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MANUAL DO PROFESSOR EDITORA RESPONSÁVEL: JUSSARA HOFFMANN CATEGORIA 4 (1 O AO 3 O ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL) GÊNERO: LIVRO DE IMAGENS TEMAS: O MUNDO NATURAL E SOCIAL; FAMÍLIA, AMIGOS E ESCOLA; DIVERSÃO E AVENTURA Editora Mediação

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MANUAL DO PROFESSOREDITORA RESPONSÁVEL: JUSSARA hOFFMANNCATEgORIA 4 (1O AO 3O ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL)

gêNERO: LIVRO DE IMAgENSTEMAS: O MUNDO NATURAL E SOCIAL; FAMíLIA, AMIgOS E ESCOLA; DIVERSãO E AVENTURA

EditoraMediação

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SUMÁRIO

APRESENTAçãO: A IMPORTâNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS...............................................................5JUSSARA hOFFMANN

DIRETORA EDITORIAL

1. CONTExTUALIzANDO A AUTORA, A ILUSTRADORA E A ObRA..................................................11

2. MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A LEITURA E A ESCRITA................................................15

3. A CATEgORIA, O gêNERO LITERÁRIO E OS TEMAS DA ObRA.........................................................21

4. SUbSíDIOS E ORIENTAçõES PARA A AbORDAgEM DA ObRA LITERÁRIA COM OS ALUNOS................................27

5. ORIENTAçõES E SUgESTõES DE ATIVIDADES DE PRé-LEITURA, LEITURA E PóS-LEITURA...........................33

6. MATERIAL DE APOIO COM VISTAS A UMA AbORDAgEM INTERDISCIPLINAR...........................43 REFERêNCIAS E LEITURAS SUgERIDAS..................................51 LINkS.......................................................................................51

Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB – 10/1507

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Av. Taquara, 386/908 / Bairro Petrópolis Porto Alegre / RSCEP 90460-210 Fone (51) 3330 8105 [email protected]

www.editoramediacao.com.br

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa do Editor.

© by Autora e Ilustradora, 2018 Printed in Brazil/Impresso no Brasil

1ª Edição: 2011

Todos os direitos desta edição reservados à

R718v Roesch, Sylvia. Vi um bicho genial lá no fundo do quintal / Sylvia Roesch ; ilustrado por Petra Elster. – 2. ed. – Porto Alegre : Mediação, 2018. 32 p. : il. ; 20,5 x 27,5 cm. ISBN: 978-85-7706-063-4 1. Literatura infantojuvenil. I. Elster, Petra. II. Título.

CDU 087.5 CDD 028.5

Direção Editorial: Jussara HoffmannRevisão de Texto e Editoração: Setor Editorial Mediação

Editora Mediação Distribuidora e Livraria - EIRELI - EPP

fIcha técnIca da ObRa

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4 VI UM BICHO GENIAL LÁ NO FUNDO DO QUINTAL

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O processo de formação de leitores está inevitavelmente atrelado à lite-ratura infantil, cuja relevância no processo de aprendizagem vem resul-tando cada vez mais em estudos, pesquisas e investimentos educacionais para a implementação de bibliotecas escolares e a formação de professo-res quanto à sua função de despertar nas crianças o gosto e a prática da leitura por toda vida. Coelho (2011, p. 27-29) defende que

a literatura infantil é antes de tudo, literatura; ou melhor, arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida (...). Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real. (...) sua natureza é a mesma da que se destina aos adultos. As diferenças que a singularizam são determinadas pela natureza do seu leitor/receptor: a criança.

Desde o seu nascimento, a criança se encontra inserida em um mundo povoado de imagens e palavras, tornando-se profícuas leitoras desse con-texto verbo-visual, criando e recriando significados próprios a partir de sua imaginação e fantasia, relacionando o que lê à sua própria vivência e expe-riência sociocultural. Ao observar, explorar, conviver com a variedade de imagens e textos que povoam a realidade atual, além de procurar compre-endê-los e interpretá-los, ativa sua memória, inter-relaciona experiências e fatos, desenvolvendo o conhecimento de si mesma, o reconhecimento do outro e a descoberta do mundo.

Formar crianças leitoras no Ensino Fundamental – Anos Iniciais – é con-siderada uma das tarefas essenciais e primordiais da escola, desde que signifique, para além de “ensinar a ler” ou de “um simples hábito”, des-pertar nas crianças o verdadeiro gosto pela leitura, o amor pelos livros, a oportunização de momentos de prazer, de aventura, de descoberta e de encantamento que a leitura literária pode propiciar.

APRESENTAçãO:

A IMPORTâNCIA DA LITERATURA INFANTIL

NOS ANOS INICIAIS

JUSSARA hOFFMANN DIREçãO EDITORIAL

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Alerta Eichenberg (2016, p. 35-36), com muita propriedade, que “o de-safio de despertar o gosto pela leitura deve partir da ludicidade. O ato de brincar é a forma mais natural de a criança interagir com a realidade. Brincando, ela imita e recria o que observa na vida real, experimentan-do novos papéis e, desse modo, construindo situações sempre inéditas, fruto de seus desejos e necessidades”. Para a autora, ler é brincar, é criar, é se conhecer...

Se o brinquedo é uma forma de apropriação do mundo pela criança, o livro literário pode ser considerado o mais promissor dos brinquedos. Compreendendo, interpretando e apropriando-se do universo recriado pela ficção, a criança ressignifica a cultura dominante, vivenciando novas experiências a ponto de entender e representar o mundo enquanto constrói ludicamente sua identidade pessoal (op. cit., p. 40).

Despertar o gosto pela leitura, portanto, parte necessariamente do reco-nhecimento, pelo professor, da literatura infantil como esse objeto artís-tico que promove a brincadeira, a imaginação e a fantasia, respeitando e aproveitando suas enormes possibilidades em sala de aula.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a literatura, como toda arte, não deve ser inserida no currículo escolar como meio de o aluno atingir um conhecimento específico e sistematizado, como informativo de conteúdos ou no intuito moralista, normativo. Ao contrário, a obra literária se basta por si mesma, oferecendo um panorama de possibilida-des sem as limitações impostas pela vida cotidiana, devendo o professor aproveitá-la para estimular no aluno a reflexão imaginativa rumo ao autoconhecimento e ao conhecimento de mundo.

Em segundo lugar, a leitura plena de um livro de imagens exige das crianças atenção para duas linguagens: o texto e as ilustrações que se apresentam ao leitor e se comunicam de maneiras distintas. Essa questão fica ainda mais evidente nos livros em que a ilustração não é simplesmente “repetidora do texto escrito”, ou seja, quando as duas linguagens complementam-se e vão além, extrapolam, dizendo coisas que a outra não diz.

A literatura pode nos levar a um mundo idealizado, capaz de nos dar, sem nos alienar, o que o cotidiano nos nega. A literatura pode nos levar a conhecer pes-soas, as personagens de ficção, que geram em nosso espírito simpatia ou antipa-tia, e possibilitam que o nosso “eu” se encontre e se reconheça ou se estranhe em diferentes “eus”(...). Saímos de um conto ou romance tontos de prazer e cheios de perguntas sobre o mundo e as pessoas que nos cercam. Sobre o mundo que somos nós e que, muitas vezes, desconhecemos (ELIAS JOSÉ, 2009, p. 19).

Fazemos tais considerações nessa apresentação porque é importante que o professor saiba escolher, a partir desses pressupostos, livros adequados a cada faixa etária. O conteúdo das histórias deve estar de acordo com a capacidade de compreensão infantil, tratando de temas relacionados aos anseios, gostos e desejos de cada fase em uma linguagem compatível com o estágio de desenvolvimento da criança, com o seu vocabulário, com o desenrolar das ações, entre outros, atrativos ao leitor. O formato da obra também se faz indispensável para que o texto construído, seja em prosa ou em verso, esteja em harmonia com a percepção da criança, ou seja, o livro fisicamente, apresentando formato, diagramação, ilustra-ção e demais recursos visuais.

Considerando que as imagens de um livro criam a memória visual do leitor, torna-se também possível a criação de um processo flexível para a leitura sem a necessidade de relacioná-las com o texto verbal (OLIVEI-RA, 2008), principalmente quando a criança inicia a apreciar os livros e o seu processo de alfabetização. Uma imagem, assim como um texto es-crito, pode apresentar várias camadas de leituras, o que requer de cada leitor captar e recriar as imagens a partir do seu próprio olhar.

Por último, mas muito importante, a linguagem metafórica na literatura infantil se faz indispensável. Como conclui Gardner (1997), a literatura, como toda arte, pressupõe um ato comunicativo por meio de um ob-jeto simbólico criado pelo autor e, de alguma forma, compreendido, reagido e absorvido pelo leitor.

Ler é também brincar! A situação imaginária no brinquedo tem continui-dade na experiência com histórias infantis, pois essas situações ficcionais,

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segundo Cademartori, “dão prosseguimento à experiência não fortuita na vida da criança que é a simulação, primeira tentativa de emancipar-se das imposições do meio” (1991, p. 73). A capacidade imaginativa do lei-tor mirim é ativada pelo contato com a linguagem metafórica literária, da qual extrai novas experiências, vivenciadas no plano imaginário e assimiladas no plano real.

Os subsídios e orientações que constituem esse Manual têm por base tais pressupostos teóricos e que justificam a inserção dessa obra no PNLD Li-terário 2018. Tais pressupostos poderão ser melhor compreendidos pela leitura das obras referenciadas a seguir.

REFERêNCIAS

AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

CAMARGO, Luís. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Editora Lê, 1995.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 7. ed., rev. e atual. São Paulo: Moderna, 2011.

ELIAS JOSÉ. Literatura infantil: ler, contar e encantar crianças. - 2. ed. - Porto Alegre: Mediação, 2009.

EICHENBERG, Renata Cavalcanti. De mãos dadas com a leitura: a literatura infantil nos anos iniciais. Porto Alegre: Mediação, 2016.

GARDNER. Howard. As artes e o desenvolvimento humano. Porto Alegre: Art-med, 1997.

OLIVEIRA, Vera de Barros. O símbolo e o brinquedo: a representação da vida. Petrópolis: Vozes, 1992.

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A AULA É SOBRE ANIMAIS, SEUS HÁBITOS NATURAIS.

TIGRE, ELEFANTE, LEÃO OU BICHOS DE ESTIMAÇÃO.

– LUISA, CADÊ O SEU BICHO? SÓ VEJO UM MONTE DE LIXO! É AQUELE PÁSSARO PRETO, QUE PROCURA UM GRAVETO?

(...)

1. CONTExTUALIzANDO A AUTORA,

A ILUSTRADORA E A ObRA

SObRE A AUTORA

Sylvia Maria Azevedo Roesch nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1946. É Bacharel em Ciências Sociais pela UFRGS e foi professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul até 1995, dedicando-se também a escrever livros infantojuvenis.

Realizou vários cursos de redação literária no Brasil e na Inglaterra, onde reside há vários anos. Sylvia é avó de Julian, Luisa, Francisco, Isabel e Catarina, dividindo-se entre a Alemanha e o Brasil onde suas duas filhas (Daniela e Mariana) residem.

É autora de vários livros, dentre eles, “ O segredo de Francisco” (2017), “Bubalino, o búfalo voador” (2017), “O mistério da mesa arranhada” (2010), e “Vi um bicho genial lá no fundo do quintal” (2011), estes dois últimos publicados pela Editora Mediação. Para conhecer mais sobre a autora: www. sylviaroesch.com.br

Neste livro, Sylvia Roesch traz um tema instigante, relacionado à preser-vação do meio ambiente e à preocupação que assola os países mais de-senvolvidos do planeta. O interessante, sobretudo, é sua competência de escritora ao traduzir um tema científico em uma história divertida e com rimas bem compostas, incluindo suspense e emoção e em lingua-gem adequada a crianças dos anos iniciais, a quem se destina este livro.

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SObRE A ILUSTRADORA

Petra Renate Elster nasceu em São Paulo, em 1970, onde reside atu-almente. É Bacharel em Comunicação e Marketing (ESPM), Especialista em Gestão Estratégica (FGV), publicitária, ilustradora e artista-plástica. Em 2001, após trabalhar vários anos em publicidade e design, decidiu abrir seu próprio estúdio e dedicar-se totalmente à criação de desenhos, pinturas e ilustrações. Sua parceria com a autora Sylvia Roesch começou quando ilustrou o livro “O mistério da mesa arranhada”, tendo ilustra-do os outros três títulos da autora. Para conhecer mais sobre a ilustra-dora: www.petra.art.br

Para este livro – “Vi um bicho genial lá no fundo do quintal” – criou uma linguagem distinta que vai além da ilustração convencional, ao incorpo-rar fotografias, objetos, texturas e até desenhos da Luisa, netinha da Syl-via, para compor as imagens do livro. Essa linguagem convida o leitor a procurar, nas várias páginas e entre os elementos, diferentes bichos e insetos e principalmente Anne Lidia, a minhoca protagonista da história.

SObRE A ObRA

Sylvia, a autora, conta que, um dia, descalça e a capinar no quintal da sua casa, sentiu um leve toque no calcanhar. Era uma minhoca e, en-tão, pensou: por que não? Seria um desafio investigar e inventar uma história sobre esse animal minúsculo e que passa a maior parte da vida embaixo da terra. Qual seria o seu papel na natureza? Já nessa época, produziu um conto que foi publicado com o título de “Anne Lidia”, justamente porque esse animal pertence à categoria filo Annelida (uma categoria que inclui todos os invertebrados que são divididos em anéis, que possuem metameria. A maioria dos órgãos e estruturas internos eexternos são repetidos em cada segmento).1

1 Sobre minhocas. Disponível em: <https://biocriativa.wordpress.com/2015/05/22/611/> Acesso

em: abr. 2018.

Curiosa pelo tema, à medida que descobria novos e curiosos fatos a respeito, resolveu transformar suas descobertas em um livro de ima-gens para crianças em torno desse animal.

A história inicia com uma professora solicitando aos alunos para dese-nharem um animal e depois investigarem e escreverem um texto sobre ele como tarefa de casa.

Luisa mostra independência e originalidade para cumprir a tarefa apre-sentada pela professora em sala de aula. Em vez de desenhar um animal, como solicitado, ela desenha um monte de lixo, onde aparecem ratos, aves e outro bichos que lá se encontram à procura de alimento.

Então, a menina resolve desafiar os colegas a adivinharem o bicho que ela escolheu. A partir daí, cria-se uma situação de suspense na sala de aula. O bicho escolhido por Luisa é uma minhoca, um animal minúsculo e por muitos desconsiderado, cuja presença no desenho passa desapercebida por estar escondido no monte de lixo.

Inicia, a partir daí, as peripécias da minhoca, batizada de Anne Lidia por Luisa, que cria sobre ela uma “história papa-fina” sobre o bichinho que vive no seu quintal.

Em sua história, Anne Lidia resolve sair de sua toca em busca de aventu-ras, mas passa a ser perseguida por vários bichos que querem devorá-la. Embora constantemente perseguida, ela consegue escapar até chegar a um canteiro de compostagem orgânica...

Após as aventuras de Anne Lidia, a história volta para Luisa que narra aos colegas a sua história, mostrando, afinal, que a minhoca não é um bicho insignificante ou “nojento” como os colegas disseram de início.

Como todos os seres vivos da natureza, é muito importante. Ela abre túneis dentro da terra, que arejam e afofam o solo, facilitando a pene-tração da chuva e das raízes. Onde há minhocas, a grama é mais verde e o solo mais fértil para a agricultura. A minhoca, para ela, é realmente UM BICHO GENIAL.

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(...)– NENHUM DESSES – LUISA EXPLICA.– EU VOU DAR ALGUMAS DICAS: ESTE BICHO É BEM MIÚDO, COME TERRA, COME TUDO.

NÃO TEM PATAS, NÃO TEM PENAS, NÃO TEM ASAS, NEM ANTENAS, ROLA PRA FRENTE E PRA TRÁS, NENHUM BARULHO ELE FAZ.

NA PAREDE, SOBE E DESCE E DESENHA A LETRA “S”. QUEM SABE QUE BICHO É? ADIVINHE SE PUDER.

(...)

2. MOTIVANDO OS ALUNOS

PARA A LEITURA E A ESCRITA

O livro contém uma história dentro de outra. Inicia-se em sala de aula, com Luisa como protagonista, um ambiente colorido com crianças em grupos, desenhando figuras de animais, a professora e a proposição de uma tarefa aos alunos: “a aula é sobre animais, seus hábitos naturais. Tigre, elefante, leão ou bichos de estimação.” A tarefa é cada aluno inventar uma história sobre o bicho que quiser, e Luisa surpreende os colegas ao apresentar o desenho de um monte de lixo (nele vê-se a minhoca a um canto).

Alguns colegas riem e outros sentem nojo, duvidando que ela consiga fazer uma história sobre um bicho tão sem graça. Luisa, então, dá algumas dicas e cria uma adivinha para os colegas.

Na cena seguinte, vê-se Luisa com uma lupa, no quintal de casa, ob-servando uma minhoca e com um caderno e caneta para anotações (observações sobre a minhoca?).

A “história dentro da história” é sobre a minhoca, que se chama Anne Lidia numa toca, embaixo da terra, enquanto diferentes animais apa-recem na superfície de uma área com bastante vegetação.

Então a história continua em torno das aventuras da minhoca (que pas-sa a ser a protagonista) “viajando” por diferentes locais: quintal, mato, morro, céu e mar, entre outros, terminando num canteiro de compos-tagem orgânica, sempre fugindo e se escondendo para não servir de alimento aos outros animais.

Nas páginas 28-29, o leitor é novamente levado à sala de aula, quan-do Luisa apresenta a sua história aos alunos e à professora, revelando

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o que aprendeu. Os colegas parecem surpresos. A Luisa diz que leu e estudou muito, descobrindo “que a minhoca é inteligente porque lim-pa o ambiente, que é um pouco devagar, mas trabalha sem parar...” A conclusão de Luisa é o foco central da história: a minhoca é um ser importante para o ambiente, assim como todos os seres da natureza.

A história contêm, além disso, vários elementos que levantam a curiosi-dade das crianças sobre animais de todas as espécies, como formigas (que estão por todo livro), borboletas, joaninhas, peixes, pássaros, tamanduá, cachorro, etc., sempre com ilustrações coloridas e criativas, por meio de desenhos, colagens digitais, com o uso de materiais naturais e outros re-cursos de modo a representar o habitat natural da minhoca. Uma ilustra-ção rica de Petra Elster que complementa e acrescenta outros elementos ao texto, travando um diálogo visual com as crianças.

Sendo a obra um todo único (história e ilustrações), abre uma plurali-dade de leituras e de construções, a partir de uma abordagem subjetiva e objetiva, indo do fictício ao real e do real ao fictício, um meio de a criança sair do seu próprio mundo e projetar-se em mundos até então não existentes. Como é o comportamento da minhoca? Alguém já viu uma minhoca? Qual o seu papel no meio ambiente?

Ao acompanhar as aventuras de Anne Lidia, o pequeno leitor irá mer-gulhar no mundo da ficção ao mesmo tempo em que terá sua curio-sidade aguçada sobre o comportamento desses e de outros animais, da mesma espécie da minhoca e/ou de outras espécies, criando suas próprias aventuras.

Nas informações paratextuais, o leitor irá encontrar à página 30 uma série de fatos curiosos sobre a minhoca, tais como:

(...) A MINHOCA COME TERRA, FOLHAS E DETRITOS. SAI DA TOCA PARA BUSCAR ALIMENTOS. ELA CONSEGUE ARRASTAR AS FOLHAS COM SEUS LÁBIOS.

SEU CORPO É DIVIDIDO EM ANÉIS. ALGUMAS ESPÉCIES CHEGAM A TER MAIS DE CEM ANÉIS. OS ÓRGÃOS DA MINHOCA ESTÃO LOCALIZADOS NO LADO INTERNO DOS ANÉIS.

ELA VIVE EM TOCAS, ABRE TÚNEIS QUE AREJAM E AFOFAM O SOLO E FA-CILITAM A PENETRAÇÃO DA CHUVA E DAS RAíZES. ONDE HÁ MINHOCAS, A GRAMA É MAIS VERDE.

A MINHOCA NÃO TEM OLHOS, NEM NARIZ, NEM OUVIDOS, MAS POSSUI SENSORES PARA PERCEBER A LUZ, O CHEIRO E A VIBRAÇÃO. ELA TEM BOCA, MAS NÃO TEM DENTES E NÃO EMITE SONS.

SAPOS, COBRAS, AVES, BESOUROS, CENTOPEIAS, LESMAS, SANGUESSUGAS, PORCOS E TOUPEIRAS SÃO BICHOS QUE COMEM MINHOCAS.

O CORPO DA MINHOCA PODE ATINGIR DOIS METROS. ELA PODE VIVER DE TRÊS A SETE ANOS.

AS MINHOCAS SE EMBOLAM NUM CASULO E HIBERNAM PARA SE AQUECER QUANDO AS CONDIÇõES DO AMBIENTE SÃO MUITO FRIAS OU MUITO SECAS.(...)

Esses e outros fatos também serviram de inspiração para a ilustradora do livro, compondo um cenário real/fictício para a história de Luisa e Anne Lidia.

Importante dizer que a minhoca não é um ser “antropoformizado” na obra, outro tema que poderá ser explorado junto às crianças. Vizachri (2014)2, em sua dissertação: “Animais humanos ou humanos animais? Um estudo sobre a representação dos animais antropomorfizados nos filmes de animação”, comenta que as animações, antes destinadas so-mente ao público infantil, são sucesso de público inclusive entre adultos. Esses desenhos modernos têm atraído pela tecnologia, pela criatividade e pela mensagem que desejam passar. Crianças e até mesmo adultos são influenciados no imaginário por essas tramas.

2 VIZACHRI, Tania Regina. Animais humanos ou humanos animais?: um estudo sobre a representação

dos animais... Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-

02122014-162925/pt-br.php.>. Acesso em: abr. 2018.

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Raras são as animações que não utilizam animais como personagens principais que interagem com humanos ou que substituem completa-mente os próprios humanos. Nelas os animais são tratados como huma-nos, tanto que até ganham voz e podem ser compreendidos por todos quanto aos seus interesses que, em algumas vezes, são mostrados de forma semelhante ao dos humanos. Adultos costumam compreender essas representações de animais como metáforas de nossas sociedades humanas. Então, nós podemos nos perguntar: antropomorfizar é etica-mente correto? O que isso diz sobre nossa cultura? E sobre nossa relação com os animais?

Para melhor exploração da obra junto aos leitores, é muito importante a pré-leitura pelo professor/mediador que virá a ser o propulsor de uma interação lúdica, entusiasta, entre o aluno e a obra literária. Conduzindo a leitura acolá da pura decodificação do código escrito, ele despertará as crianças para a exploração das referências não ostensivas da obra e para o cruzamento dessas referências com o seu próprio mundo.

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(...)– NUM DIA ESSA CRIATURA SAI EM BUSCA DE AVENTURA.

PõE SEUS ÓCULOS ESCUROS, TREPA NA ARRUDA-DOS-MUROS, DÁ TANTA DA RABANADA, QUE, AFINAL, ELA É FISGADA.

– PRA ONDE ESTÁ ME LEVANDO? DIZ ANNE LIDIA CHORANDO.– VOU TE LEVAR, SUA MINHOCA, ATÉ A GALINHA CHOCA. (...)

A obra está inscrita na Categoria 4 do PNLD Literário 2018, indicada para leitura de alunos do 1º ao 3º anos do Ensino Fundamental – Anos Iniciais.

Em termos de gênero literário é um livro de imagens, apresentando narrativas curtas e imagens que compõem um livro com 32 páginas coloridas e ricamente ilustradas, no formato 205 mm x 275 mm.

OS TEMAS DA ObRA

O mundo natural e social

Das descobertas e relações pessoais a esferas mais amplas, como a escola, a cidade, o meio ambiente (paisagens naturais, aquáticas, plantas, animais) e até mesmo o universo. Devem ser destacados temas que abordem contextos regionais e locais e que estimulem o respeito ao outro e o reconhecimento da diferença.

A história se desenvolve em ambientes conhecidos pelas crianças dessa faixa etária, sua escola e sua casa, trazendo um tema que sempre atrai a curiosidade infantil, como animais miúdos que povoam quintais e jardins, uma grande variedade de plantas e outros animais, como pássa-ros, peixes, tamanduás, que se alimentam de minhocas. De uma forma lúdica e divertida, versa sobre um tema científico – a compostagem orgânica e o uso das minhocas para a preservação do meio ambiente, sustentabilidade e usos do solo.

3. A CATEgORIA,

O gêNERO LITERÁRIO

E OS TEMAS DA ObRA

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Ao longo do texto, vários fatos da história e ilustrações são represen-tativas desses aspectos, conforme iremos comentando ao longo deste material de apoio ao professor.

A obra pode sugerir o estudo e descoberta pelas crianças de espécies de animais e plantas que só existem na sua região e a razão disso. Os fatos sobre a minhoca poderão sugerir projetos de investigação das crianças sobre o comportamento de outros animais ou de novos fatos referentes à minhoca e aos anelídeos, ou de insetos, aracnídeos, etc.

Cabe dizer que a ciência do “comportamento animal” ou “etologia”, nem sempre é abordado de forma científica na escola, embora haja uma grande curiosidade das crianças de todas as idades por esse assunto.

Comportamento animal é o conjunto de ações que um animal faz ou deixa de fazer. Fingir-se de morto é um comportamento importante para alguns animais fugirem de seus predadores, por exemplo, tal como a minhoca se esconde em tocas. Todos comportamentos têm um valor ecológico e fisiológico alto. Acima de tudo, é um ramo robusto do conhecimento, repleto de teorias capazes de explicar muito da natu-reza, mas com muitas questões interessantes e relevantes por serem exploradas pelas crianças.

Agumas perguntas que elas nos fazem têm sua explicação nessa ciên-cia, por exemplo, por que os refrigerantes se enchem de abelhas? Ou por que as cigarras cantam?3

Escola e amigos

Primeiras experiências interpessoais e sociais das crianças, permi-tindo a construção de percepções e questionamentos sobre si e sobre o outro.

Insere-se a obra nesse tema porque a história inicia e encerra em am-

3 BESSA, E., ARNT, A. (Orgs.) Comportamento animal: teoria e prática pedagógica. Porto

Alegre: Mediação, 2011. Ver em: <https://www.editoramediacao.com.br/livro/comportamento-

animal-/5/208>. Acesso em: abr. 2018

biente de sala de aula, com cenas muito próximas às vividas por crianças nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Nesses momentos, Luisa é a protagonista da história e mostra independência e originalidade para cumprir a tarefa apresentada pela professora em sala de aula. Em vez de simplesmente desenhar um animal, como o solicitado, ela produz um desenho intrigante. Não é o desenho de um animal, mas de um mon-te de lixo, contendo vários animais que lá se encontram à procura de alimento. Então, a menina resolve desafiar os colegas a adivinharem o bicho que ela escolheu. Mesmo quando um dos colegas acerta a solução e expressa “nojo” ao saber que se trata de uma minhoca, Luisa defende a sua escolha, ao dizer que não acha a minhoca nojenta, “só um pou-quinho gosmenta!” As outras crianças reagem, chamando a minhoca de “um bicho sem graça que mais parece um fio de massa”.

A partir daí, cria-se uma situação problemática na sala de aula. Os leito-res têm aqui a oportunidade de acompanhar o conflito, identificarem-se com os personagens, formar opiniões e avaliar o desfecho, incluindo a atitude tomada pela professora, que intervém ao dizer que todos têm o direito de escolher um animal para a história que desejam criar.

Doravante, a protagonista do livro é a minhoca, batizada de Anne Lidia por Luisa. Anne Lidia quer sair em busca de aventuras e mostra-se cora-josa de sair de dentro da terra e enfrentar o desconhecido, da mesma forma como Luisa mostra persistência em investigar o animal que mais lhe interessou. Em todas as suas viagens, Anne Lidia é constantemente perseguida, mas sempre consegue escapar, mostrando também iniciati-va e, sobretudo, resiliência. Os pequenos leitores, quando ouvem essa história, logo percebem a sina da minhoca e passam a torcer para que ela seja vitoriosa.

Diversão e aventura

Ir além da realidade imediata da criança e estimular a imaginação e o envolvimento com a leitura, tanto pelo trabalho com a lin-guagem quanto pelo desenvolvimento da narrativa.

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Tanto Luisa quanto a personagem que ela cria para sua história provo-cam a imaginação do leitor em termos de diversão e aventura. A mi-nhoca é um animalzinho que as crianças pouco veem e que provoca em algumas sensação de medo e de “nojo”, em outras, muita curiosidade.

Assim, “viajar” com Anne Lidia pelas páginas ricamente ilustradas do livro, leva as crianças a observar um mundo talvez desconhecido para elas, a reconhecer, nas diferentes cenas, animais e elementos da natu-reza, com os quais nem sempre convivem, principalmente as crianças que vivem em cidades, que não moram em regiões agrícolas, no cam-po, ou similares.

A ilustração da obra é outro elemento de diversão e aventura, na per-sonagem de Luisa, na história dentro da história e na caracterização de Anne Lidia, que circula por muros, jardins, plantações e suas tocas, mui-tas vezes “escondida” em frestas e cantos, levando os leitores a brincar de encontrar a minhoca e identificar os inúmeros elementos presentes nas páginas do livro. Será que esse é mesmo o habitat das minhocas? Uma pergunta que poderá ser feita às crianças.

A composição do texto em rimas emparelhadas também estimula o en-volvimento das crianças e desperta a sua imaginação para outros tipos de rimas que poderão ser trabalhados a partir de outros livros e de músicas rimadas.

A adivinha de Luisa no início do livro, expressões como “fura-terra, papa-terra”, “fura-lixo, papa-lixo” e outras expressões conotativas vão além da realidade imediata da criança e estimulam a imaginação e o en-volvimento com a leitura, tanto pelo trabalho com a linguagem quanto pelo desenvolvimento da narrativa.

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Editora Mediação

(...) NO RAIAR DA MADRUGADA, ANNE LIDIA É TRANSPORTADA PARA UM CANTEIRO GIGANTE. PRA PROCURAR DIAMANTE?

PRA CATAR CASCAS E GOMOS E FOLHAS DE CINAMOMOS? PRA FICAR RODOPIANDO, QUEM SABE LÁ ATÉ QUANDO? (...)

O texto da obra “Vi um bicho genial lá no fundo do quintal” é com-posto em caixa alta (letras maiúsculas), considerando que os alunos dos Anos Iniciais, em processo de alfabetização, ainda estão desenvol-vendo a habilidade de ler textos em letras maiúsculas e minúsculas ou em letra cursiva.

A narrativa é constituída por rimas emparelhadas (ou paralelas), que combinam-se de duas em duas, seguindo o esquema AABB. As rimas estão presentes na narração e nos diálogos (entre a minhoca e outros animais).

Exemplo de rima emparelhada no livro:

– LUISA, CADÊ O SEU BICHO? SÓ VEJO UM MONTE DE LIXO!

É AQUELE PÁSSARO PRETO, QUE PROCURA UM GRAVETO?

É importante lembrar que o texto literário visa, sobretudo, a entreter as crianças. Embora a obra enfoque o tema “O mundo natural e social”, Sylvia Roesch lança mão da função poética e emotiva da linguagem, utilizando rimas, adivinha, expressões conotativas, metáforas e outros recursos estilísticos, buscando a simbologia e a musicalidade na leitura em harmonia com a ludicidade da história.

Com isso, a narrativa acaba por gerar uma multiplicidade de interpre-tações, provocando uma reflexão sobre o texto e as ilustrações, o que leva a uma recriação pessoal e subjetiva da realidade pelas crianças.

4. SUbSíDIOS E ORIENTAçõES

PARA A AbORDAgEM DA ObRA LITERÁRIA

COM OS ALUNOS

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Segundo Eichenberg (2016, p. 48)4, em termos de leitura literária, a tendência hoje é não “sacralizar” a leitura, mas introduzir as crianças em variados tipos de textos. Esta obra parece atender aos pressupostos defendidos por essa autora:

A leitura deixou de ser sacralizada para se instrumentar, não havendo apenas o interesse maior em ler por ler, mas também em ler para almejar algum fim, seja para se informar, para cozinhar, para rir, para trabalhar. Desse modo, as práticas intensivas de leitura foram substituídas por práticas extensivas. Temos muitos livros, muitos tipos de textos, dialogando com elementos provenientes de outras artes, da cultura de massa e das tecnologias da informação. Não nos surpreende, pois, que os leitores de hoje leiam de uma forma nova, interativa, dialógica, atraindo-se, principalmente, pelas frases curtas e valorizando a comunicação en-tre o texto e a imagem.

Com o objetivo de a criança interagir com obra, são utilizados recur-sos linguísticos para definir os movimentos da minhoca para cavar túneis embaixo da terra (fura-terra, papa-terra...) e para transformar lixo orgânico em húmus no canteiro de compostagem orgânica (fu-ra-lixo, papa-lixo...). Sugere-se ao professor enfatizar a leitura pelas crianças dessas expressões, bem como quetioná-las sobre o significado das expressões “Luuuuuuuuuuuuuuuuuuuuisa” (uivo do cão, p. 6-7); “zunzunzum” (mosca varejeira, p. 7); e “Trrrrrrrr” (vibrações no solo com garfos de jardinagem, p. 22).

A autora introduz também palavras ou expressões “conotativas”(quando determinada palavra ou expressão é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum. Além de ser bastante explorada na literatura, a conotação é empregada em letras de músicas, anúncios publicitários, conversas do nosso cotidiano, etc.)5. Ao longo da história aparecem várias expressões conotativas, tais como:

4 EICHENBERG, R. C. De mãos dadas com a leitura: a literatura infantil nos anos iniciais. Disponível

em: <https://www.editoramediacao.com.br/pagina/o-dueto-leitura-e-literatura:-na-educacao-de-

jovens-e-adultos/16>. Acesso em: abr. 2018.5 Linguagem conotativa e denotativa. Disponível em: <https://www.estudokids.com.br/linguagem-

conotativa-e-denotativa/ >. Acesso em: abr. 2018.

MAIS PARECE UM “FIO DE MASSA”

UMA HISTÓRIA “PAPA-FINA”

VAI VER QUE É UM USO POLAR COM “UMA FOME DE RACHAR”

ELA (ANNE LIDIA) DANÇA A “CAPOEIRA”

Verbos e palavras que nem sempre fazem parte do vocabulário infantil também aparecem ao longo da história, possibilitando explorá-los jun-to às crianças, por exemplo::

“GRAVETO”

“PERSEGUIDA”

“ARRUDA-DOS-MUROS”

“RABANADA”

“FISGADA” (POR UM PÁSSARO?)

A ilustração da obra, além disso, tem a função de complementaridade, ou seja, de forma lúdica, amplia o significado do texto e atravessa os sentidos possíveis esboçados nas imagens belíssimas, constituídas por meio de desenhos infantis, colagens digitais de animais, de elementos naturais e produzidos, como fuxicos, rendas, tecidos, com cores repre-sentativas do ambiente natural de vida da minhoca.

Ao desenhar ou escrever seus próximos textos, as crianças poderão re-ceber a sugestão de ilustrá-los com o uso de recursos naturais (folhas, galhos, areias, flores, tecidos, pedras e outros) disponibilizados pelo professor, ou usar fotografias tiradas por elas mesmas em locais que lhes parecem ser o habitat da minhoca ou de outros animais.

Camargo, escritor e ilustrador, em seu livro “Ilustração do livro infantil” (1995) confere, apoiado nas funções da linguagem de Roman Jakobson, oito funções à ilustração, a saber:

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(...) representativa, descritiva, narrativa, simbólica, expressiva, estética, lúdica, conativa, metalinguística, fática e de pontuação. Muito mais do que apenas or-nar ou elucidar o texto, a ilustração pode, assim, representar, descrever, narrar, simbolizar, expressar, brincar, persuadir, normatizar, pontuar, além de enfatizar sua própria configuração, chamar atenção para o seu suporte ou para a lingua-gem visual (...).6

Na obra “Vi um bicho genial lá no fundo do quintal”, a ilustração pare-ce dar conta dessas funções plenamente, abrindo inúmeras possibilida-des de diálogo entre o que está escrito e a imagem visual, levando, por exemplo, os leitores a explorar todos os elementos que constituem cada página e à divertida missão de descobrir a(s) minhoca(s) “escondidas”, de diferentes cores e tamanhos e em diferentes ambientes, ao longo de todas as páginas do livro.

6 CAMARGO, L. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Lê, 1995.

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32 VI UM BICHO GENIAL LÁ NO FUNDO DO QUINTAL

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(...) ELA DANÇA A CAPOEIRA E GRUDA NA CABELEIRA DO TAL MOÇO ENCARREGADO DESSE CANTEIRO DANADO.

E VAI PARAR SABE ONDE? NO QUINTAL OU NO JARDIM, ONDE ELA BRINCA, SE ESCONDE E REBOLA NO CAPIM. (...)

O trabalho com a leitura em sala de aula pode ser desenvolvido em três etapas de atividades com a obra literária: o antes, o durante e o depois da leitura, para as quais passamos a oferecer algumas orientações e sugestões.

ATIVIDADES DE PRé-LEITURA

O momento inicial (pré-leitura) consiste num convite, numa mobiliza-ção dos alunos para a leitura, e pode ocorrer antes mesmo de os alunos conhecerem o livro, quando são realizadas brincadeiras ou perguntas pelo professor a partir de um contexto fictício relacionado à história ou parte da história que desperte nas crianças interesse e curiosidade sobre a obra literária, mesmo antes de ela lhes ser apresentada.

Mergulhar ludicamente no ambiente ficcional a ser proposto pelo livro transpõe a criança para uma representação simbólica do real, predispon-do-a à leitura. Considerando que ler é também brincar, principalmente nos anos iniciais, nesse primeiro momento, sugerimos atividades lúdicas que procurem sensibilizar o aluno para a leitura, criando, por exemplo, atividades em pequenos grupos ou com toda a turma de forma a pro-mover descontração, interação e atenção de todos para a leitura.

Sugestão de Atividade 1

Antes de apresentar o livro, colocar para as crianças a adivinha da per-sonagem Luisa, perguntando: Quem sabe que bicho é? (p. 9)

(...) É UM BICHO BEM MIÚDO.COME TERRA, COME TUDO.

5. ORIENTAçõES E SUgESTõES

DE ATIVIDADES DE PRé-LEITURA,

LEITURA E PóS-LEITURA

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NÃO TEM PATAS, NÃO TEM PENAS,NÃO TEM ASAS, NEM ANTENAS.

ROLA PRA FRENTE E PRA TRÁS,NENHUM BARULHO ELE FAZ. NA PAREDE, SOBE E DESCEE DESENHA A LETRA “S”. (...)

Pode-se fazer uso de alguns recursos em complemento à adivinha:

– Figuras de animais recortadas e dispostas em uma caixa para as crian-ças compararem ao buscarem a resposta à adivinha.

– Fantoches ou animais de brinquedos com o mesmo objetivo (a minho-ca pode ser feita com uma meia de cano longo, colando ou bordando o rosto da minhoca, e vestindo a mão com essa meia).

– Apresentar a capa e a folha de guarda a obra na qual aparecem vários animais de jardim (entre eles, a minhoca) para as crianças observarem.

– Pedir que as crianças escrevam e/ou desenhem o nome do bicho em que estão pensando sem mostrar aos colegas. Depois cada uma apresen-tará e justificará sua escolha.

– Levar as crianças a passear pelo jardim ou horta da escola, se houver, para observar diferentes animais ali existentes.

Papel do professor

– Auxiliar as crianças a eliminar hipóteses a partir da adivinha. Por exem-plo: abelhas? Elas têm ou não asas? Formigas? Elas têm ou não patas?

As crianças não precisam acertar a resposta à adivinha. Nesse momento, o importante é dialogar, ouvir todas as crianças e suas hipóteses, deixan-do que brinquem bastante com a ideia. Se não chegarem à resposta, o professor poderá mesmo assim iniciar as atividades de leitura da obra. Esse momento lúdico é para tornar as crianças envolvidas com a leitura.

Sugestão de Atividade 2

– Trazer para a sala de aula uma caixa com bastante terra e minhocas vi-vas (se houver possibilidade, cavar com as crianças a terra de um jardim ou uma horta para ver o que encontram).

– Perguntar às crianças sobre o que há na caixa, criando suspense.

– Oportunizar às crianças, usando luvas de plástico, manusear a terra até encontrar as minhocas, observando-se que algumas crianças poderão sentir nojo ou medo e deverão ser respeitadas nesse sentimento.

– Conversar com as crianças sobre seus conhecimentos a respeito dos bichos que moram nas hortas e nos jardins. O que sabem sobre eles? O que gostariam de saber?

ATIVIDADES DURANTE A LEITURA

A leitura da obra literária é um momento muito importante na escola. Nessa fase, a obra é primeiramente apresentada ao leitor por inter-médio do professor. Esse incita os alunos a manuseá-la e apreciá-la para, então, ingressar na leitura, quando terá a oportunidade de con-versar com eles sobre suas ideias durante as atividades de pré-leitura, validando-as ou não.

Ao realizar a primeira leitura da obra, recomenda-se ao professor mos-trar o livro e ler junto com as crianças: o título da obra, os autores, ilustradores, o nome da editora, o ano de publicação do livro, a bio-grafia de autores e ilustradores, informações paratextuais e outras ca-racterísticas da obra para melhor conhecimento pelas crianças da obra que irão ler (no caso desta obra, há uma página, ao final do livro, com fatos sobre as minhocas que irão motivar as crianças para sua própria releitura do livro).

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A primeira leitura do livro pode ser feito no coletivo dos alunos, em roda, em pequenos grupos ou individualmente, as crianças com o livro em mãos (quando houver essa disponibilidade). Se não houver livros para todas, o professor irá folhear o livro, e ler o texto pausadamente, apresentando as ilustrações uma a uma, pausadamente, para eles.

Salientamos que uma primeira leitura pelo professor é muito importante nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pois os recursos linguístico--literários são intensificados pela oralização.

A audição da obra, com ênfases, pausas, ritmos e indagações envolve ludicamente a criança, facilitando sua iniciação literária. Para isso, o pro-fessor deverá ler e treinar sua leitura antes de fazê-la com as crianças.

Algumas orientações ao professor para a leitura em voz alta

– Mudar a voz e ritmo da leitura para enfatizar momentos cruciais da história ou para “imitar” a voz dos personagens.

– Convidar as crianças a repetirem os sons: “fura-terra, papa-terra” e “fura-lixo, papa-lixo”, “zunzunzum”, “Luuuuuuuuuuisa”, “Trrrrrrr”, que aparecem no livro.

– Fazer perguntas durante leitura da história, tais como: o que está acontecendo agora? Quem está narrando esta história? Quem está fazendo esta pergunta? Onde foi parar a Anne Lidia? O que vocês acham que vai acontecer depois? O que significa a palavra “genial”?

– Perguntar o que as crianças entendem sobre as expressões conotativas e sobre palavras que não conhecem. Escrever no quadro as palavras novas.

– Ler pausadamente cada página, mostrando, comentando, perguntan-do sobre as imagens e as referências com o texto.

– Manter uma postura descontraída nesse momento, oportunizando aos leitores fazerem comentários pessoais, perguntarem sobre a história e

as imagens, tecendo opiniões sobre a leitura. Ouvir os alunos é uma atividade que, por vezes, toma tempo, mas é a melhor maneira de o professor desencadear processos de reflexão das crianças sobre o texto e para o cruzamento dessas referências com o seu próprio mundo.

– Oportunizar momentos de leitura em grupos ou individual pelos alu-nos a seguir da leitura do professor. No caso de não haver exemplares da obra para distribuir para todas as crianças, planejar para que levem para casa em dias alternados para leitura com a família e melhor apre-ciação da obra.

Curiosidades sobre a obra a explorar a partir da leitura

– O nome da minhoca, Anne Lidia, foi escolhido porque este animal é um anelídeo, cujo nome científico é Filo Annelida.

– A minhoca está de óculos escuros para viajar (p. 16). É uma referên-cia da autora à intolerância desse bicho à luz solar.

– O morro em forma de Galinha Choca, que aparece na página 17, existe de fato no Estado do Ceará, Brasil, e este é o seu nome: Galinha Choca.

– Na página 21, várias minhocas aparecem juntas numa toca, pois, na natureza, elas se embolam para se esquentar.

– O campeonato para colher minhocas, que aparece nas páginas 22 e 23, é uma prática corrente em vários lugares do mundo.

– Todos os fatos relativos à minhoca que aparecem na página 30 fo-ram verificados por cientista especializado em compostagem orgânica da EMBRAPA. Sugere-se que o professor leia sobre o assunto para po-der conversar com as crianças. E que tal preparar uma compostagem orgânica doméstica na escola?1 .

1 Como fazer compostagem doméstica: passo a passo. Disponível em : <https://lar-natural.com.

br/como-fazer-compostagem-domestica-passo-a-passo/>. Acesso em: abr. 2018.

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– Ilustrações bem elaboradas têm potencial para desenvolver nas crian-ças a consciência a respeito dos traços, das cores, do espaço e das formas e da composição do desenho. Neste livro, as ilustrações cobrem as capas e todas as páginas do livro. Elas são muito criativas Assim, os peque-nos leitores poderão se surpreender ao encontrar, entre fotos de flores, areia, grama, pedras, plantas, animais verdadeiros, imagens desenhadas, ou compostas com rendas, fuxico, madeira, tecidos ou outros materiais.

– Há desenhos infantis (feitos por crianças) em meio a desenhos artís-ticos. A imagem de fundo da sala de Luisa é um desenho da neta da autora, que foi utilizado pela ilustradora. A Luisa tem o desenho em tamanho menor em suas mãos nessa página.

– A minhoca Anne Lidia aparece na capa e em todas as páginas do livro. Procure por ela.

– Formigas caminham por quase todas as páginas.

– Nas páginas 6-7, o cão vira-lata uiva Luuuuuuuisa!

– O rato gigante tem um olhar atrevido (p. 6).

– Na página 15, a minhoca aparece em sua toca, sentada numa pol-trona a ler um livro.

– Na página 21, Anne Lidia se encontra noutra toca, desta vez acom-panhada de outras minhocas, uma delas sendo uma vovó, segurando um bebê.

Além de embelezar a obra, as ilustrações, em em vários momentos, complementam o texto:

– Na sala de aula, observa-se a composição multirracial da turma.

– No quadro negro (página 10), um menino desenha Luisa comendo um prato de massa (ou de minhocas), e os colegas rindo dela, poden-do-se explorar o sentimento dos leitores em relação a situações como essas em sala de aula.

– Em casa, no quintal (páginas 12-13), a ilustração mostra Luisa a ob-servar uma minhoca por meio de uma lupa. Na grama, vê-se um ca-derno de anotações, indicando que a menina faz uma pesquisa para criar a sua história.

– Quando a minhoca é colocada para trabalhar num canteiro de com-postagem orgânica (páginas 24-25), ela é comparada a um mineiro (na ilustração veste um capacete de mineiro).

– Na página 23, do campeonato de “encantamento de minhocas”, vê-se no fundo um castelo, para sugerir um lugar na Europa (no caso é o País de Gales), onde se realizam esses campeonatos.

ATIVIDADES DE PóS-LEITURA

As atividades de pós-leitura apresentam-se como incentivo para o aluno expressar-se por meio de diferentes linguagens, criar novos textos, partir para novas descobertas a partir da sua “apropriação” das ideias do texto, ativando sua capacidade imaginativa. Criando em cima daquilo que compreendeu e interpretou, ele se torna mais propício a assimilar significados próprios do texto lido.

É do mundo do texto que a criança vem a se apropriar, porém de manei-ra particular, ou seja, de acordo com a relação que estabelece com o seu próprio mundo. Ela tem, então, a oportunidade de retomar e organizar algo relativo a essa apropriação singular do texto, que, em última instân-cia, corresponde a uma leitura de si mesma.

Sugestão de Atividades

– Ler poesias com rimas emparelhadas de outros escritores e criar novas rimas2. Exemplo:

2 Baú de histórias e poemas. Disponível em: <http://baudashistoriasepoemas.blogspot.com.

au/2010/04/poemas-de-elias-jose.html>. Acesso em: abr. 2018.

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A casa e o seu DonoElias José (2010)

Essa casa é de cacoQuem mora nela é o macaco.

Essa casa tão bonitaQuem mora nela é a cabrita.

Essa casa é de cimentoQuem mora nela é o jumento.

Essa casa é de telhaQuem mora nela é a abelha.(...)

– Confeccionar um grande painel com uma colagem de “bichos geniais” escolhidos pelas crianças, que deverão justificar sua escolha.

– Criar uma história em pequenos grupos e confeccionar os personagens da história, utilizando materiais diversos como tinta, lã, tecido, papel colorido, folhas, galhos, flores secas, fitas, revistas,sucatas e outros. Cada grupo irá encenar sua história para o grande grupo.

– Tirar fotografias de animais diferentes em seu habitat natural, e apre-sentá-las aos colegas, falando do seu comportamento, onde vivem, o que comem, quanto tempo vivem, como se reproduzem e outros.

– Assistir a vídeos, programas de TV, propagandas e filmes com diferentes espécies de animais e conversar com as crianças: esses animais estão re-presentados em seu habitat natural? É assim que se comportam realmente na natureza?

É importante ressaltar que tanto as obras literárias, quanto os recursos selecionados nas atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura devem obedecer a uma criteriosa seleção, apresentando-se adequadas aos alunos dos anos iniciais e propícias ao desenvolvimento da sua imaginação, prin-cipalmente pela escuta dos interesses e significados construídos por eles a partir da exploração da obra.

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(...)

QUANDO A HISTÓRIA TERMINOU, A LUISA ACRESCENTOU:

– ESTUDEI AQUI E ALI, PROFESSORA, E DESCOBRI QUE A MINHOCA É INTELIGENTE, PORQUE LIMPA O AMBIENTE.

QUE ELA É UM POUCO DEVAGAR, MAS TRABALHA SEM PARAR. QUE O SEU PROBLEMA NA VIDA É CUIDAR PRA NÃO SER COMIDA.

(...)

6. MATERIAL DE APOIO COM VISTAS

A UMA AbORDAgEM INTERDISCIPLINAR

Em termos de competências gerais para o Ensino Fundamental, sugeridas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)3, em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE) e já fundamentadas nas Diretrizes Cur-riculares Nacionais da Educação Básica (DCN), esta obra está em conso-nância com as competências nº 2 e nº 10 citadas no referido documento:

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criativida-de, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver pro-blemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas, podendo os professores desencadearem significativas ações de aprendizagem para o desenvolvimento da competência referente, principalmen-te na Área de Ciências da Natureza, suscitando nos alunos o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica, possibilitando que os alunos tenham um novo olhar sobre o mundo que os cerca, como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (p. 9)

De acordo com o que preceitua a BNCC (p. 329), para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em especial no processo de alfabetização, as habili-dades de Ciências devem ser desenvolvidas num contexto de letramento:

Não basta que os conhecimentos científicos sejam apresentados aos alunos. É preciso oferecer oportunidades para que eles, de fato, envolvam-se em processos

3 Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

abase/>. Acesso em: abr. 2018.

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de aprendizagem nos quais possam vivenciar momentos de investigação que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas mais co-laborativas e sistematizar suas primeiras explicações sobre o mundo natural e tecnológico, e sobre seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza. (...) Em especial, nos dois primeiros anos da escolaridade básica, em que se investe prioritariamente no processo de alfabetização das crianças, as ha-bilidades de Ciências buscam propiciar um contexto adequado para a ampliação dos contextos de letramento.

Importante dizer que, ao introduzir o conteúdo de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, a BNCC (p. 65) deixa claro, reforçando a es-sencialidade do letramento nos Anos Iniciais:

Tal proposta assume a centralidade do texto como unidade de trabalho e as pers-pectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e o desenvolvimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em atividades de leitura, escuta e produção de textos em várias mídias e semioses.

O Eixo Leitura “compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leitu-ras para: fruição estética de textos e obras literárias (p. 69).

Para melhor explicitar aos professores essas considerações e a título de exemplo/sugestão, relacionamos à obra algumas Unidades Temáticas, Objetos de Conhecimento e Habilidades constantes na BNCC para os Anos Iniciais em Língua Portuguesa/Leitura (p. 92-95; p. 108-111), Ciên-cias (p. 332-335) e Arte (p. 198-199) no intuito de apontar caminhos para a abordagem interdisciplinar da obra junto aos alunos:

Língua Portuguesa (1º ao 5º ano)Práticas de Linguagem: Leitura e escrita (autônoma e compartilhada)Objeto de Conhecimento: Estratégia de leitura, habilidades: (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressu-posições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto),

apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como so-bre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizada antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos ex-pressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos hu-manos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo

Língua Portuguesa (1º ao 5º ano) Práticas de Linguagem: Leitura e escrita (autônoma e compartilhada)Objeto de conhecimento: Formação do leitor literáriohabilidade: (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do ima-ginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.Objeto de Conhecimento: Formação do leitor literário/Leitura multissemióticahabilidade:(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.Objeto de Conhecimento: Contagem de histórias. habilidade:(EF15LP19) Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Língua Portuguesa (1º e 2º ano) Práticas de linguagem: Leitura/escuta (compartilhada e autônoma) Objeto de conhecimento: Apreciação estética/Estilohabilidades: (EF12LP18) Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, sonoridades, jogos de palavras, reconhecendo seu pertencimento ao mundo imaginário e sua dimensão de encantamento, jogo e fruição.

Língua Portuguesa (1º e 2º ano) Práticas de linguagem: Análise linguística/semiótica (Alfabetização)Objeto de conhecimento: Formas de composição de textos poéticoshabilidade: (EF12LP19) Reconhecer, em textos versificados, rimas, sonoridades, jogos de palavras, palavras, expressões, comparações, relacionando-as com sensações e associações.

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Língua Portuguesa (3º ano) Práticas de linguagem: Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)Objeto de conhecimento: Estratégia de leitura habilidades: (EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em tex-tos, com base no contexto da frase ou do texto.

Ciências (2º ano) Unidade Temática: Vida e evolução Objeto de Conhecimento: Seres vivos no ambiente habilidades: (EF02CI04) Descrever características de plantas e animais (tamanho, forma, cor, fase da vida, local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte de seu cotidiano e relacioná-las ao ambiente em que eles vivem. (EF02CI06) Identificar as principais partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenhada por cada uma delas, e analisar as rela-ções entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos.

Ciências (3º ano) Unidade Temática: Vida e evolução Objeto de Conhecimento: Características e desenvolvimento dos animais, habilidades:(EF03CI04) Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no am-biente próximo. (EF03CI06) Comparar alguns animais e organizar grupos com base em carac-terísticas externas comuns (presença de penas, pelos, escamas, bico, garras, an-tenas, patas etc.).

Ciências (3º ano) Unidade Temática: Terra e Universo Objeto de Conhecimento: Usos do solo habilidade:(EF03CI10) Identificar os diferentes usos do solo (plantação e extração de ma-teriais, dentre outras possibilidades), reconhecendo a importância do solo para a agricultura e para a vida.

Arte (1º ao 5º ano) Unidade Temática: Artes visuaisObjeto de Conhecimento: Elementos da linguagem

habilidade:(EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento, etc.).Objeto de conhecimento: Materialidadeshabilidade:(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, ví-deo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recur-sos e técnicas convencionais e não convencionais.

Tais referências à BNCC não são exaustivas, ou seja, representam alguns exemplos de Áreas de Conhecimento, Unidades Temáticas, Objetos de Conhecimento e Habilidades que poderão ser desenvolvidas com os alunos do 1º ao 3º anos, em sintonia com esta obra literária.

Representam, implicitamente, um ponto de partida à proposição de atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura numa abordagem inter-disciplinar do tema, adequadas, naturalmente, ao contexto educacio-nal, à faixa etária dos alunos e às propostas pedagógicas delineadas pelo professor.

AbORDAgENS EM LíNgUA PORTUgUESA

– Por ser todo narrado em rimas, o livro pode interessar as crianças e, assim, contribuir para o desenvolvimento de habilidades de leitura e escuta, bem como da produção do texto oral e do texto escrito.

– Sugere-se a leitura compartilhada de certas partes da história (por exemplo, quando os alunos, na história, procuram interpretar o dese-nho de Luisa). O uso de dicionários de rimas é indicado para facilitar a criação de novas rimas pelas crianças.

– Na obra, houve cuidado de criar um texto que engloba ora a lingua-gem coloquial, ora a apresentação de vocabulário preciso. Desse modo, o seu vocabulário poderá ser explorado para desenvolver habilidades

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de leitura/escuta e decodificação. Pode-se fazer uso de dicionários de português, bem como de sinônimos e antônimos.

– Estudar como a história foi criada: o início, o meio e o fim. Explorar as transições entre as duas histórias do livro, identificar as protago-nistas (Luisa e Anne Lidia), assim como observar as diferenças entre a narração e diálogos, são todos elementos que contribuem para o de-senvolvimento de habilidades de composição de narrativas no campo artístico e literário.

Outras Atividades em Língua Portuguesa

– Explorar o vocabulário e expressões utilizadas na história, por exem-plo: o que significa a palavra “genial”?

– Criar textos utilizando algumas expressões conotativas, tal como “pa-pa-fina”; “fio de massa”.

– Explorar as transições entre as duas histórias do livro. Observar as di-ferenças entre narração e diálogos.

– Explorar outros tipos de rimas em livros de poesias e em letras de músicas.

– Escrever uma pequena história em rimas.

– Identificar textos de narração e textos de diálogo no texto.

– Brincar com charadas e adivinhas adequadas às crianças4.

AbORDAgENS EM CIêNCIAS

– As ilustrações de animais e de plantas no livro servem de estímulo para aguçar a curiosidade das crianças e o desenvolvimento das habilidades

4 Charadas e adivinhações. Disponível em: <http://www.qdivertido.com.br/charadas.php> Acesso:

em abr. 2018.; Adivinhas. Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/

adivinhas.htm>. Acesso em: mai. 2018.

em Ciências. Sobre as relações entre os animais, uma pergunta inicial poderia ser: “Por que os outros animais querem comer a minhoca?”

– Para desenvolver as habilidades listadas anteriormente, especialmente no item sobre a importância do solo para a agricultura e para a vida, sugere-se explorar o papel da minhoca na reciclagem do lixo orgânico e sua importância na preservação do meio ambiente. A professora pode indagar por que a história se chama “Vi um bicho genial lá no fundo do quintal”. O estudo sobre as minhocas com base nos “Fatos sobre as minhocas” que aparecem no seu final pode ser explorado em sala de aula: são 18 conjuntos de fatos.

– O livro pode sugerir a investigação do “comportamento animal” de di-ferentes éspécies (habitat natural, características, etc.), assistindo a filmes, analisando músicas, realizando visitas ao zoológico, ao jardim botânico, conversando com biólogos e criadores de animais.

– É possível a criação de um minhocário na escola para observar o com-portamento das minhocas e relatar dia a dia o suas observações, com-partilhando com os colegas.

– Pode-se explorar a reciclagem do lixo e sua importância na preserva-ção do meio ambiente.

– Sugere-se entrar em contato com a EMBRAPA e organizar visitas a canteiros de compostagem orgânica próximos da escola.5

AbORDAgENS EM ARTE

– O outro grande apelo do livro são as suas ilustrações, o que se adequa ao desenvolvimento de habilidades de composição de textos poéticos visuais. Sugere-se discutir com as crianças como as ilustrações do livro

5 Embrapa - Portal Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/>. Acesso em: mai. 2018.

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informam a história. Por exemplo, quem fala: “Vou te levar sua minho-ca, até a Galinha Choca”, ou perguntar como a minhoca escapa de ser devorada pelos peixes. Explorar em que outros momentos as imagens complementam o texto.

– Este livro é ricamente ilustrado, por meio de desenho, pintura e cola-gem digital. As cenas apresentadas em páginas duplas permitem visua-lizar formas e movimento. Fatos mesclam-se com fantasia: há flores de pano e outras formadas por contas entre plantas naturais. E muito mais brincadeiras que se descortinam a cada leitura nova do livro e que des-pertam a imaginação do leitor.

– Por outro lado, há uma série de fatos apresentados no livro. Os ani-mais e as plantas estão inseridos em seu ambiente natural e sua represen-tação não difere muito da realidade. Então, sugere-se a possibilidade do trabalho deste livro em sala de aula levar as crianças a observar cores e formas que se encontram na natureza.

REFERêNCIAS E LEITURAS SUgERIDAS

AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

BRANCO, A. M. C. U. de A.; FREIRE, S. F. de C. D.; GONZÁLES, A. M. B. Educação e pre-conceito: o caso Alice como uma questão ético-moral entre crianças. In: BRANCO, A. M. C. U. de A.; OLIVEIRA, M. C. S. L. de. (Orgs.) Diversidade e cultura da paz na escola: contribuições da perspectiva cultural. Porto Alegre: Mediação, 2012.

CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.CAMARGO, Luís. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Editora Lê, 1995.COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 7. ed.. São Paulo: Mo-

derna, 2011. EICHENBERG, Renata Cavalcanti. De mãos dadas com a leitura: a literatura infantil nos anos

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2009.FARIA, M. A. Como usar a literatura infantil na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Contexto,

2004.GARDNER. Howard. As artes e o desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 1997.LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. São Paulo: Ática,

2004.OLIVEIRA, Vera de Barros. O símbolo e o brinquedo: a representação da vida. Petrópolis:

Vozes, 1992. AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor. Porto

Alegre: Mercado Aberto, 1988.SILVA, D. L. M. da ; GOULART, L. B.; ROSSATO, M. S.; REGO, N. Práticas pedagógicas em

Geografia: espaço, tempo e corporeidade. 1. ed. Porto Alegre: Edelbra, 2013. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1988.

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