Diferenças entre Cozimento Convencional e em Microondas nas … · polimerização da resina...
Transcript of Diferenças entre Cozimento Convencional e em Microondas nas … · polimerização da resina...
1
ETEC Philadelpho Gouvêa Netto
Maria Helena da Silva
Diferenças entre Cozimento Convencional
e em Microondas nas Próteses Totais
São José do Rio Preto
2009
2
ETEC Philadelpho Gouvêa Netto
Maria Helena da Silva
Diferenças entre Cozimento Convencional
e em Microondas nas Próteses Totais
Monografia elaborada para ETEC
Philadelpho Gouvêa Neto como
requisito para conclusão do Curso
Técnico em Prótese Dentária
São José do Rio Preto
2009
3
Dedico este trabalho a todos aqueles que
me proporcionaram esta vitória, em especial
à minha família, amigos e professores.
4
Agradecimentos
A Deus:
“Supremo doador de todas as coisas, o meu voto de Louvor.”
Aos Familiares:
“Que compartilham de meu ideal, incentivando-me a prosseguir na jornada, dando-
me Forças para não desanimar, dividam comigo os méritos desta conquista, pois ela
também lhes pertence.”
A Direção da Escola:
“Que muito nos ajudou que Deus lhe pague.”
Aos Mestres:
“Nosso reconhecimento aqueles que, acima de tudo souberam ser mestres e
grandes amigos.”
Aos Funcionários:
“A vocês que nos dedicaram o seu trabalho e contribuíram para nossa conquista,
deixo um abraço.”
Aos Colegas:
“Nossa separação não será um adeus, mas sim um até breve, porque o pouco
tempo que passamos juntos se unirá a amizade.”
5
Valor de um sorriso
Não custa nada e rende muito
Enriquece quem recebe sem empobrecer quem o dá
Dura somente um instante, mas seus efeitos penduram para sempre
Ninguém é tão rico que dele não precise
Ninguém é tão pobre que não possa dar a todos
Leva a felicidade a toda parte
É o símbolo da amizade da boa vontade
É alento para os desanimados; repouso para os cansados
Raio de sol para os tristes; ressurreição para os desamparados
Não se compra nem se empresta
Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor
Não há ninguém que precise tanto de um sorriso como aquele que
Não sabe mais sorrir
(autor desconhecido)
6
Resumo
Diferenças entre processos de polimerização são frequentemente
encontrados na confecção de Prótese Total, as quais reabilita pacientes totalmente
desdentados.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da diferença do ciclo de
polimerização convencional e o de microondas, nos tipos de polimerização avaliando
as mudanças que ocorreram em cada uma destas, e quais alterações são
necessárias para executar ambas.
A principal diferença que existe entre as duas técnicas é o tempo.
Quando realizada pelo microondas é mais rápido e mais limpa do que a do modo
convencional, mas o resultado final é o mesmo, com a mesma qualidade.
7
Abstract
Differences between polymerization process are aften have jorend out on
complete denture confection, which one rehabilitable edentutous patient.
The god of this paper was to evaluate the influence of the difference of the
cycle of the microwave and conventional polymerization, in the polymerization cicle.
The changes that occurred in each one and what changes are necessary to execute
both techiniques were performed.
The main difference is the polymerization time. When performed by
microwave is faster and cleaner than the conventional mode, but the final result is the
same, with the same quality.
8
Sumário
Introdução
09
Capítulo I – Resina Acrílica
12
Capitulo II – Materiais
15
Capitulo III – Tempo e Temperatura
17
Capitulo IV – Problemas ocorridos por polimerizações realizadas de
maneira inadequada
23
Capitulo V – A importância de conhecer o microondas e o fogão 28
Capitulo VI – Estatísticas
30
Bibliografia
32
Lista de Figuras
34
9
Introdução
O uso de próteses totais vem crescendo gradualmente com o passar dos
anos, pois a estética é essencial para a população atual, necessitando de pessoas
ainda mais capacitadas e de métodos muito mais fáceis e rápidos. Visualizando esta
necessidade futura, Nish em 19681, foi o primeiro estudioso desta área a relatar a
utilização da energia de microondas para a polimerização da resina acrílica da
prótese total. Ele concluiu que as propriedades da resina acrílica polimerizada nesta
técnica foram tão satisfatórias como a resina acrílica polimerizada pelo método
convencional.
Apesar das facilidades adquiridas com a polimerização em microondas, a
maioria dos protéticos ainda utiliza o método convencional, onde a reação de
polimerização é exotérmica e a quantidade de calor desprendida pode representar
um fator importante na polimerização adequada da resina acrílica. Entretanto, para a
obtenção de um método de polimerização efetivo vários fatores devem ser
considerados, entre eles o volume da resina acrílica, a temperatura ambiente e a
velocidade do aumento da temperatura durante a polimerização. Em função disso, a
polimerização em banho de água quente pode se dar através de ciclos longos ou
curtos, executados em aparelho próprio que proporcione controle de tempo e
temperatura. No entanto, na maioria das vezes, isso não acontece, ocorrendo à
polimerização da resina acrílica de forma empírica, sem qualquer controle de tempo
e/ou temperatura. O que ficaria mais fácil de controlar com o microondas.
Um ciclo de polimerização incorreto pode causar danificações e distorções à
peça quando concluída, daí a precisão de um método que faça todo o ciclo de
polimerização com a menor lesão possível da prótese.
A possibilidade de acelerar a conclusão de uma prótese é uma vantagem
para os dentistas, protéticos e principalmente para o paciente, que voltará a ter suas
funções reassumidas novamente e sua estética facial alcançada; além de alargar a
produção do consultório e do laboratório, com a redução do tempo de polimerização,
como pode ser observado nos quadros abaixo.
10
Microondas
Quadro 1- Ciclo de polimerização I
Potência máxima em
Watts (W)
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
3 minutos 4 minutos 3 minutos
800 – 900 W Potência 40% Desligado Potência 90%
1000 – 1100 W Potência 40% Desligado Potência 80%
1200 – 1400 W Potência 30% Desligado Potência 60%
Quando colocadas duas muflas, aumente mais um minuto no tempo da 3ª
fase, com as muflas em posição nas bordas do prato giratório.
Quadro 2 - Ciclo de polimerização II
Potência máxima em
Watts (W)
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
20 minutos 5 minutos 5 minutos
800 – 1100 W Potência 20% Desligado Potência 60%
1200 – 1400 W Potência 10% Desligado Potência 40%
Para polimerizar duas muflas ao mesmo tempo, colocá-las em posição nas
bordas do prato giratório, aumentar a potencia da 1ª fase em 10% e no segundo
ciclo aumentar o tempo de cinco para dez minutos.
11
Convencional
Quadro 3 – Ciclo de polimerização I
Água 1ª Fase
Em ebulição 5 minutos
Quadro 4 – Ciclo de polimerização II
Fogo (fogão) Minutos
Baixo 30
Desligado 30
Baixo 30
Alto 60
A placa geton e a mufla tem que serem e permanecerem em todo o
processo recobertas por água.
Como observamos, se realizada a polimerização pelo microondas, todo o
processo levaria cinquenta minutos; já quando realizado pelo método convencional,
o processo demora duas horas e trinta e cinco minutos; e portanto a diferença de
tempo é muito grande entre uma polimerização e outra.
Por isso estudiosos estão investindo neste novo processo de polimerização
que é muito mais rápido que o convencional.
12
Capitulo I
Resina acrílica
A resina acrílica ativada termicamente foi incorporada aos materiais
odontológicos em meados dos anos 30, tornando-se a partir da década de 40, o
material de eleição para a confecção de bases de dentadura. Este material
apresenta algumas características favoráveis, como nível apropriado de
biocompatibilidade, estabilidade dimensional, boa capacidade de polimento e
translucidez, o que lhe confere capacidade de imitar a aparência natural da gengiva;
vantagem sobre o material antecessor: a borracha vulcanizada, descoberta em 1939
por Charles Goodyear2, utilizada por mais de 80 anos, que, apesar de sua
opacidade, apresentava propriedades físicas e mecânicas adequadas.
Apesar da evolução dos materias, a resina acrílica ainda é mais usada do
que qualquer outro material que existe no mercado atualmente, mesmo com suas
desvantagens de distorção e contração, entre outros, durante a polimerização;
porém também apresenta propriedades significantes, como satisfatória estabilidade
dimensional e resistência a fratura quando polimerizada por ciclo efetivo de cura,
fácil manipulação e reparo, melhor condutibilidade térmica, menor permeabilidade
aos fluidos bucais e considerável estabilidade de cor.
O aparecimento da resina acrílica, como todo material novo, levou algum
tempo para ser dominado. Assim, porosidades, excesso de monômero residual,
desconforto, pouca intimidade com o material, oclusão incorreta advindas das
alterações dimensionais, foram fatores importantes nesta fase de adaptação, que
não impediram o seu uso. Alguns pesquisadores preocupados em encontrar a
temperatura ideal da água na polimerização da resina, para evitar problemas acima
citados, criaram um ciclo que até hoje ainda se aplica nas escolas de odontologia
Porém, com evolução e habilidade em polimerização, Nishi em 19681,
inovou o método de polimerização em banho de água quente, utilizou um
microondas, que para a surpresa de muitos teve um resultado final igual uma
acrilização convencional. Depois da descoberta deste novo método iniciaram-se
várias pesquisas para que se aperfeiçoasse este processo.
A resina acrílica foi o principal alvo destes pesquisadores, pois a
polimerização ocorre mais rapidamente, o processo de reação também se realiza
13
mais ligeiramente; alguns destes expõem que não tem necessidade de modificação,
porém se não utilizada de maneira correta danifica a peça. Analisando isto grandes
estudiosos como De Clerck 19873, Reitz 19854, Levin 19915, entre outros,
comprovaram cientificamente que quando se usa resina acrílica utilizada para
polimerizações convencionais em polimerizações em microondas, há um grande
aumento de porosidade na peça quando concluída, sendo criadas então resinas
próprias para esse método como: Onda Cryl e Acron MC, deixando a Resina
Clássico e Vipi para métodos convencionais.
A resina acrílica específica para polimerização por microondas surgiu no
final da década de 80 com o objetivo de reduzir as características indesejáveis que a
resina acrílica termopolimerizável convencional apresentava ao ser polimerizada
através desse método. Apesar de Truong & Thomasz (1989)6 terem encontrado
semelhança entre os componentes desse último tipo de resina com a resina acrílica
termopolimerizável convencional, Bafile et al.(1991)7 acredita que o monômero da
resina para a polimerização por microondas contem dimetacrilatos que permitem o
processamento da resina acrílica em temperaturas mais elevadas, reduzindo, dessa
forma, a porosidade interna e melhorando a resistência desse material.
A resina acrílica utilizada nos laboratórios protéticos é constituída de um pó
(polímero) e um líquido (monômero), e sua substância base de ambos é o
metilmetacrilato ( ), sendo inserida na mufla em sua fase plástica, que é
quando a massa perde a pegajosidade não aderindo mais na parede do pote e
adquirindo uma consistência lisa e pastosa (isso acontece por que as partículas vão
se unindo).
Como as bases de próteses totais são feitas de resina termo polimerizavel é
necessário calor para que se ative o catalisador nela presente e assim finalize o
processo que se iniciou quando se misturou o pó e o líquido. Neste momento é que
aparece uma grande diferença na polimerização no forno microondas da
polimerização convencional; as superfícies internas e externas da espécie irradiada
se aquecem de maneira uniforme e a temperatura aumenta muito mais rapidamente
do que quando realizado pelo método comum.
Isso requer muita atenção no momento em que a peça será polimerizada,
cada resina e cada método necessitam de um tempo de polimerização adequado
14
que deve ser respeitado para que todo o ciclo de polimerização da resina seja
totalmente finalizado, tendo assim uma peça com menos distorções, menor
porosidade, adquirindo uma conclusão melhor da peça.
15
Capitulo II
Materiais
Material e instrumental necessário para polimerização em água.
• Gesso comum e pedra ou zetalabor
• Cera rosa
• Isolante para gesso
• 1 broca Nº56 ou esférica Nº2
• Papel celofane (sem cera) tamanho 12x12
• Isolante para gesso
• Duas porções de resina acrílica incolor
• Pincéis Nº 4 e 14
• Prensa hidráulica e placa geton com parafusos
• Chave de rosca para parafuso
• Pinça para mufla e/ou contra mufla
• Concha para verter água em ebulição
• Espátula Nº 36 e 5 “Le cron”
• Chave de fenda para abrir a mufla
• Gral de vidro com tampa (para manipular a resina acrílica)
Material e instrumental necessário para polimerização em microondas
• Gesso comum e pedra ou zetalabor
• Cera rosa
• Isolante para gesso
• 1 broca Nº56 ou esférica Nº2
• Papel celofane (sem cera) tamanho 12x12
• Isolante para gesso
• Duas porções de resina acrílica incolor
• Pincéis Nº 4 e 14
16
• Prensa Promeco
• Catraca para parafuso
• Removedor inodoro
• Chumaço de algodão
• Espátula Nº 36 e 5 “Le cron”
• Gral de vidro com tampa (para manipulação de resina acrílica)
• 1 vidro de Palabond
• Pirex para microondas
• Umidificador para muflas
• Forno de microondas
Em ambas as técnicas são necessárias a utilização da mufla para a
polimerização. A principal diferença é que a mufla utilizada para uma polimerização
convencional é construída de base, contra mufla e tampa confeccionadas de bronze,
ferro ou outras ligas metálicas. A mufla usada no método de microondas é
constituída apenas de base e contra mufla ou tampa e é feita de um material para
microondas como: resina, cerâmica resistente, vidro inquebrável, plástico de
engenharia (o mais utilizado, que é constituído de polissulfeto de fenileno).
A inclusão em mufla plástica segue as mesmas regras da inclusão em mufla
metálica. A diferença é apenas de alguns materiais como citados acima e o ciclo de
polimerização.
Fig.1. Muflas para microondas Fig.2. Mufla convencional
Capitulo III
17
Tempo e temperatura
Apesar dos cuidados que procuramos ter na polimerização de prótese total,
as variáveis são muitas, como movimentação dental durante a prensagem,
movimentação dental por contração da base em resina, alteração dimensional
desigual em todas as direções, ciclo incorreto de polimerização, ganho e perda de
água, liberação de tensões, etc. Sendo assim, o controle dos problemas citados vem
nos auxiliar para minimizar estas variáveis.
O tempo do ciclo de polimerização interfere muito nos problemas acima
citados, por isso quando realizamos uma polimerização convencional ou por
microondas é necessária muita atenção no tempo utilizado.
Vejamos nas tabelas a seguir qual o tempo correto para cada tipo de
polimerização, porém só devem ser utilizados tais métodos quando o fabricante não
demonstra o procedimento que deverá ser executado.
Segundo Skinner(1993)8
“Ciclo de polimerização é o nome técnico dado ao processo de aquecimento
empregado na polimerização do monômero dentro do molde”
Ciclo de polimerização convencional
Tabela 1– Ciclo de polimerização I
Água 1ª Fase
Em ebulição 5 minutos
Fonte: Mauricio Sergio Ribeiro-Manual de Prótese Total e Removível
Tabela 2 – Ciclo de polimerização II
Fogo Minutos
Baixo 30
Desligado 30
Baixo 30
Alto 60
Fonte: Mauricio Sergio Ribeiro-Manual de Prótese Total e Removível
18
A temperatura da água para este processo é aproximadamente de 60 -65°C
quando citada em fogo baixo, sendo de 100°C quando utilizada em fogo alto. Já no
primeiro ciclo que é da retirada da cera, a água deve estar em ebulição para que
seja iniciada a contagem dos 5 minutos, lembrando que esta temperatura pode
variar dependendo do fogão a ser utilizado pelo técnico em prótese total.
A polimerização da resina acrílica deve ser orientada no sentido de evitar
porosidades e distorções. Seu comportamento durante a polimerização difere das
porções mais espessas para as porções mais finas. Assim, as porções espessas
polimerizam antes das porções menos espessas, no centro da porção espessa, o
calor não pode ser liberado com suficiente rapidez e assim a temperatura nessa
parte pode elevar-se consideravelmente acima do ponto de ebulição do monômero,
resultando porosidades.
Uma prótese deve ter uma polimerização iniciada em temperatura ambiente,
para ser aumentada gradativamente, fazendo uma parada quando a água atingir 60-
65°C (fogo baixo).
Quando atinge 70°C, as moléculas do peróxido de benzoila já terão sido
ativadas para produzir uma reação em cadeia e determinar que a temperatura do
interior da resina se eleve consideravelmente acima daquela em que a água entra
em ebulição.
Por isso, deve-se evitar que a resina acrílica entre abruptamente em
ebulição, forçando as paredes de gesso e silicone no interior da mufla, provocando
distorções e porosidades.
Ciclo de polimerização por microondas
Tabela 1- Ciclo de polimerização I
Potência máxima em
Watts (W)
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
3 minutos 4 minutos 3 minutos
800 – 900 W Potência 40% Desligado Potência 90%
1000 – 1100 W Potência 40% Desligado Potência 80%
1200 – 1400 W Potência 30% Desligado Potência 60%
Fonte: Mauricio Sergio Ribeiro-Manual de Prótese Total e Removível
19
Fig.3. Forno Microondas
Tabela 2 - Ciclo de polimerização II
Potência máxima em
Watts (W)
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
20 minutos 5 minutos 5 minutos
800 – 1100 W Potência 20% Desligado Potência 60%
1200 – 1400 W Potência 10% Desligado Potência 40%
Fonte: Mauricio Sergio Ribeiro-Manual de Prótese Total e Removível
O ciclo de polimerização I em ambos os processos é realizado para a
retirada da cera da mufla, e o ciclo II é realizado para a acrilização da peça, que
depois deste processo será feito o acabamento e o polimento e assim a conclusão
da prótese total.
Existem atualmente vários livros que demonstram como dever ser realizado
a polimerização de uma prótese total. Como podemos observar todas estas tiveram
origem dos ciclos citados abaixo:
20
01) Ciclo Australiano ou Tuckfield, Worner e Guerin-(1943)9
Colocar a mufla em água fria, numa polimerizadora com termostato
regulável e proceder da seguinte maneira:
- 30 minutos para o aquecimento até 65 °C;
- Manter a mufla em 65 °C por 1 hora;
- Deixar mais 30 minutos, e elevar a temperatura de 65°C para 100°C;
- Permanecer com a mufla a 100 °C durante mais 1 hora;
-Desligar e deixar esfriar.
02) Adaptação do Ciclo Australiano
Colocar sobre o fogão convencional um recipiente com água fria e
proceder da seguinte maneira:
-Fogo aceso com chama fraca, durante 30 minutos;
- Apagar a chama e deixar descansar por 30 minutos;
- Acender novamente a chama fraca e deixar por mais 30 minutos;
- Elevar para a chama forte e, quando a água ferver, deixar por 1 hora;
- Desligar o fogo e deixar esfriar dentro do próprio recipiente
21
A espessura da peça também interfere no tempo de polimerização, pois
quanto maior sua espessura, mais tempo leva para que seja realizada a acrilização,
ou seja, a penetração do calor na peça onde ocorre o processo químico da
polimerização concretizando a resina, como pode ver a seguir o tempo se modifica:
Espessura da
Prótese
Até 3 mm De 3 mm a 5 mm De 5 mm a 10
mm
Tempo/ Potência 4 minutos a 50%
de potência
6 minutos a 40%
de potência
10 minutos a 30%
de potência
Tempo/ Potência Desligar por 5
minutos
Desligar por 5
minutos
Desligar por 5
minutos
Tempo/ Potência 3 minutos a 100%
de potência
3 Minutos a 80%
de potência
10 minutos a 40%
de potência
Tempo total do
ciclo
12 minutos 14 minutos 25 minutos
Fonte: Livro Prótese Total: manual de fases clínicas e laboratoriais – Ademir Galati
Quando tratamos de uma polimerização convencional é muito importante
que seja feito todo o processo seguindo corretamente o tempo prescrito, mesmo que
leve um pouco mais de tempo, porque a resina acrílica necessita de uma
determinada temperatura e tempo para que suas moléculas possam se unir e
concretizar-se, porém muitas vezes isto não acontece, ocasionando problemas que
às vezes não são detectados no momento, aparecendo depois de algum tempo.
03) Ciclo de Polimerização por Energia de Microondas
a) Para forno de 900 w com Regulagem Completa de Potência (com 0%
a 100%):
-10 minutos a 30% de potência;
-mais 5 minutos a 0% de potência;
- e mais 10 minutos a 40% de potência.
OBS: para polimerizar 2 muflas, colocá-las em posição nas bordas do
prato giratório e acrescentar mais 10 minutos a 40% de potência.
22
O mesmo raciocínio pode ser estendido para a polimerização em
microondas, no qual o aparecimento de bolhas e a distorção da resina são mais
frequentes. Para polimerização em microondas não existe até o momento um
consenso quanto ao ciclo mais apropriado, o que se sabe é que a espessura da
prótese total é diretamente proporcional ao tempo e inversamente proporcional a
potência.
23
Capitulo IV
Problemas mais frequentes
Um dos problemas mais comuns encontrados em métodos não executados
de maneira correta é a porosidade na polimerização convencional quanto na
polimerização em microondas. A porosidade, que tem seu início na manipulação da
resina, e quando não feita de maneira correta acontece na peça quando concluída,
porém a polimerização também tem uma grande influencia para que isto aconteça,
como podemos observar nas imagens abaixo, quanto mais incorreta a polimerização
é feita, mais porosidade se encontra na peça.
Diferentes tipos e graus de porosidade [modificado de Anusavice (2)]: 0 =
nenhuma porosidade; 1 e 2 = graus de intensidade mediana; 3 = porosidade
máxima.10
0 1 2 3
0 - ausência de bolhas
1 – mínima quantidade de bolhas
2 – bolhas em maior quantidade
3 – bolhas ocupando de grande parte do
Volume total do CP
Como foi citado acima que a porosidade pode ter seu início quando
manipulada a resina e prensada de maneira inadequada, sem seguir os
procedimentos do fabricante, analisemos a tabela abaixo:
24
Média aritmética dos escores relativos às fases de prensagem.
Corpos de Prova Fase Pegajosa Fase Plástica Fase Borrachóide
Ciclo Convencional Polimerização Imediata 2,16 1,25 2,08
Ciclo Convencional Polimerização 24 horas 0,5 1,33 0,5
Ciclo Microondas Polimerização Imediata 3 3 2,66
Ciclo Microondas Polimerização 24 horas 2 2,08 2,83
Fonte: Estudo in vitro da porosidade da resina acrílica ativada termicamente através
de ciclo longo e por energia de microondas.11
O processo de polimerização das resinas acrílicas ativadas termicamente
teve como ocorrência de porosidade em corpos de prova de volumes e espessuras
maiores do que aquelas usualmente utilizadas na acrilização de próteses totais.
Contudo uma avaliação das características dessa resina quando polimerizada por
energia de microondas, a partir das especificações ditadas pelo fabricante da resina
deve ser checada. Como se pode comprovar pela análise dos resultados numéricos
obtidos, a ativação da resina por energia de microondas propiciou a ocorrência de
porosidades em grandes quantidades para todos os corpos de prova,
independentemente da fase de prensagem do material ou do tempo em que este
permaneceu em repouso antes do ciclo de polimerização. Estes valores, apesar do
número reduzido de corpos de prova do experimento, vem de encontro aos
resultados de Reitz et al.9 (1985)12, e sugerem a utilização do ciclo proposto pelo
fabricante da resina. As instruções do fabricante devem ser seguidas rigorosamente,
pois ele como ninguém sabe o que será mais bem aceito pela resina acrílica.
Outro grande problema é a alteração da dimensão vertical de oclusão, que
pode ocasionar sérios danos ao paciente portador desta prótese total, uma delas é
um problema de ATM (articulação temporo-mandibular) que pode acontecer porque
a peça se apresenta com uma oclusão incorreta, ocasionada de uma polimerização
errada.
Por isso a resina a ser utilizada na acrilização deve ser de acordo com a
polimerização que será feita, novamente é demonstrado, como é importante seguir
às instruções do fabricante que como ninguém sabe o que será mais bem aceito
pela resina acrílica. Como pode ser observado nos gráficos abaixo as diferenças de
25
dimensão vertical encontradas em polimerizações realizadas pelo método de
microondas quando não se utiliza a resina correta é muito grande.
GRÁFICO 1- Representação das diferenças médias encontradas pelo
ponteiro calibrador entre as amostras para os três materiais. (1985) 13
GRÁFICO 2- Representação das diferenças médias encontradas pelo
micrômetro digital entre as amostras para os três materiais. (1985)13
A utilização de um só método de polimerização, por microondas, numa
programação igual para todos os corpos de prova, utilizados a Cryl e a clássico,
apresentando ambas maior alteração dimensional (expansão). A resina Acron MC
sofreu menor alteração em todas as amostras, porém todas as resinas sofreram
alterações de dimensão vertical de oclusão. O mesmo ocorreria se utilizássemos a
resina Acron MC(própria para polimerização em microondas) para um procedimento
26
de polimerização convencional, a distorção vertical seria bem grande como podemos
observar nos gráficos acima.
Para que sejam diminuídas as distorções e porosidades, entre outros
problemas encontrados em uma prótese total, são necessários alguns cuidados
quando realizamos uma polimerização por microondas, como:
• As muflas devem estar hidratadas em umidificadores, pelo menos
por um período de quatro horas, antes da polimerização;
• Deve-se colocar uma vasilha com água (1,5 cm) e a mufla em seu
centro (uma de cada vez) para aproveitar de maneira uniforme o calor que se faz de
dentro para fora no processo de polimerização;
Fig.4. Forno microondas Fig.5. Vasilha com água
• Após a polimerização, esperar uma hora no mínimo para retirar a
mufla; a água do fundo da vasilha ainda quente deve ser despejada no umidificador
e a mufla deve ser deixada em repouso por pelo menos doze horas, evitando-se
assim a formação de tensões.
Quando se polimeriza uma prótese total pelo método convencional também
temos que tomar certos cuidados, entre eles:
• Nunca deixar a mufla e a placa geton sem água (sempre deve estar
coberta de água), uma dica é estar fervendo água em outra panela, pois não se
pode completar com água fria a panela que está ocorrendo à polimerização;
• Não deixar a placa geton encostada no fundo da panela, coloque um
tijolo no fundo;
Mesmo tomando todos esses cuidados, ainda ocorrem distorções.
28
Capitulo V
A importância de conhecer o seu microondas e fogão.
Microondas são ondas eletromagnéticas com comprimento de onda entre 1
minuto e 300 mm. No interior do forno de microondas uma onda eletromagnética
com freqüência de 2450 MHz é gerada por um magnétron e irradiada por uma
antena metálica (ventilador) para o interior do compartimento onde está a mufla.
Mediante o processo de ressonância, essa onda é absorvida pelas partículas de
monômero existentes na resina a serem aquecidas. A energia absorvida aumenta a
vibração das partículas, produzindo o aquecimento da resina acrílica. Como
podemos observar na imagem abaixo:
Fig.7.Conhecendo o microondas
O forno de microondas não fornece calor, ele atua exclusivamente sobre as
moléculas. As microondas têm alta capacidade de penetração na resina, o que
possibilita o cozimento por dentro e não a partir da superfície, como ocorre nos
fornos convencionais. Além disso, não fazem vibrar as moléculas de vidro ou
plástico, que não se aquecem no interior do forno.
Como as moléculas de monômero têm uma carga elétrica diferente em seus
pólos, giram com a polaridade variável (direção) do campo elétrico. A fricção entre
as moléculas giratórias produz calor e assim cozinha à resina. Como já vimos
anteriormente, não se usa uma mufla metálica em procedimentos de microondas. O
29
motivo é que recipientes metálicos refletem as ondas, impedindo que cheguem até a
resina.
É importante lembrar que o nosso organismo tem alta porcentagem de água
e pode ser seriamente prejudicado pelas radiações dos fornos de microondas. No
0entanto esses aparelhos são blindados, isto é, as radiações, produzidas
internamente, não atravessam suas paredes. É colocada uma grade de metal junto
ao vidro da porta: os espaços entre as malhas dessa grade são menores que as
microondas. Além disso, as portas possuem um mecanismo de segurança que
impede a sua abertura durante o funcionamento. Para ter certeza que não está
havendo vazamento coloque uma laranja na parte de cima do forno de microondas
quando for utilizá-lo, faça isso colocando a fruta próxima à porta também e deixe- a
por um tempo. Se a fruta apresentar alterações (como por exemplo, partes com
aspecto queimado ou ferido) significa que seu forno microondas está vazando.
Fig.8. Vazamento do microondas
30
Capitulo VI
Estatísticas
Estatisticamente a maioria dos protéticos do estado de São Paulo dá
preferência ao método convencional, muitos ainda não têm conhecimento de
como utilizar este método para seu beneficio.
Fonte: Site de protéticos de São Paulo
Como podemos observar o gráfico acima, apesar da polimerização pelo
microondas ser mais rápida e mais limpa do que a polimerização convencional,
sendo que ambas promovem o mesmo resultado, os técnicos em prótese dentária
ainda preferem o método convencional, por terem mais habilidade com esta técnica.
A prótese dentária tem sua maior porcentagem em pessoas idosas como
podemos observar em uma pesquisa realizada na cidade de Araçatuba-SP pelos
alunos de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).
Foram avaliados, através de questionário com perguntas de múltipla escolha
e questões abertas aplicadas por um indivíduo calibrado, 537 indivíduos com faixa
etária de 60 anos ou mais, escolhidos por sorteio em bairros da cidade de
Araçatuba, usando como parâmetro (universo considerado) aproximadamente 10%
de indivíduos com faixa etária de 60 anos ou mais em cada bairro estudado.
A questão fechada a pergunta “É portador de prótese dentária?”. O
questionário teve por objetivo avaliar na cidade de Araçatuba quanto às condições
31
bucais, as variáveis investigadas foram o uso ou não de próteses dentárias.Nas
questões que refletem as condições bucais sobre uso de próteses dentárias, o
resultado esta contido no gráfico abaixo:
Gráfico 1 – Percentual de idosos que responderam à pergunta: “É portador
de prótese dentária?” (UNESP-Araçatuba-2005)
Como podemos analisar muitas pessoas são portadoras de prótese dentária,
e para que seja possível atender todas estas pessoas, são necessárias técnicas
eficazes, porém elaboradas com mais rapidez; onde fica a critério do protético que
vai elaborar a prótese o uso do microondas para sua polimerização ou o método
convencional.
32
Bibliografia
1. NISHII M. Curing of denture base resins with microwave irradiation: with
particular reference to heat-curing resins. J Osaka Dent Univ 1968. 2. p.23-40.
2. PAIVA, Monica Cardoso. Seqüência da Confecção de Uma Prótese Total
Monografia. 42 p. Rio de Janeiro. 2008. disponível em:
www.clivo.com.br/monografias/18_sequencia.pdf
3. De CLERCK, J.P. Microwave polymerization of acrylic resins used in dental
prosthesis. J Prosthet Dent. v.57. n.5. p.650-658, 1987.
4. REITZ, V.P., SANDERS, J.L., LEVIN, B. The curing of denture acrylic resins
by microwave energy. Physical properties. Quintessence Int. v.8, n.4, p.547-
551, 1985.
5. SANDERS, J.L., LEVIN, B., REITZ, P.V. Comparison of the adaptation of
acrylic resin cured by microwave energy and conventional water bath.
Quintessence Int., v.22, n.3, p.181-186, 1991.
6. TRUONG, V.T.; THOMASZ, F.G.V.. Comparison of denture acrylic resins
cured by boiling water and microwave energy. Aust Dent J. 1988, May/June,
n.33, v.3, p.201-204.
7. BAFILE, M; GRASER, G.N.; MYERS, M.L.; LI, E.K. Porosity of denture resin
cured by microwave energy. J Prosthet Dent, 1991; v.66, p.269-274.
8. PHILLIPS, R.W. Materiais dentários de Skinner. 9.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1993. p.103-123.
9. TUCKFIELD, W.J.; WORNER, H.K.; GUERIN, B.D. Acrylic resin in dentistry,
part. II. Aust Dent J, v.47, p.1-25, 1943.
10. BORGES, L.H. Influência de ciclos de polimerização sobre o polimento,
rugosidade, porosidade e dureza superficial da resina acrílica: QC-20.
Piracicaba, 1998, 119p, Dissertação (Mestrado) Faculdade de Odontologia de
Piracicaba – UNICAMP -Universidade de Campinas. Piracicaba.
11. KIMPARA, E.T. Alteração dimensional e porosidade da resina acrílica para
bases de dentaduras, em função de variáveis de processamento. São Paulo,
1995, p. 79. Tese (Doutorado em Odontologia) - Faculdade de Odontologia,
Universidade de São Paulo.
33
12. REITZ, V.P.; SANDERS, J.L.; LEVIN, B. A dentadura de resina acrílica por
energia de microondas. Propriedades físicas. Químicas Int., V.8, n.4, p.547-
551, 1985.
13. SKINNER, E. W. Materiais acrílicos de base da dentadura. Suas
propriedades e manipulação. J. Prosth. Dent, v.1, n.1/2, p.161-167, jan/mar.
1951.
34
Lista de figuras
Fig.1. www.classico.com.br/pt/outrosprodutos/muflas.html
Fig.2. krousrepresentacoes. tripod.com/materiais.htm
Fig.3. www.jacotei.com.br/forno-de-microondas-lg-mc
Fig.4. SKINNER, E. W. Materiais acrílicos de base da dentadura. Suas
propriedades e manipulação. J. Prosth. Dent, v.1, n.1/2, p.161-167, jan/mar.
1951.
Fig.5. SKINNER, E. W. Materiais acrílicos de base da dentadura. Suas
propriedades e manipulação. J. Prosth. Dent, v.1, n.1/2, p.161-167, jan/mar.
1951.
Fig.7. REITZ, V.P.; SANDERS, J.L.; LEVIN, B. A dentadura de resina acrílica por
energia de microondas. Propriedades físicas. Químicas Int., v.8, n.4,
p.547-551, 1985.