessa luta. Crip Camp foi lançado em 2020, no Festival de Cinema de Sundance, quando ganhou o Prêmio do Público. O documentário é dirigido por James Lebrecht e Nicole Newnham e tem Barack e Michelle Obama entre seus diretores executivos. O filme está disponível na plataforma de streaming Netflix, tem classificação indicativa para 12 anos e 1h48 de duração.

lUís FErnAndo nigro CorrêA, JUiz AUxiliAr dA CoMArCA dE bElo horizontE

CRIP CAMP: REVOLuçãO PELA INCLuSãO

Esse livro tem sido muito utilizado por nós, no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional, como forma de comunicação suave e respeitosa. Na medida em que conversamos com as pessoas de uma maneira respeitosa, ela te trata do mesmo jeito e, com isso, é possível evitar agressões e violência, principalmente entre familiares. De autoria de Marshall B. Rosemberg, a obra traz técnicas voltadas para o aprimoramento de relacionamentos pessoais e impessoais, aplicáveis em diversas situações. O livro foi publicado pela Editora ágora, em 2010, e está disponível nos formatos impresso e e-book.

JUízA rizA nEry, vArA inFrACionAl dA inFânCiA E dA JUvEntUdE dA CoMArCA dE bElo horizontE

COMuNICAçãO NãO VIOLENTA

bAú dE ACordEs

roB

ErT l

Eal/TJmG

EriC

BEz

Erra/TJmG

Tiago parrela - O lendário guitar-rista da banda britânica Led Ze-ppelin, Jimmy Page, tem uma es-treita relação com o Brasil. Pelo menos é o que conta o jornalis-ta Leandro Souto Maior no livro “Jimmy Page no Brasil”, que re-constituiu as histórias e laços que o músico tem com o País.

Antes de visitar o Brasil, Page o conheceu pela craviola, instru-mento criado pelo violonista Pau-linho Nogueira. Por conta des-sa atração, o guitarrista gravou muitas músicas com esse tipo de violão de 12 cordas.

No Brasil, Jimmy Page casou-se com Jimena Gomez (americana

filha de argentinos), que morava em Lençóis, na Chapada Diaman-tina, por volta do ano de 1994, e comprou uma casa na cidade.

O livro é acrescido pelo prefá-cio escrito por Ed Motta, que é um grande colecionador e pes-quisador do Led Zeppelin, muitas fotos, depoimentos de Page tira-dos de jornais e vídeos da época e muitas histórias. Segundo re-portagem do jornal Correio Bra-ziliense, elas são contadas por Canisso, Carlos Coelho, Charles Gavin, Daniela Mercury, Ed Mot-ta, Fernando Magalhães, George Israel, Gilberto Gil, Herbert Vian-na, Liminha, Margareth Menezes,

Nando Reis, Paulo Ricardo, Pe-peu Gomes, Roberto Frejat e Tony Bellotto.

Um dos causos é que: “Você nunca imaginaria um ídolo do rock do tamanho do Jimmy Page em Salvador, enquanto ia no bo-teco da esquina comprar cigar-ros, de chinelas havaianas, aju-dando um motorista a manobrar o carro para estacionar”, diz o autor, citando uma história con-tada por um dos entrevistados.

O livro está sendo produzido e pode ser adquirido por campanha virtual de financiamento coleti-vo com valores e recompensas variadas.l

Craviola na versão rockdivulGação

Page 10: decisão novembro 2021 CUradoria

decisão - fevereiro 202116.

D!CUltUra

CUradoria

O filme estreou em 2011 e trata de uma hipotética pandemia mundial. A semelhança entre as situações retratadas na película e as vivenciadas hoje é incrível. Ao ver o filme é interessante observar o trabalho da comunidade médica em busca da cura, o comportamento dos governos, imprensa, indústria farmacêutica e a população em geral num momento de crise da sociedade. Com 1h46 de duração, Contágio foi dirigido por Steven Soderbergh e tem no seu elenco estrelas como Marion Cotillard, Matt Damon, Laurence Fissburne, Jude Law, Kate Winslet, Bryan Craston, Jennifer Ehel, Gwyneth Paltrow.

jUiz Christyano generoso, diretor do Foro de belo horizonte

ConTáGIo

Publicado pela editora Nova Fronteira, o livro é uma coletânea bilíngue de poemas de T. S. Eliot, traduzido por Ivan Junqueira, jornalista, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. A coletânea traz clássicos de T. S. Eliot como A Terra Desolada e Quatro Quartetos. São dois poemas belíssimos, que têm uma ligação com o momento histórico, a década de 1920, vivida por T. S. Eliot, marcada pelo fim da Primeira Guerra Mundial e a Gripe Espanhola, que poder ter infectado um terço da população mundial na época e matou cerca de 50 milhões de pessoas.

Fernando josé arMando ribeiro, Presidente do tjMMg

T. S. ELIoT – poEsiA

baú de aCordes

Tiago parrela - “Carinhoso” – do aban-dono à glória – Umas das obras mais executadas do maestro Pixinguinha, e que se tornou patrimônio musical bra-sileiro, o choro “Carinhoso” tem uma história curiosa e intrigante, de quase não ter se tornada pública para seus ouvintes, músicos e apreciadores.

Em depoimento concedido ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 1968, Pixinguinha revela que deixou de lado essa composição por mais dez anos devido a métrica para as compo-sições da época: “Eu fiz o Carinhoso em 1917. Naquele tempo, o pessoal nosso da música não admitia choro assim de duas partes (choro tinha que ter três partes). Então, eu fiz o Carinhoso e en-

costei. Tocar o Carinhoso naquele meio! Eu não tocava… ninguém ia aceitar”.

De fato, “Carinhoso” é um choro em duas partes, diferente das exigências do gênero na época, que se dividia em três partes. A primeira gravação para “Carinhoso” foi feita pelo autor, e data de 1928, mas há diferentes versões que Pixinguinha depois rela-ta, o que aumenta o enigma e a ex-cepcionalidade sobre a música.

Segundo relatos da época, até mea-dos dos anos de 1930, a música ainda era ignorada pelo grande público, ape-sar de algumas gravações e execuções em rádio e rodas de choro. O que veio contribuir para o grande reconheci-mento desse clássico nacional foi um

pedido da cantora Heloisa Helena ao compositor João de Barro que colo-casse versos no choro “Carinhoso”, para executar uma canção nova.

A gravação definitiva de “Carinho-so”, e que projetou a música, veio com o cantor Orlando Silva, em 1937, depois de ter sido recusada por Fran-cisco Alves e Carlos Galhardo.

Segundo o Instituto da Música Bra-sileira (IMMuB) o choro “Carinhoso” tem mais de 400 regravações, em di-ferentes ritmos (como forró eletrônico, reggae, bolero mexicano, embalo de jovem guarda, versão caipira e em rock and roll), além de ter sido gravada em línguas estrangeiras no inglês, francês, espanhol e hebraico.l

Ignorado por 17 anos

MirNA dE MoUrA

ArQUivo NirEz