do latim - Repositório da Universidade de Lisboa: Página...

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50 51 “MACHINES TO GENERATE DESIRE” : Avant-garde Manifestos and Guerrilla Advertising Máquinas de gerar desejo”: Manifestos de vanguarda e Publicidade de Guerrilha T he manifesto has always been a militant genre. In fact, three of the terms in the title – “avant- garde,” “manifesto,” and “guerrilla” – were born out of the vocabulary of war and revolution. e fourth term, “ad- vertising,” derives from the Latin ad- vertere – “to turn toward.” is seems accurate enough, except that, as one advertising blogger pointed out recent- ly: “It smacks of hand-holding … and julian hanna 1 2 O manifesto sempre foi um género militante. De facto, três termos no título – “vanguarda”, “manifesto” e “guer- rilha” – nasceram do vocabulário próprio da guerra e da revolução. O quarto ter- mo, “advertising” (“publicidade”), deriva do latim advertere – “voltar para”. Tudo isto parece muito claro, só que, como ob- servou recentemente um blogger publi- citário, “cheira a levar-pela-mão… e pro- vém de um tempo em que a publicidade elaborava uma lista com as características Abstract // The association between the avant-garde and advertising is longstand- ing and bidirectional. Advertising, after all, is one of the “shocks” of modernity described by Walter Benjamin in his writ- ings on Baudelaire. Avant-garde art repro- duces the primary urban shock effects of crowds, advertisements, and other stimuli. The manifesto has always functioned as an advertisement for artistic movements, as for political and social ones. In this study I examine the relationship between the historical avant-garde and contemporary non-traditional or “guerrilla” advertising and marketing strategies. The term “guer- rilla” is used as shorthand for a variety of new strategies of consumer engagement, particularly those using social networks. Each section is inspired by a key term adopted (or co-opted) from the language of advertising and marketing. Keywords // avant-garde, manifesto, adver- tising, marketing, futurism, dada, vorticism Resumo // A associação entre a vanguarda e a publicidade vem de longa data e é bidi- reccional. Afinal de contas, a publicidade é mais um dos “choques” da modernidade descritos por Walter Benjamin no seu tra- balho sobre Baudelaire. A arte de vanguarda reproduz os efeitos primários do choque ur- bano das multidões, anúncios e outros estí- mulos. O manifesto sempre funcionou para publicitar movimentos artísticos, bem como políticos e sociais. No presente estudo ana- liso a relação entre a vanguarda histórica e a publicidade contemporânea não tradicio- nal, ou de “guerrilha”, com as suas estraté- gias de marketing. Uso o termo “guerrilha” como uma etiqueta para uma variedade de novas estratégias de envolvimento do con- sumidor, em particular daqueles que usam redes sociais. Cada uma das secções ins- pira-se numa palavra-chave adoptada (ou cooptada) da linguagem da publicidade e do marketing. Palavras-chave // vanguarda, manifesto, pu- blicidade, marketing, futurismo, “dadá”, vor- ticismo.

Transcript of do latim - Repositório da Universidade de Lisboa: Página...

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51

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foss

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io p

erso

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va

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A m

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m to

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ncia

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07.

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lism

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Rig

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te u

m c

once

rto

com

St

ephi

n M

errit

t, ca

ntor

/aut

or a

ltern

ativ

o cu

ja b

anda

,os

Mag

netic

Fie

lds,

foi

bus-

car o

nom

e ao

rom

ance

de

And

ré B

reto

n,

fund

ador

do

surr

ealis

mo.

O co

ncer

to te

ve

luga

r na

Goo

dby,

Silv

erst

ein

and

Part

-ne

rs, e

mpr

esa

de p

ublic

idad

e ga

lard

oada

, ta

mbé

m d

e Sã

o Fr

anci

sco.

De

entr

e os

se

us c

lient

es,

cont

am-s

e a

Wii,

a N

in-

tend

o e

a ce

lebé

rrim

a C

alifo

rnia

Milk

Pr

oces

sing

Boa

rd,

para

que

m c

once

be-

ram

a c

ampa

nha

Got

Mil

k? n

os a

nos

90.

O s

loga

n da

Goo

dby,

Silv

erst

ein,

exi

bido

em

car

taze

s de

fal

sa a

rt d

eco,

é “A

Art

e ao

Ser

viço

do

Cap

italis

mo.

” (O

con

cert

o re

sulta

va t

ambé

m d

e um

a “p

arce

ria c

on-

tinua

da”

com

a R

ight

s W

orks

hop,

um

a em

pres

a de

lice

ncia

men

to d

e co

nteú

dos)

. O

man

ifest

o da

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pres

a re

corr

e a

uma

lingu

agem

mili

taris

ta a

o de

clar

ar: “

A a

rte

é a

arm

a se

cret

a de

um

gra

nde

negó

cio.

” A

Ava

ntga

rde

Mar

ketin

g &

Des

ign

pro-

met

e em

penh

amen

to e

env

olvi

men

to n

a co

mun

idad

e. D

á ai

nda

ênfa

se a

inte

rven

-çõ

es “

inte

ligen

tes

e es

trat

égic

as p

ara

que

a im

pren

sa d

e m

odo

a ca

ptar

a in

tenç

ão

da im

pren

sa”.

5 V

ide

ww

w.a

van

tga

rde

.co

m.

5 S

ee

ww

w.a

van

tga

rde

.co

m.

54

55

Ano

ther

com

pany

, #e

Adv

ance

Gua

rd,

a se

lf-de

scrib

ed

“alte

rnat

ive

mar

ket-

ing”

1rm

who

se c

lient

s in

clud

e H

BO

, W

arne

r B

roth

ers,

and

Coc

a-C

ola,

uses

“a

C

hine

se

com

mun

ist

prop

agan

da

post

er”

as i

ts m

ain

imag

e. #

e po

ster

“fe

atur

es a

7ag

-wav

ing

grou

p of

wor

kers

, am

ong

scen

es o

f te

chno

logi

cal

prog

ress

and

, 7oa

ting

abov

e th

e pr

oces

sion

, th

e di

sem

bodi

ed fa

ces

of #

e A

dvan

ce

Gua

rd’s

foun

ders

.” O

ne o

f the

foun

ders

, St

eve

Cou

lson,

exp

lain

s: “i

t’s a

n ic

onic

sy

mbo

l of

a r

adic

al c

hang

e in

the

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br

ands

con

nect

with

the

ir au

dien

ces.

#er

e’s a

peo

ple’s

rev

olut

ion

goin

g on

, em

pow

ered

thro

ugh

emer

ging

tech

nol-

ogy

and

soci

al n

etw

orks

, and

we’r

e he

lp-

ing

com

pani

es e

mbr

ace

that

cha

nge.

” 6

#en

the

re i

s A

vant

gard

e B

rand

Ser

v-ic

es, a

Ger

man

com

pany

who

se s

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n is

“Cre

atin

g Fa

ns.”

Usin

g th

e la

ngua

ge

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sup

er1c

ially

at

leas

t, th

e et

hos

of

the

avan

t-ga

rde,

the

com

pany

dec

lare

s: “A

bra

nd n

eeds

to

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inuo

usly

sur

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e its

fans

, exc

ite c

urio

sity

and

forg

e a

path

th

roug

h th

e m

inds

and

to th

e he

art.”

7

#e

asso

ciat

ion

betw

een

the

avan

t-ga

rde

and

adve

rtis

ing

is l

ongs

tand

ing

and

bidi

rect

iona

l. A

dver

tisin

g,

afte

r al

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one

of t

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hock

s” o

f mod

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ty

desc

ribe

d by

Wal

ter

Ben

jam

in i

n hi

s w

ritin

gs o

n B

aude

laire

.8 A

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-gar

de

Um

a ou

tra

empr

esa,

#e

Adv

ance

Gua

rd,

que

se d

escr

eve

com

o se

ndo

de “

mar

ke-

ting

alte

rnat

ivo”

e q

ue c

onta

com

clie

n-te

s co

mo

a H

BO

, a W

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roth

ers

e a

Coc

a-C

ola,

usa

um “

cart

az d

e pr

opa-

gand

a co

mun

ista

chi

nesa

” com

o im

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pr

inci

pal.

O c

arta

z “m

ostr

a um

gru

po

de

trab

alha

dore

s ac

enan

do

band

eira

s no

mei

o de

cen

as d

e pr

ogre

sso

tecn

oló-

gico

… e

, 7ut

uand

o so

bre

a pr

ocis

são,

as

face

s se

m c

orpo

dos

fun

dado

res

da A

d-va

nce

Gua

rd.”

Um

del

es, S

teve

Cou

lson

expl

ica:

“tr

ata-

se d

e um

ícon

e si

mbó

lico

da m

udan

ça r

adic

al d

a fo

rma

com

o as

m

arca

s se

lig

am à

s au

diên

cias

. Há

uma

revo

luçã

o po

pula

r em

mar

cha,

fort

alec

i-da

pel

a te

cnol

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erge

nte

e pe

las

re-

des

soci

ais,

e nó

s aj

udam

os a

s em

pres

as

a ac

ompa

nhar

ess

a m

udan

ça.”

6 A

pare

ce

entã

o a

Ava

ntga

rde

Bra

nd S

ervi

ces,

em-

pres

a al

emã,

cujo

slog

an é

“Cria

ndo

Fãs”

. U

sand

o a

lingu

agem

, pel

o m

enos

sup

er-

1cia

lmen

te, d

o es

pírit

o de

van

guar

da, d

e-cl

ara

a em

pres

a: “

Um

a m

arca

pre

cisa

de

surp

reen

der

cont

inua

dam

ente

os

fãs,

exci

-ta

r-lh

es a

cur

iosi

dade

e d

esbr

avar

cam

inho

s at

ravé

s das

men

tes a

té a

o co

raçã

o.” 7

A a

ssoc

iaçã

o en

tre

a va

ngua

rda

e a

publ

i-ci

dade

vem

de

long

a da

ta e

é b

idire

ccio

-na

l. A

1nal

de

cont

as, a

pub

licid

ade

é m

ais

um d

os “c

hoqu

es” d

a mod

erni

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des

cri-

tos

por W

alte

r Ben

jam

in n

o se

u tr

abal

ho

sobr

e B

aude

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.8 A

art

e de

van

guar

da,

outr

o pr

odut

o da

mod

erni

dade

, rep

rodu

z

6 V

ide

ww

w.t

he

ad

van

ce

gu

ard

.co

m.

7 V

ide

ww

w.a

van

tga

rde

.de

.

8 W

alt

er

Be

nja

min

, “O

n S

om

e M

oti

fs i

n B

au

de

lair

e”

[19

39

], I

llu

min

ati

on

s,

tra

d.

Ha

rry

Zo

hn

(L

on

do

n:

Fo

n-

tan

a/C

oll

ins

, 19

73

), 1

77.

6 S

ee

ww

w.t

he

ad

van

ce

gu

ard

.co

m.

7 S

ee

ww

w.a

van

tga

rde

.de

.

8 W

alt

er

Be

nja

min

, “O

n

So

me

M

oti

fs

in

Ba

ud

ela

ire”

[1

93

9],

Ill

um

ina

tio

ns

, tr

an

s.

Ha

rry

Zo

hn

(L

on

do

n:

Fo

n-

tan

a/C

oll

ins

, 19

73

), 1

77.

art,

anot

her

prod

uct

of m

oder

nity

, re-

prod

uces

the

pri

mar

y ur

ban

shoc

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-fe

cts

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row

ds,

adve

rtis

emen

ts,

and

othe

r stim

uli.

#e

man

ifest

o ha

s alw

ays

func

tione

d as

an

adve

rtis

emen

t fo

r ar

-tis

tic m

ovem

ents

, as

for

pol

itica

l an

d so

cial

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s. L

uca

Som

igli

argu

es: “

#e

trul

y or

igin

al m

ove

perf

orm

ed b

y [F

. T.

Mar

inet

ti, l

eade

r of

Ita

lian

futu

rism

] lie

s in

his

ado

ptio

n of

the

logi

c of

ad-

vert

isin

g in

the

prod

uctio

n an

d ci

rcul

a-tio

n of

his

mov

emen

t.” 9

Mar

inet

ti la

ter

reca

lled

the

epip

hany

he

expe

rien

ced

in

1908

, out

of

whi

ch f

utur

ism

was

bor

n.

He

was

str

uck

by t

he im

puls

e to

bre

ak

out

of t

he s

alon

s an

d co

teri

es a

nd a

d-dr

ess

the

mas

ses

dire

ctly

: “W

e m

ust

abso

lute

ly c

hang

e m

etho

d, g

o in

to t

he

stre

ets

… a

nd i

ntro

duce

the

1st

int

o th

e ar

tistic

str

uggl

e.” 1

0

From

the

sta

rt M

arin

etti

arra

nged

his

ow

n ne

gativ

e pr

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begg

ing

for

sens

a-tio

nal

cove

rage

to

help

him

adv

ertis

e hi

s ne

w m

ovem

ent.

“Wri

te w

hate

ver

com

es t

o yo

ur m

ind”

, he

advi

sed

one

edito

r, “g

o to

the

high

est l

evel

of i

nsul

t, ab

use,

de

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atio

n.

You

unde

rsta

nd,

my

dear

fri

end:

it

is i

mpo

rtan

t th

at a

lo

t of

noi

se is

mad

e ab

out

me

… I

am

ab

out

to f

orm

a m

ovem

ent

calle

d Fu

-tu

rism

.”1

1 B

egin

ning

with

the

pub

lica-

tion

of “

#e

Foun

ding

and

Man

ifest

o

os e

feito

s prim

ário

s do

choq

ue u

rban

o da

s m

ultid

ões,

anún

cios

e o

utro

s es

tímul

os.O

m

anife

sto

sem

pre

func

iono

u pa

ra p

ubli-

cita

r m

ovim

ento

s ar

tístic

os,

bem

com

o po

lític

os e

soc

iais

.. A

rgum

enta

Luc

a So

-m

igli:

“A m

udan

ça v

erda

deir

amen

te o

ri-

gina

l re

aliz

ada

por

[F.T

.Mar

inet

ti, l

íder

do

futu

rism

o ita

liano

] re

side

no

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o de

te

r ado

ptad

o a

lógi

ca d

o an

únci

o na

pro

-du

ção

e ci

rcul

ação

do

seu

mov

imen

to.”

9

Mai

s ta

rde

Mar

inet

ti re

cord

ou a

epi

fa-

nia

que

vive

u em

190

8, a

par

tir d

a qu

al

nasc

eu o

fut

uris

mo.

Foi

toc

ado

pelo

im-

puls

o de

rom

per

com

os

salõ

es e

círc

ulos

re

stri

tos

para

se

diri

gir

às m

assa

s di

rec-

tam

ente

: “D

evem

os a

ltera

r ra

dica

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te

os m

étod

os, i

r pa

ra a

s ru

as…

e e

rgue

r o

punh

o à

luta

art

ístic

a.” 1

0

Des

de o

iníc

io q

ue M

arin

etti

arqu

itect

ou

uma

impr

ensa

neg

ativ

a pr

ópri

a, s

upli-

cand

o um

a co

bert

ura

sens

acio

nalis

ta q

ue

o aj

udas

se a

pro

mov

er o

nov

o m

ovim

en-

to. “

Esc

reva

m t

udo

o qu

e vo

s vi

er à

ca-

beça

,” ac

onse

lhou

ao

edito

r, “c

hegu

em a

o m

ais

alto

nív

el d

o in

sulto

, da

injú

ria,

da

difa

maç

ão. P

erce

ba is

to, m

eu c

aro

amig

o:

é im

port

ante

que

se

faça

mui

to b

arul

ho à

m

inha

vol

ta…

é q

ue e

u es

tou

a in

icia

r um

m

ovim

ento

cham

ado

Futu

rism

o.” 1

1 C

ome-

çand

o pe

la p

ublic

ação

de

“#e

Foun

ding

an

d M

anife

sto

of F

utur

ism”

na p

rimei

ra

pági

na d

o L

e F

igar

o em

190

9, M

arin

etti

e os

seu

s se

guid

ores

cria

ram

o m

odel

o pa

ra

9 L

uc

a S

om

igli

, Le

git

imiz

ing

th

e A

rtis

t: M

an

ife

sto

Wri

t-

ing

an

d E

uro

pe

an

Mo

de

rnis

m, 1

88

5-1

91

5 (T

oro

nto

an

d

Lo

nd

on

: Un

ive

rsit

y o

f To

ron

to P

res

s, 2

00

3),

15

5.

10 C

f. S

om

igli

, 97.

11C

f. G

ün

ter

Be

rgh

au

s, G

en

es

is o

f F

utu

ris

m: M

ari

ne

tti’s

Ea

rly

Ca

ree

r a

nd

Wri

tin

gs

, 1

89

9-1

90

9 (

Le

ed

s:

Ma

ne

y,

19

95

), 4

4.

9 L

uc

a S

om

igli

, L

eg

itim

izin

g t

he

Art

ist:

Ma

nif

es

to W

riti

ng

an

d E

uro

pe

an

Mo

de

rnis

m,

18

85

-19

15

(To

ron

to a

nd

Lo

n-

do

n: U

niv

ers

ity

of

Toro

nto

Pre

ss

, 20

03

), 1

55

.

10 Q

uo

ted

in S

om

igli

, 97.

11Q

uo

ted

in

nte

r B

erg

ha

us

, Ge

ne

sis

of

Fu

turi

sm

: Ma

ri-

ne

tti’s

E

arl

y

Ca

ree

r a

nd

W

riti

ng

s,

18

99

-19

09

(L

ee

ds

: M

an

ey,

19

95

), 4

4.

56

57

of F

utur

ism

” on

the

fro

nt p

age

of L

e F

igar

o in

190

9, M

arin

etti

and

his

fol-

low

ers

crea

ted

the

tem

plat

e fo

r th

e av

ant-

gard

e m

ovem

ent a

nd th

e m

ani-

fest

o. #

ey a

lso

mad

e a

last

ing

impa

ct

on t

he a

dver

tisin

g in

dust

ry.

In t

his

stud

y I

will

exa

min

e th

e re

latio

nshi

p be

twee

n th

e hi

stor

ical

av

ant-

gard

e an

d co

ntem

pora

ry n

on-t

radi

tiona

l or

“g

uerr

illa”

adv

ertis

ing

and

mar

ketin

g st

rate

gies

. #e

term

“gu

erri

lla”

is u

sed

as s

hort

hand

her

e fo

r a

vari

ety

of n

ew

stra

tegi

es

of

cons

umer

en

gage

men

t, pa

rtic

ular

ly

thos

e us

ing

soci

al

net-

wor

ks.

Eac

h se

ctio

n is

ins

pire

d by

a

key

term

ado

pted

(or

co-

opte

d) f

rom

th

e la

ngua

ge o

f ad

vert

isin

g an

d m

ar-

ketin

g. L

et’s

begi

n w

ith “

buzz

.”

#e

prim

ary

serv

ice

o>er

ed t

o cl

ient

s of

Ava

ntga

rde

Mar

ketin

g &

Des

ign

is t

o “b

uild

buz

z.”

In L

ondo

n at

the

da

wn

of t

he a

vant

-gar

de t

wo

pion

eers

of

self-

adve

rtiz

ing

and

build

ers o

f buz

z w

ere

the

artis

t Jam

es M

acN

eill

Whi

s-tle

r and

the

poet

and

pla

ywri

ght O

scar

W

ilde.

#es

e tw

o co

mpe

ting

1gur

es

set t

he to

ne fo

r the

fully

7ed

ged

avan

t-ga

rde

that

app

eare

d de

cade

s la

ter

in

the

wak

e of

the

1rst

futu

rist

man

ifest

o.

#ey

seem

ed to

repr

esen

t l’a

rt p

our l

’art

bu

t bo

th a

ppea

led

to a

wid

er p

ublic

,

Buzz

o m

ovim

ento

de

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uard

a e

o m

anife

sto.

G

raça

s a

isso,

con

segu

iram

tam

bém

um

im

pact

o du

rado

uro

na i

ndús

tria

da

pu-

blic

idad

e. N

o pr

esen

te e

stud

o, a

nalis

o a

rela

ção

entr

e a

vang

uard

a hi

stór

ica

e a

publ

icid

ade

cont

empo

râne

a nã

o tr

a-di

cion

al, o

u de

“gu

erri

lha”

, com

as

suas

es

trat

égia

s de

mar

ketin

g. U

so o

ter

mo

“gue

rrilh

a” c

omo

uma

etiq

ueta

par

a um

a va

ried

ade

de n

ovas

est

raté

gias

de

envo

l-vi

men

to d

o co

nsum

idor

, em

par

ticul

ar

daqu

eles

que

usa

m r

edes

soc

iais

. Cad

a se

cção

ins

pira

-se

num

a pa

lavr

a ch

ave

adop

tada

(ou

coo

ptad

a) d

a lin

guag

em

da p

ublic

idad

e e

do m

arke

ting.

Com

e-ce

mos

pel

o ru

ído.

“Ger

ar b

uzz”

é o

ser

viço

pri

már

io q

ue

se

ofer

ece

a cl

ient

es

da

Ava

ntga

rde

Mar

ketin

g &

Des

ign.

Em

Lon

dres

, no

alvo

rece

r da

van

guar

da, h

ouve

doi

s pi

o-ne

iros

em a

uto-

publ

icid

ade

e cr

iado

-re

s de

ruí

do:

o ar

tista

Jam

es M

acN

eill

Whi

stle

r e

o po

eta

e dr

amat

urgo

Osc

ar

Wild

e –

duas

1gu

ras

riva

is a

cri

arem

o

tom

e a

dar

em a

sas

à va

ngua

rda

que

apar

eceu

déc

adas

mai

s ta

rde,

na

este

ira

do

prim

eiro

m

anife

sto

futu

rist

a.

Pa-

reci

am r

epre

sent

ar l

’art

pou

r l’

art

mas

am

bos

pret

endi

am c

ativ

ar u

m p

úblic

o m

ais

alar

gado

, cri

ando

des

ejo,

ain

da q

ue

expr

essa

ndo

men

ospr

ezo

pela

“ra

lé”.

O

jove

m W

ilde,

por

exe

mpl

o, e

m 1

882,

la

nçou

-se

num

a ex

curs

ão p

ela

Am

éric

a,

Buzz

[bur

buri

nho

]

crea

ting

desi

re e

ven

as t

hey

expr

esse

d co

ntem

pt f

or t

he “

mob

.” I

n 18

82, f

or

exam

ple,

the

you

ng W

ilde

emba

rked

on

a y

ear-

long

Am

eric

an t

our

as a

liv-

ing

adve

rtis

emen

t for

Gilb

ert a

nd S

ul-

livan

’s P

atie

nce

; or

, B

unth

orn

e’s B

ride

, a

satir

e of

the

aes

thet

icis

m f

ad t

hen

swee

ping

Lon

don.

He

was

bill

ed a

s “t

he a

post

le o

f ae

sthe

ticis

m”

and

gave

le

ctur

es o

n be

auty

to

coal

min

ers

in

Col

orad

o. W

ilde

turn

ed w

hat

mig

ht

have

bee

n an

exp

loiti

ve a

nd h

umili

at-

ing

expe

rien

ce t

o hi

s ow

n ad

vant

age.

H

e ad

vert

ised

, abo

ve a

ll, h

imse

lf –

and

used

the

tou

r to

laun

ch h

is c

aree

r as

a

lead

ing

1gur

e of

the

Lon

don

avan

t-ga

rde.

W

hist

ler,

mea

nwhi

le,

play

ed

up

his

Am

eric

an im

age

as th

e lo

ud, b

rash

, and

co

mba

tive

“sel

f-ad

vert

iser

” in

the

Eng

-lis

h pr

ess.

12

#e

two

com

bine

d th

eir t

al-

ents

for s

elf-

prom

otio

n by

wag

ing

pub-

lic le

tter

war

s ag

ains

t eac

h ot

her,

whi

ch

rais

ed b

oth

thei

r pr

o1le

s. L

ike

the

fu-

turis

ts a

fter

the

m, W

hist

ler

and

Wild

e w

ere

atta

cked

by

criti

cs fo

r com

mer

cial

-iz

ing

and

triv

ializ

ing

the

inst

itutio

n of

ar

t. B

oth

moc

ked

thei

r au

dien

ces

and

patr

ons,

and

both

wer

e w

idel

y m

ocke

d in

the

pre

ss. #

ey t

urne

d th

is n

egat

ive

publ

icity

to

thei

r ad

vant

age

as o

ften

as

they

cou

ld;

argu

ably,

Wild

e’s d

ownf

all

faze

ndo

publ

icid

ade

ao v

ivo

da ó

pera

Pa

tienc

e; o

r, B

unth

orne

’s B

ride

da

au-

tori

a de

Gilb

ert

e Su

lliva

n, u

ma

sátir

a à

tend

ênci

a es

tétic

a qu

e ar

reba

tava

Lon

-dr

es n

a ép

oca.

Era

con

side

rado

o “a

pós-

tolo

do

este

ticis

mo”

e d

ava

conf

erên

cias

so

bre

bele

za a

min

eiro

s de

car

vão

no

Col

orad

o. W

ilde

torn

ou-s

e na

quilo

que

po

deri

a te

r si

do u

ma

expe

riên

cia

abus

a-do

ra e

hum

ilhan

te a

seu

favo

r. A

cim

a de

tu

do, p

rom

ovia

-se

a si

mes

mo

– e

usou

a

viag

em p

ara

lanç

ar a

sua

carr

eira

com

o 1g

ura

de p

roa

da v

angu

arda

lond

rina

.E

ntre

tant

o W

hist

ler

cons

truí

a na

im

-pr

ensa

ing

lesa

a s

ua i

mag

em a

mer

ican

a de

um

“a

uto-

prom

otor

” es

palh

afat

o-so

, im

pert

inen

te e

com

bativ

o.1

2 A

mbo

s co

mbi

nara

m o

s seu

s tal

ento

s de

enal

teci

-m

ento

pró

prio

par

a se

dec

lara

rem

mut

u-am

ente

gue

rra

atra

vés

de c

arta

s ab

erta

s, qu

e se

rvia

m p

ara

elev

ar o

s re

spec

tivos

pe

r1s.

À se

mel

hanç

a do

s fut

uris

tas q

ue se

lh

es s

egui

ram

, Whi

stle

r e

Wild

e fo

ram

al

vo d

os a

taqu

es d

os c

rític

os p

or c

omer

-ci

aliz

arem

e b

anal

izar

em a

inst

ituiç

ão d

a ar

te. A

mbo

s tr

oçav

am d

as a

udiê

ncia

s e

dos

seus

pat

roci

nado

res

e am

bos

eram

am

plam

ente

ridi

cula

rizad

os n

a im

pren

sa.

Sem

pre

que

pude

ram

, rev

erte

ram

a p

u-bl

icid

ade

nega

tiva

em p

rove

ito p

rópr

io;

diz-

se q

ue a

que

da d

e W

ilde

se te

rá d

ado

a pa

rtir

do m

omen

to e

m q

ue le

vou

long

e de

mai

s a p

rovo

caçã

o pú

blic

a.

12 E

m 1

90

4,

Fre

de

ric

Ke

pp

el

pu

bli

co

u T

he

G

en

tle

A

rt

of

Re

se

nti

ng

In

juri

es

, e

xte

ns

o

po

em

a

sa

tíri

co

s

ob

re

Wh

istl

er,

qu

e c

om

a:

Oh

Jim

mie

Wh

istl

er,

eve

r fi

gh

tin

g;

In r

ow

s a

nd

‘ru

nc

tio

ns’

sti

ll d

eli

gh

tin

g;

Sm

all

– a

s y

ou

r fe

llo

w m

an

’s d

es

pis

er;

Gre

at

art

ist

– a

s s

elf

-ad

vert

ise

r!

12 I

n 1

90

4 F

red

eri

c K

ep

pe

l p

ub

lis

he

d T

he

Ge

ntl

e A

rt o

f

Re

se

nti

ng

In

juri

es

, a

lo

ng

s

ati

ric

al

po

em

o

n

Wh

istl

er,

w

hic

h b

eg

ins

:

Oh

Jim

mie

Wh

istl

er,

eve

r fi

gh

tin

g;

In r

ow

s a

nd

‘ru

nc

tio

ns’

sti

ll d

eli

gh

tin

g;

Sm

all

– a

s y

ou

r fe

llo

w m

an

’s d

es

pis

er;

Gre

at

art

ist

– a

s s

elf

-ad

vert

ise

r!

58

59

cam

e w

hen

he p

ushe

d th

is p

ublic

pro

v-oc

atio

n to

o fa

r.W

hist

ler’s

mos

t fa

mou

s co

mba

t w

as

a lib

el s

uit

agai

nst

the

art

criti

c Jo

hn

Rus

kin.

In a

gal

lery

revi

ew, R

uski

n ha

d ac

cuse

d W

hist

ler

of t

ryin

g to

rob

the

pu

blic

by

“ask

ing

two

hund

red

guin

-ea

s fo

r 7i

ngin

g a

pot

of p

aint

in

the

publ

ic’s

face

.” A

dec

ade

late

r, W

hist

ler

publ

ishe

d a

book

, "

e G

entl

e A

rt o

f M

akin

g E

nem

ies.

It in

clud

ed a

n ed

ited

tran

scri

pt o

f the

Rus

kin

tria

l, th

e le

tter

w

ars w

ith W

ilde,

and

his

mos

t fam

ous

man

ifest

o, “

#e

Ten

O’C

lock

.” 1

3 A

ll th

e pi

eces

in

the

book

are

pro

voca

-tio

ns o

f a k

ind,

and

all

are

man

ifest

os;

all

aim

ed a

nd s

ucce

eded

at

crea

ting

the

max

imum

buz

z, w

ithou

t co

ncer

n fo

r tra

ditio

nal n

otio

ns o

f art

istic

val

ue,

stat

us o

r est

eem

.

#e

ism

is

a br

and,

and

the

man

ifes-

to i

s a

mar

ketin

g to

ol. #

e m

anife

sto

sells

the

ism

not

thr

ough

its

mes

sage

so

muc

h as

by

embo

dyin

g th

e br

and

and

rais

ing

its p

ro1l

e. #

e is

m, l

ike

all

bran

ds, a

cts

as a

gua

rant

ee o

f qu

alit

y an

d co

nsis

tenc

y. It

is a

nex

us o

f enc

od-

ed v

alue

s. W

ith t

he r

ise

of t

he m

ove-

men

t and

the

man

ifest

o, th

e co

nver

sa-

tion

shift

ed f

rom

art

istic

pro

duct

s to

ar

tistic

val

ues.

Con

sum

ers

of t

he i

sm

Bra

ndi

ng

O c

omba

te m

ais f

amos

o de

Whi

stle

r foi

um

pro

cess

o de

cal

únia

s co

ntra

o c

rític

o de

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e Jo

hn R

uski

n. N

uma

revi

sta

de

arte

, R

uski

n ac

usar

a W

hist

ler

de t

en-

tar

roub

ar o

púb

lico,

“ped

indo

duz

ento

s gu

inéu

s por

arr

emes

sar u

ma

lata

de

tinta

à

cara

das

pes

soas

”. U

ma

déca

da d

epoi

s, W

hist

ler p

ublic

ou o

livr

o "

e G

entl

e A

rt

of M

akin

g E

nem

ies.

Incl

uía

uma

cópi

a do

jul

gam

ento

de

Rus

kin,

as

guer

ras

trav

adas

nas

car

tas

troc

adas

com

Wil-

de, e

o s

eu m

anife

sto

mai

s fa

mos

o, “

#e

Ten

O’C

lock

”. 1

3 T

odos

os

artig

os d

o li-

vro

são

prov

ocaç

ões

de a

lgum

a es

péci

e e

todo

s são

man

ifest

os; t

odos

pre

tend

eram

e

cons

egui

ram

ger

ar o

máx

imo

de b

uzz,

se

m a

pre

ocup

ação

de

noçõ

es t

radi

cio-

nais

de

valo

r art

ístic

o, e

stat

uto

ou a

preç

o.

O i

smo

é um

a m

arca

, e o

man

ifest

o é

uma

ferr

amen

ta d

o m

arke

ting.

O m

a-ni

fest

o ve

nde

o is

mo

não

tant

o pe

la

men

sage

m, m

as a

ntes

por

dar

cor

po à

m

arca

e p

or l

he c

onst

ruir

um

per

1l. O

is

mo,

com

o to

das

as m

arca

s, ac

tua

com

o ga

rant

ia d

e qu

alid

ade

e co

nsis

tênc

ia. É

um

elo

de

valo

res

codi

1cad

os.

Com

o

mov

imen

to e

o m

anife

sto

a cr

esce

rem

, a

conv

ersa

ção

tran

sfer

ia-s

e do

s pro

duto

s ar

tístic

os p

ara

os v

alor

es a

rtís

ticos

. O

s co

nsum

idor

es d

o is

mo

podi

am o

ptar

por

co

mpr

ar u

m d

eter

min

ado

nich

o de

va-

lore

s. Pr

ocur

ava-

se a

1de

lidad

e à

mar

ca.

Qua

l a

sua

iden

tidad

e ar

tístic

a? A

que

Mar

ca

13 J

am

es

Ma

cN

eil

l Wh

istl

er,

Th

e G

en

tle

Art

of

Ma

kin

g

En

em

ies

(L

on

do

n: H

ein

em

an

n, 1

89

2).

13

Ja

me

s M

ac

Ne

ill W

his

tle

r, T

he

Ge

ntl

e A

rt o

f M

ak

ing

En

em

ies

(L

on

do

n: H

ein

em

an

n, 1

89

2).

coul

d ch

oose

to

buy

into

a p

artic

ular

cl

uste

r of

val

ues.

Bra

nd l

oyal

ty w

as

soug

ht. W

hat

is y

our

artis

tic i

dent

ity?

W

hich

ism

are

you

? A

re y

ou a

fut

ur-

ist o

r an

imag

ist?

Or i

s da

da m

ore

your

th

ing?

Tri

stan

Tza

ra’s

“My

Ant

ipyr

ine’s

M

anife

sto”

(19

18)

soug

ht t

o de

bunk

al

l th

e is

ms,

thos

e “a

mba

ssad

ors

of

feel

ing,

” th

at p

rece

ded

dada

. “B

ut w

e,

DA

DA

, w

e do

not

agr

ee w

ith t

hem

, fo

r ar

t is

not

ser

ious

, I a

ssur

e yo

u.” (

If

you

agre

e, p

ress

dad

a.) #

e on

ly a

im o

f da

da, T

zara

dec

lare

s, “i

s to

mak

e yo

u ha

ppy,

good

aud

ienc

e, I

lov

e yo

u so

m

uch,

I as

sure

you

and

ado

re y

ou.”

14 T

o m

ake

you

happ

y or

, per

haps

, to

ridi

cule

yo

u –

eith

er w

ay, d

ada’s

cha

rm in

vade

s yo

ur c

onsc

ious

ness

. A

s st

ated

in

an-

othe

r m

anife

sto,

“D

ada

Exc

ites

Eve

ry-

thin

g” (

1921

): “i

f al

l of

a s

udde

n yo

ur

head

beg

ins

to c

rack

le w

ith la

ught

er, i

f yo

u 1n

d al

l yo

ur i

deas

use

less

and

ri-

dicu

lous

, kno

w th

at I

T I

S D

AD

A B

E-

GIN

NIN

G T

O S

PE

AK

TO

YO

U.”

15

Fin

ding

sp

ace

for

your

br

and

in

a cr

owde

d m

arke

tpla

ce i

s ne

ver

easy

. It

pr

esen

ts a

con

stan

t ch

alle

nge

for

ad-

vert

isin

g ag

enci

es. #

e bl

ogge

r for

Ren

-eg

ade

Age

ncy

Con

fess

iona

l m

entio

ned

at

the

star

t of t

his e

ssay

des

crib

es “t

he m

e-di

a ric

h, m

essa

ge h

eavy

env

ironm

ent”

Pos

itio

nin

g

ism

o pe

rten

ce?

É u

m f

utur

ista

ou

um

imag

ista

? Ou

o m

ovim

ento

dad

á fa

z m

ais

o se

u gé

nero

? O

art

igo

de T

rist

an T

zara

“M

y A

ntip

yrin

e’s

Man

ifest

o”

(191

8)

proc

urav

a de

stro

nar

todo

s os

“is

mos

”, to

dos

os “e

mba

ixad

ores

do

sent

ido”

, que

an

tece

dera

m o

mov

imen

to d

adá.

“M

as

nós,

DA

, nós

não

est

amos

de

acor

do

com

ele

s, po

is a

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e nã

o é

cois

a sé

ria, i

sso

vos g

aran

to.”

(Se

conc

orda

r, pr

ima

dadá

.) O

úni

co o

bjec

tivo

de d

adá,

decl

ara

Tza

-ra

, “é

fazê

-lo

feliz

, est

imad

o pú

blic

o, q

ue

eu t

anto

ado

ro, g

aran

to-l

he q

ue o

ado

-ro

.” 1

4 S

eja

para

o fa

zer

feliz

ou

para

par

a o

ridic

ular

izar

– t

anto

faz

, o c

harm

e de

da

dá in

vade

a s

ua c

onsc

iênc

ia. T

al c

omo

já a

1rm

ado

nout

ro m

anife

sto,

“Dad

a E

x-ci

tes

Eve

ryth

ing”

(19

21):

“se

de r

epen

te

a ca

beça

com

eçar

a e

stal

ar-l

he d

e ta

nto

rir, s

e ac

har

que

as s

uas

idei

as n

ão s

er-

vem

par

a na

da e

são

rid

ícul

as, s

aiba

que

D

AD

Á C

OM

A A

FA

LA

R C

ON

-SI

GO

.” 1

5

Nun

ca é

fáci

l enc

ontr

ar o

esp

aço

de u

ma

mar

ca n

um m

erca

do s

obre

carr

egad

o. É

um

con

stan

te d

esa1

o pa

ra a

s ag

ênci

as

de p

ublic

idad

e. O

blo

gger

da

Ren

egad

e A

genc

y C

onfe

ssio

nal m

enci

onad

o no

iníc

io

do p

rese

nte

ensa

io d

escr

eve

“o a

mbi

ente

rtil

dos m

edia

, car

rega

do d

e m

ensa

gens

” da

act

ualid

ade

e de

clar

a: “

é no

sso

deve

r aj

udar

os c

lient

es a

elim

inar

o ru

ído.

”16

Na

1rm

a A

vant

gard

e M

arke

ting

& D

esig

n

Pos

icio

nam

ento

14 C

aw

s, 3

05

.

15 C

aw

s, 2

90

.

16 V

ide

htt

p:/

/ad

ag

en

cyc

on

fes

sio

na

l.b

log

sp

ot.

co

m/2

00

9/0

2/w

ha

ts-i

s-n

am

e-e

tym

olo

gy-

of-

ad

ver-

tis

ing

.htm

l.

14 C

aw

s, 3

05

.

15 C

aw

s, 2

90

.

60

61

of t

he p

rese

nt, a

nd d

ecla

res:

“it’s

our

jo

b to

hel

p ou

r cl

ient

s cu

t th

roug

h th

e di

n.”

16 A

vant

gard

e M

arke

ting

&

Des

ign

calls

thi

s se

rvic

e “m

arke

t di

f-fe

rent

iatio

n.” T

raits

use

d to

dis

tingu

ish

a br

and

from

the

com

petit

ion

incl

ude

nove

lty, s

loga

ns, a

nd v

isua

l app

eal.

#e

“man

ifest

o m

omen

t” o

>ere

d a

wea

lth

of a

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ree

– on

e re

ason

the

his

tori-

cal a

vant

-gar

de is

stil

l bei

ng m

ined

by

cutt

ing-

edge

adv

ertis

ing

1rm

s. V

orti-

cism

, for

exa

mpl

e, pu

blis

hed

only

tw

o m

anife

sto-

1lle

d nu

mbe

rs o

f its

mag

a-zi

ne, B

LA

ST. B

ut in

the

art a

nd d

esig

n se

ctio

n of

any

goo

d bo

okse

ller y

ou c

an

still

1nd

a fa

csim

ile e

ditio

n of

BL

AST

, w

hose

lur

id p

ink

cove

r w

ith t

he t

itle

embl

azon

ed

diag

onal

ly

acro

ss

it in

ov

ersi

zed

prin

t st

ill l

eaps

out

as

fres

h an

d ey

e-ca

tchi

ng a

s it

did

in J

uly

of

1914

. One

susp

ects

the

“rea

l” ad

vert

ise-

men

ts o

f 19

14 d

id n

ot s

tand

a c

hanc

e ag

ains

t th

is p

ower

ful c

ampa

ign,

whi

ch

was

def

eate

d on

ly b

y th

e re

al ca

mpa

igns

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d ev

en lo

uder

bla

stin

g of

the

war

that

be

gan

late

r tha

t sum

mer

.

In o

rder

to

1nd

spac

e an

d m

ark

out

terr

itory

, ava

nt-g

arde

man

ifest

os o

ften

ad

dres

sed

and

atta

cked

oth

er m

ove-

men

ts, e

spec

ially

futu

rism

. Moc

king

fu-

turis

m’s

fora

y in

to fa

shio

n, o

ne v

ortic

ist

Pre

sence

este

ser

viço

é d

esig

nado

por

“di

fere

ncia

-çã

o de

mer

cado

”. D

e en

tre

as c

arac

terís

-tic

as q

ue f

azem

um

a m

arca

dist

ingu

ir-se

da

s su

as c

onco

rren

tes

incl

uem

-se

a no

vi-

dade

, os s

loga

ns e

o a

spec

to v

isual

ape

lati-

vo. O

“mom

ento

do

man

ifest

o” o

fere

cia-

os a

os t

rês

em a

bund

ânci

a –

razã

o pe

la

qual

a v

angu

arda

his

tóri

ca e

stá

aind

a a

ser

expl

orad

a po

r 1r

mas

de

publ

icid

a-de

de

pont

a. O

vor

ticis

mo,

por

exe

m-

plo,

publ

icou

doi

s nú

mer

os d

a su

a re

vist

a B

LA

ST,

repl

eta

de m

anife

stos

. C

ontu

do, n

a se

cção

de

arte

e d

esig

n de

qu

alqu

er b

oa li

vrar

ia a

inda

pod

emos

en-

cont

rar

ediç

ões

facs

imila

das

da B

LA

ST,

exib

indo

a

mes

ma

capa

ro

sa-p

álid

o co

m o

títu

lo e

mbl

emát

ico

em d

iago

nal

e de

tam

anho

for

a do

nor

mal

a c

ham

ar

a at

ençã

o, t

al c

omo

em J

ulho

de

1914

. Su

spei

ta-s

e qu

e os

“ve

rdad

eiro

s” a

nún-

cios

de

1914

não

ter

iam

qua

isqu

er h

i-pó

tese

s po

r co

mpa

raçã

o co

m u

ma

cam

-pa

nha

tão

pode

rosa

, ap

enas

der

rota

da

pela

s ve

rdad

eira

s ca

mpa

nhas

ain

da m

ais

estr

iden

tes

da g

uerr

a qu

e lh

e su

cede

u,

no V

erão

do

mes

mo

ano.

Com

o in

tuito

de

enco

ntra

r um

esp

aço

e de

mar

car

um t

erri

tóri

o, o

s m

anife

s-to

s de

van

guar

da a

tingi

am e

ata

cava

m

com

fre

quên

cia

outr

os m

ovim

ento

s, em

pa

rtic

ular

, o

futu

rism

o. U

m m

anife

sto

vort

icis

ta, t

roça

ndo

das

incu

rsõe

s do

fu-

turi

smo

na m

oda,

diz

ia: “

Não

que

rem

os

Pre

sença

16

Se

e h

ttp

://a

da

ge

ncy

co

nfe

ss

ion

al.

blo

gs

po

t.c

om

/20

09

/02

/wh

ats

-is

-na

me

-ety

mo

log

y-o

f-a

dve

rtis

-in

g.h

tml.

62

63

man

ifest

o de

clar

ed:

“We

do n

ot w

ant

to m

ake

peop

le w

ear

Futu

rist

Patc

hes,

or f

uss

men

to

take

to

pink

and

sky

-bl

ue tr

ouse

rs.”

17

Dad

a w

arne

d: “B

ewar

e of

for

gerie

s!” a

nd a

dded

: “#

e Fu

turis

t is

dea

d. O

f Wha

t? O

f D

AD

A.”

18 I

n a

draf

t man

ifest

o of

sens

atio

nism

writ

ten

in E

nglis

h, F

erna

ndo

Pess

oa c

laim

ed

that

his

ism

(whi

ch h

e ca

lled

not q

uite

“a

mov

emen

t” b

ut m

ore

“an

attit

ude”

) em

brac

ed a

nd s

ynth

esiz

ed a

ll ot

hers

: “I

t ga

ther

s in

to o

ne o

rgan

ic w

hole

the

seve

ral

thre

ads

of m

oder

n m

ove-

men

ts,

extr

actin

g ho

ney

from

all

the

7ow

ers t

hat h

ave

blos

som

ed in

the

gar-

dens

of

Eur

opea

n fa

ncy.”

19 O

nce

you

cut

a sw

athe

thr

ough

the

com

petit

ion

and

esta

blis

h a

nich

e fo

r yo

ur b

rand

, it

is im

port

ant

to “

grow

” bra

nd a

war

e-ne

ss.

Ava

nt-g

arde

m

ovem

ents

, m

ost

nota

bly

futu

rism

, exp

ande

d th

eir

“me-

dia

pres

ence

” to

take

in a

ll fo

rms

of a

r-tis

tic c

reat

ion:

poe

try,

mus

ic, s

culp

ture

, pa

intin

g, t

heat

re, a

nd s

o on

. Fut

uris

m

wen

t far

ther

than

mos

t by

addi

ng o

ther

fa

cets

of

life,

incl

udin

g fa

shio

n, c

ook-

ing

(a f

utur

ist

cook

book

), po

litic

s (t

he

ill-c

once

ived

par

tner

ship

with

Mus

-so

lini’s

Fas

cist

Par

ty),

and

arch

itect

ure

(stil

l see

n in

the

form

er c

olon

ial c

apita

l of

Erit

rea,

Asm

ara)

. 20

obri

gar

as p

esso

as a

usa

rem

Rem

endo

s Fu

turi

stas

, ou

leva

r os

hom

ens

a ve

sti-

rem

cal

ças

cor-

de-r

osa

ou a

zul-

bebé

.” 1

7

Por s

ua v

ez, “

dada

” lan

çava

o a

viso

: “C

ui-

dado

com

as

imita

ções

!” e

acre

scen

tava

: “O

fut

uris

ta M

OR

RE

U.

De

quê?

De

DA

DA

.” 1

8 N

um e

sboç

o de

man

ifest

o do

se

nsac

ioni

smo

escr

ito em

ingl

ês, F

erna

ndo

Pess

oa p

rocl

amav

a qu

e o

seu

ismo

(a q

ue

cham

ava

não

prop

riam

ente

“um

mov

i-m

ento

” mas

ant

es u

ma

atitu

de”)

aba

rcav

a e

sinte

tizav

a to

dos o

s out

ros:

“Reú

ne n

um

todo

org

ânic

o… a

s di

fere

ntes

cor

rent

es

dos

mov

imen

tos

mod

erno

s, ex

trai

ndo

mel

de

toda

s as

7or

es q

ue d

esab

roch

aram

no

s ja

rdin

s da

fant

asia

eur

opei

a.” 1

9 Q

uan-

do se

abr

e um

a br

echa

na

com

petiç

ão e

se

esta

bele

ce u

m n

icho

par

a a

mar

ca, é

im-

port

ante

“cul

tivar

”a c

onsc

iênc

ia d

a m

arca

. O

s mov

imen

tos v

angu

ardi

stas

, mai

s esp

e-ci

1cam

ente

o fu

turis

mo,

exp

andi

ram

a su

a “p

rese

nça

med

iátic

a” p

ara

abar

car t

odas

as

form

as d

e cr

iaçã

o ar

tístic

a: p

oesia

, mús

ica,

escu

ltura

, pin

tura

, tea

tro,

etc

. O fu

turis

mo

foi m

ais

long

e do

que

a m

aior

ia d

os o

u-tr

os p

orqu

e fo

i int

egra

ndo

outr

as f

acet

as

da v

ida

que

incl

uíam

a m

oda,

a cu

linár

ia

(um

livr

o de

coz

inha

futu

rista

), a

polít

ica

(a p

arce

ria a

ziag

a co

m o

Par

tido

Fasc

ista

de M

usso

lini)

e a

arqu

itect

ura

(obs

erva

da

aind

a na

prim

eira

cap

ital c

olon

ial d

a E

ri-tr

eia,

Asm

ara)

.20

17 W

ynd

ha

m L

ew

is,

ed

., B

LA

ST

1 [

19

14

] (S

an

ta R

os

a:

Bla

ck

Sp

arr

ow

, 19

92

), 7.

18 C

aw

s, 2

90

.

19 F

ern

an

do

Pe

ss

oa

, Se

ns

ac

ion

ism

o e

Ou

tro

s I

sm

os

, ed

. J

eró

nim

o P

iza

rro

(L

isb

on

: Im

pre

ns

a N

ac

ion

al,

20

09

), 1

59

.

20 A

sm

ara

te

ve u

m r

áp

ido

de

se

nvo

lvim

en

to n

a c

on

-s

tru

çã

o u

rba

na

no

au

ge

da

co

nve

rgê

nc

ia f

utu

ris

ta-

fas

cis

ta. V

ide

Ed

wa

rd D

en

iso

n, G

ua

ng

Yu

Re

n, e

Nia

gzy

G

eb

rem

ed

hin

, ed

s.,

As

ma

ra: A

fric

a’s

Se

cre

t M

od

ern

ist

Cit

y (

Lo

nd

on

e N

ew

Yo

rk: M

err

ell

, 20

06

).

17 W

ynd

ha

m L

ew

is,

ed

., B

LA

ST

1 [

19

14

] (S

an

ta R

os

a:

Bla

ck

Sp

arr

ow

, 19

92

), 7.

18 C

aw

s, 2

90

.

19 F

ern

an

do

Pe

ss

oa

, S

en

sa

cio

nis

mo

e O

utr

os

Is

mo

s,

ed

. J

eró

nim

o P

iza

rro

(Lis

bo

n: I

mp

ren

sa

Na

cio

na

l, 2

00

9),

15

9.

20

As

ma

ra

exp

eri

en

ce

d

a

co

ns

tru

cti

on

b

oo

m

at

the

h

eig

ht

of

the

fu

turi

st-

Fa

sc

ist

co

nve

rge

nc

e.

Se

e E

dw

ard

D

en

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n,

Gu

an

g Y

u R

en

, a

nd

Nia

gzy

Ge

bre

me

dh

in,

ed

s.,

As

ma

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Afr

ica

’s S

ec

ret

Mo

de

rnis

t C

ity

(L

on

do

n a

nd

Ne

w

York

: Me

rre

ll, 2

00

6).

Aud

ienc

e is

fun

dam

enta

l to

bot

h ad

-ve

rtis

ing

and

the

man

ifest

o. C

urre

nt

adve

rtis

ing

and

mar

ketin

g th

eory

em

-ph

asiz

es t

he i

mpo

rtan

ce o

f la

ngua

ge

– on

com

pany

web

site

s or

blo

gs,

for

exam

ple

– th

at a

ccom

mod

ates

gen

-er

al c

onsu

mer

s an

d po

tent

ial

clie

nts

on

one

hand

(“

publ

ic-f

acin

g”)

and

curr

ent

corp

orat

e cl

ient

s on

the

oth

er

(“in

dust

ry-f

acin

g”).

Clie

nts

may

hav

e ac

cess

to

priv

ate

area

s, fo

r ex

ampl

e,

that

are

not

acc

essi

ble

to p

ublic

vie

w-

ers.

In t

hese

pri

vate

are

as t

he c

onve

r-sa

tion

and

cont

ent

will

be

suite

d to

a

mor

e kn

owle

dgea

ble

and

priv

ilege

d co

nsum

er, w

hile

the

pub

lic a

reas

will

em

ploy

a b

road

er le

vel o

f di

ctio

n an

d co

nten

t, an

d w

ill f

ocus

on

attr

actin

g ne

w b

usin

ess.

A re

volu

tiona

ry in

nova

-tio

n of

the

fut

uris

t m

anife

sto

was

its

ab

ility

to

be b

oth

publ

ic-f

acin

g an

d in

dust

ry-f

acin

g.

Futu

rist

m

anife

stos

w

ere

prin

ted

in d

aily

new

spap

ers

and

on l

ea7e

ts a

nd p

oste

rs f

or w

ide

dis-

sem

inat

ion,

as

oppo

sed

to t

he s

mal

l co

teri

e cr

owd.

But

at

the

sam

e tim

e,

futu

rism

use

d in

nova

tive

dire

ct-m

ar-

ketin

g ca

mpa

igns

tar

gete

d to

inte

llec-

tual

s, cr

itics

and

oth

er “t

aste

mak

ers”

in

the

cultu

re in

dust

ry. O

f cou

rse,

not

all

man

ifest

os w

ere

aim

ed a

t at

trac

ting

a w

ider

aud

ienc

e.

Fac

ing

Tan

to n

a pu

blic

idad

e co

mo

no m

anife

sto

é fu

ndam

enta

l o

públ

ico.

A p

ublic

idad

e ac

tual

e a

teo

ria d

e m

arke

ting

enfa

tizam

a

impo

rtân

cia

da l

ingu

agem

– e

m s

ites

de e

mpr

esas

ou

em b

logu

es, p

or e

xem

-pl

o –

engl

oban

do, p

or u

m l

ado,

con

su-

mid

ores

de

uma

form

a ge

ral e

pot

enci

ais

clie

ntes

(“p

ublic

-fac

ing”

) e,

por

outr

o, a

cl

ient

ela

corp

orat

iva

(“in

dust

ry-f

acin

g”).

Os

clie

ntes

pod

em te

r ace

sso

a ár

eas

pri-

vada

s, po

r ex

empl

o, q

ue n

ão s

ejam

ace

s-sí

veis

ao

públ

ico

em g

eral

. Nes

sas

área

s pr

ivad

as o

s te

mas

de

conv

ersa

e o

con

te-

údo

serã

o út

eis

a um

con

sum

idor

priv

i-le

giad

o e

mai

s be

m in

form

ado,

ao

pass

o qu

e as

áre

as p

úblic

as i

rão

empr

egar

um

vel d

e ab

orda

gem

e d

e co

nteú

do m

ais

abra

ngen

te, c

ujo

enfo

que

será

atr

air

no-

vos

negó

cios

. U

ma

inov

ação

rev

oluc

io-

nária

do

man

ifest

o fu

turis

ta c

onsi

sitiu

na

sua

capa

cida

de d

e se

diri

gir q

uer a

o pe

r1l

do p

úblic

o qu

er a

o pe

r1l d

a in

dúst

ria. O

s m

anife

stos

futu

rista

s era

m p

ublic

ados

em

jo

rnai

s di

ário

s e

em p

an7e

tos

e ca

rtaz

es

para

um

a di

vulg

ação

var

iada

, opo

ndo-

se

assi

m a

gru

pos p

eque

nos e

rest

ritos

. Mas

, ao

m

esm

o te

mpo

, o

futu

rism

o us

ava

cam

panh

as in

ovad

oras

de

mar

ketin

g di

-re

cto

vis

ando

os i

ntel

ectu

ais,

os c

rític

os e

ou

tros

“for

mad

ores

de

opin

ião”

na

indú

s-tr

ia d

a cu

ltura

. Cla

ro q

ue n

em t

odos

os

man

ifest

os s

e de

stin

avam

a a

trai

r m

aio-

res

audi

ênci

as. O

im

agis

mo,

por

exe

m-

plo,

sen

tia-s

e be

m n

a tr

adiç

ão d

e ci

clos

Exp

osição

[Fac

ing]

64

65

66

67

Imag

ism

, for

exa

mpl

e, w

as q

uite

hap

-py

to c

ontin

ue in

the

cote

rie

trad

ition

an

d sp

eak

only

to

“the

few

.” O

ther

m

anife

stos

, in

clud

ing

som

e fu

turi

st

ones

, pr

ojec

ted

ambi

vale

nce

or e

ven

outr

ight

hos

tilit

y to

war

d th

e co

nsum

-er

– b

ut th

is rh

etor

ic o

f exc

lusi

vity

was

de

sign

ed t

o at

trac

t ev

en a

s it

seem

ed

to r

epel

; to

woo

the

aud

ienc

e to

joi

n th

e “u

s” o

f th

e m

ovem

ent

agai

nst

the

“the

m” o

f the

mob

.

Bui

ldin

g on

Cla

ude

Aba

stad

o’s

de1-

nitio

n of

man

ifest

os a

s “m

achi

nes

to

gene

rate

de

sire

”, So

mig

li de

scri

bes

man

ifest

os a

s “1r

st a

nd fo

rem

ost m

a-ch

ines

to

gene

rate

dis

cour

se.”

21 #

e av

ant-

gard

e m

anife

sto

was

adv

ertis

ing

thro

ugh

conv

ersa

tion.

By

cons

tant

ly

issu

ing

new

man

ifest

os –

as

futu

rism

, da

da, a

nd su

rrea

lism

did

– m

ovem

ents

tr

ied

to k

eep

the

conv

ersa

tion

goin

g.

Kee

ping

up

a co

nver

satio

n w

ith t

he

cons

umer

thr

ough

soc

ial

netw

orki

ng

is n

ow p

erce

ived

as

cruc

ial t

o th

e su

c-ce

ss o

f an

y br

and.

Tal

king

to

the

con-

sum

er,

gain

ing

feed

back

, be

ing

talk

ed

abou

t, an

d be

ing

alw

ays

visib

le (

sear

ch

engi

ne o

ptim

izat

ion

and

all t

hat)

is th

e go

al o

f con

vers

atio

n in

bus

ines

s. A

vant

-ga

rde

Mar

ketin

g &

Des

ign

wor

ks a

t “g

row

ing

in7u

ence

r co

mm

uniti

es”

for

Con

ver

sation

rest

ritos

e d

e fa

lar

apen

as p

ara

“alg

uns.”

O

utro

s m

anife

stos

, inc

luin

do a

lgun

s fu

-tu

rista

s, ch

egav

am a

pro

ject

ar a

mbi

valê

n-ci

a ou

hos

tilid

ade

sem

rode

ios e

m re

laçã

o ao

con

sum

idor

– m

as e

sta

retó

rica

de e

x-cl

usiv

idad

e de

stin

ava-

se a

atr

air

embo

ra

pare

cess

e re

pelir

; ca

tivar

a a

udiê

ncia

de

mod

o a

junt

ar-s

e ao

“nós

” do

mov

imen

to

cont

ra o

“ele

s” da

mul

tidão

.

Part

indo

da

de1n

ição

de

Cla

ude

Aba

sta-

do d

e m

anife

stos

enq

uant

o “m

áqui

nas d

e ge

rar

dese

jo”,

Som

igli

desc

reve

-os

com

o “a

s pr

imei

ras

e m

ais

avan

çada

s m

áqui

nas

de g

erar

dis

curs

o.”

21 O

man

ifest

o va

n-gu

ardi

sta

anun

ciav

a-se

atr

avés

de

con-

vers

ação

. Por

for

ça d

a em

issã

o co

nsta

nte

de n

ovos

man

ifest

os –

sob

re f

utur

ism

o,

“dad

a” e

sur

real

ism

o –

os m

ovim

ento

s te

ntar

am m

ante

r-se

no

cent

ro d

os te

mas

de

con

vers

a. A

ctua

lmen

te c

onsi

dera

-se

cruc

ial p

ara

o su

cess

o de

qua

lque

r m

arca

m

ante

r a

conv

ersa

ção

com

o c

onsu

mi-

dor

atra

vés

das

rede

s so

ciai

s. Fa

lar

com

o

cons

umid

or, o

bter

a su

a re

acçã

o, se

r fa-

lado

e e

star

sem

pre

visí

vel (

optim

izaç

ão

dos

mot

ores

de

busc

a e

tudo

o m

ais)

. A

1rm

a A

vant

gard

e M

arke

ting

& D

esig

n tr

abal

ha n

o “c

ultiv

o de

com

unid

ades

de

in7u

ênci

a” p

ara

os c

lient

es p

or m

eio

da

conv

ersa

ção.

Um

a pa

rte

dess

e fe

nóm

e-no

é a

trai

r co

nsum

idor

es à

s hi

póte

ses

do

“gos

tar”

e d

o “s

er a

mig

o de

” no

Face

book

ou

nou

tras

red

es s

ocia

is.

As

empr

esas

Con

ver

saçã

o

21 S

om

igli

, 26

.2

1 S

om

igli

, 26

.

its c

lient

s th

roug

h co

nver

satio

n. E

n-tic

ing

cons

umer

s to

“lik

e” o

r “f

rien

d”

busi

ness

es

on

Face

book

an

d ot

her

soci

al n

etw

orki

ng s

ites

is p

art

of t

his

phen

omen

on.

Lea

ding

bus

ines

ses

no

long

er c

onsi

der

dire

ct m

essa

ging

in

soci

al m

edia

nec

essa

ry o

r ev

en d

esir

-ab

le.

Inst

ead,

the

y si

mpl

y gr

ow t

he

conv

ersa

tion,

co

nnec

ting

with

th

eir

audi

ence

and

est

ablis

hing

a h

igh

leve

l of

tru

st a

nd i

ntim

acy.

Bus

ines

ses

on

soci

al n

etw

orki

ng s

ites

may

pos

t ge

n-er

al i

ndus

try

new

s, lin

ks t

o am

usin

g bl

ogs,

vide

o cl

ips

on Y

ouT

ube,

ale

rts

abou

t upc

omin

g co

ncer

ts o

r par

ties,

or

stat

us u

pdat

es th

at m

ake

triv

ial o

bser

-va

tions

– ju

st li

ke re

al p

eopl

e.

Onc

e th

e co

nver

satio

n ha

s be

en s

tart

-ed

, pr

esen

ce

has

been

es

tabl

ishe

d,

desi

re h

as b

een

crea

ted,

and

tru

st h

as

been

bui

lt, i

t is

tim

e to

com

plet

e th

e tr

ansa

ctio

n. I

n in

tern

et m

arke

ting,

the

conv

ersi

on r

ate

is t

he r

atio

of

casu

al

brow

sers

(c

onte

nt

view

s or

w

ebsi

te

visi

ts) t

o co

mpl

eted

goa

ls (e

.g. s

ales

or

subs

crip

tions

). V

isito

rs t

o an

e-c

om-

mer

ce w

ebsi

te a

re le

d th

roug

h a

con-

vers

ion

funn

el,

optim

ized

to

achi

eve

the

high

est

poss

ible

con

vers

ion

rate

. If

all

goes

wel

l, th

ey a

re s

ucce

ssfu

lly

“con

vert

ed” a

t the

end

; tha

t is,

they

are

Con

ver

sion

líder

es d

e m

erca

do já

não

con

side

ram

a

men

sage

m d

irect

a no

s m

eios

soc

iais

ne-

cess

ária

ou

sequ

er d

esej

ável

. Em

vez

dis

-so

, lim

itam

-se

a cu

ltiva

r a c

onve

rsa,

man

-te

ndo-

se e

m c

onta

cto

com

as

audi

ênci

as

e cr

iand

o um

alto

nív

el d

e co

n1an

ça e

de

intim

idad

e. N

os s

ites

de re

des

soci

ais,

as e

mpr

esas

pod

em a

1xar

not

ícia

s ge

rais

da

ind

ústr

ia, l

inks

par

a bl

ogs

dive

rtid

os,

víde

o cl

ips

no Y

ouTu

be, a

viso

s de

con

-ce

rtos

e fe

stas

, ou

actu

aliz

ar o

seu

est

ado

com

obs

erva

ções

ban

ais

– co

mo

pess

oas

autê

ntic

as.

Um

a ve

z in

icia

da a

con

vers

, ins

taur

ada

a pr

esen

ça, c

riado

o d

esej

o e

cons

truí

da a

co

n1an

ça, c

hego

u a

hora

de

com

plet

ar a

tr

ansa

cção

. Em

mar

ketin

g da

Int

erne

t, a

taxa

de

conv

ersã

o é

o ra

tio e

ntre

os

na-

vega

dore

s ca

suai

s (v

isua

lizaç

ão d

e co

n-te

údos

ou

visi

tas

a w

ebsi

tes)

e o

s ob

jec-

tivos

con

segu

idos

(po

r ex

empl

o, a

trav

és

de v

enda

s ou

sub

scriç

ões)

. Os

visi

tant

es

de u

m w

ebsi

te c

omer

cial

são

con

duzi

dos

por u

m c

anal

de

conv

ersã

o op

timiz

ado

de

mod

o a

obte

r o

mai

or ín

dice

pos

síve

l de

conv

ersã

o. S

e tu

do c

orre

r be

m, n

o 1n

al

são

“con

vert

idos

” com

suc

esso

; ist

o é,

são

leva

dos a

con

clui

r a ta

refa

ou

a cu

mpr

ir o

obje

ctiv

o qu

e a

empr

esa

lhes

des

tinou

. O

mat

eria

l cria

tivo

que

as 1

rmas

de

publ

i-ci

dade

e m

arke

ting

com

o a

Ava

ntga

rde

utili

zam

– i

nclu

indo

mat

eria

l co

opta

do

da p

rópr

ia v

angu

arda

–se

rve

para

faci

litar

Con

ver

são

68

69

led

to c

ompl

ete

the

task

or

goal

set

fo

r th

em b

y th

e bu

sine

ss. #

e cr

eativ

e m

ater

ial u

sed

by a

dver

tisin

g an

d m

ar-

ketin

g 1r

ms l

ike

Ava

ntga

rde

– in

clud

-in

g m

ater

ial c

o-op

ted

from

the

avan

t-ga

rde

itsel

f –

is m

eant

to

help

thi

s pr

oces

s al

ong,

“7u

}ng

” the

con

sum

er

to a

sta

te o

f co

nver

sion

rea

dine

ss. I

n B

LA

ST, t

he v

ortic

ists

exp

ress

ed t

heir

de

sire

to

w

in

conv

erts

w

ith

thei

r m

anife

stos

. “W

e w

ill c

onve

rt th

e K

ing

if po

ssib

le”,

they

dec

lare

d. “

A V

OR

-T

ICIS

T

KIN

G!

WH

Y

NO

T?”

2

2

Lik

e ad

vert

isem

ents

, m

anife

stos

are

“m

achi

nes

to g

ener

ate

desi

re.”

Unl

ike

adve

rtis

ing,

it

is n

ot a

lway

s ne

cess

ary

to b

uy t

he p

rodu

ct t

o co

mpl

ete

the

conv

ersi

on, e

xcep

t in

the

sens

e of

buy

-in

g in

to –

or

even

sim

ply

reac

ting

to

– th

e m

ovem

ent.

As

long

as

you

say

“yes

”, th

e m

anife

sto

will

oft

en f

ul1l

l th

e de

sire

it

crea

tes.

Tri

stan

Tza

ra’s

“Pro

clam

atio

n w

ithou

t Pr

eten

sion

” de

clar

es: “

Art

nee

ds a

n op

erat

ion.

” 23 In

th

is in

stan

ce y

ou d

o no

t nee

d to

buy

a

dada

poe

m to

1nd

you

r way

out

of t

he

conv

ersi

on f

unne

l. Yo

u do

not

eve

n ha

ve to

pur

chas

e a

dada

iden

tity.

Onl

y yo

ur a

ssen

t to

the

part

icul

ar st

atem

ent

is r

equi

red

to f

eel t

hat

dada

is in

deed

“b

egin

ning

to s

peak

to y

ou.”

este

pro

cess

o, “

mol

dand

o” o

con

sum

idor

at

é ao

est

ado

disp

onív

el p

ara

a co

nver

são.

N

a re

vist

a B

LA

ST, o

s vo

rtic

ista

s a1

rma-

ram

o d

esej

o de

con

segu

ir co

nver

sões

at

ravé

s do

s m

anife

stos

. “C

onve

rter

emos

o

Rei

se

poss

ível

”, de

clar

aram

. “U

M R

EI

VO

RT

ICIS

TA!

POR

QU

E

O?”

2

2

Tal

com

o os

anú

ncio

s, os

man

ifest

os s

ão

“máq

uina

s de

ger

ar d

esej

o.” A

o co

ntrá

rio

da p

ublic

idad

e, ne

m s

empr

e é

nece

ssá-

rio c

ompr

ar o

pro

duto

par

a co

mpl

etar

a

conv

ersã

o, a

não

ser

no

sent

ido

de le

var

a co

mpr

ar –

ou

mes

mo

som

ente

a r

eagi

r ao

mov

imen

to. A

par

tir d

o m

omen

to e

m

que

se d

iga

“sim

”, o

man

ifest

o irá

m

ais

das

veze

s cu

mpr

ir o

dese

jo q

ue c

riou.

T

rista

n T

zara

, em

“Pro

clam

atio

n w

ithou

t Pr

eten

sion

”, de

clar

a: “

A a

rte

prec

isa

de

uma

oper

ação

” 2

3 N

este

cas

o n

ão r

eci-

sam

os d

e co

mpr

ar u

m p

oem

a da

dá p

ara

enco

ntra

r o

cam

inho

de

saíd

a do

can

al

de c

onve

rsão

. N

em s

eque

r pr

ecis

amos

de

com

prar

um

a id

entid

ade

dadá

. Bas

ta

conc

orda

rmos

com

a d

ecla

raçã

o es

pecí

1-ca

par

a se

ntirm

os q

ue, n

a ve

rdad

e, o

dadá

co

meç

a a

fala

r con

nosc

o.

Tra

duçã

o de

Mar

ia Ja

cint

a M

agal

hães

22 B

LA

ST,

8.

23 C

aw

s, 3

10

.

22 B

LA

ST

, 8.

23 C

aw

s, 3

10

.

70

71