Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    DIMENSIONAMENTO FLEXO DE VIGAS MISTAS

    MADEIRA/CONCRETO

    Lcio Flvio Nunes Moreira

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    ESCOLA DE ENGENHARIAPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

    "DIMENSIONAMENTO FLEXO DE VIGAS MISTAS

    MADEIRA/CONCRETO"

    Lcio Flvio Nunes Moreira

    Dissertao apresentada ao Programa dePs-Graduao em Engenharia de Estruturas

    da Escola de Engenharia da UniversidadeFederal de Minas Gerais, como parte dosrequisitos necessrios obteno do ttulo de"Mestre em Engenharia de Estruturas".

    Comisso Examinadora:

    ____________________________________

    Prof. Eduardo ChahudDEES/UFMG - (Orientador)

    ____________________________________Prof. Edgar Vladimiro Mantilla CarrascoDEES/UFMG

    ____________________________________

    Prof. Antnio Alves DiasEESC/USP

    Belo Horizonte, 04 de setembro de 2001

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    Cap tulo I

    Introduo

    1.1. Generalidades

    Aplicar o material certo no lugar certo da estrutura, sem dvida, um dos requisitos

    bsicos para um projeto ideal. Com este pensamento houve, nas dcadas de 30 e

    40, um grande desenvolvimento de estudos tericos / experimentais para autilizao de vigas mistas ao /concreto.

    Podemos afirmar que a grande capacidade de resistncia compresso do

    concreto aliada grande resistncia trao do ao tornou este tipo de estrutura,

    extremamente atrativa.

    Mais recentemente, tem-se pesquisado outros tipos de estruturas compostas,

    sendo uma delas, a de madeira/concreto. A madeira, como o ao, resiste bem a

    trao e sua combinao com o concreto passou a levar interesse em diversas

    pesquisas analticas e experimentais. Os resultados destas pesquisas conduziram

    a projetos e construes de inmeras estruturas como pontes, edifcios

    residenciais, comerciais, galpes, etc.. E alm disso, a estrutura mista madeira/

    concreto, tem grande utilidade em reconstruo e recuperao de pisos antigos,

    construdos com tbuas de madeira, apoiadas em barrotes ( vigas de madeira).

    As vantagens da estrutura mista madeira/ concreto em relao ao piso de madeira

    so vrias, entre elas, maior rigidez, melhor resistncia ao fogo, melhor

    comportamento trmico e acstico.

    Comparando com a laje macia de concreto ou com a estrutura mista ao/

    concreto, tem-se menor peso prprio e melhor aparncia esttica.

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    Deve-se tambm lembrar que entre os materiais estruturais a madeira o nico

    renovvel e que sua produo exige um baixo consumo energtico.

    No entanto para se projetar uma viga T com alma de madeira serrada macia e

    mesa de concreto armado, solidarizados por pinos metlicos com sucesso,

    necessrio solucionar alguns problemas bsicos, tais como :

    1. Anlise de tenses e deformaes;

    2. Escolha e projeto adequados dos elementos de ligao ( conectores).

    Muito pouco tem-se feito neste campo no Brasil. As Normas Internacionais, na sua

    grande maioria e as Normas Brasileiras no tratam de dimensionamento flexo

    de vigas compostas madeira / concreto.

    Devido a isso, e aproveitando os programas experimentais desenvolvidos no

    Laboratrio de Anlise Experimental de Estruturas (LAEES) do Departamento de

    Engenharia de Estruturas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e no

    laboratrio da Universidade de Campinas (UNICAMP), a inteno apresentar um

    modelo analtico terico para dimensionamento de vigas mistas madeira / concreto,

    juntamente com um modelo numrico, utilizando o programa de computador

    SAP.2000.

    A viga mista madeira/concreto citada neste trabalho apresentada

    esquematicamente, na figura 1.1.

    Figura 1.1.

    conector

    madeira

    concreto

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    1.2. Objetivos :

    Os objetivos deste trabalho so :

    a) Apresentar um modelo analtico / terico de dimensionamento flexo de

    vigas mistas madeira / concreto solidarizados por pinos metlicos.

    b) Apresentar um modelo numrico , com auxlio do programa de computador

    SAP.2000.

    c) Apresentar resultados experimentais obtidos, em ensaios de flexo em vigas

    mistas madeira/concreto, na literatura consultada.

    d) Comparar resultados experimentais com os resultados analticos e numricos.

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    Captulo 2

    Reviso Bibliogrfica

    1.1. Introduo

    Neste captulo ser apresentada um reviso da literatura sobre as estruturas mistas

    madeira/concreto, sobre os tipos de conectores mais utilizados e uma pequenaabordagem sobre as estruturas mistas ao/concreto.

    A abordagem das estruturas mistas ao/concreto tem como objetivo situar o estgio

    atual de desenvolvimento das estruturas mistas madeira / concreto.

    1.2. Vigas Mistas Ao / Concreto

    Vigas de ao encamisadas com concreto foram muito utilizadas por volta de 1900,

    para proteo contra incndio. Em 1930 grandes pontes utilizaram vigas compostas

    ao / concreto e a partir de 1960 tornou-se econmica a utilizao de tais vigas em

    edifcios.

    MACKAY et al. [1923] estudaram as vigas encamisadas por concreto e concluram

    que para trabalharem monoliticamente era necessrio providenciar uma perfeita

    interao entre o concreto e o ao.

    CAUGHEY [1929] recomendou que a viga mista ao / concreto deveria ser

    dimensionada com base na seo homognea, onde a rea da laje de concreto

    seria transformada numa rea equivalente de ao.

    ROS [ 1934] recomendou que se utilizasse conectores entre o perfil de ao e a laje

    de concreto para se fazer a ligao entre ambos. Desde 1930 os estudos de

    conectores j vinham sendo feitos .

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    A ao composta desenvolvida quando os dois elementos da seo, laje de

    concreto e viga de ao , so integralmente conectados e deformam como uma pea

    nica.

    MARGUERRE [1952] props uma expresso para a rigidez efetiva das seo :

    Sendo :

    Es= mdulo de elasticidade do ao

    Ec = mdulo de elasticidade do concreto

    Es Is= rigidez de flexo da viga de ao

    Ilaje= momento de inrcia da laje do concreto

    As = rea da seo transversal da viga de ao

    t = metade da espessura da laje de concreto

    h = distncia entre o eixo neutro da viga de ao e o eixo neutro da laje de

    concreto.

    bes = largura efetiva de cisalhamento

    ( EI)comp= rigidez efetiva da seo composta.

    Para determinar as propriedades geomtricas da seo mista necessrio utilizar

    o conceito de largura efetiva.

    A intensidade da tenso de compresso x na seo, mxima sobre a viga de

    ao e decresce, no linearmente, medida que se afasta da viga.

    A largura efetiva pode ser tomada ento como bE= bf + 2b onde bf a largura da

    viga de ao e 2b igual rea sob a curva de x,, conforme mostrado na Figura

    2.1.

    ( ) ( )

    )2(

    2 2

    escss

    escsslajecsscomp

    tb

    htbEI

    +

    ++=

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    Figura 2.1.

    Vrios autores estudaram o valor de largura efetiva, incluindo TIMOSHENKO E

    GOODIER [1959] que realizaram uma anlise de sua determinao exata,

    considerando a teoria de elasticidade aplicada s placas.

    VIEST [1960] publicou que um importante fator na ao composta da viga ao /

    concreto seria a perfeita unio entre ambos. Passouse ento a projetar-se os

    conectores de ligao para suportarem o cisalhamento existente entre a viga de

    ao e a laje de concreto. O conector provinha a interao necessria para a ao

    composta da viga mista.

    JOHNSON E LEWIS [1966] mostraram que, para carregamento que produz

    momento fletor com a forma de uma meia senide, a largura efetiva dada por :

    Sendo :

    )23(

    22

    ++= L

    bb fE

    Largura efetiva, bE

    Vo, L

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    bE = largura efetiva

    L = vo da viga

    bf= largura da viga de ao

    = coeficiente de Poisson do concreto.

    ADEKOLA [1968 ] props uma base racional para a determinao de larguras

    efetivas. Assumiu a ausncia de escorregamento entre a viga de ao e a laje de

    concreto e empregou sries harmnicas na determinao de larguras efetivas para

    vrias dimenses e espessuras das lajes. Concluiu que a largura efetiva varia

    apreciavelmente ao longo do vo da viga bi-apoiada e mnima no ponto demomento mximo.

    HIRST E YEO [1980] utilizaram o Mtodo dos Elementos Finitos para anlise de

    vigas mistas j estudadas por outros autores. A viga de ao e a laje de concreto

    foram simuladas por elementos isoparamtricos parablicos. Obtiveram resultados

    bem prximos dos obtidos experimentalmente e analiticamente.

    ARIZUMI E HAMADA [1981] tambm utilizaram o Mtodo dos Elementos Finitos,

    adicionando um elemento de mola para simular os conectores de cisalhamento. Os

    resultados encontrados tiveram boa preciso em relao aos ensaios

    experimentais.

    SALMON [1990] demonstrou que o cisalhamento horizontal que se desenvolve

    entre a mesa de concreto e alma de uma viga mista, pode ser resistido desde que a

    seo comporte-se como se fosse homognea.

    No se pode depender apenas da aderncia entre o concreto e o ao para se

    obter a interao necessria, os conectores de cisalhamento devem ser utilizados.

    GJELSVILK [1991] realizou trabalho sobre largura efetiva de vigas mistas ao /

    concreto, desenvolvendo um mtodo que leva em conta o efeito de reduo do

    fluxo de cisalhamento e o deslizamento relativo entre a laje de concreto e a viga de

    ao.

    Concluiu que a utilizao do Mtodo dos Elementos Finitos a melhor ferramenta

    para resolver os problemas de vigas, envolvendo deformaes de cisalhamento,

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    mas, em geral, por dificuldade de utilizao deste mtodo , o clculo da largura

    efetiva realizado atravs de expresses aproximadas conforme indicadas em

    Normas, como por exemplo o EUROCODE 4 [ 1992] .

    VALLENILLA E BJORHOVDE [1995] realizaram uma anlise comparativa entre os

    vrios critrios adotados em Normas, na determinao da largura efetiva das vigas

    mistas ao / concreto. Concluram que a flexo de vigas mistas de ao / concreto

    mais influenciada pelo vo da viga, pela largura da mesa e pela proporo do

    esforo de cisalhamento. A geometria da viga, dimenses dos conectores e

    resistncia do concreto no tm grande importncia. Com relao a largura efetiva,

    obtiveram a relao entre os parmetros que influenciam o comportamento da vigamista e definiram, com base no vo da viga, os seguintes valores para a largura

    efetiva :

    Classe 1 : bE= L /12

    Classe 2 : bE= L /8

    Sendo o fator da Classe 1 utilizado quando o grau de interao menor do que 0,5

    e o fator de Classe 2 para o grau de interao maior ou igual a 0,5.

    BATISTA [1995] realizou trabalho com viga composta de ao / madeira,

    determinando a razo dos mdulos de elasticidade de cada material.

    Equilibrou a fora externa P, axial, pelo somatrio das cargas absorvidas pelo ao

    e pela madeira, obtendo a expresso.

    Sendo:

    maaaammm e ==== ,

    aammP +=

    a

    m

    E

    En=

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    a

    m

    am

    += .

    Definindo ento o mdulo de elasticidade da seo transformada:

    e a rigidez do conjunto :

    CORADI [1997] estudou diferentes tipos de pisos mistos sujeitos a cargasuniformemente distribudas. Utilizou o programa de elementos finitos Ansys, verso

    5.0, para desenvolver o modelo e para realizar a anlise elstica parametrizada.

    Aps os resultados recomendou que, para levar em conta o efeito do

    escorregamento entre a laje e a viga, no caso de interao total, a flecha deve ser

    multiplicada por 1,10 e para interao parcial o EUROCODE 4 [1992] pode ser

    seguido.

    aamm

    mmaam

    +

    +=

    2

    += am n

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    1.3. Vigas Mistas Madeira / Concreto

    A utilizao do concreto no lado comprimido e da madeira no lado tracionado faz

    a viga mista madeira / concreto utilizar as melhores propriedades de cada

    material. Com isto obtem-se uma estrutura eficiente, rgida e leve ao mesmo

    tempo.

    A estrutura mista madeira / concreto muito popular em diversos pases, tanto

    para restauraes de velhas estruturas como para novas construes. Nos 30

    anos de utilizao de sees mistas, poucos problemas tm sido relatados. No

    entanto em nenhum pas existe uma Norma especfica para as estruturas mistas

    madeira / concreto.

    Em seguida sero citados alguns artigos que relatam o comportamento de uma

    viga com seo T em madeira / concreto.

    GOMES [1974] realizou estudo terico experimental de vigas de seo T

    compostas por madeira / concreto, utilizando pregos como elemento de

    solidarizao entre a mesa de concreto e alma de madeira.

    Concluiu que as vigas tm um bom comportamento estrutural e que as cargas

    admissveis obtidas experimentalmente coincidem com as cargas admissveis

    tericas, mas as deformaes tericas so bem maiores que as deformaes

    experimentais.

    LINDEN [1994] utilizou o Mtodo dos Elementos Finitos para modelar uma viga T

    composta de madeira / concreto e um piso composto por cinco vigas com a

    mesma geometria.

    Concluiu que a plasticidade importante para a redistribuio das cargas dentro

    do sistema. Nestes sistemas o fator de carga depende da geometria do piso. A

    deformao nas vigas de madeira, as dimenses da laje de concreto e viga de

    madeira bem como as caractersticas dos conectores so fundamentais para o

    comportamento do sistema.

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    CECCOTTI [1995] descreveu as estruturas compostas madeira / concreto

    comentando as diversas vantagens deste tipo de estrutura. Descreveu os diversos

    tipos de conectores, como pregos, pinos, chapas metlicas, cola e outros,

    caracterizando as ligaes como rgidas ou semi-rgidas. Chamou a ateno para

    a importncia da determinao do mdulo de deslizamento, Kser, da conexo, pois

    ele que determina a rigidez da ligao, afetando diretamente a distribuio das

    tenses na seo transversal.

    STEVANOVIC [1996] apresentou mtodos de clculo de flechas e foras nas

    sees de madeira / concreto, bem como esforo cortante entre os dois materiais,

    para sees compostas submetidas cargas transversais e axiais. Na ausnciade nmero suficiente de trabalhos tericos e experimentais para aplicao dos

    conceitos de estados limites, o estudo foi baseado na teoria da elasticidade.

    As hipteses bsicas assumidas foram :

    1. A madeira e o concreto so materiais elsticos, isotrpicos e a lei de

    Hooke vlida.

    2. A hiptese de Bernoulli vlida, isto , as sees planas permanecem

    planas aps a deformao.

    3. A seo transversal constante.

    4. A madeira e o concreto tm mesma deformao em qualquer ponto da

    conexo.

    5. A carga axial aplicada no centro de gravidade da seo de concreto.

    Utilizando a teoria da elasticidade, determinou-se os momentos fletores no

    concreto e na madeira, a fora normal no concreto e o esforo cortante entre amadeira e o concreto.

    Concluiu que um dos problemas do mtodo utilizado o fato de ser baseado em

    que os materiais adotam uma relao linear entre tenses e deformaes, o que

    vlido para materiais elsticos. E sabido que nas sees mistas

    madeira / concreto o comportamento no este.

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    Considera que talvez este seja um dos motivos da baixa utilizao de sees

    mistas madeira / concreto em edificaes.

    NATTERER et al. [1996] apresentaram estudo analisando a viabilidade da

    utilizao da seo composta madeira / concreto em pisos de edifcios.

    Comentaram que as estruturas simples de madeira so utilizadas para vos entre

    3m e 6m. Para vos entre 7 e 15m a seo mista madeira / concreto bastante

    interessante.

    Concluram que os pisos podem ser usados em uma grande variedade de

    construes, inclusive em pontes.

    GUTKOWSKI E CHEN [1996] utilizaram os programas FEABEA ( Finite Element

    Analisys of Beams ) e FEAFLo ( Finite Element Analisys of Floors ) , da

    Universidade de Colorado para explorarem o comportamento das vigas T de

    madeira / concreto, obtendo resultados bastante satisfastrios.

    CAPRETTI E CECCOTTI [1996] monitoraram vigas compostas madeira / concreto

    durante 05 anos, para verificar o comportamento delas por longo perodo perante

    condies higrotermais variadas.

    Trs vigas compostas com 10m de vo, em uma escola na Itlia, foram

    monitoradas analisando deflexes, umidade e condies higrotermais em

    ambiente fechado.

    Ao mesmo tempo uma viga com 6m de vo com a mesma composio das

    anteriores foi testada debaixo de cargas de servios constantes em ambiente

    externo. Deslocamento vertical, escorregamento da conexo, umidade e

    condies higrotermais foram medidas.

    Obtiveram diversas concluses das quais as mais importantes so citadas aseguir:

    1. A diminuio da umidade na viga de madeira implica em seu encurtamento

    fazendo com que os deslocamentos verticais diminuam e os deslizamentos

    aumentem. Por outro lado o aumento da umidade na viga de madeira faz

    com ela se alongue aumentando os deslocamentos verticais.

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    2. O coeficiente de fluncia proposto no EUROCODE 5 [1993] no

    adequado para estruturas de madeira / concreto, pois os resultados

    experimentais mostraramse maiores que o dobro do valor apresentado

    nesta Norma. Segundo os autores este fato pode ser explicado devido ao

    EUROCODE 5 [1993] ser uma Norma de estruturas de madeira e no de

    estruturas mistas.

    SORIANO [1999] apresentou as vantagens de utilizao de vigas mistas madeira /

    concreto em pontes, pinguelas e passarelas para pedestres. Sabendose que

    existem problemas que comprometem a utilizao de pontes de madeira,

    relacionados com sua biodeteriorao , foram relacionadas as vantagens emsubstituir as pontes de madeira por pontes mistas de madeira / concreto. Fez uma

    breve abordagem sobre o dimensionamento, adotando as indicaes da Norma

    DIN 1052/73 [1973] , concluindo que a inrcia efetiva da seo mista

    determinada atravs da expresso :

    Sendo :

    Ief = inrcia efetiva da seo mista

    Iw=inrcia da viga de madeira

    Ic =inrcia da laje concreto

    Aw= rea da seo transversal da viga de madeira

    Ac= rea da seo transversal da laje de concreto

    Ief = Iw + ncIc + 1 ( ncAcac2+ Awaw

    2)

    1 +k

    Ondew

    cc

    wwcc

    wwcc

    E

    Ene

    AEAE

    AEAE

    K

    sk =

    +=

    )(2

    2

    l

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    aw= distncia do baricentro da viga de madeira at o baricentro

    da seo mista

    ac = distncia do baricentro da laje de concreto at o baricentro

    da seo mista

    s = espaamento dos conectores

    K= coeficiente de deslizamento da conexo

    l = vo da viga

    Ew= mdulo de elasticidade da madeira

    Ec= mdulo de elasticidade do concreto

    As tenses de flexo so as seguintes :

    Sendo:

    M = momento fletor

    hc = espessura da laje de concreto

    hw= altura da viga de madeira

    conexodaeriorbordah

    k

    a

    I

    Mn cc

    ef

    cc sup21

    1

    +

    += borda superior do concreto

    concretodobaricentrok

    a

    I

    Mn c

    ef

    ccn

    +=

    1

    baricentro do concreto

    madeiradaeriorbordah

    k

    a

    I

    M ww

    ef

    w inf21

    2

    +

    += borda inferior da madeira

    madeiradabaricentrok

    a

    I

    M w

    ef

    wm

    +=

    1

    baricentro da madeira

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    ALVIM et al. [2000] apresentaram uma anlise do comportamento estrutural de

    um piso residencial construdo com uma placa de concreto armado enrijecido por

    vigas de madeira.

    A investigao foi realizada com ensaios dinmicos no destrutivos .

    Com os resultado obtidos foram determinadas a frequncia natural do primeiro

    modo de vibrao e a respectiva taxa de amortecimento.

    SORIANO E MASCIA [2000] estudaram o comportamento mecnico de ligaes

    flexveis em vigas mistas de madeira / concreto executadas com pregos, como

    conectores.

    O comportamento da ligao foi considerada semi-rgida , ocorrendo ento

    pequenos deslizamentos horizontais entre os dois materiais.

    O objetivo foi verificar a eficincia do comportamento mecnico dos pregos

    metlicos 22 x 48 da Gerdau utilizados como conectores flexveis.

    Concluram que o sistema de conexo com estes tipos de pregos apresenta uma

    eficincia de pouca relevncia em relao s vigas de mesmas caractersticas

    quando executadas sem um sistema de ligao entre os dois materiais.A reduo do espaamento longitudinal dos pregos para o limite mnimo

    certamente levaria a uma melhora do comportamento da estrutura.

    TACITANO [2000] apresentou mtodos para dimensionamento de vigas mistas,

    Mtodo Exato e Mtodo Aproximado, e fez uma comparao destes dois mtodos

    com valores experimentais da bibliografia.

    Concluiu que, em mdia, as tenses normais tanto no concreto quanto na

    madeira, na seo no meio do vo da viga, apresentam um erro relativo entre oMtodo Exato e o Aproximado que varia entre 1% a 5%, excetuando-se os pontos

    junto interface, em que os valores sobem para 8% a at 35% de diferena. Isto

    devido aos pequenos valores que as tenses, em ambos os materiais, assumem

    nestes pontos. Para os deslocamentos verticais, o erro relativo entre os dois

    mtodos apresenta valores percentuais mais significativos no caso de carga

    distribuda, 16,36%, do que para o carregamento concentrado, 6,84%.

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    2.4. Elementos de ligao

    Os principais conectores para peas de madeira so divididos em dois grupos,

    dependendo da forma com que eles transferem as foras entre os membros

    conectados.

    O grupo principal formado pelos conectores tipo parafuso. Neste caso a

    transferncia envolve a flexo do conector bem como as tenses de embutimento

    na madeira, induzidas pela haste do conector.

    Grampos, pregos, parafusos e cavilhas pertencem a este grupo.

    O segundo grupo inclui conectores como placa de cisalhamento de madeira e de

    metal, placas metlicas dentadas e anel metlico . A transferncia de carga feita atravs de uma grande rea de contato na superfcie dos membros

    conectados.

    Para viga mista madeira / concreto o primeiro grupo mais fcil de executar,

    especialmente os pregos.

    Sero citados, em seguida, alguns artigos que tratam da ligao, madeira /

    madeira e madeira / concreto.

    No passado, a carga de trabalho em conectores tipo pino era determinada atravsde resultados de testes de curta durao com um nmero pequeno de repetidas

    ligaes.

    As equaes usadas no EUROCODE 5 [1993], que determinam a carga

    caracterstica so baseadas na teoria desenvolvida por JONHANSEN [1949],

    confirmadas por vrias pesquisas. Tais equaes prevem a falncia da ligao,

    ou por embutimento na madeira ou plastificao do conector.

    KUENZI E WILKINSON [1971] deduziram expresses que descrevem como a

    rigidez da ligao alma mesa de uma viga I de madeira pode afetar o seu

    comportamento e KUMAR et al [1972] compararam experimentalmente,

    ligaes pregadas, grampeadas ou grampeadas / coladas. Concluram que a

    ligao grampeada / colada 50% mais resistente que as demais.

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    18

    MORRIS [1973] apresentou estudo do mdulo de deslizamento para ligaes

    pregadas, concluindo que tal mdulo funo apenas do dimetro do prego, isto

    :

    K = 350d ( N/mm)

    FOSCHI E BONAC [1977] desenvolveram expresso para curva carga

    escorregamento de ligaes pregadas. A expresso possui trs parmetros : k, P0,

    P1que representam respectivamente, o mdulo tangente inicial , a interseo do

    mdulo tangente ltimo com o eixo das ordenadas e o mdulo tangente ltimo,

    conforme mostrado na Figura 2.2. . A expresso dada por :

    Figura 2.2.

    CARRASCO [1983] realizou pesquisa sobre ligaes pregadas, apresentando

    informaes a respeito de pregos, demostrando sua eficincia como elemento de

    ligao. Apresentou informaes a respeito dos dimetros, dos comprimentos, dos

    espaamentos e da capacidade resistente dos pregos.

    )/(exp1[)( 010 += kF ]

    Deslocamento ( )

    Fora

    (F)

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    KAMIYA [1983] apresentou teoria para anlise no linear do comportamento de

    ligaes pregadas. A validade dos procedimentos tericos examinada

    comparando com experimentos. Os resultados foram considerados satisfatrios.

    MACLAIN [1987] apresentou um completo resumo para vrios sistemas de

    conexes. Para ligaes pregadas, so apresentadas vrias funes empricas

    para descrever as curvas carga-escorregamento de ligaes submetidas a

    carregamento lateral.

    LEICHTI E TANG [1989] compararam o comportamento das vigas de madeira,

    sujeitas a carregamento de longa durao, e de vigas de madeira serrada.

    Concluram que o efeito da deformao ao longo do tempo deve ser considerado

    na determinao das deflexes, e que no h grandes variaes entre os dois

    tipos de vigas.

    ARANTES [1993] comparou os resultados das deformaes normais e dos

    deslocamentos na flexo de vigas compostas de madeira serrada de seo T

    tendo o prego como elemento de solidarizao, obtidos experimentalmente, com

    resultados de anlises via mtodo dos elementos finitos. As principais concluses

    foram :

    a) Os diagramas de deformaes ao longo da seo transversal das vigas, na

    fase elstica da solicitao, apresentam uma boa continuidade

    aproximando - se de uma viga macia.

    b) Para os deslocamentos verticais, todas as anlises realizadas ficaram bem

    prximas dos valores obtidos nos ensaios.

    c) A medida que o carregamento era aumentado, a posio da linha neutra daseo composta se posicionava, cada vez mais, abaixo do centro de

    gravidade da seo.

    d) Para os escorregamentos relativos, inicialmente todas as anlises

    registraram valores bem superiores aos dos ensaios.

    e) Em todas as comparaes, as anlises aproximadas registraram valores

    superiores aos medidos em ensaios, com exceo dos escorregamentos

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    relativos lineares. Portanto a utilizao do programa SAP 90 conduzir a

    valores de deslocamentos verticais e de deformaes a favor da segurana.

    ALMEIDA et al. [1995] apresentaram os princpios do mtodo de determinao

    das resistncias de ligaes pregadas e parafusadas de estruturas de madeira.

    Como hipteses bsicas consideraram:

    a) comportamento da ligao monoltico.

    b) Os pinos so solicitados por carregamentos transversais distribudo ao

    longo de seus eixos.

    c) No existem foras axiais atuando paralelamente aos eixos dos pinos.

    As principais concluses foram:

    a) O critrio de determinao do limite de proporcionalidade em funo de

    uma deformao especfica da ligao mostrou-se consistente com os

    valores de outros pesquisadores.

    b) O modelo analtico vem do ajuste de resultados experimentais, portanto

    reproduzem os valores correspondentes das cargas de primeiro e segundolimites determinadas experimentalmente.

    VAN DE KUILEN [1995] estudou a influncia da variao da umidade e da fluncia

    nas ligaes com pregos, placa-dentada e anel metlico . Concluiu que a

    umidade tem maior efeito em reas prximas aos conectores do que em outras

    partes da estrutura, resultando em aumento de deformao e no coeficiente de

    deslizamento. Na sequncia concluiu que na maioria das vezes o projeto com

    carga de curta durao que determina a capacidade de carga da ligao. Nos

    casos em que h uma grande diferena entre cargas permanentes e cargas

    variveis, as cargas de longa durao e que determinaro a capacidade de carga

    da ligao.

    CECCOTTI [1995] mostrou que os parmetros que determinam a performance

    mecnica da ligao entre uma viga macia de madeira e uma laje de concreto

    so :

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    a) No concreto, a resistncia caracterstica a compresso fck , o mdulo de

    deformao longitudinal Ece o seu respectivo coeficiente de fluncia &c.

    b) Na madeira, a resistncia compresso paralela s fibras caracterstica

    fwco,k , o mdulo de elasticidade paralelo s fibras Ewo e o respectivo

    coeficiente de fluncia kdef.

    Ressaltou que de suma importncia o conhecimento das caractersticas

    mecnicas da ligao, principalmente quanto a rigidez, isto , o mdulo de

    deslizamento Kserda conexo.

    Comentou tambm, sobre a fluncia dos elementos da ligao. Com relao ao

    comportamento a longo prazo, os coeficientes de fluncia do concreto, da

    armadura e dos conectores podem ser usados como fatores de reduo.

    No entanto, no comportamento da ligao, somente o coeficiente para a madeira

    pode ser utilizado, considerando que a maior parte da deformao da conexo

    ocorrer na madeira.

    TAKAC [1996 ] estudou as vigas compostas madeira / concreto ligadas com

    conector tipo cavilha. Foram feitos testes com prottipos de dimenses reais com

    carregamento contnuo e de longa durao. Concluiu que ainda h muito a ser

    estudado a respeito das ligaes de vigas mistas madeira / concreto.

    Opina que a madeira um material apropriado para construes rpidas.

    YTTRUP [1996] apresentou trabalho comparando encaixes e conectores metlicos

    em vigas compostas. Realizou ensaios com madeira serrada e madeira laminada

    colada. Constatou que as vigas apresentam uma ao composta satisfatria,

    mesmo sem o uso de conectores. Defendeu os encaixes nas vigas feitos por

    entalhe na madeira, afirmando que propiciam economia e ao composta mais

    satisfatria do que pino ou stud.

    SOUZA [1997] realizou estudos experimentais sobre corpos de prova de

    conectores de cisalhamento para ligao madeira / concreto. Nos ensaios dos

    corpos de prova de cisalhamento foram quantificados escorregamento relativo,

    escorregamento residual e deformao nos conectores. Foram utilizados

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    conectores tipo pino metlico, cantoneira metlica e cavilha de seo retangular e

    circular.

    Entre estes conectores, o conector tipo pino ( prego e parafuso) apresentou como

    caracterstica principal a facilidade de colocao nas peas de madeira.

    MAGALHES [1997] apresentou estudos experimentais e numricos sobre vigas

    de seo T compostas de madeira / concreto.

    Determinou experimentalmente as caractersticas fsicas da madeira utilizada na

    composio das vigas, assim como realizou ensaios preliminares para anlise dos

    conectores de cisalhamento.

    Ensaiou prottipos de vigas compostas de mesma seo transversal submetidas a

    flexo e desenvolveu um modelo numrico, utilizando o Ansys verso 5, para

    comparar com os resultados experimentais.

    Concluiu que este tipo de estrutura apresenta um bom comportamento estrutural,

    tendo em vista que ocorre um aumento de rigidez da viga composta, na fase

    elstica de solicitao, de 40% em relao a viga de madeira isolada.

    Constatou tambm que os pinos metlicos utilizados na solidarizao das vigas

    compostas so prticos pela facilidade de execuo, porm representam o pontofrgil da estrutura.

    Props que os elementos utilizados na anlise numrica sejam revistos pois os

    resultados numricos encontrados no foram satisfatrios.

    OLIVEIRA [1999] apresentou estudo terico experimental sobre flexo em vigas T,

    compostas por madeira laminada colada e concreto, utilizando como elemento de

    ligao, conectores tipo chapa metlica com dentes estampados.

    Foram realizados ensaios de cizalhamento, para verificar a capacidade dedeslizamento e o mdulo de deslizamento.

    Concluiu que os conectores apresentaram um bom comportamento quanto

    absoro dos esforos atuantes na interface madeira / concreto e que no

    permitiram que houvesse separao longitudinal entre a viga de madeira e a mesa

    de concreto.

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    VALLE et al. [2000] apresentaram estudo para determinao de plastificao de

    parafusos para projeto de ligaes estruturais de madeira. Relataram que a Norma

    de Projeto de Estruturas de Madeira NBR 7190/97[1997] possui modelo de

    clculo baseado na tenso de escoamento enquanto o EUROCODE 5 [1993]

    estabelece critrios empregando o momento de plastificao do parafuso. Aps

    diversos ensaios concluram que o valor mdio de tenso de escoamento

    determinada coincide com a tenso de escoamento estimada a partir da dureza

    Vickers e que o critrio do EUROCODE 5 [1993] resultou em valores inferiores s

    tenses calculadas pelos ensaios.

    VALLE et al. [2000] apresentaram trabalho para determinao experimental daresistncia e da rigidez de embutimento da madeira com orientao das fibras

    varivel. Investigaram experimentalmente estes valores em ligaes parafusadas

    em peas de madeira laminada colada. Concluram que os resultados obtidos

    foram satisfatrios de acordo com a norma brasileira e que este critrio apresenta

    resultados superiores ao critrio do EUROCODE 5 [1993].

    RAJCIC E ZAGAR [2000] compararam resultados experimentais de dois tipos de

    conexes, descontnua e contnua, com resultados numricos, utilizando oprograma de Elementos Finitos COSMOS / M.

    Enfatizaram alguns detalhes importantes no modelo utilizado, tais como, a escolha

    apropriada dos elementos finitos para os diferentes tipos de materiais, a conexo

    entre a laje de concreto e a viga de madeira, de tal forma que trabalhem

    monoliticamente.

    No caso da conexo descontnua, com parafusos de aos, adotaram para a laje

    de concreto e a viga de madeira o elemento SOLID e para o parafuso o elemento

    de barra, PIPE.

    No caso da conexo contnua, com placas de ao, adotaram o mesmo elemento

    SOLID para a laje de concreto e a viga de madeira e, para a placa de ao,

    adotaram o elemento SHELL4.

    Obtiveram resultados muito prximos dos valores obtidos em laboratrios e

    concluram que, modelando a seo composta com critrio, o programa

    COSMOS/M recomendado para a determinao de tenses e deformaes.

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    SORIANO [2001] apresentou testes experimentais em diversas vigas compostas

    de madeira / concreto.

    De posse destes resultados comparou-os com resultados obtidos atravs de

    anlise numrica, utilizando o Programa SAP 2000.

    Na utilizao do programa SAP 2000 optou por utilizar elementos de casca,

    SHELL, para modelar a mesa de concreto, bem como a viga de madeira.

    Para modelar os conectores, pregos e parafusos, utilizou elementos de barra,

    FRAME.

    Os dados de entrada para os materiais que constituram os prottipos ensaiados

    foram aqueles obtidos atravs de ensaios de caracterizao.Concluiu que a utilizao de elementos SLIDOS, provavelmente traria resultados

    melhores que os que foram obtidos com os elementos SHELL.

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    Captulo 3

    Metodologia de Dimensionamento

    3.1. Generalidades

    O objetivo do captulo 3 desta Dissertao apresentar uma metodologiaanaltica de dimensionamento flexo, para sees T compostas madeira /

    concreto, conectadas com pinos metlicos.

    MAGALHES [1997] observa que as recomendaes para dimensionamento de

    vigas compostas submetidas flexo, fornecem ao projetista poucas informaes

    para se realizar um bom dimensionamento, e sugere como continuao dos

    estudos, a apresentao de uma metodologia de dimensionamento de vigas

    compostas madeira / concreto.Sabendo que hoje existem poucos trabalhos cientficos sobre o assunto,

    apresentar-se-, ento uma metodologia de dimensionamento de vigas

    compostas com seo T madeira / concreto.

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    3.2. Ligaes semi-rgidas

    CECOOTTI [1995] explica que o grau de rigidez de uma conexo de viga

    composta madeira / concreto pode ser classificado de acordo com os conectores

    utilizados.

    Elementos conectados com pregos, parafusos ou cavilhas so menos rgidos que

    elementos conectados com colas.

    Os primeiros definem as conexes semi rgidas e a cola, conexo rgida.

    Para se projetar sees com ligaes rgidas basta transformar a seo de

    concreto numa seo equivalente de madeira. Mas, para o projeto das ligaes

    semi-rgidas tem que se considerar o deslizamento entre as sees e a rigidez

    efetiva da ligao.

    O EUROCODE 5 [1993], no seu Anexo B, determina o mtodo de

    dimensionamento para sees compostas de madeira, ligadas por conectores. E

    no item 5.3.3.6 diz que o mtodo descrito no Anexo B pode ser aplicado para

    sees compostas de madeira com qualquer outro material.

    Sendo assim, as expresses definidas no Anexo B do EUROCODE 5 [1993]

    podem ser utilizadas para o dimensionamento de vigas compostas madeira /concreto , conectadas com conectores tipos pinos, portanto semi-rgidas.

    CECCOTTI [1995] prope para sees compostas madeira / concreto o seguinte:

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    Seo transversal

    Figura 3.1.

    As expresses so baseadas na teoria da elasticidade linear e

    assumindo o seguinte:

    a) As vigas so simplesmente apoiadas .

    b) A conexo da madeira com o concreto feito com a utilizao

    de conectores, tendo mdulo de deslizamento K.

    c) O espaamento s entre os conectores constante ou varia

    uniformemente , de acordo com a fora cortante, entre smine smax,

    com smax 4 smin.

    d) A carga est atuando na direo do eixo Z, proporcionando

    um momento M=M(x) variando senoidalmente ou

    parabolicamente, e uma fora cortante V =V (x).

    b2

    h1

    h2

    m,2 2

    h12

    a2

    Z

    a

    b1

    h2

    2

    m,,11

    Y

    a1

    h2

    2

    mx

    A1, I1, E1

    A2, I2, E2 h

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    Rigidez Efetiva

    ( EI)ef= E1I1+ E2I2 + 1E1A1a + 2E2A2a2

    2

    sendo :

    A1 = b1h1 e A2= b2h2

    Onde :

    (EIef) = rigidez efetiva.

    A1= rea da seo transversal da laje de concreto.

    A2= rea da seo transversal da viga de madeira .

    b1 = largura efetiva da laje de concreto.

    b2= largura da viga de madeira .

    h1= altura da laje de concreto.

    h2= altura da viga de madeira.

    I1 = momento de inrcia da laje de concreto.

    I2 = momento da inrcia da viga de madeira.

    1= efetividade da ligao.

    s = espaamento entre conectores

    K = mdulo de deslizamento da conexo.

    12e

    12

    3

    222

    3

    111

    hbhb==

    1e1 2

    1

    112

    2

    1 =

    +=

    AKs

    l

    +

    +

    =

    +=

    22

    21

    222111

    11122

    211

    hh

    AA

    Aaea

    hha

    (2

    2222

    2

    11112211 aaef +++=

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    30

    E1= valor nominal do mdulo de elasticidade do concreto.

    E2= mdulo de elasticidade mdio da madeira.

    a1= distncia entre o centro de gravidade da laje de concreto ao

    centro de gravidade da seo composta.

    a2= distncia entre o centro de gravidade da viga de madeira ao

    centro de gravidade da seo composta.

    l= vo da viga

    Tenses Normais

    Onde:

    1= tenso de compresso na laje de concreto.

    2= tenso de trao na viga de madeira

    m,1= tenso de flexo na laje de concreto.

    m,2= tenso de flexo na viga de madeira.

    M = momento fletor segundo o eixo X.

    ( ) ( )

    ( ) ( )efm

    ef

    m

    efef

    Mhe

    Mh

    Mae

    Ma

    =

    =

    =

    =

    22

    222,

    111,

    22221111

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    As tenses esto representadas na figura 3.2.

    Figura 3.2.

    Tenso de Cisalhamento

    Onde :

    2,mx= tenso mxima de cisalhamento na viga de madeira.

    h = altura do centro de gravidade da seo composta.

    V = esforo cortante no apoio da viga.

    Fluxo de Cisalhamento

    ( )ef

    Vh

    =

    2

    22

    max,2

    ef

    sVaF

    )(

    11111

    =

    m,1m,11

    1

    = +

    m,2 2 m,2

    max2

    2

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    Na definio da seo transversal , a largura da mesa de concreto a ser

    considerada dever ser a largura efetiva, definida como a largura efetiva da seo

    composta ao / concreto determinada no EUROCODE 4 [ 11 ] , ou seja.

    bef= 2be1, sendo be1 = l0 / 8 sendo :

    be1 [ b e b igual a metade da distncia entre as vigas ou a distncia da

    viga de extremidade ao final da laje.

    l0 a distncia entre os pontos de momento nulo.

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    33

    3.3. Efetividade da ligao

    O parmetro 1 que influi no clculo da rigidez efetiva ( EI )ef determina a

    efetividade da ligao. Se o seu valor for zero significa que no existe ligao

    entre os componentes da seo. E se seu valor for igual a 1 significa que a ligao

    rgida.

    Portanto para as ligaes semi-rgidas 1estar compreendido entre 0 e 1.

    O principal parmetro para a determinao da efetividade da ligao o mdulo

    de deslizamento da conexo.

    A rigidez da ligao que determina a distribuio das tenses na seotransversal da viga composta.

    Na determinao de 1 devemos considerar o espaamento igual a s se ele for

    constante. Se o espaamento no for constante devemos considerar um

    espaamento efetivo dado por.

    sef= 0,75smin+ 0,25smax

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    34

    3.4. Mdulo de Deslizamento das Conexes

    O mdulo de deslizamento pode ser obtido atravs de ensaios padronizados,

    como por exemplo o apresentado pela Norma ISO 6891 [1983] .

    Devese ressaltar que esta norma destinada a estruturas de madeira e no

    madeira / concreto, mas CECOTTI [ 1995 ] a utilizou para estruturas compostas.

    O mdulo de deslizamento definido como a razo entre a fora de cisalhamento

    no conector, F, e o deslizamento entre a madeira e concreto, u, isto :

    Como afirmaram GUTKOWISK e CHEN [1996] , muitos autores examinaram o

    deslizamento relativo entre elementos conectados e derivaram mtodos de ensaio

    para medirem o mdulo de deslizamento, bem como expresses empricas para

    sua determinao.O mdulo de deslizamento a inclinao da curva carga x deslizamento para um

    ensaio de cisalhamento.

    Eles compararam a influncia do tipo de prego e da resistncia do concreto em

    relao ao mdulo de deslizamento, verificando que a resistncia do concreto

    possui grande influncia no mdulo de deslizamento, e que o tipo de prego possui

    grande influncia em relao carga ltima. Assim , quando o deslizamento

    inicia, a maior deformao ocorre na regio de interao entre concreto, madeira e

    pregos, mas a falha no prego.

    A NBR 7190/97 [1997] no seu anexo C determina como se deve calcular a

    resistncia da ligao, atravs de ensaios de ligaes com pinos ou cavilhas.

    A Norma Brasileira de Estruturas de Madeira bastante precisa com relao s

    dimenses dos corpos de prova, procedimentos de carregamento, instrumentao

    u

    F=

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    e medio. Porm , nada se sabe sobre sua utilizao para estruturas madeira /

    concreto.

    CAPRETTI e CECOTTI [1996] chamam a ateno para um ponto apresentado na

    bibliografia pertinente, que consiste na pequena variao da rigidez efetiva ( EI)ef

    para grandes alteraes no mdulo de deslizamento K , o que pode justificar no

    haver um grande rigor na determinao experimental deste parmetro.

    O EUROCODE 5 [1993] apresenta expresses empricas para estimar os valores

    do mdulo de deslizamento de servio:

    Parafusos e pregos com pr-furaoKser = k

    1,5 d / 20 N/mm

    Pregos sem pr-furao

    Kser = k1,5d0,8/ 25 N/mm

    Sendo :

    k= valor caracterstico da densidade da madeira, em Kgf/m3

    d = dimetro do prego, em mm

    Para os casos em que os materiais conectados possuam

    densidades diferentes, deve-se considerar uma densidade

    equivalente dada por:

    k = valor caracterstico da densidade equivalente, em Kgf/m3

    k,1= valor caracterstico da densidade da madeira 1, em Kgf/m3

    k,2= valor caracterstico da densidade da madeira 2, em Kgf/m3

    2,1, kkk =

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    36

    ALVIM et al. [2000] utilizaram esta ltima expresso para calcular o mdulo de

    deslizamento para seo composta madeira / concreto.

    O EUROCODE 4 [1992] define que para conexes entre ao e concreto o mdulo

    de deslizamento pode ser determinado atravs de :

    Kser= 0,125 d EaN/mm

    Sendo :

    Ea= mdulo de elasticidade do ao

    d = dimetro do conector

    CECCOTTI [1995] utilizou esta expresso para calcular o mdulo de deslizamento

    para seo composta madeira / concreto, substituindo o mdulo de elasticidade do

    ao, pelo mdulo de elasticidade mdio da madeira.

    Em ambos os casos anteriores pode-se estimar Ku ( estado limite ltimo ) atravs

    de :

    Ku= 2/3 Kser

    Fica claro, ento, que para anlise de vigas mistas madeira / concreto devem serefetuados ensaios de ligaes para a determinao do mdulo de deslizamento da

    conexo, mas que na ausncia do ensaio, as expresses empricas podem ser

    utilizadas.

    A seguir, ser apresentado o critrio de dimensionamento para estruturas mistas

    madeira / concreto, proposto por CECCOTTI [1995].

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    37

    3.5. Tenses Normais

    O diagrama de tenses normais na seo da viga composta, mostrado na figura

    3.1. pode ser decomposto da seguinte forma.

    Figura 3.3.

    Nas expresses seguintes o ndice 1 representa tenses atuantes no elemento 1

    ( mesa) e o ndice 2 representa as tenses atuantes no elemento 2 ( alma).

    Pode-se ento concluir que, a tenso mxima de compresso na mesa de

    concreto, na parte superior ser dada por :

    ,1,1 mc +=

    m,1m,11

    1

    = +

    m,2 2 m,2

    max2

    2

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    38

    e que na parte inferior tem-se tenso de compresso ou trao dependendo do

    resultado da soma algbrica de 1com m,1, isto :

    As tenses de clculo c,de t,ddevero ser comparadas com as resistncias de

    clculo compresso e trao do concreto isto :

    Onde :

    c,d= tenso de compresso de clculo na laje de concreto.

    t,d= tenso de trao de clculo na laje de concreto

    fc,d= resistncia de clculo compresso do concreto.

    fctmd = resistncia de clculo trao do concreto.

    Com relao a madeira a verificao a ser feita a seguinte:

    Onde :

    2,d= tenso da trao de clculo na viga de madeira.

    m,2,d= tenso de flexo de clculo na viga de madeira.

    ft,o,d= resistncia de clculo trao da madeira

    fm,d = resistncia de clculo a flexo da madeira

    1,

    ,2,

    ,,

    ,2 +dm

    dm

    dot

    d

    ff

    1,11,1

    1,11,1

    se

    se

    mmt

    mmc

    +=

    ctmddtcddc ff ,, e

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    39

    3.6. Tenso de Cisalhamento na Madeira

    A tenso mxima de cisalhamento de clculo na madeira dever ser comparada

    com a resistncia ao cisalhamento :

    tocisalhamenaoclculodearesistnci

    clculodetocisalhamendemximatenso

    :sendo

    ,

    max,2

    ,max,2

    =

    =

    dv

    d

    dvd

    f

    f

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    40

    ef

    sVaF

    )(

    11111

    =

    3.7. Fora nos conectores

    Para o clculo da fora nos conectores, deve-se verificar se o

    espaamento entre eles constante ou no.

    Se o espaamento for constante, o valor que aparece na expresso de F1 ser o

    valor s.

    No entanto, se o espaamento no for constante, deve-se adotar o espaamento

    mnimo , smin, no clculo de F1.

    Na conexo a falha pode ocorrer em um dos trs pontos seguintes:

    Concreto

    Onde :

    d = dimetro do conector

    fck= resistncia caracterstica do concreto

    c= coeficiente de minorao da resistncia do concreto

    Ecm= valor nominal do mdulo de elasticidade do concreto

    c

    cmckd

    EfdR

    223,0=

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    41

    Conector

    Onde :

    fu = resistncia trao do ao

    s= coeficiente de minorao da resistncia do ao

    Madeira

    Onde :

    Myd= momento de clculo de flexo do conector

    fh,2,d = resistncia de clculo de embutimento da madeira.

    O EUROCODE 5 [1993] recomenda para ligaes pregadas o seguinte :

    My,k= 180 d2,6N.mm

    fh,o,k= 0,082kd-0,3 N/mm2( sem pr furao )

    fh,o,k= 0,082 (1 0,01d) kN/mm2 ( com pr furao )

    sendo :

    My,k= momento caracterstico de flexo do conector

    fh,o,k= resistncia caracterstica ao embutimento da madeira

    s

    dufd

    R

    4

    28,0=

    dfMR dhydd ,2,25,1=

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    42

    Para ligaes com pinos sem rosca o EUROCODE 5 [1993] recomenda :

    My,k= 0,8 fuk N.mm

    fh,o,k = 0,082 N/mm2

    sendo:

    fuk= resistncia caracterstica trao do conector

    O valor de F1,d, fora de clculo no conector, dever ser menor do que os trs

    valores descritos anteriormente, ou seja :

    F1,d [Rd

    6

    3d

    kd )01,01(

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    43

    3.8. Fluncia nas ligaes madeira / concreto

    Em geral a determinao do comportamento mecnico das estruturas feito por

    meio de ensaios de curta durao. Nestes ensaios no so considerados os

    efeitos decorrentes do tempo de durao do carregamento na estrutura, que so

    muito importantes na considerao das condies de servio. Para isto,

    necessrio a aplicao de carregamentos de longa durao.

    Estes ensaios so conhecidos como ensaios de deformao lenta ou ensaios de

    fluncia.

    O EUROCODE 5 [1993] e a NBR 7190/97 [1997] classificam a durao das aes

    em cinco categorias conforme a figura 3.4.

    Classes de CarregamentoOrdem de grandeza da durao

    acumulada da ao caracterstica

    Permanente

    Longa Durao

    Mdia Durao

    Curta Durao

    Durao instantnea

    Vida til da construo

    Mais de 6 meses

    1 semana a 6 meses

    Menos de 1 semana

    Muito curta

    Tabela 3.1.

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    44

    Os efeitos estruturais nas madeiras causados pela durao do carregamento

    dependem da umidade inicial da madeira e das condies ambientais.

    Os valores de resistncia estabelecidos pelas Normas devem ser modificados por

    meio de coeficientes de modificao Kmod, determinados em funo do tempo de

    carregamento e da classe de umidade ambiente.

    Alm disso, deve-se considerar o aumento de deformao com o tempo devido

    combinao dos efeitos de fluncia e umidade. O coeficiente que define este

    aumento de deformao, kdef, definido pelo EUROCODE 5 [1993] para madeiras

    macias como :

    Durao do Carregamento Umidade [12% Umidade [20%

    Permanente

    Longa Durao

    Mdia Durao

    Curta Durao

    0,60

    0,50

    0,25

    0,00

    0,80

    0,50

    0,25

    0,00

    Tabela 3.2.

    Estes fenmenos de fluncia tambm ocorrem no concreto. Modelos que levam

    em considerao a deformao lenta no concreto esto presentes nas normas

    pertinentes ao material.

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    45

    Portanto nas ligaes madeira / concreto o fenmeno da fluncia deve ser

    considerado.

    Na determinao, tanto das tenses quanto dos deslocamentos verticais, verifica-

    se os valores para as condies iniciais e para o estgio final, isto , quando toda

    a fluncia no concreto e na madeira tiver ocorrido.

    Para simular este fenmeno na seo composta, o mdulo de elasticidade da

    madeira e o mdulo de deformao longitudinal do concreto so reduzidos de

    acordo com o que prope CECCOTTI [1995] :

    Onde :

    E1, fluncia = mdulo de elasticidade do concreto considerando-se a fluncia.

    E2, fluncia= mdulo de elasticidade da madeira considerando-se a fluncia

    E1 = valor nominal do mdulo de elasticidade do concreto.

    E2= mdulo de elasticidade mdio da madeira.

    % g = porcentagem do carregamento permanente com relao ao total.

    % q = porcentagem do carregamento varivel com relao ao total.

    :,to= coeficiente de fluncia do concreto para carga permanente.

    t,to= coeficiente de fluncia do concreto para carga varivel.

    kdef, g = coeficiente de fluncia da madeira para carga permanente.

    kdef,q= coeficiente de fluncia da madeira para carga varivel

    ++

    +=

    ++

    +=

    qdefgdef

    fluncia

    totto

    fluncia

    k

    q

    k

    g

    qg

    ,,

    2,2

    ,,

    1,1

    1

    %

    1

    %

    1

    %

    1

    %

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    46

    Como o coeficiente de fluncia do concreto maior do que o da madeira, em

    geral, as tenses migram do concreto para a madeira com o passar do tempo.

    Por isto as tenses na seo composta devem ser verificadas no estgio inicial e

    final.

    J os conectores devem ser verificados somente para o estgio inicial de

    carregamento, sem fluncia, pois o fluxo de cisalhamento na interface madeira /

    concreto diminuir com o tempo.

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    47

    Cap tulo 4

    Anlise de Dados Experimentais Existentes

    4.1. Generalidades

    A metodologia mostrada no Captulo 3 ser aplicada em trs vigas compostas j

    analisadas experimentalmente por trs autores diferentes, a saber:

    Viga V1 : Uma das vigas ( V03) analisadas por ARANTES [1993] em

    sua dissertao de Mestrado.

    Viga V2 : Uma das vigas (Prottipo 2) analisadas por MAGALHES

    [1997] em sua dissertao de Mestrado.

    Viga V3 : Viga citada por TACITANO [2000] em sua dissertao de

    Mestrado.

    4.2. Viga V1

    A metodologia apresentada no captulo 3, proposta por CECCOTTI [1995]refere-se a dimensionamento de vigas compostas madeira / concreto, mas

    baseada no Anexo B do EUROCODE 5 [1993] que trata das estruturas de

    madeira. Em funo desse fato, com o objetivo de verificar a proposta de

    dimensionamento apresentada, foi escolhida a viga V03 do trabalho experimental

    desenvolvido por ARANTES [1993].

    Essa viga, executada com alma de madeira e mesa tambm de madeira,

    apresenta valores de mdulos de elasticidade bem diferentes entre a pea daalma e a pea da mesa, podendo ento serem tratados como materiais diferentes

    A viga V03 foi composta com madeira da famlia Angelim ( Vataireopsis) , tanto na

    alma como na mesa.

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    48

    A seo transversal da viga esta apresentada na figura 4.1. :

    Figura 4.1.

    Sendo :

    b1= 139,2 mm

    h1= 30,1 mm

    b2= 60,2 mm

    h2= 139,5 mm

    b1

    b2

    h1

    h2

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    49

    Para a ligao da alma com a mesa foi utilizado prego de fabricao da

    Siderrgica Mendes Jnior ( 21 x 42) com dimetro de aproximadamente 5 mm e

    comprimento de 95mm.

    O espaamento adotado entre os pregos foi de 50mm, constante ao longo da viga,

    e eles foram pregados utilizando-se pr-furao.

    O mdulo de deslizamento obtido experimentalmente foi K = 3463N / mm.

    Os mdulos de elasticidade obtidos para a mesa e a alma foram respectivamente:

    E1= 14160 N / mm2e

    E2= 7270 N/ mm2

    O modelo estrutural da viga testada em laboratrio est apresentado nafigura 4.2.:

    F igura 4.2.

    Sendo :

    L = 4300mm

    a = 500mm

    a a

    P P

    L

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    50

    Os extensmetros foram distribudos na seo do meio do vo da viga, conforme

    mostrado na figura 4.3.

    Figura 4.3.

    Observando-se os grficos (x ) obtidos por ARANTES [1993], pode-se concluir

    que, os resultados de deslocamentos verticais e deformaes para a carga de

    10076N, encontram-se no limite da lei de Hooke, portanto = E..

    O deslocamento vertical, no meio do vo da viga para essa carga foi de

    f = 50,30mm.

    As deformaes e tenses , para a carga em questo, esto apresentadas na

    tabela 4.1.

    Deformaes Tenses ( N / mm2)

    1= -1361 x 10-6

    1= - 19,272

    2 = - 656 x 10-6

    2= - 9,290

    3= - 800 x 10-6

    3= - 5,816

    4= - 252 x 10-6

    4= - 1,832

    5= + 2211 x 10-6

    5= + 16,074

    Tabela 4.1 .

    5

    4

    2 3

    1

    y

    y = 98,0 mm

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    51

    4.2. Viga V2

    O prottipo 2 foi composto com laje de concreto e a alma de madeira Paraju

    ( Vantanea paniculata)

    A seo transversal da viga est apresentada na figura 4.4.:

    Figura 4.4.

    Sendo :

    b1= 550mm

    h1= 50mm

    b2= 150mm

    h2= 150mm

    Para a ligao da alma de madeira com a laje de concreto foram utilizados pregos

    com dimenses de 3,6 x 52,7 .

    O espaamento adotado entre os pregos foi de 150mm, constante ao longo da

    viga, sem a utilizao da pr-furao.

    b1

    b2

    h1

    h2

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    52

    No trabalho de MAGALHES [1997] no est especificado o mdulo de

    deslizamento da conexo , mas citado no trabalho desenvolvido por SOUZA

    [1997].

    Analisando o ensaio com o prego (PINO1), pode-se estimar o mdulo de

    deslizamento, que apresentou valor de K = 3125 N / mm.

    O mdulo de elasticidade do concreto obtido foi E1= 28746 N / mm2 e o mdulo

    de elasticidade da madeira obtido foi E2= 21660 N / mm2

    O modelo estrutural do prottipo 2, testado em laboratrio est apresentando na

    figura 4.5. :

    Figura 4.5.

    Sendo :

    L = 3200mm

    a = 375mm

    aa

    L

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    53

    A distribuio dos extensmetros, na seo do meio do vo da viga, foi realizada

    conforme a figura 4.6..

    Figura 4.6.

    Analisando-se os grficos (x ) obtidos por MAGALHES [1997], pode-se

    afirmar que os deslocamentos verticais e deformaes devido a carga de 9316 N

    encontram-se no limite da Lei de Hooke, portanto = E. .

    O deslocamento vertical, do meio do vo da viga, para essa carga foi de

    f = 4,65mm.

    As deformaes e tenses, para a carga em questo, esto apresentadas na

    tabela 4.2..

    7

    6

    5

    4

    3

    2

    505050

    50

    50

    50

    25

    25

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    54

    Deformaes Tenses ( N / mm2)

    1= + 173 x 10-6

    1= + 3,747

    2

    = +147 x 10-6 2

    = + 3,184

    3= + 80,7 x 106

    3= + 1,748

    4= - 61,7 x 10-6

    4= - 1,336

    5= + 12,5 x 10-6

    5= + 0,359

    6= - 19,1 x 10-6

    6= - 0,549

    7= - 69 x 10-6

    7= - 1,983

    Tabela 4.2.

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    55

    4.3. Viga V3

    A viga analisada por TACITANO [2000] em sua dissertao foi composta com laje

    de concreto e alma de madeira Peroba Rosa ( Aspidosperma peroba).

    A seo transversal da viga est apresentada na figura 4.7. :

    Figura 4.7.

    Sendo :

    b1= 300mm

    h1= 40mm

    b2= 60mm

    h2= 160mm

    Para a ligao da alma de madeira com a laje de concreto foram utilizados pregos

    da Gerdau ( 24 x 60 ) com dimenses de 6,58 x 126,5.

    O espaamento adotado entre os pregos foi de 60mm, constante ao longo da viga.

    O mdulo de deslizamento obtido experimentalmente foi K = 13000 N / mm.

    O mdulo de elasticidade do concreto obtido foi E1= 35419 N / mm2e o mdulo

    de elasticidade da madeira foi E2= 11970 N / mm2.

    b1

    b2

    h1

    h2

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    56

    O modelo estrutural da viga testada em laboratrio est apresentado na figura

    4.8. :

    Figura 4.8.

    Sendo :

    L = 2000mm

    a = 333,5mm

    A distribuio dos extensmetros, na seo do meio do vo da viga, foi realizada

    conforme a figura 4.9. :

    Figura 4.9.

    A1

    A2

    M8

    23

    22

    20

    20

    115

    a a

    L

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    Para uma carga de 30000N, os deslocamentos e deformaes encontram-se no

    limite da Lei de Hooke, portanto = E..

    O deslocamento vertical no meio do vo da viga, para essa carga foi de

    f = 8,15mm.

    As tenses normais esto representadas na tabela 4.3. :

    Extensmetro Tenses ( N/mm2)

    A1 = + 21,067

    A2 = - 1,436

    M8 = - 5,667

    Tabela 4.3.

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    58

    Captulo 5

    Clculos Analticos

    5.1. Generalidades

    Neste captulo as tenses e deformaes das Vigas V1, V2 e V3 sero

    determinadas analiticamente, para posterior comparao com os resultados

    obtidos experimentalmente, apresentados no captulo 4.

    5.2. Expresses para clculos

    A seguir esto apresentadas as principais informaes sobre as vigas a serem

    analisadas.

    Modelo Estrutural

    Figura 5.1.

    Diagrama de momentos fletores :

    aL

    2

    P

    L

    aL

    2

    aa

    P

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    59

    Figura 5.2.

    Flecha no meio de vo :

    Mdulo de Deslizamento :

    a) Valor obtido experimentalmente em cada caso ( Kser)1

    b)

    c)

    5.3. Resultados da Viga V1

    aL

    P2

    aL

    P2

    ( )

    +

    =

    6424

    323 aLaLPf

    ef

    ( ) )furao-prsem(,25

    8,05,1

    3

    d

    K kser =

    ( ) )furao-prcom(,20

    5,1

    3

    dK kser =

    2,1,sendo kkk =

    22 125,0)( dEKser =

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    60

    A1 = 4190mm2 A2= 8398mm

    2

    I1= 0,316 x 106mm4 I2= 13,619 x 10

    6mm4

    E1= 14160 N/mm2 E2= 7270N/mm

    2

    M = 8,313 x 106Nmm

    ( Kser)1 ( Kser)2 ( Kser)3

    Kser ( N/mm) 3463 4544 4570

    1 - 0,686 0,742 0,743

    ( EI) ef ( N/mm2) 0,278 x 1012 0,287 x 1012 0,288 x 1012

    c1 (N/mm2) -21,088 -21,162 -21,136

    t1 (N/mm2) -8,364 -8,806 - 8,816

    c2 (N/mm2) -7,787 -7,228 - 7,186

    t2 (N/mm2) +22,487 +22,170 + 22,132

    f (mm) 55,44 53,843 53,614

    Tabela 5.1.

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    5.4. Resultados da Viga V2.

    A1 = 27500mm2 A2= 22500mm

    2

    I1= 5,729 x 106mm4 I2= 42,188 x 10

    6mm4

    E1= 28746 N/mm2 E2= 21660N/mm

    2

    M = 5,706 x 106Nmm

    ( Kser)1 ( Kser)2 ( Kser)3

    Kser ( N/mm) 3125 9747 7547

    1 - 2,662 x 10-2 7,858 x 10-2 6,194 x 10-2

    ( EI) ef (N/mm2) 1,280 x 1012 1,573 x 1012 1,523 x 1012

    c1 ( N/mm2) -3,531 -3,334 -3,299

    t1 ( N/mm2) +2,877 +1,880 +2,086

    c2 ( N/mm2) -6,842 -5,004 -5,346

    t2 ( N/mm2) +7,641 +6,781 +6,827

    f (mm) 4,591 3,736 3,859

    Tabela 5.2.

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    5.5. Resultados da viga V3

    A1 = 12000mm2 A2= 9600mm

    2

    I1= 1,600 x 106mm4 I2= 20,480 x 10

    6mm4

    E1= 35419 N/mm2 E2= 11970N/mm

    2

    M = 9,998 x 10

    6

    Nmm

    ( Kser)1 ( Kser)2 ( Kser)3

    Kser ( N/mm) 13000 9845 9226

    1 - 0,171 0,135 0,128

    ( EI) ef (N/mm2) 0,747 x 1012 0,685 x 1012 0,671 x 1012

    c1 (N /mm2) -14,443 -14,991 - 15,140

    t1 ( N/mm2) +4,518 +5,688 + 5,970

    c2 ( N/mm2) -6,605 -8,150 - 8,537

    t2 ( N/mm2) +19,029 +19,804 + 19,999

    f (mm) 5,701 6,217 6,347

    Tabela 5.3.

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    Cap tulo 6

    Anlise Numrica

    6.1. Generalidades

    Neste captulo sero apresentados os critrios de modelagem e os resultados

    via Mtodos dos Elementos Finitos, atravs do programa SAP 2000.

    Foram modeladas as vigas V1, V2 e V3 j discutidas anteriormente. Os

    resultados sero, posteriormente, comparados com os resultados obtidos

    experimentalmente e os obtidos analiticamente.

    6.2. Modelagem Atravs do Mtodo dos Elementos Finitos

    A Engenharia Civil teve ganhos enormes com o advento dos computadores, j

    que trouxe a possibilidade de resolver de maneira confivel sistemas com

    elevado nmero de equaes. Nos dias atuais, a capacidade dos

    computadores permite a realizao de anlise de diversos modelos estruturais,

    por programas desenvolvidos em diferentes universidades e empresas. Para

    este estudo, ser feita uma anlise numrica atravs do Mtodo dos Elementos

    Finitos pelo programa SAP 2000 da empresa CSI de Berkeley, EUA,

    comercializado no Brasil e com nmero razovel de usurios.

    Vrios modelos podero ser contemplados. Parece ser uma boa aproximao a

    discretizao da mesa e da alma utilizando-se elementos SHELL retangulares

    de 4 ns e os pregos serem discretizados atravs do elemento FRAME .

    Os elementos SHELL funcionam como cascas, podendo distinguir os

    comportamentos de placa ou de membrana. O elemento FRAME prprio para

    estruturas formadas por barras.

    As malhas de elementos para as mesas foram definidas no plano horizontal

    situadas meia espessura real da pea. No caso das almas, elas foram

    modeladas por uma malha no plano vertical, cuja espessura corresponde da

  • 7/22/2019 Dimensionamento Flex o de Vigas Mistas... l Cio Fl Vio n. Moreira

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    pea de madeira. A espessura do elemento finito gera um elemento de volume,

    importante para se considerar a rigidez da seo transversal.

    Figura 6.1.

    Os pregos foram representados por elementos de barra com os respectivos

    dimetros, e com os comprimentos iguais a meia espessura da mesa.

    Cada barra est vinculada a um n na malha que modela a mesa e a outro n

    na face superior da malha que modela a alma. Como uma das hipteses

    bsicas assumidas para a estrutura mista que os pontos de qualquer seo

    transversal tenham o mesmo deslocamento vertical, os dois ns, de cada uma

    das barras, so restringidos utilizando o comando constraints

    Figura 6.2.

    Representaodo conector

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    Os dados de entrada para os materiais que constituram os prottipos

    modelados foram aqueles vistos no captulo 4, exceto o material do conector.

    Para simular o deslizamento existente entre a alma e a mesa, considerou-se

    que o elemento de ligao est rotulado na mesa e engastado na alma e com

    isto tem um coeficiente de rigidez dado por :

    Sendo :

    K = mdulo de deslizamento da conexo determinado

    experimentalmente

    =comprimento do elemento de barraI= momento de inrcia da seo transversal do prego.

    E = mdulo de elasticidade longitudinal do elemento de ligao

    Atravs do mdulo de deslizamento de cada conexo chegou-se ao mdulo de

    elasticidade equivalente para cada elemento de ligao.

    O primeiro n situado na parte inferior da alma foi restringido verticalmente e

    horizontalmente para formar o apoio articulado fixo e o ltimo n foi restringidoverticalmente para simular o apoio mvel, atravs do comando restrainst.

    O carregamento externo foi aplicado aos ns da mesa equidistantes do meio

    do vo das vigas, conforme visto no captulo 4, atravs de cargas concentradas

    com valores iguais metade da carga do cilindro hidrulico.

    Como resultado, o programa SAP 2000, fornece para :

    N da estrutura: trs deslocamentos de translao e trs rotaes

    ( figura 6.3.)

    Apoios: todas as reaes;

    Barras: diagramas de esforos axiais e transversais;

    Elemento de casca: foras e tenses tangenciais e normais

    ( figura 6.4.)

    3

    3

    =K

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    Figura 6 .3

    Deforma e s

    Figura 6 .4Tens es

    Os resultados apresentados a seguir foram retirados da seo no meio do vodas vigas.

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    6.3. Resultados Numricos para a Viga V1

    Kser

    ( N / mm ) 3463

    2P

    ( N) 10076

    c1

    ( N / mm

    2

    ) - 21,697t1

    ( N / mm2) - 10,161

    c2

    ( N / mm2) - 6,540

    t2

    ( N / mm2) + 22,455

    f

    ( mm) 51,958

    Tabela 6.1.

    6.4. Resultados Numricos para a viga V2

    Kser

    ( N / mm ) 3125

    2P

    ( N) 9316

    c1

    ( N / mm2) - 4,822

    t1

    ( N / mm2) + 2,445

    c2

    ( N / mm2) - 7,000

    t2

    ( N / mm2) + 9,798

    f

    ( mm) 5,105

    Tabela 6.2.

    6.5. Resultados Numricos para a viga V3

    Kser

    ( N / mm ) 13000

    2P

    ( N) 30000

    c1

    ( N / mm

    2

    ) - 13, 361t1

    ( N / mm2) + 0,879

    c2

    ( N / mm2) - 2, 242

    t2

    ( N / mm2) + 17,719

    f

    ( mm) 4,610

    Tabela 6.3.

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    Captulo 7

    Comparao de Resultados

    7.1. Generalidades

    Neste captulo sero comparados os resultados obtidos experimentalmente

    com os resultados analticos e os resultados numricos. Optou-se por

    apresentar os resultados obtidos com a carga indicada, uma vez que o

    comportamento das vigas para outras cargas apresentou a mesma tendncia

    da carga escolhida.

    7.2. Comparao de resultados para a Viga 1 ( P=10076N)

    Experimental Analtico Numrico

    f = 50,30mm f = 55,44mm f = 51,958 mmKser= 3463 N/mm Kser= 3463N/mm

    Figura 7.1. Diagrama de Tenses

    22,455

    10,1616,540

    21,697

    22,487

    8,3647,787

    21,088

    16,074

    5,8169,290

    19,272

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    7.3. Comparao de resultados para Viga 2 (P=9316N)

    Experimental Analtico Numrico

    f = 4,65mm f = 4,591mm f = 5,105 mmKser= 3125 N/mm Kser= 3125N/mm

    Figura 7.2. Diagrama de Tenses

    4,832

    1,748

    0,359

    1,336

    4,420

    1,983

    7,641

    2,813

    2,014

    2,877

    6,842

    3,531

    9,798

    4,199

    2,445

    1,401

    7,000

    4,822

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    7.4. Comparao de resultados para Viga 3 (P = 30000N)

    Experimental Analtico Numrico

    f = 8,15 mm f = 5,701 mm f = 4,610 mmKser= 13000 N/mm Kser= 13000 N/mm

    Figura 7.3. Diagrama de Tenses

    6,241

    0,503

    17,719

    14,85

    2,2420,879

    13.361

    19,029

    15,652

    3,080

    6,6054,518

    4,963

    14,443

    21,067

    1,436

    5,667

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    7.5. Observaes

    A flecha no meio do vo da viga V1 testada experimentalmente foi de

    50,30mm, o que indica que o mdulo de deslizamento da conexo maior

    do que o obtido experimentalmente, e que os obtidos atravs das

    expresses empricas.

    A flecha no meio do vo da viga V2 testada experimentalmente foi de

    4,65mm, o que indica que o mdulo de deslizamento da conexo menordo que o obtido experimentalmente, e que os obtidos atravs das

    expresses empricas.

    A flecha no meio do vo da viga V3 testada experimentalmente foi de

    8,15mm, o que indica que o mdulo de deslizamento da conexo menor

    do que o obtido experimentalmente e os obtidos atravs das expresses

    empricas.

    .

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    Captulo 8

    Concluses

    8.1. Generalidades

    Os objetivos principais deste estudo foram : apresentar um modelo analtico de

    dimensionamento flexo de vigas mistas madeira / concreto solidarizadas

    com pinos metlicos e um modelo numrico para determinao de tenses e

    deformaes destas vigas utilizando o programa SAP 2000.

    De acordo com os resultados apresentados no captulo 7, na reviso

    bibliogrfica e nas aproximaes alcanadas, esto resumidas, a seguir, as

    concluses finais deste trabalho:

    1. A reviso da bibliografia existente sobre vigas mistas madeira / concreto

    mostra o quanto importante o desenvolvimento de novas pesquisas sobreesse tipo estrutural;

    2. As expresses analticas apresentadas por CECCOTTI (1995), derivadas

    das expresses do EUROCODE 5 (1993), que trata somente de vigas

    compostas madeira / madeira, apresentam resultados que comprovam sua

    validade para as estruturas mistas madeira / concreto;

    3. A utilizao do modelamento numrico com o SAP2000, foi possvel

    quando o mdulo de elasticidade do conector ( dado de entrada para o

    programa), foi obtido atravs de ensaios de corpos de prova das ligaes,

    conforme apresentado no item 6.2.;

    A utilizao dos mdulos de elasticidade do material utilizado como

    conector, leva a resultados muito diferentes dos reais;

    4. Os resultados analticos e numricos da Viga V1 so os que mais se

    aproximam da viga testada experimentalmente. Esta viga composta

    madeira / madeira para qual a determinao do mdulo de deslizamento da

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    conexo est normalizado, o que no ocorre com a viga composta

    madeira / concreto .

    5. A conexo utilizada na Viga V2 apresenta uma efetividade 1muito baixa,

    conforme verifica-se na tabela 5.2.

    Os resultados analticos e numricos do deslocamento vertical esto muito

    prximos do resultado obtido experimentalmente.

    Com relao s tenses h uma pequena divergncia entre os resultados.

    6. Os resultados analticos e numricos da Viga V3 diferem dos resultados da

    viga testada experimentalmente, o que pode confirmar que a determinao

    experimental do mdulo de deslizamento da viga V3 no foi realizada

    corretamente, como observa TACITANO [2000] em sua dissertao.

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    Captulo 9

    Sugestes para Continuao dos Estudos

    Entre os temas importantes para continuao desse estudo destacam-se os

    seguintes:

    1. Normatizar o ensaio para obteno do mdulo de deslizamento da conexo;

    2. Verificar, experimentalmente, outros tipos de conexo em viga T de madeira

    / concreto;

    3. Modelar as peas ensaiadas utilizando-se outros programas de anlise

    estrutural, principalmente os que levem em considerao o regime plstico

    da estrutura.

    4. Verificar o comportamento dessas estruturas quando submetidas a

    carregamento de longa durao.