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PREÇOS No Rio ..... $500 Nos Estados- . . $60O _W_NO XXVI RIO DE JANEIRft ' OE JANEIRO DE 1930 Dois Valentões NUM. 1.265 ^__Mm m 3^'^2_!______i __Br _>__Ajmmma^'^^_ " J_ ^^^_fl—í% ¦JJ^EJí______kj__M______T___ÍB___________________¦> ¦ Si você é homem, repete, repete! Eu não repito por que digo as coisas urna ve_

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PREÇOSNo Rio ..... $500Nos Estados- . . $60O

_W_NO XXVI RIO DE JANEIRft ' OE JANEIRO DE 1930

Dois Valentões

NUM. 1.265

^__ Mm m 3^'^2_!______i __Br _>__ Ajmmma^' ^^_ " J_ ^^^_fl —í% ¦JJ^EJí ______kj__M______T___ÍB ___________________¦>

¦ Si você é homem, repete, repete!• Eu não repito por que só digo as coisas urna ve_

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O TICO-TICO — t - 1 — Janeiro — 1930

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Faustina tor-nam essa pa-

plicação omaior e maisencantador li-vro infantil.

Se não existe jornaleiro na sua terra, envie 5$580 em carta registrada, cheque,vale postal, ou em sellos do Correio a Soe. An. "O MALHO" Travessa doOuvidor, 21, Rio, que será remettido ao seu filhinho um exemplar desta pri-morosa publicação infantil.

Á VENDA EM TODOS OS JORNALEIROS DO BRASILPreço no Rio: 5 $ 0 0 0

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1 — Janeiro 1930 *-3 -

O manor reSogâoNa torre do palácio municipal de Philadelphía ha" -* rpl0gi0 gigantesco/v_cu quadrante, com dez metros de diâmetro, é il-

ltiminado á noite á luz electrica e acha-se collocado emposição tal, que pode ser visto por todos os habitantes.

^ O ponteiro dos minutos tem quatro metros de com-primcnto e o marcador das horas dous metros e meio.O macete, que faz soar o tympano das horas, pesa nadan;enos de 30 kilos. Para elevar esse relógio até a torre,foi preciso collocar-se nella uma machina a vapor paraguiai-o.W.,/»M'»'\'vW. *

© o eaoEra uma vez^ um lenhador que tinha um cão. Foi

elle um dia á floresta lenhar, acompanhado do seu fielcompanheiro chamado Eulú. Começava o lenhador oseu trabalho, quando ouviu o cão a latir, procurandocesta forma affastar um lobo que se approximava.E foi uma luta horrível e desigual. Mas o cão nãodesanimava e procurando defender sempre o seu dono,não importava sacrificar a sua vida. E assim depoisde uma defesa dolorosa e inútil, morre o valente LuIú,dando o mais bello exemplo de fidelidade.

Helena de Mendonça e Silva.

_______—¦

A QUINTESSÊNCIA DOS SABONETES 1H___HHKfimg

E I A MESPELHO DE LO

DE

Alba de MelloNAS LIVRARIAS

Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade umaproposta de novo consocio, em pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vae prestando aosque vivem no Brasil.

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•...fodos os lares espalhados pelo immenso territóriodo Brasil receberão livremente o conforto moral dasciencia e da arte.*.RUA DA CARIOCA, 45 — 2* andar.

O TICO-TICO

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^Durante amWk\

má eõtaçao,uma colher de

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dada aseus filboõ,

a/udal-oô-á aconciliai* o õomnoe ei>itar~lbes~áum resfriado.

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O TICO-TICO - 4 - 1 — Janeiro — 1930

Cinearte-Mfottin Paml930OS MAIS

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8 DOCINEMA

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SÃO

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SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO"XRAVESSA1 DO OUVIDOR, 21 — Caixa Pjostal, ;.680

RIO DE JANEIRO

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(PRÒPRIEDÀW DA. SOCIEDADE ANONYMJT^O UALHÕ")Redactor-Chefe: Carlos Manhães — Director-Gerente: Antônio A. de Souza e Silva

Assignatura — Brasil: 1 anno, 23$000; 6 mezes, 13$o08 — Estrangeiro: 1 anno, 69$000; 6 mezes, ?õ$O0DAs assignüturas oomeçam sempre no dia 1 4o mez em qua (orem tomadas • «irão acceltas annual ou semestralmente. TODA ACORRESPONDÊNCIA, oomo toda a rercegsa. d* dinheiro, (qua pode aer feita por vale postal ou <»rta registrada oora valor de-cls.raío). deve cer «ürlrtda & Sociedade Anonyma O MALHO — Trave*»* do Ouvidor, tí. Endereço telegrephlcoi O MALHO —

Rio». Telepbciiea: Oeraneia: Central, 051S. Escriptorlo: Central, i9J7. Redacção: Centrai. 1017. Officínas: Villa. «147.Succursãl em São Paulo, dirigida pelo Dr. PH nio Cavalcanti — Rua Senador Feij6, 27, 8» an dar, aalas 86 e 97.

CiCOQfi

ANNO NOVO

Meus netmhosi

O dia de hoje pode-se chamar, com todaverdade, de dia da esperança. Em todos oscorações ha uma multidão de desejos, uma

é ditada pelo coração, no mais delicado dosanseios — a esperança.

¦' Na alegria do Dia de Anno Bom, Vovônão pôde deixar de lembrar a vocês o cumpri-mento de um dever sagrado. E' a promessa

vontade irreprimível de alcançar felicidade que todo menino deve fazer e cumprir. Pro-no decorrer do anno que se inicia. Anno Novo, messa que se resume na vontade e na realiza-meus netinhos, iniciode mais um períodode tempo, em que aactividade de todosvocês, no estudo, notrabalho, deve ser in-tensa e proveitosa. Eé sonhando esse pro-veito, antevendo o

A* entrada do Anno de 1930, O

TICO-TICO saúda os seus leitores, de-

sejando-lhes Bôas-Festas e felicidades.

ção de duas cousas:estudar, traba-lhar com proveito, ehonrar, por todos osmodos, a veneranda epura figura dc seuspães .•Assim fazendo, meusnetinhos, vocês es-

premio do trabalho e do estudo que, no pri- tarão preparando o futuro próprio e a gran-meiro dia do anno, todos os corações exultam deza da Pátria e, ainda, dando justa recom-na alegria bem razoável que dá a felicidade pensa aos ingentes trabalhos que os pães des-próxima. Anno Novo, meus netinhos, promes- pendem em beneficio dos filhos.sa de melhores dias, para o pobre, para o rico! Estudae, meus netinhos, e honrae, tantoDia dos mais lindos sonhos para o menino, quanto puderem, os nomes sagrados daqutllespara a moça e até para a velhice! Dia que ir- que lhes deram o ser. E de envolta com essemana todos os povos da Terra na commemo- conselho, Vovô envia a todos vocês um abraçoração da confraternização universal! Confra- portador de mil votos de venturas,ternização bem justa, meus netinhos, porque VOVÔ

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O TICO-TICO — 6 — 1 — Janeiro — 1930

AJ_&[ã__BJ_ü *_CÍ>>a l__L&*.«_---_yL_^^

?OTICOTICOUhDANO

NASCIMENTO?P

¦$ 3> Es;á .sr.quecido o lar do distincto casal João Gui-marães da Cruz e sua Exma. esposa D. Josepha Sanchesda Cruz, com o nascimento, no dia 13 do corrente, de umfebnsto menino, que receberá o nome de Wanildes.

®. 9 Em Santos, está em festa o lar do Sr. Olivio Ro-drigues de Oliveira, auxiliar da Cia. Docas, e de D. RosaRodrigues de Oliveira, com o nascimento de um menno quereceberá o nome de Rubens.

A X N I V E R S A R 1 O S

® 9: Passa hoje a data nataücia do menino PauloNeüor, íilhnho do Sr. Nestor Veiga.

9 3> Viu passar ante-liontem a data de seu natal cioo menino Juvenal Pinheiro.

® ® Oddtte Uma, nossa prezada ami-fuinha, festejou hontem a passagem de seuami versario na'alicio.

"S" ^ Fez annos a 17 do mez findo onic.ixn Léo e a 21 a menina Léa A. Reis,filhos do Dr. Fernando Marinho Reis ede sua esposa D. Guinesa Asevedo Reis.

¦í* * Festejou a 27 do mez ultimo oseu anniversario natalicio o nosso antigoeollaborador Rubem Dias Leal, talentosoa umno do 2° anno do .curso gymnasialdo Cofleg-o Independência e filho donosso collega de imprensa capitão Carlos LBarcellos Leal. ?^_

X M

^ 9 Conseguiram notas distinc.as nesexames de promoção, os nossos intelligente*collaboradores senhorita Marilia Dias Leal.applicada alumna do 3° anno technicoda Esco'a Rivadavia Corrêa, e o me-nino Rubem Dias Leal, alumno do 2° annojrvmnasial do Collesro Independência e dilectos filhos c!o ca-pitão Carlos Barcellos Leal, nosso collega de imprensa.

NA BERLINDA...

! I_

Arlette, por sua sympathia; Antonietta) por ser mêga; Mar aJosé, por se_ muito dócil. E Nylda Braga?...

3" ® Estão na berlinda as seguintes meninas do 2o anuodo Collegio de Maria Immaculada; llka, por ser estudiosa;Inézia, por não gostar de estar calada; CÜcia, por ser bo-nitinha; Luzia, por ser a mais alta; Isorah, por ser meiga;Lourdes, por ser boazinha; Coletíe, por ser risonha; Marina,por ser sympathica; Avelina, por ser meiga; Yára, por terlindos olhos; Célia, por ser sincera; Yeda, por ser mu toquetinha, e eu, por ser a — Linguaruda.

EM LEILÃO..,

<$> ^ Estão em leilão as seguintes moças e rapazes daRua Monsenhor Amorim: Quanto dão pela gordura daOdette? pela simplicidade de Nênê? pela franqueza de Lüi?

pelo sorriso da Titã? pela elegância do Ri-cardo? pela côr morena do Gerlado? pol.ibondade do Sylvio? pela meiguice da Lolo-ta? pela gracinha do Betinho? pelo andardo Zcca? pela cotação do Joaquim? pelagraça da Yvonne? pela sympathia da D:di?pela graça do Olympio? e, finalmente,quanto me dão pela indiscreção do leiloeiro?Quem será ?

*3> <8> Estão em leilão as segu:ntes le:-*toras da saluberrima cidade de Vassouras:Quanto dão pela gordura da Glorinha Reis?pelas risadas da Vivinha Reis? pela bellezada Maria? pelo sorriso significativo da Ge-orgina Mansur? pela coragem da Lourdi-nhas B. de Mello? pelos olhos da MarinaGonçalves? pelo. andar da Nininha? pelasympath;a da Duldnha Torres? pela s:.r,-pücidade da Cecema Torres? pela constau-cia da Dulce Ballard? pela voz da ErMtaMuniz? pelo queixinho da Zuleilca Me-xias? pelo porte da Helena Bitten.cnrt?pelo sorriso da Nina Berger? pela d'=-tineção da Maria P... Torres? e, final-

menfe, p:la minha lingua ferina?

N O C I N E M A . . .

<S> *$> Querendo organ:zar um film denominado Amar esoffrer, escolhi os seguintes interpretes em Del-Castillo: O.-car, o lindo Ramon Novarro; Lucy, a timida Lois Morar);Ozinho, o fantástico Lon Chaney; Zelia, a galante NormaTalmadge: Walter, o querido Milton Sills; Eunice. a tra-

* * Estão na berlinda os seguintes rapazes c meninasda À vereda Pereira Re;ro. de Candelária: Arno Schilling,por ccr intelligen'e; Christiano Graeff Jr., por usar bonetdo lado. lido Thomé, por usar calças curtas; Raul Kochen-borger, por ser estudioso; lido Gewher, por tocar gaitinha vessa Colleen Moore; Carlos, o sympathico Rod La Rocq.ic;àe bocca; Olympxa Gewher. p->r ter bella voz; Doracy Graeff, Nair, a applaudida Dolores Del Rio; Adhemar, o destemidopor ser gordinha; Elvira Graeff, por usar cab.llo a Rudolph Douglas Fair!>anks: Joephina, a ingênua Vilma Bankv:

¦ Valentino; Soely Schill'ng, por ter uma bella testa; Edy Newton, o esbelto Ronald Colman; Elza. a fascinante MaeSchiiling, por ter cabellos crespos; Nelly Graeff, por usar Murray; Henrique, o formoso John Gilbert; Filhinha. ajresúdos curtos; Nair Graeff. por ter "ar" de gente grande; gentil Mary Pickford; Delmar, o interessante Tiranias Mei-Miguel de Oliveira, por ter bonitos olhos; Leny Grehs, por ghan; Polinha. a attrahente Pola Negri; Bertinho, o e'e-er linda; Nívea Thumé, por ser adorada, e eu, por querer gente John Barrymore, e eu, por ser a admirada G. Garbo.

escrever artigos e não saber. — AnaUa.

9 ii- Estão na berlinda as aluir.nas do .3° anno do Col-lego do S. S. Sacramento, em Maceió: Alba, por ser muitobrincalhcna; Hcrnie, por ser graciosa; Berenice, por sua

<3> 9 Foram contraclados para um film os seguiirhs rxe-niuos e meninas da Escola Annita Garibaldi, 3o anno: Ca;*xa-no. o Ramon Novarro; Cnceição, a Rence Adorée; Elza, aNorma Shearer; Idalina, a Lupe Velez; José, o Rod La

Udlcza; Maria Brandão, por ser espirituesa; Lourdes, por Rocque; Josino, o John Gilbert; Maria G., a D<olores Delser amável; L:ndinalva_ por destacar-se no quadro de lraríra; Rio; Maria José, a L. La Plante; Nadyr, a C. Bow; Olympia,Maria das Dores, por sua piedade; Lygia, por sua "pose"; a G. Garbo; Pliilomena, a Nancy Caroll; Vera, a Annita Page.

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1 — Janeiro — 1930 — 7 - 0 TICO - I |-tü

h/MS? r^^£#5 x é

2tSÊ&f

F o 1 .h i n hHontem, de noite, fui tirar, contente, o ultimo papel de uma

folhinha. Folhinha que marcou, tempo por tempo, os dias da

semana, os dias que passaram do anno que acabou. E ao arran-

car a capa de.outro blcco de uma folhinha nova, meu pensa-

mento foi voando, longe, foi se encontrar com duas creaturas

que de ha muito partiram deste mundo. Uma é velhinha e na

meiguice suave de seus olhos azues viveu um lindo amor pelo

netinho: Chamei-a de Vovó. A outra é um enlevo grande de

minha alma, estrella que norteia a minha vida, imagem qua se

affirma dia a dia numa saudade que vive commigo. Nas minhas

orações eu sempre a chamo de Nossa Senhora da Minha Existen-

ciaí Nossa Senhora que velou por mim! Minha vida — Mamãe!

Meu pensamento visitou, feliz, as duas creaturas que me

ensinaram a ver nas folhinhas uma imagem fiel da nossa vida. *

Marca a folhinha o tempo e, dia a dia, perde uma folha que se

vae jogada. Também da nossa vida vão-se os sonhos, morrem •

as esperanças e nos anceios, que a gente sempre tem, só se vêem

a saudade e os desenganos.

CARLOS MANHÃ E S

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O TICO -TICO

A VINGA Í.ÇA

- 8 — 1 ¦•— Janeiro — 1930

DOS RATOS"»¦"• -" ' ¦ ¦ '

Jãlfl ir "" 3à

ia Ioüge o desfalque IBjl§|ü li na colonia e o gato não se ,FpS» 1 nlf/7 esquecia cie ir. todos cs

/á^^^&^ ,$§ll_L!^_^í__(___ífc- cKia.%, e5COra'-°s na entrada—

... para levarem á capivara, embora noassalto muitos perdessem a vida nas ra-toeiras. A capivara os recebeu bem aaconselhou-os que viessem morar comella. na"mesma (urna; e para lá passa-iam elles com armas e t)agagenv

O gato passou alguns dias semeei os ratos. ma»,farejando, foi descobril-cs no novo redueto e ali se pos-tou A capivara, que já esperava por isso, sahiu do bu-raco e investia para o gato que, assustado, saltou paratraz e cahiu no rio. onde um jacarí já o esperava e. ra-pido. o agarrou e devorou.

Os ratos viram a scena, ficaram horro-rizados e trataram de mudar de pouso.Nada! diziam elles. Escapamos do gatoe, se ficarmos aqui, não escaparemos dojacaré. Agradeceram muito a D. Capiva-.a e mudaram-se para bem longe dali

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filhinha do Sr. Marcilio Baptista A* netinho do Sr. J. A. de" . . -^Sm Almeida.

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ZULEIKA _¦&___>

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LACY FERREIRA,na caixinha de sua boneca LUIZINHO.

filho do Sr. Francisco Ribeiro

HLHINHA. graciosa filha, doSr. Manoel M. da Silva.

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ilm IDcníno Trabalhador^©

-mmwl mm\

— Quer que limpe seus

sapatos? perguntava o pe-

queno sentado deante da

sua caixinha onde havia

latas de pomada preta a

amarella para lustro dos

sapatos de quem quizesse

se utilisar dos seus servi-

ços.

Approximamo-nos-e pu-

zemos um pé sobre a cai-

xinha, attendendo, assim,

ao seu convite.

Emquanto elle, com li-

geireza, manejando as duas

escovas que tinha nas mãos

nos ia limpando o calçado cheio de poeira, lhe per-

guntámos:

Este seu negocio rende muito?

Assim, assim •... Nos domingos sempre se faz

mais alguma cousa.

Quanto, mais ou menos?

Uns quatro mil e quinhentos a cinco mil reis.

E que faz você desse dinheiro todo? Compra

balas ou vae comprar uma casa?...

Eu?... Estou a juntando para ajudar meu pae

a pagar a casa em que moramos; respondeu o peque-

no com simplicidade.

E seu pae não trabalha?

Trabalha, sim, na f ' -¦ mas ganha pouco

e eu preciso "ajudar elle"...

Você está no collegio?

Estou. Mas nas quintas-feiras não se abre o

collegio e eu venho trabalhar.

— Tem mãe, você?

Não. Minha mãe já

morreu.

E como é seu nome?

Eu me chamo Euge-

nio.Eugênio, você é um

bom filho, trabalhando pa-

ra auxiliar seu pae, quan-

do outros meninos vivem

vadiando, não estudam, e

só dão desgostos. Consen

te que lhe tire o retrato?

Si o senhor quizer po-

de tirar; mas para que?Para publicar n' O

TICO TICO, o jornal das crianças, contando ainda

tudo isso que você me disse.

— Pôde tirar, sim.

Batemos a chapa que publicamos para que os

nossos leitores conheçam esse garotinho que, tendo

apenas oito annos, já trabalha nos dias que podia des-

cansar ou brincar e com o fim de auxiliar o pae na

despeza do aluguel da casa em que moram.

Eugênio é um exemplo. Não queremos dizer que

os nossos amiguinhos "façam o que elle faz", pois

muitos, graças a Deus, não pecisam ainda trabalhar

assim; mas todos podem "fazer como elle faz", auxi-

liando seus pães dessa maneira: sendo estudiosos, eco-

nomicos e cuidadosos com o que lhes pertence.

Fazendo assim serão, dignos da estima de todos

e do maior amor dos seus pães.

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1 —'janeiro 1930 -— 11 O TICO-TICO

CAPITULO Ií

Se alguma se extraviava, era bastan-te que a moça chamasse para que oanimal voltasse ao redil Se appare-cia um lobo no extremo do bosque.Joanna, com o seu cajado, com umramo d'arvore, ás vezes somente comuma flor na mão, sahia-lhe ao encontro e a fera voltava pressurosa aosseus esconderijos.

Se emfim, como todos, sua fami-lia se viu a braçoscom as desgraças,foi sempre, comodepois se verificou,emquanto esteve au-sente a "donzella",

cuja presença comoum talisman divino,afugentava, a s sim,todo o mal da casapaterna.

Predestinada jáde si para ser umalegenda, ella habita-va o paiz clássicodas legendas: poisDomremy dista pou-co dos Vosges. ~

E desde as portasde sua casa. divisa-vam-se o antigo bos-que das "Euzinhas",residência habitualde um povo de fa-das

No mais intrinca-do do bosque eleva-se< com effeito umaFaya magnífica, quea credulidade publi-ca dava á proprieda-de das fadas e a cujopé brotava comabundância crystal-lino manancial deágua

Os rapazes do paiziam com freqüênciacollocar coroas deflores na faya mys-

teriosa, em offerenda ás "Damas doBosque" e cantar ahi fados com quediziam, as invisíveis se deleitavam emextremo

O parocho de Domremy. porém,tendo-as por espíritos malignos, costumava ir a fonte todos os annos di-zer uma missa, que acabava invaria-velmente com uma descarga cerradade exorcismos contra as pobres Fa-das

Não obstante, Joanna amava-as.considerando-as como as Damas doBosque, espíritos innocentes que ne-nhum mal faziam Ia com frequen-cia entregar-se á meditação, sonhardesperta, ou dormir debaixo da co-pa frondosa da arvore das Fadas

Num dia de verão e de jejum, odia 17 de Agosto de 1424, atravessan-do o jardim de iia mãe, viu Joannasubitamente deante si um meteoroluminoso, detendo-se cheia de es

H paetorínba2>'©rleanô

J 0 A M N A D' A R CILLUSTRAÇÀO

DE

CÍCERO VALLADARES

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... viu Joanna subitamente diante de siteóro luminoso, detendo-se cheia deante o inesperado espectaculo...

panto ante o inesperado espectaculo: de entre aabrazada nuvem sahia uma voz que assim dizia:

"Nasceste, Joanna, para praticar feitos ma-ravilhosos; pois que a ti, virgem, elegeu o Senhorpara restaurar em seu throno o rei Carlos. Comtrajes de homem e como tal armada, serás o Chefena guerra e tudo no reino será feito secundo osteus conselhos."

Bem não havia voltado a si Joanna de suasurpreza. quando cessando a voz e desapparecen-do o meteoro, ficou muda, immovel e com o cora-ção cheio de santo temor.

Mais tarde, quando havia Joanna cumpridojá a sua celeste missão, notou-se que o céo visitou-a com uma visão idêntica a que acabamos de refe-rir, no dia em que teve logar a batalha de Verneuil,em que foi vencido o exercito de Carlos VII, comtão grande perda de illustres próceres e bons ca-valleiros, que, no sentir de muitos, não foi menosfunesta aquella sangrenta jornada que os trium-phos de Crecy, de Poitiers e de Asincourt ,

Voltando, emfim. aos seus affazeres predile-

ctos. correu Joanna após os seus re-banhos que havia deixado em aban-dono. achando-os reunidos esponta-r.eamente no Bosque das Fadas.

Nas suas immediações passou adonzella o resto do dia. tecendo co-róas á Santa Catharina e á SantaMargarida, santas de sua particulardevoção e suspendendo-as na arvoreconsagrada ás Damas do Bosque,sem duvida para conciliar o affectopoético com o christão.

Quando a nessa he-roina chegou aos dozeannos de idade, seuspães vendo que ia fa-zendo-se uma lindarapariga, resolveramque o seu irmão Pedro. que tinha um an-no de menos, a substi-tuisse no officio de pas-,tora Desde então, dei-xando Joanna de per-correr os campos, dedi-cou-se a instruir-se soba direcção de sua mãe.nos labores próprios doseu sexo. aproveitandono seu aprendizadoquanto bastou para po-der com verdade dizer,ao responder a certapergunta de seu inter -rogatório — "ha via'aprendido a coser comsua mãe. e não temiaque nisso1 lhe levassemvantagem alguma, asmulheres da cidade deRuão "

Sem embargo, as fai-nas domesticas nuncadesterraram do seuanimo a pertinaz lem-branca de sua visão nojardim: a voz myste-riosa resoava de conti-nuo aos seus ouvidos epunha sua alma em ar-dente commoção.

Certo domingo, fi-cando só na igreja quando todos os seusvizinhos se haviam retirado, sentiu quedo celeste assento por seu nome chama-vam e erguendo os olhos, pareceu-lhe queentreabrindo-se a abobada do templo, da-va passagem a uma nuvem de ouro, emcujo meio resplandecia um bellissimomancebo, abrindo gracioso as brancas,azas que de suas espaduas partiam.

Convencida então de que era um anjodo Senhor quem lhe apparecia, pergun-tou-lhe, modestamente, e penetrada desanta alegria:

Sois vó%, senhor meu. quem mechamou?

¦— Sim, Joanna, respondeu o anjo:fui eu

E que queres de vossa serva? -

tornou-lhe a perguntar a donzella.(Continua)

um me-espanto

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O TICO-TICO — 12 — 1 — «Janeiro 1930

O CÃO D O B E D U I N OGENEROSIDADE dosultão Harun-al-Raschid — diziaEl-Moallim, umum antigo poeta árabe — podia sercomparada ao rio Diala quando descetumultuoso das serras de Kermanshak.

O leitor naturalmente não co-nhece o rio Diala, e ignora, portanto,a singularidade que apresenta em seu

curso esse famoso tributário do Tigre. (*) Assim não po-dera. infelizmente, apreciar a bella comparação a que nosreferimos feita pelo apreciado poeta abbassida.

Deixemos, porém, o impetuoso Diala correr em seuleito vermelho cheio de pedras arredondadas e narremos umsingular episódio oceorndo em Bagdad, quando se achavasobre o throno do Islam (1) o mais generoso dos príncipesdo Oriente.

O poderoso sultão Harun-al-Raschid (2) (Allah o tenhaem sua gloria!) sempre que regressava das suas peregrina-ções a Mecca, dava uma audiência publica no rico "divan"(3) de seu magnífico palácio e procurava attender-a todosque o procuravam.

Iam á presença do soberano, por simples cortezia, oucom o propósito de pedir um favor qualquer, nobres, poetasmercadores, cheiks (4) e peregrinos vindos de todos os re-cantos da Arábia. Raro era aquelle que não regressava dopalácio do generoso príncipe com tnn bello presente. E,quantas vezes, o nômade que entrava humilde, coberto deandrajos, não sahia da audiência a saltar de contente tra-zendo na mão uma bolsa cheia de ouro!

Ora, um dia, quando o soberano attendia a seus nu-merosos subditos. foi ter á sua presença um pobre beduino,(5) tao esfarrapado e tão sujo, que só o seu aspecto demendicante incutia compaixão ao espírito mais avesso aossentimentos dg piedade.Donde vieste, ó beduino! — perguntou o califa.Emir dos Crentes! — respondeu o andrajoso árabe.depois de beijar tres vezes a terra entre as mãos — QueAllah, o Único, proteja os fios da vossa barba! Venho dooásis de Kobo, para além do Nedjed! (6).Assombrou-se o sultão ao ouvir tal resposta p0:s ellebem sabia que o tal oásis de Kobo ficava situado no outroextremo da Arábia, e parecia impossivel que um crente viessede tão longe para visitai-o.

Dize-me, ó filho do deserto! — continuou 0 califa —

Baaida°d?temP0 dlÍr°U * VÍnSem qUC f'ZeSte de Kobo até

Cheik do Islam! — respondeu o interpellado — Aminha viagem durou dois annos. pois fui obrigado a atra-vessar a pe uma grande parte do deserto!Que desejas de mim. ó irmão dos árabes? — ner-guntou o califa. ^

Senhor! — replicou o beduino — Vim a esta au-diencia esperançado em obter da vossa inexcedivel bondadeum grande favor. Desejo que me mandeis dar um cão de caca'calif7 Ti.0™ f

CAqàl-~, eKchmo« chei° de espanto ocanta — fli vieste de tao longe, fizeste uma viagemtao tatigante e perigosa, soffreste os maiores tor-mentos, foste torturado pela fome e pela sedepara — no fim — me pedires, comorecompensa de tantos sacrifícios,um simples cão de caça! E'positivamente de causar assom-bro o teu modesto e originalpedido !

Os nobres e ricos mu-sulmanos que assistiam áaudiência, ao terem conheci-

(DO FOLK-LORE ÁRABE)

Ásia(*> — Rio no! ave' da

mento do dialogo travado entre o mi-sero beduino e o sultão, foram unani-mes em declarar que era realmente es-pantoso que um homem emprehendesse

unia jornada tão longa, para no fim pedir, ao grande Harun-íd-Raschid, o soberano mais dadivoso do mundo, um cãode caça !

O celebre califa, querendo mostrar que sabia recom-pensar o grande esforço e premiar o desinteresse admiráveldo modesto beduino, ordenou que lhe dessem um bellissimocão de pura raça, de pello negro, longo e lustroso. Era umsoberbo an:mal, criado pelos pastores ^do Caucaso, entre asmontanhas. Difficilmente se poderia obter outro exemplarmais perfeito.

Comtnendador dos Crentes ! — exclamou o beduino,depois de receber o cão — Que Allah vos conserve feliz portodo o sempre. Não sei como agradecer-vos! A vossa ge-nerosdade collocou-me, porém, em serio embaraço. Estsanimal é tão perfeito, tão nobre (e para mim tão precio-«o!), que — confesso — não sei se poderei tratai-o comos cuidados que elle merece!

Não seja essa a duvida, ó beduino! — ajuntou, ri-sonho, o califa — Vou ordenar que te dêm uma escrava es-penalmente para tratar do teu cão!

Principe generoso! — ajuntou o beduino, beijando aterra com humildade — Sois realmente incomparavel! QueA!lah. o Distribuidor, vos cubra de incalculáveis benefícios!A vossa generosidade veiu collocar-me, porém, mais umavez, em séria difficuldade! Como poderei voltar para o lon-ginquo oásis de Kobo sem ter ao menos um camello ou umjumento para carregar o maravilhoso cão e a linda escravacora que acabo de ser presenteado!Tens razão, meu amigo — replicou o califa, andadè bom humor — Vou dar-te tres camellos, cinco jumentos,um camelleiro e um guia hábil para conduzir-te!

Califa do Propheta! — accrescentou ainda o bedui-no — Os vossos benefícios cahem sobre a minha miserapessoa como verdadeiros dons do Céo de Allah! Que oAltíssimo proteja os .vossos filhos e os filhos dos vossosfilhos! Estou, entretanto (sinto dizer) em grave difficul-dade. Não sei como alojar, quando chegar a Kobo, o cãoa escrava, o camelleiro e o. guia. pois, infelizmente, não*tenho de meu. md oásis, nem uma simples choupana!A tua observação tem todo cabimento — replicou ocalifa — Vou providenciar para que seja adquirido- e postoa lua disposiç-o um dos melhores palácios de Kobo' Nelleviverás com a tin família'

Sombra de Allah na terra! - exclamou o beduino -*Que o Creador vos cubra de bênçãos! A minha situaçãoe cada vez mais embaraçosa! Como obter recursos para ali-mentar, durante o meu regresso, o cão, a escrava, o ca-nielleiro e o gu'a?E' fácil resolver-se este caso — replicou jáInstante desconfiado, o califa — Vou dar-te dez mil di-nares em ouro f

- Rei afortunado! — ajuntou, logo a seguir, o bedui-no — Seja a gloria de Allah a vossa re-

(1) — Nome pelo qual são designadosos paizes musulmanos.

(2) — Califa de Bagdad. Viveu o( morreu no século IX.

(3) — Sala das audiênciaspublicas.

(4) —Cheik: tituloás pessoas de respeito.

(5) — Beduino é odo deserto.

(6) — Nedjed é uma daspartes em que se divide aArábia. i.

dado

árabe

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1 — Janeiro —-11130 — 13 — 0 TICO-TICO

A Arvovre do Natal, esse encanto

de luzes e brinquedos que hoje, em

todos os lares, faz vibrar de grande

alegria o coração das creanças, deve

ter a sua origem nos tempos mais re-

motos do nascimento do christianismo.

Não é no Brasil, mas nos paizes da

Amenca, da Europa, da África e aia-

A ARVOREDO NATAL

}

da da Ásia, que a Arvore do Natal fi-

gura como elemento de homenagem

christã á data do nascimento de Nosso

Senhor ~Jesus Christo. Em todo o

mundo catholico todas as creanças, na

iNATAL

— Jesus nasceu I — disse a estrellaNo lindo céo de Bethlém.

E será o Rei queridoDo amor, da Paz e do Betnf

quadra feilz do Natal, recebem brin-

quedos e doces que pendem da arvore,

cheia de luzes e adornos.

Papae Noel, aquelle velhinho de

longas barbas côr de algodão que vem

collocar surpresas nos sapatinhos dos

meninos, deve tambem ser um dosllí!

principaes oratimentos da Arvore do

Natal. Esta, como aquelle, constituem

o motivo de alegria maior para a petí-

zada, para os pequeninos, flores deli-

cadas da vida, flores que Jesus tanto

ama e tanto quiz que estivessem junto

a si.

Com a Arvore do Natal festejamos

o nascimento de Jesus Christo na ale-

gria da infância, na felicidade dos

sorrisos dos pequeninos que elle tanto

amou. E devemos abençoar essa tra-

dição tão suave, tão meiga, da Arvore

do Natal porque, assim, augmentamos

a felicidade das creancinhas e servi-

mos -ao amado filho de Deus.

*»*»»».»,»VS*-»a»"ia»'Sa-»,»Va^»»*'N»«S»»«H,*>^

E' fácil resolver-se este caso —replicou, já bastante desconfiado, o ca«lifa —¦ Vou dar-te dez mil dinares emouro í

Rei afortunado! — ajuntou, logoa seguir, o beduino — Seja a gloria deAUah a vossa recompensa! A minha si-tuação tornou-se afflictiva! Como po-derei atravessar os sete desertos daArábia, com os thesouros que levo, semter quem me defenda dos bandidos edos nômades?

r—; Os teus receios não são descabidos.

ó beduino! — retorquiu impaciente osultão — Vou pôr á tua diposição uma

escolta de cincoenta soldados da minhaconfiança!

E antes que o aventureiro reclamasse

qualquer cousa mais, o califa gritou ir-r.tado:

— B basta, beduino, basta! Viesteaqui, com falsa modéstia, pedir-me umcão de caça e levas uma caravana com-

pleta! Quem poderia suppor, ó filho do

deserto!, que escondias a tua insaciávelcubiça sob o pello de um simples cão!

E durante muitos annos o povo deata,

Bagdad guatdou a lembrança daquellebeduino astucioso, .gue tendo ido, mo-desto e desinteressado, pedir ao califaHarttn-al-Rascliid um cão de caça, che-

gou a obter palácios*, escravos e ouro!Cu;dado com a falsa humildade, 6

leitor !Já dizia o Santo Sidi Aissa (sobre

elle a paz de Allah!):— A cubiça é irmã gêmea da Hy-

pocris:a!Uassalam 1

1 (Do livro "Lendas do Deserto")

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<# T^ÇOf Tl;ÇO; — 14 — 1 — Janeiro -1930.

IMWWWVWVWA^-WMWVWWWWWWMWfl

ijaüornc•s_a__-

Vocês safoiainni que...O papel foi ' inventado em Padua/no

século XIV?

Os correios foram estabelecidos emFrança no tempo de Luiz IX

As guardas naciouacs foram creadas

por Luiz, o gordo?

O Brasil possue cerca de 1.100 espe-cies de orchidéas?

O couro na Rússia é preparado com acasca do vidociro e do amieiro.

O primeiro tclegrapho sem fios foi

produzido por Marconi, em 1896?

•'O maior diamante dc que ha noticia

£ o New Gen, e que vale 1.260.000 fran-CCS?

Quase todas as pessoas herdam o ca-

lecter de sua mãe?

CaDríosidades4- fr + Harrey, medico inglez des-

cobriu no anno de 1628 a circulação do

sangue, explicando-a pelos movimentos

musculares do coração. Miguel Servet.um século antes, já havia presentido o

movimento continuo do sangue do co-

.acção ás extremidades e destas ao co-

ração.•1- 4- 4* Torricelü, celebre mathe-

matico e physico italiano, discípulo de

Galileu, descobriu em 1643 o peso do are construiu o barometro pára apreciaras variantes deste peso e suas relaçõescom as mudanças do tempo.

4- 4" 4* Pascal e Perrier descobri-ram, em 1648, os meios de determinara altura de um logar por meio do baro-metro.

•fr 4» 4» Delayer, eniprezario postalde Paris, inventou a estampilha em 1655.

4- 4- 4* A photographia foi inventa-da por Dagnerre no anno de 1831. J

MAZ^u

^H^s_í_5__â3li/f* c^-í/H__W_í_J

__IIb_{i/^^/TO8Bf_J_3i

^ ii_r^S*^r_j ^\ "'•£*?— •

_JT2_?_£__MLm

NATA L

Nasceu Jesus J

No humilde estabulo de Bethlcm, ;,

José e Maria, murmurando uma pre-

ce, rendem graças ao Altíssima

Do céu,, vozes, musicas divinas

repercutem pelo espaço e uma le-

gíão de anjos ruílando as azas

desce vertiginosamente, para adorar

o Deus-menino que dorme tranquillo,

nesse ambiente de luz e de belleza!

Pastores, que repousavam além,

despertam ante um clarão fulguran-

te e um anjo do Senhor annuncia-

lhes o nascimento do Divino Mestre.

Ao longe vozes celestiaes murmu-

ram: "Gloria a Deus nas alturas e

paz na Terra, aos homens... de bôa

vontade 1"

Correm os pastores... Ante o di-

yinal presepe ajoelhando-se cheios

de fé e cheios de amor.

Fora, os animaes se agitam e as i

flores espargem pelo ar seu perfume ••

numa atmosphera dulcissima e en* |Contadora. 3

Lakmé Ferreira Netto. J

_-l---jHB|l.'- J___w-'~ ™»~ <

Dia dl© Natal'Antonico contava apenas dois anncs

de edade.Quando chegou o Natal, elle collocou

o seu sapatinho para que o Papae-Noeldeixasse nelle algum brinquedo.

Depois de esperar algum tempo, osomno o dominou.

Deitou-se, e sonhou que Papae-X.nlo chamava para dar um passeio no céo.

E elle, Ia, escolhia diversas estrelli-nhas para presentear a sua mamãe.

Nisso, acordou.Éra de manhã; correu, immediata-'

mente, ao seu sapatinho.Felizmente, um pequeno e bom anão-

zinho foi pedir a Papae-Noel para botaralgum brinquedo no sapatinho de Aii-tônico.

Papae-Noel foi, e collocou no sapa-tinho um pequeno carro.

Muito alegre foi Antonico mostraí-oa sua mãe, que o abraçou e beijou-o ter-namente.

Annibal Theophilo Maia.

PemsaroeimtosMuitas pequeninas coisas que não são

rsada quando a gente se ri d'ellas pas-sam a ser afflicções se se tomam c»tremamente a sério. — M. Cartyle.

4-A felicidade não depende dos aconte-

timentos exteriores, mas sim da maneirapor que nós os tomamos — Tolstoi.

4-A nossa ventura depende sempre da

maneira como a procuramos; e a Natu-reza é tão cruel que nos encaminha sem-pre por atalhos oppostos á nossa ventura:d'ahi provêm que o mundo seja umcampo immenso dc fracassados e dcvencidos. — Vargas Villa.

+As amizades que se formam durante

os dias maus são aquellas que resistemmais ao tempo. — Charles Narrey.

4«Nunca se é tão feliz, nem tão infeliz

como se imagina scl-o. — La Rochcfou-cautt.

^___l____i__l_

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1 — Janeiro — 19S0 — 15 -- 0 TICO-TICO

N O REINO ENCANTA D O

1" Mary e Paulo receberam de presente uma varinha de condão! Quizeram experimentar o seu dom etransformaram uma linda casa num dragão horrível! 2° Como a .pequena Mary tivesse medo elle transformou odragão num ratinho inoffensivo. 3o — Que se transformou num cavallo aiaezado e foram passear pelo mundo...

4» encantado | Viram os lyrios e champignon.-! que serviam de morada aos pequeninos espíritos da natu-reza, os sylphos". 5o chegaram á casa da tia Borboleta que vendia azas aos sylphos e sylphides. 6° A tia re*

cebeu-os cahinhosamente:

os7« serviu-lhes um banquete magnífico, cujos garçons era um Sacy e um coelhinhc.^ 8o — Depois despedi-ospara irem passear no Reino encantado. 9o — E elles ficaram encantado com as sylphides e os sacys que mo-

ravam nos lyrios e nas rosas.

IO"-— Viram um ajuntamento de pequenos seres e numa poltrona a "Rainha das fadas", que ouvia a queixade dois anõesinhos que accusavam um pequeno gênio de feiticeiro pois diziam que elle havia transformado um ^casa num dragão. 12° — Então Paulo defendeu o geniozínho, dizendo que fora elle com a sua varinha maciça.

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O TICO-TICC 16—, 1 — Janeiro — 1930

MODA INFANTILi^é' ^ i\ ^rj^*~7

c_-*ffi _y o!• — Casaquinho c chapéu da mesma fa-

wnda. Cinto • golla pespontados.aa Costume de linho branco.j. o mermo vestido sem paletot.4» Linda camisola em crepe gtorgett»

eom fila traspassada.ta vestidinto em voile estampado com

arravatinha preta.BORDADO — Monogrammas para roupa

branca.

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Janeiro — 1S3. 17 — 0 TICO-TICO

'\ ^—f______£___•' __J"1B__r__

*_» wadP-D^ __t ^"/ya^*V:_./^^^ F53^^7T^^Í____Mflfcll!«Bp^-^ll i^i ' ______LV>'C

_____P>ç«_D_1i_t**ffAmVjramW/Èfts**-j\_»r___t_^l_^^I^-_________í___.' V _ \ I /\ 'J \ 1

í $*fyKma$ÊÈÊÊ&^l \\ X\ \ . \ A lL-__-__S !____.W-_-------_inr_s_r*^y «__^ \ \ I \ \ H^IF^ St-—X¦ -

Odette era uma menina

De muito bom coração,

Por isso todos de casa

Lhe tinham estimação.

Se alguém na frente de Odette

Chorava ou estava em afflição,

A boa menina em breve

Dava carinho e afíeição.

E' que Odette bem sabia

Do mundo a doce missão:

— Levou áquelles q_e soffrem

-Irinho e consolação.

Na casa da linda Odette

Havia festa e, afinal,

Tudo para festejar

A noite santa, o Natal.

Uma arvore enfeitada

De brinquedos e velinhat

0 ANNEL _. ODETTE

* Estava armada na sala

Cercada de lanterninhas.

Na mesa cheia de doces

Havia tortas e balas

Muitos biscoutos e flores

Para jogar pelas salas.

_____!__.

Mas Odette é uma menina

Que nunca teve vaidade

E, assim, quiz dar o annel

Para um fim dc caridade.

— Mamãe, esse annel bonito

Pôde muito bem servir

Para os que andam nas ruas,

Febres, esmola a pedir.

Vou vender este annclzinho

E o dinheiro que apurar

Vou offertal-o, depressa,

Aos que andam a esmolar.

Mamãe vae cortar um bolo,

Um bolo feito de mel,

No qual havia escondido

Urfi rico e formoso annel.

Um pedaço bem pequeno

Odelte cm breve tomou

E dentro desse pedaço

O bello annel logo achou.

Uma me-vna va'_os_

Teria, sem mais demora,

Posto no dedo o annel

Tal qual fosse uma senhora.

17 Lfj&""'''

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mO de XADRE|p£_.o ALeAneL^

DOS LEITORES DO J} O.TIC0_TIC0 S

J^S pedras saoreprese n fedes pe-/os queridos perto*negem des/è se/vá-ha rio.

J\ssim pois O CVli-

cjuinVio será o R&iBrahco) o Zé Ma-

caco, o Rp preto.

Faustina e Lili

serão as r/_inhav,:

Carrapicho, Oujuba

os 81SPOS] c3agunço

e Serrote os cavallos.PEQÍS S£RAÕ rAA/nos rico ticos.

H• B. A EKPLICACAO PRIN-C/PALt DE COMO S£ JOQAo XADRE~Z i/a a no raxTO .

Ou/ros esc/arectrr?cr?fos

@çQTnpdnncrm o5 dese-

nhos.S_O.S.,sfea__ __ i~

*»!¦¦¦' l. ¦ ¦¦-.,- .1 -¦ I ¦ ¦_ 1. ¦¦¦__! I II ¦_¦ II _M .1 I ¦_»,.__,¦ _Mi_l I 11 II r ¦ -¦ ¦ ¦¦¦¦¦¦..— —LI !¦¦

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l_. " "* 9= a—tt- '

COMO DEVEMSER COLLAD&

AS PEDRAS

NAS

ROPãLLAS

PEDRA

COL LADA

/s__r54

X ***¦

INDICAÇÃO«

nacassAR/A f.A "CASA BRANCA" DEVE-

RA ESTAR SEMPRE MA EX- *

TREMA DIREITA DÉCADAJOGADOR.

3Q &Reproduzimos o tabol.rro do xadrez a pedido de centenas de leitores. Na pagina n. 2 publicamos «^'o. peões, a maior, para que os leitores, nc caso de perderem algum,não ficassem com o Jogo incompleto.

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ü TICO-TICO— 20- 1 •__ Janeiio — 1930

TEMPO SERÁ TEMPO SERÁ

Viviam na maior camaradagem o

lobo, a raposa e o gallo, embora estetivesse medo da raposa e ella re-ceiasse o lobo.

Muito astuta, pensou a raposa emdevorar o gallo, e para isso o con-vidou para um jantar que lhe seriaofferecido no dia seguinte.^

O gallo recusou, ao principio,^ pre-tfextando estar adoentado, sujeito a

£m serio regimem dietetico que lhe

jbrescrevera seu medico, o Dr. Ma-

fçaco [Velho da Silva. Você parece que está com me-

do de ir á minha casa... disse a ra-

posa.Eu? Cem medo? Não, senho-

ia; respondeu o gallo. E, para lhe

provar o contrario, aeceito seu jan-tar.

Muito bem. Amanha o espero.A raposa ficou radiante, antego-

sando o prazer de devorar o pobregallo.

Este, assim que a raposa sahiu,foi procurar o lobo e lhe disse:

Fui convidado para jantar ama-nhã em casa da raposa, porém não

quero ir só. Desejava jantar na suacompanhia.

—Pois não. Apenas não podereiir muito cedo. Si me demorar um

pouco vão jantando que eu chega-rei depois, ainda que seja para asobre-mesa.

Pois sim, mas não demoremuito e, principalmente, não deixede ir.

— Não deixarei. Pode ficar des-cançado que irei.

O gallo respirou, batendo as azase cantando satisfeito: kó-kó-ró-kó!...

O lobo lhe era muito grato por-que certa vez, estando organizadauma grande caçada, cujo fim prin-cipal era dar cabo da pelle do lobo,o gallo soube disso e foi prevenil-o,tendo elle fugido a tempo e salvoassim a vida.

No dia seguinte, á tarde, foi o

gallo á toca da raposa que o espe-rava já com um bom jantar prepa-rado especialmente para elle.

Sirva-se; disse a raposa offe-recendo-lhe a comida.

E' cedo... Como dizem queum convidado tem direito de convi-dar outro, eu convidei também parao jantar o nosso amigo Lobo. Fizmal?

— Absolutamente. Fez muito bem...A raposa não gostou; porém era

preciso disfarçar seu descontentamen-to e acabar com aquillo antes queo lobo chegasse, pois bem sabia queelles eram amigos e que o lobo nãodeixaria que seu amigo fosse devo-rado assim, sem protestar seria-mente...

Por isso foi, manhosamente, se col-locar atraz do gallo para lhe dar um

golpe certo e traiçoeiro.O galo percebeu seu intento e pre-

parou os aguçados esporões. Quandoa raposa lhe saltou em cima elle seesquivou e he metteu os esporões nascostas.

Ella voltou-se furiosa por ter erra-do o bote e mais feroz ainda porsentir a dor das feridas que tinha nodorso feitas pelos esporões do gallo.

A luta era desigual. O gallo esta-va agora na defensiva, voando paranão ser attingido pela sua terrível e

mais forte adversaria.— Kó-kó-ró-kó!... Kó-kó-ró-kóL.

Gritava elle afflicto, procurando fugirda toca onde estava encurralado, massem poder attingir a sahida.

Felizmente o lobo se approximavae, ouvindo os gritos angustiosos do

gallo, accelerou o passo, chegando atempo de o salvar.

A raposa ao vel-o appareçer, com-

prehendeu que estava perdida, e dis-se, tentando esclarecer a situação*^

Chegou muito a tempo, amigolobo, pois emquanto o esperávamosestávamos aqui brincando de "tem-

po será".Tempo será, não; disse o gallo

sacudindo-se todo e reanimado coma presença do lobo. O brinquedo erade "tempo seria" de ser eu devoradosi o amigo lobo não chega mesmo atempo de me livrar.

Deveras?! perguntou o lobo

procurando a raposa.E' o que estou lhe dizendo, e

por desconfiar disso é que o con-videi.

Onde está essa hypocrita? per-guntou q lobo.

Não sei. Fugiu, respondeu ogallo.

Com effeito, a raposa havia fugi-do, temendo as conseqüências do seuacto máo.

O lobo e o gallo comeram, então,o jantar e continuaram depois, aindamais amigos do que dantes.

TRANCOSO.

Nas lindas manhãsDe sol mais brandoO uri piando,Em fracos ninhos,Mil pasarinhos

Por ti cantadosNo "O Tico-Tico —

Rico, tão ricoDe mil cuidados!

Quantos carinhosNos teus versinhos!

Que alegria,!Avô bondoso,Sentir o gosoDa poesia

Naquelles versosEm luz immcrsos.

NINHOS

(Para Carlos Manliaes)

^___HÉ

E a creançadaBrincando,Sorrindo, achouE assim gritou:•— Oh! que ninhadaDe passarinhos!...yôa dos ninhos

Que o Manhães cantou.

Bemdicta seja'A missão de DeusrAugmentando os seus.'Assim crescendoMultiplicandoSó missão dos Céos!

Cruz

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1 — Janeiro — 1930 — 21 — O TICO-TICO

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_.) \'° CHlC0 V0C*" E CAPAZ'r^I-NHÕTíü^iÍM OeM. AOuOAi- NUMj ___?ARA UR*tóAR 7\ ._-_Oí_ 1 CARRETO1JSOv 7=^_T^_. VOU CALCULA .\

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O TICO-TICO 22 -. 1 — Janeiro 1938

.O COURO MÁGICO

Um lavrador, vendo ápproxi-mar-se a morte, chamou os seusquatro filho., e lhes disse:

Meus filhos, sinto que se -*.p-

próxima a hora e:n que tenho dedeixal-os. Apezar *í ter trabalhado :toda a vida, morro arruinado. Quan-do eu tiver dado o ultimo suspiro,apparecerão aqui acompanhados deum juiz, todos os meus credores,e tomarão conta de tudo quantopossuimos: terras, gado, esta casi-nha c até os poucos moveis que nosrestam. Como, porém, a lei vos fa-culta escolher um objecto de estí-inação, exijam um couro secco, queestá enrolado naquelle canto.

Os rapazes ficaram muito admi-rado. ; mas o pae lhes explicou queaquelle couro, que pertencera a umboi chamado "pellado", tinha avirtude mágica de estender-se, to-mando o tamanho que se quizesse,quando o esticassem, pronunciandoas palavras:

"]'ae, pellado". Paraque o couro voltasse ao estado nor-mal, bastaria que se dissesse: ""Vol-ta, pellado''. .

Vocês são intelligentes, e, sesouberem approveitar as virtudes dopellado", conseguirão uma grandefortuna.

No dia seguinte, o homem mor-reu. Quando os credores do defuntoappareceram para tomar conta de tu-do quanto elle possuirá, o juiz queOS accompanhava, perguntou aosrapazes si elles desejavam levar com-sigo alguma lembrança. Os credoresestavam receio, cs de que elles exi-gfssem alguma cousa de valor. Comespanto e satisfação geral, elles dis-

seram que só desejavam levar umcouro fie boi, velho e secco, que es-tava ali, a um canto... <

Um dos credores, para caçoardos quatro irmãos disse-lhas:

— Como eu era amigo de vossopae, quero dar-vos com o que vive-rem alguns dias. Façam um alforgeclcsse couro, e eu o encherei de tantafarinha quanto possa caber. Os qua-tro irmãos pegaram no couro e fo-ram para o campo. Segurando cada:um em um lado da pelle, pronun-ciaram as palavras que o pae lhesensinara, emquanto puxavam comforça.

O' couro cresceu de tal maneiraque, depois que os rapazes cozeramos lados para formar o alforge, ve-ri ficou-se que eram precisos maisde duzentos saccos para enchel-o.

O credor quiz recusar-se a cum-prir o que promettera, dizendo, queaquilo era bruxaria; porém, o juizque a tudo assistira, obrigou-o di-zendo que uma promessa daquellastinha de ser cumprida.

Furioso, não só pelo grande pre-juizo. como por ser alvo das risa-das dos outros credores, o homemnão teve remédio sinão de entregaraos rapazes uma porção de saccosde farinha, que elles venderam porbom preço.

Restituido ao "pellado" o seu ta-manho do costume, os rapazes dei-xaram a aldeia, e partiram mundoa fora á procura da fortuna.

Depois de viajarem muito tempo,chegaram a um reino, onde os ha-bitantes viviam em grande desola-ção.

Um gigante formidável tinha seestabelecido nas montanhas vizinhase todos os dias devorava grandequantidade de bois, quando não ai-guma pessoa, pois o monstro eraapreciador de carne humana.

O rei do paiz havia promcttidograndes thesouros a quem matasse ogigante. Os quatro irmãos resolve-ram tentar a aventura. Carregandoo couro do "pellado", elles escolhe-ram um lugar em que a montanhaera rasgada por um enorme preci-picio; fazendo o couro augmentar,elles formaram uma espécie deponte de um lado ao outro do pre-cipicio, e cobriram com terra e ga-lhos, para dar a impressão de seruma passagem natural.

Mal os rapazes tinham acabadoo trabalho, appareceu o gigante, quetrazia ao hombro, segures pelas cau-das, vinte bois, com que contavafazer o seu jantar.

Os quatro irmãos começaram ainsultal-o e atirar-lhe pedras. O gi-gante, vendo-os, largou os bois gri-tando: "Que bello! tenho para ojantar um petisco bem mais sabo-roso."

E ,sem desconfiar de nada, ogigante aventurou-se pela ponte im-provisada, para agarrar os rapazes;mas o couro cedeu ao seu peso eelle cahiu no fundo do precipícioe morreu.

Os quatro irmãos cortaram a ca-beca do gigante, fizeram o courodiminuir e se dirigiram ao paláciodo rei, afim de reclamar o prêmiopromcttido.

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1 -¦- Jan(f.ii'o — 1930 23 — O T I e O * TICO

A VI N G AN ÇA DO——r T O T O

A arrumadeira chamou TÓTÔ e mandouque a ajudasse a pregar o tapete nusalão. TOTÓ não ficou satisfeito com

esse serviço e.. .

O rei, no emtanto, que era muitoavarento, depois de ver que o gi-gante não existia mais. não os quizrecompensar como promettera, man-dando dar-lhes apenas um saquinhode ouro. _

Os rapazes não quizeram recebertal recompensa, e o povo começoua murmurar contra o soberano, quenão soubera agradecer a quem oslivrara de tão grande calamidade.

Todo o reino se reuniu, então,para realizar uma grande festa, glo-ri ficando os heróes.

O rei, que compareceu á festa,querendo passar por generoso aosolhos do povo, disse aos rapazesque lhes daria tudo que pudessemcobrir com a velha e minada pelleque um delles levava ao hombro.

Os quatro irmãos fizeram a pellecrescer de tal maneira, que cobriuo palácio do rei e todas as suas pro-priedades. O ingrato monarcha, fu-rioso, ordenou (pie os quatro irmão..fossem queimados como feiticeiros:mas o povo revoltou-se- o rei foimorto e um dos irmãos escolhidopara succedel-o.

Os bons irmãos não quizeram queum delles fosse mais que os outro.,e assim resolveram os quatro gover-nar j*untos o paiz, que dahi em dean-te foi muito feliz e prospero.

O velho couro foi guardado commuito cuidado no thezouro real, poistalvez, algum dia os seus valiososserviços ainda fossem neces-iiriosaos quatro irmãos.

A. R. de Ronoclc.

'¦ • .por isso, pregou «mas taxas na saiada arrumadeira. que tivera o máo gosto

de afastal-o do recreio.AF-_l__-----. - - ¦» . é ¦ ¦ _¦ ¦ —— <—s ¦ - _-r—•T-m -

Quando o telephone tilintou, a arruma-deira ergueu-se do chão para attender.

mas teve de ficar presa. . .

• . -e rompeu toda a saia. TOTÓ fugiuprevendo, sem duvida, um castigo me-

recido_

Je»çus e as cre. nçasRepelle alguém do Mestre, brutalmente,Os louros cherubins dc gostos íinos,_»fas, o sábio Rubbi lhes diz, clemente:"Deixai virem a mim os pequennos."Deixai-os vir a mim. Sou o ceifeiroQue nada perde, e os mundos vem ceifa.Feliz de quem como estes é rasteiro,Ai d'anuelle, cruel, que os molestar!"

Gomes Leal.

De ia goreSe o dia acabou e os pássaros já não

cantam, se o vento repousa, remove-me. pois, de sobre o coração o véo daobscuridade. ainda mesmo que tenhascoberto a terra com o manto do somnoe brandamente fechado as pétalas do lo-tus, no escuro.

Ao viajor exhauto, cujo alforge seesvasia antes que termine a viagem, cujovestido está roto e empoado, remove-lhe a ignomínia e a pobreza e renova asua vida como a flor sob o abrigo danoite benigna.

Xa noite de fadiga, deixa-me dormirsem lutas, pondo a minha consciênciaem ti.

\Tão me forces o espirito débil a umapobre preparação para o teu louvor.

És tu quem cobre com o véo dá noiteos olhos cançados do dia. para que serenove a sua luz em um como despertarmais fresco e alegre.

FábulaO leão estava doente.A noticia espalhou-se cclcrcmcntepelo matto.F a bicharada toda, o seu acato,íoi fazer a visita ao rei dos animaes.

Fora o macaco, nenhum maisfaltou a essa romaria.Só elle permaneciaindifferente, sempre alegrãocom o enfermidade do leão.

Porém, o urso, forjador de intrigas,armador dc brigas,logo tratou de indisporo macaco com o grão-senhor.E assim ao leão falou:

Só o macaco é que faltou,elle se' n. magestade,cie sua enfermidade.Respondeu, irado, o leão:

Quero tel-o ia á mãoe lhe mostrar como deve uma greírespeitar o seu rei.Amigo urso vá chamal-ojá, sem intcrvállo!Logo maisá casa do rei dos animaeso macaco chegou.O leão o interpcllourudemente.Respondeu o macaco mansamente:

Eu andava, magestade.procurando para a sua enfermidadeum remédio e, tanto pesquizei,até que acheique Ilpgua de urso é sem rivalpara o seu mal.

O leão, contente, agradeceue, rápido, comeu

A lingiia do urso que estava ali.

Desde, abiáppreiideu esse animal

, esta lição de moral:Lingua que não pára calada,

Beii* merece ser cortada.

Alfredo Nagib.

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O TICO-TICO — 24 - 1 — Janeiro — 1930

I MÁSI

C O M P A N H 1 A S jI

Ella me disse que

Vae ser uma pau-

O gambá sempre foi um bichinho socegado, or-deiro, trabalhador como a formiga, sem ser, porémavarento como é ella.

Pouco amigo de festanças e camaradagens, an-dava sempre só dizendo que mais valia andar assim,do que mal acompanhado.

Acontece que bouve uma festa em casa da cotiae o macaco convidou o.gambá, que era seu conhecido.

Obrigado, mas não posso ir porque não fuiconvidado pela dona da festa.

Isso não tem importância.eu convidasse quem entendesse..,

Quem entendesse o que?Quem eu quizesse convidar

dega. Ali não se faz cerimonia. Conto com você.Pois bem; mas venha me buscar, porque sozi-

nho eu não irei; preveniu o gambá que era muito ti-mido.

Está combinado, concordou o macacos.No dia da festa passou pela casa do gambá e o le-

vou á da cotia.A casa desta era perto de uma usina de assucar e

por isso havia ali muito caldo de canna, muito cnela-do, "raspa-duras", etc.

O gambá provou das iguarias e gostou do caldoda canna que estava começando a fermentar.

A cotia tem aqui num canto guardada uma be-bida ainda melhor, segredou o macaco.

Qual é? indagou, curioso, o gambá.E o mesmo caldo "da canna, porém, distillado

nos alambiques.E é bom?Dizem que é magnífico.,Você já bebeu?Já. Provei apenas. E' gostoso. Sô' tem o de-

feito de ser um pouco forte e subir á nossa cabeça.Subir como?São sei. Fica-se alegre, com vontade de rir,

de pular, de dar pancada....E depois.?

— Depois fica-se triste, com somno, dorme-se e

quando se acorda, não se lembra mais de nada que sefez.

Quer provar?Eu tenho medo.Provar só não faz mal. Beber, sim, é que po-

de ser ruim... Vamos, que eu lhe dou um pouquinhopara experimantar. Não faça cerimonia. A casa dacotia é nossa e o dia é de festa e de pândega. Vamos!

Suggestionada pelas lábias do macaco, lá se foi o•pobre do gambá.

Provou o tal caldo de canna distillado que naoera outra cousa senão aguardente.

Provou e... infelizmente, gostou, apesar de serforte o álcool.

Resultado: perdeu aquella attitude seria e discre-ta que todos lhe apreciavam.

Começou a ficar excessivamente alegre e até in-conveniente, sendo chamado á ordem pela dona dacasa.

Chegou então a segunda phase da embriaguez: fi-cou valentão; desafiou todos os bichos para brigaremcom elle, não respeitando nem os mais fortes como otatu' e o jaboty que vivem debaixo de uma armaduradefensiva.

Todos o ridicularisavam e se preparavam para oexpulsar da festa, quando sobreveiu a terceira phaseda intoxicação alcoólica: ficou prostado em um can-to e ali mesmo adormeceu profundamente.

Quando despertou no dia seguinte, soube do quefizera e ficou envergonhado; mas não se emendou.

O vicio do álcool estava comsigo e o infeliz gam-bá, quando lhe sente o cheiro, é attrahido pelo fatalveneno.

Assim como aconteceu com elle, tem acontecidocom muitos jovens, levados pelas más companhias aocaminho do vicio e da degradação moral.

E' preciso escolher bem os nossos companheirosentre os que são bons e honestos.

A não ser isso "é melhor andar só do que malacompanhado".;

M. MAIA

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1 — Janeiro 1930 — 25 - O TICO-TICO

L 1 NGÚA DE P A LM O E MEIO!(CAIXA MYSTERIOSA)

Jmv\

O tamanduá-mirim

Celso estava preparando em se-gredo uma surpreza para o annt-versario de Edgar.

Mas infelizmente era preciso oauxilio de Elza como fariaqualquer outra do seu sexo, a me-nina acabou por contar, ao menospela metade, o segredo da festa. Cel-so ficou furioso, e não se poudeconter:

E' assim que você cumpreo que promette? ralhou. Nunca maislhe hei de pedir um favor... Lin-gua de Tamanduá!

A pequena, que ouvira a justa re-primenda, calada e cabisbaixa, re-tesou a cabeça e perguntou:

Porque ? Tamanduá não fala!Vá perguntal-o ao Edgar que

é tão seu amigo. E Celso sahiu dasala deixando a irmanzinha muitoarrependida, mas curiosa também.

Pois pergunto mesmo! res-niungou, e foi á procura dorapaz. Edgar estava na sala de es-tudos e Elza sem mais preâmbulosinterpellou-o:

Edy, o Celso brigou commi-go por eu ter contado da festinhacie amanhã e me chamou de "linguade Tamanduá". Porque?

O rapaz riu gostosamente e porfim exclamou:

Ora, o Celso nietticlo a poeta!Fui uma forma delicada de dizerque sua linguinha é muito com-prida.

O tamanduá-bandeira

E tirando da estante um livro,folheou-o e apontando uma figura,explicou:

Veja, este bicho é o taman-duá; justamente, está com a linguade fora porque é notável o tamanho

delia. Dois palmos! Não é brinquedo.Colosso! Para que tudo isso?Para comer formiga: porque

o tamanduá, de entre os mami feroschamadas desdentados, é o únicoque de facto não tem nenhumdente.

Com as garras enormes e a for-ça de que é dotado, abre os formi-gueiros e cupins e depois lambe asformigas.

Que engraçado! Mas elle temmãos tortas, Egy repare bem!

Não são tortas; é por eco-nomia que elle anda desse geito;como as unhas lhe são a única de-

, feza, elle as conserva sempre muitoafiadas. Assim, quando o irritam,elle abraça o inimigo, crava-lhe asgarras nas costas e com sua forçabrutal o apunhala, se antes não oasphyxiou.

Credo! E ha muitos dessesbichos por ahi?

Por ahi, aonde, Elza? O ta-manduá vive nos campos e infeJiz-mente, como diz este livro, elle éfacilmente exterminado devido aseus movimento? vagorosos e pre-guiçostís.

—¦ Infelizmente; não comprehen-do porque?

Porque preíta grande serviçodestruindo os formigueiros.

Ah! exclamou rindo irônica,e da cauda, com certeza, se faz umgrande espanador, não é?

Talvez nem isso, pois o pellodesse animal, geralmente, não éaproveitado, como tamliem a suacarne. O tamanduá-bandeira só é útilemquanto vivo.

Porque se chama tamanduá-bandeira. Edy?

Não só porque traz semprea enorme cauda alçada á guiza debandeira, como ainda para não serconfundido com o tamanduá-mirime tamanduá-y.

Então só elle tem a cauda as-sim bonita?

Sim, o tamanduá-mirim, tem-na como os macacos e como ellesdelia se utilisia para subir nas ar-vores.

-E' bem menor que o outro,disse a menina depois de compararas duas gravuras.

Sem duvida! e o tamanduá-y,mal tem um palmo de corpo e outrode cauda...

Nada adianta você me con-solar com o tamanho desses dous;eu bem sei que, quando o mano meclnmou de "lingua de tamanduá",foi pensando no outro!

(Atlas da Fauna do Brasil).Tio Nnuaiti.

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TICO-TICO -26 — 1 — Janeiro — 1930

O THESOURO DOS MENDIGOSRnícm-Guyz, conquistador do Universo, imperador

mongal, sustentava contra seus irmãos, que lhe disputa-•«am o throno do Tnrkestau, uma guerra que já durava»e>s annos.

Nessa longa campanha, todos os seus thesouros ti-nham sido consumidos em manter os seus exércitos e an-cariar partidários.

Suas arcas esgotadas, era com terror que elle via che-gar o dia, em que não poderia mais pagar as tropas, poissabia que, quando tal se desse, seria abandonado por seustoldados, bárbaros mercenários, que se passariam para olado de quem melhor os pudesse pagar.

Nessa situação. desesperadora Ratem-Guyz reuniuseus ministros e conselheiros, e pediu-lhes um alvitre sobreos meios de obter recursos para continuar a guerra.

Todas as maneiras possíveis de arranjar dinheiro fo-iam lembradas; mas após longas discussões eram rejeita-•áas como impraticáveis.

Decretar novos impostos, era impossível, porque opovo, já muito sobrecarregado, não supportaria mais, e cer-tamente se revoltaria...

Levantar um empréstimo com algum dos ricos ban-

queiros judeus da índia, tambem era impossível, pois nãohavia argentino que, mesmo a juros formidáveis, quizesseemprestar a menor quantia que fosse, a um principe queestava ameaçado de perder o throno...

F.ntre os conselheiros de Ratem-Guyz, havia um fakirchamado Dejdin-Lassa, que era tido na conta de um gran-de sábio. Depois que todos os conselheiros falaram e quelimito discutiram, sem chegar a um resultado pratico, 6imperador, vendo que Dejdin-Lassa tudo ouvia calado, ecomo absorto em seus pensametnos, dirigiu-lhe a palavra,perguntando si elle tambem não tinha um plano que o sal-«asse da ruína ímminentc — Senhor, respondeu o fakir, -aminha idéa pôde parecer absurda; porém, si níe cteixardesoberdade para executal-a, certo estou de que obteremos umdesonro suffíciente, até para fazer a guerra a todos ospríncipes da índia.

Mas qual é essa idéa? perguntou o soberano.Deixae-me agir, senhor; entregae-me o pouco que

«os resta em dinheiro e tende confiança em vosso humil-de servo.

A minha cabeça responderá pelo suecesso da em-presa.

De pouco me servirá mandar cortar a tua cabeça,quando estiver tambem arriscado a perder a minha, mastenho confiança na tua sabedoria. No emtanto, muito gostome daria conhecer como vaes multiplicar as poucas moe-das de ouro que me restam.

'— Pelas ultimas estatísticas, senhor, sabemos queexistem em vosso reino cinco mil seiscentos e vinte novemendigos, que vivem de explorar a caridade publica. Odinheiro que vos resta, eu empregarei em of íerecer-lhes umfestim nos jardins de vosso palácio...

Os conselheiros soltaram uma estrepitosa gargalhada.Ratem-Guyz furioso, esteve prestes a ordenar ao escravoque estava sempre sentado a seus pés, tendo nas mãos•tan alfange nú, que fizesse tombar a cabeça do imprudente

que ousava zombar de sua triste situação! Porém, c fakir,calmo, continuou...

... e teremos preparados os pratos necessários,para depois do festim fazer aquella pobre gente mudar osandrajos immundos que os cobrem; e elles sahirão do pa-lacio implorando para Vossa Majestade as bênçãos doTodo Poderoso.

A cólera do imperador explodiu, num accesso de raivatremendo:

Insensato! exclamou, não sei o que me impede de fa-zer eu mesmo voar com um só golpe daquelle alfange atua maldita cabeça!

Miserável, que zombas da triste situação de um prin-cípe, de quem só recebestes beneficios!...

Insensato, respondeu o fakir, é aquelle que julgaas cousas pela appaisencia.

O imperador arrependeu-se da vivacidade com querespondera ao fakir e, descendo do throno. abraçou-o com-movido, dizendo-lhe que nelle depositava toda a sua con-fiança.

A cidade em peso ficou maravilhada ao saber que oimperador ia offerecer um banquete aos pobres do paiz; etodos muito gabavam a generosidade do soberano.

No dia do festim os jardins do palácio encheram-sede mendigos andrajosos e esfarrapados.

Dos milhares que o fakir dissera existirem no ¦reino,nenhum faltou ao banquete'que se annunciava esplendido.

Depois de terem os pobres comido e bebido á vontade,o palácio foi oecupado pòr uma multidão de soldados, queacompanhavam os escravos, trazendo os fatos novos, queos mendigos deviam trocar pelos andrajos que os cobriam.

Verificou-se, então, uma cousa extraordinária!Os mendigos não queriam por nada tirar, os seus sujos

farrapos. A ordem do soberano era, entretanto, formal;os repugnantes andrajos deviam sêr'queimados, para queos mendigos sahissem do palácio limpos e purificados.

Foi necessário empregar a força, porque os mendigosresistiram. Os soldados, só a muito custo conseguiram des-pojal-os das sujas e rasgadas roupas, que por ordem dofakir eram amontoadas em um pateo.

Os mendigos, afinal, foram obrigados a se retirar ves-tindo suas roupas novas; mas o que ninguém podia com-prehender, era que elles iam furiosos e ao envez de aben-coarem o soberano que lhes proporcionara aquelle festim,elles chamavam sobre elle todas as maldições do inferno!...

O fakir ordenou aos soldados que desmanchassem asroupas dos mendigos, formando no pateo uma verdadeiramontanha.

Com grande pasmo, verificou-se, então, que no forrode todas ellas, estavam escondidas moedas de prata e deouro, e até ricas jóias.

O thesouro reunido: era ímmenso!O imperador, maravilhado, nomeou Dejdin-Lissa Mi-

nistro das Finanças, certo de que sempre que seus cofresestivessem vazios, o sábio fakir havia de achar um ex-pediente tão extraordinário como aquelle, para enchel-onovamente.

M. Ribeiro de Almeida.,

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Festival

na Escola A veneranda senho- BPublica de Pirahy, ra D. Maria Baptis-

Estado do Rio. **, cercada de seus14 bisnetos.

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Elza e Ilza, filhas do Sr. João Eckhardt. — Petropolis, E. do Rio. Hélio Colonna dos Santos.

Mario e Milton, filhos do Sr. PlácidoPinho.

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I }

Nilde Mendes Zezita e Lilita, filhoe do Sr. Antôniode Souza Cottard.

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NOSSOS AMIGUINHOS•"" -ir- ~" ir- 1

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.-" **"" ¦'-,. ^B 1 y MB B_ML \ ^1

EDITH, filha do Sr. AugustoMendonça.

LÉA, filha do Sr. José Doía-nela Portella.

ZITO, filho do Sr. José I)o}a-vela Portella.

JOSÉ', HÉLIO E ANTÔNIOREZENDE FILHO.

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i * 'jMk^L^v' ^*\ j. _%.- *-"7*^"'"'' «*^^^*^ ^^^_Bíi_h___ll _H __?*^^^^___*__________

SOLANGE, filhinha do Sr. My- BERTINHO E VERINHA, firatan Guimarães. lhos da Sra. D., Durva Pereira

ALICE CACCAVOCENTO

YELDA, neta do coronel Theo-dosio Ribeiro Paiva.

GUIOMAR MACHADO. ANTÔNIO, filho do Sr. Au-gusto de Brito

Uma linda amiguinha d'" OTICO-TICO"

_w» . .^7 JímàVk

1 li ~^ I l*-á_____LJJOSÉ' ALVES, nosso ami-

guinho.Dois amiguinhos

d' "O TICO-TICO"

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1 — Janeiro 1930 - 29 — ü 1 i C O - T I C 0

_A_ _-_]__ O B O ___ !I

Vrae-se um anno e um outro vemSempre com as mesmas festahças;Leva, o que vae, desenganosE o que vem traz esperanças.

. Cincoenta e duas semanasDe trabalho e de canceiraQue passaram, mas que voltam,Sempre da mesma maneira.

Anno bom! Anno ditoso!Exclama, quem foi feliz.

Anno bom... diz, suspirando,Quem nellê foi infeliz.

Para quem foi venturoso,Passou elle de repente;Para quem não teve sorte,Andou tão pausadamcnte...

Passava um dia após outro,. Todos elles de ventura

Para os felizes da vidaQue têm saúde e fartura.

Para os outros, — os que soffrem, —Cada um dia que passavaEra um martyrio maiorOue sua vida marcava.

Anno bom! E' o que se escutaToda gente repetir;Uns lembrando o que se foi,Outros o que tem de vir.

•— Anno bom! gritam meninos,Pensando nos seus folguedos:

I

— Anno bom!'... recordam ve_ho_s_Contando os bons pelos dedos,

E nessa conta que fazemSem lápis e sem papeis,Os "annos bons", de verdade,Nem chegam, talvez, a dez!

Alguns na infância travessa...-Outros mais na mocidade,Annos bons em que gozaramSaúde e íelicidade.

Cciuq um corcel quc não pára,O tempo se vae passando;Foge, em breve, a mocidade,E os annos máos vão chegando.

Vem a velhice, trazendoA saudade do passado,E o "anno bom" de outras erasE', com pena, relembrado.

Quem diz "anno bom", diz sorte,Diz almejada venturaA quem vive neste mundo,Preso á magua e á desventura.

Tara aquelles que não vibram,Que não têm mais emoções,E' que os annos são eguaes...,Todos os annos são bons.

.' — Anno bom! diz quem tem alma'E, de coração, almeja.Oue, de facto, muito bomPara todos elle seja.

M. Maia.

O D> O X A R E Z

O TICO-TICO. para attender S solicita-ç_o de muitos leitores, repete hoje a pa-pina do tabolelro do jogo de xadrez. Vo-võ. numa das suas sabias lições.^«**» »°»meninos que o xadrez <_ talvez of mais dltfl-cil de todoa os Jogos, tao d.ff.c 1 que o

frrande sábio Leibnitz o considerou mo» «S--_.ík. OJogo do xadrez representa umabatalha, ê de origem persa e consta teta-bolriro e pedras, que s3o brancas «

£''M"O escopo principal do *£ •j*»*"^

rei adversário em poelçSo que, a gj**™?_-,«* fuinr nem se defender. Diz-se, quan

do tal afontece que o rei esta em chequemate.

As pedras, tanto brancas como preta*,elo- o rei a rainha, os bispns. as tor*?*-os°cavaío_ . os peões, Estes e os «jvaHoarepresentam a infantar.a e a caullan oexercito do rei. As torres sao a»*ortoH«Me os bispos os defensores da corte. CadapVra tem o seu movimento especia e porIsso sao muitas as combinações «o Jogo. Nocomeço do Jogo as pedras se co locam notabolelro como indicará um modelo que sera publicado. Chamam-se bispo da rainha,

rnrallo da rainha e torre da ramha as pedras que estão no tabolelro ao lado da ra'-nha, e do Tei, as que estão do lado do rei.A marcha das pedras é a seguinte: — ore! anda de casa em casa, em todas as d:-recções; a rainha anda em qualquer dire-cção e nâo pode saltar sobre outra pedra :a torre desloca-se nos sentidos horizontalou vertical; o bispo caminha nos diago-naes: o cavallo, a cada movimento,' mudade cor na casa do taboleiro a ê a única pe-dra que pode pular sobre outras e andaduas ca=as para a frente o uma para olado ou duas para o lado e uma para afrente ou para atraz. O pe3o anda na ver-tical, para a frente, de casa em casa, anao

'ser na sahida que pôde pular duas ca-

sas, e come para os lados, direito ou es-querdo.

Duas pedras nao podem ficar na mesmacasa.

No Jogo que O Tico-Tico publica, ospeões são tico-ticos, as rainhas, a Faustinae a Lili; os reis, o Chiquinho e o _._ ila-caco; os bispos, o Carrapicho e o Jujuba;os cavallos, Jagunço e Serrote.

A origem do xadrez provêm de uma le-gerida árabe. Cm brahmene foi encarrega-do de ensinar ao rei e imaginou um jogoem que o rei, a peça mais importante, na-da podia fazer sem o auxilio de seus sub-ditos. O rei, enthusiasmado com o Jogo, offereceu ao brahmene a recompensa que estequizesse. O brahmene, querendo dar maisuma üçao ao rei, pediu que lhe fosse dadaa recompensa em grãos de trigo, do se-gulnte modo: — um grão na primeira casado taboleiro, dois na segunda, quatro naterceira, 6 assim por deante até a 64» ca-sa. O rei concedeu, julgando até modesto opedido". Feitos todos os cálculos, viram que

im precisos nada mais nada menos doque 1S.446.744.073.709.551.C15 grãos detrigo; o que sô se poderia conseguir, si sesemeassem 7 6 vezes todos os continentes da^Repetimos

essas palavras do VovO porquoJulgamos necessárias, tendo em vista a re-

petTçao. a pedido, que hoje fazemos, da pa-pina do taboleiro do xadr_.

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O TICO-TICO — 30 — 1 — Janeiro — 1930

iP>MARIA ALDA — (/?„>) —«

Os diálogos e a poesia "Natal" sa-

hirão n'0 Tico-Tico; a paixão dosabiá será publicada no Para-To**dos.

POLA NEGRI — (Copacaba-na) — Vê-se na sua letra ascen-dente alegria de viver, enthusiasmo,esperança, ambição, iniciativa. Umpouco de autoritarismo, teimosia,capricho, força de vontade, poucolhe importando a opinião alheiaquando se sente bem com a sua con-sciencia. O horóscopo dos nascidosa 15 de Novembro é este: "São

amigos de se apresentar bem e gos-tam de elogios e lisonjas. Preferemestar sempre á frente de qualqueremprehendimento, não admittindoque outros lhe dêm ordens. São in-telligentes, activos, de muito enge-nho e originalidade. Terão famacomo escriptores ou artistas. Quai*-do se zangam, ficam muito violen-tos e as mulheres são, cm regra ge-rai, impertinentes.

NADYR — (Rio) — O estudofeito sobre a sua letra revela mobi-lidade, inquietação, agitação cons-tante, volubilidade, precipitação,nervosismo, impaciência. Ha tam-bem alegria, enthusiasmo, fraqueza.O horóscopo das pessoas nascidas a14 de Setembro é este: "Conseguemdescobrir o elixir da eterna juven-tude e da longa vida, parecendoque nunca ficam velhas. Guardambem os segredos que lhe confiamt não confiam os seus a ninguém;amáveis, affectuosas, delicadas, temdecidida vocação musical."

Quanto ás iniciaes de qus fala,preciso primeiro saber o anno doseu nascimento para poder achal-as.

VESTAL (?) — Sua graphia éa chamada "letra de Sion", usadageralmente pelas educandas dessecollegio. E' angulosa, grande, mo-vimentada, denotando imaginaçãoviva, grandes aspirações, mobilicl.i-de, impaciência, orgulho, aggressi-vidade, espirito critico, satyrico, in-telligencia. O horóscopo das pes-soas nascidas a 3 de Abril é este:"São volúveis, inconstantes, emboratenham coração amoroso, nobre ecaritativo. De gênio impetuoso,impulsivo, facilmente se irritam.Tem bastante força mental e sym-pathia irradiante. Com propensão pa-ra a musica chegarão a ser optimosinterpretes, porém, como mestrassão impacientes e nervosas. Muitociumentas, fazem soffrer a quemlhes quer bem".

, ETTEDO — (Bahia) — An-tes de tudo devia ser escripto empapel sem pauta para se fazer o es-tudo graphologico que pede. O ho-roscopo das pessoas nascidas a 3 deJulho é este:

"Gostam muito 'de

criticar osdefeitos dos outros e se zangamquando alguém lhes aponta os seus.Apezar disso têm coração magna-nimo, perdoando as offensas rece-bidas, são habilidosas e intelligen-tes. Gostam de fazer notadas eapreciam muito o dinheiro. Comomães de familia são excellentes.

JOAQUIM S. DUARTE (Pa-ty do. Alferes) — Letra indecisa

revelando espirito fraco, timidez,receio, acanhamenío; medo. Rudi-mentar cultivo intellectual, nervo-sismo. Credulidade, superstição,boa fé, ingenuidade demasiada pa-ra um rapaz de 18 annos.

GAROTINHA — (Parahyba)'— Bondade, delicadeza, sem ex-cluir força de vontade, fineza, con-cisão, energia, reserva.

Para o horóscopo dos nascidoscm Setembro ver o que digo antesa Nadyr. Os nascidos a 19 de De-zembro são: muito activos, ener-gicos e inimigos dos preguiçosos.Amigos de longas viagens, morrem,por isso, quasi sempre, longe dapátria. Pela sua grande actividadeacabam soffrendo de abatimento edepressão nervosa. A pedra talis-man dos nascidos em Setembro éa pérola ou a opala; e dos nasci-dos em Dezembro, a turqueza ou odiamante."

RAMONA — (Rio) — Sua le-tra fina denota delicadeza, suscepti-bilidade, fraqueza; vê-se tambémambição, alegria de viver, enthu-siasmo nas linhas ascendentes. Haum pouco dc teimosia, ás vezes,capricho,' perseverança, principal-mente quando se sente contrariada.

Generosa, franca, dá pouco va-lor ao dinheiro. Intelligente, vai-dosa. como, aliás, todas as filhasde Eva, gosta de ser admirada ecortejada.Não sei a que letras favoráveis serefere. Queira escrever esclareccn-do o caso

DR. SABE-TUDO

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1 —'Janeiro — 1930 — 31 -. 0 T I C O - T I C ft

^1 Wst *— ¦omamoi

RESULTADO DO CONCURSO N» 3.395

A solução cxacta do concurso.Soliícioitiótas: — Clenice Mendonça Maya,

Jcfferson nenys Gomes Posto, Manoel Qsorrio, Talith Sampaio da Fonseca, Regina No-vac-s C. Chaves, João Maurício Cardoso,Eriméa Ferreira Lage, Maria de LourdesGomes da Motta, Moacyr Baleeiros, Wal-ter Vigio Gomes. Augusto Patrane, Gastãode Miranda Filho, Waldyr Boslgnoll, Oday-sa Araújo, Neyde Franco Milano, AnaniasSantos Souza, Livia Fiorillo, Maria Imma-oulada Conceição Martino. Walda Oliveirae Silva, Willy Meyer, Eliodoro Dulcutti.Orlando Malllns, 'Paulo de Souza Tires, PII-nio Pinto Mendonça Uchôa, Rubens SoaresMartins, Neide da Cruz Ribeiro, Elmano C.Magalhães, Nocmia Francisca Muniz, Francisca de Taulo Trigo, Ivan Castello BrancoKlza Pereira Costa, Lucy Smith, GilbertoGanley, Dan Muller Deluqui, Noir Amaralde Lima, Murillo Lins Mallet Soares, Ay-dana de Almeida Corrêa. Noel de AndradeCunha, José Maurício Cardoso Bastes. Oí*man N. Tierre, Francisco M. Cano, Mariade Lourdes Pessoa. Cyro Raymundo deI reitas, Waldyr Campinho. Hilton Fox Bra-Ea, Jcsfi Maria Huguenim, Rcmy Queiroz

JUVENTUDEALEXANDREParaEnbellezüre TRATARosCABELLOSCABELLOS BRAHC0S

Guimarães, Heloisa Amaral Guedes de Mel-Io, Jayme Soledade M. Silva, Pedro Alie-luia, Francisca Monteiro Vasques, José deAraújo Gaspar, Álvaro Barros de Oliveira,Luiza Castanha, Manoel Botelno Galhardo,Isaura AÍves T.osa, Roberto Janiques, Al-pheu José fie '.raujo, Francisco Josâ Fon-seca Magalbí ¦ Antonietta Caldas, AuletteFaria, Ercil ;. Ií Almeida, Emmanocl Ri-beiro, Waldyr Villela Nunes, Ivonne Vaz deMello, Heraldo Luiz de Araújo, Adail Ktzer,Zenaide Hugo de Jesus, Zuleika Hugo deJesus, Lia Alves d'Avilla, Dulce Helena do

Oliveira, Roquito Reis, Ayrton Sâ dos San-tos, Newton, dos Santos, Milton de Vascon-cellos, Sylvio Colle, Emilio Colle, Jamil OI-tay, Fernando R. de Novaes, GuttenbergGuimarães, Rolf Rodolpho; Zettler, Pa\iloDeleonardio, Ladyslau Bykoski, FernandoLeal, Mario Britto de Barros, Ninah DinizGonçalves, Henrique Manoel de L., JoaquimBulier de Almeida, Amancio Costa, MarioJoaquim Fernandes, Simeão Barbosa, Mau-r:cio Noslanslay, Wladimir dos Santos Mel-Io, Hélio Barreiros, Rubem Dias Leal,Abrahão Cohen, Arthur Almeida Filho, Jo-

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O TICO-TICO

sé Joaquim; Borraího Filho, Arany Concei-cao Moraes. Henrique de Carvalho Simaa.Aluizio Martins, Eugenia KM, Newton Pe-reira, Gallileu Minschiattl Rubins Dantai,Francisco Guida, Elza Pereira Machado,Gilberto Dutra, Nicia Guimarães da Silva,Yedda da Silva Dessat«, Maria Regina Men-donça Maia, Yedda Regai Possolo, ZileneF Faria, Nissim Castlel, Sérgio Monteiroda Rocha, Cláudio Monteiro da Rocha, Wan-da Monteiro da Rocha, Walcer Zacchinl.Norestina Alves Duque, Humberto Arnoudda Silva, Cecy Santos, José Ferraz, lvo Pe-reira Braga, David Pereira do Souza, Joa-quim José Machado Filho, José N*. PereiraSoares, Roberto Luiz Pimenta de Mello, Antonio Fernando Boaventura, José Amazo-nas Filho, Lya Pinto Rodrigues, Judith Vot-ta Newton Colucci, Ataliba Veris&iim daSilva, Wilson Monteiro, Pedro Jcrgo Taya-res Sylvio Ney de Assis Ribeiro, Ma-IlloAraujo, Ângelo Molfi, Maria da Conceiçãode Almeida, Altair CapparelJi, Gilberto Dst-te de Barros, Annita M. Salgado, TheocritoJohnson, Theopompo Johnson, Salarr-ão Po-chwzcwsky, Victoria Damian, Dinorah D.,Mario Figueira do Mello, Irineu de O. Gui-murães, Waldyr da Silva Lima, Oscar Me-deiros, Alderlco de Araujo F Ispo, Alda Gn-jó, José da Silva Mangualde, Ivone de To-ledo Leite Moraes, HermenegiJdo xvrxr,Amaury Pedrinha Tczerra, Nuir do Lrca,Mathias da Campos, Hespesia Tartunno,Diva Cardoso, Cecilia de Oliveira, Ansto-ieks Ferreira, Máximo Guerrini, Dino Duarto Canellas, Jeronymo Mello. Cella Aze-vedo Corrêa, Didi Maria, Amalio Paiva, Fe-licio dos Santos, Hugo Penna, Maria Re-gina Marcondes de Carvalho, Sylvia ParaMerourin, Iraez Oliveira da Silva, Octavia-no Felicio Vieira, Sylvia Faccio, Dino Eu-Kenio da Cunha Brandão, Maria VictoriaCamargo Barros, Pedro Moacyr Soares, Gal-ba de Mendonça Costa, José B. da Rocha,Maria Eugenia da Fonseca, Hila Pinto deCarvalho. Julinho StleMer, Avelino da Cu-nha, Antonietta Ephigenla do Amaral liei-lo, Nyrca Braga, R-ibeno Cavallarl, JoséTro'se Mariettinha Novack, Orlando do Al-meida Senna, Rosalvo Macisl do Moura, Ma-

WamãeDIZ SEMPRE

QUE eu sou fovn

i /AM^jfgmY^Pi)V\QUE TOMO \

t!ÍT0NÍLLIN&

-32 — 1 — Janeiro — 193tt

r jl> j

m&QüÒ ÚNICO REMÉDIOQuecv.TA6 cma °s AeewE/tresu

DENTIÇA~Q i

TENDES FERIDAS, ESPINHAS,MANCHAS. ULCERAS. ECZEMAS,emfim qualquer moléstia de origem

SYPHILITICA?.usae o poderoso

Elixir ide Nogueira

do Phartnc». | C h I m I é o

EJoão da Rjo Silva Silveira

va Branco, Edacy Maslna, Renan Irinêo daSouza, Elyane Verne* Elda Pacinl, Eunde»do Carmo Wermelirurer, Declinda Lucha,Maria Flora Barroso, Odeth da Silva •Souza. Waldemar Rodrigues.

Foi o seguinta o resultado ílnal do con-curso:

1 ¦ Prêmio:

IIYEAM THOMAZ KEESB

de S ar.nos da Hade e íesidente em La-íayette. Estado ds Minas Ceraes.

2o Prcmio:ELYANIj VEVt>*Er

de 12 annou íle Idade "> resident» íl ruaFortunato n. 71, -m Taubaté, Estado daS. Paulo.RESULTADO DO CONCURSO K_ 3.100

Respostas certas:

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho CreosotadoDO pnAKM. CHI1Í.

Joáo da Silva SilveiraPO DE RO SO FORTIFI-CANTE PARA OS ANE-

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1 — Janeiro — 1930 -.33 — O TICO-TICO

berto Janiques, Antonietta Ramos, IdalicoMaciel Araújo, Herminio Naddéo, WaldyrDantas de Brito, Hélio de Magalhães, Sa-lomão Poehezewsky, Celso Emilio de Fi-Eueiredo Damazio, Fernando Octavio Gon-çalves, Aldino Reis, Maria Paiva Felicio dosSantos, José da Silva Mangualde, AltairDantas, Pedro Herval Assumpção, Luiz San-tos, Edna Chaves Teixeira, José Sehor, He-loisa da Fonseca Rodrigues Lopes, PauloHenrique Loques, Abilio M. Filho, MariaApparecida Colucci, Mario S. Ribas, Theopompo Johnson, Theocrito Johnson, Clau-dio Godinho Naylor, Alberto do Valle, Joa-quim Lourenço Júnior, Paulo Gitahy doAlencastro, Maria da Conceição Moraes.Abrahão Cohen, Marcos Pernambuco, DanielFeklman, Waldemar Ludwig, Omario Mat-ta Vasconcellos, Arlette da S. Duarte, Mer-cedes Oliveira Corrêa do Carmo, Ruth Sal-íes, Sylvio Augusto Bohn Vieira, Cecilia

Bohn Vieira, Maria do Carmo C. Werneck,Lucy V. Martins, Mario Aurélio de Walde-ck, Eélo Capiberibe, Julieta Wincher, Na-than Roizman, Eurides do Carmo Werme-linger, Willi Cohen, Roberto Boisson, Ze-naide Hugo de Jesus, Zuleika Hugo de Je-sus, Maria Pires Teixeira, Abílio Corrêa doCarmo Júnior, Aurelia Wilches, Michol Aragâo, Elida Faure, Rubem Dias Leal, Mique-lina da Encarnação Paz, Nicia Guimarãesda Silva, Dalmo F. Barreto, Renato Lo-quês, Edméa Ferreira Lage, Dina Maria das"Neves, Mçirio Torres Furtado.

Foi premiada a concorrente:

NICIA GUIMARÃES DA SILVA

de 12 annos de idade e moradora â rua" 9de Fevereiro n. 94, Copacabana, nesta Ca-pitai.

~tõciar».

CONCURSO N. 3 . 4 C 9

Para os leitores desta Capital s dos Estados

deslumbra

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encanta!

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Recortem os pedaços do clichê acima eformem com elles um gato. As soluções de»vem ser enviadas a esta redacção acompa-nhadas da declaração de idade e residência,assignatura do próprio punho do concur-rente e ainda do valei n. 3.409.

Para este concurso, quo será encerradono dia 28 deste mez, daremos como pro-mios, de Io e 2» logares, por sorte, dois lin-flos livros infantis.

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5* — Qual a parte da casa que sem aprimeira syllaba é tempero?

(3 syllabas) .Américo Lopes /

As soluções.devem ser enviadas S, reda-cção d'0 Tico-Tico, devidamente assignadas,acompanhadas do vale 3.410.

Para este concurso, que será encerradono dia 21 de Janeiro vindouro, daremos co-mo premio, por sorte, entre as soluções eer-tas, um rico livro de historias.

_3r S\ *

W£ 3.410MAA^AAA^^A^^^SAAAA^^^^^^^<V^^^I»I

N. 3 .| 4 1 0Para os leitores desta Capital e dos

Estados próximos

Perguntas:1* — O que é, o que ê que cahe em pécorre deitada?(2 syllabas).

Arthur. Neiva2» — Xo -masculino sou abriso.

No feminino 9ou passagem.(2 syllabas).

Hilda Bastos.

3» — Qual a ilha da Europa quei é cri»minosa?

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ü TICO-TICO - 34 — 1 — Janeiro — 1930

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1 — Janeiro — 1930 - 35 — O T 1 C O • 1' I C O

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B1BLIOTHECA SCIENTIFICA BRASILEIRA

(dirigida pelo prof. Dr. Pontes de Miranda)

| INTRODUCÇAO A SOCIOLOGIA GERALIo premio da Academia Brasileira, pelo prof.Dr. Pontes de Miranda, broch 16$, ene

| TRATADO DE ANATOMIA PATHOLO-GICA, pelo prof. Dr. Raul Leitão da Cunha,Cathcdratico de Anatomia Pathologica naUniversidade do Rio de Janeiro, broch. 35$,ene

| TRATADO DE OPHTALMOLOGIA, pelo prof.Dr. Abreu Fialho, Cathedratico de Clinicajj Ophthal.TioIogica na Universidade do Rio de

Janeiro, 1° e 2° tomos do Io vol., broch. 25$cada tomo, ene., cada tomo

g THERAPEUTICA CLINICA cu MANUAL DEMEDICINA PRATICA, pelo prof. Dr. VieiraRomeira, 1° e 2° volumes, 1» vol. broch. 30$000,ene. 35$, 2» voL broch. 25$, ene

g CURSO DE SIDERURGIA, pelo prof. Dr. Fer-dinando Labou. .au, broch, 20?, ene

g FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITO CIVILBRASILEIRO, pelo prof. Dr. Pontes de Mi-randa (é este o livro em que o autor tratou

dos erros e lacunas do Código Civil), broch.25Ç000, ene

g IDÉAS FUNDAMENTAES DA MATHEMA-TICA, pelo prof. Dr. Amoroso Costa, broch.

16$000, ene.g TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA, pelo

pelo prof. Otto Roth, broch ene.g MANUAL PRATICO DE PHYSIOLOGIA,

prof. Dr. F. Moura Campos, broch. 20$, ene.

LITERATURA:

j O SÁBIO E O ARTISTA, de Pontes de Mi-randa, edição de luxo.

g O ANEL DAS MARAVILHAS, texto e figu-ras de João do Norte

g CASTELLOS NA AREIA, versos de OlegarioMaríanno. ;..............

g COCAÍNA..., novella de Álvaro Moreyra..'.".= PERFUME, versos de Onestaldo de Penafort..| BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a vida

intima da Marinha Brasileira de Gastão Pe-raiva

jj LEVIANA, novella do escriptor portuguez An-tonio Ferro

jj ALMA BARBARA, contos gaúchos de AlcidesMaya

| OS MIL E UM DIAS, Miss Caprice, 1 voLbroch.

g A BONECA VESTIDA DE ARLEQUIM, AI-varo Moreyra, 1 vol. broch

1 ALMAS QUE SOFFREM, Elisabeth Bastos. Ivol. broch .....

| TODA A AMERICA, de Ronald de Carvalho..s ESPERANÇA — epopca brasileira de Lindolpho

XavierDESDOBRAMENTO, de Maria Eugenia Celso,broch

g HUMORISMOS INNOCENTES, de Areimor.

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RIO DE JANEIRO

DIDÁTICAS: 1

FORMULÁRIO DE THERAPEUTICA IN-FANTIL, A. A. Santos Moreira, 4» edição.. 20$000 |CHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto e map-pas, para os cursos primários, por Clodomiro gR. Vasconcellos, cart .r 10J000

CARTILHA, Clodomiro R Vasconcellos, 1 voLcart. . .,.....-... . ..-...- 1$500 g

CADERNO DE CONSTRUCÇOES GEOME- gTRICAS, de Maria Lyra da Silva ' 2$5O0 g

QUESTÕES DE ARITHMETICA theorias epraticas, livro officialmente indicado no Col-legio Pedro II, de Cecil Thiré 10$000 gAPONTAMENTOS DE CHIMICA GERAL —pelo Padre Leonel de Franca S. J. cart 6$000 gLIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira (2' edi-ção) .» 5$000 |

_NTHOLOGIA DE AUTORES BRASILEI- gROS, Heitor Pereira, 1 vol. cart 10$000 §

PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Ferreira gde Abreu.....»- ••« 3$000 |

VARIAS:

O ORÇAMENTO, por Agenor de Roure, 1 voLbroch 18$OC0 1

OS FERIADOS BRASILEIROS, de Reis Car-valho, 1 vol. broch • • 185010 gTHEATRO DO TICO-TICO, repertório de can-çonetas, duettos, comédias, farças, poesias,

( diálogos, monólogos, obra fartamente iilus-trada, de Eustorgio Wanderley, 1 vol. cart. • • 6$000 gHÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, por Leoni- {§dio Ribeiro (Dr.) 1 voL broch.. 5$000 m

PROBLEMAS DO DIREITO PENAL E DEPSYCHOLOGIA CRIMINAL, Evaristo de gMoraes, 1 vol. ene. 20$, 1 vol. broch 16$000 =

CRUZADA SANITÁRIA, discursos de AmauryMedeiros (Dr.) 5$W> gUM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO, deRoberto Freire (Dr.)., 18$000 1

INDICE DOS IMPOSTOS EM 1926. de Vi-cente Piragibe. •••.. 10$000 p

PROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CONSU-MO EM 1925, de Vicente Piragibe 6$000 g5A MATERNIDADE, pelo prof. Dr. Arnaldo de §Moraes •. 10$000 g

^LBUM INFANTIL — collectanea de monolo-gos, poesias, lições de historia do Brasil emverso e de moral e civismo illustradas com gphotogravuras de creanças, original de Au-gusto Wanderley Filho, Í vol. de 126 paginascart 6JO0O |

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DA, broch 6Ç000EUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch-.. 5$000V FADA HYGIA, ene 4$000COMO ESCOLHER UM BOM MARIDO, ene. 5$000FORMULÁRIO DA BELLEZA, ene 14$000

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Page 35: Dois Valentões - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1930_01265.pdf · 1 — Janeiro 1930 *-3 - O manor reSogâo" Na torre do palácio municipal de Philadelphía ha-*

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO - Chiquinho prendeu um gatuno

—•*Chiauinho viu o g^10 entrar

em casa pela janella DRaixo des-ta havia uma pipa com tinta paratingir roupa Aproveitando uma .

i i ¦¦

. . escada, fez Jagunço por ella subir e acom-panhar o meliante. Depois retirou a escada efoi ao quarto onde o gatuno fazia o roubo e

gritou por soccorro.

Aos gritos de "pega ladrão . appareceuum guarda civil. O gatuno, assustado, fugiu

julgando poder servir-se da escada. Na faltadesta, cahiu dentro da pipa e o guarda...

...prendeu-o todo pintado de ver-melho. Neste dia, Chiquinho rece-beu muitos presentes e carinhospela sua coragem e boa accao.