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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “ A VEZ DO MESTRE” DISCIPLINA – UM ATO A APRENDER MÔNICA RODRIGUES DE SANT`ANNA Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialização em Psicopedagogia Rio de Janeiro Agosto – 2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “ A VEZ DO MESTRE”

DISCIPLINA – UM ATO A APRENDER

MÔNICA RODRIGUES DE SANT`ANNA

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialização em Psicopedagogia

Rio de Janeiro Agosto – 2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “ A VEZ DO MESTRE”

DISCIPLINA – UM ATO A APRENDER

MÔNICA RODRIGUES DE SANT`ANNA

ORIENTADOR: Prof. Mestre Robson Materko

Rio de Janeiro Agosto - 2001

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“Ser feliz! Se tudo na vida é relativo, relativa também é a idéia que cada um faz da felicidade. Para uns, felicidade é dinheiro no bolso, cerveja na geladeira, roupa nova no armário. Para outros a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples fato de se achar importante, ainda que na verdade as coisas não sejam bem assim. Para outros tantos, ser feliz é conhecer o mundo, ter um conhecimento profundo das coisas da terra e do ar. Mas para mim, ser feliz é diferente. Ser feliz é ser gente, é ter vida, que como dizia o poeta: "é bonita, é bonita, é bonita...". Felicidade é a família reunida, é viver sem chegada, sem partida, é sonhar, é chorar, é sorrir. Felicidade é viver cercado de amor, é plantar amizade, é o calor do abraço daquele amigo, que mesmo distante, lembrou de dizer "alô". Ser feliz, é acordar às cinco da manhã, depois de ter ido dormir às três da madrugada, com sono e para lá de cansado, só para dar uma pontinha da cama, para o filho dormir. Ser feliz é ver todo dia um sorriso de criança, é música, é a dança, é a paz, é o prazer de descobrir a cada dia que a vida se inicia, novamente, a cada amanhecer. Ser feliz é curtir o sol radiante, o frio aconchegante, a chuvinha ou o temporal. Ser feliz é enxergar o outro e sabe lá quantos outros, que cruzam nossa estrada. Ser feliz é fazer da vida, uma grande aventura, a maior loucura, um enorme prazer. Ser feliz é ser amigo, mas antes de tudo é ter amigos, maravilhosos, exatamente assim, como vocês.”

(Autor desconhecido)

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“ A maior homenagem que podemos prestar à verdade é usá-la” . ( Ralph W. Emerson) “ Um Propósito elevado leva a grandes realizações”. (Somerset Maygham) “ Crianças! O investimento de hoje e o dividendo do amanhã”. ( Eleonor L. Doan)

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DEDICATÓRIA À Edgard Cesar, meu muito obrigado, pelo companheirismo e por ter me proporcionado o retorno aos estudos, nesse período tão representativo da minha vida. Ao meu filho Vinícius, que através de suas dificuldades, me fez buscar novas alternativas e soluções para enfrentarmos juntos essa difícil arte do aprender. À Thatiane, minha adolescente, que através dos atos de incentivo e orgulho não me deixarão nunca desistir de minha caminhada. Á minha mãe Anna, agradeço-a eternamente pelos sua compreensão, que me ajudarão a alcançar o fim dessa jornada. Aos meus mestres e orientadores, que com profissionalismo me proporcionaram conhecimento e abertura de novos horizontes. Às crianças da APAE que iluminaram o meu saber.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 09 1- HISTÓRICO DA RELAÇÃO PAIS x FILHO x EDUCAÇÃO ........................................ 10 2- LIBERDADE – ATÉ ONDE? ............................................................................................ 11 3- ERRAR PARA ACERTAR! .............................................................................................. 11 4- O VALOR DA PERMISSÃO ............................................................................................ 12 5- LIMITES! ........................................................................................................................... 13 6- COMO NÃO PERDER A AUTORIDADE, DANDO LIMITES ...................................... 13 7- PAIS SEPARADOS – FILHOS MAIS RESPEITADOS! ................................................. 14 8- TRABALHO x PAIS x FILHOS ........................................................................................ 15 9- MEU QUARTO-MEU REINO! ......................................................................................... 15 10-ENTENDER O APRENDER! ........................................................................................... 16 11-ESPAÇO x ESTUDO ........................................................................................................ 16 12-TEMPO x HORÁRIO ........................................................................................................16 13-A ESCOLA – UM AMBIENTE EMPREENDEDOR! ..................................................... 17 13.1-SALA-DE-AULA-COMO MELHOR DIMENSINÁ-LA ......................................... 18 14- O EDUCADOR – UM ORIENTADOR INCANSÁVEL! ............................................... 18 15-OS TRANSTORNOS DEFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE E A DISCIPLINA .................................................................................................................... 19 15.1-COMO AGIR E LIDAR COM O TRANSTORNO, SABENDO IDENTIFICÁ-LO ....................................................................................................... 20

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15.2-ORIENTAÇÃO AOS PROFESSORES SOBRE O TRANSTORNO ........................ 21 16-A PSICOPEDAGOGIA COADJUVANTE NO TRATAMENTO DAS DIFICULDADES

DISCIPLINARES ............................................................................................................ 22 16.1-AS TERAPIAS BASEAM-SE EM ............................................................................. 22 16.2-DISCIPLINA – RECOMENDAÇÕES PARA OS PAIS ........................................... 23 16.3-DISCIPLINA- RECOMENDAÇÕES AOS DIRETORES E PROFESSORES ......... 24 17-CARACTERÍSTICAS PESSOAIS CAUSADORAS DE INDISCIPLINA ...................... 26 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 29 ANEXOS ................................................................................................................................. 30

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RESUMO

Num momento em que a humanidade passa por grandes mudanças, instabilidade, e novas maneiras de relacionamento, devemos buscar outras formas de “saber ser” e de “saber fazer”, para continuarmos nossa caminhada fiéis a princípios, compromissos e valores que tem como fim o bem comum. Devemos compartilhar idéias, ideais, e espaços bem dimensionados com o próximo. O objetivo de integrar o processo evolutivo, cognitivo e emocional do aluno e os de aprendizagem frente aos conteúdos programáticos é um resultado de observação, de criação, de aplicação e de reflexões frente a sua vivência em sala-de-aula, respeitando os limites de cada um, sua individualidade e sua dignidade.

“... a escola deve ter como propósito, desenvolver as habilidades de raciocínio e

auxiliar as pessoas para que atinjam harmonia em seu espectro de competências,

possibilitando seres com mais capacidade de engajamento e, portanto, mais

inclinados a servir a sociedade de uma maneira crítica, ativa e transformadora”.

(Gardner.1995:31)

Entretanto, faz-se necessário compreender o que realmente é disciplina e como entendê-la, pois ela se apresenta desde o nosso nascimento, incutida em todos os atos vivenciados em nosso dia-a-dia. Por esse motivo, explano na minha monografia um assunto de “não a exclusão” e sim ao entendimento de como podemos melhorar todo o contexto familiar e educacional junto àquelas crianças que se “indisciplinam” pelos mais variados motivos, não conseguindo assim, se incluir dentro do nosso meio socio-educacional, sem serem marginalizados.

Na sociedade atual, devemos cada vez mais, aprofundar valores e atitudes compatíveis com os direitos humanos e promover reflexos entusiásticos sobre como alcançar esse potencial humano e conseguirmos que nossos crianças interiorizem as regras e valorizem e assumam seus deveres.

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INTRODUÇÃO

O foco da minha pesquisa - Disciplina! Um ato a aprender e os fatores que a influenciam, surgiu das necessidades e inquietação vivida por familiares e professores preocupados com a formação moral dos educandos. Diante desse fato, devemos conduzir a disciplina na escola, com finalidade de tentar minimizar as dificuldades de aprendizagem, baixo rendimento e o comportamento inadequado que gerarão conseqüências negativas para o indivíduo no meio social e institucional. Por esse motivo estou de acordo que, a escola precisa estar preparada para desenvolver um trabalho junto aos alunos, mostrando-lhes, que muitos fatores que são atribuídos às escolas, não são necessariamente ligados a própria sala de aula, visto que a questão disciplinar é muito ampla e complexa, pois ela está intimamente interligada ao meio social, familiar e pessoal.

Lindgren ( 1977:358) nos apresenta três significados para disciplina que são: o sentido de punição ( esta criança precisa de disciplina); o de controle que impõe a obediência ou a conduta ordenada ( limites) – este sentido pressupõe que o “alvo” não quer mudar ou é incapaz de dirigir seu próprio comportamento. O terceiro sentido é o de “ensino que corrige e fortalece”.

O educador para cumprir a sua parte deveria exigir que o clima em sala de aula seja composto de respeito, atenção e seriedade, e cabe aos pais, disciplinar seus filhos exigindo-lhes o cumprimento das mínimas coisas respeitando seus próprios limites.

Esta monografia tem o objetivo de abordar com bom senso como entender as dificuldades vivenciados por pais, orientadores, diretores e os próprios alunos, e dicas de como recuperar a disciplina a partir do momento da existência da mesma. Pois sabemos que, em tempo de grandes mudanças, é muito difícil identificar com clareza os limites da verdadeira disciplina no processo do educar.

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1 - HISTÓRICO DA RELAÇÃO PAIS X FILHO X EDUCAÇÃO.

A estrutura psíquica do indivíduo se dá no primeiro ano de vida, pois se o bebe não for atendido em suas necessidades físicas e emocionais nesse período, pode se tornar em um adulto desestruturado, com sentimentos de que lhe falta algo, o que lhe dará uma auto-imagem de uma pessoa mutilada ou com a sensação de que, se é tão maltratado, deve merecer, por ser mau; tornando-se agressivo, violento e com fantasias de perseguição.

“As experiências provam que as crianças aprendem em casa a ser solidárias.

Esse aprendizado resulta do dia-a-dia e é sinal de inteligência moral”.

(Gangemi - Jornal da Família - O Globo.2001 :5)

Pequenas negociações cotidianas entre pais e filhos são o verdadeiro aprendizado moral que as crianças levarão para a vida adulta. A criança é uma testemunha atenta da moralidade dos adultos ou de sua ausência. Ela busca sugestões de como se comportar e as encontra quando os pais fazem opções, mostrando na prática, seus valores e suas opiniões. Nos primórdios tempos, os filhos eram educados de forma patriarcal, com autoridade vertical, ou seja, o pai no topo da linha e os filhos em sua base. A base era obrigada a cumprir tudo que era determinada pelo topo, caso não seguisse essa linha, eram punidos severamente fisicamente e moralmente, de tal forma que muitas vezes deixavam marcas que nem o tempo conseguia apagar. Com isso, as gerações posteriores após serem mascaradas pelo autoritarismo dos pais resolveram virar a mesa, na tentativa de proporcionar aos seus, liberdade e o direito que lhes foi negado, caindo no extremo oposto da primeira: a permissividade.

A autoridade é algo natural, que deve existir dentro das relações familiares, desde que seja espontânea, respeitando os direitos de cada um e mostrando através do diálogo, o que pode e o que não se deve fazer, diferente do autoritarismo, que impõe e não respeita as características alheias, provocando submissão e mal-estar. A ciência Psicológica contribuiu muito para que os novos pais tomassem essas atitudes, guiando-os através das teorias que as frases intitulam: “ Não reprima seus filhos”, “Sejam amigos deles.”, “Confiem e libertem seus filhos”. Assim, muitos pais que se diziam modernos, horizontalizaram essa relação, onde pais e filhos passam a ter o mesmo direito. Essas mudanças vivenciadas por essa nova geração tiveram um custo incidindo na educação da atual geração, cujo preço, creio, muito alto, e ainda não estimado. Pois agora, essas crianças e jovens estão sem noção dos padrões de comportamento e limites, com mais direitos do que deveres, mais liberdade do que responsabilidade, mais receber do que dar ou retribuir.

A atual geração ao conviver com o meio social, “se machucam”, pois as regras da nossa sociedade são outras, muito divergente das válidas na família. Como a Sociedade tem regras

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mais fortes, rígidas e claras que a família, o grande temor dos pais é que os filhos façam fora de casa o que já está fazendo dentro, e com certeza, a sociedade não será condescendente como a família. As instituições de ensino, que têm o dever de introduzi essas crianças nessas normas, muitas

vezes se omitem, ou não estão preparadas, e ao invés de ajudar o aluno a viver em sociedade,

prejudicam seu crescimento. “Afinal, como educador, você não pode se esquivar a tarefa de

apontar os limites necessários para que os jovens se desenvolvam bem e consigam se situar

no mundo”.( Tiba,1996:13)

Filhos precisam de pais para serem educados, alunos, de professores para serem ensinados; Estes pais até podem ser amigos, porém não mais amigos do que pais; não mais amigos do que professores.

2 - LIBERDADE – ATÉ ONDE ?

A melhor disciplina é a regida pela liberdade. Contudo, alguns pais se perdem nela, pois a liberdade só tem valor quando associada a responsabilidade. A liberdade é um conceito ou um estado de espirito que só se adquire após um auto-preparo, implicando num reconhecimento dos seus próprios desejos e da capacidade de poder cumpri-los. Ela está relacionada com a sensação de satisfação, de estar fazendo aquilo que tenha muita vontade de fazer. A liberdade existe apenas antes de uma escolha. Uma vez escolhida, ela envolverá responsabilidade e o conseqüente prazer em desfrutar dessa escolha.

Conforme os filhos vão crescendo, os pais mostram o que eles podem e o que não podem fazer, e aos poucos vão dando permissões, que deverão ser vigiadas, para que as mesmas não sejam mal interpretadas, pois quando usufruir dessas permissões ultrapassam os limites, a conseqüência serão sucessivos cortes, críticas e reprovações que incidirão em suas iniciativas e em seu caráter interno, respondendo em agressividade ou em timidez.

3 - ERRAR PARA ACERTAR !

A criança aprende fazendo tentativas, através de erros e acertos, e os pais deverão aceitar esses erros, apenas guiando-os, pois se forem altamente criticados, perderão a liberdade de

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tentar, restando-lhe apenas a obrigação de acertar sempre. Acertar é agradar aos pais, logo esse, acerto é subjetivo, pois dependerá de qual critério adotado pelos pais, para aprovar ou não, a atitude dos filhos. Quando a repressão é muito grande, a criança se amolda, e ela sofre calada, tímida perde a liberdade de tomar iniciativa, do contrário, se não for amoldada à repressão, escolherá ambientes onde possa ficar quieta e onde possa fazer sua “bagunça”, sem ser descoberta. É o caso das crianças que são tímidas em casa e super bagunceiras na escola ou vice-versa. Elas obedecem parcialmente a repressão na presença dos repressores, na falta deles, passam a reprimir os outros.

“A timidez paralisa, preenche a cabeça com pensamentos de baixa-estima e

insucesso. Tímidos tem baixa apreciação sobre si mesmo, porque seus pais,

altamente críticos, não deram à criança a segurança de ser amada. E não se

sentindo amada, ela não gostará de si : “a auto-estima é um deposito de amor

recebido dos próprios pais” .( Tiba,1996:54)

A criança ou adolescente tímido senti medo, pois está sempre sendo criticado e reprovado, é altamente crítico e se reprova antes de agir. Se sufocando. Portanto que tenhamos bom-senso.

4 - O VALOR DA PERMISSÃO. “ A criança tem direito a se expressar e ser atendida, o que fortalece seu

crescimento e a capacidade de tomar decisões”. (Zagury.2001:120)

A permissão faz com que a criança encontre uma referência externa à realização do seu desejo de brincar. Essa referência que a criança vai formando dentro de si, servirá de base para seus futuros relacionamentos. Permitir nada, ou no extremo, tudo, são hábitos nocivos do ponto de vista educacional. Dê sempre oportunidade para que discutam e expressem suas opiniões e que troquem idéias. Estimular as atividades autônomas que já podem fazer sozinhos, estará atendendo à necessidade de autonomia e iniciativa; não criticando e ressaltando sempre os progressos, estaremos proporcionando independência e auto-estima.

Discutir com a criança o que ocorre em cada situação que vivenciar, é uma prática salutar, porque ajuda a desenvolver o senso crítico, a capacidade de julgamento de atos e fatos, sua gravidade e a sua extensão e estaremos assim, proporcionando o treinamento do exercício dos deveres e direitos. A criança amadurece quando damos liberdade para que tomem suas

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decisões e arquem com suas conseqüências, valorizando é claro, todas as suas conquistas, por menores que sejam aos nossos olhos. A independência e a iniciativa são os maiores sinais de que nossos filhos estão crescendo e caminhando para vida adulta, portanto, que acreditemos neles.

5 – LIMITES.

É saber respeitar seus semelhantes, é saber a hora de seguir ou de parar, é saber compreender que nem sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida.

“Um sentimento é a vontade e a proposta de ser um pai modelo, outra coisa bem

diferente é a realidade de conseguir ser. Na briga entre as duas faces da moeda, o

filho perde as referências”. (Tiba.1996:57)

Os pais anti-repressores normalmente terão dificuldades de impor limites. Tendem a se sacrificar em função deles, desrespeitando sua própria liberdade. Que passemos a ter o discernimento de saber dar e também saber receber, para que com isso, os direitos de todos sejam respeitados e assimilados. Existe também o outro lado da moeda, que confunde dar limites com ser autoritário, pois autoritário é aquele que exerce o poder utilizando como referencial apenas o seu ponto de vista, a força física ou o poder que confere sua posição ou o cargo que ocupa, nunca levando em consideração o que o outro pensa ou deseja. Devemos ter uma grande preocupação em “não” darmos limites na hora devida, pois essa atitude poderá desenvolver um quadro de dificuldades na criança que vai se instalando devagar e persistentemente com descontrole emocional, histerias, ataques de raiva e muitas outras formas de se fazer valer suas vontades.

6.1 - COMO NÃO PERDER A AUTORIDADE, DANDO LIMITES.

É mais fácil perder a autoridade do que conquistá-la. Por isso devemos agir pensadamente nas atitudes do dia-a-dia como:

◊ Sejamos coerente

- o que não pode, não pode nunca, salvo em raras exceções. - não mude de atitude como quem troca de roupa ou de acordo com o humor do momento.

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◊ Cumpra o que disse ( seja prêmio ou conseqüência)

- ameaçou, execute; - prometeu, faça.

◊ Faça com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidade.

◊ Seja breve e objetivo, vá direto ao ponto, sem rodeios, mas fale com suavidade e

docemente, embora com firmeza.

◊ Seja coerente quanto as normas de disciplina; as melhores são aquelas passíveis de serem cumpridas, não estabeleça regras que seu filho não possa cumprir.

◊ Dê privacidade e respeito e compreenda a relação dele frente as dificuldades que por

ventura atravesse.

◊ Seja justo e equilibrado especialmente nas situações em que os filhos demonstram desequilíbrio ou são injustos conosco.

◊ Dê sempre oportunidade para que discutam e expressem suas opiniões e troquem idéias.

◊ Tolere seus momentos de mau humor, mudez absoluta, cara feia e resmungo.

7 - PAIS SEPARADOS – FILHOS MAIS RESPEITADOS !

Nesse novo milênio, a rotina conjugal mudou as regras de convivência familiar. O compromisso conjugal abafa a individualidade, fazendo com que os pais exijam demais dos filhos, ao passo que os casais que se separam, passam a atender as suas necessidades individuais, estendendo esse atendimento às necessidades dos filhos. Existem pais que já reivindicam o direito de ficar com eles, o que em tempos atras, era inviável. Os pais estão mudando seus comportamentos ao deixarem de ser chefe em uma família e passando a ser em outra, assim alteram seu ponto de vista e seu modo de agir, deixam de ser tão autoritário, aprendem a respeitar mais suas próprias necessidades e automaticamente respeitam mais as dos filhos, são mais companheiros e essa convivência, é fundamental para a disciplina.

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8 - TRABALHO x PAIS x FILHOS.

Trabalhar fora passou a ser necessidade para ambos os pais, e a preocupação em deixar seus filhos com outras pessoas, ou em outros lugares deixam muitos pais apreensivos em como dedicar amor, carinho e incutir responsabilidades e limites.

Os pais precisam estar atentos a suprir as necessidades de seus filhos, nas horas certas, obedecendo seus próprios limites. O atendimento diário da criança, custa muito pouco e o não atendimento acumulado causa uma falência na estrutura da personalidade que futuramente, pode ser de custo muito alto. Que seja estipulado horários para o atendimento das dúvidas advindas das incertezas do dia-a-dia da criança e que esses horários sejam respeitados tanto pelos pais como para os filhos. Nunca esquecendo do combinado.

9 - MEU QUARTO – MEU REINO!

O ser humano tem necessidades de ter seu espaço e nele poder se soltar e se desprender do atormento dia-a-dia. Esse lugar para as crianças e adolescentes restringem-se em seus próprios quartos, onde fazem o que gostam, levam quem desejam, proíbem quando sentem-se ameaçados. Nesse espaço, é que acreditam estar em segurança e em perfeita harmonia. O quarto reflete seu estado de espírito, as crises que porventura estejam passando, transferindo para esse ambiente que considera seu o que há no seu interior.

Como respeitar esse espaço:

◊ Arrumem esses quartos respeitando o desejo de seus filhos; ◊ Respeitem a porta fechada, ela significa que naquele momento as crianças/adolescentes

querem ficar sozinhos, ou com quem desejam; ◊ Mostrem a eles que suas “ bagunças” podem prejudicá-los na hora de achar o que

precisam. ◊ Que suas “ bagunças” sejam restringidas a um determinado lugar, nem que seja apenas

uma gaveta, mas o respeite; ◊ Mostre que o seu quarto mesmo sendo dele, pertence ao todo da casa, e a limpeza e

organização é parte integrante do convívio saudável familiar.

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10 - ENTENDER O APRENDER !

A criança aprende desde o nascimento, interiorizando informações, regras e atos, após obter essa informação, ela é processada, digerida, ou seja, internalizada e transformada em conhecimento e atitudes, e assim relaciona este, com o conhecimento, a fim de ampliar sua sabedoria. A interiorização e a inter-relação com o saber e o estudar, necessita de aptidões apuradas como organização, atenção, interesse, compromisso e responsabilidade, sem as quais o entendimento não se processará.

“A sabedoria é igual à energia, utilizada automaticamente no cotidiano, nos seus

relacionamentos, atitudes e pensamentos”. Sendo assim, não adianta apenas ter

sabedoria e não saber espressa-la’. (Tiba.1996:90)

Em relação ao estudo, deve-se aos pais inicialmente o dever de monitorá-los diariamente, criando o costume até que o mesmo tenha condições de tomar a responsabilidade como sendo sua. O ponto fundamental em relação a disciplina do estudo é garantir ao filho tempo e espaço, as condições favoráveis para fazer a interiorização da informação obtida em sala-de-aula.

11 - ESPAÇO X ESTUDO.

O ambiente quando possível deverá ser ventilado e bem iluminado, que tenha um local para colocar seu material e apoiar seus dois braços, que possa estudar sentado, acima de tudo, que ele ocupe esse espaço, sem ser importunado, pelo tempo que se fizer necessário e em horários preestabelecidos em comum acordo.

12 – TEMPO X HORÁRIO.

É necessário estabelecer tempo de rendimento máximo e programando e administrando melhor o horário das crianças, respeitando, é claro seu ritmo biológico de aproveitamento educacional. As matérias mais difíceis deverão ser vistas nesse horário e as mais fáceis em

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horário que melhor provier. Cuidado com o desgaste físico, sabendo que mais vale um minuto de descanso do que cinco de desinteresse. Para estudar a pessoa, seja ela, de qual idade for, precisa estar preparada tanto psicologicamente, como espiritualmente e todo seu material deverá estar organizado para melhor aproveitamento do seu próprio tempo.

Nunca se deve estudar apenas na véspera da prova, a criança diariamente deverá repassar as matérias dadas naquele dia, mesmo que não tenha exercícios para casa. Essa regra é muito difícil de ser respeitada, mas uma vez internalizada, mais fácil será alcançado o objetivo de um bom aproveitamento ou da identificação de alguma dificuldade.

13 - A ESCOLA – UM AMBIENTE EMPREENDEDOR!

Uma sociedade livre só se constrói com responsabilidade, sendo assim, a educação deve estar voltada para a formação do caráter responsável, essa teoria é o que a sociedade impõe.

“Vemos a Escola em nossos dias presa a dois princípios opostos de educação:

reprimir e punir para incutir responsabilidade aos alunos, entre os partidários do

conservadorismo a liberdade ampla e sem orientação, entre os partidários da

formação, por osmose. No final do processo, nem um nem outro tem a capacidade

de educar para a responsabilidade”.

( Werneck.1992:36)

Ter uma corrente radical escolar sintetiza um atraso pedagógico irreparável ao crescimento do ser, isso se deve em virtude da Escola tentar evitar todos os “tombos” possíveis e ainda “sofrer crítica” quando alguém cai, impossibilitando assim, o aprendizado através da experimentação.

“A escola é um local de debate, cabendo aos alunos a decisão do futuro de suas

vidas. Não nos cabe, como educador traçar as linhas da vida de nossos educandos,

devemos sim, ser elementos úteis na sua educação sem massagear suas mentes,

transformando-os na imagem e semelhança de coisas agradáveis aos nossos

olhos”. (Ibid.1992:32)

Devemos treinar as habilidades de criar consenso e liderança para que possamos ajudar àquele que um dia governará suas próprias vidas.

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13 -1 - SALA DE AULA – COMO MELHOR DIMENSIONÁ-LA.

A escola deverá orientar seus alunos a pensarem politicamente, organizando-os neste sentido. Se as carteiras escolares não permitirem trabalhos em grupos e nem o diálogo, esses indivíduos não se tornarão democráticos futuramente, serão sim, homens que esperarão alguém a tomar medidas e soluções por ele. A grande maioria das salas-de-aula estão padronizadas, as cadeiras são voltadas para o quadro-negro e para uma mesa do professor bem imponente, como se estivesse em um pedestal, normalmente encima de um tablado. As aulas são centradas no professor e nunca no aluno. Raramente os alunos abrem a boca para expressar suas dúvidas ou opiniões, pois são apenas ouvintes. Na maioria das vezes estão desmotivados, cheios dessas aulas improdutivas, onde os estão tornando intelectualmente passivos e não lideres e colaboradores. O contexto escolar apenas incentiva o ouvir, o obedecer, o decorar e jamais o criar.

“As aulas e os educadores devem rever suas sistemáticas de ensino e demonstrar

aos alunos como conseguir chegar a capacidade de raciocínio objetivamente, como

liderar, resolver conflitos de opiniões, como chegar a um comum acordo e como

obter uma ação mais eficaz e construtiva.”

(Kanitz. Revista Veja. 2000:23)

As salas deveriam ser construídas como anfiteatro, onde os alunos é que ficam num plano acima do professor e seu dimensionamento em semicírculo ou em forma de ferradura, pois assim os alunos podem olhar um para o outro, a dispersão é menor, a inércia é controlada e todos tornam-se colaboradores do plano de aula.

14 - O EDUCADOR – UM ORIENTADOR INCANSÁVEL!

Ser educador é ser perspicaz, é estar atento a tudo e a todos, reavaliando-se sempre que possível e buscando dentro de suas possibilidades, novas aquisições. Uma busca árdua e infinita, mas também gratificante e produtiva para o educador e de grande valia para o educando.

A aprendizagem humana é um processo contínuo de transformação e o educador colabora para o desenvolvimento desses seres, que vivem nesse mundo de mudanças intensas e rápidas. A formação acadêmica após atingida, necessita de ampliação e continuidade através de novas construções. Essa formação se não se desenvolve apenas na transmissão de informações, mas

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sim no espírito de inquietação, relacionado com a forma de contactar com o conhecimento, apontando caminhos para a atuação do educador no diálogo constante entre sujeito e o conhecimento, na busca da transformação.

O educador deve ver o aluno individualmente e mostrar-lhe que não há limites para a aprendizagem e o que vale é o prazer de ultrapassar as limitações, paciente e progressivamente e com isso devemos nos preocupar de não vedarmos ao aluno participar e construir o conhecimento sob pena de ser inadequado no processo de aprendizagem, pois o conhecimento é uma construção ativa do pensar, e não a assimilação passiva da informação, ou seja a mera reprodução.

É muito importante o exercício da diferenciação na identificação de papéis, buscando maiores flexibilidade de percepção e da ação. (Werneck.1992:28) argumenta que “desenvolvam, com sinceridade, debates, criticidade verdadeiros valores universalmente reconhecidos da promoção do ser humano”.

15 - OS TRANSTORNOS DEFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE E A DISCIPLINA.

Esses transtornos confunde muitos pais e professores que muitas vezes não identificam claramente e se sentem confusos com as características encontradas nessas crianças.

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é uma inabilidade que a criança tem para internalizar regras e limites, como também é uma manifestação de sintomas de inquietação, desatenção, impaciência e impulsividade. Esses transtornos é um padrão persistente, freqüente e severo, que muitas vezes é confundido com falta de limites e dispersão. Ele tem um grande impacto na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças podem também apresentar problemas de conduta, agressividade, rendimento escolar abaixo de sua faixa etária, problemas de aprendizagem e dificuldades sociais, especialmente as relacionadas com amigos e com a família. Os hábitos de trabalhos são desordenados, seus materiais sempre estão espalhados e são manuseados com descuido.

◊ Não aceitam um não e se percebem negativamente, em razão das repetidas frustrações

vividas, adquirindo baixa sua auto-estima. ◊ Não persistem nas tarefas, quando as mesmas apresentam qualquer dificuldade e não

atendem as solicitações ou instruções de pais e professores por mais simples que sejam. Dificilmente conseguem terminar o trabalho escolar, alegando sempre falta de tempo hábil para copiar suas tarefas, agendas, recados, etc.

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◊ Se dispersam até com uma mosca que pousou no ombro de um amigo ao seu lado. ◊ Tendem a esquecer coisas nas atividades diárias, como levar o lanche, levar o material

necessário a escola, de entregar os trabalhos em dia, do dia da prova e de dar recados. Parecem estar no “mundo da lua”.

◊ A nível motor, apresentam dificuldade na coordenação visual-manual, com movimentos

involuntários de dedos( sinsinesias) que interferem na realização de certas tarefas. São inquietos, se remexem nas cadeiras, não permanecem sentados por longo período, tem dificuldade em ficar em silêncio ( estão sempre cantarolando, assobiando, estalando os lábios); não conseguem se envolver em atividades tranqüilas, rotineiras, sedentárias ou de raciocínio lento como os jogos de dama/xadrez. São identificadas como desobedientes, preguiçosas, mal educadas e inconvenientes. Não conseguem se adaptar adequadamente ao meio em que vivem e nem correspondem as expectativas dos adultos, por esse motivo o nível de estresse das pessoas que convivem é sempre alto.

Esse tipo de criança/adolescente configura um grande desafio para os pais e professores, pois requer calma, paciência e entendimento.

15.1- COMO AGIR E LIDAR COM O TRANSTORNO, SABENDO IDENTIFICÁ-LO:

Sabemos que esse transtorno tem um poderoso impacto no ajustamento educacional da criança, tendo uma grande tendência ao fracasso escolar. Portando tenhamos muita paciência. As normas externas impostas acabam sendo internalizadas pela criança no decorrer de seu desenvolvimento, dando lugar ao autocontrole. É relevante desenvolver tanto a atenção visual como a auditiva, pois essas crianças tem uma grande dificuldade em reter as informações, assim devemos facilitá-las com pistas visuais, pois trabalham melhor em nível concreto. Quanto mais informado o professor e os familiares estiverem a respeito do transtorno, suas implicações e formas de manejo, maior a chance da criança conseguir em bom desempenho escolar. Com isso deveremos saber selecionar as entidades educacionais mais bem preparadas para ajudar a crescer essas crianças, como:

◊ Levar em conta o tamanho da classe. O ideal é aquele que comporta entre doze a quinze alunos. Questionar se os professores recebem treinamento e suporte extra de outros profissionais, como pedagogos, psicopedagogos e/ou psicólogos;

◊ Verificar se a escola apresenta uma política para ações disciplinares. Quais os esforços que

a escola poderá fazer para auxiliar a criança a não cometer erros e não apenas aplicar punições;

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◊ Verificar se a escola e os professores são receptivos aos profissionais que acompanham a criança, a fim de que possam, juntos, discutir sobre o programa educacional e as possíveis recomendações. Se a escola e os professores mostram-se defensivos aos outros profissionais, então deve procurar-se outra escola.

◊ De uma maneira geral, a escola que parece ser a melhor para a criança com esse transtorno

é aquela que valoriza o desenvolvimento global desta, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais, valorizando e promovendo o desenvolvimento da criatividade e da espontaneidade.

◊ É importante que as pessoas envolvidas com a criança conheçam as melhores estratégias

para o seu auxilio, na organização e no planejamento das atividades mais adequadas, como:

◊ Um ambiente silencioso, consistente e sem maiores estímulos visuais para estudarem. ◊ Psicoterapia para o desenvolvimento da capacidade de concentração da criança, o

desenvolvimento do autocontrole o levantamento da auto-estima, minimizando assim o sofrimento desta criança...

◊ Acompanhamento psicopedagogicos e/ou reforço escolar. Devendo ter em foco o

desempenho escolar, com reforço de conteúdo, pois elas apresentam lacunas no aprendizado, e também trabalharemos os aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e de atividades.

◊ Fonoaudiólogo. Como a criança normalmente apresenta várias defasagens este profissional

resgatará todas as dificuldades a nível de escrita, leitura, interpretação, desenvolvimento de pensamento, memória, atenção e controle motor entre outros, instalando os padrões normais.

Esse transtorno necessita de esforço conjunto de várias pessoas, incluindo a própria criança, os pais e a equipe multi-disciplinar, como também uma combinação de amor, carinho, paciência, insistência e companheirismo. 15.2 - ORIENTAÇÃO AOS PROFESSORES SOBRE ESSE TRANSTORNO:

O professor desempenha um papel crítico na experiência escolar da criança, sendo assim é importante que o profissional de saúde mental possa apoiar o professor em sala de aula, informando-o sobre os conceitos básicos desse transtorno e sobre os aspectos das desordens da atenção. Aprendendo a diferenciar incapacidade de desobediência. Outro ponto crítico é que o profissional reflita com o professor quanto ao mecanismo do sistema educacional e as

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razões pelas quais essas crianças em particular terão dificuldade para corresponder às necessidades da sala de aula em razão de sucessivos e freqüentes fracassos escolares e de ajustamento.

16 - A PSICOPEDAGOGIA COADJUVANTE NO TRATAMENTO DAS DIFICULDADES DISCIPLINARES.

Como já vimos, a psicopedagogia atua nos aspectos ligados à organização, ao planejamento do tempo, das atividades ligadas ao seu dia-a-dia e de todo conteúdo teórico a nível educacional. As técnicas mais utilizadas por esse profissional são os jogos de exercícios sensório-motores ou de combinações intelectuais. Estes jogos com regras, permitem à criança, além do desenvolvimento social quanto a limites, a participação, a saber ganhar, a perder, o desenvolvimento cognitivo e possibilita a oportunidade da criança detectar onde está, o porquê e o tipo de erro que cometeu, tendo chance assim de refazer agora, de maneira correta. Outras atividades que envolvem a expressão escrita, como escrever um livro e ilustrá-lo, podem despertar o interesse da criança em produzir algo seu e admirar o trabalho final, podendo isso ser entendido em lições em sala de aula. Assuntos e temas de grande interesse da criança, podem despertar o gosto pela leitura e a curiosidade por conhecer livros, gibis, revistas novas. Utilizar os contos de fadas pode ser um recurso a mais. Podem ser utilizados desde a fase do diagnóstico até a fase de intervenção educativa, adaptando-se às tarefas, em razão do nível de aprendizado em que a criança se encontra. Essa técnica permite ao psicopedagogo coletar tanto dados cognitivos quanto psicanalíticos.

16.1- AS TERAPIAS BASEAM-SE:

◊ Ajudá-las a organizar-se;

◊ Trabalhar durante períodos curtos;

◊ Dividir as tarefas em partes; ◊ Ajudá-las quando necessitarem; ◊ Criar limites externos aos seus impulsos; ◊ Jogos que trabalhem com a memória auditiva e visual;

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◊ Exercícios de captura de imagem, jogos da memória; ◊ Terapias ligadas ao ensinamento de focalizar a atenção e a concentração, através de um

trabalho de repetição e de feedback; ◊ Regular seus impulsos e treinar suas habilidades; ◊ Melhorar sua auto-estima e o humor ensinando-os a tolerar suas frustrações;

◊ Esclarecer aos pais tudo que engloba o déficit de atenção e seu tratamento conjunto.

16.2- DISCIPLINA -RECOMENDAÇÕES PARA OS PAIS:

◊ As crianças que não dominam seus próprios limites percebem o mundo de maneira diferentes das demais, o que nos faz afirmar que :

◊ O meio em que vivem devem ser construídos através de motivação, devem ser encorajadas

sempre positivamente. Ex.: se a criança apresentar dificuldade em terminar a tarefa proposta, pergunte-a se a mesma deseja mais 10 ou 15 minutos para terminar;

◊ Use mais “eu” do que “você” para criar regras, em vez de dizer: “Não fale comigo assim”, prefira: “Eu prefiro discutir isso quando houver mais tranqüilidade, calma e mais respeito”;

◊ Mantenha-se calma, pois essas crianças quando aborrecidas apresentam um

comportamento de oposição, podendo resultar disso uma batalha sem vencedor; ◊ A criança deverá ser levada a repetir em voz alta para si, o que deve fazer, com o objetivo

de ajudá-la a ter em mente suas tarefas ou os comportamentos desejados; ◊ Mostre de forma curta as conseqüências específicas dos atos impensados, de seus

comportamentos inadequados e de seus problemas e /ou de outras pessoas; ◊ Recompensá-las quando tiverem completados uma tarefa, o que não significa punir os

trabalhos não terminados, como? ◊ Ex. Se num boletim a maioria das notas foram boas, e outras não, elogie as boas e mostre

com o elogio, como foi bom ele ter conseguido vencer, pois o gosto da vitória prevalecerá e assim ele mesmo repensará sobre as que não foram satisfatórias, superando-as;

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◊ Não exija mais do que sua capacidade. ◊ Incentive-a a escrever sobre seus sentimentos , desejos, a fazer cartas, escrever em seu

diário, a usar o quadro, desenhos, colagens...; ◊ Ajude a criança a ter uma rotina diária, claro que em certos momentos existirá a

necessidade de haver flexibilidade, mas com prazo.

LEMBRE-SE: “A repetição é a mãe da habilidade . Não se exija ser mãe ou pai perfeito. Dê-se

crédito, viva um dia de cada vez. A aprendizagem se faz a cada dia, e pôr todos os

dias. Ninguém nasce feito”. ( Autor Desconhecido)

16.3- DISCIPLINA -RECOMENDAÇÕES AOS DIRETORES E PROFESSORES:

◊ Adaptar e individualizar a instrução escolar, quando necessário; ◊ Saber avaliar as necessidades das crianças, e encaminhá-las quando necessário a equipe

multidisciplinar; ◊ Formar e informar aos professores de primeiro grau para que possam reconhecer e lidar

melhor com essas crianças; ◊ Nunca nominá-la de “crianças problemas”. ◊ Ajudá-las, treinando-as a iniciar, conduzir e concluir as tarefas; ◊ Manter um dicionário pessoal das palavras que erra com freqüência; ◊ Saber escolher materiais estimuladores como audiovisuais ( eles ajudam a manter a atenção

centrada), livros de estórias, figuras coloridas, revistas, evidenciando sempre os recursos disponíveis;

◊ Ajudar as crianças a corrigir elas mesmas seus erros; ◊ Rever com ela o que aprendeu;

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◊ Levá-la a ler antecipadamente a próxima lição; ◊ Identificar as crianças que necessitam ajuda adicional, ou que não estejam compreendendo

a lição, observando seus sinais visuais ou verbais de “estarem sonhando”, ou de demonstrações indicativas de frustração;

◊ Diminuir o nível de ruídos do ambiente, porque qualquer barulho é motivo de distração; ◊ Incentivá-la a concluir suas tarefas, pedir que conte e ilustre a estória que tenha acabado de

ler; ◊ Não hesite em pedir à criança que mude o comportamento inadequado;

◊ Repreensões breves devem ser dirigidas ao comportamento da criança, não à criança;

Muitas vezes a aproximação física é suficiente para ajudar a criança a focalizar a atenção no que você diz ou ao que ela deve fazer;

◊ Simples observações como “bom trabalho” “vou dar um beijo por este trabalho bonito”

encorajam o comportamento apropriado; ◊ Ler pausadamente e por etapa, perguntando e explicando o que entendeu; ◊ Repetir diariamente as regras que tenha aprendido ( memorizando); ◊ Na escola, as crianças com dificuldades de focalizar a atenção devem sentar próxima a

professora, facilitando sua monitoração, ou reforçando sua atenção e comportamento; ◊ Tarefas complexas devem ser divididas em partes, passo a passo, encorajando-se cada

execução; ◊ Estar atento a sinais de stress e fadiga; ◊ Promover um local tranqüilo para a criança estudar ou fazer suas tarefas; Poderá haver periodicamente problemas quanto à melhor forma de lidar com a criança, mas esta discordância não deve interferir com a missão primária: ajudar a criança a se tornar completamente auto-confiante e capaz de aprender, respeitando as regras e aprendendo a lidar com os limites.

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17- CARACTERÍSTICAS PESSOAIS CAUSADORAS DE INDISCIPLINA: Outros motivos podem levar a criança a não se comporta adequadamente em atividades que necessitem de uma integração funcional com outras pessoas, como: ◊ distúrbios psiquiátricos; ◊ distúrbios neurológicos; ◊ deficiência mental; ◊ distúrbios de personalidade; ◊ distúrbios neuróticos. Na presença de distúrbios psiquiátricos, os comportamentos provêm de uma psicose e independem do meio. O psicótico elabora qualquer estímulo recebido conforme a sua patologia e reage de forma inadequada. Por exemplo: se o professor pede silêncio à classe toda, o psicótico interpreta o pedido como uma perseguição exclusiva à sua própria pessoa e reage , as vezes agressivamente. Os maníacos não conseguem ficar em silêncio porque são submetidos a uma agitação psicomotora incontrolável. Tais distúrbios decorrem de alterações que fogem ao controle, pois são mais fortes do que as normas ditadas pelo ambiente. A criança não consegue avaliar a dimensão de sua inadequação, pelo contrário, tem convicção de que está absolutamente certo. A melhor maneira de lidar com esse problema quando é incidente em uma sala de aula, é orientar a escola para que convoque a família e esclareça a necessidade de um tratamento psiquiátrico. Distúrbios neurológicos ( epilepsia ou disfunção cerebral mínima), são crianças também agitadas, apressadas, briguentas, não param quietos, mas em compensação são inteligentes e terminam as tarefas escolares antes dos outros, acabando tumultuando a aula. Um tratamento bem orientado, com medicação acertada, pode controlar tais distúrbios. Os portadores de deficiência mental apresentam menor capacidade de entender as regras e de suportar frustrações, além de controlar menos reações primitivas, como agressividade e impulsividade, são irrequietos, desatentos, impulsivos. Quando o problema é leve, em geral eles conseguem acompanhar o curso até a quinta-série. A partir daí, como demoram mais tempo para desenvolver o pensamento abstrato, tendem a ir mais devagar. Em outros tipos de deficiência, o aluno pode aprender até a terceira série e nas mais severas, a alfabetização é impossibilitada. Broncas, castigos ou expectativas excessivas só os deixam mais tensos, eles merecem cuidado especial na sua escolaridade. Distúrbio de personalidade é também chamada de personalidade psicopática. O portador desta não respeita os outros, nem as regras sociais. O que importa é atender às suas próprias necessidades. São delinqüentes que não se incomodam em prejudicar seja quem for, ( pais, amigos, professores, estranhos) para saciar seus desejos. Mentem, apossam-se do que lhes foi emprestado, roubam. O prognóstico dessas personalidades não é bom, muitos acabam atuando em crimes. A medicação e a psicoterapia são poucos eficientes para corrigir tais distúrbios.

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Distúrbios neuróticos são comportamentos resultantes de traumas pessoais, portanto inadequados na qualidade e na quantidade. Surpreendem o interlocutor, porque dependem muito mais do mundo interno pessoal do que da adequação ambiental. O neurótico projeta o seu problemático mundo interior sobre o outro, sem que este saiba. O tratamento seria a nível psiquiátrico. Existem muitas outras características causadoras de indisciplina como os usuários de drogas, de bebidas alcoólicas entre outros, que não ressaltarei nesse trabalho monográfico. Cabe nesse momento ressaltar que a escola não trata, ela ensina: logo, quem se encarrega do tratamento é a própria família. A escola se limita a acompanhá-lo, observando se o aluno apresenta qualquer alteração e encaminhando para a solução do seu problema.

“O maior estímulo para ter disciplina é o desejo de atingir um

objetivo”.(Tiba.1996:146)

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CONCLUSÃO:

Em virtude dos fatos mencionados a Disciplina é uma conquista obtida por meio de um longo treino. É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho é treinado, adquire, aprende e absorve a disciplina para num futuro próximo, tornar-se uma pessoa disciplinada. Seus maiores treinadores são seus professores e mestres ou os pais, alguém que cative a sua admiração e que eles acreditem. No contexto escolar a criança aprende as regras escolares e comunitárias, regras essas menos permissivas e proporcionadoras de menor envolvimento e desgaste afetivo que o meio familiar. A sociedade não ensina, somente sinaliza as regras a serem obedecidas na esperança de que cada cidadão tenha suficiente preparo para viver nelas. Suas leis estão escritas e as contravenções são penalizadas sem os atenuantes escolares e o afetivo clima familiar. A disciplina, é algo vivo, que confere satisfação nos próprios atos de se organizar e de se realizar. Cada etapa precisa ter a própria satisfação para animar a pessoa a seguir em frente e não desistir nunca quando defrontarmos com as interferências do dia-a-dia. Pois a sabedoria é adquirida através das experiências, do conhecimento e da busca incessante da perfeição.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

ALVIM, Clóvis de Faria. Introdução ao Estudo da Deficiência Mental: Oligofrenias. Itatiaia Ltda. -BH – 1958. Benczik, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade : Atualização Diagnóstica e Terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. FAGALI, Eloisa Quadros e DO VALE, Zélia Del Rio. Psicopedagogia Institucional Aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula. 5ª ed. Petrópolis - RJ: Vozes, 1993. GANGEMI. Dificuldade de aprendizagem. O Globo - Jornal da Família. 2001:5) KANITZ. Revista Veja. Sala de Aula. Rio de Janeiro.ed1693: Editora Abril. Ano 33, 2000:23. LINDGREN, Henry Clay. Psicologia na Sala de Aula : o aluno e o processo ensino-aprendizagem. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e científicos, 1977. TIBA, Içami. Disciplina : Limite na Medida Certa. 35º ed. São Paulo : Editora Gente, 1996. WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo- 19ª ed. Petrópolis -RJ : Vozes, 2000. ZAGURY, Tânia. Limites sem Trauma: construindo cidadãos–16ª ed – Rio de janeiro: Record, 2001.

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ANEXOS

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