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Conselho Editorial

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Editorial

Revista Canavieiros - Janeiro de 2009

Em meio à crise financeira mun-dial, a pergunta inevitável é:o que esperar de 2009? Para

tentar traçar algumas perspectivaspara o ano novo e para a nova safra,a equipe da Canavieiros foi ouvircinco lideranças do setor: ManoelOrtolan, presidente da Canaoeste;Antonio Eduardo Tonielo, presiden-te da Copercana; Márcio FernandoMeloni, superintendente geral daCocred; Ismael Perina Júnior, presi-dente da Orplana e Sérgio Prado, re-presentante da Unica em RibeirãoPreto. Para eles, este será um ano deaperto, que exigirá pé no chão e pla-nejamento, mas também poderá serum período de oportunidades.

O entrevistado deste mês tambémmantém o otimismo. Para o prefeitorecém-empossado, Nério Costa(PPS) a crise provocou problemaspontuais, mas ele lembra que em mo-mentos de crise, Sertãozinho semprese sobressaiu com soluções inova-doras. Ele também adianta quais se-rão suas prioridades para os próxi-mos quatro anos.

O Notícias Copercana traz um ba-lanço do Projeto de Amendoim daCopercana, desenvolvido em con-junto com o IAC (Instituto Agronô-mico). O resultado crescente obtidoé mais uma prova de que esta parce-ria está gerando bons frutos paraseus cooperados.

Ainda no Notícias Copercana háa mais nova parceria firmada com oSebrae, que vai beneficiar os coope-rados que trabalham com a ovinocul-tura. O projeto visa à implantação deum confinamento para cordeiros.

O que será doamanhã?

O que será doamanhã?

O presidente da Canaoeste, Ma-noel Ortolan, faz uma avaliação dosimpactos da crise no Notícias Cana-oeste e faz alguns alertas sobre comoagir nesse período de incertezas.

Cleber José Moraes e Thiago Sil-va assinam o Artigo Técnico destemês, que aborda o impacto da valo-rização da moeda americana, por con-ta da crise, sobre o preço do ATR.

O advogado da Canaoeste, Julia-no Bortolotti, relembra os produto-res e fornecedores de cana sobre aobrigatoriedade da autorização paraa queima de palha da cana-de-açú-car da próxima safra.

O Ponto de Vista abre espaço paraa senadora Kátia Abreu, que foi empos-sada na Presidência da CNA (Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Bra-sil) no mês passado. Kátia é a primeiramulher a comandar a mais ampla enti-dade do agronegócio brasileiro. No ar-tigo, ela detalha seus projetos e fala so-bre a capacidade que o setor tem paraaumentar a produção brasileira.

A secção Pragas e Doenças traz obicudo da cana-de-açúcar, presente emmais de 30 municípios da região de Pi-racicaba e que pode ter rápida expan-são. Por esse motivo, a Canavieirostraz um artigo de profissionais do CTC(Centro de Tecnologia Canavieira), queexplicam detalhes dessa nova praga.

Além de todos esses assuntos,você também poderá conferir nestaedição o balanço das exportações dosetor, a estimativa de safra de grãosda Conab e a renda agropecuária pre-vista para este ano. Boa leitura!

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Agronegócio équestão de estado

Kátia Abreusenadora pelo Estado deTocantins e tomou possena presidência da CNA

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

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- Balancete Mensal

- Comunicado aos associados Canaoeste- Queda de renda no campo

Perspectivas para oprodutor de canaEm meio à crise, o que oprodutor de cana pode esperardeste novo ano? Para saberquais são as perspectivas para anova safra a Canavieiros ouviucinco lideranças.

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- Projeto Amendoim: realidade eperspectivas- Copercana e Sebrae firmam parceria

CONSECANA

REPERCUTIU

INFORMAÇÕESSETORIAIS

ARTIGOTÉCNICO

ASSUNTOSLEGAIS

DESTAQUES

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EDITORA:Cristiane Barão – MTb 31.814

JORNALISTA RESPONSÁVEL:Carla Rossini – MTb 39.788

DIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

FOTOS:Carla Rossini

Rafael H. Mermejo

FOTO CAPA:Foto divulgação CaseIH

COMERCIAL E PUBLICIDADE:(16) 3946-3311 - Ramal: 2008

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,Carla Rossini, Daniel Pelanda,

Janaina Bisson, Letícia Pignata,Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

IMPRESSÃO:Empresa Jornalística, Editora e Gráfica

Sertãozinho

TIRAGEM:11.000 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associados

e fornecedores do Sistema Copercana,Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas

são de responsabilidade dos autores. Areprodução parcial desta revista é

autorizada, desde que citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311

www.r [email protected]

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

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prefeito de Sertãozinho

"Crise é também oportuni-dade"

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Nério Costa

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Pragas e DoençasPragas e DoençasPragas e DoençasPragas e DoençasPragas e DoençasMonitoramento e controle de pragas dacana-de-açúcarBicudo da cana-de-açúcar, Sphenophorus levis,Cupins e outras pragas de solo.

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"Crise é tambémoportunidade"

Nério Costa

Entrevista

Da redação

Nério Costa

"Crise é tambémoportunidade"

Oprefeito de Sertãozinho, Né-rio Costa (PPS), assumiu ocargo sem perder o otimis-

mo, apesar da crise. Ele conhece mui-to bem o setor sucroenergético e,como vice-prefeito na gestão de JoséAlberto Gimenez, acompanhou deperto a administração da cidade e pre-

prefeito de Sertãozinho

tende dar continuidade aos projetosdesenvolvidos na gestão anterior.

Sobre suas prioridades para ospróximos quatro anos, ele lista os se-tores de Saúde, Educação, Empregoe Habitação e diz que irá implantar,em parceria com entidades, um APL(Arranjo Produtivo Local) para esti-

mular a economia da cidade.Sobre os impactos da crise so-

bre o setor sucroenergético, que in-fluencia fortemente a economia lo-cal, Nério diz que a turbulência teveimpactos pontuais. Leia, a seguir, aentrevista que ele concedeu à Ca-navieiros.

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Entrevista

“"Em nossa viagem a São Paulo na últimasemana, já estamos buscando mais uma

escola técnica estadual para nossa cidade"

Canavieiros: Em sua administra-ção, quais serão as prioridades?

Nério Costa: Como destacadoem nossa campanha política, dentreoutras seqüências de atividades quefaremos, nossas prioridades serãonas áreas de Saúde, Educação, Em-prego e Habitação.

Canavieiros: O que representaa crise mundial para a cidade deSertãozinho?

Costa: Esta crise, que de algumaforma afeta algumas empresas demaneira pontual, não é uma crise dosetor sucroalcooleiro. Se trata, an-tes de mais nada, de uma crise deconfiança do setor financeiro, viacrédito.

Canavieiros: Com que força ela(crise) chegou aqui?

Costa: Afetou de for-ma pontual algumas denossas empresas que,ou planejaram ampliarsuas atividades utilizan-do-se de crédito do mer-cado financeiro, ou so-freram com adiamentos de pedidos,que já começam a ser regularizados.

Canavieiros: Em relação à faltade crédito nos bancos, o que a po-pulação da cidade pode esperar dasautoridades? Que medidas a pre-feitura usará?

Costa: A Prefei-tura Municipal ,com todas as suassecretarias, emboranão seja prerroga-tiva financiar o se-tor por não haverrecursos previstos,apoiará todas asações e demandasque as empresas esuas entidades ne-cessitarem.

Canavieiros: Odesemprego é aquestão que maisassusta a população nessa fase. Oque a prefeitura tem a dizer aostrabalhadores?

Costa: Continuaremos buscandocumprir nosso papel de apoiar fei-

ras e eventos, assim como buscarsempre, e cada vez mais, qualifica-ção e formação para nossa popula-ção. Tanto é verdade que, em nossaviagem a São Paulo na última sema-na, já estamos buscando mais umaescola técnica estadual para nossacidade.

Canavieiros: Quem está ganhan-do e quem está perdendo com essacrise global?

Costa: Crise é sempre problema.Contudo, em todas as crises que vive-

mos, Sertãozinho, sua po-pulação e suas empresas,sempre se sobressaem comalternativas bastante ino-vadoras e que enaltecemnosso povo. Crise é tam-bém oportunidade.

Canavieiros: A economia de Ser-tãozinho gira, principalmente, emtorno do setor sucroalcooleiro.Quais serão as medidas que a pre-feitura deve adotar para ajudar osetor nesse momento?

Costa: Além de apoiar nossasempresas e eventos, implantaremos,com o apoio do Sebrae, Ceise e Ci-esp, um APL – Arranjo ProdutivoLocal. Com isso, estaremos estabe-lecendo uma comunicação, trazen-do vantagens em toda a cadeia pro-dutiva, organizando ações que tra-rão ganhos comuns.

Canavieiros: Sertãozinho é a ca-pital mundial da cana-de-açúcar.Muitas feiras e eventos acontecemaqui em função disso. A infraestru-tura da cidade deve ser melhoradapara receber os visitantes desseseventos?

Costa: Esta sempre será uma li-nha de governos, apoiando os even-tos já realizados, assim como, apoi-ando a vinda de novos eventos paranossa cidade.

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Agronegócio é questão deestado

Ponto de Vista

Agronegócio é questão deestadoKátia Abreu*

Pela primeira vez na história dopaís, o agronegócio brasileiro,setor que representa 24% do Pro-

duto Interno Bruto (PIB), emprega 37% daforça de trabalho e gera 36% das exporta-ções, passa a ter uma mulher no comando.Assumo, com orgulho, coragem e determi-nação, a presidência da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil (CNA), en-tidade que reúne 27 federações estaduais,2.142 sindicatos rurais e mais de 1 milhãode produtores sindicalizados.

Ao lado dos meus aliados do mun-do rural, pretendo mudar a cabeça dofazendeiro e, assim, mudar a imagemnegativa que a sociedade ainda tem dosprodutores, vistos por muitos, de for-ma equivocada, como eternos depen-dentes de favores financeiros do go-verno e sistemáticos descumpridores dalegislação trabalhista.

Aplica-se à atividade rural uma le-gislação trabalhista inadequada, feitapara o trabalho urbano, que admite ape-nas vínculo empregatício de naturezacontínua. É um regime de contrataçãode mão-de-obra particularmente inade-quado e prejudicial para a atividade ru-ral, caracterizada por trabalho sazonale, em muitos casos, de curta duração.

Às falhas da legislação, os produ-tores rurais respondem com o descum-primento das normas. A informalidadeno campo chega a 70% da mão-de-obraocupada. Resultado: elevado número deautos de infração lavrados pelos fiscaisdo Ministério do Trabalho. Em seisanos do governo Lula, foram lavrados15.258 autos em 1.217 fazendas.

Tenho dito e repito: isso vai acabar.Vamos montar brigadas de consultoresqualificados que, propriedade por propri-edade, peregrinem pelos territórios maisremotos do país. Não irão ensinar a burlara lei ou fugir dela, mas ajudá-los a implan-tar sistemas adequados à peculiaridadede cada um, tornando-os excelentes, mais

que irrepreensíveis, na atenção às legis-lações trabalhista, ambiental e outras.

A CNA lutará contra todo e qualquerdesrespeito à legislação, pois essa é a prin-cipal fonte do desgaste da imagem dosprodutores rurais na sociedade. É um pro-blema antigo, que vem desde os temposdos barões do café. Muita coisa mudou,mas persistem traços dessa mentalidadeantiga em algumas regiões. Temos demudar tudo isso com informação. Paragarantir mais informação ao produtor ru-ral, a CNA promoverá cursos para ensinarpequenos e médios produtores rurais alidar com computadores e com a internet.

Acredito em mudanças e não tendomedo de fazê-las. Os consumidores, porexemplo, não nos devem agradecimen-tos pelos alimentos que consomem,pois pagam por eles, com dinheiro sua-do, os preços do mercado. Preferimosser recompensados dignamente pelosnossos produtos, como empresáriosque plantaram, cuidaram e colheram vi-sando auferir lucros legítimos.

As peculiaridades do setor agrícola- relativas objetivamente ao abasteci-mento, segurança alimentar e até mes-mo à segurança de Estado - devem serequacionadas por políticas próprias deincentivos e compensações, transparen-tes, sem caráter protecionista ou pater-nalista, sob forma, por exemplo, de isen-ção de tributos, como fazem a Grã Bre-tanha e 34 estados norte-americanos.

No Brasil, infelizmente, a carga tri-butária segue na contramão, onerandoa produção de alimentos com impostose contribuições da ordem de 16,9%. Bemmaior que o total de tributos pagos nosEstados Unidos (0,7%) e três vezes maisque os 5,1% que incidem na cadeia deprodutos alimentares da Europa.

Temos de participar desse debate como governo. Além de discutir regime tribu-tário, leis trabalhistas e ambientais, temos

de discutir ainda a expansão e melhoriado sistema de armazenamento e escoa-mento da produção, para preservar a com-petitividade do agronegócio brasileiro.

As estimativas para a agriculturamundial até 2016 indicam que o Brasiltem tudo para avançar na produção, Asexportações agrícolas podem garantir ocrescimento, apesar da crise. Estimati-vas confiáveis apontam: em 10 anos, aprodução aumentará em mais de 54% eo país responderá por 38% da produ-ção mundial. A expansão ocorrerá tantograças ao aumento da produtividadecomo da área plantada.

Na prática, significa que o Brasilpoderá ter 41% do mercado, ante os 30%de que dispõe hoje. Como prova a his-tória da economia brasileira e como si-nalizam as projeções, não estamos fa-lando de qualquer setor. O agronegó-cio é uma questão de Estado.

*Kátia Abreu é senadora pelo

Estado de Tocantins e tomou possena presidência da CNA (Confedera-

ção da Agricultura e Pecuária doBrasil) no dia 23 de dezembro.

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Projeto Amendoim:realidade e perspectivas

NotíciasCopercana

Projeto Amendoim:realidade e perspectivasEdgard Matrangolo JuniorAgrônomo - Encarregado Técnico de Projetos da Copercana

OProjeto de Amendoim da Co-percana está em sua terceirasafra e desde o seu início fo-

ram obtidos progressos significati-vos tanto quanto ao recebimento doproduto na cooperativa como em in-formações técnicas para orientar osprodutores.

Na safra 2006/07 os produtoresque participam do projeto plantaram10.233,22 hectares de amendoim e en-tregaram 1.358.493,44 sacas (25 kg).Já na safra 2007/08 foram plantados11.284,52 hectares e entregues1.569.770 sacas. Na safra atual, fo-ram plantados 11.777,14 hectarescom uma estimativa de recebimentode 1.754.552 sacas.

Todo o amendoim recebido pelacooperativa é proveniente do proje-to. Através da parceria com os produ-tores foi possível, através de experi-mentos sob a orientação dos pesqui-sadores da Unesp de Jaboticabal, umadefinição quanto aos melhores pro-dutos para o controle das doençasfoliares da cultura.

Através de uma parceria com oIAC (Instituto Agronômico), com o Dr.Ignácio Godoy, estão em desenvolvi-mento novas cultivares de amendo-im, das quais, a variedade IAC-213 –rasteira com película vermelha - já estáregistrada. Outras duas variedadesalto oléicas rasteiras (IAC-503 e IAC-505) encontram-se em testes e estu-dos de multiplicação.

Nesta safra estão em testes osprodutos à base de clorotalonil exis-tentes no mercado, com o objetivode não haver dependência de uma de-terminada marca e também indicarcom segurança um produto com umcusto menor. Estão sendo feitos tes-tes com inseticidas sozinhos ou em

mistura visando melhor controle daspragas da cultura. Com isso, serápossível determinar o nível de infes-tação de doenças foliares toleradopela cultura para que se iniciem asaplicações de fungicidas sem causarperdas na produção.

Testes com herbicidas também es-tão sendo realizados para buscar no-vas alternativas para o controle daservas daninhas na cultura. Tudo soborientação dos pesquisadores daUnesp de Jaboticabal.

Para a próxima safra, a Copercanapretende melhorar ainda mais o proje-to e buscar resultados positivos paraa adubação da cultura. Como pratica-mente toda a produção obtida é vol-tada para a exportação, é preciso aten-der as exigências dos compradores,tanto com a rastreabilidade da cultura(através do caderno de campo) comona qualidade do produto recebido.

Para o gerente da Unidade deGrãos da Copercana, Augusto CésarStrini Paixão, “é primordial que os pro-dutores se conscientizem da necessi-dade de produzir com um custo menore com qualidade total”, explica. Visan-do atender as exigências dos compra-dores do mercado externo e também aobtenção do selo de qualidade ISO22.0000, a Copercana contratou umprofissional para exercer o cargo decoordenador de Qualidade, bemcomo, uma empresa para prestar con-sultoria neste segmento.

A cooperativa também está reali-zando um treinamento para operado-res de máquinas (em parceria com aempresa Miac) visando reduzir perdasna colheita e melhorar a qualidade doproduto final. A próxima etapa é reali-zar uma reunião com os produtorespara demonstrar a importância da qua-lidade do produto e as exigências doscompradores do mercado externo.

Vista aérea da Unidade de Grãos daCopercana (Uname)

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NotíciasCopercana

Copercana eSebrae firmamparceria

Copercana eSebrae firmamparceriaCarla Rodrigues

Projeto beneficia cooperados com criação deconfinamento para cordeiros

ACopercana e o Sebrae fir-maram parceria no final de2008 para a implantação de

um confinamento coletivo de cor-deiros. Com essa iniciativa, os coo-perados poderão aproveitar áreasque não são utilizáveis no plantioda cana para gerar empregos nocampo, promover integração e au-mentar a renda do produtor.

“A ovinocultura é uma ativi-dade propícia para a região deabrangência da Copercana, poisocupa pequenos espaços nas pro-priedades e tem uma boa procurano mercado. Além disso, se forbem administrada, pode gerar ren-da extra”, explica o veterinárioGustavo Leal Lopes.

A parceria pretende facilitar acomercialização, já que essa é umadas dificuldades dos pequenoscriadores. É que os compradorespreferem fazer negócio com os pro-dutores que têm capacidade deabastecimento.

Outro obstáculo que os peque-nos criadores enfrentam é quanto aopadrão de qualidade, o que torna ain-da mais difícil a venda para frigorífi-cos. “A Copercana, pensando nofuturo da atividade, está estudandoa possibilidade de emitir selo de qua-lidade da cooperativa em cortes decordeiros”, afirma o veterinário.

O projeto está sendo implantadono Capril, localizado na Unidade deGrãos da Copercana (UNAME). Oscooperados que participarem do pro-jeto vão receber orientações dos pro-fissionais do Sebrae e terão de adotaro PCBPPO (Protocolo Copercana deBoas Práticas), que traz normas sobrecontrole sanitário, melhoramento ge-nético, controle reprodutivo, adminis-tração financeira, entre outras.

“Poderemos chegar a uma dimen-são de 800 cordeiros confinados du-rante todo o ano, o que não impedeque esse número aumente de acordocom a procura dos interessados emparticipar”, disse o Lopes.

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NotíciasCanaoeste

Comunicado aosassociados Canaoeste

Prezado(a) Fornecedor(a) Associado(a),

Comunicamos a Vossa Senhoria que a CANAOESTE estará executando novamente este ano a elaboração dos obrigató-rios Requerimentos de Autorização de Queima Controlada da Palha de Cana-de-Açúcar para seus Associados.

Os Escritórios da Canaoeste estarão realizando, a partir do dia 2 de Fevereiro de 2009, os Requerimentos de Autorizaçãoda Queima da Palha de Cana-de-Açúcar para a Safra 2009/2010.

Os Fornecedores(as) Associados(as) que tiveram expansões em seus canaviais, aquisições de propriedades por compraou arrendamento, dentre outras situações, nas quais a área total ou soma das áreas contíguas à serem colhidas na safra2009/2010 sejam iguais ou superiores a 150 ha cultivados com cana-de-açúcar, deverão procurar nossos Escritórios atéo dia 5 de março de 2009 para que possam ser agendadas visitas dos topógrafos para efetuarem as medições necessárias dasáreas.

Lembrando que o prazo para indicação, nos mapas, das áreas que serão colhidas com ou sem queima, na safra 2009/2010,deverá ser feita até o dia 20 de março de 2009.

Na safra 2008/2009, por perda de prazo, muitos Fornecedores(as) Associados(as) não fizeram o Requerimento de Auto-rização da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar, exigindo que a colheita da cana-de-açúcar tivesse que ser totalmente crua,mesmo em áreas não mecanizáveis.

Portanto, solicita-se que os associados procurem a Canaoeste do início de Fevereiro até o dia 31 de março de 2009 paraque sejam feitos os Requerimentos de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar, em prazo hábil, cumprindoassim, a legislação vigente.

Pede-se acompanhar sempre na revista Canavieiros da CANAOESTE ou entrar em contato com os Escritórios daCANAOESTE, para obter informações complementares sobre o Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar da safra 2009/2010.

Aproveitando o momento, os Fornecedores(as) Associados(as) poderão aderir ao Protocolo Agroambiental do SetorSucroalcooleiro. Para maiores informações sobre o Protocolo, favor, procurar uma de nossas Filiais abaixo relacionadas.

Atenciosamente,

Manoel Carlos Azevedo OrtolanDiretor-Presidente CANAOESTE

Comunicado aosassociados CanaoestePlano de eliminação gradativa da queima da palha de cana-de-açúcar e protocolo agroambiental do setor sucroalcooleiro

SAFRA 2009/2010

Filiais Endereço Telefone ResponsávelCravinhos R. Manoel G. Santos, 1599 (16) 3951-9400 FernandaSertãozinho R. Dr. Pio Dufles, 532 (16) 3946-3300 MichelleMorro Agudo Rua José Jorge Junqueira, 995 (16) 3851-6660 AlinePit angueiras R. Ceará, 1170 (16) 3952-9800 FrancinePont al R. 7 de Setembro, 164 (16) 3953-9200 Jacquel ineSerrana Av. Habib Jábal i, 355 (16) 3987-9300 LuanaSeverínia Av. Nelo Calisse, 267 (17) 3817-3100 Dani laViradouro Praça Major Joaquim, 219 (17) 3392-4041 JulianaBarret os Av. Engº Necker carvalho de Camargo, 2135 (17) 3323.3366 EloisaBebedouro Av. Raul Furquim, 1181 (17) 3342.4454 Tamires

VALORIZE SUA ASSOCIAÇÃO PARTICIPANDO DELA.

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Queda de renda no campo

NotíciasCanaoeste

Queda de renda no campo

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Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

Já considerando os efeitos da cri-se sobre a produção, o Ministério da Agricultura calcula uma re-

dução de 7% na renda agrícola em2009, em comparação com o ano an-terior. De acordo com os dados ofici-ais, no ano passado o valor da pro-dução agrícola - obtido pela multipli-cação da quantidade produzida pelopreço recebido pelos agricultores –foi de R$ 163,3 bilhões e o estimadopara este ano é R$ 151,9 bilhões.

Isso significa uma redução de R$11,3 bilhões no rendimento “da por-teira para dentro”, o que atinge cer-teiramente o produtor rural, com re-flexos no círculo da economia – sehá menos renda sendo gerada, have-rá menor demanda de mão-de-obra,de insumos e assim por diante. Comoo agronegócio corresponde a pertode 40% do PIB nacional, a perda derenda no campo tem efeitos muitonocivos para toda a economia. Sinalde que este ano exigirá muita cautelapor parte dos produtores.

O cálculo do Ministério conside-ra 20 produtos e desses, 14 apresen-taram declínio. Os fatores mais im-portantes para a redução na rendaforam as condições climáticas, ospreços baixos das commodities agrí-colas e a falta de crédito para o fi-

nanciamento agrícola. As maioresquedas na renda devem ser no trigo(33,6%), milho primeira safra (26,7%),cebola (20%) e algodão herbáceo(14%). No caso da cana, a perda derenda estimada é de 1,6%: em 2008, ovalor da produção dessa cultura foide R$ 21,3 bilhões e o estimado paraeste ano é R$ 20,9 bilhões, o menordos últimos quatro anos.

Em comparação com outros pro-dutos agrícolas, a queda na cana serámenos acentuada, o que não signifi-ca, necessariamente, que os canavi-eiros estejam imunes à crise. Há ren-dimento. Necessário considerar tam-bém que o aumento na produção aca-ba, de certa forma, aliviando a quedana renda projetada pelo Ministérioda Agricultura.

Enquanto os grãos devem teruma redução de 4,9% na produção -de acordo com a estimativa mais re-cente da Conab de 137 milhões detoneladas contra os 144,1 milhões/ton da safra passada -, a cana devecontinuar em crescimento. Segundoa Unica, até dezembro, as indústriasda região Centro-Sul processaram496,7 milhões de toneladas, 15,4%acima do acumulado no mesmo pe-ríodo da safra anterior. Pelas proje-ções da Datagro, divulgadas antes

do balanço da Unica, a próxima sa-fra brasileira será próxima de 590milhões/toneladas.

Apesar das notícias da crise pro-vocarem uma natural preocupação eaté um certo desânimo, é preciso to-car a vida adiante e enfrentar as difi-culdades. Os cenários são positivospara o açúcar e etanol, os preços damatéria-prima apresentam uma ligei-ra reação e há um recuo, mesmo quetímido, no preço de alguns insumos,como os fertilizantes, que na safrapassada pressionaram fortemente os

custos para produzir.

Para atravessar o deser-to, não há milagres. É pre-ciso ter o pé no chão, pen-sar duas vezes antes de fa-zer qualquer investimento,reduzir custos e continuarproduzindo. Da mesma for-ma que a crise se instalou,ela irá se dissipar.

*presidente daCanaoeste

(Associação dos Planta-dores de Cana do Oeste do

Estado de São Paulo)

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NotíciasCanaoeste

Consecana

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de DEZEMBRO e ajuste parcial da safra 2008/2009. O preço médio do kg de ATR para o mês deDEZEMBRO, referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2653.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a DEZEMBRO e acumulados até DE-ZEMBRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 12/08DATA: 30 de dezembro de 2008

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercadoexterno (ABME e AVHP), do etanol anidro e hidratado carburantes (AAC e AHC), destinados à industria (AAI e AHI) edestinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a DEZEMBRO eacumulados até DEZEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/08, são os seguintes:

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NotíciasCocredBalancete MensalBalancete MensalCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade Sertãozinho BALANCETE - NOVEMBRO/2008

Valores em Reais

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Perspectivas para o produtorde cana

Reportagem de Capa

Em meio à crise, o que o produtor de cana pode esperar deste novo ano? Para saber quais são as perspectivas para anova safra e o que o fornecedor deve fazer para enfrentar esse momento de turbulência mundial, a Canavieiros ouviucinco lideranças: Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste; Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana;

Márcio Fernando Meloni, superintendente geral da Cocred; Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana e Sérgio Prado,representante da Unica em Ribeirão Preto. Eles traçam um cenário que exigirá cautela e planejamento e dão suas impressõessobre os reflexos da crise. Leia, a seguir, as entrevistas que eles concederam à Canavieiros.

Da redação

Perspectivas para o produtorde cana

Quais as expectativas para o setorneste ano?

Manoel Ortolan: Eu espero um anomelhor do que 2008. Dentro dos funda-mentos do setor sucroenergético é es-perado que o ano, em termos de preçopara o açúcar, seja melhor. Não se podedizer o mesmo para o álcool em funçãode uma provável menor exportação doproduto, mas sabemos que a produçãode álcool deverá ser ajustada para o con-sumo, à demanda do ano, não deveráhaver falta de produto. Assim, o merca-do melhor que a gente vislumbra parapróxima safra é o de açúcar. Em termosde economia, temos que admitir que nin-guém trabalha para perder dinheiro. En-tão temos que ser otimistas, acreditar queo trabalho e o esforço coletivo poderãomudar o rumo das coisas.

A crise desanimou o produtorde cana?

Ortolan: Crises sempre causam

preocupação. Esse ano deve ser maisdifícil para o produtor, mesmo com pre-ços mais favoráveis. Há dificuldadesno recebimento pela matéria-prima e,com isso, os produtores têm de buscarrecursos em bancos, nas cooperativas,e o crédito está mais escasso e caro.Há os riscos também na contrataçãode mão-de-obra, o preço da terra estácaindo, sem falar dos riscos que o pro-dutor corre em ser multado porque ésempre alvo de legislações draconia-nas e penalizações. Produzir no Brasilhoje é, de certa forma, desanimador.

O que fazer em tempos de crise?Ortolan: É preciso muita cautela e

planejamento. Ter o pé no chão e nãoinvestir no que não é realmente neces-sário e conservar uma reserva, se pos-sível. Tem de ser feito todo o esforçopara manter a produção, já que a lavou-ra é o ganha-pão do fornecedor de cana.

O senhor acha que o novo governonos Estados Unidos deve amenizar a

situação da economia mundial?Ortolan: A gente hoje entende que

a economia não vai bem, há muitas in-certezas, falta de crédito. Estamos vi-vendo a expectativa da mudança degoverno nos EUA, já que o rumo a sertomado pelo novo presidente, BarackObama, deverá nortear mudanças emtoda a economia e esperamos que sejapara melhor. De qualquer forma, paraas empresas como um todo e para nós,cidadãos individualmente, é importan-te ter o pé no chão. Sabemos que setodo mundo parar, a roda para. Então,é preciso continuar. A gente sabe queninguém vai deixar de comer, de vestir,a saúde vai precisar estar funcionan-do mesmo que de uma maneira maismoderada, mas tudo precisa caminhare vai caminhar. Então vamos torcer. Acrise não é só desgraça, é também ummomento de oportunidades para mui-tos. O Brasil tem condições de se be-neficiar nesse momento, em função deser um país produtor e exportador decommodities e pode, com isso, aten-der a outras regiões que certamente po-derão ter mais dificuldades.

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente da Canaoeste

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana

Os fundamentos do setor sucroe-nergético para 2009 são favoráveis.No entanto, os custos de produção es-tão acima da remuneração da cana. Oque o produtor pode esperar nestanova safra?

Antonio Eduardo Tonielo: A expecta-tiva da cana é melhor do que a de qual-quer outra cultura para essa safra, masainda somos muito dependentes do mer-cado internacional. Hoje o preço do ál-cool está ruim. Já o preço do açúcar estáum pouco melhor e provavelmente va-mos depender desse mercado. Mas, nes-

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Reportagem de Capa

Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana

O produtor de cana sofre há vá-rias safras com o aumento nos cus-tos de produção e queda no preço damatéria-prima. Como foi a safrapassada?

Ismael Perina Júnior: Na verda-de tivemos uma safra 2006/2007 bas-tante interessante, pois os preços fo-ram bons e os custos se encontravamem patamares razoáveis. De lá pra cá oque aconteceu é extremamente grave.Na safra 2007/2008, quando os custosexperimentaram um aumento significa-tivo, sofremos bastante, pois os valo-res recebidos ficaram bem abaixo docusto de produção. Já nesta safra2008/2009, praticamente encerrada, éque estamos realmente sofrendo umgrande impacto, pois já vínhamos deuma safra ruim e a safra que se encer-ra está com preços também abaixo doscustos de produção, com o agravanteda crise econômica mundial, que afe-tou diretamente a questão de liquideze conseqüentemente a maior dificul-dade dos produtores. Apesar de oscustos em alguns aspectos estarem

decrescentes neste momento, ainda émuito pouco em relação ao que neces-sitamos para continuar produzindo.Realmente esta safra que se encerradeixa muita preocupação para todo osetor sucroenergético.

ses anos de experiência, eu ainda achoque vamos atravessar uma safra que nãovai ser muito negativa. Vai ser uma safraaté mais positiva, porque o consumo deálcool é alto e de açúcar vai ser bom e, senós tivermos uma melhoria do álcool láfora, isso completará a nossa safra. Senós não tivermos essa melhoria, vamoster uma safra que não será ruim, mas quetambém não será excelente. Vai ser umasafra moderada. Ainda acho que vamosdepender também do fator clima e dissotudo vai depender o preço. É difícil falarem janeiro sobre uma safra que vai come-çar só em abril/maio.

O pior da crise já passou?Tonielo: Não, o pior da crise não

passou. O pior está por vir nesse pri-meiro semestre. A gente percebe que asituação de todos piora neste primeirotrimestre. Nós viemos com um ano mui-to bom até outubro/novembro. Entãoninguém sentiu nada ainda em nossosetor. Acho que nosso setor vai sentirnesses quatro, cinco meses da safra quevamos ter. É uma época de ficar muitoprecavido, de gastar somente com o queprecisa. Tenho certeza que muita gentedeixou de adubar, talvez plante algumacoisa que tenha bem menos adubo. Issotalvez seja benéfico para o futuro por-que diminuindo a produção, nós melho-raremos no preço.

A Copercana sentiu, de alguma for-ma, os efeitos da crise?

Tonielo: Claro, mas não a Coperca-na e sim o cooperado. Quando o coo-perado sente e não paga a conta, atin-ge a Copercana. Ainda bem que a Co-percana é muito bem estruturada, por-que se não fosse, complicaria. Nós con-seguimos, com toda essa estrutura,atravessar o ano sem maiores proble-mas, com as contas todas em dia e comuma expectativa de começar a receberas contas dos cooperados a partir dejaneiro. Tudo isso estamos fazendopara que o cooperado, quando come-çar com safra de grão ou cana, comecea voltar o dinheiro para dentro da Co-percana, pois a Copercana aguentouporque está muito bem estruturada.

O que deve fazer o produtor de

cana para atravessar essa fase de tur-bulência?

Tonielo: Deve gastar o mínimo pos-sível, fazer muita economia, trabalharcom muita precaução. Porque querqueira, quer não, a grande maioria doscooperados, como tem financiamentofácil, se endivida muito fácil também.Eu acho ainda um grande defeito doprodutor, que ele não aprendeu, é terque trabalhar com o capital próprio.Todos que trabalham com capital pró-prio, com recursos próprios, atraves-sam a crise mais fácil. Quem dependesó de capital de terceiros, quando che-ga a crise, não tem para onde ir, o ban-co não dá dinheiro e acaba afundandode uma vez por todas.

A produção de grãos deve ser re-duzida por conta, entre outros fatores,de um menor uso de tecnologia, já porefeito da crise. Isso pode acontecercom a cana?

Tonielo: Eu até acho que a produçãode grãos deve cair e não é tanto por me-nor uso de tecnologia e sim por proble-mas climáticos que tivemos. Enchentesem Santa Catarina, seca no Paraná, noRio Grande do Sul e no Mato Grosso,uma grande parte do Centro-Oeste foi

muito prejudicada pela seca. Então achoque vamos ter, além da tecnologia, pro-blemas climáticos. Teve lugar que cho-veu bem e a produção vai ser boa. Entãoeu acredito que vamos ter uma diminui-ção e é claro que a cana também vai so-frer. Esse efeito vai vir nas próximas sa-fras com redução de produção e talvezcom isso haja uma melhoria de preço. Àsvezes a gente paga caro por produzirmuito. O defeito do Brasil, do brasileiro edo governo é esse: todo ano que vocêproduz bem, você paga uma conta muitocara. Vai chegar uma hora que isso vaiprecisar mudar, porque ninguém podepagar conta cara porque produziu bas-tante. Ele tem que ter quem segure o pro-duto dele para ele poder vender depois ediminuir a produção para o futuro, senãoficamos sempre nessa roda. Ele quebra,pede concordata, fica sem pagar o ban-co, causa pressões. Vai chegar uma horaque tem que parar. Você não pode pagarporque produz bastante, tem que pagarquem não produz. O governo vai ter quemudar. Nós estamos pagando caro paraproduzir muito. Estamos vendo o açúcar,em dois anos, no alto da produção e ospreços caindo.

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O que esperar desta nova safra?Perina Júnior: Realmente é uma

grande incógnita. Entendo ainda serbastante prematuro falar sobre ela, masna verdade o que se nota é que teremosuma produção de cana-de-açúcar aindamaior nesta safra 2009/2010. Tivemosuma sobra de cana sem moer bastantegrande, existe um número representati-vo de usinas que iniciam moagem nestapróxima safra, a estratégia da maioria dasempresas e produtores foi de reformarmenos área, e apesar do menor investi-mento na lavoura por conta dos altoscustos, a previsão é que tenhamos mai-or quantidade de cana a ser moída. Res-ta saber como será o comportamento dasempresas que moem essa cana, e se es-tarão em condições de industrializá-las.Vivenciamos uma crise atual de créditode grandes proporções e não sabemosainda os seus reflexos até o início dasafra e, conseqüentemente, sobre todaa safra que se aproxima. Certamente énecessário um pouco mais de tempo parapoder visualizar melhor o cenário. Mas,com certeza, os produtores devem sepreparar para enfrentar este que deveser um ano ainda difícil para a produçãode cana, pelo menos até o meio da safra.Esperamos que o mercado de açúcar re-almente tenha a melhora esperada e queo álcool continue com o consumo doano passado e que se consiga exportarum pouco mais de álcool, pois assimcertamente teremos uma melhora de pre-ço desses produtos no segundo semes-tre, permitindo uma pequena recupera-ção dos produtores de cana.

Quais as gestões da Orplana jun-

to aos governos para proteger o for-necedor de cana das conseqüênciasda crise?

Perina Júnior: Acredito ter sido umano onde a Orplana mais participou ati-vamente junto aos governos federal eestadual. Infelizmente é aquilo que a gen-te já sabe: é duro sensibilizar um gover-no, mesmo relatamos o problema e a pro-dução vem aumentando ano a ano. Te-mos prejuízos e a produção aumenta 50milhões de toneladas por ano. Em con-trapartida, qualquer atitude por parte dogoverno para nos auxiliar significa au-mento de preço de álcool e de açúcar, oque pode gerar problemas de inflação.Proteger 60 mil produtores rurais, ou,

pensando no imediatismo, proteger umapopulação inteira minimizando o aumen-to da inflação? Apesar de todos os nos-sos argumentos, a insensatez do gover-no é um negócio de espantar, pois sabe-mos dos riscos no médio e longo prazo.O governo não foi sensível com a gentequando, para fazer seus ajustes noscombustíveis, aumentou o preço do di-esel e manteve os preços da gasolina.Penalizou-nos duas vezes, pois aumen-tou os custos com o aumento do diesele não permitiu que o álcool tivesse au-mento de preço, pois o seu referencial éo preço da gasolina. E por aí vai. Esta-mos vendo socorro a vários setoresapós o estouro da crise econômica e nãoconseguimos sensibilizar as autoridadescom relação aos nossos problemas. Re-almente a tarefa não está fácil.

O governo federal autorizou a cri-

ação de uma subvenção emergencialpor tonelada aos produtores de cana doNordeste. Essa política de garantia depreços mínimos se adequaria à regiãoCentro-Sul?

Perina Júnior: Entendo ter sido umponto importante, principalmente paraa produção do Nordeste, pois as con-dições de produtividade e dificuldadenaquela região são muito maiores que

as do Centro-Sul. Independente disso,a Orplana participou de todas as reuni-ões relativas a este assunto e nos foipedido um voto de confiança para queapoiássemos essa política para o NE,que seria um primeiro passo para futu-ras mudanças para todo o segmentode produção de cana do país. Os recur-sos para tal fim eram pequenos e setodo o Centro-Sul mais o Nordeste en-trassem fazendo a solicitação, prova-velmente não teríamos nada para nin-guém. Os volumes do Centro-Sul sãomuito grandes e a necessidade de re-cursos muito maior. Achamos por bemir nessa linha, que foi uma linha pro-posta pelo próprio governo federal. Jácom relação à política de preços míni-mos, assunto também que vem sendolargamente discutido, propusemos quedentro da própria Câmara Setorial esseassunto seja discutido e encaminhadode uma forma que traga realmente be-nefícios para os produtores como umtodo. Da forma como veio inicialmentea proposta, não atingiria todos os pro-dutores e poderia nos trazer muito maisproblemas do que soluções. Mas emnenhum momento a Orplana se recu-sou a conversar sobre este assunto evai continuar conversando sobre otema na Câmara Setorial.

Reportagem de Capa

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Qual o seu conselho aos fornece-dores independentes de cana?

Perina Júnior : Bem. O quadroestá aí. As projeções de safra indi-cam uma quantidade bastante grandede produção de cana. Os produtorestêm que insistentemente estar procu-rando suas associações para coletarinformações de comportamento demercado para tentar visualizar o que

poderá acontecer e dentro disso tudoprocurar adequar os seus orçamen-tos à realidade que estamos enfren-tando. É fácil? Claro que não é, mas éa única forma de ficarmos vivos paracolher os frutos lá na frente, que cer-tamente serão produzidos. Sabemosque agricultura, mais do que outrasatividades, vive de altos e baixos, e énossa obrigação estarmos prontos

Márcio Fernando Meloni, superintendente geral da Cocred

Um dos primeiros efeitos da crisefoi o aperto no crédito. Isso deve conti-nuar?

Márcio Fernando Meloni: Issoaconteceu de maneira mais acentuadano início da crise, mas já está querendose normalizar. O problema ainda persis-te em algumas instituições financeirase para os recursos que vinham de foraatravés de captação de fundos. Nessecaso, (o aperto) deve continuar pormais algum tempo.

Nas cooperativas de crédito os ju-

ros subiram?Meloni: Praticamente todos os re-

cursos do sistema financeiro ficarammais caros com o início da crise e, comoas cooperativas precisam desses recur-sos, também os juros ficaram um pou-co mais caros, mas bem inferiores aospraticados no mercado financeiro.

Os reflexos da crise devem perdu-

rar por muito tempo?

Meloni: A fluidez de recursos exter-nos provavelmente ainda deve demo-rar até que o mercado internacional co-mece a dar sinais de recuperação, mas internamente a crise só vai demorar apassar para aqueles que já vinham comproblemas ou investiu mais do que po-deria. Como o mercado mantém um cer-to pessimismo principalmente para oprimeiro semestre, fica muito difícil fa-zer uma previsão de quanto tempo ain-da vamos enfrentar problemas. Achoque aqui no Brasil as coisas devem sermenos problemáticas.

O governo sinalizou que daria

um alívio às cooperativas. Issoocorreu?

Meloni: A crise ocorreu em um mo-mento em que as cooperativas assu-miram compromissos com fornecedo-res de insumos. No momento em que oprodutor mais precisou delas - peloinício do plantio de grãos e custeio docanavial - contando com recursos jáprogramados das instituições finan-ceiras, os bancos, em grande parte, não

cumpriram a programação, deixandoas cooperativas em uma situação difí-cil. Este tipo de acontecimento é comouma doença, que você precisa de ummédico para aquele momento e vãomarcar uma consulta para 30 dias. Émais ou menos isso que está aconte-cendo. O governo tem falado muito,sinalizando recursos para o sistemacooperativo, mas, na verdade, de prá-tico pouco se viu nesse sentido, poistem sempre um entrave burocrático.

Pelo que lemos na imprensa, a cri-

se, de certa forma, serviu para cha-mar a atenção para a importância dascooperativas de crédito. Podemos afir-mar que isso é certo?

Meloni: De certa forma é verdade.Apesar de boa parte do sistema finan-ceiro ter sido afetado e os recursos setornarem escassos, nós, da COCRED,mantivemos o atendimento ao coope-rado procurando distribuir, dentro doquadro associativo, os recursos dis-poníveis para causar o menor impactopossível nas suas produções.

para estas crises. Já passamos pormuitas crises e muitos de nós sobre-vivemos. Não vai ser nessa que to-dos morreremos. Irão haver ajustesnaturais, principalmente os provoca-dos por uma euforia sem mensura-ções dos riscos, e após esta fase,muitos de nós estaremos produzin-do e obtendo margens de lucro satis-fatórias como em outras ocasiões.

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Reportagem de Capa

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Reportagem de CapaSérgio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto

Grande parte das usinas deveemendar uma safra à outra e a entres-safra será menor. Isso terá reflexo, dealguma forma, nos preços do etanol nomercado interno?

Sérgio Prado: A gente tem a ex-pectativa de que a safra possa come-çar com vigor em março, mas ainda éuma hipótese. Com relação ao preçonão tem como estimarmos para cima eou para baixo porque isso vai muitodo acerto tradicional entre a demanda,que está aquecida, e a oferta, que ain-da não fechou a safra. Esperamos queo preço seja melhor, que remuneremelhor a atividade. Já vivemos um anode preço baixo e o ano anterior, 2007,também foi assim.

Por conta da crise, algumas indús-

trias atrasaram o pagamento ao forne-cedor de cana. Essa situação deve senormalizar?

Prado: Na verdade, o que temos deavaliação do pagamento dos fornece-dores pelas empresas foram problemaslocalizados, não é um problema gene-ralizado, quero frisar isso. O pagamen-to dos contratos dos fornecedores seránormalizado. Acreditamos nisso e asempresas têm todo interesse de buscara normalidade.

Com a crise, os projetos de expan-

são sofrerão atrasos?Prado: Muitas empresas já estavam

com os projetos em andamento e nãopodem ser abandonados, tanto que ti-vemos, no último ano, uma previsão deinauguração de 32 usinas e dessas, sótrês não entraram em operação ao lon-go da safra passada. Temos notícias domercado de que projetos foram aban-

donados, a indústria de Sertãozinhomesmo, o Ceise, fez essa previsão. Masesses projetos que foram abandona-dos, na verdade, podem ser um proble-ma bom porque vai haver um enxuga-mento de projetos que não eram muitosérios, que eram aventuras, capital es-peculativo. O projeto saudável é ben-vindo e certamente vai acompanhar atendência que temos de expansão e viráa ser construído.

Quais são as perspectivas para a

indústria para 2009?Prado: Temos agora esse cenário

de escassez de crédito, esse é o primei-ro passo a ser resolvido. Esperamosuma normalidade porque nós sabemosque os nossos produtos são viáveis,temos produtos que são utilizados emlarga escala no mundo.

No caso do açúcar, o Brasil é o prin-cipal exportador e as empresas fabri-cantes de açúcar têm expandido o mer-cado externo principalmente. O etanoltambém é um produto que tem umademanda aquecida, nós temos o carroflex para mostrar. O mercado externoainda está em construção, mas já tive-mos uma expansão desse ano em rela-ção ao ano passado e acreditamos quepossamos ocupar uma boa fatia domercado externo com o passar dosanos. E temos a questão do plástico.Temos projetos já anunciados no Bra-sil de plantas que fabricarão esse pro-duto a partir do etanol. Temos na re-gião de Ribeirão Preto dois projetosimportantes. E temos o projeto da pró-pria Braskem, que é a maior fabricantedesse setor da petroquímica. Emissári-os deles já estiveram aqui na região eforam recebidos na Unica. Então, isso

cria uma maior fatia de mercado que ain-da não existe, que é a segunda geraçãode produtos e temos também a ques-tão energética. Então a perspectivapara indústria como um todo é grande.

Em relação à questão do desempre-

go no setor por conta da crise. Qual avisão da indústria?

Prado: A nossa visão sobre o em-prego: tem a questão de geração denovos postos de trabalho em funçãoda ampliação das empresas, da expan-são da atividade. O segundo ponto:temos de lidar com a mão-de-obra quevai ficar desocupada por causa da me-canização. Nós estamos em um proces-so adiantado e constante de mecaniza-ção. Então essas pessoas que traba-lham no corte hoje precisam ser treina-das para outras atividades mais sofis-ticadas e de melhor remuneração.

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Repercutiu

“Mesmo com a queda nasvendas de veículos novos nosúltimos dois meses, a parcela decarros vendidos flexíveis conti-nua muito elevada, perto dos90% de todos os automóveisvendidos no País. Com a decisãodo governo, além de economizarno combustível e dar uma contri-buição importante para o meioambiente, os compradores decarros flex darão ainda maissustentação à demanda por etanolno mercado interno.”

Presidente da Unica, MarcosJank.

“A tendência é essa:de até mais de 50% dacana virar açúcar, não

álcool. Os preços doaçúcar estavam muito

baixos, mas, com aquestão do câmbio [a

maioria é exportada], serámelhor produzir açúcar,

já que o produtor vaireceber mais reais por

ele.”Secretário da Agri-

cultura do Estado de SãoPaulo, João Sampaio.

“Vão errar. Podem ficar certosde que vão errar. Eu só estou

dizendo que os economistas queestão apostando no crescimento de2% vão errar. Agora, mesmo comesse pessimismo, veja a diferençado Brasil para os outros países. O

problema é que no mundo desenvol-vido eles estão discutindo a

recessão, e nós estamos discutindose vamos crescer 4, 3, 2 ou 5%.

Nós, governo, vamos trabalhar paracrescermos o máximo possível, e ogoverno continua trabalhando coma possibilidade de fazer com que o

crescimento chegue a 4%.”Presidente Lula, ao rejeitar

as previsões de economistas

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Mapa 1: Água Disponível no Solo, no período de 18 a 21 de DEZEMBRO de 2008

CHUVAS DE DEZEMBROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE DEZEMBROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

No quadro abaixo são mostradas as chuvas que ocorreram durante o mês de DEZEMBRO de 2008, em vários locais daregião de abrangência da CANAOESTE.

A média das observaçõesmensais de chuvas, no mês deDEZEMBRO, ficou acima dasmédias históricas. Com exceções da Algodoeira Donegá, Central Energética Moreno e CFM-Três Barras, nos demais locaisas chuvas foram próximas ou acima das respectivas normais climáticas.

Revista Canavieiros - Janeiro de 20092626262626ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as nÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n

Com exceções da faixaLeste e do extremo Nor-deste do Estado de SãoPaulo, a baixa para críticaDisponibilidade de Águano Solo (Mapa 1), noperíodo de 18 a 21 dedezembro, pouco diferiu daDisponibilidade Hídricaobservada ao final do mêsde novembro, deixandobem evidente a severacondição climática por quepassou e passa a RegiãoOeste do Estado.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2009 2727272727

Informações Setoriais

Mapa 2: Água Disponível no Solo, ao final de DEZEMBRO de 2007

sem abusar !nascentes e cursos d’água.sem abusar !nascentes e cursos d’água.

Mapa 3: Água Disponível no Solo, ao final de DEZEMBRO/2008 e iníciode JANEIRO/2009

Ao final de DEZEMBRO de 2007, com pequenas exceções, o índice deÁgua Disponível no Solo encontrava-se baixo a crítico em quase toda áreacanavieira do Estado, como mostrado pelo Mapa 2 . Em DEZEMBRO/2008 -JANEIRO/2009, pelo Mapa 3, nota-se que as melhores condições hídricasdo solo ficaram concentradas em toda faixa Leste e Central do Estado de SãoPaulo, acentuando ainda mais as adversidades em umidade do solo no extre-mo Noroeste paulista e na Região de Araçatuba.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resu-me o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional deMeteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os mesesde janeiro e fevereiro.

Ao longo da faixa equatorial no Ocea-no Pacífico Oeste, estão sendo notadasreduções das temperaturas da superfíciedo mar (TSM), implicando em maior evi-dência do fenômeno La Niña, cujos impac-tos poderão ser mais observados a partirdo início de outono (abril). Para a RegiãoCentro-Sul do Brasil, preveem-se que nes-tes meses:

· A temperatura média ficará entrepróxima a acima da normalidade climática;

· Quanto às chuvas, deverão ser en-tre próximas a acima das respectivas médi-as históricas em quase todas as áreas dosEstados de Goiás, Minas Gerais, EspíritoSanto, Rio de Janeiro e faixas Leste e Nor-te do Estado de São Paulo. Nas demaisáreas da Região Centro-Sul, as chuvaspoderão “ficar” dentro das normalidadesclimáticas, com exceção de faixa Centro-Oeste do Paraná e Sul do Estado de MatoGrosso do Sul, onde as chuvas poderãoser inferiores às médias históricas;

· Como referência, as médias históri-cas de chuvas em Ribeirão Preto e municí-pios vizinhos, pelo Centro Apta-IAC, sãopróximas de 280mm em janeiro e 220mmem fevereiro.

· Para a região de abrangência da CA-NAOESTE, a SOMAR Meteorologia pre-vê que as temperaturas médias serão pró-ximas das normalidades nos meses de ja-neiro e fevereiro e cerca de 1ºC abaixo dasrespectivas médias históricas dos mesesde março e abril. Ressalte-se que estas re-duções previstas para estes meses (finalde verão e início de outono) terão, em seocorrendo, impactos negativos em cresci-mento (massa verde) dos canaviais, masestimulariam a maturação a partir de abril.

Quanto às chuvas, poderão ser supe-riores às respectivas normais climatológi-cas nos meses de janeiro e fevereiro, pró-ximas das normais em março e inferiores àsmédias históricas em abril.

Em função destes prognósticos climá-ticos, dos custos das operações de plan-tio e dos necessários insumos, recomen-da-se precaução, a fim de evitar plantiostardios. Estes prognósticos serão revistosa cada edição da Revista Canavieiros.Acompanhem !

Ainda, face a essas previsões, reco-menda-se que fiquem atentos ao monito-ramento e atenções com a cigarrinha dasraízes que, de modo algum dispensariamcontrole, desde que constatada a necessi-dade. Persistindo dúvidas, consultem osTécnicos mais próximos.

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Como anda o preço do kgde ATR?

Artigo Técnico

Como anda o preço do kgde ATR?Cleber José MoraesAssessor de Planejamento e Controle AgrícolaCANAOESTE

Thiago de Andrade SilvaAssistente de Controle Agrícola

Em abril de 2008 no artigo “EN-TENDA O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O PREÇO

DO KG DE ATR”, escrevemos sobrea trajetória do preço do kg de ATR.Naquele momento alertávamos sobrea crise econômica mundial, que esta-va em seu princípio. Apenas reme-morando, tudo começou com os em-préstimos subprime, onde várias ins-tituições financeiras, com alta dispo-nibilidade de crédito, investiram mas-siçamente no mercado imobiliáriocom empréstimos a juros baixos parapessoas de baixa renda sem maioresgarantias hipotecárias, além do pró-prio imóvel que estava sendo adqui-rido. Até então este parecia ser uminvestimento seguro, tento em vistao cenário positivo de crescimento doPIB americano e o fluxo crescente devendas do setor imobiliário dos Es-tados Unidos, que se mantinha emalta, e a procura por imóveis, semprecrescente, fazia com que os imóveissempre se valorizassem. Entretanto,no início de 2008, as vendas de imó-veis começaram a estagnar-se e, empouco tempo, o saldo devedor dosmutuários era bem maior que o valordo imóvel. Conclusão óbvia: os mu-tuários começaram a deixar de hon-rar suas prestações.

O alerta veio com bloqueio de pa-gamento de um Fundo de Investimen-to do Banco Europeu, devido à inadim-plência dos empréstimos, causando umproblema de liquidez. Os investidoresficaram impedidos de realizar saquesde seu dinheiro. Na seqüência, váriasinstituições financeiras quebraram eoutras resolveram investir no mercadofuturo de commodities de menor risco,causando um aumento nos preços des-tes produtos.

A redução da liquidez, ou seja, aredução do volume de dinheiro dispo-

nível para empréstimo no mercado, e tam-bém o aumento de saques nos fundos deinvestimento, fizeram com que os investi-dores estrangeiros reduzissem suas po-sições de investimentos em países emer-gentes como o Brasil. Para isso, preci-saram converter seus investimentos,que estavam posicionados em reaisaqui, para dólar. O que causou umamaior procura e valorização do dólar e consequente desvalorização do real.

Gráfico 1 – Variação dos Preços de açúcar em dólares (azul)e da taxa de câmbio do dólar (vermelho).

Fonte: Gráfico desenvolvido pela CANAOESTE com dados da Czarnikow Group e BM&F

Gráfico 2 - Variação dos Preços de Álcool Anidro em dólares (azul)e da taxa de câmbio do dólar (vermelho).

Fonte: Desenvolvido pela CANAOESTE com dados da BM&F

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Artigo Técnico

A desvalorização do real tem umreflexo inicial positivo sobre o preçodo kg de ATR. Em meados de outubro,quando houve o estouro da crise eco-nômica mundial, pode-se observar,através da projeção do preço do kg doATR, um aumento expressivo e diáriodo valor do mesmo, causado pela vari-ação cambial.

O valor do kg de ATR está com ten-dência de aumento, porém esta tendên-cia se deve à desvalorização do real enão do preço do açúcar e do álcool,que em dólar, apresentaram queda,como pode ser observado nos gráfi-cos anteriores.

Em suma, conclui-se que os aumen-tos dos preços de ATR se devem fun-damentalmente à desvalorização doreal. Na tabela a seguir, é possível ob-servar que, entre os meses de setem-bro/2008 e outubro/2008, houve umsalto no valor do ATR, coincidente coma desvalorização do real.

É muito importante que o produtor esteja atento à aquisição dos insumos parasoqueira na safra que está por vir, pois, caso haja um valorização do real em 2010, poderáhaver sérias dificuldades na liquidação desses empréstimos. Assim recomenda-se que,na medida do possível, os contratos prevejam renegociação de pagamentos, caso hajauma súbita valorização do real. Esta mesma possibilidade é menos preocupante parafinanciamento de plantio onde o prazo para pagamento da dívida é maior.

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Assuntos Legais

Mais uma vez estamos pres-tes a iniciar outra safra ca-navieira, razão pela qual

novamente alertamos os fornecedo-res de cana-de-açúcar e unidades pro-dutoras sobre a obrigatoriedade deobter a autorização do órgão ambien-tal (Secretaria Estadual do Meio Am-biente) para se efetuar a queima depalha de cana-de-açúcar, procedimen-to obrigatório àqueles que não quei-ram responder administrativamente ejudicialmente (cível e criminal) poresta omissão, inclusive com pesadís-simas multas, razão pela qual a CA-NAOESTE, novamente este ano, iráproceder à orientação, elaboração,confecção e envio da documentaçãonecessária à obtenção da Autorizaçãode Queima Controlada de Palha deCana-de-açúcar para os seus associ-ados, cujo prazo para protocolo noórgão ambiental expirará em 2 de abril.

Para tanto, pois sem autorizaçãonão se poderá queimar, basta que osassociados procurem os técnicos,agrônomos ou as secretárias dos res-pectivos escritórios regionais ou damatriz da CANAOESTE, a partir de 2de fevereiro de 2009, para realizar oRequerimento de Autorização deQueima de Palha de Cana-de-açúcar.

Os fornecedores(as) associados(as) que tiveram expansões em seuscanaviais, aquisições de proprieda-des por compra ou arrendamento,dentre outras situações, nas quais aárea total ou soma das áreas contí-guas a serem colhidas na safra 2009/2010 sejam iguais ou superiores a150 ha cultivados com cana-de-açú-car , deverão procurar os escritóriosda Canaoeste até a data limite de 5de março de 2009 para possibilitar olevantamento topográfico prévio desua lavoura, sem custo algum, ne-cessário ao devido licenciamento. Oprazo para se indicar, no mapa, asáreas que serão colhidas sem a quei-ma expirará em 20 de março de 2009.

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

Queima de palha de cana-de-açúcarobrigatoriedade de autorização para asafra 2009/2010.

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Queima de palha de cana-de-açúcarobrigatoriedade de autorização para asafra 2009/2010.

Tudo isto se torna necessárioporque, na safra anterior, inúmerosfornecedores de cana não obtive-ram a autorização de queima, tendoque proceder ao corte manual semo uso do fogo e/ou de forma meca-nizada, mesmo em áreas não adap-tadas para isso. Tudo para evitar odescumprimento ao que dispõe oDecreto Estadual nº 47.700/2003, re-gulamentador da Lei Estadual nº11.241/2002, que diz que o produ-tor de cana-de-açúcar pode ser au-tuado pela Polícia Ambiental em 30UFESPs (Unidade Fiscal do Estadode São Paulo), aproximadamente R$

475,50 por hectare queimado sem asobservâncias legais, além de poder,ainda, ser autuado pelos agentesfiscalizadores da CETESB (Compa-nhia de Tecnologia e de Saneamen-to Ambiental) em valores que vari-am de 5.001 a 10.000 UFESPs, apro-ximadamente R$ 79.265,85 a R$158.500,00, independentemente dotamanho da área queimada.

Alheio a essas penalidades ad-ministrativas, o produtor de cana-de-açúcar que não observar o pres-crito na legislação poderá respon-der, ainda, a uma ação cível, visan-do outra indenização e a suspensãoda queima em sua propriedade, além

de uma açãopenal , quevisa restringiro seu direitode l iberdade(pena de de-tenção). Ficaregistrado, en-tão, que paraaquele produ-tor de cana-de-açúcar quenão cumpriros requisitos prescritos na legisla-ção de queima ou, mais gravemente,efetuar a queima sem a devida auto-rização, fica evidente que não lherestará quase nenhuma possibilida-de de defesa, tanto administrativa(auto de infração) como judicial (cí-vel e penal).

Logo, se torna evidente a neces-sidade do fornecedor de cana-de-açúcar em buscar a devida autoriza-ção dentro do prazo legal (até 2 deabril) para poder utilizar-se do fogocomo método despalhador da cana-de-açúcar durante a safra 2009/2010,bastando, somente, que procure omais rapidamente possível a CANA-OESTE para a sua devida orientaçãoe, se porventura, persistirem dúvidasa respeito do assunto, os Departa-mentos Jurídico, Técnico e de Plane-jamento estarão à inteira disposiçãodos associados para esclarecê-las.

Importante salientar, segundo in-formações da Secretaria Estadual doMeio Ambiente, que o prazo paraprotocolo não será prorrogado, ra-zão pela qual deve o associado pro-curar a CANAOESTE o mais rápidopossível, ressaltando que esta rea-lizará o plano de queima gratuitamen-te até o dia 05.03.2009 para aquelesque não tenham realizado o levanta-mento topográfico da propriedade e/ou precisam alterá-lo e 31.03.2007para aqueles que já fizeram o referi-do mapeamento.

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Destaque

Produção e renda caem, eexportações crescemCristiane Barão

Produção e renda caem, eexportações crescem

Estimativas de safra de grãos e valor da produção já mostram impactos da crise

As estimativas de produção erenda divulgadas pelo governo já trazem os reflexos da cri-

se financeira, que provocou queda nospreços dos produtos, escassez e enca-recimento do crédito para produção eexportação. Levantamento do Ministé-rio da Agricultura estima que a rendaagrícola deste ano deverá atingir R$ 152bilhões, redução de 7% em relação àobtida no ano passado, já descontadaa inflação.

Esse indicador refere-se ao valorbruto de 20 produtos, obtido multipli-cando a quantidade produzida pelo pre-ço recebido pelos agricultores, entreeles a cana. Desses, 14 apresentam de-clínio, como o trigo (33,6%), milho pri-meira safra (26,7%), cebola (20%) e al-godão herbáceo (14%). No caso dacana, a perda de renda estimada é de1,6%: em 2008, o valor da produçãodessa cultura foi de R$ 21,3 bilhões e oestimado para este ano é R$ 20,9 bi-lhões, uma queda de R$ 400 milhões.

A produção de grãos na safra 2008/09 também deverá sofrer redução, se-gundo estimativa divulgada pela Co-nab no início do mês. O Brasil deverácolher 137 milhões de toneladas, 4,9%menos que as 144,1 milhões de tonela-das do ciclo anterior. A área plantadacresceu 0,2%, saindo de 47,42 milhõespara 47,49 milhões de hectares.

De acordo com a Conab, a maiorredução é observada no milho 1ª. sa-fra (5,1 milhões de toneladas – de 39,9milhões/ton para 34,8 milhões/ton),seguida da soja (2,3 milhões de tone-ladas – de 60 milhões/ton para 57,7milhões/ton). Em relação ao amendo-im, a área plantada deverá sofrer umaredução de 4,3%, passando de 115,2mil/ha para 110,2 mil/ha, com retraçãode 6,6% na produção: de 303,1 mil/tonpara 283,2 mil/ton.

Tal produção está condicionada àscondições climáticas durante o ciclodas culturas e à confirmação da inten-ção dos produtores, já que estes es-tão passando por uma fase restritivade crédito, aliada ao elevado custo deprodução.

Exportações: Por outro lado, as ex-portações do setor totalizaram a mar-ca histórica de US$ 71,9 bilhões, umacréscimo de US$ 13,4 bilhões em re-lação a 2007, que corresponde a 23%de crescimento. O superávit da balan-ça comercial do agronegócio tambémregistrou recorde, alcançando a cifrade US$ 60 bilhões. A participação dosetor nas exportações totais brasilei-ras foi de 36,3%.

O bom desempenho das exporta-ções em 2008 foi resultado do aumen-to da receita com a venda dos princi-

pais produtos da balança comercial doagronegócio. O complexo soja (óleo,farelo e grão) registrou crescimento de58%, o setor de carnes, 29%, café, 22%,fumo e seus produtos, 22%, complexosucroalcooleiro, 18%, e produtos flo-restais, 6%.

Devido ao forte crescimento dasexportações para a China (70%), estepaís passou a ocupar a primeira posi-ção no ranking dos mercados com-pradores de produtos do agronegó-cio brasileiro, absorvendo isolada-mente 11% das exportações, que con-tinuam muito concentradas em soja,em torno de 77,6%.

Em segundo lugar estão os Paí-ses Baixos, com 9% de participação,e os Estados Unidos, em terceiro, com8,7%. Em apenas um ano, a China saiuda terceira para a primeira posição.

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Monitoramento e controle depragas da cana-de-açúcarMonitoramento e controle depragas da cana-de-açúcarLuiz Carlos de AlmeidaErich StingelEnrico De Beni ArrigoniCTC - Centro de Tecnologia Canavieira

Sphenophorus levis, conhecidocomo bicudo da cana, é uma dasmais importantes pragas da

cana-de-açúcar. Semelhante ao bicudodo algodão, tem o dobro do tamanho,medindo cerca de 15 mm. Assemelha-se também a Metamasius hemipterus,praga de pouca importância. Ao con-trário de M.hemipterus, S.levis nãoapresenta manchas nos élitros, apre-senta pouca agilidade e tende a ficarimóvel ao ser manipulado.

O bicudo coloca seus ovos na basedos colmos e as larvas destroem a par-te subterrânea da touceira (rizoma),matando os perfilhos ou a touceira in-teira, causando prejuízos de, em média,20 a 23 toneladas de cana por hectarepor ano nas áreas infestadas, além designificativa redução da longevidadedo canavial.

Atualmente a praga encontra-sedisseminada em 30 municípios próximosà região de Piracicaba, além de 23 mu-nicípios mais distantes, existindo a pers-pectiva de aumento de sua dispersãode ano a ano. A disseminação da pragapor meio do trânsito de mudas é a hi-pótese mais provável para explicar a rá-pida expansão da área infestada, vistoque o inseto praticamente não voa eseu caminhamento é lento, com umareduzida taxa de dispersão.

BioecologiaEste inseto é um besouro da famí-

lia Curculionidae, que causa danosaos perfilhos e às bases dos colmosem desenvolvimento, afetando o“stand” da cultura e a produtividadedas áreas infestadas. As fêmeas per-furam a base de colmos e de perfilhose efetuam a deposição de ovos quedarão origem às larvas responsáveis

Pragas e Doenças

Bicudo da cana-de-açúcar, Sphenophorus levis

pelos danos. O período de incubaçãodos ovos é de 7 a 12 dias. As larvasnascidas são brancas, ápodas, de há-bitos subterrâneos e apresentam ele-vada sensibilidade ao calor e à desi-dratação. Estas, ao se alimentarem, es-cavam galerias e danificam os tecidosno interior e na base das canas, po-dendo provocar a morte das plantas,falhas nas brotações das soqueiras eredução na longevidade dos canavi-ais, que muitas vezes não passam dosegundo corte. O período larval é de30 a 60 dias, quando se transformamem pupas. Estas formas desenvolvemem 7 a 15 dias, quando formam os adul-tos, que apresentam longevidade de200 a 220 dias. As fases imaturas des-te inseto duram 70 dias, podendo ocor-rer até 5 gerações anuais.

Os prejuízos provocados por Sphe-nophorus levis foram determinados emexperimentos conduzidos em telados,em parcelas experimentais, submetidasa quatro níveis populacionais de Sphe-nophorus levis, determinando-se per-das de 0,55% a 2,08% na produção agrí-cola, de 0,08% a 0,33% na TPH e de1,63% a 13,34% na margem de contri-buição no sistema agroindustrial a cada1% de colmos infestados por S. levis.

Métodos de controle emanejo integrado

O método mais recomendado parao controle da praga é o cultural, queconsiste na destruição antecipada dassoqueiras nas áreas infestadas, desti-nadas à reforma, preferencialmente noperíodo de maio a setembro. O equipa-mento denominado Eliminador Mecâ-nico de Soqueira (EMS) tem se mostra-do eficiente no preparo de solo, visan-do ao controle de Sphenophorus. A eli-minação mecânica da soqueira temcomo finalidade destruir ou expor apopulação de larvas e pupas, portantodeve ser realizada quando a maior par-te da população se encontra nestas fa-ses. A seguir a área deverá ser mantidalivre de plantas hospedeiras da praga eo próximo plantio deverá ser realizadoo mais tarde possível, em março-abril,em ciclo de cana de ano e meio, redu-zindo, desta forma, a probabilidade deinfestação a partir dos adultos que nor-malmente estão presentes em maioresquantidades no período de janeiro amarço. As mudas a serem utilizadas noplantio deverão estar isentas da praga,sendo originárias de áreas não infesta-das ou tendo sido colhidas em sistemade corte basal alto com até 20cm acimado nível do solo.

Adultos de Sphenophorus levisLarva de S. levis

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Os métodos de controle que incluem a aplicação de inseticidas ou a distri-buição de iscas tóxicas apresentam as desvantagens de necessitarem o dis-pêndio elevado com mão-de-obra e a necessidade de reaplicações constantes.

Em relação às áreas destinadas ao plantio de cana incluindo os viveiros,recomenda-se o preparo antecipado e a inspeção das mudas provenientesdo viveiro anterior, que deverão estar totalmente isentas de qualquer formabiológica da praga, sendo adotado o corte basal alto em situações de neces-sidade de uso de determinada muda com a presença da praga.

Cupins e outraspragas de solo

Os cupins causam severos danos à cultura da cana-de-açúcar desde oplantio, quando ocorre a destruição das gemas e das reservas dos toletessemente; no desenvolvimento do canavial, quando se verifica a redução dosistema radicular, dano às bases de colmos e de perfilhos; na maturação,quando se observa a destruição dos tecidos internos dos colmos; até apósa colheita, quando é possível observar falhas na brotação das soqueiras eredução nas reservas disponíveis para o ciclo seguinte.

BioecologiaO termo “cupins” inclui um extenso grupo de diferentes espécies, tendo

sido identificadas 14 espécies em canaviais do Estado de São Paulo, algu-mas responsáveis por danos em tecidos vivos, outras oportunistas e asdemais simples decompositoras de material celulósico. Podemos incluir osgêneros Heterotermes, Procornitermes, Neocapritermes e Syntermes entreos principais e mais prejudiciais à cultura da cana-de-açúcar, na região Cen-tro-Sul, e os gêneros Cylindrotermes, Velocitermes, Amitermes e Nasutiter-mes, na região Nordeste, apesar de alguns não serem suficientemente estu-dados para se confirmar a sua real importância econômica.

Prejuízos econômicosOs prejuízos provocados por cupins foram determinados em experimen-

tos de campo, em parcelas experimentais, submetidas a diversos produtosquímicos. Estima-se a ocorrência de perdas de, em média, 10 toneladas decana/ha/ano nas áreas infestadas por estas pragas de solo.

Métodos de controleO controle atualmente recomendado baseia-se na identificação das áre-

as em que ocorreram danos nas touceiras de cana no ciclo que se estáencerrando, ou nas áreas destinadas à reforma, em geral após o quarto ouquinto corte, e com base nestes dados recomendar a aplicação de controlequímico apenas onde houver potencial de dano. Com o método de levanta-mento de pragas de solo em áreas de reforma foi possível reduzir o controlequímico em 86%, reduzindo custos, desperdícios e riscos aos operadores eao ambiente. A aplicação de inseticidas deverá ser feita por ocasião dacobrição das mudas, mediante operação tratorizada que efetua simultanea-mente a pulverização dos toletes, anteriormente distribuídos no fundo dosulco, e a cobrição das mudas.

Para a formação de viveiros, deve-se evitar o plantio em áreas infestadascom pragas de solo, de uma maneira geral. Outro agravante consiste no fatode ser recomendado o plantio dos viveiros próximos a coleções de águaspara facilitar as irrigações necessárias, entretanto, nestes locais não serecomenda a aplicação de qualquer agrotóxico. Portanto, não é possível aadoção de controle químico preventivo contra as pragas de solo em muitasáreas destinadas ao plantio de viveiros.

Pragas e Doenças

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Revista Canavieiros - Janeiro de 20093636363636

BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurar

a Biblioteca da Canaoeste, na Rua AugustoZanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone

(16)3946-3300 - Ramal 2016

Os engenheiros Ozires Silva e Décio Fischetti lançaram no último dia 12, em São

José dos Campos, o livro “Etanol - a revolu-ção Verde e Amarela”, uma obra completa so-bre a evolução deste importante biocombus-tível.

O livro foi escrito em 264 páginas e narratoda a trajetória do etanol desde o plantio dacana-de-açúcar na época do Brasil Colônia,passando pelo Pro-álcool até os dias de hojeem que o destaque vai para as montadoras,que desenvolveram grande tecnologia paraos carros flex.

Os dois autores são engenheiros forma-dos pelo ITA (Instituto Tecnológico e de Ae-ronáutica) e não podiam deixar de relatar nolivro a tecnologia aeronáutica para uso do eta-nol como combustível de avião.

Hoje o engenheiro Ozires Silva, que já foipresidente da Embraer, é reitor da Unimonte(Centro Universitário Monte Serrat) e DécioFischatti é assessor e consultor de marketingprofissional.

Etanol - a revolução verde e amarelaOzires Silva

Décio Fischetti

Cultura

O que muda no acordoO que muda no acordoO que muda no acordoO que muda no acordoO que muda no acordoortográficoortográficoortográficoortográficoortográfico

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2009 3737373737

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-seFevereiro Fevereiro Fevereiro Fevereiro Fevereiro de de de de de 20092009200920092009

SHOW RURAL COOPAVEL 2009Empresa Promotora: Coopavel Cooperativa AgroindustrialTipo de Evento: Exposição / FeiraPeríodo: 09/02/2009 a 13/02/09Estado: PRCidade: CascavelLocalização do Evento: Show Rural CoopavelInformações com: Coopavel - Francielli ou JorgeSite: www.showrural.com.brTelefone: (45) 3225-6885E-mail: [email protected]

CDA 2009 - CAMPO DEMONSTRATIVO ALFATipo do Evento: Feira - Novidades necessárias para o

agricultor serão mostradas neste encontro.Período: 03/02/2009 a 06/02/2009

Endereço: Avenida Fernando Machado - DBairro: São CristóvãoCidade: Chapecó/SCPaís: BrasilTelefone: (49) 3321-7000E-mail: [email protected]

SHOW SAFRA 2009Tipo do Evento: Dia de Campo - Novidades e novas tec-

nologias para a cultura da soja serão apresentadas.Período: 06/02/2009 a 07/02/2009Cidade: Lucas do Rio Verde/MTPaís: BrasilE-mail: [email protected]: www.fundacaorioverde.com.brTelefone: (65)35491161

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* 133 alq., sendo 60 alq. em cana-renda anual, com possibilidade deplantar mais 30 alqueires, que está empastagem, reserva legal e reserva per-manente mais ou menos de 35 alquei-res, represa com criação de peixes, casade empregados, casa sede com pisci-na - R$ 39.000,00/alq. Pagamento: 50%ato da negociação e restante em até 5 parcelas.

* 72 alqueires, sendo 30 alqueiresplantado em soja, 28 alqueires planta-do em cana própria, casa de emprega-do, galpão, rancho e confinamentotodo cimentado, topografia plano, rionos fundos - R$ 4.200.000,00.

* 303 alq. na região de Lins-SP,reserva de 20%, topografia plana esemi-ondulada, solo misto, pasta-gem, seringueira e plantação de man-dioca, nascentes, rios e represas,casa sede (mansão), sala de festas,área de lazer, georeferenciamento emfase de finalização, ideal para cons-trução de hotel fazenda ou SPA - R$15.000.000,00.

* 62 alqueires, formado em canaarrendado para usina, a base de 20%anual sobre a safra bruta , R$65.000,00/alq.

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